Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
SEGREDOS
SINOPSE
Certo dia, um avô visita o neto com um grande pacote no qual diz guardar
os seus segredos. A declaração deixa o menino curioso por saber o que há ali
dentro. Quando o avô abre o pacote, o garoto tem uma série de surpresas.
Então, é a vez de o neto revelar os seus segredos para o avô. Na troca de
experiências, a descoberta de que o vínculo entre os dois pode ficar ainda mais
forte. Com as delicadas ilustrações de Lúcia Brandão, este livro de Ronaldo
Simões Coelho mostra, com sensibilidade, o valor da amizade que une
gerações.
PALAVRAS DO AUTOR
Nasci em São João del-Rei, Minas Gerais, em 1932. Minha casa estava
sempre cheia de irmãos, primos, tios, amigos e visitantes. Havia ali uma
contínua troca de informações, e a moçada estudiosa tinha, na imensa
biblioteca de meu pai, a oportunidade de satisfazer sua curiosidade. Além
disso, como bons mineiros, os parentes mais velhos cultivavam o delicioso
hábito de contar histórias, de recitar, de ler em voz alta. Foi nesse ambiente
que, aos seis anos, afirmei que queria ser médico e escritor. Sou médico
psiquiatra há mais de 50 anos, escritor de um grande número de livros
infantojuvenis e contador de histórias. Há alguns anos, formei junto com outros
contadores de histórias o grupo chamado Expresso Minino, que sai viajando
para tudo o que é lugar para contar causos e ouvir outros. Troca de segredos
faz parte de uma pequena coleção que fiz sobre as relações entre avô e neto,
uma experiência muito rica para ambos.
FICHA TÉCNICA
“A literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena
de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo
ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza. Negar a fruição da literatura é
mutilar a nossa humanidade.”
ANTONIO CANDIDO
(CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: ______. Vários escritos. 4. ed. São Paulo: Duas
Cidades, 2004. p. 186.)
“A fruição literária não é um simples ato de consumo, mas uma construção que
pressupõe capacitação, experiência. É, pois, necessário deixar de associar a leitura prazerosa
à ideia da mera facilidade ou lazer. Na facilidade, não está necessariamente o prazer e, na
obrigação, não está necessariamente o desprazer. O prazer pode estar associado à
realização.”
LUIZ PERCIVAL LEME BRITTO
(BRITTO, Luiz Percival Leme. Sobre o processo de formação do gosto e a constituição do
sujeito leitor. Prazer em Ler 2, São Paulo, fev. 2007. p. 26.)
“A literatura infantil, nessa medida, é levada a realizar sua função formadora, que não
se confunde com uma missão pedagógica. Com efeito, ela dá conta de uma tarefa a que está
voltada toda a cultura — a de “conhecimento do mundo e do ser”, como sugere Antonio
Candido, o que representa um acesso à circunstância individual por intermédio da realidade
criada pela fantasia do escritor. E vai mais além — propicia os elementos para uma
emancipação pessoal, o que é a finalidade implícita do próprio saber.”
REGINA ZILBERMAN
(ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 11. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:
Global, 2003. p. 29.)
“... a diversidade é fundamental quando se compreende que o leitor não nasce feito ou
que o simples fato de saber ler não transforma o indivíduo em leitor maduro. Ao contrário,
crescemos como leitores quando somos desafiados por leituras progressivamente mais
complexas. Portanto, é papel do professor partir daquilo que o aluno já conhece para aquilo
que ele desconhece, a fim de se proporcionar o crescimento do leitor por meio da ampliação de
seus horizontes de leitura.”
RILDO COSSON
(COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006. p. 35.)
FORMAÇÃO DO LEITOR
ponte entre o livro que será lido e o que foi trabalhado anteriormente na sala de
aula.
Um recurso valioso que também facilita a entrada no texto é a leitura
expressiva, que consiste em dar vida às palavras, em colocar na voz os
sentidos do texto, ou seja, em oralizar a interpretação do texto. Ler
expressivamente é ler com a entonação e o ritmo adequados, com a
modulação da voz, com boa dicção, com as pausas devidas, com naturalidade,
com a ênfase correta (um momento de suspense ou de grande descoberta, por
exemplo). Por ser uma atividade que consegue chamar a atenção das crianças
para a beleza das palavras e também despertar e manter o interesse delas
pela leitura, deve ser mais valorizada na escola e praticada com maior
frequência.
EXPLORAÇÃO DA LEITURA
EXPANSÃO DA LEITURA
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
ANTES DA LEITURA
1. Leve para a sala de aula um baú (ou uma caixa) com o livro dentro. Sugere-
se que esse recipiente esteja fechado com um cadeado ou muito bem
amarrado. Crie um suspense para que as crianças fiquem curiosas quanto ao
que há lá dentro, provocando-as para que adivinhem seu conteúdo. Depois que
as crianças tiverem levantado suas hipóteses, abra o recipiente de maneira
teatral, alimentando ainda mais o interesse das crianças, e apresente o
“tesouro” ali guardado: o livro.
4. Peça às crianças que escrevam um segredo – algo que elas não gostariam
que ninguém soubesse – em um papel, dobrando-o e anotando o próprio nome
do lado de fora. Coloque os papéis dentro de um recipiente lacrado (o baú ou a
caixa citados inicialmente), prometendo guardá-los ali para só entregar os
papéis a elas no final do ano. Assim, as crianças entenderão a importância de
se manter sigilo sobre algo.
DURANTE A LEITURA
5. Pergunte às crianças qual foi o argumento utilizado pelo neto para fazer o
avô revelar seu segredo (página 5). Como era um blefe (página 6), o garoto
descobre que não tem segredo nenhum a contar. Mostre às crianças que o
neto, espertamente, apenas “armou” uma situação, para que o avô fizesse o
que ele queria, isto é, abrir o pacote.
9. O elo que o neto procura estabelecer com o avô após a revelação dos
segredos é chamá-lo para brincar com ele no computador. Faça com que os
TROCA DE Ronaldo Simões Coelho
SEGREDOS
alunos percebam que a informática não fazia parte do repertório do avô, mas,
mesmo assim, ele se interessou pelas atividades do neto. Peça às crianças
que digam quais jogos de computador indicariam e ensinariam ao avô do
menino.
10. Na página 13, o neto ganha os piões do avô. Pergunte às crianças o que
elas supõem que o garoto faria com esses brinquedos.
11. Faça com que as crianças relatem como o menino se sente ao brincar com
o avô, manuseando objetos de verdade, não virtuais. Mostre que esse laço de
afetividade e a presença física de outra pessoa podem tornar os jogos mais
divertidos, humanos e atraentes.
DEPOIS DA LEITURA
1. Peça às crianças que escrevam uma lista daquilo que elas mesmas já
aprenderam com seus avós ou ensinaram a eles. Depois, questione-as:
• Como foi ensinar?
• Como foi aprender?
• O que foi mais difícil?