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BELÉM
2002
ALINE DÁRCIA CASTRO PINTO
MAÍRA MELO DOS SANTOS
BELÉM
2002
ALINE DÁRCIA CASTRO PINTO
MAÍRA MELO DOS SANTOS
Banca examinadora:
Ana Cristina Costa França (orientadora) : ____________________________
Rosângela Araújo Darwich : _____________________________
Rosana Mendes Éleres de Figueiredo : _____________________________
BELÉM
2002
Dedicatória
Introdução 10
Métodos 20
Resultados 21
Discussão 28
Referências Bibliográficas 32
INTRODUÇÃO
Em qualquer relação existente na sociedade, as pessoas tomam parâmetros para que
ela se estabeleça. Em uma instituição educacional, isso não haveria de ser diferente.
O presente Trabalho de Graduação pretendeu apresentar a forma como a relação
professor-aluno vem a influenciar os alunos na hora de se estabelecer às características
descritas como ideais para que o professor possa ser considerado um bom mestre, seja em
suas funções acadêmicas, seja em sua relação interpessoal com o aluno.
Foi usado o ponto de vista dos alunos para que se estabeleçam as características que
delineiam os bons professores. Serão sabidos, de forma indireta, quais os atos dos
professores são estímulos reforçadores ou estímulos aversivos nesta relação e verificados
como seus atos influenciam na hora dos critérios de avaliação do professor pelo aluno. Essa
relação será estabelecida na sala de aula.
O motivo para a escolha de alunos do 5o ano de um curso de Psicologia para serem
os participantes da respectiva pesquisa é o fato de possuírem extensa histórica acadêmica e,
com isso, possuírem vasto repertório comportamental em sua relação com os professores da
academia. Com isso, as chances de que eles tenham uma visão mais crítica das relações
com seus respectivos professores teoricamente aumentam bastante, pois é com a visão deste
mesmo grupo de alunos que se pode estabelecer, para a sociedade acadêmica em geral,
como devem ser suas relações acadêmicas com seus professores.
De modo geral, o que se objetiva é verificar quais critérios os alunos usam para
classificarem as características comportamentais de professores como adequadas para que
eles sejam considerados bons. Para que se possa verificar as características existentes nos
professores, mediante o olhar de seus alunos, será usado o modelo de comportamento
operante, objeto de estudo da análise do comportamento, diferente do modelo de
comportamento respondente.
No comportamento respondente, a relação é Estímulo-Resposta (S-R, sendo que
S representa estímulo e R resposta), em que um estímulo ambiental elicia ou
provoca uma resposta no organismo, resposta esta biologicamente determinada,
como no caso da dilatação-contração da pupila perante a diminuição ou aumento
de luminosidade (FRANÇA, 1997, p.115)
Quando o reforço já não estiver sendo dado, a resposta torna-se menos freqüente,
o que se denomina ‘extinção operante’. Se o alimento for sustado o pombo
finalmente irá parar de levantar a cabeça. Em geral, quando nos empenhamos em
comportamentos que ‘não compensam’ encontramo -nos menos inclinados a
comportamentos semelhantes no futuro. (SKINNER, 1994, p. 77).
Uma diferença entre punição negativa e extinção está relacionada ao tipo de reforço
positivo que é retirado. Na extinção, há uma história anterior de reforçamento positivo
entre o comportamento e a conseqüência que agora não será mais apresentada; enquanto
que na punição negativa, o reforço positivo que é retirado não possui história anterior
relacionado ao comportamento que está sendo punido. Por isto, diz-se que este reforço
positivo que é retirado através da punição negativa é um reforço positivo em potencial.
Mediante a visão do aluno é que se poderá estabelecer a relação entre professor e
aluno, ou seja, a relação na sala de entre o professor e o aluno será vista como o seqüência
de operantes (mediantes conseqüências de determinadas situações, que serão os estímulos
discriminativos). Essa relação de contingência acontece a todo o momento e só será
separada para que se especifique o comportamento tido como ideal. A forma que o
professor se relaciona com seus alunos influencia na hora de estabelecer os
comportamentos ideais de seus mestres
... o comportamento não ocorre em um vácuo. Eventos precedem e seguem cada
uma de nossas ações. O que fazemos é fortemente controlado pelo que acontece a
seguir - pelas conseqüências da ação. Provavelmente, a mais fundamental lei da
conduta é: conseqüências controlam comportamentos. Fazemos algo - nos
comportamos - e então algo aconteça. As conseqüências do que fizemos
determinarão quão provável é que façamos a mesma coisa novamente (SIDMAN,
1995, p.50)
Em sala de aula, uma outra situação que pode ocorrer é a generalização, pois os
alunos podem generalizar seus comportamentos em situações parecidas, porém com
professores diferentes por apresentar bom resultado com o primeiro professor e, com isso,
tentar estabelecer uma boa relação com o segundo professor. Alunos podem, no início do
relacionamento com seus professores, usar a generalização para poderem estabelecer o
mesmo, ou seja:
... quando um organismo está condicionado para responder a um estimulo,
responderá da mesma maneira a certo outros. Isto se denomina generalização e, à
medida que se prosseguir, verificar-se-á que auxilia a explicar muito o
comportamento que, à primeira vista, parece ser complicado (KELLER, 1974,
p.130).
Cada relação que o aluno estabelece com o professor é particular e de forma única e
dependerá do seu repertório comportamental e também o do professor. Com isso, o
comportamento do aluno pode mudar diante de um professor diferente e vice-versa
(FRANÇA, 2000).
O aluno poderá usar do comportamento imitativo em determinadas situações na
hora em que for estabelecer uma relação com o professor, pois isso poderá vir a facilitar o
seu primeiro contato com o professor que, inicialmente, não conhece, mas com quem
precisa relacionar-se. Por exemplo: um determinado aluno observa que seu colega fala de
uma forma com o professor e este lhe responde de maneira agradável, ou seja, a
conseqüência é um estímulo reforçador. Com isso, este aluno imita o comportamento do
colega para também ser bem tratado pelo professor e manter uma boa relação com o
mesmo.
Tanto quanto sabemos, o comportamento imitativo não surge por ação de nenhum
mecanismo reflexo -inerente. Tal mecanismo implicaria o estímulo gerado por um
dado padrão de comportamento em outro organismo eliciasse em um outro
organismo uma série de respostas com o mesmo padrão - por exemplo, o estímulo
visual de um cachorro correndo eliciaria a corrida em outro cão. Este seria um
mecanismo extremamente complexo e a despeito de uma forte crença em
contrário, parece não existir. (SKINNER, 1994, p. 124)
Quando vemos pessoas olhando para a vitrine de uma loja, com toda a
probabilidade olhamos também não por causa de um instinto de imitação, mas
porque as vitrines que estão sendo observadas por outras pessoas provavelmente
reforçam esse comportamento. O repertório imitativo do indivíduo médio é tão
bem desenvolvido que sua origem fica esquecida, e o repertório é facilmente
aceito como uma parte inerente do comportamento. (SKINNER, 1994, p. 124)
Em qualquer lugar em que se está o ambiente que nos cerca interfere nos nossos
comportamentos. Com isso, pode-se dizer que uma sala da aula pode interferir tanto na hora
de estabelecer as relações entre professor-aluno, como nas expectativas que o aluno tem do
professor. É como Skinner (1993) fala “O comportamento deve ser apropriado à ocasião”
(p. 132). Tanto o ambiente físico como social interferem no comportamento. Um exemplo
que se pode usar é o de um determinado aluno que espera um novo professor e tem um tipo
de conceito sobre o mesmo, de que o professor é bom, explica a matéria direito e suas
provas são fáceis. Logo então, seus colegas começam a falar exatamente o contrário desse
mesmo professor. Nesse caso, o comportamento esperado pode mudar.
Pode-se dizer que a relação entre professor-aluno pode ser aprendida no dia-a-dia
entre ambos que ficarão em determinadas situações talvez nunca vividas anteriormente,
mas que saberão lidar pelo fato de terem capacidade de apreender o tempo todo.
As expectativas dos alunos sobre seus professores são um outro aspecto a
influenciar suas escolhas. Quando se toca no assunto, pode-se dizer igualmente que são os
comportamentos esperados por seus alunos e esse conceito possivelmente é formulado
através de regras estabelecidas por eles para seus respectivos professores, acreditando ser
adequadas na relação professor-aluno. Este será outro dos objetivos deste trabalho.
Quando se fala em expectativas, se fala também dos comportamentos esperados por
alunos de seus professores; ou seja as respostas que os professores vão emitir serão as que
os alunos esperam deles para determinadas situações. Pode-se dizer então que os eventos
comportamentais e as ações produzidas pelos professores são aqueles esperados pelos
alunos como comportamento ideal.
As expectativas podem ser criadas e repassadas através do comportamento verbal
onde este, num primeiro momento, informará e propiciará uma forma de lidar com
situações que ainda ocorrerão, sendo que o que será aprendido, no início, através do contato
verbal. Ou seja, o aluno ouvirá e falará coisas sobre seus professores, podendo ou não ser
essas coisas verdadeiras, fazendo com que o aluno espere um determinado comportamento
de seus professores.
Os alunos podem fazer uso da regra por não conhecerem ou não terem claramente a
compreensão das contingências que podem estabelecer a relação entre professor e aluno ou
também para poder estabelecer e definir o que é o papel do professor. “As regras são
particularmente valiosas quando as contingências são complexas, pouco claras ou por
qualquer outra razão pouco eficaz.” (SKINNER, 1993, p.110).
Outro fator que pode influenciar na hora de estabelecer os comportamentos ideais
dos professores refere-se às regras que podem ser aprendidas no ambiente educacional do
ensino superior, pois estas estarão voltadas para os professores desta área, pois o ambiente
em volta é propício para a formulação destas regras, onde a exposição acadêmica é, de uma
certa forma, extenso no curso de psicologia.
Artistas, compositores e poetas, às vezes, seguem regras (imitar o trabalho dos
outros é uma forma de seguir regras), mas atribui-se mérito maior ao
comportamento, devido a exposição da pessoa a um ambiente. (SKINNER, 1993,
p.110).
O papel da família como agente educacional pode ser outro fator relevante na hora
de se estabelecer uma relação entre professores e alunos, pois é a família o primeiro contato
social do aluno e é com ela que eles adquirem as primeiras regras do que é comportamento
ideal e do que não é.
"A família funciona como uma agência educacional ao ensinar a criança a andar,
a falar, a comer, de uma dada maneira, a se vestir, e assim por diante.”
(SKINNER, 1994, p.378).
Este trabalho foi realizado a partir de três tipos de objetivos sendo que o geral é,
verificar quais os comportamentos do professor citados como ideais pelos alunos, sendo
que será usada a análise do comportamento para tentar explicar, de forma clara, e os
específicos que são verificar como se estabelece a relação professor-aluno em sala de aula
mediante a visão do aluno, e o outro que é verificar as expectativas do aluno sobre o papel
do professor. Para isso, deverá ser buscada a opinião dos alunos para que seja relacionada
com o que foi descrito acima.
A partir da conclusão deste trabalho, deverá ser mostrado à sociedade acadêmica em
geral uma visão mais ampla e clara das características comportamentais ideais vistas nas
relações professor-aluno dentro da academia, uma visão geral do próprio aluno sobre seu
professor. Em vista disso, este trabalho pretende auxiliar trabalhos futuros que tenham
como objetivo esclarecer ainda mais este tema – uma vez que não é objetivo deste trabalho
esgotá-lo.
MÉTODO
Sujeitos:
Participaram do projeto de pesquisa 25 alunos do 5o ano do curso de psicologia,
com idade entre 22 e 42 anos, sendo 20 do sexo feminino, 04 do sexo masculino e 01 não
disse o sexo. A religião predominante é a católica com 18 sujeitos, o espiritismo com 02
sujeitos, a religião Batista com 01 sujeito , a religião evangélica com 01 sujeito, 03 não tem
religião. São da classe social média 19 sujeitos, 01 da classe média baixa, 01 da classe alta,
03 não disseram e 01 disse que não sabe.
Local:
Universidade da Amazônia, campus Alcindo Cacela, salas de aula.
Instrumentos e Técnicas:
Foi utilizado um questionário com 07 perguntas fechadas e. 01 aberta. O modelo do
questionário e do Termo de Consentimento Esclarecido seguem em anexo.
Procedimento:
1o Etapa: Pediu-se autorização à Universidade para que se pudesse recolher os
dados;
2o Etapa: Selecionaram-se os sujeitos (alunos) compatíveis com os da pesquisa e
conversou-se com eles para esclarecimento da mesma, sendo utilizado alunos de varias
turmas;
3o Etapa: Entregou-se 25 Termos de Consentimento Esclarecido e 25 questionários.
O objetivo da pesquisa foi explicado, assim como a garantia de sigilo das identidades.
4o Etapa : Recolheu-se os 25questionário respondido para levantamento da
pesquisa; porém com um pouco de atraso já que os alunos alegavam sempre não ter tempo
para responderem..
RESULTADOS
Os dados obtidos estão apresentados em forma de tabelas, pois essa foi a forma
mais bem encontrada para que se explicitassem os resultados alcançados.
Com relação à pergunta “Ao fazer uma comparação de como era a sua relação
professor-aluno no 1o ano e como é hoje, o que você ressaltaria”, verificou-se que 19
sujeitos afirmaram ter percebido melhoras na relação professor-aluno, onde dizem que
lidam melhor com as diferenças e respeitam suas individualidades. Outros 3 sujeitos
afirmam ter uma relação de amizade e que antes não possuíam. Outros 3 sujeitos
assinalaram a opção “outros”. Um deles o S.25 afirmou que “sempre tive uma boa relação
com meus professores” Um segundo S.9 assinalou “mudou, pois consigo me relacionar
melhor com eles, dependendo da receptividade de cada um, já que existem aqueles que não
permitem um contato mais próximo com os alunos”. Por fim, o terceiro S.1 concluiu:
“Mudou. Estamos mais parecidos; Eles não são mais deuses, pois podem ser questionados”.
Tabela 1: Respostas dos sujeitos à pergunta “Ao fazer uma comparação de como era a sua
relação professor-aluno no 1o ano e como é hoje, o que você ressaltaria”:
SUJEITOS RESPOSTAS
19 (S.2, S.3, S.4, S.5, S.7, S.10, S.11, Mudou, pois consigo me relacionar melhor com eles,
S.12, S.13, S.14, S.15, S.16, S.18, S.19, de maneira diferente, lidando com suas diferenças e
S.20, S.21, S.22, S.23, S.24) respeitando suas individualidades
3 (S.6, S.8, S.17) Mudou, pois consigo ter uma relação de amizade com
eles, que antes não possuía
Tabela 2: Respostas dos sujeitos à pergunta: “No início do ano letivo, você procura saber
como é a forma que seu professor age com os alunos em sala de aula”
SUJEITOS RESPOSTAS
8 (S.4, S.10, S.11, S.12, S.13, S.14, S.22, Procuro saber para ter noção de como agir com
S.23) ele.
12 (S.1, S.2, S.5, S.6, S.8, S.15, S.16, S.17, Não procuro saber com outras pessoas, mas sim,
S.18, S.19, S.20, S.21 ) no decorrer do ano letivo
Com relação à pergunta “Quando começa o ano letivo, que tipo de comportamentos
você espera dos seus professores”, 10 dos sujeitos disseram “Espero que eles nos tratem de
forma empática, para estabelecermos uma boa relação”. Outros 7 responderam “Espero que
eles nos ensinem tudo o que puderem para nos tornar bons profissionais”. Apenas um deles
afirma “Não espero nada; deixo as coisas acontecerem no decorrer do ano letivo”. Para
outros 5 sujeitos, a opção correta foi “O que eu espero depende de cada professor. Por isso,
os mesmos são diferentes e agem de forma diferente”. Três sujeitos assinalaram a opção
“Outros”. O S.1 observa “Espero que dêem o máximo de si, não só sobre o conteúdo, mas
também toda as dicas”. O S.6 salienta: “Espero que cumpram o programa da disciplina”. Já
o S.7 finaliza: “Espero que eles nos tratem de forma empática para podermos absorver
deles tudo para sermos bons profissionais, pois acredito que é imprescindível uma boa
relação entre professor-aluno para que se possa estabelecer uma aprendizagem consistente”.
É importante ressaltar que nesta questão houve a possibilidade de um mesmo sujeito
assinalar mais de uma alternativa e, justamente por isso, a somatória das respostas será
maior que o número de questionários propostos.
Tabela 3: Respostas dos sujeitos à pergunta “Quando começa o ano letivo, que tipo de
comportamentos você espera dos seus professores”
SUJEITOS RESPOSTAS
10 (S.2, S.3, S.4, S.8, S.9, S.11, Espero que eles nos tratem de forma empática para
S.13, S.22, S.23, S.24) estabelecermos uma boa relação
7 (S.5, S.9, S.10, S.17, S.20, Espero que eles nos ensinem tudo o que puderem para que
S.21, S.25) nos tornemos bons profissionais.
5 (S12, S14, S15, S18, S19) O que espero depende de cada professor. Por isso, os
mesmos são diferentes e agem de forma diferente.
Com relação à pergunta “De que forma você costuma tratar seus professores”,
encontraram-se 11 sujeitos que responderam “A forma com que trato os professores
depende do tipo de relacionamento que estabeleço com cada um”. Outros 10 disseram
“Trato todos de forma igual, sem distinção entre um e outro”. Outros 2 apontaram a opção
“Procuro tratá-los da melhor maneira possível para não ter confusão com eles”. A
alternativa “Outros” foi assinalada por 2 sujeitos. O S.7 informa “Procuro tratá-los da
melhor maneira possível, respeitando a individualidade de cada um”. Já o S.8 observa:
“Trato todos muito bem, para poder ser bem tratado. E isso acontece”.
Tabela 4: Respostas dos sujeitos à pergunta: “De que forma você costuma tratar seus
professores”
SUJEITOS RESPOSTAS
2 (S.2, S.16) Procuro tratá-los da melhor maneira possível, para não ter
confusão com eles.
11 (S.1, S.5, S.9, S.10, S.11, S.14, A forma com que trato os professores depende do tipo de
S.17, S.18, S.19, S.20, S.22) relacionamento que estabeleço com cada um.
10 (S.3, S.4, S.6, S.12, S.13, S.15, Trato todos de forma igual, sem distinção entre um e
S.21, S.23, S.24, S.25) outro.
Com relação à pergunta “Que tipo de qualidades você espera que seus professores
tenham”, Houve quase que a unanimidade nas respostas. Foram 23 os sujeitos que
responderam “Espero que eles sejam bons profissionais, qualificados, com ética e que
mantenham sempre uma relação agradável com seus alunos”. Os outros 2 optaram pela
resposta “Espero apenas que nos ensine a disciplina da melhor maneira possível para nós
podermos aprender e sermos bons profissionais”.
Tabela 5: Respostas dos sujeitos à pergunta “Que tipo de qualidades você espera que seus
professores tenham”.
SUJEITOS RESPOSTAS
23 (S.1, S.2, S.3, S.4, S.5, S.6, S.7, S.8, S.9, Espero que eles sejam bons profissionais,
S.11, S.12, S.13, S.14, S.15, S.16, S.17, Qualificados, com ética e que mantenham
S.18, S.20, S.21, S.22, S.23, S.24, S.25) sempre uma relação agradável com seus alunos.
Tabela 6: Respostas dos sujeitos à pergunta “Como você procura se comportar para manter
um bom relacionamento com seus professores”.
SUJEITOS RESPOSTAS
2 (S.5, S1.0) Procuro sempre tirar boas notas, não faltar às aulas e
fazer sempre os trabalhos que ele manda.
6 (S.1, S.9, S.14, S.17, S.18, S.20) A forma que eu me comporto, vai depender de cada
professor pois os trato de maneira diferente.
16 (S.2, S.3, S.4, S.6, S.7, S.8, S.11, Procuro tratá-los sempre de forma empática para
S.12, S.13, S.15, S.16, S.19, S.21, S.22, tentar ter um vinculo de amizade, e também ser
S.24, S.25) tratado da mesma forma
1 (S.23) Outros
Com relação à pergunta “No seu ponto de vista, a forma com que o professor se
relaciona com a turma interfere no seu aprendizado”, 13 sujeitos disseram “Interfere, pois
me sinto muito mais à vontade para tirar minhas dúvidas e expor minhas idéias”. Já para 12
sujeitos, a resposta encontrada foi “Interfere, pois quando o professor tem um bom
relacionamento com a turma, ele consegue ensinar de uma forma que a aula não fica
cansativa”. Apenas para 2 outros sujeitos a resposta encontrada foi “Não interfere, pois se
ele for um bom profissional, saberá ministrar suas aulas de maneira didática e que nos
prenda a atenção”. Esta questão é mais um exemplo de que os sujeitos dispunham para
escolher duas alternativas como corretas e válidas.
Tabela 7: Respostas dos sujeitos à pergunta “No seu ponto de vista, a forma com que o
professor se relaciona com a turma interfere no seu aprendizado”.
SUJEITOS RESPOSTAS
12 (S.3, S.4, S.5, S.7, S.10, Interfere, pois quando o professor tem um bom
S11, S.14, S.16, S.17, S.23, relacionamento com a turma, ele consegue ensinar de uma
S.24, S.25) forma que a aula não fica cansativa.
13 (S1, S2, S3, S7, S8, S9, Interfere, pois me sinto muito mais à vontade para tirar minhas
S.12, S.13, S.15, S.18, S.20, dúvidas e expor minhas idéias
S.21, S.22)
2 (S.6, S.19) Não interfere, pois, se ele for um bom profissional, saberá
ministrar suas aulas de maneira didática e que nos prenda a
atenção
S.3 “Serem todos qualificados para assumirem este posto; são empáticos e possibilitaram
um bom convívio com os alunos e acima de tudo “pregam” e “praticam” a ética
profissional”
S.9 “Empatia com a turma, conhecimento acerca da matéria, sinceridade e senso de humor
apurado.”
S.10 “Acredito que eles devem ser empáticos competentes, incentivadores e éticos.”
S.11 “Um ser empático; Um ser ético; Um ser interacional; Antes de tudo holístico”
S.18 “Que tenham um bom relacionamento com os alunos, que tenham uma didática boa.
Que se empenham para facilitar e tornar agradável o aprendizado”
S.22 “Escuta apurada, compreensão, paciência e empatia. OBS: nem todos nos permitem
esses comportamentos.”
A partir dos resultados obtidos, ficam claros os objetivos propostos pelo trabalho
em relação à pergunta que pede aos alunos para fazerem uma comparação sobre a sua
relação professor-aluno no 1o ano e hoje, todos os sujeitos afirmaram mudanças por
motivos diferentes. Os comportamentos não ocorrem no vácuo, nos comportamos sempre
em determinados contextos. O que fazemos é fortemente controlado pelas suas
conseqüências. “...Provavelmente, a mais fundamental lei da conduta é: conseqüências
controlam comportamentos. (...) As conseqüências do que fizemos determinarão quão
provável é que façamos a mesma coisa novamente” (SIDMAN, 1995, p.50). Dependendo
de como se estabelecem as relações entre professor e aluno é que serão escolhidas, pelo
aluno, as características ideais em seus professores. Os que optaram por “outros”
reconhecem as mudanças, que ocorriam por razões diferentes das relatadas na pesquisa.
Quando se perguntou se no início do ano letivo eles procuram saber a forma que
seus professores agem com os alunos na sala de aula, a maioria respondeu que não procura
no início do ano letivo, mas sim no decorrer do mesmo ano. Skinner (1993) ressalta que “...
O comportamento deve ser apropriado à ocasião” (p.132). Ou seja, no decorrer do ano
letivo, podem ocorrer variáveis no ambiente que interferem no comportamento dos alunos;
Os outros sujeitos afirmam que procuram saber, porém oito responderam que é para ter a
noção de como agir com eles; Saber como o professor costuma se comportar é uma forma
de discriminar, ou seja, é um estímulo discriminativo (SD) para que o aluno estabeleça uma
relação com o professor, pois os alunos procuram saber como o professor age para saber
como se comportar diante dele. Apenas um sujeito afirmou que procura saber para não
cometer falhas com o professor ou seja, a forma como o professor age terá sempre a mesma
resposta deste aluno não querer ter falhas com o professor. Esse sujeito provavelmente
possui uma história de ficar sob controle de regras estabelecidas por outras pessoas. Sidman
(1995) mostra que “... As conseqüências de nossas próprias ações agora influenciam o que
fazemos mais tarde. As conseqüências que aplicamos às ações de outras pessoas
determinarão quão provavelmente elas farão a mesma coisa novamente” (p.50).
Na terceira pergunta, “Quando começa o ano letivo, que tipo de comportamentos
você espera de seus professores?”, compara-se a um dos objetivos propostos pelo trabalho
“verificar as expectativas dos alunos sobre o professor”, ou seja, diz-se que a expectativa
dos alunos recai sobre o comportamento dos professores. Dez dos sujeitos responderam que
o que esperam é o comportamento empático e que este comportamento leva a uma boa
relação com o professor. Nesse caso, diz-se que o comportamento do professor será
considerado pelo aluno como a resposta que emitem aos mesmos em determinadas
situações, o que tem como conseqüência o bom relacionamento do aluno com o professor.
O sujeito S7 é enquadrado nesta análise, pois ele também diz esperar um comportamento
empático, porém com uma conseqüência diferente. Sete dos sujeitos acham que o
comportamento que o professor precisa ter é o profissional, ensinando tudo o que puder
para engrandecer profissionalmente seus alunos. O S.6 também pode ser enquadrado aqui,
afirmando que o professor deve cumprir o programa de sua disciplina. Outros 5 sujeitos
disseram que o comportamento esperado varia de professor para professor. Por serem
diferentes e agirem de forma diferente neste caso, há novamente uma discriminação por
parte do aluno, ou seja, ele usa o estímulo discriminativo para conduzir a relação entre
ambos, de maneira que haja uma diferenciação na forma de tratar os professores, para
determinada situação uma resposta e para cada resposta, uma conseqüência. Dois sujeitos
que responderam que não esperam nada mediante a justificativa, pode-se perceber que não
possuem quaisquer expectativas em relação à forma com que seus professores costumam
agir.
Com relação à quarta questão, pôde-se perceber respostas variadas. Dez dos 25
sujeitos pesquisados responderam que tratam os professores de forma igual, sem distinção
entre eles. Pode-se comparar com o que Keller (1974) fala acerca da generalização:
“Quando um organismo está condicionado para responder a um estímulo, responderá da
mesma maneira a certos outros. Isto se denomina generalização e, à medida que se
prosseguir, verificar-se-á que auxilia a explicar muito o comportamento que, à primeira
vista, parece ser complicado” (p.130). Porém, a maioria dos sujeitos diz que a forma com
que eles tratam o professor dependerá do tipo de relacionamento que eles estabelecem com
o professor, continuando o que querem propor.
Por outro lado, o comportamento dos organismos seria igualmente ineficiente e
desajustado se nunca pudesse ultrapassar a barreira da generalização. Um
organismo deve ser capaz de responder a objetos diferentes do seu meio; e a
observação comum que nos diz o que faz. A raposa persegue o coelho e não o cão
de caça; distinguimos a face de um amigo da de outro. O comportamento pode
mostrar especificidades em relação a estímulos, e quando esta se desenvolve em
face da generalização, falamos em discriminação. (KELLER, 1974, p.131)
Ainda em relação à quarta pergunta dois sujeitos marcaram a alternativa que diz que
procuram tratá-lo da melhor maneira possível, para não haver confusões, pode-se dizer que
a resposta que eles produzem na relação possuem uma conseqüência agradável.
A questão cinco está diretamente relacionada com a questão oito, uma vez que
ambas procuram abordar o objetivo geral do trabalho que é verificar as características
comportamentais que os alunos acham relevantes em seus professores. Na questão cinco,
vinte e três dos sujeitos responderam que as características são: bons profissionais,
qualificados, com ética e que mantenha sempre uma relação agradável com seus alunos.
Pode-se disser então que estes comportamentos tidos como ideais são regras que os alunos
usam para estabelecer a relação entre ambos na sala de aula, isso pode ser confirmado com
as respostas da pergunta oito onde 13 dos alunos deram a resposta "empatia" como o
comportamento tido com ideal para ser considerado um bom professor ,ou seja, os
comportamentos ideais citados pelos alunos podem distinguir estímulos discriminativos,
mostrar respostas adequadas para esses estímulos e também mostrar as conseqüências que
existem para a relação professor-aluno esses tipos de comportamentos ideais, ou seja, as
características listadas pelos alunos são as regras para os alunos estabelecerem um tipo de
relação na sala de aula é como Skinner (1993) fala "As regras são particularmente valiosas
quando as contingências são complexas, pouco claras ou por qualquer outra razão pouco
eficaz."(p.110). Além da "empatia" citada na questão oito, o professor para ser considerado
"bom" precisa ser, bom profissional, qualificado, com ética e manter uma relação agradável
com os alunos, citadas na questão cinco, ou seja , essas são as características que os
professores devem possuir para os alunos perguntados .
Ao se chegar na sexta questão, a maioria dos sujeitos responderam, procuro tratá-los
de forma empática para, com isso, ter um vínculo de amizade e também serem tratados de
forma idem. Com base nesta resposta, pode-se dizer também que acontece um
comportamento de generalização: a maioria dos alunos generaliza a forma com que
costuma se comportar diante de seus professores. O que levou a esta confirmação foi a
presença da palavra “sempre” na resposta. Assim, como os dois sujeitos responderam que
procuram sempre tirar boas notas, não faltar às aulas e sempre fazer os trabalhos pedidos
pelos mesmos, eles aparentam emitir a mesma resposta para todos os professores.
Comparando com a quarta questão, confirma-se que a maioria dos alunos usa a
generalização. O sujeito que respondeu à alternativa “Outros” também procura tratar de
forma empática aos professores, acrescentando que procura não faltar às aulas. Seis sujeitos
assinalaram que a forma com que eles se comportam depende de cada professor, pois
tratam-nos de maneira diferente, ou seja, nas relações entre professor e aluno, pode-se
muito bem explicitá-lo na tríplice relação de contingência mediante uma condição. O aluno
responde com um determinado comportamento e em seguida terá a conseqüência que
estabelecerá o tipo de relação entre professor-aluno.
Na pergunta sete “No seu ponto de vista a forma com que o professor se relaciona
com a turma, interfere no seu aprendizado” a maioria dos sujeitos respondeu que interfere,
ou seja mais uma vez pode-se perceber que o comportamento do professor servirá de
estimulo discriminativo para o comportamento de aprender do aluno. Apenas dois sujeitos
responderam que não interferem e que se eles forem bons profissionais e ministrarem as
aulas de maneira didática e que prendam a atenção é que terão um bom aprendizado, neste
caso pode-se dizer que esses alunos possuem uma regra para o seu aprendizado: o não
envolvimento com o lado “pessoal” do professor.
Mediante os resultados obtidos pode-se perceber o tipo de relacionamento que deve
existir entre o professor e o aluno, é o relacionamento empático , ou seja, o comportamento
de empatia pode levar a uma contingência de reforçamento positivo na relação entre
professor-aluno.
Contudo, pôde-se perceber que o presente trabalho conseguiu alcançar os objetivos
propostos onde se pôde analisa-los de forma clara e também percebê-los como se
estabelecem na fala dos alunos, sendo relevante para a comunidade científica onde se
contribuiu com um olhar diferente para a relação professor-aluno, que é o da análise do
comportamento, já que não se encontrou nada especificamente relacionado a esse tema na
literatura atual. Trabalhos posteriores poderão ser realizados, objetivando investigar o ponto
de vista do professor sobre seus conceitos de professor ideal. Uma outra possibilidade seria
realizar um estudo comparativo entre o ponto de vista do professor e do aluno sobre os
comportamentos considerados ideais para um bom aluno. Assim sendo, este trabalho
proporcionou um leque de possibilidades a investigação da relação entre o professor e o
aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Assinatura
IDENTIFICAÇÃO
Nome (iniciais):__________________________________________________________
Idade:__________________________________________________________________
Sexo:___________________________________________________________________
Escolaridade:_____________________________________________________________
Classe Sócio- Econômica:___________________________________________________
Religião:_________________________________________________________________
Questionário
1- Ao fazer uma comparação de como era a sua relação professor aluno no 1o ano e como é
hoje, o que você ressaltaria ?
( ) _ Mudou pois, consigo me relacionar melhor com eles de maneira diferente lidando
com sua diferenças e respeitando suas individualidades.
( ) _ Não mudou continuo tratando-os da mesma forma que tratava-os no 1o ano.
( ) _ Mudou pois , consigo ter uma relação de amizade com eles que antes não possuía.
( ) _ Mudou pois , hoje os trato de maneira mais distanciada com uma relação restrita a
sala de aula.
( ) _ Outros. _________________________________________________________
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2- No inicio do ano letivo você procura saber como é a forma que seu professor age com os
alunos em sala de aula ?
( ) _ Procuro saber. Para poder ter noção de como agir com ele.
( ) _ Não procuro saber com outras pessoas, mais sim no decorrer do ano letivo.
( ) _ Procuro saber. Para não cometer falhas com o mesmo.
( ) _ Outros.
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3- Quando começa o ano letivo que tipo de comportamentos você espera dos seus
professores?
( ) _ Espero que eles nos tratem de forma empática, para estabelecermos uma boa relação.
( ) _ Espero que eles nos ensinem tudo que poderem para tornar-me um bom profissional.
( ) _ Não espero nada deixo as coisas acontecerem no decorrer do ano letivo.
( ) _ O que eu espero depende de cada professor, pois os mesmos são diferentes e agem
de forma diferente.
( ) _ Outros.
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7- No seu ponto de vista a forma com que o professor se relaciona com a turma interfere
no seu aprendizado ?
( ) _ Interfere, pois quando o professor tem uma boa relação com a turma ele consegue
ensinar de uma formar que a aula não fica cansativa.
( ) _ Interfere, pois me sinto muito mais à vontade para tirar minhas duvidas e expor
minhas idéias.
( ) _ Não interfere, pois se ele for um bom profissional saberá ministrar sua aulas de
maneira ditática e que nos prenda a atenção.
( ) _ Outros.
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