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ALEHE
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9Ü
RADICALIZE
UM DESAMO PARA FAZER DIFERENÇA NA ADOLESCÊNCIA
MC
mundocrlstão
São Paulo
SUMÁRIO
Agradecimentos 9
Prefácio 15
A'ocas 205
PREFÁCIO
Chuck Norris
%
Q- < QS h- u j
REPENSANDO A ADOLESCÊNCIA
C A P ÍT U L O 1
para seguir a Cristo da m elhor m aneira que nos for possível. Já ul
trapassam os a nossa cota de erros, e. embora não acreditemos na
existência do “adolescente médio”, não h á nada de tão extraordinário
no que diz respeito a nós, em termos pessoais. Ainda assim , passamos
por algum as experiências formidáveis. Aos dezesseis anos, fizemos
um estágio na Suprema Corte do Alabam a. Aos dezessete, trabalham os
como diretores regionais em quatro cam panhas políticas estaduais.
Aos dezoito, colocamos no ar o blog cristão mais popular da inter
net. Falávamos com milhares de adolescentes e seus pais por meio de
videoconferências com a participação de pessoas de todo o território
norte-americano e até do exterior. Alcançávamos milhões de pessoas via
internet. No entanto, se os anos de nossa adolescência têm sido diferen
tes dos da maioria dos jovens, isso não acontece por sermos, de algum
modo. diferentes dos outros adolescentes, m as porque somos motiva
dos por uma ideia tão simples quanto grandiosa. Trata-se de um a ideia
que você vai encontrar por conta própria nas páginas a seguir.
Temos observado como o conceito que serve de base para este
livro tem potencial para transform ar adolescentes “m edianos" em
pessoas capazes de transform ar o m undo e realizar façanhas inacre
ditáveis. F. eles começaram sim plesm ente dem onstrando disposição
de rom per com aquele modelo que a sociedade m antém a respeito
d as limitações dos jovens dessa faixa de idade.
Assim, embora a história comece conosco, este livro não é sobre
nós. e nunca foi a nossa intenção fazê-lo assim . Ele trata de algo
que Deus está fazendo no coração e na m ente de nossa geração. Este
livro é sobre uma ideia. É sobre um m ovim ento de rebeldia contra
a tendência de subestim ar o adolescente. É sobre um a mobilização
que está mudando as atitudes e a s ações de adolescentes em todo o
m undo. E queremos que você faça parte desse processo.
Este livro convida você a a n a lisa r algu m as questões radicais:
• É possível que, em bora os adolescentes de hoje tenham m ais
liberdade do que em q ualquer outro m om ento da História, es-
MUITA GENTE >IÂO ACREDITA 21
Nos meses seguintes, não fizemos q uase nada além de ler. Prepa
ramos resum os de livros como O ponto de desequilíbrio, de Malcolm
Gladwell;' The Rise o f Theodore Roosevelc [A ascensão de Theodore
Roosevelt], de Edm und Morris;2 Verdade absoluta, de Nancy Pearcey:3
O tecido do cosmo, de Brian Greene:4 e O mundo éplano, de Thom as
Friedman.5 entre outros. Q uanto m ais líam os, m ais a nossa m ente se
enchia de pensam entos em polgantes (e. ao m esmo tempo, perturba
dores) sobre este m undo que m uda com tanta rapidez c a posição que
nossa geração ocupa dentro dele.
Começamos a perceber que. em bora os livros que estávam os len
do fossem todos escritos por adultos, os adolescentes constituíam o
público que m ais precisava despertar para seu conteúdo. Afinal de
contas, os adolescentes são ap en as a s pessoas que um dia viverão
no mundo descrito nesses livros, m as tam bém serão convocados a
liderá-lo. Aquela leitura nos convenceu de que os anos da adoles
cência tinham de ser m ais significativos do que sugeria a cultura.
Decidimos inaugurar um blog que servisse como um espaço no qual
poderíamos com partilhar nossas reflexões com amigos e quaisquer
outras pessoas que estivessem enfrentando os mesmos questiona
mentos. Sabíamos que precisávamos de um a área onde fosse possível
expressar nossas ideias, e a internet era. sem dúvida, a melhor opção.
Depois de algum as idas e vindas, finalm ente encontram os um bom
nome para o nosso blog: Rebelução.
É provável que a palavra “rebelução" seja nova para você. Para
serm os sinceros, nós a inventam os. Combinamos “rebelião" com ‘re
volução" para form ar um a palavra inteiram ente nova para u m concei
to inteiramente novo: rebeldia contra a rebelião. Mais precisamente,
definimos “rebelução" como "um a rebelião contra a desvalorização
da adolescência".
Neste capítulo, querem os m ostrar a você o lado pessoal da Rebelu
ção porque foi assim que ela começou: com o despertam ento de dois
adolescentes para um a g ran d e ideia e com os primeiros rum ores de
0 NASCIMENTO DE W A GRANDE IDclA 25
0 início da Rebeluçáo
Quando voltam os para casa, ficamos entusiasm ados com a perspec
tiva de m ud ar o foco da comunidade virtual que continuava a crescer.
Logo chegam os à conclusão de que teríam os de elevar o blog a outro
nível, inaugurando um site completo capaz de oferecer recursos adi
cionais e indicar m aneiras pelas quais os rebelucionáríos poderiam
interagir u n s com os outros.
Na verdade, nunca planejamos adm inistrar um site completo por
nossa conta. No entanto, a comunidade já estava ali, por isso a m onta
gem de um site parecia ser o caminho natural. Contratamos um amigo
para fazer toda a parte de programação para nós enquanto elaboráva
mos o projeto e tentávamos imaginar qual o caminho a seguir. Para
poder contar com um novo visual e proporcionar um a experiência di
ferente, o novo website tinha de oferecer fóruns de discussão, links
com centenas de outros artigos de grandes autores (do passado e do
presente) e um a área de conferência que destacasse nosso plano de
organizar quatro eventos regionais durante o ano de 2007. Semanas
de planejam ento e muitas noites insones depois, o site foi lançado cm
28 de agosto de 2006, quando o blog Rebeluçáo completava um ano.
Era a prim eira vez que criávamos um website, mas conseguimos
contar com a ajuda de outros jovens de todo o país (e até de algum as
pessoas do exterior) para que o projeto ficasse pronto a tempo. Alex
0 NASCIMENTO DF UMA GRANDE IUEIA 35
O MITO DA ADOLESCÊNCIA
Denúncia de uma cultura de descrédito que
está espoliando nossa geração
Você conhece algum dono de elefante? Nós também não. Fomos criados
com os bichos de estim ação m ais banais e com alguns não tão com uns,
como ratos, cobras, patos selvagens, tartarugas, salam andras, uma
coruja enorm e e até um filhote de veado com rabinho branco. Mas
nunca tivemos um elefante.
Isso não nos impedia de sonhar. Era muito fácil im aginar a situa
ção. Algum garoto se gabava, dizendo:
— Ei. a m inha fam ília comprou um cachorro! Ele tem até pedi
gree ! Sabe buscar a s coisas quando a gente joga, aprendeu a sentar
e todas essas coisas!
M uito bom — respondíam os. E a nossa fam ília acabou de
com prar um elefante.
A partir daquele m om ento, passávam os a ser os reis gêm eos do
pátio do playground do prédio.
— One tal trazer o seu cachorrinho com pedigree um dia desses?
A postam os que o nosso bichinho de estimação consegue sen tar em
cima do seu.
Q uando ficam os m ais velhos, aprendem os um pouco m ais a
respeito dos elefantes. Por exemplo, em certas p artes da Ásia. os
fazendeiros aind a u sam elefantes para realizar boa parte das ta
refas m ais p esad as. E lefantes arrancam árvores in teiras do solo.
a rra stam to ras e carregam cargas bem pesadas. Eles sã o bons nisso
tam bém , e n ão a p e n a s por serem muito grandes, m as porque são
incrivelm ente fortes.
38 RADICALIZE
Antes do O rkut
A palavra “adolescente" é tão corriqueira hoje em dia que a maioria
das pessoas nem sequer se preocupa com seu significado: quando
alguém o faz, não é. em geral, de modo positivo. Segundo o dicioná
rio, o adolescente é um a pessoa que tem de treze a dezenove anos de
idade. Há um a grande chance de você se encaixar nessa categoria.
Como a maioria dos adolescentes, você frequenta a escola, tem um
perfil no Orkut e usa m ais o seu telefone do que um a câm era para
tirar fotos.
Mas será que se surpreenderia se descobrisse que houve um tem
po no qual o conceito dc adolescência sequer existia? Não acredita
no que acaba de ler? Então vam os brincar de perguntas e respostas
— um quiz.
A primeira utilização da palavra "adolescente” de que se tem re
gistro foi:
a) A primeira edição do Novo Testamento em inglês, pela Tynda-
le. eni 1526.
b) Romeu ejulieta, de William Shakespeare, em 1623.
c) Poor Richard’s Almanac [Almanaque do pobre Ricardo], de
Benjamin Franklin, em 1739.
40 RADICALIZE
G e o rg e , D avid e C lara
George nasceu no norte da Virgínia. ein 1732. era filho de um casal
de classe m édia. Q uando tinha onze anos. ele perdeu o pai. Embora
0 MITO DA ADOltSCÉNCIA 41
frequência. Aqui estão algum as das sugestões que o Google nos deu
quando tentam os digitar “adolescentes" e “expectativas":
• Adolescentes e drogas.
• Adolescentes e álcool.
• Adolescentes e fumo.
• Adolescentes e bebidas.
• Adolescentes e maconha.
• Adolescentes e celulares.
Até m esm o as expectativas do Google sáo reduzidas quando se
trata dos adolescentes! Mesmo assim, fizemos nossa pesquisa.
O prim eiro resultado estava relacionado com adolescentes e o
abuso d as drogas e do álcool. Outro apontava para um artigo intitu
lado “Guia para os pais que desejam sobreviver à adolescência dos
filhos". M as o único resultado que saltou diante de nossos olhos foi
um artigo sobre como ensinar os adolescentes a assum ir responsabi
lidades a partir do estabelecimento de expectativas.
0 artigo5 parecia promissor, por isso clicamos no link: “Ouando
você desenvolve form almente um a série de expectativas em relaçáo
ao seu filho adolescente, começa a prepará-lo para ser bem-sucedido
nessa jornada". Aí pensam os: “Isso é muito bom!". M as pode ser que
não seja.
A a u to ra prossegue propondo uma lista de expectativas para os
adolescentes, divididas por faixas etárias. Primeiro, ela trata dos
pré-adolescentes e das faixas de idade m ais baixas, de dez a catorze
anos. Aqui estão alguns exemplos:
• Espera-se que você faça a sua cam a todos os dias.
• Espera-se que você seja capaz de anotar um recado deixado
por alguém que ligou.
• Espera-se que você limpe seu quarto toda sem ana (com a ajuda
da m am ãe e do papai).
0 MITO DA ADOLESCÊNCIA 47
O p o d er s u rp re e n d e n te d a s e x p e c ta tiv a s
É provável que você conheça o d itado que afirm a: "Ideias geram con
sequências". Mas você sabia q u e a s expectativas também produzem
o m esmo efeito7 É verdade. O poder das expectativas tem sido com
provado em diversos estudos ao longo das últim as décadas. Nós co
nhecemos bem dois desses estudos, um deles realizado em um colégio
público de San Francisco c o o u tro em u m a faculdade teológica em
nossa cidade natal. Portland, no E stado do Oregon.
Ambos os estudos foram realizados da m esm a maneira. Os pro
fessores receberam d u as tu rm as de estud an tes, divididos entre elas
ao acaso. No entanto, os m estres receberam a informação de que uma
das turm as era form ada pelos m elhores e mais brilhantes alunos,
enquanto a outra classe era com posta de alunos abaixo da média.
Com esses dados, os professores com eçaram a dar aulas. E adivinhe
o que aconteceu...
Todas as interações dos professores com os estudantes foram in
fluenciadas por su as expectativas. Q uando os m estres trabalhavam
com um aluno da turm a dos "b rilh an tes'’, eles persistiam com aque
le estudante até que ele chegasse à resposta certa. Quando, porém,
lidavam com um aluno da classe dos m ais "lentos" que não conse
guia encontrar a resposta certa com facilidade, os professores passa
vam a questão para outro estu d an te. O uando um aluno da classe dos
"melhores" encontrava algum a dificuldade, os professores minimiza
vam, dizendo se tratar a p e n a s de u m "dia ruim ". No entanto, quando
o problema era com um a lu n o d a o u tra turm a, os m estres atribuíam
a dificuldade à capacidade lim itada de aprendizado.
0 MITO DA AQOIESCÉNOA 49
R om pendo a co rd a
Lembra de nosso elefante indiano, preso por nada m ais do que um
pedaço de corda c um a estaca cravada no solo? 0 que acontece ali?
Por que ele não se solta? Não lhe falta a força para isso. Por que m o
tivo o elefante n ão a usa?
Eis como a coisa funciona: quando o elefante ainda é jovem, o
dono o afasta da m ãe e o prende a um a árvore com um a corrente bem
forte em volta da pata traseira direita. Durante dias ou sem anas, o
jovem elefante se esforçará para sair, puxando e tentando romper a
corrente, m as a única coisa que consegue é fazer aquela corrente lhe
cortar a pata. Com o tempo, o anim al desiste e aceita a ideia de que
não pode ir a lugar algum se tiver algum a coisa cm volta de sua pata
traseira direita.
Logo o dono do elefante pode substituir a árvore por um a estaca
e a s correntes por um pedaço de corda, pois bastará ao elefante sen
tir algu m a resistência na pata para desistir e parar. Não há nada ali
além de um pedaço de corda envolvendo o tornozelo do paquiderme,
m as há algem as em volta de sua mente.
Neste livro, tem os a esperança de dem onstrar que nós (Alex, Breu,
você e os adolescentes do m undo todo) somos como aquele elefante.
Temos consciência da força e do potencial que Deus nos concedeu — o
potencial para pegar pesado e realizar coisas im portantes— . m as ain
da somos escravos de um a mentira. Fomos condicionados a acreditar
cm coisas falsas, a parar quando as coisas complicam e negligenciar o
incrível propósito de Deus para os anos de nossa adolescência.
Nos capítulos a seguir, querem os m ostrar que, bem lá no fundo,
você deseja pegar pesado e sabe que foi criado para realizar coisas
0 MITO DA ADOLESCÊNCIA 53
.'30
CAPÍTULO 4
UM CAMINHO MELHOR
Os anos da adolescência como plataforma de
lançamento para a aventura da vida
Não sei. Já pensei nisso, mas eu meio que olho para a vida como se
fosse um período contínuo de férias. Tenho de me divertir quanto
puder, Tenho dezoito anos. c. já que não vivo com minha mãe, posso
sair e ficar na rua ate a hora que bem entender. Então a coisa é mais
ou menos assim: MA vida é como estar em férias o tempo todo. e eu
quero mais é me divertir e curtir muito minhas férias". Depois disso,
tudo o que quero é me livrar das drogas, colocar a vida em ordem e
seguir em frente. Mas não desejo que esse dia chegue muito rápido.
Ainda quero me divertir e curtir demais a vida.
É provável que exista um pouco de Raymond em cada um de nós.
Você consegue vê-lo em su a vida? Ou n a vida de algum a pessoa que
conhece? A visão de Raymond reflete a m entalidade de m uita gente
que pertence à nossa geração. Como m uitos adolescentes, ele acre
dita q u e tem todo o tempo do m undo. Em algum ponto da vida. ele
pode to m ar a decisão de largar a s drogas, am adurecer e seguir em
frente com o se nada tivesse acontecido.
M as será que ele está certo?
B asta girar um botão para tudo se resolver? Ou será que Raymond
está seguindo um cam inho que o levará a um a enorme decepção q u a n
do acordar para a realidade? Será que ele continuará m ergulhando
n esse estilo devida, como um d esses sujeitos qu t pensam estar apro
v eitand o o melhor, para descobrir depois que. na verdade, desperdi
çou a adolescência e ainda colocou em risco o próprio futuro?
N este capítulo, darem os u m a o lhada rápida cm um grupo de pes
so as iguais a Raymond. Na verdade, vam os até dar a elas um nome.
Em seguida, m ostrarem os as g ran d es oportunidades que essas pes
so as e stã o perdendo. M as só a título de alerta: vam os u sar palavras
d a s q u a is Raymond provavelm ente não gostaria porque descrevemos
e ssa s g ran d es oportunidades com o o s cinco tipos de coisas radicais
q u e possuem o poder de nos lançar do ponto onde estam os para o
m elhor futuro possível.
Primeiro, porém, o que querem os dizer quando falam os a respeito
de “la n ç a r ?
UM CAMINHO MELHOR 57
F racasso no la n ç a m e n to
Tivemos aulas de n atação quando éramos crianças, mas, como
fomos criados no noroeste, perto do oceano Pacífico, onde chovia
muito, n ão nos dedicávam os m uito a esportes aquáticos. Em outras
palavras, não espere que dem onstrem os grande habilidade dentro
d'água. Isso não vai acontecer.
No entanto , um a coisa que aprendemos foi a seguinte: todo tram
polim tem um ponto ideal para se pular. Se a pessoa der um salto
bem g rande e pisar no lugar certo, o trampolim a lançará bem alto,
descrevendo u m a curva perfeita até a entrada de seu corpo na água
da piscina. Pelo m enos. é o que se espera. É claro que. se essa pessoa
não pisar no ponto certo do trampolim, a coisa não funcionará tão
bem. O corpo perderá o equilíbrio, o trampolim dará um solavanco e
ela vai b alançar até cair toda desajeitada na água. Pode ser até que
caia de barriga. Na verdade, se alguém estiver assistindo, pode ter
certeza de que ela cairá de barriga.
Voltemos ao assu nto. Você consegue ver o quadro que estam os
tentando desenhar?
A piscina é a s u a vida no futuro. O trampolim é a su a vida presen
te. O mito da adolescência faz você acreditar que o m om ento atual
é de fazer festa à beira da piscina. Mas o fato é que você já está p u
lando no tram polim .
A intenção do tram polim é nos lançar, nos projetar com propósito
e precisão na direção do futuro. Podemos tanto d ar um m ergulho
bem -sucedido dentro da piscina da maturidade quanto cair de barri
ga — um lançam ento fracassado.
No livro ThoughtsFor YoungMen [Reflexões para jovens], J. C. Ryle
escreve: ‘A juventude é o tem po da semeadura para a vida adulta, a
estação da formação no curto espaço da vida hum ana, o m om ento da
virada na história d a m ente de um homem".2 Em o u tras palavras, o
que cada um de nós se to rnará no futuro depende em g ran d e medida
daquilo que som os agora. Será que estam os levando isso realm ente
a sério?
58 RADICALIZE
0 e s p írito da coisa
Lembra-se de George, David e Clara, sobre quem falam os no capítulo
anterior? Da última vez que falamos sobre George, ele trabalhava
como pesquisador oficial do condado de Culpeper aos dezessete anos.
62 RADICALIZE
Q uanto a você. não sabemos, mas nós estamos o tempo todo er
guendo essa cerca Invisível (aquela que mantém as am eaças do lado
de fora c nós do lado de dentro). Ela se (orna maior a cada vez que
dizemos ou pensam os coisas como: “Não sou um cara bom cm mate
mática"; "Não sou um a pessoa organizada. Meu cérebro não funciona
desse jeito”; ou: "Sei que sou uma pessoa meio difícil de lidar".
Quando u sa m o s esses argumentos, estamos dizendo, na verda
de. que não querem os fazer as coisas complicadas ou difíceis. Não
estam os interessados em romper as barreiras impostas por nossos
temores. Por meio de nossas ações, também estamos declarando que
Deus não e suficientemente bom e poderoso para nos ajudar naquilo
que não podem os fazer por conta própria.
E esse é o tipo de mentira que o inimigo adora! (Ele também já
leu Hb 11:6.)
Smich Wigglesworth só aprendeu a 1er quando adulto, e durante a
maior parte de s u a vida foi incapaz de falar em público em virtude de
um a terrível gagueira. Contra todas as probabilidades, ele superou
os im pedim entos e se tornou um dos maiores evangelistas da Ingla
terra. levando milhares de pessoas a Cristo.
Poderíamos ouvir essa história c dizer: “Que pena. Se ele tivesse
conseguido falar com m ais facilidade, imagine como seu ministério
poderia ter sido m ais frutífero". Mas Wigglesworth reconhecia que
as dificuldades pelas quais havia passado foram fundamentais para
a eficácia de seu ministério. Ele costumava dizer: “Uma grande fé é
resultado de grandes lutas. Grandes testemunhos são produzidos a
partir de grandes testes. Grandes triunfos só podem surgir quando
passam os por grandes provações".1 Assim, quais são as nossas jus
tificativas para permanecermos sentados, sem fazer nada?
1. Não som os tão bons quanto alguém ou algum a coisa que co
nhecemos.
2. Não temos todos os recursos dos quais achamos que precisamos.
78 CINCO MANEIRAS OE "PEGA« PESAOO*
que tín ham os a algo que nos era m uito importante, mas nossos esfor
ços foram em vão. Não querem os nos constranger de novo com isso.
A verdade, porém, é que essa espera tem tudo para ser muito
longa. Sc ficarmos esperando a té que o medo e a sensação de inade
quação vão embora, nunca farem os as coisas radicais do lado de fora
de nossa zona de conforto. E n qu an to não dermos um passo apesar
de nossos medos, nenhum de nós jam ais será realmente capaz de pe
gar pesado. Se quisermos continuar nesse processo de crescimento,
aprendendo lições que durarão pelo resto da vida. é necessário derro
tar esses temores — não fazendo-os desaparecer, mas reconhecendo
que existe algo pior do que a sen saç ão de desconforto, pior do que o
fracasso. A pior coisa é nunca tentar.
Compare as histórias de Betsy e Grace:
— Ela está grávida.
— Eu nunca a vi antes. É m uito jovem?
— A cho que sim. Foi u m a a m ig a m inha quem disse que ela está
grávida. São da m esm a turma.
Betsy ficou ouvindo as a m ig a s fofocando a respeito da garota
grávida. Então olhou para o o utro lado da lanchonete. Lá estava ela,
sentada sozinha. Ninguém com quem pudesse conversar. Ninguém
para rir a o seu lado. Ninguém p ara chorar com ela.
"Como será que ela está se sentindo ago ra?”, pensou Betsy. “Será
que ela tem uma am iga com quem possa conversar?” Foi então que
Betsy sentiu como se alguém a estivesse cutucando.
“Por q u e agora. Deus?", ela questionou. “Será que o senhor não
pode encontrar outra pessoa p ara falar com ela? O que todo mundo
vai p en sa r de mim? Estou com medo!"
“Vá a té ela", a voz sussu rrou , m a s de u m a maneira muito clara.
Isso se repetiu por três dias seguidos. Só Betsy náo quis ouvir aquela
voz. Até que a garota foi embora.
“Eu m e arrependo da m an eira pela qual ignorei o chamado de
Deus para fazer o que ele estava me orientando”. Betsy comentou c o
nosco m ais tarde. “Sempre vou me perguntar como era aquela g aro
AQUELE PRIMI RO PASSO TiO ASSUSWOOfi 81
C onheça o sr. C o m p la c ên c ia
O mito da adolescência tenta convencer você de duas maneiras. A
primeira é produzindo um a lavagem cerebral baseada na desvalo
rização desse período da vida. Se essa tática não funciona, o mito
transforma você cm um a exceção. Neste caso. ser um a exceção signi
fica que. em comparação com a irresponsabilidade, a imaturidade e a
incompetência que se espera dos adolescentes, você está oficialmen
te acima da média. Uau! Ganhou u m a estrela dourada!
Mas espere um pouco. Ser rotulado como exceção quando essa
não é a sua intenção acaba se transformando em uma armadilha.
Você pode se tornar como Sarah, flutuando cm seu status de ad o
lescente acim a da média sobre um rio de mediocridade. Sua estrela
dourada reduz as chances de que você um dia possa alcançar seu
verdadeiro potencial.
Não dem ora muito c logo você é cegado pela complacência, que
pode ser definida como um sentim ento arrogante de satisfação com
aquilo que se é e com as coisas que se faz. Reconhece esse sentim en
to? Nós reconhecemos. Gostamos dele. com toda a sinceridade. Mas
estam os aprendendo que essa satisfação arrogante logo conduz a
uma verdadeira decepção.
Sabe por quê? Assim como o orgulho, a complacência se desen
volve quando se esconde por trás d as racionalizações (“Ei, eu fiz
o melhor que podia..."). Obviamente, isso quer dizer que a maioria
d as pessoas complacentes não ach a que tem um problema. E, como
muitos hom ens sábios ao longo da História observaram, o inimigo
mais perigoso é aquele que não conseguimos reconhecer. Quando
você não acha que tem um problema — como teria? Afinal, você está
acima da média! — , torna-se u m a vítima fácil de muitas mentiras
bem camufladas.
Imagine se a complacência fosse u m a pessoa com quem você con
vivesse. O sr. Complacência se sentaria ao seu lado, admiraria sua
estrela dourada brilhante e, em seguida, sussurraria várias coisas
com o objetivo de bajular você:
ALÉM DAS EXPECTATIVAS 93
• "As pessoas acham você demais. Oue sorte, hein? Você nem
precisou se esforçar para conquistar ta n ta admiração."
• "Tudo está correndo muito bem. Para que aceitar um novo
desafio e correr o risco de fracassar?”
• "Você já é suficientemente bom. Para que perder tempo se
aprimorando?"
• “Em comparação com determ inadas pessoas... bem... você não
é cão ruim assim!"
• "Nunca escutei falar que Thom as Edison ou Bill Gates tives
sem conquistado um a estrela dourada."
Ouça o sr. Complacência por muito tempo c ele o convencerá de
que você precisa, e muito, tirar um a sonequinha.
Mas não se engane. O preço que se paga pela complacência é uma
realidade, e pode ser trágico. Acabamos assum indo os hábitos de nos
contentar com a mediocridade e de inventar justificativas. A vida fica
chata e nem temos muita certeza do motivo. Sabemos (ou. pelo menos,
suspeitamos) que poderíamos ter feito ou sido muito mais do que fize
mos ou fomos. Mas. como vivemos flutuando, não há como ter certeza
disso. É melhor tirar outra soneca.
O periódico Bits & Pieces traça esse quadro deprimente do que
está realmente acontecendo:
A complacência é uina ferrugem que suga a energia, embota a atitude
e drena a atividade cerebral. O primeiro sintom a é satisfazer-se com
tudo do jeito que é. O segundo é a rejeição das coisas do jeito que
elas poderiam ser. "Suficientemente bom" se torna a senha de hoje
e o padrão de am anhã. A complacência faz as pessoas temerem o
desconhecido, desconfiar do que nunca experimentaram e abominar
o novo. Assim como a água. as pessoas complacentes seguem-a dire
ção do mais fácil — ladeira abaixo. Elas acumulam uma falsa força
do passado.1
pela excelência; que isso não é suficiente para impressionar uma so
ciedade que mantém expectativas notoriamente baixas em relação aos
adolescentes: que não basta ser uma pessoa fora do comum em um mar
de mediocridade.
Assim como Mary, podemos nos envolver tanto nessa fixação por
ser a pessoa mais consagrada do grupo de jovens da igreja ou pela
conquista do prêmio Celebração da Excelência em Liderança que
acabamos perdendo de vista os padrões divinos. Não conseguim os
desenvolver o nosso verdadeiro potencial porque nos concentram os
apenas em ser melhores do que o segundo lugar.
Os estudantes que nos escreveram reconheciam essa realidade e
não estavam dispostos a comprometer seu futuro, por isso tratavam
de ultrapassar os padrões de mediocridade. Eles entenderam que o
padrão divino não consiste cm que sejamos as pessoas m ais consa
gradas de um grupo de jovens repleto de cristãos nominais, m as em
que sejamos “santos" porque ele é santo (IPe 1:16). O padrão de Deus
não exige que sejamos os melhores alunos da turma, m as um "servo
de todos" (Mc 9:35).
Deus estabeleceu padrões tão elevados para que não com etêsse
mos o erro de nos contentar com objetivos medíocres. Além disso,
não temos desculpa para deixar de nos desenvolver e crescer.
A complacência pode ser identificada em nossa vida q u a n d o fa
zemos a nós m esm os as perguntas a seguir e as respondem os com
honestidade:
• Em que áreas de m inha vida fiquei aquém dos padrões de
Deus e de meu potencial?
• Quais são as áreas de minha vida que não estão recebendo a
devida atenção de m inha parte?
• Em que áreas me acomodei, mesmo sabendo que poderia ter
ido além se eu me esforçasse?
• Em que áreas assum i uma atitude do tipo “isso nunca vai
m u d ar” sem empreender aquele tipo de esforço que seria real
mente capaz de m u d ar a situação?
Essas perguntas são difíceis porque ninguém mais pode respondê-
las em seu lugar. Só você sabe quão melhor poderia ser se tentasse de
verdade, e, se nunca tentou mesmo, então é possível que nem saiba.
102 CINCO MANEIRAS DE "PEGAR PESADO'
O PODER DA COLABORAÇÃO
Como fazer as coisas radicais que são
grandes demais para fazer sem ajuda
Seu único irmão era u m a criança e o pai, que não era cristão, não
entendia suas preocupações.
Katrina tinha certeza de que o utras garotas tinham m uitas per
g u n ta s iguais às dela, m as não sabia onde encontrar as respostas.
Ela acreditava que, um dia, encontraria alguns rapazes cristãos com
prometidos com a fé que lhe permitiriam fazer perguntas sobre o
conceito de decência e lhe dariam respostas que ela poderia com
partilhar com outras garotas. Mas como, quando e onde? Será que
deveria simplesmente permanecer n a entrada da igreja com uma
prancheta na mão?
Em seu coração. Katrina sentia que estava diante de questões
m uito importantes. “Como os rapazes cristãos se sentem a respeito
d a m aneira pela qual as garotas se vestem? O que eles entendem por
decência?’* Ela achava que. se conseguisse obter respostas consis
tentes. poderia ajudar milhares de adolescentes. Mas não sabia como
ou de onde deveria começar.
O desafio que se propunha a enfrentar era simplesmente grande de
m ais para uma garota. Qualquer pessoa que já passou pela experiência
de achar que tinha uma ideia aparentemente grande demais para ela
ou se viu diante de um projeto que não sabia sequer como iniciar pro
vavelmente sabe como Katrina se sentia. Algumas coisas radicais são
grandes demais para serem realizadas individualmente. Chamamos
e ssas coisas de "desafios mais radicais", e a maneira de reagir correta
mente a esses desafios é o assunto que domina este capítulo.
Os desafios mais radicais variam da jornada de Karina até coisas
com o a produção de um evento em s u a igreja ou seu colégio, produzir
um filme, oferecer ajuda aos sem-teto de sua comunidade, organizar
u m a cam panh a cm sua com unidade p ara tirar do ar um programa de
televisão cheio de baixarias ou fundar u m a banda. Desafios radicais
tam bém podem incluir c au sa s realmente grandes — lutar pelo fim do
trabalho escravo, do aborto, da pobreza e da disseminação d a aids.
Faremos um a análise m ais aprofundada de desafios dessa natureza
no capítulo 10.
0 PODER DA COLABORAÇÃO 109
A fo rç a e m núm eros
A sabedoria popular norte-am ericana tenta nos convencer de que
o destino do país foi conquistado apenas por pessoas b ru tas que
se im puseram , agiram sozinhas, raramente conversavam e bebiam
uísque puro. Somos ensin ad os a adm irar o rebelde, o solitário, o in
dependente. Mas os fatos indicam que os maiores feitos d as nações
das em presas, da forças arm adas, das universidades, d as equipes
esportivas e das fam ílias — dependem, e muito, de as pessoas se
unirem com o objetivo de colaborar um as com a s outras a respeito
de um objetivo com um e, em seguida, trabalhar juntas para que isso
aconteça.
Quem deve ser nosso colaborador, naturalmente, é um a questão
importante. Ao longo da Bíblia, somos orientados a nos certificar de
que estam os fazendo a s coisas certas com as pessoas cenas. Por exem
plo. em 2Timóteo 2:22. Paulo nos instrui a fugir "dos desejos malignos
da juventude e [...] [seguir] a justiça, a fé, o am or e a paz, com aqueles
que. de coração puro, invocam o Senhor" (grifos do autor).
110 CINCO MANEIRAS OE 'PEGAR PESADO*
" P o s s o fa z e r a lg u m a s p e rg u n tas ? ”
Em setem bro de 2006, K atrina se deparou com o site Rebclução e se
ju n to u ao fórum. Logo se envolveu em um a discussão a respeito da
q u e stã o d a decência na seção “Só para garotas", e foi ali que ela teve
u m a ideia. Com centenas de adolescentes cristãos compartilhando
a m e sm a m entalidade cm um só website, o que aconteceria se eles
in iciassem um a d iscu ssão a respeito do tema?
Q u an d o recebem os s u a primeira m ensagem , tudo o que sabíamos
e q u e u m a g aro ta de quinze an o s de M assachusetts queria a opinião
de g a ro to s cristãos sobre a decência. Ela escreveu: “Acho que as g a
ro ta s se veem de um a m aneira diferente de como os garotos olham
p ara elas. Vocês acham que eu poderia fazer algum as perguntas para
o s ra p a z e s a respeito do que consideram decente e indecente?".
R espondem os dizendo que parecia viável, desde que as perguntas
e a s resp o stas fossem postadas de m odo anônim o e fossem usados
o s fó ru n s privados dos rapazes e d a s garotas. Alguns dias depois,
recebem os um pedido quase idêntico de o utra garota. Quando men
cion am o s a ideia a o u tro s m eninos e m eninas, percebemos reações
de g ra n d e entusiasm o.
R esolvem os desenvolver a ideia. K atrina abriu um a linha na se
ção d e stin a d a ap en as à s g aro tas do fórum e convidou as leitoras a
su b m ete r a s p erguntas que tinham ao s rapazes. Em um a sem ana,
tín h a m o s m ais de 3 50 perguntas de cen ten as de garotas cristãs ado
lescentes de vários países. Elas queriam saber como os rapazes se
se n tia m em relação a tu do — de b ato n s a maiôs e m angas transpa
ren tes. Além disso, havia perguntas que permitiam respostas mais
a m p las, com o: “Sendo um rapaz, qual é a sua responsabilidade nes
sa á re a ? ’*.
Além d o fórum , K atrina recebia d ú z ia s de m ensagens eletrônicas
d iária s. “A caixa de en trad a de m eu com putador ficou lotada", ela
d isse. “Eu fiquei m uito surpresa pelo fato de cancas outras garotas
se in teressarem pelas m esm as coisas."
0 PODER OA COLABORAÇÃO 113
que sc passa na mente dos rapazes. Eu nào poderia ter feito nada igual
por conta própria, de jeito nenhum.
Eu sempre quis fazer alguma coisa relevante, que produzisse al
gum impacto. De certa forma, eu desejava encorajar jovens cristãs a
se vestir de maneira mais recatada, mas nunca sonhei que teria m es
mo um a oportunidade de exercer uma influência tão grande.
Foi a primeira vez que um sonho meu virou realidade.
0 crédito é de todos
Um dos perigos m ais com uns com os quais nos deparam os foi o
orgulho (por exemplo, a tentativa de ficar com o crédito de algum a
coisa ou o sentim ento de ofensa quando alguém se sentia ignorado),
que enfraquece os esforços da equipe. O que fazer? Recom endam os
lidar de m aneira rápida e respeitosa com esse tipo de sentim ento.
Também sugerim os a elaboração de um código de equipe que de
termine: "O crédito é de todos aqui, e nós abrimos mão dele". Isso
ajuda a s pessoas a se concentrar nas necessidades e realizações de
122 CJNCO MANEIRAS DE ‘ PEGAR PESADO’
Problemas acontecem
Durante o processo de organização da pesquisa (e enquanto traba
lhávam os nas cam panhas do Alabama), tivem os vários problemas de
comunicação, discordamos m uitas vezes e com etem os erros bobos.
Hm alguns momentos, aconteceram coisas inacreditáveis, impossí
veis e desastrosas, tudo ao m esm o tempo.
Por exemplo, no processo de organização da distribuição de mais
de cento e vinte mil boletins de cam panha no circuito de Talladega,
onde seria disputada a prova UAW-Ford 5 00 — um grande evento
com m ais de um milhão de expectadores ao longo do fim de semana
— estouram os a nossa cota de pequenas catástrofes.
Primeiro, os cinquenta universitários que vieram de quatro Es
tados se esqueceram da diferença de fuso horário e chegaram uma
hora m ais cedo. quando ainda não estáv am os preparados para rece
bê-los. Não tínham os os formulários prontos para fazer a inscrição e
a pizza ainda não havia sido entregue. Mau comcço.
Em seguida, descobrimos um problem a m aior de comunicação. 0
professor dos universitários dissera a eles que fariam a cam panha de
um candidato ao governo do Estado, e não à S uprem a Corte. Ouando
descobriram isso. os estudantes ficaram decepcionados e aborreci
dos. Sentiram -se como se tivessem sido eng an ad os, e alguns deles
queriam voltar dali mesmo.
A essa altura, apenas três membros da cam panh a permaneciam no
local: Alex, Brett e outro adolescente de dezessete anos chamado Jo
nathan Monplaisir. Queríamos nos e n fia rem um buraco e morrer. Foi
então que os universitários descobriram n o ssa idade e que éramos
nós os encarregados daquela ação. Parecia que a s coisas não podiam
piorar mais. Felizmente, não pioraram.
Fizemos m uitas ligações telefônicas c conseguim os levar os can
didatos até ali com rapidez. Eles conversaram rapidam ente com os
estudantes. Chamamos o professor e conseguim os que ele assinasse
um a declaração, admitindo que fora dele o erro e dizendo acreditar
124 CINCO MANEIRAS OE 'P E G A * PESADO’
Não desista
Para que uma atividade em equipe dê certo, quase sem pre é neces
sário que m uitas p essoas trabalhem juntas por um longo período de
tempo. Por isso. a perseverança é fundam ental.
Teria sido fácil p ara K atrina desistir de sua grande ideia bem a n
tes de transform á-la em realidade. Ela não conhecia ninguém m ais
que pudesse (ou quisesse) ajudá-la. Mesmo em nossos fóruns, a rea
ção inicial à ideia de Katrina de fazer perguntas aos rapazes sobre o
conceito de decência no m odo de vestir não foi de muito entusiasm o.
Outras garotas chegaram a dizer que seria muito esquisito promover
uma discussão pública sobre o assu nto. Katrina quase desistiu de
tudo. m as sua m ãe a encorajou a seguir em frente e nos pedir ajuda.
“Minha mãe teve de ser m uito convincente”, conta, "m as estou feliz
por não ter desistido".
0 PODER DA COLABORAÇÃO 125
Joanna desligou o telefone. Estava chocada. Havia meses que ela vi
nha contando os dias para su a viagem à Romênia. Agora o pai ligara
para dizer que a viagem havia sido cancelada.
“Fiquei passada", disse-nos Joanna depois. “Eu me sentia como
se tivesse sido em p urrada para o fundo da água sem ter tido a chan
ce de respirar fundo antes".
Naquele verão, em vez de fazer um a viagem em ocionante à Ro
mênia para falar do evangelho. Joanna teve de ficar em casa, no
Tennessec. A m ãe enfrentava sérios problem as de saúde. Como era
a Pilha mais velha em casa. ficou a cargo de Joanna providenciar as
refeições, fazer a lavanderia, cuidar dos irmãos m ais novos e m anter
a limpeza.
Não era bem o verão que ela havia planejado. “Foi muito difícil",
ela contou. “Um dos m om entos m ais complicados de m inha vida."
Você já se sentiu como Joanna? Pronto e motivado para lidar com
alguma coisa bem grande e empolgante, m as preso contra a su a vonta
de em uma série aparentem ente interminável de tarefas domésticas?
Como fazemos para conciliar o fato de que há um m undo imenso
do lado de fora para ser im pactado por Deus com a realidade de que
estam os presos em casa, form ando os pares das meias depois de
mais uma sessão de lavanderia? O que se espera que o s rebelucioná-
rios façam em relação à s coisas pequenas e aparentem ente insigni
ficantes que tom am tanto tempo c energia? De que m aneira tarefas
como lavar a louça e redigir relatórios de atividades em laboratório
128 CINCO MANEIRAS DE 'PEGAR PESADO’
Pode ser que você tam bém se sinta esquecido e solitário, preso a
rotinas sem sentido que parecem levá-lo a lugar nenhum . Você sente
que tem um potencial incrível, m as que está sendo desperdiçado.
A verdade é que a s u a vida (tanto agora quanto m ais tarde) exi
girá que você invista m uito tem po e energia em coisas que não são
grandes e que, ao que parece, não produzirão muito impacto. Às ve
zes, elas nem m esm o fazem sentido. Há momentos cm que a s m eno
res coisas podem ser a s m ais difíceis de fazer.
Neste capítulo, porém, m ostrarem os a você o papel im portante
que essas pequenas coisas difíceis podem desem penhar na vida de
todos nós — não apenas agora, m as pelo resto de nossa vida. A cha
mos que você aprenderá a m esm a lição que Harvey aprendeu: fazer
essas coisas pequenas, além de necessário, gera dividendos incríveis
para a vida e o futuro de todo rebelucionário.
Isso aju d aria a m ostrar às pessoas que os cristãos tam bém se diver
tem, não é verdade?
Você já teve de tom ar um a decisão como a que Eva tomou? Tal
vez, no se u caso, a dúvida foi entre acom panhar ou não um grupo
de am igos que pretendia assistir a determ inado filme impróprio. Ou
então você ficou dividido entre com prar ou não certa roupa porque
cham ava atenção, só que dc um jeito não m uito recomendável. Pode
ser que o problema tenha sido porque, diante de todos os colcgas
de classe, o professor pediu s u a opinião a respeito de um a questão
ética. De repente, um m onte de pares de olhos se fixaram em você.
Seu coração começou a acelerar e bater m ais forte. Suas bochechas
coraram. Ali estava um a grande oportunidade de defender as coisas
nas quais você acredita, m as ficou com medo. O que as pessoas iriam
pensar? O que aconteceria se dissesse algum a coisa errada? Por que
isso é tão difícil?
Às vezes, somos capazes de defender a s n ossas convicções. Di
zemos a alguém que é errado u sa r o nom e de Deus em vão ou de
m aneira irreverente, ou então perguntam os aos nossos am igos não
cristãos o que eles acham que acontecerá depois da morte. Contudo,
com m aior frequência, a im pressão c a de que nossa reação se limi
ta a sim plesm ente afundarm os na poltrona, concentrarm os a nossa
atenção e m algum livro que estejam os lendo, m udarm os de assunto,
sairmos d a sala ou pedirmos à nossa consciência que nos deixe em
paz. “M inh as convicções são questões de ordem puram ente pessoal",
justificam os. “É im portante m an ter a discrição para não parecer que
estam os querendo ser melhores do que os o utro s.”
Neste capítulo focamos o quinto e últim o tipo dc desafio radical
rebelucionário'. m anter a firmeza, m esm o quando essa postura se
revela im popular. Trata-se de um a das coisas m ais difíceis para os
adolescentes (aliás, para todo m undo). Vai contra nosso desejo n a
tural de n o s enquadrarm os, de serm os aceitos, de fazer amigos. Não
h á nada igual para pôr à prova n o ssas convicções. Analisam os com
cuidado o preço a ser pago por essa decisão — é possível que você
ASSUMINDO UMA POSIÇÃO 141
duas cam isas sujas que ele sempre usava, batia um coração tão gran
de quanto todos os demais (...) Jud Fry amava seu próximo [...] F.le
am ava os pássaros no céu c as feras no campo. Ele amava os cam un
dongos c os vermes dos celeiros; tratava os ratos como iguais, o que
era a coisa certa. E ele amava as criancinhas. Amava todos e tudo o
que existe neste mundo! Ele só não expunha esses sentimentos, por
isso ninguém tinha como saber.
fusão. “Na ocasião, foi um a escolha difícil", Jordan nos contou, “mas
os resultados a longo prazo realm ente valeram a pena, não apenas no
colégio, m as também como um a vitória espiritual sobre S atanás”.
Para Jordan, Josh c Eva. fazer a coisa m ais radical — perm anecer
firmes cm su as convicções — acabou sendo a escolha m ais fácil. E,
embora fazer a coisa certa nem sem pre resulte em um beneficio óbvio
para nós nesta vida, certamente resultará na vida por vir.
É como a frase de Jim Elliot, cuja vida foi tragicamente interrompida
quando ele c quatro am igos foram assassinados por levar o evangelho
ao povo auca, no Equador: “Não é tolo aquele que abre mão daquilo
que não pode m anter para g an h ar aquilo que não pode perder”.
Q uando entendem os isso, tom ar a decisão radical de defender
aquilo em que se crê sem pre será a escolha m ais fácil. E, toda vez
que fazemos isso. Deus fortalece n ossas convicções e nossa fé; a s
sim. estarem os preparados para desafios ainda maiores no futuro.
chuva c cam inhar no meio da lam a para impedir vários hom ens de
esp an car seu cavalo cansado. "Se vocês permitirem que ele descanse
um pouco, o anim al se levantará sozinho", diz VVilberforce. já e n
charcado. àqueles sujeitos. O objetivo de Apted é evidente: aquele
hom em defende os oprim idos onde quer que estejam e em q ualquer
circunstância, e não ap en as quando está na Casa dos Lordes ou
diante d e algum a plateia.
Q uand o M artinho Lutero pregou as fam osas 95 teses na porta
da igreja do castelo de W ittenberg, aquela não era a prim eira situ a
ção na q u al ele m ostrava a firmeza de su as convicções. Ele havia
aprendido a confiar su a vida a Deus bem antes de ser convocado a
com parecer diante do S anto Im perador Romano, quando se viu d ia n
te de d u a s alternativas: retratar-se ou ser rotulado com um herege,
deixando, assim , de receber a proteção da lei. Ali, diante dos hom ens
m ais poderosos da cpoca, ele afirmou: “M antenho a m inha posição.
Não posso agir de o u tra m aneira. Que Deus me ajude".
O Deus a quem Lutero orou havia sido fiel m uitas vezes antes. E.
mesmo q u e Lutero tivesse de perder sua vida, ele sabia que seu Deus
continuaria sendo fiel.
Nem VVilberforce n em Lutero poderiam ter m antido su a postura
cristã d ian te dos m ales e d as injustiças de seu tempo se não tivessem
primeiro aprendido a perm anecer firmes em seu coração c diante das
pessoas ao seu redor. O m esm o vale para nós.
Jesus afirm ou:
Então ele chamou a multidão c os discípulos e disse: "Se alguém qui
ser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Pois quem quiser salvar a sua vida. a perderá; mas quem perder a sua
vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará".
Marcos 8:34-35
onde mais de 1,1 bilhão de pessoas não tem acesso à água limpa c onde
criancinhas são vítimas de desidratação a ponto de nem m ais derram ar
lágrimas. Em seu coração. Conner dizia: “Isso não está certo!”.
De repente, su a vida parecia qualquer coisa, m enos norm al. Sen
tia como se Deus estivesse apontando para ele e dizendo: “Veja como
você é abençoado, Conner. Dê um a olhada em volta e veja q u a n ta s
bênçãos eu proporcionei. E agora? O que você fará em relação a
isso?". Aquela altura. Conner sabia que sua vida supostam ente nor
m al tinha de m udar. E isso foi há dois anos.
“normal" e confortável por outro m aior e mais real que raram ente se
manifesta na maioria de nossos lares. Este capítulo aborda a impor
tância de nos concentrarmos menos na rebelução pessoal (os cinco
tipos de coisas radicais) e focarmos a Rebelução como um movimen
to. u m a contracultura de jovens que possuem a mesma mentalidade,
cujos esforços Deus pode abençoar e que juntos são capazes de m u
dar a história.
Neste capítulo, queremos fazer um a pergunta muito séria e ins-
tigante: será possível que os adolescentes de hoje estejam diante de
uma oportunidade única de fazer as coisas mais difíceis e radicais
— não apenas em termos individuais, m as como geração? E não falo
apenas de qualquer coisa radical, m as daquelas bem grandes mes
mo. Reformulando a pergunta: será que nossa safra atual de jovens
foi colocada na terra neste momento estratégico da história por uma
razão especial?
Algumas pessoas olham para a nossa geração e para os desafios
que temos de enfrentar com certo desespero, m as nós n ão fazemos
isso. Em toda geração que enfrenta grandes desafios Deus levanta
pessoas que o representarão para realizar a sua obra. Com frequência,
esses representantes de Deus são jovens. Vemos isso nas Escrituras,
em que gente jovem como José, Samuel. Davi, Josias, Jeremias, Ester
e Maria foi escolhida por Deus exatam ente para o período em que
viveu. E essas pessoas m udaram a trajetória de nações.
Acreditamos que a mesm a coisa acontece hoje. Deus está agindo,
e jovens de todo o m undo estão reconhecendo isso e reagindo. Eles
estão revertendo a imagem negativa e realizando coisas radicais de
maneiras criativas e transformadoras.
O que acontece quando os rebelacionários se reúnem para tratar
dos problemas de seu tempo? O que u m a geração inteira é capaz de
fazer quando se dá conta de que foi cham ada para agir e, por isso.
não deve esperar que os outros resolvam os problemas deste mundo
nem usem a seu favor a s oportunidades que se apresentam ? O que
160 JUNTE-S£ A ESSA REBElUÇÃO
O p e r a ç ã o sal e luz
Jesus diz:
Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como res
taurá-lo? Não servirá para nada. exceto para ser jogado fora e pisado
pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Nâo se pode esconder uma
cidade construída sobre um monte. E. também, ninguém acendc uma
candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no
lugar apropriado, c assim ilumina a codos os que estão na casa. As
sim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas
boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.
Mateus 5:13-16
N essa passagem . Jesus apresenta d uas im agens diferentes do que
significa ser discípulo dele. m as am b as são dirigidas a todos nós.
S om os sal. Som os luz. Então, o que isso quer dizer?
Q u a n d o pensam os no sal, a primeira coisa que talvez nos v en h a à
m ente é algo m ais ou menos assim: “Preciso colocar um pouco mais
em m in h a pipoca". Mas Jesus não está falando do sal com o o u sa m o s
hoje. Em bora o sal fosse usado para tem perar o alim ento d u ran te o
período do império Romano, seu principal uso era para a conservação
dos alim entos. Em um m undo sem geladeiras ou freezers, u m pouco
de sal esfregado na carne retardava o processo de deterioração.
Por isso, quando Jesus diz que somos “sal da terra”, ele está di
zendo q u e fomos colocados neste m undo para preservá-lo até a volta
do Salvador: devemos lutar contra a deterioração provocada pelo pe
0 SURGlMENfO DE UMA GERAÇÃO 161
Era isso que Jesus queria dizer quando nos cham ou para ser
mos luz. Enquanto os métodos e as filosofias seculares dominam os
cam pos dos negócios, da educação, d as artes e de o utras áreas da
sociedade e da cultura, som os cham ados para defender as filosofias
e os métodos bíblicos, fundam entados na "Verdade integral"; é isso
que significa ser luz.
Em am b as as imagens, Jesus fornece um modelo que os rebelu-
cionários podem seguir para exercer um impacto sobre o mundo que
os cerca. Somos incumbidos não a p e n a s de a m a r Deus e sua Palavra.
162 JUN1E-SE A ESSA REBFWÇÂO
Os três pilares
Você deve ter notado que pulam os um claro alerta contido nas pa
lavras de Jesus: se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo?
Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos
homens" (Mt 5:13).
jogado fora e pisado...” são palavras m uito graves. Ouando
lutamos contra o pecado, o sofrim ento e a corrupção e a favor da
verdade e da justiça, quais os fatores que podem reduzir a nossa
eficácia. 0 que poderia desviar o foco da glória de Deus para nossas
falhas? 0 que poderia levar o m u n d o a concluir que não servimos
mais para nada?
164 JUNTf-SE A ESSA fíEBELUÇÃO
nós. Contudo, é possível que você se sinta d esestim ulado por não ver
os três pilares funcionando em sua vida. Não fique assim .
A verdade é que equilibrar sua vida sobre esses três pilares exige
trabalho constante e atenção redobrada. E a boa notícia é que a m a
neira mais garantida de formar o caráter e desenvolver a competência
é fazer as coisas radicais. Além disso, a m elhor forma de atrair as pes
soas para participar de um esforço com um é lidar com a lg u m a coisa
radical e tão grande a ponto de ser impossível realizá-la sozinho.
Caráter, competência e colaboração são os meios pelos quais a
nossa geração pode cumprir seu cham ado p ara ser sal e luz em vez
de ser “jogada fora e pisada". Agora que tem os um p an o ra m a da con
tracultura d a Rebelução à mão. vam os d ar u m a olhada no restante
da história de Conner.
T e m p o d e tra n s fo rm a r o m undo
Durante todo o resto da primavera. Conner n ã o conseguia parar de
pensar naquela revista e nas fotos que h av iam tom ado con ta de sua
atenção. Toda vez que bebia um copo de á g u a fresca c limpa, ele
pensava naquelas crianças africanas que cam in h av am m ilhas todos
os dias para encontrar uma porção equivalente de á g u a suja. Sempre
que jogava fora o excesso de comida por e s ta r satisfeito e não q u e
rer mais, ele se lembrava daqueles corpos m agérrim os de gente que
nunca podia se alim entar com dignidade.
Ao longo de todo o verão, Conner orou, pedindo a Deus que m os
trasse como ele poderia ser útil. Mas o verão passou, e a resposta
não chegou. Por fim, um a ideia simples lhe veio à m ente: “Por que
não faço pulseiras e as vendo para usar o dinheiro na con strução de
poços de á g u a na África?’’.
A princípio, a ideia parecia ridícula. Ele n ão im aginava quanto
custava a construção de poços. Mas. q u a n d o seu projeto começou a
d ar certo. Conner percebeu que era Deus q uem e stav a agindo.
0 SURGIMENTO OE UMA GERAÇÀO 167
V o c ê t e m algum a a m b iç ã o santa?
Para a lg u m a s pessoas os rapazes da Dry Tears não passam de um
b a n d o d e garotos. No entanto, o desejo de ver sua geração sendo sal
c luz p a r a um mundo sofredor permitiu que eles. como adolescentes,
exercessem um impacto ainda m aior do que a maioria das pessoas
c o n s e g u e a vida inteira. A diferença não está em algum dom espe
cial; s ã o a p e n a s uns caras norm ais que ainda se sentem intimidados
toda v e z q u e precisam falar em público. A diferença é que eles pos
suem u m a ambição santa.
John Piper. pastor e escritor, define ambição santa como algo que
se d e se ja muito, muito, muito fazer — e Deus também quer que vocc
faça.2 A lg u m a s pessoas podem cham ar isso de “paixão", m as se trata
de u m a p aix ão sob o senhorio de Jesus Cristo. Qual é a sua ambição
s a n ta ?
No início deste capítulo, falam os sobre a importância de abrir o
coração e a mente para u m a realidade nova e bem maior. Oue tipo de
q u e stõ e s, pensam entos e ideias m alucas lhe passaram pela mente
e n q u a n to lia? Será que Deus começou a colocar um a paixão dentro
de seu coração, instigando-o a agir em u m a escala m ais ampla —
fazer c o i s a s radicais que podem envolvê-lo no cerne da contracultu
ra cristã q u e cham am os de "Rebelução"?
Se is s o aconteceu, você está em u m a situação muito interessante.
A ssim ilar esse tipo de paixão pessoal pela primeira vez costum a ser
u m a d a s principais form as de transição entre a infância e a vida m a
dura. P en se em sua am bição san ta como u m a paixão do ta m a n h o do
0 SURGIMENTO DE UMA GESAÇÃO 169
m ovim ento que está m ud an do o seu e o nosso mundo. E ele não vol
taria a trás, mesmo que lhe fossem oferecidos todo o conforto c toda
a facilidade do mundo.
Zach n ão está sozinho. Milhares de jovens cujos exemplos desa
fiam rótulos ridículos como “com um " ou “excepcional" estão criando
u m a série de novas expectativas. Eles são rebeldes orientados por
um novo tipo de rebelião.
Z a c h H u n te r: um herói im p ro vável
Q uando tin h a doze anos, Zach H unter teve de confrontar um fato
doloroso: 27 milhões de pessoas em todo o m undo aind a viviam sob
escravidão. E metade delas era com posta de crianças.
O encontro chocante que Zach teve com aquela realidade se trans
formou em uma cam panh a contra a escravidão m oderna que levou
aquele adolescente de fala m an sa dos subúrbios de Atlanta aos pal
cos principais dos maiores festivais de música cristã dos Estados
Unidos... e além.
Zach recorda:
Era o Mês da História da Negritude. Eu vinha estudando a respeito de
pessoas como Frederick Douglas e Harriet Tubman. e pensava: “Cara.
se eu tivesse vivido naquela época, teria feito alguma coisa para
ajudá-los. Teria tentado acabar com a escravidão e lutado contra a
injustiça". E aí. quando eu me dava conta de que ainda havia muito
trabalho a fazer, entendia que não era possível andar por aí esperan
do que outra pessoa fizesse alguma coisa a respeito.
que ele tinha de deitar e esperar até que aliviassem. Eles roubavam a
tranquilidade de Zach e quase acabavam com sua confiança.
Ao olhar para a multidão imensa no festival de m úsica, Zach sen
tiu aqueles velhos temores voltarem. David Crowder estava encerran
do sua participação. Estava na hora de Zach entrar no palco. “Será
que posso m esm o falar diante de quinze mil pessoas?"
Voltando-se à mãe, ele repetia:
— Acho que não posso subir ali!
Para sua surpresa, ela respondeu:
— Tudo bem. Então não suba.
Por um minuto, foi grande o conflito no coração daquele ad o
lescente a ssu stad o de quinze anos. Foi então que ele se levantou e
disse, com convicção:
— Não. Tenho de ir. Se eu não falar, ninguém m ais o fará.
Com a m ãe orando. Zach subiu no palco. Cinco m inutos depois,
ao seu sinal, toda a plateia explodiu em um grande clam or por digni
dade e justiça a favor de todos aqueles que não podem erguer a voz:
“L-I-B-E-R-D-A-D-E!", esse foi o grito de quinze mil vozes.
Zach havia descoberto um a causa m aior do que o seu medo.
Até que ponto essa ambição sa n ta d e Zach pode levá-lo? Só o
tempo poderá dizer. Até agora, ela transform ou um garoto que so
fria de surtos de ansiedade em um adolescente de dezesseis anos
que conseguiu falar diante de m ais de meio milhão de pessoas em
vários eventos, apareceu em rede nacional de televisão em muitas
oportunidades, escreveu dois liv ros —-Be The C/tange [Seja um fator
de m udança] e Generation Change [Geração m udança] — e até fez
discurso na Casa Branca.
Talvez seja por isso que Zach goste ta n to das histórias do Antigo
Testamento em que Deus escolhe as pessoas mais improváveis para
fazer a sua obra — gente como Davi, o caçula entre os filhos de Jessé;
Jeremias, um profeta tão jovem que nem fazia a barba (tudo bem.
exagerei); ou Maria, a garota do interior escolhida para ser a mãe de
Jesus Cristo.
MIL JOVENS HEflOlS 175
das atenções. Jazzy Dytes tinha de escrever seu novo futuro. Mas ela
náo era m ais u m a rebelde. Agora era uma rebelucionária.
Como nunca fora um a pessoa que deixasse as coisas pela metade,
Jazzy se entregou à missão de falar do am or de Cristo com a m es
ma paixão que a dom inava quando participava de m anifestações e
protestos. Ela se comprometeu a usar os dons que recebeu de Deus
somente para servi-lo e segui-lo. Em um espaço de dois m eses, já
trabalhava com o voluntária para d uas organizações não g ov ern a
mentais com o defensora dos direitos da criança, lidando com m em
bros de gan gu es. garotas exploradas sexualmente e vítim as infantis
de abuso. A rebelde sem causa agora tinha um a s a n ta ambição. A
ativista raivosa se tornou um a defensora amorosa.
Em u m a m ensagem eletrônica enviada recentemente, Jazzy nos
perguntou:
dos jovens que estão o tempo todo fazendo coisas radicais para a
glória de Deus.
No fim, as palavras tocantes de Brittany — e não s u a s realizações
políticas im pressionantes — são o que há de mais contracultura!.
Acredito que as portas que Deus me abriu e as lições que me ensinou
por intermédio da política estão apenas me preparando para ser a
esposa e mãe que ele deseja ver em mim. Sair da condição de coor
denadora de campanha política para coordenadora do lar me parece
algo grandioso. Ser esposa e mãe é um chamado mais elevado do que
a política.
Brittany Lewin. dezoito anos
gam outra alternativa. Não enxergam mesmo. É por isso que nossa
missão como banda 6 fazer nossa geração despertar. Queremos vê-la
fazendo coisas radicais. Queremos que o coração dos jovens se incen-
deie pelo evangelho de Jesus Cristo.
"Tem certeza de que n ão som os parentes?"
Desde que com eçam os essa jornada extraordinária, h á dois anos
e meio, de vez em q uand o nos im pressionam os ao o uvir o mesmo
clamor sincero de jovens ao redor do m u n d o — u m a inquietude cres
cente que finalm ente g an h o u voz.
Leeland tem razão. A nossa geração está mesmo p ro nta para uma
alternativa. Nós estamos prontos para fazer algum a coisa bem gran
de. Neste capítulo, você conheceu alguns heróis improváveis que já
estão abrindo cam inh o no q u e diz respeito a u m a redefinição do con
ceito de adolescência. Eles tinham doze a n o s q uand o com eçaram a
combater a escravidão; ou catorze q u a n d o p assaram a se compadecer
dos m oradores de rua; ou dezessete q u a n d o chegaram à conclusão
de que coordenar u m a c a m p a n h a política de 55 mil dólares não era
u m a tarefa impossível.
Embora este capítulo mostre a p e n a s parte de u m a realidade bem
maior, esp eram os que você tenha conseguido vislum brar o que essa
realidade é... e o que poderia ser. U m a geração está despertando. Po
demos sentir isso. Rebelucionários com o Zach, Jazzy, Brittany, Leslie,
Lauren, Brantley e Leeland nos ajudam a ver isso. É u m a realidade.
Está acontecendo. Agora é hora de escrever a sua história.
CAPÍTULO12
N ão deixe c a ir no e s q u e c im e n to
Uma experiência de escalada tem o poder de nos deixar muito en
tusiasmados. No m om ento da subida, as prioridades são claras c
a trilha à frente é fácil de ser discernida. No entanto, quando você
começa a descer, esse e n tu sia sm o todo pode desaparecer. Ao voltar
para o vale. você começa a ver m ais obstáculos e m enos panorama.
Já não se sente mais tão invencível (ou. como aconteceu com um de
nós durante a descida do monte, você pode escorregar e cair com as
mãos sobre u m cacto).
Partir de um a grande ideia para um a mudança significativa é duro.
Por isso. temos de perguntar: como fazer uma transição bem-sucedida
entre a leitura de boas ideias c a aplicação prática d essas ideias? Co
mo assimilar o que se aprendeu para que não caia no esquecimento?
E (a pior das hipóteses) como m anter a visão majestosa n a mente en
quanto se tiram os espinhos do cacto da mão? A resposta é: traçando
um curso bem-definido.
196 JUNTE-S£ A ESSA W E LU Ç Ã O
C h e g a do velho
Noah é aluno do primeiro an o do Ensino Médio em Barnesville.
n a Geórgia. Ele percebeu que ser um rebelucionárío significa não
ignorar as concessões que se faz n a vida. Seu pastor de juventude
pregou u m a m ensagem de forte impacto há pouco tempo a respeito
de Hebreus 12:1: “Portanto, tam bém nós. u m a vez que estam os
rodeados por tão g rand e nuvem de testem u nh as, livremo-nos de
tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos
com perseverança a corrida que nos é proposta...”.
Noah sabe que alguns pesos em s u a vida o impedem de correr tão
bem quanto poderia. Seu vício em um videogame cham ado Halo, por
exemplo. Ele é um dos melhores jogadores que conhece, e por um a boa
razão: joga quase todo dia, com frequência até bem tarde da noite.
S uas notas no colégio pioraram por causa disso, assim como a relação
com os amigos e com os membros de sua família. Na verdade, tirando
os dias em que vai à igreja com os pais ou com a irmã m ais nova. toda
sem ana, ele raramente passa algum tempo com a família.
Não é a primeira vez que Noah se sente culpado em relação a
todas essas coisas. No verão passado, ele participou de u m a viagem
missionária de curta duração para o México com o grupo de jovens.
“Depois que voltei para casa, parei de jogar Halo durante todo o ve
rão”. ele conta. “Mas assim que recomeçaram as aulas, não sei por
que. eu meio que voltei a fazer as m esm as coisas de antes."
Dessa vez a coisa será diferente. “Sei que, se realmente desejo
começar a fazer novas coisas radicais, tenho de m e livrar de algum as
coisas antigas primeiro", explica Noah.
MUNDO. CONHEÇA SEUS REBELOCIONAHIOS 197
Pergunte a Noah e ele dirá que está m uito m ais entu siasm ado do
que antes. “É claro que é apenas um começo", ele reconhece, "mas
o que importa é o objetivo. Há pouco tempo, eu não tinha objetivo
algum! E. em bora eu saiba que. às vezes, será difícil m anter meus
planos, sei q u e valerá a pena. É isso que significa ‘pegar pesado’,
não é ? ”.
R epensando as c o m p a n h ia s
Para Brandon, um adolescente de catorze anos. a fase 1 da Rebelução
consiste em reavaliar com pletam ente s u a s companhias. Ele se con
venceu disso quando leu Provérbios 13:20, que fala sobre “aquele
que anda com os sábios" e “o com panheiro dos tolos". Ele percebeu
que. se deseja se rebelar contra a desvalorização dos adolescentes e
viver de maneira radical para Cristo, precisará de amigos que o in
centivem a lutar para alcançar os padrões mais elevados. Ele ainda
não chegou lá.
MUNDO. CONHEÇA SEUS M B E tU O O N ÃN O S 201
1. Falar com o pai e a mãe sobre tudo. Essa é a coisa mais difícil da
lista de Brandon. t por isso que ele a colocou cm primeiro lugar.
Ele quer que seus pais saibam o que está acontecendo no colégio
e o que Deus tem feito no coração do filho. Ele sabe que. se deseja
mesmo mudar, precisará do apoio e das orações dos pais.
2. Falar com Jake e Logan no colégio amanhã. Jake e Logan são
os melhores am igos de Brandon no colégio. M ais do que tudo,
ele deseja que os dois o acompanhem nessa rebelião contra a
desvalorização dos adolescentes. Brandon sabe que o primeiro
p a s s o para a transformação de seus am igos é m u d ar o tipo
202 JUNTE-SE A ESSA RÍBÍLUÇÂO
Capítulo 2
'Malcolm G la d w f.ll, O pouco cie desequilíbrio. Rio de Janeiro: Rocco,
2002.
1Edmund M o rris , The Rise o f Theodore Roosevelt, New York: Modern
Library. 2001.
3Nancy Pe a rce y, Verdade absoluta, Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
4Brian G reen e, O tecido do cosmo, São Paulo: Companhia d as Letras.
2005.
5 Thomas Friedman, O mundo éplano, Rio de Janeiro: Objetiva. 2005.
6Dawn Eden, "Think Big! HS Twins Tell Peers", New York Daily News,
ed. 28 de ago. de 2005, <http://www.nydailynews.com/archives/
news/2005/08/2812005-08-28jhinkbig_hs_twinsJell_pee.html>.
7John E h in c e r, "Judicial-Race Excesses’’. The Huntsville Times, ed. 3
de out. de 2007.
C apítulo 3
'Friedrich H e e r, Challenge o f Youth {O desafio da juventude], Tusca
loosa: University of Alabama Press, 1974, p. 128, grifos autor.
-’ John Taylor G a tto , The Underground History q f American Education
IA história secreta da educação nos Estados Unidos]. Oxford: Oxford
Village Press. 2000, p. 23-24. 30-33.
3David B a r n h a rt e Allan M e tc a lf, America in So Many Words, Boston:
Houghton Mifflin, 1997, p. 233-234.
4 Asa H illia r d 111, “Do We Have the Will to Educate All Children?", Edu
cational Leadership 49, n. 1, set. de 1991, p. 31-36, citado em Linda
Lumsden, “Expectations for Students", ERIC Digest 116. jul. de 1997.
5 Denise W ítm e r, “Teach Teens Responsibility by Setting Expectations"
[“Ensine os adolescentes a serem responsáveis estabelecendo as ex
pectativas”]. <http://pareniingreens.abour.eom/oci/agesandstages/a/
responsibUity.htm >.
6A Nova Versão Internacional (NVI) apresenta d u a s ocorrências da
palavra “adolescência”: em Marcos 10:20 e Lucas 18:21; a versão
Almeida Revista e Corrigida (RC) contém u m a referência, em Ecle-
siastes 11:10; nas versões Almeida Revista e Atualizada (RA) e Nova
Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) n ão há ocorrências da pala
vra. (N. do T.)
C apítulo 4
'Christian Sm ith and Melinda Lundquist D en to n , Soul Searching [Em
busca da alma]. New York: Oxford University Press. 2005. p. 98-99.
2J. C. Ryle. Thoughtsfo r Young Men, Amityville: Calvary Press, 1996.
p. 10.
3Lev Grossm an, “Grow Up? Not So Fast” [Crescer? Não tão rápido],
em Time.com. 16 de jan. de 2005, <mvw.time.com/time/rnagazine/
article/0,9171,10l8089,00.html> .
«John Pip er, Roots o f Endurance [As raízes da persistência], W hea
ton: Crossway, 2002, p. 126.
*Maria Pu en te, “George Washington Cuts a Fine Figure", em USA To
day, ed. 1 2 de out. de 2006. <www.usatoday.com/travel/destinations/
2006-10-12-mount-vernonjt.htm >.
Capítulo 5
’Stanley H. Frodsham , O apóstolo dafé . Rio de janeiro: Danprewan,
2006.
Capítulo 6
'Bits <$Pieces, ed. 28 de mai de 1992, p. 15; v. tb. <flTTP.//net.bible.
org/illustration.php?topic=294, selecione “c”. Mcomplacency
2São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
^Charles Haddon Spurgf.on. The treasury o f David [0 tesouro de Davi],
vol. 1. Grand Rapids: Guardian, 1976, p. 10, www.spurgeon.org/trea-
sury/psOOl.htm.
4 Edmund M o rris , The Rise q f Theodore Roosevelt [A a sc e n sã o de
Theodore Roosevelt], New York: M odern Library, 2001, p. 32-33.
Capítulo 8
•Martin Luther K in g Jr.. "W hat Is Your Life’s Blueprint" (palestra rea
lizada no Colégio Barratt Junior, na Filadélfia, em 26 de out. de 1967,
como citado em SeattleTimes.com, <HTTP://seattletimes.nwsource.
comjspecial/mlk/king/words/blueprint.html >.
Capítulo 10
'Discurso de Francis Schaeffer n a Universidade de Notre Dame, abr.
de 1981, citado em Verdade absoluta , Nancy Pearce v, Rio de Janeiro:
CPAD, 2006.
•’ Sermão de John P ip e r intitulado “Holy Ambition: To Preach W here
Christ Has Not Been Named" [Santa ambição: Pregar onde a s p es
soas nunca ouviram falar de Cristo], 26 de ago. de 2007.
3Zach H u n te r, Be the Change [Seja u m fator de mudança], G rand
Rapids: Zondervan, 2007, < www.desiringgod.org/resourceLibrary’/
Semons/ByDate/2006/1790_Holly _Átnbition _To_Preach JV here _
ChristHasJJever_Been jxam ed >.
Capítulo 11
' Zach H u n te r, Be the Change [Seja u m fator de mudança]. G rand Ra
pids: Zondervan, 2007.
2Jeremy V. Jones, “End o f Slavery Now", Breakaway, mar. de 2 0 0 7 , p.
18-22.
-'Cornelia S e ig n e u r , “Teens Open Their Hearts to Portland’s H o m e
less", The Oregonian, ed. 9 de ago. de 2007.
4Sara C o rrigan , "Brantley Gunn: World Changer", Breakaway, jul. de
2 0 0 7, www. breaka way mag. com/A 11TheRest/A000000575. çfm # .