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· Resenhaobi~liográfica · . o · . , : . . o. • · . • .• • •• ,- . · o • . •

Bobbio, Norberto. O futuro da características a garantia dos princi- · Santos, Jair F. dos. O que é
democracia (uma defesa das re- pais direitos de liberdade, a existên- pós-moderno. São Paulo r Brasi-
gras do jogo). Trad. Marco Auré- cia de vários partidos em concorrên- .liense, 1986. 111 p. (Coleção Pri-
lio Nogueira. Rio de Janeiro, Paz cia ent~e si, as eleições periódicas meiros Passos, n? 165.)
e Terra, 1986. 171 p. com base no sufrágio universal, as
decisões coletivas ou tomadas com
base no princípio da maioria.
Merecem destaque, ainda, três
outros ensaios: Democracia repre-
sentativa e democracia direta, Os
vínculos da democracia - em que os
partidos políticos surgem como os
únicos sujeitos autorizados a funcio-
nar como elos.de ligação entre os in-
divíduos e o governo - e governo
dos homens ou governo das leis?,
onde Bobbio reitera que direito e po-
O futuro da democracia, do cientis- I der são as duas faces da mesma O detonar do artefato atômico, libe-.
ta político italiano Norberto Bobbio moeda, pois "só o poder pode criar rando .f orcas destrutivas, até então
( 1909), reúne sete ensaios publica- o direito e só o direito pode limitar o desconhecidas e in imaginadas pelas
dos entre 1978 e 1984 sobre as cha- poder''. massas trouxe a perplexidàde, o pas-
madas "transformações" da demo- Fazendo ardorosa profissão de fé mo e a desconfiança ao homem mo-
cracia ocorridas nos últimos 40 anos. na democracia, apesar das "dívidas" derno . Premido por duas longas e di- ....
No principal ensaio, que dá título ao não-resgatadas, Bobbio - que já lacerantes guerras, que paradoxal-
livro, o autor discute as transforma- tem editados no Brasil, entre outros, mente tiveram .seu fim determinado
ções da democracia sob a ótica de Teorias das formas de governo e pela força que viria a constituir seu
"promessas ·não-cumpridas" ou de Qual socíalismo?- ·conclui, ponde- pesadelo, o homem moderno sedes-
contraste entre a democracia ideal rando que "mesmo a democracia referencializa, perde contato com o
(tal como concebida por seus pais mais distante do modelo (ideal) não real: Cede o terreno onde estava
fundadores) e a democracia real. Pa- pode ser de modo algum confundi- plantado o alicerce básico de suas
ra ilustrar melhor, Bobbio cita Pas- da com um Estado autocrático e, crenças e valores e com ele desmo-
ternak, que põe na boca de Gordon, menos ainda, com um totalitário"~ rona a estrutura toda .
o amigo de Jivago, as palavras con-
clusivas do romance: "Aconteceu E o que vem depois?
mais vezes na história. O que foi con- Afrânio Mendes Catani Esta é a resposta que dá Jair Fer-
cebido como nobre e elevado tor- · Professor na Faculdade de Educação da reira dos Santos nesta pequena
nou-~e matéria bruta. Assim a Gré- Unícamp. grande obra que tem a virtude de ser
cia tornou-se Roma, assim o ilumi- abrangente e, ao mesmo tempo, di-
nismo russo tornou-se a revolução dática. --
russa." É exatamente dessa "maté- A partir de meados da déca-aa de
ria bruta" que se·deve falar, tornan- 50, em um gênero cultural após ou-
do elucidativo o exame do cóntras-. tro, até mostrar-se visível em todos,
te entre o prometido -e o efetivamen- já nos anos 80, fatos como a desco-
te realizado. Nesse sentido, estão aí .berta do APN, o desenvolvimento
as principais "promessas não-cum- do chíp, o SputniJ<, a pílula, o motel,
pridas" da democracia, tais como a a minissaia, o marketing, a expansão
sobrevivência do poder invisível (no das metrópoles e das classes médias
caso italiano, a máfia, a camorra, lo- e
consumidoras o uso em escala da
jas maçônicas anômalas, serviços tecnociência em aparelhos domésti-
secretos incontroláveis), a perma- cos e de entretenimento fazem
nência das oligarquias, a participa- emergir um movimento batizado pe-
ção interrompida, a revanche dare- los perplexos sociólogos de pós-mo-
presentação dos interesses e o cida- derno (termo cunhado porToynbee
dão não-educado (ou mal-educado). em 1947).
Apesar desses senões, após a 11
Guerra aumentou progressivamen- O pós-moderno nasce como opo
o
te espaço dos regimes democráti- sição a·o moderno . O primado da
cos e o conteúdo mínimo do estado ciência, da razão , do progresso en-
democrático não encolheu, sendo tra em agonia.

Rev. Adm. Emp. Rio de Janeiro 26(4)65-67 out./dez. 1986


Desreferencializado, isto é, maMi- pós-moderna, corno já se disse, a vi- Giannotti, J.A. A universidade
pulando cada vez mais:signos em vez da não é um problema a ser resolvi·-· emritmodebarbárie. São Paulo, .
de coisas reais, e dessubstancializa- do, mas experiências em série para Brasiliense, 1986. 113p.
do, ou seja, sem substância interior, se fazer. Abertas ao infinito pelo pe-
o indivíduo pós-moderno tem seu le- quenino e" (p. 111).
me conduzido por um feixe de valo-
res que são antitéticos. O niilismo
torna-se-uma bandeira. José Carlos da· Silva Busto
Aluno do Curso de Mestrado em
b cotidiano banalizado, a antiar- Administração da EAESP-FGV.
te, a desestatização, a figuração, o
pastiche, a participação do público,
o cômico, a paródia são algumas das
constantes nas manifestações
pós-modernistas, seja nas artes plás-
ticas, no cinema, na música, ou na
Raramente se falou tanto, entre nós,
literatura.
a respeito da /'crise da universida-
.. O pós-moderno promove a derro- de/'. Os estudantes contestam o en-
cada das grandes idéias e valores que
sino que recebem, os professores
suportavam as principais instituições
sentem-se pouco satisfeitos com1
ocidentais. Deus, ser, verdade, famí-
suas funções e salários e a socieda-
lia. É em Nietzsche, na ser:niologia,
de faz recair sobre a instituição uni-
no ecletismo Marx com Freud que
versitária a expectativa de contribui-
pensadores como Derrida, Deleuze,
ções decisivas para a solução de seus
Lyotard, Baudriilard se armaram pa-
problemas._ Na tentativa de com-
ra desconstruir os princípios e con-
preender esta situação, pelo menos
cepções do pensamento ocidental e
· duasquestõesseimpõem: primeira- ~
desenvolver temas até então consi- j
mente, a de se saber quais são os li-
derados marginais, como: desejo,
mites possíveis para a atuação da
loucura, sexualidade,- poesia.
universidade, numa sociedade como
a :1ossa, e em segundo lugar, a de in-
O homem Rós-modemo é predo-
dagar o que está ocorrendo, de fato,
minantemente cool, apático, não se
no interior das escolas superiores de
entrega ao movimento de classes,
não lhe interessa o poder; tem suas modo a permitir que se fale em "cri-
raízes fincadas no momentâneo. Ele se".
é um narcisista, descontraído, de-· José Arthur Giannàtti propõe-se
senvolto, de identidade móvel. Seu a examinar tais questões, levando
ambiente é dominado pela tecno- em conta suas próprias idéias e an-
ciência. Vive no simulacro das coi- seios com relação à vida universitá-
sas, alimenta-se de signos. ria, da qual sempre participou, e a
sua experiência enquanto membro
O que advém ·disso tu.do? da comissão que estudou um novo
estatuto para a Universidade de São
"Sem identidade, hierarquias no Paulo e do grupo nomeado pelo
chão, estilos misturados, a pós-mo- MEC para formular uma nova políti-
d~rnidade é isto e aquilo, num pre- ca para a educação superior brasilei-
sente aberto pelo e. A tecnociência ra. Dividido em seis capítulos, A uni-
avança, maravilhosa, programando versidade em ritmo de barbárie ço-
tudo, mas sem rumo. O sujeito blip, meça por justificar seu título: o que
sem perseguir uma identidade única, são os ~~t~mpos bárbaros"? Tema do
harmonio'sa, vive a vida justapondo primeiro capítulo, este problema é
lado a lado suas vivências: e, e, e, e. apresentado a partir das confusões
Vivências pequenas, fragmentárias, teóricas que pode engendrar, daí a
porquE não se crê mais em totalida- observação do autor: "A barbárie
des o•J valores maiúsculos tipo Céu, não seria (. .. ) retroceder ao estado
Pátria, Revolução, Trabalho, mas se dos selvagens, à abolição de qual-
prestigia a prática na micrologia do quer legalidade, mas à dissolução
cotidiano. Assim posto, enfim, o dela, sua transformação em mero
pós-modernismo continua a flutuar expediente de domínio, instrumen-
no indecidível. Não há como decidir. toadhocdecontrolesocial" (p. 10).
Fim do moderno e começo do Pergur:1ta-se o autor se o Brasil dos
pós-moderno. É demônio terminal e últimos tempos não seria a encarna-
anjo anunciador. Na condição ção perfeita desse estado.

66 Revista de Administração de Empresas

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