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Seminário II

CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO


TRIBUTÁRIO

Seminário II

CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E


ESPÉCIES DE LANÇAMENTO

Questões de casa

Aluno: Miguel Tadeu Bertanha de Abreu

e-mail: migueltbertanha@gmail.com
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©UNIFAI/IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
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Questões

1. Que é lançamento tributário?

Resposta:

Podemos entender que lançamento tributário, conforme ensinamentos do Professor


Paulo de Barros Carvalho, por ser um ato jurídico administrativo, mediante o qual se
insere na ordem jurídica brasileira a norma individual e concreta que tem como
antecedente o fato jurídico tributário e como consequente a formalização do vínculo
obrigacional.

Assim, o lançamento é considerado ato jurídico e não procedimento, conforme


disposto no Art. 142 do CTN, in verbis:

“Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir


o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso,
propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e


obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.”

Antes de conceituar as espécies, destaco que há uma dificuldade de


conceituar o próprio gênero, sendo um trilema podendo ser considerado “ato, ato e
procedimento ou somente procedimento”. A doutrina brasileira na tentativa de
conceituar o lançamento tributário alega que é condição de ônus que a lei impõe ao
Estado para que este possa exercitar o direito que lhe advém da relação de
responsabilidade, que deriva, também ela, da ocorrência do fato gerador.

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Nas palavras de Paulo de Barros, sobre esta conceituação:

“A figura do ônus só tem cabimento na plataforma dos direitos


disponíveis, e o lançamento é obrigatório e vinculado, sob pena de
responsabilidade funcional do agente. Não vemos, portanto, em que
medida se possa compaginar o cumprimento de um dever e a remoção
de um óbice, representado pela existência de um ônus.

Não merece encômios de juridicidade, igualmente, a ideia de que o


lançamento seria uma condição legal, que submeteria o nascimento ou a
eficácia da obrigação tributária. Condição legal, no caso, estaria
justaposta à condição voluntária, que subordina a eficácia de negócio
jurídico. Sem o implemento da condição estipulada pelas partes, como
acontecimento futuro e incerto, não haverá irradiação de efeitos jurídicos
e o negócio será inapto para fazer surdir, por força própria, os direitos e
deveres que lhe são peculiares. Processar-se-ia o mesmo fenômeno, na
eventualidade de condição legal, apenas que a vontade das partes estaria
substituída pela determinação da lei, ao fazer a previsão de evento futuro
e incerto para submeter a eficácia do fato jurídico. Dada a ocorrência
factual, descrita no antecedente da regramatriz, não surgiria o vínculo
obrigacional, até que se desse o implemento da conditio juris repr sentada
pelo lançamento.”

É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três espécies?

Resposta:

O lançamento encontra-se dividido em três procedimentos, sendo que,


destaco que a doutrina majoritária não considera a modalidade de lançamento por
homologação como lançamento, eis que o lançamento é ato jurídico administrativo
praticado tão somente pela Administração Tributária.

Contudo, seguem os três procedimentos de Lançamento abaixo explicado de


forma resumida:

 Procedimento de Lançamento de ofício ou direto, onde não há


nenhuma participação significativa do contribuinte, sendo encargo apenas
da administração pública a constituição do crédito tributário;

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 Procedimento de Lançamento por declaração (misto): Há uma


integração entre o contribuinte e o fisco, o contribuinte declara o tributo,
sendo responsável pelas informações indispensáveis para a constituição
do crédito e o fisco fica responsável pela constituição.
 Procedimento de Lançamento por homologação: o contribuinte fica
responsável pela atividade de antecipar o pagamento, ficando a cargo da
administração homologar a sua correção.

Conforme dispõe o livro do Professor Paulo de Barros, mais uma vez o


legislador pouco se atém ao aspecto científico, remetendo a tarefa ao plano da
dogmática. Quisesse ele discriminar o lançamento em espécies, teria de consultar a
tessitura jurídica do ato para, a partir dela, classificá-lo em função de seus elementos
indispensáveis ou seus pressupostos de validade. Não o fez, escolhendo modalidades
aceitas passivamente pela doutrina, mas longe de considerar tais aspectos.

O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o


lançamento por declaração?

Entendo que o lançamento por homologação não é efetivamente um


lançamento, trata-se de ato administrativo. No caso do lançamento por declaração, parte
da doutrina alega que não se trata necessariamente de um lançamento e sim uma
confissão de dívida. Contudo, nos termos do Art. 147 do CTN, verifica-se que trata-se
de uma ação conjunta entre o Fisco e o contribuinte.

2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se:

a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto


de infração;

Resposta:
O Lançamento, dado o não pagamento do ICMS no valor de R$ 11.599,29
pela Empresa Bate o Pé S/A Indústria e Comércio, e a multa (penalidade) acrescido de
correção monetária, juros de mora (R$ 1.275,92) e multa (R$ 5.799,64), perfazendo o
montante total de R$ 18.674,85.

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b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato


administrativo de imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e
(iv) ato de notificação;

Resposta:

(i) Auto de infração – documento: Seria o suporte físico que


descreve a suposta infração e a penalidade imposta ao contribuinte. Assim
este instrumento é criado para a veiculação de normas individuais e
concretas referentes às penalidades e ao próprio lançamento.

(ii) Ato administrativo de imposição de multa: trata-se de exercício


de poder de polícia ao verificar a infringência de dispositivo da legislação
tributária.

(iii) Ato administrativo de lançamento: Verificação da ocorrência do


fato gerador para realizar o lançamento.

(iv) Ato de notificação: ciência ao sujeito passivo da ocorrência do fato


gerador pela Administração Tributária. Traz a norma individual e concreta
relacionada ao pagamento do tributo e da penalidade.

c) Explique as teorias declaratória e constitutiva do crédito tributário. Que


instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário? Que significa
“constituição definitiva do crédito”?

Resposta:

Pela teoria declaratória, o lançamento tem o condão de declarar a existência


do crédito tributário, enquanto para a teoria constitutiva o lançamento constitui o crédito.

Nos termos do art. 113, § 1º do CTN, a obrigação tributária principal ou


acessória surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

Por sua vez, crédito tributário seria o montante devido após a efetivação da
obrigação, sendo que, a constituição definitiva do crédito ocorre quando a administração
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não pode mais rever o seu ato tendo notificado validamente o sujeito passivo acerca de
determinado lançamento.

3. Determinada empresa contribuinte de ICMS declara e formaliza o seu débito


fiscal, de acordo com a lei, mas por motivos quaisquer não recolhe o montante
devido. Diante disso, a Fazenda Estadual do Estado de São Paulo encaminhou o
débito para inscrição em dívida ativa, acompanhado de juros de mora e
penalidades que entende cabíveis, para posterior execução. Poderia a Fazenda
inscrever o débito diretamente sem antes realizar o lançamento de ofício? A
resposta é a mesma no que diz respeito aos juros e penalidades? (Vide anexo
II).

Resposta:

Entendo que sim, tendo em vista ao contribuinte ter formalizado o seu débito
fiscal, sendo o crédito tributário constituído pelo contribuinte. Constituído o crédito, a
fazenda pública pode proceder com a cobrança mediante execução fiscal, dando
oportunidade ao contribuinte para exercer o contraditório e a ampla defesa.

Com relação à aplicação dos juros e penalidades, a multa imposta pelo não
pagamento do crédito à época do vencimento está sujeita à correção monetária,
dispensando o procedimento administrativo e os juros serão contados a partir da data
do vencimento da obrigação – Resp 85.080/SP.

4. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se:

a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado


antecipadamente; (ii) a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; ou
(iii) ambos? Justifique sua resposta.

Resposta:

A homologação seria o ato pelo qual a Administração Fiscal verifica as


informações prestadas pelo contribuinte, extinguindo ou cobrando a diferença da
obrigação existente. Assim, a Fazenda Pública, no exercício de sua função fiscalizadora,
dentro do prazo definitivo para que a entidade tributante proceda à formalização dos
créditos a que tem direito homologa o crédito tributário.

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Por fim, na eventualidade de encontrar prestações não recolhidas ou


irregularidade que implique falta de pagamento de tributos, havendo tempo (isto é, não
tendo fluído o prazo de caducidade), constitui o crédito tributário e celebra o ato de
aplicação da penalidade cabível em face do ilícito cometido, sendo homologado tanto o
(i) pagamento efetuado antecipadamente, quanto a (ii) norma individual e concreta
posta pelo contribuinte.

b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo?


Há no direito positivo a possibilidade de pagamento de tributos sem
lançamento?

Resposta:

A homologação expressa, hipótese rara na prática, ocorre no curso da


fiscalização mediante lavratura de termo no livro fiscal do sujeito passivo fiscalizado.
Basta que o termo faça alusão à fiscalização de determinado período ou períodos, sem
que houvesse constatado qualquer irregularidade, para que se tenha por homologado o
lançamento.

Trata-se de ato administrativo, produzido pelo administrado em


decorrência de autorização legal que dá competência para tanto, seja Municipal, Estadual
Distrital ou Federal.

Entendo não ser possível a realização de pagamento do tributo sem o


lançamento, se a lei atribui a obrigação tributária com a prática do fato gerador e atribui
ao fisco a obrigação de lança-lo, independentemente da vontade do contribuinte, sendo
impossível realizar pagamento de tributo sem o seu lançamento.

5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação


trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão
proferida pelos Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou homologação
do acordo. (Vide anexos III e IV).

Pergunta-se: A decisão judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito


tributário?

Resposta: A decisão trabalhista, me parece trazer maior acerto tratar-se de decisão


meramente declaratória, não constituindo o crédito tributário propriamente dito, tendo em
vista não ter sido emanada de autoridade administrativa nos termos do art. 142 do CTN.
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Há lançamento?

Resposta: Desta forma, seguindo a linha de raciocínio, não há lançamento. O lançamento


não cria direito, seu efeito é declaratório, contudo, o crédito tributário é diverso da
obrigação tributária. Em corte epistemológico temos: obrigação, lançamento e crédito
tributário, sequencialmente.

Como ficam os princípios do contraditório e da ampla defesa?

Resposta: Neste caso de execução dos créditos previdenciários nos autos da reclamação
trabalhista, trata-se de momento processual distinto, ficando garantido o exercício do
contraditório e da ampla defesa nestes casos.

6. Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda:


(Vide anexos V, VI e VII)

a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de


revisão do lançamento tributário?

Resposta: Sim, há diferença, tendo em vista o erro de direito tratar-se de um problema


de subsunção do fato à norma, onde o aplicador do enunciado-enunciado, verifica a norma
geral abstrata e concreta para aplica-la à hipótese, conforme imagem ilustrativa:

(Imagem retirada da internet do Slide da Professora Aurora incluído para fins de estudos posteriores)

Por sua vez, a mudança de critério jurídico ocorre quando um fato conhecido uma
relevância jurídica de destaque, porém, esse fato não é novo e tem que ser adotado no
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lançamento ulterior.

Há possibilidade de revisão do lançamento fundado em erro de direito?

Resposta: Não há possibilidade de revisão do lançamento, tendo em vista tratar-se de ato


imodificável, nos termos do Art. 146 do CTN, que dispõe:

“Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de


decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser
efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador
ocorrido posteriormente à sua introdução. ”

E em erro de fato?

Resposta: Quanto ao erro de fato, temos um problema de prova quando o aplicador possui
provas e as aplica à norma individual e concreta transformando o fato jurídico em relação
jurídica.

Qualquer erro de fato é suficiente para fundamentar a alteração do lançamento?

Resposta: nos termos do art. 149 do CTN, o lançamento pode ser modificado por erro de
fato nos seguintes casos:

“Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade


administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo
e na forma da legislação tributária;
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado
declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na
forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela
autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração
obrigatória;
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo
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seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de


terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade
pecuniária;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício
daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou
falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma
autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto
não extinto o direito da Fazenda Pública.”

b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode


ser feita mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de
cálculo, ou da sistemática de apuração configura-se como erro de fato, erro de
direito ou mudança do critério jurídico? Tem o condão de acarretar anulação do
lançamento? (Vide anexos VIII, IX e X)

Resposta: tratando-se de erro de fato, nos termos do Art. 149 do CTN, o Professor Paulo
de Barros analisa que:

“Figuremos um exemplo de erro de fato. O agente público, ao verificar o


valor da operação, base de cálculo do imposto, toma-o a menor,
promovendo a determinação da dívida em quantia inferior à que
efetivamente é. Tempos depois, antes, naturalmente, que flua o prazo
decadencial, procede a expediente de ofício, comunicando ao sujeito
passivo a alteração havida no lançamento originário. Houve erro de fato
e, portanto, é regular a iniciativa modificadora da Fazenda Pública”.

O que ocorre, na verdade, é uma reinterpretação da norma legal (erro de

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direito), porém, se a nova interpretação foi obtida por força de novos elementos
apurados e omitidos anteriormente pelo contribuinte, por falsidade ou mera omissão, tal
reinterpretação já estaria no campo do erro de fato. O STJ bem expõe o entendimento,
o qual transcrevo abaixo para fins de estudos posteriores:

1. A retificação de dados cadastrais do imóvel, após a constituição do crédito


tributário, autoriza a revisão do lançamento pela autoridade administrativa
(desde que não extinto o direito potestativo da Fazenda Pública pelo decurso do
prazo decadencial), quando decorrer da apreciação de fato não conhecido por
ocasião do lançamento anterior, ex vi do disposto no artigo 149, inciso VIII, do
CTN.
2. O ato administrativo do lançamento tributário, devidamente notificado ao
contribuinte, somente pode ser revisto nas hipóteses enumeradas no artigo 145,
do CTN, verbis: (…).
3. O artigo 149, do Codex Tributário, elenca os casos em que se revela possível
a revisão de ofício do lançamento tributário, quais sejam:
(…)
4. Destarte, a revisão do lançamento tributário, como consectário do poder-
dever de autotutela da Administração Tributária, somente pode ser exercido nas
hipóteses do artigo 149, do CTN, observado o prazo decadencial para a
constituição do crédito tributário.
5. Assim é que a revisão do lançamento tributário por erro de fato (artigo 149,
inciso VIII, do CTN) reclama o desconhecimento de sua existência ou a
impossibilidade de sua comprovação à época da constituição do crédito tributário.
6. Ao revés, nas hipóteses de erro de direito (equívoco na valoração jurídica
dos fatos), o ato administrativo de lançamento tributário revela-se imodificável,
máxime em virtude do princípio da proteção à confiança, encartado no artigo
146, do CTN, segundo o qual “a modificação introduzida, de ofício ou em
consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos
adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente
pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato
gerador ocorrido posteriormente à sua introdução”.
7. Nesse segmento, é que a Súmula 227/TFR consolidou o entendimento de
que “a mudança de critério jurídico adotado pelo Fisco não autoriza a revisão de
lançamento”.
8. A distinção entre o “erro de fato” (que autoriza a revisão do lançamento) e
o “erro de direito” (hipótese que inviabiliza a revisão) é enfrentada pela doutrina,
verbis:
(…)
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9. In casu, restou assente na origem que:


“Com relação a declaração de inexigibilidade da cobrança de IPTU progressivo
relativo ao exercício de 1998, em decorrência de recadastramento, o bom direito
conspira a favor dos contribuintes por duas fortes razões.
Primeira, a dívida de IPTU do exercício de 1998 para com o fisco municipal se
encontra quitada, subsumindo-se na moldura de ato jurídico perfeito e acabado,
desde 13.10.1998, situação não desconstituída, até o momento, por nenhuma
decisão judicial.
Segunda, afigura-se impossível a revisão do lançamento no ano de 2003, ao
argumento de que o imóvel em 1998 teve os dados cadastrais alterados em
função do Projeto de Recadastramento Predial, depois de quitada a obrigação
tributária no vencimento e dentro do exercício de 1998, pelo contribuinte, por
ofensa ao disposto nos artigos 145 e 149, do Código Tribunal Nacional.
Considerando que a revisão do lançamento não se deu por erro de fato, mas, por
erro de direito, visto que o recadastramento no imóvel foi posterior ao primeiro
lançamento no ano de 1998, tendo baseado em dados corretos constantes do
cadastro de imóveis do Município, estando o contribuinte notificado e tendo
quitado, tempestivamente, o tributo, não se verifica justa causa para a pretensa
cobrança de diferença referente a esse exercício.”
10. Consectariamente, verifica-se que o lançamento original reportou-se à área
menor do imóvel objeto da tributação, por desconhecimento de sua real
metragem, o que ensejou a posterior retificação dos dados cadastrais (e não o
recadastramento do imóvel), hipótese que se enquadra no disposto no inciso
VIII, do artigo 149, do Codex Tributário, razão pela qual se impõe a reforma do
acórdão regional, ante a higidez da revisão do lançamento tributário.
11. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do
CPC, e da Resolução STJ 08/2008.
(REsp 1130545 / RJ – Rel. Min. Luiz Fux – 22/02/2011)

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