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ANAIS

ENTREVISTAS “EM PROFUNDIDADE” NA PESQUISA QUALITATIVA EM


ADMINISTRAÇÃO: PISTAS TEÓRICAS E METODOLÓGICAS

VERÔNICA MACÁRIO DE OLIVEIRA ( veronicamacario@gmail.com )


UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
MARIA DE FÁTIMA MARTINS ( fatimamartins2005@gmail.com )
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
ANA CECÍLIA FEITOSA VASCONCELOS ( acvasconcelos@gmail.com )
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

Resumo
Recentemente, as entrevistas “em profundidade” têm atraído interesses de pesquisadores
sociais, como método de coleta de dados, incluindo o campo da Administração. O objetivo
deste artigo é apresentar apontamentos teóricos e metodológicos sobre o uso de entrevistas
“em profundidade” na pesquisa qualitativa em Administração, considerando sua importância
para obter informações sobre realidades sociais e contribuir para o aprimoramento do
conhecimento nesta área. A metodologia deste estudo consiste de uma revisão bibliográfica de
natureza exploratória. O uso da entrevista “em profundidade” ultrapassa as questões técnicas
e, dependendo do fenômeno investigado e do problema de pesquisa, pode se caracterizar
como principal caminho de coleta de dados.
Palavras-chave: Pesquisa Qualitativa; Administração; Entrevistas “em profundidade”.

1. Introdução

Durante muitos anos, a discussão metodológica da pesquisa qualitativa girou em torno


da observação como o principal método de coleta de dados. Mais recentemente, são as
entrevistas que têm atraído interesses e passaram a ser amplamente utilizadas nas pesquisas.
As entrevistas “em profundidade” são aquelas que apresentam uma maior flexibilidade,
permitindo ao entrevistado construir suas respostas sem ficar preso a um nível mais rigoroso
de diretividade e mediação por parte do entrevistador, como acontece no caso do uso de
questionário ou de uma entrevista totalmente estruturada.
O uso de entrevistas “em profundidade” na pesquisa qualitativa deve ser apreciado e
valorizado, considerando a riqueza de informações que podem ser obtidas e a possibilidade de
ampliar o entendimento dos objetos investigados através da interação entre entrevistados e
entrevistador, mas enfatizamos que a definição do método de pesquisa que deverá ser
utilizado depende da natureza do objeto investigado, do problema de pesquisa e da abordagem
paradigmática que guia o pesquisador.
A área de Administração é considerada como multiparadigmática (LEÃO et al, 2009),
de modo que a busca por compreender grande parte dos fenômenos organizacionais,
atualmente, exige em vez de um conhecimento objetivo e explicativo, métodos que visam à
obtenção de um conhecimento intersubjetivo e compreensivo (GODOI et al, 2010). É nesse
sentido, que emerge a necessidade do uso de métodos qualitativos nas pesquisas em
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Administração, que possam ser utilizados de forma exclusiva ou fazendo triangulação de
métodos na realização de estudos organizacionais, com o intuito de enriquecer o
conhecimento gerado.
Mattos (2010) enfatiza que a entrevista “em profundidade” tem sido cada vez mais
utilizada na pesquisa em Administração, considerando a inadequação da metodologia
quantitativa à área, uma vez que muitos dos problemas e fenômenos das relações que
permeiam as organizações escapam ao pesquisador quando expresso em números e
estatísticas.
Poupart (2008) ressalta que há ambiguidade ligada ao uso desse tipo de entrevista, a
qual, por um lado, se constitui como uma porta de acesso às realidades sociais e, por outro,
essas realidades sociais não se deixam facilmente apreender, sendo transmitidas através do
jogo e das questões das interações sociais que a entrevista necessariamente implica, bem
como do jogo complexo das múltiplas interpretações produzidas pelos discursos.
Os argumentos que defendem o uso da entrevista como método de coleta de dados na
pesquisa qualitativa se referem, principalmente, à exploração dos pontos de vistas dos atores
sociais inseridos nos contextos de investigação, elementos essenciais ao conhecimento e à
compreensão da realidade social. Por outro lado, as críticas circundam em torno do fato da
entrevista ser um processo de interação social, o que pode acabar influenciando os
entrevistados com a visão que o entrevistador possui dos fenômenos investigados. Nessa
perspectiva, Flick (2009) justifica que o aumento no interesse pelo uso da entrevista aberta
como método de coleta de dados na pesquisa qualitativa está associado à expectativa de que é
mais provável que os pontos de vistas dos sujeitos entrevistados sejam expressos em uma
situação de entrevista com um planejamento aberto do que em uma entrevista padronizada ou
em um questionário.
Por outro lado, Poupart (2008) discute argumentos de ordem epistemológica, ético-
política e metodológica, como as justificativas habitualmente alegadas pelos pesquisadores
para recorrer à entrevista do tipo qualitativo, a saber: 1) a análise das realidades sociais
segundo a perspectiva dos atores sociais, considerada indispensável para uma exata apreensão
e compreensão das condutas sociais; 2) denunciar os preconceitos, as práticas discriminatórias
e as iniqüidades, porque abre a possibilidade de compreender e conhecer internamente os
dilemas e questões enfrentadas pelos atores sociais; 3) e, por ser uma ferramenta de
informação sobre as entidades sociais, capaz de elucidar as realidades sociais, mas,
principalmente, por ser um instrumento privilegiado de exploração da experiência dos atores
sociais.
Embasado nestas considerações, este artigo tem como objetivo apresentar alguns
apontamentos teóricos e metodológicos sobre o uso de entrevistas “em profundidade” como
instrumento de coleta de dados na pesquisa qualitativa em Administração, considerando a sua
importância para obter informações sobre realidades sociais e contribuir para o
aprimoramento do conhecimento nesta área de investigação. A metodologia utilizada para
realização deste estudo consiste de uma revisão bibliográfica de natureza exploratória que
permite fazer o levantamento dos aspectos teóricos e metodológicos necessários ao alcance do
objetivo estabelecido. Para tanto, iniciamos este artigo com algumas considerações teóricas e
metodológicas sobre o uso da entrevista na pesquisa qualitativa em Administração. Em
seguida, apresentamos os tipos de entrevista “em profundidade” utilizadas na pesquisa
qualitativa e o papel que estas desempenham no método científico. No terceiro momento,

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discutimos as vantagens e desvantagens do uso de entrevistas “em profundidade” como
método de coleta de dados e, por fim, apresentamos as considerações finais.

2. A entrevista “em profundidade” na pesquisa qualitativa em Administração:


considerações iniciais

Os estudos organizacionais vivenciam um momento em que a multiplicidade de


abordagens permite a análise de vários fenômenos dentro de várias perspectivas. Silva e Neto
(2010) afirmam que as ciências sociais aplicadas aos estudos organizacionais fazem emergir
debates e embates entre pesquisadores em torno dos melhores métodos para compreender um
fenômeno social aplicado. Desta forma, é preciso adotar métodos de pesquisas flexíveis, que
permitam uma compreensão maior da riqueza dos fenômenos sociais inseridos nos contextos
organizacionais, oferecendo uma perspectiva plural do fenômeno organizacional que permita
ampliar o conhecimento nesse campo de investigação.
Godoi e Balsini (2010) ressaltam que a ênfase da pesquisa qualitativa é interpretar os
significados e as intenções do atores sociais investigados, de modo que os dados são
representações dos atos e das expressões humanas, o que exige a imersão do pesquisador no
contexto que será analisado. Desse modo, no caso de estudos organizacionais qualitativos, o
objetivo de usar a entrevista “em profundidade” como método de coleta de dados é abordar a
complexidade organizacional e das relações que a permeiam, a partir do ponto de vista
subjetivo dos atores sociais envolvidos nesse contexto.
As entrevistas “em profundidade” são mais adequadas onde há pouco conhecimento
sobre o fenômeno estudado ou onde percepções detalhadas são necessárias a partir de pontos
de vistas individuais. Elas também são particularmente apropriadas para explorar temas
sensíveis, sobre os quais os participantes podem não querer falar em um ambiente de grupo.
Haguette (1997) define a entrevista como um “processo de interação social entre duas pessoas
na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do
outro, o entrevistado”. Neste sentido, enfatizamos que a entrevista é utilizada para coletar
dados essencialmente subjetivos, os quais se relacionam com os valores, às atitudes e às
opiniões dos sujeitos entrevistados, enquanto que dados objetivos podem ser coletados a partir
de diversas outras fontes.
Poupart (2008) afirma que a entrevista sempre foi considerada como um meio
adequado para levar uma pessoa a dizer o que pensa, a descrever o que viveu ou o que viu, ou
aquilo que foi testemunha, de modo que uma boa entrevista deveria permitir que o
entrevistado se reporte satisfatoriamente, e que aquilo que ele diz seja considerado, segundo
as posições epistemológicas dos pesquisadores, como uma história verdadeira, uma
reconstrução da realidade ou uma mera encenação da mesma. Nesse contexto, o autor
apresenta alguns princípios que são, em geral, tidos como adquiridos e, de fato, comumente
alegados com o objetivo de fazer com que o entrevistado possa verdadeiramente dar conta de
sua visão ou de sua experiência na situação de entrevista, os quais são descritos na Figura 1.

Princípio Descrição
O entrevistado deve aceitar verdadeiramente cooperar, jogar o
jogo, não apenas consentindo na entrevista, mas também
Obter a colaboração do entrevistado dizendo o que pensa, no decorrer da mesma, o que requer
várias negociações que podem ocorrer antes ou durante a
entrevista.

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O pesquisador deve tentar reconfortar ser interlocutor, partindo
Colocar o entrevistado à vontade por
da ideia de que quanto mais ele ficar à vontade, mais ele falará
elementos de encenação
com facilidade e abordará questões que lhes são significativas.
O entrevistado deve se sentir suficientemente confiante para
aceitar “verdadeiramente falar”, de modo que os pesquisadores
Ganhar a confiança do entrevistado
devem tranquilizá-los quanto às suas boas intenções e quanto
ao uso que será feito de suas palavras.
Quanto mais o discurso do entrevistado for espontâneo, menos
ele poderá ser maculado pelo pesquisador, permitindo assim a
Levar o entrevistado a tomar a aproximação ao ideal pesquisado, de um discurso
iniciativa do relato e a se envolver “verdadeiro”. O discurso mais significativo é aquele no qual o
entrevistado se refere o mais próximo possível à sua própria
vivência, ou seja, quando se envolve mais.
Figura 1: Princípios adotados na entrevista como método de coleta de dados na pesquisa qualitativa
Fonte: Elaboração própria com base em Poupart (2008)

O autor aborda, na sequência, as principais estratégias que podem ser utilizada para
alcançar tais princípios. As estratégias que os entrevistadores recorrerem para levar as pessoas
solicitadas a colaborar na pesquisa são: convencê-las do interesse e da utilidade da
investigação; intervir na rede social e se apoiar em laços de reciprocidade, como por exemplo,
as considerações de amizade, familiares ou profissionais. Na falta destes laços, alguns
pesquisadores tentam criá-los, fazendo-se aceitar no meio pesquisado, ou estabelecendo
relações de amizade com membros da comunidade; caso as condições não os permitam criar
tais laços, os entrevistados tentarão estabelecê-los durante a entrevista, através de atitudes
como a escuta e a empatia; por último, não é raro que os entrevistadores apelem para a
autoridade de um terceiro, para convencer eventuais entrevistados a participarem da
entrevista. Essas várias estratégias suscitam um conjunto de questões éticas sobre as
abordagens que podem ser aceitas para obter a colaboração dos entrevistados e para a
existência de uma reciprocidade autêntica entre os entrevistadores e entrevistados.
Para colocar os entrevistados à vontade, os pesquisadores devem intervir de forma
mais ou menos consciente, o que Poupart (2008) diz que poderia ser denominado de
elementos de encenação da entrevista, segundo a fórmula de Goffman (1973), cujo sucesso e
margem de manobra dependem das situações e das pessoas entrevistadas, de modo que se
aconselha que os entrevistadores façam o máximo para criar um ambiente e contexto
favoráveis à entrevista. Dentre esses elementos, podem ser destacados: a escolha do momento
mais propício à entrevista; encontrar o lugar mais favorável ao adequado desenvolvimento das
entrevistas; usar técnicas para reduzir os efeitos possivelmente negativos dos instrumentos de
registro das entrevistas, para que os entrevistados se esqueçam de sua presença, além de
adotar uma indumentária “adaptada” às circunstâncias de entrevista.
Na busca pela confiança dos entrevistados, os pesquisadores recorrem às seguintes
estratégias: garantir aos entrevistados o anonimato, de modo que eles não tenham que temer
pelas eventuais consequências de seus depoimentos; tentar convencê-los de sua neutralidade
no processo de investigação; buscar aplacar os receios quanto à utilização que será feita de
suas falas, assegurando-lhes que estas serão apresentadas corretamente e de forma anônima;
além do uso da empatia, da escuta e do interesse no momento da entrevista e de utilizar regras
elementares de sociabilidade, com base nas convenções sociais. Por fim, as estratégias
utilizadas para facilitar a espontaneidade do entrevistado são: evitar interrompê-lo enquanto
ele fala; respeitar os momentos de silêncios, de modo que ele possa encadear as ideias por si

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mesmo, se necessário; e utilizar técnicas de reformulação com o objetivo de lhe explicitar ou
esclarecer os temas abordados.
Um aspecto que merece destaque é ressaltado por Atkinson e Coffey (2002) quando
afirmam que é necessário dissociar o uso da entrevista do mito de inferioridade, associado a
uma visão romântica do ator social investigado, em relação às demais técnicas de coleta de
dados, mas considerá-la como uma forma igualmente válida de captar os entendimentos e as
representações culturais compartilhadas do mundo social. Desta forma, ao projetar uma
entrevista, é essencial fazer perguntas que são susceptíveis de produzir o máximo de
informações possíveis sobre o fenômeno investigado, bem como, ser capaz de abordar as
metas e objetivos da pesquisa.
Nessa perspectiva, em uma entrevista qualitativa, boas perguntas devem ser abertas,
neutras, sensíveis e compreensíveis (ou seja, exigem mais do que respostas do tipo sim/não).
Assim, é aconselhado começar com as perguntas que os participantes possam responder com
maior facilidade e, então, prosseguir com tópicos mais difíceis ou sensíveis. Isso pode
viabilizar para que os entrevistados se coloquem à vontade, construam confiança e
relacionamento e, muitas vezes gerem dados ricos, no desenvolvimento da entrevista (GILL et
al, 2008).
Godoi e Mattos (2010) ressaltam que a condução do entrevistado por certas trilhas não
implica a previsibilidade da conversação, de modo que o conteúdo conversacional permanece
imprevisível e submetido às regras não fixadas de formação de sentido e interpretação,
mesmo que o movimento da conversação seja repetitivo e até redundante. Observamos,
portanto, que a entrevista “em profundidade” não permanece presa às regras técnicas
preestabelecidas, mas apresenta-se como um método flexível de coleta de dados que pode ser
ajustado no momento em que a entrevista está ocorrendo para se adequar as necessidades do
problema investigado. A partir dessas considerações iniciais abordamos, na sequência, o uso
da entrevista “em profundidade” na pesquisa qualitativa em Administração.

2.1 O uso de entrevistas “em profundidade” na pesquisa qualitativa em Administração

Como vimos, as entrevistas “em profundidade” são aquelas que apresentam uma maior
flexibilidade, permitindo ao entrevistado construir suas respostas sem ficar preso a um nível
mais rigoroso de diretividade e mediação por parte do entrevistador, como acontece no caso
do uso de questionário ou de uma entrevista totalmente estruturada. Desse modo, neste artigo,
consideramos como entrevistas “em profundidade” os tipos de entrevistas individuais que se
classificam como não estruturadas ou semiestruturadas, que permitem um maior
aprofundamento nas questões de pesquisa investigadas.
Godoi e Mattos (2010) afirmam que é na década de 1930 que a entrevista começa a ser
utilizada amplamente pelas ciências sociais nas tarefas de investigação e que estas,
formalmente reconhecidas como tal, se diferenciam de algumas conversações da vida
cotidiana porque há uma expectativa explícita na participação do entrevistado e do
entrevistador que é um falar e o outro escutar, porque o entrevistador anima constantemente o
entrevistado a falar, sem contradizê-lo e, por último, porque aos olhos do entrevistado, o
encarregado de organizar e manter a conversação é o entrevistador, o que cria uma ilusão de
fácil comunicação que faz parecer breve as sessões prolongadas.
Mattos (2010) considerada que a entrevista não estruturada ou semiestruturada é uma
forma especial de conversação, de modo que, em tal interação lingüística, não é possível

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ignorar o efeito da presença e das situações criadas por uma das partes (o entrevistador) sobre
a expressão da outra (o entrevistado) e que há sempre um significado de ação para além do
significado temático da conversação.
O propósito de utilizar a entrevista como método de coleta de dados na pesquisa
qualitativa em Administração é explorar os pontos de vista, experiências, crenças e/ou
motivações dos indivíduos sobre questões específicas no campo organizacional, atendendo
principalmente a finalidades exploratórias, ao abordar experiências e pontos de vistas dos
atores inseridos nestes contextos.
Gill et al (2008) enfatizam que, de um modo geral, existem três tipos de entrevistas
que podem ser utilizadas na pesquisa: entrevistas estruturadas, que são, essencialmente, os
questionários administrados verbalmente aos entrevistados, a partir de uma lista de perguntas
predeterminadas, com pouca ou nenhuma variação e sem margem para inserir perguntas que
mereçam respostas com maior aprofundamento, o que as tornam rápidas e fáceis de aplicar,
mas possuem pouca utilidade quando é necessário profundidade porque limitam as respostas
dos entrevistados; por outro lado, as entrevistas não estruturadas que não refletem qualquer
teoria preconcebida ou ideia e são realizadas com pouca ou nenhuma organização, podem
simplesmente começar com uma pergunta de abertura e o seu progresso depender da resposta
inicial, tornando-as mais demoradas e difíceis de serem gerenciadas, sendo utilizadas quando
pouco se sabe sobre o assunto ou quando é necessário uma profundidade significativa; e, por
fim, as entrevistas semiestruturadas que consistem de várias questões-chave que ajudam a
definir as áreas a serem exploradas, mas também permitem o entrevistador ou entrevistado a
divergirem a fim de obter uma idéia ou resposta em mais detalhes. Nesta abordagem,
especialmente em relação às entrevistas estruturadas, também permite a descoberta ou
elaboração de informações que são importantes para os participantes, mas que podem não ter
sido pensadas como pertinentes pela equipe de pesquisa.
Essas duas últimas são consideradas como tipos de entrevistas inseridas na pesquisa
qualitativa porque são flexíveis, não estão presas a questões padronizadas e permitem obter
profundidade de conhecimento nos fenômenos investigados e, portanto, para fins deste artigo,
classificadas como entrevistas “em profundidade”. Desse modo, ao considerarmos a
necessidade de que em estudos organizacionais é preciso integrar tematização e profundidade
para compreender a complexidade dos fenômenos e das relações que os permeiam,
escolhemos por abordar neste artigo a entrevista “em profundidade” como método de coleta
de dados na pesquisa qualitativa em Administração.
Flick (2009) ressalta que as entrevistas semiestruturadas têm atraído interesse dos
pesquisadores e passaram a ser amplamente utilizadas, o que está associado à expectativa de
que é mais provável que os pontos de vistas dos sujeitos entrevistados sejam expressos em
uma situação de entrevista com o planejamento aberto do que em uma entrevista padronizada
ou em um questionário. A opção entre a entrevista não estruturada e a semiestruturada
relaciona-se com a ênfase na teoria, ou seja, com a existência de uma relação entre categorias
e a antecipação de situações possíveis. Dessa forma, a entrevista não estruturada está
associada a teorias mais abertas, enquanto a semiestruturada está associada à teoria a priori,
com categorias analíticas definidas.
Há uma variedade de designações utilizadas para as entrevistas individuais não
estruturadas e semiestruturadas, mas neste artigo, utilizamos o termo “entrevista em
profundidade” para designá-las no geral. Essas entrevistas apresentam, segundo vários
autores, classificações mais específicas, entretanto, optamos por abordar aqui as apresentadas

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por Flick (2009), a saber: entrevista focalizada, entrevista semipadronizada, entrevista
centrada no problema, entrevista com especialistas e entrevista etnográfica, cujas descrições
são apresentadas na Figura 2.

Tipo de entrevista individual Descrição


Apresenta-se um estímulo uniforme ao entrevistado e estuda-se o
impacto deste sobre o entrevistado a partir de um guia de entrevista,
Entrevista Focalizada
com o objetivo de concentrar-se o máximo possível em um objeto
específico e seu significado.
O entrevistado possui uma reserva complexa de conhecimento sobre
o tópico em estudo - “teoria subjetiva”, o qual possui suposições
explícitas e imediatas que podem ser expressas pelo entrevistado de
forma espontânea ao responder uma pergunta aberta, sendo estas
Entrevista Semipadronizada
complementadas por suposições implícitas, através do confronto
com o entrevistador, com o objetivo de revelar um conhecimento
existente e expressá-lo na forma de respostas, tornando-o acessível
à interpretação.
Utiliza-se um guia de entrevista que incorpora questões e estímulos
narrativos, com base em três critérios centrais: centralização no
Entrevista centrada no problema problema social pesquisado, orientação ao objeto pesquisado e
orientação ao processo de pesquisa e no entendimento do objeto
pesquisado.
É considerada uma forma específica de entrevista semipadronizada,
na qual há um menor interesse no entrevistado enquanto pessoa do
que em ser um especialista para um determinado campo de
Entrevista com especialistas
atividade. Utiliza-se um guia de entrevista com uma função diretiva
para excluir tópicos improdutivos em relação ao domínio de
interesse.
Devem ser utilizadas como uma série de conversas cordiais durante
o processo de observação participante, nas quais o pesquisador
Entrevista etnográfica
lentamente introduz novos elementos para auxiliar os informantes a
responderem como informantes.
Figura 2: Variedade de entrevistas individuais – em profundidade
Fonte: Elaboração própria com base em Flick (2009)

Flick (2009) apresenta quatro critérios que devem ser utilizados ao longo do
planejamento da entrevista focalizada:1) o não-direcionamento, que é obtido por meio de
diversas formas de perguntas; 2) a especificidade, que significa que a entrevista deve exibir os
elementos que determinam o impacto ou o significado de um evento para os entrevistados; 3)
o espectro, que visa assegurar que todos os aspectos e tópicos relevantes à questão de
pesquisa sejam mencionados durante a entrevista; 4) e a profundidade e o contexto pessoal
demonstrados pelos entrevistados que significam que os entrevistadores devem assegurar-se
de obter um máximo de comentários autoreveladores no que se refere à forma como o
material de estímulo foi experenciado. O autor supracitado destaca que esses critérios foram
sugeridos por Merton e Kendall (1946) e alerta que não é possível reunir alguns objetivos
desses critérios em cada situação, a exemplo da especificidade e profundidade versus
espectro. Destarte, considera que esses critérios podem ser aplicados a outros tipos de
entrevistas sem o uso de um estímulo antecipado e a busca de outras questões de pesquisa, ou
seja, utilizados como uma orientação para a conceitualização e a condução de entrevistas de
um modo geral.

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Nas entrevistas semipadronizadas são reconstruídas os conteúdos da teoria subjetiva a
partir de questões abertas, perguntas controladas pela teoria e direcionadas para as hipóteses e
questões confrontativas. Esse tipo de entrevista caracteriza-se pela introdução de áreas de
tópicos e pela formulação intencional de questões baseadas em teorias científicas sobre o
tópico, reconstruindo os pontos de vista subjetivos.
Na entrevista centrada no problema combinam-se narrativas com questões que visam
focalizar a opinião do entrevistado em relação ao problema em torno do qual a entrevista está
centrada. Portanto, o interesse está nos pontos de vistas subjetivos e a pesquisa baseia-se em
um modelo do processo com o objetivo de elaborar teorias, com questões voltadas para o
conhecimento sobre os fatos ou processo de socialização.
Por último, os tipos de entrevistas apresentados por Flick (2009) são as entrevistas
com especialistas e a entrevista etnográfica, consideradas tipos de entrevistas
semipadronizadas que têm sido desenvolvidas para campos específicos de aplicação. Nas
entrevistas com especialistas há um menor interesse no entrevistado enquanto pessoa (como
um todo) e maior na sua capacidade de ser especialista para um determinado campo de
atividade e a sua interpretação visa, principalmente, analisar e comparar o conteúdo do
conhecimento do especialista. Nas entrevistas etnográficas, o principal problema a ser
enfrentado é a elaboração e a manutenção das situações de entrevistas, que devem ser
distinguidas de conversas cordiais durante a observação participante.
Destacamos que a entrevista focalizada, a entrevista semipadronizada, a entrevista
centrada no problema, e as entrevistas com especialistas e etnográfica podem ser utilizadas
nas pesquisas em Administração, no desenvolvimento de estudos organizacionais. No entanto,
a escolha de qual tipo de entrevista deverá ser utilizado depende da questão de pesquisa
estabelecida e da forma como as pessoas recorridas serão conduzidas pelo entrevistador para
atingir os objetivos da pesquisa.
Por outro lado, Godoi e Mattos (2010) alertam para o perigo de esvaziamento do
significado da entrevista e a recaída na prática investigatória do formalismo e dão ênfase para
o papel da entrevista com um significado radicado na condição humana, como um evento de
intercâmbio dialógico, que pode promover reformulação metodológica capaz de enriquecer a
prática da pesquisa e construir novas situações de conhecimento. Nesse sentido, os referidos
autores ressaltam que a entrevista “em profundidade” deverá ficar fora do alcance do
formalismo técnico, para atender a três condições que eles consideram essenciais a pesquisa
qualitativa: que o entrevistado possa expressar-se a seu modo face ao estímulo do
entrevistador, que a fragmentação e ordem de perguntas não sejam tais que prejudiquem essa
expressão livre, e que fique também aberta ao entrevistador a possibilidade de inserir outras
perguntas ou participações no diálogo, conforme o contexto e as oportunidades, tendo sempre
em vista o objetivo geral da entrevista. Estas condições não se limitam ao uso de entrevista
como método de coleta de dados na pesquisa em Administração, mas se enquadram em
qualquer campo de investigação que faça uso desse método.
Quanto aos dados obtidos na entrevista, Baker (apud SILVERMAN, 2009) levanta as
seguintes questões sobre o seu status: 1) Qual é a relação entre os relatos dos entrevistados e o
mundo que eles descrevem: esses são relatos potencialmente “verdadeiros” ou “falsos”, ou
nenhum dos conceitos é sempre apropriado a eles?; 2) Como deve ser entendida a relação
entre entrevistador e entrevistado, governada por técnicas padronizadas de “boa prática de
pesquisa” ou baseada nas práticas conversacionais usadas na vida cotidiana? Nesse contexto,
o autor apresenta três tipos de respostas diferentes que os cientistas sociais poderiam dar a

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esses questionamentos, dependendo da abordagem paradigmática adotada por eles. Para o
positivismo, os dados das entrevistas têm o potencial de nos dar acesso a “fatos” sobre o
mundo e, portanto, devem ser válidos e confiáveis, independente do local da pesquisa.
Segundo, de acordo com o emocionalismo, os entrevistados são vistos como sujeitos
experientes que constroem ativamente seus mundos sociais, de modo que a entrevista deve
gerar dados que proporcionam um insight autêntico das experiências das pessoas. Por fim, no
construcionismo, entrevistadores e entrevistados estão sempre ativamente engajados em
construir significado, de modo que as entrevistas são tratadas mais como temas do que como
um recurso de pesquisa. Estas três posições são resumidas na Figura 3.

Abordagem
Status dos Dados Métodos
paradigmática
Amostras aleatórias
Fatos sobre comportamentos e
Positivismo Perguntas padronizadas
atitudes
Tabulações
Entrevistas não estruturadas,
Emocionalismo Experiências autênticas
abertas
Qualquer entrevista tratada
Construcionismo Construídas mutuamente
como tema
Figura 3: Três versões dos dados da entrevista
Fonte: SILVERMAN, 2009, p. 115

Silverman (2009) afirma que os positivistas reconhecem que os entrevistadores


interagem como seus sujeitos, mas exigem que essa interação seja estritamente definida pelo
protocolo da pesquisa, enquanto que para os emocionalistas, as entrevistas são encontros
inevitáveis entre sujeitos e, por fim, para os construcionistas, as entrevistas não são apenas
“representações” do mundo, mas eles estão interessados em documentar como os relatos são
parte do mundo que descrevem. Nos estudos organizacionais, o conhecimento gerado nas
entrevistas “em profundidade”, no âmbito da pesquisa qualitativa, advém de um
posicionamento mais flexível, onde entrevistados e entrevistadores interagem na construção
de uma versão do mundo no campo da Administração, considerando não apenas o que é
relatado na entrevista, mas procurando mostrar como o que está sendo relatado está
relacionado ao contexto do problema de pesquisa investigado. A seguir, apresentamos as
vantagens e desvantagens associadas ao uso da entrevista “em profundidade” na pesquisa
qualitativa.

2.2 Vantagens e Desvantagens no uso da entrevista “em profundidade”

Como vimos, anteriormente, o uso de entrevistas “em profundidade” na pesquisa


qualitativa atende principalmente a finalidades exploratórias, sendo utilizada para o
detalhamento de questões e formulação mais precisas dos conceitos relacionados, tornando-se
uma rica fonte de informações para os estudos organizacionais. É uma forma de poder
explorar mais amplamente uma questão, a partir de um processo conversacional, mas que,
como qualquer outro método de coleta de dados, apresenta vantagens e desvantagens.
Como vantagens, a entrevista “em profundidade” classificada como não estruturada
apresenta inicialmente, a de se basear adequadamente na realidade do entrevistado,
permitindo que estes falem o mais livremente possível, dando-lhes a escolha dos assuntos que
eles julgam pertinentes, reduzindo até certo ponto os riscos de pré-estruturação do discurso

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presentes na entrevista estruturada. Outra vantagem, é que este tipo de entrevista é visto como
uma forma de enriquecer o material de análise e o conteúdo da pesquisa, o que também está
relacionado à flexibilidade do método que favorece a emergência de dimensões novas não
imaginadas, de início, pelo pesquisador, as quais podem ser determinantes para a
compreensão do universo do entrevistado e do objeto pesquisado. A terceira vantagem
apresentada é que a entrevista não estruturada oferece a possibilidade de explorar mais “em
profundidade” as diferentes facetas da experiência do entrevistado, o qual goza de mais tempo
para se expressar. Ainda como vantagem, menos frequentemente mencionada, é que este tipo
de entrevista possibilitaria uma melhor exposição da experiência do entrevistado, explorando
“em profundidade” o contexto de vida e do meio de pertencimento do entrevistado, que
permite situar e melhor compreender o seu discurso, bem como evidenciar a sua experiência e
seu ponto de vista. Essas vantagens se contrapõem à entrevista totalmente estruturada, na qual
o conteúdo do material pesquisado é inteiramente ou parcialmente fixado de antemão, o
entrevistado, não tem, então, a escolha das questões abordadas, bem como o próprio conteúdo
de suas respostas já é fortemente estruturado, uma vez que estas devem necessariamente
inserir-se nas categorias delimitadas de início (POUPART, 2008)
Já no que se refere à entrevista semiestruturada, que também apresenta a vantagem de
possuir certo grau de flexibilidade para inserção de novas questões no decorrer da entrevista,
Flick (2009) ressalta que o uso consistente de um guia de entrevista pode também se constituir
como vantagem, porque aumenta a comparabilidade dos dados, tornando-os mais estruturados
como resultados das questões do guia. É, portanto, uma forma mais econômica de se alcançar
a elaboração e enunciados concretos. Dessa forma, observamos que as comparações que
evidenciam as vantagens do uso da entrevista “em profundidade”, sejam elas não estruturadas
ou semiestruturadas, geralmente, estão relacionadas em contrapartida ao uso das entrevistas
estruturadas, com base no nível de flexibilidade desses métodos que permitem um maior ou
menor aprofundamento na investigação do problema de pesquisa e em uma maior ou menor
estruturação dos resultados alcançados.
Destarte, Flick (op. cit.) afirma que surgem alguns problemas ao se tentar garantir
perspectivas subjetivas topicamente relevantes em uma entrevista, decorrente de problemas de
mediação entre o input do guia do pesquisador e os objetivos da questão de pesquisa, por um
lado, e o estilo de apresentação do entrevistado por outro. Há algumas decisões que devem ser
tomadas ad hoc e que exigem um alto grau de sensibilidade para o andamento concreto da
entrevista e do entrevistado na situação de entrevista. Hopf (1978, apud FLICK, op. cit.) alerta
sobre a aplicação muito burocrática do guia de entrevista, o que pode restringir os benefícios
da flexibilidade do método e das informações contextuais pelo excesso de rigidez do
entrevistador ao fixar-se nesse guia. Isto nos leva a perceber que o sucesso no planejamento e
na condução da entrevista “em profundidade” está diretamente relacionado à capacidade e a
habilidade do pesquisador na utilização desse método de coleta de dados, pois os principais
problemas na condução das entrevistas “em profundidade” se situam nos processos de
mediação e direcionamento.
Nessa perspectiva, Poupart (2008) afirma que subsiste certa imprecisão quanto à
definição de entrevista do tipo qualitativo, e que, atrás deste rótulo, perfila-se uma variedade
de práticas, a própria noção de não-diretividade e a maneira de como aplicá-las suscitam
algumas divergências. O referido autor segue afirmando que, no ideal rogeriano, o
entrevistador deveria orientar o menos possível as falas do entrevistado, enquanto que Palmer
(1928) e Bourdieu (1993) avaliam que o entrevistador deve estabelecer um compromisso

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entre a não-diretividade e uma certa orientação a dar à entrevista, em função do objeto
pesquisado e, por último, cita Patton (1980) e Burgess (1984), que adotam uma lógica muito
próxima aos métodos quantitativos, ao entender que uma maior não-diretividade prejudica a
generalização dos resultados, tornando mais difíceis as comparações entre as entrevistas, o
que revela concepções diferentes sobre a forma de conceber uma conduta ideal na forma de
realizar entrevistas, ou quanto às relações a estabelecer com as pessoas entrevistadas.
Por fim, observamos que o uso da entrevista “em profundidade” nas pesquisas em
Administração apresenta como principal vantagem a possibilidade de enriquecimento do
conhecimento no campo organizacional, por permitir que a questão investigada possa ser
compreendida a partir da exploração da experiência e do ponto de vista individual dos atores
sociais envolvidos no contexto organizacional, fazendo emergir dimensões de informações
que poderiam escapar ao pesquisador quando este fica preso à números e estatísticas.
Concordamos com Mattos (2010) ao afirmar que estas entrevistas servem a pesquisas voltadas
para o desenvolvimento de conceitos, o esclarecimento de situações, atitudes e
comportamentos, ou o enriquecimento do significado humano deles e que isso tem extensões
poderosas na geração de teorias e decisões práticas, e não se confunde com outro tipo de
utilidade, a generalização indutiva, propiciada pela estatística.

3. Considerações Finais

O uso da entrevista ultrapassa as questões técnicas e envolve aspectos de ordem


epistemológica, teórica e metodológica, como vimos no desenvolvimento deste artigo.
Dependendo do fenômeno investigado e do problema de pesquisa, pode se caracterizar como
principal caminho de coleta de dados para se atingir os objetivos estabelecidos ou se constituir
como método complementar. No campo de investigação em Administração, Leão et al (2009)
afirmam que olhar o fenômeno a partir de uma perspectiva multiparadigmática permite que
pesquisadores que vêem os estudos organizacionais como sendo multifacetados desenvolvam
trabalhos utilizando a triangulação de métodos e técnicas de pesquisa oriundos de diversas
abordagens. O uso de entrevistas “em profundidade” nos estudos organizacionais pode
possibilitar o enriquecimento do conhecimento relacionado ao contexto social investigado,
considerando a Administração como uma área de investigação em emergência, que envolvem
aspectos sociais e técnicos.
Por outro lado, devemos destacar os aspectos éticos que envolvem o uso da entrevista
como método de coleta de dados, ao tornar público os conhecimentos oriundos da nossa
compreensão e interpretação sobre o que os outros estão dizendo no momento da entrevista,
além dos meios utilizados para conseguir o consentimento das pessoas escolhidas para
realização da entrevista. O pesquisador é parte na construção da realidade social investigada,
se posicionando a partir da forma como descrevem os relatos dos atores sociais investigados.
Por fim, ressaltamos que o uso da entrevista como método de coleta de dados na
pesquisa qualitativa em Administração se propõe a produzir novos conhecimentos e a criar
novas formas de compreender os fenômenos nos contextos organizacionais. Ao apresentar
essas pistas teóricas e metodológicas, queremos provocar a reflexão dos pesquisadores na área
de Administração para as possibilidades em se aventurar em explorar e produzir
conhecimentos novos nos estudos organizacionais.

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