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MINISTÉRIO GOEL

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Pr. A. Carlos G. Bentes
DOUTOR EM TEOLOGIA
PhD em Teologia Sistemática

ANTROPOLOGIA
E
RELIGIÃO
“A SUA UNÇÃO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS” (1 Jo 2.27)

“A sabedoria é a coisa principal; adquire pois, a sabedoria; sim com tudo o que possuis
adquire o conhecimento” (Pv 4.7)
2

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3

A CRIAÇÃO DO HOMEM 3

HOMEM INTERIOR E EXTERIOR 5

UNIDADE PSICOSSOMÁTICA 9

O CÉREBRO 16

Cerebelo 21

Neuroteologia 23

Intuição 34

O Espírito 38

AS FACULDADES DO ESPÍRITO 39

CORAÇÃO – KARDIA – καρδία 44

A TEORIA FREUDIANA SOBRE O HOMEM 48

O SUBCONSCIENTE 49

Bibliografia: 51
3

INTRODUÇÃO

O homem é o objetivo de todo o processo redentivo, o próprio redentor fez-se


humano e historicamente manifestou-se depois da criação do homem. O termo
“Antropologia” vem das duas palavras gregas: antrōpos [ἄνθρωπος] = homem e logia
[λογία ] = estudo.
Existem várias teorias sobre a origem do homem. Dentre outras destacamos
as seguintes:
“O homem é preexistente”. Teria ele existido noutro planeta antes de habitar a
terra. Todavia, até onde se conhece, não há documentos que comprovam tal suposição.
“O homem é uma emanação de Deus”. Seria admitir que, “in Toutum” ele
viera de Deus, inclusive a parte orgânica. Daí se vê que isto é um absurdo, pois que,
Deus é espírito e a matéria é corrupta. Aceitá-lo seria admitir que Deus também esteja
sujeito ‘a corrupção.
“O homem é produto de geração espontânea”. Todas as tentativas para sustentar
tal asserção resultaram em fracasso.
“O homem é resultante da evolução”. O próprio Darwin, o pai da evolução, cria
que Deus criara a primeira forma de vida, em número muito reduzido e que todos os
gêneros e espécies procederam desse ponto de partida.
“O HOMEM É CRIAÇÃO DE DEUS”.

A CRIAÇÃO DO HOMEM

ESPÍRITO
ESPÍRITO

ALMA

CORPO
CORPO

DEUS CRIA O HOMEM

(Gn 1.27-Bara; Gn 2.7-Asah; Is 43.7-Bara, Asah, Yatzar). No início, quando Deus


criou o homem. Ele o formou do pó da terra e depois soprou o fôlego de vidas em suas
narinas. Tão logo o fôlego de vidas que se tornou o espírito do homem, entrou em
contato com o corpo do homem, a alma foi produzida. Portanto, a alma é uma
combinação do corpo e do espírito.
4

As Escrituras chamam o homem de Alma Vivente. O fôlego de vidas tornou-se o


espírito do homem, isto é, o princípio de vida dentro dele. O original da palavra vida em
fôlego de vidas é HAYIM e está no plural. Isto indica que o sopro de Deus (Jó 32.8;
33.4) produziu uma vida dupla: a vida da alma (vida física, mental e emocional) e a vida
do espírito.
Quando o Sopro de Deus entrou no homem, ele se tornou o espírito do homem;
mas quando o espírito reagiu com o corpo a alma foi produzida. (Fôlego de vidas =
nishmath hayim = ‫נִ ְׁש ַ ַ֣מת חַ ִיִּ֑ים‬
Para Bancroft a formação do homem seguiu este processo, a saber: 1
1. O homem veio à existência por um ato criador (Gn 1.27). “Criou Deus o
homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.
2. O homem recebeu um organismo físico por um ato de formação. Gn 2.7:
“Então o SENHOR Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o
fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente”. Ec 12.7: “o pó volte a terra, de
onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu”.

3. O homem foi feito completo ser pessoal e vivo por uma ação final. (Gn 2.7: “E
o homem tornou-se alma vivente”; Zc 12.1: “Esta é a palavra do SENHOR para Israel;
palavra do SENHOR que estende o céu, assenta o alicerce da terra e forma o espírito do
homem dentro dele”; Is 43.7: “todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para
a minha glória, a quem formei e fiz”).

O homem
tornou-se
alma vivente

Em harmonia com essa tríplice preparação do homem para a sua vida e trabalho
sobre a terra, encontramos três palavras hebraicas que descrevem o Ato Criador de Deus.
A passagem de Is 43.7 ilustra o significado desses três verbos: Os que criei (bara) para a
minha glória (isto é, produzi-os do nada); e que formei (asah, isto é, fi-los existir numa

1
BANCROFT, E. H. Teologia Elementar: São Paulo: Imprensa Batista Regular, 2001, p. 207.
5

forma determinada), e fiz (yatzar), isto é, preparei as disposições e arranjos finais


referentes a eles).

Parece haver uma seqüência na criação e formação do homem, e podemos até


fazer tal colocação a seguir:
1) Os criei (bara - ‫ )בָּ ָּרא‬- criação do espírito humano (Gn 1.27).
2) E que formei (yatzar - ‫ )יָּצַ ר‬- criação do corpo humano (Gn 2.7; Jr 1.5; Zc
12.1).
3) E fiz (asah - ‫ )עָּשָּ ה‬- criação da alma humana (Gn 2.7; Is 43.7).

O pecado não fazia parte da natureza humana antes da Queda.

Só houve três seres humanos puros: Adão, Eva, antes da Queda – e Jesus.
Após a Queda, os seres humanos não passam de versões corrompidas da
humanidade.
Nossa humanidade não é um padrão pelo qual possamos medir a humanidade
Jesus Cristo. Sua humanidade, verdadeira e não adulterada é o padrão pelo qual seremos
medidos.

HOMEM INTERIOR E EXTERIOR

2 Co 4.16: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso
homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em
dia”.
Rm 7.22: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus”.
Ef 3.16: “para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais
fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior”.
1. O Homem Interior (ESŌ ANTRŌPOS - ἔσω ἄνθρωπον): é o espírito e a
alma do regenerado governados pelo Espírito Santo: Rm 7.22; 2 Co 4.16; Ef 3.16; Cl
3.10; 1 Pe 3.4; Ec 12.7.
2. O Homem Exterior (EKSŌ ANTRŌPOS - ἔξω ἄνθρωπον): é o corpo
humano (2 Co 4.16; 5.1-8; 2 Pe 1.13, 14; Ec 3.19-21; 12.7).

Elementos que compreendem a parte imaterial do homem: Alma, espírito,


coração, carne e mente. São estes elementos separados que podem existir um separado
do outro ou são funções do Ego? Geralmente se crê que esta última ideia é a que mais se
aproxima da verdade; não obstante, a Bíblia faz referência a estes elementos ou
faculdades do Homem Interior de tal modo que nenhum deles pode representar o todo da
natureza imaterial do homem. Alma e espírito são os termos que recebem destaque
especial; não que sejam usados mais do que os outros, mas por causa da maneira em que
são empregados. (Hb 4.12; 8.10; Lc 1.46, 47; Fp 1.27; 1 Ts 5.23; Jr 31.33).

Levanta-se neste ponto a questão que tem dividido os teólogos de todas as


gerações, a saber: O homem é um ser dicótomo, com duas partes, material e imaterial,
6

com suposição de que a alma e o espírito são a mesma coisa? Ou será tricótomo: corpo
alma e espírito? Há uma diferença muito grande entre alma e espírito, embora estes
termos sejam usados como sinônimos. A Bíblia dá apoio tanto à dicotomia como à
tricotomia. A diferença entre alma e espírito é tão incompreensível quanto à própria
vida, e os esforços dos homens de estruturar definições sempre continuam sendo
insatisfatórias.
A.B. Langston ilustra a dicotomia da seguinte maneira: “O homem é como a casa
de dois andares o primeiro representa o corpo, e o segundo, que representa a parte
espiritual do homem, existe uma janela que dá para o mundo ambiente (isto seria o
aspecto inferior da alma), e uma clarabóia que dá parte o céu (seria o lado superior da
alma) que se volta para Deus e para as coisas celestiais”.2
Prossegue ele: “Geralmente, quando os escritores sagrados faziam uso dos termos
espírito e alma, tratavam de uma só cousa em diferentes relações. Empregavam o termo
espírito quando faziam referência à relação da vida do homem para com Deus; e a alma
quando faziam referência à ralação da vida do homem com as cousas terrenas”.3

O binômio “juntas e medulas” citado em Hb 4.12 como figura de diferenciação


entre alma e espírito é pertinente a partir de observação de que juntas e medulas são as
duas partes inclusive de textura diferente: Juntas de osso e medula de massa pastosa.
Qualquer cirurgia na região da espinha é sempre melindrosa. De igual modo a
separação entre a alma e o espírito é tão delicada que só a Palavra de Deus é tipo
como instrumento apto. Assim como há diferença de textura de juntas e medulas,
também há diferença entre alma e espírito.
Hb 4.12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas
e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.
O versículo não diz que a Palavra de Deus pode dividir a “alma, o espírito e o
corpo”, mas que ela pode dividir “alma e espírito, juntas e medulas”. Visto que
“juntas e medula” pertencem ao corpo, ou a parte material do homem, a interpretação
natural é que “alma e espírito” também pertencem à mesma parte de uma pessoa, ou
seja, à parte imaterial do homem.4
O homem interior é constituído de alma, espírito, coração, carne e mente. O
sopro de Deus foi o primeiro espírito humano criado por Deus. A entrada do espírito
no corpo fez surgir alma - o homem tornou-se alma vivente com a entrada do espírito
no corpo. Nossa conclusão é que a imagem de Deus é a parte imaterial. Nosso Ego,
nosso Eu abrange a alma, o espírito, o coração, a carne e a mente. Porém nosso
intelecto (nous) responde diretamente no que diz respeito à imagem de Deus no
homem.
Muitos leitores tendem a pensar no espírito e no coração, ou até mesmo na
alma, como mais ou menos não-intelectual, preferimos a palavra mente, de forma a

2
LANGSTON, A. B. Esboço em Teologia Sistemática. 2ª ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, p. 129.
3
Ibidem.
4
CHEUNG, Vicente. Introdução à Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Arte Editorial, 2008, p. 172.
7

lembrar ao leitor que, não importa como ele a chame, a parte imaterial do homem é
intelectual em natureza. A mente é usada tanto pelo espírito como pela alma.
Gordon H. Clark estima que “o termo coração denota emoção em
aproximadamente dez ou no máximo quinze por cento das vezes. Ela denota vontade
talvez trinta por cento das vezes; e ela significa mui claramente o intelecto em
sessenta ou setenta por cento das vezes”.5
A Bíblia ensina que o homem consiste de duas partes – a material e a imaterial.
“Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja
consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Co 4.16). Todavia assim
como a constituição de medula difere juntas apesar de pertencerem à parte material,
assim também espírito difere de alma apesar de pertencerem à parte imaterial.
Para W. Nee. “Assim que o sopro de vida que se tornou o espírito do homem,
tomou contato com o corpo, a alma foi produzida. As escrituras, portanto, chamam o
homem de ‘Alma vivente’... desse modo o homem foi criado predominantemente como
alma vivente” (O Homem Espiritual pág. 23). Continua ele: Através do corpo temos
consciência do mundo ambiente, através da alma, temos consciência de nós mesmos, e
por meio do espírito temos consciência de Deus. ...Deus habita em nosso espírito, nosso
ego habita em nossa alma, enquanto os sentidos residem no corpo. Pelo seu espírito, o
homem mantém intercurso com o mundo espiritual, através do seu corpo o homem está
em contato como o mundo exterior sensitivo, afetando-o e sendo afetado por ele. A alma
encontra-se entre esses dois mundos e pertence aos dois. Ela se relaciona ao mundo
espírito e ao material por meio do corpo... O espírito não pode agir diretamente sobre o
corpo; precisa de um intermediário; e este intermediário é a alma produzida pelo contato
do espírito com o corpo”. 6
Indiferentemente de sermos dicotômicos ou tricótomos é preciso observar que
há relacionamento muito íntimo entre o espírito humano e o Espírito Santo, tão íntimo
que nem sempre temos certeza ao qual deles o Texto Sagrado está se referindo. O
Espírito Santo opera através do e no espírito humano, mas isto não se diz a respeito da
alma humana (Rm 8.16; Jo 4.24; Gl 5.16-18, 25). Uma alma humana pode estar
perdida, mas isto não se diz do espírito (Mt 16.26).
Os três textos importantes que fazem distinção entre alma e espírito são os
seguintes:
1 Co 15.44: “é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há
corpo natural, há também corpo espiritual”;
1Ts 5.23: “Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o
espírito, a alma e o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo”.
Hb 4.12: “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer
espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração”.

5
CHEUNG, Vicente. Ibid. p. 174.
6
NEE, Watchman. O Homem Espiritual vol 1. Belo Horizonte, MG: Editora Parusia, 1986, p. 23-28.
8

A Bíblia de Jerusalém traduz 1 Co 15.44: “Semeado corpo psíquico (σῶµα


ψυχικόν), ressuscita corpo espiritual (σῶµα πνευµατικόν). Se há um corpo psíquico,
há também um corpo espiritual”. O corpo atual (soma psiquikon) é adaptado à alma, o
corpo futuro (soma pneumatikon) será adaptado ao espírito, será igual ao corpo glorioso
de Cristo (Fp 3.21). A diferença entre o corpo atual (corruptível, desonroso, fraco e
próprio para alma) e o corpo da ressurreição (incorruptível, glorioso poderoso e próprio
para o espírito) apresenta aquilo que é da perspectiva e da qualidade da alma, em
contraste com aquilo que é da perspectiva e da qualidade do espírito. Charles Hodge diz:
“Não há duas substâncias ψυχή e πνεῦµα, mas há uma e a mesma substância com
diferentes suscetibilidades e faculdades”. A substância de ambas é espiritual, todavia há
uma inexplicável distinção entre elas.
Se for razoável o argumento supracitado, notemos mais esta argumentação
“Examinando 1 Co 15.44, verificamos que a alma e o espírito são claramente distintos.
Semeia-se corpo natural (Soma psychikon), ressuscita corpo espiritual (Soma
pneumatikon). Dizer, portanto que não existe diferença entre alma e espírito é o mesmo
que afirmar, não haver diferença entre corpo natural e corpo espiritual”.
Podemos dizer que há dicotomia afirmando que o homem é formado de uma parte
material e outra imaterial. Também podemos dizer que há tricotomia reconhecendo a
tênue diferença entre espírito e alma.
A Influência da filosofia grega: origem da dicotomia e da tricotomia.7
“A visão grega do homem é dualista. O ser humano é composto por uma alma
imortal (psique) e um corpo perecível (soma). Quem melhor representa aqui o
pensamento grego é o filósofo Platão, sobre tudo em um de seus diálogos, o Fédon”.8
A visão semita do homem é unitária.9 O homem é uma unidade, que tem:
1. Um princípio de vida divino, o espírito (ruah);
2. Uma dimensão interna pessoal, o “eu” vivente (nefesh);
3. Uma dimensão externa visível, a carne (basar).

A forma de pensar dos judeus entrou em contato com a filosofia grega fez surgir
novos modos de pensar que posteriormente veio a influenciar o pensamento cristão.
Até a época de Platão (427-347 a.C.), prevalecia entre os gregos a ideia de que o
homem era uma dualidade constituída de corpo (parte material) e alma (parte imaterial).
O corpo era visto como uma prisão da alma, a qual era liberta por ocasião da morte
física e se dirigia para o céu onde aguardava o momento de reencarnar em outro corpo.
A alma era vista como a parte racional e sobrevivia independente de estar ou não
encarnada.

Platão ensinava que o corpo era matéria perecível, mas que a alma existia no
mundo celestial em forma ou ideia pura, antes da sua encarnação no corpo humano. A
alma, portanto, era incriada e imortal – uma parte da deidade. O corpo é a prisão da
alma; a alma está trancada no corpo como uma ostra na sua concha. Na ocasião da

7
PINHO, G. de A. Apostila de Pós-graduação em Ciência da Religião. Londrina, PR. Seminário Teológico Hosana, 2012,
p. 80.
8
PALTÃO, Diálogos – Fédon. Rio de Janeiro: Ediouro, 1968, p. 73-167.
9
MANZATTO, Antônio. De esperança em esperança. São Paulo: Paulus, 2009, p. 53-56.
9

morte, a alma deixa o corpo para voltar ao mundo celestial, ou para ser reencarnada em
algum outro corpo (WARD, apud EL WELL,1998, Vol. I, p. 465).
Aristóteles (384-322 a.C.), o maior de todos os filósofos gregos, compartilhava as
mesmas ideias de Platão, mas ia mais além. Para ele, a alma se dividia em duas partes: a
alma animal (parte orgânica, que respira e comunica vida ao corpo) e a alma racional
(parte intelectual). Daí para a ideia de que existiam duas almas distintas foi algo quase
que imediato, ou seja, o dicotomismo platônico deu origem ao tricotomismo pós-
aristotélico: corpo, alma animal alma racional.

O homem é um ser dicótomo: material e imaterial


1. Material: o corpo;
2. Imaterial: espírito e alma. Espírito
Há uma tênue Alma
diferença Corpo
entre o
espírito e
alma.
O espírito e alma estão dentro do corpo
O espírito e a alma são elementos imateriais
O corpo é material

UNIDADE PSICOSSOMÁTICA

Embora a Bíblia veja o homem como um todo, ela também reconhece que o ser
humano tem dois aspectos: o físico e o não físico, o material e o espiritual. Ele tem uma
mente com a qual pensa, mas tem também um cérebro, que é parte do seu corpo, sem o
qual não pode pensar (pelo menos enquanto está vivo fisicamente e reside no corpo).
Quando as coisas não vão bem com ele, pode precisar de uma cirurgia ou de um
aconselhamento.
O calvinista Anthony Hoekema prefere definir o homem como uma unidade
psicossomática. A vantagem dessa expressão é que podemos focar a dualidade humana
(material e espiritual) e ao mesmo tempo focar a unidade do homem.
O homem existe em um estado de unidade psicossomática. Assim fomos criados,
assim somos agora e assim seremos após a ressurreição. O Plano da Redenção inclui o
espiritual (alma e espírito) e o físico (o corpo), visto que o homem não é completo sem o
corpo (Rm 8.23; 1Co 15.12-57). O futuro glorioso dos seres humanos em Cristo inclui
igualmente a ressurreição do corpo e uma Nova Terra purificada e aperfeiçoada.
A unidade psicossomática é o estado normal do ser humano. Na ressurreição o ser
humano será plenamente restaurado a essa unidade e se tornará, dessa forma, novamente
10

completo. Mas devemos reconhecer que, segundo a Bíblia, os crentes podem existir
temporariamente em um estado provisório separado de seus corpos atuais no interregno
entre a morte física e a ressurreição do corpo. Esse estado intermediário é, todavia
incompleto e provisório. Aguardamos a ressurreição do corpo e a Nova Terra como
apoteose do programa da Redenção Divina.
Na psicopatologia temos a seguinte definição: Corpo e alma forma uma unidade
indissolúvel que se estende a todos os processos. Acham-se sempre numa relação de
troca recíproca, muito mais penetrante na psicopatologia do que na psicologia normal.

“A Bíblia dá testemunho que o homem, os anjos e Deus, todos possuem aqueles


elementos essenciais que juntos constituem a personalidade”.
1. Intelecto (Mente);
2. Emoções;
3. Vontade.

1. O homem tem espírito e é uma alma (Lc 1.64, 47; Is 26.9; Jó 10.8-10; 27.3;
32.8; 33.4).
2. Somos a imagem de Deus no espírito. O espírito humano é análogo ao
Espírito Absoluto e Eterno que é Deus (Rm 8.16; 1 Co 2.11; Cl 3.10; Ec 7.29). O
espírito é a sede da imagem de Deus no homem, imagem perdida com a queda, mas que
pode ser restabelecida por Jesus Cristo (Cl 3.10; 1 Co 15.49; 2 Co 3.18).
3. Somos a semelhança de Deus na alma. A alma humana e análoga à Alma
Absoluta e Eterna de Deus. Temos as mesmas faculdades que Deus tem (Intelecto,
Emoção e Vontade), mas estas faculdades nele são perfeitas (Hb 10.38; Mt 12.18; Is
42.1; 26.9; Lc 1.46, 47; Am 6.8). O homem é uma pessoa como Deus é Pessoal.
“Precisamos ter o cuidado de não estabelecer a personalidade humana como padrão pelo
qual avaliar a personalidade de Deus. A forma original da personalidade não está no
homem, mas em Deus; Sua personalidade é arquetípica, ao passo que a do homem é
ectípica. A grande diferença entre ambos é que o homem é unipessoal, enquanto Deus é
tripessoal” (Berkhof). Cada membro da trindade é uma Pessoa com aquelas faculdades e
elementos constituintes que pertencem à personalidade. Personalidade é a soma total das
características necessária para descrever o que é uma pessoa (intelecto, sensibilidade e
volição). Estas faculdades e elementos de Deus são perfeitos em grau infinito, mas em
sua natureza mantêm uma semelhança extraordinária com aquelas faculdades
imperfeitas e os elementos que fazem parte do homem. Deus afirma nas Escrituras que o
homem, diferentemente das outras coisas do mundo, foi criado à Sua própria imagem e
semelhança (Gn. 1.26,27). “A Bíblia dá testemunho que o homem, os anjos e Deus,
todos possuem aqueles elementos essenciais que juntos constituem a personalidade”
(Chafer).
4. Não sabemos se Deus tem um corpo, mas nós temos um corpo psíquico
(terreno), (SOMA PSIQUIKON - σῶµα ψυχικόν), corpo almático, todavia teremos um
corpo espiritual e glorificado (SOMA PNEUMATIKON - σῶµα πνευµατικόν). (1 Co
15.39-54; Fp 3.21; 1 Jo 3.2).
5. Deus foi revelado na Bíblia como Espírito (PNEUMA) e como alma
PSIQUÊ). Is 42.1; Mt 12.18; Jo 4.24; Hb 10.38; Sl 11.5; Jr 9.9; Am 6.8; 2 Co 3.17, 18.
11

Is 42.1: “Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem a minha
alma se compraz. Porei nele o meu Espírito, e ele trará justiça às nações”.
Mt 12.18: “Eis o meu servo, a quem escolhi, o meu amado, em quem a minha
alma tem prazer. Porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará justiça às nações”.
Hb 10.38: “Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, a minha alma não se
agradará dele”.
Sl 11.5: “O Senhor prova o justo, mas o ímpio e a quem ama a injustiça, a sua
alma odeia”.
Jr 9.9: “Deixarei eu de castigá-los?”, pergunta o Senhor. “Não se vingaria a minha
alma de uma nação como essa?” (RC).
Am 6.8: Jurou o SENHOR pela sua alma, o SENHOR, o Deus dos Exércitos: “Eu
detesto o orgulho de Jacó e odeio os seus palácios; entregarei a cidade e tudo o que nela
existe” (RC).

A Alma

A alma é a sede da personalidade, é aquele princípio inteligente que anima o corpo


e usa os sentidos físicos como agentes na exploração das coisas materiais, e todos os
órgãos do corpo para expressar-se e comunicar-se com o exterior. A alma é sede da
percepção, do desejo, do prazer e do desfrutamento. “A alma é o próprio homem, aquilo
em que reside sua identidade e personalidade. É o Ego” (Charles Hodges). De certa
forma a personalidade não está só na alma. O Eu ou Ego reside no homem completo –
espírito, alma e corpo. O léxico de Arnadt – Gingrich define o espírito “como parte da
personalidade humana”.
“Quando se faz referência ao homem em sua relação com Deus, ruah (espírito) é
o que mais provavelmente será usado..., mas quando se faz referência ao homem em
relação a outros homens, ou o homem vivendo a vida comum, então nefesh (alma) é
mais provável, se um termo psíquico é exigido. Tanto um como outro caso envolve o
homem todo” (W. D. Stacey).
Leia: Lc 1.46; Is 26.9; Sl 139.14; Lm 3.20; Pv 2.10; 3.21, 22, 24; 1 Sm 18.1; Ct 1.7; Jó
10.1; Mt 12.18; Sl 86.4; 42.5; Jn 2.7.

A palavra hebraica é NEFESH - ‫ ֶנ ֶפש‬e a grega é PSIQUÊ - ψυχή. PSIQUÊ


aparece 102 vezes no Novo Testamento; 37 nos Evangelhos sinópticos, 10 em João, 15
em Atos, 13 nas cartas paulinas, 6 em Hebreus, 6 em 1 Pedro, 2 em Tiago, 2 em 2 Pedro,
2 em 1 João, 1 em 3 João e 7 em Apocalipse (Mt 10.39; 16.25; 20.28; Mc 8.35; Lc 9.24;
17.33; 14.26; 12.29-21; Jo 12.25; At 2.27; Tg 1.8 (DIPSIQUIKOS); 1.21; 5.20; Jd 19
PSYQUIKOS; Ap 6.9; 8.9; 12.11; 16.3; 18.13, 14; 20.4). NEFESH aparece 755 vezes
no Velho Testamento.
“O homem segundo a Bíblia possui corpo, espírito e alma. Por que o espírito e o
corpo são insuficientes? Por que é também necessária a alma? É porque a alma precisa
colocar-se entre os dois para servir de intermediária. O que Deus deseja que saibamos
nos é dado a conhecer pela intuição no espírito, pois é ele o órgão que tem consciência
de Deus; é ele que nos capacita a comunicar-nos com Deus e conhecê-lo. Deus nos deu o
corpo para que tenhamos contato com o mundo, sentindo assim as coisas que nele
12

existem. Mas a alma foi criada para autoconsciência, para que tivéssemos consciência de
nós mesmos. Nós seres humanos não somos espíritos incorpóreos como os anjos. Temos
o espírito e o corpo, juntamente com a alma que serve de intermediário entre os dois.
Desta maneira tudo que pertence ao espírito e ao corpo expressa-se através da alma. O
corpo representa a consciência do mundo exterior; a alma, a consciência própria; o
espírito, a consciência de Deus” (W. Nee).
William Barclay falando sobre a alma afirma: 10
“A alma (PSIQUÊ - psuche) é o princípio da vida física. Falando claramente, toda
criatura vivente tem psuche. O animal tem uma psuche; pode até ser dito que as plantas e
as coisas que crescem têm psuche; tudo quanto vive tem psuche. Psuche é aquilo que
liga o homem à criação animal, da qual ele participa com uma parte do seu ser. Por
aquela razão Paulo pode usar a palavra psuche de duas maneiras populares, que têm
estreita afinidade com nosso uso coloquial”.
(a) Pode usá-la no sentido de uma pessoa viva, da mesma maneira que poderíamos
dizer: “Não vi nenhuma viva alma”, ou como poderíamos chamar uma pessoa triste de
“pobre alma”. As versões modernas do NT obscurecem corretamente, este fato, mas a
ARC o conserva: A tribulação e angústia virão sobre toda a alma do homem que obra o
mal (Rm 2.9). Aqui, as versões modernas se referem ao ser humano (subentendido em
BV e BLH). Assim, a ARC diz: “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores”
(Rm 13.1), sendo que nesta passagem a ARA diz simplesmente homem. Neste uso,
psuche simplesmente significa uma pessoa vivente, conforme diríamos, por exemplo,
que um navio afundou com trezentas almas a bordo.
(b) Às vezes usa psuche simplesmente no sentido de vida, uso este que até as
traduções mais antiga obscurecem. Diz a respeito de Áquila e Priscila que expuseram
suas cabeças pela vida dele, onde a palavra traduzida vida é psuche (Rm 16.40). Diz a
respeito de Epafrodito que arriscou sua vida para completar o serviço dos filipenses a
ele, onde, mais uma vez, a palavra é psuche (Fp 2.30). A conexão básica no pensamento
de Paulo entre psuche e a vida fica bem clara” (William Barclay).

a) A alma parte no momento da morte (Gn 35.18; 1Rs 17.21; 19.4).


b) A alma significando sangue (Dt 12.23; Lv 17.14 – alma = vida).
c) A alma significando pessoa (1Pe 3.20; At 27.37; Rm 2.9; Tg 5.20; Rm 13.1; Lc
12.19 - Ego = Eu = Alma; Lc 9.24, 25; Mc 8.34-38).
d) A alma significando coração (Pv 14.10; Jó 19.27; Sl 7.9; Jr 17.9). “Porque a
vida (1iteralmente “alma”) da carne está no sangue” (Lv 17.11). As Escrituras ensinam
que, tanto no homem como no irracional, o sangue é a fonte e o depositário da vida
física. (Lv 17.11; 3.17; Dt 12.23; Lm 2.12; Gn 4.10; Hb 12.24; Jo 24.12; Ap 6.9,10; Jr
2.34; Pv 28.17). Vamos citar as palavras de Harvey, médico inglês, descobridor da
circulação do sangue: “é o primeiro órgão a viver e o último a morrer; é a sede principal
da alma. Ele vive e nutre-se de si mesmo, e por nenhuma outra parte do corpo”. Em Atos
17.26 e Jo 1.13 o sangue se apresenta como a matéria original de onde surge o
organismo humano. Usando o coração como bomba, e o sangue como meio da vida, a
alma envia vitalidade e nutrição a todas as partes do corpo. O lugar que a criatura ocupa
na escala da vida determina o valor do seu respectivo sangue. Primeiro vem o sangue
10
BARCLAY, William. As obras da Carne e o Fruto do Espírito. 1ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 1985, p. 16,17.
13

dos animais; porém de valor maior é o sangue do homem, porque o homem tem a
imagem de Deus. (Gn 9.6). De estima especial é o sangue dos inocentes e dos mártires.
(Gn 4.10; Mt 23.35). O mais precioso de todos é o sangue de Cristo (1 Pedro 1.19; Hb
9.12), de valor infinito por estar unido com a Divindade. Pelo plano benigno de Deus, o
sangue tornou-se o meio de expiação, quando aspergido sobre o altar de Deus. “Pelo
que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é
o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). 11
e) A origem da Alma (Gn 2,7; Nm 16.22; 27.3; 10.8-12: 33.4; Sl 104.29; 139.13-
16; Ec 11.5; 12.7; IS 57.16; Jr 38.16; Zc 12.1; Hb 12.9). Nossa alma não é recebida
diretamente; ela foi produzida depois que o espírito entrou no corpo (Gn 2.7). Não existe
discordância quanto à origem da alma de Adão; a discordância que há é quanto à origem
da alma dos descendentes deste. (Ver sobre a origem da alma).

AS PROPRIEDADES DA ALMA:
a) Movimento;
b) Observação;
c) Percepção;
d) Incorporealidade.

OS CINCOS INSTINTOS DA ALMA EXPRESSOS ATRAVÉS DO


CORPO:
1. O instinto da autopreservação. Capacita o homem a cuidar de si mesmo.
2. O instinto da fome e da sede. Conduz o homem à busca de alimentos para a
sua satisfação.
3. O instinto da reprodução. É o que obedece a lei da multiplicação da espécie
humana.
4. O instinto de aquisição. É o que conduz o homem à aquisição de provisões
para a sua sobrevivência.
5. O instinto do domínio. É o que conduz o homem ao exercício de iniciativa
própria (Gn 1.26; Sl 8.6-8; Tg 3.7, 8).

11
MYER, Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 6ª ed. EUA: Editora VIDA, 1977, p. 78.
14

FACULDADES DA ALMA. AS TRÊS PARTES DA ALMA: MENTE,


VONTADE E EMOÇÃO.
Há três partes da alma e três partes do espírito. Precisamos descobrir o que são as
três partes, tanto da alma como do espírito. Em 1 Ts 5.23 indica-se que somos um ser
tripartido: espírito, alma e corpo.
A Palavra de Deus prova clara e definitivamente que a alma consiste de três
partes: Mente, Vontade e Emoção”.

FACULDADES DA ALMA

MENTE

ESPÍRITO
EM
ADE
O
ÇÃ NT
O VO

INTELECTO – MENTE – NUS - νοῦς.


(Pv 2.10; 19.2 ERC; 24.14; Sl 13.2; 139.14; Lm 3.20).
No Antigo Testamento, a palavra normalmente traduzida com a ideia de mente é
“coração”. A mente inclui tanto as faculdades de perceber e de entender como os
sentimentos, os juízos e a determinação. As principais palavras gregas usadas pelo Novo
Testamento para definir esse conceito são froneō (φρονέω), nous (νοῦς) e súnesis
(σύνεσις: Mc 12.33; Lc 2.47; 1 Co 1.19 ).
Intelecto é a parte da alma que pensa, raciocina, decide, julga e conhece. É o
intelecto que recebe conhecimento. A Mente é o instrumento para os nossos
pensamentos e manifesta nosso poder intelectual. Dela surge a sabedoria, o
conhecimento e o raciocínio. A falta dela faz o homem tolo e embotado. A
Encyclopedia Britannia (14ª Edição) alude à palavra intelecto como sendo o termo geral
para “mente” com referência à sua capacidade de compreender. Este tema pertence
propriamente à ciência da psicologia. Contudo quando temos em vista o entendimento
aumentado, operado na mente humana pelo poder do Espírito Santo, o assunto se torna
teológico. Uma iluminação sobrenatural para o não regenerado foi prometida por Cristo
em Jo 16.7-11. Esta iluminação foi evidentemente designada para vencer aquela
incapacidade descrita em 2 Co 4.3,4.
Da mesma forma, um campo ilimitado de verdade está à disposição dos
regenerados por causa do mesmo Espírito (Jo 16.12-15; 1 Co 2.9-3; Hb 5.12-14; 11.3; 1
Pe 2.2; 1 Jo 2.20, 27; Ef 1.17).
O Intelecto abrange três outros valores:
a. Imaginação. Consiste num processo de pensamento que habilita o homem a
construir imagens.
15

b. Memória (Lm 3.20). Capacita o homem a guardar em seu cérebro os fatos


passados e presentes.
c. Razão. Faculta o homem a pensar, julgar e compreender as relações entre as
coisas, distinguir o verdadeiro do falso, o bem do mal.

A palavra mente no Novo Testamento é nous (leia nus) νοῦς. É usada 24 vezes
em todo o Novo Testamento (Lc 24.45; Rm 1.28; 27; 7.23, 25; 11.34; 12.2; 14.5; 1 Co
1.10; 2.16; 14.14, 15.19; Ef 4.17; Cl 2.18; 2 Ts 2.2; 1 Tm 6.5; 2 Tm 3.8; Tt 1.15; Ap
13.18; 17.9).
“Pela intuição no espírito, recebemos uma impressão de Deus. Pela mente na
alma, essa impressão intuitiva é interpretada e nos é dada a conhecer”.

O homem possui três órgãos de conhecimento. No corpo é o cérebro, no espírito


é a intuição, e na alma é a mente. Quando dissecamos o cérebro nada vemos além de
substância cinzenta e branca. E a intuição é algo que às vezes sentimos e às vezes não.
Às vezes parece constranger e outras vezes que parece restringir. É a entidade que está
no profundo de nosso íntimo. A mente, porém, se encontra entre a intuição e o cérebro.
Ela interpreta o significado da intuição e leva ao cérebro a expressá-la em palavras. O
que Deus dá à nossa intuição é comunicado ao cérebro através da mente. 12
Para o homem espiritual, assim que a atuação de Deus se manifesta em sua
intuição, é instantaneamente registrada em sua mente e executada por seu cérebro. Ao
sermos salvos, recebemos um tipo de conhecimento especial para conhecer Deus (1 Co
2.9-16; 1 Jo 2.20, 27). A intuição, a mente e o cérebro trabalham juntos e
simultaneamente. É apenas para esclarecer melhor que os descrevemos separadamente”
(W. Nee).

INTUIÇÃO Zc 12.1
CONSCIÊNCIA
COMUNHÃO
ESPÍRITO A cadeia do
MENTE
conhecimento
Intuição
EMOÇÕES
ALMA VONTADE
Mente
CÉREBRO
Cérebro
CORPO VISÃO
TATO
PALADAR
AUDIÇÃO
OLFATO

A CADEIA DO CONHECIMENTO

12
NEE, Watchman. Conhecimento Espíritual. Belo Horizonte: Editora Vida, 1992, p. 103.
16

O CÉREBRO

Subdivide-se em dois hemisférios:

Hemisfério Direito - controla todo o funcionamento do lado esquerdo do


organismo;

Hemisfério Esquerdo - controla o funcionamento do lado direito do organismo.


É constituído por:
Massa cinzenta (Córtex): Localizada no espaço superior do cérebro;
Núcleos Base: Localizados na profundidade do cérebro;
 É entre a massa cinzenta e os núcleos base que se encontra a Massa Branca:
 Permite a comunicação de áreas do córtex dentro do mesmo hemisfério, através
das Fibras de Associação;
 Permite a comunicação entre hemisférios, através das Fibras Comissurais;
 Estabelece a comunicação dentro do cérebro em geral e entre este e a medula
espinal através das Fibras de Projecção.

Dentro do cérebro humano ocorrem as mais variadas situações, tais como:


percepção, imaginação, pensamentos, julgamentos, decisões, etc.
17

Hemisfério Esquerdo

É sistemático, lógico e objetivo. A pessoas fixa-se mais nas diferenças, e na


estrutura das mesmas. É analítico e depende da linguagem, a pessoa irá preferir falar e
escrever e controla os seus sentimentos. Matemático, lineal, sequencial, intelectual,
dominante, este é também o Hemisfério ativo e responsável pela percepção de uma
ordem, assim como pelas sequências motoras complexas.

Hemisfério Direito

Neste hemisfério a pessoa toma as decisões mais ‘à sorte’, é intuitiva, subjetiva e


fixa-se nas similaridades. É também mais espontânea, prefere a flexibilidade, é sintética e
depende das imagens. A pessoa irá também preferir desenhar e tocar, é uma área mais
criativa, e expressa mais livremente os seus sentimentos. Espacial, holística, artística e
simbólica. O Hemisfério Direito é também responsável pela parte espiritual,
reconhecimento facial e figuras complexas.
18

Conhecendo o cérebro humano

Córtex Cerebral
• Pensamento
• Movimento voluntário
• Linguagem
• Julgamento
• Percepção

A palavra córtex vem do latim para “casca”. Isto porque o córtex é a camada mais
externa do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e
direito do córtex cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de
corpo caloso. Os lobos (ou lóbulos) são as principais divisões físicas do córtex cerebral.
O lobo frontal é responsável pelo planejamento consciente e pelo controle motor. O lobo
temporal tem centros importantes de memória e audição. O lobo parietal lida com os
sentidos corporal e espacial. O lobo occipital direciona a visão.
A superfície do cérebro – o córtex cerebral – é composta por seis camadas de
neurônios (células do sistema nervoso responsáveis pela condução do impulso nervoso).
O cérebro humano possui quatro áreas conhecidas como lóbulo frontal, lóbulo
parietal, lóbulo temporal e lóbulo occipital.
19

Os lóbulos cerebrais recebem o nome de acordo com a sua localização em relação


aos ossos do crânio. Portanto, temos cinco lóbulos: Frontal, temporal, parietal, occipital
e o lobo da ínsula, que é o único que não se relaciona com nenhum osso do crânio, pois
está situado profundamente no sulco lateral.13

1. O lóbulo temporal possui uma área especial chamada córtex auditivo, como
o próprio nome já diz, esta área está intimamente ligada a audição. (At 10.4,5).
2. O lóbulo frontal é assim chamado por localizar-se na parte frontal do crânio.
Ele parece ser particularmente importante por ser responsável pelos movimentos
voluntários e também por ser o lóbulo mais significante para o estudo da personalidade e
inteligência.
3. O lóbulo parietal está localizado na parte posterior do lóbulo frontal. Ele
possui uma área denominada somatossensória, responsável pela percepção de estímulos
sensoriais que ocorrem através da epiderme ou órgãos internos.
4. Lóbulo occipital. Na parte de trás da cabeça, mais precisamente na região da
nuca, localiza-se o lóbulo occipital. Nele encontra-se o córtex visual, que recebe todas as
informações captadas pelos olhos; melhor dizendo, sua especialidade é a visão. (At
10.10-16; Dn 2 – A visão de Nabucodosor).
5. Lóbulo da ínsula. Suas principais funções são fazer parte do Sistema
Límbico. O sistema límbico é a unidade responsável pelas emoções e comportamentos
sociais. Além de ser responsável pelo paladar. O Sistema Límbico compreende todas as
estruturas cerebrais que estejam relacionadas, principalmente, com comportamentos
emocionais e sexuais, aprendizagem, memória, motivação, mas também com algumas
respostas homeostáticas. Resumindo, a sua principal função será a integração de
informações sensitivo-sensoriais com o estado psíquico interno, onde é atribuído um
conteúdo afetivo a esses estímulos, a informação é registrada e relacionada com as
memórias pré-existentes, o que leva à produção de uma resposta emocional adequada,
consciente e/ou vegetativa.14

13
http://www.auladeanatomia.com/neurologia/telencefalo.htm.
14
wikipedia.org/wiki/Sistema_límbico.
20

Lóbulo Parietal

Lóbulo
Lóbulo Frontal
Occipital
Lóbulo
Temporal
Cerebelo

CÉREBRO
21

Cerebelo
22

O cérebro humano controla praticamente todas as atividades do corpo: cada região


é responsável por uma ou mais atividades. O cerebelo é responsável por 10% do volume
total do encéfalo e contém cerca de metade dos neurônios do cérebro. Recebe impulsos
de diversas partes do corpo e faz a conexão entre o tronco encefálico e o córtex cerebral.
O cerebelo é a parte do encéfalo responsável pela manutenção do equilíbrio e
pelo controle do tônus muscular e dos movimentos involuntários, bem como pela
aprendizagem motora. Dependemos do cerebelo para andar, correr, pular, andar de
bicicleta, entre outras atividades. É formado por 2 hemisférios - os hemisférios
cerebelares, e por uma parte central, chamada de Vermis. O termo cerebelo deriva do
latim e significa “pequeno cérebro”.
Além de estabelecer o equilíbrio corporal, o cerebelo recebe o estímulo de
músculos e tendões e tem a função de controlar as atividades motoras, mantendo o tônus
muscular (estado semicontraído em que o músculo permanece para responder aos
estímulos mais rapidamente). O cerebelo é essencial no desempenho dos movimentos
voluntários e na aprendizagem motora, além de ter função essencial no tato, visão e
audição.
O cerebelo é a parte do encéfalo responsável pela manutenção do equilíbrio e
pelo controle do tônus muscular e dos movimentos involuntários, bem como pela
aprendizagem motora. Dependemos do cerebelo para andar, correr, pular, andar de
bicicleta, entre outras atividades.

Lesões que acometem essa parte do cérebro – ocasionadas por falta de


oxigenação, alcoolismo, entre outros – são dificilmente tratadas e revertidas e
comprometem a movimentação (a precisão e rapidez dos movimentos deixam de ser
eficientes), causando diminuição do tônus muscular, mudanças posturais, alteração da
marcha, do equilíbrio, entre outras alterações.
Existem outras áreas dos lóbulos que não possuem especialização, estas são
chamadas de córtex de associação. Além de estas serem conectadas a vários sentidos e
movimentos, acredita-se que nelas também são processados nossos pensamentos e
armazenadas nossas memórias.
23

Neuroteologia

O que é a neuroteologia? E como são feitos seus estudos?

É o estudo das áreas cerebrais envolvidas cem mecanismos da fé e da meditação.

Foram feitas experiências com monges e freiras em clausura mostrando como e


quando áreas cerebrais se alteravam durante a meditação e a oração. Viu-se que, em
estado meditativo, eles apresentam alterações reais e detectáveis. Há mudanças na
química do sangue e das ondas cerebrais.

“Neuroteologia”, também conhecida como Bioteologia ou Neurociência Espiritual


estuda os processos cognitivos que produzem experiências subjetivas tradicionalmente
categorizadas com religiosas ou espirituais e relacioná-las com padrões de atividade no
cérebro, descobrir como e porque elas evoluíram nos humanos, e os benefícios dessas
experiências. O assunto tem formado a base de vários livros de ciência popular.

Áreas de estudo da Neuroteologia

O MRI scanner é um instrumento que ajuda a estudar o cérebro em


funcionamento. E um instrumento de grande ajuda para a Neuroteologia.

Existem varias áreas de estudo dentro da neuroteologia. Algumas delas são:

1. Estudo sobre como o cérebro humano pode ter evoluído para produzir
experiências (Neuroteologia evolutiva).
2. Estudo do desenvolvimento espiritual, do sentido de Deus e do Sagrado, e de
experiências religiosas em crianças. Do nascimento ate a infância (Neuroteologia
desenvolvimental).
3. Estudo do comportamento espiritual e religioso da raça humana por toda a
história, e de ancestrais de humanos como o Homo habilis e o Homo erectus, e espécies
próximas como o Homo de Neanderthal (Neuroteoantropologia).
4. Estudo do comportamento religioso e experiências religiosas em primatas e
outros mamíferos com inteligências avançada (Zooneuroteologia) Principais dúvidas
dentro da Neuroteologia.

A meditação pode levar a pessoa a ter emoções religiosas, como a sensação de


estar em contato com Deus.
Evolução - Porque e como as experiências espirituais evoluíram?
Idade – Bebês ou crianças podem ter experiências espirituais? Quando o cérebro
humano fica apto a ter experiências espirituais? Existe alguma relação neurológica com
o fato de que a maioria dos líderes religiosos tiveram suas epifanias nos seus 30 anos?
Alucinógenos e Enteógenos – Porque algumas substâncias causam experiências
espirituais?
24

Sexo – Como as experiências espirituais se diferem entre homens e mulheres?


Podemos estabelecer uma relação entre essas diferenças com o Dimorfismo sexual do
cérebro da espécie humana?
Sonhos - Qual é a relação entre experiências espirituais e sonhos? O indivíduo
pode ter experiências espirituais enquanto dorme?
Hipnose – A experiência espiritual compartilha mecanismos com a hipnose?
Música - Cerimônias religiosas quase sempre envolvem música, e música pode
gerar sentimentos religiosos, e experiências espirituais. Porque isso acontece?
Genética – A herança genética pode influenciar na facilidade de ter experiências
espirituais. O gene o (VMAT2) chamado de gene divino da ao ser humano a
predisposição de ter experiências espirituais?
Espécies – Primatas e mamíferos com inteligência avançada como o elefante ou
golfinhos podem ter experiências espirituais? Humanos primitivos podiam ter
experiências espirituais, elas eram semelhantes a de humanos modernos??
Definindo e medindo a experiência e sentimentos espirituais/religiosos
Neuroteologia tenta explicar a atual base neurológica para aquelas experiências,
que são popularmente chamadas de espirituais, religiosas, ou místicas (e outros termos)
para formas anormais de cognição, que quase sempre envolvem um ou mais dos
seguintes itens:
A gravura de Flammarion é usada frequentemente para ilustrar a experiência
religiosa.
Exercícios de respiração como o Pranayama podem causar experiências religiosas.
Inefabilidade - a experiência não pode ser adequadamente ser colocada em
palavras;
Noético: o indivíduo sente que ele aprendeu alguma coisa de valor da experiência;
Inexistência do espaço e tempo: a experiência causa a sensação de que não existe
mais tempo e espaço;
Sagrado: a experiência cria a sensação de que tudo é sagrado e divino;
União: sentimento de união com tudo no universo, união com Deus ou alguma
força maior que o indivíduo.
Outra Realidade: sentimento de que uma nova realidade ou a realidade definitiva
foi revelada a ele.

Realidade Divina - Consciência do absoluto


Sensações Positivas: a experiência é bem prazerosa e causa sentimento
profundamente positivo;
Efemeridade: a experiência é temporária; o indivíduo rapidamente volta ao estado
normal da mente;
Passiva: a experiência acontece para o indivíduo quase sem o seu controle.
Dissolução do Ego: consciência do “eu” desaparece.
Essas experiências são vistas como base de diferentes formas de religião e
crenças.
25

Eventos que podem causar experiências espirituais


Técnicas de concentração, meditação, contemplação e que focam a atenção.
1. A Oração
2. Rituais religiosos
3. Experiências de quase morte
4. Exercícios de respiração (Ex : Pranayama)
5. Música
6. Dança
7. Jejum prolongado
8. Consumo de substâncias psicoativas (Como DMT (Ayahuasca), Salvia
divinorum, Peiote e várias outras).

Partes do cérebro relacionadas a experiências espirituais

O Lobo frontal em cinza; Lobo parietal em amarelo; Várias partes do cérebro


estão relacionadas com experiências místicas. São elas: Lobo occipital em verde; Lobo
temporal em rosa.
26

O Lobo parietal: Diminuição de neuro-sinapses15 levando a sensação de união


com o universo.

O Lobo frontal: Concentração ampliada (meditação) bloqueia impulsos neurais


externos, como sons, toque, frio, calor.
O Lobo temporal: Ativação intensa de emoção, como alegria extrema.
O Lobo occipital: Processa imagens que facilitam praticas espirituais (Símbolos
religiosos como a estrela de Davi, cruz, velas, etc.) História e Metodologia de estudo.

Cientistas há muito tempo têm especulado que sentimentos religiosos poderiam


estar ligados a lugares específicos no cérebro. Um dos mais antigos escritos sobre o
assunto datam de 1892, nos quais alguns textos sobre doenças cerebrais falavam de uma
ligação entre “emoção religiosa” e epilepsia.
Em estudos na década de 1950 e de 1960, foram tentados o uso de EEGs para
estudar o comportamento das ondas cerebrais relacionado com estados espirituais. Em
1975, o neurologista Norma Geschwidn descreveu pacientes epilépticos com intensa
experiência religiosa.

15
As sinapses são junções especializadas em que uma célula influencia diretamente outra célula através da transmissão de
um sinal elétrico ou químico. No caso dos neurônios as terminações dos axônios estabelecem ligações com as dendrites ou
com o corpo celular dos neurônios seguintes.
27

Durante a década de 1980s o Dr. Michael Persinger estimulou o lobo temporal de


pacientes humanos com um campo magnético fraco usando um equipamento que ele
chamava de capacete de Deus (God helmet). Os pacientes relataram ter a sensação de
“uma presença celestial no quarto”. Esse trabalho ganhou atenção na época, mas não foi
explicado o mecanismo que causava esses efeitos. Em 1987, Michael Persinger publicou
um livro sobre o assunto intitulado “Neuropsychological Bases of God Beliefs”.

Numa tentativa de focalizar o crescente interesse no campo, em 1994, o professor


Laurence O. McKinney publicou o primeiro livro com o termo neuroteologia no título:
“Neurotheology: Virtual Religion in the 21st Century” (Neuroteologia: Religião Virtual
no Século XXI), escrito para uma audiência leiga. O livro ganhou grande interesse de
pessoas como o Dalai Lama e o eminente teólogo Harvey Cox.

Um livro de 1998 sobre o assunto ganhou muita atenção foi “Zen and the Brain”,
escrito pelo Neurologista e Praticante de Zen, James H. Austin.

No final da década de 90, os neurocientistas Andrew Newberg e Eugene d’Aquili


usaram várias técnicas de neuroimagem em budistas experientes em profunda
meditação, e nos anos subseqüentes fizeram testes em freiras enquanto estavam rezando.
Andrew Newberg e Eugene d’Aquili escreveram vários livros sobre o assunto:

1. Em 1999, “A mente mística: entendo a biologia da experiência religiosa”


2. Em 2002, “Porque Deus não quer ir embora: Ciência do cérebro e a biologia da
crença”.
3. Em 2006, “Porque acreditamos no que acreditamos: Descobrindo sobre nossa
necessidade biológica por significado, espiritualidade e verdade”
4. Em outubro de 2007, “Nascidos para acreditar: Deus, Ciência, e a origem da
crença ordinária e extraordinária”.

Alguns recentes estudos com o uso de neuroimagem para localizar as regiões no


cérebro ativas durante experiências que os pacientes associam como espiritual. David
Wulf, um psicólogo da Wheaton Universidade de Massachusetts, disse que o “estudo de
imagens do cérebro com os novos e poderosos aparelhos de neuroimagem como o MRI
scanner (imagem), junto com a consistência do histórico de experiências espirituais por
várias culturas, pela história e por religiões, sugerem um ponto em comum , e que isso
reflete a estrutura e processos no cérebro humano. Ecoando antigas teorias de que
sentimentos associados com experiências místicas ou religiosas são aspectos normais do
funcionamento do cérebro sob circunstâncias extremas, e não comunicação direta com
Deus ou outras entidades.”

Alguns cientistas dizem que a neuroteologia pode reconciliar religião e ciência,


mas, se não conseguir, a neuroteologia pode desenvolver métodos seguros e precisos de
indução a experiências espirituais para pessoas que não conseguem tê-las facilmente.
Por causa dos efeitos positivos que essas experiências causam em pessoas que já a
tiveram, alguns cientistas especulam que a habilidade de induzi-las artificialmente pode
28

transformar a vida de algumas pessoas, tornando-as mais felizes, saudáveis e com


melhor concentração.

“Gene Divino”

A hipótese do gene divino propõe que alguns seres humanos carregam um gene
que lhes dão a predisposição para episódios interpretados por algumas pessoas como
revelação religiosa. A ideia foi postulada e promovida pelo geneticista Dr. Dean Hamer,
diretor da Unidade Estrutura do gene e regulação, no Instituto nacional do câncer nos
Estados Unido. Hamer escreveu um livro sobre o assunto intitulado, O gene divino:
Como a fé e pré-programada dentro dos nossos genes . (The God Gene: How Faith is
Hardwired into our Genes)

De acordo com a hipótese, o gene divino (VMAT2), não é “codificado” para a


crença em Deus, mas é arranjado fisiologicamente para produzir sensações associadas,
por alguns, com a presença de Deus ou outras experiências místicas, ou mais
especificamente espiritualidade como um estado da mente.

Que vantagens evolutivas isso pode levar, e de que esses efeitos vantajosos são
efeitos colaterais , são questões que ainda estão para serem totalmente exploradas. Dr.
Hames teorizou que a transcendência faz as pessoas ficarem mais otimistas, o que leva
elas a ficarem mais saudáveis e com mais probabilidade de terem muitos filhos.

A Inteligência Espiritual16

No início do século XX, o QI (Quociente de Inteligência) tornou-se assunto


constante de conversas. Nossa inteligência intelectual, ou racional, é a que usamos para
solucionar problemas lógicos ou de grande importância. Psicólogos desenvolveram
testes para avaliá-la, e estes tornaram-se instrumentos para classificar o grau de
inteligência dos indivíduos, indicando suas habilidades e talentos. Quanto mais alto o QI
do indivíduo, dizia a teoria, maior sua inteligência

Em meados da década de 1990, Daniel Goleman popularizou pesquisas realizadas


por diversos neurocientistas e psicólogos, demonstrando que a inteligência emocional –
que, como abreviação conveniente, chamamos de QE nos dá percepção de igaul
importância. O QE nos dá percepção de nossos sentimentos e dos sentimento dos outros.
Dá-nos empatia, compaixão. Motivação e capacidade de reagir apropriadamente á dor e
ao prazer. Conforme observou Goleman, o QE constitui requisito básico para o emprego
efetivo do QI. Se estão lesionadas as áreas cerebrais com as quais sentimos, nós
pensamos com menos eficiência.

No fim do século XX, um conjunto de dados científicos, ainda não assimilados,


mostrou-nos que há um terceiro “Q”. A descrição total da inteligência humana pode ser
finalmente completada com a discussão da inteligência espiritual ou, abreviadamente,
QS – Quociente Espiritual (Spiritual Quocient). Por QS nos referimos à inteligência com
16
ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL. Rio de Janeiro: Viva Livros, 2012, p. 18-21.
29

que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor; a inteligência com a qual


podemos inserir nossos atos e nossa vida em um contexto mais amplo, mais rico, mais
gerador de significado; a inteligência co a qual podemos avaliarmos que um curso de
ação ou caminho na vida faz mais sentido do que outro. O Quociente Espiritual (QS) é o
embasamento necessário para o funcionamento eficaz do QI e do QE. É a nossa
inteligência final.

Nem o QI nem o QE, separadamente ou combinados, são suficientes para explicar


a enorme complexidade da inteligência humana nem a riqueza da alma do homem e de
sua imaginação. O QS permite que seres humanos sejam criativos, mudem as regras,
alterem situações. Permite-nos trabalhar com limites, participar do “jogo infinito”. O QS
nos dá capacidade de escolher. Presenteia-nos com um senso moral, uma capacidade de
amenizar normas rígidas com compreensão e compaixão, bem como com a capacidade
de saber quando a compaixão e a compreensão chegaram a seus limites. Usamos o QS
para lutar com questões acerca do bem do mal, e imaginar possibilidades irrealizadas –
sonhar, aspirar, superar situações difíceis.

A base do QS opera dentro do cérebro – das funções neurológicas unificadoras do


cérebro – e integra todas nossas inteligências. O QS nos torna as criaturas plenamente
intelectualizadas, emocionais e espirituais que somos.

Em condições ideais, as três inteligências básicas funcionam juntas e se apóiam


mutuamente. O modo como funciona nosso cérebro permite que elas tenham condições
de fazer isso, mas todas – o QI, o QE e o Qs – apresentam uma área própria em que são
mais fortes e podem também funcionar separadamente. Isto é, não somos
necessariamente poderosos ou fracos em todas as três ao mesmo tempo. Não precisamos
ter um poderoso QI ou QS para termos um QE alto. Poderemos ser fortes em QI e fracos
em QE, e assim por diante.

TRÊS PROCESSOS PSICOLÓGICOS

Toda a psicologia tem por fundamento dois processos (QI e QE). A inteligência
espiritual (QS) introduz um terceiro e, portanto exige expansão da psicologia como
ciência e uma compreensão mais profunda do Eu humano.

Inicialmente, Freud definiu os dois processos psicológicos como primári e


secundário. O primeiro está associado ao Id, aos instintos, ao corpo, às emoções e ao
inconsciente. O segundo está ligado ao Ego, à mente consciente, racional. Para Freud,
este último era o mais alto, superior: “Onde o Id era, o Ego será”. Outros autores,
seguindo Freud, enfatizaram ocasionalmente a maior importância do processo primário.
Toda psicologia subseqüente, porém, incluindo a ciência cognitiva, manteve a estrutura
dos dois processos. O processo primário poderia ser denominado QE (com base na
“fiação neural associativa” do cérebro e o secundário, QI (com base na “fiação neural
serial” do cérebro).
30

Fundamentada como está nesses dois processos, a psicologia ocidental, na verdade


interpõe um espaço vazio, um buraco, no centro do Eu. Os processos primário e
secundário rivalizam entre si por controle e expressão. Nem a razão nem as emoções
podem apelar para qualquer outra coisa além de si mesma. Não têm origem comum, por
meio da qual possam ser integradas e transformadas. Não incluem uma dimensão
transpessoal. O eu jungiano ou “função transcendental” jungiana, constitui uma tentativa
de estabelecer uma ponte entre as duas margens. A neurobiologia porém, ainda não
havia se desenvolvido o suficiente durante a vida de Jung (falecido em 1961) e não
podia oferecer base científica para sua psicologia.

O QS (com base no terceiro sistema neural, as oscilações neurais sincronizadas


que unificam os dados em todo o cérebro) oferece-nos, pela primeira vez, um terceiro e
viável processo. Esse processo unifica, integra e reveste-se do potencial de transformar o
material surgido dos outros dois processos (QI e QE). Facilita um diálogo entre a razão e
a emoção, entre a mente e o corpo. Fornece um núcleo para crescimento e
transformação, oferece ao Eu um centro ativo, unificador, gerador de sentido.

A descoberta de que o QS fornece à psicologia um processo terciário exige o


desenvolvimento de um novo modelo psicológico do Eu e da personalidade humana. Os
modelos anteriores tiveram duas “camadas”: a externa, ou a personalidade consciente,
racional; e a interna, formada de associações e motivações, na maior parte inconscientes.
O terceiro processo introduz uma terceira camada, um ponto central.

Danah Zohar afirma que o QS é aquele que repousa na parte mais profunda do Eu
conectada com a sabedoria que nos chega de além do Ego ou da mente consciente. Nós
diríamos que procede do espírito humano (na visão tricótoma). O QS é anterior a todos
os valores específicos e a qualquer cultura específica. É por conseguinte, anterior
também a qualquer forma que a expressão religiosa possa assumir. Torna possível (e
talvez até mesmo mnecessário) o religioso, mas independe da religião.

“O MÓDULO DEUS”17

Os lóbulos temporais estão estreitamente ao sistema límbico, ao centro de


emoções e à memória do cérebro. Nesse sistema, há duas partes de importância crucial, a
amídala, uma estrutura pequena em forma de noz no centro da área límbica, e o
hipocampo, que é essencial para registrar experiências na memória. O trabalho do Dr.
Persinger demonstrou que, quando esses centros são estimulados, ocorre o aumento de
atividade nos lobos temporais. Reciprocamente, o aumento de atividade nos lobos
produz fortes efeitos emocionais. O envolvimento do hipocampo, crucial para a
memória, significa que, mesmo que a maioria das experiências espirituais dos lobos leve
apenas alguns segundos, elas podem produzir uma forte e duradoura influência
emocional por toda a vida da pessoa – não raro descrita como “transformadora da vida”.
O envolvimento do sistema límbico demonstra também a importância do fator

17
ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL. Rio de Janeiro: Viva Livros, 2012, p. 106-108.
31

emocional na experiência religiosa ou espiritual, em contraste com a mera crença, que


pode ser inteiramente intelectual.

Neurobiólogos como Persinger e Ramachandran batizaram a área dos lóbulos


temporais ligada à experiência religiosa ou espirituais como “o ponto Deus”, ou
“módulo Deus”.
32

Lóbulo da Ínsula

Suas principais funções são fazer parte do Sistema Límbico.


O sistema límbico é a unidade responsável pelas emoções e comportamentos
sociais e sexuais e com o processamento da memória;
Os processos místicos ou espirituais valem-se das mesmas estruturas neurais que o
processo sexual, mas isso não significa que sejam o mesmo tipo de experiência. Segundo
Paul D. Maclean, o êxtase sexual é gerado no hipotálamo – estrutura mais primitiva do
sistema límbico (Lobo da ínsula).
As experiências transcendentais, por lado, dependem de estruturas mais elevadas
da cognição, sobre os lobos frontais, o lobo temporal direito e outras áreas de
associação.
O cérebro e o corpo18

Falando a respeito de cérebro e corpo, Jacob Bronowsky, expoente da cultura


judaica e filósofo natural, escreveu algo que se aplica, igualmente, à visão da
singularidade da pessoa. Ele disse que a totalidade do ser humano não deve ser violada
pela separação de cérebro e corpo. “Não existe um observador, pequeno que seja, que
fique observando na câmara escura dentro da nossa cabeça”. O que há de errado no
dualismo cartesiano de mente e corpo?, ele pergunta. O erro é que imaginamos o cérebro
como sendo apenas um receptor e processador de informações que instrui os músculos
do corpo, já falseamos todo o procedimento. “Assim que se separa o cérebro do músculo
e se pergunta ao primeiro que ordem ele vai dar, adultera-se a natureza do cérebro”. A
totalidade mente-corpo forma uma unidade, portanto uma ação não é ação de um ou de
outro, mas da totalidade da pessoa”.

Visão bíblica de corpo e cérebro19


18
GOMES, Wadislau Martins. Aconselhamento Redentivo. 1ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 149.
33

Uma visão bíblica do indivíduo autoconsciente, racional e intencional é único e


deveria ser claramente distinguido na Escritura (Bíblia). A teologia está repleta de
aplicações na área da teologia do corpo. Edward T. Welch estabelece quatro princípios
para aproximação da questão mente-corpo, que esclarecem a aplicação do que temos
exposto.
Primeiro. O cérebro não pode fazer uma pessoa pecar nem impedi-la de seguir a
Jesus em fé e obediência. A Bíblia diz que mesmo que uma pessoa peque sem saber que
está pecando, ela será responsabilizada pela transgressão (Lv 5.17).
Segundo. A Bíblia diz que os requerimentos da Lei estão escritos no coração dos
homens (Rm 2.15). Sobretudo, diz, com respeito aos mandamentos de Deus, que há um
caminho pelo qual até o louco andará nele e não errará (Is 35.8). A questão do pecado e
da retidão é moral. Assim, quando alguém atribui a uma parte do corpo a culpa pelo
pecado, está dizendo de si mesmo que é pessoa sem capacidade moral. Essa desculpa
tiraria a esperança de alguém se voltar para Cristo em busca de ajuda.
Terceiro. Problemas cerebrais podem expor problemas do coração. Geralmente,
quando nosso corpo apresenta dificuldades, como cansaço, enfermidades, mal-
funcionamento, tendemos a expor os problemas de nosso coração. Esses problemas
podem e devem ser tratados. Ainda mais, um coração alcançado pelo evangelho é o mais
poderoso auxiliar no tratamento de desordens físicas.
Quarto. Corações pecaminosos podem levar a doenças físicas; corações
justificados por Jesus podem gerar saúde.
A visão cristã dos problemas psicossomáticos tem muitas semelhanças com a
visão secular, mas distinta em pontos diferentes e importantes. Nem sempre as
enfermidades procedem de pecado [pessoal]. Tanto há enfermidades de origem espiritual
quanto há as provém da vida num mundo caído. O certo é que um coração justificado
diante de Deus pode trazer cura para problemas de origem espiritual, como pode dar
força e sabedoria para suportar ou vencer uma enfermidade de outras procedências.
“O cérebro é o único instrumento biológico e universal que constitui o alicerce
para o comportamento humano, sede de todos os sentimentos, pensamentos e
emoções”.20
“O cérebro é a única janela ou lente através da qual podemos estudar o Universo e
sua fonte dinâmica – o Criador -, e o amor, tecido que interliga toda a humanidade numa
só urdidura”. 21
“A relação mente-cérebro constitui um dos enigmas mais antigos da filosofia.
Como equação ainda não solucionada pelos mais recentes progressos da psicofísica, a
relação mente-cérebro continua a ser uma igualdade de muitas incógnitas, que, como em
qualquer equacionamento, só será resolvida quando determinados valores dessas
incógnitas forem encontrados”. 22

19
Ibidem, p. 149,150.
20
MARINO, Raul Júnior. A religião do Cérebro. São Paulo: Editora Gente, 2005, p. 29.
21
MARINO, Raul Júnior. Op. Cit., p. 30.
22
MARINO, Raul Júnior. Op. Cit., p. 71.
34

“Os antigos místicos da religião, como são Boaventura e Hugo Vitor, afirmavam
que todo ser humano possui três tipos básicos de conhecimento: o olho da carne, o olho
da mente e o olho da contemplação - o olho da carne seria o empirismo da ciência; o
olho da mente, o conhecimento racional e lógico; e o olho da contemplação, o olho da
gnose ou do conhecimento espiritual”. 23

“Nossa mente e nossa consciência podem ser treinadas para conhecer e reconhecer
a mão de Deus em tudo o que vemos e pensamos, sem a contaminação da racionalização
humana”. 24
W. Grudem na sua Teologia Sistemática afirma: As atividades de pensar, sentir e
decidir não são realizadas somente pela alma. O espírito também pode viver emoções,
como em At 17.16, quando “o seu espírito [de Paulo] se revoltava”, ou quando
“angustiou-se Jesus em seu espírito” (Jo 13.21). 25

As funções de conhecer, perceber e pensar são também executadas pelo espírito.


Por exemplo:
1. Marcos retrata Jesus “percebendo [gr. ἐπιγνόσκω, Epiginosko, = conhecer]
logo por seu espírito” (Mc 2.8).
2. Paulo nos diz que: “O Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus” (Rm 8.16). O nosso espírito recebe e compreende esse
testemunho, o que certamente equivale à faculdade de conhecer algo.
3. Paulo pergunta: “Qual dos homens sabe [οἶδεν - oiden (Perf. Defectivo do
pres. οἶδα - oida = conhecer)] as coisas do homem, senão o seu próprio
espírito, que nele está? (1 Co 2.11).

A mente na realidade não seria uma faculdade apenas da alma, mas estaria
na interseção do espírito e da alma, sendo assim instrumento de ambos.

Intuição

Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de todos nós, embora nem
todas as pessoas saibam utilizá-la, de acordo com a psicóloga Virginia Marchini,
fundadora do Centro de Desenvolvimento do Potencial Intuitivo, de São Paulo.
Etimologicamente, explica Virginia, a palavra intuição vem do latim intueri, que
significa considerar, ver interiormente ou contemplar. O matemático e filósofo Blaise
Pascal referia-se à intuição como o produto da capacidade da mente de fazer muitas
coisas ao mesmo tempo, graças às infinitas conexões inconscientes que tornam possível
à mente consciente fazer escolhas. Grandes cientistas, entre eles o físico Albert Einstein,
considerado o maior intuitivo da história, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O
psiquiatra Carl Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo: “Cada um de nós tem a
sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”. Segundo Virginia, a

23
MARINO, Raul Júnior. Op. Cit., p. 16.
24
MARINO, Raul Júnior. Op. Cit., p. 143.
25
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Vida Nova, 1999, p. 392.
35

mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas, mas aprender a confiar
na intuição é um grande desafio, pois o senso comum ainda considera a intuição um
conhecimento de risco. “Pessoas com baixa auto-estima, por exemplo, têm mais
dificuldade em acreditar na inteligência intuitiva em função de uma desconfiança em
relação a tudo o que venha de seu interior”, diz Virginia. A psicóloga afirma que é
possível desenvolver a intuição por meio de algumas técnicas, como o treino da
habilidade no uso de imagens e símbolos, a aquisição de uma postura mais reflexiva e o
desenvolvimento da autoconfiança. “Devemos confiar na intuição à medida que a
autoconfiança e o autoconhecimento permitam ao indivíduo separar a intuição dos seus
medos e desejos”, diz Virginia.26

Classificação27

A intuição pode ser dividida em 4 grupos. Esses grupos, na psicologia, não


possuem termos oficiais para suas nomenclaturas e nem mesmo seguem à risca a
definição de intuição, já apresentada acima.
Tipo 1: É o tipo de intuição que envolve um raciocínio simples, tão simples que
passa depercebido pela mente consciente. Nós chegamos a uma conclusão, mas não
percebemos que raciocinamos para obtê-la. Quando vemos um copo caindo, por
exemplo, nós já sabemos que ele se quebrará, e isto sem precisar pensar
conscientemente. É o que chamamos de “óbvio”, elementar.
Tipo 2: É o tipo de intuição que vem da prática. Quanto mais se pratica alguma
coisa, mais a mente passa a tarefa de raciocinar sobre o assunto que se está
desenvolvendo do campo consciente para o campo inconsciente. Enxadristas
considerados mestres, por exemplo, ao olharem para um tabuleiro logo sabem que
jogada fazer, pensando muito pouco ou literalmente não pensando. Um outro exemplo é
no aprendizado de novas línguas, o aluno tem de pensar muito para construir frases do
idioma que está aprendendo enquanto o professor o faz naturalmente.
Tipo 3: É quando chegamos a uma conclusão de um problema complexo sem ter
raciocinado. Popularmente, essa intuição se refere aos clichês “Como não pensei nisso
antes?” e “Eureca!”. Quando pessoas passam por esse fenômeno, elas não sabem
explicar como raciocinaram para chegar ao resultado final, simplesmente falam que a
resposta apareceu na mente deles.

“Até o momento, não sabemos como a intuição funciona nem quais são
exatamente as áreas cerebrais que a medeiam. Em filosofia, a definimos como o poder
da mente para vislumbrar certas verdades auto-evidentes. Nos últimos dois séculos, a
ciência, a filosofia ocidental e seu materialismo, e o excesso de informações e de lógica,
muito têm contribuído para o amortecimento do funcionamento do dom divino da
intuição em processos neurais e em nossa vida cotidiana”. 28
“A intuição é o poder que pouco utilizamos para obter o conhecimento que não
pode ser adquirido, seja pela observação científica, seja pela razão ou experiência; de

26
http://super.abril.com.br/cotidiano/intuicao-446302.shtml.
27
wikipedia.org/wiki/Intuição.
28
MARINO, Raul Júnior. A religião do Cérebro. São Paulo: Editora Gente, 2005, p. 38.
36

que é a habilidade que o lóbulo temporal emprestou ao homem primitivo para sua
sobrevivência e, hoje, a desprezamos, pois escolhemos o lóbulo temporal esquerdo”.29
A intuição é o órgão sensitivo do espírito humano. É tão diametralmente diferente
do sentido físico e do sentido anímico que é chamada intuição. A intuição suporta uma
sensibilidade direta independente de qualquer influência exterior. Esse conhecimento
que nos chega sem nenhuma ajuda do pensamento, da emoção ou da vontade é intuitivo.
«Sabemos» por meio de nossa intuição, e nossa mente nos ajuda a «compreender». As
revelações de Deus e todos os movimentos do Espírito Santo são perceptíveis para o
crente através da intuição. Em conseqüência, um crente deve levar em consideração dois
elementos: a voz da consciência e o ensino da intuição.30

A definição segundo o dicionário do MEC é a seguinte: “É a percepção clara,


direta, imediata, de verdades sem a necessidade da intervenção do raciocínio”. A
intuição envolve um sentimento direto e independente de qualquer ajuda da mente,
emoção ou vontade, chega intuitivamente. Nós realmente “conhecemos” através da
nossa intuição (1 Co 2.9-16); nossa mente simplesmente nos ajuda a “entender”. As
revelações de Deus e todas as manifestações do Espírito Santo tornam-se conhecidas do
crente por meio da sua intuição. O crente deve, portanto, estar atento a estes dois
elementos: a voz da CONSCIÊNCIA e ao ensino da INTUIÇÃO. A Intuição é
exatamente o lugar onde ocorre a UNÇÃO que ensina (1 Jo 2.20,27). Os dons do
Espírito Santo nos vêm ao nosso espírito através da intuição, não só os dons, mas
também, os ministérios e as operações. (1 Co 12.4-6).
A Função da Intuição no espírito humano: Mt 26.41 (pronto); Mc 2.8 (perceber);
Mc 8.12 (suspirando); Jo 11.33 (comoveu-se); At 18.25 (fervorosos); At 20.22
(constrangido); 1 Co 2.11 (entender); 1 Co 16.18 (recrear = refrigério).
Assim como a alma tem sentidos, assim também o espírito. Lá naquele recesso
mais interior, ele pode regozijar, entristecer, prever, amar, temer, aprovar, condenar,
decidir e discernir. Estes movimentos são sentidos no espírito e são bem distintos
daqueles manifestados pela alma através do corpo.
Podemos aprender a respeito dos sentidos do espírito e seu caráter múltiplos nos
seguintes versículos:
Mt 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito
está pronto, mas a carne é fraca”.
Mc 2.8: “E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si,
lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?”.
Mc 8.12: “E, suspirando profundamente em seu espírito, disse: Por que pede esta
geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se dará sinal algum”.
Lc 1.46,47: “Disse, então, Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu
espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.
Jo 4.23,24: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o
adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade”.
29
Op. Cit., Raul Júnior, p. 38.
30
NEE, Watchman. O Homem Espíritual, Vol. 1. Belo Horizonte: Editora Betânia, p. 25.
37

Leia ainda: Jo 11.33; 13.21; At 17.16; 18.25; 19.21; 20.22; Rm 12.11; 15.30; 1 Co
2.11; 4.14,15; 2 Co 4.13; Ef 1.17; Cl 1.8.

O espírito como alma tem seus pensamentos, sentimentos e desejos. Necessitamos


distinguir o espiritual daquilo que é almático (da alma).
Lá no interior do nosso ser, há uma voz não pronunciada e sem som.
O crente “sabe” (conhece) as coisas de Deus pela intuição do seu espírito. O saber
é obra da intuição, o compreender é tarefa da mente.
38

O Espírito

É O Sopro Divino Originador Da Alma No Corpo (Gn 2.7; Is 43.7).


Espírito (ruah – ַ‫ = רּוח‬pneuma - πνεῦµα): Lc 1.47; Pv 25.28; Is 26.9; Zc 12.1; Rm
8.16).
Em poucas palavras, Moisés nos conta como foi a criação do homem: “e formou o
Senhor o homem do pó da terra (corpo), e soprou-lhe nas narinas o fôlego de vidas
(Nishmat Hayim - o espírito), e o homem tornou-se alma vivente (alma) - Gn 2.7”.
Deus formou o corpo do homem a partir da matéria já existente, que Ele mesmo
criara anteriormente, porém o corpo criado era morto sem vida. Deus fez com que o
corpo adquirisse vida, ou seja, o homem tornou-se alma vivente.
O corpo só adquiriu vida depois que o espírito entrou nele, portanto o espírito é o
sopro divino originador da alma no corpo.
O espírito veio diretamente de Deus, portanto o homem tem alguma coisa de
divina em seu interior que é o seu espírito.
Devido ao fato de ter vindo de Deus para comunicar vida ao corpo, o espírito
passou a ser o elemento de ligação entre Deus e o homem, e entre o homem e Deus.
A palavra espírito vem do latim SPIRITU, que por sua vez corresponde ao termo grego
PNEUMA - πνεῦµα (220 vezes no Novo Testamento), o qual por fim corresponde ao
hebraico ַ‫ רּוח‬- RUAH (377 vezes no Velho Testamento). Todas essas três palavras
significam nos seus idiomas originais: vento, sopro, vapor, fôlego, hálito, Etc...Vejamos
a comparação que Jesus fez a Nicodemos entre vento e Espírito.
“Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da
água e do Espírito (gr. pneumatos), não pode entrar no Reino de Deus. O vento (gr.
pneuma) sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabe donde vem, para onde vai;
assim é todo aquele que é nascido do Espírito (gr. pneumatos)” (Jo 3.5,8).
As palavras ַ‫ רּוח‬- RUAH e πνεῦµα - PNEUMA podem ser usadas para designar:
1º) Vento simplesmente - Jó 21.18; At 27.4, 7, 13-15.
2º) Vento enviado por Deus - 1Rs 19.11: Ap 7.1.
3º) O Espírito Santo - Gn 6.3; Mc 1.10, 12.
4º) Anjos Bons - Hb 1.13, 14.
5º) Espíritos malignos - 1Sm 16.16; Ef 6.12.
6º) Espírito humano - Jó 32.8; 1Ts 5.23.
No Velho Testamento há duas outras palavras empregadas para se referir ao
espírito, que são NISHMAT – ‫( נִ ְׁשמַ ת‬Gn 2.7) e NESHAMA - ‫( נְׁ שָּ מָּ ה‬Is 57.16). Ambas as
palavras têm a raiz NESH ou NISH que quer dizer vento, sopro, hálito, respiração,
(Portanto têm basicamente o mesmo significado de RUAH), e os sufixos MAT e AMA
que pode ser usado para designar vida biológica. Por esta razão, essas duas palavras são
em geral traduzidas por fôlego da vida e espírito da vida respectivamente.
Espírito - Ruah Pneuma (Rm 8.16; 1Co 2.11; 5.4; 14.14, 32; Pv 25.28; Hb 12.23
Zc 12.1). Os versos das Escrituras agora citados são o suficiente para provar que nós,
seres humanos possuímos espírito humano. Este espírito não é sinônimo da nossa alma,
nem mesmo que o Espírito Santo. Nós adoramos a Deus neste espírito (Jo 4.23, 24). “O
homem tem espírito, mas é uma alma” (Berkhof).
39

O espírito humano é a vida imortal, inteligente e invisível do homem. É ele que


vivifica a alma. É pelo espírito que o homem tem consciência de Deus. Nosso espírito
vem diretamente de Deus, pois é dado por Deus (Nm 16.22; 27.16; Zc 12.1; Is 57.16; Ec
12.7; Hb 12.9). Esse espírito é o centro e a fonte da vida humana, a alma possui e usa
essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. O espírito do homem, quando se torna a
morada do Espírito (1Co 3.16; 6.17, 19; Rm 8.16), é o centro de adoração (Jo 4.24); de
oração, cânticos espirituais (1 Co 14.14, 15); de serviço e bênção (Rm 1.9; Fp 1.27; Cl
3.16; Ef 5.19).

FACULDADES DO ESPÍRITO

CONSCIÊNCIA
INTUIÇÃO
COMUNHÃO

AS FACULDADES DO ESPÍRITO
CONSCIÊNCIA, INTUIÇÃO e COMUNHÃO
1. Consciência.
Consciência. “É uma faculdade do espírito, é a lei moral e espiritual no interior do
homem (Ed 1.1), que aprova ou desaprova seu procedimento. A consciência é o órgão de
discernimento, que distingue o certo do errado, mas não por meio da influência do
conhecimento acumulado na mente, senão por um julgamento espontâneo e direto. A
consciência é um guia que regula todas as demais faculdades do corpo e da alma. A
parte física do homem opera sob o princípio dos sentidos; a parte psicológica (PSIQUE -
ψυχή) obedece ao princípio da lógica, mas a parte espiritual (PNEUMA - πνεῦµα) é
regida pela consciência, intuição e comunhão. A consciência deve ter sensibilidade nas
verdades divinas, nas exigências morais de Instituídas para reger o ser tríplice do
homem. É a faculdade pela qual o homem aprende as exigências morais de Deus” (W.
Nee). 31
“A consciência é o poder judicial e moral da alma, o poder interior de julgar e de
exigir” (E. H. Bancroft).
“A consciência é o conhecimento que um homem tem de suas próprias relações
morais, junto com um peculiar sentimento à vista de tais relações” (A. H. Strong).

31
NEE, Watchman. O Homem Espiritual, Vol. 1. Belo Horizonte, MG: Editora Parusia, 1986, p. 32.
40

Consciência vem da palavra grega SUNEIDEÇIS - συνείδησις - que significa:


um conhecimento acompanhador ou co-percepção (Rm 8.16; 9.1; 1Co 5.3).
O testemunho que a Bíblia dá referente à consciência é que é:
a) NATURAL, fazendo parte da pessoa não regenerada.
b) SOBRENATURAL, que faz parte da pessoa regenerada.

A consciência da pessoa não regenerada é: corrompida (Tt 1.15); má (Hb 10.22);


acusadora (Jo 8.9); cauterizada (1 Tm 4.2). Por outro lado, a consciência sobrenatural,
ou a do cristão, é muito complexa. Na verdade, é um verdadeiro problema determinar se
o cristão vive pela consciência. Sustenta-se que ele é influenciado pelo Espírito Santo
que nele habita e que se entristece conforme o seu procedimento ou modo de vida (Sl
38.3,4). O Espírito emprega a consciência como Seu meio de expressão, e impressão e,
talvez, essa seja a revelação da verdadeira relação existente entre o Espírito Santo e a
consciência do crente (Ed 1.1).

“A mente pode originar pensamentos, a memória pode retê-los, o espírito


pode discernir o valor dos pensamentos e a alma reagir aos mesmos, mas a
consciência julga os pensamentos quanto ao seu valor moral”.

2. Comunhão.

É adorar a Deus no espírito. Os órgãos da alma são incompetentes para adorar a


Deus. Deus não é percebido pelos nossos pensamentos, sentimentos ou intenções, pois
Ele só pode ser conhecido diretamente em nosso espírito.
Nossa adoração e as comunicações de Deus conosco são diretamente realizadas
em nosso espírito (Jo 4.14-24). Elas acontecem no “Homem Interior” e não na alma ou
no Homem Exterior. Somos morada de Deus no nosso espírito (Ef 2.22).
A função da comunhão no espírito do homem: Lc 1.47 (exulta); Jo 4.23, 24
(adoração); Rm 1.9 (sirvo); Rm 7.6 (servimos); Rm 8.15 (clamamos); Rm 8.16
(testifica); 1 Co 6.17 (um só espírito com o Senhor); 1 Co 14.14,15 (orar e cantar no
espírito); Ap 1.10 (arrebatado em espírito); Ap 21.10 (levado em espírito).

O espírito do homem não é a mente, nem a vontade, nem a emoção do homem;


pelo contrário, ele inclui as funções da consciência, da intuição e da comunhão. É aqui
no espírito, no Santo dos Santos homem, que Deus nos regenera, nos ensina e nos
conduz ao Seu Descanso.

3. Intuição

Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de todos nós, embora nem
todas as pessoas saibam utilizá-la, de acordo com a psicóloga Virginia Marchini,
fundadora do Centro de Desenvolvimento do Potencial Intuitivo, de São Paulo.
Etimologicamente, explica Virginia, a palavra intuição vem do latim intueri, que
significa considerar, ver interiormente ou contemplar. O matemático e filósofo Blaise
41

Pascal referia-se à intuição como o produto da capacidade da mente de fazer muitas


coisas ao mesmo tempo, graças às infinitas conexões inconscientes que tornam possível
à mente consciente fazer escolhas. Grandes cientistas, entre eles o físico Albert Einstein,
considerado o maior intuitivo da história, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O
psiquiatra Carl Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo: “Cada um de nós tem a
sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”. Segundo Virginia, a
mente intuitiva abre-se a respostas inovadoras e não dogmáticas, mas aprender a confiar
na intuição é um grande desafio, pois o senso comum ainda considera a intuição um
conhecimento de risco. “Pessoas com baixa auto-estima, por exemplo, têm mais
dificuldade em acreditar na inteligência intuitiva em função de uma desconfiança em
relação a tudo o que venha de seu interior”, diz Virginia. A psicóloga afirma que é
possível desenvolver a intuição por meio de algumas técnicas, como o treino da
habilidade no uso de imagens e símbolos, a aquisição de uma postura mais reflexiva e o
desenvolvimento da autoconfiança. “Devemos confiar na intuição à medida que a
autoconfiança e o autoconhecimento permitam ao indivíduo separar a intuição dos seus
medos e desejos”, diz Virginia.32
“Até o momento, não sabemos como a intuição funciona nem quais são
exatamente as áreas cerebrais que a medeiam. Em filosofia, a definimos como o poder
da mente para vislumbrar certas verdades auto-evidentes. Nos últimos dois séculos, a
ciência, a filosofia ocidental e seu materialismo, e o excesso de informações e de lógica,
muito têm contribuído para o amortecimento do funcionamento do dom divino da
intuição em processos neurais e em nossa vida cotidiana”. 33
A intuição é o órgão sensitivo do espírito humano. É tão diametralmente diferente
do sentido físico e do sentido anímico que é chamada intuição. A intuição suporta uma
sensibilidade direta independente de qualquer influência exterior. Esse conhecimento
que nos chega sem nenhuma ajuda do pensamento, da emoção ou da vontade é intuitivo.
«Sabemos» por meio de nossa intuição, e nossa mente nos ajuda a «compreender». As
revelações de Deus e todos os movimentos do Espírito Santo são perceptíveis para o
crente através da intuição. Em conseqüência, um crente deve levar em consideração dois
elementos: a voz da consciência e o ensino da intuição.34

A definição segundo o dicionário do MEC é a seguinte: “É a percepção clara,


direta, imediata, de verdades sem a necessidade da intervenção do raciocínio”. A
intuição envolve um sentimento direto e independente de qualquer ajuda da mente,
emoção ou vontade, chega intuitivamente. Nós realmente “conhecemos” através da
nossa intuição (1 Co 2.9-16); nossa mente simplesmente nos ajuda a “entender”. As
revelações de Deus e todas as manifestações do Espírito Santo tornam-se conhecidas do
crente por meio da sua intuição. O crente deve, portanto, estar atento a estes dois
elementos: a voz da CONSCIÊNCIA e ao ensino da INTUIÇÃO. A Intuição é
exatamente o lugar onde ocorre a UNÇÃO que ensina (1 Jo 2.20,27). Os dons do
Espírito Santo nos vêm ao nosso espírito através da intuição, não só os dons, mas
também, os ministérios e as operações. (1 Co 12.4-6).

32
http://super.abril.com.br/cotidiano/intuicao-446302.shtml.
33
MARINO, Raul Júnior. A religião do Cérebro. São Paulo: Editora Gente, 2005, p. 38.
34
NEE, Watchman. O Homem Espíritual, Vol. 1. Belo Horizonte: Editora Betânia, p. 25.
42

A Função da Intuição no espírito humano: Mt 26.41 (pronto); Mc 2.8 (perceber);


Mc 8.12 (suspirando); Jo 11.33 (comoveu-se); At 18.25 (fervorosos); At 20.22
(constrangido); 1 Co 2.11 (entender); 1 Co 16.18 (recrear = refrigério).
Assim como a alma tem sentidos, assim também o espírito. Lá naquele recesso
mais interior, ele pode regozijar, entristecer, prever, amar, temer, aprovar, condenar,
decidir e discernir. Estes movimentos são sentidos no espírito e são bem distintos
daqueles manifestados pela alma através do corpo.
Podemos aprender a respeito dos sentidos do espírito e seu caráter múltiplos nos
seguintes versículos:
Mt 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito
está pronto, mas a carne é fraca”.
Mc 2.8: “E Jesus, conhecendo logo em seu espírito que assim arrazoavam entre si,
lhes disse: Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso coração?”.
Mc 8.12: “E, suspirando profundamente em seu espírito, disse: Por que pede esta
geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se dará sinal algum”.
Lc 1.46,47: “Disse, então, Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu
espírito se alegra em Deus, meu Salvador”.
Jo 4.23,24: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o
adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade”.
Leia ainda: Jo 11.33; 13.21; At 17.16; 18.25; 19.21; 20.22; Rm 12.11; 15.30; 1 Co
2.11; 4.14,15; 2 Co 4.13; Ef 1.17; Cl 1.8.

O espírito como alma tem seus pensamentos, sentimentos e desejos. Necessitamos


distinguir o espiritual daquilo que é almático (da alma).
Lá no interior do nosso ser, há uma voz não pronunciada e sem som.
O crente “sabe” (conhece) as coisas de Deus pela intuição do seu espírito. O saber
é obra da intuição, o compreender é tarefa da mente.

A Mente e o Espírito.
Deus comunica-se conosco por meio de nosso espírito, não através de nossa alma
e de nosso corpo. Devemos ter um espírito aberto e sensível para mantermos
comunicação viva com Ele. Todavia, esta comunicação não será completa sem o uso da
mente. Com a intuição em nosso espírito, necessitamos da nossa mente renovada. A
intuição dá conhecimento interior (1 Jo 2.20, 27).
Mas sentir as coisas espirituais é uma coisa e entendê-las é outra coisa bem
diferente! As coisas de Deus são sentidas no espírito, mas são compreendidas na mente.
Muitas vezes conhecemos alguma coisa de Deus dentro do nosso espírito, mas devido ao
problema da nossa mente, não a compreendemos.
Necessitamos da compreensão em nossa mente para interpretar o que está em
nosso espírito. É por essa razão que nos é dito em Rm 12.2 que necessitamos da
renovação da mente. Se a mente estiver fechada, a luz de Deus não será concedida ao
espírito, pois não haverá saída para o que quer que o espírito obtenha. Se a mente do
cristão for defeituosa, seu espírito também será. Por isso o cristão tem que ter uma mente
43

constantemente renovada (Ef 4.17-24; Rm 12.1, 2). Uma vez que a mente é uma parte da
alma, é na alma que a transformação ocorre. Fomos regenerados no espírito (Jo 3.3-8),
mas agora o problema é a alma. Não há dúvida sobre a regeneração do nosso espírito,
sabemos que o Espírito Santo está habitando nele. Nosso espírito foi vivificado e
regenerado com Cristo, recebendo a Vida (ζωή) de Deus, pelo Espírito Santo.

CONSCIÊNCIA Zc 12.1
COMUNHÃO
ESPÍRITO INTUIÇÃO A cadeia do
conhecimento
MENTE
Intuição
EMOÇÕES
ALMA Mente
VONTADE
Cérebro
CÉREBRO

CORPO VISÃO
TATO
PALADAR
AUDIÇÃO
OLFATO

A CADEIA DO CONHECIMENTO

Mas e nossa alma? E a nossa mente, nossa vontade e nossa emoção? Em nosso
espírito, somos inteiramente diferentes das pessoas do mundo, mas temo que em nossa
mente sejamos iguais a elas. A regeneração foi cumprida em nosso espírito, mas após a
regeneração, ainda necessitamos da transformação da nossa mente, da transformação da
nossa alma.
A diferença entre a mente renovada e a não renovada é como diferença entre uma
janela de vidro transparente e uma de vidro fosco. A mente não renovada não é capaz de
pensar e fazer o que a mente renovada é capaz. O poder do pensamento melhorará
muito. Por isso devemos tratar de renovar a nossa mente diariamente. O poder, os Dons,
as operações e as manifestações fluirão do Espírito Santo via espírito humano para a
mente da alma, e desta para o corpo através do cérebro. Quando a nossa mente recebe a
verdade de Deus transmitida ao nosso espírito, conhecemos dentro de curto ou longo
prazo, a verdade completa. Muitas pessoas espirituais conseguem receber de Deus
grandes verdades com toda a clareza. Deus mostra essas verdades às nossas mentes para
que alimentem tanto a nós como a outras pessoas. Se a mente estiver impedida, o
espírito não terá por onde se manifestar e Deus não poderá usá-lo.
44

CORAÇÃO – KARDIA – καρδία

CORAÇÃO

MENTE

INTUIÇÃO

ESPÍRITO
EM
ADE

ÃO NT
VO

O coração não é uma parte separada adicionada à alma e ao espírito, mas uma
composição de todas as partes da alma (mente, emoção e vontade) mais a intuição que é
uma faculdade do espírito.
No sentido físico, o coração é o órgão central do corpo, núcleo da vida física; é o
distribuidor do sangue, e o conceito bíblico é: a vida está no sangue (Lv 17.11). Mas
como outros termos antropológicos, coração é também muito usado num sentido
psicológico, como centro ou foco da vida interior do homem. O coração é a origem ou a
fonte dos motivos; o centro das paixões; o âmago dos processos dos pensamentos; a
fonte da consciência. O coração, na realidade está associado com aqueles aspectos que
hoje são chamados os elementos COGNITIVOS, AFETIVOS e VOLITIVOS da vida
pessoal (Mt 9.4; 13.15; Mc 2.6; Lc 1.51; Hb 10.22; 4.12; 1 Jo 3.20).
O Antigo Testamento emprega Leb (‫ )לִ ב‬e Lebab (‫ )לֵבָּ ב‬para coração. LEB ocorre
nas partes mais antigas, e LEBAB não aparece até Isaías (Is 1.5). O A. T. emprega o
coração no sentido literal metafórico. A palavra leb ou lebab significa coração, mente,
inteligência, vontade, consciência, íntimo. Depois a consciência (leb) doeu a Davi, por
ter cortado a orla do manto de Saul” (1 Sm 24.5). O coração é geralmente considerado
como a sede da inteligência e da vontade (Is 10.7).
É difícil fazer uma distinção exata entre nephesh, ruah e leb do homem. O
pensamento pode representar a atividade de qualquer um destes três órgãos, mas isto não
quer dizer que as palavras são sinônimos, a não ser em sentido muito limitado. Na
totalidade do seu ser, o homem pode ser designado por nephesh, mas ele tem um ruah e
um leb. Convém lembrar que nephesh tem vários outros sentidos.
A Septuaginta traduz leb predominantemente por KARDIA, mas raramente por
DIANOIA (mente) e PSIQUÊ (alma).
A - O coração encarado como órgão do corpo é a sede da força física (Sl 38.10; Is
1.5). Quando o coração é fortalecido pelo alimento, o homem inteiro se revifica (Gn
18.5; Jz 19.5; I Rs 21.7).
45

B - No sentido metafórico, leb é a sede da vida espiritual e intelectual do homem,


a natureza íntima da pessoa. Aqui se vê com clareza especial a conexão estreita entre os
processos espirituais e intelectuais, e as reações funcionais da atividade do coração.
Explica-se, assim o contato, estreito de Leb e de Nefesh (alma) que podem ser até
intercambiados (Js 22.5; 1 Sm 2.35; Dt 6.5). No Antigo Testamento leb também é a sede
do sentir, pensar e desejar do homem.
O livro de Provérbios é esclarecedor neste aspecto; O coração é a sede da
sabedoria (2.10); da confiança (3.5); da diligência (4.23); da perversidade (6.14); de
projetos iníquos (6.18); da concupiscência (6.25); da astúcia maligna (7.10); do
entendimento (8.5); do engano (12.20); da estultícia (12.23); da ansiedade (12.25); da
amargura (14.10); da tristeza (14.13); do caminhar infiel (14.14); da alegria (15.13); do
conhecimento (15.14); do bom ânimo (15.30); da arrogância (16.5 B. J.); do orgulho
(18.12); da prudência (18.15); da murmuração ou irritação (19.3); da inveja (23.17 B.
J.).
O espírito comunga com Deus e é o órgão nos permite conhecer a Sua vontade,
ao passo que o coração é o mordomo do espírito, trabalhando para expressar de tudo o
que nele se encontra. Tudo o que tiver no espírito é expresso através do coração. Ele
é, portanto, o elo entre as obras do espírito e da alma. É como o centro de um sistema
telefônico para onde todas as linhas se convergem e são ligadas. Tudo o que entra no
espírito passa pelo coração. O coração atinge a alma mediante o coração; e através do
coração a alma transmite ao espírito o que ela descobre no mundo exterior. O coração
é onde nossa personalidade se localiza. É o nosso verdadeiro Eu. Conhecendo o
conceito bíblico de coração podemos julgar quão significativo é para nós: “Consultai
no travesseiro o vosso coração, e sossegai” (Sl 4.4). Em outras palavras, o coração sou
eu mesmo.
A palavra coração no Novo Testamento é KARDIA - καρδία. Ela, também, tem
uma ampla conotação psicológica e espiritual. O Senhor enfatizou a importância do
coração puro (Mt 5.8; Sl 24.3-5); o pecado é inicialmente cometido no coração (Mt
15.18); do coração procedem os maus desígnios (Mt 15.19; Mc 7.21, 22; 5.27, 28); o
divórcio é fruto de um coração endurecido (Mt 19.7, 8); o perdão deve vir do coração
(Mt 18.35); os homens devem amar a Deus de todo o coração (Mt 22.37); a Palavra de
Deus é semeada e tem de dar frutos no coração (Lc 8.11-15; Mt 13.19); o serviço deve
ser feito com um coração sincero a Cristo (Ef 6.1-9); a adoração a Deus é no coração (Cl
3.16).
“Sobre tudo o que deves guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as
fontes da vida” (Pv 4.23 cf. 14.10). Desta maneira a Palavra de Deus relaciona o termo
coração com auto conhecimento natural. Veja: Is 6.10; 1 Co 2.9.
No começo da história do homem já se diz que o coração do homem é mau (Gn
6.5) e vê-lo-emos assim em todo o Velho Testamento (Jr 5.23, 24; 17.9, 10; Ez 11.19).
Enfim, tanto no V.T. como no Novo Testamento, o coração é o centro da vida, do
desejo, da vontade e do juízo. O coração sabe, compreende, delibera, calcula, está
disposto, é dirigido, presta a atenção, e inclina-se para as coisas (1 Rs 3.9; Rm 8.5-7). O
coração é o depósito de tudo quanto se ouve ou se experimenta (Lc 2.51). O coração é a
46

fabrica, por assim dizer em que se formam os pensamentos e propósitos, sejam bons ou
maus (Mt 9.4; 15.18, 19; Mc 7.20-23; 1Co 7.37; 1Rs 8.17; Pv 6.14).
1. O coração é centro da vida, do desejo, da vontade e do juízo. O amor, o
ódio, a determinação, a vontade e o gozo (Sl 105.3) unem-se com o coração. O coração
sabe, compreende (1 Rs 3.9), delibera, calcula; está disposto, é dirigido, presta atenção,
e inclina-se para as coisas. Tudo o que impressiona a alma se diz estar fixado,
estabelecido, ou escrito no coração. O coração é o depósito de tudo quanto se ouve ou
se experimenta (Lc 2.51). O coração é a “fábrica”, por assim dizer, em que se formam
pensamentos e propósitos, sejam bons ou maus. (Vide Sl 14.1; Mt 9.4; l Co 7.37; l Rs
8.17). 35
2. O coração é o centro da vida emocional. Ao coração atribuem-se todos os
graus de gozo, desde o prazer, (Is 65.14) até ao êxtase e exultação (Atos 2.46); todos os
graus de dor, desde o descontentamento (Pv 25.20) e a tristeza (Jo14.1) até ao “ai”
lacerante e esmagador (Sl 109.22; At 21.13); todos os graus de má vontade desde a
provocação e ira (Pv 23.17) até à cólera incontrolável (At 7.54) e o desejo vingativo
ardente (Dt 19.6); todos os graus de temor desde o tremor reverente (Jr 32.40) até ao
pavor (Dt 28.28). O coração derrete-se e se retorce em angústia (Js 5.1); torna-se fraco
pela depressão (Lv 26.36); murcha sob o peso da tristeza (Sl 102.4); quebra-se e fica
esmagado pela adversidade (Sl 147:3), é consumido por um ardor sagrado (Jr 20.9). (Is
65.14; At 2.46; Pv 25.20; Jo 14.1, 27; Sl 19.8; 109.22; At 21.13; Js 5.1; Lc 24.32; Jo
16.6; 16.22). 36
3. O coração é o centro da vida moral. Concentrado no coração pode haver o
amor de Deus (Sl 73.26) ou o orgulho blasfemo (Ez 28.2, 5). O coração é a “oficina” de
tudo quanto é bom ou mau nos pensamentos, nas palavras ou nas ações. (Mt 15.19). É
onde se reúnem todos os impulsos bons ou as cobiças más; é a sede dum tesouro bom ou
ruim. Do que tiver em abundância ele fala e opera.(Mt 12.34, 35). É o lugar onde
originalmente foi escrita a lei de Deus (Rm 2.15), e onde a mesma lei é renovada pela
operação do Espírito Santo. (Hb 8.10). É sede da consciência (Hb 10.22) e a ele
atribuem-se todos os testemunhos da consciência, (1 Jo 3.19-21.) Com o coração o
homem crê (Rm 10.10) ou descrê (Hb 3.12). É campo onde se semeia a Palavra divina
(Mt 13.19). Segundo as suas decisões, está sob a inspiração de Deus (2 Co 8.16) ou de
Satanás (Jo 13.2). É a morada de Cristo (Ef 3.17) e do Espírito (2 Co 1.22); da paz de
Deus (Cl 3.15). É o receptáculo do amor de Deus (Rm 5.5), o lugar da aurora celestial (2
Co 4.6), a câmara da comunhão secreta com Deus (Ef 5.19). É uma grande profundidade
misteriosa que somente Deus pode sondar. (Jr 17.9). (Sl 73.26; Mt 15.19; Jr 17.9; Pv
6.14). 37
4. O coração é a sede da consciência (Hb 10.22; 1 Jo 3.19-21).
5. O coração tem relação com a mente (Mt 9.4; Mc 2.6; Lc 1.51; 24.38; Mt
13.15; Hb 4.12; Rm 2.15 consciência + mente; Gn 6.5).
6. O coração tem relação com a vontade (At 11.23; Hb 4.12).
O coração é o campo onde se semeia a Palavra Divina (Mt 13.19). É a morada de
Cristo (Ef 3.17), e do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.17, 19; 2 Co 1.22; Ef 2.22), da Paz de

35
MYER, Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 6ª ed. EUA: Editora VIDA, 1977, p. 77.
36
Ibid., p. 77.
37
MYER, Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 6ª ed. EUA: Editora VIDA, 1977, p. 78.
47

Deus (Cl 3.15). É o receptáculo do Amor de Deus (ÁGAPE - Rm 5.5; 1 Co 13.1-13), a


câmara da comunhão secreta com Deus (Ef 5.19). É uma grande profundidade
misteriosa que somente Deus pode sondar (Pv 14.10; Jr 17.9).
Fica a advertência de Provérbios 4.23. (Leia ainda Sl 119.11; Mt 6.19-34; Pv
28.26; Lc 2.51; 17.20-36).
Na regeneração Deus nós dá somente um espírito novo e um coração novo, mas
não nos dá uma alma nova. Deus nos dá um espírito novo para que tenhamos comunhão
com Ele. Dá-nos também um novo coração para vivermos uma nova vida e termos
novos desejos (Sl 51.10; Ez 36.26; Tg 1.18-21). Ao dar-nos um coração novo, Deus não
nos dá outro coração; Ele simplesmente renova o nosso coração corrompido. Do mesmo
modo, ao conceder-nos um espírito novo, Deus não nos dá outro espírito; Ele
simplesmente vivifica o nosso espírito morto.
Paulo faz uso da palavra KARDIA em diversos textos. Segundo H. W. Robinson
em seu livro “A Doutrina Cristã do Homem”, em 15 casos “coração” denota, de modo
geral, a personalidade, ou a vida interior (1 Co 14.25); em 13 ocorrências é a sede das
emoções e da consciência (Rm 9.2); em 11 casos é a sede das atividades intelectuais
(Rm 1.21); em 13 ocorrências é sede da volição (Rm 2.5). Paulo usa outras expressões,
tais como “mente”, “alma” e “espírito”, para ampliar o conceito do homem; mas de
modo geral, pode se dizer que a palavra KARDIA no Novo Testamento reproduz e
expande as ideias incluídas nas palavras hebraicas LÉB e LEBAB no Antigo
Testamento.
48

A TEORIA FREUDIANA SOBRE O HOMEM 38

Freud via o ser humano como retalhado por dentro. O homem, dizia ele, tem
necessidades, impulsos ou energias primitivas e básicas que procuram expressar-se. A
estas Freud dava o nome de Id (sexo e agressão). Mas há também no homem o Super-
ego (mais ou menos o equivalente ao que mais freqüentemente é chamado consciência).
Os pais, a igreja, os professores, etc., injetam no indivíduo o Super-ego por meios
sociais. No sistema freudiano, o Super-ego é o réu. De acordo com Freud, o problema
dos doentes mentais consiste numa excessiva imposição social do Super-ego. Uma
consciência super-socializada é demasiado severa e demasiado rigorosa. Os
mentalmente enfermos são vítimas do Super-ego. O Ego, terceira unidade do ser
humano, é o árbitro, ou ser consciente. Aparece um conflito com o Id quando o Id
deseja expressar-se, mas é frustrado pelo Super-ego. As necessidades primitivas
procuram expressão, mas o Super-ego, estando no limiar, bloqueia o Id, impedindo sua
Expressão na vida consciente do indivíduo. Essa batalha, travada no nível do
subconsciente, é a fonte das dificuldades do indivíduo. O nível em que opera o Ego é
completamente diverso daquele em que opera o Id e o Super-ego. O Ego funciona no
nível da irresponsabilidade. Quando o Id é reprimido pelo Super-ego, a pessoa em
conflito experimenta o que Freud chama de “sentimento de culpa”.

38
ADAMS, Jay E. CONSELHEIRO CAPAZ.1ª ed. São Paulo: Editora Fiel, 1977, p. 28.
49

O SUBCONSCIENTE 39

(TRINDADE DO HOMEM - DENNIS E RITA BENNETT)

CONSCIENTE

SUBCONSCIENTE

O subconsciente ou inconsciente é a área da alma onde cada experiência que a


pessoa teve é armazenada em bancos de memória como as dos computadores. Tudo o
que vimos, pensamos, sentimos e percebemos desde o momento de nossa concepção até
o presente está ali.
Seria impossível conservar tudo na memória ativa de modo que é “armazenado”
no inconsciente. Seu subconsciente contém todos os sentimentos, pensamentos,
motivações já registradas em sua vida. A mente já foi comparada a um “iceberg”.
A ponta que está de fora é a parte consciente, mas a parte submersa é sete vezes
maior, é o subconsciente.

39
BENETT, Denis e Rita. TRINDADE DO HOMEM. Editora VIDA, 1982, p. 79.
50

O orar em Línguas e o Subconsciente. 40

As pessoas freqüentemente perguntam: “O falar em línguas vem do


subconsciente?” Não, não vem. Se viesse, teríamos uma jaula cheia de problemas todas
as vezes que falássemos em línguas, porque o subconsciente é um balaio de confusão. O
espírito recriado, onde Deus habita, é santo, logo, quando a pessoa ora nesse nível mais
profundo é edificada no espírito (1 Co 14.4). Se viesse da parte subconsciente da alma a
pessoa seria edificada em um instante e no outro ficaria deprimida.
O falar em línguas não exige dados mentais, quer conscientes quer inconscientes,
mas procede diretamente do Espírito para o espírito do crente. Pode ser um processo de
cura para o inconsciente expressar-se, à medida que o Espírito Santo concede essa
capacidade, o que de outra forma, seriam necessidades inalcançáveis e inexprimíveis
encontradas no inconsciente.
O orar em línguas é um instrumento valioso na cura da alma. Todavia, embora
você tenha a habilidade de Deus de falar em línguas, pode ser que ainda precise de um
pouco mais de ajuda com oração específica e que cura a alma.
A vida de Deus está dentro de nós, devemos cooperar com Deus para que a sua
vida (zōē - ζωή) possa se manifestar em todas as facetas de nossa vida (Jo 12.24, 25).

40
BENETT, Denis e Rita. Op. Cit., p. 80.
51

Bibliografia:
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34. SHERRILL, John L. ELES FALAM EM OUTRAS LÍNGUAS. São Paulo:
Sociedade Evangélica Betânia, 1969.
35. STRONG, A. H. Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2003.
36. THIESSEN, H. C. Palestras em Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Imprensa
Batista Regular, 1987.
37. ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL. Rio de
Janeiro: Viva Livros, 2012.
38. Chave Lingüística do Novo Testamento Grego - Fritz Rieneeker, Cleon Rogers -
Edições Vida Nova.
39. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento - Vol 1, 2 - Edições Vida
Nova.
40. DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA DO ANTIGO
TESTAMENTO. R. Laird Harris, Gleason L. Archer, Jr., Bruce K. Waltke. Editora
Vida Nova).
41. La Nueva Concordância Greco - Espanola Del Nuevo - Testamento com Índices -
Compilada por Hugo M. Petter.
42. Dicionário Grego - Português e Portugûes - Greco - Isidro Pereira, S. J.
43. Dicionário do Novo Testamento Grego - W. C. Taylor.
44. Léxico do Novo Testamento Grego-Portugûes - F. Wilbur Gingrich, Frederick W.
Danker.
45. Enciclopédia Histórico - Teológica da Igreja Cristã - Editor Walter A. Elwell.
46. GOMES, Wadislau Martins. Aconselhamento Redentivo. 1ª ed. São Paulo: Cultura
Cristã.
47. A Economia de Deus - Watness Lee.
48. Homem em Três Tempos - Tácito Gama Leite Filho.
49. Corpo, Alma e Espírito - Elienai Cabral.
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Biografia do autor

O pastor Antônio Carlos Gonçalves Bentes é capitão do Comando da Aeronáutica,


Doutor em Teologia pela American Pontifical Catholic University (EUA), conferencista,
filiado à ORMIBAN – Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, foi professor dos
seminários batistas: STEB, SEBEMGE. É atualmente professor do Seminário Teológico
Koinonia e também das instituições: Seminário Teológico Hosana, JAMI, UNITHEO,
Escola Bíblica Central do Brasil e das Faculdades PUCA, KURIOS e FATERJ, atuando
nas áreas de Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea, Apologética, Escatologia,
Pneumatologia, Teologia Bíblica do Velho e Novo Testamento, Hermenêutica, e
Homilética. Reside atualmente em Lagoa Santa, Minas Gerais. Exerce o ministério
pastoral na Igreja Batista Getsêmani em Belo Horizonte - Minas Gerais. É casado com a
pastora Rute Guimarães de Andrade Bentes, tem três filhos: Joelma, Telma e Charles
Reuel, e duas netas: Eliza Bentes Zier e Ana Clara Bentes Rodrigues.

Pedidos ao Pr. A. Carlos G. Bentes


E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com

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