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O Brasil o Estado da Paraíba e o Município de Patos: política, economia, regiões brasileiras, sociedade,
educação, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas. História, Educação, Cultura e
Geografia. Atualidades regionais e nacionais veiculadas pela mídia nos últimos dois anos ..................... 1
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todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
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Brasil República
A palavra República possui várias interpretações, sendo a mais comum a identificação de um sistema
de governo cujo Chefe de Estado é eleito através do voto dos cidadãos ou de seus representantes, com
poderes limitados e com tempo de governo determinado.
A República tem seu nome derivado do termo em latim Res publica, que significa algo como “coisa
pública” ou “coisa do povo”.
Em 15 de novembro de 1889 foi instituída a República no Brasil. Entre os fatores responsáveis para o
acontecimento, estão a crise que se instalou sobre o império, os atritos com a Igreja e o desgaste
provocado pela abolição da escravidão. Com a Guerra do Paraguai e o fortalecimento do exército, os
ideais republicanos começaram a ganhar força, sendo abraçados também por parte da elite cafeicultora
do Oeste Paulista.
A Revolução Federalista
Desde o período imperial, o Rio Grande do Sul fora palco de protestos e indignações com o governo,
como pode ser observado na Revolução Farroupilha, que durou de 1835 até 1845. Com a Proclamação
da República, a política no Estado manteve-se instável, com diversas trocas no cargo de presidente
estadual. Conforme aponta Fausto, entre 1889 e 1893, dezessete governos se sucederam no comando
do Estado3, até que Júlio de Castilhos assumiu o poder no Estado.
Dois grupos disputavam o controle do Rio Grande do Sul: o Partido Republicano Rio-grandense (PRR)
e o Partido Federalista (PF).
O Partido Republicano era composto por políticos defensores do positivismo, apoiadores de Júlio de
Castilhos e de Floriano Peixoto. Sua base política era composta principalmente de imigrantes e habitantes
do litoral e da Serra do Rio Grande do Sul, formando uma elite política recente. Durante o conflito foram
conhecidos como Pica-paus.
O Partido Federalista defendia um sistema de governo parlamentarista e a revogação da constituição
do Estado, de caráter positivista. Foi fundado em 1892 e tinha como líder o político Silveira Martins,
conhecida figura política do Partido Liberal durante o império. A base de apoio do Partido Federalista era
composta principalmente de estancieiros de campanha, que dominaram a cena política durante o império.
Durante o conflito ganharam o apelido de Maragatos.
O conflito teve início em fevereiro de 1893, quando os federalistas, descontentes com a imposição do
governo de Júlio de Castilhos, pegaram em armas para derrubar o presidente estadual. Desde o início da
revolta, Floriano Peixoto, então presidente do Brasil, colocou-se do lado dos republicanos. Os opositores
de Floriano em todo o país passaram a apoiar os federalistas.
No final de 1893 os federalistas ganharam o apoio da Revolta Armada que teve início no Rio de Janeiro,
causada pelas rivalidades entre o exército e a marinha e o descontentamento do almirante Custódio José
de Melo, frustrado em sua intenção de suceder Floriano Peixoto na presidência.
Parte da esquadra naval comandada pelo almirante deslocou-se para o Sul, ocupando a cidade de
Desterro (atual Florianópolis), em Santa Catarina, e a partir daí ocupando parte do Paraná e a capital
Curitiba. O prolongamento do conflito, com grandes custos aos revoltosos, levou à decisão de recuar e
manter-se no Rio Grande do Sul.
A revolta teve fim somente em agosto de 1895, quando os combatentes maragatos depuseram as
armas e assinaram um acordo de paz com o presidente da república, garantindo a anistia para os
participantes do conflito. Apesar de curta, a Revolução Federalista teve um saldo de mais de 10.000
1
Souza, Marcelo Medeiros Coelho de. O analfabetismo no brasil sob enfoque demográfico. Cad. Pesqui. Jul 1999, no.107, p.169-186. ISSN 0100-1574
2
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1999. Página 251.
3
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1999.
O período que vai de 1889, data da Proclamação da República, até 1930, quando Getúlio Vargas
assumiu o poder, é conhecido como Primeira República. O período é marcado pela dominação de poucos
grupos políticos, conhecidos como oligarquias, pela alternância de poder entre os estados de São Paulo
e Minas Gerais (política do café-com-leite), e pelo poder local exercido pelos Coronéis.
Com a saída dos militares do governo em 1894, teve início o período chamado República das
Oligarquias. A palavra Oligarquia vem do grego oligarkhía, que significa “governo de poucos”. Os grupos
dominantes, em geral ligados ao café e ao gado, impunham sua vontade sobre o governo, seja pela via
legal, seja através de fraudes nas votações e criação de leis específicas para beneficiar o grupo
dominante.
O Coronelismo
Durante o período regencial, espaço entre a abdicação de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II,
diversas revoltas e tentativas de separação e instalação de uma república aconteceram no Brasil. Sem
condições de controlar todas as revoltas, o governo regencial, pela sugestão de Diogo Feijó, criou a
Guarda Nacional.
Com o propósito de defender a constituição, a integridade, a liberdade e a independência do Império
Brasileiro, sua criação desorganiza o Exército e começa a se constituir no país uma força armada
vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada, composta por membros da
elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da Guarda nacional era necessário possuir
amplos direitos políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais, poderiam fazer parte dela apenas
aqueles que dispusessem de altos ganhos anuais.
Com a criação da Guarda e suas exigências para participação, surgiram os coronéis, que eram
grandes proprietários rurais que compravam suas patentes militares do Estado. Na prática, eles foram
responsáveis pela organização de milícias locais, responsáveis por manter a ordem pública e proteger os
interesses privados daqueles que as comandavam. O coronelismo esteve profundamente enraizado no
cenário político brasileiro do século XIX e início do século XX.
Após o fim da República da Espada, os grupos ligados ao setor agrário ganharam força na política
nacional, gerando uma maior relevância para os coronéis no controle dos interesses e na manutenção da
ordem social. Como comandantes de forças policiais locais, os coronéis configuravam-se como uma
autoridade quase inquestionável nas áreas rurais.
A autoridade do coronel, além de usada para manter a ordem social, era exercida principalmente
durante as eleições, para garantir que o candidato ou grupo político que ele representasse saísse
vencedor. A oposição ao comando do coronel poderia resultar em violência física, ameaças e
perseguições, o que fazia com que muitos votassem a contragosto, para evitar as consequências de
discordar da autoridade local, gerando uma prática conhecida como Voto de Cabresto.
Na república velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis
compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais. Como o voto era aberto,
os coronéis mandavam os capangas para os locais de votação, com o objetivo de intimidar os eleitores e
ganhar os votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais
eleitorais.
Os coronéis costumavam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto
fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias
vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações.
Dessa forma, a vontade política do coronel era atendida, garantindo que seus candidatos fossem
eleitos em nível municipal e também estadual, e garantindo também participação na esfera federal.
Prudente de Morais
Floriano tentou garantir que seu sucessor fosse um aliado político, porém as poucas bases de apoio
de que dispunha não lhe foram suficientes para concretizar o desejo. No dia 1 de março de 1894 foi eleito
o paulista Prudente de Morais, encerrando o governo de membros do exército, que só voltariam ao poder
em 1910, com a eleição do marechal Hermes da Fonseca.
Campos Salles
Em 1898 o paulista Manuel Ferraz de Campos Salles assumiu a presidência no lugar de Prudente de
Morais. Antes mesmo de assumir o governo, Campos Salles renegociou a dívida brasileira, que vinha se
arrastando desde os tempos do império.
Para resolver a situação, ele se reuniu com os credores e estabeleceu um acordo chamado Funding-
Loan. Este acordo consistia no seguinte: o Brasil fazia empréstimos e atrasava o pagamento da dívida,
fazendo concessões aos banqueiros nacionais. Como consequência a indústria e o comércio foram
afetados e as camadas pobres e a classe média também foram prejudicadas.
A transição de governos consolidou as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais no poder. O único
entrave para um governo harmônico eram as disputas políticas entre as oligarquias locais nos Estados.
O governo federal acabava intervindo nas disputas, porém, a incerteza de uma colaboração duradoura
entre os Estados e a União ainda permanecia. Outro fator que não permitia uma plena consolidação
política era a vontade do executivo em impor-se ao legislativo, mesmo com a afirmação na Constituição
de que os três poderes eram harmônicos e independentes entre si.
A junção desses fatores levou Campos Salles a criar um arranjo político capaz de garantir a
estabilidade e controlar o legislativo, que ficou conhecido como Política dos Governadores.
Basicamente, a política dos governadores apoiava-se em uma ideia simples: o presidente apoiava as
oligarquias estaduais mais fortes, e em troca, essas oligarquias apoiavam e votavam nos candidatos
indicados pelo presidente.
Na Câmara dos Deputados, uma mudança simples garantiu o domínio. Conhecida como Comissão de
Verificação de poderes, essa ferramenta permitia decidir quais políticos deveriam integrar a Câmara e
quais deveriam ser “degolados”, que na gíria política da época significava ser excluído.
Quando ocorriam eleições para a Câmara, os vencedores em cada estado recebiam um diploma. Na
falta de um sistema de justiça eleitoral, ficava a cargo da comissão determinar a validade do diploma. A
comissão era escolhida pelo presidente temporário da nova Câmara eleita, o que até antes da reforma
de Campos Salles significava o mais velho parlamentar eleito.
Com a reforma, o presidente da nova Câmara deveria ser o presidente do mandato anterior, desde
que reeleito. Dessa forma, o novo presidente da Câmara seria sempre alguém ligado ao governo, e caso
algum deputado oposicionista ou que desagradasse o governo fosse eleito, ficava mais fácil removê-lo
do poder.
Convênio de Taubaté
Desde o período imperial o café figurava como principal produto de exportação brasileiro,
principalmente após a segunda década do século XIX. Consumido em larga escala na Europa e nos
Estados Unidos, o cultivo da planta espalhou-se pelo vale do Paraíba fluminense e paulista. Continuando
sua marcha ascendente, houve expansão dos cafeeiros na província de Minas Gerais (Zona da Mata e
sul do estado), ao mesmo tempo em que a produção se consolidava no interior de São Paulo,
principalmente no “Oeste Paulista”.
A grande oferta causada pela produção em excesso levou a uma queda do preço, visto que havia mais
produto no mercado e menos pessoas interessadas em adquiri-lo.
O convênio de Taubaté foi um acordo firmado em 1906, último ano do mandato de Rodrigues Alves
(1902-1906), entre os presidentes dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, na cidade
de Taubaté (SP), com o objetivo de pôr em prática um plano de valorização do café, garantindo o preço
do produto por meio da compra, pelo governo federal, do excedente da produção. O acordo foi firmado
mesmo contra a vontade do presidente, e foi efetivamente aplicada por seu sucessor, Afonso Pena.
O declínio da borracha
Em 1876, Henry Alexander Wyckham contrabandeou sementes de seringueiras da região situada entre
os rios Tapajós e Madeira e as mandou para o Museu Botânico de Kew, na Inglaterra. Muitas das
sementes brotaram nos viveiros e poucas semanas depois, as mudas foram transportadas para o Ceilão
e Malásia.
Industrialização e Greves
Ao ser proclamada a República em 1889, existiam no Brasil 626 estabelecimentos industriais, sendo
60% do ramo têxtil e 15% do ramo de produtos alimentícios. Em 1914, o número já era de 7.430 indústrias,
com 153.000 operários.
Após o incentivo para abertura de novas indústrias decorrentes do período de 1914 a 1918, em que a
Europa esteve em guerra, diversas empresas produtoras principalmente de matéria-prima iniciaram
atividades no Brasil. Em 1920, o número havia subido para 13.336, com 275.000 operários. Até 1930,
foram fundados mais 4.687 estabelecimentos industriais.
Há que se levar em conta que a industrialização se concentrou no eixo Rio-São Paulo e,
secundariamente, no Rio Grande do Sul. O empresariado industrial era oriundo do café, do setor
importador e da elite dos imigrantes.
Durante o período republicano fica evidente o descaso das autoridades governamentais com os
trabalhadores. O país passava por um momento de industrialização e os trabalhadores começam a se
organizar.
Em sua maioria imigrantes europeus que possuíam uma forte influência dos ideais anarquistas e
comunistas, os primeiros trabalhadores das fábricas brasileiras possuíam um discurso inflamado,
convocando os colegas a se unirem em associações que resultariam posteriormente na fundação dos
primeiros sindicatos de trabalhadores.
Os líderes dos movimentos operários buscavam melhores condições de trabalho para seus colegas
como redução de jornada de trabalho e segurança no trabalho. Lutavam contra a manutenção da
propriedade privada e do chamado “Estado Burguês”.
Ocorreram entre 1903 e 1906 greves de pouca expressão pelo país, através de movimentos de
tecelões, alfaiates, portuários, mineradores, carpinteiros e ferroviários. Em contrapartida, o governo
brasileiro criou leis para impedir o avanço dos movimentos, como uma lei expulsando os estrangeiros que
fossem considerados uma ameaça à ordem e segurança nacional.
A greve mais significativa do período ocorreu em 1917, a Greve Geral em São Paulo, que contou com
os trabalhadores dos setores alimentício, gráfico, têxtil e ferroviário como mais atuantes. O governo, para
reprimir o movimento utilizou inclusive forças do Exército e da Marinha.
A repressão cada vez mais dura do governo através de leis, decretos e uso de violência acabou
sufocando os movimentos grevistas, que acabaram servindo de base para a criação no ano de 1922,
inspirado pelo Partido Bolchevique Russo, do PCB, Partido Comunista Brasileiro. Os sindicatos também
começam a se organizar no período.
Revoltas
Guerra de Canudos
A revolta em Canudos deve ser entendida como um movimento messiânico, ou seja, a aglomeração
em torno de uma figura religiosa capaz de reunir fiéis e trazer a esperança de uma vida melhor através
de pregações.
Canudos formou-se através da liderança de Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido também por
Antônio Conselheiro, um beato que, andando pelo sertão pregava a salvação por meio do abandono
material, exigindo que seus fiéis o seguissem pelo sertão nordestino.
A Guerra do Contestado
Na virada do século XX uma grande parte da população que vivia no interior do estado era composta
por sertanejos, pessoas de origem humilde, que viviam na fronteira com o Paraná. A região foi palco de
um intenso conflito por posse de terras, ocorrido entre 1912 e 1916, que ficou conhecido como Guerra do
Contestado.
O conflito teve início com a implantação de uma estrada de ferro que ligaria o Rio Grande do Sul a São
Paulo, além de uma madeireira, em 1912, de propriedade do empresário Norte-Americano Percival
Farquhar.
A Brazil Railway ficou responsável pela construção da estrada de ferro que ligaria os dois pontos.
Como forma de remuneração por seus serviços, o governo cedeu à companhia uma extensa faixa de
terra ao longo dos trilhos, aproximadamente 15 quilômetros de cada margem do caminho.
As terras doadas pelo governo foram entregues à empresa na categoria de terras devolutas, ou seja,
terras não ocupadas pertencentes à união. O ato desconsiderou a presença de milhares de pessoas que
habitavam a região, porém não possuíam registros de posse sobre a terra.
Apesar do contrato firmado, de que as terras entregues à companhia pudessem ser habitadas somente
por estrangeiros, o principal interesse do empresário era a exploração da madeira que se encontrava na
região, em especial araucárias e imbuias, com alto valor de mercado. Não tardou para a criação da
Southern Brazil Lumber and Colonization Company, responsável por explorar a extração da madeira e
que posteriormente tornou-se a maior empresa do gênero na América do Sul.
A derrubada da floresta implicava necessariamente em remover os antigos moradores regionais,
gerando conflitos imediatos. Os sertanejos encontraram na figura de monges que vagavam pelo sertão
pregando a palavra de Deus a inspiração e a liderança para lutar contra o governo e as empresas
estrangeiras. O primeiro Monge que criou pontos de resistência ficou conhecido como José Maria.
Adorado pela população local, o monge era visto pelos sertanejos como um salvador dos pobres e
oprimidos, e pelo governo como um empecilho para os trabalhos de construção da estrada de ferro.
A Revolta da Vacina
A origem dessa revolta ocorrida no Rio de Janeiro deve ser procurada na questão social gerada pelas
desigualdades sociais e agravada pela reurbanização do Distrito Federal pelo prefeito Pereira Passos.
O grande destaque do período foi a Campanha de Saneamento no Rio de Janeiro, dirigida por Oswaldo
Cruz. Decretando-se a vacinação obrigatória contra a varíola, ocorreu o descontentamento popular.
Isso ocorreu devido a forma que a campanha foi conduzida, onde os agentes usavam da força para
entrar nas casas e vacinar a população. Não houve uma campanha prévia para conscientização e
educação. Disso se aproveitaram os militares e políticos adversários de Rodrigues Alves.
Assim, irrompeu a Revolta da Vacina (novembro de 1904), sob a liderança do senador Lauro Sodré.
O levante foi rapidamente dominado, fortalecendo a posição do presidente.
Revolta da Chibata4
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910 no Rio de Janeiro. Entre outros, foi motivada
pelos castigos físicos que os marinheiros brasileiros recebiam. As faltas graves eram punidas com 25
chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.
O estopim da revolta se deu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250
chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra
estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros,
desencadeou a revolta.
O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já
na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo.
O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o
fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso
não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de
Janeiro (então capital do Brasil).
Segunda Revolta5
Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos.
Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão
de alguns deles. A insatisfação retornou e no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta
na Ilha das Cobras.
Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram
presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida
eram desumanas alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a
Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.
O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de
Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram
da revolta.
O Cangaço no Nordeste6
Entre o final do século XIX e começo do XX (início da República), ganharam força, no nordeste
brasileiro, grupos de homens armados, conhecidos como cangaceiros. Estes grupos apareceram em
função principalmente das péssimas condições sociais da região nordestina. O latifúndio que concentrava
terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava a margem da sociedade a maioria da população.
Existiram três tipos de cangaço na história do sertão:
4
http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/revolta-da-chibata
5
http://www.abi.org.br/abi-homenageia-filho-do-lider-da-revolta-da-chibata/
6
http://www.seja-ead.com.br/2-ensino-medio/ava-ead-em/3-ano/03-ht/aula-presencial/aula-5.pdf
O Cangaço pode ser entendido como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por
parte dos cangaceiros, que andavam em bandos armados e espalhavam o medo pelo sertão nordestino.
Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para obtenção
de resgates. A população que respeitava e acatava as ordens dos cangaceiros era muitas vezes
beneficiada por suas atitudes. Essa característica fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até
mesmo admirados por parte da população da época.
Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos
policiais. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação
cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que
possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem ou
obterem esconderijos.
Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o bando
comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do
Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930.
De 1921 a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários subgrupos, dentre os quais os chefiados por
Corisco, Moita Brava, Português, Moreno, Labareda, Baiano, José Sereno e Mariano. Entre seus bandos,
Lampião sempre teve grande apreço pelo bando de Corisco, conhecido como “Diabo Loiro” e também
grande amigo de Virgulino.
Lampião morreu numa emboscada armada por uma volante7, junto com a mulher Maria Bonita e outros
cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos,
pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região.
A morte de lampião atingiu o movimento do Cangaço como um todo, enfraquecendo e dividindo os
grupos restantes. Corisco foi morto em uma emboscada no ano de 1940, encerrando de vez o cangaço
no Nordeste.
O ano de 1922 representou um marco na arte e na cultura brasileira, com a realização da Semana de
Arte Moderna, de 11 a 18 de fevereiro. A exposição marcava uma tentativa de introduzir elementos
brasileiros nos campo da arte e da cultura, vistas como dominadas pela influência estrangeira,
principalmente de elementos europeus, trazidos tanto pela elite econômica quanto por trabalhadores
imigrantes, principalmente italianos que trabalhavam na indústria paulista.
Na virada do século XX, São Paulo despontava como segunda maior cidade do país, atrás apenas do
Rio de Janeiro, capital nacional. Apesar de ocupar o segundo lugar em tamanho, a cidade possuía grande
taxa de industrialização, mais até que a capital, principalmente pelos recursos proporcionados pela
produção de café.
O contato proporcionado pelos novos meios de transporte e de comunicação proporcionou o contato
com novas tendências que rompiam com a estrutura das artes predominante desde o renascimento. Entre
elas estavam o futurismo, dadaísmo, cubismo, e surrealismo.
No Brasil, o espírito modernista foi apresentado por autores como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato,
Lima Barreto e Graça Aranha, que se desligaram de uma literatura de “falsas aparências”, procurando
discutir ou descobrir o “Brasil real”, frequentemente “maquiado” pelo pensamento acadêmico. As novas
tendências apareceram em 1917, em trabalhos: da pintora Anita Malfatti, do escultor Brecheret, do
compositor Vila Lobos e do intelectual Oswaldo de Andrade.
Os modernistas foram buscar inspiração nas imagens da indústria, da máquina, da metrópole, do
burguês e do proletário, do homem da terra e do imigrante.
Entre os escritores modernistas, o que melhor reflete o espírito da Semana é Oswald de Andrade. De
maneira geral, sua produção literária reflete a sociedade em que se forjou sua formação cultural: o
momento de transição que une o Brasil agrário e patriarcal ao Brasil que caminha para a modernização.
Ao lado de Oswald de Andrade, destaca-se como ponto alto do Modernismo a figura de Mário de Andrade,
principal animador do movimento modernista e seu espírito mais versátil. Cultivou a poesia, o romance,
o conto, a crítica, a pesquisa musical e folclórica.
7
Tropa ligeira, que não transporta artilharia nem bagagem.
Após a Primeira Guerra Mundial, a classe média urbana passava cada vez mais a participar da política.
A presença desse grupo tendia a garantir um maior apoio a políticos e figuras públicas apoiados em um
discurso liberal, que defendesse as leis e a constituição, e fossem capazes de transformar a República
Oligárquica em República Liberal. Entre as reivindicações estavam o estabelecimento do voto secreto, e
a criação de uma Justiça Eleitoral capaz de conter a corrupção nas eleições.
Em 1919, Rui Barbosa, que já havia sido derrotado em 1910 e 1914, entrou novamente na disputa
como candidato de oposição, enfrentando o candidato Epitácio Pessoa, que concorria como novo
sucessor pelo PRM (Partido Republicano Mineiro).
Permanecendo ausente do Brasil durante toda a campanha, devido à sua atuação na Conferência de
Paz da França, Epitácio venceu Rui Barbosa no pleito realizado em abril de 1919 e retornou ao Brasil em
julho para assumir a presidência da República.
Apesar da derrota, o candidato oposicionista conseguiu atingir cerca de um terço dos votos, sem
nenhum apoio da máquina eleitoral, inclusive conquistando a vitória no Distrito Federal.
Mesmo com o acordo de apoio conseguido com a Política dos Governadores, e o controle estabelecido
por São Paulo e Minas Gerais no revezamento de poder a partir da década de 1920, estados com uma
participação política e econômica considerada mediana resolveram interferir para tentar acabar com a
hegemonia da política do “Café com Leite”.
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia se uniram nas eleições presidenciais de 1922,
lançando um movimento político de oposição - a Reação Republicana - que lançou o nome do fluminense
Nilo Peçanha contra o candidato oficial, o mineiro Artur Bernardes.
A chapa oposicionista defendia a maior independência do Poder Legislativo frente ao Executivo, o
fortalecimento das Forças Armadas e alguns direitos sociais do proletariado urbano. Todas essas
propostas eram apresentadas num discurso liberal de defesa da regeneração da República brasileira.
O movimento contou com a adesão de diversos militares descontentes com o presidente Epitácio
Pessoa, que nomeara um civil para a chefia do Ministério da Guerra. A Reação Republicana conseguiu,
em uma estratégia praticamente inédita na história brasileira, desenvolver uma campanha baseada em
comícios populares nos maiores centros do país. O mais importante deles foi o comício na capital federal,
quando Nilo Peçanha foi ovacionado pelas massas.
Em outubro de 1921, os ânimos dos militares foram exaltados com a publicação de cartas no Jornal
Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, assinadas com o nome do candidato Artur Bernardes e endereçadas
ao líder político mineiro Raul Soares. Em seu conteúdo, criticavam a conduta do ex-presidente e Marechal
do Exército, Hermes da Fonseca, por ocasião de um jantar promovido no Clube Militar.
As cartas puseram lenha na fogueira da disputa, deixando os militares extremamente insatisfeitos com
o candidato. Pouco antes da data da eleição dois falsários assumiram a autoria das cartas e comprovaram
tratar-se de uma armação. A conspiração não teve maiores consequências, e as eleições puderam
transcorrer normalmente em março de 1922.
Como era de se esperar, a vitória foi de Artur Bernardes. O problema foi que nem a Reação
Republicana nem os militares aceitaram o resultado. Como o governo se manteve inflexível e não aceitou
a proposta da oposição de rever o resultado eleitoral, o confronto se tornou apenas uma questão de
tempo.
O Tenentismo9
Após a Primeira Guerra Mundial, vários oficiais jovens de baixa patente, principalmente tenentes (e
daí deriva o nome do movimento tenentista) sentiam-se insatisfeitos. Os soldos permaneciam baixos e o
governo não fazia menção de aumentá-los. Havia um grande número deles, e as promoções eram muito
lentas. Um segundo-tenente podia demorar dez anos para alcançar a patente de capitão.
Sua reinvindicações oficiais foram contra a desorganização e o abandono em que se encontrava o
exército brasileiro. Com o tempo os líderes do movimento chegaram à conclusão de que os problemas
que enfrentavam não estavam apenas no exército, mas também na política.
Com a intenção de fazer as mudanças acontecerem, os revoltosos pressionaram o governo, que não
se prontificou a atendê-los, o que gerou movimentos de tentativa de tomada de poder por meio dos
militares. Esse programa conquistou ampla simpatia da opinião pública urbana, mas não houve
mobilização popular e nem mesmo engajamento de dissidências oligárquicas à revolução (com exceção
do Rio Grande do Sul), daí o seu isolamento e o seu fracasso.
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http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica
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http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/MovimentoTenentista
A Revolta de 192410
Os participantes das Revoltas de 1922 foram julgados e punidos em dezembro de 1923, acusados de
tentar promover um golpe de Estado. Novamente o exército teve suas relações com o governo federal
agravadas, com uma tensão crescente que gerou uma nova revolta militar, novamente na madrugada,
em 5 de julho de 1924 em São Paulo, articulada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, pelo major
Miguel Costa, comandante do Regimento de Cavalaria da Força Pública do estado, e pelo tenente
Joaquim Távora, este último morto durante os combates. Tiveram ainda participação destacada os
tenentes Juarez Távora, Eduardo Gomes, João Cabanas, Filinto Müller e Newton Estillac Leal.
O objetivo do movimento era depor o presidente Artur Bernardes, cujo governo transcorria, desde o
início, sob estado de sítio permanente e sob vigência da censura à imprensa.
Entre as primeiras ações dos revoltosos, ganhou prioridade a ocupação de pontos estratégicos, como
as estações da Luz, da Estrada de Ferro Sorocabana e do Brás, além dos quartéis da Força Pública,
entre outros.
Logo após a ocupação, no dia 8 de julho o presidente de São Paulo, Carlos de Campos, deixou o
palácio dos Campos Elíseos, sede do governo paulista na época. No dia seguinte, os rebeldes instalaram
um governo provisório chefiado pessoalmente pelo general Isidoro. O ato foi respondido com um intenso
bombardeio das tropas legalistas sobre a cidade, principalmente em bairros operários de São Paulo na
região da zona leste. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram os mais atingidos pelo
bombardeio.
A partir do dia 16, sucederam-se as tentativas de armistício. Um dos principais mediadores foi José
Carlos de Macedo Soares, membro da Associação Comercial de São Paulo. Num primeiro momento, o
general Isidoro condicionou a assinatura de um acordo à entrega do poder a um governo federal provisório
e à convocação de uma Assembleia Constituinte. A negativa do governo federal, somada às
consequências do bombardeio da cidade, reduziu as exigências dos revoltosos à concessão de uma
anistia ampla aos revolucionários em 1922 e 1924. Entretanto, nem essa reivindicação foi atendida.
Como as exigências dos revoltosos não foram atendidas e a pressão do governo aumentava, a solução
foi mudar a estratégia. Em 27 de julho os revoltosos abandonaram a cidade, indo em direção a Bauru, no
interior do Estado. O deslocamento foi facilitado graças a eclosão de diversas revoltas no interior, com a
tomada de prefeituras.
Àquela altura, já haviam eclodido rebeliões militares no Amazonas, em Sergipe e em Mato Grosso em
apoio ao levante de São Paulo, mas os revoltosos paulistas desconheciam tais acontecimentos.
Em outubro, enquanto os paulistas combatiam em território paranaense, tropas sediadas no Rio
Grande do Sul iniciaram um levante, associadas a líderes gaúchos contrários à situação estadual. As
10
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Levantes1924
A Coluna Prestes
Enquanto alguns militares se rebelavam em São Paulo, Luís Carlos Prestes, também militar,
organizava outro grupo no Rio Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas frentes de oposição, a Paulista
liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes, uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma
caminhada pelo Brasil.
Sempre vigiados por soldados do governo, os revoltosos evitavam confrontos diretos com as tropas,
por meio de táticas de guerrilha.
Por meio de comícios e manifestos, a Coluna denunciava à população a situação política e social do
país. Num primeiro momento, não houve muitos resultados, porém o movimento ajudou a balançar as
bases já enfraquecidas do sistema oligárquico e a preparar caminho para a Revolução de 1930.
A Coluna Prestes durou 2 anos e 3 meses, percorrendo cerca de 25 mil quilômetros através de treze
estados do Brasil. Estima-se que a Coluna tenha enfrentado mais de 50 combates contra as tropas
governistas, sem sofrer derrotas.
A passagem da Coluna Prestes, gerava reações diversas na população. Como forma de desmoralizar
o movimento, o governo condenava os rebeldes e associavam suas ações a assassinos e bandidos.
Iniciando a marcha, a coluna concluiu a travessia do rio Paraná em fins de abril de 1925 e adentrou no
Paraguai com a intenção de chegar a Mato Grosso. Posteriormente percorreu Goiás, entrou em Minas
Gerais e retornou a Goiás.
Após a passagem por Goiás, a Coluna partiu para o Nordeste, chegando em novembro ao Maranhão,
ocasião em que o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e enviado a São Luís. Em dezembro, penetrou
no Piauí e travou em Teresina sério combate com as forças do governo. Rumando então para o Ceará, a
coluna teve outra baixa importante: na serra de Ibiapina, Juarez Távora foi capturado.
Em janeiro de 1926, a coluna atravessou o Ceará, chegou ao Rio Grande do Norte e, em fevereiro,
invadiu a Paraíba, enfrentando na vila de Piancó séria resistência comandada pelo padre Aristides
Ferreira da Cruz, líder político local. Após ferrenhos combates, a vila acabou ocupada pelos
revolucionários.
Continuando rumo ao sul, a coluna atravessou Pernambuco e Bahia e retornou para Minas Gerais,
pelo norte do Estado. Encontrando vigorosa reação legalista e precisando remuniciar-se. O comando da
coluna decidiu interromper a marcha para o sul e, em manobra conhecida como "laço húngaro11", retornar
ao Nordeste através da Bahia. Cruzou o Piauí, alcançou Goiás e finalmente chegou de volta a Mato
Grosso em outubro de 1926.
Àquela altura, o estado-maior revolucionário decidiu enviar Lourenço Moreira Lima e Djalma Dutra à
Argentina, para consultar o general Isidoro Dias Lopes quanto ao futuro da coluna: continuar a luta ou
rumar para o exílio.
Entre fevereiro e março de 1927, afinal, após uma penosa travessia do Pantanal, parte da coluna,
comandada por Siqueira Campos, chegou ao Paraguai, enquanto o restante ingressou na Bolívia, onde
encontrou Lourenço Moreira Lima, que retornava da Argentina. Tendo em vista as condições precárias
da coluna e as instruções de Isidoro, os revolucionários decidiram exilar-se.
Durante o tempo em que passou na Bolívia, Prestes dedicou-se a leituras em busca de explicações
para a situação de atraso e miséria que presenciara em sua marcha pelo interior brasileiro. Em dezembro
de 1927 foi procurado por Astrojildo Pereira, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, que fora
incumbido de convidá-lo a firmar uma aliança entre "o proletariado revolucionário, sob a influência do
PCB, e as massas populares, especialmente as massas camponesas, sob a influência da coluna e de
seu comandante".
Prestes, contudo, não aceitou essa aliança. Foi nesse encontro que obteve as primeiras informações
sobre a Revolução Russa, o movimento comunista e a União Soviética. A seguir, mudou-se para a
Argentina, onde leu Marx e Lênin.
A defesa do café
Os acordos para a manutenção do preço do café elevaram a dívida brasileira, principalmente após as
emissões de moeda realizadas entre 1921 e 1923 por Epitácio Pessoa, o que gerou uma desvalorização
do câmbio e o aumento da inflação. Artur Bernardes preocupou-se em saldar a dívida externa brasileira,
retomando o pagamento dos juros e da dívida principal a partir do ano de 1927.
11
Recebia esse nome devido ao percurso da manobra lembrar o desenho aplicado na platina dos uniformes dos oficiais de antigamente, o “laço húngaro”.
Em 1926, mantendo a tradicional rotação presidencial entre São Paulo e Minas Gerais, o paulista
radicado Washington Luís foi indicado para a sucessão e saiu vencedor nas eleições de 1926. Seu
governo seguiu com relativa tranquilidade, até que em 1929 uma série de fatores, internos e externos,
mudaram de maneira drástica os rumos do Brasil.
No plano interno, a insatisfação das camadas urbanas, em especial da classe média, crescia cada vez
mais. A estrutura de governo baseada no poder das oligarquias, dos coronéis e da predominância dos
grandes proprietários e produtores de café da região de São Paulo não atendia as exigências e os anseios
de boa parte da população, que não fazia parte ou não era beneficiada pelo sistema de governo.
Em 1926 surgiu o Partido Democrático, de cunho liberal. O partido desponta como oposição ao PRP
(Partido Republicano Paulista), que repudiava o liberalismo na prática. Seus integrantes pertenciam a
uma faixa etária mais jovem em comparação aos republicanos, o que também contribuiu para agradar
boa parte da classe média insatisfeita com o PRP.
Formado por prestigiados profissionais liberais e filhos de fazendeiros de café, o partido tinha como
pauta a reforma do sistema político, através da implantação do voto secreto, da representação de
minorias, a real divisão dos três poderes e a fiscalização das eleições pelo poder judiciário.
A Revolução de 1930
Em 1º de março de 1930 Júlio Prestes foi eleito presidente do Brasil conquistando 1.091.709 votos,
contra 742.794 votos recebidos por Getúlio Vargas. Ambos os lados foram acusados de cometer fraudes
contra o sistema eleitoral, seja manipulando votos, seja impondo votos forçados através de violência e
ameaça.
A derrota Getúlio Vargas nas eleições de 1930 não significou o fim da Aliança Liberal e sua busca pelo
controle do poder executivo. Os chamados “tenentes civis” acreditavam que ainda poderiam conquistar o
poder através das armas.
Buscando agir pelo caminho que o movimento tenentista havia tentado anos antes, os jovens políticos
buscaram fazer contato com militares rebeldes, que receberam a atitude com desconfiança. Entre os
motivos para o receio dos tenentes, estava o fato de que alguns nomes, como João Pessoa e Osvaldo
Aranha, estiveram envolvidos em perseguições, confrontos e condenações contra o grupo.
Porém, depois de conversas e desconfianças dos dois lados, os grupos chegaram a um acordo com a
adesão de nomes de destaque dos movimentos da década de 20, como Juarez Távora, João Alberto e
Miguel Costa. A grande exceção foi o nome de Luís Carlos Prestes, que em maio de 1930 declarou-se
abertamente como socialista revolucionário, e recusou-se a apoiar a disputa oligárquica.
Os preparativos para a tomada do poder não aconteceram da maneira esperada, deixando o
movimento conspiratório em uma situação de desvantagem. Porém, em 26 de julho de 1930 ocorreu um
fato que serviu de estopim para o movimento revolucionário: por volta das 17 horas, na confeitaria “Glória”,
em Recife, João Pessoa foi assassinado por João Duarte Dantas.
O crime, motivado tanto por disputas pessoais como por disputas públicas, foi utilizado como
justificativa para o movimento revolucionário, sendo explorado seu lado público, e transformado João
Pessoa em “mártir da revolução”.
A morte de João Pessoa foi extremamente explorada por seus aliados como elemento político para
concretizar os objetivos da revolução. Apesar de ter morrido no Nordeste e ser natural da região, o corpo
do presidente da Paraíba foi enterrado no Rio de Janeiro, então capital da República, fator que reuniu
uma enorme quantidade de pessoas para acompanhar o funeral. A morte de João Pessoa garantiu a
adesão de setores do exército que até então estavam relutantes em apoiar a causa dos revolucionários.
Feitos os preparativos, no dia 3 de outubro de 1930, nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul
e no Nordeste, estourou a revolução comandada por Getúlio Vargas e pelo tenente-coronel Góes
Monteiro. As ações foram rápidas e não encontraram uma resistência forte. No Nordeste, as operações
ficaram a cargo de Juarez Távora, que contando com a ajuda da população, conseguiu dominar
Pernambuco sem esforços.
Em virtude do maior peso político que os gaúchos detinham no movimento e sob pressão das forças
revolucionárias, a Junta finalmente decidiu transmitir o poder a Getúlio Vargas. Num gesto simbólico que
representou a tomada do poder, os revolucionários gaúchos, chegando ao Rio, amarraram seus cavalos
no Obelisco da avenida Rio Branco. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República.
Candidato(a), segue abaixo a lista completa dos presidentes da República Velha com a cronologia
correta:
Questões
01. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) Seu Mundinho, todo esse tempo
combati o senhor. Fui eu quem mandou atirar em Aristóteles. Estava preparado para virar Ilhéus do
avesso. Os jagunços estavam de atalaia, prontos para obedecer. Os meus e os outros amigos, para
acabar com a eleição. Agora tudo acabou.
(In: AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela)
02. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) Para responder à questão, considere
o texto abaixo.
... A forma federativa deu ampla autonomia aos Estados, com a possibilidade de contrair empréstimos
externos, constituir forças militares próprias e uma justiça estadual.
[...] A representação na Câmara dos Deputados, proporcional ao número de habitantes dos Estados,
foi outro princípio aprovado...
[...] A aceitação resignada da candidatura Prudente de Moraes, que marcou o início da república civil
oligárquica, consolidada por Campos Sales, se deu em um momento difícil, quando Floriano dependia do
apoio regional [...].
(Adaptado de: FAUSTO, Boris. Pequenos ensaios de História da República (1889-1945). São Paulo: Cebrap, 1972, p. 2-4)
A corrente ideológica a que o texto se refere, e que dominou a cena do movimento operário brasileiro
durante a segunda década do século XX,
(A) pode ser tratada como um sistema de pensamento social visando a modificações fundamentais na
estrutura da sociedade com o objetivo de substituir a autoridade do Estado por alguma forma de
cooperação não governamental entre indivíduos livres.
(B) investe contra o capital e o Estado capitalista, pretendendo substitui-lo por uma livre associação
de produtores diretos, possuidores dos meios de produção e na organização do sindicato único como
meio de promover a emancipação das classes trabalhadoras.
(C) defende a coletivização dos meios de produção, a violência nas lutas operárias e dá ênfase ao
papel que os sindicatos desempenhariam na obra emancipadora dos trabalhadores e da sociedade, e na
luta operária para a conquista do Estado.
(D) argumenta que o sindicalismo operário deve ser o articulador da autogestão e um instrumento do
plano econômico e da unidade de produção, e que as diversas associações produtivas devem ser
coordenadas pelas federações sindicais ligadas ao Estado.
(E) inclina-se pelo caminho revolucionário ao sustentar a necessidade de realizar de imediato a tese
marxista segundo a qual o critério de distribuição de bens e serviços deveria ser determinada pelas
assembleias sindicais de cada Estado da Federação.
A expressão “O sertão vai virar mar” está associada a uma personagem de um importante movimento
messiânico do início da República brasileira.
O personagem referido é:
(A) João Cândido.
(B) Beato José Maria.
(C) Antônio Conselheiro.
(D) Marcílio Dias.
(E) Barão de Drumond.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Durante a República Velha os grandes fazendeiros(coronéis) impunham seu poder através de seus
exércitos particulares de jagunços. O voto era aberto e os eleitores que moravam nas grandes fazendas
eram forçados a votar no candidato do coronel.
02. Resposta: C
A política dos governadores foi um sistema político não oficial, idealizado e colocado em prática pelo
presidente Campos Sales (1898 – 1902), que consistia na troca de favores políticos entre o presidente da
03. Resposta: A
O anarquismo é o movimento político que defende a supressão de todas as formas de dominação e
opressão vigentes na sociedade moderna, dando lugar a uma comunidade mais fraterna e igualitária,
fruto de um esforço individual a partir de um árduo trabalho de conscientização. O anarquismo é
frequentemente apontado como uma ideologia negadora dos valores sociais e políticos prevalecentes no
mundo moderno como o estado laico, a lei, a ordem, a religião e a propriedade privada.
04. Resposta: C
Antônio Conselheiro foi o líder do arraial de canudos, no interior da Bahia, local em que ocorreu a
guerra de canudos, revolta de grande repercussão no período republicano.
A ERA VARGAS
Dentro das divisões históricas do período republicano, a “Era Vargas” é dividida em três intervalos
distintos:
1 - um período provisório, quando assume o governo após o movimento de 1930;
2 - um período constitucional, quando eleito após a promulgação da Constituição de 1934, e;
3 - um autoritário, com o golpe de 1937, que deu início ao período conhecido como Estado Novo.
PERÍODO PROVISÓRIO
O Governo Provisório
Ao final da Revolução de 1930, com Washington Luís deposto e exilado, Getúlio Vargas foi empossado
como chefe do governo provisório. As medidas do novo governo tinham como objetivo básico promover
uma centralização política e administrativa que garantisse ao governo sediado no Rio de Janeiro o
controle efetivo do país. Em outras palavras, o federalismo da República Velha caía por terra.
Para atingir esse objetivo, foram nomeados interventores para governar os estados. Eram homens de
confiança, normalmente oriundos do Tenentismo, cuja tarefa era fazer cumprir em cada estado as
determinações do governo provisório.
Esse fato e o adiamento que Getúlio Vargas foi impondo à convocação de novas eleições
desencadearam reações de hostilidade ao seu governo, especialmente no Estado de São Paulo. As
eleições dariam ao país uma nova Constituição, um presidente eleito pela população e um governo com
legitimidade jurídica e política. Mas poderia também significar a volta ao poder dos derrotados na
Revolução de 30.
A Reação Paulista
A oligarquia paulista estava convencida da derrota que sofreu em 24 de outubro de 1930, mas não
admitia perder o controle do Executivo em “seu” próprio estado. A reação paulista começou com a não
aceitação do interventor indicado para São Paulo, o tenentista João Alberto. Às pressões pela indicação
de um interventor civil e paulista, se somou à reivindicação de eleições para a Constituinte. Essas teses
foram ganhando rapidamente simpatia popular.
As manifestações de rua começaram a ocorrer com o apoio de todas as forças políticas do Estado, até
por aquelas que tinham simpatizado com o movimento de 1930 (exemplo do Partido Democrático - PD).
Diante das pressões crescentes, Getúlio resolveu negociar com a oligarquia paulista, indicando um
Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20
. 18
interventor do próprio Estado. Isso foi interpretado como um sinal de fraqueza. Acreditando que poderiam
derrubar o governo federal, os oligarcas articularam com outros estados uma ação nesse sentido.
Manifestações de rua intensificaram-se em São Paulo. Numa delas, quatro jovens, Miragaia, Martins,
Dráusio e Camargo (MMDC) foram mortos e se transformaram em mártires da luta paulista em nome da
legalidade constitucional. Getúlio, por seu lado, aprovou outras “concessões”: elaborou o código eleitoral
(que previa o voto secreto e o voto feminino), mandou preparar o anteprojeto para a Constituição e marcou
as eleições para 1933.
As Leis Trabalhistas
Como forma de garantir o apoio popular, Getúlio Vargas consolidou um conjunto de leis que garantiam
direitos aos trabalhadores, destacando-se entre eles: salário mínimo, jornada de oito horas,
regulamentação do trabalho feminino e infantil, descanso remunerado (férias e finais de semana),
indenização por demissão, assistência médica, previdência social, entre outras.
A formalização dessa legislação trabalhista teve vários significados e implicações. Representou a
primeira modificação importante na maneira de o Estado enfrentar a questão social e definiu as regras a
partir das quais o mercado de trabalho e as relações trabalhistas poderiam se organizar. Garantiu, assim,
uma certa estabilidade ao crescimento econômico. Por fim, foi muito útil para obter o apoio dos
assalariados urbanos à política getulista.
Essa legislação denota a grande habilidade política de Getúlio. Ele apenas formalizou um conjunto de
conquistas que, em boa parte, já vigoravam nas relações de trabalho nos principais centros industriais.
Com isso, construiu a sua imagem como “Pai dos Pobres” e benfeitor dos trabalhadores.
O Controle Sindical
A aprovação da legislação sindical representou um grande avanço nas relações de trabalho no Brasil,
pois pela primeira vez o trabalhador obtinha individualmente amparo nas leis para resistir aos excessos
da exploração capitalista.
Por outro lado, paralelamente à sua implantação, o Estado definiu regras extremamente rígidas para
a organização dos sindicatos, entre as quais a que autorizava o seu funcionamento (Carta Sindical), as
que regulavam os recursos da entidade e as que davam ao governo direito de intervir nos sindicatos,
afastando diretorias se julgasse necessário. Mantinha, assim, os sindicatos sob um controle rigoroso.
PERÍODO CONSTITUCIONAL
- Nacionalismo conservador
Esse movimento contava com o apoio das classes médias urbanas, Igreja e setores do Exército. O
projeto que seus apoiadores tinham em mente decorria da leitura que eles faziam da história do país até
aquele momento.
Segundo os conservadores, o aspecto que marcava mais profundamente a formação histórica do país
e do seu povo era a tradição agrícola. Desde o descobrimento, toda a vida econômica, social e política
organizou-se em torno da agricultura. Todos os nossos valores morais, regras de convivência social,
costumes e tradições fincavam suas raízes no modo de vida rural.
Dessa forma, tudo o que ameaçava essa “tradição agrícola” (estímulos a outros setores da economia,
crescimento da indústria, expansão da urbanização e suas consequências, como a propagação de novos
valores, hábitos e costumes tipicamente urbanos) representava um atentado contra a integridade e o
caráter nacional, uma corrupção da nossa identidade como povo e nação.
O movimento se caracterizava como nacionalista e conservador por ser contrário a transformações
modernizadoras de origem externa (induzidas pela industrialização, vanguardas artísticas europeias,
etc.).
Para que a coerência com a nossa identidade histórica fosse mantida, os ideólogos do nacionalismo
conservador propunham o seguinte: os latifúndios (grandes propriedades rurais) deveriam ser divididos
em pequenas parcelas de terras a ser distribuídas. Assim, as famílias retornariam ao campo tornando o
Brasil uma grande comunidade de pequenos e prósperos proprietários.
Podemos concluir a partir desse ideário, que eram antilatifundiários e antiindustrialistas. Na esfera
política, defendiam um regime autoritário de partido único.
Nesse contexto o maior defensor dessas ideias foi o movimento que recebeu o nome de Ação
Integralista Brasileira (AIB), cujo lema era Deus, Pátria e Família, que tinha como seu principal líder e
ideólogo Plínio Salgado.
Tradicionalmente, a AIB também é interpretada como uma manifestação do nazifascismo no Brasil,
pela semelhança entre os aspectos aparentes do integralismo e do nazifascismo: uniformes, tipo de
saudação, ultranacionalismo, feroz anticomunismo, tendências ditatoriais e apelo à violência eram traços
que aproximavam as duas ideologias.
Um exame mais atento, entretanto, mostra que eram projetos distintos. Enquanto o nazi fascismo era
apoiado pelo grande capital e buscava uma expansão econômico-industrial a qualquer custo, ao preço
de uma guerra mundial se necessário, os integralistas queriam voltar ao campo. Num certo sentido, o
projeto nazifascista era mais modernizante que o integralista. Assim, as semelhanças entre eles
escondiam propostas e projetos globais para a sociedade radicalmente distintos.
- Nacionalismo Revolucionário
Frações dos setores médios urbanos, sindicatos, associações de classe, profissionais liberais,
jornalistas e o Partido Comunista prestaram apoio a outro movimento político: o nacionalismo
revolucionário. Este defendia a industrialização do país, mas sem que isso implicasse subordinação e
dependência em relação às potências estrangeiras, como a Inglaterra e os Estados Unidos.
O nacionalismo revolucionário propunha uma reforma agrária como forma de melhorar as condições
de vida do trabalhador urbano e rural e potencializar o desenvolvimento industrial. Considerava que a
única maneira de realizar esses objetivos seria a implantação de um governo popular no Brasil. Esse
movimento deu origem à Aliança Nacional Libertadora, cujo presidente de honra era Luís Carlos Prestes,
então membro do Partido Comunista.
As Eleições de 1938
Contida a oposição de esquerda, o processo político evoluiu sem conflitos maiores até 1937. Nesse
ano, começaram a se desenhar as candidaturas para as eleições de 1938, destacando-se Armando Sales
Oliveira, paulista que articulava com outros estados sua eleição para presidente.
Getúlio Vargas, as oligarquias que lhe davam apoio e os militares herdeiros da tradição tenentista não
viam com bons olhos a possibilidade de retorno da oligarquia paulista ao poder. Uma vez mantido o
calendário eleitoral, isso parecia inevitável. Como forma de evitar que as eleições acontecessem, Getúlio
Vargas coloca em prática o famoso Plano Cohen.
PERÍODO AUTORITÁRIO
1 - A defesa de um Estado forte por parte dos cafeicultores, que dependiam dele para manter os preços
do café;
2 - Os industriais, que seguiam a mesma linha de defesa dos cafeicultores, já que o crescimento das
indústrias dependia da proteção estatal;
3 - As oligarquias e classe média urbana, que assustavam-se com a expansão da esquerda e julgavam
que para “salvar a democracia” era necessário um governo forte.
Além disso Vargas tinha também o apoio dos militares, por alguns motivos:
- Por sua formação profissional, os militares possuíam uma visão hierarquizada do Estado, com
tendência a apoiar mais um regime autoritário do que um regime liberal;
- Os oficiais de tendência liberal haviam sido expurgados do exército por Vargas e pela dupla Góis
Monteiro-Gaspar Dutra13;
- Entre os oficiais do exército estava se consolidando o pensamento de que se deveria substituir a
política no exército pela política do exército. A política do exército naquele momento visava o próprio
fortalecimento, resultado atingido mais facilmente em uma ditadura.
Com todos esses fatores a seu favor, não houveram dificuldades para Getúlio instalar e manter por
oito anos a ditadura no país. Durante o período foi implacável o autoritarismo, a censura, a repressão
policial e política e a perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do Estado.
12
Adaptado de MOURA, José Carlos Pires. História do Brasil.
13
Ambos foram ministros da Guerra no período em que Vargas estava no poder. Monteiro (1934-1935). Dutra (1936-1945)
14
Referência: < http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/DASP>
Desse modo, apesar da desaceleração do crescimento industrial ocasionado pela Segunda Guerra
Mundial devido à dificuldade para importar equipamentos e matéria-prima, quando o Estado Novo se
encerrou em 1945, a indústria brasileira estava plenamente consolidada.
Os partidos políticos foram fechados (até mesmo o Partido Integralista que mudou seu nome para
Associação Brasileira de Cultura.). Em 1938 os integralistas tentaram um golpe de governo que fracassou
em poucas horas. Seus principais líderes foram presos, inclusive Plínio Salgado, que foi exilado para
Portugal.
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) entrou em vigor em 1943, durante a típica comemoração
do 1º de maio. Entre seus principais pontos estão:
- Regulamentação da jornada de trabalho – 8 horas diárias.
- Descanso de um dia semanal, remunerado.
- Regulamentação do trabalho e salário de menores.
- Obrigatoriedade de salário mínimo como base de salário.
- Direito a férias anuais.
- Obrigatoriedade de registro do contrato de trabalho na carteira do trabalhador.
1 - A maioria dos torturadores e assassinos permaneciam na polícia depois que a PE havia sido extinta,
sendo apenas transferidos para outros órgãos e funções;
2 - Muitos civis e militares envolvidos nas torturas e assassinatos fizeram mais tarde rápida carreira,
chegando a ocupar postos importantes na administração e na política.
Também era comum durante o período a espionagem feita por militares e civis, que eram conhecidos
como “invisíveis”. Sua função poderia ser a de espiar alguém em específico ou fazer uma espionagem
15
Referência: < http://pessoal.educacional.com.br/up/50240001/1411397/12_TERC_7_HIST_265a326%20(1)-%20AULA%2075.pdf>
Questões
01. (MPE/GO – Secretário auxiliar – MPE/2017) Sobre o Estado Novo de Getúlio Vargas, é incorreto
afirmar:
(A) que foi implantado por Getúlio Vargas sob a justificativa de conter uma nova ameaça de golpe
comunista no Brasil.
(B) que tomado por uma orientação socialista, o governo preocupava-se em obter o favor dos
trabalhadores por meio de concessões e leis de amparo ao trabalhador.
(C) financiava o amplo desenvolvimento do setor industrial brasileiro, ao realizar uma política de
industrialização por substituição de importações e com criação das indústrias de base.
(D) para dar ao novo regime uma aparência legal, Francisco Campos redigiu uma nova Constituição
inspirada nas constituições fascistas italiana e polonesa.
(E) adotou o chamado “Estado de Compromisso”, onde foram criados mecanismos de controle e vias
de negociação política responsáveis pelo surgimento de uma ampla frente de apoio a Getúlio Vargas.
04. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Assinale a opção correta a respeito do Estado Novo,
implantado pela Constituição de 1937.
(A) Comparada à Constituição de 1934, a nova carta apresentava como característica nítida a
descentralização do poder.
(B) O Plano Cohen serviu de pretexto para o reforço do autoritarismo.
(C) A Lei de Segurança Nacional, até hoje vigente, foi proposta após a instauração da nova carta.
(D) Plínio Salgado, líder da Ação Integralista Brasileira, foi um dos grandes beneficiados pelo novo
regime político.
(E) Imediatamente após a implantação do Estado Novo, Getúlio Vargas substituiu todos os
governadores de estado.
05. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/2017) “No dia 10 de novembro de 1937, tropas da polícia
militar cercavam o Congresso Nacional e impediram a entrada dos congressistas. O ministro da Guerra
– general Dutra – se opusera a que a operação fosse realizada por foças do Exército. À noite, Getúlio
anunciou uma nova fase política e a entrada em vigor de uma Carta constitucional, elaborada por
Francisco Campos” (trecho extraído do livro História do Brasil, de Boris Fausto). O período histórico
brasileiro narrado acima descreve o início:
(A) da Ditadura Militar
(B) da Política do Café com Leite
(C) do Tenentismo
(D) do Estado Novo
(E) da Revolta da Armada
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Getúlio nunca escondeu sua simpatia pelo regime Fascista, e não pelo socialista. Seu governo teve
forte caráter populista, o que não deve ser confundido como um regime de cunho socialista. Vale lembrar
que apesar de sua simpatia pelos regimes fascistas, no período da Segunda Guerra, o Brasil ficou do
lado dos Aliados.
02. Resposta: A
Questão simples que não necessita de conhecimentos regionais (RO) para encontrar a questão
correta. É necessário apenas lembrar que durante do período de 1930 a 1945 Getúlio Vargas esteve no
poder. Em caráter provisório (1930-1934), em caráter legal (1934-1937) e em caráter inconstitucional
(1938 – 1945).
03. Resposta: E
O fato de o Brasil enviar seus soldados para lutar pelos estados que representavam a democracia na
2ª Guerra Mundial criou uma situação contraditória no país. Defendíamos a democracia lá fora e vivíamos
em uma ditadura aqui dentro. A mobilização popular contra essa situação ganhou força de modo que
Getúlio desistiu de seu governo permitindo eleições livres.
05. Resposta: D
O golpe ocorrido em novembro de 1937 foi a forma que Getúlio Vargas encontrou para continuar no
poder, uma vez que não venceria as eleições que ocorreriam no ano seguinte. Esse movimento ocorreu
quando da aplicação do já citado Plano Cohen. O Estado Novo durou até o ano de 1945, quando o próprio
Getúlio convoca novas eleições.
República Populista
O governo Dutra foi marcado internamente pela promulgação da nova Carta Constitucional, em 18 de
setembro de 1946. De caráter liberal e democrático, a Constituição de 1946 iria reger a vida do país por
mais duas décadas16.
Em 18 de setembro de 1946 foi oficialmente promulgada a Constituição dos Estados Unidos do Brasil
e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o que consagrou liberdades que existiam na
Constituição de 1934, mas haviam sido retiradas em 1937.
A separação dos três poderes visava delimitar a ação de cada um deles. Esta nova lei, na verdade foi
elaborada devido à reflexão sobre os anos em que Vargas ampliou as atribuições do Poder Executivo e
obteve controle sobre quase todas as ações do Estado. Fora isso, o mandato do presidente se
estabeleceu em 5 anos, sendo proibida a reeleição para cargos do Executivo17.
No que se referia às leis trabalhistas, a Constituição de 1946 manteve o princípio de cooperação dos
órgãos sindicais e diminuiu o controle dos mecanismos do Estado aos sindicatos e seus adeptos. Já no
que tocava à organização do processo eleitoral, a Carta de 1946 diluiu as bancadas profissionais de
Getúlio Vargas e aumentou a participação do voto das mulheres.
Sendo assim, a distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados foi alterada, aumentando-se as
vagas para Estados considerados “menores”. Porém, o Governo de Dutra feriu sua própria constituição,
que pregava o pluripartidarismo, ao iniciar uma cassação ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).
A Constituição de 1946 ficou em vigência até o Golpe Militar em 1964. Nessa ocasião, os militares
passaram a aplicar uma série de emendas para estabelecer as diretrizes do novo regime até ser
definitivamente suspensa pelos Atos Institucionais e pela Constituição de 196718.
Com o avanço da redemocratização, o movimento operário ganhou vigor, com um aumento
significativo no número de sindicalizados e a eclosão de várias greves no país. Para barrar o avanço do
16
http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/governo-eurico-gaspar-dutra
17
SOARES, L. M. SILVA. A dimensão pedagógica da ação ideológica de uma instituição cultural do período de 1955 a 1964.
http://tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1031/1/Silvia%20Leticia%20Marques%20Soares.pdf
18
https://unipdireito2015.files.wordpress.com/2015/11/sistema-eleitoral-e-jurisprudc3aancia.doc
19
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/artigos/DoisGovernos/CassacaoPC
20
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/old/serie-estrangeira-old
21
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-gaspar-dutra-1946-1951-democracia-e-fim-do-estado-novo.htm
Em 1950 Getúlio lança-se à presidência juntamente com Café Filho pelo PTB e PSP (Partido Social
Progressista). Com a fraca concorrência, é eleito presidente do Brasil, assumindo novamente o poder,
agora por vias democráticas, em 31 de janeiro de 1951.
De volta ao Palácio do Catete, Vargas adotou "uma fórmula nova e mais agressiva de nacionalismo
econômico”, tanto aos aspectos internos quanto aos externos dos problemas brasileiros. A fórmula do
nacionalismo radical propunha, como o próprio nome já diz, uma mudança radical na estrutura social e
econômica que vigorava, visto que a mesma era considerada exploradora pelos nacionalistas radicais.22
Após a década de 30, no primeiro governo de Vargas, começa-se a investir na “nacionalização dos
bens do subsolo” devido à presença de empresas estrangeiras. Um dos maiores incentivadores de tal
campanha foi um importante escritor brasileiro: Monteiro Lobato.
Ao voltar dos EUA, onde se encantara com a perspectiva de um país próspero para seus habitantes,
ele se tornou um grande articulador da conscientização popular através de palestras, artigos em jornais,
livros sobre o assunto e até cartas ao então presidente, Getúlio Vargas que, em 1939 cria o CNP –
Conselho Nacional de Petróleo – tornando o petróleo um recurso da União.
Mais tarde, no início da década de 50 a esquerda brasileira lança a campanha “O Petróleo é Nosso”
contra a tentativa dos chamados “entreguistas” de propugnar a exploração do petróleo brasileiro por
empresas ou países estrangeiros alegando que o país não possuía recursos nem técnica suficiente para
fazê-lo23.
Em resposta, Getúlio Vargas assina a Lei 2.004 de 1953, criando a Petrobras.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e o projeto de criação da Eletrobrás
também fazem parte da política nacionalista, industrialista e estatizante de novo governo de Getúlio.
Desde o início do seu mandato sofreu forte oposição, sem conseguir o apoio que precisava para
realizar reformas. Neste período Vargas entra em constantes atritos com empresas estrangeiras
acusadas de enviar excessivas remessas de lucro ao exterior. Em 1952 um decreto institui um limite de
10% para tais remessas.24
Em 1953 João Goulart foi nomeado para o ministério do Trabalho com o objetivo de criar uma política
trabalhista que aproximasse os trabalhadores do governo, aventando-se a possibilidade do aumento do
salário-mínimo em 100%. A campanha contra o governo voltou-se então contra Goulart.
Jango, como era conhecido, causava profundo descontentamento entre os militares que em 8 de
fevereiro de 1954 entregaram um manifesto ao ministério da Guerra (Manifesto dos Coronéis). Getúlio
pressionado e procurando conciliar os ânimos, aceitou demitir João Goulart.
Os ânimos contra Getúlio se acirraram e ele procurou mais do que nunca se amparar nos
trabalhadores, concedendo em 1º de maio de 1954 o aumento de 100% no salário-mínimo. A oposição
no congresso entra com um pedido de impeachment, porém sem sucesso.
Embora Vargas tivesse o apoio político do PTB, do PSD, dos militares nacionalistas, de segmentos da
burguesia, da elite agrária, dos sindicatos e de parte das massas urbanas, seu governo sofreu forte
oposição.
No meio político, o foco da oposição era a UDN. Para esse partido, "a indústria e a agricultura deveriam
desenvolver-se livremente, de acordo com as forças do mercado, além de valorizar o capital estrangeiro,
atribuindo-lhe o papel de suprir as dificuldades naturais do País.
A imprensa conservadora e particularmente o jornal Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda inicia uma
violenta campanha contra o governo. Em 5 de agosto de 1954, Lacerda sofre um atentado que matou o
major-aviador Rubens Florentino Vaz. O incidente teve amplas repercussões e resultou numa grave crise
política.25
As investigações demonstraram o envolvimento de Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de
Getúlio. Fortunato acabou sendo preso.
A pressão da oposição tornou-se mais intensa no Congresso e nos meios militares, exigia-se a
renúncia de Vargas. Cria-se um clima de tensão que culmina com o tiro que Vargas dá no coração na
madrugada de 24 de agosto de 1954.
Antes de suicidar-se escreveu uma Carta-Testamento, na realidade seu testamento político. Onde diz
coisas como: “Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios (…) Não querem
que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. (…) Eu vos dei a minha vida.
22
SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975
23
Federação da Agricultura do Estado do Paraná. http://www.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2017/06/BI-1253.pdf
24
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=263288
25
http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/estado-novo
João Fernandes Campos Café Filho, ou simplesmente Café Filho, como era mais conhecido no meio
político, teve um curto mas agitado governo. Durante os poucos mais de 14 meses em que ocupou a
Presidência da República, Café Filho teve que conciliar os problemas econômicos herdados do governo
anterior com o acirramento político provocado pelo cenário aberto com a morte de Getúlio Vargas.
A sucessão presidencial
Em 1955, durante a disputa presidencial, o PSD, partido que Vargas fundara uma década antes, lançou
o nome de Juscelino Kubitscheck (JK) à Presidência da República. Na disputa para vice-presidente, que
na época ocorria em separado da corrida presidencial, a chapa apresentou o ex-ministro do Trabalho do
governo Vargas, João Goulart, do PTB, sigla pela qual o ex-presidente havia sido eleito em 1950.
Setores mais radicais da UDN, representados pelo jornalista Carlos Lacerda, receosos de que a vitória
de Juscelino Kubitscheck e Jango pudesse significar um retorno da política varguista, passaram a pedir
a impugnação da chapa. Lacerda chegou a declarar, na época, que "esse homem (JK) não pode se
candidatar; se candidatar não poderá ser eleito; se for eleito não poderá tomar posse; se tomar posse
não poderá governar".
A pressão da UDN para que Café Filho impedisse a posse dos novos eleitos intensificou-se logo após
a divulgação dos resultados oficiais, que davam a vitória à chapa PSD-PTB. De outro lado, entre os
militares, também surgiam divergências quanto ao resultado das urnas. A principal delas ocorreu quando
um coronel declarou-se contrário à posse de JK e Jango, numa clara insubordinação ao ministro da
Guerra de Café Filho, marechal Henrique Lott, que havia se posicionado a favor do resultado.27
Carlos Luz
Nascido na cidade de Lages, em Santa Catarina, Nereu de Oliveira Ramos era advogado e assumiu a
presidência aos 67 anos. Em virtude do impedimento do Presidente Café Filho e do Presidente da Câmara
dos Deputados Carlos Luz, o Vice-Presidente do Senado Federal, assumiu a Presidência da República,
de 11/11/1955 a 31/01/1956.
26
http://www.culturabrasil.org/vargas.htm
27
Câmara Municipal de São Paulo. http://www.camara.sp.gov.br/memoria/wp-content/uploads/sites/20/2017/11/leg4_final_02.pdf
28
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-cafe-filho-1954-1955-os-14-meses-do-vice-de-vargas.htm
Na eleição presidencial de 1955, o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB) se aliaram, lançando como candidato Juscelino Kubitschek para presidente e João Goulart para
vice-presidente. A União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Democrata Cristão (PDC) disputaram
o pleito com Juarez Távora.
O Plano de Metas
O governo de Juscelino Kubitschek entrou para história do país como a gestão presidencial na qual se
registrou o mais expressivo crescimento da economia brasileira. Na área econômica, o lema do governo
foi "Cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo".
Para cumprir com esse objetivo, o governo federal elaborou o Plano de Metas, que previa um acelerado
crescimento econômico a partir da expansão do setor industrial, com investimentos na produção de aço,
alumínio, metais não ferrosos, cimento, álcalis, papel e celulose, borracha, construção naval, maquinaria
pesada e equipamento elétrico.
O Plano de Metas teve pleno êxito, pois no transcurso da gestão governamental a economia brasileira
registrou taxas de crescimento da produção industrial (principalmente na área de bens de capital) em
torno de 80%.
A construção de Brasília
A ideia de estabelecer a capital do Brasil no interior do país nasceu ainda no século XVIII, algumas
décadas após Rio de Janeiro tornar-se o centro administrativo do país, título que até então pertencia a
Salvador. Os inconfidentes mineiros queriam que a capital da república, caso seu plano de separação
funcionasse, fosse a cidade de São João del Rey-MG. Mesmo com a independência do Brasil em 1822,
a capital permaneceu no Rio.
Já em meados do século XIX, o historiador Francisco Adolfo de Varnhagem reiniciou a luta pela
transferência, propondo que uma nova capital fosse construída na região onde hoje fica a cidade de
Planaltina-GO.
Após a Proclamação da República, a ideia de transferir a capital brasileira voltou a ser tema de debate,
principalmente pelos problemas sanitários e as epidemias de Febre Amarela que assolavam o Rio de
Janeiro durante o verão, e pela posição estratégica em caso de guerra, já que o acesso a uma capital no
interior do território brasileiro seria dificultado para os inimigos.
Os constituintes de 1891 estabeleceram nas Disposições Transitórias, essa determinação que, não
tendo sido executada em toda a Velha República, foi renovada na constituição promulgada em 1934.
Igualmente a carta de 1946 conservou aquele propósito, determinando a nomeação, pelo presidente da
República, de uma comissão de técnicos que visassem estudos localizando, no Planalto Central, uma
região onde fosse demarcada a nova capital.
Em maio de 1892, o governo Floriano Peixoto criou a Comissão Exploradora do Planalto Central e
entregou a chefia a Louis Ferdinand Cruls, astrônomo e geógrafo belga radicado no Rio de Janeiro desde
1874. Essa comissão tinha como objetivo, conforme disposto na constituição, proceder à exploração do
planalto central da república e à consequente demarcação da área a ser ocupada pela futura capital.29
Diversos problemas, entre eles a questão logística, impediram a construção da nova capital federal,
pois a dificuldade nos transportes e também no acesso ao Planalto Central tornavam a ideia inviável.
Ao assumir a presidência da República, Juscelino Kubitschek, logo após a sua posse, em Janeiro de
1956, afirmou o seu empenho “de fazer descer do plano dos sonhos a realidade de Brasília”.
Apresentando o projeto ao congresso como um fato consumado, em setembro do mesmo ano, foi
aprovada a lei nº 2.874 que criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (vulgarizada pela sigla
NOVA-CAP). As obras se iniciaram em Fevereiro de 1957, com apenas 3 mil trabalhadores – batizados
de “candangos”.
O arquiteto Oscar Niemeyer foi escolhido para a chefia do Departamento de Urbanística e Arquitetura,
recusando-se a traçar os planos urbanísticos de Brasília, insistindo na necessidade de um concurso para
a escolha do plano-piloto, aceito em março de 1957.
29
http://blogs.correiobraziliense.com.br/candangando/missao-cruls-exaltava-fartura-de-agua-na-nova-capital/
Denúncias da oposição
A gestão de Juscelino Kubitschek não esteve a salvo de críticas dos setores oposicionistas. No
Congresso Nacional, a oposição política ao governo de JK vinha da UDN. A oposição ganhou maior força
no momento em que as crescentes dificuldades financeiras e inflacionárias (decorrentes principalmente
dos gastos com a construção de Brasília) fragilizaram o governo federal.
A UDN fazia um tipo de oposição ao governo baseada na denúncia de escândalos de corrupção e uso
indevido do dinheiro público. A construção de Brasília foi o principal alvo das críticas da oposição. No
entanto, a ação de setores oposicionistas não prejudicou seriamente a estabilidade governamental na
gestão de JK.30
A gestão de Jânio Quadros na presidência da República foi breve, duraram sete meses e encerrou-se
com a renúncia. Neste curto período, Jânio Quadros praticou uma política econômica e uma política
externa que desagradou profundamente os políticos que o apoiavam, setores das Forças Armadas e
outros segmentos sociais.
A renúncia de Jânio Quadros desencadeou uma crise institucional sem precedentes na história
republicana do país, porque a posse do vice-presidente João Goulart não foi aceita pelos ministros
militares e pelas classes dominantes.
30
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=217
31
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=217
Independência e isolamento
De acordo com estudiosos do período, o presidente Jânio Quadros esperava que a política externa de
seu governo se traduzisse na ampliação do mercado consumidor externo dos produtos brasileiros por
meio de acordos diplomáticos e comerciais.
Porém, a condução da política externa independente desagradou o governo norte-americano e,
internamente, recebeu pesadas críticas do partido a que Jânio estava vinculado, a UDN, sofrendo também
uma forte oposição das elites conservadoras e dos militares.
Ao completar sete meses de mandato presidencial, o governo de Jânio Quadros ficou isolado política
e socialmente. Renunciou a 25 de agosto de 1961.
Política teatral
Especula-se que a renúncia foi mais um dos atos espetaculares característicos do estilo de Jânio. Com
ela, o presidente pretenderia causar uma grande comoção popular, e o Congresso seria forçado a pedir
seu retorno ao governo, o que lhe daria grandes poderes sobre o Legislativo. Não foi o que aconteceu.
A renúncia foi aceita e a população se manteve indiferente. Vale lembrar que as atitudes teatrais eram
usadas politicamente por Jânio antes mesmo de chegar à presidência. Em comícios, ele jogava pó sobre
os ombros para simular caspa, de modo a parecer um "homem do povo". Também tirava do bolso
sanduíches de mortadela e os comia em público.
No poder, proibiu as brigas de galo e o uso de lança-perfume, criando polêmicas com questões
menores, que o mantinham sempre em evidência, como um presidente preocupado com o dia a dia do
brasileiro.
Com a renúncia de Jânio Quadros, a presidência caberia ao vice João Goulart, popularmente
conhecido como Jango. No momento da renúncia, se encontrava na Ásia, em visita a República Popular
da China.
O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu o governo provisoriamente. Porém,
os grupos de oposição mais conservadores representantes das elites dominantes e de setores das Forças
Armadas não aceitaram que Jango tomasse posse, sob a alegação de que ele tinha tendências políticas
esquerdistas. Não obstante, setores sociais e políticos que apoiavam Jango iniciaram um movimento de
resistência.33
O retorno ao presidencialismo
Em janeiro de 1963, Jango convocou um plebiscito para decidir sobre a manutenção ou não do sistema
parlamentarista. Cerca de 80% dos eleitores votaram pelo restabelecimento do sistema presidencialista.
A partir de então, Jango passou a governar o país como presidente, e com todos os poderes
constitucionais a sua disposição.
Porém, no breve período em que governou o país sob regime presidencialista, os conflitos políticos e
as tensões sociais se tornaram tão graves que seu mandato foi interrompido pelo Golpe Militar de 1º de
abril de 1964.
Desde o início de seu mandato, não dispunha de base de apoio parlamentar para aprovar com
facilidade seus projetos políticos, econômicos e sociais, por esse motivo a estabilidade governamental foi
comprometida.
Como saída para resolver os frequentes impasses surgidos pela ausência de apoio político no
Congresso Nacional, adotou uma estratégia típica do período populista, recorreu a permanente
mobilização das classes populares a fim de obter apoio social ao seu governo.
Foi uma forma precária de assegurar a governabilidade, pois limitava ou impedia a adoção por parte
do governo de medidas antipopulares, ao mesmo tempo em que seria necessário o atendimento das
demandas dos grupos sociais que o apoiavam. Um episódio que ilustra de forma notável esse tipo de
estratégia política ocorreu quando o governo criou uma lei implantando o 13º salário. O Congresso não a
aprovou. Em seguida, líderes sindicais ligados ao governo mobilizaram os trabalhadores que entraram
em greve e pressionaram os parlamentares a aprovarem a lei.
Polarização direita-esquerda
Ao longo do ano de 1963, o país foi palco de agitações sociais que polarizaram as correntes de
pensamento de direita e esquerda em torno da condução da política governamental. Em 1964 a situação
de instabilidade política agravou-se.
O descontentamento do empresariado nacional e das classes dominantes como um todo se acentuou.
Por outro lado, os movimentos sindicais e populares pressionavam para que o governo programasse
reformas sociais e econômicas que os beneficiassem.34
Atos públicos e manifestações de apoio e oposição ao governo eclodem por todo o país. Em 13 de
março, ocorreu o comício da estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, que reuniu
300 mil trabalhadores em apoio a Jango.
Uma semana depois, as elites rurais, a burguesia industrial e setores conservadores da Igreja
realizaram a “Marcha da Família com Deus e pela Liberdade”, considerada o ápice do movimento de
oposição ao governo.
As Forças Armadas também foram influenciadas pela polarização ideológica vivenciada pela
sociedade brasileira naquela conjuntura política, ocasionando rompimento da hierarquia devido à
sublevação de setores subalternos.
34
http://www.institutojoaogoulart.org.br/conteudo.php?id=73
Candidato(a), segue abaixo a lista completa dos presidentes da República Populista com a cronologia
correta:
- José Linhares (1945-1946 - interino)
- Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)
- Getúlio Vargas (1951-1954)
- Café Filho (1954-1955)
- Carlos Luz (1955 - interino)
- Nereu Ramos (1955-1956 - interino)
- Juscelino Kubitschek (1956-1961)
- Jânio Quadros (1961)
- Ranieri Mazilli (1961 - interino)
- João Goulart (1961-1964)
Questões
01. (TRT/MG – Analista – FCC) O Ministro do Trabalho João Goulart provocou grande turbulência
política em 1954 ao
(A) ser nomeado para esse cargo à revelia da vontade de Vargas, uma vez que era o principal líder do
Partido Trabalhista, que nele via possibilidade de reverter o clima político desfavorável em razão da
oposição exercida pela União Democrática Nacional.
(B) propor um aumento de 100% no valor do salário mínimo, proposta que causou a indignação de
setores do Exército insatisfeitos com sua situação e incomodados com o fato de que o salário de um
operário, caso recebesse o aumento em questão, se aproximaria do salário de um oficial.
(C) comunicar o suicídio de Getúlio Vargas e ler, no rádio, sua carta-testamento, alegando que uma
conspiração política antivarguista havia influenciado a população que agora culpava a ele e ao ex-
presidente pela alta inflacionária e pela crise econômica em curso.
(D) renunciar a esse cargo diante da reação agressiva do empresariado e das Forças Armadas às
suas medidas trabalhistas, atitude que despertou o apoio da população a Jango e o clamor por sua
permanência no cargo, fenômeno apelidado de “queremismo”.
(E) atender às pressões dos sindicatos e propor amplas reformas de base, insubordinando-se à
autoridade de Getúlio Vargas por considerar que seu governo não estava tomando medidas
suficientemente favoráveis aos trabalhadores.
03. (IF/AL – Professor – CEFET) O Governo João Goulart (1961/1964) foi marcado pela interrupção
e conseguinte instalação da ditadura militar no país. O governo Goulart, na prática, ficou caracterizado
em função das suas ações políticas, como um governo:
(A) Autoritário, com uma linha ideológica próxima ao socialismo chinês.
(B) Democrático, sendo apoiado durante todo seu curto período pelos partidos de esquerda, inclusive
o partido comunista.
(C) Conturbado, em que foi implantado o parlamentarismo, fato este, que não foi suficiente para
amenizar as crises políticas do período.
(D) Democrático, sendo apoiado incondicionalmente pelas forças armadas.
(E) Autor das reformas de base, sendo estas apoiadas por setores da chamada classe média, dos
trabalhadores e do empresariado mais progressista. Obteve, assim, êxito na proposta de modernizar o
país.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
No início de 1954, Jango propôs um projeto de aumento do salário mínimo de 100%. Segundo ele,
devido à elevação do custo de vida, a questão salarial continuava explosiva e, para enfrentá-la, era
necessário elevar o salário mínimo de 1.200 para 2.400 cruzeiros. A reação contrária foi tamanha que
Jango acabou sendo exonerado do cargo em 22 de fevereiro do mesmo ano.
02. Resposta: D
O marco da proposta de campanha de JK foi o “Plano de Metas”, com previsões esperançosas para
acelerar o crescimento econômico através da indústria, produção do aço, alumínio, cimento, álcalis e
outros metais. Com a abertura do mercado estrangeiro a ampliação e investimentos na indústria se
tornariam ainda mais fáceis. O plano consistia de 31 metas, sendo a última, a construção de Brasília,
chamada de Meta Síntese.
03. Resposta: C
Além da implantação de um sistema parlamentar que não rendeu resultados, a aproximação de Jango
com figuras ligadas ao bloco comunista, como o revolucionário Che Guevara e o cosmonauta Yuri Gagarin
foram motivo de duras críticas da oposição.
O Regime Militar
O início do governo militar é marcado por grande perseguição política aos líderes de esquerda, tendo
por exemplo deputados e políticos seus mandatos cassados. Para tanto foi criado o SNI (Serviço Nacional
de Informação).
O SNI era o serviço secreto do Exército e contava com agentes infiltrados em vários setores como
jornais, sindicatos, escolas (...). Apesar das cassações de mandato o Congresso Nacional foi mantido e
mesmo após a constituição de 67, que institucionalizava o regime, os militares continuaram governando
através de atos institucionais35.
Foram eles:
AI-1: Ampliação dos poderes do presidente, eleição indireta e a cassação de parlamentares de
esquerda. O início da instalação da Ditadura. Perseguem lideranças opositoras (líderes camponeses,
estudantis, sindicais, partidários e intelectuais) e são cassados mandados políticos e cargos públicos.
AI-2: Instituiu bipartidarismo. Só podiam existir dois partidos: a ARENA e o MDB. Consolida as eleições
indiretas. Os voto dos congressistas para a presidência era aberto e declarado dito no microfone na
assembleia. Não havia oposição de fato. O congresso aprovava tudo o que os presidentes militares
mandavam.
35
O Golpe de 1964 e a Ditadura Militar em Perspectiva / Carlo José Napolitano, Caroline Kraus Luvizotto, Célio José Losnak e Jefferson Oliveira Goulart (orgs). - -
São Paulo, SP: Cultura Acadêmica, 2014
Os presidentes eram escolhidos pelos próprios militares em colégio eleitoral, assim como os
governadores de estado e prefeitos de cidades com mais de 300 mil habitantes. O voto da população em
nível federal limita-se aos deputados e senadores que eram ou da ARENA (conhecido como “partido do
sim”) ou do MDB (conhecido como “partido do sim senhor”). Não havia oposição real e concreta no
congresso. Somente a permitida pelos militares.
Foram presidentes militares:
- Castelo Branco (64-67)
- Costa e Silva (67-69)
- Garrastazu Médici (69-74)
- Ernesto Geisel (74-79)
- Figueiredo (79-85)
A ditadura entre 1964 e 1967 durante o governo do Marechal Castelo Brancos foi um período mais
brando dentro do contexto do regime. Os partidos foram extintos (ficou o bipartidarismo) e a censura
ocorria, mas ainda que pequeno, havia um espaço para os trabalhadores e estudantes se manifestarem,
sobretudo os artistas. As manifestações proliferaram. Ocorreram grandes greves operárias em Contagem
(MG) e São Paulo.
O último ato de Castelo Branco foi a imposição de LSN (Lei de Segurança Nacional), que estabelecia
que certas ações de oposição ao regime seriam consideradas “atentatórias” à segurança nacional e
punidas com rigor.
Em dezembro de 1968, sob o governo do Marechal Costa e Silva foi instituído o AI-5, o mais duro e
repressor dos atos institucionais.
Alguns grupos políticos contra a ditadura passaram a atuar na clandestinidade. Alguns deles, devido
ao AI-5 optaram por partir para a revolta armada que adotou táticas de guerrilha.
Surgiram focos de guerrilha urbana (principalmente São Paulo) e guerrilha rural (na região do rio
Araguaia). A guerrilha nunca representou um grande problema de verdade, pois eram pequenos e poucos
grupos, mas forneceu o argumento que a ditadura precisava para manter e aumentar a repressão, pois
tínha inclusive um inimigo interno comunista. O risco não havia passado (lembra-se que o pretexto do
golpe era afastar o risco comunista?).
Movimentos de Resistência
O Movimento Estudantil
Entre os grupos que mais protestavam contra o governo de João Goulart para a implementação de
reformas sociais estavam os estudantes, mobilizados pela União Nacional dos Estudantes e União
Brasileira dos Estudantes secundaristas.
Quando os militares chegaram ao poder em 1964, os estudantes eram um dos setores mais
identificados com a esquerda comunista, subversiva e desordeira; uma das formas de desqualificar o
movimento estudantil era chamá-lo de baderna, como se seus agentes não passassem de jovens
irresponsáveis, e isso se justificava para a intensa perseguição que se estabeleceu.
Movimentos Sindicais
As greves foram reprimidas duramente durante a ditadura. Os últimos movimentos operários ocorreram
em 1968, em Osasco e Contagem, sendo reavivadas somente no fim da década de 1970, com a greve
de 1.600 trabalhadores no ABC paulista em 12 de maio de 1978, que marcou a volta do movimento
operário à cena política.
Em junho do mesmo ano, o movimento espalhou-se por São Paulo, Osasco e Campinas. Até 27 de
julho registraram-se 166 acordos entre empresas e sindicatos beneficiando cerca de 280 mil
trabalhadores. Nessas negociações, tornou-se conhecido em todo o país o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Luís Inácio da Silva.
No dia 29 de outubro de 1979 os metalúrgicos de São Paulo e Guarulhos interromperam o trabalho.
No dia seguinte o operário Santos Dias da Silva acabou morrendo em confronto com a polícia, durante
um piquete na frente uma fábrica no bairro paulistano de Santo Amaro. As greves se espalharam por todo
o país.
Em consequência de uma greve realizada no dia 1º de Abril de 1980 pelos metalúrgicos do ABC
paulista e de mais 15 cidades do interior de São Paulo, no dia 17 de Abril o ministro do trabalho, Murillo
Macedo, determinou a intervenção nos sindicatos de São Bernardo do Campo e Santo André, prendendo
13 líderes sindicais dois dias depois. A organização da greve mobilizou estudantes e membros da Igreja.
Ligas Camponesas
O movimento de resistência esteve presente também no campo. Além da sindicalização formaram-se
Ligas Camponesas que, sobretudo no Nordeste, sob a liderança do advogado Francisco Julião, foram
importantes instrumentos de organização e de atuação dos camponeses.
Em 15 de maio de 1984 cerca de 5 mil cortadores de cana e colhedores de laranja do interior paulista
entraram em greve por melhores salários e condições de trabalho. No dia seguinte invadiram as cidades
de Guariba e Bebedouro. Um canavial foi incendiado. O movimento foi reprimido por 300 soldados.
Greves de trabalhadores se espalharam por várias regiões do país, principalmente no Nordeste.
36
http://repositoriolabim.cchla.ufrn.br/bitstream/123456789/111/16/O%20MOVIMENTO%20ESTUDANTIL%20BRASILEIRO%20DURANTE%20O%20REGIME%20
MILITAR%201968-1970.pdf
37
https://www.une.org.br/2011/09/historia-da-une/
- Ação Libertadora Nacional (ALN), em que se destaca Carlos Marighella, ex-deputado e ex-
membro do Partido Comunista Brasileiro, morto numa emboscada em 1969;
- Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que era comandada pelo ex-capitão do Exército Carlos
Lamarca, morto na Bahia, em 17 de setembro de 1971. Em 1969 funde-se com o Comando de
Libertação Nacional (COLINA), e muda o nome para Vanguarda Armada Revolucionária Palmares
(VAR-Palmares), que teve participação também da presidente Dilma Rousseff;
- A Ação Popular, que teve origem em 1962 a partir de grupos católicos, especialmente influentes no
movimento estudantil;
- Partido Comunista do Brasil (PC do B), que surge de um conflito interno dentro do PCB.
Um dos principais feitos da ALN, em conjunto ao Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), foi
o sequestro do embaixador estadunidense Charles Ewbrick, em 1969. Em nenhum lugar do mundo um
embaixador dos EUA havia sido sequestrado. Essa façanha possibilitou aos guerrilheiros negociar a
libertação de quinze prisioneiros políticos. Outro embaixador sequestrado foi o alemão-ocidental Ehrefried
Von Hollebem, que resultou na soltura de quarenta presos.
A luta armada intensificou o argumento de aumento da repressão. As torturas aumentaram e a
perseguição aos opositores também. Carlos Marighella foi morto por forças policiais na cidade de São
Paulo. As informações sobre seu paradeiro foram conseguidas também através de torturas.
O VPR realizou ações no Vale do Ribeira em São Paulo, mas teve que enfrentar a perseguição militar
na região. Lamarca conseguiu fugir para o Nordeste, mas acabou morto na Bahia, em 1971.
O último foco de resistência a ser desmantelado foi a Guerrilha do Araguaia. Desde 1967, militantes
do PCdoB dirigiram-se para região do Bico do Papagaio, entre os rios Araguaia e Tocantins, onde
passaram a travar contato com os camponeses da região, ensinando a eles cuidados médicos e
auxiliando-os na lavoura.
As Forças Armadas passaram a perseguir os guerrilheiros do Araguaia em 1972, quando descobriu a
ação do grupo. O desmantelamento ocorreria apenas em 1975, quando uma força especial de
paraquedistas foi enviada à região, acabando com a Guerrilha do Araguaia.
No Brasil, as ações guerrilheiras não conseguiram um amplo apoio da população, levando os grupos
a se isolarem, facilitando a ação repressiva. Após 1975, as guerrilhas praticamente desapareceram, e os
corpos dos guerrilheiros do Araguaia também. À época, a ditadura civil-militar proibiu a divulgação de
informações sobre a guerrilha, e até o início da década de 2010 o exército não havia divulgado informação
sobre o paradeiro dos corpos.
Obs.: A lei eleitoral obrigava a votar somente em candidatos do mesmo partido, de vereador à
governador. A oposição ao regime, na eleição para governador de 1982, obteve vitória
esmagadora.
O Caso Riocentro
Em abril de 1981, ocorreu uma explosão no Riocentro durante a realização de um show de música
popular. Dele participavam inúmeros artistas considerados de esquerda pelo Regime. Quando as
primeiras pessoas, inclusive fotógrafos, se aproximaram do local da explosão, depararam com uma cena
dramática e constrangedora.
Um carro esporte (Puma) estava com os vidros, o teto e as portas destroçados. Havia dois homens no
seu interior, reconhecidos posteriormente como oficiais do Exército ligados ao DOI-Codi. O sargento,
sentado no banco do passageiro, estava morto, praticamente partido ao meio. A bomba explodira na
altura de sua cintura. O motorista, um capitão, estava vivo, mas gravemente ferido e inconsciente.
O Exército abriu um inquérito Policial-Militar para apurar o caso e, depois de muitas averiguações,
pesquisas, tomadas de depoimentos, concluiu que a bomba havia sido colocada ali, dentro do carro e
sobre as pernas do sargento do Exército, por grupos terroristas. Essa foi a conclusão da Justiça Militar, e
o caso foi encerrado.
Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que restabelecia
as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem início o maior movimento
popular pela redemocratização do país, as Diretas Já que pediam eleições diretas para presidente no
próximo ano.
Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições indiretas e formaram-se chapas
para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a chapa do PMDB em que o
presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney. Contudo Tancredo Neves passou mal na
véspera da posse e foi internado com infecção intestinal, não resistiu e morreu. Assumiria a presidência
da República em 1985 José Sarney.
O Governo de José Sarney foi um momento de enorme crise econômica, com hiperinflação, mas um
dos momentos mais fundamentais que coroaria a redemocratização, pois foi em seu governo que foi
aprovada a nova constituição. Foi reunida em 1987 uma assembleia nacional constituinte (assembleia
reunida para escrever e promulgar uma nova constituição).
A constituição de 1988
A nova constituição foi votada em meio a grandes debates e diferentes visões políticas. Havia muitos
interesses em disputa. O voto secreto e direto para presidente foi restaurado, proibida a censura,
garantida a liberdade de expressão e igualdade de gênero, o racismo tornou-se crime e o estado
estabeleceu constitucionalmente garantias sociais de acesso a saúde, educação, moradia e
aposentadoria.
Questões
01. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) O processo de abertura política no
Brasil, ao final do período de regime militar, foi marcado
(A) pela denominada “teoria dos dois demônios”, discurso oficial que culpava os grupos guerrilheiros
e o imperialismo soviético pelo endurecimento do autoritarismo no Brasil e nos países vizinhos.
(B) pelo chamado “entulho autoritário”, pois a Constituição outorgada em 1967 continuou vigente,
mantiveram-se os cargos “biônicos” e persistiu prática da decretação de Atos Institucionais durante a
década de 1980.
(C) pela lógica do “ajuste de contas”, pois, ainda que o governo encampasse uma abertura “lenta,
gradual e irrestrita”, os setores populares organizaram greves nacionais que culminaram na realização de
eleições diretas para presidente em 1985.
(D) pelo caráter de “transição negociada”, uma vez que prevaleceram pressões por parte dos setores
afinados com o regime e concessões dos movimentos pela democratização, em um complexo jogo
político que se estendeu pelos anos 1980.
(E) pela busca da “conciliação nacional” ao se instituírem as Comissões da Verdade que conseguiram,
com o aval do primeiro governo civil pós-ditadura, atender as demandas por “verdade, justiça e reparação”
da sociedade brasileira.
02. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) A respeito dos Atos Institucionais
decretados durante o regime militar no Brasil,
(A) sucederam-se rapidamente totalizando cinco durante a ditadura, sendo o último, em 1968, o que
suspendeu a garantia do direito ao habeas corpus e instituiu a censura prévia.
(B) refletiram a intenção dos militares em preservar a institucionalidade da democracia, uma vez que
todos os atos eram votados pelo Congresso.
(C) prestaram-se a substituir a falta de uma nova Constituição, chegando a 20 decretações que se
estenderam até o governo Geisel.
(D) foram mais de dez e entre os objetivos de sua promulgação destaca-se o reforço dos poderes
discricionários da Presidência da República.
(E) concentraram-se nos dois primeiros anos de governo militar e instituíram o estado de sítio e o
bipartidarismo.
03. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) O golpe de 1964, que deu início ao
regime militar no Brasil e que foi chamado pelos militares de “revolução de 64”, teve, entre seus objetivos
(A) refrear o avanço do comunismo apoiado pelo presidente Jango que, após ver concretizado seu
programa reformista, articulava-se para adaptar o Estado aos moldes socialistas, por meio do projeto de
uma nova constituição difundido e aplaudido no histórico Comício da Central do Brasil.
(B) reinstaurar o presidencialismo, uma vez que o regime parlamentarista pelo qual João Goulart
governava favorecia alianças entre partidos pequenos e grupos de esquerda liderados pelo PTB, que
tinha representação significativa na Câmara e no Senado.
(C) destituir o governo de João Goulart, contando com o apoio do governo dos Estados Unidos e de
parcelas da sociedade brasileira que apoiaram, dias antes, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade
organizada por setores conservadores da Igreja Católica.
(D) restaurar a ordem no país e garantir a recuperação do equilíbrio econômico, uma vez que greves
paralisavam a produção nacional e movimentos de apoio à reforma agrária se radicalizavam, caso das
Ligas Camponesas que haviam iniciado a guerrilha do Araguaia.
(E) iniciar um processo autoritário de transição política e econômica nos moldes do neoliberalismo, por
meio de uma estratégia defendida por entidades como o FMI, a ONU e a Cepal, com o aval do
empresariado brasileiro insatisfeito com o governo vigente.
Os aspectos citados no texto permitem identificar a época a que ele se refere como sendo a da
(A) Repressão à Revolução Constitucionalista de 1932.
(B) Nova República, cujo primeiro presidente foi José Sarney.
(C) Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
(D) Democracia populista, que durou de 1946 a 1964.
(E) Ditadura militar, iniciada com o golpe de 1964.
05. (VUNESP) A imagem a seguir refere-se a um movimento da década de 1980 que contou com
grande participação popular em várias cidades do Brasil.
(Http://www.oabsp.org.br/portaldamemoria/historia-da-oab/ a-redemocratizacao-e-o-processo-constituinte)
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
A ideia de uma abertura “Lenta, gradual e segura” foi utilizada pelo governo militar. No final da década
de 70 e início da década de 80 ocorreram muitas greves, principalmente na região do ABC paulista.
A primeira eleição direta para presidente após a abertura ocorreu em 15 de novembro de 1989.
02. Resposta: D
Os Atos Institucionais foram normas elaboradas no período de 1964 a 1969 durante o regime militar.
Foram editadas pelos Comandantes-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ou pelo Presidente
da República, com o respaldo do Conselho de Segurança Nacional. Foram 17 atos ao todo, sendo o mais
conhecido deles o AI-5, cuja descrição é: Suspende a garantia do habeas corpus para determinados
crimes; dispõe sobre os poderes do Presidente da República de decretar: estado de sítio, nos casos
previstos na Constituição Federal de 1967; intervenção federal, sem os limites constitucionais; suspensão
de direitos políticos e restrição ao exercício de qualquer direito público ou privado; cassação de mandatos
eletivos; recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores;
exclui da apreciação judicial atos praticados de acordo com suas normas e Atos Complementares
decorrentes; e dá outras providências.
04. Resposta: E
Citando a própria matéria referida na questão:
Uma pesquisa coordenada pela Igreja Católica com documentos produzidos pelos próprios militares
identificou mais de cem torturas usadas nos "anos de chumbo" (1964-1985). Esse baú de crueldades,
que incluía choques elétricos, afogamentos e muita pancadaria, foi aberto de vez em 1968, o início do
período mais duro do regime militar. Durante o governo militar, mais de 280 pessoas foram mortas -
muitas sob tortura. Mais de cem desapareceram, segundo números reconhecidos oficialmente. Mas
ninguém acusado de torturar presos políticos durante a ditadura militar chegou a ser punido.
05. Resposta: A
Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que restabelecia
as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem início o maior movimento
popular pela redemocratização do pais, as Diretas Já que pediam eleições diretas para presidente no
próximo ano. Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições indiretas e formaram-
se chapas para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a chapa do PMDB em que
o presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney.
Nova República
Chamamos Nova República a organização do Estado Brasileiro a partir da eleição indireta de Tancredo
Neves pelo Colégio eleitoral, após o movimento pelas diretas já. No dia da posse foi hospitalizado e
faleceu. Então a cadeira presidencial foi ocupada por seu vice José Sarney
Em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves, primeiro presidente civil em 20
anos. Ele obteve 275 votos do PMDB (em 280 possíveis), 166 do PDS (em 340 possíveis), que
correspondiam à dissidência da Frente Liberal, e mais 39 votos espalhados entre os outros partidos. No
total foram 480 contra 180 do candidato derrotado.
O PT, por não concordar com as eleições indiretas, não participou da votação. A posse do novo
presidente estava marcada para 15 de março. Um dia antes, entretanto, Tancredo Neves foi internado
com diverticulite. Depois de várias operações, seu estado de saúde se agravou, falecendo no dia 21 de
abril de 1985. Com a morte do presidente eleito, assumiu o vice, José Sarney.
O governo Sarney
José Sarney foi o primeiro presidente após o fim da ditadura militar. Durante seu governo foi
consolidado o processo de redemocratização do Estado brasileiro, garantido liberdade sindical e
participação popular na política, além da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte,
encarregada de elaborar uma nova constituição para o Brasil.
Entre os princípios incluídos na Constituição de 1988 estão:
- garantia de direitos políticos e sociais;
- aumento de assistência aos trabalhadores;
- ampliação das atribuições do poder legislativo;
- limitação do poder executivo;
- igualdade perante a lei, sem qualquer tipo de distinção;
- estabelecimento do racismo como crime inafiançável.
No plano econômico, o governo adotou inúmeras medidas para conter a inflação, como congelamento
de preços e salários e a criação de um novo plano econômico, o Plano Cruzado.
No final de 1986, o plano começou a demonstrar sinais de fracasso, acentuado pela falta de
mercadorias e pressão por aumento de preços.
O governo Collor
No final de 1989, os candidatos Fernando Collor de Mello, do PRN (Partido da Renovação Nacional)
e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (Partido dos Trabalhadores) disputaram as primeiras eleições diretas
(com voto da população) para presidente após a redemocratização. Com forte apoio de setores
empresariais e principalmente da mídia, Collor vence as eleições.
Collor, durante a campanha presidencial, apresentou-se como caçador de marajás, termo referente
aos corruptos que beneficiavam-se do dinheiro público. Seus discursos possuíam forte influência do
populismo, principalmente do Peronismo argentino38, dizendo-se representante dos descamisados
(população mais pobre).
Seu governo ficou marcado pelos Planos Collor:
Plano Collor39
A inflação no período de março de 1989 a março de 1990 chegou a 4.853%, e o governo anterior viu
apenas tentativas fracassadas de conter a inflação. Após sua posse, Collor anuncia um pacote econômico
no dia 15 de março de 1990: o Plano Brasil Novo.
Esse plano tinha como objetivo pôr fim à crise, ajustar a economia e elevar o país, do terceiro para o
Primeiro Mundo. O cruzado novo é substituído pelo "cruzeiro", bloqueia-se por 18 meses os saldos das
contas correntes, cadernetas de poupança e demais investimentos superiores a Cr$ 50.000,00. Os preços
foram tabelados e depois liberados gradualmente. Os salários foram pré-fixados e depois negociados
entre patrões e empregados.
Os impostos e tarifas aumentaram e foram criados outros tributos, foram suspensos os incentivos
fiscais não garantidos pela Constituição. Foi anunciado corte nos gastos públicos e também se reduziu a
máquina do Estado com a demissão de funcionários e privatização de empresas estatais. O plano também
previa a abertura do mercado interno, com a redução gradativa das alíquotas de importação.
As empresas foram surpreendidas com o plano econômico e sem liquidez pressionaram o governo. A
ministra da economia Zélia Cardoso de Mello, faz a liberação gradativa do dinheiro retido, denominado
de "operação torneirinha", para pagamento de taxas, impostos municipais e estaduais, folhas de
pagamento e contribuições previdenciárias. O governo liberou os investimentos dos grandes empresários,
e deixou retido somente o dinheiro dos poupadores individuais.
Recessão - No início do Plano Collor a inflação foi reduzida, pois o plano era ousado e tirava o dinheiro
de circulação. Porém, ao mesmo tempo em que caía a inflação, iniciava-se a maior recessão da história
no Brasil, houve aumento de desemprego, muitas empresas fecharam as portas e a produção diminuiu
consideravelmente, com uma queda de 26% em abril de 1990, em relação a abril de 1989. As empresas
foram obrigadas a reduzirem a produção, jornada de trabalho e salários, ou demitir funcionários. Só em
São Paulo nos primeiros seis meses de 1990, 170 mil postos de trabalho deixaram de existir, pior
resultado, desde a crise do início da década de 80. O Produto Interno Bruto diminuiu de US$ 453 bilhões
em 1989 para US$ 433 bilhões em 1990.40
38
Referente ao governo de Juan Domingo Peron na Argentina durante os anos de 1952 – 1955.
39
LENARDUZZI, Cristiano, Et al. PLANO COLLOR. Adaptado
40
https://vdocuments.com.br/fernando-collor.html
41
GANDOLPHO, C. Plano Collor completa 20 anos. Diário do Grande ABC. http://www.dgabc.com.br/Noticia/144113/plano-collor-completa-20-anos
A queda de Collor
Após um curto sucesso nos primeiros meses de governo, a administração Collor passou por profundas
crises. Com a taxa de inflação superior a 20%, em 1992 a impopularidade do presidente cresceu. Em
maio do mesmo ano, o irmão do presidente, Pedro Collor, acusou Paulo Cesar Farias, que havia sido
caixa da campanha de Fernando Collor, de enriquecimento ilícito, obtenção de vantagens no governo e
ligações político financeiras com o presidente.
Em junho do mesmo ano, o Congresso Nacional instalou uma Comissão de Inquérito Parlamentar
(CPI) para que fossem apuradas as irregularidades apontadas. Em 29 de setembro a Câmara dos
Deputados aprovou a abertura do processo de Impeachment e em 3 de outubro o presidente foi afastado.
Em dezembro o processo foi concluído e Fernando Collor teve seus direitos políticos cassados por oito
anos, e o governo passou para as mãos de seu vice, Itamar Franco.
Durante seu período na presidência, Itamar Franco passou por um quadro de crescente dificuldade
econômica e alianças políticas instáveis com inúmeras nomeações e demissões de ministros do
executivo.
Um plebiscito foi realizado em 1993 para definir a forma de governo, com uma vitória esmagadora da
República Presidencialista. Outras opções incluíam a monarquia e o parlamentarismo.
No ano de 1993 a economia começava a dar sinais de melhora, com índice de crescimento de
aproximadamente 5%, que não ocorria desde 1986. Apesar do crescimento, houve um aumento na
população, deixando a renda per capita com menos de 3%.
Em 1994 a inflação continuou a subir, até que os efeitos do Plano Real começaram a surtir efeito.
42
Adaptado de Ipolito.
43
Índice Geral de Preços de Mercado.
44
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
45
Índice de Preços ao Consumidor.
Em seu discurso de posse, o presidente destacou como prioridades a estabilização da nova moeda e
a reversão do quadro de exclusão social dos brasileiros.
Assim como outros países ao redor do mundo (e seus respectivos blocos), o Brasil começava a dar
início ao MERCOSUL.
Mercosul47
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991, o Tratado de Assunção,
com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O objetivo primordial do Tratado de Assunção
é a integração dos Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do
estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas
pertinentes.
A configuração atual do MERCOSUL encontra seu marco institucional no Protocolo de Ouro Preto,
assinado em dezembro de 1994. O Protocolo reconhece a personalidade jurídica de direito internacional
do bloco, atribuindo-lhe, assim, competência para negociar em nome próprio acordos com terceiros
países, grupos de países e organismos internacionais.
O MERCOSUL caracteriza-se, ademais, pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o
aumento do comércio intrazona, mas também o estímulo ao intercâmbio com outros parceiros comerciais.
São Estados Associados a Bolívia (em processo de adesão), o Chile (desde 1996), o Peru (desde 2003),
a Colômbia e o Equador (desde 2004). Guiana e Suriname tornaram-se Estados Associados em 2013.
Com isso, todos os países da América do Sul fazem parte do MERCOSUL, seja como Estados Parte,
seja como Associado.
O aperfeiçoamento da União Aduaneira é um dos objetivos basilares do MERCOSUL. Como passo
importante nessa direção, os Estados Partes concluíram, em 2010, as negociações para a conformação
do Código Aduaneiro do MERCOSUL.
Na última década, o MERCOSUL demonstrou particular capacidade de aprimoramento institucional.
Entre os inúmeros avanços, vale registrar a criação do Tribunal Permanente de Revisão (2002), do
Parlamento do MERCOSUL (2005), do Instituto Social do MERCOSUL (2007), do Instituto de Políticas
Públicas de Direitos Humanos (2009), bem como a aprovação do Plano Estratégico de Ação Social do
MERCOSUL (2010) e o estabelecimento do cargo de Alto Representante-Geral do MERCOSUL (2010).
Merece especial destaque a criação, em 2005, do Fundo para a Convergência Estrutural do
MERCOSUL - FOCEM, por meio do qual são financiados projetos de convergência estrutural e coesão
social, contribuindo para a mitigação das assimetrias entre os Estados Partes.
Em operação desde 2007, o FOCEM conta hoje com uma carteira de projetos de mais de US$ 1,5
bilhão, com particular benefício para as economias menores do bloco (Paraguai e Uruguai). O fundo tem
contribuído para a melhoria em setores como habitação, transportes, incentivos à microempresa,
biossegurança, capacitação tecnológica e aspectos sanitários.
46
GHIORZI, J. B. Política Monetária dos Governos FHC e LULA. UFSC. http://tcc.bu.ufsc.br/Economia295594
47
Adaptado de: http://www.mercosul.gov.br/index.php/saiba-mais-sobre-o-mercosul
O MERCOSUL na atualidade
O MERCOSUL atravessa um processo acelerado de fortalecimento econômico, comercial e
institucional. Os Estados Partes consolidaram um modelo de integração pragmático, voltado para
resultados concretos no curto prazo. O sentido da integração do MERCOSUL atual é a busca da
prosperidade econômica com democracia, estabilidade política e respeito aos direitos humanos e
liberdades fundamentais.
Os resultados desse novo momento do MERCOSUL já começaram a aparecer. Entre os muitos
avanços recentes, destacam-se:
- aprovação do Protocolo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (2017), que amplia a
segurança jurídica e aprimora o ambiente para atração de novos investimentos na região;
- conclusão do acordo do Protocolo de Contratações Públicas do MERCOSUL (2017), que cria
oportunidades de negócios para as nossas empresas, amplia o universo de fornecedores dos nossos
órgãos públicos e reduz custos para o governo;
- encaminhamento positivo da grande maioria dos entraves ao comércio intrabloco;
- modernização no tratamento dos regulamentos técnicos;
- apresentação dos projetos brasileiros para Iniciativas Facilitadoras de Comércio e Protocolo de
Coerência Regulatória.
- tratamento do tema de proteção mútua de indicações geográficas entre Estados Partes do
MERCOSUL;
- aprovação do Acordo do MERCOSUL sobre Direito Aplicável em Matéria de Contratos Internacionais
de Consumo (2017), que estabelece critérios para definir o direito aplicável a litígios dos consumidores
em suas relações de consumo.
Ainda há muito avanços necessários para consolidar o Mercado Comum previsto no Tratado de
Assunção, em todos os seus aspectos: a livre circulação de bens, serviços e outros fatores produtivos,
48
Associação Latino Americana de Integração
Questões
01. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/GO) São Membros Plenos ou Estados Partes do Mercosul
(Mercado Comum do Sul), bloco econômico sediado na América do Sul, EXCETO:
(A) Brasil
(B) Argentina
(C) Chile
(D) Uruguai
(E) Paraguai
02. (DEMAE/GO – Técnico em Informática – CS/UFG) Alguns Blocos Econômicos agregam países
de um mesmo continente. No caso da América do Sul, onde foi criado, em 1991, o Mercado Comum do
Sul (Mercosul) pelo Tratado de Assunção, poucos países fazem parte deste Bloco, entre eles:
(A) Equador e Suriname
(B) Argentina e Uruguai
(C) Peru e Guiana Francesa
(D) Colômbia e Guiana
Gabarito
01.C / 02.B
Comentários
01. Resposta: C
O Chile faz parte do grupo MERCOSUL apenas como Estado Associado, assim como a Bolívia,
Colômbia, Peru e Equador.
02. Resposta: B
Os membros fundadores do MERCOSUL são Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, signatários do
Tratado de Assunção de 1991. Todos os outros países que compõem o grupo estão na condição de
Estados Associados.
Em seu segundo mandato, vencido novamente através da disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva,
houveram dificuldades para manter o valor do Real em relação ao Dólar.
A partir de dezembro de 1994 eclodiu a crise cambial mexicana, e a saída de capital especulativo
relacionada à queda da cotação do dólar nos mercados internacionais começou a colocar em xeque a
estabilização da economia nacional e o Plano Real, que dependia em grande parte do capital estrangeiro.
A crise mostrou que a política de contenção da inflação com a valorização das moedas nacionais frente
ao dólar não poderia ser sustentável a longo prazo.
Negando sempre à similaridade entre o Brasil, o México e a Argentina, o governo passou a desacelerar
a atividade econômica e a frear a abertura internacional com a elevação da taxa de juros, aumento das
restrições às importações e estímulos à exportação. Com a necessidade de opor a situação econômica
O governo Lula
Pouco antes de encerrar seu primeiro mandato, Fernando Henrique aprovou uma emenda que alterou
a constituição, permitindo a reeleição por mais um mandato. Com o fim de seu segundo mandato em
2002, José Serra, que foi ministro da saúde e um dos fundadores do PSDB foi apoiado por Fernando
Henrique para a sucessão.
Do lado da oposição, Lula concorreu à presidência pela quarta vez, conseguindo levar a disputa para
o segundo turno com o candidato tucano, quando obteve 61% dos votos válidos. A vitória de Lula foi
atribuída ao desejo de mudança na distribuição de riquezas, entre diversos grupos sociais.
Em seus dois mandatos, de 2003 a 2010, não foram adotadas medidas grandiosas, com o presidente
buscando ganhar progressivamente a confiança de agentes econômicos nacionais e internacionais. Foi
mantida a política econômica do governo FHC, com a busca pelo combate da inflação por meio de altas
taxas de juros e estímulos à exportação. Em 2005 foi saldada a dívida com o FMI.
Como resultado da política econômica, em julho de 2008 a dívida externa total do país era de US$ 205
bilhões, e o país possuía reservas internacionais acima dos US$ 200 bilhões. As exportações bateram
recordes sucessivos durante o governo Lula, com ampliação do saldo positivo da balança comercial.
No plano social, o projeto de maior repercussão e sucesso foi o Bolsa-Família, baseado na
transferência direta de recursos para famílias de baixa ou nenhuma renda. Em janeiro de 2009 o programa
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Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan (República da China) e Hong Kong (região administrativa da República Popular da China).
O Mensalão
Em 2005, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB – RJ) denunciou no jornal Folha de São Paulo o
esquema de compra de votos conhecido como Mensalão.
No Mensalão deputados da base aliada do PT recebiam uma “mesada” de R$ 30 mil para votarem de
acordo com os interesses do partido. Entre os parlamentares envolvidos no esquema estariam membros
do PL (Partido Liberal), PP (Partido Progressista), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro)
e do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
Entre os nomes mais citados do esquema estão: José Dirceu, que na época era ministro da Casa Civil
e foi apontado como chefe do esquema, Delúbio Soares era Tesoureiro do PT e foi acusado de efetuar
os pagamentos aos participantes e Marcos Valério, que era publicitário e foi acusado de arrecadar o
dinheiro para os pagamentos.
Outras figuras de destaque no governo e no PT também foram apontadas como participantes do
mensalão, tais como: José Genoíno (presidente do PT), Sílvio Pereira (Secretário do PT), João Paulo
Cunha (Presidente da Câmara dos Deputados e ex-Ministro das Comunicações), Luiz Gushiken (Ministro
dos Transportes), Anderson Adauto, e até mesmo o Ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Economia em desaceleração
No primeiro ano do governo Dilma a economia já dava sinais de desaceleração, depois de o PIB
brasileiro ter crescido 7,5% em 2010, o maior avanço desde 1986. Em 2011, o PIB cresceu 2,7%, bem
menos que os 5,5% projetados.
O ponto positivo ficou por conta do emprego formal, que se mantinha em alta e apenas 5% da
população economicamente ativa estava desempregada. No entanto, à medida que o primeiro mandato
avançava, a economia apresentava mais resultados preocupantes.
Em 2012, ela cresceu 0,9%, o pior desempenho desde 2009. No ano seguinte, se recuperou
impulsionada pela alta de investimentos - o governo fez várias linhas de financiamento - e a alta do PIB
foi de 2,3%.
Para enfrentar a desaceleração, o governo apelou para medidas de desoneração, tanto para o setor
produtivo quanto para os consumidores. Pacotes de estímulos fiscais e financeiros também foram
lançados contra os gargalos de infraestrutura, como nas estradas e portos.
Segundo cálculos feitos por auditores da Receita Federal para a Folha de S. Paulo, as desonerações
concedidas pelo governo desde 2011 somariam estimados R$ 458 bilhões em 2018, quando deveria
terminar o segundo mandato de Dilma.
A redução de impostos começou no governo Lula, como forma de estimular o crescimento do país. No
entanto, passou a ser mais intensa quando Dilma foi eleita e avançou fortemente no primeiro ano de
mandato.
As desonerações aumentaram a dívida bruta do país. Em 2014, o setor público gastou R$ 32,5 bilhões
a mais do que arrecadou com tributos — o equivalente a 0,63% do PIB, o primeiro déficit desde 2002.
Pedaladas fiscais
Em 2013 começaram a ocorrer as chamadas pedaladas fiscais, nome dado à prática do Tesouro
Nacional de atrasar de forma proposital o repasse de dinheiro para os bancos públicos, privados e
autarquias, como o INSS.
O objetivo era melhorar artificialmente as contas federais. Ao deixar de transferir o dinheiro, o governo
apresentava todos os meses despesas menores do que elas deveriam ser na prática.
Eleições de 2014
A campanha presidencial foi marcada pela disputa acirrada por votos e pela morte do candidato do
PSB, Eduardo Campos, que estava em terceiro lugar nas pesquisas e era considerado uma via alternativa
à oposição PT-PSDB. Marina Silva, substituta de Campos, logo saiu do páreo. Dilma foi reeleita com
51,64% dos votos válidos.
Popularidade abalada
A popularidade da presidente se inverteu no segundo mandato, com os efeitos da situação econômica
e da crise de governabilidade. Nos primeiros três meses de 2016, pesquisa CNI-Ibope (Confederação
Nacional da Indústria) apontou que somente 24% dos entrevistados diziam confiar em Dilma, o pior
resultado desde o início do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1999.
Lava Jato
As fases da operação Lava Jato monopolizaram as manchetes dos jornais desde 2014. Entre os
momentos mais importantes estão a prisão dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da
Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo.
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele teria recebido cerca de R$ 4,26
milhões em propinas envolvendo contratos da Petrobras. O então senador e líder do governo no Senado
Delcídio do Amaral (ex-PT) foi preso sob acusação de tentar obstruir as investigações da Lava Jato, foi o
primeiro caso no Brasil de prisão de senador no exercício do cargo.
Impeachment
Em dezembro de 2015, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, autorizou o pedido para a abertura
do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Ele deu andamento ao requerimento formulado pelos
juristas Hélio Bicudo, fundador do PT, Janaina Paschoal e Miguel Reale Júnior. Os juristas atacaram as
chamadas "pedaladas fiscais", prática atribuída ao governo de atrasar repasses a bancos públicos a fim
de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária.
Em abril, a Câmara aprovou a Comissão Especial do Impeachment. Por 38 votos a 27, a comissão
aprovou no dia 11 de abril o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) favorável à abertura do processo
de afastamento da presidente. O afastamento da presidente também passou pelo plenário da Câmara,
por 367 votos a favor e 137 contra.
Posse de temer
Três horas após o afastamento de Dilma Rousseff, Michel Temer foi empossado o novo presidente da
República. Na primeira reunião ministerial do governo, Temer destacou que agora a cobrança sobre o
governo seria "muito maior" e rejeitou a acusação de que o impeachment foi um golpe. "Golpista é você,
que está contra a Constituição", afirmou dirigindo-se a Dilma.
Repercussão e manifestações
Após a votação final do impeachment, houve protestos a favor e contra Temer pelo país. A Avenida
Paulista, se tornou um exemplo da divergência de opiniões entre os manifestantes. Um grupo protestava
contra o impeachment, enquanto outro comemorava seu desfecho.
Repercussão internacional
A rede norte-americana CNN deu grande destaque à notícia em seu site e afirmou que a decisão é
“um grande revés” para Dilma, mas "pode não ser o fim de sua carreira política". O argentino “Clarín”
afirma que o afastamento de Dilma marca “o fim de uma era no Brasil”. O “El País”, da Espanha, chamou
a atenção para a resistência da ex-presidente, que decidiu enfrentar o processo até o final, apesar das
previsões de que seu afastamento seria concretizado.
Questões
01. (IF/AL- CEFET) O Brasil, a partir do processo de redemocratização (1985), definiu-se por medidas
econômicas que foram significativamente adotadas. Podemos afirmar que entre as medidas citadas
consta:
(A) Processo de privatização em ramos da economia, como comunicação e mineração.
(B) Prioridade na ampliação do comércio internacional com os países africanos e asiáticos.
(C) Proteção da indústria nacional, por meio do aumento de tarifas alfandegárias de importações.
(D) Retirada da prioridade para exportações dos produtos agrícolas nacionais.
(E) Um intenso programa de reforma agrária no país, inclusive sem indenizações das terras
desapropriadas.
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http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/01/opinion/1472682823_081379.html
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
Entre as medidas tomadas para garantir o funcionamento da economia brasileira estiveram os
programas de privatização de algumas empresas estatais, como a Vale do Rio Doce, por exemplo.
02. Resposta: E
Os menores de 16 anos, os conscritos (o jovem prestando serviço militar obrigatório), e os presos com
sentença transitada em julgado que estejam cumprindo suas penas privativas de liberdade não podem
votar. A razão para isso é que todos eles seriam facilmente manipuláveis pelos pais, pelo comandante do
quartel ou pelo diretor do presídio.
03. Resposta: C
Collor, durante a campanha presidencial, apresentou-se como caçador de marajás, termo referente
aos corruptos que beneficiavam-se do dinheiro público. Seus discursos possuíam forte influência do
populismo, principalmente do Peronismo argentino, dizendo-se representante dos descamisados
(população mais pobre).
O sucesso do Plano Real garantiu a Fernando Henrique a vitória nas eleições de 1994 logo no primeiro
turno, contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
REGIÕES BRASILEIRAS
O que é região?
Provavelmente, você já ouviu alguém referir-se a algum lugar como região. Esse termo aparece
bastante em nosso cotidiano.
Para a Geografia, região é um conceito muito importante e que vem sendo debatido há muitos anos.
Podemos entender região como uma área de determinado território onde se localizam lugares com
características semelhantes, levando em consideração a combinação entre elementos naturais, a
economia e aspectos sociais.
Abaixo seguem as 5 regiões brasileiras e seus principais aspectos:
Região Nordeste
O Nordeste apresenta pontos de elevado dinamismo econômico, tanto no campo quanto nas cidades.
Porém, a elevada concentração fundiária e a persistência de graves problemas sociais representam um
entrave ao desenvolvimento regional.
Apesar de não se destacar em grande parte dos indicadores econômicos e sociais, a Região Nordeste
passa por um processo de integração econômica com as outras regiões do país e com o mundo,
apresentando alternativas para o desenvolvimento em diferente setores.
Ocupação territorial
A ocupação do Nordeste ocorreu paralelamente à implantação de atividades econômicas, como a
produção de cana-de-açúcar nas áreas litorâneas e, posteriormente, a agricultura de subsistência no
Agreste e a pecuária do Sertão.
A Região Nordeste é formada por nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha), Alagoas, Sergipe e Bahia.
Com área de 1.554.257 km², equivalente a 18,25% do país, concentrava, em 2011, 27,77 da população
brasileira, ou seja, 54.226.000 habitantes à época.
Durante os séculos XVI e XVII, a produção de açúcar para exportação sustentou a economia colonial,
baseada no latifúndio monocultor e no sistema escravista. A cana-de-açúcar desenvolveu-se bem nos
solos de massapé presentes no litoral dos atuais estados de Pernambuco e Bahia.
Entre as atividades complementares implementadas na América portuguesa estavam os cultivos de
subsistência e a pecuária. A criação de gado, inicialmente feita na Zona da Mata (litoral), foi empurrada
para o interior (Sertão) de Pernambuco, para o Vale do Rio São Francisco e para os estados do Piauí, do
Ceará e do Maranhão, promovendo a ocupação efetiva dessas áreas.
Nos séculos XVIII e XIX, a descoberta de minerais preciosos no interior do país e a transferência da
capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), entre outros fatores, acentuaram o declínio da produção
de açúcar e aumentaram os problemas econômicos e sociais da região.
As grandes propriedades rurais sempre foram controladas por latifundiários ou coronéis, como ficaram
conhecidos os grandes fazendeiros nordestinos. Ainda no século XX, a débil economia regional sob o
domínio do coronelismo acentuou a extrema pobreza da população nordestina, em especial a do
sertanejo, habitante das vastas áreas de caatinga. Para a maioria dessa população, castigada pelo
precário desenvolvimento econômico, não restou outra opção senão migrar para outras regiões do país.
O Nordeste conta com diversos parques nacionais, entre eles o da Serra da Capivara (PI), com grande
concentração de sítios arqueológicos e pinturas rupestres, o Parque Nacional Marinho de Fernando de
Noronha (Distrito Estadual de Pernambuco) e o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA). Entre os
eventos culturais que atraem turistas estão o carnaval (com destaque para Salvador, Olinda e Recife), as
festas juninas (Caruaru, Campina Grande, etc.), as danças e comidas típicas e o artesanato (rendas,
cerâmicas) da região.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ligada à ONU,
instituiu uma lista de sítios e monumentos de valor excepcional e de interesse universal, que integram o
Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Humanidade. O objetivo é a preservação desses sítios para
as gerações futuras. A Região Nordeste abriga grande número de Patrimônios Culturais e Naturais da
Humanidade, como o centro histórico de Olinda (PE), de São Luís (MA) e de Salvador (BA), com o
Pelourinho, além dos sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato no Parque Nacional da Capivara
(PI).
Em relação aos recursos naturais, o Rio Grande do Norte se sobressai como o maior produtos de sal
marinho do país. Destacam-se também o petróleo e o gás natural, extraídos no Ceará, Sergipe, Rio
Grande do Norte e na Bahia.
As sub-regiões geoeconômicas
Considerando os aspectos econômicos, é possível identificar sete sub-regiões no Nordeste brasileiro.
Em cada uma delas, existem polos de intensa modernização, que convivem com as atividades
econômicas tradicionais:
Litoral - concentra cerca da metade da maior parte da população e abriga os três maiores polos
urbano-industriais nordestinos: Salvador, Recife e Fortaleza. Na Grande Salvador, o destaque é o Polo
Petroquímico de Camaçari, principal complexo industrial do Nordeste, que integra o refino de petróleo, a
petroquímica básica e intermediária e a produção de resinas. A Grande Recife, por sua vez, abriga o
Porto Digital, principal polo tecnológico do Nordeste, e o Complexo Industrial-Portuário de Suape,
instalado na década de 1970, com cerca de 100 empresas e no qual se encontram em implantação uma
refinaria de petróleo, uma siderúrgica e um grande estaleiro. Em Fortaleza, destacam-se as indústrias
intensivas em mão de obra, tais como a têxtil e a de calçados, e o Complexo Industrial e Portuário do
Pecém, inaugurado em 2002 e concebido para receber indústrias de base tais como a Companhia
Siderúrgica do Pecém, um consórcio entre a brasileira Vale e duas empresas coreanas, em implantação.
Parnaíba - abriga o polo de Teresina, maior aglomeração industrial interiorizada do Nordeste, com
destaque para as indústrias têxtil, de alimentos, de cerâmica e madeireira.
Sertão - embora haja a predominância da pecuária e da agricultura tradicionais, abriga polos industriais
modernos, tais como o setor calçadista em Sobral e Crato, no Sertão cearense, e o polo gesseiro do
Araripe, no Sertão pernambucano.
São Francisco - destaque para as práticas de fruticultura irrigada, especialmente nos polos geminados
de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).
Região Sudeste
Grande parte do território da Região Sudeste é dominada por formações planálticas, com destaque
para os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, constituídos pelos cinturões orogênicos, e
os Planaltos da Bacia Sedimentar no Paraná.
O soerguimento da Placa Tectônica Sul-Americana, entre o final do Período Cretáceo e o início do
Paleógeno, movimentou antigas linhas de falha e provocou a formação de escarpas acentuadas com
elevadas altitudes, como as da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar. Assim, com exceção dos picos
do Maciço das Guianas, no extremo norte do país, é no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
que se encontram os pontos mais altos do Brasil. Em 2004, o IBGE, em parceria com o Instituto Militar de
Engenharia (IME), revisou as altitudes desses pontos, utilizando recursos mais modernos de sistema de
navegação e posicionamento por satélites.
A Serra do Espinhaço corta Minas Gerais desde as proximidades de Belo Horizonte até o Vale do
Rio São Francisco, podendo ser subdividida em dois compartimentos de planaltos: o planalto meridional
e o planalto setentrional, ricos em minérios (ferro, bauxita, ouro). Em 2005, a Unesco reconheceu esse
conjunto de planaltos da Serra do Espinhaço como Reserva da Biosfera, pela diversidade ambienta e
histórica do local. Além de integrar pontos culturais importantes como Congonhas, Ouro Preto e
Diamantina, é o divisor de águas entre as bacias hidrográficas do São Francisco, Doce e Jequitinhonha,
e apresenta a biodiversidade florística mas risca dos campos rupestres do planeta.
A superfície do Planalto Atlântico foi bastante desgastada pelos processos erosivos, formando um
relevo dominante de morros com topos convexos, denominados mares de morros. Entre os Planaltos e
as Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná e o Planalto Atlântico, encontram-se as depressões
periféricas, superfícies bastante erodidas entre o Paleógeno e o Quaternário (há cerca de 70 milhões de
anos). Nesses compartimentos do relevo da Região Sudeste, os terrenos apresentam altitudes menores,
sendo delimitados pelos Planaltos Sedimentares da Bacia do Paraná por escarpas denominadas frentes
de cuestas.
Do norte do Espírito Santo ao sul do Estado de São Paulo, há um conjunto diversificado de ambientes
costeiros. Nesse trecho do litoral brasileiro, de formação cenozoica, existem inúmeras restingas, baías
e ilhas costeiras. Entre as primeiras, destacam-se as de Marambaia e Cabo Frio, ambas localizadas no
litoral do Rio de Janeiro. Entre as baías, as mais conhecidas são as de Guanabara (RJ), Parati (RJ),
Vitória (ES), Angra dos Reis (RJ) e Santos (SP).
O clima tropical predomina na Região Sudeste. No oeste paulista, parte do Triângulo Mineiro e na
porção centro-norte de Minas Gerais, o padrão climático tropical apresenta duas estações bem
demarcadas, com o verão muito chuvoso e o inverno seco. Na faixa litorânea, o volume e a frequência
das chuvas são maiores. Ao contrário, no norte de Minas Gerais, as chuvas são escassas e irregulares.
Região Norte
Desafios estratégicos
A região amazônica pertence a sete países, além do Brasil. A construção de diversos eixos rodoviários
garantiu a articulação da região ao território nacional.
Fonte: http://www.inpe.br/noticias/arquivos/imagens/img02_291116.jpg.
A conquista da Amazônia
Colonizada inicialmente pelos espanhóis e cobiçada por ingleses, franceses e holandeses, a bacia
amazônica foi ocupada pelos portugueses, o que garantiu a posse ao Império brasileiro.
Com cerca de 7,8 milhões de km² que abrangem oito países - Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia,
Venezuela, Guiana e Suriname - e a Guiana Francesa, a Amazônia Internacional é uma região natural
formada pela floresta equatorial e por seus ecossistemas associados. A maior parte dessa área, marcada
pelos climas quentes e úmidos, está assentada no interior da bacia fluvial amazônica.
Com exceção da Guiana Francesa, departamento da França, os outros países firmaram em 1978 o
Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), cujas metas são a cooperação científica, a preservação
ambiental, o uso racional dos recursos hídricos e o desenvolvimento regional. O Brasil ocupa um papel
de destaque nas políticas do TCA, pois abriga mais de 64% região.
No sentido político, porém, a Amazônia começou a se configurar antes mesmo da independência
desses países, quando a região passou a ser explorada pelas Coroas de Espanha e de Portugal.
Amazônia Internacional
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-pqRZs_1PEjo/VqZlvt5749I/AAAAAAAACnI/acPXCXEwenE/s1600/amazonia-legal-brasileira-regiao-norte-2.jpg.
Na Amazônia Internacional há outros países com percentual maior de superfície territorial coberta pela
Floresta Amazônica, como o Peru, a Guiana e o Suriname. Porém, o Brasil detém a maior parte do bioma
amazônico.
A ocupação portuguesa
Nos termos do Tratado de Tordesilhas (1494), grande parte da Bacia Amazônica pertencia à Coroa
espanhola. Em 1541, uma expedição comandada pelo espanhol Gonzalo Pizarro, irmão do conquistador
do Império Inca, Francisco Pizarro, partiu de Quito em busca dos lugares lendários que supostamente
havia nessas terras florestadas: o "País da Canela", onde a especiaria brotava em abundância, e o "EI
Dorado", com suas enormes jazidas de ouro.
Ninguém sabe ao certo quantas pessoas integraram essa expedição, mas estima-se que ela contava
com algumas centenas de soldados espanhóis e milhares de indígenas, muitos dos quais padeceram de
fome e de frio na travessia da Cordilheira dos Andes.
Em algum ponto da viagem, quando os expedicionários já estavam bastante debilitados, Gonzalo
encarregou um grupo, liderado por seu primo Francisco de Orellana, de seguir pelo rio em busca de
alimentos.
Entretanto, em vez de retornar com as provisões, o grupo de Orellana prosseguiu no curso do rio que
hoje chamamos de Amazonas, viajando nove meses até alcançar a foz, em agosto de 1542.
O diário de viagem do frei Gaspar de Carvajal, um dos integrantes do grupo, é o primeiro relato de uma
jornada completa pelo Rio Amazonas, dos Andes até o Oceano Atlântico. Apesar de seu valor histórico,
o diário não é um documento confiável, já que o frei se esforça em ressaltar os percalços enfrentados
durante a viagem para justificar o descumprimento da ordem de regressar o mais rápido possível, levando
alimentos para a expedição de Pizarro. A descrição do terrível combate travado com as guerreiras
amazonas, que lutavam com a força comparada à de muitos homens e exerciam o poder sobre diversas
tribos indígenas, reforça o caráter fantasioso do documento.
Nos anos seguintes, diversas outras expedições comandadas pelos espanhóis percorreram trechos
da Bacia Amazônica, sempre animadas pela busca de tesouros. Porém, o interesse pela região logo seria
ofuscado pela descoberta das imensas jazidas de prata na região de Potosí (atual Bolívia), que atraiu
grande parte dos exploradores e aventureiros espanhóis.
Enquanto isso, franceses, ingleses e holandeses, inimigos tradicionais dos espanhóis, estabeleciam
feitorias no baixo curso do Rio Amazonas.
Durante a União Ibérica (1580-1640), período no qual Portugal e Espanha formaram uma única
monarquia, os portugueses começaram a se estabelecer na foz do Amazonas. No início do século XVII,
as expedições pelo Amazonas tornaram-se oficiais. Partiam da foz e eram organizadas para expulsar
holandeses e ingleses, senhores de muitas feitorias ao longo do curso dos rios, e impedir o contrabando
de produtos nativos, como madeira e pescado.
Com o fim da União Ibérica, a Coroa portuguesa intensificou a ocupação militarizada da região,
erguendo uma rede de fortificações lusitanas ao longo da calha central do Rio Amazonas. Entre eles,
destaca-se o Forte de São José do Rio Negro, criado em 1668, em torno do qual surgiu o arraial de Lugar
da Barra, mais tarde elevado à categoria de vila e, depois, de cidade, com o nome de Barra do Rio Negro.
No entanto, foi em meados do século XVIII que o Império Português de fato consolidou sua soberania
na área, criando o estado do Grão-Pará, com capital em Belém. Na nova estrutura política e
administrativa, o Grão-Pará, marcado pelas baixas densidades demográficas e pelo extrativismo, passou
a ser uma unidade distinta de Estado do Brasil.
Com a independência do Brasil em 1822, o estado do Grão-Pará foi dissolvido e tornou-se parte do
Império Brasileiro, cujo poder administrativo concentrava-se no Rio de Janeiro. No entanto, dada a
precariedade das suas redes de transporte e comunicações, a região permaneceu durante muito tempo
isolada do centro político e econômico do país.
Os focos de calor marcam a ocorrência das queimadas que abrem os terrenos para as atividades
agropastoris ou minerais, resultando em um arco de devastação dos ecossistemas amazônicos.
Os impactos da BR-319
"Se por um lado a construção e a pavimentação de estradas na Amazônia geram benefícios na forma
de redução de custos de transportes, por outro lado impulsionam o desmatamento, os conflitos sociais e
a ilegalidade. A eficiência econômica e os efeitos diversos dos projetos precisam ser identificados e
instrumentos que garantam uma distribuição mais equânime de custos e benefícios entre os atores
afetados precisam ser implantados.
Neste estudo, utilizamos a análise custo-benefício para avaliar a eficiência econômica do projeto de
recuperação do principal segmento da Rodovia BR-319, localizado entre os quilômetros 250,00 e 655,70,
no estado do Amazonas, de forma a contribuir com a discussão dessas questões. Este trecho encontra-
se fortemente deteriorado e virtualmente intransitável desde 1986.
Planeja-se sua recuperação dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo
Federal.
[...] As obras aqui analisadas, com custo de implantação de cerca de 557 milhões de reais, incluem a
recuperação e a pavimentação da rodovia e a construção de quatro novas pontes entre Manaus e Porto
Velho, o que viabilizará o tráfego continuado entre Manaus e o resto do país.
A análise [...] demonstra que o projeto é inviável economicamente, gerando prejuízos de cerca de 316
milhões de reais, ou 33 centavos de benefícios para cada real de custos, em valores atuais. Isso significa
As políticas territoriais amazônicas implementadas pela ditadura militar nortearam-se pela meta
geopolítica de “conquista” da Amazônia. O planejamento regional elaborado nesse contexto
fundamentou-se num conceito distorcido de desenvolvimento, que estimula a acumulação de capital por
grandes empresas e o uso predatório dos recursos naturais. Os largos e extensos corredores de
devastação ambiental e as vastas manchas de desflorestamento, assim como a poluição de rios e
igarapés pelos subprodutos do garimpo, são resultado das opções de planejamento adotadas nesse
período.
As políticas amazônicas dissociaram a noção de desenvolvimento de seu conteúdo social. A abertura
de rodovias de integração e a implantação de grandes projetos geraram intensos fluxos migratórios para
a Amazônia, além do esvaziamento demográfico de várzeas e igarapés. A exclusão social se materializa
nas periferias das cidades médias, nos povoados miseráveis nascidos junto a empreendimentos minerais
e florestais e no surgimento de populações itinerantes, que vagueiam à procura de escassas
oportunidades de trabalho.
O novo ciclo de obras rodoviárias na Amazônia, especialmente a Cuiabá-Santarém (BR-163) e a
Porto Velho-Manaus (BR-319), visa estabelecer a ligação entre Manaus e Porto Velho, mas ameaçava
reproduzir, em escala ampliada, os desastres sociais e ambientais do ciclo anterior. A alternativa consistia
em redefinir o sentido do planejamento regional, priorizando o desenvolvimento social e a valorização dos
ecossistemas naturais. A geração de empregos e a exploração sustentável dos recursos naturais são as
metas a serem perseguidas por um planejamento regional renovado.
Região Sul
Diversificação econômica
A diversificação em diferentes setores econômicos acarretou transformações sociais na Região Sul. A
modernização da agricultura e o fortalecimento da agroindústria aceleraram o êxodo rural, aumentando a
migração para outros estrados e a ocupação de áreas urbanas.
Por ser a população bem distribuída no território, a estrutura fundiária é a menos desigual do pais. As
terras parceladas em pequenas propriedades são características da agricultura familiar.
Em 2011, mais de 2,7 milhões de pessoas trabalhavam na indústria, compondo na Região Sul o maior
percentual regional de trabalhadores nessa atividade.
Embora se destaquem as indústrias têxtil e alimentícia na Região Sul, o segundo maior polo industrial
automobilístico brasileiro foi implantado na década de 1990 na Região Metropolitana de Curitiba.
Fonte: http://files.planetagaia.webnode.com/200000586-08de109d58/mapa-regiao-sul.jpg.
Grande parte dos rios da Região Sul pertence à Bacia Platina, formada pelos rios Paraná, Paraguai
e Uruguai e afluentes. O Rio Uruguai nasce em território brasileiro, da fusão dos rios Canoas (SC) e
Pelotas (RS), e serve de divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil e Argentina, e Uruguai
e Argentina, desaguando no Estuário do Prata. O Rio Paraná, segunda maior bacia fluvial em área e
potencial hidrelétrico do Brasil, oferece condições de navegabilidade. A Hidrovia Tietê-Paraná tornou-se
um importante sistema de transporte, aproximando o Brasil dos seus parceiros do Mercosul.
Outro problema ambiental que ocorre em áreas do sudoeste do Rio Grande do Sul é o processo de
arenização dos solos, ou seja, o aumento dos depósitos arenosos, dificultando a fixação da vegetação.
Em área subtropical úmida, onde o processo ocorre, a água e os ventos têm importante papel na
mobilidade dos sedimentos.
As enxurradas provocam erosão e os ventos dispersam a areia, formando dunas e expandindo o
processo.
A substituição da vegetação nativa dos pampas e pela pecuária extensiva ou agricultura comercial
explica a degradação dos solos na região. A arenização atinge quase 4 mil hectares, em áreas dos
municípios de Alegrete, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Uruguaiana,
Quaraí, Santiago, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, São Borja, Unistalda e Cacequi.
No oeste do estado do Paraná, na fronteira com a Argentina, o Parque Nacional do Iguaçu, criado
em 1934 e tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade em 1986. Constitui uma grande reserva
florestal e inclui parte da cabia hidrográfica do Rio Iguaçu, que percorre todo o estado do Paraná, e as
Cataratas do Iguaçu.
Ocupação territorial
Iniciada pelos portugueses no século XVII, a colonização da Região Sul ganhou impulso no século
XIX, quando de estabeleceram os principais núcleos de povoamento fundados pr imigrantes europeus.
O território que hoje pertence aos estados da Região Sul inicialmente não fazia parte da América
portuguesa, tendo ficado fora dos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. Expedições
exploradoras haviam percorrido a costa no século XVI, mas somente no século XVII começaram as
atividades colonizadoras na região.
Com o domínio espanhol sobre Portugal (1580-1640), o Tratado de Tordesilhas perdeu sua validade,
uma vez que todas as terras pertenciam ao monarca espanhol. Colonos portugueses então se
estabeleceram em territórios espanhóis, adquirindo para Portugal soberania sobre essas áreas. Jesuítas
ultrapassaram a linha de Tordesilhas ao sul, fundando missões em áreas da campanha gaúcha, onde
índios aldeados criavam gado - trazido dos territórios que formaram o Uruguai e a Argentina - e plantavam
erva-mate. Outros povoados também foram fundados, como o de Nossa Senhora do Desterro, atual
Florianópolis.
Ainda no século XVII, os bandeirantes pau listas iniciaram o apresamento dos índios aldeados nas
missões - que se destinavam à sua proteção e catequese - para vendê-las às capitanias luso-espanholas,
produtoras de açúcar.
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste (1654), o tráfico negreiro voltou a abastecer os
engenhos. No entanto, quando o domínio espanhol chegou ao fim, as missões estavam praticamente
destruí das; o gado, solto, começou a se reproduzir nos campos do sul. Tropeiros paulistas, índios
Com a descoberta de ouro e o desenvolvimento das minas gerais durante o século XVIII, os tropeiros
desenvolveram um novo negócio: caçavam os animais, reuniam estes em currais e os transportavam até
as áreas mineradoras.
À Coroa portuguesa, porém, interessava garantir a posse das terras do sul. Para isso, na metade do
século XVIII, Portugal enviou casais de açorianos ao território do atual Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina, especialmente para a faixa litorânea, com o objetivo de povoar a região. Lotes de terras também
foram doados a tropeiros, que, além de se fixar na área, deram início à criação do gado em grandes
estâncias - atividade que se transformaria numa das mais importantes do atual Rio Grande do Sul.
No século XIX, surgiram diversos núcleos de povoamento na Região Sul. Em 1808, famílias de
açorianos fundaram a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Os primeiros imigrantes alemães se
dirigiram para a atual cidade de São Leopoldo, no vale do Rio dos Sinos, em 1824. Os italianos chegaram
a partir de 1875 e foram assentados em Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi.
Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os alemães formaram colônias de povoamento baseadas
no cultivo de trigo e da policultura, ao passo que os italianos dedicaram-se ao cultivo da uva. No Paraná,
imigrantes eslavos voltaram-se para o extrativismo de madeira. Estavam lançadas as raízes de uma
economia rural diversificada, baseada na policultura e no trabalho familiar.
Indústria e tecnologia
Os ramos industriais na Região Sul evoluíram inicialmente graças às matérias-primas fornecidas pela
agropecuária - couro e calçados (pecuária), móveis (pinho), têxteis (algodão) e bebidas (uva, mate).
O maior centro industrial da Região Sul é Porto Alegre. Bastante diversificado, conta com indústrias
alimentícias, de fiação e tecelagem, de produtos minerais não metálicos, siderúrgicas, mecânicas, de
material eletrônico, químicas, de couros e de bebidas. Rio Grande, Pelotas e Caxias do Sul destacam-se
nos setores de alimentos, tecidos, móveis e calçados. O complexo metal mecânico desenvolveu-se em
Gravataí, Canoas, Guaíba e Cachoeirinha. São Leopoldo e Novo Hamburgo são importantes pelos da
cadeia produtiva de artigos de couro. Em São Leopoldo está se formando um importante polo de
informática. A indústria automobilística ganhou força com a instalação de uma grande fábrica em
Gravataí, na Grande Porto Alegre, em 2000.
No Rio Grande do Sul, as aglomerações industriais se caracterizam por empresas que inovam e
diferenciam produtos, ou seja, a dinâmica industrial nessa região é influenciada por empresas de maior
conteúdo tecnológico.
Pequenas e médias empresas têm se destacado na busca de alternativas competitivas.
O setor industrial de Santa Catarina também é muito importante; porém, ao contrário das outras
capitais de estado no Brasil, a cidade de Florianópolis não ocupa o primeiro lugar na economia do estado.
Essa posição cabe a Joinville, município mais populoso no norte catarinense, importante polo metal
mecânico, além de centro de serviços. Com grandes empresas dos setores metal mecânico, químico,
plástico e têxtil, tornou-se um dos mais dinâmicos polos industriais do sul do país.
No Vale do Itajaí, onde se situam as cidades de Brusque, Blumenau, Pomerode, entre outras,
estabeleceu-se um dos mais importantes parques têxteis do país, a partir de pequenas unidades fabris
dos imigrantes europeus, sobretudo alemães. Blumenau destaca-se também por desenvolver um polo
tecnológico. No eixo Chapecó-Seara-Concórdia, a produção industrial voltou-se para o setor alimentício
de processamento de produtos suínos e avícolas.
Curitiba é o segundo maior centro industrial da Região Sul, com destaque para os estabelecimentos
do setor mecânico e, mais recentemente, para as indústrias de ponta geradoras de maior valor agregado.
Em 1999, uma importante montadora de carros alemã instalou-se na região de São José dos Pinhais
(área metropolitana de Curitiba); em seguida, estabeleceram-se uma americana e outra francesa,
consolidando um polo automobilístico na região.
Turismo e integração
Com paisagens variadas e os invernos mais rigorosos do país, a Região Sul atrai grande número de
turistas. Cidades com características europeias, como Canela e Gramado, ou centros produtores de
vinho, como Bento 'Gonçalves e Caxias do Sul, são lugares procurados pela culinária e atrativos culturais
no Rio Grande do Sul.
Durante o verão, os litorais de Santa Catarina e do Paraná recebem muitos turistas estrangeiros.
Tradições e festas típicas são eventos que tornam concorridos lugares como Blumenau, onde se realiza,
em outubro, a festa da cerveja, chamada Oktoberfest, de origem alemã.
Todos os estados da Região Sul contam com zonas de fronteira, ou seja, faixas territoriais localizadas
de cada lado de um limite internacional. Nas zonas de fronteira desenvolveram-se diversas cidades
cortadas por limites internacionais. Essas cidades-gêmeas geralmente apresentam grande fluxo de
pessoas e mercadorias e integração econômica e cultural.
Região Centro-Oeste
O Pantanal:
A planície do Pantanal Mato-Grossense e a do Rio Guaporé localizam-se a oeste da região. O
Pantanal é uma planícies sujeita a inundações sazonais, em decorrência da pequena declividade de seu
relevo e do padrão de drenagem da bacia do Rio Paraguai. A vegetação é mista (cerrados, florestas,
campos, charcos inundáveis e ambientes aquáticos), e mais de mil espécies animais, incluindo cerca de
650 tipos de aves aquáticas, vivem na região.
No Pantanal, a expansão da agropecuária e as queimadas acarretaram a supressão de parte da
vegetação e a contaminação dos corpos d’água por agrotóxicos. Além disso, o pantanal recebe os rejeitos
da atividade mineradora de exploração de diamantes e de ouro, especialmente o mercúrio, altamente
poluente. Diversos programas e políticas ambientais têm sido desenvolvidos pelo governo federal para
proteger o bioma, prevendo o manejo correto de bacias hidrográficas, saneamento e apoio ao produtor.
A Floresta Amazônica se estende pela metade norte do estado do Mato Grosso, e se encontra bastante
ameaçada por desmatamentos e queimadas. A expansão da fronteira agropecuária nessa área, para
Os centros urbanos:
A rede urbana do Centro-Oeste desenvolveu-se de maneira linear, seguindo as rodovias de integração
e as ferrovias que ligam à Região Sudeste.
Brasília, metrópole nacional, Goiânia, metrópole, assim como Campo Grande e Cuiabá, capitais
regionais, situam-se sobre os grandes eixos viários. As cidades que exibem forte crescimento – como
Dourados (MS), Rondonópolis (MT) e Anápolis (GO) – estão também situadas nesses eixos.
A cidade-capital:
Brasília representa um caso especial, entre as grandes cidades brasileiras. Não simplesmente por ser
uma cidade planejada: Belo Horizonte, fundada em 1897, e Goiânia, fundada em 1933, constituem outros
exemplos de cidades planejadas no Brasil. A singularidade de Brasília reside na finalidade específica que
orientou seu planejamento urbano – a criação de uma cidade-capital, condição que determinou a
expansão demográfica e econômica da região.
O Plano Piloto constitui o cerne da nova capital. É ele que está submetido ao plano urbanístico, com
seu rígido sistema de aprovação de plantas destinado a conservar as características originais da cidade.
Ideologicamente, esse plano, de autoria de Lúcio Costa, vinculava-se à tradição de pensamento
urbanístico do francês Le Corbusier e da escola arquitetônica da Carta de Atenas, cujos princípios
remontam ao IV Congresso de Arquitetura Moderna, realizado em 1933. A cidade deveria ser, a um só
tempo, funcional e harmônica: uma engrenagem de residências, consumo e trabalho. Para isso, os
planejadores deveriam dispor da capacidade de organizar o espaço de forma absoluta, excluindo as
incertezas e os conflitos inerentes ao desenvolvimento espontâneo das aglomerações urbanas. A ordem
seria um produto da autoridade e do saber urbanístico.
A base espacial do plano urbanístico reside na segregação funcional. No interior do Plano Piloto,
definiram-se as áreas reservadas às diferentes funções urbanas – administração pública, residências,
comércio local e central, etc.
A cidade polinucleada:
O plano urbanístico não eliminou a clássica estruturação espacial das grandes cidades brasileiras: o
contraste entre as áreas centrais reservada às classes médias e às elites, de um lado, e as periferias
populares, de outro. No entanto, operou uma transformação radical nesse esquema, abrindo um espaço
vazio entre a área central (o Plano Piloto) e a periferia (as cidades-satélite). O elevado preço dos
terrenos no Plano Piloto empurrou os mais pobres para os núcleos urbanos satélites, que cresceram
como verdadeiras cidades-dormitório.
Embora não estivessem formalmente previstas no plano, as cidades-satélite desenvolveram-se para,
de certa forma, protege-lo, evitando a concentração da pobreza. Dessa maneira, a capital cresceu como
cidade polinucleada: uma única aglomeração urbana dispersa territorialmente em diversos núcleos
separados. Esses núcleos são chamados de regiões administrativas, já que a Constituição impede a
formação de municípios autônomos no Distrito Federal.
A maioria da população ativa que reside nas cidades-satélite trabalha no Plano Piloto e consome horas
diárias em deslocamentos entre o local de moradia e o local de emprego.
A concentração de recursos financeiros no Plano Piloto – que abriga uma elite de políticos, burocratas
da administração pública e diplomatas estrangeiros – dinamiza a economia do Distrito Federal, atraindo
migrantes para as cidades-satélite. Assim, o crescimento demográfico dos núcleos urbanos ao redor é
muito superior ao da área central: em 1960, o Plano Piloto concentrava cerca de metade da população
do Distrito Federal; atualmente essa proporção é inferior a 15%.
Referências Bibliográficas:
TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil – Lygia Terra; Regina Araújo; Raul Borges Guimarães. 2ª edição. São Paulo: Moderna.
Questões
01. (PGE/RO – Técnico da Procuradoria – FGV) O desenvolvimento econômico da região norte pode
ser entendido a partir da criação de um projeto ferroviário para interligar a região amazônica entre o final
do século XIX e a primeira metade do século XX. No entanto, com o advento do regime militar brasileiro,
nos anos 60 do século XX, o projeto ferroviário foi abandonado em razão da prioridade dada pelo regime
militar ao transporte:
(A) pluvial na região norte;
(B) naval pelo litoral da região norte;
(C) aéreo na região norte;
(D) misto aéreo e pluvial da região norte;
(E) rodoviário da região norte.
02. (PGE/RO – Técnico da Procuradoria – FGV) “A sensação térmica pode chegar a 38º C neste
sábado (5) na capital de Rondônia. De acordo com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o tempo
deve ser firme em todo o estado no final de semana”.
A previsão é de céu claro sem chuvas em todo o centro sul. Já nas demais regiões, incluindo Porto
Velho, céu claro a parcialmente nublado com pancadas de chuvas e trovoadas em áreas isoladas,
podendo ser acompanhada de rajadas de ventos no período da tarde e noite. (Fonte: http://g1.globo.com/, 05/09/2015.
Acesso em 20/09/2015).
A descrição do tempo apresentada na notícia revela características de temperatura e pluviosidade
comuns na região norte do Brasil, onde predomina o clima:
03. (Prefeitura de Santana do Jacaré/MG – Psicólogo – Reis & Reis) O Brasil segue, atualmente,
a divisão regional estabelecida em 1970, em quantas regiões se divide o território brasileiro?
(A) 06 regiões;
(B) 05 regiões;
(C) 04 regiões;
(D) 01 região.
04. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/GO) A região Centro-Oeste é uma das cinco regiões do
Brasil definidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sobre ela, é correto afirmar:
(A) É a primeira região do país em superfície territorial.
(B) É formada pelos Estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso.
(C) É formada somente pelos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
(D) É formada pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal.
(E) É formada pelos Estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais e pelo Distrito Federal.
05. (CODAR – Motorista – EXATUS/PR) O Brasil é dividido em 5 Regiões Geográficas, estas abrigam
26 Estados e 1 Distrito Federal. Dadas estas informações, assinale a alternativa que apresenta as
Regiões Geográficas Brasileiras que são formadas por apenas 3 Estados?
(A) Apenas, Centro-Oeste.
(B) Centro-Oeste e Sul.
(C) Sul, apenas.
(D) Nenhuma alternativa responde corretamente ao enunciado da questão.
Gabarito
Classificação climática:
Segundo Lísia Bernardes, existem no Brasil cinco tipos climáticos principais:
Equatorial:
Abrange a maior parte da Amazônia Brasileira. Apresenta temperaturas elevadas o ano todo, pequena
amplitude térmica anual, chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano todo (2.000 – 3.000
mm/ano);
Tropical:
Tipo climático predominante no Brasil (Centro-Oeste, Meio-Norte, maior parte da Bahia e Agreste).
Apresenta temperaturas elevadas (verão 25ºC, inverno 21ºC), com duas estações bem definidas: verão
chuvoso e inverno seco;
Semiárido:
Característico do Sertão Nordestino, abrangendo o Vale Médio do São Francisco e norte de Minas
Gerais, apresenta temperaturas elevadas (superiores a 25ºC), chuvas escassas e irregulares.
Caracterizado pelas estiagens bem pronunciadas;
Subtropical:
Predominante na porção meridional do Brasil (parte de São Paulo, Paraná, além de Santa Catarina e
Rio Grande do Sul). Mesotérmico, com temperaturas amenas, apresenta grande amplitude térmica (verão
25ºC, inverno 15ºC) e chuvas distribuídas regularmente durante o ano todo, sem estação seca, com
índices pluviométricos entre 1.700/1.900 mm/ano.
Paisagens Vegetais:
A distribuição dos vegetais na superfície terrestre está intimamente relacionada com as caraterísticas
climáticas de cada lugar, havendo até quem afirme que a vegetação é o reflexo do clima.
Assim, para analisar a distribuição das principais formações vegetais brasileiras, é preciso considerar
também os diversos domínios climáticos existentes no país.
A vegetação brasileira:
Entre outras classificações de nossa vegetação, uma das mais didáticas (proposta pela geógrafa Dora
Amarante Romariz) é a que identifica no Brasil quatro grandes formações vegetais: florestais, complexas,
campestres e litorâneas).
Formações Florestais:
Segundo suas características, as formações florestais classificam-se em dois tipos: latifoliadas e
aciculifoliadas.
As latifoliadas caracterizam-se pela presença de árvores que têm folhas largas e que se agrupam
densamente. Quase todas atingem grande altura e abrigam sob suas copas árvores menores, arbustos
e herbáceas. Distribuem-se amplamente no Brasil, graças ao predomínio de climas quentes e úmidos.
As aciculifoliadas compõem-se de espécies com folhas pontiagudas, adaptadas às baixas
temperaturas. No Brasil, ocorrem especialmente nas áreas mais elevadas da bacia do Paraná, onde se
verifica o clima subtropical, com verões brandos.
Formações Complexas:
As formações complexas correspondem aos domínios do cerrado, da caatinga e do Pantanal, onde
extratos arbóreos, arbustivos e herbáceos convivem na paisagem:
O Cerrado:
Também denominado savana-do-brasil, o cerrado é a segunda formação vegetal mais extensa do país.
Ocupava originariamente quase 25% do nosso território, mas vem se reduzindo cada vez mais.
Típico de áreas de clima tropical com duas estações bem marcadas – verão chuvoso e inverno seco -
, aparece em quase todo o Brasil Central, isto é, na Região Centro-Oeste e arredores, como o sul do Pará
e do Maranhão, o interior de Tocantins, o oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de São Paulo.
Caracteriza-se pelo domínio de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos, com casca grossa,
geralmente caducifólios (cujas folhas caem, impedindo o vegetal de perder água) e com raízes profundas.
Sua origem é uma incógnita: alguns a atribuem ao clima com alternância entre as estações úmida e
seca durante o ano; outros, ao solo extremamente ácido e pobre; outros, ainda, à ação conjunta desses
dois fatores. Além disso, deve-se levar em conta a ação humana: certos tipos de cerrado resultam da
realização de queimadas sucessivas num mesmo local. Em escala mais ampla, o aproveitamento
econômico dos domínios do cerrado vem destruindo a vegetação natural para a prática da pecuária e da
agricultura comercial mecanizada (cultivo de soja).
A Caatinga:
A caatinga, formação típica do clima semiárido do sertão nordestino, ocupa cerca de 11% do território
brasileiro. É composta por plantas xerófilas (como as cactáceas, com folhas em espinhos), caducifólias e
pela carnaubeira, cujas folhas se recobrem de uma cera que evita a transpiração.
O principal uso econômico dos domínios da caatinga é a agropecuária, que apresenta baixos
rendimentos e afeta negativamente o equilíbrio ecológico. Seria preciso adotar técnicas de uso do solo
mais racionais do que as empregadas hoje e expandir a construção de açudes e de canais de irrigação,
para impedir uma provável desertificação, a médio ou longo prazo, do já muito seco sertão nordestino.
O Pantanal:
O Pantanal, uma grande depressão localizada no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul,
com altitude média de 100m acima do nível do mar, tem uma porção inundável em que apenas nas
estiagens de inverno se desenvolve vegetação – uma formação rasteira apropriada à prática da pecuária.
Na sua porção de alagamento eventual, à vegetação rasteira misturam-se arbustos. Nas áreas altas,
encontramos espécies típicas dos cerrados, que, em alguns pontos mais úmidos, misturam-se as
espécies arbóreas da floresta tropical.
A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuária, praticada em harmonia com o ambiente,
sem destruí-lo. Mais recentemente, porém, a região tornou-se objeto de novas formas de ocupação:
Formações Herbáceas:
As formações herbáceas – também denominadas campestres -, compostas de vegetação rasteira, com
gramíneas e pequenos arbustos, são encontradas em todas as regiões brasileiras e diferenciam-se de
acordo com as características climáticas e pedológicas (do solo) das áreas de ocorrência, que são:
* os campos meridionais, destacando-se a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul – onde se
encontra a área de gramíneas mais extensa e homogênea (denominada “campos limpos”) – e os Campos
de Vacaria, em Mato Grosso do Sul. A pecuária é a atividade econômica mais comum nessas regiões;
* os campos da Hileia, que correspondem às áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral
do Amapá, a ilha de Marajó e o Golfão Maranhense;
* os campos de altitude, na serra da Mantiqueira (no Sudeste) e na região serrana dos Planaltos
Residuais Norte-Amazônicos, chamados Campos de Roraima (na Amazônia).
Formações Litorâneas:
As formações litorâneas estendem-se por toda a costa brasileira e apresentam constituições variadas,
condicionadas ao tipo de solo e ao nível de umidade:
* nos mangues, há vegetais adaptados à intensa salinidade e à falta de oxigenação do solo, em áreas
alagadas periodicamente pelas águas do mar. São arbustos misturados a espécies arbóreas, quase
sempre de tronco muito fino e raízes aéreas. É nos mangues que se pratica a extração de caranguejos
como atividade econômica;
* nas restingas, misturam-se espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, como a aroeira-de-praia e
o cajueiro, favorecendo a formação de dunas;
* nas dunas, são comuns vegetais rasteiros, com raízes profundas e grande extensão horizontal,
formando verdadeiros cordões vegetais;
* nas praias, são comuns as espécies halófilas, que proliferam em lugares ricos em sal, como a salsa-
de-praia e o jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do litoral paulista.
O imenso território brasileiro apresenta uma grande variedade de climas, vegetação, relevo e rios. A
interação desses elementos resulta na formação de uma extraordinária diversidade de paisagens
naturais.
O geógrafo Aziz Ab’Saber classificou essas paisagens em domínios morfoclimáticos, separados uns
dos outros por faixas de transição – paisagens heterogêneas, compostas por elementos vegetais de dois
ou mais domínios. Essa classificação considera a interação do relevo com os outros elementos naturais,
como o clima, a vegetação, o solo, a estrutura geológica, etc.
Domínios Morfoclimáticos:
Amazônico – Terras baixas florestadas equatoriais;
Mares de Morros – Áreas mamelonares tropicais-atlânticas florestadas;
Cerrado – Chapadões tropicais interiores com cerrados e florestas-galerias;
Caatingas – Depressões intermontanas e interplanálticas semiáridas;
Araucária – Planaltos subtropicais com araucárias;
Pradarias – Coxilhas subtropicais com padrarias mistas.
Faixas de Transição:
Não-Diferenciadas.
A ação do homem:
É preciso ressaltar que o fator antrópico (a ação do homem) está presente no processo de degradação
de todos esses domínios morfoclimáticos do Brasil. Todavia, as transformações impostas pelo homem
foram mais intensas nas regiões economicamente mais desenvolvidas.
Nelas, consequentemente, registram-se os mais sérios problemas ambientais do nosso país. Dentre
esses problemas, destacam-se os grandes movimentos de massas, isto é, os deslizamentos, provocados
sobretudo pelas seguintes condições:
* intensas atividades antrópicas;
* elevados índices pluviométricos;
* estrutura das rochas superficiais, muito vulneráveis a esses deslizamentos;
* topografia muito íngreme, com elevado ângulo de inclinação;
* retirada da cobertura vegetal original.
Problemas Ambientais:
Como todos os países do mundo, o Brasil também registrou uma intensa destruição do meio ambiente
ao longo de sua história. E as causas de tal destruição estão vinculadas intimamente ao modelo de
desenvolvimento econômico adotado desde o início da colonização. Aqui, da mesma forma que nos
países mais desenvolvidos, a busca do lucro foi sempre prioritária, em detrimento da natureza.
A expansão da agricultura demonstra, mais claramente do que qualquer outro processo, esse perverso
mecanismo de destruição. Em geral, o caminho para a implantação da imensa maioria dos cultivos é
aberto por um desmatamento descontrolado. Assim aconteceu com o cultivo da cana-de-açúcar na Zona
da Mata nordestina, durante o século XVI, quando foi devastada grande parte da Mata Atlântica; com o
cultivo do café em São Paulo, no século XIX, que repetiu essa mesma destruição no Sudeste; com o
cultivo da soja no Centro-Oeste, que em pouco mais de três décadas alterou radicalmente o ecossistema
do cerrado.
Os campeões da Biodiversidade
Apenas 17 das 200 nações existentes no mundo conseguem reunir 70% da diversidade biológica do
planeta. Países como o Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela, Indonésia e Malásia, por possuir grandes
porções de florestas tropicais em seus territórios, concentram a maior parte da biodiversidade terrestre.
Formas de Poluição:
Legislação Ambiental
Preservação:
Impede qualquer interferência humana em um dado ambiente para evitar dano, degradação ou
destruição dos ecossistemas, áreas geográficas definidas ou espécies animais e vegetais.
Conservação:
Prevê o manejo sustentável, isto é, a exploração econômica de recursos de uma região, desde que
seja baseada em pesquisas e levantamentos e feita de acordo com certas normas e treinamento
específico, além de respeitar a legislação em vigor.
Poluição Sonora – principalmente nos grandes centros urbanos, dores de cabeça, mal-estar e
redução auditiva;
Poluição Visual – causada pelo excesso de placas, propagandas, outdoors, que tiram a atenção
principalmente dos motoristas, pode ser um dos motivos de acidentes de trânsito.
* Mamíferos:
Ariranha, jaguatirica, lobo-guará, mico-leão-dourado, muriqui, onça-pintada, tamanduá-bandeira, tatu-
canastra, uacari-vermelho, veado-campeiro.
A questão Amazônica
Durante séculos, essa imensa parcela do espaço brasileiro representou uma fronteira preservada e
praticamente desabitada, a ser conquistada pela “civilização” que se ergueu no Centro-Sul do país.
Seus primeiros habitantes já haviam estabelecido uma forma equilibrada de relacionamento com a
gigantesca floresta. Se compararmos a sua forma de ocupação com aquela que viria a ser imposta por
nossa sociedade ocidentalizada, podemos observar que os índios viviam em harmonia com seu espaço.
As primeiras incursões de grande porte ocorreram no final do século XIX e início do século XX,
motivadas pela exploração da Hevea brasiliensis (seringueira). A região recebeu nessa época um grande
contingente de pessoas, mas as picadas (nome popular de uma trilha em ambiente florestal) e as poucas
estradas não resultaram em grande devastação. Podemos afirmar que até meados da década de 1970 a
Amazônia permaneceu preservada.
Nessa década, os governos militares brasileiros, segundo a doutrina de Segurança Nacional elaborada
por eles, acreditavam que era necessário ocupar a fronteira norte do país, pois temiam que, se
continuasse desabitada (os indígenas, numerosos na região, não eram levados em conta), a região
amazônica constituiria um grave risco estratégico.
Por isso foi implementado um plano de ocupação e aproveitamento da região. Em linhas gerais,
destacam-se os seguinte pontos:
* Criação da zona franca de Manaus;
* Promoção de uma reforma agrária;
* Construção da Transamazônica;
* Implantação de grandiosos projetos de exploração agrícola mineral.
Esse conjunto de iniciativas promoveu o “descobrimento” dessa importante parcela do território
nacional. Em meados da década de 1970 muitos agricultores do Sul dispuseram-se a emigrar para as
terras mais baratas do Centro-Oeste e para as bordas da Floresta Amazônica propriamente dita, fato que,
infelizmente, contribuiu de forma decisiva para agravar a devastação da área.
Na década de 1980 muitos grupos econômicos, especialmente empresas multinacionais e
especuladores, desencadearam o loteamento e a exploração desse importante conjunto de terras
Os planos de manejo, obrigatórios no Brasil, apresentam estudos denominados EIA e RIMA (Estudos
de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental, respectivamente) antes de explorar qualquer
área, dificilmente podem recuperar locais intensamente afetados, cujo aspecto lembra as paisagens
lunares.
O caráter predatório da agricultura e da pecuária itinerante também agride a floresta por meio das
queimadas, técnica antiquada para abrir espaços de forma rápida para o plantio e a criação.
Em muitos lugares a devastação está ligada à obtenção de carvão vegetal. Além disso, segundo muitas
denúncias e vários flagrantes policiais, essa atividade ainda utiliza trabalho escravo e trabalho infantil.
De qualquer modo, a floresta continua correndo grave risco. Até 1970, somente 2% da mesma havia
desaparecido. Passados pouco mais de trinta anos, aproximadamente 20% já estavam devastados.
Esse rico ambiente bio diverso, posteriormente passou a gerar a cobiça de novos grupos econômicos.
O desenvolvimento da biotecnologia desviou para a Amazônia a atenção de inúmeros laboratórios e
órgãos de pesquisa de países ricos. Tais instituições têm o conhecimento de que o ambiente amazônico
contém plantas ainda pouco estudadas, om imenso potencial para a produção de medicamentos.
Apesar das dificuldades, tem-se desenvolvido uma consciência em relação a essa questão no Brasil.
Desde os anos de 1980, o líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988, fazia seguidas
denúncias sobre a atuação de fazendeiros e especuladores na região. Segundo Chico Mendes, os
mesmos eram a ponta-de-lança do grande capital, que vinha em busca de madeira, minérios e produtos
medicinais.
Assim, a partir de suas denúncias, surgiu a ideia de criar as chamadas reservas extrativistas, que
visavam alcançar o que atualmente chama-se desenvolvimento autossustentado ou desenvolvimento
sustentável.
Trata-se de garantir a exploração de recursos florestais para as populações locais, que tem
conhecimento e respeito do ritmo de regeneração das plantas e, portanto, são capazes de explorar tais
recursos sem devasta-los.
A questão da Água
Em nível mundial, é provável que a água tenha se tornado a questão mais debatida em todos os fóruns
de discussão sobre o meio ambiente. No Brasil, dois problemas têm gerado uma crescente preocupação
da sociedade: a deterioração sistemática dos recursos hídricos e sua crescente escassez.
A deterioração da qualidade dos recursos hídricos, especialmente nos rios e represas, é causada
principalmente pela poluição. Esta, por sua vez, tem como origem principal os esgotos urbanos e os
rejeitos agrícolas.
Os esgotos urbanos são produzidos tanto pelas residências quanto pelas empresas, principalmente
pelas indústrias.
A escassez da água tem como causa principal o mau uso desse recurso, especialmente o desperdício.
Outras causas são a ocupação das áreas de mananciais por loteamentos irregulares e a destruição das
matas que protegem as nascentes dos rios. Além disso, a expansão acelerada da agricultura tem
promovido a devastação da mata ciliar, a floresta nativa que acompanha o curso dos rios. Sem essa
vegetação, as margens dos rios ficam expostas à erosão pelas enxurradas, são destruídas e acarretam
o assoreamento dos leitos, que constitui a principal causa de diminuição do volume de água nos rios.
Os portos de areia, áreas de extração muito comuns nas várzeas dos rios que drenam terrenos
sedimentares, também causam assoreamento. Nessas várzeas de onde se extrai areia o rio forma
meandros e, portanto, fica mais lento, reduzindo sensivelmente o volume de água a jusante.
Poluição litorânea
A pior agressão à biomassa litorânea tem sido a ocupação humana do litoral. O crescimento das
cidades na faixa costeira foi uma das marcas do processo de ocupação do território no Brasil, onde
concentrava-se a maior parte da população.
Os grandes e pequenos aglomerados que lá se instalaram quase sempre comprometem a diversidade
da vida e o equilíbrio do ambiente. Em muitos pontos da costa, as cidades litorâneas se desenvolveram
sem nenhum planejamento, e a rede de água e esgoto não foi suficientemente organizada para apresentar
um modelo satisfatório de qualidade d vida.
Uma das situações mais graves envolve a sobrevivência dos manguezais, formações vegetais que se
erguem nas áreas de encontro entre as águas dos rios e do mar, um ambiente muito rico para a
reprodução de inúmeras espécies. Os solos extremamente permeáveis, constituídos por uma profunda
camada de lama, permitem o desenvolvimento de plantas de médio porte, criando um bioma único, cujos
ecossistemas têm equilíbrio muito frágil.
Bioma é uma porção da superfície terrestre que se individualiza geograficamente na paisagem natural,
pois apresenta características de clima, solo, vegetação e fauna que a tornam única.
Aterros sanitários:
Têm resíduos compactados e cobertos com terra, sã ode baixo custo, mas se não forem bem
administrados, podem se transformar em depósitos de ratos e insetos;
Incineração:
Transforma o lixo em cinzas, diminui o volume, mas tem um alto custo e a fumaça polui o ar;
Reciclagem:
Considerada a solução ideal pelo governo e por ecologistas, consiste no processamento e
reaproveitamento de determinados produtos. Mas, para tanto, algumas providências terão de ser
tomadas, como a coleta seletiva, reutilização de vasilhames, latas, sacolas, doação do que não se usa,
não atirar as coisas aleatoriamente, entre outras medidas.
Desertificação
É o empobrecimento dos ecossistemas áridos ou sub úmidos em virtude do efeito combinado das
atividades humanas e da seca (Nairóbi, 1077).
É a degradação das terras áridas e semiáridas e sub úmidas resultante de vários fatores, incluindo
variações climáticas e atividades humanas (Rio/92).
Questões
01. (MPOG – Geógrafo – CESPE) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade de
interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido, tropical
seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.
Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o item que se segue.
No estado do Mato Grosso, predominam os climas equatorial úmido e tropical seco e úmido.
(....) Certo (....) Errado
02. (MPOG – Geógrafo – CESPE) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade de
interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido, tropical
seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.
Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o item que se segue.
O clima predominante no bioma Pantanal é o equatorial úmido.
(....) Certo (....) Errado
03. (MPOG – Geógrafo – CESPE) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade de
interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido, tropical
seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.
04. (Adaptada) Segundo uma organização mundial de estudos ambientais, em 2025, “duas de cada
três pessoas viverão situações de carência de água, caso não haja mudanças no padrão atual de
consumo do produto”.
Uma alternativa adequada e viável para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global,
seria:
(A) Desenvolver processos de reutilização de água.
(B) Explorar leitos de água subterrânea.
(C) Ampliar a oferta de água, captando-a em outros rios.
(D) Captar águas pluviais.
(E) Importar água doce de outros estados.
Gabarito
Comentários
04. Resposta: A.
Com a tendência do crescimento do consumo per capita e do aumento da população absoluta, a
escassez de água é, nas próximas décadas, algo iminente. A questão não se restringe apenas em ampliar
o volume de água disponível nem remanejar os depósitos conhecidos à disposição, com captação de
água subterrânea ou de lugares distantes. É imperativo utilizar racionalmente os recursos hídricos, e a
reutilização da água é a forma mais viável.
I Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva. Ao chegar
no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas
isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para
Pernambuco.
II Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi o Governador Geral, D. Luís de Brito.
Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras
paraibanas. Três anos depois outro Governador Geral (Lourenço Veiga), tenta conquistar a o Rio Paraíba,
não obtendo êxito.
III Expedição (1579): Frutuoso Barbosa impôs a condição de que se ele conquistasse a paraíba, a
governaria por dez anos. Essa ideia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba,
caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa.
IV Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso
Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Barbosa
desiste após perder um filho em combate.
V Expedição (1584): Este teve a presença de Flores Valdez, Felipe de Moura e o insistente Frutuoso
Barbosa, que conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a conquista,
eles construíram os fortes de São Tiago e São Felipe.
Conquista da Paraíba
Para as jornadas o Ouvidor Geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por brancos, índios,
escravos e até religiosos. Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, fogem e são
aprisionados. Ao saber que eram índios Tabajaras, Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua
luta era contra os Potiguaras (rivais dos Tabajaras). Após o incidente, Leitão procurou formar uma aliança
com os Tabajaras, que por temerem outra traição, a rejeitaram.
Depois de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente chegaram aos fortes (São Felipe e São Tiago),
ambos em decadência e miséria devido as intrigas entre espanhóis e portugueses. Com isso Martim
52
A Tragédia de Tacunhaém foi uma tragédia na qual índios mataram todos os moradores de um engenho.
Fundação da Paraíba
Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e outros para edificar a Cidade de Nossa
Senhora das Neves. Com o início das obras, Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos franceses
que permaneciam na Paraíba.
Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Paraíba foi a terceira cidade a ser fundada
no Brasil e a última do século XVI.
Pilar: O início de seu povoamento aconteceu no final do século XVI, quando fazendas de gado foram
encontradas pelos holandeses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi elevada à vila em 5
de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão do Padre Martim Nantes naquela região. Pilar foi
elevada à município em 1985, quando o cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal atividade da
região.
Sousa: Hoje a sexta cidade mais populosa do Estado e dona de um dos mais importantes sítios
arqueológicos do país (Vale dos Dinossauros), Sousa era um povoado conhecido por "Jardim do Rio do
Peixe". A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapidamente o processo de povoamento e
progresso do local. Em 1730, já viviam aproximadamente no vale 1468 pessoas.
Sousa foi elevada à vila com o nome atual em homenagem ao seu benfeitor, Bento Freire de Sousa,
em 22 de julho de 1766. Sua emancipação política se deu em 10 de julho de 1854.
Campina Grande: Sua colonização teve início em 1697. O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo
instalou na região um povoado. Os indígenas formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia surgiu uma
feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se então que as características comerciais de
Campina Grande nasceram desde sua origem.
Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Sua
elevação à vila com o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790. Hoje, Campina
Grande é a maior cidade do interior do Nordeste.
São João do Cariri: Tendo sida povoada em meados do século XVII pela enorme família Cariri que
povoava o sítio São João, entre outros, esta cidade que atualmente não se destaca muito à nível estadual
foi elevada à vila em 22 de março de 1800. Sua emancipação política é datada de 15 de novembro de
1831.
Pombal: No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Ledo realizou uma entrada através do rio
Piranhas. Nesta venceu o confronto com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que inicialmente recebeu
o nome do rio (Piranhas). Devido ao sucesso da entrada não demorou muito até que passaram a chamar
o local de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em homenagem a uma santa.
Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em homenagem à padroeira da cidade considerada
uma relíquia história nos dias atuais. Sob força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de 1766, o
município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à
vila em 3/4 de maio de 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do município.
Areia: Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi elevada à freguesia com o nome de
Nossa Senhora da Conceição pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta data é considerada também
como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política se deu em 18 de maio de 1846, pela lei de
criação número 2. Hoje, Areia se destaca como uma das principais cidades do interior da Paraíba,
principalmente por possuir um passado histórico muito atraente.
João Tavares
João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. Foi
também encarregado pelo Ouvidor-Geral, Martim Leitão, de construir uma nova cidade.
Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pedreiros e carpinteiros, entre outros
trabalhadores do gênero. Chegaram também jesuítas e outras pessoas para residir na cidade.
Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d’El-Rei, em Tibiri, e o forte de São Sebastião,
construído por Martim Leitão para a proteção do engenho.
Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios. Eles ainda fundaram um Centro de
Catequese e em Passeio Geral edificaram a capela de São Gonçalo.
O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por Duarte Gomes da Silveira, natural de
Olinda.
Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Capitania da Paraíba durante mais de 50
anos. Rico, ajudou financeiramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se encontra o
Colégio Nossa Senhora das Neves.
Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania, João Tavares foi posto para fora em
1588, devido à política do Rei.
Frutuoso Barbosa
Devido à grande insistência perante a corte e por defender alguns direitos, Frutuoso Barbosa foi, em
1588, nomeado o novo capitão-mor da Capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro Cueva, ao qual foi
encarregado de controlar a parte militar da capitania.
Neste mesmo período, chegaram alguns Frades Fransciscanos, que fundaram várias aldeias e por
não serem tão rigorosos no ensino religioso como os Jesuítas, entraram em desentendimento com estes
últimos. Esse desentendimento prejudicou o governo de Barbosa, pois aproveitando-se de alguns
descuidos, os índios Potiguaras invadiram propriedades. Vieram em auxílio de Barbosa o capitão-mor de
Itamaracá, com João Tavares, Piragibe e seus índios. No caminho, João Tavares faleceu de um mal
súbito. Quando o restante do grupo chegou à Paraíba, desalojou e prendeu os Potiguaras.
Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Barbosa ordenou a construção de uma fortaleza em
Cabedelo.
Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras, porém, devido a interferência dos Jesuítas,
as obras foram concluídas pelos fransciscanos e seus homens.
Em homenagem a Felipe II, da Espanha, Barbosa mudou o nome da cidade de Nossa Senhora das
Neves para Felipéia de Nossa Senhora das Neves.
Devido às infinitas lutas entre o capitão Pedro Cueva e os Potiguaras e os desentendimentos com os
Jesuítas, houve a saída da Cueva e a decisão de Barbosa de encerrar o seu governo, em 1591.
Os Jesuítas
Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à Capitania da Paraíba, acompanhando
todas as suas lutas de colonização.
Ao mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas se puseram a construir um colégio na Felipéia. Porém,
devido a desavenças com os fransciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos como os
jesuítas, a ideia foi interrompida. Aproveitando esses desentendimentos, o rei que andava descontente
com os jesuítas pelo fato de estes não permitirem a escravização dos índios, culpou os jesuítas pela
rivalidade com os fransciscanos e expulsou-os da capitania.
Os Franciscanos
Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres franciscanos, com o objetivo de catequizar os
índios.
O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fundar o primeiro convento da capitania.
Seu trabalho se concentrou em várias aldeias, o que o tornou importante.
No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desentendimentos, pois os franciscanos, assim
como os jesuítas, não escravizavam os índios. Ocorreu que depois de certo desentendimentos entre os
franciscanos, Feliciano e o governador geral, Feliciano acabou se acomodando junto aos frades.
A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos em um sítio muito grande, onde atualmente
se encontra a praça São Francisco.
Os Beneditinos
O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um convento na Capitania da Paraíba. O
governador da capitania recebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação. Resolveu doar
um sítio, que seria a ordem do superior geral dos beneditinos.
A condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído em até 2 anos. O mosteiro
não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do sítio.
A igreja de São Bento se encontra atualmente na rua nove, onde ainda há um cata-vento em lâmina,
construído em 1753.
Os Missionários Carmelitas
Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henrique, em 1580. Mas devido a um incidente
na chegada que colheu os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas demorou oito
anos.
Os carmelitas chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob domínio espanhol. Os carmelitas
chegaram, fundaram um convento e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas aqui é
incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos nas invasões holandesas.
Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da revolução francesa, mas logo depois
este foi demolido para servir de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques.
Pelos carmelitas foi fundada a Igreja do Carmo.
A População Indígena
Na Paraíba haviam duas raças de índios, os Tupis e os Cariris (também chamados de Tapuias).
Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos.
Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo de aproximadamente 5
milpessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara.
Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocupavam uma pequena região entre o
rio Grande do Norte e a Paraíba.
Esses índios locomoviam-se constantemente, deixando aldeias para trás e formando outras. Com esta
constante locomoção os índios ocuparam áreas antes desabitadas.
Os índios Cariris se encontravam em maior número que os Tupis e ocupavam uma área que se
estendia desde o Planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um grande lago. Estudiosos acreditam que eles
tenham vindo do Amazonas ou da Lagoa Maracaibo, na Venezuela.
Os Cariris velhos, que teriam sido civilizados antes dos cariris novos, se dividiam em muitas tribos;
sucuru, icós, ariu e pegas, e paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas contra os
bandeirantes.
O nível de civilização do índio paraibano era considerável. Muitos sabiam ler e conheciam ofícios como
a carpintaria. Esses índios tratavam bem os jesuítas e os missionários que lhes davam atenção.
A maioria dos índios estavam de passagem do período paleolítico para o neolítico. A língua falada por
eles era o tupi-guarani, utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios. O tupi-guarani
mereceu até a criação de uma gramática, elaborada por Padre José de Anchieta.
Invasões Holandesas
Em 1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na batalha de Alcácer-Quibir, na África,
deixando o trono português para seu tio, o cardeal D. Henrique, o qual devido à sua avançada idade
acabou morrendo em 1579, sem deixar herdeiros. O Rei da Espanha, Felipe II, que se dizia primo dos
reis portugueses, com a colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército, conseguiu em 1580 o
trono português.
A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou os interesses holandeses, pois eles
estavam travando uma luta contra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável pelo
comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes garantiam altos lucros. Dessa forma, rivais dos
espanhóis, os holandeses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que lhes trouxe grande
prejuízo.
Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as colônias portuguesas, o governo e
companhias privadas holandesas formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as colônias.
A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624, em Salvador. O governador da Bahia,
Diogo de Mendonça Furtado, havia se preparado para o combate, porém com o atraso da esquadrilha
holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão quando foram pegos de surpresa.
Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por Marcos Teixeira, as forças brasileiras
mataram vários chefes batavos, enfraquecendo as tropas holandesas. Em maio de 1625, eles foram
expulsos da Bahia pela esquadra de D. Fradique de Toledo Osório.
Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por Hendrikordoon, seguiram para Baía da
Traição, onde desembarcaram e se fortificaram. Tropas paraibanas, pernambucanas e índios se uniram
a mando do governador Antônio de Albuquerque e Francisco Carvalho para expulsar os holandeses. A
derrota batava veio em agosto de 1625.
Após esse conflito ao holandeses seguiram para Pernambuco, onde o governador Matias de
Albuquerque, objetivando deixá-los sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e entrincheirou-
se.
Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras foram expulsos por Francisco Coelho.
Percebe-se nesse período a grande defesa da terra.
Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, foi reconstruída e guarnecida
e a sua frente, na margem oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.
Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callenfels, 1600 batavos desembarcaram na
Paraíba. Ocorreu um tiroteio, os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de Santa
Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 homens vindos de Felipéia de Nossa Senhora
das Neves a mando do governador.
Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma trincheira em frente a fortaleza. Os
holandeses tentam impedir, mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para
Pernambuco.
Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas Matias de Albuquerque, 200 índios e 3
companhias paraibanas os impediram de desembarcar.
Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, mas ao desembarcarem
percebam a trincheira levantada pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e
voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.
Ippo Elyssens: Foi um administrador violento e desonesto. Apoderou-se dos melhores engenhos da
capitania.
Elias Herckmans: Governador holandês importante, que governou por cinco anos.
Sebastian Von Hogoveen: Governaria no lugar de Elias H., mas morreu antes de assumir o cargo.
Daniel Aberti: Substituto do anterior.
Gisberk de With: Foi o melhor governador holandês, pois era honesto, trabalhador e humano.
Análise Política
Na administração colonial do Brasil, foram configurados três modalidades de estatutos políticos: o das
capitanias hereditárias, o do governo geral e o do Vice-reino. Na Paraíba, tivemos a criação da Capitania
Real em 1574.
Em 1694, depois de mais de noventa anos de fundação, esta capitania se tornou independente.
Entretanto, passados mais de sessenta anos, a capitania da Paraíba foi anexada à de Pernambuco
em 1º de janeiro de 1756.
Houve prejuízo nesta fusão para a capitania paraibana, além de prejudicar o Real Serviço, em virtude
das complicações de ordem General de Pernambuco, do governador da Paraíba e do Rio Grande do
Norte.
Por isto, em 1797, o governador da capitania, Fernando Castilho dá um depoimento, descrevendo a
situação da Capitania Real da Paraíba à Rainha de Portugal. Em 11 de janeiro de 1799, pela Carta Régia,
a Capitania da Paraíba separou-se da de Pernambuco.
O interior da capitania foi devastado por bandeirantes, que penetravam até o Piauí. Entretanto a
conquista do Sertão foi realizada pela família Oliveira Ledo.
Outro fato político foram as constantes invasões de franceses a mando da própria coroa francesa.
A invasão holandesa e a Guerra dos Mascates, em que a Paraíba esteve sempre presente com
heroísmo de seus filhos, tiveram a sua consequência política, uma vez que estimulou o sentimento
nacionalista dos paraibanos.
Análise Econômica
Na época colonial, a Paraíba ofereceu no aspecto econômico um traço digno de registro. Entre os
principais produtos e fontes de riqueza, destacavam-se o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o algodão e o
comércio de negros.
O pau-brasil, proveniente da Ásia, era conhecido como ibira-pitanga pelos índios. O seu valor como
matéria prima de tinturaria foi atestado na Europa e na Ásia. Daí a sua importância econômica.
Pernambuco e Paraíba figuravam entre os pontos do Brasil onde a ibira-pitanga era mais encontrada.
A cana-de-açúcar, que foi a principal riqueza da Paraíba com os seus engenhos, veio do Cabo Verde.
Foi plantada inicialmente na Capitania de Ilhéus.
A cana não se aclimatou na Europa. Na idade média o açúcar era um produto raro de preço exorbitante.
Figurava em testamento no meio das joias.
O Tráfico de Escravos
No início da colonização, começaram a ser introduzidos no Brasil os escravos. A data é omissa, mas
presume-se que tenham vindo primeiro com Martim Afonso de Souza para a Capitania da São Vicente.
Na Paraíba, o empreendimento do comércio de negros iniciou-se logo após o Decreto Real de 1559,
da Regente Catarina permitindo aos engenhos comprar cada um doze (12) escravos.
O escravo era mercadoria cara. Seu valor médio oscilava entre 20 e 30 libras esterlinas.
Revoluções Liberais: A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pelo surgimento de ideias
revolucionárias. No mundo surgia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que procurava
descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos mais degradantes e cruéis da sociedade. Na
Paraíba as ideias revolucionárias foram estimuladas pela maçonaria.
Revolução Praieira: Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província de Pernambuco
entre 1848/49. Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta consiste
não apenas em um movimento de protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que
pretendia estabelecer reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos citar: a divisão
dos latifúndios; a liberdade de imprensa; democracia; fim da importação de indústrias têxteis; fim do
domínio português sobre o comércio de Recife; fim da oligarquia política, entre outros.
Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores (grandes latifundiários e comerciantes
portugueses). O principal jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por causa disto,
os liberais ficaram conhecidos como praieiros.
A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conservadores de Olinda, ao sétimo dia do mês
de novembro de 1848. Em 1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter sido
derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco, Borges da Fonseca continuou a lutar na
Paraíba. Outros líderes foram torturados ou assassinados. Este foi o último movimento revolucionário do
Império.
Confederação do Equador: Esta revolta surgiu com a atitude autoritária de D. Pedro I, o qual
dissolveu a Assembleia Constituinte. Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Manoel
Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que gozava de grande popularidade entre
os pernambucanos, por uma apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto). Desta forma, as câmaras
municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo de Barreto.
Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revolta, pedindo apoio às outras províncias
nordestinas. Seu objetivo era reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de
Confederação do Equador.
Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Porém a
repressão sobre esta revolta foi intensa. D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a derrota
das tropas republicanas de Pernambuco, as outras províncias se enfraqueceram e foram derrotadas.
Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, que morreu fuzilado, pois ninguém tinha
coragem de enforcá-lo.
Revolta dos Quebra-Quilos: Ocorrida em 1874, ficou assim conhecida pela modificação que
provocou no sistema de pesos e medidas, fato este que provocou uma grande revolução na Paraíba. Esta
revolta causou muitas prisões, inclusive a do padre de Campina Grande (Calisto Correia Nóbrega).
Ronco da Abelha: A revolta do ronco da abelha se deu nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará
e Paraíba, em 1851, com o intuito de fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com a queda do
tráfego negreiro, os homens livres foram trabalhar.
Princesa Isabel: Frente de oposição ao presidente João Pessoa, na cidade de Princesa Isabel,
Paraíba teve como líder José Pereira, que possuía amizades influentes no Estado.
Coluna Prestes: Foi um movimento iniciado por alguns políticos que estavam descontentes com o
governo do presidente do Rio Grande do Sul, e velhos participantes da Revolta Federalista de 1893.
Seus principais líderes foram: Luís Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távola.
Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, conseguiram romper as barreiras do sul.
Ao final, a Coluna se retirou para a Bolívia, o Paraguai e a Argentina.
Sítios Arqueológicos da PB
Em se tratando de arqueologia, a Paraíba possui um potencial invejável.
No município de Ingá, encontra-se o sítio arqueológico mais visitado do Estado, conhecido como Pedra
do Ingá, onde estão gravadas, na dura rocha, no leito de um rio, dezenas e dezenas de inscrições
rupestres, formando fantásticos painéis com mensagens até hoje não decifradas.
Embora ainda fazendo parte do desconhecido, os achados da Pedra do Ingá estão já há bastante
tempo catalogados por notáveis arqueólogos como um dos mais importantes documentos líticos,
motivando permanente e incessantes pesquisas, que buscam informações mais nítidas sobre a vida e os
costumes de civilizações passadas.
Seriam as itacoatiaras do Ingá manifestações dos deuses? O que estes antepassados quiseram
transmitir, com suas inscrições sincronizadas, esculpidas na rocha? As respostas vêm sendo tentadas
por arqueólogos, antropólogos, astrônomos e ufólogos, que chegam de várias partes do mundo,
interessados em desvendar esses mistérios.
Questões
01. (PC/PB – Agente de Investigação e Polícia – CESPE) Na Paraíba, a ação dos preadores havia
motivado desentendimentos com os tupinambás, lá chamados de potiguaras, comedores de camarão. A
resistência das comunidades formadas por esses indígenas, aliada às peculiaridades da navegação
naquelas costas, cujo regime de ventos e correntes dificultava a viagem de retorno e as comunicações
com Pernambuco, fez com que a guerra pela conquista da Paraíba se prolongasse durante mais de 25
anos. A inimizade surgiu pela ação de mamelucos, mestiços que andavam resgatando peças cativas e
amealhando outras mercadorias, roubando-as com violência e enganos. Em 1574, o rapto de uma cunhã
do sertão serviu de pretexto para o início das hostilidades entre os colonos portugueses e os habitantes
da Paraíba. Nessa ocasião, dois engenhos foram assaltados e queimados e um dos donos ali foi morto.
Nos 25 anos seguintes, várias outras tentativas de colonização foram patrocinadas pelas autoridades
portuguesas e pelos colonos mais ricos da capitania de Pernambuco. Todas foram repelidas pelos nativos
com auxílio francês.
Em 1580, um abastado colono pernambucano, Frutuoso Barbosa, ofereceu-se para conquistar esses
territórios em troca de privilégios - terras e gentio. Ao chegar à boca da barra do Paraíba, ele encontrou
7 naus francesas, queimou 5 e matou alguns marinheiros. Sob ataque cerrado dos nativos e dos
franceses, recuou para Pernambuco. Na segunda investida, Frutuoso limitou-se a queimar navios
franceses. Em 1583, deixou Pernambuco nova expedição destinada a conquistar a Paraíba.
Depois de queimar navios e espantar os potiguaras, fundaram uma fortaleza e um povoado nas
imediações da barra do rio Paraíba. Na medida em que os portugueses se assenhoreavam do litoral da
Paraíba, os franceses passaram a fortificar-se na baía da Traição. Em 1586, a guarnição de soldados
portugueses e espanhóis bateu em retirada. Nova expedição vinda de Pernambuco, em 1586, conseguiu
desalojar os franceses da baía da Traição, mas não conseguiu dobrar a resistência dos potiguaras. Os
franceses rumaram para o Rio Grande.
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: SENAC,
2008, p. 97-100 (com adaptações).
Quanto ao processo de conquista do território paraibano, ainda no primeiro século da colonização
portuguesa no Brasil, assinale a opção incorreta.
(A) A reação dos potiguaras mostrou-se vigorosa e, não raro, contou com ajuda de outros europeus.
(B) A conquista foi rápida, tal como se estendeu o processo de ocupação da área.
(C) Ações dos luso-brasileiros, com roubos, engodos e preações, motivaram a hostilidade dos
potiguaras.
(D) Pernambuco constituiu-se em área nuclear da conquista do litoral nordestino, inclusive da Paraíba.
(E) A agroindústria açucareira garantiu a colonização do Nordeste.
02. (PC/PB – Agente de Investigação e Polícia – CESPE) Na Paraíba, a ação dos preadores havia
motivado desentendimentos com os tupinambás, lá chamados de potiguaras, comedores de camarão. A
resistência das comunidades formadas por esses indígenas, aliada às peculiaridades da navegação
naquelas costas, cujo regime de ventos e correntes dificultava a viagem de retorno e as comunicações
com Pernambuco, fez com que a guerra pela conquista da Paraíba se prolongasse durante mais de 25
Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20
. 94
anos. A inimizade surgiu pela ação de mamelucos, mestiços que andavam resgatando peças cativas e
amealhando outras mercadorias, roubando-as com violência e enganos. Em 1574, o rapto de uma cunhã
do sertão serviu de pretexto para o início das hostilidades entre os colonos portugueses e os habitantes
da Paraíba. Nessa ocasião, dois engenhos foram assaltados e queimados e um dos donos ali foi morto.
Nos 25 anos seguintes, várias outras tentativas de colonização foram patrocinadas pelas autoridades
portuguesas e pelos colonos mais ricos da capitania de Pernambuco. Todas foram repelidas pelos nativos
com auxílio francês.
Em 1580, um abastado colono pernambucano, Frutuoso Barbosa, ofereceu-se para conquistar esses
territórios em troca de privilégios - terras e gentio. Ao chegar à boca da barra do Paraíba, ele encontrou
7 naus francesas, queimou 5 e matou alguns marinheiros. Sob ataque cerrado dos nativos e dos
franceses, recuou para Pernambuco. Na segunda investida, Frutuoso limitou-se a queimar navios
franceses. Em 1583, deixou Pernambuco nova expedição destinada a conquistar a Paraíba.
Depois de queimar navios e espantar os potiguaras, fundaram uma fortaleza e um povoado nas
imediações da barra do rio Paraíba. Na medida em que os portugueses se assenhoreavam do litoral da
Paraíba, os franceses passaram a fortificar-se na baía da Traição. Em 1586, a guarnição de soldados
portugueses e espanhóis bateu em retirada. Nova expedição vinda de Pernambuco, em 1586, conseguiu
desalojar os franceses da baía da Traição, mas não conseguiu dobrar a resistência dos potiguaras. Os
franceses rumaram para o Rio Grande.
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: SENAC,
2008, p. 97-100 (com adaptações).
Segundo o texto, além das dificuldades inerentes à navegação na área, os problemas vividos pelos
portugueses e colonos de Pernambuco, nas tentativas de conquista da Paraíba, explicam-se, entre outros
fatores, pela
(A) reação dos índios locais aos luso-brasileiros que queriam aprisioná-los e escravizá-los.
(B) recusa da Coroa portuguesa em auxiliá-los na difícil empreitada.
(C) imensa distância marítima que teriam de vencer para alcançar a região.
(D) impossibilidade de comunicação verbal com os indígenas locais.
(E) diversidade étnica e cultural a ser enfrentada no território paraibano.
Gabarito
01. E/ 02. A
Relevo
A maior parte do território paraibano é constituída por rochas resistentes, e bastantes antigas, que
remontam a era pré-cambriana com mais de 2,5 bilhões de anos.
Elas formam um complexo cristalino que favorecem a ocorrência de minerais metálicos, não metálicos
e gemas. Os sítios arqueológicos e paleontológicos, também resultam da idade geológica desses
terrenos.
No litoral temos a Planície Litorânea que é formada pelas praias e terras arenosas.
Na região da mata, temos os tabuleiros que são formados por acúmulos de terras que descem de
lugares altos.
No Agreste, temos algumas depressões que ficam entre os tabuleiros e o Planalto da Borborema, onde
apresenta muitas serras, como a Serra de Teixeira, etc.
No sertão, temos uma depressão sertaneja que se estende do município de Patos até após a Serra da
Viração.
Planalto da Borborema
O Planalto da Borborema é o mais marcante do relevo do Nordeste. Na Paraíba ele tem um papel
fundamental no conjunto do relevo, rede hidrográfica e nos climas. As serras e chapadas atingem altitudes
que variam de 300 a 800 metros de altitude.
A Serra de Teixeira é uma das mais conhecidas, com uma altitude média de 700 metros, onde se
encontra o ponto culminante da Paraíba, a saliência do Pico do Jabre, que tem uma altitude de 1.197
metros acima do nível do mar, e fica localizado no município de Matureia.
53
https://www.algosobre.com.br/geografia/geografia-da-paraiba-aspectos-naturais-relevo-clima-hidrografia-vegetacao.html.
Clima
O clima nesta região varia de acordo com o relevo. Na Baixada Litorânea e na encosta leste da
Borborema predomina o clima tropical úmido, com chuvas de outono-inverno e estação seca durante o
verão.
As chuvas no litoral atingem índices de 1.700 mm anuais e temperaturas na casa dos 24° C. Seguindo
para o interior as chuvas diminuem (800 mm - encosta leste da Borborema), voltando a aumentar o índice
pluviométrico no topo do planalto para 1.400 mm.
Dominando o planalto da Borborema, exceto a encosta leste, está o clima semiárido quente; o índice
pluviométrico nesta região pode ser considerado baixo chegando a 500-600 mm anuais.
O menor índice pluviométrico anual do Brasil é registrado no município de Cabaceiras, 279 mm.
Uma terceira tipologia climática ocorre a oeste do Estado, no planalto do rio Piranhas é o Clima tropical
úmido caracterizado por apresentar chuvas de verão e inverno seco, as temperaturas médias anuais são
elevadas, marcando 26° C.
O índice pluviométrico é de 600 a 800 mm/ano. A leste da Borborema as chuvas são irregulares, o que
resulta em secas prolongadas.
Vegetação
A vegetação litorânea do estado da Paraíba apresenta, matas, manguezais e cerrados, que recebem
a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneias e arbustos tortuosos, predominantemente
representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras.
Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre verdes, como
a peroba e a sucupira.
Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à
sobrevivência neste tipo de ambiente natural.
A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela presença da caatinga,
devido ao clima quente e seco característico da região.
A caatinga pode ser do tipo arbóreo, com espécies como a baraúna, ou arbustivo representado, entre
outras espécies pelo xique-xique e o mandacaru.
Hidrografia
Na hidrografia da Paraíba, os rios fazem parte de dois setores, Rios Litorâneos e Rios Sertanejos.
Rios Sertanejos
Rio Mamanguape
São rios que vão em direção ao norte em busca de terras baixas e desaguando no litoral do Rio Grande
do Norte.
O rio mais importante deste grupo é o Rio Piranhas, que nasce na Serra de Bongá, perto da divisa
com o estado do Ceará. Esse rio é muito importante para Sertão da Paraíba, pois através desse rio é feita
a irrigação de grandes extensões de terras no sertão. Tem ainda outros rios, como o Rio do Peixe, Rio
Piancó e o Rio Espinhara, todos afluentes do Rio Piranhas. Os rios da Paraíba estão inseridos na Bacia
do Atlântico Nordeste Oriental e apenas os rios que nascem na Serra da Borborema e na Planície
Litorânea são perenes. Os outros rios são temporários e correm em direção ao norte, desaguando no
litoral do Rio Grande do Norte.
Questões
01. (PC/PB – Perícia – CESPE) A Paraíba está situada na porção leste da região Nordeste. Seu
território abriga o ponto extremo leste da América do Sul. Seu relevo comporta planície, planalto e
depressões. Com 1.197 metros de altitude, o pico do Jabre, na serra do Teixeira, é o ponto mais elevado
do território do estado. Quanto à vegetação, veem-se mangues, pequena área de floresta tropical e
caatinga. O clima comporta, basicamente, dois tipos: tropical e semiárido. Entre suas principais cidades,
estão a capital João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux, Sousa, Guarabira, Cajazeiras,
Sapé e Cabedelo.
A ocupação e a colonização da Paraíba tiveram início no mesmo século em que começou a
colonização do Brasil. A fundação da Vila de Felipéia de Nossa Senhora das Neves ocorreu em 1585. A
cana-de-açúcar esteve na origem da colonização do território paraibano, vinda de Pernambuco. O
desenvolvimento da economia açucareira atraiu a atenção de outros europeus que tentaram se fixar na
região. Na mesma época, na região em torno da atual Campina Grande, desenvolvia- se a pecuária. No
século XIX, a Paraíba envolveu-se nas lutas pela independência do Brasil. Em 1874, uma revolta,
verdadeira insurreição popular contra a pobreza, a fome, os impostos elevados e o descaso pela
população sertaneja, sacudiu a província. Na Primeira República (1889-1930), a economia manteve-se
atrelada a uma agricultura estagnada e, sob o ponto de vista político, o Estado continuou submetido ao
poder das oligarquias. Em 1930, a Paraíba teve importante papel na Revolução que levou Getúlio Vargas
ao poder nacional.
Quanto ao relevo paraibano, a área em que predomina a planície situa-se no
(A) semiárido.
(B) centro do estado.
(C) agreste.
(D) litoral.
(E) maciço do espinhaço.
02. (PC/PB – Perícia – CESPE) A Paraíba está situada na porção leste da região Nordeste. Seu
território abriga o ponto extremo leste da América do Sul. Seu relevo comporta planície, planalto e
depressões. Com 1.197 metros de altitude, o pico do Jabre, na serra do Teixeira, é o ponto mais elevado
do território do estado. Quanto à vegetação, veem-se mangues, pequena área de floresta tropical e
caatinga. O clima comporta, basicamente, dois tipos: tropical e semiárido. Entre suas principais cidades,
estão a capital João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux, Sousa, Guarabira, Cajazeiras,
Sapé e Cabedelo.
A ocupação e a colonização da Paraíba tiveram início no mesmo século em que começou a
colonização do Brasil. A fundação da Vila de Felipéia de Nossa Senhora das Neves ocorreu em 1585. A
cana-de-açúcar esteve na origem da colonização do território paraibano, vinda de Pernambuco. O
desenvolvimento da economia açucareira atraiu a atenção de outros europeus que tentaram se fixar na
região. Na mesma época, na região em torno da atual Campina Grande, desenvolvia- se a pecuária. No
03. (PC/PB – Perícia – CESPE) A Paraíba está situada na porção leste da região Nordeste. Seu
território abriga o ponto extremo leste da América do Sul. Seu relevo comporta planície, planalto e
depressões. Com 1.197 metros de altitude, o pico do Jabre, na serra do Teixeira, é o ponto mais elevado
do território do estado. Quanto à vegetação, veem-se mangues, pequena área de floresta tropical e
caatinga. O clima comporta, basicamente, dois tipos: tropical e semiárido. Entre suas principais cidades,
estão a capital João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux, Sousa, Guarabira, Cajazeiras,
Sapé e Cabedelo.
A ocupação e a colonização da Paraíba tiveram início no mesmo século em que começou a
colonização do Brasil. A fundação da Vila de Felipéia de Nossa Senhora das Neves ocorreu em 1585. A
cana-de-açúcar esteve na origem da colonização do território paraibano, vinda de Pernambuco. O
desenvolvimento da economia açucareira atraiu a atenção de outros europeus que tentaram se fixar na
região. Na mesma época, na região em torno da atual Campina Grande, desenvolvia- se a pecuária. No
século XIX, a Paraíba envolveu-se nas lutas pela independência do Brasil. Em 1874, uma revolta,
verdadeira insurreição popular contra a pobreza, a fome, os impostos elevados e o descaso pela
população sertaneja, sacudiu a província. Na Primeira República (1889-1930), a economia manteve-se
atrelada a uma agricultura estagnada e, sob o ponto de vista político, o Estado continuou submetido ao
poder das oligarquias. Em 1930, a Paraíba teve importante papel na Revolução que levou Getúlio Vargas
ao poder nacional.
Situada em território paraibano, a ponta do Seixas é
(A) o limite geográfico ocidental do continente sul-americano.
(B) o acidente geográfico mais elevado do estado.
(C) a delimitação entre as áreas territoriais de João Pessoa e Bayeux.
(D) a fronteira entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte.
(E) o ponto extremo oriental da América do Sul.
04. (PC/PB – Agente – CESPE) O planalto da Borborema fica na parte leste da região Nordeste, de
Alagoas ao Rio Grande do Norte, e é mais extenso na Paraíba e em Pernambuco. Ele serve de barreira
para os ventos úmidos vindos do oceano, o que permite a ocorrência de chuvas nas encostas leste. A
Depressão Sertaneja São Francisco estende se por todos os estados nordestinos, exceto o Maranhão e
o Piauí.
O grande problema do sertão nordestino não é a falta de chuvas, mas a sua irregularidade.
Praticamente, elas só ocorrem de dezembro a abril.
O Agreste foi povoado principalmente a partir do século XVIII, bem depois da Zona da Mata e do
Sertão. Muitas cidades que aí surgiram eram locais de feiras de compra e venda de gado.
A expansão ferroviária explica o crescimento de muitas cidades que eram pontos de partida ou de
parada dos trens, como Quixeramobim, Sobral, Campina Grande e Caruaru. O processo de modernização
da economia brasileira, no século XX, repercutiu no Nordeste, Paraíba incluída. A partir da criação da
SUDENE, em 1959, investimentos foram direcionados, entre outras atividades, para a criação de distritos
industriais, a exemplo do Centro Industrial de Aratu, na Bahia; dos distritos industriais de Cabo, Jaboatão
e Paulista, em Pernambuco; do de Gramame, na Paraíba.
Toda a produção nacional de algodão arbóreo é obtida no Nordeste. A principal área de produção
situa-se no Sertão do Ceará, da Paraíba, de Pernambuco e do Piauí. A Bahia é o maior produtor de
algodão herbáceo, seguida por Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
O Agreste, cuja economia se baseia nas atividades agropecuárias, apresenta áreas com alta
densidade demográfica e importantes centros urbanos, entre os quais se destacam Campina Grande, na
Paraíba, Caruaru e Garanhuns, em Pernambuco, que desempenham função de centros regionais.
Respostas
Alguns produtos merecem destaque no contexto de sua economia: o algodão, o sisal e o abacaxi. A
pecuária também tem importância e as principais criações são de bovinos, suínos, ovinos e equinos.
No setor industrial salientam o alimentício, metalúrgicas, e o têxtil, das indústrias voltadas aos produtos
da cana-de-açúcar.
Destaca-se a mineração (calcário, caulim, bentonita, columbita, tantalita), agricultura (abacaxi, cana-
de-açúcar, sisal, algodão, mandioca, tomate, manga, coco-da-baía, milho, feijão) e pecuária (bovinos,
suínos, caprinos, ovinos e aves).
O setor industrial responde por 16,3% do PIB estadual, de acordo com o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).
Um dos principais polos encontra-se em Campina Grande, onde estão sediadas companhias ligadas
aos setores de metalurgia e confecções. A estratégia de oferecer incentivos fiscais a empresas dispostas
a se estabelecer no Estado apresenta resultados modestos.
Entre 1995 e 1999, 14 empresas de cerâmica, cimento, alimentos e têxtil instalaram-se na Paraíba e
geraram 8 mil empregos.
Agricultura: cana-de-açúcar (4.759.682 t), banana (298.132 t), mandioca (234.410 t), milho (121.381
t), feijão (78.052 t), sisal (4.747 t), abacaxi (269.778.000 frutos), coco-da-baía (73.767.000 frutos) (prelim.
maio/2002).
Pecuária: aves (7.267.094), bovinos (952.779), caprinos (526.179), ovinos (343.844), suínos
(123.827) (2000).
Mineração: pedra britada (1.151.694 m³), granito ornamental (539.378 m³), bentonita (149.587 t),
titânio (95.812 t), zircônio (18.124 t) (2000).
Exportação (US$ 105,3 milhões): tecidos de algodão (31%), calçados (25%), peixes e crustáceos
(17%), açúcar e álcool (11%), sisal (8%).
Importação (US$ 90,2 milhões): máquinas têxteis (22%), cereais (10%), outras máquinas e motores
(8%), algodão (7%), couro e pele (5%) (2001).
54
Disponível em: https://www.algosobre.com.br/geografia/aspectos-economicos-da-paraiba.html.
Aspectos Econômicos
Sob o ponto de vista econômico, considerando a P.E.A. (população economicamente ativa)
correspondente aos setores econômicos, percebe-se que está ocorrendo uma redução no número de
pessoas ocupando o setor primário paraibano, o que confirma a saída da população do campo.
Enquanto isso, nas cidades, o setor terciário está sofrendo aumento gradativo, ao receber a população
proveniente do setor primário.
A debilidade da indústria no Estado mostrou uma redução nos percentuais da população pertencente
ao setor secundário entre as décadas de 70 e 80.
A indústria, em 1995, teve uma crescimento de 7,7% e sua produção de 2,6%, que por pouco não se
nivelou ao crescimento líquido demográfico.
Apesar da população paraibana continuar participando cada vez menos do setor primário, este ainda
representa a base da economia do Estado. Os principais produtos agrícolas paraibanos são:
Abacaxi: Sobre o qual a Paraíba se destaca como o maior produtor, tendo grande importância para a
exportação. O abacaxi é cultivado em Sapé, Mari e Mamanguape.
Sisal: Nos anos 50 e 60 foi o principal produto agrícola paraibano. Posteriormente passou a ocupar o
terceiro lugar na exportação estadual.
Cana-de-açúcar: Possui grande importância econômica, pois dela se fabrica o álcool usado como
combustível. As principais áreas de cultivo são os vales, os tabuleiros e o litoral.
Algodão: Na região sertaneja, ocupa lugar de destaque. Essa cultura já representou o principal
produto agrícola paraibano.
Mandioca, milho e feijão: São culturas de subsistência.
Bovino: Sua produção se destina basicamente a alimentação local. Localiza-se mais intensamente no
Agreste e no Sertão.
Suíno: Com a melhoria das técnicas de criação, o rebanho vem apresentando um crescimento.
Localiza-se no Cariri e no Sertão.
Caprinos e ovinos: Fornece carne e leite. Localiza-se nos Cariris e no Sertão.
Equinos, Asininos e Muares: Destinados ao transporte.
Percebe-se que a pecuária é praticada de forma extensiva na Paraíba.
O Turismo
No turismo a Paraíba se destaca especialmente devido a suas praias urbanas, primitivas e de nudismo.
Vale salientar que o ecoturismo tem crescido muito na Paraíba, com a valorização das áreas afastadas
da capital, João Pessoa. Uma das áreas citadas como referência de ponto turístico do interior é o Lajedo
de Pai Mateus. Em Campina Grande se encontra um dos maiores eventos juninos do Brasil, denominado
"O Maior São João do Mundo."
Aspectos Sociais
De acordo com o IBGE, a população paraibana no último censo em 2010, era de 3.766.528 pessoas,
com Densidade demográfica, no mesmo ano, de 66,70 hab./km².
Em 2017, a população paraibana evoluiu para o número de 4.025.558 pessoas.55
55
IBGE – Paraíba. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/panorama.
Aspectos Culturais
Folclore
As manifestações folclóricas e populares existem em grande quantidade na Paraíba. Tais
manifestações fazem parte da cultura do Estado paraibano.
Dentre estes acontecimentos, podemos citar: festas de padroeiro, festas natalinas, festas juninas,
casamentos, batizados, noivados, festas de ano novo, festas de caráter religioso, vaquejadas, exposições
agropecuárias, festas do calendário cívico, entre outras.
Artesanato
Literatura transmitida de pessoa a pessoa, que se conserva na memória do povo. Fazem parte desta
literatura: as anedotas, a cantoria de viola, a glosa, a parlenda, o folheto de cordel, o provérbio, advinha,
etc.
Anedota: Tipo de estória curta, que tem por finalidade provocar risos em alguém.
Cantoria: Atividade própria do poeta-cantador. A cantoria sofreu codificações desde o seu surgimento
até hoje, e atrai muitas pessoa para vê-la.
Parlenda: Poema feito em versos curtos, geralmente utilizados para distrais crianças.
Provérbio: Sentença breve, criada pelo povo. Tem por finalidade mostrar a experiência humana.
Festas Populares
Na Paraíba, as festas cívicas e populares são comemoradas pela população com grande entusiasmo.
Os paraibanos aprenderam a festejar acontecimentos religiosos com os portugueses, tendo influência
também dos indígenas.
Os festejos populares realizados em homenagem aos padroeiros servem para reencontrar pessoas
que não se vinham a muito tempo, especialmente familiares que vêm de outras localidades para fazer
uma visita à sua terra natal. Esses festejos também servem para o divertimento da população.
Festa de Nossa Senhora das Neves e Festa de Nossa Senhora da Penha, ambas comemoradas em
João Pessoa; e Micarande, festas populares comemoradas em Campina Grande, que atraem turistas de
todo o país;
Festa da Luz, em Guarabira;
Festa da Guia, em Patos;
Festa do Rosário, que ocorre em Pombal e Santa Luzia.
Referências Bibliográfica:
LIRA, Leandro de Lima. História da Paraíba. Disponível em: http://www.pm.pb.gov.br/arquivos/Historia_da_Paraiba.pdf.
Questões
Observe o gráfico.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Para%C3%ADba)
Os dados do gráfico permitem afirmar que, assim como o povo brasileiro, a população da Paraíba é
essencialmente mestiça e o paraibano médio é predominantemente fruto da forte mistura entre europeu
e o indígena, com alguma influência africana. A menor presença dos negros na composição étnica do
povo deveu-se ao fato de,
(A) a pecuária, que empregava em grande escala o trabalho do escravo africano, ter se tornado uma
atividade menos expressiva do que a produção açucareira.
(B) a produção de açúcar ser feita em áreas reduzidas, com mão de obra familiar e indígena, o que
diminuía o interesse dos produtores de mão de obra escrava.
(C) a cultura de cana na capitania não ter sido tão marcante como na Bahia ou em Pernambuco, o que
ocasionou menor necessidade de mão de obra africana.
(D) a economia do estado não ter sido voltada para a troca externa, como na Bahia ou em Pernambuco,
o que restringiu o comércio de escravos negros na região.
(E) as lavouras do estado serem voltadas à produção de gêneros alimentícios, realizadas em pequenas
unidades onde trabalhavam apenas alguns escravos.
Gabarito
História De Patos
Tomando por base a Bacia do Paraíba, no que se refere aos seus antigos habitantes, os registros da
história apontam os índios Cariris como pioneiros na exploração, com fixação predominante na região da
Borborema, além dos aglomerados situados nas margens dos rios do Peixe e Jaguaribe56.
Com a chegada da Nação Potiguara, proveniente do sul do Brasil, que se localizou no litoral paraibano,
passou a existir a luta pelo domínio territorial, obrigando a retirada da primeira tribo, com destino ao
interior. Nessa fuga da taba original ocorreu uma desagregação, com a formação de novos grupos,
56
Prefeitura de Patos. Sobre Patos. http://patos.pb.gov.br/governo_e_municipio/cidade
Aspectos Geográficos
População
Trabalho e Rendimento
Em 2016, o salário médio mensal era de 2.0 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em
relação à população total era de 15.3%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava
as posições 11 de 223 e 13 de 223, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava
Educação
Em 2015, os alunos dos anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 4.8 no IDEB.
Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 3.8. Na comparação com cidades do mesmo estado, a
nota dos alunos dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 48 de 223. Considerando a nota dos
alunos dos anos finais, a posição passava a 53 de 223. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14
anos) foi de 97.8 em 2010. Isso posicionava o município na posição 83 de 223 dentre as cidades do
estado e na posição 2411 de 5570 dentre as cidades do Brasil.
57
IBGE. Panorama de Patos. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/patos/panorama
Saúde
A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 16.15 para 1.000 nascidos vivos. As internações
devido a diarreias são de 2 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado,
fica nas posições 70 de 223 e 56 de 223, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo,
essas posições são de 1819 de 5570 e 1545 de 5570, respectivamente.
Território e Ambiente
Apresenta 85.5% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 89% de domicílios urbanos em
vias públicas com arborização e 5.5% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada
ATUALIDADES
Política
saúde
Caminhoneiros autônomos se dizem satisfeitos com nova proposta de Temer58
Representantes da categoria se reuniram com o presidente em Brasília. Eles disseram que vão orientar
motoristas a encerrar greve após publicação das medidas no 'Diário Oficial'.
Representantes de caminhoneiros autônomos afirmaram que aprovam as medidas para a categoria
anunciadas mais cedo neste domingo (27/05) pelo presidente Michel Temer.
Com a nova proposta, detalhada por Temer durante pronunciamento, o governo espera encerrar a
greve dos caminhoneiros, que chegou neste domingo ao sétimo dia.
Entre as medidas está a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e a isenção de
pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. Apenas a redução de R$ 0,46 no
preço do diesel custará ao governo R$ 10 bilhões.
No pacote, estava prevista a edição de três medidas provisórias para atender à demanda dos
caminhoneiros. As MPs saíram em edição extra do Diário Oficial da União publicada no fim da noite deste
domingo.
Durante o pronunciamento de Temer, foram registrados panelaços no DF, Rio de Janeiro e São Paulo.
Fim da greve?
"Saiu no 'Diário Oficial', a nossa recomendação é que aceitem [as propostas e liberem as estradas]",
afirmou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga
(Sinditac) de Ijuí (RS).
"Eles [caminhoneiros] só vão aceitar [o acordo proposto pelo governo] após saírem publicadas no
'Diário Oficial' as medidas que foram negociadas aqui", disse José da Fonseca Lopes, presidente da
Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das entidades que não tinham assinado o acordo
na quinta-feira (24/05).
O grupo não tinha assinado o acordo proposto pelo governo na quinta-feira (24/05) por entender que
ele não atendia às suas reivindicações. Diante da manutenção da greve pelos caminhoneiros, as
entidades foram chamadas de volta a Brasília neste domingo para negociar a nova proposta.
De acordo com eles, com as estradas desobstruídas, serão necessários de 8 a 10 dias para normalizar
o abastecimento de combustível e alimentos no país.
"Daquilo que se propunha, o nosso movimento está contemplado. Nós queríamos piso mínimo de frete,
suspensão no preço do combustível do PIS-Cofins, que está contemplado, queríamos a suspensão por
58
FERNANDA CALGARO. Caminhoneiros autônomos se dizem satisfeitos com nova proposta de Temer. G1 Política.
<https://g1.globo.com/politica/noticia/caminhoneiros-autonomos-se-dizem-satisfeitos-com-nova-proposta-de-temer.ghtml> Acesso em 28 de maio de 2018.
Reoneração da folha
Durante o pronunciamento, o presidente afirmou que os pontos do acordo negociado na semana
passada seguem valendo, entre eles o que tira o setor de transporte rodoviário de carga da chamada
reoneração da folha.
A proposta, que na prática eleva a arrecadação federal, já foi aprovada pela Câmara e ainda depende
de análise do Senado. Vários setores que haviam sido atendidos com a desoneração perderão o
benefício. Segundo Temer, o setor dos caminhoneiros não estará entre esses setores.
Aos 2 anos, governo Temer festeja economia, mas enfrenta impopularidade, denúncias e crise
política; relembre59
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MAZUI G. MATOSO, F. MARTELLO, A. Aos 2 anos, governo Temer festeja economia, mas enfrenta impopularidade, denúncias e crise política; relembre. G1
Política. <https://g1.globo.com/politica/noticia/aos-2-anos-governo-temer-festeja-economia-mas-enfrenta-impopularidade-denuncias-e-crise-politica-
relembre.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de maio de 2018.
Aprovação
Nove meses após tomar posse para o segundo mandato como vice-presidente, Temer afirmou num
evento, em setembro de 2015, que seria "difícil" Dilma Rousseff aguentar mais três anos no Palácio do
Planalto em razão da baixa popularidade. À época, ela tinha 8% de aprovação.
Temer assumiu a Presidência de maneira interina em maio de 2016 e no primeiro discurso afirmou
que, para governar, precisaria do "apoio do povo", que, por sua vez, precisaria "aplaudir" as medidas
adotadas.
Hoje, a aprovação do presidente, segundo o Datafolha, é de 6% - 70% consideram o governo ruim ou
péssimo.
Em recente entrevista, Temer afirmou que um publicitário disse a ele que "aproveite a impopularidade"
para fazer as reformas necessárias ao país.
Economia
O presidente apontou como maior desafio "estancar o processo de queda livre na atividade
econômica".
Em dois anos, Temer acostumou-se a badalar índices alcançados em sua gestão, como a alta do PIB
em 2017 (1%) após dois anos de retração e as quedas da inflação e da taxa básica de juros (6,5% ao
ano), a menor da série histórica do Banco Central, iniciada em 1986.
No mercado de trabalho, contudo, o governo não conseguiu reduzir o número de desempregados, pelo
contrário. Segundo o IBGE, quando Temer assumiu eram 11,4 milhões e hoje, 13,7 milhões.
Crises
Nesses dois anos à frente do Planalto, Temer enfrentou uma série de polêmicas causadas por
denúncias, delações, prisões de assessores mais próximos e investigações da Polícia Federal.
No ano passado, o presidente foi denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela
Procuradoria Geral da República (PGR). Os crimes: corrupção passiva, organização criminosa e
obstrução de Justiça.
As denúncias, baseadas nas delações da JBS, fizeram Temer viver seu momento mais dramático no
governo.
Segundo o Ministério Público, numa conversa com o dono da empresa, Joesley Batista, Temer deu
aval ao pagamento de dinheiro para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, o que o
presidente nega. O encontro aconteceu no fim da noite, fora da agenda, e foi gravado por Joesley.
O STF só poderia analisar as denúncias, porém, se a Câmara autorizasse. Nos dois casos, a maioria
dos deputados votou contra o prosseguimento dos processos e, com isso, as acusações contra Temer
só poderão ser analisadas após ele deixar o Planalto.
Investigações
Hoje, Temer é alvo de dois inquéritos que tramitam no STF. Com base nas delações de executivos da
JBS e da Obderecht, o presidente passou a ser investigado por suposto recebimento de propina na edição
do decreto dos portos e em contratos da Secretaria de Aviação Civil.
Julgamento do TSE
Em junho de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu a continuidade do governo de Michel
Temer ao absolver, por 4 votos a 3, a chapa formada por ele e por Dilma da acusação de abuso de poder
político e econômico na campanha de 2014.
A ação foi apresentada pelo PSDB após a eleição e apontava mais de 20 infrações supostamente
cometidas pela coligação encabeçada por PT e PMDB (hoje MDB).
Com o placar apertado, cujo voto decisivo foi dado pelo ministro Gilmar Mendes, então presidente do
TSE, Temer escapou da perda do atual mandato e Dilma, da inelegibilidade por 8 anos.
Reformas e concessões
Temer chegou ao poder com discurso em favor das reformas trabalhista e previdenciária, tendo como
objetivo "o pagamento das aposentadorias e a geração de emprego".
Nesses dois anos:
Nova lei trabalhista entrou em vigor;
Reforma do ensino médio foi sancionada;
Reforma da Previdência parou no Congresso;
Reforma tributária não avançou na Câmara.
Contas públicas
Quando Temer assumiu, afirmou ser preciso restaurar o equilíbrio das contas públicas "trazendo a
evolução do endividamento no setor público de volta ao patamar de sustentabilidade ao longo do tempo".
Desde então, foram anunciadas algumas medidas, como a instituição de um teto para os gastos
públicos; o aumento da tributação sobre a gasolina; a aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP) – que
diminui, com o passar do tempo, o pagamento de subsídios pelo governo.
Também foram anunciados programas de parcelamento de tributos vencidos para empresas,
produtores rurais e estados e municípios. Esses parcelamentos, mesmo criticados pela área técnica da
Receita Federal – pois influenciam para baixo o recolhimento mensal dos impostos –, contribuem para
elevar a arrecadação no curto prazo.
Programas sociais
Nos dois anos de Temer à frente do Planalto:
O Bolsa Família foi reajustado duas vezes;
O reajuste do salário mínimo ficou abaixo da inflação;
No Minha Casa, Minha Vida, de acordo com Ministério das Cidades, em 2016 foram contratadas
382.311 unidades habitacionais. Em 2017, o governo traçou como meta contratar 610 mil unidades
habitacionais, mas entregou 500 mil.
A meta para este ano é contratar 650 mil unidades – até agora, foram contratadas 125 mil unidades.
A decisão do STF é apenas um primeiro (e modesto) passo para acabar com o absurdo incentivo à
impunidade – e ainda abre margem a dúvidas e manobras
Se tudo correr como programado, termina hoje, com o voto do ministro Gilmar Mendes, o julgamento
do Supremo Terminal Federal (STF) a respeito do foro privilegiado – ou, como preferem os puristas, foro
por prerrogativa de função.
Pela legislação brasileira, 58.660 cidadãos têm o direito de ser julgados em tribunais especiais, de
acordo com um levantamento do jornal Folha de São Paulo. Tal contingente inclui do presidente da
República ao defensor público de Taboão da Serra – passando por vereadores, oficiais das Forças
Armadas, juízes, procuradores, prefeitos, governadores e, naturalmente, deputados e senadores.
O processo em julgamento no STF examina apenas o que fazer em relação aos 594 deputados
federais e senadores. É provável que a decisão tenha implicação para os demais cargos, mas ela não
será automática. Dependerá de decisões posteriores da Justiça.
Sete dos ministros já votaram em favor da nova interpretação proposta pelo relator, o ministro Luís
Roberto Barroso. Ela prevê a manutenção do foro especial apenas para crimes cometidos no cargo, em
função de atividades relativas ao cargo.
A divergência, iniciada pelo ministro Alexandre de Moraes, afirma que tal critério abrirá margem a
interpretações subjetivas quando casos concretos vierem a julgamento. Ele propôs que todo crime
atribuído a parlamentar seja julgado no STF a partir do momento da diplomação, até o fim do mandato,
não importando a natureza.
O argumento vitorioso de Barroso atém-se ao princípio do foro especial: ele existe para proteger o
cargo de ingerências políticas. O argumento de Alexandre é de ordem prática: a decisão poderá tornar
os julgamentos ainda mais complexos e morosos.
Ser julgado no STF é considerado um privilégio justamente por que, na visão predominante, lá os
processos costumam demorar mais, e os crimes prescrevem.
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GUROVITZ, HELIO. O foro privilegiado não acaba hoje. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/blog/helio-gurovitz/post/2018/05/03/o-foro-
privilegiado-nao-acaba-hoje.ghtml> Acesso em 04 de maio de 2018.
Lula chega a Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro61
61
G1 PR. Lula chega a Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro. G1 RPC. Disponível em: <https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/lula-chega-
a-curitiba-para-cumprir-pena-por-corrupcao-passiva-e-lavagem-de-dinheiro.ghtml> Acesso em 09 de abril de 2018.
Mandado de prisão
O ex-presidente é acusado de receber o triplex no litoral de SP como propina dissimulada da
construtora OAS para favorecer a empresa em contratos com a Petrobras. O ex-presidente nega as
acusações e afirma ser inocente.
Lula foi condenado por Moro na primeira instância, e a condenação foi confirmada na segunda
instância pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
A defesa tentou evitar a prisão de Lula com um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal
(STF), mas o pedido foi negado pelos ministros, por 6 votos a 5, em votação encerrada na madrugada de
quinta.
Na tarde de quinta, o TRF-4 enviou um ofício a Moro autorizando a prisão, e o juiz expediu o mandado
em poucos minutos.
Os advogados de Lula, porém, questionaram a ordem de prisão porque ainda poderiam apresentar ao
TRF-4 os chamados "embargos dos embargos de declaração".
Depois, a defesa ainda tentou evitar a prisão com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no
STF, que também foram rejeitados.
Entendimento foi defendido pelo ministro Luiz Fux, relator da matéria e presidente do Tribunal Superior
Eleitoral.
Nesta quinta-feira (01/03), os ministros do Supremo derrubaram a chamada modulação da Lei da Ficha
Limpa. Na prática, isso quer dizer que a lei vale não só para os candidatos nas eleições, mas também
para os atuais ocupantes de cargos eletivos.
Por seis votos a cinco, os ministros do Supremo decidiram em outubro de 2017 que a Lei da Ficha
Limpa deve ser aplicada para políticos condenados por abuso de poder político e econômico antes de
2010, quando ela passou a vigorar. A lei tornou o condenado inelegível por oito anos.
Em 2017, o ministro Luiz Fux afirmou que ter a ficha limpa é uma pré-condição para uma pessoa se
candidatar, que inelegibilidade não é pena e que, por isso, não significa que a lei vai retroagir.
“Há de se entender que, mesmo no caso em que o indivíduo já foi atingido pela inelegibilidade, de
acordo com as hipóteses e prazos anteriormente previstos na lei complementar 64, vejam o grau de
cognição e discussão nas ações de controle da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, mesmo nesses
casos esses prazos poderão ser estendidos, se ainda em curso, ou mesmo restaurados para que
cheguem a oito anos por força da lex nova, desde que não ultrapasse esse prazo”.
Mas no julgamento de outubro, faltou decidir sobre a partir de quando essa decisão seria aplicada. É
o que se chama de modular a decisão. Nesta quinta, o ministro Ricardo Lewandowski defendeu que a lei
só fosse aplicada a partir das eleições de 2018.
“Fui informado pela liderança do governo na Câmara de que a prosperar a decisão da Suprema Corte,
alcançada por maioria muito estreita, de seis a cinco, nós atingiríamos o mandato de 24 prefeitos,
abrangendo cerca de 1,5 milhão, um número incontável de vereadores e também não se sabe ao certo
quantos deputados estaduais em exercício do mandato seriam atingidos”.
Os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Alexandre de
Moraes manifestaram a mesma opinião de Lewandowski.
Os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Edson Fachin e a presidente do
Supremo, Cármen Lúcia, ficaram contra.
Fux argumentou que os candidatos que concorreram nas eleições passadas, apoiados em liminares
da Justiça, sabiam do risco que estavam correndo e defendeu que a Lei da Ficha Limpa seja aplicada a
todos os casos anteriores a ela.
“Qualquer modulação esbarraria, digamos assim, num custo político gravíssimo de termos impedido
várias pessoas de concorrer e ao mesmo tempo fechar os olhos para candidaturas eivadas de vício
gravíssimo, reprovadas por uma lei com amplo apoio da soberania popular e chancelada a sua
constitucionalidade. Não modulo”.
A Lei da Ficha Limpa só poderia ser modulada com os votos favoráveis de ao menos oito dos 11
ministros. Como apenas seis ministros votaram a favor da modulação, prevalece a decisão tomada pelo
Supremo em outubro de 2017. Políticos condenados por abuso do poder econômico e político, mesmo
antes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, ficam inelegíveis por oito anos, inclusive os eleitos nas
eleições passadas.
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JORNAL NACIONAL. Ficha Limpa passa a valer também para ocupantes de cargos eletivos. G1 Jornal Nacional. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2018/03/ficha-limpa-passa-valer-tambem-para-ocupantes-de-cargos-eletivos.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=jn>
Acesso em 02 de março de 2018.
Pasta terá função de integrar e coordenar ações de segurança entre União e estados; PF e PRF
responderão ao novo ministro. Criação do ministério terá de ser aprovada pelo Congresso.
Integrantes do governo anunciaram na noite deste domingo (25/02) que o Ministério da Segurança
Pública, anunciado nos últimos dias pelo presidente Michel Temer, será criado nesta segunda (26/02)
Os detalhes sobre a criação da nova pasta foram discutidos por Temer em uma reunião no Palácio do
Jaburu.
Participaram do encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral),
Torquato Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança
Institucional) e Gustavo Rocha (interino dos Direitos Humanos), além do deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS), um dos vice-líderes do governo na Câmara.
Segundo o deputado, a nova estrutura será criada por meio de uma medida provisória, que deve ser
publicada no "Diário Oficial da União" de terça-feira. Será o 29º ministério do governo Temer.
Por se tratar de uma MP, a criação do novo ministério passará a valer a partir do momento de sua
publicação, mas terá de ser aprovada pelo Congresso em até 60 dias, que podem ser prorrogáveis por
mais 60.
Perondi afirmou ainda que o anúncio do nome do novo ministro poderá ser feito ainda nesta segunda.
Ele disse, porém, que ainda não há definição sobre o nome a ser escolhido.
"Tem 10 nomes, mas não tem o nome [do novo ministro]. Poderá ser amanhã, mas nós não discutimos
o nome [na reunião deste domingo]. Tem 10 nomes", disse.
Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que também falou com a imprensa após a reunião,
Temer busca um perfil de "repercussão nacional" para ocupar o comando da pasta, com capacidade de
diálogo com parlamentares e governadores, já que o ministério não pretende invadir a atribuição dos
estados sobre a segurança pública.
Após suspensão da tramitação da reforma da Previdência, governo vai investir em outros projetos
como a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou nesta segunda-feira (19/02) uma lista de 15 projetos
na área econômica que o governo tentará aprovar no Congresso Nacional, já que a tramitação da reforma
da Previdência foi suspensa em razão de decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro.
A legislação proíbe, durante vigência de intervenção federal, a aprovação de emendas à Constituição.
A reforma da Previdência foi apresentada como uma PEC e a intervenção no Rio, na área de segurança
pública, tem previsão de durar até 31 de dezembro deste ano.
O anúncio foi feito em entrevista concedida no Palácio do Planalto. Entre os projetos, constam a
regulamentação do teto remuneratório, a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.
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MAZUI. GUILHERME. Governo criará nesta segunda novo Ministério da Segurança Pública. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/amanha-sai-a-criacao-do-ministerio-diz-perondi-sobre-pasta-da-seguranca-publica.ghtml> Acesso em 26 de fevereiro de 2018.
65
MAZUI, G. CASTILHOS, R. Governo desiste da votação da Previdência e anuncia nova pauta prioritária no Congresso. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/governo-desiste-da-votacao-da-previdencia-e-anuncia-nova-pauta-prioritaria-no-
congresso.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 20 de fevereiro de 2018.
Segundo Padilha, o governo definiu a nova pauta a partir das falas dos presidentes da Câmara, Rodrigo
Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, sobre a suspensão da tramitação da reforma da Previdência.
“Tivemos que concluir que efetivamente não se poderia iniciar a discussão que nós tínhamos
programada para dia (19/02), a discussão da reforma da Previdência e nem poderíamos encaminhar
votação”, disse Padilha.
Temer decretou na sexta-feira (16/02) a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de
Janeiro. Apesar de já estar em vigor desde sexta, a intervenção precisa ser aprovada pelo Congresso
Nacional. A votação na Câmara está prevista para a noite desta segunda.
O decreto assinado por Temer nomeou o general Walter Braga Nettocomo interventor, responsável
pela estrutura de segurança do Rio, o que incluí as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e o
sistema carcerário do estado.
Reforma adiada
O ministro Carlos Marun reconheceu a possibilidade de votação da reforma da Previdência depois da
eleição de outubro.
"A eleição de outubro pode oferecer as condições políticas para que venhamos a votar a reforma da
Previdência", afirmou Marun.
O ministro Eliseu Padilha negou troca de interesses e disse que o governo não está fugindo da reforma
da Previdência.
"Não está vinculada a questão da intervenção com a votação. Não houve troca de interesses. Não
houve uma fuga do enfrentamento da votação da reforma", disse Padilha.
De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a pauta da Previdência continua "prioritária"
e "fundamental".
"A ideia é que a previdência continua como uma agenda de reforma para o pais e ela é a mais
importante para o setor fiscal", afirmou Meirelles.
Mesmo com possibilidade de ter candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa, ex-presidente afirmou
que recorrerá 'até o final'. 'Não temos plano B', disse presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Um dia depois da condenação a 12 anos e 1 mês de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
foi lançado nesta quinta-feira (25/01) como pré-candidato do PT à Presidência da República durante
reunião da Comissão Executiva Nacional do partido, em São Paulo. Além de Lula, outros 13 políticos já
se declararam pré-candidatos.
Lula foi condenado pelos três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4). Por unanimidade, eles rejeitaram o recurso do ex-presidente contra a condenação a 9
anos e 6 meses de prisão aplicada pelo juiz federal Sérgio Moro e ampliaram a pena para 12 anos e 1
mês.
66
STOCHERO, TAHIANE. Um dia depois da condenação, PT lança pré-candidatura de Lula à Presidência. G1, Eleições 2018. Disponível em:
<https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/um-dia-depois-de-condenacao-pt-lanca-pre-candidatura-de-lula-a-presidencia.ghtml> Acesso em 26 de janeiro de 2018.
Quase 350 mil cadastros do Bolsa Família foram fraudados, diz auditoria67
Benefícios cancelados
O ministério do Desenvolvimento Social disse que recebeu agora as informações da CGU e que vai
conferir com a checagem que já estava fazendo. O ministério disse, ainda, que está corrigindo falhas e
que os cadastros passaram a ser revistos todos meses.
O governo disse que de outubro de 2016 até a semana passada, cancelou 4,7 milhões de pagamentos.
Disse também que já começou a cobrar os casos mais absurdos identificados pelo próprio ministério -
são três mil e 200 famílias.
67
BOM DIA BRASIL. Quase 350 mil cadastros do Bolsa Família foram fraudados, diz auditoria. G1 Política. Disponível em: <
https://g1.globo.com/politica/noticia/quase-350-mil-cadastros-do-bolsa-familia-foram-fraudados-diz-auditoria.ghtml> Acesso em 05 de janeiro de 2017.
Ex-ministro já cumpria prisão domiciliar em Salvador. PF e MPF pediram nova preventiva para evitar
destruição de provas.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, foi preso preventivamente (sem prazo determinado) na
manhã desta sexta-feira (08/09), em Salvador, três dias após a Polícia Federal (PF) apreender R$ 51
milhões em um imóvel supostamente utilizado pelo peemedebista.
A prisão foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em
uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal. Além de
Geddel, a PF cumpre mandado de prisão preventiva contra Gustavo Ferraz – que, segundo as
investigações, é ligado ao ex-ministro – e outros três mandados de busca e apreensão, todos na capital
baiana.
Geddel deixou o prédio pouco depois das 7h, no banco de trás de uma viatura da PF, e chegou ao
aeroporto Luiz Eduardo Magalhães cerca de meia hora depois. Ele será levado para Brasília).
O ex-ministro já tinha sido preso preventivamente na operação, em julho, mas recebeu autorização do
desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para cumprir prisão domiciliar.
Embora a decisão judicial determine que ele seja monitorado por tornozeleira eletrônica, isso não vinha
acontecendo pois o governo da Bahia não tem o equipamento.
Sete agentes e dois carros da PF entraram no condomínio de Geddel às 6h. Segundo a TV Bahia
(afiliada da Rede Globo), um vendedor ambulante, que estava na região, foi levado para dentro do
condomínio, possivelmente para servir de testemunha.
Segundo o MPF, a nova fase da operação busca apreender provas de crimes como corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, e que as medidas são necessárias para evitar a destruição
de provas.
O G1 tentou contato com a defesa de Geddel, mas não obteve resposta até a última atualização desta
reportagem.
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BOMFIM, CAMILA. Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso após apreensão de R$ 51 milhões. G1 Bahia. Disponível em: < http://g1.globo.com/bahia/noticia/mpf-
pede-prisao-preventiva-de-geddel-vieira-lima.ghtml> Acesso em 08 de setembro de 2017.
A comissão da Câmara destinada à análise de uma das propostas que estabelecem a reforma política
aprovou nesta quarta-feira (09/08), por 25 votos a 8, o texto-base do relatório apresentado pelo deputado
Vicente Cândido (PT-SP) – saiba mais abaixo o que está previsto.
O parecer de Vicente Cândido sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovado após
9 horas de sessão. Os deputados, contudo, não haviam concluído a análise do projeto até a última
atualização desta reportagem, isso porque, após o texto-base, eles passaram a analisar os destaques,
ou seja, sugestões que podem mudar a redação.
Após passar na comissão, a PEC seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser aprovada em
dois turnos antes de seguir para o Senado. A proposta precisa do apoio mínimo de 308 deputados.
Como a sessão se estendia sem previsão de encerramento, a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ)
distribuiu sanduíches a alguns parlamentares.
Entre outros pontos, o projeto cria um fundo para financiar campanhas eleitorais com recursos públicos
e faz mudanças no sistema eleitoral.
Durante a sessão desta quarta, o relator esclareceu que o parecer dele não prevê o chamado
"distritão", modelo que ganhou força entre parlamentares e lideranças partidárias nos últimos dias,
embora o modelo possa ser incluído por meio de uma emenda apresentada por outro parlamentar.
No "distritão", acaba o quociente eleitoral e os mais votados são eleitos, ou seja, seria uma eleição
majoritária, como para presidente. Cada estado vira um distrito eleitoral. No caso de vereador, seria o
município. O eleitor vota em um nome no distrito. Os mais votados são eleitos.
Sistema eleitoral
A proposta aprovada pela comissão estabelece o sistema distrital misto a partir de 2022 nas eleições
para deputado federal, deputado estadual e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O
modelo é uma mistura dos sistemas proporcional e majoritário.
Pelo texto, para escolher deputados federais, por exemplo, o eleitor votará duas vezes. Uma nos
candidatos do distrito e outra nas listas fechadas pelos partidos. A metade das vagas, portanto, iria para
os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade, preenchida conforme o quociente eleitoral
pelos candidatos da lista partidária.
No caso de municípios de até 200 mil eleitores, será adotado o sistema eleitoral de lista preordenada
nas eleições para vereador.
Fundo de campanha
Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos
públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais.
O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos
públicos, previstos no orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25%
da receita corrente líquida do governo em 12 meses seria destinada a financiar campanhas.
Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita
Corrente Líquida, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões.
No novo parecer, Vicente Cândido tornou a exceção uma regra. Pelo texto reformulado, o valor do
fundo será de 0,5% da receita corrente líquida em 12 meses, de maneira permanente.
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CARAM, B. CALGARO, F. Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/comissao-da-camara-aprova-texto-base-da-reforma-politica-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml> Acesso em 11 de agosto de 2017.
Vacância da presidência
No caso de vacância do cargo de presidente da República, será feita eleição 90 dias após a vaga
aberta. Se a vacância ocorrer no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo
Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga.
A regra também valerá para governadores e prefeitos.
Posse
As datas das posses dos eleitos passarão a ser as seguintes:
6 de janeiro: governadores e prefeitos;
7 de janeiro: presidente da República;
1º de fevereiro: deputados e vereadores.
Suplente de senador
A proposta reduz o número de suplentes de senadores, de dois suplentes para um. Em caso de morte
ou renúncia do titular, será feita nova eleição para o cargo, na eleição subsequente. Esse substituto terá
mandato somente até o término do mandato do antecessor.
O texto define, ainda, que o suplente de senador será o candidato a deputado federal que ocupar o
primeiro lugar na lista preordenada do partido do titular do mandato.
Tentativa de adiamento
O PSOL tentou adiar a votação do parecer, sob a justificativa de que seria preciso ouvir antes a
sociedade sobre o texto final, mas não conseguiu.
"Não querer ouvir a sociedade é novamente virar de costas para a opinião popular. Há uma sofreguidão
de preservação de mandatos para o sistema continuar o mesmo", afirmou o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ).
Modificações na CLT foram aprovadas pelo Senado na última terça (11/07) em uma sessão
tumultuada. Governo prometeu alterar pontos da reforma por meio de medida provisória.
O presidente Michel Temer sancionou nesta quinta-feira (13/07) o projeto de reforma trabalhista
aprovado pelo Congresso Nacional.
A nova legislação altera regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que
poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em caso de acordo coletivo, passarão a
ter força de lei. As novas regras entrarão em vigor daqui a quatro meses, conforme previsto na nova
legislação.
Ao discursar na solenidade de sanção da reforma trabalhista, o peemedebista também criticou o que
chama de “passionalização” na Justiça que, na opinião dele, gera instabilidade ao país.
70
LIS, LAÍS. Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto. G1 Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-
texto-da-reforma-trabalhista-em-solenidade-no-planalto.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de julho de 2017.
'Suposta crise'
Em meio ao discurso sobre a reforma trabalhista, Temer afirmou que o país vive uma ‘suposta crise’,
mas que há um “entusiasmo extraordinário” em relação às políticas públicas.
“Eu faço um registro curioso: nessas últimas semanas, certa e precisamente, em função de uma
suposta crise, o que tem acontecido é um entusiasmo extraordinário”, enfatizou.
O presidente também fez um balanço das medidas aprovadas, citando, além da reforma trabalhista,
as mudanças no ensino médio e a PEC do teto de gastos.
“Poderia elencar tudo que nós fizemos ao longo desses 14 meses e olhe: não são 4 anos, não são oito
anos, são 14 meses. E, toda a modéstia de lado, estamos revolucionando o país. Fizemos a reforma
trabalhista, a do ensino médio”, destacou.
Medida provisória
Diante da polêmica gerada em torno das modificações prometidas pelo Palácio do Planalto na
legislação aprovada nesta semana, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), voltou a
afirmar nesta quinta que o Executivo federal vai editar uma medida provisória para alterar os pontos
negociados com os congressistas.
O peemedebista afiançou durante a tramitação do projeto no Senado as mudanças exigidas, inclusive
por integrantes da base aliada, como o dispositivo que permite que gestantes trabalhem em ambientes
insalubres.
O acordo foi costurado com os senadores governistas para que o texto que chegou da Câmara não
fosse alterado no Senado. Se o texto retornasse para nova análise dos deputados, iria atrasar a sanção
das novas regras.
Segundo Jucá, o governo tem 119 dias para editar a MP que modificará a recém-aprovada reforma
trabalhista.
Antes da solenidade de sanção da reforma, o líder do governo no Senado divulgou o texto-prévio da
medida provisória que Michel Temer deve enviar ao Congresso com mudanças em nove pontos da
proposta.
Justiça do Trabalho
Convidado a participar da cerimônia de sanção da reforma trabalhista, o presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, cumprimentou Michel Temer, em meio ao seu
discurso, pelo que classificou de “coragem, perseverança e visão de futuro" do chefe do Executivo federal
ao "abraçar" as mudanças na legislação trabalhista, o ajuste fiscal e a reforma previdenciária.
Gandra Filho afirmou ainda que a negociação coletiva, que é a espinha dorsal da reforma, é importante
porque, na avaliação dele, quem trabalha em cada segmento é que sabe as reais necessidades daqueles
trabalhadores.
“Aquilo que é próprio de cada categoria você estabelece por negociação coletiva, quem melhor
conhece as necessidades de cada ramo é quem trabalha naquele ramo”, disse.
Veja abaixo alguns pontos que a MP deve modificar:
Gestantes e lactantes
Um dos pontos que a proposta de MP deve alterar é a possibilidade de que gestantes trabalhem em
locais insalubres. O texto original previa que gestantes deveriam apresentar atestado para que fossem
afastadas de atividades insalubres de grau médio ou mínimo.
Jornada 12x36
Outra ponto que o texto-prévio da MP pretende alterar é o que permitia que acordo individual entre
patrão e empregado pudesse estabelecer jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas ininterruptas de
descanso. A minuta divulgada por Jucá quer viabilizar essa jornada após acordo coletivo, ou convenção
coletiva.
Trabalhador autônomo
O texto aprovado prevê que as empresas poderão contratar autônomos e, ainda que haja relação de
exclusividade e continuidade, o projeto prevê que isso não será considerado vínculo empregatício.
A proposta de medida provisória quer alterar esse trecho para vedar a celebração de cláusula de
exclusividade no contrato com trabalhadores autônomos. Além disso, prevê que não será admitida a
restrição da prestação de serviço pelo autônomo a uma única empresa, sob pena de caracterização de
vínculo empregatício.
Outros pontos
A minuta também promete alterar outros pontos da proposta relativos à contribuição previdenciária e
ao pagamento de indenizações por danos morais no ambiente do trabalho.
Além disso, o texto-prévio da MP que deverá ser enviada ao Congresso prevê mudanças para
salvaguardar a participação de sindicatos em negociações de trabalho.
Pela proposta, comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de
defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas, sendo obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas.
Contribuição sindical
Durante a tramitação da proposta no Senado, chegou-se a postular, por senadores governistas, uma
sugestão de que a Casa Civil elaborasse uma proposta de eliminação gradual da obrigatoriedade da
contribuição sindical.
O objetivo era conquistar apoio de parlamentares ligados a sindicatos de trabalhadores.
A proposta aprovada pelo Congresso retira a obrigatoriedade dessa contribuição, o que foi alvo de
críticas de movimentos sindicais.
A proposta de medida provisória apresentada nesta quinta, no entanto, não trata do assunto.
Houve redução dos direitos que haviam sido estabelecidos pelos congressistas; imigrante não poderá
exercer cargo público no País
O presidente Michel Temer sancionou ontem (23/05) com 30 vetos em 21 artigos o projeto da nova Lei
da Migração. Segundo o texto obtido pelo Estado, que será publicado nesta quinta-feira, 25, no Diário
Oficial da União, os cortes atingem do acesso de estrangeiros a cargos públicos ao livre trânsito de
indígenas pelas fronteiras e revogação de expulsões sumárias. Na prática, há redução dos direitos
originalmente estabelecidos pelos congressistas.
Entre os vetos está o parágrafo 2.º do Artigo 1 da lei que previa que seriam “plenamente garantidos os
direitos originários dos povos indígenas e das populações tradicionais, em especial o direito à livre
circulação em terras tradicionalmente ocupadas”. Segundo pessoas envolvidas no debate, os Ministérios
da Defesa, da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência lutaram para barrar esse
71
ARAÚJO, C. MONTEIRO, T. Temer sanciona Lei a Imigração com diversos vetos. Estadão Brasil. Disponível em: <
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-sanciona-lei-da-migracao-com-diversos-vetos,70001812512> Acesso em 25 de maio de 2017.
Às 13h34 desta quarta-feira (31/08/16), Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment e encerrou seu
mandato frente à Presidência da República. Em discurso após a votação no Senado, Dilma disse que
sofreu um segundo golpe e prometeu uma oposição “firme e incansável”. Às 16h49, Michel Temer (PMDB)
deixou a vice-presidência oficialmente e foi empossado presidente. Mais tarde, na primeira reunião
ministerial, respondeu aos opositores, prometendo não levar “desaforo para casa”: “golpista é você”.
Após 73 horas, o julgamento do impeachment no Senado terminou com o veredicto de condenação de
Dilma por crime de responsabilidade, pelas "pedaladas fiscais" no Plano Safra e por ter editado decretos
de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. Foram 61 a favor e 20 contrários ao
impeachment, sem abstenções. Em uma segunda votação, os senadores decidiram manter a
possibilidade de Dilma disputar novas eleições e assumir cargos na administração pública.
Governistas surpresos com a segunda votação prometeram recorrer. Segundo o colunista Gerson
Camarotti, a divisão foi costurada entre PT e PMDB para aliviar Dilma. O senador Aloysio Nunes (PSDB-
SP) decidiu entregar o cargo, mas Temer não aceitou. O senador Fernando Collor, que sofreu
impeachment em 1992, criticou: "dois pesos, duas medidas”.
Discurso de Dilma
Em seu primeiro pronunciamento, a agora ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que a decisão é o
segundo golpe de estado que enfrenta na vida e que os senadores que votaram pelo seu afastamento
definitivo rasgaram a Constituição. Ao lado de aliados, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi
enfática: "Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos
lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode
sofrer.
Posse de temer
Três horas após o afastamento de Dilma Rousseff, Michel Temer foi empossado o novo presidente da
República. A cerimônia durou apenas 11 minutos. Ao apertar a mão de Temer, o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), disse a ele: "Estamos juntos".
72
31/08/2016 – Fonte: http://especiais.g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/2016/impeachment-de-dilma/
Repercussão e manifestações
Após a votação final do impeachment, houve protestos a favor e contra Temer pelo país. Na Avenida
Paulista, um grupo protestava contra o impeachment, enquanto outro comemorava com bolo e
champagne.
Repercussão internacional
A rede norte-americana CNN deu grande destaque à notícia em seu site e afirmou que a decisão é
“um grande revés” para Dilma, mas "pode não ser o fim de sua carreira política". O argentino “Clarín”
afirma que o afastamento de Dilma marca “o fim de uma era no Brasil”. O “El País”, da Espanha, chamou
a atenção para a resistência da ex-presidente, que decidiu enfrentar o processo até o final, apesar das
previsões de que seu afastamento seria concretizado.
O rito da destituição de Dilma foi consumado e o Partido dos Trabalhadores (PT), que a sustentava,
passa à oposição, depois de 13 anos no poder. Mas o Senado manteve os direitos políticos dela, o que
lhe permitirá se candidatar a cargos eletivos e exercer funções na administração pública.
A saída da presidenta era desejada, segundo as pesquisas, por 61% dos brasileiros, o que não impede
que tenha sido uma comoção nacional.
O Senado aprovou por 59 votos a 21 na madrugada desta quarta-feira (10/08/2016), após quase 15
horas de sessão, o relatório da Comissão Especial do Impeachment que recomenda que a presidente
afastada Dilma Rousseff seja levada a julgamento pela Casa.
Com isso, ela passa à condição de ré no processo, segundo informou a assessoria do Supremo
Tribunal Federal (STF). O julgamento final da presidente afastada está previsto para o fim do mês no
plenário do Senado.
Antes da votação do texto principal, os senadores já tinham rejeitado, também por 59 votos a 21, as
chamadas "preliminares" que questionavam o mérito da denúncia contra Dilma. Depois do texto principal,
houve a votação de três destaques (propostas de alteração do texto principal), apresentados por
senadores defensores de Dilma com o objetivo de restringir os delitos atribuídos a ela. Todos os
destaques foram rejeitados.
Embora estivesse presente ao plenário, o único dos 81 senadores que não votou foi o presidente da
Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele afirmou que tomou essa decisão para se manter isento. "Procurei
conduzir com isenção. Desconstruir essa isenção agora não é coerente", explicou.
Após a votação, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, disse
acreditar que ainda é possível reverter o resultado no julgamento final do impeachment, embora
reconheça que não “é uma situação fácil” para a presidente afastada.
A força-tarefa da Operação Lava Jato informou hoje (2/8/2016) que colheu provas documentais de que
a construtora Queiroz Galvão destinou ao menos R$ 10 milhões em pagamentos ilegais para funcionários
de alto escalão das diretorias de Serviços e Abastecimento da Petrobras entre 2010 e 2013, com o
objetivo de firmar contratos e obter vantagens indevidas junto à petroleira estatal.
73
31/08/2016 – Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/01/opinion/1472682823_081379.html
74
12/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/08/senadores-aprovam-parecer-dilma-vira-re-e-vai-julgamento-
em-plenario.html
75
02/08/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-08/lava-jato-queiroz-galvao-pagou-10-milhoes-para-diretores-da-petrobras
Presos
Na 33ª fase da Lava Jato, deflagrada hoje (2/8/16), a PF prendeu preventivamente os ex-executivos
da Queiroz Galvão Othon Zanoide e Idelfonso Colares. Um mandado de prisão temporária continua
pendente, contra Marco Pereira Reis, ex-executivo do consórcio Quip, cuja participação majoritária é da
Queiroz Galvão. São investigados contratos para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e
nas refinarias de Abreu e Lima (PE), do Vale do Paraíba (SP), Landulpho Alves (BA) e de Duque de
Caxias (RJ). A Queiroz Galvão é a empreiteira com o terceiro maior volume de contratos com a Petrobras,
de mais de R$ 20 bilhões.
O investigadores apuram ainda o esquema de lavagem de dinheiro por meio de contas no exterior
mantidas pelo consórcio Quip, formado também pelas empresas UTC Engenharia e Iesa. O consórcio foi
responsável pela construção e reforma de plataformas de exploração de petróleo como a P-55 e P-53.
CPI no Senado
Os investigadores informaram também haver fortes indícios de que outros R$ 10 milhões foram pagos
pela Queiroz Galvão, provavelmente a parlamentares, para que executivos da empresa não fossem
convocados a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado, em 2009.
O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46 anos, foi eleito na madrugada de quinta-feira
(14/07/2016), com 285 votos, presidente da Câmara dos Deputados. Maia venceu em segundo turno o
deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que até então era apontado como candidato favorito do Palácio do
Planalto para o cargo. Rosso somou 170 votos. Outros cinco parlamentares votaram em branco.
Mandato tampão
Rodrigo Maia ficará à frente da Câmara até fevereiro de 2017. Em discurso no plenário da Casa, o
deputado vencedor destacou sua biografia e se disse pronto para assumir o comando. “Ofereço a
dimensão da experiência que acumulei em quase 20 anos aqui dentro e a correção pela qual pautei minha
vida pública”, pontuou Maia.
Citando a crise econômica que atinge o país e o conturbado momento político pelo qual passa o
Congresso, o deputado afirmou que as repúblicas "nunca se consolidam sem a força dos parlamentos".
“Quando a Câmara é atacada ou mal defendida, é a cada um dos nossos mandatos que atacam”, disse
Maia. “Sei que estou pronto para navegar nessa tormenta, que passará. A Câmara, o Congresso e o
Brasil são maiores que qualquer crise”, finalizou.
Trajetória política
Formado em economia, Rodrigo Maia é deputado federal pelo Rio de Janeiro há cinco legislaturas. Foi
eleito para o primeiro mandato em 1998. Tentou se eleger prefeito do Rio em 2012, tendo Clarissa
Garotinho (PR-RJ) como vice.
Maia também ocupou o cargo de secretário de Governo do Rio de Janeiro (1997-1998) e de secretário
de Governo do Município do Rio de Janeiro (1996). Antes de chegar ao Democratas (DEM), o parlamentar
foi filiado ao PFL e ao PTB. Maia assumiu a presidência nacional do DEM, partido que ajudou a criar, em
2007.
76
14/07/2016 - Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-07/rodrigo-maia-conheca-o-perfil-do-novo-presidente-da-camara
Histórico na Casa
No primeiro turno da votação para presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) conquistou os
apoios do PSDB, DEM, PPS e PSB.
Na Casa, o representante do Democratas votou a favor da admissibilidade do processo de
impeachment da presidenta, agora afastada, Dilma Rousseff. O deputado também votou a favor da
proposta de emenda à Constituição (PEC) que previa mudar a maioridade penal de 18 para 16 anos em
caso de crimes graves.
Em 2015, foi presidente e relator da proposta de reforma política. É presidente da Comissão Especial
da DRU (Desvinculação das Receitas da União). Atualmente, é membro efetivo das comissões de
Finanças e Tributação.
PEC 241: tire dúvidas sobre a proposta que limita gastos públicos77
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para o aumento dos gastos
públicos pelas próximas duas décadas foi aprovada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno na
madrugada desta terça-feira (11).
77
11/10/2016 Fonte:http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/veja-perguntas-e-respostas-sobre-pec-que-limita-gastos-publicos.html
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), leu em plenário nesta quarta-feira (26/10/2016)
a ementa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que estabelece um limite para os gastos públicos
pelos próximos 20 anos. Com isso, a PEC passa a tramitar no Senado.
Tida como prioridade pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas, a
PEC foi aprovada na madrugada desta quarta pela Câmara em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2
abstenções) e, agora, passará a ser analisada pelo Senado.
Mais cedo, nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entregou a PEC aprovada
pelos deputados a Renan. A proposta, agora, será remetida à CCJ.
Ao fazer a leitura da PEC em plenário, Renan Calheiros disse que sugeriu o nome de Eunício Oliveira
(CE), líder do PMDB no Senado, para relatar da proposta. Cabe ao presidente da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, José Maranhão (PMDB-PB) indicar o relator.
Segundo Renan, o presidente da CCJ demonstrou disposição em escolher o líder do PMDB para
relatar o texto na comissão.
Em plenário, Renan afirmou que a proposta seguirá o calendário “natural” e que foi acordado entre
líderes partidários.
78
26/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/renan-le-pec-241-em-plenario-e-texto-passa-tramitar-no-senado.html
PEC 241
A PEC 241 prevê que, nos próximos 20 anos, os gastos da União (Executivo, Legislativo e Judiciário)
só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior.
A partir do décimo ano, porém, o presidente da República poderá propor ao Congresso uma nova base
de cálculo.
Em caso de descumprimento, a PEC estabelece uma série de vedações, como a proibição de realizar
concursos públicos ou conceder aumento para qualquer membro ou servidor do órgão.
Inicialmente, os investimentos em saúde e educação deveriam obedecer o limite estabelecido pela
PEC, mas, diante da repercussão negativa e da pressão de parlamentares da base aliada, o Palácio do
Planalto decidiu que essas duas áreas só serão incluídas no teto a partir de 2018.
Cronograma
O cronograma definido por Renan Calheiros e líderes partidários estabelece o seguinte rito da PEC
241 no Senado:
- Ainda nesta semana: texto é encaminhado à CCJ, onde será designado um relator;
- 1º de novembro: parecer do relator é apresentado, e senadores terão uma semana para análise;
- 8 de novembro: audiência pública para debater a PEC (especialistas a favor e contrários à proposta
serão chamados);
- 9 de novembro: votação do parecer do relator (se a PEC for aprovada, o texto será enviado ao
plenário);
- Data a definir: audiência pública para debater a PEC no plenário (especialistas a favor e contrários à
proposta serão chamados);
- 29 de novembro: votação da PEC em primeiro turno no plenário;
- 13 de dezembro: votação da PEC em segundo turno no plenário (se for aprovada, a proposta será
promulgada e as novas regras passarão a valer).
Aprovada na Câmara, PEC 241 passa a tramitar no Senado como PEC 5579
Aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada desta quarta-feira (26), a Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) 241, que estabelece um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos,
recebeu nova numeração ao passar a tramitar no Senado, sob a numeração de PEC 55.
A mudança na numeração da PEC não implica necessariamente em uma mudança no conteúdo da
proposta (os senadores ainda analisarão o texto e poderão propor alterações). De acordo com a
Secretaria-Geral da Mesa, a modificação ocorre para organizar o sistema do Senado.
Tida como prioridade pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas, a
PEC foi aprovada pela Câmara em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2 abstenções) e, agora, passará
a ser analisada pelo Senado.
Mais cedo, nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entregou o texto da PEC
ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A proposta já foi remetida à Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, posteriormente (veja o
calendário completo ao final desta reportagem), será analisada, em dois turnos, pelo plenário.
Relatoria
Ao fazer a leitura da PEC em plenário, nesta quarta, Renan Calheiros sugeriu o nome de Eunício
Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado, para relatar da proposta. Cabe ao presidente da CCJ, José
Maranhão (PMDB-PB), porém, indicar o relator.
Segundo Renan Calheiros, Maranhão "demonstrou disposição" em escolher o líder do PMDB para
relatar o texto. O nome de Eunício, mesmo sem um anúncio oficial pelo Senado, já aparece como relator
da matéria, no sistema eletrônico.
79
26/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/aprovada-na-camara-pec-241-vira-pec-55-no-senado.html
Ao STF, Maia diz que críticas à PEC do teto têm 'natureza política'80
A Câmara dos Deputados enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal na qual afirma que a
PEC do teto de gastos, apresentada pelo governo federal, não ofende a autonomia dos poderes da
República. Segundo o documento de 24 páginas, assinado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia,
parte dos questionamentos contra a proposta tem aspecto "sombrio e pessimista" e revelam "natureza
política".
A manifestação foi enviada em ação de deputados do PC do B e PT contra a PEC, que terá que passar
por julgamento de mérito no plenário do Supremo, o que não tem data para acontecer.
"As alegações de violação a direitos fundamentais (à educação e à saúde) e ao princípio da proibição
de retrocesso social revelam vaticínio sombrio e pessimista, escorado em argumentos metajurídicos -
incapazes de disfarçar a natureza eminentemente política da controvérsia", diz Maia.
A PEC, anunciada pelo governo como medida que vai reequilibrar as contas públicas, condiciona pelos
próximos 20 anos o aumento das despesas da União (Legislativo, Executivo e Judiciário) à inflação do
ano anterior.
Há duas semanas, o ministro Barroso, relator do caso, rejeitou conceder liminar para suspender o
andamento da ação. Para ele, uma intervenção do Judiciário só se justificaria se houvesse clara violação
de cláusula pétrea da Constituição - itens que não podem ser alterados por meio de emenda -, o que não
ficou demonstrado.
Segundo Rodrigo Maia, não há ofensa à autonomia porque os entes da União manterão a prerrogativa
de elaborar o próprio orçamento. "Não prospera a alegação relativa à proeminência do Poder Executivo
quanto à iniciativa de alteração do limite de gastos improcede igualmente a alegação de ofensa à
autonomia dos Poderes Legislativos (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e Judiciário, do
Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União, sabido que essa autonomia compreende
tão somente a possibilidade de apresentação da respectiva proposta de orçamento."
Rodrigo Maia completou que, mesmo com a PEC, será mantida a atribuição dos parlamentares do
Congresso de darem "a última palavra" sobre o orçamento da União.
"As normas eventualmente resultadas da PEC 241/2016 mantêm intacto o cerne da competência
atribuída aos representantes do povo em matéria orçamentária pública: deputados e senadores
continuarão tendo a última palavra sobre cada montante de recursos públicos a serem alocados em cada
programação orçamentária."
O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legítima nesta quinta-feira (27/10/2016) a possibilidade
de órgãos públicos cortarem o salário de servidores em greve desde o início da paralisação.
Não poderá haver o corte nos casos em que a greve for provocada por conduta ilegal do órgão público,
como, por exemplo, o atraso no pagamento dos salários.
Com a decisão, a regra passa a ser o corte imediato do salário, assim como na iniciativa privada, em
que a greve implica suspensão do contrato de trabalho.
Mas os ministros abriram a possibilidade de haver acordo para reposição do pagamento se houver
acordo para compensação das horas paradas.
A decisão tem repercussão geral, devendo ser aplicada pelas demais instâncias judiciais em processos
semelhantes.
No julgamento, os ministros analisaram um recurso apresentado pela Fundação de Apoio à Escola
Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), que, em 2006, foi impedida pela Justiça estadual de
realizar o desconto na folha de pagamento dos funcionários em greve.
80
27/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/ao-stf-maia-diz-que-criticas-pec-do-teto-tem-natureza-politica.html
81
27/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/supremo-admite-corte-de-salario-de-servidores-em-greve.html
Nos últimos dez anos, 875 projetos com temas que envolvem a reforma política tramitaram na Câmara
dos Deputados. Do total, apenas 16 foram aprovados, o equivalente a 1,83% do total, conforme
levantamento obtido pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação.
Apesar do baixo índice de aproveitamento das propostas, os deputados voltaram a se reunir em
comissão especial destinada a analisar e formular medidas relacionadas à reforma política e eleitoral.
Na comissão, os debates serão divididos por temas, como representação política; financiamento
partidário e de campanhas; fortalecimento dos partidos; participação popular; e assuntos considerados
acessórios, como regras para comícios e regulação de pesquisas de opinião.
O levantamento mostra que a maior parte dos temas já está inserida em algum projeto que tramita na
Casa, mas ainda não obteve êxito.
Somente com relação ao financiamento de campanhas e partidos políticos, 36 projetos estão em
tramitação. São propostas de todos os tipos, como financiamento público, privado, misto, criação de
fundos, além de sugestão de plebiscito para definir o tema.
Também há propostas com análise pendente sobre os mais diversos sistemas eleitorais em debate.
Há projetos que sugerem sistema proporcional com lista aberta (como é hoje), proporcional com lista
fechada, misto, distrital, distrital misto e distritão.
Represados na CCJ
Principal colegiado da Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tem a tarefa de analisar
todos os projetos que tramitam na Casa e avaliar se as propostas estão em conformidade com a
Constituição e o sistema jurídico brasileiro.
A comissão, porém, tem funcionado como uma grande represa dos projetos de reforma política, aponta
o levantamento. De todos os projetos sobre o tema que tramitaram na Câmara nos últimos dez anos,
quase 35% seguem retidos na CCJ, aguardando a análise dos deputados.
No mesmo período, quase 30% dos projetos acabaram arquivados e não serão analisados pelos
parlamentares em plenário.
82
21/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/em-dez-anos-camara-aprova-16-de-875-propostas-de-reforma-politica.html
Oposição
Por outro lado, a oposição já se movimenta para fechar o cerco em torno do ministro da Secretaria de
Governo. Geddel foi um dos principais articuladores políticos do impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff.
83
20/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/oposicao-quer-saida-de-geddel-base-sai-em-defesa-de-ministro.html
Acusado de ter pressionado o ex-titular da Cultura Marcelo Calero para liberar uma obra em Salvador,
o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, enviou na manhã desta sexta-feira (25/11/2016),
por e-mail, uma carta de demissão ao presidente Michel Temer. Geddel, que está na capital baiana desde
quarta (23/11/2016), conversou por telefone com o presidente depois de encaminhar a solicitação para
se desligar do primeiro escalão.
Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, Temer aceitou o pedido de Geddel, que era responsável
pela articulação política do governo federal com o Congresso Nacional. Em meio ao turbilhão que atingiu
até mesmo seu gabinete, o presidente tentará sair de foco nos próximos dias. Ele anunciou que vai viajar
para sua residência em São Paulo na tarde desta sexta.
Temer chegou ao Planalto nesta sexta, por volta às 10h, e, imediatamente, se reuniu com assessores
próximos, como o secretário de Comunicação Social, Márcio Freitas. Em seguida, ele recebeu a carta de
demissão do ministro da Secretaria de Governo.
Geddel é o sexto ministro a deixar o governo desde que Michel Temer assumiu o comando do país em
maio. Antes dele, caíram Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Fábio Medina
Osório (AGU), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Marcelo Calero (Cultura).
Na carta de demissão, na qual se referiu ao presidente da República como "fraterno amigo", Geddel
escreveu que "avolumaram-se as críticas" sobre ele e, em Salvador, vê o "sofrimento" de sua família, que
é o "limite da dor que suporta". Ele, então, diz ao presidente que "é hora de sair".
Na mensagem, ele também pediu desculpas a Temer pela dimensão das "interpretações dadas",
referindo-se à acusação de Marcelo Calero de que Geddel o pressionou para desembargar a construção
de um condomínio de luxo em um bairro nobre de Salvador que havia sido barrado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura.
Em meio ao texto, o agora ex-ministro da Secretaria de Governo ainda diz que retorna à Bahia, mas
seguirá como "ardoroso torcedor" do governo.
Ele também aproveitou a carta para fazer um afago na base aliada, agradecendo o apoio e a
colaboração na aprovação de "importantes medidas" para o país.
A queda de Geddel
Até então um dos homens forte de Temer no Planalto, Geddel começou a balançar no cargo de ministro
da Secretaria de Governo na semana passada, quando Calero concedeu uma entrevista ao jornal "Folha
de S.Paulo" denunciando a pressão do ex-colega da Esplanada dos Ministérios.
Depoimento à PF
No depoimento à PF prestado na última quarta (23/11/2016), o ex-ministro disse que Temer o
"enquadrou" para que ele encontrasse uma "saída" para desembargar a construção do condomínio La
Vue, na capital baiana, no qual Geddel comprou um apartamento.
Após o depoimento de Marcelo Calero à PF vazar na imprensa, o porta-voz da Presidência da
República, Alexandre Parola, afirmou que Temer procurou o ex-ministro da Cultura para resolver o
"impasse" entre ele, Calero, e o chefe da Secretaria de Governo (leia a íntegra do pronunciamento de
Parola ao final desta reportagem).
Segundo o colunista do G1 Matheus Leitão, a Procuradoria Geral da República (PGR) havia decidido
pedir ao STF a abertura de uma investigação para apurar se Geddel fez tráfico de influência ao pressionar
o ex-colega da Esplanadas.
A PGR recebeu nesta quinta-feira (24/11/2016) o depoimento que Calero prestou à Polícia Federal. O
documento inicialmente foi enviado ao Supremo, que o encaminhou para a análise dos procuradores da
República. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, remeteu o depoimento à PGR antes de mandar
sortear o caso para relatoria de algum dos ministros do tribunal.
Na condição de ministro, Geddel tinha direito ao chamado "foro privilegiado", ou seja, ser investigado
e processado pelo STF, a mais alta Corte do país. Agora, diante da demissão do ministro, o caso pode
ser remetido à primeira instância da Justiça
Comissão de Ética
Na segunda-feira (21/11/2016), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir
um processo para investigar a conduta de Geddel no episódio relatado pelo ex-ministro da Cultura.
O colegiado fiscaliza eventuais conflitos de interesse envolvendo integrantes do governo, mas não tem
poder para punir nenhum servidor público, apenas pode recomendar ao chefe do Executivo sanções a
integrantes do governo, entre as quais demissões.
Nos últimos dias, Geddel admitiu que é proprietário de um apartamento no empreendimento, confirmou
que procurou o então ministro da Cultura para tratar do embargo à obra, mas negou que tivesse
pressionado Calero para liberar a construção do edifício.
A obra embargada
O empreendimento imobiliário pivô da saída de Marcelo Calero do Ministério da Cultura foi embargado
pela direção nacional do Iphan em razão de estar localizado em uma área tombada como patrimônio
cultural da União, sujeita a regramento especial. Os construtores pretendem erguer um prédio com 31
andares, mas o Iphan autorizou a construção de, no máximo, 13 pavimentos.
Com vista privilegiada para a Baía de Todos-os-Santos, o condomívio La Vue começou a ser
construído em outubro de 2015. O metro quadrado dos apartamentos – um por andar – custa em torno
de R$ 10 mil. O edifício tem apartamentos com quatro suítes de 259m² e uma cobertura chamada "Top
House" de 450 m². Os imóveis no La Vue variam de R$ 2,6 milhões a R$ 4,5 milhões.
No sábado, o instituto informou que a obra foi embargada após estudos técnicos apontarem impacto
do empreendimento em cinco imóveis tombados da vizinhança do condomínio: o forte e farol de Santo
Antônio, o forte de Santa Maria, o conjunto arquitetônico do Outeiro de Santo Antônio (que inclui o forte
de São Diogo), além da própria Igreja de Santo Antônio (leia mais sobre os argumentos do Iphan ao final
desta reportagem).
Parentes
Familiares do ministro da Secretaria de Governo integram a defesa do empreendimento imobiliário de
Salvador barrado pelo Iphan, no qual ele afirma ter comprado um imóvel, publicou na quarta-feira o jornal
"Folha de S.Paulo".
Segundo o jornal, um primo e um sobrinho de Geddel atuam como representantes do empreendimento
La Vue Ladeira da Barra junto ao Iphan.
A Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
estabelece pré-requisitos e restrições para a apresentação de recursos especiais ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
O recurso especial tem caráter excepcional e é apresentado ao STJ contra decisões de outros
tribunais, em única ou última instância, quando houver ofensa à lei federal.
O texto foi aprovado em primeiro turno por 327 votos favoráveis e 75 contrários. Cinco deputados se
abstiveram de votar. Por se tratar de uma emenda constitucional, a proposta precisava do apoio de, pelo
menos, três quintos dos parlamentares (308 dos 513).
Os deputados ainda precisarão votar a matéria em segundo turno. Depois, a PEC, se novamente
aprovada, seguirá para análise do Senado, onde precisará do dos votos de pelo menos 49 senadores
para entrar em vigor.
A proposta
Pela proposta, o STJ não poderá admitir recurso especial sem que o recorrente demonstre a relevância
das questões de direito federal discutidas no caso. Quatro quintos dos membros do órgão poderão rejeitar
a relevância da questão.
"Serão tidas como relevantes as questões de direito federal que tenham repercussão econômica,
política, social ou jurídica", diz o texto.
A PEC define ainda que não cabe recurso especial nas causas com valor inferior a 200 salários
mínimos, a menos que haja divergência entre a decisão recorrida e súmula do STJ.
O texto também estabelece que o STJ poderá aprovar súmula para impedir a interposição de recursos
contra decisão que tiver aplicado. Essa medida será validada com a concordância de quatro quintos dos
membros do órgão competente.
84
30/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/camara-aprova-em-1-turno-pec-sobre-recursos-especiais-ao-stj.html
O Pesidente da República, Michel Temer, se reune na manhã desta quinta-feira (1º), no Palácio do
Planalto, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula
Vescovi, e cinco governadores para discutir a crise financeira dos estados.
Participaram do encontro os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ), Raimundo Colombo (SC),
Rodrigo Rollemberg (DF), Simão Jatene (PA) e Wellington Dias (PI).
O rombo nas finanças tem afetado a maioria dos estados. Alguns deles estão sem dinheiro até para
pagar a folha do funcionalismo. Os casos mais críticos são os do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
Dos 27 estados brasileiros, quatro tiveram recuo no Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 na
comparação com 2013, de acordo com a pesquisa Contas Regionais 2014 divulgada no início desta
semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pacto nacional
No último dia 22, o governo federal e estados anunciaram um "pacto nacional" pelo equilíbrio das
contas públicas. O anúncio foi feito após reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, que também contou
com a participação do presidente Michel Temer, ministros da área econômica e governadores e que foi
marcada para discutir a crise financeira nos estados.
Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pelo pacto o governo federal aceita dar aos
estados uma fatia maior dos recursos arrecadados com a chamada "repatriação". Em contrapartida, os
governadores se comprometem a fazer um forte ajuste em suas contas, semelhante ao proposto pelo
próprio governo Temer, incluindo aumento da contribuição previdenciária paga por servidores públicos.
Entretanto, o secretário de Fazenda do Rio Grande do Norte, André Horta, disse nesta segunda (28),
após reunião no Ministério da Fazenda, que os estados do Nordeste não concordam com algumas
imposições do "pacto" pelo equilíbrio fiscal.
Acordo de delação premiada o ex-presidente da empreiteira Odebrecht Marcelo Odebrecht prevê que
ele possa deixar o presídio no final de 2017, caso o acordo firmado com o Ministério Público Federal
(MPF) seja homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta quinta-feira (1/12/2016), 77 executivos da Odebrecht assinaram acordos de delação com o MPF.
Na semana que vem, eles começam a prestar depoimentos.
A empresa divulgou na quinta-feira nota à imprensa intitulada "Desculpe, a Odebrecht errou", na qual
afirma que não admitirá a repetição de atos investigados na Lava Jato – a empresa é acusada de pagar
propina para políticos e funcionários da Petrobras.
Marcelo Odebrecht já foi condenado no âmbito da Operação Lava Jato a 19 anos e 4 meses de prisão.
O acordo prevê que a pena dele seja reduzida para dez anos, sendo que dois anos e meio em regime
fechado.
Como o ex-presidente da empreiteira já cumpriu um ano e meio de prisão, ele poderia deixar a cadeia
daqui a um ano para cumprir mais dois anos e meio de pena em regime domiciliar.
Depois, o acordo prevê que Marcelo Odebrecht cumpra mais dois anos e meio da pena em regime
semiaberto e, por fim, mais dois anos e meio no regime aberto.
Acordos
Além dos acordos de delação firmados individualmente pelos 77 executivos da Odebrecht, a empresa
assinou um acordo de leniência, no qual se compromete a pagar multa no valor de US$ 2,5 bilhões, o
que equivale a aproximadamente R$ 6,8 bilhões.
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01/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/temer-se-reune-com-governadores-para-discutir-crise-nos-estados.ghtml
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02/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/com-acordo-de-delacao-marcelo-odebrecht-deve-deixar-presidio-em-1-ano.ghtml
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello concedeu liminar (decisão
provisória) nesta segunda-feira (5/12/2016) para afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do
Senado. Ele, porém, mantém o mandato de senador.
O ministro atendeu a pedido do partido Rede Sustentabilidade e entendeu que, como Renan Calheiros
virou réu no Supremo, não pode continuar no cargo em razão de estar na linha sucessória da Presidência
da República.
"Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do exercício do mandato de Senador, outorgado
pelo povo alagoano, mas do cargo de Presidente do Senado o senador Renan Calheiros. Com a urgência
que o caso requer, deem cumprimento, por mandado, sob as penas da Lei, a esta decisão", afirma o
ministro no despacho.
Em nota enviada pela assessoria, Renan Calheiros disse que só irá se manifestar sobre o afastamento
após conhecer "oficialmente" o inteiro teor da decisão liminar. A nota diz ainda que o peemedebista
consultará seus advogados sobre as medidas adequadas a serem adotadas após a decisão de Marco
Aurélio que, segundo Renan, foi tomada "contra o Senado Federal".
Renan Calheiros ainda pode recorrer ao plenário do Supremo. Além disso, a ação ainda terá que ser
analisada pelo plenário da Corte mesmo sem o recurso do peemedebista, mas isso ainda não tem data
para ocorrer.
Com o afastamento do peemedebista da presidência, o senador oposicionista Jorge Viana (PT-AC),
primeiro-vice-presidente do Senado, assumirá o comando da Casa. Renan e o petista se encontraram à
noite, na casa do senador.
O afastamento efetivo de Renan Calheiros só ocorrerá após a entrega de uma notificação, assinada
pelo ministro Marco Aurélio, no Senado. Até o início da noite desta segunda, o documento ainda estava
sendo produzido pela secretaria judiciária do STF. Segundo apurou o G1, Marco Aurélio Mello estaria
disposto a assinar o documento ainda na noite desta segunda, a fim de enviá-lo ao Senado.
Renan marcou de receber a notificação nesta terça, às 11h, no Senado. Por volta das 21h30 desta
segunda, um oficial de Justiça chegou à residência oficial do Senado, onde mora Renan Calheiros,
dizendo: “Vim entregar a decisão do ministro”. O homem passou pelo portão e ficou aguardando ser
recebido na porta da casa. Passados dois minutos, uma mulher apareceu na porta da residência e
conversou com o oficial de Justiça, que foi embora sem falar com a imprensa.
Réu no STF
Na semana passada, o plenário do Supremo decidiu, por oito votos a três, abrir ação penal e tornar
Renan réu pelo crime de peculato (apropriação de verba pública).
Segundo o STF, há indícios de que Renan fraudou recebimento de empréstimos de uma locadora de
veículos para justificar movimentação financeira suficiente para pagar pensão à filha que teve com a
jornalista Mônica Veloso.
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05/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/ministro-do-stf-afasta-renan-da-presidencia-do-senado.ghtml
Decisão
O ministro Marco Aurélio destacou, em sua decisão, que a permanência de Renan Calheiros na
presidência do Senado após virar réu compromete a segurança jurídica. Ele lembrou que seis ministros
do Supremo já decidiram que um réu não pode ocupar cargo que esteja na linha sucessória, mas frisou
que o julgamento ainda não foi retomado.
"O que não havia antes veio a surgir: o hoje Presidente do Senado da República, senador Renan
Calheiros, por oito votos a três, tornou-se réu [...]. Mesmo diante da maioria absoluta já formada na
arguição de descumprimento de preceito fundamental e réu, o Senador continua na cadeira de Presidente
do Senado, ensejando manifestações de toda ordem, a comprometerem a segurança jurídica", disse o
ministro.
Segundo ele, a decisão liminar de afastamento visa implementar provisoriamente decisão já tomada
pela maioria do Supremo.
"Urge providência, não para concluir o julgamento de fundo, atribuição do Plenário, mas para
implementar medida acauteladora, forte nas premissas do voto que prolatei, nos cinco votos no mesmo
sentido, ou seja, na maioria absoluta já formada, bem como no risco de continuar, na linha de substituição
do Presidente da República, réu, assim qualificado por decisão do Supremo", argumenta Marco Aurélio
Mello.
Delator da Odebrecht cita doações não declaradas a mais de 30 políticos; veja lista88
Em informações prestadas ao Ministério Público Federal (MPF) para a assinatura de acordo de delação
premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho apresentou valores
repassados a políticos com a finalidade de obter vantagens para a empreiteira.
O depoimento, que veio a público na sexta-feira (9/12/2016), traz nomes, valores, circunstâncias e
motivação dos repasses. Parte dos recursos foi paga por meio de doações eleitorais oficiais, mas também
há registro de propina e de caixa 2.
Em alguns casos, como o dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), o
dinheiro era entregue a uma pessoa, mas serviria para abastecer um grupo dentro do partido. Em outros
casos, não é possível identificar se a doação foi oficial.
Cláudio atuava na relação da Odebrecht com o Congresso Nacional. Segundo ele, alguns pagamentos
eram feitos para garantir a aprovação de projetos de interesse da empreiteira. Na pré-delação, ele citou
51 políticos de 11 partidos.
Veja os nomes dos políticos que Cláudio Melo Filho disse que receberam doações não declaradas, os
valores e a situação do pagamento. Também confira o que cada um disse sobre as acusações:
– Adolfo Viana (PSDB-BA), deputado estadual. Valor: R$ 50 mil, não declarados.
O deputado estadual da Bahia Adolfo Viana disse que não conhece Cláudio Melo Filho e que todas as
doações que recebeu foram declaradas à Justiça Eleitoral.
– Aécio Neves (PSDB-MG), senador. Pediu R$ 1 milhão para o DEM, não declarados.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que todos os pedidos de doações feitos pelo
partido em 2014 se deram exclusivamente dentro da lei.
– Anderson Dornelles, ex-assessor de Dilma Rousseff. Valor: R$ 350 mil, não declarados.
O ex-assessor de Dilma, Anderson Dornelles, negou as acusações. Ele disse que nunca se reuniu na
sede da Odebrecht nem solicitou ou recebeu qualquer ajuda financeira. Negou ainda que tenha autorizado
qualquer pessoa a fazer isso em nome dele.
– Antonio Brito (PSD-BA), deputado federal. Valor: R$ 100 mil não declarados, R$ 200 mil indefinidos
e R$ 130 mil declarados.
O deputado federal Antonio Brito não atendeu as ligações do G1.
– Arthur Maia (PPS-BA), deputado federal. Valor: R$ 250 mil não declarados e R$ 350 mil declarados.
"Todas as doações que recebi da Odebrecht constam na minha prestação de contas e foram
devidamente declaradas ao TSE e, portanto, aconteceram rigorosamente dentro dos parâmetros legais",
afirmou o deputado federal Arthur Maia.
– Arthur Virgílio (PSDB-AM), prefeito eleito de Manaus. Valor: R$ 300 mil não declarados.
O prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgílio, do PSDB, negou que tivesse recebido doação por caixa 2.
Ele disse que todas as doações da Odebrecht foram declaradas à justiça eleitoral.
– Ciro Nogueira (PP-PI), senador. Valor: R$ 300 mil não declarados e R$ 1,8 milhão declarados.
O senador Ciro Nogueira disse que as doações recebidas pelo partido foram legais e sempre
devidamente declaradas à justiça eleitoral.
– Colbert Martins (PMDB-BA), ex-deputado federal. Valor: R$ 150 mil não declarados e R$ 441 mil
declarados.
O ex-deputado Colbert Martins negou que tenha recebido quantias não declaradas da Odebrecht ou
de qualquer outra empresa. “Tudo que tem nas minhas contas eleitorais foi declarado. Nenhum tipo de
omissão foi feita. As contas foram apreciadas e aprovadas. Tudo que eu recebi eu declarei."
88
11/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/veja-valores-repassados-a-politicos-segundo-delator-da-odebrecht.ghtml
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos pelos
próximos 20 anos foi promulgada em sessão solene do Congresso Nacional na manhã desta quinta-feira
(15/12/2016).
Com a promulgação, a PEC passa a existir como lei e deve ser executada. Com isso, os gastos
públicos só poderão aumentar de acordo com a inflação do ano anterior.
Participaram da sessão solene os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de outros parlamentares. A sessão durou apenas alguns minutos e também
teve a promulgação da Emenda Constitucional 94, que prevê novas regras para o pagamento de
precatórios.
O texto da PEC do teto foi votado em dois turnos na Câmara e no Senado. Em todas as ocasiões, teve
mais que o mínimo de votos necessários.
A última votação do Senado, na terça-feira (13/12/2016), foi marcada por reclamações de senadores
que alegaram que o presidente da Casa acelerou a tramitação ao realizar três sessões do Senado no
mesmo dia, permitindo a votação da matéria antes do recesso parlamentar.
A proposta é uma das principais apostas do governo Michel Temer para reequilibrar as contas públicas
e viabilizar a recuperação da economia brasileira.
O texto foi enviado pelo Palácio do Planalto ao Congresso em junho e, ao lado da reforma da
Previdência, é considerado por governistas como essencial para o reequilíbrio das contas públicas.
Parlamentares da oposição chamaram a proposta de “PEC da maldade” porque, na visão deles, a
medida vai congelar investimentos nas áreas de saúde e educação, o que os governistas negam.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e mais oito pessoas na Operação Lava Jato. A força-tarefa ainda pediu à Justiça o ressarcimento de
R$ 75.434.399,44 à Petrobras.
O ex-ministro Antonio Palocci, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e a esposa de Lula,
Marisa Letícia, estão entre os denunciados.
Lula é réu em outros três processos relacionados à Operação Lava Jato. Na Justiça Federal do Paraná,
ele responde a uma ação penal.
O documento foi assinado pelos procuradores na quarta-feira (14). Entretanto, foi protocolado no
processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná apenas nesta quinta (15).
O MPF afirma que Lula comandava "uma sofisticada estrutura ilícita para captação de apoio
parlamentar" por meio de desvios na Petrobras.
89
http://g1.globo.com/politica/noticia/pec-do-teto-de-gastos-e-promulgada-no-congresso.ghtml
90
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/12/mpf-denuncia-lula-e-mais-oito-pessoas-na-lava-jato.html
De acordo com os procuradores, ficou constatado que o esquema de corrupção operado contra a
Petrobras envolveu a atuação de Lula em favor de interesses econômicos do Grupo Odebrecht,
recebimento de vantagens indevidas, pactuadas com Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa, e
Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda.
Apesar de ser indicado como comandante do esquema, Lula não foi denunciado por crime de
organização criminosa porque esse fato está em apuração no Supremo Tribunal Federal (STF).
A denúncia
Conforme a denúncia, a Construtora Norberto Odebrecht pagou propina a Lula via aquisição do imóvel
onde funciona o Instituto Lula, em São Paulo. O valor, afirmam os procuradores, até novembro de 2012,
foi de R$ 12.422.00,00.
Segundo a força-tarefa a Lava Jato, o valor consta em anotações de Marcelo Odebrecht, planilhas
apreendidas durante as investigações e dados obtidos a partir de quebra de sigilo.
A denúncia afirma também que o ex-presidente recebeu, como vantagem indevida, a cobertura vizinha
à residência onde vive em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. De acordo com o MPF, foram
usados R$ 504 mil para a compra do imóvel.
Este segundo apartamento foi adquirido no nome de Glaucos da Costamarques, que atuou como testa
de ferro de Luiz Inácio Lula da Silva, em transação que também foi concebida por Roberto Teixeira, em
nova operação de lavagem de dinheiro, conforme a denúncia.
Os procuradores afirmam que, na tentativa de dissimular a real propriedade do apartamento, Marisa
Letícia chegou a assinar contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques.
O MPF pediu à Justiça o perdimento do produto e proveito do crime no valor de R$ 75.434.399,44. A
força-tarefa da Lava Jato afirma que o montante ao valor total da porcentagem da propina paga pela
Odebrecht em razão das contratações dos Consórcios citados na denúncia.
Além disso, requereu que Lula pague R$ 75.434.399,44 à Petrobras.
Outros processos
Lula é réu em outros três processos relacionados à Operação Lava Jato. Ele é suspeito de obstruir a
Justiça ao atuar na compra de silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. É acusado de ter
ocultado ser o dono de um triplex em Guarujá (SP), no valor de R$ 3,7 milhões, e suspeito ainda de ter
recebido vantagem indevida da OAS, por meio da armazenagem de bens pessoais por quatro anos.
Lula também é investigado em quatro inquéritos. A maioria trata de suspeitas de recebimento de
vantagens indevidas. E um deles apura uma suposta tentativa de obstruir a investigação da Lava Jato,
com sua nomeação como ministro da Casa Civil, no governo Dilma.
O indiciamento
Na segunda-feira (12/12/2016), a Polícia Federal (PF) indiciou Lula e outras seis pessoas. Após o
indiciamento da Polícia Federal, o MPF analisa se denuncia os indiciados ou não. A partir de agora, cabe
a juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância,
aceitar a denúncia do MPF, transformando os acusados em réus.
Marcelo Odebrecht e Paulo Melo, que foram denunciados pelo MPF, não haviam sido indiciados pela
Polícia Federal. Os demais indiciados pela PF também foram denunciados pelo Ministério Público
Federal.
Obras paradas, salários atrasados, fornecedores sem receber, uma absoluta incerteza quanto ao
futuro e quase nenhuma perspectiva de melhora. A frase soa pessimista – e é. A situação financeira do
Estado do Rio de Janeiro não dá margem a uma perspectiva otimista – pelo menos não a curto prazo. A
máquina estadual entrará em 2017 com um rombo de R$ 17,5 bilhões no orçamento e a previsão é de
um déficit de R$ 52 bilhões até dezembro de 2018.
O quadro dramático levou o governo a decretar estado de calamidade e a anunciar, na sexta-feira
(4/11/16), um pacote de medidas radicais para tentar equilibrar as finanças. Entre elas, estão o aumento
do desconto previdenciário de 11% para 14%; o reajuste da tarifa do Bilhete Único de R$ 6,50 para R$
7,50; o desconto de 30% do salário de aposentados; e a redução de 20 para 12 secretarias.
Algumas ações serão feitas por decretos, alguns já publicados no Diário Oficial. Outras, por projetos
de lei, dependem de aprovação de deputados. Além da votação na Assembleia Legislativa (Alerj), terão
que superar também possíveis processos na Justiça, já prometidos por setores que serão afetados pelas
medidas.
Motivos da crise
O primeiro – e talvez mais conhecido – fator que levou à crise foi a queda brusca do preço do barril de
petróleo no mercado internacional. Apenas em 2015, o Estado do Rio deixou de arrecadar quase R$ 1
bilhão em royalties, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo.
Uma política agressiva de isenção de impostos, com vistas a atrair mais empresas para o estado,
também comprometeu as finanças do Rio de Janeiro.
Pagamentos atrasados
O desastre das contas estaduais comprometeu, também, o pagamento do funcionalismo. Entre 2015
e 2016, houve atrasos para todas as categorias. Primeiro em dezembro de 2015 – na ocasião, o
pagamento de novembro foi feito em duas etapas. O 13º daquele ano também chegou atrasado no bolso
dos funcionários e a Secretaria de Fazenda admitiu que não há como estipular uma data para o depósito
do benefício este ano.
Em 2016, houve parcelamentos em março e maio. O governo também trocou a data do pagamento
em duas ocasiões. Desde o pagamento de julho, no entanto, a Justiça obriga o Estado a fazer o depósito
até o terceiro dia útil do mês subsequente.
As forças de segurança, como se poderia esperar, também não saíram ilesas. Além dos salários
atrasados, os policiais passaram a lidar com a ausência de materiais básicos e essenciais ao trabalho
diário, como papel para registrar ocorrências nas delegacias.
As operações em áreas de risco também foram prejudicadas pela impossibilidade de uso de veículos
fundamentais nesse tipo de situação: dois dos três helicópteros da Polícia Civil estão fora de operação e
dos cinco blindados da corporação, apenas um está em condições de funcionamento.
Apesar das medidas anunciadas na sexta-feira (5/11/16), o secretário de Fazenda do Rio, Gustavo
Barbosa, prevê um quadro ainda pior em 2017. "Será um ano mais difícil do que 2016. Isso eu queria
deixar muito claro", explicou.
O pacote de combate à crise promete um aumento de receita de R$ 13 bilhões, em 2017, e cerca de
R$ 14,6 bilhões, em 2018, caso todas as medidas sejam aprovadas. Segundo o próprio secretário de
Fazenda, só vai haver equilíbrio fiscal em 2022 ou 2023.
Perdendo credibilidade
Com a perda do grau de investimento do Brasil, os estados que também são avaliados por agências
internacionais de risco foram consequentemente rebaixados. Entre os estados avaliados, o Rio de Janeiro
é o que tem a pior nota de crédito. Quanto pior a nota, mais caro é para o estado se financiar.
Questões
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11/11/2016 – Fonte - http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/11/em-estado-de-calamidade-rj-entrara-em-2017-com-rombo-de-r-17-milhoes.html
02. (CRBio-1ª Região – Auxiliar Administrativo – Vunesp) O ministro (...) foi escolhido para ser o
novo relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), em sorteio
realizado nesta quinta-feira (02.02) por determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com o ministro Teori Zavaski,
morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58
inquéritos relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
(A) Alexandre de Moraes
(B) Dias Toffoli
(C) Edson Fachin
(D) Gilmar Mendes
(E) Luiz Fux
03. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) O governo endureceu as negociações com
os parlamentares e deu um basta a novas concessões na reforma da Previdência, rejeitando assim
o lobby pesado de algumas categorias do serviço público, sobretudo com altos salários.
(O Globo, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/E79kQQ>. Adaptado)
(A) a aplicação do fator previdenciário para servidores públicos e o direito à aposentadoria com menos
anos de contribuição do que os trabalhadores privados.
(B) a integralidade, que garante a aposentadoria com o último salário da carreira, e a paridade, que
garante ao servidor aposentado reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa.
(C) o período mínimo de 25 anos de contribuição, que passaria para 35 com a reforma, e o mínimo de
50 anos de idade para aposentar-se, que poderia aumentar para 60 anos.
(D) a estabilidade após dez anos de serviço e o pagamento, aos filhos, de pensão integral vitalícia no
caso de servidores públicos que venham a falecer.
(E) a não contribuição dos servidores com o INSS, destinado apenas à aposentadoria na iniciativa
privada, e o direito ao aumento real anual no valor da aposentadoria.
I. À semelhança do Estatuto do Estrangeiro, da década de 1980, a nova lei está voltada para a
segurança nacional.
II. A nova lei determina a existência de um visto temporário para pessoas que precisam fugir dos países
de origem, mas que não se enquadram na lei do refúgio.
III. A lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões políticas e
sindicatos.
IV. Para especialistas, a legislação endurece o tratamento para os imigrantes, o que fere os direitos
humanos e incentiva a xenofobia.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A.
Segundo Calero, Geddel o procurou, em ao menos cinco ocasiões, em busca de conseguir, junto ao
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a liberação de um projeto imobiliário em área
tombada de Salvador, na Bahia. Vieira Lima afirmou para Calero ser dono de um apartamento no prédio,
que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus
aliados.
02. Resposta: C
Como tem sido recorrente em notícias que envolvem política, é sabido que o ministro Edson Fachin foi
sorteado para a função de relator da Operação Lava Jato no lugar do ministro Teori Zavaski. Segue o link
com uma notícia do dia do sorteio <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,edson-fachin-sera-o-relator-da-lava-jato-no-stf,70001650453>
03. Resposta: B
Próximo a data da notícia, Temer já havia feito reuniões para manter a reforma sem alteração, mesmo
com as reivindicações de vários setores. <https://oglobo.globo.com/economia/temer-reune-lideres-determina-que-texto-da-reforma-da-
previdencia-sera-votado-como-esta-21246160> . Após suas recentes vitórias é provável que a base governista tenha força
para aprovar a reforma da maneira que está.
04. Resposta: A
Desde março de 2014 Moro julga em primeira instancia os crimes cometidos na Operação Lava-Jato,
maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, segundo o MPF. Sérgio Moro é Juiz
Federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.
05. Resposta: A
O Estatuto do Estrangeiro proibia imigrantes de participarem de qualquer atividade de natureza
política. A nova lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões
políticas e sindicatos.
A nova lei determina a existência de um visto temporário específico para o migrante em situação de
acolhida humanitária, para pessoas que precisam fugir dos países de origem, mas que não se enquadram
na lei do refúgio. A legislação também contempla migrantes que vêm ao Brasil para tratamentos de saúde
e menores desacompanhados.
Economia
saúde
Temer indica interino Ivan Monteiro para presidir Petrobras92
O presidente Michel Temer indicou nesta sexta-feira o engenheiro Ivan Monteiro como novo
presidente-executivo da Petrobras, em substituição a Pedro Parente, que pediu demissão do cargo nesta
manhã, em meio a ataques à política de preços da estatal.
Em breve pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer afirmou que não haverá qualquer
interferência do governo sobre a política de preços da Petrobras e apontou a nomeação de Monteiro,
antes diretor financeiro e de relações com investidores na companhia, como uma garantia de que o rumo
da petroleira seguirá inalterado.
Para baixar diesel, governo corta verba de programas de transplantes e de combate ao trabalho
escravo93
92
REUTERS. Temer indica interno Ivan Monteiro para presidir Petrobras. Economia. Terra. < https://www.terra.com.br/economia/temer-indica-ivan-monteiro-para-
presidir-petrobras-e-nega-que-havera-interferencia-na-estatal,c5d3729cd2d28185e0d24bb7b7a6df4cglgdcirz.html> Acesso em 04 de junho de 2018.
93
CAMPOREZ, P. BRESCIANI, E. GÓES, B. Para baixar diesel, governo corta verba de programas de transplantes e de combate ao trabalho escravo. O Globo.
Economia <https://oglobo.globo.com/economia/2018/05/31/2270-para-baixar-diesel-governo-corta-verba-de-programas-de-transplantes-de-combate-ao-trabalho-
escravo?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 01 de junho de 2018.
94
G1. Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento e causa alta de preços. G1 Jornal Nacional. <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/05/greve-dos-
caminhoneiros-afeta-abastecimento-e-causa-alta-de-precos.html> Acesso em 24 de maio de 2018.
Levantamento foi baseado nos dados atualizados sobre renda e desigualdade, publicados nesta
quarta-feira (11/04) pelo IBGE
O número de pessoas em situação de extrema pobreza no Brasil passou de 13,34 milhões, em 2016,
para 14,83 milhões no ano passado. A informação, que revela um aumento de 11,2% no índice, foi
levantada pela empresa LCA Consultores com base nos dados da Pesquisa de Rendimento divulgada na
quarta-feira (11/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar ao dado, a
consultoria adotou a linha de corte do Banco Mundial, que estabelece a renda domiciliar por pessoa, por
dia, de US$1,90 como limite para a pobreza extrema nos países em desenvolvimento.
Segundo especialistas, o aumento da pobreza extrema está relacionado, principalmente, ao aumento
do trabalho informal. O estudo do IBGE analisa os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) Contínua, divulgada em fevereiro deste ano, que mostrou que, em dezembro de 2017, os
trabalhadores informais representavam 37,1% da população ocupada no país. De acordo com o IBGE, é
a primeira vez na história que o número de trabalhadores sem carteira assinada superou o conjunto de
empregados formais.
Em entrevista ao Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira (12/04), o economista Cosmo Donato,
da LCA Consultora, ressaltou o fechamento de postos com carteira assinada. "No lugar de empregos
[com garantias trabalhistas e pisos salariais], o mercado de trabalho gerou ocupações informais, de baixa
remuneração e ganho instável ao longo do tempo”, destacou.
Segundo Adriana Marcolino, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), o aumento de vagas sem carteira assinada, junto ao não aumento real do
salário mínimo, tiveram um grande impacto no aumento da desigualdade social.
"No mercado de trabalho estamos com altas taxas de desemprego, e o emprego que está sendo
gerado é de baixa qualidade, é informal, instável, com salários menores. Esses elementos todos
compõem o quadro de aumento na desigualdade", destacou.
De acordo com os dados do IBGE, em 2017, o grupo formado por 1% da população mais rica do país
ganhou 36,1 vezes mais do que a metade mais dos pobres, tendo um rendimento médio mensal de
R$27.213. A pesquisa mostra também que a parcela dos 5% mais pobres da população brasileira teve
um rendimento médio de R$40 por mês em 2017, o que representa uma queda de 18% em relação ao
ano anterior (R$49). Já para a população que compõe o 1% mais rico do país, o rendimento encolheu em
apenas 2,3%.
A diminuição da renda advinda do trabalho formal também foi um dos motivos levantados pelo
coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, para essa desigualdade, durante a
divulgação do suplemento especial da Pnad Contínua. "A qualidade do emprego foi baixa em 2017, com
a redução da taxa de desocupação por meio do trabalho informal", disse.
No entanto, segundo Marcolino, a pesquisa não reflete a real desigualdade no país, uma vez que o
IBGE tem um limite de dados captados, se utilizando apenas das informações de renda gerada por
emprego, Previdência, pensão, aluguel ou políticas públicas, como o programa Bolsa Família.
"O problema dessa estatística é que ela não pega os super ricos do Brasil, que tem investimentos na
bolsa, isso só seria captado se o IBGE fosse articulado com o imposto de renda. Então, na verdade, a
desigualdade no Brasil é muito maior do que a gente falava" afirmou.
Bolsa Família
A redução no número de beneficiários do programa Bolsa Família no último ano, pelo governo de
Michel Temer (MDB), também foi apontada como um dos principais motivos para o aumento da
desigualdade social. O IBGE apontou que pelo menos 326 mil domicílios deixaram de receber a renda do
programa no ano passado.
A região Nordeste foi a mais impactada pelos cortes: ao todo, 131 mil domicílios nordestinos deixaram
de contar com a renda extra. Paralelamente, a região também sofreu com o maior aumento de
desigualdade, tendo seu índice de Gini, principal medida da desigualdade da renda, elevado de 0,555
para 0,567 entre 2016 e 2017. Para Marcolino, ambas as estatísticas estão relacionadas.
"Na região Nordeste, o salário mínimo, do Bolsa Família e da formalização do trabalho estavam tendo
um impacto importante para reduzir as desigualdades. Com os cortes no Bolsa Família, as pessoas em
pobreza extrema, que agora vivem simplesmente de uma pequena renda de trabalho, somente o fato do
95
JÚIA DOLCE. Pobreza extrema aumenta 11% no último ano; economias culpam trabalho informal. Brasil de Fato. Disponível em:
<https://www.brasildefato.com.br/2018/04/12/pobreza-extrema-aumenta-11-no-ultimo-ano-economistas-culpam-trabalho-informal/> Acesso em 13 de abril de 2018.
No 12º corte seguido, BC baixa juro para 6,5% ao ano, novo piso histórico96
O Taxa é a menor de toda a série histórica do Banco Central, que começou em 1986. Em nota, Copom
sinalizou a possibilidade de novo corte na Selic na próxima reunião, em maio.
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (21/03) a redução
da taxa básica de juros da economia brasileira de 6,75% ao ano para 6,5% ao ano.
Foi o 12º corte consecutivo na Selic. A taxa de 6,5% ao ano é a menor desde a adoção do regime de
metas para a inflação, em 1999, e também de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986.
A decisão confirma a previsão da maior parte dos economistas do mercado, colhida pelo próprio BC
na semana passada. Ela também afeta o rendimento das cadernetas de poupança.
Em comunicado, o Copom sinalizou que pode fazer uma nova redução moderada da taxa básica de
juros na próxima reunião, em 16 de maio. O novo corte viria para garantir que seja alcançada, ao final do
ano, a meta de inflação de 4,5%.
A possibilidade de novo corte contraria a expectativa dos analistas, que esperavam que a reunião
desta quarta colocasse fim ao atual ciclo de redução da Selic, iniciado em 2016.
"A evolução do cenário básico tornou adequada a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto
percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, o comitê vê, neste momento, como apropriada uma
flexibilização monetária moderada adicional [novo corte na Selic]. O Comitê julga que este estímulo
adicional mitiga o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas", informou o Copom
na comunicado.
Por outro lado, o Copom informou que, se a economia evoluir como o previsto, não serão necessários
cortes adicionais na Selic nas reuniões seguintes à de maio.
"Para reuniões além da próxima, salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço
de riscos para a inflação, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização
monetária, visando avaliar os próximos passos, tendo em vista o horizonte relevante naquele momento",
diz o texto.
A taxa definida pelo BC influencia nos juros praticados pelos bancos. Entretanto, apesar de a Selic
estar na mínima histórica, os juros bancários seguem elevados. Em janeiro (último dado disponível), as
taxas do cheque especial e do cartão de crédito rotativo estavam acima de 300% ao ano.
96
MARTELLO, A. SOUSA, Y. No 12º corte seguido, BC baixa juro para 6,5% ao ano, novo piso histórico. G1 Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/no-12-corte-seguido-bc-baixa-juro-para-65-ao-ano-novo-piso-historico.ghtml> Acesso em 22 de março de 2018.
Rendimento da poupança
As decisões do Banco Central sobre a Selic também afetam o rendimento da poupança, que vai cair
novamente a partir desta quarta-feira. A regra atual, em vigor desde maio de 2012, prevê corte nos
rendimentos da poupança sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.
Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da
Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de
4 de maio de 2012.
Com a nova queda dos juros, desta vez para 6,50% ao ano, a correção da poupança passará a ser de
4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.
Mesmo assim, segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade (Anefac), a poupança continuará sendo uma "excelente opção de investimento,
principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano".
A população 1% mais rica detinha, em 2015, 28% de toda a riqueza obtida no país, mostrou um
relatório sobre a desigualdade no mundo divulgado nesta quinta-feira (14/12/17). Em 2001, essa
participação era de 25%.
O documento é assinado por um time de pesquisadores, entre eles o aclamado autor do livro "O Capital
no Século XXI", Thomas Piketty, especialista em estudos sobre desigualdade de renda.
Enquanto os 50% mais pobres do Brasil eram mais de 71 milhões de pessoas em 2015, os 1% mais
favorecidos somavam 1,4 milhão de pessoas.
O estudo também aponta que os 10% mais ricos elevaram sua riqueza de 54% para 55% neste mesmo
período.
Extremos
Os 50% mais pobres também tiveram um aumento da renda, passando de 11% para 12%, um
crescimento mais rápido que os 10% mais ricos, segundo o relatório, mas com impacto bem menos
relevante devido a sua baixa renda.
A participação da classe média, por sua vez, caiu entre 2001 e 2015 de 34% para 32%. Segundo o
estudo, esse estreitamento da camada do meio é resultado da baixa participação da renda e baixa
performance de crescimento desta população.
"Enquanto a desigualdade de renda salarial declinou de acordo com nossas observações, essa queda
foi insuficiente para mitigar a concentração de capital e reverter a crescente concentração de renda entre
os mais favorecidos", diz o estudo.
97
G1. 1% mais ricos concentram 28% de toda a renda no Brasil, diz estudo. G1 Economia. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/1-mais-ricos-
concentram-28-de-toda-a-renda-no-brasil-diz-estudo.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 15 de dezembro de 2017.
A sanção da lei que permite a terceirização de trabalhadores de forma irrestrita provocou muita
controvérsia recentemente na sociedade. Diante do novo cenário, é preciso as enxergar as novas
implicações no mercado de trabalho com essa nova lei.
O projeto aprovado pela Câmara e transformado em lei pelo presidente é de 1998 e libera a
terceirização de todos os setores das empresas, seja atividade fim ou atividade meio, e também no serviço
público, com exceção de carreiras de Estado, como auditor e juiz.
A maior crítica da oposição, é que o projeto não tem dispositivos para impedir a chamada "pejotização"
- demissão de trabalhadores no regime de CLT para contratação deles como pessoas jurídicas (PJ) - e
assim restringir direitos trabalhistas. Porém essa conduta continua sendo ilegal. Explicando um pouco
melhor esse termo, a PJ tem vínculos que caracterizam uma relação de funcionário com aquela empresa,
mas não tem sua carteira assinada e, em geral, não tem todos os direitos trabalhistas garantidos
justamente por não trabalhar em regime CLT. Já na terceirização, uma empresa tem empregados com
carteira assinada vinculados a ela, e aloca esses funcionários para prestar serviços na empresa cliente.
Em relação às leis trabalhistas, por enquanto nada mudou. Porém, a expectativa fica sobre como será
votada a lei de flexibilização do regime trabalhista. Caso aprovada, reforma trabalhista irá permitir que o
acordado entre patrões e empregados tenha poder de se sobrepor à normas trabalhistas – o chamado
“combinado sobre o legislado”.
Já o lado que apoia o projeto afirma que ele irá reduzir o alto número de desempregados atualmente
no Brasil. Para se ter ideia, segundo dados do IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro o número de
desempregados no Brasil atingiu a marca de 13,5 milhões de brasileiros, o maior índice da série histórica
que se iniciou em 2012. O número de pessoas sem trabalho cresceu 36% em relação ao mesmo período
do ano anterior.
Eles ainda dizem que, na medida em que as empresas passam a se focar em partes específicas do
trabalho, tornam-se mais especializadas e produtivas, elevando assim os ganhos em toda sua cadeia de
produção. Por exemplo, quando uma empresa contrata uma terceirizada para cuidar da limpeza de suas
instalações, essa empresa reduz a quantidade de procedimentos que tem que lidar e acaba prestando
um melhor serviço do seu “core business”. Menos recursos indo para a burocracia resultariam em maior
produtividade. E maior produtividade significa melhores condições e mais ganhos reais ao trabalhador.
Agora, vamos aos pontos mais parciais que foram vetados na proposta. O primeiro deles é da
possibilidade de prorrogação do prazo de até 270 dias do contrato temporário de trabalho por acordo ou
convenção coletiva. O segundo assegura ao trabalhador temporário, salário, jornada de trabalho e
proteção previdenciária e contra acidentes equivalentes aos trabalhadores fixos da mesma função. Por
fim, o terceiro e último, prevê o benefício do pagamento direto do FGTS, férias e décimo terceiro
proporcionais a empregados temporários contratados até trinta dias.
Além disso, um assunto que foi muito questionado com essa lei, foi a maneira em que os concursos
públicos ficariam pós a lei entrar em vigor. A realidade é que o projeto não tem nenhum ponto específico
que fala sobre o serviço público, pois é considerado muito amplo e com poucos itens pontuais que
explicam determinada área em específico.
Segundo o juiz federal William Douglas, a abolição de concursos seria considerada inconstitucional.
Ademais, enquanto algumas pessoas interpretam que o projeto é só para o setor privado, outras acham,
por exemplo, que empresas como o Banco do Brasil, que tem “economia mista”, são afetadas pelo projeto.
Com a terceirização em vigor, as empresas tendem a se tornar mais produtivas e isso se refletirá em
melhores serviços e produtos com preços mais competitivos. Até serviços melhores poderão vir até
mesmo do governo, uma vez que produzindo mais, aumenta-se a arrecadação de impostos e com isso
orçamento público também se eleva.
INFLAÇÃO DO ALUGUEL99
A FGV divulga o IGP-M, conhecido como "inflação do aluguel" por ser usado para reajustado a maioria
dos contratos imobiliários, de agosto. Em julho, o índice desacelerou para 0,32%, mas ainda acumula alta
de 11,79% nos últimos 12 meses.
98
DANA, Samy. Terceirização: Como fica a partir de agora? Portal G1. Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/post/terceirizacao-como-
fica-partir-de-agora.html>. Acesso em 10 de abril de 2017.
99
30/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/agenda-do-dia/edicoes/2016/08/30.html
O desemprego subiu para 11,3% no trimestre encerrado em junho, segundo dados divulgados nesta
sexta-feira (29/08/16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior já
registrada pela série histórica da Pnad Contínua, que teve início em janeiro de 2012.
No trimestre encerrado em março, o índice de desemprego foi de 10,9% e no período de abril a junho
de 2015, de 8,3%. No trimestre de março a maio, a taxa bateu 11,2%.
A população desocupada cresceu 4,5% em relação ao primeiro trimestre e chegou a 11,6 milhões de
pessoas. Já na comparação com o 2º trimestre de 2015, o aumento foi de 38,7%.
Por outro lado, a população ocupada somou 90,8 milhões de pessoas e mostrou estabilidade em
relação ao 1º trimestre e queda de 1,5% sobre o período de abril a junho de 2015. Segundo Cimar
Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a ocupação se manteve estável em relação
ao trimestre anterior, no entanto, foi menor do que em 2015. "Com o crescimento da população em idade
para trabalhar (1,3%) e a redução da população ocupada, o nível da ocupação no ano caiu de 56,2% para
54,6%." A Pnad entrevista 211 mil domicílios em 3.464 municípios e 15.756 setores do país.
Também não houve alteração em relação à quantidade de trabalhadores com carteira assinada, que
ficou em 34,4 milhões. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, esse número caiu
4,1%. De acordo com Azeredo, essa retração gera "um movimento de pressão" ao mercado de trabalho.
Rendimento
Em um ambiente de desemprego em alta, o rendimento médio dos trabalhadores acabou caindo e
atingiu R$ 1.972. Sobre o 1º trimestre, a renda diminuiu 1,5% e em relação ao 2º trimestre do ano passado,
4,2%.
"Os trabalhadores estão ganhando menos. Você tem no segundo semestre massa de rendimento de
trabalho circulando menos do que o que estávamos tendo no trimestre passado e no ano anterior. Isso
vai reduzir consumo, gastos e vai refletir no comércio, na indústria, ou seja, vai criar esse círculo vicioso
que você vê no mercado de trabalho”, analisou o técnico.
A dívida pública federal brasileira, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, subiu
2,77% em junho, para R$ 2,95 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (25/07/2016).
Em maio, o endividamento público havia somado R$ 2,87 trilhões.
O aumento da dívida pública em junho está relacionado com a emissão líquida de títulos públicos, ou
seja, acima do volume dos resgates (papéis que venceram no mês passado) em R$ 61,1 bilhões.
Em junho (2016), foram resgatados R$ 1,31 bilhão em papéis, enquanto que as emissões de títulos
da dívida somaram R$ 62,42 bilhões. A alta da dívida também está relacionada com as despesas com
juros, que totalizaram R$ 18,67 bilhões no mês passado.
Contratos de swap
Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 7,40% do total (R$ 210
bilhões) em junho, contra R$ 237 bilhões (8,67% do total) em maio deste ano.
Esta dívida atrelada ao dólar se deve à emissão, pelo Banco Central, de contratos de swap cambial –
que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro (derivativos) para evitar uma alta maior na
cotação do dólar.
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O BC (Banco Central) oferece um contrato de
venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda. No vencimento deles,
o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a
variação do dólar no mesmo período.
100
29/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/07/desemprego-fica-em-113-no-2-trimestre-diz-ibge.html
101
25/07/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/07/divida-publica-sobe-277-em-junho-para-r-295-trilhoes.html
O Brasil perdeu mais 6 posições no ranking das economias mais competitivas do mundo, caindo para
a 81ª colocação em 2016 -– a pior posição já atingida no ranking de competitividade elaborado desde
1997 pelo Fórum Econômico Mundial.
A pior colocação até então tinha sido o 75º lugar, registrado no ano passado. Em 4 anos, o Brasil caiu
33 posições, revelando o agravamento da crise econômica e o declínio da produtividade no país.
O ranking de 2016 avalia 138 países e foi divulgado nesta terça-feira (27) no Brasil pelo Fórum
Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O levantamento é uma espécie de
termômetro do nível de produtividade e das condições oferecidas pelos países para gerar oportuniades e
para que as empresas possam obter sucesso.
Após 4 anos consecutivos de perda de posições, o Brasil está, agora, abaixo de países como Albânia,
Armênia, Guatemala, Irã e Jamaica, além de ter ficado ainda mais atrás de países como Chile(que subiu
6 posições, para 51º lugar) África do Sul, México, Costa Rica, Colômbia, Peru e Uruguai. Veja lista
completa mais abaixo
O ranking é calculado a partir de dados estatísticos e de pesquisa de opinião realizada com executivos
dos 138 países participantes. Segundo o Fórum Econômico Mundial, 118 variáveis são analisadas e
agrupadas em 12 categorias: instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação
primária, educação superior e treinamento, eficiência do mercado de bens, eficiência do mercado de
trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, prontidão tecnológica, tamanho de mercado,
sofisticação empresarial e inovação.
102
27/09/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/09/brasil-cai-para-81-posicao-em-ranking-de-competitividade-de-paises.html
Os menos competitivos
Iêmen, Mauritânia, Chade, Burundi e Malaui ocupam, pela ordem, os últimos lugares do ranking.
A dívida pública federal brasileira, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, registrou
alta de 3,1% em setembro e chegou a R$ 3,04 trilhões, informou nesta terça-feira (25) o Tesouro Nacional.
É a primeira vez que a dívida supera o patamar de R$ 3 trilhões. Em agosto, o endividamento público
somava R$ 2,95 trilhões.
De acordo com o governo, o aumento está relacionado com a emissão líquida, ou seja, colocação de
títulos públicos no mercado acima do valor gasto com pagamento de títulos vencidos, além das despesas
com juros.
Em setembro, as emissões de títulos públicos somaram R$ 78,34 bilhões. Já o gasto com os títulos
vencidos totalizou R$ 16,36 bilhões. A diferença entre os dois valores, R$ 62 bilhões, é quanto a dívida
pública aumentou somente por conta da colocação de títulos no mercado.
Além disso, também houve no mês passado uma despesa com juros de R$ 29,74 bilhões - que
contribuiu para elevar a dívida na mesma proporção.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros
na dívida pública interna voltou a cair em setembro. No mês passado, os investidores não residentes
detinham 14,97% do total da dívida interna (R$ 437 bilhões), contra 15,67% (R$ 443 bilhões) em agosto.
Com isso, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública
interna em setembro, atrás dos fundos de previdência (24,26%, ou R$ 708 bilhões) - que seguem na
liderança -, das instituições financeiras (24,14% do total, ou R$ 704 bilhões), e dos fundos de investimento
(21,4% do total, ou R$ 625 bilhões).
Perfil da dívida
O Tesouro Nacional informou ainda que o estoque de títulos prefixados (papéis que têm a correção
determinada no momento do leilão) somou R$ 1,13 trilhão em setembro, ou 38,9% do total, contra R$
1,07 trilhão, ou 38,1% do total, em agosto. O cálculo foi feito após a contabilização dos contratos de swap
cambial.
103
25/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/divida-publica-sobe-em-setembro-e-atinge-patamar-inedito-de-r-3-trilhoes.html
Contratos de swap
Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 4,2% do total (R$ 122
bilhões) em setembro, contra R$ 143 bilhões (5,06% do total) em agosto deste ano.
Esta dívida atrelada ao dólar se deve à emissão, pelo Banco Central, de contratos de swap cambial –
que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro (derivativos) para evitar uma alta maior na
cotação do dólar.
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O BC oferece um contrato de venda de dólares,
com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda. No vencimento deles, o BC se
compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do
dólar no mesmo período.
É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que
para o futuro, e controlar a alta da cotação. Recentemente, a instituição informou que pretende emitir
menos destes contratos, o que tende a baixar o patamar da dívida atrelada à variação da taxa de câmbio.
O desemprego ficou em 11,8% no trimestre encerrado em setembro, segundo dados divulgados nesta
quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa segue como a maior de
toda a série histórica da Pnad, que teve início em 2012. No trimestre encerrado em agosto, o índice
também ficou em 11,8%.
No terceiro trimestre de 2015, o índice havia atingido 8,9%. No período de abril a junho deste ano, a
taxa bateu 11,3%.
"É um trimestre que já se poderia dizer, em função da leitura de série histórica, que já deveria começar
a apresentar algum fôlego", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A população desocupada somou 12 milhões de pessoas – um aumento de 3,8% sobre o trimestre de
abril a junho de 2016 e de 33,9% frente ao mesmo trimestre de 2015.
"Você tem um aumento expressivo da desocupação, um aumento que é constante e significativo.
Chegamos a 12 milhões de pessoas desocupadas. Dados indicam um cenário complicado", afirmou
Azeredo.
A população ocupada atingiu 89,8 milhões de pessoas. O número mostra uma queda de 1,1% em
relação ao trimestre anterior e de 2,4% sobre o terceiro trimestre do ano anterior. "O contingente de
trabalhadores desce da marca de 90 milhões, que foi atingida pela primeira vez no segundo trimestre de
2013", disse o coordenador do IBGE.
Com o aumento do desemprego, caiu o número de empregados com carteira assinada. As
contratações formais recuaram 0,9% sobre o trimestre de abril a junho e 3,7% em relação ao observado
um ano atrás.
De acordo com o IBGE, ficaram estáveis – em ambas as comparações – os números relativos aos
empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (10,3 milhões de pessoas), dos
trabalhadores domésticos (6,1 milhões de pessoas) e dos empregados no setor público (11,3 milhões de
pessoas).
O número de empregadores chegou a 4,1 milhões e mostrou crescimento expressivo de 10,1% em
relação ao trimestre de abril a junho de 2016. Frente a um ano atrás, não houve variação significativa.
A categoria das pessoas que trabalharam por conta própria (21,9 milhões de pessoas) apresentou
redução de 4,7% em relação ao trimestre de abril a junho de 2016 (menos 1,1 milhão de pessoas). Na
comparação com o trimestre de julho a setembro de 2015, a queda foi de 1,7% (menos 378 mil pessoas).
Na análise dos setores das pessoas que estão ocupadas, o IBGE destaca que, em relação ao trimestre
de abril a junho de 2016, foi registrada queda de 4,2% na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca
e agricultura, 3,7% na construção, de 1,8% no comércio, reparação de veículos automotores e
motocicletas e de 2,1% nos serviços domésticos.
104
27/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/desemprego-fica-em-118-no-trimestre-encerrado-em-setembro.html
Salários
O rendimento médio real normalmente recebido pelos trabalhadores cresceu em relação ao trimestre
anterior e caiu sobre um ano antes ao chegar a R$ 2.015.
"Isso que parece ser uma notícia favorável [aumento] pode ser consequência da queda continuada da
carteira assinada e do trabalhador por conta própria. Ou seja, pode ter saído da ocupação quem tinha
renda mais baixa, aumentando então o rendimento médio."
Na comparação com o trimestre de abril a junho de 2016, o único rendimento médio que apresentou
alta foi o do grupamento de atividade da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca
A economia dos Estados Unidos cresceu no ritmo mais rápido em dois anos no terceiro trimestre, com
a alta nas exportações e a recuperação do investimento em estoques compensando a desaceleração nos
gastos do consumidor.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anual de 2,9% após expansão de 1,4% no segundo
trimestre, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira (28) em sua primeira estimativa. Essa
foi a taxa de crescimento mais forte desde o terceiro trimestre de 2014.
Economistas consultados pela Reuters esperavam crescimento a uma taxa anual de 2,5% no terceiro
trimestre.
Apesar da moderação nos gastos do consumidor, o crescimento no terceiro trimestre poderia ajudar a
dissipar quaisquer preocupações de que a economia corre o risco de estagnar. Ao longo do primeiro
semestre do ano, o crescimento teve média de apenas 1,1%.
105
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/confianca-economica-da-zona-do-euro-cresce-em-outubro.html
106
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/10/petrobras-conclui-compra-de-ativos-na-argentina-e-bolivia.html
107
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/exportacoes-impulsionam-alta-do-pib-dos-eua-no-3trimestre.html
22,5% dos brasileiros não sabem o que farão com a 1ª parcela do 13º108
Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) feita entre os dias 1º e 12 de outubro em
todo o país mostra que 22,5% dos brasileiros não sabem como aplicarão a 1ª parcela do 13º salário. É o
dobro do ano passado, quando os indecisos somavam 11,8%.
“Esse resultado gera incerteza sobre o desempenho do Natal. O varejo poderá ser beneficiado se os
indecisos resolverem comprar”, diz Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo
(ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Segundo ele,
para que isso se concretize, o comércio precisa focar em ofertas, promoções e descontos, a fim de atrair
quem está indeciso.
A enquete da ACSP aponta que 42,5% dos consumidores usarão a primeira parcela para quitar débitos
– situação estável frente ao ano passado (41,2%).
Os que têm intenção de guardar o dinheiro somam 20%, contra 29,4% no ano passado. Já os que vão
gastar com presentes são 5% (8,8% em 2015).
Os que utilizarão o benefício para viajar são 2,5%, sendo que no ano passado eram 5,9%. Para Burti,
a parcela poderá aumentar se as agências investirem em pacotes promocionais e se o dólar continuar
em queda.
Reformar a casa deve ser opção de 2,5% dos brasileiros (2,9% em 2015). Embora a parcela seja
pequena, é significativa, o que se explica pela desistência de pessoas de comprar imóveis – optando pela
reforma, segundo a ACSP. Assim, é uma boa perspectiva para lojas de material de construção.
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) fechou o mês de outubro em 0,16%, depois de avançar
0,20% em setembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Um ano atrás, a variação foi de 1,89%.
No ano, de janeiro a outubro, o índice acumula alta de 6,63% e, em 12 meses, de 8,78%.
Usado no cálculo do indicador, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede os preços no
atacado, variou de 0,18% para 0,15%.
Já o índice que calcula os preços no varejo e é usado no IGP-M registrou variação de 0,17%, em
outubro, ante 0,16%, em setembro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que também entra no cálculo do IGP-M, mas com
peso menor do que o dos outros, desacelerou, de 0,37% em setembro para 0,17%, no mês seguinte.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza nesta sexta-feira (28) o leilão de 6,8 mil
quilômetros de linhas de transmissão e 16 subestações. A disputa deve ter início às 11h30 na sede da
BM&FBovespa, em São Paulo.
Estão sendo oferecidos 24 lotes de empreendimentos que vão passar por 10 estados: Bahia, Ceará,
Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Trata-se do primeiro grande leilão da Aneel sob o governo do presidente Michel Temer, o que faz do
certame uma espécie de teste do nível de disposição dos investidores em relação à investimentos de
infraestrutura no Brasil.
108
28/10/2016 Fonte http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2016/10/225-dos-brasileiros-nao-sabem-o-que-farao-com-1-parcela-do-13.html
109
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/inflacao-do-aluguel-acumula-alta-de-878-em-12-meses-diz-fgv.html
110
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/leilao-da-aneel-de-linhas-de-transmissao-e-subestacoes.html
Regras do leilão
Pelas regras do leilão, o vencedor de cada lote será o grupo que se dispuser a receber a remuneração
mais baixa pela construção e operação da linha de transmissão em relação ao valor teto fixado pela
Aneel. O remuneração máxima de todos os lotes é de R$ 2,6 bilhões anuais. O concessionário vencedor
terá direito ao recebimento da chamada RAP (Receitas Anuais Permitidas) por 30 anos.
O teto de remuneração foi elevado pela Aneel para tornar os empreendimentos mais atrativos a
investidores. No leilão anterior, realizado em abril, o teto de remuneração foi de R$ 2,3 bilhões anuais e
10 dos 24 lotes ofertados não receberam propostas.
A Aneel adotou também para este leilão os chamados “lotes condicionantes” e “lotes condicionados”.
Caso o lote condicionante não receba nenhuma proposta financeira, os lotes que são condicionados a
ele não podem ser licitados. Essa mudança ocorreu por causa da interdependência entre os sistemas de
transmissão.
O edital manteve a proibição de participação de empresas que nos últimos três anos tenham um atraso
médio superior a seis meses na entrada de operação comercial de instalações de transmissão, que
tenham cometido no mesmo período três ou mais infrações por atraso na execução de obras de
transmissão, que sejam concessionárias ou permissionárias de distribuição de energia ou que estejam
em recuperação judicial ou extrajudicial.
Expectativas
A Aneel espera ter investidores para todos projetos, inclusive com competição em alguns deles. A
expectativa do mercado é de que haja maior interesse de investidores neste leilão, inclusive com disputa
entre empresas e presença de concorrentes não tradicionais, embora linhas vistas como mais complexas
por questões ambientais ou fundiárias ainda possam ficar sem proposta.
O receio de que não haverá participantes suficientes para todos lotes deve-se principalmente à
conjuntura econômica do país, que ainda apresenta condições muito limitadas de financiamento. O Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, vai oferecer empréstimos a
custo de mercado para os participantes da licitação, e não mais pela Taxa de Juros de Longo Prazo
(TJLP).
Além disso, a estatal Eletrobras já avisou que não deverá participar do leilão, enquanto prioriza colocar
no prazo uma série de obras atrasadas de suas subsidiárias.
O comitê executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta terça-feira (15/11/2016) que a
economia brasileira pode estar perto de sair de uma forte recessão, mas enfrenta um longo e duro
caminho de recuperação que depende da aprovação de reformas impopulares.
"O Brasil está pronto para sair de recessão profunda", disse o FMI nas considerações do relatório anual
sobre o Brasil. O comitê executivo afirma, entretanto, que apesar dos esforços do novo governo para
evitar uma crise fiscal, eles esperam uma recuperação gradual da economia brasileira, destacando que
a atividade deverá permanecer "fraca por um período prolongado".
Os diretores elogiaram as medidas de controle das despesas apresentadas pelo governo, como a PEC
do teto de gastos, mas destacaram a necessidade de medidas complementares como a de uma reforma
da Previdência para a "consolidação fiscal para garantir estabilidade macroeconômica".
Projeções e riscos
Dados decepcionantes de produção industrial e consumo têm abalado as esperanças de uma
recuperação mais rápida no próximo ano, com algumas autoridades do governo reduzindo suas projeções
de crescimento de 2% para 1% em 2017, destaca a agência Reuters.
O FMI está ainda mais pessimista, com uma projeção de expansão de 0,5% no próximo ano (para
2016, a estimativa é de queda de 3,3%), após dois anos seguidos de queda na economia. As projeções
feitas pelo fundo para a economia brasileira seguem as mesmas feitas em relatório de outubro.
Para o fundo, as perspectivas para o Brasil ainda estão sujeitas a riscos como incertezas políticas
decorrentes da evolução das investigações de corrupção e da desaceleração do crescimento nos países
111
15/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/fmi-ve-recuperacao-lenta-no-brasil-e-alerta-para-riscos-a-frente-20161115182005540917.html
Efeito Trump
Uma forte valorização do dólar frente ao real desde a semana passada em meio a preocupações com
uma mudança em políticas econômicas nos Estados Unidos após a eleição de Donald Trump para a
Presidência norte-americana também levantou preocupações sobre a recuperação.
Segundo a Reuters, uma autoridade do FMI disse que ainda é muito cedo para medir o impacto de
futuras políticas de Trump sobre o Brasil, mas que as amplas reservas do país e o regime de câmbio
flutuante podem oferecer alguma proteção.
Taxa de juros
O fundo recomenda ainda que o Banco Central mantenha uma política monetária (de definição da taxa
básica de juros) "relativamente apertada". Ou seja, de cautela na redução dos juros, até a realização de
progressos no processo de aprovação de medidas fiscais no Congresso e maior convergência das
expectativas de inflação para a meta do BC.
Após vitória de Trump, o mercado passou a estimar uma queda menor dos juros na última reunião do
Comitê de Política (Copom) do Banco Central deste ano, marcada para o final de novembro. A expectativa
agora é de uma redução de 0,25 ponto percentual - para 13,75% ao ano.
Esperanças de uma rápida recuperação haviam sido levantadas após Michel Temer assumir a
Presidência em decorrência do impeachment de Dilma Rousseff.
Temer apresentou uma medida para limitar o crescimento do gasto público, em tramitação no
Congresso Nacional, e prometeu rever o custoso sistema previdenciário do país.
Embora elogiem essas reformas, a maioria dos diretores do comitê do FMI acredita que o Brasil poderia
se beneficiar mais acelerando a consolidação fiscal com medidas para aumentar a receita.
Entretanto, Temer disse que não planeja elevar impostos a menos que essas reformas não passem, o
que ecoa a opinião de alguns diretores do FMI que alertaram que aumento de impostos pode precisar
esperar até que a economia esteja em um passo mais firme.
O comitê foi unânime em suas preocupações sobre as fracas finanças dos Estados e municípios do
Brasil. Muitos Estados brasileiros, incluindo o Rio de Janeiro, estão sofrendo para pagar seus funcionários
e honrar suas dívidas.
112
15/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/petroleo-sobe-mais-de-5-nos-eua-diante-de-eventual-acordo-da-opep.html
Mercado estima menos inflação para este ano e 'tombo' maior do PIB113
Os economistas das instituições financeiras previram menos inflação para este ano e um
"encolhimento" maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, além de uma expansão mais fraca da
economia no próximo ano.
As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-
feira (21/11/2016) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem
instituições financeiras foram ouvidas.
A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano
recuou de 6,84% para 6,80% na semana passada. Mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do
sistema de metas de inflação e bem distante do objetivo central fixado para 2016, que é de inflação de
4,5%.
Para 2017, a previsão do mercado financeiro para a inflação permaneceu estável em 4,93%. O índice
está abaixo do teto de 6% para o IPCA, fixado para o ano que vem, mas ainda acima da meta central,
que de inflação de 4,5%.
O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a
inflação para a meta central de 4,5% em 2017.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve, na última semana, a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em
13,75% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de mais
um corte nos juros até o fim de 2016.
Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 10,75% ao ano - o
que pressupõe continuidade do processo de corte dos juros no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo
sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-
determinados.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos
preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar
os juros.
113
21/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2016/11/mercado-estima-menos-inflacao-para-este-ano-e-tombo-maior-do-pib.html
O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial,
ganhou força de outubro para novembro, ao passar de 0,19% para 0,26%, segundo informou o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (22/11/2016).
Apesar de ter avançado de um mês para o outro, a taxa é a menor para novembro desde 2007, quando
chegou a 0,23%.
No ano, a prévia do IPCA acumula alta de 6,38%. No mesmo período de 2015, o avanço era de 9,42%.
Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 7,64%, abaixo dos 8,27% registrados nos 12 meses
imediatamente anteriores - mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas de
inflação e bem distante do objetivo central fixado para 2016, que é de inflação de 4,5%.
O que mais impactou a alta do IPCA-15 em novembro foi o etanol, que ficou 7,29% mais caro. O preço
das multas de trânsito, que foram reajustados no início do mês, também pressionou o índice, ao subir,
em média, 23,72%.
Também influenciaram a prévia da inflação oficial os preços de seguro de veículo (2,61%), de plano
de saúde (1,07%), de empregado doméstico (0,87%), de mão de obra para pequenos reparos (0,87%),
de artigos de higiene pessoal (0,87%), de emplacamento e licença (0,80%), de cabeleireiro (0,67%) e de
gasolina (0,59%).
Grupos de gastos
Na análise dos grupos de gastos, o maior aumento de preços partiu de saúde e cuidados pessoais,
cuja alta passou de 0,28%, em outubro, para 0,68%, no mês seguinte.
Os alimentos e bebidas também contribuíram com o avanço do IPCA-15. Isso porque a queda de
preços perdeu força em novembro, ao passar de -0,25% para - 0,06%. Ficaram mais caros: açúcar cristal
(3,73%), pescados (3,91%), batata-inglesa (3,26%), cerveja (2,36%) e carnes (1,43%). Ficaram mais
baratos: leite longa vida (-10,52%), feijão-carioca (-11,84%), feijão-mulatinho (-7,82%), tomate (-6,61%)
e cenoura (-4,31%).
Região
O IPCA-15 mais elevado partiu da região metropolitana do Recife (0,55%), puxado pelo preço do litro
da gasolina (4,11%). Na outra ponta está Goiânia (-0,03%), sob influência da queda de 4,15% da energia
elétrica.
O setor público consolidado, o que inclui o governo federal, os estados, municípios e as empresas
estatais, conseguiu economizar, em outubro, o suficiente não só para pagar as despesas correntes, mas
também os gastos com juros da dívida pública, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta
sexta-feira (28).
É a primeira vez em 18 meses que é registrado um "superávit nominal" nas contas públicas - conceito
que é mais utilizado para comparações internacionais. O saldo positivo, por essa metodologia, somou R$
3,38 bilhões no mês passado.
A última vez que as contas públicas tinham ficado no azul, mesmo após contabilizar as despesas com
juros, havia sido em abril de 2015, quando o saldo positivo somou R$ 11,23 bilhões, de acordo com dados
oficiais.
O bom resulado das contas públicas em outubro deste ano só foi possível por conta do ingresso dos
recursos da regularização de ativos no exterior, a chamada "repatriação", que gerou arrecadação de R$
45 bilhões no mês passado. O prazo para os sonegadores regularizarem sua situação, com desconto de
multa e imposto devido, terminou em 31 de outubro.
Sem contar juros, superávit bate recorde
114
23/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/previa-da-inflacao-oficial-fica-em-026-novembro.html
115
28/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/contas-publicas-tem-1-superavit-em-18-meses-apos-pagar-juros-da-divida.html
O Governo anunciou nesta terça-feira (6/12/2016) os detalhes da reforma da Previdência, que foi
enviada ao Congresso Nacional. A proposta de emenda constitucional (PEC), que recebeu o número 287,
é uma das principais medidas do governo para tentar reequilibrar as contas públicas.
Uma das principais mudanças é que a idade mínima para se aposentar passaria para 65 anos, tanto
para homens quanto para mulheres. Para os homens com menos de 50 anos atualmente e as mulheres
116
06/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/veja-como-e-e-o-que-muda-na-previdencia.ghtml
Impacto na economia
De acordo com estimativas do governo, os gastos com a Previdência passarão de 0,3% do Produto
Interno Bruto em 1997 para estimados 2,7% do PIB em 2017. Atualmente, representam 40% do gasto
primário do governo.
O pagamento de aposentadorias e outros benefícios do INSS não pode sofrer cortes e abocanha mais
de 40% dos gastos primários (sem contar os juros da dívida). Estes gastos obrigatórios crescem conforme
a população envelhece e mais pessoas se aposentam, mesmo que as contribuições não arrecadem na
mesma proporção.
Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20
. 169
Em 10 anos, os gastos do sistema passaram de R$ 146 bilhões para R$ 436 bilhões até 2015, um
aumento de quase 200%, segundo dados da Previdência Social. Essas despesas subiram 4,3% acima
da inflação entre 2011 e 2015. Até 2037, os gastos com aposentadoria e pensões vão chegar a R$ 2,6
trilhões, apontam as projeções do próprio governo que consideram as regras atuais da Previdência Social.
Outros gastos sociais cresceram mais que a Previdência nos últimos anos, mas eles têm pesos
menores no Orçamento não geram a mesma pressão sobre as contas públicas. Um exemplo é o Bolsa
Família, que nos últimos quatro anos teve despesas 7,1% acima da inflação, mas representa apenas
2,3% dos gastos primários do governo.
O Senado aprovou, na terça-feira (13), o projeto que limita os supersalários dos funcionários públicos.
É outra medida que reduz gastos, mas também é uma cutucada do Congresso no Judiciário. Mais um
capítulo do embate envolvendo os supersalários: Senado versus Judiciário.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, levou à votação, tarde da noite, medidas para acabar com
os salários que passam do teto constitucional de R$ 33,7 mil. É quando o contra-cheque vai acumulando
salário, gratificação e outros tipos de benefícios. O projeto sai cortando o salário dos servidores públicos,
dos magistrados.
A relatora, senadora Katia Abreu, propôs três projetos de lei. Entre eles, o que vai definir quais
benefícios pagos aos servidores públicos devem ser submetidos ao teto de R$ 33,7 mil, auxílios,
gratificações e assistências.
Ela também recomendou a votação da Proposta de Emenda à Constituição que acaba com o chamado
"efeito cascata", que seria o reajuste automático de toda a magistratura com base nos aumentos
concedidos aos ministros dos tribunais superiores. O texto aprovado pelo Senado segue agora para o
plenário da Câmara dos Deputados.
Ao longo da sessão na terça-feira (13/12/2016), Renan Calheiros deixou claro que continua na pauta
o projeto apresentado por ele que trata dos crimes de abuso de autoridade. O assunto está polêmico.
Os economistas do mercado financeiro elevaram para R$ 151,7 bilhões sua previsão para o déficit
primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida pública) em 2017. Com isso,
seguem prevendo estouro da meta fiscal fixada pelo governo para o ano que vem.
O valor está no mais recente levantamento feito pela Secretaria de Política Econômica do Ministério
da Fazenda e divulgada nesta quinta-feira (15/12/2016) dentro do chamado "Prisma Fiscal". No mês
passado, a mesma pesquisa informava que os analistas estimavam um rombo menor para o ano que
vem, de R$ 144,7 bilhões.
A meta fiscal para 2017 é de déficit primário de R$ 139 bilhões. Isso significa que o governo prevê que
seus gastos vão superar a arrecadação com impostos neste valor. Essa meta não inclui despesas com
pagamento de juros da dívida pública.
117
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/12/senado-aprova-limite-para-supersalarios-de-servidores-publicos.html
118
http://g1.globo.com/economia/noticia/mercado-preve-deficit-fiscal-de-r-151-bilhoes-em-2017-e-estouro-da-meta.ghtml
Questões
01. (TJ-SP – Assistente Social Jurídico – Vunesp) O presidente Michel Temer sancionou na noite
desta sexta-feira o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país.
A iniciativa foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” e inclui vetos parciais a três pontos
da proposta.
(Folha de S.Paulo, 31.03.2017)
O projeto de lei sancionado
(A) Isenta as empresas contratantes e contratadas dos serviços terceirizados de qualquer ação no
âmbito da Justiça do Trabalho e determina que todos os trabalhadores terceirizados devem se constituir
em microempresários, dessa forma responsáveis pelos tributos relacionados ao trabalho.
(B) Determina que todas as empresas privadas podem terceirizar qualquer atividade profissional,
desde que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados, e veta a utilização de trabalho terceirizado
para as empresas de economia mista e a administração pública, com exceção para a área de saúde.
02. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) A Lei da Terceirização, foi sancionada pelo presidente Michel
Temer, em 31 de março. Essa lei dispõe que:
I. A terceirização poderá ser aplicada a qualquer atividade da empresa, tanto atividade-meio como
atividade-fim.
II. O tempo de duração do trabalho temporário não deve ultrapassar três meses ou 90 dias.
III. Após o término do contrato, o trabalhador temporário só poderá prestar novamente o mesmo tipo
de serviço à empresa após esperar três meses.
04. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) A economia brasileira voltou a crescer após oito trimestres
seguidos de queda. Nos três primeiros meses de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,0% em
relação ao 4° trimestre do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1° ) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
(Adaptado de: http://g1.globo.com)
05. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Técnico Legislativo – Vunesp–2018) A
decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar os impostos de importação de aço e alumínio
pode abalar o comércio mundial e a economia brasileira.
(UOL, 09.03.2018. Disponível em:<https://goo.gl/Tn1QpE> . Adaptado)
Uma das possíveis consequências da decisão de Trump para o Brasil é
(A) o aumento da produção de aço nacional, devido à demanda de outros países.
(B) uma crise na oferta de aço, diante da escassez do produto no mercado.
(C) o impacto nas siderúrgicas nacionais, que exportam muito para os EUA.
(D) a interrupção da importação de produtos norte-americanos, como retaliação à decisão.
(E) a redução no consumo de petróleo, muito utilizado na produção de aço.
Comentários
01. Resposta: E
Seria algo como uma “quarteirização”. As novas regras permitem que uma empresa terceirizada
terceirize o serviço para o qual ela foi contratada ou para que essas empresas encontrem outras para
executar esse serviço. Segue o link explicativo < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-com-3-vetos-projeto-da-camara-sobre-
terceirizacao.ghtml>
02. Resposta: A
A alternativa II está incorreta. “O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, NÃO poderá exceder ao prazo de CENTO E OITENTA dias, consecutivos ou não.”.
Conforme Artigo 10 da mesma lei.
03. Resposta: D
Ilan Goldfajn (Haifa, 12 de março de 1966) é um professor e economista israelo-brasileiro. É o atual
presidente do Banco Central do Brasil.
De origem judaica, nasceu em Haifa, Israel. Parte de sua criação deu-se no Rio de Janeiro, onde
estudou no Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin.
Em 17 de maio de 2016, foi indicado ao cargo de presidente do Banco Central pelo ministro da Fazenda
Henrique Meirelles. Seu nome foi submetido à aprovação no Senado Federal, contando com 53 votos
favoráveis e 13 contrários. Foi empossado no cargo em 9 de junho.
04. Resposta: D
PIB do Brasil cresce 1% no 1º trimestre de 2017, após 8 quedas seguidas.
Agropecuária foi o destaque na primeira alta da economia em 2 anos. Tecnicamente, resultado positivo
tira o país de sua pior recessão. (https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-do-brasil-cresce-10-no-1-trimestre-de-2017.ghtml)
05. Resposta: C
A decisão do presidente norte-americano Trump afeta o setor siderúrgico nacional porque o Brasil
ocupa a segunda posição entre os países exportadores de aço para a industrial estadunidense. <
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/03/09/trump-cria-taxa-para-aco-e-aluminio-que-impacto-isso-pode-ter-na-sua-vida.htm>
Sociedade
saúde
Corte Interamericana condena Brasil por morte de Vladimir Herzog119
Tribunal apontou o Estado brasileiro como responsável pela violação ao direito de conhecer a verdade
sobre o assassinato do jornalista
A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) condenou o Brasil pela falta de investigação
e sanção dos responsáveis pela morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, durante o regime militar,
informou o tribunal nesta quarta-feira (04/07).
O tribunal questionou a aplicação da lei de anistia de 1979 para encobrir os responsáveis pela morte
de Herzog e apontou o Estado brasileiro como responsável pela violação ao direito de conhecer a verdade
e a integridade pessoal em detrimento dos familiares da vítima.
O caso ocorreu após a detenção de Herzog, em 25 de outubro de 1975, quando foi interrogado,
torturado e assassinado "em um contexto sistemático e generalizado de ataques contra a população civil,
considerada como opositora à ditadura brasileira", segundo a corte, sediada em San José, na Costa Rica.
A instância ressaltou que as principais vítimas destes abusos eram jornalistas e membros do Partido
Comunista Brasileiro, durante a ditadura que governou o Brasil entre 1964 e 1985.
Diretor de jornalismo da TV Cultura, Vladimir Herzog foi convocado pelo DOI-Codi em 1975 a prestar
depoimento sobre seus vínculos com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). No dia seguinte, estava
morto. No mesmo dia da prisão, o Exército divulgou que Herzog tinha se suicidado e confirmou a versão
119
Carta Capital. Corte Interamericana condena Brasil por Morte de Vladimir Herzog. <https://www.cartacapital.com.br/politica/corte-idh-condena-brasil-por-morte-de-
vladimir-herzog-durante-ditadura> Acesso em 05 de julho de 2018.
Portaria foi publicada na terça. Estados e DF terão de assinar adesão e criar estruturas locais, em
troca de consultoria e 'articulação de verbas' da União.
O governo federal lança nesta quarta-feira (16/05), em Brasília, um pacto nacional de enfrentamento
à violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – os grupos que compõem a sigla
LGBT. Os governos dos estados e do Distrito Federal terão de manifestar, individualmente, a adesão ao
programa.
Até a tarde desta terça (15/05), 12 estados tinham confirmado presença na cerimônia de assinatura,
segundo o Ministério dos Direitos Humanos. O pacto tem vigência prevista de dois anos, prorrogáveis por
igual período.
A portaria que institui o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência LGBTfóbica já foi publicada no
Diário Oficial da União. Nela, o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, cita tratados
internacionais, o Programa Nacional de Direitos Humanos instituído no país em 2009 e recomendações
das Nações Unidas sobre o tema.
De acordo com a portaria, o pacto "tem por objetivo promover a articulação entre a União, Estados e
Distrito Federal nas ações de prevenção e combate à LGBTfobia". O formato exato dessa articulação não
consta na portaria, e deve ser detalhado durante a cerimônia de lançamento, à tarde.
O lançamento do pacto nacional ocorre dois dias antes do Dia Nacional de Combate à Homofobia no
Brasil, celebrado em 17 de maio. Nesta mesma data, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
retirou o termo "homossexualismo" da lista de doenças e problemas de saúde.
Adesão e compromissos
Junto com a portaria, o governo também publicou o modelo do Termo de Adesão a ser preenchido
pelos governos signatários do pacto. O documento lista alguns dos "direitos e deveres" gerados pela
medida.
As atribuições dos estados e do DF incluem a criação de estruturas para "promoção de políticas"
ligadas à população LGBT, assim como "equipamentos nos órgãos estaduais para atendimento
adequado" aos mesmos grupos.
Os governos locais também terão de dar "pleno funcionamento" ao comitê gestor estadual, em até 60
dias após a assinatura do termo. A partir daí, começa um outro prazo, de 45 dias, para a apresentação
de um "plano de ação", com cronograma e estatísticas.
120
Matheus Rodrigues. Governo Federal lança pacto nacional contra LGBTfobia nesta quarta. G1 Distrito Federal. < https://g1.globo.com/df/distrito-
federal/noticia/governo-federal-lanca-pacto-nacional-contra-lgbtfobia-nesta-quarta.ghtml> Acesso em 16 de maio de 2018.
O documento também fala em "contribuir com a articulação de recursos financeiros, seja em órgãos
do Poder Executivo e/ou Poder Legislativo para financiamento das ações propostas no Plano de Ação".
Isso não significa que a assinatura, por si só, gere verba pública. Na seção seguinte, a própria portaria
esclarece que a transferência de recursos será oficializada "por meio de convênio específico ou outro
instrumento adequado" – se, e quando acontecer.
Muito a percorrer
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, em 2017, o Disque 100 registrou 1.720 denúncias
de violações de direitos de pessoas LGBT.
A cada 10 casos, 7 são referentes a episódios de discriminação. A violência psicológica aparece em
53% das denúncias, e a física, em 31%. O somatório é maior que 100% porque, muitas vezes, um único
caso é composto de diferentes tipos de violação.
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 2016, 343 pessoas foram mortas pela
LGBTIfobia. A sigla usada pela entidade inclui a letra I, de intersexual – alguém que, por razões genéticas
ou de desenvolvimento fetal, não se enquadra na definição típica de "masculino" ou "feminino".
Cerca de 25% da população possui renda familiar equivalente a R$ 387. Número de jovens que não
trabalham nem estudam cresce.
Cerca 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e
possuem renda familiar equivalente a R$ 387, ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para
definir se uma pessoa é pobre.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15/12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) e fazem parte da pesquisa SIS 2017 (Síntese de Indicadores Sociais 2017). Ela indica, ainda,
que o maior índice de pobreza se dá na região Nordeste do país, onde 43,5% da população se enquadram
nessa situação e, a menor, no Sul, com 12,3%.
A situação é ainda mais grave se levadas em conta os números envolvendo crianças de 0 a 14 anos
de idade. No país, 42% dos cidadãos nesta faixa etária se enquadram nestas condições e sobrevivem
com apenas US$ 5,5 por dia.
A pesquisa de indicadores sociais revela uma realidade: o Brasil é um país profundamente desigual e
a desigualdade gritante se dá em todos os níveis.
Seja por diferentes regiões do país, por gênero - as mulheres ganham, em geral, bem menos que os
homens mesmo exercendo as mesmas funções, por raça e cor: os trabalhadores pretos ou pardos
respondem pelo maior número de desempregados, têm menor escolaridade, ganham menos, moram mal
e começam a trabalhar bem mais cedo exatamente por ter menor nível de escolaridade.
Um país onde a renda per capita dos 20% que ganham mais, cerca de R$ 4,5 mil, chega a ser mais
de 18 vezes que o rendimento médio dos que ganham menos e com menores rendimentos por pessoa,
cerca de R$ 243.
No país, em 2016, a renda total apropriada pelos 10% com mais rendimentos (R$ 6.551) era 3,4 vezes
maior que o total de renda apropriado pelos 40% (R$ 401) com menos rendimentos, embora a relação
variasse dependendo do estado.
Entre as pessoas com os 10% menores rendimentos do país, a parcela da população de pretos ou
pardos chega a 78,5%, contra 20,8% de brancos. No outro extremo, dos 10% com maiores rendimentos,
pretos ou pardos respondiam por apenas 24,8%.
121
DIÁRIO DE S. PAULO. 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, aponta IBGE. Diário de S. Paulo. Disponível em:
<http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2017/12/dia_a_dia/24209-50-milhoes-de-brasileiros-vivem-na-linha-da-pobreza-aponta-ibge.html> Acesso em 18 de
dezembro de 2017.
Em sessão tumultuada, vence proposta que pode restringir até interrupções legais da gravidez
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, (08/11), um texto que, na
prática, pode levar à proibição de todas as formas de aborto no País, incluindo as hipóteses que
atualmente são autorizadas na legislação e livres de punição.
Em uma sessão tumultuada, venceu a proposta de alterar a Constituição para que o princípio da
dignidade da pessoa humana e a garantia de inviolabilidade do direito à vida passem a ser respeitados
desde a concepção e não, como é hoje, após o nascimento. A PEC havia sido apresentada originalmente
para se discutir a ampliação da licença-maternidade em caso de bebês prematuros de 120 para 240 dias.
O relator da proposta, Jorge Tadeu Mudalem (DEM-SP), no entanto, sob influência da bancada
evangélica, alterou o texto para incluir também as mudanças relacionadas à interrupção da gravidez.
A mudança foi uma resposta à 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal que, em 2016, havia decidido
não considerar crime a prática do aborto durante o primeiro trimestre de gestação, independentemente
da motivação da mulher.
A comissão foi instalada em dezembro. Entre os 35 membros titulares do colegiado, só seis são
mulheres. Dos parlamentares integrantes, quase um terço tem iniciativas para restringir o direito ao aborto
legal.
O presidente da comissão especial, deputado Evandro Gussi (PV-SP), negou que o texto aprovado
nesta quarta coloque em risco as garantias hoje existentes. Atualmente, o aborto não é punido nos casos
em que a gravidez é resultante do estupro ou quando represente ameaça à vida da gestante. “Hoje essas
duas formas não são punidas e assim vai permanecer. O maior impacto do texto é impedir que o aborto
seja descriminalizado”, disse Gussi.
A deputada Érika Kokay (PT-DF), no entanto, tem avaliação diferente. “Impede a discussão da
interrupção da gravidez e traz, no mínimo, insegurança jurídica para os casos já permitidos no Código
Penal”, afirmou.
Foi aprovado apenas o texto principal. Na próxima semana, será a vez de a comissão especial votar
os destaques. Dentre as propostas que deverão ser avaliadas está a de suprimir justamente o trecho que
determina o respeito à vida desde a concepção. Uma vez avaliados os destaques, o texto fica disponível
para o plenário da Casa, onde precisará de 308 votos para ser aprovado, em dois turnos.
Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e
economia derrubam país em ranking global123
O Brasil é um dos países mais igualitários do mundo quando o assunto é o acesso de homens e
mulheres à educação e saúde, mas figura entre aqueles onde mais imperam disparidades de gênero nos
campos político e econômico.
122
CARDOSO, D. FORMENTI, L. Comissão dá aval à PEC que proíbe aborto. Estadão Brasil. Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,comissao-
aprova-pec-que-impossibilita-aborto-destaques-ainda-precisam-ser-votados,70002077147> Acesso em 09 de novembro de 2017.
123
Moura. R. Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e economia derrubam país em ranking global. BBC Brasil.
Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41853171?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 03 de novembro de 2017.
Política
A desigualdade na política é outro gargalo, observa a economista.
"Nosso índice constata que 2017 tem a menor igualdade de gênero em cargos políticos no Brasil desde
que começamos a calculá-lo, em 2006. Isso contrasta com uma região que, na média, se atua fortemente
para a inclusão das mulheres no campo político."
A participação feminina é medida pelo chamado "empoderamento político", e é considerada um dos
principais problemas para o país em relação à desigualdade. O Brasil foi da 86ª para a 110ª posição no
período de 11 anos englobado no relatório - embora sua nota tenha subido de 0.061 para 0.101, o que
indica um ambiente mais igualitário.
O estudo coloca o país entre os piores em dois aspectos: mulheres no parlamento e em posições
ministeriais, rankings em que ocupa, respectivamente, a 121ª e a 134ª posições.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a maior igualdade nesse âmbito foi registrada entre 2011 e
2015, período que engloba a governo Dilma Rousseff. Seu sucessor, Michel Temer, foi duramente
criticado ao assumir o governo nomeando apenas ministros homens - após as críticas, ele nomeou
mulheres para posições de destaque.
Avanços
Nos campos da educação e da saúde, o Brasil se mantém em posição estável e de liderança nos
últimos anos, dividindo o topo do ranking com pouco mais de 30 países. Mesmo assim, ainda enfrenta
desafios, diz a coautora do relatório.
"Hoje, o Brasil acabou com a desigualdade de gênero em nível educacional, mas, como em muitas
outras economias em todo o mundo, desequilibra na contratação, retenção e remuneração, entre vários
fatores analisados no relatório, que impedem uma maior integração das mulheres no mercado de trabalho
- e de forma igualitária em todos os setores", observa Ratcheva.
Nesse campo, o relatório também leva em consideração o nível educacional de homens e mulheres
que chegam ao mercado de trabalho.
O Brasil foi o único país da América Latina e um dos seis, em meio às 144 nações, a eliminar a
desigualdade entre homens e mulheres na área de educação. Em saúde e sobrevivência, a diferença
também está próxima do fim. Tais resultados são semelhantes aos registrados nos últimos anos.
Neste ano, somente outros cinco países conseguiram resolver as disparidades nas duas áreas:
República Checa, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia.
No que diz respeito à educação, são consideradas a taxa de alfabetização e de matrículas nos ensinos
primário e secundário. Na saúde, a análise se dá sobre a razão entre os sexos no nascimento e a
expectativa de vida saudável entre eles.
Ação popular questionava resolução do Conselho Federal de Psicologia que proibia tratamentos de
reorientação sexual. Desde 1990, OMS deixou de considerar homossexualidade doença.
Justiça Federal do Distrito Federal liberou psicólogos a tratarem gays e lésbicas como doentes,
podendo fazer terapias de “reversão sexual”, sem sofrerem qualquer tipo de censura por parte dos
conselhos de classe. A decisão, do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, é liminar e acata parcialmente o
pedido de uma ação popular. Esse tipo de tratamento é proibido desde 1999 por uma resolução do
Conselho Federal de Psicologia. O órgão disse que vai recorrer.
A ação popular foi assinada por um grupo de psicólogos defensores das terapias de reversão sexual.
A decisão é de sexta-feira (15/09). Nela, Carvalho mantém a integralidade da resolução, mas determina
que o conselho não proíba os profissionais de fazerem atendimento de reorientação sexual. Além disso,
diz que os atendimentos têm caráter reservado.
Na resolução 01/1999, o conselho estabelece as normas de condutas dos psicólogos no tratamento
de questões envolvendo orientação sexual. De acordo com a organização, ela trouxe impactos positivos
no enfrentamento a preconceitos e proteção de direitos da população homossexual no país, “que
apresenta altos índices de violência e mortes por LGBTfobia”.
Para o Conselho Federal de Psicologia, terapias de reversão sexual representam “uma violação dos
direitos humanos e não têm qualquer embasamento científico”. Desde 1990, a homossexualidade deixou
de ser considerada doença pela Organização Mundial da Saúde.
Ainda de acordo com o conselho, a resolução não cerceia a liberdade dos profissionais nem de
pesquisas na área de sexualidade. O juiz mantém a resolução, mas determina que o Conselho Federal
de Psicologia não impeça os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma
reservada, e veta qualquer possibilidade de censura ou necessidade de licença prévia.
“O que está em jogo é o enfraquecimento da Resolução 01/99 pela disputa de sua interpretação, já
que até agora outras tentativas de sustar a norma, inclusive por meio de lei federal, não obtiveram
sucesso", afirma o conselho.
"O Judiciário se equivoca, neste caso, ao desconsiderar a diretriz ética que embasa a resolução, que
é reconhecer como legítimas as orientações sexuais não heteronormativas, sem as criminalizar ou
patologizar. A decisão do juiz, valendo-se dos manuais psiquiátricos, reintroduz a perspectiva
patologizante, ferindo o cerne da Resolução 01/99.”
Ação popular
Uma das autoras da ação popular que questionava a resolução é a psicóloga Rozângela Alves Justino,
que oferecia terapia para que gays e lésbicas deixassem de ser homossexuais. Ela foi punida em 2009
pela prática.
Na época, Rozângela disse ao G1 que considera a homossexualidade um distúrbio, provocado
principalmente por abusos e traumas sofridos durante a infância. Ela afirmou ter "aliviado o sofrimento"
de vários homossexuais.
“Estou me sentindo amordaçada e impedida de ajudar as pessoas que, voluntariamente, desejam
largar a atração por pessoas do mesmo sexo", disse Rozângela na ocasião.
124
MORAIS, RAQUEL. Juiz Federal do DF libera tratamento de homossexualidade como doença. G1 Distrito Federal. Disponível em: <https://g1.globo.com/distrito-
federal/noticia/juiz-federal-do-df-libera-tratamento-de-homossexualidade-como-doenca.ghtml> Acesso em 19 de setembro de 2017.
Um refugiado sírio foi vítima de um ataque em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Mohamed Ali, de 33
anos, que vende esfirras e outros quitutes árabes, e foi agredido verbalmente por um homem por causa
do ponto de venda. Um vídeo da discussão foi publicado nas redes sociais e viralizou.
Nas imagens é possível ver um homem com dois pedaços de madeira nas mãos gritando: "saia do
meu país! Eu sou brasileiro e estou vendo meu país ser invadido por esses homens-bombas que
mataram, esquartejaram crianças, adolescentes. São miseráveis". Adiante no vídeo, ele ainda fala: "Essa
terra aqui é nossa. Não vai tomar nosso lugar não".
Os comerciantes chegam a derrubar a mercadoria de Mohamed no chão, que pergunta o motivo da
agressão. Os homens, então, falam novamente para ele sair do Brasil. Mohamed está no Brasil há três
anos e estava trabalhando na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a Rua Santa
Clara na sexta-feira, quando tudo aconteceu.
— Eu não entendi muito bem porque ele veio brigar comigo. De repente ele começou a gritar e me
pedir para sair. Ele falava muito rápido e não consegui compreender algumas coisas. Outras pessoas que
estavam traduzindo para mim. Sei que ele falou que os muçulmanos estavam invadindo o país e falando
de homens-bomba. Não esperava que isso pudesse acontecer comigo. Vim para o Brasil porque a guerra
me fez vir para cá. Vim com amor, porque os amigos sempre diziam que o Brasil aceita muito outras
culturas e religiões, e as pessoas são amáveis e todos os refugiados procuram paz. Não sou terrorista,
se eu fosse, eu não estaria aqui, estaria lá — disse.
No vídeo, ainda é possível ouvir algumas pessoas defendendo Mohamed. Uma mulher ainda o orientou
a deixar o local diante da confusão. Ele, então, retira os pertences.
— Chegaram carros da polícia, da Guarda Municipal. Me falaram para registrar na polícia, mas não
quis. Não quero confusão. Quero apenas trabalhar em paz – disse.
No Facebook, diversos internautas pediram desculpas a Mohamed em nome dos brasileiros pelo
ocorrido:
"Olá, Mohamed Ali, boa noite. Em nome de todos os brasileiros e trabalhadores, peço desculpas pelo
que você passou enquanto trabalhava", escreveu uma internauta.
"Você é bem-vindo no Brasil. Perdoe este sujeito que te atacou, ele não sabe o que faz", disse outro.
Apesar do ocorrido e de ter medo de encontrar o homem que o ofendeu, Mohamed não tem intenção
de sair do Rio ou deixar de trabalhar em Copacabana.
– Passei a trabalhar em outro ponto para não encontrá-lo novamente, mas não vou sair daqui. Mudar,
trocar de casa, é difícil. Espero apenas que não aconteça novamente. Foi muito triste. Não quero outra
briga. Fico com medo. Trabalho sozinho – falou.
O titular da 12ª DP (Copacabana), Gabriel Ferrando, disse ter conhecimento das imagens, mas em
casos como o de Mohamed, a atuação da polícia depende de uma manifestação da vítima.
– O ofendido não compareceu para registrar e denunciar o feito. Ameaça e injúria dependem de
manifestação de vontade da vítima. Independente disso estamos analisando as imagens para tentar
localizar os envolvidos. Estamos diligenciando – disse.
Em nota, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI)
afirma que acompanha o caso do refugiado agredido. O órgão repudia o ataque de xenofobia, e afirma
que já está em contato com a família do sírio, que participou do curso de português oferecido pela
secretaria no ano passado, para prestar a assistência necessária.
"É inaceitável casos de xenofobia e intolerância religiosa ainda aconteçam no Rio de Janeiro. Essas
pessoas saíram dos seus países por serem vítimas de algum tipo de perseguição e viram no Brasil uma
oportunidade de recomeço. Eles trazem uma grande contribuição para a economia do estado, além da
rica troca cultural com os fluminenses.", afirma, em nota, o secretário Átila A. Nunes.
Jornal GGN - A crise econômica aumentou o desemprego no Brasil e ações deflagrados no governo
Temer, sob o guarda-chuva do ajuste fiscal, empurra o País de volta ao mapa mundial da fome da ONU.
Entre elas, a exclusão de pessoas do programa Bolsa Família e o corte no programa de agricultura
familiar, que tem impedido centenas de milhares de pessoas de terem renda suficiente para comprar
alimentos. É o que aponta reportagem publicada pelo jornal O Globo neste domingo (09/07).
125
VIANA GABRIELA. Refugiado Sírio é atacado em Copacabana: ‘Saia do meu país!’. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/refugiado-sirio-
atacado-em-copacabana-saia-do-meu-pais-21665327?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=OGlobo> Acesso em 04 de agosto de 2017.
126
NASSIF, LUIS. Governo Temer empurra Brasil de volta ao mapa mundial da fome. GGN. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/governo-temer-empurra-
brasil-de-volta-ao-mapa-mundial-da-fome> Acesso em 11 de julho de 2017.
Ainda segundo o levantamento, publicado pelo jornal 'Folha de S.Paulo', 63% se sentem mais
orgulhosos do que envergonhados.
Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta terça-feira (02/05) pelo jornal "Folha de S.Paulo"
apontou que 34% têm vergonha de ser brasileiros. O índice daqueles que têm mais orgulho do que
vergonha de ser brasileiros é de 63%, o menor valor para a série histórica, segundo o Datafolha.
O Datafolha questiona a população sobre o orgulho de ser brasileiro desde 2000. O menor resultado
havia sido em julho de 2016, quando 67% diziam se sentir orgulhosos. Já o menor índice dos
envergonhados havia sido em 2000, quando era de 9%.
A atual pesquisa ouviu 2.781 pessoas em 172 municípios na semana passada. A margem de erro de
2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O Datafolha também ouviu as pessoas sobre a avaliação do Brasil como lugar para viver. Para 54%,
o Brasil é um país ótimo ou bom para morar, uma queda de sete pontos percentuais desde o final do ano
passado. Para 26% é regular e para 20% é ruim ou péssimo.
Segundo o instituto, as duas avaliações, apesar de estar em queda, ainda mostram otimismo com o
país, já que a maioria sente orgulho de ser brasileiro e considera o Brasil um bom lugar para morar.
PERDAS E DANOS128
Há dez anos o Brasil aprovava um novo marco legal para o combate às drogas. A Lei 11.343/2006
nascia com a perspectiva de intensificar penas para o crime de tráfico e reduzir a criminalização dos
usuários. Seu efeito, porém, mostrou-se desastroso: cadeias superlotadas, mais mulheres nas prisões e
criminalização da população negra e pobre. Por outro lado, não há nenhum indicador de que as redes de
tráfico tenham sido coibidas.
127
G1, BRASÍLIA. 34% dizem ter vergonha de ser brasileiros, segundo Datafolha. G1, Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/34-dizem-ter-
vergonha-de-ser-brasileiros-segundo-datafolha.ghtml> Acesso em 02 de maio de 2017.
128
23/08/16 – Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/08/23/opinion/1471971725_335436.html
Mais de 5.200 migrantes morreram até agora este ano em todo o mundo, um número em alta de 20%
em relação ao mesmo período do ano passado, anunciou nesta sexta-feira (28) a Organização
Internacional para as Migrações (OIM).
De um total de 5.238 mortes, 3.930 pessoas morreram tentando cruzar o Mediterrâneo, 170 a mais
que durante todo o ano de 2015, informa a agência com sede em Genebra em um comunicado.
O Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (ACNUR) anunciou na quarta-feira um
balanço diferente, de mais de 3.800 mortos no Mediterrâneo desde janeiro, indicando que é um recorde
em comparação a 2015.
A rota marítima mais perigosa continua sendo a que leva para a Itália. Esta semana, mais de 280
migrantes morreram em barcos que partiram da Líbia para a Itália, de acordo com a OIM.
Este balanço de mortos e desaparecidos no mundo significa que 13 migrantes morreram a cada dia
em 2016, enfatiza a agência. Os corpos de mais de 60% deles não foram encontrados.
A OIM também observou que mais de 500 migrantes morreram na América Latina, citando o caso de
87 hondurenhos, 10 deles crianças, que morreram ao tentar atravessar o México entre 1º de janeiro e 23
de outubro.
129
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/mais-de-5200-migrantes-morreram-no-mundo-este-ano.html
Paris inaugurou nesta quinta-feira (10/11/2016) o 1º centro humanitário para migrantes e refugiados,
como parte das medidas adotadas pelas autoridades francesas para evitar a formação de acampamentos
informais nas ruas.
O centro instalado em uma antiga estação ferroviária ao norte da capital, com capacidade para 400
pessoas, receberá migrantes durante cinco a 10 dias.
Destinado apenas para homens, o centro acolherá por dia de 50 a 80 pessoas, o que corresponde ao
número de migrantes que chegam diariamente a Paris.
Lá, os migrantes poderão passar por exames médicos, receber ajuda psicológica e assistência jurídica,
antes da transferência para outras instalações, de acordo com a situação pessoal.
"A ideia é criar um lugar onde cada migrante poderá ser recebido de forma digna e humana", afirmou
a associação humanitária Emmaüs, que administrará o local.
Os migrantes receberão informações sobre seus direitos e como proceder para obter asilo.
"Também vamos propor uma ajuda de retorno voluntário a seus países", explicou Didier Leschi, diretor
do Escritório Francês de Imigração e Orientação (Ofii).
Um segundo estabelecimento destinado a mulheres e famílias com filhos será inaugurado no início de
2017 na periferia sudeste da capital.
A Europa vive sua pior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, com a chegada de 1,5 milhão
de migrantes que cruzaram o Mediterrâneo desde 2014, fugindo da guerra e da pobreza.
A França foi considerada durante muito tempo um país de trânsito. Em 2015 recebeu 80.000 pedidos
de asilo, contra quase um milhão na Alemanha. Mas este ano, o número de solicitações deve alcançar
100.000.
Apesar do aumento ser considerado modesto na comparação com outros países, as autoridades se
viram obrigadas a criar de forma urgente novas estruturas de abrigo.
O centro, em uma antiga área industrial de 10.000 metros quadrados, está dividido em oito
departamentos com 50 vagas cada. Cada estrutura tem 12 cabines de madeira com calefação e cama,
sala de jantar e banheiro. Também serão disponibilizadas áreas de lazer, com mesas de pingue-pongue
e totó.
O projeto tem valor total de 16,4 milhões de euros entre o investimento e os custos operacionais.
Para a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, filha de imigrantes da Andaluzia, o centro é "uma alternativa
digna" para que os migrantes não permaneçam nas ruas.
As autoridades desmantelaram na semana passada um grande acampamento improvisado ao
nordeste da capital com mais de 3.800 pessoas.
Em outubro, a polícia desalojou a 7.000 migrantes, incluindo 2.000 menores de idade, de um
acampamento de migrantes em Calais, norte da França, onde as pessoas viviam em condições
miseráveis à espera de uma oportunidade para tentar chegar ao Reino Unido.
A seis meses da eleição presidencial, a questão dos migrantes e refugiados se tornou um tema central
da campanha.
O governo do presidente François Hollande, que bate recordes de impopularidade, tenta demonstrar
que controla a situação.
A 17ª Parada pela Diversidade Sexual de Fortaleza reúne neste domingo (13/11/2016) centenas de
pessoas na Avenida Beira Mar, em Fortaleza, para reivindicar cidadania plena para lésbicas, gays,
bissexuais e transexuais. Com o tema “Basta de close errado”, o evento, organizado pelo Grupo de
Resistência Asa Branca (Grab), enfatiza a exigência por igualdade de direitos.
“Esse tema tem o objetivo de fazer a denúncia dos closes errados, que são a tentativa de diminuição
dos direitos sociais, incluindo o direito à homossexualidade plena, e o combate às vulnerabilidades e às
violências estruturais. A parada celebra a diversidade, os direitos das comunidades LGBTs [Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] e denuncia esse cenário, que torna cada vez
mais importante que haja políticas efetivas e concretas de combate a essas vulnerabilidades”, explica o
presidente do Grab, Francisco Pedrosa.
Na Avenida Beira Mar, um dos cartões-postais da capital cearense, os participantes da parada deram
voz ao tema do evento. A estudante Louisy Guardekey, junto a amigas, levaram cartazes pedindo respeito
130
10/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/11/paris-abre-1-centro-humanitario-para-receber-migrantes.html
131
13/11/2016 Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2016-11/em-fortaleza-parada-pela-diversidade-sexual-reivindica-cidadania
Mais de 18 milhões de pessoas estão recebendo tratamento para Aids atualmente, 1,2 milhão a mais
do que no final do ano passado, informou o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids
(Unaids) nesta segunda-feira (21).
Em um relatório sobre a pandemia de Aids, que infectou 78 milhões de pessoas e matou 35 milhões
desde que teve início nos anos 1980, a Unaids disse que a intensificação consistente dos tratamentos fez
as mortes anuais relacionadas à Aids diminuírem 45 por cento, ou para 1,1 milhão, em 2015 -- o pico foi
de cerca de 2 milhões em 2005.
Mas agora que mais pessoas com o vírus vivem mais tempo, os desafios de cuidar delas à medida
que envelhecem, de evitar que o vírus se dissemine e de reduzir novas infecções são duros, afirmou a
Unaids, embora os remédios possam diminuir os níveis de vírus no sangue dos pacientes para quase
zero e reduzir significativamente o risco de transmiti-lo.
"O progresso que fizemos é notável, particularmente nos tratamentos, mas também é incrivelmente
frágil", disse o diretor-executivo da Unaids, Michel Sidibé, por ocasião da publicação do relatório.
Com dados detalhados mostrando algumas das muitas complexidades da epidemia de HIV, o
documento revelou que as pessoas são especialmente vulneráveis ao vírus em certas épocas da vida. O
estudo pediu uma abordagem de "ciclo de vida" para oferecer ajuda e medidas preventivas a todas as
pessoas em todas as fases da vida.
À medida que as pessoas portadoras da HIV envelhecem, correm o risco de desenvolver efeitos
colaterais do tratamento para HIV, criando resistências aos medicamentos e necessitando de cuidados
para outras doenças, como tuberculose e hepatite C.
O relatório também citou dados da África do Sul que mostram que mulheres jovens que se infectam
com o vírus com frequência o recebem de homens mais velhos, e disse que a prevenção é vital para
acabar com a epidemia entre mulheres jovens e que o ciclo de infecção de HIV precisa ser interrompido.
"As mulheres jovens estão enfrentando uma ameaça tripla", disse Sidibé. "Elas têm alto risco de
infecção de HIV, taxas baixas de exame de HIV e pouca adesão ao tratamento".
O documento, que afirma que o número de pessoas com HIV recebendo remédios que salvam suas
vidas é de 18,2 milhões, também mostrou que o progresso rápido na obtenção de medicamentos para
Aids para os necessitados está tendo um impacto significativo no prolongamento de suas vidas.
Em 2015 havia 5,8 milhões de pessoas acima de 50 anos vivendo com HIV, mais do que nunca.
A Unaids disse que se as metas de tratamento forem alcançadas --a entidade pretende ter 30 milhões
de pessoas em tratamento até 2020-- esse número irá disparar.
Taxa de analfabetismo cai pelo quarto ano no Brasil, mas sobe na Região Norte133
A Taxa de analfabetismo entre brasileiros com 15 anos ou mais caiu pelo quarto ano consecutivo,
segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na manhã desta sexta-feira (25/11/2016). O índice foi estimado
em 8% da população (12,9 milhões de pessoas). Em 2014, ele ficou em 8,3%; em 2013, a taxa era de
8,5% e, em 2012, era de 8,7%.
Em todas as regiões do país a taxa de analfabetismo caiu, com exceção da Região Norte, onde ela
avançou de 9% para 9,1%, depois de quatro quedas seguidas. De acordo com os dados divulgados nesta
sexta, a Região Nordeste continua registrando a taxa mais alta de analfabetismo no país. O índice ficou
em 16,2% nos estados nordestinos, ante 16,6% na edição anterior da pesquisa.
A Pnad aponta que a taxa de analfabetismo varia conforme a idade dos adultos. Entre os jovens de 15
a 19 anos, a taxa registrada foi de 0,8%; já entre as pessoas com 60 anos ou mais, o índice de
analfabetismo sob para 22,3%, segundo as estimativas de 2015. Isso quer dizer que pelo menos um a
cada cinco idosos brasileiros não sabem ler nem escrever.
132
21/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/mais-de-18-milhoes-recebem-tratamento-para-hiv-no-mundo-diz-unaids.ghtml
133
25/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/taxa-de-analfabetismo-cai-pelo-quarto-ano-no-brasil-mas-sobe-na-regiao-norte.ghtml
Escolaridade
Considerando a população com 25 anos ou mais de idade, o Brasil registrou um ligeiro aumento no
número de pessoas com diploma, e uma pequena redução no número de pessoas com ciclos de ensino
incompletos. O número de pessoas sem instrução ou com menos de um ano de estudo caiu de 11,7%
para 11,1%; o de pessoas com ensino fundamental incompleto caiu de 32% para 31,3%. Já a taxa de
pessoas com ensino médio incompleto era de 4,2% em 2014 e foi de 4,1% em 2015; e o número de
pessoas com ensino superior incompleto mudou de 3,9% para 3,8%.
Por outro lado, o número de brasileiros com 25 anos ou mais com ensino fundamental completo mudou
de 9,5% para 9,6%; o de pessoas com ensino médio completo foi de 25,5% para 26,4%, e a população
com diploma do ensino superior foi de 13,1% para 13,5%.
Frequência escolar
Entre as crianças e adolescentes em idade escolar, a Pnad mostrou que, depois de três anos de
estagnação, voltou a crescer ligeiramente a taxa de escolarização da população de 15 a 17 anos. A taxa
foi de 84,2% em 2012, 84,3% em 2013 e 84,3% em 2014. Em 2015, ela foi para 85%.
Já entre as crianças de 4 e 5 anos, a taxa de escolarização avançou de 82,7% para 84,3% entre a
Pnad 2014 e a Pnad 2015.
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), os estados e municípios deveriam garantir, até
o final de 2016, que 100% das crianças e adolescentes dessas duas faixas etárias estejam matriculados
na escola. Porém, o governo federal já anunciou que não será possível cumprir essa meta.
Em relação às crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização pouco mudou: era de
98,5% em 2014 e foi para 98,6% em 2015.
O percentual da população que se autodeclara parda no país quase se igualou à de brancos, segundo
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, divulgada nesta sexta-feira
(25/11/2016) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2015, a população residente era composta por 45,2% de pessoas de cor branca, 45,1% de pardos
e 8,9% de pretos. Segundo a Pnad, não houve alteração significativa dessa distribuição quando
comparada à do ano anterior, mas, desde 2004, houve redução da população branca e aumento das
demais.
A partir de 2006, a participação da população branca passou a ser inferior à das populações parda e
preta em conjunto. “Em 2015, a participação da população parda praticamente se igualou à da branca”,
diz o estudo.
Em números absolutos, eram 92,636 milhões de brancos, 92,310 milhões de pardos e 18,153 milhões
de pretos que se autodeclararam assim, em 2015.
Conforme a Pnad, 76,7% da população da região Sul declarou-se de cor branca. Essa proporção foi
de 21,2% no Norte e de 26,4% no Nordeste. Nestas regiões, a maioria se declarou parda, com 70,2% e
62,0%, respectivamente.
134
25/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/populacao-parda-quase-se-iguala-branca-no-pais-segundo-pnad.html
População
Segundo os dados da Pnad, a população residente no Brasil foi estimada em 204,9 milhões de pessoas
em 2015, um crescimento de 0,8% em comparação com o ano anterior, ou 1,7 milhão de pessoas a mais.
Os maiores aumentos ocorreram nas regiões Norte (1,4%) e Centro-Oeste (1,5%). O Sudeste possui a
maior população, de 85,9 milhões de pessoas (41,9% do total).
A Pnad também constatou o envelhecimento da população, com a redução nas faixas até 24 anos de
idade. A partir do grupo de 25 a 39 anos de idade, houve crescimento, em especial da população de 60
anos ou mais de idade, que, em 2004, era de 9,7% e, em 2015, atingiu 14,3%.
Sudeste e Sul registraram os maiores percentuais de idosos (15,7% e 16%, respectivamente), e o
Norte, o menor (10,1%).
Em 2015, as mulheres representavam 51,5% (105,5 milhões), enquanto os homens, 48,5% (99,4
milhões). A única região em que os homens alcançaram uma proporção maior que a das mulheres foi a
Norte (49,6% para as mulheres e 50,4% para os homens).
As mulheres são maioria nos grupos de idade mais altas, e os homens, nas mais baixas. Até o grupo
de 20 a 24 anos de idade, os homens eram 19% do total da população residente (23,4% em 2004), e as
mulheres, 18,2% (22,9% em 2004).
A partir dos 25 anos de idade, a situação se inverte. Em 2015, as mulheres de 60 anos ou mais de
idade correspondiam a 8% da população total (5,4% em 2004), enquanto os homens representavam 6,3%
(4,3% em 2004).
Uma tragédia no futebol mundial e especialmente brasileiro. O avião que transportava a delegação da
Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional fez um
pouso forçado na madrugada desta terça-feira na região de Antióquia, em gravíssimo acidente na
Colômbia. Segundo informações do chefe da polícia colombiana, José Acevedo, 71 pessoas morreram e
seis sobreviveram. O zagueiro Neto, o lateral Alan Ruschel e o goleiro Follmann estão entre os
sobreviventes, sendo que Follmann teve uma perna amputada. Os outros três que escaparam vivos da
tragédia são o jornalista Rafael Henzel e dois integrantes da tripulação: Ximena Suárez e Erwin Tumiri. O
goleiro Danilo chegou a ser resgatado com vida, mas de acordo com informações do SporTV, não resistiu.
Inicialmente, as autoridades informaram que eram 75 mortos, mas quatro pessoas não chegaram a
embarcar.
A delegação da Chapecoense saiu de Guarulhos para a Bolívia em voo comercial com 72 passageiros
e nove tripulantes. Após escala técnica, deixou Santa Cruz de La Sierra em direção a Medellín. Quando
sobrevoava as cidades colombianas de La Ceja e Abejorral, perdeu contato com a torre de controle do
aeroporto José Maria Córdova. A causa do acidente teria sido uma pane elétrica. De acordo com a
imprensa local, o piloto teria liberado combustível para evitar explosão após o pouso forçado.
A delegação viajaria diretamente para Medellín em um voo fretado, o que foi desautorizado pela
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Assim sendo, o time foi forçado a mudar seus planos e
embarcar primeiro para São Paulo. De lá, pegou o voo para a cidade colombiana.
O local da queda do avião é de difícil acesso. Além disso, o mau tempo na região metropolitana de
Medellín, além da baixa temperatura - 5º C durante a madrugada, atrapalhou ainda mais o resgate. Dois
helicópteros da força aérea do país sobrevoam a área para auxiliar no trabalho das equipes de resgate.
De acordo com informações fornecidas pelo aeroporto José Maria Córdova, a aeronave perdeu contato
com a torre de controle às 21h33 locais (0h33 de Brasília) e caiu às 22h15 (01h15 de Brasília).
"O Comitê Operativo de Emergência do aeroporto José Maria Córdova informa que às 10 horas da
noite uma aeronave com matrícula CP2933 proveniente de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, da
empresa Lamia Corporation, com matrícula boliviana se declarou em emergência entre o município de
Ceja e La Union, a aeronave se declarou com falhas elétricas, segundo foi informado a Torre de Controle
da Aeronáutica".
Devido ao difícil acesso e às condições climáticas de baixa visibilidade, está sendo difícil o trabalho de
resgate dos feridos. Autoridades locais pedem aos moradores da região que possuam camionetes 4x4
que auxiliem na busca das vítimas. Residentes dos arredores dizem não ter ouvido estrondos de queda.
135
29/11/2016 Fonte: http://globoesporte.globo.com/sc/futebol/times/chapecoense/noticia/2016/11/imprensa-colombiana-diz-que-aviao-que-transporta-chape-esta-
desaparecido.html
Comissão técnica
Treinador - Caio Júnior
Auxiliar técnico - Duca
Preparador Físico - Anderson Paixão
Preparador de Goleiros - Boião
Fisiologista - Cezinha
Médico - Dr. Marcio
Fisioterapeuta - Rafael Gobbato
Analista de Desempenho - Pipe Grohs
Questões
01. (CRQ – 5ª Região (RS) – Auxiliar Administrativo – FUNDATEC) A Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 na Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base de uma luta universal que visa a
igualdade e a dignidade de todas as pessoas e o combate à opressão e à discriminação. Os direitos
humanos são essenciais a todos os seres humanos e garantem as liberdades fundamentais que devem
ser aplicadas a cada cidadão do planeta. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO consta como um direito
proclamado no documento assinado pela maioria dos países do mundo?
(A) Direito à propriedade.
(B) Direito de tomar parte na direção dos negócios públicos do seu país; diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos.
(C) Pagamento de salário igual por trabalho igual sem discriminação alguma.
(D) Direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu.
(E) Direito à legítima defesa.
02. (ESAF – Planejamento e Orçamento – ESAF) No Século XXI, o Trabalho Forçado, Trabalho
análogo ao Escravo e o Trabalho Infantil ainda são uma realidade no mundo e o Brasil não é uma exceção.
Existem inúmeras razões para a persistência do Trabalho Forçado e Trabalho análogo ao Escravo no
Brasil.
Não é uma das razões para persistência do Trabalho Forçado no Brasil.
Gabarito
01.E / 02.D
Comentários
01. Resposta: E
De acordo com a Declaração Universal dos Diretos Humanos:
Artigo 13°
1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2.Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
regressar ao seu país.
Artigo 17°
1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 21°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo 23°
1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
02. Resposta: D
O Brasil trata o conceito de trabalho escravo com parâmetros próprios e seguindo as instituições
internacionais. Mas que fique claro, apesar de seguir alguns aspectos, a legislação brasileira referente ao
tema ainda é própria. Segue o link exemplificando que é usado ambos as situações <
http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/governo-publica-nova-portaria-sobre-trabalho-escravo>
Educação
saúde
Uneb terá cotas para trans, ciganos, portadores de transtorno do espectro autista e pessoas com
deficiência136
Instituição vai oferecer 5% de vagas adicionais para o público, além das que já são ofertadas
normalmente. Decisão valerá para os processos de graduação e de pós-graduação a partir de 2019.
A Universidade Estadual da Bahia (Uneb) terá sistema de cotas para transexuais, travestis,
transgêneros, quilombolas, ciganos e portadores de deficiência, transtorno do espectro autista e altas
habilidades.
136
G1 BA. Uneb terá cotas para trans, ciganos, portadores de transtorno do espectro autista e pessoas com deficiência. G1 Bahia.
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2018/07/23/uneb-tera-cotas-para-trans-ciganos-portadores-de-transtorno-do-espectro-autista-e-pessoas-com-
deficiencia.ghtml. Acesso em 24 de julho de 2018.
Uneb
Fundada em 1983, a Uneb é mantida pelo Governo do Estado por intermédio da Secretaria da
Educação (SEC). A instituição possui 29 departamentos instalados em 24 campi: um sediado em
Salvador, onde se localiza a administração central, e os demais distribuídos em 23 importantes municípios
baianos de porte médio e grande, como Feira de Santana, Juazeiro, Vitória da Conquista e Barreiras.
Atualmente, segundo o site da instituição, mais de 150 opções de cursos e habilitações nas
modalidades presencial e de educação a distância (EaD) são ofertados pela universidade, nos níveis de
graduação e pós-graduação.
Além dos campi, a Uneb está presente na quase totalidade dos 417 municípios do estado, por
intermédio de programas e ações extensionistas em convênio com organizações públicas e privadas, que
beneficiam milhões de cidadãos baianos, a maioria pertencente a segmentos social e economicamente
desfavorecidos e excluídos. Entre eles, a alfabetização e capacitação de jovens e adultos em situação de
risco social; educação em assentamentos da reforma agrária e em comunidades indígenas e quilombolas;
projetos de inclusão e valorização voltados para pessoas com deficiência, da terceira idade, LGBT.
A Uneb desenvolve também importantes pesquisas em todas as regiões em que atua. Alguns projetos
trazem a marca da vanguarda acadêmica, a exemplo dos trabalhos nas áreas de robótica e de jogos
eletrônicos pedagógicos. O corpo discente da instituição é estimulado a participar das pesquisas por meio
de programas de iniciação científica e de concessão de bolsas de monitoria.
Fies vai voltar a atender cursos com mensalidade de até R$ 7 mil, anuncia MEC137
Valor máximo que um contrato de financiamento poderia ter era de R$ 30 mil por semestre; mas, a
partir do segundo semestre, ele vai ser 40% maior, para R$ 42 mil por semestre, ou R$ 7 mil por mês.
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) voltou a aumentar o limite máximo do valor de
mensalidades para estudantes poderem fechar um contrato de financiamento, segundo anunciou nesta
quarta-feira (06/06) o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva. Em entrevista a jornalistas em
Brasília, ele divulgou as mudanças aprovadas na reunião desta terça (05/06) pelo Comitê Gestor do Fies,
composto por representantes de vários ministérios.
A partir do segundo semestre, a adesão dos estudantes vai contemplar cursos com mensalidades de
até R$ 7 mil, ou R$ 42 mil por semestre. No primeiro semestre, o limite era de R$ 30 mil, o que permitia
que apenas cursos com mensalidade de até R$ 5 mil pudessem participar do financiamento. Segundo
Rossieli, isso acabou excluindo estudantes interessados em cursos de medicina.
Conhecido como "teto da semestralidade", esse limite de R$ 42 mil já existia no antigo modelo do Fies,
mas foi reduzido no lançamento do Novo Fies, segundo ele, em nome da "sustentabilidade" do programa.
Reportagem do G1 com dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação mostrou que, em fevereiro,
54% dos contratos do Fies que já estavam na fase de amortização (pagamento por parte dos
estudantes) tinham pelo menos um dia de atraso no pagamento de parcelas.
De acordo com o ministro, as mudanças anunciadas nesta terça valem apenas para a modalidade 1
do Novo Fies e para o segundo semestre. As inscrições começam em julho, ainda sem data definida.
No primeiro semestre, o ministro disse que 35.866 estudantes fecharam novos contratos de
financiamento do Fies 1, e outros 16.351 estão em fase de tramitação do contrato para vagas
remanescentes. O prazo para o fechamento dos contratos termina no dia 25/06. Segundo o MEC, o Novo
Fies, na modalidade 1, tem verba para cerca de 100 mil novas vagas no ano de 2018, incluindo os dois
137
G1. Fies vai voltar a atender cursos com mensalidade de até R$ 7 mil, anuncia MEC. G1 Educação. <https://g1.globo.com/educacao/noticia/fies-vai-voltar-a-
atender-cursos-com-mensalidade-de-ate-r-7-mil-anuncia-mec.ghtml> Acesso em 07 de junho de 2018.
Rossieli explicou que as mudanças fazem parte do processo de "implantação" do Novo Fies. "A gente
queria inclusive testar o novo modelo, a gente está em um processo de implantação", disse ele.
"A gente veio de um cenário catastrófico, ponto. Para termos segurança de avanço, tem que ter
sustentabilidade", afirmou Rossieli.
O ministro diz que o retorno ao teto da semestralidade voltou ao patamar anterior depois que o comitê
gestor observou que, com outras medidas de controle dos valores dos contratos, o Novo Fies pode manter
a sustentabilidade.
Segundo ele, a nova obrigação para as instituições de ensino cobrarem do aluno do Fies o valor
mínimo cobrado na turma em que ele estuda foi o principal mecanismo introduzido pelo Novo Fies para
evitar abusos por parte das faculdades privadas.
De acordo com informações divulgadas pelo MEC, como os estudantes financiados pelo Fies eram
uma garantia de pagamento em dia das mensalidades, já que quem paga é o governo federal, muitas
instituições se aproveitaram disso para cobrar desses estudantes uma mensalidade mais alta do que os
demais alunos daquela mesma turma do mesmo curso, que Rossieli diz ser uma "mensalidade
artificializada para aumentar o lucro de instituições".
"O valor mínimo por turma funcionou bem, isso traz sustentabilidade de forma muito mais clara",
explicou ele. Por isso o comitê decidiu aumentar o teto do valor da semestralidade, o que deve aumentar
o número de contratos de financiamento de estudantes cursando medicina.
Segundo Rossieli, o comitê considera que a mudança pode contemplar cursos que têm valores mais
altos para todos os alunos – e não só para os alunos financiados pelo governo federal, principalmente os
de medicina.
"Atende uma demanda para cursos mais caros, como medicina, para valores que estavam mais
adequados ao mercado."
Outra novidade anunciada pelo MEC nesta terça é um limite mínimo para que o financiamento do Novo
Fies seja concretizado. A partir do segundo semestre, todos os contratos deverão cobrir pelo menos 50%
do valor total da mensalidade do estudante.
Segundo Rossieli, esse valor não tinha limite mínimo e chegou a ser de apenas 8%, dependendo a
renda familiar do estudante e do custo da faculdade.
"Se o curso custar R$ 10 mil e você pedir o financiamento, você vai ter no mínimo [financiamento de]
R$ 5 mil reais. Se o menino for mais pobre, tiver mais necessidade, pode chegar a 60%, 70%", explicou
o ministro.
Apesar de essa última mudança valer para o segundo semestre, estudantes que já fecharam contrato
no primeiro semestre vão ter a opção de aumentar a porcentagem do financiamento quando renovarem
o contrato a partir do próximo semestre.
A última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio foi entregue pelo
Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação (CNE) na tarde desta terça-feira (03/04).
Abaixo, veja as principais questões sobre a medida e, na sequência, o que já se sabe sobre seus
impactos:
138
MARQUES, M. MORENO, A. C. Disciplinas, carga horária e impacto no Enem: veja o que deve mudar com a base curricular do ensino médio. G1 Educação.
Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/com-base-curricular-do-ensino-medio-so-portugues-e-matematica-serao-obrigatorios-nos-tres-anos-e-enem-
pode-mudar-a-partir-de-2020.ghtml> Acesso em 04 de abril de 2018.
Ensino médio em tempo integral alcança 7,9% dos alunos no Brasil, aponta Censo Escolar
2017139
Censo Escolar 2017 mostra aumento de 1,5 ponto percentual no total de adolescentes que têm jornada
de sete horas nas escolas.
O total de alunos do ensino médio matriculados em escolas de tempo integral aumentou 1,5 ponto
percentual entre 2016 e o ano passado, de acordo com o Censo Escolar 2017. Ao todo, são 7,9% de
alunos nessa modalidade de ensino. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31/01) pelo Ministério
da Educação (MEC).
O número ainda está abaixo da meta do governo, que pretende aumentar a porcentagem de vagas em
tempo integral para 13% até 2018, investindo R$ 1,5 bilhão até o fim da gestão. É considerada escola em
tempo integral aquela na qual o estudante passa uma média de sete horas diárias em aulas ou atividades.
Aumentar o tempo de permanência dos jovens na escola é um dos objetivos da reforma do ensino
médio, instituída por meio de medida provisória e sancionada pelo presidente Michel Temer em fevereiro
de 2017.
“O ensino integral reflete a prioridade do MEC. Claro que a escola nunca será integral para todo mundo,
tem aluno que precisa trabalhar. Mas é um papel importante oferecer alternativas para que eles não
abandonem a escola no primeiro ano, que cheguem até o final", afirma Maria Helena Guimarães de
Castro, secretária-executiva do MEC e ministra interina da Educação.
Veja a expansão entre 2011 e 2017 da taxa de matrículas no ensino médio de pelo menos sete horas
diárias
139
LARISSA BATISTA. Ensino Médio em Tempo Integral alcança 7,9% dos alunos no Brasil, aponta censo escolar 2017. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/ensino-medio-em-tempo-integral-alcanca-79-dos-alunos-no-brasil-aponta-censo-escolar-2017.ghtml> Acesso em 01 de
fevereiro de 2018.
De acordo com o Censo, em 2017, havia 48,6 milhões de matrículas nas 184,1 mil escolas de
educação básica no Brasil. Dentro desse grupo, são 7,9 milhões de matrículas no ensino médio.
O levantamento aponta que o total de matrículas nessa etapa de ensino segue a tendência de queda
observada nos últimos anos, que se deve a duas questões: menos alunos entraram no ensino
fundamental (a matrícula do 9º ano teve queda de 14,2% de 2013 a 2017) e menos estudantes foram
reprovados. Esse último fato faz com que haja uma melhoria no fluxo no ensino médio - a taxa de
aprovação subiu 2,8 pontos percentuais de 2013 a 2017.
"Um número muito elevado de alunos que concluem o nono ano nem se matriculam no ensino médio.
Então essa etapa continua sendo o gargalo." - Maria Helena
"Por isso, a prioridade da agenda do governo foi uma série de ações, como a base comum curricular,
que vai melhorar esse quadro. Essas políticas apresentarão resultado mais para frente, mas são
fundamentais para que o aluno não desista do ensino médio", diz a secretária-executiva do MEC.
Apesar da queda no ensino médio geral, as matrículas nos cursos técnicos de nível médio da rede
pública apresentaram um crescimento de 2,2% no último ano.
As parcelas de docentes do ensino médio que são formados na disciplina que lecionam são menores
em sociologia (27,1%), artes (41,1%), física (42,6%) e filosofia (44,22%). Nesses quatro componentes
curriculares, os professores estudaram outro campo do conhecimento, e não o que ensinam aos alunos.
Para reverter o quadro, a aposta do ministério é a oferta de cursos a distância ou semi presenciais. "O
MEC está ampliando a oferta de matrículas na Universidade Aberta do Brasil, para que os professores
tenham a chance de fazer ou a distância ou em curso semi presencial os cursos de formação superior
assim eles complementem a formação de casos de professores que não atuam na área pela qual foram
formados", afirma Maria Helena.
No ensino fundamental, 3,7% dos docentes não terminaram o ensino médio e 5% estudaram só até
essa etapa. Existem ainda 6% que estão na faculdade e 85,3% formados na universidade.
Sobre as disciplinas, o Censo aponta que língua estrangeira têm apenas 42% dos professores com
formação adequada na área. Em 23,7% dos casos, os docentes desse componente curricular não
possuem sequer ensino superior completo.
Inclusão escolar
Entre 2013 e 2017, o número de matrículas de alunos com deficiência nas escolas cresceu 22,7%:
saltou de 639.888 para 827.243 crianças e adolescentes de 4 a 17 anos. A pesquisa inclui também
estudantes com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades.
Em 2013, 14,5% deles estavam em salas especiais, reservadas apenas para pessoas com deficiência.
No ano passado, o índice caiu para 9,1% - ou seja, 90,9% desses alunos estão estudando em classes
comuns, em que há, juntas, crianças com e sem necessidades educativas especiais.
É importante ressaltar, no entanto, que a inclusão escolar abrange mais do que a presença desses
estudantes na escola: é necessário que haja uma política de atendimento a elas, com materiais didáticos
adaptados, professores com formação adequada e acessibilidade na infraestrutura dos prédios.
Cresceu também a parcela de alunos com deficiência que usufruem do chamado atendimento
educacional especializado – um direito deles, reservado por lei, de ir à escola no contraturno para receber
um atendimento específico.
Uma criança que estude na turma comum pela manhã, por exemplo, pode ir à tarde para a escola e
ter um tempo reservado para desenvolver trabalhos relacionados à deficiência, como melhoria da
coordenação motora, socialização, etc. Em 2013, 35,2% dos alunos com necessidades educativas
especiais estavam em classes comuns e frequentavam a sala de atendimento especializado. No ano
passado, o índice subiu para 40,1%.
Sisu cresce quatro vezes em sete anos e concentra quase metade das vagas públicas em
universidades140
Levantamento do G1 mostra a expansão de vagas do sistema do MEC, que desde 2010 usa a nota do
Enem para selecionar candidatos para cada vez mais vagas no ensino superior público.
Criado depois da reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, o Sistema de
Seleção Unificada (Sisu) ganhou, em menos de uma década, o status de maior aglutinador de vagas em
graduação nas instituições públicas do país. Entre 2010 e 2016, o número de vagas que as universidades,
institutos e faculdades federais e estaduais decidiram destinar ao sistema cresceu mais de quatro vezes,
e a concentração do total de vagas ofertadas no ensino superior público do Brasil no Sisu saltou de 10,7%
para 43%.
Nesta terça, o Sisu 2018 do primeiro semestre abriu as inscrições para 239.601 vagas em 130
instituições.
O levantamento foi feito pelo G1 a partir de dados divulgados ano a ano pelo Ministério da Educação
e informações das edições do Censo da Educação Superior de 2010 e 2016, ano dos dados mais recentes
disponíveis.
140
MORENO, ANA CAROLINA. Sisu cresce quatro vezes em sete anos e concentra quase metade das vagas públicas em universidades. G1 Educação. Disponível
em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/sisu-cresce-quatro-vezes-em-sete-anos-e-concentra-quase-metade-das-vagas-publicas-em-universidades.ghtml>
Acesso em 23 de janeiro de 2018.
Em 2010, as 47.913 vagas oferecidas por meio do Sisu representaram 10,7% do total de 445.337
vagas oferecidas por vestibular ou outros processos seletivos de todos os cursos presenciais em
universidades públicas, segundo os dados do Censo da Educação Superior.
Entre 2010 e 2016, as instituições públicas haviam expandido seu número total de vagas oferecidas
para 529.239, um aumento de 18,8%. Mas, nesse mesmo período, a expansão de vagas do Sisu foi de
376%. Na edição do primeiro semestre de 2016, o Sisu reuniu 228.071 vagas, ou seja, 43,1% do total de
novas vagas oferecidas no ensino superior público em todo o país.
Histórico do Sisu
Fonte: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/sisu-cresce-quatro-vezes-em-sete-anos-e-concentra-quase-metade-das-vagas-publicas-em-
universidades.ghtml>
Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz
IBGE141
Taxa geral de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Entre as pessoas autodeclarados pretas ou
pardas, índice é de 9,9%, e de 4,2% entre as brancas.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) aponta que, em 2016, a taxa de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Em 2015, 8% dos
brasileiros com 15 anos ou mais não sabiam ler ou escrever no país.
O levantamento foi feito ao longo de 2016 por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD). Naquele ano, o total de analfabetos foi estimado em 11,8 milhões de pessoas e
"apresentou relação direta com a idade, aumentando à medida que a idade avançava até atingir 20,4%
entre as pessoas de 60 anos ou mais".
O total de analfabetos mostra que o país ainda está distante de cumprir a Meta 9 do Plano Nacional
de Educação (PNE), instituído pela Lei n. 13.005. O PNE estipulava a redução da taxa de analfabetismo
para 6,5%, em 2015.
141
G1. Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz IBGE. G1 Educação. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/analfabetismo-entre-pessoas-pretas-e-pardas-e-mais-que-o-dobro-do-que-entre-as-brancas-diz-ibge.ghtml> Acesso em 21
de dezembro de 2017.
Taxa de escolarização
A pesquisa também verificou o percentual das pessoas que frequentavam a escola, um contingente
que somava 56,5 milhões de pessoas. "Entre as crianças de 0 a 3 anos a taxa de escolarização foi 30,4%,
o equivalente a 3,1 milhões de estudantes, e entre as crianças de 4 e 5 anos, faixa correspondente à pré-
escola, a taxa foi de 90,2%, totalizando 4,8 milhões de estudantes".
A meta 1 do PNE estabelecia a universalização, até o ano de 2016, da educação infantil na pré-escola.
Entretanto a PNAD constatou, em 2016, taxa de 90,2%.
Apesar de a meta não ter sido atingida, houve um aumento significativo da presença de crianças de 4
a 5 anos na escola. Em 4 anos, o índice subiu de 78,1% para 90,2%.
A PNAD também constatou que 5% dos estudantes de 6 a 10 anos e 15,6% de 11 a 14 anos de idade
estavam atrasados em relação à etapa de ensino que deveriam estar frequentando, seja por reprovação,
seja por evasão.
A meta 2 prevê a universalização, até 2024, do ensino fundamental de nove anos para as pessoas de
6 a 14 anos.
Rede de ensino
Do total de estudantes, 73,5% frequentavam escola pública, enquanto 26,5%, escola privada.
"Enquanto nos cursos até o ensino médio a rede pública corresponde a mais de 70% dos estudantes, no
ensino superior de graduação essa participação se reduz a 25,7%, e na especialização, mestrado e
doutorado equivale a 32,9%", aponta o relatório.
A pesquisa estimou que 24,8 milhões das pessoas de 14 a 29 anos de idade não frequentavam escola,
cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou de qualificação profissional, e, no caso dos mais velhos,
não haviam concluído uma graduação.
MEC e CNE discutem mudanças no documento voltado à educação infantil e ensino fundamental
BRASÍLIA - Depois de retirar o ensino religioso da última versão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) referente à educação infantil e ao ensino fundamental, o Ministério da Educação (MEC)
recuou da decisão e resolveu reincorporar o tema ao documento. A decisão recente do Supremo Tribunal
Federal, que considerou constitucional a oferta da disciplina nas escolas, mantendo a matrícula
facultativa, ampliou as pressões de grupos religiosos em favor da volta do assunto para a BNCC.
A volta do ensino religioso está dentro de um pacote de últimas sugestões levantadas pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE), a partir de audiências públicas realizadas pelo país neste ano, que estão
sendo debatidas com o MEC nesta quinta-feira. O CNE fará então a versão final do texto para encaminhá-
lo ao ministro da Educação, a quem cabe homologar a BNCC. O documento irá definir o que deve ser
aprendido pelos alunos em cada etapa escolar. A previsão é que esteja pronto até o fim deste ano.
142
MARIZ, RENATA. Governo decide reincorporar ensino religiosa na Base Nacional Curricular. O Globo Sociedade. Disponível em: <
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/governo-decide-reincorporar-ensino-religioso-na-base-nacional-curricular-
22050225?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 10 de novembro de 2017.
Indígenas e Quilombolas
Além da volta do ensino religioso, outras mudanças serão feitas, como a incorporação de um
detalhamento mais apurado em língua portuguesa e na educação indígena e quilombola. A antecipação
do fim do ciclo de alfabetização para o 2º ano, em vez do 3º ano, é outra mudança feita pelo MEC na
última versão da BNCC, mas sobre a qual não se sabe o que o CNE fará.
— Existem posicionamentos individuais de conselheiros acerca da alfabetização que podem ser
divergentes da posição do MEC. Mas a manifestação do CNE só se dará no momento em que aprovar o
parecer e a devolução final do documento.
Tanto Deschamps quanto Rossieli disseram que não haverá uma quarta versão da BNCC e que o
cronograma está mantido, para que o documento seja entregue ainda neste ano ao MEC. Após
homologação do ministro, o texto se torna uma norma nacional. Eles minimizaram o número de críticas e
sugestões colhidas nas audiências públicas feitas pelo CNE e que agora serão debatidas:
— Foram 234 postagens e contribuições. Muitas delas se repetem. E obviamente agora haverá uma
análise — disse Deschamps.
Ele lembrou que a primeira versão da BNCC recebeu 12 milhões de intervenções e a segunda contou
com 9 mil participantes em discussões regionais. Agora, segundo Deschamps, são apenas “centenas de
contribuições, apenas ajustes”.
ALUNOS GAYS SOFREM MAIS AGRESSÃO DO QUE HÉTEROS, DIZ ESTUDO NOS EUA143
Uma pesquisa nos Estados Unidos mostrou que a probabilidade de um ou uma adolescente sofrer
estupro ou agressão durante um encontro romântico é mais alta se a vítima for gay, lésbica e bissexual,
em comparação com os demais estudantes de high school (o equivalente ao ensino médio nos EUA). A
pesquisa, feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) é a primeira
em âmbito nacional feita sobre esse tema, e foi divulgada em agosto.
O estudo ouviu, de forma anônima, mais de 15 mil jovens numa escala nacional. Os dados levantados
a partir da resposta dos adolescentes mostram, por exemplo, que cerca de um terço dos estudantes LGBT
sofreram bullying no colégio, contra cerca de 20% dos estudantes héteros. A taxa de tentativas de suicídio
nos 12 meses anteriores à pesquisa foi de cerca de 25% entre os homossexuais, quatro vezes mais alta
que entre os heterossexuais. A taxa de adolescentes que relataram ter sofrido um estupro em algum
momento da vida também foi quatro vezes mais alta entre gays, lésbicas e bissexuais do que entre
adolescentes heterossexuais.
Os resultados são semelhantes a levantamentos de menor abrangência e dados levantados por grupos
de lobby, mas essa é a primeira pesquisa feita pelo governo norte-americano para abordar essas
questões em todo o país.
Durante anos, grupos e ONGs têm dito que a frequência de bullying e ostracismo é maior entre
adolescentes gays e lésbicas, e que eles sofrem maior risco de enfrentar muitos outros problemas. Mas,
antes, as pesquisas governamentais eram limitadas a poucas cidades e estados. A nova pesquisa inclui
também estudantes de áreas rurais e outras partes dos Estados Unidos.
143
16/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/alunos-gays-sofrem-mais-agressao-do-que-heteros-diz-estudo-nos-eua.ghtml
Pesquisa que mapeou escolas brasileiras e estrangeiras mostra que o ensino integral no ensino médio
ajuda a superar as desigualdades em questões como inclusão social, autonomia, etnia, raça, gênero e
sexualidade. O estudo foi divulgado hoje (02/08/16), na capital paulista, durante o Seminário Internacional
Educação Integral e Ensino Médio: Desafios e Perspectivas na Garantia da Equidade, promovido pelo
Centro de Referências em Educação Integral, Instituto Unibanco e Cidade Escola Aprendiz.
Foram selecionadas 29 escolas (12 delas estrangeiras), que se destacaram pela qualidade na
educação ao vencer prêmios ou por indicação de secretarias municipais e estaduais de educação. Os
pesquisadores escolheram instituições de países como Estados Unidos, Afeganistão, Peru e Argentina.
A partir das conclusões do estudo, foram elaboradas 92 recomendações para as escolas interessadas
em introduzir o ensino integral. Além de derrubar preconceitos, os pesquisadores recomendam o
fortalecimento da autonomia do estudante, a possibilidade de intervir no seu próprio currículo escolar, nas
decisões da escola e a promoção da diversidade.
Medida Provisória 746 que institui a reforma do ensino médio teve sua vigência prorrogada pelo
período de 60 dias. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16).
A proposta da reforma foi apresentada pelo governo federal no dia 22 de setembro. Por ser uma
medida provisória, ela passa a entrar em vigor imediatamente após a sua edição pelo Executivo. Mas,
para virar lei em definitivo, precisa ser analisada em uma comissão especial do Congresso e depois
aprovada pela Câmara e pelo Senado em até 120 dias para não perder a validade.
Um dos programas da MP prevê apoiar a criação de novas 257.400 vagas no ensino médio integral
em até 572 escolas públicas brasileiras. Atualmente, o país já tem 384.635 estudantes cursando o ensino
médio regular em tempo integral, o que representa 5,6% do total de matrículas.
O projeto de reforma do ensino médio é alvo de críticas de especialistas e recebeu mais de 500
emendas. Estudantes de todo o país ocuparam instituições de ensino em protesto ao projeto. O Ministério
da Educação adiou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 405 que estavam ocupadas por este
motivo. Mais de 270 mil alunos inscritos nestes locais farão as provas nos dias 3 e 4 de dezembro.
Polêmica
Um dos pontos mais polêmicos propostos pelo governo é que o conteúdo obrigatório será diminuído
para privilegiar cinco áreas de concentração: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências
humanas e formação técnica e profissional.
O objetivo do governo federal é incentivar que as redes de ensino ofereçam ao aluno a chance de dar
ênfase em alguma dessas cinco áreas. Já entre os conteúdos que deixam de ser obrigatórios nesta fase
de ensino estão artes, educação física, filosofia e sociologia. Entretanto, o conteúdo dessas disciplinas
144
02/08/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-08/escola-de-ensino-integral-e-modelo-na-superacao-da-desigualdade-diz
145
16/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/mp-da-reforma-do-ensino-medio-tem-vigencia-prorrogada-por-60-dias.ghtml
Prazos de implantação
O MEC ressaltou que a previsão é que as primeiras turmas a adotarem o novo modelo sejam as que
ingressarem em 2018.
Além disso, a MP dá o prazo de dois anos, após a publicação do texto, para que os currículos dos
cursos de formação de professores tenham por referência Base Nacional Comum Curricular.
A MP estipula que a carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não
poderá ser superior a mil e duzentas horas da carga horária total do ensino médio. Essa mudança deve
ser implementada no segundo ano letivo após a data de publicação da Base.
O nível de escolarização dos pais influencia na formação profissional e nos rendimentos dos filhos. É
o que apontam os dados suplementares da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de
2014 divulgada nesta quarta-feira (16/11/2016) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento considerou diversos indicadores relacionados ao grau de instrução, formação
profissional e renda dos pais para analisar a mobilidade sócio-ocupacional dos filhos. “A estrutura familiar
parece ter uma importância muito grande em relação tanto ao nível de instrução dos filhos quanto aos
índices de alfabetização”, disse a gerente da pesquisa, Flávia Vinhaes.
O levantamento abrange entrevistas realizadas em 2014 com 58 mil pessoas de 16 anos ou mais.
Foram consideradas as posicionais sócio-ocupacionais dos pais e mães quando os entrevistados tinham
15 anos de idade.
De acordo com a pesquisa, o rendimento dos filhos está associado ao grau de escolaridade dos pais.
Em 2014, a média de rendimentos do trabalho de pessoas com nível superior completo cujas mães não
tinham instrução era de R$ 3.078, chegando a R$ 5.826 para aquelas com mães com ensino superior
completo.
Já em relação ao pai, o rendimento médio do trabalho de pessoas com nível superior era de R$ 2.603
quando o pai não tinha instrução, chegando a R$ 6.739, no caso de pessoa cujo pai tinha nível superior.
Para pessoas com ensino médio completo, o rendimento médio variava de R$ 1.431, quando a mãe
não tinha instrução, a R$ 2.209, para aquelas cuja mãe tinha nível superior; e de R$ 1.367, para aquelas
cujo pai não tinha instrução, a R$ 2.884,00 no caso de o pai ter nível superior.
A pesquisa mostrou também que a presença do pai ou da mãe no ambiente doméstico influencia
diretamente na escolaridade dos filhos. “O fato dos filhos morarem com a mãe ou com o pai e a mãe teve
uma forte influência no índice de formação”, afirmou Flávia Vinhaes.
Segundo a pesquisa, o índice de alfabetização foi menor entre aquelas pessoas que não moravam
com a mãe. A taxa de alfabetização daqueles que moravam com a mãe quando tinham 15 anos de idade
chegou a 92,2%, enquanto entre aqueles que não moraram com a mãe na mesma idade foi de 88,1%.
146
16/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/nivel-de-escolaridade-dos-pais-influencia-rendimento-dos-filhos.html
O presidente Michel Temer defendeu nesta terça-feira (08/11/2016) mudanças no ensino médio e
criticou radicalizações na ocupação de escolas.
No Paraná, onde havia o maior número de ocupações, quase todas as escolas foram liberadas depois
de decisões da Justiça, inclusive o Colégio Estadual do Paraná, o maior de todos, que ficou 33 dias
ocupado.
As ocupações são um protesto contra a PEC do teto dos gastos públicos e a medida provisória de
reforma do Ensino Médio.
Mas em todo o país, no último fim de semana, o impacto direto foi em cima do Enem. As ocupações
impediram a realização das provas em 405 locais em 20 estados e no Distrito Federal. Por causa disso,
271 mil terão que fazer o exame nos dias 3 e 4 de dezembro.
A situação provocou tensão. Candidatos que não puderam fazer a prova, ficaram revoltados e
criticaram as ocupações, que segundo eles, impediram o direito de milhares de pessoas.
Em Florianópolis, por exemplo, um pai discutiu com os manifestantes. “Devia tirar todo mundo aí de
dentro para gente poder fazer prova”, afirmou ele.
Já os manifestantes, defendem as ocupações. “A gente acredita que esse incremento da luta contra a
PEC 241 é necessário agora para que a gente possa garantir uma universidade nos próximos 20 anos de
qualidade, que possa se expandir", disse um estudante.
A Defensoria Pública da União que presta assistência jurídica a quem não pode pagar advogados,
recomendou ao MEC que evite identificar e punir os envolvidos nas manifestações. O ministério disse
que ainda não foi notificado, mas afirmou que a constituição assegura tanto o direito de manifestação,
quanto o direito de ir e vir e a educação para quem quer estudar.
O presidente Michel Temer disse que o governo quer aprovar a reforma do Ensino Médio, mesmo que
não seja por meio da medida provisória apresentada. O presidente criticou a radicalização.
“O que menos se faz hoje é respeitar as instituições. Isso cria problemas. O direito existe exatamente
para regular as relações sociais. Hoje ao invés do argumento oral, do argumento intelectual - ou que não
seja intelectual, mas o argumento verbal - usa-se o argumento físico, a pessoa vai e ocupa não sei o quê,
bota pneu velho e queima estrada para impedir trânsito. Eu vi uma entrevista, uma ocasião desses que
ocupam. Mas você sabe o que é uma PEC? PEC é proposta de ensino comercial, quer dizer, as pessoas
não leem o texto. Não estou dizendo dos que ocupam ou não ocupam. Estou dizendo no geral. A vida é
assim, as pessoas debatem sem discutir sem ler o texto, sem sequer ler o texto”, dizze Temer.
147
08/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/11/temer-critica-radicalizacoes-na-ocupacao-de-escolas.html
A pova de redação da segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada neste
domingo (4/12/2016), falou sobre "Caminhos para combater o racismo no Brasil" e recebeu elogios tanto
de professores quanto de famosos e candidatos que fizeram o exame. Em entrevista ao G1, Mário Lúcio
Duarte Costa, conhecido no mundo do futebol como Aranha, afirmou considerar importante que o assunto
apareça na prova do MEC, porque, segundo ele, "a gente tem um hábito ruim de achar que as coisas que
não são debatidas é porque foram resolvidas, ou porque não existe o problema".
Aranha jogava no Santos em 2014 quando, durante uma partida contra o Grêmio, no Rio Grande do
Sul, sofreu ofensas racistas proferidas por diversos torcedores gremistas. O goleiro reagiu ainda dentro
do gramado e obrigou a sociedade – e os torcedores registrados em vídeo – a enfrentar e debater o
problema.
"Você tocar nesse assunto era complicado. Você era visto como inimigo da nação, como uma pessoa
que era frustrada, então, a gente não tinha o hábito de debater e falar sobre esse assunto, coisa que tem
acontecido bastante agora", afirmou ele ao G1.
Hoje com 36 anos recém-completos e atuando pela Ponte Preta, clube em que foi revelado, Aranha
afirma que, caso esse episódio tenha sido citado por candidatos do Enem na redação, provavelmente
eles poderão pensar que foi uma situação isolada.
Especialistas ouvidos pelo G1 afirmam que não há motivos para comemorar os resultados do país no
Pisa 2015, e afirmaram que, além de investir dinheiro na educação de uma forma mais inteligente, uma
das prioridades deve ser a formação e a valorização do professor. "Questões como formação de
148
05/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/educacao/enem/2016/noticia/e-absurdo-achar-que-nao-existe-racismo-diz-goleiro-aranha-sobre-redacao-do-enem.ghtml
149
06/12/2016 http://g1.globo.com/educacao/noticia/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-ciencias-leitura-e-matematica.ghtml
Participação do Brasil
No país, a prova fica sob responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep). A amostra brasileira contou com 23.141 estudantes de 841 escolas, que
representam uma cobertura de 73% dos estudantes de 15 anos.
Em cada edição, o Pisa dá ênfase a uma das três áreas. Na deste ano, o foco foi ciências. Em 2015,
a nota do país em ciências caiu de 405, na edição anterior, de 2012, para 401; em leitura, o desempenho
do Brasil caiu de 410 para 407; já em matemática, a pontuação dos alunos brasileiros caiu de 391 para
377. Cingapura foi o país que ocupou a primeira colocação nas três áreas (556 pontos em ciências, 535
em leitura e 564 em matemática).
Segundo o Inep, não existem "evidências empíricas" para afirmar que houve "diferenças
estatisticamente significativas" entre a pontuação dos estudantes brasileiros nas três áreas do Pisa entre
2015 e as três últimas edições da prova (2012, 2009 e 2006).
De acordo com os dados, os resultados dos estudantes em ciências e leitura são distribuídos em uma
escala de sete níveis de proficiência (1b, 1a, 2, 3, 4, 5 e 6). Em matemática, a escala vai de 1 a 6. De
acordo com a OCDE, o nível mínimo esperado é o nível 2, considerado básico para "a aprendizagem e a
participação plena na vida social, econômica e cívica das sociedades modernas em um mundo
globalizado".
No Brasil, em todas as três áreas, mais da metade dos estudantes ficaram abaixo do nível 2.
Além disso, 4,38% dos alunos brasileiros ficaram abaixo até do nível mais baixo no qual a OCDE
determina habilidades esperadas para os estudantes em ciências. Em leitura e matemática, esse índice
foi de 7,06% e 43,74% em matemática (no caso, da matemática, porém, há seis níveis de proficiência, e
não sete).
Participaram alunos de todos os estados brasileiros, mas, no Amapá e no Paraná, não houve um
número mínimo de avaliações para garantir uma análise estatística ampla. Por isso, o Inep alerta que os
dados referentes a estes estados sejam analisados com cautela.
Em ciências e leitura, o Espírito Santo foi o estado com a maior média (435 e 441 pontos,
respectivamente). Em matemática, a média do Paraná foi a mais alta, com 406 pontos, e o Espírito Santo
teve a segunda maior média: 405. Já Alagoas registrou a média mais baixa nas três áreas: 360 em
ciências, 362 em leitura e 339 em matemática.
Para Ricardo Falzetta, do Todos pela Educação, os dados mostram dois problemas principais. "Em
primeiro lugar, que os nossos jovens não estão aprendendo conhecimentos básicos e fundamentais para
que possam exercer plenamente sua cidadania enquanto jovens e depois, enquanto adultos, realizando
seus projetos de vida. Em segundo lugar, a pesquisa aponta novamente – como vemos em diversos
outros estudos, inclusive os nacionais – as enormes disparidades entre as regiões."
Veja abaixo os resultados do Brasil em cada área:
Ciências
A área de ciências foi o foco da prova neste ano. Os alunos foram avaliados de acordo com três
competências científicas: explicar fenômenos cientificamente, avaliar e planejar experimentos científicos
e interpretar dados e evidências cientificamente. De acordo com a OCDE, "um jovem letrado
cientificamente está preparado para participar de discussões fundamentadas sobre questões
relacionadas à Ciência, pois tem a capacidade de usar o conhecimento e a informação de maneira
interativa".
As perguntas variavam entre o nível de dificuldade (baixo, médio e alto), e as respostas podiam ser
dissertativas, de múltipla escolha simples ou múltipla escolha complexa. Os temas de ciências envolvem
os sistemas físicos, vivos e sobre a Terra e o espaço, e foram abordados nos contextos pessoal,
local/nacional e global.
Desempenho em CIÊNCIAS:
Média dos países da OCDE: 493 pontos
Média do Brasil: 401 pontos
Brasil – rede federal: 517 pontos*
Brasil – rede privada: 487 pontos*
Brasil – rede estadual: 394 pontos
Brasil – rede municipal: 329 pontos**
*Segundo o Inep, o desempenho médio dos estudantes da rede federal e da rede priva não é
"estatisticamente diferente"
**O Inep ressalta que a rede municipal tem pontuação inferior porque, na maioria das escolas, os
estudantes ainda estão cursando o ensino fundamental
Os estudantes brasileiros que participaram do Pisa em 2015 apresentaram mais facilidade para
interpretar dados e evidências cientificamente e mais dificuldade com a competência de avaliar e planejar
experimentos científicos. As questões que tinham contexto pessoal foram mais fáceis tanto para
brasileiros quanto para alunos de outros países: elas registraram um índice de acertos de 33,8% pelos
estudantes do Brasil. As questões globais, por outro lado, só foram respondidas corretamente por cerca
de 26% dos participantes.
"Apenas para ilustrar, se considerarmos os nossos resultados em ciências, atingimos 401 pontos,
enquanto que os alunos dos países da OCDE obtiveram uma média de 493 pontos", afirmou Mozart
Neves, do Instituto Ayrton Senna. "É uma diferença que equivale a aproximadamente ao aprendizado de
três anos letivos!"
De acordo com o Inep, “representam pontos fortes dos estudantes brasileiros, de modo geral, os itens
da competência explicar fenômenos cientificamente, de conhecimento de conteúdo, de resposta do tipo
múltipla escolha simples. Por outro lado, representam pontos fracos os itens da competência interpretar
dados e evidências cientificamente, de conhecimento procedimental, de resposta do tipo aberta e múltipla
escolha complexa".
Leitura
O Pisa define o "letramento em leitura" como a capacidade de os estudantes entenderem e usarem os
textos escritos, além de serem refletir e desenvolver conhecimentos a partir do contato com o texto escrito,
além de participar da sociedade. A prova do Pisa avalia o domínio dos alunos em três aspectos da leitura:
Localizar e recuperar informação, integrar e interpretar, e refletir e analisar.
Vários tipos de textos aparecem na prova, como os descritivos, narrativos e argumentativos, e há
textos que apresentam situações pessoais, públicas, educacionais e ocupacionais.
No Pisa 2015, 50,99% dos estudantes ficaram abaixo do nível 2 de proficiência. A média de
desempenho foi de 407 pontos. É a segunda queda consecutiva na área de leitura desde 2009.
Desempenho em LEITURA:
Média dos países da OCDE: 493 pontos
Média do Brasil: 407 pontos
Brasil – rede federal: 528 pontos*
Brasil – rede privada: 493 pontos*
Brasil – rede estadual: 402 pontos
Brasil – rede municipal: 325 pontos**
*Segundo o Inep, o desempenho médio dos estudantes da rede federal e da rede priva não é
"estatisticamente diferente"
**O Inep ressalta que a rede municipal tem pontuação inferior porque, na maioria das escolas, os
estudantes ainda estão cursando o ensino fundamental
"Os estudantes brasileiros mostraram melhor desempenho ao lidar com textos representativos de
situação pessoal (por exemplo, e-mails, mensagens instantâneas, blogs, cartas pessoais, textos literários
e textos informativos) e desempenho inferior ao lidar com textos de situação pública (por exemplo, textos
e documentos oficiais, notas públicas e notícias)", avaliou o Inep, no documento divulgado à imprensa.
Desempenho em MATEMÁTICA:
Média dos países da OCDE: 490 pontos
Média do Brasil: 377 pontos
Brasil – rede federal: 488 pontos*
Brasil – rede privada: 463 pontos*
Brasil – rede estadual: 369 pontos
Brasil – rede municipal: 311 pontos**
*Segundo o Inep, o desempenho médio dos estudantes da rede federal e da rede priva não é
"estatisticamente diferente"
**O Inep ressalta que a rede municipal tem pontuação inferior porque, na maioria das escolas, os
estudantes ainda estão cursando o ensino fundamental
"Os resultados do Brasil no Pisa são gravíssimos porque apontam uma estagnação em um patamar
muito baixo. 70% dos alunos do Brasil abaixo do nível 2 em matemática é algo inaceitável. O Pisa é mais
uma evidência do que vemos todos os dias nas escolas", afirmou Denis Mizne, da Fundação Lemann.
Os conteúdos matemáticos avaliados na prova do Pisa são relacionados a quantidade; incerteza e
dados; mudanças e relações; espaço e forma. A OCDE considera como capacidades fundamentais da
matemática atividades como delinear estratégias, raciocinar e argumentar, utilizar linguagem e operações
simbólicas, formais e técnicas e utilizar ferramentas matemáticas. Entre os processos matemáticos, o
Pisa mede a habilidade dos estudantes de formular, empregar, interpretar e avaliar problemas.
De acordo com a avaliação do Inep, os estudantes brasileiros apresentaram "facilidade maior em lidar
com a matemática envolvida diretamente com suas atividades cotidianas, sua família ou seus colegas".
Além disso, "o manuseio com dinheiro ou a vivência com fatos que gerem contas aritméticas ou
proporções é uma realidade mais próxima dos estudantes do que, por exemplo, espaço e forma", diz o
órgão.
Entenda o Pisa
As provas do Pisa duram até duas horas e as questões podem ser de múltipla escolha ou dissertativas.
Nesta edição, em alguns países, incluindo o Brasil, todos os estudantes fizeram provas em computadores.
O exame é aplicado a uma amostra de alunos matriculados na rede pública ou privada de ensino a partir
do 7° ano do ensino fundamental. Além de responderem às questões, os jovens preencheram um
questionário com detalhes sobre sua vida na escola, em família e suas experiências de aprendizagem.
Do total de alunos da amostra brasileira, 77,7% estavam no ensino médio, 73,8% na rede estadual,
95,4% moravam em área urbana e 76,7% viviam em municípios do interior.
Estudantes de escolas indígenas, escolas rurais da região Norte ou escolas internacionais, além de
alunos de escolas situadas em assentamentos rurais, comunidades quilombolas ou unidades de
conservação sustentável não fizeram parte do estudo do Pisa. Segundo o Ministério da Educação, o
motivo foram as dificuldades logísticas de aplicação da avaliação e o fato de certos grupos populacionais
não terem necessariamente a língua portuguesa como língua de instrução.
Questões
01. (UFFS – Farmacêutico – FAFIPA)150 Os estudantes brasileiros de nível superior podem contar
com o financiamento das anuidades como forma de estimular a permanência e a conclusão de curso
de graduação em instituições não gratuitas. O programa do Ministério da Educação (MEC) destinado
à concessão deste financiamento chama-se:
(A) FIES
(B) FNDE
150
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=fies&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escolaridade=&modalidade=&disc
iplina=56&assunto=1327&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gerai
s=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
O FIES é um programa do Governo criado em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
– PCE/CREDUC. Destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação151.
02. Resposta: D
Uma das principais medidas anunciadas até agora pelo governo de Michel Temer é a PEC 241,
que estabelece um teto para o crescimento dos gastos públicos. No Senado, a proposta tramitou
como PEC 55. A mudança de número seria por conta da organização das proposições no Senado.
No dia 13 de dezembro, o Senado aprovou em segundo turno a proposta do governo, com 53 votos
a favor e 16 contrários.
Com a aprovação do teto de gastos, a tendência é que dentro de alguns anos os gastos públicos
tenham uma participação menor na economia e que os recursos que financiam serviços públicos
sejam limitados, tais como educação e saúde 152.
03. Resposta: B
Alvo de protestos de estudantes em todo o país, a lei da reforma do ensino médio foi promulgada
nesta quinta-feira (16) pelo presidente da República, Michel Temer, em cerimônia no Palácio do
151
https://guiadoestudante.abril.com.br/fies-prouni/o-que-e-e-como-funciona-o-fies-financiamento-estudantil/
152
http://www.politize.com.br/teto-de-gastos-publicos-infografico/
Segurança
saúde
Senado aprova projeto que cria Sistema Único de Segurança Pública154
Proposta prevê integração de informações de inteligência entre governo federal, DF e estados. Com
aprovação, texto seguirá para sanção do presidente Temer.
O Senado aprovou nesta quarta-feira (16/05) o projeto que cria o Sistema Único de Segurança
Pública (Susp).
O texto seguirá para sanção do presidente Michel Temer e entrará em vigor 30 dias após a publicação
no "Diário Oficial da União".
Mais cedo, nesta quarta, a proposta foi analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Casa e, diante da aprovação de um pedido de urgência, o texto já foi incluído na pauta de votações do
plenário desta quarta.
A proposta prevê que as instituições de segurança federais, distritais, estaduais e municipais deverão
atuar em operações combinadas, compartilhando informações.
O projeto define, ainda, que os registros de ocorrência e as investigações serão padronizados e aceitos
por todos os integrantes do Susp.
O novo sistema será conduzido pelo Ministério da Segurança Pública, responsável por coordenar
ações e implementar programas de modernização dos órgãos de Segurança Pública e Defesa Social.
Entenda o Susp
O projeto aprovado determina que serão integrantes do Susp:
- Polícia Federal;
- Polícia Rodoviária Federal;
- Polícia Ferroviária Federal;
- polícias civis;
- polícias militares;
- corpos de bombeiros militares;
- guardas municipais;
- órgãos do sistema penitenciário;
- órgãos do sistema socioeducativo;
- institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação;
- secretarias nacional e estaduais de segurança pública;
- Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil;
- Secretaria Nacional de Política sobre Drogas;
- agentes de trânsito;
- guarda portuária.
Principais pontos
Saiba abaixo os principais pontos do sistema:
- Operações combinadas, planejadas e desencadeadas em equipe;
- Estratégias comuns para atuação na prevenção e controle qualificado de infrações penais;
- Aceitação mútua dos registros de ocorrências e dos procedimentos apuratórios;
- Compartilhamento de informações;
- Intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos.
153
http://www.valor.com.br/politica/4871882/alvo-de-protesto-de-estudantes-lei-do-novo-ensino-medio-e-sancionada
154
GARCIA, G. Senado aprova projeto que cria Sistema Único de Segurança Pública. G1 Política. <https://g1.globo.com/politica/noticia/senado-aprova-texto-base-
de-projeto-que-cria-o-sistema-unico-de-seguranca-publica.ghtml> Acesso em 17 de maio de 2018.
Repercussão
Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do projeto no Senado: "Pela primeira vez teremos no Brasil uma
lei que determina a política nacional de segurança pública. Muito mais que um plano, é uma política. [...]
Durante muitas décadas, se disse que a União não era responsável pela segurança pública, que a matéria
era só da alçada dos estados. Agora, ficou claro que a União coordenará o processo com muita
responsabilidade".
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, no Twitter: "O Senado Federal acaba de aprovar o
SUSP, Sistema Único da Segurança Pública. Um passo importante para o combate ao crime e a violência
em nível nacional. Doravante, teremos uma segurança, polícias e inteligencia mais integradas, reunindo
todos, união, estados e municípios."
Humberto Costa, líder do PT no Senado: "O projeto do Susp é fundamental para integrar as ações de
prefeituras, governos estaduais e governo federal e sociedade civil, ele é fundamental para nós criarmos
as condições para melhorar a segurança pública. No entanto, eu entendo que alguns sistemas não
deveriam fazer parte de uma política de segurança pública, entre eles, o sistema socioeducativo, que é
dirigido para crianças e adolescentes, que nós entendemos que deve ser tratado à parte."
Dyogo Oliveira (Planejamento) deu informação após se reunir com Temer e outros cinco ministros.
Recursos serão remanejados do orçamento federal deste ano, explicou.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou na noite deste domingo (18/03) que o governo
federal destinará mais de R$ 1 bilhão para a intervenção no Rio de Janeiro e para o recém-
criado Ministério da Segurança Pública.
Dyogo deu a informação ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília, após se reunir com o presidente
Michel Temer e outros cinco ministros, entre os quais Raul Jungmann (Segurança Pública), Torquato
Jardim (Justiça) e Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional).
Segundo o ministro do Planejamento, o valor exato será definido até o fim desta semana e o montante
será realocado no orçamento federal deste ano.
"É na casa de bilhão, mas acho precipitado adiantar valores (...). Teremos crédito extraordinário para
o Rio de Janeiro, cujos valores ainda estão sendo levantados pelo Ministério da Segurança Pública e pelo
interventor. E deveremos ter isso até o final desta semana enviado ao Congresso Nacional", declarou
Dyogo Oliveira.
Segundo o ministro, será editada uma medida provisória para a liberação dos recursos para a
intervenção. Neste caso, a MP tem vigência imediata e precisa ser analisada pelo Congresso em até 120
dias.
Sobre os recursos para o Ministério da Segurança, Dyogo informou que o governo enviará ao
Congresso um projeto de lei.
O G1 apurou que uma das fontes consideradas pelo governo para liberar os recursos é a chamada
"reoneração" da folha de pagamentos, ou seja, o aumento da tributação para as empresas.
Atualmente, 50 setores da economia são excluídos da possibilidade de pagar imposto sobre a folha
de pagamentos com base em um percentual da receita bruta - que representa uma tributação menor. O
governo, entretanto, quer manter quatro setores com esse benefício. O projeto ainda vai passar por
votação no Congresso Nacional, mas o relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), indicou que quer
manter mais setores com esse benefício, o que diminuiria o impacto na arrecadação.
155
MARTELLO, A. KLAVA, N. Governo destinará mais de R$1 bi para intervenção no Rio e Ministério da Segurança, diz ministro. G1 Política. Disponível em: <
https://g1.globo.com/politica/noticia/ministerio-da-seguranca-publica-e-recursos-para-o-rj-somarao-mais-de-r-1-bilhao-diz-ministro-do-
planejamento.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 19 de março de 2018.
Pezão repercute
À GloboNews, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou que a Secretaria de Segurança
Pública do estado é a que tem o maior orçamento, mas "quase todos" os recursos são destinados ao
pagamento de salários.
"Estamos com dificuldade na infraestrutura. Nosso orçamento hoje é quase todo para a folha de
pagamento", acrescentou.
Pezão informou que se reunirá nesta segunda (19/03) com o interventor federal, general Braga Netto,
para discutir as ações e definir o orçamento necessário. Só depois disso, acrescentou o governador, é
que Netto deve apresentar o plano de custos ao governo federal.
Decreto já está em vigor desde a semana passada, mas governo precisava do aval do Congresso para
medida continuar valendo. Com aprovação, texto será publicado no 'Diário Oficial'.
Senado aprovou no fim da noite desta terça-feira (20/02), por 55 votos a 13 (1 abstenção), o decreto
que autoriza intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. O decreto vai a
publicação no "Diário Oficial da União".
A intervenção federal foi assinada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (16/02). A medida
passou a vigorar imediatamente, mas, para continuar valendo, precisava do aval da Câmara e do Senado.
O tema foi aprovado pela Câmara na madrugada desta terça-feira (20/02), por 340 votos a 72.
O decreto estabelece que a intervenção durará até 31 de dezembro deste ano.
Enquanto vigorar a medida, o general de Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do
Leste, será o interventor no estado e terá o comando da Secretaria de Segurança Pública, Polícias Civil
e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema carcerário fluminense.
Segundo o decreto, o objetivo da intervenção é tratar do "grave comprometimento da ordem pública"
no Rio. A medida foi tomada após o feriado de carnaval, período em que a capital do estado
registrou vários episódios de violência.
Pelo texto, o interventor está subordinado ao presidente da República e não está sujeito a regras
estaduais que entrem em conflito com o objetivo da intervenção.
O general Braga Netto pode, se necessário, solicitar recursos financeiros, tecnológicos, estruturais e
humanos do Rio para restabelecer a ordem pública.
Ele também poderá, segundo o decreto, requisitar a órgãos civis e militares da administração pública
federal meios necessários ao sucesso da intervenção.
O decreto preserva, sob a responsabilidade do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), as
atribuições sem relação com a área de segurança pública.
A sessão
Por se tratar de uma medida de urgência, o decreto seguiu da Câmara direto para o plenário do
Senado, sem passar pelas comissões da Casa. O tema foi analisado em sessão extraordinária que
começou por volta das 20h30 desta terça.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), designou como relator o senador Eduardo
Lopes (PRB-RJ), que votou favoravelmente à intervenção. Segundo Eunício, 11 parlamentares o
procuraram para assumir a função.
Durante a apresentação do relatório, Eduardo Lopes afirmou que a situação do Rio é "grave",
acrescentando que a população do estado está com "medo de sair de casa.
156
GARCIA, GUSTAVO. NETTO, C. JOÃO. Senado aprova intervenção federal na segurança pública do Rio. G1. Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/senado-aprova-intervencao-federal-na-seguranca-publica-do-rio.ghtml> Acesso em 21 de fevereiro de 2018.
Confronto entre grupos rivais deixou ainda 14 feridos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia
Pelo menos nove pessoas morreram e 14 ficaram feridas durante um motim em uma prisão na região
metropolitana de Goiânia, informaram fontes oficiais. A rebelião ocorre exatamente um ano após o início
de uma série de revoltas em presídios no país — a primeira delas, em Manaus, levou à morte de mais de
50 pessoas.
Nesta segunda-feira, um grupo de prisioneiros em regime semiaberto invadiu um pavilhão do
Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia onde estavam os presos de um grupo rival e incendiaram
algumas instalações, de acordo com a Superintendência Executiva da Administração Penitenciária
(SEAP).
Os presos atearam fogo em algumas instalações, por isso foi necessária a presença de bombeiros
para apagar o incêndio. Um total de 34 presos conseguiu fugir durante o motim que, de acordo com as
primeiras informações, já foi controlado pelas autoridades penitenciárias.
157
EL PAÍS. No aniversário da crise dos presídios, nove mortos em rebelião em Goiás. El País. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/02/politica/1514848126_015384.html?id_externo_rsoc=TW_BR_CM> Acesso em 02 de janeiro de 2017.
O Brasil registrou 57 mil homicídios em 2014, aponta um estudo coordenado pelo professor e sociólogo
Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da Área de Estudos sobre
Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO). O dado corresponde a 6,5
assassinatos por hora.
- O Brasil teve 29 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2014.
- São Luís, no Maranhão, foi a cidade mais violenta do país, com 90 homicídios para cada 100 mil
habitantes.
- Alagoas foi o estado mais violento para a população negra. A cada 13 vítimas de homicídio, 12 eram
negras.
O mecânico Leonid El Kadre de Melo, último foragido da "Operação Hashtag" preso neste domingo
(24/07/2016) em Comodoro, a 656 km de Cuiabá, em Mato Grosso, deve ser levado para o presídio
federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. No local, já estão as outras 11 pessoas suspeitas de
planejar ataques terroristas na Olimpíada do Rio de Janeiro.
Leonid foi preso pela Polícia Militar por volta das 19h30 na rodoviária de Comodoro após ser
reconhecido por conta das fotos divulgadas pela imprensa. Uma denúncia dizia que um homem estava
tentando comprar uma passagem sem documentos. Os policiais chegaram até o local, o reconheceram
e deram voz de prisão. Ele foi levado para a delegacia para prestar depoimento.
Na sexta-feira (22/07/2016), o penúltimo foragido, Valdir Pereira da Rocha, se entregou à Polícia
Federal na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, a 562 km de Cuiabá. Todos os presos na ação
estão no presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A unidade é de segurança máxima
e recebe presos de alta periculosidade.
158
25/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/08/brasil-tem-65-homicidios-por-hora-aponta-mapa-da-violencia.html
159
25/07/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/07/ultimo-suspeito-de-terrorismo-preso-deve-ser-levado-presidio-federal.html
'Célula amadora'
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse, em coletiva na semana passada, que os
investigados na operação não tiveram contato com membros do Estado Islâmico e que se trata de uma
"célula absolutamente amadora", porque não tinha "nenhum preparo".
"Mas obviamente que não podemos – nenhuma força de segurança – ignorar isso. [...] Só o fato de
começarem atos preparatórios, não seria de bom senso aguardar para ver, e o melhor era decretar a
prisão deles", afirmou o ministro.
Moraes disse que o grupo mencionava a intenção de comprar um fuzil AK-47 em uma loja clandestina
no Paraguai.
Segundo Moraes, os investigados na operação, batizada de Hashtag, nunca tinham se encontrado
pessoalmente e eram monitorados há meses pela polícia. Eles costumavam se comunicar pela internet,
por meio dos aplicativos de mensagem instantânea WhatsApp e Telegram.
Questionado sobre como foi o monitoramento dos suspeitos, já que o WhatsApp foi bloqueado mais
de uma vez pela Justiça brasileira justamente por não fornecer dados para investigações, o ministro
inicialmente não quis responder. Depois disse que revelar como se deu o monitoramento atrapalharia a
investigação.
Com PEC do Teto, segurança vai "parar" se não melhorar gastos, diz especialista160
Segundo o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (3) pelo Fórum, os
gastos com segurança pública no país totalizaram R$ 76,2 bilhões em 2015, 11,6% maior que o ano
anterior (sem levar em conta a inflação de 2014, que foi de 6,41%).
O especialista explica que, desde 2010, os investimentos federais vêm sendo reduzidos, e que o
cenário para os próximos anos é preocupante.
"Se a média dos gastos federais se mantiver como nos últimos anos, não teremos dinheiro federal para
dar conta das parcerias com Estados e municípios. O dinheiro já tinha sido reduzido e hoje é quase todo
direcionado às polícias Federal e Rodoviária Federal", disse.
Ele explica que o Fundo Nacional de Segurança Pública representa apenas 3% do orçamento do
Ministério da Justiça, valor insuficiente até para ampliar o efetivo da Força Nacional, como planeja o
Ministério da Justiça. A Força Nacional é uma tropa emergencial do governo federal utilizada para
estancar picos de criminalidade.
"Quase metade dos gastos do Fundo são com a Força Nacional. O governo quer aumenta de 1.500
para 7.000 policiais. O primeiro raciocínio é: de onde vai sair esse dinheiro? O Fundo não tem a
capacidade para financiar esses adicionais. Pelos números do gasto dos últimos anos, vai ter ser dinheiro
novo", disse.
160
03/11/2016 Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/11/03/com-pec-do-teto-seguranca-vai-parar-se-nao-melhorar-gastos-diz-
especialista.htm
Questões
01. (UEPB – Auxiliar Administrativo – CPCON) A violência tem atingido os mais diversos municípios,
dos mais aos menos populosos. O texto abaixo sinaliza esse aspecto.
O ranking dos municípios mais violentos do Brasil de 2015, divulgado pelo Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas (IPEA) em 2017, aponta o município de Santa Rita como o mais violento da
Paraíba e o 22º do país. Com uma população de 134.940 habitantes o município registrou 100 homicídios
no ano de 2015, o que dá uma taxa de 74,1 homicídios por 100 mil habitantes. Na outra ponta do estudo,
o município de Botucatu foi o segundo menos violento de São Paulo e o 6º do país. Com uma população
de 139.483 habitantes, o município registrou 6 homicídios no ano de 2015, o que dá uma taxa de 4,3
homicídios por 100 mil habitantes.
Como dois municípios com tamanhos populacionais semelhantes podem ter taxas de homicídios tão
diferentes? Marque a alternativa que apresenta fatores CORRETOS para essa diferença.
(A) Em São Paulo é permitido o porte de armas pelo cidadão de bem, o que comprovadamente intimida
a ação dos criminosos.
(B) Melhor distribuição de renda e maiores investimentos sociais em saúde, educação, lazer e cultura.
(C) A presença ostensiva da polícia nas ruas de Botucatu garante a paz no município. O município
possui o maior efetivo de policiais do país.
(D) A ausência de leis específicas sobre homicídios no Estado da Paraíba contribui para as altas taxas
de homicídio de Santa Rita.
(E) A reforma do sistema educacional de Botucatu em 2000, que incluiu técnicas de defesa pessoal e
artes maciais no currículo básico, preparou melhor a população para enfrentar a violência.
Gabarito
01.B / 02.C
01. Resposta: B
Questões sociais são normalmente relacionadas a problemas com segurança e violência. Os
investimentos (ou ausência deles) estão entre algumas das explicações para as diferenças entre regiões
mais ou menos seguras.
02. Resposta: C
A percepção da sociedade da ausência do Estado em determinadas regiões já ultrapassa apenas as
grandes cidades. A percepção do fracasso das instituições oficiais só é aumentada pelas notícias
recorrentes a respeito dos problemas de segurança enfrentados no país, vide o exemplo: <
https://oglobo.globo.com/rio/crise-da-seguranca-no-estado-tambem-marcada-por-falhas-na-comunicacao-21849743>
Arte e Literatura
saúde
Arte Brasileira1
A arte brasileira surge da mistura de outros estilos e se inicia desde o período da Pré-História há mais
de 5 mil anos, até a arte primitiva. Ela também foi influenciada pelo estilo artístico de outras sociedades.
Dentre elas, temos a arte da Pré-História brasileira, com vários sítios arqueológicos espalhados pelo
território e tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Outra a ser citada
é a arte indígena na época do descobrimento do Brasil, quando no início, havia cerca de 5 milhões de
índios. Atualmente, esse número foi reduzido, assim como parte de sua cultura.
Outra vertente da arte brasileira a ser citada é a do Período Colonial. O Brasil transformou-se em
colônia de Portugal, depois da chegada de Cabral e eram feitas construções simples, como as feitorias,
várias vilas e engenhos de açúcar como representação da arte.
Na invasão dos holandeses que ficaram no nordeste do Brasil por quase 25 anos, no início de 1624,
se instalou uma cultura vinda dos povos holandeses. Apesar dos portugueses terem defendido o Brasil
de invasores, estes ainda conseguiram instalar-se. Artistas e cientistas vieram para o Recife, trazendo a
cultura holandesa.
Outro estilo surgido foi o Barroco, ligado ao catolicismo. A influência da Missão Artística Francesa, no
início do século XIX, quando a família real veio ao Brasil foi intensa. A população começou a imitar a
cultura europeia. Eram pintados retratos da família real e algumas imagens dos índios brasileiros.
A Pintura Acadêmica, também no século XIX na arte brasileira, retrata a riqueza clássica, sendo que
era refletido um padrão de beleza ideal (padrões propostos pela Academia de Belas Artes). Já no início
do século XX, presenciamos o Modernismo Brasileiro, marcado inicialmente pela Semana de Arte
Moderna. Antes disso, o Expressionismo já começa a chegar ao Brasil e fazer história com Lasar Segall
(1891-1957) que contribui para o Modernismo. Após a Semana de Arte Moderna, vários artistas
começaram a desenvolver um estilo próprio de pintura, sendo ela mais valorizada no país.
Além do já citado Lasar Segall, o Brasil tem grandes pintores, cujas obras têm reconhecimento
internacional. Entre os principais destaques, podemos incluir:
Cândido Portinari - Foi um dos pintores brasileiros mais famosos. Nasceu na cidade de Brodowski
(interior do estado de São Paulo), em 29 de dezembro de 1903. Destacou-se também nas áreas de poesia
e política. Durante sua trajetória, ele estudou na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos
países, como a Espanha, a França e a Itália, onde finalizou seus estudos. No ano de 1935 ele recebeu
uma premiação em Nova Iorque por sua obra “Café”. Deste momento em diante, sua obra passou a ser
mundialmente conhecida. Dentre suas obras, destacam-se: “A Primeira Missa no Brasil”, “São Francisco
de Assis” e “Tiradentes”. Seus retratos mais famosos são: seu autorretrato, o retrato de sua mãe e o do
famoso escritor brasileiro Mário de Andrade.
Características principais de suas obras: Retratou questões sociais do Brasil e utilizou alguns
elementos artísticos da arte moderna europeia; Suas obras de arte refletem influências do surrealismo,
cubismo e da arte dos muralistas mexicanos; Arte figurativa, valorizando as tradições da pintura.
Anita Malfatti - Foi uma importante e famosa artista plástica (pintora e desenhista) brasileira. Nasceu
na cidade de São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1889 e faleceu na mesma cidade, em 6 de novembro
de 1964. Estudou pintura em escolas de arte na Alemanha e nos Estados Unidos (estudou na Independent
School of Art em Nova Iorque). Em sua passagem pela Alemanha, em 1910, entrou em contato com o
Tarsila do Amaral - foi uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento modernista.
Nasceu na cidade de Capivari (interior de São Paulo), em 1º de setembro de 1886. Na adolescência,
Tarsila estudou no Colégio Sion, localizado em São Paulo, porém, completou os estudos numa escola de
Barcelona (Espanha). Desde jovem, demonstrou muito interesse pelas artes plásticas.
Somente aos 31 anos começou a aprender as técnicas de pintura com Pedro Alexandrino Borges
(pintor, professor e decorador). Em 1920, foi estudar na Academia Julian (escola particular de artes
plásticas) na cidade de Paris. Em 1922, participou do Salão Oficial dos Artistas da França, utilizando em
suas obras as técnicas do cubismo. Retornou para o Brasil em 1922, formando o "Grupo dos Cinco", junto
com Anita Malfatti, Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia.
Entre as décadas de 1920 e 1930, pintou suas obras de maior importância e que fizeram grande
sucesso no mundo das artes. Entre as obras desta fase, podemos citar as mais conhecidas: Abaporu
(1928) e Operários (1933). No final da década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-Brasil e
Antropofágico.
Entre as propostas desta fase, Tarsila defendia que os artistas brasileiros deveriam conhecer bem a
arte europeia, porém deveriam criar uma estética brasileira, apenas inspirada nos movimentos europeus.
Características de suas obras: Uso de cores vivas; Influência do cubismo (uso de formas geométricas);
Abordagem de temas sociais, cotidianos e paisagens do Brasil; Estética fora do padrão (influência do
surrealismo na fase antropofágica).
Principais obras: “Abaporu”, “Autorretrato”, “Retrato de Oswald de Andrade”, “Estudo (Nu)”, “Natureza-
morta com relógios”, entre outras.
Volpi - Alfredo Foguebecca Volpi, artista plástico ítalo-brasileiro. É considerado um dos principais
artistas da Segunda Geração da Arte Moderna Brasileira. Ganhou destaque com pinturas representando
casarios e bandeirinhas de festas juninas (sua marca registrada). Nasceu na cidade de Lucca (Itália) em
14 de abril de 1896. Atuou como pintor decorador de residências de famílias da alta sociedade paulistana,
fazendo pinturas em paredes e murais; Ganhou o prêmio de melhor pintor nacional na Bienal de Artes de
1953; Fez afrescos na Capela São Pedro de Monte Alegre e Participou da 1ª Exposição de Arte Concreta
em 1956.
Estética: explorou as formas e composição de cores com grande impacto visual. Nos anos 50
enveredou para o campo do abstracionismo geométrico. Foi neste período que começou a retratar
bandeirinhas de festas juninas. Principais obras: "Mulata", "Fachada e Rua", "Festa de São João",
"Grande Fachada Festiva" e "Fachadas".
A literatura no Brasil viveu vários períodos, geralmente recebendo influência de escolas europeias.
Houve ainda um movimento que tentou criar uma identidade puramente nacional, voltada à abordagem
de temas cotidianos. Os principais momentos da produção literária no Brasil foram:
Quinhentismo (século XVI) - Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo
da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de
Anchieta com seus poemas, autos, sermões, cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com
sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros.
Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral.
Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação (de viagem) sobre o Brasil. O
objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais
da nova terra.
Barroco (século XVII) - Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse
contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras
são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, antíteses
e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais
representantes desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopeia; Gregório de Matos Guerra (Boca do
Inferno), autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo
Antônio ou dos Peixes.
Neoclassicismo ou Arcadismo (século XVIII) - O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia
e de seus valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações
e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa
é trocada por uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados (fugere urbem = fuga
das cidades) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher
amada. As principais obras desta época são: Obra Poética, de Cláudio Manoel da Costa; O Uraguai, de
Basílio da Gama; Cartas Chilenas e Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga; e Caramuru, de Frei
José de Santa Rita Durão.
Romantismo (século XIX) - A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real
portuguesa em 1808 e a Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na
literatura do período. Como características principais do romantismo, podemos citar: individualismo,
nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e
sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos
citar: O Guarani, de José de Alencar; Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães;
Espumas Flutuantes, de Castro Alves; e Primeiros Cantos, de Gonçalves Dias. Outros importantes
escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e
Souza.
Realismo - Naturalismo (segunda metade do século XIX) - Na segunda metade do século XIX, a
literatura romântica entrou em declínio juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam
a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como características
desta fase, podemos citar: objetivismo, linguagem popular, trama psicológica, valorização de
personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade.
O principal representante desta fase foi Machado de Assis, com as obras: Memórias Póstumas de Brás
Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas
Aluísio de Azedo, autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia, autor de O Ateneu.
Parnasianismo (final do século XIX e início do século XX) - O parnasianismo buscou os temas
clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma
linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam
a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não
retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são:
Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.
161
Texto adaptado de www.suapesquisa.com
Pré-Modernismo (1902 até 1922) - Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só
começou em 1922, com a Semana de Arte Moderna. Esta época é marcada pelo regionalismo,
positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os
principais autores deste período são: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima
Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma, e Augusto dos Anjos.
Modernismo (1922 a 1930) - Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As
principais características da literatura modernista são: nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos),
linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas:
Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.
Neorrealismo (1930 a 1945) - Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e
as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos
também são retomados. Destacam-se as seguintes obras: Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Fogo
Morto, de José Lins do Rego; O Quinze, de Raquel de Queiroz; e O País do Carnaval, de Jorge Amado.
Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecília
Meireles.
Arquitetura Brasileira162
162
http://www.coladaweb.com/artes/arquitetura/arquitetura-brasileira
Cinema no Brasil163
Televisão no Brasil164
Música Brasileira165
Podemos dizer que a MPB surgiu ainda no período colonial brasileiro, a partir da mistura de vários
estilos. Entre os séculos XVI e XVIII, misturaram-se em nossa terra as cantigas populares, os sons de
origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas eruditas europeias. Também
contribuíram, neste caldeirão musical, os indígenas com seus típicos cantos e sons tribais. Nos séculos
XVIII e XIX, destacavam-se nas cidades, que estavam se desenvolvendo e aumentando
demograficamente, dois ritmos musicais que marcaram a história da MPB: o lundu e a modinha.
O lundu, de origem africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a
modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida calma e erudita. Na
segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da mistura do lundu, da modinha e
163
http://www.infoescola.com/cinema/historia-do-cinema-brasileiro/
164
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/
165
http://www.suapesquisa.com/mpb/
Teatro no Brasil166
Uma das primeiras manifestações do teatro no Brasil ocorreu no século XVI como forma de
catequização. O teatro era utilizado pelos jesuítas para instruir religiosamente os índios e colonos. O
padre Anchieta é um dos principais jesuítas que utilizou estes tipos de representações que eram
chamadas de teatro de catequese. Esse teatro possuía uma preocupação muito mais religiosa do que
artística, os atores eram amadores e não existiam espaços destinados à atividade teatral, as peças eram
encenadas em praças, ruas, colégios entre outros. Já no século XVII, além do teatro de catequese emerge
outros tipos de teatros que celebram festas populares e acontecimentos políticos, alguns lembram muito
o carnaval como conhecemos hoje, as pessoas saíam às ruas para comemorações vestidas com
adereços, desfilando mascaradas, dançando, cantando e tocando instrumentos.
166
www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=196
Questões
01. (BANPARÁ – Técnico Bancário – ESPP) Segundo foi divulgado na Folha Ilustrada de 11.02.12
(www1.folha.uol.com.br/ilustrada): “O Theatro Municipal começa na próxima quarta-feira (14.02) uma
programação para lembrar os 90 anos da Semana de Arte Moderna, com música de câmara e sinfônica,
balé e, sobretudo, duas óperas modernistas: "Magdalena", de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), e "Pedro
Malazarte", de Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993)”
Sobre a Semana de Arte Moderna, o Modernismo e seu contexto histórico, assinale a alternativa
incorreta.
(A) Inserida nas festividades em comemoração ao centenário da independência do Brasil, em 1922, a
Semana de Arte Moderna aconteceu em um momento em que o clima político era tenso em função da
Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
(B) A Semana de Arte Moderna deu início à construção de uma cultura essencialmente nacional.
(C) A Semana de Arte Moderna ressaltou nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário
de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Anita Malfatti, entre outros.
(D) A crítica não poupou esforços para destruir as ideias inovadoras, em plena vigência da República
Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que então dominava o cenário
brasileiro.
(E) A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de
experimentação, na liberdade criadora, considerando a calmaria política e social do momento.
02. (MRE – Assistente de Chancelaria – ESAF) A Música Popular Brasileira (MPB) percorreu rica
trajetória, especialmente entre fins do século XIX e os dias atuais. Um movimento renovador, surgido
na segunda metade dos anos 50, nela deitou raízes e ampliou-lhe consideravelmente as portas do
mercado mundial. Esse movimento, que teve na canção Chega de Saudade e em seu intérprete, João
Gilberto, dois de seus principais emblemas, e que ainda hoje marca presença, ficou conhecido como
(A) Tropicalismo
(B) Jovem Guarda
(C) Modernismo
Gabarito
01.E / 02.D
Comentários
01. Resposta: E
O período foi marcado por turbulências políticas e sociais.1922 foi o ano da fundação do Partido
Comunista Brasileiro, da revolta do Forte de Copacabana, Marechal Hermes foi preso, Artur Bernardes
foi eleito e, na Itália, Mussolini chegou ao poder.
02. Resposta: D
Bossa Nova é um gênero musical brasileiro que recebeu influência do samba e do jazz americano.
A bossa nova surgiu no Brasil no final da década de 50, na intimidade dos apartamentos e boates da
Zona Sul do Rio de Janeiro - reduto da classe média - estudantes e jovens em geral. Inicialmente o termo
era apenas usado como um novo modo de cantar e tocar naquela época167.
Cultura
saúde
Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Cultura dentro dos tópicos de atualidades, teremos
uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado pelo edital,
traremos uma pequena introdução falando a respeito da cultura brasileira e sua diversidade. Caso
tenha alguma dúvida, por favor entre em contato conosco.
A cultura no Brasil é um reflexo da formação do país já no período colonial, quando começam a surgir
as primeiras relações entre portugueses e indígenas, nos primeiros anos do contato. Ao longo de mais
de cinco séculos de transformação, ela incorpora elementos de todos aqueles que ajudaram a criar o país
ou que vieram para o Brasil em buscas de vida nova. Do churrasco ao acarajé, catolicismo a umbanda,
norte ao sul, o Brasil é um país de contrastes, definidos por seus habitantes que convergem seus
costumes, crenças e práticas em território nacional.
Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito de
cultura, podemos considerá-la a grosso modo da seguinte forma: cultura diz respeito a um conjunto de
hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais, como
forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade.
Dessa forma, podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira?
Certamente, ela possui suas particularidades quando comparada ao restante do mundo,
principalmente quando nos debruçamos sobre um passado marcado pela miscigenação racial entre
índios, europeus e africanos e que sofreu ainda a influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Na
prática isso reflete em aspectos religiosos, musicais, gastronômicos (...) em que apesar de serem
brasileiros, sofrem fortes influências europeias, indígenas e africanas.
A diversidade cultural reflete os diferentes costumes e práticas que compõem a sociedade brasileira.
O Brasil é um país de dimensões continentais, que passou por diversos processos de ocupação,
migração, imigração e emigração, incorporando os traços de diversos povos e sociedades para compor
uma cultura única e diversificada. Além disso, por conter um extenso território, apresenta diferenças
climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
167
https://www.significados.com.br/bossa-nova/
O filme “A Forma da Água” foi o grande vencedor da cerimônia. O longa conquistou 4 das 13 categorias
que concorria. O evento foi marcado por protestos a favor da diversidade e da defesa de minorias.
Pela 2ª vez consecutiva, o apresentador norte-americano Jimmy Kimmel foi o anfitrião da cerimônia.
Ele mencionou o incidente de 2017, quando os envelopes foram trocados pela equipe de produção e o
filme errado foi anunciado como vencedor do Oscar. Segundo Kimmel, a empresa PwC, responsável pelo
acontecido, disse que o “foco singular será no show e entregar os envelopes corretos“. Os atores Faye
Dunaway e Warren Beatty apresentaram novamente a categoria de “Melhor Filme”.
O apresentador Jimmy Kimmel falou também sobre o caso de “Todo Dinheiro do Mundo”, em que o
ator Mark Wahlberg foi pago com US$ 1,5 milhão para regravar o filme enquanto Michelle Williams
recebeu US$ 80 por dia, pontuou que o caso é mais crítico pelos 2 atores serem representados pela
mesma agência (William Morris Endeavor – WME). O filme em questão passou por regravações após o
ator Kevin Spacey ser retirado da produção por denúncias de assédio sexual. Spacey foi substituído por
Christopher Plummer.
Ao mencionar a expulsão de Harvey Weistein da Academia, o magnata de Hollywood acusado de
inúmeros casos de assédio sexual, Kimmel mencionou os movimentos Me Too, Time’s Up e Never
Again. “Não podemos deixar que mau comportamento escape novamente”, disse. “Esta é uma mudança
positiva. Nosso plano é trazer luz para filmes excepcionais”.
Os atores Kumail Nanjiani e Lupita Nyong’o fizeram 1 discurso sobre imigração antes de apresentarem
o Oscar de “Melhor Design de Produção”. Ambos citaram seus países (México e Paquistão) e destacaram
que os imigrantes estão em Hollywood apesar de ainda serem esquecidos. Nanjiani declarou: “Sou do
Paquistão e de Iowa, 2 lugares que nenhuma pessoa em Hollywood sabe apontar no mapa“.
TIME’S UP
Após uma temporada de premiações marcadas por manifestações a favor de igualdade salarial e
contra o assédio sexual, o Oscar teve em 2018 discursos acentuados sobre 1 tempo de mudança.
Um dos momentos de destaque ocorreu na apresentação da música “Stand Up for Something”, do
filme “Marshall”. Common e Andra Day convocaram ativistas de diversos movimentos a favor de minorias,
como membros do Dream Act Now, a favor do DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals).
A fundadora do movimento Time’s Up, Tarana Burke, anunciou que algo diferente aconteceria pela
sua rede social.
RESUMO
O Poder360 compilou os vencedores da noite:
Melhor filme: “A Forma da Água”;
Melhor diretor: Guillermo del Toro, por “A Forma da Água”;
Melhor ator: Gary Oldman, por “Destino de uma Nação”;
Melhor ator coadjuvante: Sam Rockwell, por “Três anúncios para um crime”;
Melhor atriz: Frances McDormand, por “Três anúncios para um crime”;
Melhor atriz coadjuvante: Allison Janney, por “Eu, Tonya”;
Melhor roteiro original: “Corra!”;
Melhor roteiro adaptado: “Call Me By Your Name”;
Melhor Animação: “Viva – A Vida é Uma Festa”;
Melhor Animação em Curta-Metragem: “Dear Basketball”;
Melhor Fotografia: “Blade Runner 2049”;
Melhor Figurino: “Trama Fantasma”;
Melhor Maquiagem e Cabelo: “Destino de uma Nação”;
Melhor Mixagem de Som:”Dunkirk”;
Melhor Edição de Som: “Dunkirk”;
Melhores Efeitos Visuais: “Blade Runner 2049”;
Melhor Design de Produção: “A Forma da Água”;
Melhor Montagem: “Dunkirk”;
Melhor Trilha Sonora: “A Forma da Água”;
Melhor Canção Original: “Remember Me”, de “Viva – A Vida é Uma Festa”;
168
GOMES, R. IBARRA, P. Em Oscar marcado por discursos a favor da diversidade, “A Forma da Água” vence. Poder 360. Disponível em: <
https://www.poder360.com.br/internacional/em-oscar-marcado-por-discursos-a-favor-da-diversidade-a-forma-da-agua-vence/> Acesso em 05 de março de 2018.
Com exposição sobre sexualidade, Masp veta pela primeira vez entrada de menores de 18
anos169
'História da sexualidade' tem obras de artistas consagrados como Pablo Picasso e será inaugurada
nesta sexta (20/10) com classificação etária.
Segundo o Museu, é a primeira vez em 70 anos que a presença de menores, mesmo que
acompanhados dos pais ou responsáveis, será vetada em uma exposição.
A medida ocorre menos de um mês após o Museu de Arte Moderna (MAM) e seus funcionários serem
alvo de ataques por conta de um vídeo divulgado nas redes sociais em que uma criança aparece
interagindo com a performance de um artista nu. O caso rendeu investigação do Ministério Público.
Em nota, o Masp afirma que buscou orientação jurídica que "confirmou a autoclassificação, houve a
análise das obras integrantes da exposição Histórias da sexualidade, à luz dos critérios contidos no Guia
Prático de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, tendo-se concluído que tal exposição deveria
ser classificada como não permitida para menores de 18 anos".
"Observando a regulamentação vigente e orientação jurídica sobre o tema, o MASP estabeleceu a
autoclassificação de 18 anos, restringindo o acesso à referida exposição para menores de idade, mesmo
que acompanhados de seus responsáveis. Tal classificação será restrita às galerias da exposição
Histórias da sexualidade no 1º andar, 1º subsolo e sala de vídeo. As exposições Guerrilla Girls: gráfica,
1985-2017, Pedro Correia de Araújo: Erótica e Acervo em Transformação, nas galerias do 1º subsolo, 2º
subsolo e 2º andar, respectivamente, continuarão abertas ao público em geral, com classificação livre",
diz a nota.
Com mais de 300 obras de diversos artistas, a exposição, concebida em 2015, se insere na
programação anual do museu, dedicada às histórias da sexualidade.
Algumas obras de artistas centrais do acervo do Masp, como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da
Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles, estarão expostas em novos
contextos, oferecendo outras possibilidades de compreensão e leitura.
O material estará reunido em nove núcleos temáticos e não cronológicos: Corpos nus, Totemismos,
Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e
Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro
subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos.
Sérgio Sá Leitão assume o comando do Ministério da Cultura no lugar do ministro interino João Batista
de Andrade, que estava no cargo desde maio, após o deputado Roberto Freire (PPS-PE) ter deixado a
pasta
A nomeação de Sérgio Sá Leitão para o comando do Ministério da Cultura está publicada na edição
desta terça-feira (25/07) do Diário Oficial da União. A cerimônia de posse do novo ministro ocorre às 11h,
no Palácio do Planalto.
Além da passagem pela direção da Agência Nacional de Cinema, para onde teve a indicação aprovada
em abril pelo Senado, Leitão ocupou a chefia de gabinete do Ministério da Cultura durante a gestão do
ex-ministro Gilberto Gil e foi secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro.
Sérgio Sá Leitão assume o comando do Ministério da Cultura no lugar do ministro interino João Batista
de Andrade, que estava no cargo desde maio, após o deputado Roberto Freire (PPS-PE) ter deixado a
pasta.
169
G1 SP. Com exposição sobre sexualidade, Masp veta pela primeira vez entrada de menores de 18 anos. G1 São Paulo. Disponível em: <https://g1.globo.com/sao-
paulo/noticia/com-exposicao-sobre-sexualidade-masp-veta-pela-primeira-vez-entrada-de-menores-de-18-
anos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 20 de outubro de 2017.
170
AGÊNCIA BRASIL. Nomeação de Sérgio Sá Leitão para cultura é publicada. O Tempo. Política. Disponível em:
<http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/nomea%C3%A7%C3%A3o-de-s%C3%A9rgio-s%C3%A1-leit%C3%A3o-para-cultura-%C3%A9-publicada-
1.1501297> Acesso em 26 de julho de 2017.
O ministério da Cultura anunciou nesta terça-feira (21/03) a criação de um teto para liberação de
recursos pela Lei Rouanet. A legislação permite a captação de verbas para projetos culturais por meio de
incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Pelas novas regras, o limite será de R$ 700 mil para
pessoas físicas e microempreendedores. Grandes empresas podem captar até R$ 40 milhões para até
10 projetos, sendo que um único projeto não pode receber mais de R$ 10 milhões.
Os cachês individuais também não poderão ultrapassar R$ 30 mil por artista. Todas as despesas dos
produtores serão pagas a partir de uma conta única do Banco do Brasil, e o ministério receberá os dados
sobre cada transferência em até 24 horas. Em 30 dias, o governo promete divulgar essas informações no
Portal da Transparência.
Os produtos gerados a partir da Lei Rouanet também vão sofrer mudança. Livros e ingressos deverão
ter valor médio de R$ 150. Antes o valor limite era de R$ 200. Na prática, uma peça de teatro pode custar
bem mais caro do que R$ 150, mas se o valor médio (considerando também o número de meias em
relação ao total de ingressos comprados) ficar até este limite, está autorizado.
Por exemplo, uma peça de teatro pode custar R$ 300, mas fazendo a média com número de cadeiras
de estudantes, o valor médio abaixa para R$ 150.
As regras ainda estabelecem que o valor total da receita bruta da produtora não pode ser superior ao
valor previsto no projeto. Estão isentos dos limites de captação projetos que trabalhem com área de
patrimônio e museologia.
Segundo o Ministério da Cultura, o objetivo é trazer maior controle sobre a gestão e aproveitamento
dos recursos destinados para incentivar a cultura.
De acordo com a nova resolução, que substitui as regras aprovadas em 2013, o ministério vai priorizar
projetos que já tenham captado 10% dos recursos do orçamento aprovado. Na opinião do governo, essas
são propostas com maior chance de serem executadas. Atualmente, um a cada quatro projetos consegue
patrocínio suficiente para começar a fase preparatória e ser considerado executável pelos pareceristas
do ministério.
Os repasses da pasta foram alvos de uma operação da Polícia Federal deflagrada em junho de 2016,
a Operação Boca Livre, que segue investigando a liberação de R$ 180 milhões em projetos fraudulentos
com recursos da lei. Em 2016, a Lei Rouanet aprovou projetos no valor total de R$ 1,142 bilhão.
Descentralizar
Outro ponto da resolução desta terça (21/03) é o incentivo para projetos que forem realizados nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Em 2016, o ministério informou que 91,1% das
liberações de recursos pela Lei Rouanet foram para projetos no Sul e Sudeste. A mesma concentração
foi registrada nos dois anos anteriores.
Para reduzir esse índice de desigualdade, o limite de orçamento poderá ser 50% maior caso o produtor
cultural apresente algum projeto a ser realizado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
Atualmente, os números do ministério mostram que enquanto 62% dos projetos beneficiados se
concentram na região Sudeste; o Nordeste conta com 8,13% dos favorecidos e Centro-Oeste e Norte
com 3,5% e 1,2% respectivamente.
Bob Dylan, cantor e compositor norte-americano de clássicos como "Blowin' in the Wind" e "Like a
Rolling Stone", é o vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 2016. A notícia foi recebida com surpresa:
no ambiente geralmente formal, ouviram-se gritos e aplausos na sala onde a porta-voz da Academia
Sueca, Sara Danius, fez o anúncio nesta quinta-feira (13/10/16), em Estocolmo, às 8h (horário de
Brasília).
Danius disse que Dylan foi agraciado por ter "criado novas expressões poéticas dentro da grande
tradicional canção americana". Ela ainda traçou paralelos entre a obra dele e a dos poetas gregos Homero
e Safo. "Eles faziam poesia para ser ouvida e para ser apresentada com instrumentos. Nós lemos Homero
e Safo e gostamos até hoje. É o mesmo com Dylan. Ele pode ser lido, deve ser lido, e é um grande poeta
da língua inglesa. E ele faz isso se reinventando constantemente".
Dylan que já tem 12 prêmios Grammy, um Oscar, um Globo de Ouro, um Pulitzer e um Príncipe das
Astúrias das Artes-- é o primeiro compositor de canções a ganhar o prêmio máximo da literatura. Mas,
além de ser músico, Dylan tem também 30 livros publicados. É autor, entre eles, do livro "Tarântula", uma
171
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/ministerio-da-cultura-cria-teto-para-lei-rouanet-e-promete-maior-controle.ghtml
172
13/10/2016 – Fonte: https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2016/10/13/bob-dylan-vence-o-premio-nobel-de-literatura-de-2016.htm
Enquanto continuam as buscas por sobreviventes entre os escombros do terremoto de magnitude 6.2
que atingiu a Itália, um outro alerta veio à tona: o patrimônio histórico e cultural da região corre perigo.
Segundo um levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério para os Bens Culturais, 293
bens históricos e culturais foram destruídos ou estão seriamente ameaçados em um raio de 20 km do
epicentro do terremoto.
A maior parte dos danos aconteceu em Amatrice, onde basílicas, igrejas, bibliotecas, portas romanas,
torres e pontes de grande valor histórico viraram pó.
"Amatrice era muito importante porque foi uma cidade fundada na metade do século 12. Não é um
vilarejo que cresceu, foi uma cidade projetada, como Brasília. O plano da cidade é único na Itália", explicou
à BBC Brasil o professor Alessandro Viscogliosi, da Faculdade de Arquitetura da Universidade Sapienza,
em Roma.
Há anos ele pesquisa e escreve sobre a região, onde tinha uma casa que também desabou no
terremoto.
"No momento do terremoto eu deveria estar em Amatrice com um grupo de seis estudantes e outros
colegas professores", contou Viscogliosi. O grupo adiou a pesquisa por questões médicas.
Ele coordena um projeto de pesquisa sobre o patrimônio histórico e urbanístico da região. No verão,
quando o clima é quente, costumam acontecer os trabalhos de pesquisa de campo. "Amatrice era uma
cidade especial também porque dela dependiam cerca de 80 outros vilarejos menores vizinhos. São
muitas casas medievais e igrejas com obras de arte espalhadas pela região", afirmou Viscogliosi.
Até o momento, sabe-se que na cidade foram gravemente atingidas pelo terremoto a basílica de São
Francisco, a Igreja de Santo Agostinho e o museu cívico.
A cidade vizinha de Accumoli também abriga portas medievais e palácios, e sua história remonta ao
século 11. Em 1643, a vila foi comprada pela família Medici (mecenas de grandes artistas como
Michelangelo e Rafael) e mais tarde vendida ao reino de Nápoles.
Próximos passos
O Ministério para Bens Culturais ativou quatro unidades de crise para avaliar os danos e prevenir
maiores estragos.
"Agora ainda estamos buscando sobreviventes. Assim que as condições mínimas de segurança forem
garantidas, equipes irão à região", disse à BBC Brasil por telefone a partir de Roma, Paolo Iannelli,
engenheiro membro da unidade de crise.
Segundo ele, o ministério conta com protocolos e procedimentos que já foram usados em outras
situações de emergência. Os próximos passos incluem mapeamento dos danos e análise técnica dos
bens a serem retirados do local, protegidos ou restaurados.
"Agora o maior desafio é minimizar o dano aos bens culturais que ainda estão em pé. Se chove, por
exemplo, pode se perder o material sob os escombros em museus e bibliotecas", acrescentou Ianello.
Outro risco também seriam possíveis roubos e danos, principalmente a obras de arte dentro das
igrejas.
"A grande desgraça do terremoto em Áquila (em 2009) foi que preciosas estátuas de terracota
desabaram no chão e se quebraram. Mas também é preciso ficar atento aos ladrões de obra de arte",
afirmou o professor Viscogliosi.
Em gesto de solidariedade, o governo convidou os italianos a visitarem museus neste domingo, 28,
quando toda a arrecadação dos ingressos será doada aos esforços de reparação dos bens artísticos
atingidos pelo terremoto.
"Aquarius", filme do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho protagonizado por Sonia Braga,
estará na 54ª edição do Festival de Cinema de Nova York, um dos mais importantes dos Estados Unidos.
A lista de 25 filmes da mostra principal foi anunciada nesta terça-feira (09/08/2016) e inclui importantes
nomes da indústria cinematográfica, entre eles Pedro Almodóvar, que exibirá o seu "Julieta", e Ken Loach,
com "I, Daniel Blake", vencedor da Palma de Ouro em Cannes neste ano.
173
29/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/08/centenas-de-obras-de-arte-estao-em-risco-apos-terremoto-na-italia.html
174
10/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2016/08/aquarius-de-kleber-mendonca-filho-e-selecionado-para-festival-de-ny.html
O filme colombiano "O abraço da serpente" (2015), de Ciro Guerra, foi o grande vencedor da terceira
edição dos Prêmios Platino de Cinema Ibero-Americano, ao ganhar em sete das oito categorias às quais
concorria, entre elas as de melhor filme de ficção e direção (veja, abaixo, a lista de ganhadores). A
cerimônia de entrega aconteceu neste domingo (24/07/2016) no Centro de Convenções de Punta del
Este, no Uruguai. O filme brasileiro "Que horas ela volta?", de Anna Muylaert levou um prêmio fora de
competição.
Nova regra da Lei Rouanet pode gerar prejuízos aos cofres públicos, diz TCU176
Medida tomada pouco antes do afastamento da presidenta Dilma Rousseff para acelerar a análise da
prestação de contas de projetos da Lei Rouanet pode gerar prejuízos, conforme entendimento do Tribunal
de Contas da União (TCU). Pela medida, são dispensados de análise financeira os projetos cujo valor
captado seja menor ou igual a R$ 600 mil. De acordo com o TCU, tais projetos correspondem a 88,39%
dos beneficiados pelo programa e a aproximadamente R$ 2,3 bilhões, ou 41,68% do montante total dos
recursos captados, considerando o período de 2007 a 2011.
A análise financeira é a segunda etapa da análise da prestação de contas de projetos financiados por
meio de incentivos fiscais. Nessa etapa, é analisada a regularidade das demonstrações financeiras, dos
documentos comprobatórios das despesas e do nexo causal com o objeto pactuado. A primeira etapa é
uma análise técnica da execução do projeto, do alcance dos objetivos e da finalidade, proporcionais à
captação de recursos para o projeto cultural. Para o TCU, a dispensa da segunda etapa pode resultar em
potencial risco de danos ao erário porque analisar apenas a execução do projeto não comprova o
adequado emprego de recursos federais envolvidos.
A medida consta na Portaria 58, de 10 de maio de 2016 do Ministério da Cultura, publicada ainda na
gestão de Juca Ferreira. Ao assumir a pasta, o ministro Marcelo Calero enviou uma consulta ao TCU
sobre a regularidade do normativo. A intenção era rever, se necessário, a medida e eliminar o "grande
estoque de prestações de contas ainda pendentes desde 2011", como consta no relatório do TCU. Dados
de junho do Ministério da Cultura mostram que havia 12.109 projetos no passivo da Lei Rouanet,
propostas aprovadas entre 1992 e 2011, que não tiveram as contas examinadas.
Olimpíada
O TCU também se manifestou sobre a Instrução Normativa 7, de 10 de maio de 2016, segundo a qual
projetos da Lei Rouanet ligados ao Jogos Olímpicos e Paraolímpicos deste ano podem captar recursos
acima do atual limite de renúncia, que é de 0,05% para pessoa física e de 3% para pessoa jurídica. Para
o Tribunal de Contas, essa medida é regular.
No entendimento do TCU, a exceção já existe em casos de projetos ligados à restauração ou
recuperação de bens de valor cultural reconhecido pelo ministério, e a medida apenas a amplia para os
Jogos, o que é regular, dada a "relevância e o ineditismo" dos eventos.
Questionado sobre o impacto dos posicionamentos do TCU e as medidas que serão adotadas a partir
de agora, o Ministério da Cultura disse que seguirá as recomendações do TCU.
Conhecido por comédias românticas, ele teve complicações de pneumonia. Conhecido ainda por
comédias românticas como "Um salto para a felicidade" (1987), "Noiva em fuga" (1999), "Diário de
175
25/07/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2016/07/o-abraco-da-serpente-e-vencedor-nos-premios-platino-com-7-estatuetas.html
176
02/08/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-08/nova-regra-da-lei-rouanet-pode-gerar-prejuizos-ao-governo-diz-tcu
177
20/07/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/07/diretor-de-uma-linda-mulher-garry-marshall-morre-aos-81.html
Mulher negra substituirá Tony Stark como Homem de Ferro nas HQs178
Uma mulher negra vai substituir Tony Stark como Homem de Ferro em um nova série do herói nos
quadrinhos, informa nesta quarta-feira (06/07/2016) a revista "Time". A versão sairá após a conclusão de
"Guerra Civil II", que está começando agora nos Estados Unidos.
Riri Williams, descrita como um "gênio da ciência que entrou no MIT aos 15 anos, é uma nova
personagem que já havia aparecido em um número de "Invincible Iron Man" lançado em maio.
A personagem havia criado sozinha uma armadura própria baseada em um modelo antigo feito por
Tony Stark.
Em entrevista à "Time", o roteirista Brian Michael Bendis, criador de Riri Williams, explicou que a
personagem surgiu "de maneira orgânica", e não em uma reunião na qual alguém determinou sua
aparição. "É inspirada no mundo ao meu redor e que não é suficientemente representado na cultura
popular", afirmou Bendis.
Ao comentar recepção de Riri Williams entre os fãs de quadrinhos, o roteirista citou outros heróis
surgidos nos quadrinhos da Marvel nos últimos anos e a versão negra e latina do Homem-Aranha
lançada em 2012.
"Felizmente, por causa de meu envolvimento na criação de Miles Morales, Jessica Jones e outros
personagens, temos o benefício da dúvida mesmo entre os fãs mais ardorosos. Há fãs que dizem
'mostrem coisas novas' e há fãs que dizem 'não faça nada diferente do que tinha quando eu era criança'.
Então, quando você está apresentando novos personagens, sempre vai ter gente ficando paranoica a
respeito do fato de você estar arruinando a infância delas", brincou.
"Tenho passado por isso com Miles Morales, Jessica Jones, Maria Hill. Eu sabia que estava em boas
mãos com Mike Deodato e outros artistas que me ajudaram a visualizar Riri." Nome artístico do paraibano
Deodato Taumaturgo Borges Filho, Mike é um desenhista brasileiro que já assinou HQs do Homem-
Aranha, Hulk, Thor e Vingadores, dentre outros.
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) validou hoje, por oito votos a um, a lei aprovada pelo
Congresso, em vigor desde 2013, que regulamenta a gestão dos direitos autorais, recebidos pelos artistas
como remuneração pela veiculação de suas músicas.
O Supremo concluiu o julgamento, iniciado em abril deste ano, de duas ações apresentadas por
associações de músicos e compositores para derrubar trechos da lei, que alterou as regras dos direitos
autorais e permitiu participação do governo na arrecadação e distribuição dos valores.
De 1998 a 2013, a gestão dos direitos autorais era realizada somente pelo Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição (Ecad), integrada por nove associações, que representam diversas categorias
do setor: músicos, arranjadores, regentes, intérpretes, compositores, entre outros.
Parte da categoria, no entanto, apontava abusos nas taxas cobradas de rádios e emissoras de TV, por
exemplo, bem como desigualdade na remuneração dos artistas. Por isso, apoiaram a lei, que introduziu
a participação do Ministério da Cultura na gestão.
Nesta quinta, a análise do caso continuou com o voto do ministro Marco Aurélio Mello, que havia
pedido, em abril, mais tempo para analisar a questão.
Marco Aurélio foi o único que concordou com os pedidos das entidades, que argumentava que as
mudanças levaram à intervenção pública no setor.
178
06/07/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/07/adolescente-negra-substituira-tony-stark-como-homem-de-ferro-nas-hqs.html
179
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/por-8-votos-1-supremo-declara-valida-lei-sobre-direitos-autorais.html
Votos
Nesta quinta, Marco Aurélio Mello entendeu que a nova legislação fere o princípio de liberdade das
associações. "A liberdade das associações está garantida na Constituição e é pressuposto da
democracia", disse o ministro.
Ricardo Lewandowski, que concordou com o relator Luiz Fux, apontou que é papel do Estado atuar
para garantir o direito de cultura por parte dos cidadãos.
Em seu voto, em abril, Luís Roberto Barroso afirmou que CPIs no Congresso e audiências no STF
atestaram falhas na gestão dos direitos autorais que justificaram a intervenção do Legislativo.
“As alterações promovidas garantem maior transparência, eficiência, modernização e fiscalização na
gestão dos direitos coletivos. Eu, por convicção filosófica, acho que os monopólios, sejam estatais ou
privados, são por definição problemáticos e tendem a produzir ineficiência e abuso de poder”, afirmou,
em referência ao poder do Ecad anterior à norma.
Na mesma linha, Rosa Weber entendeu não haver intervencionismo do governo na gestão, mas
“necessária correção de rumos”. “Em jogo uma atividade privada de interesse público, eu não visualizo
intervencionismo estatal em contrariedade à nossa lei fundamental [Constituição], e sim uma atuação
fiscalizadora no exercício de legítimo poder de polícia”, disse.
Hacker pega 18 meses nos EUA por vazar na web fotos de famosas nuas180
Um homem de 36 anos foi condenado nos Estados Unidos a 18 meses de prisão por envolvimento no
vazamento de fotos de famosas nuas, como a atriz Jennifer Lawrence e a modelo Kate Upton.
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar, no título, que o hacker havia sido
condenado a 18 anos de cadeia. No texto, a informação estava correta).
De acordo com a sentença, Ryan Collins, nascido na Pensilvânia, acessou ilegalmente mais de 100
contas pessoais da Apple e Google, incluindo de algumas celebridades do show business, segundo
informou nesta quinta-feira (27) a Promotoria americana.
Entre novembro de 2012 e setembro de 2014, Collins enviou e-mails para suas vítimas em potenciais
sob o disfarce de um representante da Apple e Google, fazendo com que lhe fornecessem seus nomes
de usuário e senhas.
Com as respostas, ele acessou ilegalmente as contas e roubou informações pessoais, incluindo
imagens e vídeos privados que mais tarde foram veiculados na internet.
Os investigadores identificaram mais de 600 vítimas de Collins, muitas das quais pertenciam a indústria
do entretenimento de Los Angeles.
O vazamento em massa de fotografias nuas e privadas de celebridades foi conhecido como o
"celebgate" e afetou, a partir de agosto de 2014, entre outras, Jennifer Lawrence, Ariana Grande, Kate
Upton, Kim Kardashian, Rihanna, Scarlett Johansson, Mary Elizabeth Winstead e Kirsten Dunst.
No mês de maio, Collins já se tinha declarado culpado das acusações.
"Meule", do francês Claude Monet, pintado em 1891, foi leiloado nesta quarta-feira (16), na Christie's,
por US$ 72,5 milhões. Se trata de uma pintura que faz parte da série "Grainstack", de um total de 25,
poucas em mãos privadas.
"Meule" mostra um campo rústico ao entardecer, uma vista que o pintor contemplava a partir de sua
vila, em Giverny.
O leilão, que superou algumas expectativas que era em torno de US$ 54 milhões, não alcançou o
recorde do leilão por um Monet (1840-1926) conseguido em 2008 e que chegou aos US$ 80,4 milhões.
A noite de arte moderna e impressionista da casa britânica também inclui obras de Pablo Picasso,
René Magritte, Paul Cézanne, entre outros.
180
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/homem-e-condenado-nos-eua-por-roubar-e-vazar-na-web-fotos-de-famosas-nuas.html
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17/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/11/quadro-meule-de-claude-monet-e-leiloado-por-us-725-milhoes.html
O governo publicou na edição desta terça-feira (22/11/2016) do "Diário Oficial da União" a nomeação
do deputado Roberto Freire (PPS-SP) para o cargo de ministro da Cultura.
Presidente nacional do PPS, Freire assume o posto no lugar do diplomata de carreira Marcelo Calero,
que pediu demissão do cargo na semana passada alegando "divergências" com integrantes do governo.
Segundo Calero, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" e em evento artístico no Rio de Janeiro, o
motivo de sua saída seria uma pressão do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para
liberar um empreendimento imobiliário de alto luxo no centro histórico de Salvador no qual Geddel tinha
comprado um apartamento.
À Rede Bahia, afiliada da TV Globo, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre o assunto, mas
negou que tenha havido pressão.
Segundo o próprio Roberto Freire, a cerimônia de posse deve ser realizada nesta quarta (23), no
Palácio do Planalto. Ele disse ao G1 que a data foi acertada com o presidente da República, Michel
Temer, durante almoço no Palácio da Alvorada.
Ao G1, Roberto Freire afirmou que, na conversa com Temer, eles não chegaram a discutir as ações
que deverão ser tomadas na pasta a partir do momento que assumir o ministério. Ele acrescentou, porém,
que buscará dar continuidade ao trabalho de Calero.
"Vou seguir o princípio da continuidade. Vou conversar com secretarias e gabinetes, sem mudanças
drásticas", disse.
Sobre o episódio envolvendo Calero e Geddel, Freire disse não ter como fazer uma avaliação. "O
Ministério da Cultura já resolveu a questão de apoiar a decisão do Iphan e não tem mais nada a ver com
isso", acrescentou.
Caso Geddel
Nesta segunda, um grupo de parlamentares que faz oposição ao governo do presidente Michel Temer
pediu à Procuradoria Geral da República que investigue o ministro da Secretaria de Governo e apure se
ele cometeu crime no episódio com Marcelo Calero.
Após a ação da oposição, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR),
acusou os parlamentares de tentarem criar um "fato político".
Em meio aos desdobramentos políticos do caso, o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola,
convocou a imprensa para um pronunciamento no Palácio do Planalto no qual disse que o presidente
Michel Temer decidiu manter o ministro no cargo.
Em razão do episódio, nesta segunda, a Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu abrir um
processo para apurar a conduta de Geddel Vieira Lima.
A produção brasileira "Verdades secretas", exibida pela TV Globo, ganhou nesta segunda-feira (21) o
Emmy Internacional, considerado o Oscar da TV mundial. A cerimônia de entrega do evento organizado
pela Academia Internacional de Artes & Ciências Televisivas aconteceu em Nova York, nos Estados
Unidos.
Com autoria de Walcyr Carrasco e direção artística de Mauro Mendonça Filho, "Verdades secretas"
concorria com outra produção da emissora, "A regra do jogo", de João Emanuel Carneiro. Também
disputavam uma produção canadense e outra filipina.
"'Verdades secretas' foi uma novela onde mergulhei profundamente, um trabalho feito com a alma",
afirmou Carrasco, que foi ao palco da premiação acompanhado das atrizes Camila Queiroz, Grazi
Massafera, Guilhermina Guinle e Agatha Moreira, dos diretores-gerais André Felipe Binder e Natalia
Grimberg, do diretor Allan Fiterman e da produtora de elenco Bruna Bueno.
O autor citou que a trama "foi uma novela inovadora, que trouxe assuntos polêmicos, como a
prostituição no mundo da moda – o famoso book rosa – e a destruição humana causada pelo crack". E
concluiu: "Foi libertador escrevê-la. Em si só, uma viagem profunda ao meu interior como artista".
Em nota, o diretor Mauro Mendonça Filho, que não pôde estar em Nova York, parabenizou o autor:
"Estou muito feliz pelo Walcyr. Ele merece, pois foi uma novela ousada".
Ao todo, a Globo tinha seis nomes entre os indicados ao prêmio, em cinco categorias diferentes. Na
história, a emissora tem agora 15 prêmios Emmy Internacional.
182
22/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/nomeacao-de-roberto-freire-para-cultura-e-publicada-no-diario-oficial.html
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22/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/11/novela-verdades-secretas-ganha-o-emmy-internacional-2016.html
Neste momento, detalhes sobre a biografia e a trajetória literária de Ferreira Gullar já estão disponíveis
em diversos artigos e reportagens na Internet – muitos recorrendo, justificadamente, à expressão “perda
irreparável”. No caso do poeta maranhense, o clichê se torna exato e verdadeiro como um verso: esta é
mesmo uma perda irreparável. A excelência e a consistência de sua produção poética ao longo de mais
de seis décadas (seu primeiro livro, “A luta corporal”, começou a ser escrito em 1950), não encontram
termo de comparação no Brasil de hoje.
Mas a morte de Ferreira Gullar também tem um impacto simbólico que supera o da partida de outros
escritores: ela marca o fim de uma era na cultura brasileira, em dois aspectos igualmente importantes.
Primeiro:
Ferreira Gullar foi o último poeta realmente grande, daqueles que podem ser chamados de “poetas
nacionais” – na linhagem de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo
Neto. Um poeta nacional é aquele que representa, com sua obra, a identidade e os valores de uma cultura;
é um artista perene, ao contrário de muitos poetas laureados que ocupam cargos públicos, ou de muitos
poetas descolados e cultuados, de forma passageira, em festas literárias.
Não que não existam poetas muito bons em atividade. Mas nenhum deles tem sequer essa ambição.
E talvez nem se trate de uma questão de ambição: talvez tenha morrido, antes mesmo de Gullar, uma
cultura em que havia espaço para poetas nacionais. Hoje só há lugar para poetas menores e modestos
– o que reflete o espaço menor que a poesia passou a ocupar no mundo.
Segundo:
Ferreira Gullar foi o último representante relevante de uma época em que escritores, artistas e
intelectuais tinham a obrigação moral de se associar incondicionalmente à esquerda. Não que ele tenha
abandonado seus ideais (os que permaneceram esquerdistas de forma acrítica é que abandonaram,
ainda que inconscientemente, esses ideais).
Gullar foi um dos poucos que entenderam o que aconteceu no Brasil e no mundo, em termos de
ideologia, e pagou um preço alto por sua independência. Crítico contumaz dos rumos que a esquerda
tomou no país nas últimas décadas, foi jogado para escanteio pela “inteligência” ligada ao campo no
184
04/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/blog/maquina-de-escrever/post/morte-de-gullar-marca-o-fim-de-uma-era.html
Questões
01. (Prefeitura de Cipotânea/MG – Enfermeiro - REIS & REIS) “Apontada como um mecanismo
importante de financiamento cultural no Brasil, a ________________ é constantemente alvo de críticas e
voltou ao debate nacional por causa da extinção – agora revertida – do Ministério da Cultura na gestão
interina de Michel Temer. Esta Lei foi criada em 1991, durante o governo Collor, e permite que produtores
e instituições captem, junto a pessoas físicas e jurídicas, recursos para financiar projetos culturais. O valor
destinado a esses projetos pode ser deduzido integralmente do Imposto de Renda a pagar.”
Marque a alternativa que completa corretamente o enunciado acima:
(A) Lei Collor.
(B) Lei Rouanet.
(C) Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
(D) Lei Echer.
02. (TJ/CE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – IESES – 2018) As principais premiações
da indústria cinematográfica em 2018, o Globo de Ouro e o Oscar, foram marcadas por manifestações
contra o assédio sexual e a favor da igualdade de gênero e da diversidade. A respeito desses dois
eventos, é correto afirmar:
(A) O filme “Coco”, cujo título em português é “Viva – A Vida É uma Festa”, novo filme da Pixar
ambientado em Cuba e com um elenco totalmente latino, foi o vencedor do Oscar de melhor animação
do ano.
(B) A atriz Daniela Vega, transexual, ganhou o Oscar de melhor atriz por sua atuação no filme “Uma
mulher fantástica". Este foi o primeiro filme estrelado por uma pessoa transexual a levar um Oscar.
(C) Em uma noite dominada por mulheres e com fortes manifestações contra o assédio sexual e a
favor da igualdade de gênero em Hollywood, a minissérie "Big little lies" e o filme "Três anúncios para um
crime", com quatro prêmios cada, foram os principais ganhadores do Globo de Ouro 2018.
(D) O ator Gary Oldman, que fez um trabalho magnífico interpretando Winston Churchill, levou o Oscar
de melhor ator por sua atuação no filme “Dunkirk”.
Gabarito
01.B / 02.C
Comentários
01. Resposta: B
Segue na íntegra a notícia onde ainda há debates a respeito da lei Rouanet (Referência: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36364789>)
02. Resposta: C
Os discursos dos vencedores (não apenas as mulheres) foram marcados pela forte crítica ao assédio
maquiado na indústria cinematográfica. Segue a premiação do Globo de Ouro na íntegra:
<https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/globo-de-ouro-2018-veja-vencedores.ghtml>