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MINISTÉRIO GOEL
l ") oG l ") oG
Pr. A. Carlos G. Bentes
DOUTOR EM TEOLOGIA
PhD em Teologia Sistemática
ANTROPOLOGIA
E
RELIGIÃO
“A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS” (1 Jo 2.27)
“A sabedoria é a coisa principal; adquire pois, a sabedoria; sim com tudo o que possuis
adquire o conhecimento” (Pv 4.7)
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
A CRIAÇÃO DO HOMEM 3
UNIDADE PSICOSSOMÁTICA 9
O CÉREBRO 16
Cerebelo 21
Neuroteologia 23
Intuição 34
O Espírito 38
AS FACULDADES DO ESPÍRITO 39
O SUBCONSCIENTE 49
Bibliografia: 51
3
INTRODUÇÃO
A CRIAÇÃO DO HOMEM
ESPÍRITO
ESPÍRITO
ALMA
CORPO
CORPO
3. O homem foi feito completo ser pessoal e vivo por uma ação final. (Gn 2.7: “E
o homem tornou-se alma vivente”; Zc 12.1: “Esta é a palavra do SENHOR para Israel;
palavra do SENHOR que estende o céu, assenta o alicerce da terra e forma o espírito do
homem dentro dele”; Is 43.7: “todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para
a minha glória, a quem formei e fiz”).
O homem
tornou-se
alma vivente
Em harmonia com essa tríplice preparação do homem para a sua vida e trabalho
sobre a terra, encontramos três palavras hebraicas que descrevem o Ato Criador de Deus.
A passagem de Is 43.7 ilustra o significado desses três verbos: Os que criei (bara) para a
minha glória (isto é, produzi-os do nada); e que formei (asah, isto é, fi-los existir numa
1
BANCROFT, E. H. Teologia Elementar: São Paulo: Imprensa Batista Regular, 2001, p. 207.
5
Só houve três seres humanos puros: Adão, Eva, antes da Queda – e Jesus.
Após a Queda, os seres humanos não passam de versões corrompidas da
humanidade.
Nossa humanidade não é um padrão pelo qual possamos medir a humanidade
Jesus Cristo. Sua humanidade, verdadeira e não adulterada é o padrão pelo qual seremos
medidos.
2 Co 4.16: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso
homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em
dia”.
Rm 7.22: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus”.
Ef 3.16: “para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais
fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior”.
1. O Homem Interior (ESŌ ANTRŌPOS - ἔσω ἄνθρωπον): é o espírito e a
alma do regenerado governados pelo Espírito Santo: Rm 7.22; 2 Co 4.16; Ef 3.16; Cl
3.10; 1 Pe 3.4; Ec 12.7.
2. O Homem Exterior (EKSŌ ANTRŌPOS - ἔξω ἄνθρωπον): é o corpo
humano (2 Co 4.16; 5.1-8; 2 Pe 1.13, 14; Ec 3.19-21; 12.7).
com suposição de que a alma e o espírito são a mesma coisa? Ou será tricótomo: corpo
alma e espírito? Há uma diferença muito grande entre alma e espírito, embora estes
termos sejam usados como sinônimos. A Bíblia dá apoio tanto à dicotomia como à
tricotomia. A diferença entre alma e espírito é tão incompreensível quanto à própria
vida, e os esforços dos homens de estruturar definições sempre continuam sendo
insatisfatórias.
A.B. Langston ilustra a dicotomia da seguinte maneira: “O homem é como a casa
de dois andares o primeiro representa o corpo, e o segundo, que representa a parte
espiritual do homem, existe uma janela que dá para o mundo ambiente (isto seria o
aspecto inferior da alma), e uma clarabóia que dá parte o céu (seria o lado superior da
alma) que se volta para Deus e para as coisas celestiais”.2
Prossegue ele: “Geralmente, quando os escritores sagrados faziam uso dos termos
espírito e alma, tratavam de uma só cousa em diferentes relações. Empregavam o termo
espírito quando faziam referência à relação da vida do homem para com Deus; e a alma
quando faziam referência à ralação da vida do homem com as cousas terrenas”.3
2
LANGSTON, A. B. Esboço em Teologia Sistemática. 2ª ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, p. 129.
3
Ibidem.
4
CHEUNG, Vicente. Introdução à Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Arte Editorial, 2008, p. 172.
7
lembrar ao leitor que, não importa como ele a chame, a parte imaterial do homem é
intelectual em natureza. A mente é usada tanto pelo espírito como pela alma.
Gordon H. Clark estima que “o termo coração denota emoção em
aproximadamente dez ou no máximo quinze por cento das vezes. Ela denota vontade
talvez trinta por cento das vezes; e ela significa mui claramente o intelecto em
sessenta ou setenta por cento das vezes”.5
A Bíblia ensina que o homem consiste de duas partes – a material e a imaterial.
“Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja
consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Co 4.16). Todavia assim
como a constituição de medula difere juntas apesar de pertencerem à parte material,
assim também espírito difere de alma apesar de pertencerem à parte imaterial.
Para W. Nee. “Assim que o sopro de vida que se tornou o espírito do homem,
tomou contato com o corpo, a alma foi produzida. As escrituras, portanto, chamam o
homem de ‘Alma vivente’... desse modo o homem foi criado predominantemente como
alma vivente” (O Homem Espiritual pág. 23). Continua ele: Através do corpo temos
consciência do mundo ambiente, através da alma, temos consciência de nós mesmos, e
por meio do espírito temos consciência de Deus. ...Deus habita em nosso espírito, nosso
ego habita em nossa alma, enquanto os sentidos residem no corpo. Pelo seu espírito, o
homem mantém intercurso com o mundo espiritual, através do seu corpo o homem está
em contato como o mundo exterior sensitivo, afetando-o e sendo afetado por ele. A alma
encontra-se entre esses dois mundos e pertence aos dois. Ela se relaciona ao mundo
espírito e ao material por meio do corpo... O espírito não pode agir diretamente sobre o
corpo; precisa de um intermediário; e este intermediário é a alma produzida pelo contato
do espírito com o corpo”. 6
Indiferentemente de sermos dicotômicos ou tricótomos é preciso observar que
há relacionamento muito íntimo entre o espírito humano e o Espírito Santo, tão íntimo
que nem sempre temos certeza ao qual deles o Texto Sagrado está se referindo. O
Espírito Santo opera através do e no espírito humano, mas isto não se diz a respeito da
alma humana (Rm 8.16; Jo 4.24; Gl 5.16-18, 25). Uma alma humana pode estar
perdida, mas isto não se diz do espírito (Mt 16.26).
Os três textos importantes que fazem distinção entre alma e espírito são os
seguintes:
1 Co 15.44: “é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há
corpo natural, há também corpo espiritual”;
1Ts 5.23: “Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o
espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo”.
Hb 4.12: “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer
espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração”.
5
CHEUNG, Vicente. Ibid. p. 174.
6
NEE, Watchman. O Homem Espiritual vol 1. Belo Horizonte, MG: Editora Parusia, 1986, p. 23-28.
8
A forma de pensar dos judeus entrou em contato com a filosofia grega fez surgir
novos modos de pensar que posteriormente veio a influenciar o pensamento cristão.
Até a época de Platão (427-347 a.C.), prevalecia entre os gregos a ideia de que o
homem era uma dualidade constituída de corpo (parte material) e alma (parte imaterial).
O corpo era visto como uma prisão da alma, a qual era liberta por ocasião da morte
física e se dirigia para o céu onde aguardava o momento de reencarnar em outro corpo.
A alma era vista como a parte racional e sobrevivia independente de estar ou não
encarnada.
Platão ensinava que o corpo era matéria perecível, mas que a alma existia no
mundo celestial em forma ou ideia pura, antes da sua encarnação no corpo humano. A
alma, portanto, era incriada e imortal – uma parte da deidade. O corpo é a prisão da
alma; a alma está trancada no corpo como uma ostra na sua concha. Na ocasião da
7
PINHO, G. de A. Apostila de Pós-graduação em Ciência da Religião. Londrina, PR. Seminário Teológico Hosana, 2012,
p. 80.
8
PALTÃO, Diálogos – Fédon. Rio de Janeiro: Ediouro, 1968, p. 73-167.
9
MANZATTO, Antônio. De esperança em esperança. São Paulo: Paulus, 2009, p. 53-56.
9
morte, a alma deixa o corpo para voltar ao mundo celestial, ou para ser reencarnada em
algum outro corpo (WARD, apud EL WELL,1998, Vol. I, p. 465).
Aristóteles (384-322 a.C.), o maior de todos os filósofos gregos, compartilhava as
mesmas ideias de Platão, mas ia mais além. Para ele, a alma se dividia em duas partes: a
alma animal (parte orgânica, que respira e comunica vida ao corpo) e a alma racional
(parte intelectual). Daí para a ideia de que existiam duas almas distintas foi algo quase
que imediato, ou seja, o dicotomismo platônico deu origem ao tricotomismo pós-
aristotélico: corpo, alma animal alma racional.
UNIDADE PSICOSSOMÁTICA
Embora a Bíblia veja o homem como um todo, ela também reconhece que o ser
humano tem dois aspectos: o físico e o não físico, o material e o espiritual. Ele tem uma
mente com a qual pensa, mas tem também um cérebro, que é parte do seu corpo, sem o
qual não pode pensar (pelo menos enquanto está vivo fisicamente e reside no corpo).
Quando as coisas não vão bem com ele, pode precisar de uma cirurgia ou de um
aconselhamento.
O calvinista Anthony Hoekema prefere definir o homem como uma unidade
psicossomática. A vantagem dessa expressão é que podemos focar a dualidade humana
(material e espiritual) e ao mesmo tempo focar a unidade do homem.
O homem existe em um estado de unidade psicossomática. Assim fomos criados,
assim somos agora e assim seremos após a ressurreição. O Plano da Redenção inclui o
espiritual (alma e espírito) e o físico (o corpo), visto que o homem não é completo sem o
corpo (Rm 8.23; 1Co 15.12-57). O futuro glorioso dos seres humanos em Cristo inclui
igualmente a ressurreição do corpo e uma Nova Terra purificada e aperfeiçoada.
A unidade psicossomática é o estado normal do ser humano. Na ressurreição o ser
humano será plenamente restaurado a essa unidade e se tornará, dessa forma, novamente
10
completo. Mas devemos reconhecer que, segundo a Bíblia, os crentes podem existir
temporariamente em um estado provisório separado de seus corpos atuais no interregno
entre a morte física e a ressurreição do corpo. Esse estado intermediário é, todavia
incompleto e provisório. Aguardamos a ressurreição do corpo e a Nova Terra como
apoteose do programa da Redenção Divina.
Na psicopatologia temos a seguinte definição: Corpo e alma forma uma unidade
indissolúvel que se estende a todos os processos. Acham-se sempre numa relação de
troca recíproca, muito mais penetrante na psicopatologia do que na psicologia normal.
1. O homem tem espírito e é uma alma (Lc 1.64, 47; Is 26.9; Jó 10.8-10; 27.3;
32.8; 33.4).
2. Somos a imagem de Deus no espírito. O espírito humano é análogo ao
Espírito Absoluto e Eterno que é Deus (Rm 8.16; 1 Co 2.11; Cl 3.10; Ec 7.29). O
espírito é a sede da imagem de Deus no homem, imagem perdida com a queda, mas que
pode ser restabelecida por Jesus Cristo (Cl 3.10; 1 Co 15.49; 2 Co 3.18).
3. Somos a semelhança de Deus na alma. A alma humana e análoga à Alma
Absoluta e Eterna de Deus. Temos as mesmas faculdades que Deus tem (Intelecto,
Emoção e Vontade), mas estas faculdades nele são perfeitas (Hb 10.38; Mt 12.18; Is
42.1; 26.9; Lc 1.46, 47; Am 6.8). O homem é uma pessoa como Deus é Pessoal.
“Precisamos ter o cuidado de não estabelecer a personalidade humana como padrão pelo
qual avaliar a personalidade de Deus. A forma original da personalidade não está no
homem, mas em Deus; Sua personalidade é arquetípica, ao passo que a do homem é
ectípica. A grande diferença entre ambos é que o homem é unipessoal, enquanto Deus é
tripessoal” (Berkhof). Cada membro da trindade é uma Pessoa com aquelas faculdades e
elementos constituintes que pertencem à personalidade. Personalidade é a soma total das
características necessária para descrever o que é uma pessoa (intelecto, sensibilidade e
volição). Estas faculdades e elementos de Deus são perfeitos em grau infinito, mas em
sua natureza mantêm uma semelhança extraordinária com aquelas faculdades
imperfeitas e os elementos que fazem parte do homem. Deus afirma nas Escrituras que o
homem, diferentemente das outras coisas do mundo, foi criado à Sua própria imagem e
semelhança (Gn. 1.26,27). “A Bíblia dá testemunho que o homem, os anjos e Deus,
todos possuem aqueles elementos essenciais que juntos constituem a personalidade”
(Chafer).
4. Não sabemos se Deus tem um corpo, mas nós temos um corpo psíquico
(terreno), (SOMA PSIQUIKON - σῶµα ψυχικόν), corpo almático, todavia teremos um
corpo espiritual e glorificado (SOMA PNEUMATIKON - σῶµα πνευµατικόν). (1 Co
15.39-54; Fp 3.21; 1 Jo 3.2).
5. Deus foi revelado na Bíblia como Espírito (PNEUMA) e como alma
PSIQUÊ). Is 42.1; Mt 12.18; Jo 4.24; Hb 10.38; Sl 11.5; Jr 9.9; Am 6.8; 2 Co 3.17, 18.
11
Is 42.1: “Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem a minha
alma se compraz. Porei nele o meu Espírito, e ele trará justiça às nações”.
Mt 12.18: “Eis o meu servo, a quem escolhi, o meu amado, em quem a minha
alma tem prazer. Porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará justiça às nações”.
Hb 10.38: “Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, a minha alma não se
agradará dele”.
Sl 11.5: “O Senhor prova o justo, mas o ímpio e a quem ama a injustiça, a sua
alma odeia”.
Jr 9.9: “Deixarei eu de castigá-los?”, pergunta o Senhor. “Não se vingaria a minha
alma de uma nação como essa?” (RC).
Am 6.8: Jurou o SENHOR pela sua alma, o SENHOR, o Deus dos Exércitos: “Eu
detesto o orgulho de Jacó e odeio os seus palácios; entregarei a cidade e tudo o que nela
existe” (RC).
A Alma
existem. Mas a alma foi criada para autoconsciência, para que tivéssemos consciência de
nós mesmos. Nós seres humanos não somos espíritos incorpóreos como os anjos. Temos
o espírito e o corpo, juntamente com a alma que serve de intermediário entre os dois.
Desta maneira tudo que pertence ao espírito e ao corpo expressa-se através da alma. O
corpo representa a consciência do mundo exterior; a alma, a consciência própria; o
espírito, a consciência de Deus” (W. Nee).
William Barclay falando sobre a alma afirma: 10
“A alma (PSIQUÊ - psuche) é o princípio da vida física. Falando claramente, toda
criatura vivente tem psuche. O animal tem uma psuche; pode até ser dito que as plantas e
as coisas que crescem têm psuche; tudo quanto vive tem psuche. Psuche é aquilo que
liga o homem à criação animal, da qual ele participa com uma parte do seu ser. Por
aquela razão Paulo pode usar a palavra psuche de duas maneiras populares, que têm
estreita afinidade com nosso uso coloquial”.
(a) Pode usá-la no sentido de uma pessoa viva, da mesma maneira que poderíamos
dizer: “Não vi nenhuma viva alma”, ou como poderíamos chamar uma pessoa triste de
“pobre alma”. As versões modernas do NT obscurecem corretamente, este fato, mas a
ARC o conserva: A tribulação e angústia virão sobre toda a alma do homem que obra o
mal (Rm 2.9). Aqui, as versões modernas se referem ao ser humano (subentendido em
BV e BLH). Assim, a ARC diz: “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores”
(Rm 13.1), sendo que nesta passagem a ARA diz simplesmente homem. Neste uso,
psuche simplesmente significa uma pessoa vivente, conforme diríamos, por exemplo,
que um navio afundou com trezentas almas a bordo.
(b) Às vezes usa psuche simplesmente no sentido de vida, uso este que até as
traduções mais antiga obscurecem. Diz a respeito de Áquila e Priscila que expuseram
suas cabeças pela vida dele, onde a palavra traduzida vida é psuche (Rm 16.40). Diz a
respeito de Epafrodito que arriscou sua vida para completar o serviço dos filipenses a
ele, onde, mais uma vez, a palavra é psuche (Fp 2.30). A conexão básica no pensamento
de Paulo entre psuche e a vida fica bem clara” (William Barclay).
dos animais; porém de valor maior é o sangue do homem, porque o homem tem a
imagem de Deus. (Gn 9.6). De estima especial é o sangue dos inocentes e dos mártires.
(Gn 4.10; Mt 23.35). O mais precioso de todos é o sangue de Cristo (1 Pedro 1.19; Hb
9.12), de valor infinito por estar unido com a Divindade. Pelo plano benigno de Deus, o
sangue tornou-se o meio de expiação, quando aspergido sobre o altar de Deus. “Pelo
que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é
o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). 11
e) A origem da Alma (Gn 2,7; Nm 16.22; 27.3; 10.8-12: 33.4; Sl 104.29; 139.13-
16; Ec 11.5; 12.7; IS 57.16; Jr 38.16; Zc 12.1; Hb 12.9). Nossa alma não é recebida
diretamente; ela foi produzida depois que o espírito entrou no corpo (Gn 2.7). Não existe
discordância quanto à origem da alma de Adão; a discordância que há é quanto à origem
da alma dos descendentes deste. (Ver sobre a origem da alma).
AS PROPRIEDADES DA ALMA:
a) Movimento;
b) Observação;
c) Percepção;
d) Incorporealidade.
11
MYER, Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 6ª ed. EUA: Editora VIDA, 1977, p. 78.
14
FACULDADES DA ALMA
MENTE
ESPÍRITO
EM
ADE
O
ÇÃ NT
O VO
A palavra mente no Novo Testamento é nous (leia nus) νοῦς. É usada 24 vezes
em todo o Novo Testamento (Lc 24.45; Rm 1.28; 27; 7.23, 25; 11.34; 12.2; 14.5; 1 Co
1.10; 2.16; 14.14, 15.19; Ef 4.17; Cl 2.18; 2 Ts 2.2; 1 Tm 6.5; 2 Tm 3.8; Tt 1.15; Ap
13.18; 17.9).
“Pela intuição no espírito, recebemos uma impressão de Deus. Pela mente na
alma, essa impressão intuitiva é interpretada e nos é dada a conhecer”.
INTUIÇÃO Zc 12.1
CONSCIÊNCIA
COMUNHÃO
ESPÍRITO A cadeia do
MENTE
conhecimento
Intuição
EMOÇÕES
ALMA VONTADE
Mente
CÉREBRO
Cérebro
CORPO VISÃO
TATO
PALADAR
AUDIÇÃO
OLFATO
A CADEIA DO CONHECIMENTO
12
NEE, Watchman. Conhecimento Espíritual. Belo Horizonte: Editora Vida, 1992, p. 103.
16
O CÉREBRO
Hemisfério Esquerdo
Hemisfério Direito
Córtex Cerebral
• Pensamento
• Movimento voluntário
• Linguagem
• Julgamento
• Percepção
A palavra córtex vem do latim para “casca”. Isto porque o córtex é a camada mais
externa do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e
direito do córtex cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de
corpo caloso. Os lobos (ou lóbulos) são as principais divisões físicas do córtex cerebral.
O lobo frontal é responsável pelo planejamento consciente e pelo controle motor. O lobo
temporal tem centros importantes de memória e audição. O lobo parietal lida com os
sentidos corporal e espacial. O lobo occipital direciona a visão.
A superfície do cérebro – o córtex cerebral – é composta por seis camadas de
neurônios (células do sistema nervoso responsáveis pela condução do impulso nervoso).
O cérebro humano possui quatro áreas conhecidas como lóbulo frontal, lóbulo
parietal, lóbulo temporal e lóbulo occipital.
19
1. O lóbulo temporal possui uma área especial chamada córtex auditivo, como
o próprio nome já diz, esta área está intimamente ligada a audição. (At 10.4,5).
2. O lóbulo frontal é assim chamado por localizar-se na parte frontal do crânio.
Ele parece ser particularmente importante por ser responsável pelos movimentos
voluntários e também por ser o lóbulo mais significante para o estudo da personalidade e
inteligência.
3. O lóbulo parietal está localizado na parte posterior do lóbulo frontal. Ele
possui uma área denominada somatossensória, responsável pela percepção de estímulos
sensoriais que ocorrem através da epiderme ou órgãos internos.
4. Lóbulo occipital. Na parte de trás da cabeça, mais precisamente na região da
nuca, localiza-se o lóbulo occipital. Nele encontra-se o córtex visual, que recebe todas as
informações captadas pelos olhos; melhor dizendo, sua especialidade é a visão. (At
10.10-16; Dn 2 – A visão de Nabucodosor).
5. Lóbulo da ínsula. Suas principais funções são fazer parte do Sistema
Límbico. O sistema límbico é a unidade responsável pelas emoções e comportamentos
sociais. Além de ser responsável pelo paladar. O Sistema Límbico compreende todas as
estruturas cerebrais que estejam relacionadas, principalmente, com comportamentos
emocionais e sexuais, aprendizagem, memória, motivação, mas também com algumas
respostas homeostáticas. Resumindo, a sua principal função será a integração de
informações sensitivo-sensoriais com o estado psíquico interno, onde é atribuído um
conteúdo afetivo a esses estímulos, a informação é registrada e relacionada com as
memórias pré-existentes, o que leva à produção de uma resposta emocional adequada,
consciente e/ou vegetativa.14
13
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm.
14
wikipedia.org/wiki/Sistema_límbico.
20
Lóbulo Parietal
Lóbulo
Lóbulo Frontal
Occipital
Lóbulo
Temporal
Cerebelo
CÉREBRO
21
Cerebelo
22
Neuroteologia
1. Estudo sobre como o cérebro humano pode ter evoluído para produzir
experiências (Neuroteologia evolutiva).
2. Estudo do desenvolvimento espiritual, do sentido de Deus e do Sagrado, e de
experiências religiosas em crianças. Do nascimento ate a infância (Neuroteologia
desenvolvimental).
3. Estudo do comportamento espiritual e religioso da raça humana por toda a
história, e de ancestrais de humanos como o Homo habilis e o Homo erectus, e espécies
próximas como o Homo de Neanderthal (Neuroteoantropologia).
4. Estudo do comportamento religioso e experiências religiosas em primatas e
outros mamíferos com inteligências avançada (Zooneuroteologia) Principais dúvidas
dentro da Neuroteologia.
15
As sinapses são junções especializadas em que uma célula influencia diretamente outra célula através da transmissão de
um sinal elétrico ou químico. No caso dos neurônios as terminações dos axônios estabelecem ligações com as dendrites ou
com o corpo celular dos neurônios seguintes.
27
Um livro de 1998 sobre o assunto ganhou muita atenção foi “Zen and the Brain”,
escrito pelo Neurologista e Praticante de Zen, James H. Austin.
“Gene Divino”
A hipótese do gene divino propõe que alguns seres humanos carregam um gene
que lhes dão a predisposição para episódios interpretados por algumas pessoas como
revelação religiosa. A ideia foi postulada e promovida pelo geneticista Dr. Dean Hamer,
diretor da Unidade Estrutura do gene e regulação, no Instituto nacional do câncer nos
Estados Unido. Hamer escreveu um livro sobre o assunto intitulado, O gene divino:
Como a fé e pré-programada dentro dos nossos genes . (The God Gene: How Faith is
Hardwired into our Genes)
Que vantagens evolutivas isso pode levar, e de que esses efeitos vantajosos são
efeitos colaterais , são questões que ainda estão para serem totalmente exploradas. Dr.
Hames teorizou que a transcendência faz as pessoas ficarem mais otimistas, o que leva
elas a ficarem mais saudáveis e com mais probabilidade de terem muitos filhos.
A Inteligência Espiritual16
Toda a psicologia tem por fundamento dois processos (QI e QE). A inteligência
espiritual (QS) introduz um terceiro e, portanto exige expansão da psicologia como
ciência e uma compreensão mais profunda do Eu humano.
Danah Zohar afirma que o QS é aquele que repousa na parte mais profunda do Eu
conectada com a sabedoria que nos chega de além do Ego ou da mente consciente. Nós
diríamos que procede do espírito humano (na visão tricótoma). O QS é anterior a todos
os valores específicos e a qualquer cultura específica. É por conseguinte, anterior
também a qualquer forma que a expressão religiosa possa assumir. Torna possível (e
talvez até mesmo mnecessário) o religioso, mas independe da religião.
“O MÓDULO DEUS”17
17
ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL. Rio de Janeiro: Viva Livros, 2012, p. 106-108.
31
Lóbulo da Ínsula
19
Ibidem, p. 149,150.
20
MARINO, Raul Júnior. A religião do Cérebro. São Paulo: Editora Gente, 2005, p. 29.
21
MARINO, Raul Júnior. Op. Cit., p. 30.
22
MARINO, Raul Júnior. Op. Cit., p. 71.
34
“Os antigos místicos da religião, como são Boaventura e Hugo Vitor, afirmavam
que todo ser humano possui três tipos básicos de conhecimento: o olho da carne, o olho
da mente e o olho da contemplação - o olho da carne seria o empirismo da ciência; o
olho da mente, o conhecimento racional e lógico; e o olho da contemplação, o olho da
gnose ou do conhecimento espiritual”. 23
“Nossa mente e nossa consciência podem ser treinadas para conhecer e reconhecer
a mão de Deus em tudo o que vemos e pensamos, sem a contaminação da racionalização
humana”. 24
W. Grudem na sua Teologia Sistemática afirma: As atividades de pensar, sentir e
decidir não são realizadas somente pela alma. O espírito também pode viver emoções,
como em At 17.16, quando “o seu espírito [de Paulo] se revoltava”, ou quando
“angustiou-se Jesus em seu espírito” (Jo 13.21). 25
A mente na realidade não seria uma faculdade apenas da alma, mas estaria
na interseção do espírito e da alma, sendo assim instrumento de ambos.
Intuição
Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de todos nós, embora nem
todas as pessoas saibam utilizá-la, de acordo com a psicóloga Virginia Marchini,
fundadora do Centro de Desenvolvimento do Potencial Intuitivo, de São Paulo.
Etimologicamente, explica Virginia, a palavra intuição vem do latim intueri, que
significa considerar, ver interiormente ou contemplar. O matemático e filósofo Blaise
Pascal referia-se à intuição como o produto da capacidade da mente de fazer muitas
coisas ao mesmo tempo, graças às infinitas conexões inconscientes que tornam possível
à mente consciente fazer escolhas. Grandes cientistas, entre eles o físico Albert Einstein,
considerado o maior intuitivo da história, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O
psiquiatra Carl Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo: “Cada um de nós tem a
sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”. Segundo Virginia, a
23
MARINO, Raul Júnior. Op. Cit., p. 16.
24
MARINO, Raul Júnior. Op. Cit., p. 143.
25
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 392.
35
mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas, mas aprender a confiar
na intuição é um grande desafio, pois o senso comum ainda considera a intuição um
conhecimento de risco. “Pessoas com baixa auto-estima, por exemplo, têm mais
dificuldade em acreditar na inteligência intuitiva em função de uma desconfiança em
relação a tudo o que venha de seu interior”, diz Virginia. A psicóloga afirma que é
possível desenvolver a intuição por meio de algumas técnicas, como o treino da
habilidade no uso de imagens e símbolos, a aquisição de uma postura mais reflexiva e o
desenvolvimento da autoconfiança. “Devemos confiar na intuição à medida que a
autoconfiança e o autoconhecimento permitam ao indivíduo separar a intuição dos seus
medos e desejos”, diz Virginia.26
Classificação27
“Até o momento, não sabemos como a intuição funciona nem quais são
exatamente as áreas cerebrais que a medeiam. Em filosofia, a definimos como o poder
da mente para vislumbrar certas verdades auto-evidentes. Nos últimos dois séculos, a
ciência, a filosofia ocidental e seu materialismo, e o excesso de informações e de lógica,
muito têm contribuído para o amortecimento do funcionamento do dom divino da
intuição em processos neurais e em nossa vida cotidiana”. 28
“A intuição é o poder que pouco utilizamos para obter o conhecimento que não
pode ser adquirido, seja pela observação científica, seja pela razão ou experiência; de
26
http://super.abril.com.br/cotidiano/intuicao-446302.shtml.
27
wikipedia.org/wiki/Intuição.
28
MARINO, Raul Júnior. A religião do Cérebro. São Paulo: Editora Gente, 2005, p. 38.
36
que é a habilidade que o lóbulo temporal emprestou ao homem primitivo para sua
sobrevivência e, hoje, a desprezamos, pois escolhemos o lóbulo temporal esquerdo”.29
A intuição é o órgão sensitivo do espírito humano. É tão diametralmente diferente
do sentido físico e do sentido anímico que é chamada intuição. A intuição suporta uma
sensibilidade direta independente de qualquer influência exterior. Esse conhecimento
que nos chega sem nenhuma ajuda do pensamento, da emoção ou da vontade é intuitivo.
«Sabemos» por meio de nossa intuição, e nossa mente nos ajuda a «compreender». As
revelações de Deus e todos os movimentos do Espírito Santo são perceptíveis para o
crente através da intuição. Em conseqüência, um crente deve levar em consideração dois
elementos: a voz da consciência e o ensino da intuição.30
Leia ainda: Jo 11.33; 13.21; At 17.16; 18.25; 19.21; 20.22; Rm 12.11; 15.30; 1 Co
2.11; 4.14,15; 2 Co 4.13; Ef 1.17; Cl 1.8.
O Espírito
FACULDADES DO ESPÍRITO
CONSCIÊNCIA
INTUIÇÃO
COMUNHÃO
AS FACULDADES DO ESPÍRITO
CONSCIÊNCIA, INTUIÇÃO e COMUNHÃO
1. Consciência.
Consciência. “É uma faculdade do espírito, é a lei moral e espiritual no interior do
homem (Ed 1.1), que aprova ou desaprova seu procedimento. A consciência é o órgão de
discernimento, que distingue o certo do errado, mas não por meio da influência do
conhecimento acumulado na mente, senão por um julgamento espontâneo e direto. A
consciência é um guia que regula todas as demais faculdades do corpo e da alma. A
parte física do homem opera sob o princípio dos sentidos; a parte psicológica (PSIQUE -
ψυχή) obedece ao princípio da lógica, mas a parte espiritual (PNEUMA - πνεῦµα) é
regida pela consciência, intuição e comunhão. A consciência deve ter sensibilidade nas
verdades divinas, nas exigências morais de Instituídas para reger o ser tríplice do
homem. É a faculdade pela qual o homem aprende as exigências morais de Deus” (W.
Nee). 31
“A consciência é o poder judicial e moral da alma, o poder interior de julgar e de
exigir” (E. H. Bancroft).
“A consciência é o conhecimento que um homem tem de suas próprias relações
morais, junto com um peculiar sentimento à vista de tais relações” (A. H. Strong).
31
NEE, Watchman. O Homem Espiritual, Vol. 1. Belo Horizonte, MG: Editora Parusia, 1986, p. 32.
40
2. Comunhão.
3. Intuição
Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de todos nós, embora nem
todas as pessoas saibam utilizá-la, de acordo com a psicóloga Virginia Marchini,
fundadora do Centro de Desenvolvimento do Potencial Intuitivo, de São Paulo.
Etimologicamente, explica Virginia, a palavra intuição vem do latim intueri, que
significa considerar, ver interiormente ou contemplar. O matemático e filósofo Blaise
41
32
http://super.abril.com.br/cotidiano/intuicao-446302.shtml.
33
MARINO, Raul Júnior. A religião do Cérebro. São Paulo: Editora Gente, 2005, p. 38.
34
NEE, Watchman. O Homem Espíritual, Vol. 1. Belo Horizonte: Editora Betânia, p. 25.
42
A Mente e o Espírito.
Deus comunica-se conosco por meio de nosso espírito, não através de nossa alma
e de nosso corpo. Devemos ter um espírito aberto e sensível para mantermos
comunicação viva com Ele. Todavia, esta comunicação não será completa sem o uso da
mente. Com a intuição em nosso espírito, necessitamos da nossa mente renovada. A
intuição dá conhecimento interior (1 Jo 2.20, 27).
Mas sentir as coisas espirituais é uma coisa e entendê-las é outra coisa bem
diferente! As coisas de Deus são sentidas no espírito, mas são compreendidas na mente.
Muitas vezes conhecemos alguma coisa de Deus dentro do nosso espírito, mas devido ao
problema da nossa mente, não a compreendemos.
Necessitamos da compreensão em nossa mente para interpretar o que está em
nosso espírito. É por essa razão que nos é dito em Rm 12.2 que necessitamos da
renovação da mente. Se a mente estiver fechada, a luz de Deus não será concedida ao
espírito, pois não haverá saída para o que quer que o espírito obtenha. Se a mente do
cristão for defeituosa, seu espírito também será. Por isso o cristão tem que ter uma mente
43
constantemente renovada (Ef 4.17-24; Rm 12.1, 2). Uma vez que a mente é uma parte da
alma, é na alma que a transformação ocorre. Fomos regenerados no espírito (Jo 3.3-8),
mas agora o problema é a alma. Não há dúvida sobre a regeneração do nosso espírito,
sabemos que o Espírito Santo está habitando nele. Nosso espírito foi vivificado e
regenerado com Cristo, recebendo a Vida (ζωή) de Deus, pelo Espírito Santo.
CONSCIÊNCIA Zc 12.1
COMUNHÃO
ESPÍRITO INTUIÇÃO A cadeia do
conhecimento
MENTE
Intuição
EMOÇÕES
ALMA Mente
VONTADE
Cérebro
CÉREBRO
CORPO VISÃO
TATO
PALADAR
AUDIÇÃO
OLFATO
A CADEIA DO CONHECIMENTO
Mas e nossa alma? E a nossa mente, nossa vontade e nossa emoção? Em nosso
espírito, somos inteiramente diferentes das pessoas do mundo, mas temo que em nossa
mente sejamos iguais a elas. A regeneração foi cumprida em nosso espírito, mas após a
regeneração, ainda necessitamos da transformação da nossa mente, da transformação da
nossa alma.
A diferença entre a mente renovada e a não renovada é como diferença entre uma
janela de vidro transparente e uma de vidro fosco. A mente não renovada não é capaz de
pensar e fazer o que a mente renovada é capaz. O poder do pensamento melhorará
muito. Por isso devemos tratar de renovar a nossa mente diariamente. O poder, os Dons,
as operações e as manifestações fluirão do Espírito Santo via espírito humano para a
mente da alma, e desta para o corpo através do cérebro. Quando a nossa mente recebe a
verdade de Deus transmitida ao nosso espírito, conhecemos dentro de curto ou longo
prazo, a verdade completa. Muitas pessoas espirituais conseguem receber de Deus
grandes verdades com toda a clareza. Deus mostra essas verdades às nossas mentes para
que alimentem tanto a nós como a outras pessoas. Se a mente estiver impedida, o
espírito não terá por onde se manifestar e Deus não poderá usá-lo.
44
CORAÇÃO
MENTE
INTUIÇÃO
ESPÍRITO
EM
ADE
OÇ
ÃO NT
VO
O coração não é uma parte separada adicionada à alma e ao espírito, mas uma
composição de todas as partes da alma (mente, emoção e vontade) mais a intuição que é
uma faculdade do espírito.
No sentido físico, o coração é o órgão central do corpo, núcleo da vida física; é o
distribuidor do sangue, e o conceito bíblico é: a vida está no sangue (Lv 17.11). Mas
como outros termos antropológicos, coração é também muito usado num sentido
psicológico, como centro ou foco da vida interior do homem. O coração é a origem ou a
fonte dos motivos; o centro das paixões; o âmago dos processos dos pensamentos; a
fonte da consciência. O coração, na realidade está associado com aqueles aspectos que
hoje são chamados os elementos COGNITIVOS, AFETIVOS e VOLITIVOS da vida
pessoal (Mt 9.4; 13.15; Mc 2.6; Lc 1.51; Hb 10.22; 4.12; 1 Jo 3.20).
O Antigo Testamento emprega Leb ( )לִ בe Lebab ( )לֵבָּ בpara coração. LEB ocorre
nas partes mais antigas, e LEBAB não aparece até Isaías (Is 1.5). O A. T. emprega o
coração no sentido literal metafórico. A palavra leb ou lebab significa coração, mente,
inteligência, vontade, consciência, íntimo. Depois a consciência (leb) doeu a Davi, por
ter cortado a orla do manto de Saul” (1 Sm 24.5). O coração é geralmente considerado
como a sede da inteligência e da vontade (Is 10.7).
É difícil fazer uma distinção exata entre nephesh, ruah e leb do homem. O
pensamento pode representar a atividade de qualquer um destes três órgãos, mas isto não
quer dizer que as palavras são sinônimos, a não ser em sentido muito limitado. Na
totalidade do seu ser, o homem pode ser designado por nephesh, mas ele tem um ruah e
um leb. Convém lembrar que nephesh tem vários outros sentidos.
A Septuaginta traduz leb predominantemente por KARDIA, mas raramente por
DIANOIA (mente) e PSIQUÊ (alma).
A - O coração encarado como órgão do corpo é a sede da força física (Sl 38.10; Is
1.5). Quando o coração é fortalecido pelo alimento, o homem inteiro se revifica (Gn
18.5; Jz 19.5; I Rs 21.7).
45
fabrica, por assim dizer em que se formam os pensamentos e propósitos, sejam bons ou
maus (Mt 9.4; 15.18, 19; Mc 7.20-23; 1Co 7.37; 1Rs 8.17; Pv 6.14).
1. O coração é centro da vida, do desejo, da vontade e do juízo. O amor, o
ódio, a determinação, a vontade e o gozo (Sl 105.3) unem-se com o coração. O coração
sabe, compreende (1 Rs 3.9), delibera, calcula; está disposto, é dirigido, presta atenção,
e inclina-se para as coisas. Tudo o que impressiona a alma se diz estar fixado,
estabelecido, ou escrito no coração. O coração é o depósito de tudo quanto se ouve ou
se experimenta (Lc 2.51). O coração é a “fábrica”, por assim dizer, em que se formam
pensamentos e propósitos, sejam bons ou maus. (Vide Sl 14.1; Mt 9.4; l Co 7.37; l Rs
8.17). 35
2. O coração é o centro da vida emocional. Ao coração atribuem-se todos os
graus de gozo, desde o prazer, (Is 65.14) até ao êxtase e exultação (Atos 2.46); todos os
graus de dor, desde o descontentamento (Pv 25.20) e a tristeza (Jo14.1) até ao “ai”
lacerante e esmagador (Sl 109.22; At 21.13); todos os graus de má vontade desde a
provocação e ira (Pv 23.17) até à cólera incontrolável (At 7.54) e o desejo vingativo
ardente (Dt 19.6); todos os graus de temor desde o tremor reverente (Jr 32.40) até ao
pavor (Dt 28.28). O coração derrete-se e se retorce em angústia (Js 5.1); torna-se fraco
pela depressão (Lv 26.36); murcha sob o peso da tristeza (Sl 102.4); quebra-se e fica
esmagado pela adversidade (Sl 147:3), é consumido por um ardor sagrado (Jr 20.9). (Is
65.14; At 2.46; Pv 25.20; Jo 14.1, 27; Sl 19.8; 109.22; At 21.13; Js 5.1; Lc 24.32; Jo
16.6; 16.22). 36
3. O coração é o centro da vida moral. Concentrado no coração pode haver o
amor de Deus (Sl 73.26) ou o orgulho blasfemo (Ez 28.2, 5). O coração é a “oficina” de
tudo quanto é bom ou mau nos pensamentos, nas palavras ou nas ações. (Mt 15.19). É
onde se reúnem todos os impulsos bons ou as cobiças más; é a sede dum tesouro bom ou
ruim. Do que tiver em abundância ele fala e opera.(Mt 12.34, 35). É o lugar onde
originalmente foi escrita a lei de Deus (Rm 2.15), e onde a mesma lei é renovada pela
operação do Espírito Santo. (Hb 8.10). É sede da consciência (Hb 10.22) e a ele
atribuem-se todos os testemunhos da consciência, (1 Jo 3.19-21.) Com o coração o
homem crê (Rm 10.10) ou descrê (Hb 3.12). É campo onde se semeia a Palavra divina
(Mt 13.19). Segundo as suas decisões, está sob a inspiração de Deus (2 Co 8.16) ou de
Satanás (Jo 13.2). É a morada de Cristo (Ef 3.17) e do Espírito (2 Co 1.22); da paz de
Deus (Cl 3.15). É o receptáculo do amor de Deus (Rm 5.5), o lugar da aurora celestial (2
Co 4.6), a câmara da comunhão secreta com Deus (Ef 5.19). É uma grande profundidade
misteriosa que somente Deus pode sondar. (Jr 17.9). (Sl 73.26; Mt 15.19; Jr 17.9; Pv
6.14). 37
4. O coração é a sede da consciência (Hb 10.22; 1 Jo 3.19-21).
5. O coração tem relação com a mente (Mt 9.4; Mc 2.6; Lc 1.51; 24.38; Mt
13.15; Hb 4.12; Rm 2.15 consciência + mente; Gn 6.5).
6. O coração tem relação com a vontade (At 11.23; Hb 4.12).
O coração é o campo onde se semeia a Palavra Divina (Mt 13.19). É a morada de
Cristo (Ef 3.17), e do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.17, 19; 2 Co 1.22; Ef 2.22), da Paz de
35
MYER, Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 6ª ed. EUA: Editora VIDA, 1977, p. 77.
36
Ibid., p. 77.
37
MYER, Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 6ª ed. EUA: Editora VIDA, 1977, p. 78.
47
Freud via o ser humano como retalhado por dentro. O homem, dizia ele, tem
necessidades, impulsos ou energias primitivas e básicas que procuram expressar-se. A
estas Freud dava o nome de Id (sexo e agressão). Mas há também no homem o Super-
ego (mais ou menos o equivalente ao que mais freqüentemente é chamado consciência).
Os pais, a igreja, os professores, etc., injetam no indivíduo o Super-ego por meios
sociais. No sistema freudiano, o Super-ego é o réu. De acordo com Freud, o problema
dos doentes mentais consiste numa excessiva imposição social do Super-ego. Uma
consciência super-socializada é demasiado severa e demasiado rigorosa. Os
mentalmente enfermos são vítimas do Super-ego. O Ego, terceira unidade do ser
humano, é o árbitro, ou ser consciente. Aparece um conflito com o Id quando o Id
deseja expressar-se, mas é frustrado pelo Super-ego. As necessidades primitivas
procuram expressão, mas o Super-ego, estando no limiar, bloqueia o Id, impedindo sua
Expressão na vida consciente do indivíduo. Essa batalha, travada no nível do
subconsciente, é a fonte das dificuldades do indivíduo. O nível em que opera o Ego é
completamente diverso daquele em que opera o Id e o Super-ego. O Ego funciona no
nível da irresponsabilidade. Quando o Id é reprimido pelo Super-ego, a pessoa em
conflito experimenta o que Freud chama de “sentimento de culpa”.
38
ADAMS, Jay E. CONSELHEIRO CAPAZ.1ª ed. São Paulo: Editora Fiel, 1977, p. 28.
49
O SUBCONSCIENTE 39
CONSCIENTE
SUBCONSCIENTE
39
BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982, p. 79.
50
40
BENETT, Denis e Rita. Op. Cit., p. 80.
51
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53
Biografia do autor