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Manual das

Cooperativas
de Crédito

Rio de Janeiro
2003
Confederação Nacional do Comércio

Brasília
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Confederação Nacional do Comércio.

Manual das Cooperativas de Crédito / Confederação


Nacional do Comércio. Rio de Janeiro: CNC, 2003.

132 p.

1. Cooperativas de Crédito. 2. Confederação


Nacional do Comércio. I Título.
Índice

1. Apresentação ____________________________________________ 5

2. BCB – Roteiro de Procedimentos - Cooperativas de Crédito _____ 19

3. Relação dos Documentos necessários para Instrução de Processos


de Autorização para Funcionamento _________________________ 55

4. Modelo de Estatuto Social ________________________________ 56

5. Modelo de Ata de Assembléia-Geral de Constituição ___________ 82

6. Modelo de Edital de Convocação ___________________________ 84

7. Modelo de Ata Sumária de Assembléia-Geral __________________ 86

8. Lei. Nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964 ___________________ 91

9. Lei Nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971 __________________ 102

10. Lei Nº 6.981, de 30 de março de 1982 _____________________ 117

11. Resolução Bacen Nº 2.099, de 17.08.1994 __________________ 118

12. Resolução Bacen Nº 2.193, de 31.08.1995 __________________ 121

13. Resolução Bacen Nº 3.106, de 25.06.2003 __________________ 122


Apresentação

A
CNC gestora do Sistema Confederativo da Representação Sindical
do Comércio tem zelado pela convivência harmônica do sindicalismo
patronal do comércio e pelo fortalecimento das entidades integran-
tes do Sicomercio.

Para essa finalidade tem realizado encontros de âmbito nacional, desde 1991,
nos quais os dirigentes sindicais tiveram oportunidade de vivenciar a realidade
da diversificação do porte das entidades e o esforço que tem sido tentado para
tornar viáveis os sindicatos que não demonstram capacidade de atuação e ade-
quado exercício da representação da sua categoria econômica, sobretudo em
razão da insuficiência da receita oriunda das contribuições devidas pelos repre-
sentados e associados.

Com a realização do evento ministrado pela Amana Key, durante a última AGS,
no qual foi exaustivamente discutido o papel a ser desempenhado pelo
sindicalismo patronal do comércio nestes próximos dez anos, mais uma vez foi
ressaltada a necessidade de tentar tornar viáveis os sindicatos integrantes do
Sicomercio, que ainda demonstram fragilidade no desempenho da sua prerro-
gativa de representação da categoria econômica, seja por escassez de represen-
tados, seja por insuficiência de receita.

Para essa finalidade a Confederação se propôs a lançar, durante o ano de 2003,


uma série de projetos destinados a reverter a situação de fragilidade de muitos
sindicatos, através de soluções alternativas de novas fontes de receita.

O primeiro projeto, que está sendo lançado através desta publicação, refere-se
ao cooperativismo, destinado a sindicatos de qualquer natureza, de venda de
bens e de prestação de serviços.

O projeto compreende as seguintes partes: introdutória, explicativa, histórica,


legal, institucional e Princípios Basilares que devem ser observados para cria-
ção de Cooperativas de Crédito.

5
Introdução

N
a última AGS, o tema “Preparação para os próximos dez anos” deu
margem à discussão sobre as diversas opções de modernização do
nosso sistema, objetivando justificar sua existência, principalmente
no que diz respeito ao que poderá e deverá ser realizado para fazer efetiva
diferença junto aos associados e à sociedade brasileira como um todo, daqui
para frente.
Nos levantamentos efetuados durante o evento surgiram inúmeras contri-
buições, sendo que, dentre as mais relevantes, a serem adotadas pelo Siste-
ma e voltadas para os associados e a sociedade estão elencadas sob a forma de
princípios.
Em busca de uma sociedade mais democrática, por exemplo, o sistema deveria
ajudar a sociedade a se tornar mais humana ao contribuir para a redução das
desigualdades e para uma maior inclusão social, através de iniciativas que in-
cluam ações tendentes a:

· despertar novos valores para maior solidariedade empresarial;

· estimular o voluntariado e a solidariedade;

· fomentar a criação de meios creditícios para as empresas e

· incentivar a criação de cooperativas e disseminar conhecimentos sobre de-


senvolvimento sustentável.
Também, no encalço de soluções que possam contribuir para uma sociedade
mais rica, os participantes da última AGS, adotaram alguns conceitos tenden-
tes a estimular a eficácia empresarial e o empreendedorismo, bem como outros
tendentes a influenciar na criação de um ambiente regulatório que ajude os
negócios a serem cada vez mais produtivos e gerarem cada vez mais valor.
Iniciativas nesse sentido incluem:

· atuar como instrumento de fomento ao desenvolvimento do comércio e ser-


viços em sintonia com suas reais necessidades;

· harmonizar as relações entre associados e promover o associativismo;

7
· apoiar o desenvolvimento e fortalecimento da competência empresarial dos
associados;

· criar e disseminar conhecimentos que fortaleçam a competitividade dos as-


sociados;

· facilitar o acesso ao crédito como porta de entrada à obtenção de renda.


A forma consentânea mais adequada para alcançar essas metas se traduz na
implantação de um sistema cooperativo.
Pretende-se, nesta publicação, alinhar as principais informações necessárias à
criação de uma cooperativa de crédito.

Explicação
Cooperativa é a organização de sociedade constituída por várias pessoas (físi-
cas ou jurídicas), objetivando a melhoria das condições econômicas de seus
associados, através do qual se obrigam a contribuir com bens ou serviços para
o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum e sem finalidade
lucrativa.
As cooperativas podem assumir diversas modalidades, sendo as mais comuns
aquelas dedicadas às seguintes atividades: agropecuária, saúde, consumo, cré-
dito, educação, habitação, mineração, produção, serviços, trabalho e turismo.
As sociedades cooperativas são sociedades de pessoas de natureza civil, não
sujeitas à falência, com legislação própria tendo por características:
a) adesão voluntária;
b) variabilidade do capital social;
c) limitação do número de cotas-partes do capital para cada associado;
d) incessibilidade das cotas-partes do capital a terceiro, estranho a sociedade;
e) singularidade de voto;
f) quórum para o funcionamento e deliberação da Assembléia-Geral baseado no
número de associados e não no capital;
g) retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações
realizadas pelo associado;
h) indivisibilidade dos Fundos de Reserva e de Assistência Técnica;
i) neutralidade política;
j) prestação de assistência aos associados.

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Histórico
A primeira cooperativa surgiu na época da Revolução Industrial na Inglaterra,
na cidade de Rochdale, em forma de sociedade de trabalho, com a união de 28
(vinte e oito) artesãos desempregados, que reuniram suas forças laborais e cri-
aram uma cooperativa para a realização de um esforço comum.
Entretanto, a Cooperativa de Crédito nasceu na Alemanha através de Herman
Schulze e Friedrich Wilhhelm Raiffeisen, que fundaram as primeiras entidades
do gênero com objetivo de ajudar a classe operária do local.

Legislação
No Brasil, a primeira cooperativa reuniu os esforços dos agricultores que teve
seu desdobramento no cooperativismo de crédito trazido da Europa pelo Padre
Theodor Amsted, em 1902, com o fim de agrupar as poupanças das comunida-
des imigrantes e transformá-las em benefício de seu próprio desenvolvimento.
As Cooperativas de Crédito, como as sociedades cooperativas em geral, são
instituições financeiras, sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica
próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeitas à falência, consti-
tuídas com o intuito de propriciar créditos e prestar serviços a seus associados.
Podem prestar, ainda, os mesmos serviços fornecidos pelos bancos como o fi-
nanciamento da produção e do investimento, cobrança de contas, fornecimen-
to de talão de cheques e coloca à disposição de seus associados aplicações fi-
nanceiras.
A política nacional de cooperativismo encontra-se regulada pela Lei nº 5.764/
71, que disciplina a formação das sociedades cooperativas, tendo sido alterada
parcialmente pela Lei nº 6.981/82.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 192 inciso VIII, erigiu as coope-
rativas de crédito em patamar de instituições financeiras, inserindo-as no Ca-
pítulo IV do Sistema Financeiro Nacional.

Funcionamento
As Cooperativas de Crédito são constituídas sob a forma de sociedade autôno-
ma, congregando microempreendedores que se unem para acessar crédito e
serviços financeiros em condições mais vantajosas que aquelas normalmente
oferecidas pelos bancos públicos e privados.
De acordo com a legislação em vigor, as Cooperativas de Crédito necessitam
para seu funcionamento autorização do Banco Central do Brasil e arquivamen-
to de seus Estatutos Sociais na Junta Comercial. A Resolução Bacen nº 3.106/
03 veio disciplinar a matéria dispondo sobre os requisitos e procedimentos

9
necessários para a constituição e autorização para funcionamento e alterações
estatutárias, bem como para o cancelamento da autorização para o funciona-
mento de cooperativas de crédito.
Ressalte-se que, previamente à criação de Cooperativa de Crédito singular, os
interessados devem apresentar ao Banco Central do Brasil projeto nos termos
do artigo 2º da Resolução Bacen nº 3.106/03.
As Cooperativas de Crédito são isentas de tributos federais por força da Lei
5.764 de 1971, que define a política do cooperativismo e em seu art. 79 dispõe
que os atos praticados entre a cooperativa e seus associados não implicam em
operações de mercado.
Ressalte-se, ainda, que, no mesmo diploma legal acima citado, em seu art. 90,
fica expresso que o cooperado (associado) não tem vínculo empregatício com a
cooperativa, significando com isso, que o afastamento do associado será unica-
mente a seu pedido.
A Lei 8.212 de 1991, entretanto, estabeleceu a cobrança da contribuição so-
cial sobre o lucro líquido (CSLL) das Cooperativas de Crédito e a Emenda
Constitucional nº 1 de 1994, estendeu a cobrança do PIS sobre a receita das
cooperativas, não dispondo, entretanto, sobre igual exigibilidade no que se re-
fere ao Cofins.
A questão encontra-se subjudice, no que tange à constitucionalidade das referi-
das cobranças, e os tribunais vêm se posicionando de forma divergente.
Cabe, no entanto, aqui ressaltar que a Constituição Federal deu às Cooperati-
vas de Crédito tratamento diferenciado, preceituando em seu artigo 146 inciso
III, c, que:
Art. 146 - Cabe à lei complementar:
..............................................................................................................
“III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especial-
mente sobre:
..............................................................................................................
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas socieda-
des cooperativas”
O Sistema Cooperativo estrutura-se da mesma forma piramidal do nosso siste-
ma sindical, não se levando em conta, no entanto, os princípios constitucio-
nais de base territorial e da representação extensiva à categoria, mas destina
sua operacionalidade aos associados, em níveis de: singulares, centrais e con-
federações.

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As cooperativas singulares são constituídas por deliberação de seus funda-
dores, reunidos em assembléia-geral de, no mínimo 20 (vinte) pessoas físi-
cas, ou jurídicas, que tenham os mesmos objetivos ou correlatas atividades
econômicas.
As cooperativas centrais de crédito, ou federações de cooperativas, são consti-
tuídas por, no mínimo 3 (três) cooperativas singulares, e exercem as funções
de supervisão e de realização de auditorias em suas filiadas, proporcionando,
assim, algumas facilidades, como a dispensa de se submeterem à realização de
auditoria independente.
As confederações de cooperativas são constituídas por, no mínimo 3 (três)
federações de cooperativas ou cooperativas centrais, da mesma ou de diferen-
tes modalidades, e traçam o planejamento estratégico do sistema cooperativo.

No caso o presente projeto enfoca a criação de cooperativa singular constituída


por 2 (duas) espécies, a filiada a uma cooperativa central e a não filiada.
As cooperativas devem observar os seguintes parâmetros regulamentares em
relação ao capital integralizado e ao patrimônio referência (PR), para sua cons-
tituição:
I – Cooperativas singulares não filiadas às centrais:

· capital integralizado de R$ 4.300,00 (quatro mil e trezentos reais), na data


de autorização para funcionamento;

· PR de R$ 43.000,00 (quarenta e três mil reais), após dois anos da referida


data;

· PR de R$ 86.000,00 (oitenta e seis mil reais), após quatro anos da referida


data.
II – Cooperativas singulares filiadas às centrais:

· capital integralizado de R$ 3.000,00 (três mil reais), na data de autorização


para funcionamento;

· PR de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), após três anos da referida data;

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· PR de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), após cinco anos da referida data.
III – Cooperativas singulares de livre admissão de associados (Res. 3.106/03)
cuja área de atuação apresente população não superior a 100 mil habitantes e
cooperativas singulares de pequenos empresários, microempresários e
microempreendedores:
a) capital integralizado de R$ 10.000,00 (dez mil reais), na data de autorização
para funcionamento;
b) PR de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), após 2 (dois) anos da referida
data;
c) PR de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), após 4 (quatro) anos da
referida data;
IV – Cooperativas singulares de livre admissão de associados (Res. 3.106/03)
cuja área de atuação apresente população superior a 100.000 (cem mil) habi-
tantes:
a) PR de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), nos casos em que a área de
atuação inclua qualquer localidade dentre as referidas no § 1º;
b) PR de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais), nos casos em que a área de
atuação não inclua qualquer localidade dentre as referidas no § 1º;

Benefícios
A Cooperativa de Crédito organizada por Sindicato, proporciona os seguintes
benefícios:
a) Ao Associado:
1. Reduz os custos financeiros dos associados (micros e pequenos empresários);
2. Possibilita a permanência do empresário em seu local de trabalho;
3. As sobras permanecem na Cooperativa, girando constantemente, em provei-
to de todos;
4. Há isenção de Imposto de Renda na distribuição das sobras;
5. Contribui para melhor distribuição de renda, beneficiando a todos;
6. Compromete o associado com os outros participantes, exigindo-lhes assim
responsabilidade pelo sucesso da Cooperativa;
7. Juros menores.
b) Ao Sindicato:
1. Aproveita a estrutura do Sindicato, não necessitando desenvolver outras
logísticas. (Ex. local, público certo, propaganda atrelada, etc.);

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2. Promove o espírito sindical, trazendo o associado para dentro do Sindicato
tornando-o mais conhecido;
3. Reforça e consolida o sistema. Projeta a imagem do Sindicato, torna a
Fecomercio um espelho exemplar de assistência aos associados, reforçando a
atuação do SESC e do SENAC;
4. Resulta em benefício financeiro, podendo proporcionar auto-suficiência, que
redundará no alívio da carga contributiva do associado;
5. Remunera os dirigentes (de preferência os do sindicato). Os diretores per-
manecerão por mais tempo no ambiente, podendo desenvolver outros progra-
mas de interesse sindical;
6. Qualifica os diretores em alto grau de comprometimento, seriedade e res-
ponsabilidade;
7. Além do Capital Social, a Cooperativa de Crédito tem como fonte de renda
a captação de recurso financeiro para empréstimo dos cooperados oriundos de:
a) investimento dos próprios cooperados;
b) crédito dos programas específicos para cooperativas;
c) depósito dos cooperados.

Constituição e
Administração
A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da Assembléia-Geral dos
fundadores, constantes da respectiva ata, da qual deverá constar:
I – a denominação da entidade, sede e objeto de funcionamento;
II – o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão e residência dos asso-
ciados, fundadores que o assinaram, bem como o valor e número da quota-parte
de cada um;
III – aprovação do estatuto da cooperativa;
IV – o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos associados
eleitos para os órgãos de administração, fiscalização e outros.

Órgãos de
Administração
da Cooperativa
A cooperativa deverá ser administrada por uma Diretoria ou Conselho de Ad-
ministração, composto exclusivamente de associados eleitos pela Assembléia-

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Geral, com mandato nunca superior a 4 (quatro) anos, sendo obrigatória a reno-
vação de, no mínimo, 1/3 (um terço) do Conselho de Administração.
A Diretoria terá, no mínimo 3 (três) membros: Presidente, Secretário e Tesou-
reiro, não havendo limitação do número de seus componentes.
O estatuto poderá criar outros órgãos necessários à administração.

Conselho Fiscal
A administração da cooperativa deverá ser fiscalizada, assídua e minuciosamen-
te, por um Conselho Fiscal, constituído de 3 (três) membros efetivos e 3
(três) suplentes, todos associados eleitos anualmente pela Assembléia-Geral,
sendo permitida apenas a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus componentes.
Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, os associados inelegíveis, os paren-
tes dos diretores até o 2° (segundo) grau, em linha reta ou colateral, bem como
os parentes entre si até esse grau.

Estatuto
O estatuto da cooperativa deverá indicar:
I – a denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da cooperativa,
fixação do exercício social e da data do levantamento do balanço geral;
II – os direitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades e
as condições de admissão, demissão, eliminação e exclusão e as normas para sua
representação nas assembléias-gerais;
III – o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de quotas-partes a ser
subscrito pelo associado, o modo de integralização das quotas-partes, bem como
as condições de sua retirada nos casos de demissão, eliminação ou de exclusão
do associado;
IV – a forma de devolução das sobras registradas aos associados, ou do rateio
das perdas apuradas por insuficiência de contribuição para cobertura das des-
pesas da sociedade;
V – o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos ór-
gãos, com definição de suas atribuições, poderes e funcionamento, a represen-
tação ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele, o prazo do mandato,
bem como o processo de substituição dos administradores e conselheiros fis-
cais;
VI – as formalidades de convocação das assembléias-gerais e a maioria requerida
para a sua instalação e validade de suas deliberações, vedado o direito de voto
aos que nelas tiverem interesse particular sem privá-los da participação nos
debates;

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VII – os casos de dissolução voluntária da cooperativa;
VIII – o modo e o processo de alienação ou oneração de bens imóveis da coope-
rativa;
IX – o modo de reformar o estatuto;
X – o número mínimo de associados;
XI – condições estatutárias de admissão de associados (Res. nº 3.106/03).

Fiscalização
e Controle
A fiscalização e o controle das Cooperativas de Crédito serão exercidos pelo
Banco Central do Brasil, devendo permitir quaisquer verificações determina-
das pelos respectivos órgãos de controle, prestando os esclarecimentos que
lhes forem solicitados, além de serem obrigadas a remeter-lhes anualmente a
relação dos associados admitidos, demitidos, eliminados e excluídos no perío-
do, cópias de atas, de balanços e dos relatórios do exercício social e parecer do
Conselho Fiscal.

Princípios Basilares
que devem Ser
Observados para
a Criação
de Cooperativas
Para constituição de uma Cooperativa de Crédito é importante considerar o
potencial dos associados em tomar financiamento nas condições e com os en-
cargos financeiros que a cooperativa poderá disponibilizar, levando-se sempre
em conta que, para sua viabilidade há necessidade de um determinado número
de associados.
Nesse contexto, são premissas fundamentais para a criação de uma cooperativa
de crédito:
1) demanda real dos associados pelo crédito;
2) articulação política dos envolvidos na criação e funcionamento da cooperati-
va com os vários setores econômicos e sociais do local, com conhecimento de
sua potencialidade e limites, bem como com o poder público da região;
3) viabilidade econômica, mediante estudo prévio das reais condições existen-
tes no local de sua constituição;
4) filosofia empresarial na adoção dos instrumentos de gestão;

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5) administração por responsáveis escolhidos dentre membros integrantes da
cooperativa e técnicos assalariados.

Instrumentos para
Operacionalização
1) convênio com algum banco para compensação de papéis e aplicação de re-
cursos;
2) contabilidade em conformidade com as normas do Banco Central do Brasil;
3) software para gerenciamento e contabilidade, com os seguintes programas:
a) cadastro do cooperado;
b) contabilidade;
c) controle patrimonial;
d) capital social e patrimônio líquido;
e) depósitos à vista e a prazo;
f) gerenciador das aplicações;
g) cobrança bancária;
h) crédito com recursos próprios e crédito com repasse de recursos oficiais;
i) folha de pagamento;
j) análise financeira da cooperativa;
k) terminal financeiro (caixa da cooperativa);
l) terminal de extratos.

Estrutura
Operacional
De acordo com a orientação do Banco Central, são equipamentos necessários
para que uma cooperativa comece a funcionar:
1) 2 linhas telefônicas;
2) 2 microcomputadores potentes;
3) 2 máquinas autenticadoras Bematec;
4) 2 calculadoras;
5) 1 cofre;
6) 2 impressoras;
7) 1 no-break;

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8) 1 balcão para guichê de caixa;
9) arquivos para pastas suspensas;
10) mesas, cadeiras e escrivaninhas;
11) outros materiais de consumo, a critério de cada um.

Recursos Humanos
O quadro de pessoal da cooperativa de crédito vai depender do número de
postos de serviços em funcionamento e do número de sócios que a cooperativa
possui.
Como a Cooperativa de Crédito visa à atividade de empréstimo, que pressupõe
obrigatoriamente a avaliação do risco de cada operação, através de uma análise
de informação entre devedor e credor, seus dirigentes devem possuir disponi-
bilidade de tempo e ter responsabilidade administrativa e política.
Assim, é primordial que as cooperativas procurem trabalhar com uma política
pautada no controle social do crédito, definindo limites para os empréstimos
dos associados, bem como adotando mecanismos de garantias.

Balanço Geral
da Cooperativa –
Fundos, Sobras
e Perda
Realizar-se-ão 2 (dois) balanços anuais, um em cada último dia dos semestres
civis e uma vez aprovado em assembléia-geral, as sobras apuradas no final de
cada exercício deverão ser distribuídas na forma prevista na legislação.
Ressalte-se, no entanto, que 10% (dez por cento) do resultado apurado no
exercício social deve ser destinado ao fundo de reserva para reparar perdas e
atender ao desenvolvimento das atividades da cooperativa.

Conclusão
O sucesso das Cooperativas de Crédito se deve a uma política social baseada no
desenvolvimento e melhoria das condições humanas, através de captação de
recursos financeiros, além de uma gestão administrativa rigorosa e transparen-
te, uma vez que o associado responde subsidiariamente pelas obrigações con-
traídas pela cooperativa perante terceiros, até o limite do valor das quotas-
partes de capital subscrito.
Para facilitar o entendimento do funcionamento das cooperativas, transcreve-
se adiante, o Roteiro de Procedimentos - Cooperativas de Crédito, do Banco

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Central do Brasil (páginas 12 a 62), disponível na Internet, no site
www.bcb.gov.br, em Legislação, Normas e Manuais/Roteiro de Procedimentos
do SFN/Cooperativas de Crédito.
Também, os principais atos normativos que regem o funcionamento das coope-
rativas encontram-se transcritos neste Manual.

Tendo em vista que novas instruções do Banco Central do Brasil estarão sendo
expedidas por ocasião da edição deste Manual, a Confederação Nacional do
Comércio enviará a todos os destinatários um suplemento, tão logo se tenha
concluído a regulamentação da Resolução 3.106/03.

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BCB – Roteiro de Procedimentos –
Cooperativas de Crédito

Apresentação
O presente trabalho faz parte do esforço que o Banco Central do Brasil vem
empreendendo para tornar mais transparentes suas ações.

Trata de diversos assuntos envolvendo as Cooperativas de Crédito os quais,


por força de legislação, necessitam de homologação por parte do Banco Cen-
tral; e esclarece sobre os procedimentos adotados para averiguar o cumprimen-
to dos requisitos básicos exigidos.

Visando ainda facilitar o trabalho das sociedades cooperativas bem como a pos-
terior análise do Banco Central, são ainda sugeridos alguns modelos de atos
societários que poderão ser adaptados às necessidades de cada sociedade.

Foram destacados os aspectos mais relevantes e os que provocam mais dúvidas


por parte dos interessados.

Esclarecimentos, críticas e sugestões para o aprimoramento deste trabalho


poderão ser encaminhadas à copec.deorf@bcb.gov.br.

Diretoria de Normas e Organização do Sistema Financeiro

Departamento de Organização do Sistema Financeiro

Brasília, 28 de julho de 2000

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Sumário
1. Introdução
2. Disposições Gerais
2.1. Assembléias-Gerais
2.2. Ata de Assembléia-Geral
2.3. Estatuto Social
2.3.1. Área de Ação
2.3.2. Capital Mínimo
2.3.3. Quadro de Associados
3. Autorização para Funcionamento
3.1. Procedimentos para Obter a Autorização para Funcionamento
3.1.1. Constituição
3.1.2. Integralização do Capital
3.1.3. Instrução do Processo
3.2. Condições para Concessão da Autorização para Funcionamento
3.2.1. Regularidade dos Atos Constitutivos
3.2.2. Restrição Cadastral – Administradores
e Conselheiros Fiscais
3.2.3. Capital Integralizado
3.3. Finalização do Processo
4. Eleição de Administradores e Conselheiros Fiscais
4.1. Procedimentos para Obter a Homologação
dos Nomes dos Eleitos
4.1.1. Convocação e Realização de Assembléia-Geral
4.1.2. Instrução do Processo
4.2. Condições para Homologação dos Nomes dos Eleitos
4.2.1. Regularidade do Ato Societário
4.2.2. Composição dos Órgãos Estatutários
4.2.3. Restrição Cadastral
4.3. Finalização do Processo
5. Reforma do Estatuto Social

20
5.1. Procedimentos para Aprovação de Reforma Estatutária
5.1.1. Convocação e Realização de
Assembléia-Geral Extraordinária
5.1.2. Instrução do Processo
5.2. Condições para Aprovação da Reforma Estatutária
5.2.1. Regularidade do Ato Societário
5.2.2. Alterações Previstas no Edital de Convocação
5.3. Finalização do Processo
6. Fusão, Incorporação e Desmembramento
6.1. Procedimentos para Aprovação
6.1.1. Convocação e Realização de
Assembléia-Geral Extraordinária
6.1.2. Instrução do Processo
6.2. Condições para Aprovação das Deliberações
6.2.1. Regularidade dos Atos Societários
6.2.2. Aprovação da Operação pelas Assembléias-Gerais
6.2.3. Restrição Cadastral
6.3. Finalização do Processo
7. Dissolução e Liquidação de Cooperativas
7.1. Procedimentos para Aprovação
7.1.1. Convocação e Realização de
Assembléia-Geral Extraordinária
7.1.2. Instrução do Processo
7.2. Condições para Homologação das Deliberações
7.2.1. Regularidade do Ato Societário
7.2.2. Restrição Cadastral
7.3. Finalização do Processo
8. Filiação à Cooperativa Central de Crédito
9. Cooperativas Centrais de Crédito
10. Bancos Cooperativos
11. Unidade Administrativa Desmembrada (UAD)
e Postos de Atendimento

21
11.1. Unidade Administrativa Desmembrada (UAD)
11.2. Posto de Atendimento Cooperativo (PAC)
11.3. Posto de Atendimento Transitório (PAT)
12. Base Legal e Regulamentar
13. Anexos
Anexo I – Endereço dos Componentes do Departamento
de Organização do Sistema Financeiro (DEORF)
Anexo II – Relação dos Documentos Necessários para Instrução de
Processos de Autorização para Funcionamento
Anexo III – Modelo de Estatuto Social
Anexo IV – Modelo de Ata de Assembléia-Geral de Constituição
Anexo V – Modelo de Edital de Convocação
Anexo VI – Modelo de Ata Sumária de Assembléia-Geral

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1. Introdução
As Cooperativas de Crédito são instituições financeiras, sociedades de pesso-
as, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrati-
vos e não sujeitas à falência, constituídas com o objetivo de propiciar crédito e
prestar serviços aos seus associados. Regem-se pelo disposto nas Leis nºs. 5.764,
de 16.12.1971, e 4.595, de 31.12.1964, nos atos normativos baixados pelo
Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil e pelo respectivo
estatuto social.
São classificadas em:

· singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas físi-


cas;

·cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as constituídas de, no


mínimo, 3 (três) singulares de crédito; e

· confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos, de 3 (três) fe-


derações de cooperativas de crédito ou cooperativas centrais de crédito.
As cooperativas devem adotar obrigatoriamente, em sua denominação social, a
expressão “Cooperativa”, sendo vedada a utilização da palavra “Banco”. Além
disso, devem também adequar a sua área de ação às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestação de serviços.
As cooperativas singulares dividem-se em:

· cooperativas de crédito rural cujo quadro social é formado por pessoas que
desenvolvam, na área de atuação da cooperativa, de forma efetiva e predomi-
nante, atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas, ou se dediquem a opera-
ções de captura e transformação do pescado; e

· cooperativas de crédito mútuo cujo quadro social é formado por pessoas que
exerçam determinada profissão ou atividades, ou estejam vinculadas a deter-
minada entidade.
Enquanto não transformadas em um dos tipos mencionados nas alíneas ante-
riores, as cooperativas do tipo Luzzatti estarão sujeitas às disposições aplicá-
veis às demais cooperativas.
As cooperativas de crédito rural para funcionamento deverão dispor de estru-
tura organizacional específica para operar em crédito rural, cumprindo-lhe ob-
servar, em especial, as disposições do Manual de Crédito Rural (MCR)
1.3.1/7.
Na forma da legislação em vigor, dependem de prévia e expressa autorização do
Banco Central do Brasil o funcionamento de cooperativas de crédito e os atos
societários por elas deliberados, referentes a:

· eleição de membros do órgão de administração e do Conselho Fiscal;

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· reforma do estatuto social;

· mudança do objeto social;

· fusão, incorporação ou desmembramento;

· dissolução voluntária da sociedade e nomeação do liquidante e fiscais.


A aprovação, pelo Banco Central, dos pleitos de cooperativas de crédito não as
exime do cumprimento das formalidades legais dos atos societários, que será
objeto de exame pela Junta Comercial (art. 40 da Lei 8.934, de 18.11.94).
Da mesma forma, a homologação dos atos societários não implica qualquer juízo
sobre a veracidade dos dados consignados, que são de total responsabilidade da
instituição requerente e sujeitos a posterior verificação pelo Banco Central.

2. Disposições
Gerais

2.1. Assembléias-
Gerais
A assembléia-geral é o órgão supremo da sociedade, dentro dos limites legais e
estatutários, com poderes para decidir os negócios relativos ao objeto da socie-
dade e zelar pelo desenvolvimento e defesa da cooperativa, sendo que suas
deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes ou discordantes.
Deverão ser observados pelos interessados os aspectos formais especificados
na regulamentação em vigor para a convocação e realização, bem como para a
transcrição das deliberações realizadas em assembléias-gerais.
A assembléia-geral de constituição é realizada pelos associados-fundadores,
observado o número mínimo estabelecido no item 1 – INTRODUÇÃO, que
deliberam pela constituição da sociedade cooperativa.
As assembléias posteriores à de constituição são classificadas em ordinárias ou
extraordinárias, de acordo com suas características peculiares, e são normal-
mente convocadas pelo Presidente, podendo, entretanto, também ser
convocadas por qualquer órgão da administração ou pelo Conselho Fiscal. Quando
nenhum deles efetuar a convocação por solicitação dos associados, estes pode-
rão convocá-la, desde que em número equivalente a no mínimo 1/5 (um quin-
to) dos cooperados em pleno gozo de seus direitos.
A Assembléia-Geral Ordinária (AGO) realiza-se anualmente, nos 3(três) pri-
meiros meses seguintes ao término do exercício social, para deliberar sobre os
assuntos a seguir relacionados:

· prestação de contas acompanhada de parecer do Conselho Fiscal, contendo


relatório de gestão, balanço e demonstrativos de sobras ou perdas;

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· destinação das sobras ou rateio das perdas;

· eleição dos membros de órgãos estatutários;

· quando previsto, a fixação dos honorários, gratificações e cédulas de presença


dos membros do Conselho de Administração ou da Diretoria e do Conselho
Fiscal; e

· outros assuntos de interesse social, tais como relatório de auditoria, progra-


mas de utilização do FATES, etc. (que não sejam da competência das assem-
bléias extraordinárias).
A Assembléia-Geral Extraordinária (AGE) realiza-se sempre que necessário e
poderá deliberar sobre qualquer assunto de interesse social, desde que mencio-
nado no edital de convocação, sendo de sua competência exclusiva os assuntos
abaixo relacionados:

· reforma estatutária;

· fusão, incorporação ou desmembramento;

· mudança do objeto da sociedade;

· dissolução voluntária da sociedade e nomeação do liquidante;

· prestação de contas do liquidante.


Desde que observadas as formalidades legais necessárias à realização de AGE,
inclusive as regras especiais de quórum legal, admite-se a realização concomi-
tante de AGO e AGE.
As assembléias deverão ser convocadas com antecedência mínima de 10 (dez)
dias, de forma tríplice e cumulativa, mediante: editais afixados em locais apro-
priados das dependências comumente mais freqüentadas pelos associados;
publicação de edital em jornal de circulação regular na área de atuação da coo-
perativa e comunicação por intermédio de circulares a todos os associados.
No Anexo V encontra-se um modelo de edital de convocação de assembléia de
cooperativa de crédito.
O quórum de instalação das assembléias-gerais é o equivalente a 2/3 (dois ter-
ços) do número de associados da cooperativa. Não havendo no horário estabe-
lecido quórum de instalação para as assembléias, poderão ser realizadas em
segunda ou terceira convocações, com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre
as convocações, desde que assim permitam os estatutos e conste do edital de
convocação, sendo que o quórum será de metade mais 1 (um) dos associados
em segunda convocação e de, no mínimo, 10 (dez) associados na terceira con-
vocação, ressalvado o caso de cooperativas centrais, federações e confederações
de cooperativas que se instalarão com qualquer número na terceira convocação.
As deliberações nas assembléias-gerais serão tomadas por maioria de votos dos

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associados presentes com direito de votar, observado que não será permitida a
representação por meio de mandatário, e que são necessários os votos de 2/3
(dois terços) dos associados presentes para tornar válidas as deliberações de
competência exclusiva de assembléias-gerais extraordinárias.
As assembléias-gerais poderão ser suspensas, admitindo-se a continuidade em
data posterior, sem necessidade de novos editais de convocação, desde que
determinada a data, hora e local de prosseguimento da sessão, e que, tanto na
abertura quanto no reinício, conte com o quórum legal, o qual deverá ser regis-
trado na ata.

2.2. Ata de
Assembléia-Geral
Ata é o registro escrito no qual se relata o que se passou numa assembléia.
Deverão constar obrigatoriamente da ata de assembléia:

· o local, data e hora de instalação;

· o quórum de instalação;

· a composição da mesa;

· a tríplice forma de convocação, indicando o jornal e data de circulação;

· a ordem do dia;

· os fatos ocorridos e as deliberações dos cooperados, inclusive dissidências ou


protestos;

· a qualificação completa (nome, nacionalidade, estado civil, profissão, núme-


ro de identidade e órgão expedidor, CPF e residência com endereço comple-
to), órgãos estatutários, cargos e prazos de mandato das pessoas eleitas, bem
como a transcrição integral dos artigos do estatuto social reformado, se for o
caso;

· expressamente, que os eleitos preenchem as condições previstas na Resolu-


ção 2.645/99, se for o caso;

· o fecho, em que deve ser mencionado o encerramento dos trabalhos, a lavratura


da ata, sua leitura e aprovação, seguindo-se as assinaturas do secretário, do
presidente e dos cooperados que forem indicados pela assembléia e ainda os
que desejarem.
A ata de assembléia poderá ser apresentada na forma de sumário dos fatos ocor-
ridos.
No Anexo VI encontra-se um modelo de ata sumária de assembléia de coopera-
tiva de crédito.

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2.3. Estatuto Social
Os estatutos das sociedades cooperativas deverão, necessariamente, conter dis-
positivos que indiquem:

· a denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da sociedade,


fixação do exercício social e datas do levantamento dos balanços gerais;

· os direitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades, as


condições de admissão, demissão, eliminação e exclusão, e as normas para sua
representação nas assembléias-gerais;

· o capital mínimo (observado o disposto no item 2.3.2 deste roteiro), o valor


da quota-parte, que não poderá ser superior a 1 (um) salário mínimo, o mínimo
de quotas-partes a ser subscrito pelo associado, o modo de integralização das
quotas-partes, bem como as condições de sua retirada nos casos de demissão,
de eliminação ou de exclusão;

· a forma de devolução das sobras registradas aos associados, ou do rateio das


perdas apuradas por insuficiência de contribuição para cobertura das despesas
da sociedade;

· o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos,


com definição de suas atribuições, poderes e funcionamento, a representação
ativa e passiva da sociedade em juízo ou fora dele, o prazo do mandato, bem
como o processo de substituição dos administradores e conselheiros fiscais;

· as formalidades de convocação das assembléias-gerais e a maioria requerida


para a sua instalação e validade de suas deliberações;

· a vedação ao direito de voto nas assembléias aos que nelas tiverem interesse
particular, sem privá-los da participação nos debates;

· os casos de dissolução voluntária da sociedade;

· o modo e o processo de alienação ou oneração de bens imóveis da sociedade;

· o modo de reformar o estatuto;

· o número mínimo de associados, que não poderá ser inferior a 20 (vinte), no


caso de cooperativa singular.
A igualdade de direito dos associados é princípio basilar da filosofia cooperativista
e está disposto, em duplo comando e de forma imperativa, no art. 37 da Lei nº
5.764/71: a cooperativa assegurará a igualdade de direito dos associados e está
proibida de estabelecer restrições de qualquer espécie ao livre exercício dos
direitos sociais.
A lei e os respectivos órgãos normativos impõem aos associados que se encon-
trem em certas circunstâncias alguns impedimentos ou restrições
disciplinadoras do sistema cooperativista como, por exemplo, o disposto nos
arts. 40 da Lei nº 4.595/64, 31 e 56 da Lei nº 5.764/71 e 4º do Regulamento

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Anexo à Resolução nº 2.771/2000. Porém, jamais poderá haver qualquer trata-
mento discriminatório por parte da própria cooperativa, aos membros do seu
quadro social, quer seja no estatuto social, regimento interno ou em qualquer
outro expediente de funcionamento.
Ao disciplinar, no estatuto social, as condições de devolução do valor das quo-
tas-partes nos casos de saída de associado, é lícito à cooperativa estipular salva-
guardas para evitar traumas na efetivação do respectivo pagamento, conside-
rando que certos casos podem implicar retirada de soma ponderável de recur-
sos, capaz de abalar a situação econômica da sociedade.
Ao final do exercício social as sobras apuradas, deduzidas as parcelas destinadas
aos Fundos Obrigatórios, devem retornar aos associados, proporcionalmente às
operações que tiverem realizado com a sociedade. A forma dessa devolução
deve ser disciplinada no estatuto social, esclarecido que a lei outorgou poderes
à assembléia-geral para ocasionalmente destinar as sobras líquidas a outros fins,
mas não para alterar a proporcionalidade do retorno, que é insuscetível de mo-
dificação.
Nas cooperativas singulares com filiados residindo a mais de 50 (cinqüenta)
quilômetros da sede ou com mais de 3.000 (três mil) associados o estatuto
social pode estabelecer que os associados sejam representados, nas assembléias-
gerais, por delegados escolhidos dentre os associados que estejam em pleno
gozo de seus direitos sociais, disciplinando adequadamente essa forma de reu-
nião de maneira a garantir a sua efetividade.
A partir do momento em que a cooperativa optar pela representação dos associa-
dos nas assembléias-gerais por meio de delegados, não é mais admitida decisão
assemblear com a participação dos sócios individualmente. Dessa forma, deve-
rá constar dos estatutos que em não se conseguindo realizar assembléia-geral
de delegados, por falta de quórum, será reiterada a convocação para nova data e
que, persistindo a impossibilidade de reunião nessa segunda tentativa conse-
cutiva, será automaticamente convocada assembléia-geral de associados para
reformar o estatuto social, extinguindo o instituto da representação por dele-
gados e, conseqüentemente, reduzindo a amplitude da área de ação de modo a
possibilitar a reunião dos associados.
No Anexo III encontra-se um modelo de estatuto social de cooperativa de
crédito.

2.3.1. Área
de Ação
De acordo com o artigo 4º, inciso XI, da Lei nº 5.764/71, as cooperativas deve-
rão possuir área de admissão de associados limitada às possibilidades de reu-
nião, controle, operações e prestação de serviços. Compete ao Banco Central
do Brasil aprovar ou não a área de atuação prevista nos estatutos sociais.

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Cabe aos interessados o ônus da demonstração dos mecanismos adotados para
atender a essas condições legais. Conforme for o caso, o Banco Central do
Brasil poderá exigir apresentação de estudo de viabilidade de atendimento da
área de ação pretendida.
No caso de cooperativa filiada ou com compromisso de se filiar à Cooperativa
Central de Crédito (CCC), a comprovação de que a área de admissão de associa-
dos atende ao referido preceito legal poderá ser feita mediante apresentação de
atestado, firmado nesse sentido por 2 (dois) administradores da CCC, sendo
um deles o diretor responsável previsto no § 4º do art. 3º, do Regulamento
anexo à Resolução nº 2.771/2000.
Nos relatórios de controles internos previstos no art. 3º da Resolução nº 2.554/
98, as CCC deverão apresentar os resultados dos trabalhos de acompanhamen-
to do cumprimento, pelas cooperativas singulares afiliadas, da exigência legal
de limitação da área de atuação às possibilidades de reunião, controle, opera-
ções e prestação de serviços.

2.3.2. Capital
Mínimo
As cooperativas de crédito devem observar os seguintes limites mínimos de
capital realizado e Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) na forma da regulamen-
tação em vigor:
I – cooperativas centrais:
a) capital integralizado de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), na data de auto-
rização para funcionamento;
b) PLA de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais), após 3 (três) anos da
referida data;
c) PLA de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), após 5 (cinco) anos da referida
data.
II – cooperativas singulares filiadas a centrais:
a) capital integralizado de R$ 3.000,00 (três mil reais), na data de autorização
para funcionamento;
b) PLA de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), após 3 (três) anos da referida data;
c) PLA de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), após 5 (cinco) anos da referida
data.
III – cooperativas singulares não filiadas a centrais:
a) capital integralizado de R$ 4.300,00 (quatro mil e trezentos reais), na data
de autorização para funcionamento;

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b) PLA de R$ 43.000,00 (quarenta e três mil reais), após 2 (dois) anos da
referida data;
c) PLA de R$ 86.000,00 (oitenta e seis mil reais), após 4 (quatro) anos da
referida data.

2.3.3. Quadro
de Associados
A associação nas cooperativas é livre a todos que desejarem utilizar-se dos seus
serviços, desde que adiram aos propósitos sociais e preencham as condições
estabelecidas no estatuto, sendo ilimitado o número de associados, salvo im-
possibilidade técnica de prestação de serviços.
As cooperativas de crédito singulares devem fazer constar de seus estatutos
condições de associação de pessoas físicas que levem em conta, além das dis-
posições legais pertinentes, a existência de afinidades entre os associados, se-
gundo os critérios abaixo delineados, os quais, em função do vínculo previsto,
vêm tornando usual a identificação das cooperativas pelos seguintes tipos:
Tipo I – Cooperativas de Crédito Mútuo de Empregados: formadas por empre-
gados ou servidores e prestadores de serviço em caráter não eventual de:
1 – determinada entidade pública ou privada;
2 – determinado conglomerado econômico;
3 – conjunto definido de órgãos públicos hierárquica ou administrativamente
vinculados;
4 – conjunto definido de pessoas jurídicas que desenvolvam atividades idênti-
cas ou estreitamente correlacionadas por afinidade ou complementaridade.
Tipo II – Cooperativas de Crédito Mútuo de Profissionais: formadas por traba-
lhadores de:
1 – determinada profissão regulamentada (médico, advogado, engenheiro, etc.);
2 – determinada atividade, definida quanto a especialização (pedreiro, padeiro,
caminhoneiro, feirante de produtos hortifrutigranjeiros, etc.);
3 – conjunto definido de profissões ou atividades cujos objetos sejam idênti-
cos ou estreitamente correlacionados por afinidade ou complementaridade
(médicos e odontólogos, engenheiros e arquitetos, profissionais da área de saú-
de, trabalhadores em artes gráficas, etc.).
Tipo III – Cooperativas de Crédito Rural: formadas por pessoas que desenvol-
vam, na área de atuação da cooperativa, de forma efetiva e predominante, ativi-
dades agrícolas, pecuárias ou extrativas, ou se dediquem a operações de captu-
ra e transformação do pescado.

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As cooperativas de crédito singulares podem também admitir a associação de:
I – empregados da própria cooperativa de crédito, das entidades a ela associa-
das e daquelas de cujo capital participem, e pessoas físicas prestadoras de ser-
viços, em caráter não eventual, à cooperativa de crédito e às referidas entida-
des, equiparados aos primeiros no tocante aos seus direitos e deveres como
associados;
II – aposentados que, quando em atividade, atendiam aos critérios estatutários
de associação;
III – pais, cônjuge ou companheiro(a), viúvo(a) e dependente legal de associa-
do, e pensionista de associado falecido;
IV – excepcionalmente, pessoas jurídicas sem fins lucrativos, exceto coopera-
tiva de crédito;
V – excepcionalmente, quando se tratar de cooperativa do tipo II, pessoas
jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômi-
cas das pessoas físicas associadas, ou, quando se tratar de cooperativa do tipo
III, pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas atividades econômicas
das pessoas físicas associadas.
Quando da constituição de cooperativas do tipo I, formadas por empregados de
determinado conglomerado econômico, deverão ser comprovadas as interligações
societárias ou administrativas existentes.
Nas cooperativas do tipo I, formadas por servidores de órgãos e entidades públi-
cas, poderão associar-se os servidores públicos em geral, pertencentes aos três
poderes (executivo, legislativo e judiciário), nas três esferas (federal, estadual
e municipal), lotados na área de ação da sociedade. No caso de escolha de um
ou mais órgãos/entidades, estes deverão ser especificados no estatuto social.
Nas cooperativas do tipo II, formadas por trabalhadores de conjunto definido
de profissões ou atividades idênticas ou assemelhadas, o estatuto social deverá
caracterizar o campo genérico de trabalho a que pertencem as atividades ou
profissões exercidas, seguido da expressão “conforme Classificação Brasileira
de Ocupações (CBO), divulgada pelo Ministério do Trabalho” (endereço na
internet: www.mtb.gov.br). Preferindo a escolha de uma ou mais ocupações,
desde que contidas na tabela do respectivo grupo de base de classificação,
estas deverão ser especificadas no estatuto social.
Pode ser constituída mais de uma cooperativa de crédito em áreas de ação
coincidentes ou não, independentemente do seu tipo e desde que adotada
denominação social diferenciada.
A cooperativa de crédito somente pode admitir associados nas condições pre-
vistas no seu estatuto social. Essa previsão poderá ser moldada segundo os
interesses da cooperativa, desde que respeitado o universo de possibilidades
de associação estabelecido nas normas legais ou regulamentares em vigor.

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3. Autorização
para Funcionamento

3.1. Procedimentos
para Obter a
Autorização para
Funcionamento
Os interessados em obter autorização para funcionamento devem observar os
seguintes procedimentos:

· constituir a sociedade cooperativa;

· recolher, ao Banco Central do Brasil, o valor das quotas integralizadas pelos


associados fundadores; e

· instruir processo de autorização para funcionamento, no Banco Central do


Brasil.

3.1.1. Constituição
A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação dos fundadores reunidos
em Assembléia-Geral de Constituição, em número mínimo de 20 (vinte) pes-
soas físicas com vínculo de afinidade segundo o tipo da cooperativa de crédito
em organização.
A publicação de edital para realização de assembléia de constituição não é obri-
gatória, podendo, entretanto, ser feita para fins de publicidade.
O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverá declarar:

· a denominação da entidade, sede e objeto de funcionamento;

· o nome por extenso e qualificação (nacionalidade, idade, estado civil, profis-


são, domicílio e residência; documento de identidade, seu número e órgão
expedidor; e número de inscrição no CPF) dos associados fundadores, bem
como o valor e quantidade de quotas do capital inicial subscritas por cada um;

· aprovação do estatuto da sociedade;

· o nome por extenso e qualificação dos associados eleitos para os cargos do


órgão de administração e do Conselho Fiscal da cooperativa.
Os atos constitutivos de sociedade cooperativa, inclusive os estatutos sociais,
deverão ser assinados por todos os associados fundadores. Quando for elevado o
número de fundadores, admite-se que a assembléia-geral decida pela assinatu-
ra da ata dos respectivos trabalhos por todos, nomeando, porém, com a incum-
bência específica de rubricar todas as demais páginas da ata e os documentos
que constituem seus anexos inseparáveis, uma comissão de cerca de 6 (seis)
fundadores. Deverão conter, também, visto de advogado, devidamente iden-

32
tificado com o nome do profissional, número de inscrição na OAB e respectiva
seccional (Lei nº 8.906/94).

3.1.2. Integralização
do Capital
O capital social das sociedades cooperativas é dividido em quotas-partes, cujo
valor unitário não pode ser superior ao maior salário mínimo vigente no País.
Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das quo-
tas-partes.
Do capital subscrito, 50% (cinqüenta por cento) no mínimo deverá ser
integralizado no ato (observado que o valor integralizado deverá atender ao
limite mínimo, nos termos da legislação em vigor) e o restante dentro do prazo
de até 1 (um) ano, contado da data da publicação, no Diário Oficial, do
despacho aprobatório para o funcionamento da cooperativa.
O valor do capital integralizado deve ser recolhido ao Banco Central do Brasil
no prazo de até 5 (cinco) dias do seu recebimento. O recolhimento poderá ser
efetuado em moeda corrente e/ou em títulos públicos, de emissão do Tesouro
Nacional ou do Banco Central do Brasil. Quando realizado em títulos, os mes-
mos deverão estar registrados no SELIC, vinculados à solução do respectivo
processo de autorização. Quando em moeda corrente, o recolhimento deve ser
feito ao Banco Central, diretamente ou por intermédio do Banco do Brasil S.A.
Nesta hipótese, deve-se contatar, preliminarmente, o componente regional
respectivo do Departamento de Organização do Sistema Financeiro – DEORF
(vide Anexo I), que informará acerca do preenchimento do documento de cré-
dito a agência e conta do Banco Central em que deverá ser depositada a quantia
recebida dos subscritores.

3.1.3. Instrução
do Processo
Os interessados devem encaminhar, no prazo máximo de 30 (trinta) dias da
data da constituição da cooperativa, ao endereço do componente do Departa-
mento de Organização do Sistema Financeiro (DEORF) discriminado no Ane-
xo I, os documentos constantes do Anexo II.
Os interessados devem indicar nomes completos e telefones das pessoas aptas
a prestar informações complementares, caso necessário.
O Banco Central poderá, a seu critério, solicitar quaisquer outros documentos
e/ou informações adicionais que julgar necessários a respeito do pleito.

33
3.2. Condições Para
Concessão da
Autorização para
Funcionamento
As autorizações para funcionamento são concedidas pelo Banco Central do Bra-
sil, sem ônus e por prazo indeterminado.
A concessão está condicionada:

· à regularidade dos atos constitutivos;

· à inexistência de restrição cadastral aos administradores e fiscais; e

· a que o montante do capital integralizado corresponda, no mínimo, ao limite


fixado para a instituição nos termos da regulamentação em vigor.

3.2.1. Regularidade
dos Atos
Constitutivos
O Banco Central verificará a regularidade dos atos constitutivos e dos estatu-
tos das sociedades cooperativas que deverão, além de conter os dispositivos
citados nos itens 2.2 e 2.3, atender ao disposto no artigo 4º da Lei 5.764/71,
qual seja:
I – adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilida-
de técnica de prestação de serviços;
II – variabilidade do capital social representado por quotas-partes;
III – limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado,
facultado, porém, o estabelecimento de critérios de proporcionalidade, se as-
sim for mais adequado para o cumprimento dos objetivos sociais;
IV – incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros estranhos à socie-
dade;
V – singularidade de voto;
VI – quórum para o funcionamento e deliberação da Assembléia-Geral baseado
no número de associados e não no capital;
VII – retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações
realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da Assembléia-Geral;
VIII – indivisibilidade, entre os associados, dos fundos de Reserva e de Assis-
tência Técnica Educacional e Social;
IX – neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
X – prestação de assistência aos associados e, quando previsto nos estatutos,
aos empregados da cooperativa;

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XI – área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, con-
trole, operações e prestação de serviços.

3.2.2. Restrição
Cadastral –
Administradores e
Conselheiros Fiscais
De acordo com a legislação vigente, é vedada a participação em órgão de
administração e Conselho Fiscal de cooperativas de crédito, ou nela exercer
funções de gerência, de pessoas que participem da administração ou dete-
nham 5% (cinco por cento) ou mais do capital de qualquer instituição financeira
não cooperativa.
Constituem-se em condições básicas para o exercício de cargos de órgãos
estatutários:

· ter reputação ilibada; e

· possuir capacitação técnica compatível com o exercício do cargo.


Todas e quaisquer informações encaminhadas ao Banco Central, relativas a
membros dos órgãos estatutários, são objeto de apuração e servem de subsídio
para o ato decisório.
Para verificar a existência ou não de restrição cadastral são, ainda, realizadas
pesquisas junto ao banco de dados do Banco Central e outros meios disponí-
veis.
A verificação da capacidade técnica e idoneidade dos administradores é de res-
ponsabilidade da sociedade e de seus administradores, esclarecido que deve
constar do ato societário de eleição declaração expressa de que os eleitos pre-
enchem as condições previstas na Resolução CMN nº 2.645/99.

3.2.3. Capital
Integralizado
A autorização para funcionamento de cooperativas singulares está sujeita ao
cumprimento das seguintes exigências, referentes ao capital:

·que cada cooperado integralize pelo menos 50% (cinqüenta por cento) do
montante subscrito (Lei nº 4.595, de 31.12.64); e

· que sejam integralizados, no mínimo, R$ 4.300,00 (quatro mil e trezentos


reais). No caso de cooperativa singular filiada à cooperativa central de crédito,
o mínimo requerido é de R$ 3.000,00 (três mil reais) (ver item 3.1.2) (Reso-
lução 2.771, de 30.08.2000).
Temos assim, que as cooperativas de crédito somente poderão se valer da previ-

35
são legal de integralização de 50% (cinqüenta por cento) do capital subscrito
se o valor integralizado atender o mínimo regulamentar.
Tomemos os seguintes exemplos:
Constituição de uma cooperativa cujo capital subscrito é de R$ 5.000,00 (cin-
co mil reais). Como 50% (cinqüenta por cento) do capital subscrito é menor
do que o mínimo estabelecido para seu funcionamento, prevalece o disposto na
Resolução, ou seja, deverá ser integralizado (e depositado no Banco Central),
no mínimo, R$ 4.300,00 (quatro mil e trezentos reais) ou R$ 3.000,00 (três
mil reais).
Constituição de uma cooperativa cujo capital subscrito é de R$ 50.000,00
(cinqüenta mil reais). Como 50% (cinqüenta por cento) do capital subscrito é
maior do que o mínimo estabelecido para seu funcionamento, prevalece o dis-
posto na Lei, ou seja, deverá ser integralizado (e depositado no Banco Cen-
tral), no mínimo, R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
O remanescente do capital subscrito inicial deverá ser integralizado, em moe-
da corrente, dentro do prazo de até 1 (um) ano contado da data da solução do
respectivo processo.

3.3. Finalização
do Processo
Deferido o pleito, a decisão será publicada no Diário Oficial.
O Banco Central comunicará o fato aos interessados e procederá à liberação do
depósito recolhido e à devolução de via dos atos societários encaminhados pela
cooperativa, devidamente autenticada, para que ela providencie o arquivamen-
to na Junta Comercial.
A autorização caducará, independentemente de qualquer despacho, se a coo-
perativa não entrar em atividade nos seguintes 90 (noventa) dias, a partir da
data do arquivamento dos documentos na Junta Comercial.
As cooperativas só podem entrar em atividade, praticando as operações que lhe
são próprias, após o arquivamento na Junta Comercial e feita a respectiva pu-
blicação.
Em caso de indeferimento os interessados são comunicados do fato, sendo
liberados diretamente aos subscritores do capital os recursos depositados no
Banco Central.

4. Eleição de
Administradores e
Conselheiros Fiscais
Presente o contido nos artigos 47, parágrafo 2º, e 56 da Lei nº 5.764/71, o

36
prazo de gestão dos administradores e conselheiros fiscais das cooperativas de
crédito se estende até a investidura dos novos eleitos.

4.1. Procedimentos
para Obter a
Homologação dos
Nomes dos Eleitos
Para obter homologação de nome para preenchimento de cargo de administra-
dor ou conselheiro, a cooperativa deve observar os seguintes procedimentos:

· convocar e realizar Assembléia-Geral;

· instruir processo junto ao Banco Central do Brasil.

4.1.1. Convocação e
Realização de
Assembléia-Geral
Deverá ser observado o contido no item 2.1.
As eleições poderão ser realizadas em AGO ou AGE, dependendo das demais
matérias a serem deliberadas pelos associados e da época de convocação.

4.1.2. Instrução
do Processo
Deverão ser protocolizados junto ao Banco Central, no prazo máximo de 15
(quinze) dias da data da assembléia, os documentos de número 1, 2 e de 6 a 9,
relacionados no Anexo II, além de folha completa do jornal em que foi publica-
do o edital de convocação e duas vias autenticadas da ata da assembléia-geral,
com assinaturas identificadas na última folha e rubricas nas demais.
O descumprimento do prazo para comunicação dos atos de eleição, bem como
eventual posse sem a devida homologação pelo Banco Central do Brasil, carac-
teriza infração, sujeitando-se os responsáveis às penalidades na forma da legis-
lação em vigor.
O Banco Central poderá, a seu critério, solicitar quaisquer outros documentos
e/ou informações adicionais que julgar necessários a respeito do pleito.

4.2. Condições para


Homologação dos
Nomes dos Eleitos
A homologação dos nomes dos eleitos em assembléias é proferida pelo Banco
Central do Brasil, sem ônus.

37
A homologação está condicionada:

· à regularidade das formalidades legais do ato societário;

· a que sejam respeitadas as disposições legais e estatutárias para composição


do órgão de administração e/ou Conselho Fiscal;

· à inexistência de restrição cadastral aos nomes dos eleitos.

4.2.1. Regularidade
do Ato Societário
Será considerado regular o ato societário que observar os requisitos necessários
à convocação, à instalação de assembléia, ao quórum de instalação e de delibe-
ração e ao registro (itens 2.1 e 2.2).

4.2.2. Composição
de Órgãos
Estatutários
A administração das sociedades cooperativas poderá ser exercida por uma dire-
toria ou conselho de administração, compostos exclusivamente de associados
eleitos pela assembléia-geral, com mandato nunca superior a 4 (quatro) anos,
sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) dos membros do
conselho de administração.
A assembléia ou o próprio conselho de administração poderá escolher, entre
seus membros, pessoas com função executiva, desde que haja previsão
estatutária.
O Conselho Fiscal das cooperativas deverá ser composto de 3 (três) membros
efetivos e igual número de suplentes, eleitos pela AGO, com mandato de 1
(um) ano, sendo que somente é permitida a reeleição, como efetivo ou suplen-
te, de 1 (um) membro efetivo e de 1 (um) membro suplente.
Não pode haver parentesco até o 2º (segundo) grau, em linha reta ou colateral,
dentre o agrupamento de pessoas componentes do órgão de administração e do
Conselho Fiscal.

4.2.3. Restrição
Cadastral
Observar o disposto no item 3.2.2.

4.3. Finalização
do Processo
Caso seja deferido, uma via do ato societário, devidamente autenticada, é de-

38
volvida à sociedade, que deverá providenciar o seu arquivamento na Junta Co-
mercial.
Em caso negativo, será recomendada, se for o caso, a realização de assembléia-
geral extraordinária com a finalidade de retificar e ratificar as deliberações pre-
tendidas.
Devem ser objeto de comunicação ao Banco Central do Brasil as informações
relativas às datas de posse, renúncia e desligamento, bem como de afastamen-
tos temporários superiores a 15 (quinze dias), dos ocupantes de cargos
estatutários (art. 5º da Circular nº 2.932/99).

5. Reforma do
Estatuto Social

5.1. Procedimentos
para Aprovação de
Reforma Estatutária
Para obter aprovação para reforma estatutária, os interessados devem observar
os seguintes procedimentos:

· convocar e realizar Assembléia-Geral Extraordinária;

· instruir processo junto ao Banco Central do Brasil.

5.1.1. Convocação e
Realização de
Assembléia-Geral
Extraordinária
Deverá ser observado o disposto nos itens 2.1 e 2.2.

5.1.2. Instrução
do Processo
Deverão ser protocolizados junto ao Banco Central, no prazo máximo de 30
(trinta) dias da data da assembléia, os documentos abaixo indicados:

· requerimento, com os dados básicos da cooperativa (denominação e endere-


ço), assinatura e identificação dos signatários;

· 4 (quatro) vias autenticadas, com assinaturas identificadas na última folha e


rubricas nas demais, do estatuto social e duas vias autenticadas da ata da assem-
bléia-geral extraordinária; e

· folha completa do jornal em que foi publicado o edital de convocação.

39
O Banco Central poderá, a seu critério, solicitar quaisquer outros documentos
e/ou informações adicionais que julgar necessários a respeito do pleito.

5.2. Condições para


Aprovação da
Reforma Estatutária
A aprovação da reforma estatutária pelo Banco Central do Brasil está condicio-
nada:

· à regularidade das formalidades legais do ato societário;

· a que as alterações estatutárias estejam de acordo com a legislação e a regu-


lamentação vigentes.

5.2.1. Regularidade
do Ato Societário
Deverá ser observado o disposto nos itens 2.2 e 2.3, bem como o contido no
item 2.1 relacionado às assembléias-gerais extraordinárias.

5.2.2. Alterações
Previstas no Edital
de Convocação
De acordo com o disposto no artigo 45 da Lei nº 5.764/71, para ser considerada
válida a alteração, inclusão ou exclusão de artigos do estatuto social, ela deverá
estar prevista no edital de convocação da assembléia.

5.3. Finalização
do Processo
Caso seja deferido, uma via do ato societário, devidamente autenticada, é de-
volvida à sociedade, que deverá providenciar o seu arquivamento na Junta Co-
mercial.
Em caso negativo, será recomendada, se for o caso, a realização de assembléia-
geral extraordinária com a finalidade de retificar e/ou ratificar as deliberações
pretendidas.

6. Fusão,
Incorporação e
Desmembramento
É permitido às sociedades cooperativas de crédito, no interesse exclusivo dos

40
associados, proceder à fusão, incorporação ou desmembramento, cujas caracte-
rísticas são as seguintes:

· fusão: é o processo pelo qual 2 (duas) ou mais cooperativas de crédito deci-


dem fundir seus patrimônios – direitos e obrigações –, resultando em uma
nova sociedade e, em conseqüência, na extinção das sociedades que participa-
ram da operação de fusão;

· incorporação: é o processo em que uma sociedade cooperativa absorve o


patrimônio, recebe os associados, assume as obrigações e adquire direitos, de
uma ou mais cooperativas participantes da operação de incorporação;

· desmembramento: é o processo pelo qual a sociedade cooperativa poderá


desmembrar-se em tantas sociedades quanto desejar ou forem necessárias, para
atender aos interesses de seus associados.
Qualquer que seja a operação, as novas sociedades resultantes do processo de
fusão, incorporação ou desmembramento deverão, em especial, estar enqua-
dradas nas condições legais e regulamentares referentes à formatação do qua-
dro social e área de ação.

6.1. Procedimentos
para Aprovação
Para obter aprovação dos atos de fusão, incorporação ou desmembramento, os
interessados devem observar os seguintes procedimentos:

· convocar e realizar Assembléias-Gerais Extraordinárias para deliberar e apro-


var a operação;

· instruir processo junto ao Banco Central do Brasil.

6.1.1. Convocação e
Realização de
Assembléia-Geral
Extraordinária
Em caso de incorporação ou fusão, as cooperativas envolvidas deverão, cada
uma, convocar assembléia-geral extraordinária para deliberar sobre a operação e
para indicar os membros que irão compor a comissão mista que procederá aos
estudos necessários.
Nos estudos a comissão mista procederá à avaliação do patrimônio (no caso de
incorporação a avaliação poderá ficar restrita à sociedade incorporada) com base
em balancete ou balanço, ao plano de distribuição de quotas-partes, ao destino
dos fundos de reserva e ao projeto do estatuto (caso seja alterado), dentre
outros.
Posteriormente, as cooperativas envolvidas deverão convocar seus associados

41
para a realização de assembléia-geral extraordinária conjunta com a finalidade
de deliberarem sobre:

· aprovação do relatório da comissão mista;

· homologação da operação de fusão ou incorporação;

· alteração do estatuto social, se for o caso; e

· eleição de membros de órgãos estatutários, se for o caso.


Tendo em vista que a assembléia-geral é o órgão supremo das cooperativas, o
Banco Central do Brasil tem admitido a realização de apenas uma assembléia-
geral para aprovação de nomes dos membros previamente indicados pelos res-
pectivos órgãos de administração, ad referendum da assembléia-geral, para com-
por a comissão mista; do relatório da comissão mista; e da operação propria-
mente dita.

6.1.2. Instrução
do Processo
Para que o pleito seja examinado, deverão ser protocolizados junto ao Banco
Central:

· requerimento, com os dados básicos das cooperativas envolvidas, assinatura


e identificação dos signatários;

· folhas completas dos jornais em que foram publicados os editais de convoca-


ção;

· 2 (duas) vias das atas das assembléias-gerais realizadas;

· 4 (quatro) vias dos estatutos sociais (se for o caso);

· relatórios das comissões, caso não estejam transcritos em ata.


Se ocorrer eleição, deverão ser observados os aspectos pertinentes ao assunto
(item 4).

6.2. Condições para


Aprovação
das Deliberações
A aprovação, pelo Banco Central do Brasil, dos atos das operações realizadas
está condicionada:

· à regularidade das formalidades legais dos atos societários realizados;

· a que a operação seja devidamente aprovada pela assembléia;

· à inexistência de restrições cadastrais aos nomes dos eleitos, se for o caso.

42
6.2.1. Regularidade
dos Atos Societários
Deverá ser observado o disposto nos itens 2.2 e 2.3, bem como o contido no
item 2.1 relacionado às assembléias-gerais extraordinárias.

6.2.2. Aprovação da
Operação pelas
Assembléias-Gerais
As operações devem ser expressamente aprovadas pelas respectivas assembléias-
gerais.

6.2.3. Restrição
Cadastral
Em caso de eleições, observar o disposto no item 3.2.2.

6.3. Finalização
do Processo
Caso seja deferido, uma via do ato societário, devidamente autenticada, é de-
volvida à sociedade, que deverá providenciar o seu arquivamento na Junta Co-
mercial.
A aprovação da operação implica cancelamento da autorização para funciona-
mento da sociedade incorporada ou das sociedades fusionadas, e concessão de
autorização para funcionamento das novas sociedades resultantes da fusão ou
desmembramento.
Em caso negativo, será recomendada, se for o caso, a realização de assembléias-
gerais extraordinárias com a finalidade de retificar e ratificar as deliberações
pretendidas.

7. Dissolução e
Liquidação de
Cooperativas
As sociedades cooperativas dissolvem-se de pleno direito (Lei nº 5.764/71,
artigo 63):

· quando assim deliberar a assembléia-geral, desde que os associados, totalizando


o número de, no mínimo, 20 (vinte), não se disponham a assegurar a sua conti-
nuidade;

· pelo decurso de prazo de duração;

· pela consecução dos objetivos predeterminados;

43
· em função da alteração da sua forma jurídica;

· pela redução do número mínimo de associados ou do capital social mínimo


se, até a assembléia-geral subseqüente, realizada em prazo não inferior a 6 (seis)
meses, eles não forem restabelecidos;

· pelo cancelamento da autorização para funcionamento;

· pela paralisação de suas atividades por mais de 120 (cento e vinte) dias.
Quando a dissolução for deliberada pela assembléia-geral, esta nomeará um ou
mais liquidantes e um conselho fiscal de 3 (três) membros para proceder à sua
liquidação, cujo processo, na forma da legislação em vigor, só poderá ser inicia-
do após a anuência do Banco Central.
O liquidante, até a solução do processo de cancelamento, é o responsável pelo
cumprimento das disposições legais e regulamentares vigentes, tais como: de-
monstrações financeiras, prestação de informações requeridas e remessa de
documentos relativos a conclaves realizados.
O Banco Central poderá cancelar a autorização para funcionamento de coopera-
tivas cujas atividades se achem paralisadas ou que estejam em regime de liqui-
dação.
A paralisação ou o regime de liquidação caracterizam-se por:

· deliberação de assembléia dos cooperados no sentido da paralisação ou liqui-


dação;

· apuração pelo Banco Central, a qualquer momento, da paralisação, por mais


de 120 (cento e vinte) dias, das atividades da cooperativa, ou do envio dos
demonstrativos financeiros exigidos pela regulamentação em vigor; e

· aviso espontâneo, dirigido pela cooperativa ao Banco Central.


Poderá ser cancelada a autorização para funcionamento de cooperativa de cré-
dito simultaneamente com a homologação de atos societários relativos ao in-
gresso da sociedade no regime de liquidação ordinária, desde que existam con-
dições favoráveis para tal medida, principalmente que o montante dos bens e
direitos seja superior às obrigações da sociedade e que inexista fato impeditivo
detectado pela fiscalização do Banco Central do Brasil.
Os recursos remanescentes das cooperativas de crédito liquidadas ou dissolvi-
das reverterão em favor da União, na qualidade de sucessora dos direitos e
obrigações do extinto Banco Nacional de Crédito Cooperativo.

7.1. Procedimentos
para Aprovação
Para obter aprovação dos atos de liquidação ou dissolução, os interessados de-
vem observar os seguintes procedimentos:

44
·convocar e realizar assembléia-geral extraordinária para deliberar e aprovar a
matéria;

· instruir processo junto ao Banco Central do Brasil.

7.1.1. Convocação e
Realização de
Assembléia-Geral
Extraordinária
Observar o disposto no item 2.1.

7.1.2. Instrução
do Processo
Após a realização da assembléia-geral que decidir pela dissolução da sociedade,
deverão ser remetidos ao Banco Central as folhas completas dos jornais em que
foram publicados os editais de convocação e os documentos de número 1, 6, 7
e 9, constantes do Anexo II, relacionados à nomeação do liquidante e Conselho
Fiscal, bem como 2 (duas) vias da ata da assembléia-geral extraordinária que
deliberou o assunto.

7.2. Condições para


Homologação das
Deliberações
A homologação dos atos de dissolução e liquidação, pelo Banco Central do Bra-
sil, está condicionada:

· à regularidade das formalidades legais do ato societário realizado;

· à inexistência de restrições cadastrais aos nomes do liquidante e conselhei-


ros fiscais nomeados.

7.2.1. Regularidade
do Ato Societário
Observar o disposto nos itens 2.1 e 2.2.

7.2.2. Restrição
Cadastral
Observar o disposto no item 3.2.2.

7.3. Finalização
do Processo
Caso seja deferido, a sociedade é comunicada a respeito, devendo proceder ao
arquivamento, na Junta Comercial, dos atos societários.

45
Em caso negativo, será recomendada, se for o caso, a realização de assembléia-
geral extraordinária com a finalidade de retificar e ratificar as deliberações pre-
tendidas.

8. Filiação à
Cooperativa Central
de Crédito
A filiação ou desfiliação da cooperativa singular de crédito à cooperativa central
de crédito, deverá ser deliberada em assembléia-geral da singular.
A filiação pressupõe autorização à cooperativa central de crédito para supervisio-
nar o funcionamento da sociedade e nela realizar auditorias, podendo, para tan-
to, examinar livros e registros de contabilidade e outros papéis ou documentos
ligados às suas atividades, e coordenar o cumprimento das disposições regula-
mentares referentes à implementação de sistema de controles internos.
Para participar do processo de centralização financeira, a cooperativa filiada
deverá estruturar-se adequadamente, segundo orientações emanadas da coo-
perativa central de crédito.
A responsabilidade da cooperativa filiada pelos compromissos da cooperativa
central de crédito é usualmente limitada ao valor do capital por elas subscrito.
Contudo, poderá, excepcionalmente, responder solidariamente com o respec-
tivo patrimônio, pelas obrigações contraídas pela central, exclusivamente em
decorrência de sua participação no Serviço de Compensação de Cheques e
Outros Papéis - Compe.
Com vistas a diminuir riscos para as cooperativas singulares e o sistema associado,
as cooperativas filiadas a centrais deverão prever em seus estatutos:

·cláusula de responsabilidade solidária com as demais filiadas exclusivamente


pelas obrigações contraídas pela central em decorrência da participação na
Compe; e

· reconhecimento do papel das centrais, especialmente quanto à:

· capacitação de recursos humanos;

· implementação e administração de sistemática de controles internos (Res.


2.554/98);

· auditoria, liberando o acesso às informações, documentos e livros de


pertinência;

· possibilidade de acompanhamento especial em decorrência de infrações a


regras oficiais ou internas, com vistas a corrigir quadro operacional adverso que
coloque em risco a liquidez da cooperativa e do respectivo Sistema;

·participação em fundo de liquidez administrado pela central e/ou banco coo-


perativo e/ou confederação de cooperativas.

46
9. Cooperativas
Centrais de Crédito
Com a edição da Resolução nº 2.608 de 27.05.99, sucedida pela Resolução
nº 2.771, de 30.08.2000, foram conferidas às cooperativas centrais de crédi-
to atribuições específicas referentes à supervisão e realização de auditorias
em suas filiadas, ficando assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos
relatórios elaborados e informações relevantes, apuradas no exercício dessas
atribuições.
Da mesma forma, foi reforçado o papel institucional das centrais com vistas à
coordenação e supervisão do sistema cooperativo, introduzindo-se algumas fa-
cilidades para as cooperativas singulares a elas filiadas, em relação às não-filiadas,
tais como:

·dispensa da obrigatoriedade de se submeterem à realização de auditoria inde-


pendente, visto que contam com a supervisão de uma cooperativa central;

· redução de cerca de 30% (trinta por cento) sobre os valores mínimos estipu-
lados para capital e PLA, bem como ampliação de 1 (um) ano no prazo para
atingir os valores mínimos de PLA;

· limite de endividamento de 10 (dez) vezes o PLA, enquanto as não-filiadas


a centrais têm o limite de 5 (cinco) vezes o PLA;

· limite de concentração de risco por cliente de 10% (dez por cento) do PLA,
enquanto as não-filiadas a centrais têm o limite de 5% (cinco por cento) do
PLA.
Nas assembléias-gerais das cooperativas centrais de crédito, as filiadas são re-
presentadas por administrador ou associado credenciado pelo respectivo órgão
de administração.
O estatuto social da cooperativa central de crédito deverá prever quais pessoas
poderão se candidatar ao exercício dos seus cargos de administração e fiscaliza-
ção, dentre os administradores, fiscais e associados das cooperativas singulares
filiadas.
Para a constituição, eleição, reforma de estatuto e demais atos societários, as
cooperativas centrais observam, no que couber, o disposto nos itens anteriores.

10. Bancos
Cooperativos
Bancos Cooperativos são bancos comerciais, constituídos sob a forma de socie-
dades anônimas que diferenciam-se dos demais por terem como acionistas,
exclusivamente, as Cooperativas de Crédito.

47
Devem fazer constar, obrigatoriamente, de sua denominação a expressão “Ban-
co Cooperativo” e têm sua atuação restrita às Unidades da Federação em que
estejam situadas as sedes das pessoas jurídicas (cooperativas) controladoras.
Podem firmar convênio de prestação de serviços com cooperativas de crédito
localizadas em sua área de atuação. É vedada a sua participação no capital social
de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil.
Na constituição de um Banco Cooperativo devem ser seguidos os procedimen-
tos pertinentes para a constituição de banco comercial (ver roteiro específico),
com a seguinte particularidade: apenas as pessoas jurídicas controladoras de-
vem publicar declaração de propósito e comprovar capacidade econômica com-
patível com o empreendimento.

11. Unidade
Administrativa
Desmembrada (UAD)
e Postos de
Atendimento
Conforme o disposto no Anexo II à Resolução nº 2.099/94 e Circular nº 2.501/
94, as sociedades cooperativas, com o objetivo de melhor atender seus associa-
dos e desenvolver suas atividades, podem manter Unidades Administrativas
Desmembradas (UAD) e instalar os seguintes postos de atendimento: Posto
de Atendimento Cooperativo (PAC) e Posto de Atendimento Transitório (PAT).

11.1. Unidade
Administrativa
Desmembrada (UAD)
Destinada a executar atividades contábeis e administrativas de natureza inter-
na, deve ser instalada no município onde situa-se a sede ou onde haja PAC
instalado, sendo vedado a atendimento ao público e a divulgação de seu ende-
reço em impresso ou em qualquer tipo de propaganda.
A instalação de UAD deve ser objeto de comunicação ao Banco Central do
Brasil com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis. Já a mudança de
endereço, encerramento e alteração dos serviços desmembrados deverão ser
comunicados no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data da
ocorrência.

11.2. Posto de
Atendimento
Cooperativo (PAC)
É a dependência da cooperativa de crédito destinada a prestar serviços para os

48
quais esteja regulamentarmente habilitada, em sua área de ação, conforme
estabelecida no Estatuto Social.
O atendimento deve ser executado exclusivamente por funcionários da coope-
rativa, podendo ter horário de atendimento ao público diferente do horário de
funcionamento da sede.
Não pode ter contabilidade própria, devendo seu movimento diário ser incor-
porado ao da sede na mesma data em que ocorrer.
A instalação de PAC está condicionada à prévia comunicação ao Banco Central
do Brasil e ao prévio atendimento, pela cooperativa, dos seguintes limites
operacionais: níveis mínimos de capital realizado e patrimônio líquido ajusta-
do; índice de imobilizações e limites de endividamento e de diversificação de
risco.
A instalação deve ser objeto de comunicação ao Banco Central do Brasil com
antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis. A mudança de endereço e o en-
cerramento devem ser objeto de comunicação no prazo máximo de 5 (cinco)
dias, contados da data de sua ocorrência.

11.3. Posto de
Atendimento
Transitório (PAT)
Somente pode ser instalado em recintos de feiras, de exposições, de congres-
sos e de outros eventos de natureza semelhante ou em locais de grande afluxo
temporário de público, na área de ação da cooperativa.
Destina-se a prestar os serviços permitidos à instituição, vedado seu funciona-
mento por mais de 90 (noventa) dias, podendo ter horário de atendimento ao
público diferente do horário de funcionamento da sede.
Subordina-se à sede, a cuja contabilidade seu movimento diário deve ser incor-
porado na mesma data em que ocorrer.
A instalação de PAT está condicionada à prévia comunicação ao Banco Central
do Brasil e ao prévio atendimento, pela cooperativa, dos seguintes limites
operacionais: níveis mínimos de capital realizado e patrimônio líquido ajusta-
do; índice de imobilizações e limites de endividamento e de diversificação de
risco.
O início de atividades deve ser objeto de comunicação ao Banco Central do
Brasil com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis.

12. Base Legal e


Regulamentar
Lei nº 4.595, de 31.12.64 – Dispõe sobre a política e as instituições monetá-

49
rias, bancárias e creditícias, cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras
providências.
Lei nº 5.764, de 16.12.71 – Define a política nacional de cooperativismo, ins-
titui o regime jurídico das sociedades cooperativas e dá outras providências.
Lei nº 6.981, de 30.03.82 – Altera a redação do artigo 42 da Lei nº 5.764/71.
Decreto nº 1.260, de 29.09.94 – Outorga poderes ao Banco do Brasil S.A. para
administrar e cobrar os créditos bancários do extinto Banco Nacional de Crédi-
to Cooperativo S.A. – BNCC.
Resolução nº 2.025, de 24.11.93 – Altera e consolida as normas relativas à
abertura, manutenção e movimentação de contas de depósito.
Resolução nº 2.099, de 17.08.94 – Regulamento anexo III – Estabelece con-
dições para instalação e funcionamento de UAD e postos de atendimento (PAC
e PAT).
Resolução nº 2.193, de 31.08.95 – Dispõe sobre a constituição e o funciona-
mento de bancos comerciais com a participação exclusiva de cooperativas de
crédito.
Resolução nº 2.267, de 29.03.96 – Trata da indicação, pelas instituições finan-
ceiras, de responsável pela contabilidade/auditoria.
Resolução nº 2.554, de 24.09.98 – Dispõe sobre a implantação e implementação
de sistema de controles internos.
Resolução nº 2.645, de 22.09.99 – Estabelece condições para o exercício de
cargos em órgãos estatutários de instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Resolução nº 2.771, de 30.08.2000 – Aprova o Regulamento que disciplina a
constituição e o funcionamento de cooperativas de crédito.
Circular nº 1.958, 10.05.91 – Institui o formulário cadastral simplificado.
Circular nº 2.452, de 21.07.94 – Estabelece normas complementares relativas
à abertura, manutenção e movimentação de contas de depósito.
Circular nº 2.932, de 30.09.99 – Estabelece procedimentos relativamente ao
exercício de cargos em órgãos estatutários de instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Carta-Circular nº 2.613, de 09.02.96 – Estabelece procedimentos para remes-
sa ou atualização de informações cadastrais relativas a membros de órgãos
estatutários de instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, e de
administradoras de consórcio.
Lembramos que foram listados os principais normativos. Esta relação, portan-
to, não esgota o assunto em questão.

50
13. ANEXOS

51
Anexo I

Endereço dos Componentes do Departamento de Organização


do Sistema Financeiro – DEORF

As solicitações e o envio de documentos devem ser dirigidos ao Banco Central


do Brasil – DEORF, nos endereços a seguir indicados:

a) Instituições com sede nos Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas,


Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Nor-
te, Rondônia, Roraima e Sergipe:

· Banco Central do Brasil


DEORF - Departamento de Organização do Sistema Financeiro
Gerência Técnica em Recife
Rua da Aurora, 1.259 – Bairro de Santo Amaro
Caixa Postal 1445
50040-090 - RECIFE (PE)
FAX: (81) 3413-4270
Telefones: (81) 3413-4139, 3413-4117 e 3413-4138

b) Instituições com sede no Distrito Federal:

· Banco Central do Brasil


DEORF - Departamento de Organização do Sistema Financeiro
SBS, Quadra 3, Bloco B
Caixa Postal 8670
70074-900 - BRASÍLIA (DF)
FAX: (61) 225-7149
Telefones: (61) 414-2854, 414-2384

52
c) Instituições com sede nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo:

· Banco Central do Brasil


DEORF - Departamento de Organização do Sistema Financeiro
Gerência Técnica no Rio de Janeiro
Av. Presidente Vargas, 730
20071-001 - RIO DE JANEIRO (RJ)
FAX: (21) 3805-5230
Telefones: (21) 3805-5240, 3805-5173, 3805-5573

d) Instituições com sede nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e São
Paulo:

· Banco Central do Brasil


DEORF - Departamento de Organização do Sistema Financeiro
Gerência Técnica em Belo Horizonte
Av. Álvares Cabral, 1.605
Caixa Postal 887
30170-001 - BELO HORIZONTE (MG)
FAX: (31) 3335-9940
Telefones: (31) 3253-7176, 3253-7185, 3253-7222, 3253-7168

e) Instituições com sede nos Estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul:

· Banco Central do Brasil


DEORF - Departamento de Organização do Sistema Financeiro
Gerência Técnica em Curitiba
Rua Carlos Pioli, 133 - Bom Retiro
80520-170 - CURITIBA (PR)
FAX: (41) 313-2990
Telefones: (41) 313-2981, 313-2982, 313-2980

53
f) Instituições com sede nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina:

· Banco Central do Brasil


DEORF - Departamento de Organização do Sistema Financeiro
Gerência Técnica em Porto Alegre
Rua 7 de Setembro, 586
Caixa Postal 919
90010-190 - PORTO ALEGRE (RS)
FAX: (51) 215-7241
Telefones: (51) 3215-7242, 3215-7241, 3221-6025

54
Anexo II

Relação dos Documentos Necessários para Instrução de Processos


de Autorização para Funcionamento

1) requerimento, com os dados básicos da cooperativa (denominação e endere-


ço), assinatura e identificação dos signatários;
2) designação dos diretores responsáveis pela área contábil, pelas contas de
depósito e pelo cumprimento das medidas estabelecidas na Circular 2.852/98
(lavagem de dinheiro - Lei nº 9.613/98);
3) 4 (quatro) vias autenticadas (com assinaturas identificadas na última folha
e rubricas nas demais) do ato constitutivo (ata da assembléia-geral de consti-
tuição, estatuto social e demais anexos inseparáveis), que deverão conter visto
de advogado, devidamente identificado com o nome do profissional, número
de inscrição na OAB e respectiva seccional (Lei nº 8.906, de 04.07.94);
4) relação dos associados fundadores, que deverão ser no mínimo de 20 (vin-
te), discriminando quotas subscritas e integralizadas;
5) comprovante do recolhimento ao Banco Central do Brasil do valor do capital
integralizado;
6) formulário cadastral, de acordo com o modelo instituído pela Circular 1.958,
de 10.05.91, contendo todos os dados dos administradores, ou preferencial-
mente, preenchimento dos dados por meio da transação PCFJ750 do
SISBACEN (Carta-Circular 2.613, de 09.02.96);
7) documento com informações sobre ato de eleição ou nomeação (Circulares
518, de 01.04.80, e 624, de 31.03.81);
8) 2 (duas) vias autenticadas (com assinaturas identificadas na última folha e
rubricas nas demais) da ata da reunião do conselho de administração que esco-
lheu os ocupantes de cargos executivos, se for o caso;
9) declaração firmada pelo eleito ou nomeado, de acordo com o modelo cons-
tante do Anexo I (itens I e V) da Circular 2.932, de 30.09.99.

55
Anexo III

Modelo de Estatuto Social

(Adotado, como sugestão, a administração da sociedade por Diretoria)


COOPERATIVA DE ... (denominação social completa)

ESTATUTO SOCIAL
CAPÍTULO I
Da Natureza, Denominação, Sede, Foro, Área de Ação,
Prazo de Duração e Exercício Social

Art. 1º. A COOPERATIVA DE ... (denominação social completa – vide artigos


específicos conforme o tipo de cooperativa, no Anexo III – Estatuto Social -
Complementos), constituída ...

CAPÍTULO II
Do Objeto Social

Art. 2º. A cooperativa tem por objeto social ... (conforme o tipo da cooperativa
– vide artigos específicos ao final do documento).

CAPÍTULO III
Dos Associados

Art. 3º. Podem associar-se à cooperativa ... (conforme o tipo da cooperativa –


vide artigos específicos ao final do documento).
Art. 4º. Para associar-se à cooperativa o candidato preencherá proposta de ad-
missão. Verificadas as declarações constantes da proposta e aceita esta pelo
órgão de administração, o candidato integralizará, no mínimo, metade das quo-
tas-partes de capital subscritas e será inscrito no Livro ou ficha de Matrícula.
Art. 5º. Não podem ingressar na cooperativa as instituições financeiras e as
pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades que contrariem seus objeti-
vos ou com eles colidam.

56
Art. 6º. São direitos dos associados:
I – tomar parte nas assembléias-gerais, discutir e votar os assuntos que nelas
forem tratados, ressalvadas as disposições legais ou estatutárias em contrário;
II – ser votado para os cargos sociais, desde que atendidas as disposições legais
ou regulamentares pertinentes;
III – propor medidas que julgar convenientes aos interesses sociais;
IV – beneficiar-se das operações e serviços objetos da cooperativa, de acordo
com este estatuto e regras estabelecidas pela assembléia-geral e pelo órgão de
administração;
V – examinar e pedir informações atinentes às demonstrações financeiras do
exercício e demais documentos a serem submetidos à assembléia-geral;
VI – retirar capital, juros e sobras, nos termos deste estatuto;
VII – tomar conhecimento dos regulamentos internos da cooperativa;
VIII – demitir-se da cooperativa quando lhe convier.
Parágrafo único. A igualdade de direito dos associados é assegurada pela coope-
rativa, que não pode estabelecer restrições de qualquer espécie ao livre exercí-
cio dos direitos sociais.
Art. 7º. São deveres e obrigações dos associados:
I – subscrever e integralizar as quotas-partes de capital;
II – satisfazer os compromissos que contrair com a cooperativa;
III – cumprir as disposições deste estatuto e dos regulamentos internos e
respeitar as deliberações tomadas pelos órgãos sociais e dirigentes da coopera-
tiva;
IV – zelar pelos interesses morais e materiais da cooperativa;
V – cobrir sua parte nas perdas apuradas, nos termos deste estatuto;
VI – ter sempre em vista que a cooperação é obra de interesse comum ao qual
não deve sobrepor seu interesse individual;
VII – não desviar a aplicação de recursos específicos obtidos na cooperativa
para finalidades não previstas nas propostas de empréstimos e permitir ampla
fiscalização da aplicação.
Art. 8º. O associado responde subsidiariamente pelas obrigações contraídas pela
cooperativa perante terceiros, até o limite do valor das quotas-partes de capital
que subscreveu. Esta responsabilidade, que só poderá ser invocada depois de
judicialmente exigida da cooperativa, subsiste também para os demitidos, eli-
minados ou excluídos, até quando forem aprovadas, pela assembléia-geral, as
contas do exercício em que se deu o desligamento.

57
Parágrafo único. As obrigações dos associados falecidos, contraídas com a coo-
perativa, e as oriundas de sua responsabilidade como associado em face de ter-
ceiros, passam aos herdeiros, prescrevendo, porém, após 1 (um) ano contado
do dia da abertura da sucessão.
Art. 9º. A demissão do associado, que não pode ser negada, dá-se unicamente a
seu pedido, por escrito.
Art. 10. O órgão de administração eliminará o associado que, além dos motivos
de direito:
I – venha a exercer qualquer atividade considerada prejudicial à cooperativa;
II – praticar atos que desabonem o conceito da cooperativa;
III – faltar ao cumprimento das obrigações assumidas com a cooperativa ou
causar-lhe prejuízo.
Art. 11. A eliminação em virtude de infração legal ou estatutária será decidida
em reunião do órgão de administração e o fato que a ocasionou deverá constar
de termo lavrado no Livro de Matrícula ou Ficha.
§ 1º Cópia autenticada do termo de eliminação será remetida ao associado den-
tro de 30 (trinta) dias, contados da data da reunião em que ficou deliberada a
eliminação.
§ 2º No prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação, o associado pode
interpor recurso para a primeira assembléia-geral que realizar-se, que será rece-
bido pelo órgão de administração, com efeito suspensivo.
Art. 12. A exclusão do associado será feita por dissolução da pessoa jurídica,
morte da pessoa física, incapacidade civil não suprida ou perda do vínculo co-
mum que lhe facultou ingressar na cooperativa.

CAPÍTULO IV
Do Capital Social

Art. 13. O capital social é dividido em quotas-partes de R$ ... (valor por exten-
so) cada uma, é ilimitado quanto ao máximo e variável conforme o número de
associados e a quantidade de quotas-partes subscritas, não podendo ser infe-
rior a R$ ... (valor por extenso).
Art. 14. O capital social será sempre realizado em moeda corrente nacional,
sendo as quotas-partes de subscrição inicial e as dos aumentos de capital
integralizadas no mínimo metade no ato e as restantes em até 12 (doze) parce-
las mensais.
§ 1º No ato de sua admissão, cada associado deverá subscrever no mínimo ...
(quantidade por extenso) quotas-partes.

58
§ 2º Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do total das
quotas-partes.
§ 3º As quotas-partes do capital integralizado responderão sempre como garan-
tia das obrigações que o associado assumir com a cooperativa.
Art. 15. Para o aumento contínuo do capital social, cada associado se obriga a
subscrever e integralizar mensalmente o mínimo de ... (numeral e por extenso)
quotas-partes de capital.
Parágrafo único. O capital integralizado por cada associado deve permanecer na
cooperativa por prazo que possibilite o desenvolvimento regular da sociedade e
o cumprimento dos limites estabelecidos pela regulamentação em vigor, sendo
que eventuais solicitações de resgate poderão ser examinadas pelo órgão de
administração, caso a caso.
Art. 16. O associado não poderá ceder suas quotas-partes de capital a pessoas
estranhas ao quadro social, nem oferecê-las em penhor ou negociá-las com ter-
ceiros.
Art. 17. A devolução do capital – ao associado demitido, eliminado ou excluído
– será feita após a aprovação, pela assembléia-geral, do balanço do exercício em
que se deu o desligamento.
§ 1º Ocorrendo desligamento de associados em que a devolução do capital
possa afetar a estabilidade econômico-financeira da cooperativa, a restituição
poderá ser parcelada em prazos que resguardem a continuidade de funciona-
mento da sociedade, a critério do órgão de administração.
§ 2º Eventual débito do associado poderá ser deduzido do valor das suas quo-
tas-partes.
§ 3º Os herdeiros ou sucessores têm direito a receber o capital e demais crédi-
tos do associado falecido, deduzidos os eventuais débitos por ele deixados,
antes ou após o balanço de apuração do resultado do exercício em que ocorreu
o óbito, a juízo do órgão de administração.

CAPÍTULO V
Das Operações

Art. 18. A cooperativa poderá realizar as operações e prestar os serviços permi-


tidos pela regulamentação em vigor, sendo que as operações de captação de
recursos oriundos de depósitos à vista e a prazo, e de concessão de créditos,
serão praticadas exclusivamente com seus associados.
§1º As operações obedecerão sempre a prévia normatização por parte do órgão
de administração, que fixará prazos, juros, remunerações, formas de pagamento
e todas as demais condições necessárias ao bom atendimento das necessidades
do quadro social.

59
§ 2º Somente podem ser realizados empréstimos a associados admitidos há
mais de 30 (trinta) dias.
Art. 19. A sociedade somente pode participar do capital de:
I - cooperativas centrais de crédito;
II - instituições financeiras ou outras empresas controladas diretamente pelas
cooperativas centrais;
III - entidades de representação institucional, de cooperação técnica ou edu-
cacional.

CAPÍTULO VI
Dos Órgãos Sociais

Art. 20. A cooperativa exerce sua ação pelos seguintes órgãos sociais:
I – Assembléia-Geral;
II – Diretoria;
III – Conselho Fiscal.

SEÇÃO I
Das Assembléias-Gerais

Art. 21. A assembléia-geral, que poderá ser ordinária ou extraordinária, é o ór-


gão supremo da cooperativa, tendo poderes dentro dos limites da lei e deste
estatuto para tomar toda e qualquer decisão de interesse social.
§ 1º As decisões tomadas em assembléia-geral vinculam a todos os associados,
ainda que ausentes ou discordantes.
§ 2 º A assembléia-geral poderá ser suspensa, admitindo-se a continuidade em
data posterior, sem necessidade de novos editais de convocação, desde que
determinada a data, hora e local de prosseguimento da sessão, e que, tanto na
abertura quanto no reinício, conte com o quórum legal, o qual deverá ser regis-
trado na ata.
Art. 22. A assembléia-geral será convocada com antecedência mínima de 10
(dez) dias, em primeira convocação, mediante edital divulgado de forma tríplice
e cumulativa, da seguinte forma:
I – afixação em locais apropriados das dependências comumente mais freqüen-
tadas pelos associados;
II – publicação em jornal de circulação regular; e
III – comunicação aos associados por intermédio de circulares.

60
§ 1º Não havendo no horário estabelecido quórum de instalação, a assembléia
poderá realizar-se em segunda e terceira convocações, no mesmo dia da primei-
ra, com o intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre a realização por uma ou outra
convocação, desde que assim conste do respectivo edital.
§ 2º A convocação será feita pelo Diretor Presidente, pelo órgão de administra-
ção, pelo Conselho Fiscal, ou após solicitação não atendida no prazo de 5 (cin-
co) dias, por 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gozo dos seus direitos.
Art. 23. O edital de convocação deve conter (no caso de assembléia de delega-
dos, seguir a seqüência de artigos específica para delegados):
I – a denominação da Cooperativa, seguida da expressão: Convocação da As-
sembléia-Geral Ordinária ou Extraordinária;
II – o dia e hora da assembléia em cada convocação, assim como o local da sua
realização;
III – a seqüência numérica da convocação;
IV – a ordem do dia dos trabalhos, com as devidas especificações;
V – o número de associados existentes na data da expedição, para efeito de
cálculo de quórum de instalação;
VI – local, data, nome e assinatura do responsável pela convocação.
Parágrafo único. No caso de a convocação ser feita por associados, o edital deve
ser assinado, no mínimo, por 4 (quatro) dos signatários do documento que a
solicitou.
Art. 24. O quórum mínimo de instalação da assembléia-geral, verificado pelas
assinaturas lançadas no livro de presenças da assembléia, é o seguinte:
I – 2/3 (dois terços) dos associados, em primeira convocação;
II – metade mais 1 (um) dos associados, em segunda convocação;
III – 10 (dez) associados, em terceira convocação.
Art. 25. Os trabalhos da assembléia-geral serão habitualmente dirigidos pelo
Diretor Presidente, auxiliado pelo Diretor Administrativo, que lavrará a ata,
podendo ser convidados a participar da mesa os demais ocupantes de cargos
estatutários.
§ 1º Na ausência do Diretor Presidente, assumirá a direção da assembléia-geral
o Diretor Administrativo, que convidará um associado para secretariar os traba-
lhos e lavrar a ata.
§ 2º Quando a assembléia-geral não tiver sido convocada pelo Diretor Presiden-
te, os trabalhos serão dirigidos por associado escolhido na ocasião, e secretaria-
dos por outro convidado pelo primeiro.
Art. 26. Os ocupantes de cargos estatutários, bem como quaisquer outros asso-

61
ciados, não poderão votar nas decisões sobre assuntos que a eles se refiram
direta ou indiretamente, mas não ficarão privados de tomar parte nos respecti-
vos debates.
§ 1º Na assembléia-geral em que for discutida a prestação de contas do órgão
de administração, o Diretor Presidente, logo após a leitura do relatório da ges-
tão, das peças contábeis e do parecer do Conselho Fiscal, suspenderá os traba-
lhos e convidará o plenário a indicar um associado para dirigir os debates e a
votação da matéria.
§ 2º O presidente indicado escolherá, entre os associados, um secretário para
auxiliá-lo nos trabalhos e coordenar a redação das decisões a serem incluídas na
ata.
§ 3º Transmitida a direção dos trabalhos, os membros dos órgãos estatutários
deixarão a mesa, permanecendo no recinto à disposição da assembléia-geral,
para prestar os esclarecimentos eventualmente solicitados.
Art. 27. As deliberações da assembléia-geral poderão versar somente sobre os
assuntos constantes no edital de convocação.
§ 1º As decisões serão tomadas pelo voto pessoal dos presentes, com direito a
votar, tendo cada associado um voto, vedada a representação por meio de man-
datários.
§ 2º Em princípio, a votação será a descoberto, mas a assembléia-geral poderá
optar pelo voto secreto.
§ 3º As deliberações na assembléia-geral serão tomadas por maioria de votos
dos associados presentes com direito de votar, exceto quando se tratar dos
assuntos enumerados no artigo 46 da Lei nº 5.764, de 16.12.71, quando serão
necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos associados presentes.
§ 4º Está impedido de votar e ser votado o associado que:
I – tenha sido admitido após a convocação da assembléia-geral;
II – seja ou tenha sido empregado da cooperativa, até a aprovação, pela assem-
bléia-geral, das contas do exercício em que deixou o emprego.
§ 5º O que ocorrer na assembléia-geral deverá constar de ata lavrada em livro
próprio, a qual, lida e aprovada, será assinada ao final dos trabalhos pelo secretá-
rio, pelo presidente da assembléia e por, no mínimo, 3 (três) associados pre-
sentes.

SEÇÃO II
Da Assembléia-Geral Ordinária

Art. 28. A Assembléia-Geral Ordinária será realizada obrigatoriamente uma vez


por ano, no decorrer dos 3 (três) primeiros meses após o término do exercício

62
social, para deliberar sobre os seguintes assuntos, que deverão constar da or-
dem do dia:
I – prestação de contas do órgão de administração, acompanhada de parecer do
Conselho Fiscal, compreendendo:

· relatório da gestão;

· balanços levantados no primeiro e segundo semestres do exercício social;

· demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da insuficiên-


cia das contribuições para cobertura das despesas da sociedade;
II – destinação das sobras apuradas, deduzidas as parcelas para os Fundos Obri-
gatórios, ou rateio das perdas verificadas;
III – eleição dos componentes do órgão de administração e do Conselho Fiscal;
IV – a fixação do valor dos honorários, das gratificações e da cédula de presença
dos membros do órgão de administração e do Conselho Fiscal;
V – autorizar a alienação ou oneração dos bens imóveis de uso próprio da socie-
dade;
VI – quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os enumerados no artigo
46 da Lei nº 5.764, de 16.12.71.
Parágrafo único. A aprovação do relatório, balanços e contas do órgão de admi-
nistração não desonera de responsabilidade os administradores e os fiscais.

SEÇÃO III
Da Assembléia-Geral Extraordinária

Art. 29. A Assembléia-Geral Extraordinária será realizada sempre que necessá-


rio e poderá deliberar sobre qualquer assunto de interesse da cooperativa, des-
de que mencionado no edital de convocação.
Art. 30. É de competência exclusiva da Assembléia-Geral Extraordinária deli-
berar sobre os seguintes assuntos:
I – reforma do estatuto social;
II – fusão, incorporação ou desmembramento;
III – mudança de objeto social;
IV – dissolução voluntária da sociedade e nomeação de liquidante;
V – contas do liquidante.
Parágrafo único. São necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos associados
presentes com direito de votar, para tornar válidas as deliberações de que trata
este artigo.

63
SEÇÃO IV
Da Administração

Art. 31. A cooperativa será administrada por uma Diretoria composta de no


mínimo 3 (três) e no máximo 6 (seis) membros, todos associados, eleitos pela
Assembléia-Geral com mandato de 3 (três) anos, podendo ser reeleitos, sendo
1 (um) Diretor Presidente, 1 (um) Diretor Administrativo, l (um) Diretor
Operacional e até 3 (três) Diretores.
§ 1º A assembléia-geral poderá deixar de eleger membros da Diretoria, enquan-
to preenchido o limite mínimo de 3 (três) diretores.
§ 2º Os membros da Diretoria, depois de aprovada sua eleição pelo Banco Cen-
tral do Brasil, serão investidos em seus cargos mediante termos de posse lavra-
dos no Livro de Atas da Diretoria e permanecerão em exercício até a posse de
seus substitutos.
§ 3º A assembléia-geral poderá destituir os membros da Diretoria a qualquer
tempo.
Art. 32. Nas ausências ou impedimentos temporários inferiores a 60 (sessen-
ta) dias corridos, o Diretor Administrativo substituirá o Diretor Presidente e o
Diretor Operacional será substituído por este.
Art. 33. Nos casos de vacância dos cargos de Diretor Presidente, Diretor Ad-
ministrativo ou Diretor Operacional, ou de ausências ou impedimentos superio-
res a 60 (sessenta) dias corridos, a Diretoria designará o substituto, dentre os
seus membros, ad referendum da primeira assembléia-geral que realizar-se.
Art. 34. A Diretoria reunir-se-á ordinariamente 1 (uma) vez por mês, em dia e
hora previamente marcados, e extraordinariamente sempre que necessário, por
proposta de qualquer um de seus integrantes ou do Conselho Fiscal, observan-
do-se em ambos os casos as seguintes normas:
I – as reuniões realizar-se-ão com a presença mínima de 3 (três) diretores;
II – as deliberações serão tomadas pela maioria simples de votos dos presentes,
cabendo ao Diretor Presidente, em caso de empate, o voto de qualidade;
III – os assuntos tratados e as deliberações tomadas constarão de atas lavradas
no Livro de Atas da Diretoria, assinadas pelos presentes;
IV – suas deliberações serão incorporadas ao Sistema Normativo da Cooperativa.
Parágrafo único. Estará automaticamente destituído da Diretoria o membro
que deixar de comparecer a 3 (três) reuniões consecutivas, salvo se as ausên-
cias forem consideradas justificadas pela Diretoria.
Art. 35. Compete à Diretoria a administração e a gestão dos negócios sociais,
podendo realizar todas as operações e praticar os atos e serviços que se relacio-

64
nem com o objeto da sociedade, cabendo-lhe deliberar, em reunião colegiada,
basicamente sobre as seguintes matérias, observadas as decisões ou recomen-
dações da assembléia-geral:
I – fixar diretrizes e planejar o trabalho de cada exercício, acompanhando a sua
execução;
II – programar as operações, tendo em vista os recursos disponíveis e as neces-
sidades financeiras dos associados;
III – fixar periodicamente os montantes e prazos máximos dos empréstimos,
bem como a taxa de juros e outras referentes, de modo a atender o maior núme-
ro possível de associados;
IV – regulamentar os serviços administrativos da cooperativa, podendo contra-
tar gerentes técnicos ou comerciais, bem como o pessoal auxiliar, mesmo que
não pertençam a quadro de associados, fixando-lhes as atribuições e os salários;
V – fixar o limite máximo de numerários que poderá ser mantido em caixa;
VI – estabelecer a política de investimentos;
VII – estabelecer normas de controle das operações e verificar mensalmente o
estado econômico-financeiro da cooperativa, por meio dos informes financei-
ros, balancetes e demonstrativos específicos;
VIII – estabelecer dia e hora para suas reuniões ordinárias, bem como o horário
de funcionamento da cooperativa;
IX – aprovar as despesas de administração e fixar taxas de serviços, elaborando
orçamentos para o exercício;
X – deliberar sobre a admissão, eliminação ou exclusão de associados;
XI – fixar as normas de disciplina funcional;
XII – deliberar sobre a convocação da assembléia-geral;
XIII – decidir sobre compra e venda de bens móveis e imóveis não destinados
ao uso próprio da sociedade;
XIV – elaborar proposta sobre aplicação do Fundo de Assistência Técnica, Edu-
cacional e Social (FATES) e encaminhá-la com parecer à assembléia-geral;
XV – elaborar e submeter à decisão da assembléia-geral proposta de criação de
fundos;
XVI – propor à assembléia-geral alterações no estatuto;
XVII – aprovar a indicação de Auditor Interno;
XVIII – aprovar o Regimento Interno e os Manuais de Organização, de Normas
Operacionais e Administrativas e de Procedimentos da Cooperativa;

65
XIX – propor à assembléia-geral a participação em capital de banco cooperati-
vo, constituído nos termos da legislação vigente;
XX – conferir aos diretores as atribuições não previstas neste estatuto;
XXI – avaliar a atuação de cada um dos diretores e dos gerentes técnicos ou
comerciais, adotando as medidas apropriadas;
XXII – zelar pelo cumprimento da legislação e regulamentação aplicáveis ao
cooperativismo de crédito, bem como pelo atendimento da legislação traba-
lhista e fiscal;
XXIII – estabelecer regras para os casos omissos, até posterior deliberação da
assembléia-geral.
Art. 36. Compete ao Diretor Presidente:
I – supervisionar as operações e atividades da cooperativa e fazer cumprir as
decisões da Diretoria;
II – conduzir o relacionamento público e representar a cooperativa em juízo ou
fora dele, ativa e passivamente;
III – convocar a assembléia-geral, cuja realização tenha sido decidida pela Di-
retoria, e presidi-la com as ressalvas legais;
IV – convocar e presidir as reuniões da Diretoria;
V – coordenar a elaboração do relatório de prestação de contas da Diretoria, ao
término do exercício social, para apresentação à assembléia-geral acompanhado
dos balanços semestrais, demonstrativos das sobras líquidas ou perdas apura-
das e parecer do Conselho Fiscal;
VI – desenvolver outras atribuições que lhe sejam conferidas pela Diretoria;
VII – resolver os casos omissos, em conjunto com o Diretor Administrativo ou
o Diretor Operacional.
Art. 37. Compete ao Diretor Administrativo:
I – dirigir as atividades administrativas no que tange às políticas de recursos
humanos, tecnológicos e materiais;
II – executar as políticas e diretrizes de recursos humanos, tecnológicos e
materiais;
III – orientar e acompanhar a contabilidade da cooperativa, de forma a permitir
uma visão permanente da sua situação econômica, financeira e patrimonial;
IV – zelar pela eficiência, eficácia e efetividade dos sistemas informatizados e
de telecomunicações;
V – decidir, em conjunto com o Diretor Presidente, sobre a admissão e a de-
missão de pessoal;

66
VI – coordenar o desenvolvimento das atividades sociais e sugerir à Diretoria as
medidas que julgar convenientes;
VII – lavrar ou coordenar a lavratura das atas das assembléias-gerais e das reu-
niões da Diretoria;
VIII – assessorar o Diretor Presidente nos assuntos de sua área;
IX – orientar, acompanhar e avaliar a atuação do pessoal de sua área;
X – substituir o Diretor Presidente e o Diretor Operacional;
XI – desenvolver outras atribuições que lhe sejam conferidas pela Diretoria;
XII – resolver os casos omissos, em conjunto com o Diretor Presidente.
Art. 38. Compete ao Diretor Operacional:
I – dirigir as funções correspondentes às atividades fins da cooperativa (opera-
ções ativas, passivas, acessórias e especiais, cadastro, recuperação de crédito,
etc.);
II – executar as atividades operacionais no que tange à concessão de emprésti-
mos, à oferta de serviços e à movimentação de capital;
III – executar as atividades relacionadas com as funções financeiras (fluxo de
caixa, captação e aplicação de recursos, demonstrações financeiras, análises de
rentabilidade, de custos, de risco, etc.).
IV – zelar pela segurança dos recursos financeiros e outros valores mobiliários;
V – acompanhar as operações em curso anormal, adotando as medidas e contro-
les necessários para sua regularização;
VI – elaborar as análises mensais sobre a evolução das operações, a serem apre-
sentadas à Diretoria;
VII – responsabilizar-se pelos serviços atinentes à área contábil da cooperativa,
cadastro e manutenção de contas de depósitos;
VIII – assessorar o Diretor Presidente nos assuntos de sua área;
IX – orientar, acompanhar e avaliar a atuação do pessoal de sua área;
X – substituir o Diretor Administrativo;
XI – desenvolver outras atribuições que lhe sejam conferidas pela Diretoria;
XII – resolver os casos omissos, em conjunto com o Diretor Presidente.
Art. 39. Os cheques emitidos pela cooperativa, cartas e ordens de crédito,
endossos, fianças, avais, recibos de depósito cooperativo, instrumentos de pro-
curação, contratos com terceiros e demais documentos, constitutivos de res-
ponsabilidade ou obrigação da cooperativa, devem ser assinados conjuntamen-
te por 2 (dois) diretores ou por 1 (um) diretor e 1(um) gerente técnico ou
comercial.

67
Art. 40. Os administradores respondem solidariamente pelas obrigações
assumidas pela cooperativa durante a sua gestão, até que se cumpram. Ha-
vendo prejuízos, a responsabilidade solidária se circunscreverá ao respectivo
montante.
Art. 41. Os componentes do órgão de administração e do Conselho Fiscal, bem
como o liquidante, equiparam-se aos administradores das sociedades anônimas
para efeito de responsabilidade criminal.
Art. 42. Sem prejuízo da ação que couber ao associado, a cooperativa, por seus
administradores, ou representada por associado escolhido em assembléia-geral,
terá direito de ação contra os administradores, para promover sua responsabili-
dade.

SEÇÃO V
Do Conselho Fiscal

Art. 43. A administração da sociedade será fiscalizada, assídua e minuciosa-


mente, por um Conselho Fiscal, constituído de 3 (três) membros efetivos e 3
(três) suplentes, todos associados eleitos anualmente pela Assembléia-Geral,
sendo permitida a reeleição de apenas 1 (um) dos efetivos e 1 (um) dos su-
plentes.
§ 1º Os membros do Conselho Fiscal, depois de aprovada sua eleição pelo Ban-
co Central do Brasil, serão investidos em seus cargos mediante termos de pos-
se lavrados no Livro de Atas do Conselho Fiscal, e permanecerão em exercício
até a posse de seus substitutos.
§ 2º No caso de vacância de cargo efetivo do Conselho Fiscal será efetivado
membro suplente, obedecida a ordem de votação e, havendo empate, de anti-
güidade como associado à cooperativa.
§ 3º A assembléia-geral poderá destituir os membros do Conselho Fiscal a qual-
quer tempo.
Art. 44. O Conselho Fiscal reunir-se-á ordinariamente 1 (uma) vez por mês,
em dia e hora previamente marcados, e extraordinariamente sempre que ne-
cessário, por proposta de qualquer um de seus integrantes, observando-se em
ambos os casos as seguintes normas:
I – as reuniões realizar-se-ão sempre com a presença dos 3 (três) membros
efetivos;
II – as deliberações serão tomadas pela maioria de votos dos presentes;
III – os assuntos tratados e as deliberações tomadas constarão de atas lavradas
no Livro de Atas do Conselho Fiscal, assinadas pelos presentes.

68
§ 1º Na sua primeira reunião, os membros efetivos do Conselho Fiscal escolhe-
rão entre si um coordenador, incumbido de convocar e dirigir os trabalhos das
reuniões, e um secretário para lavrar as atas.
§ 2º Estará automaticamente destituído do Conselho Fiscal o membro efetivo
que deixar de comparecer a 4 (quatro) convocações consecutivas para reunião,
salvo se as ausências forem consideradas justificadas pelos demais membros
efetivos.
Art. 45. No desempenho de suas funções, o Conselho Fiscal poderá valer-se de
informações dos diretores ou funcionários da cooperativa, ou da assistência de
técnico externo, quando a importância ou complexidade dos assuntos o exigi-
rem e às expensas da sociedade, cabendo-lhe entre outras as seguintes obriga-
ções:
I – examinar a situação dos negócios sociais, das receitas e das despesas, dos
pagamentos e recebimentos, operações em geral e outras questões econômi-
cas, verificando sua adequada e regular escrituração;
II – verificar, mediante exame dos livros de atas e outros registros, se as deci-
sões adotadas estão sendo corretamente implementadas;
III – observar se o órgão de administração vem se reunindo regularmente e se
existem cargos vagos na sua composição, que necessitem preenchimento;
IV – inteirar-se das obrigações da cooperativa em relação às autoridades mone-
tárias, fiscais, trabalhistas ou administrativas, aos associados e verificar se exis-
tem pendências no seu cumprimento;
V – verificar os controles sobre valores e documentos sob custódia da coopera-
tiva;
VI – avaliar a execução da política de empréstimos e a regularidade do recebi-
mento de créditos;
VII – averiguar a atenção dispensada às reclamações dos associados;
VIII – analisar balancetes mensais e balanços gerais, demonstrativos de sobras
e perdas, assim como o relatório de gestão e outros, emitindo parecer sobre
esses documentos para a assembléia-geral;
IX – inteirar-se dos relatórios de auditoria e verificar se as observações neles
contidas estão sendo devidamente consideradas pelo órgão de administração e
pelos gerentes;
X – exigir, do órgão de administração ou de quaisquer de seus membros, relató-
rios específicos, declarações por escrito ou prestação de esclarecimentos;
XI – apresentar ao órgão de administração, com periodicidade mínima trimes-
tral, relatório contendo conclusões e recomendações decorrentes da atividade
fiscalizadora;

69
XII – apresentar, à Assembléia-Geral Ordinária, relatório sobre suas atividades
e pronunciar-se sobre a regularidade dos atos praticados pelo órgão de adminis-
tração e eventuais pendências da cooperativa;
XIII – instaurar inquéritos e comissões de averiguação mediante prévia anuência
da assembléia-geral;
XIV – convocar Assembléia-Geral Extraordinária nas circunstâncias previstas
neste estatuto.
Parágrafo único. Os membros efetivos do Conselho Fiscal são solidariamente
responsáveis pelos atos e fatos irregulares da administração da cooperativa, cuja
prática decorra de sua omissão, displicência, falta de acuidade, de pronta ad-
vertência ao órgão de administração e, na inércia ou renitência deste, de opor-
tuna denúncia à assembléia-geral.

CAPÍTULO VII
Do Balanço, Sobras, Perdas e Fundos

Art. 46. O balanço e o demonstrativo de sobras e perdas serão levantados


semestralmente, em 30 (trinta) de junho e 31 (trinta e um) de dezembro
de cada ano, devendo também ser levantado mensalmente balancete de veri-
ficação.
§ 1º Das sobras líquidas apuradas no exercício, serão deduzidos os seguintes
percentuais para os Fundos Obrigatórios:
I – 10% (dez por cento) para o Fundo de Reserva;
II – 5% (cinco por cento) para o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e
Social - FATES.
§ 2º As sobras líquidas, deduzidas as parcelas destinadas aos Fundos Obrigató-
rios, serão distribuídas aos associados proporcionalmente às operações realiza-
das com a cooperativa, salvo deliberação em contrário da assembléia-geral, sempre
respeitada a proporcionalidade do retorno.
§ 3º Os prejuízos, verificados no decorrer do exercício, serão cobertos com
recursos provenientes do Fundo de Reserva e, se este for insuficiente, median-
te rateio entre os associados, na razão direta dos serviços usufruídos.
Art. 47. Reverterão em favor do Fundo de Reserva as rendas não-operacionais e
os auxílios ou doações sem destinação específica.
Art. 48. O Fundo de Reserva destina-se a reparar perdas e atender ao desenvol-
vimento das atividades da cooperativa.
Art. 49. O Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social - FATES desti-
na-se à prestação de assistência aos associados e seus familiares, e aos emprega-
dos da cooperativa, segundo programa aprovado pela assembléia-geral.

70
Parágrafo único. Os serviços a serem atendidos pelo FATES poderão ser execu-
tados mediante convênio com entidades públicas ou privadas.
Art. 50. Os Fundos Obrigatórios constituídos são indivisíveis entre os associa-
dos, mesmo nos casos de dissolução ou liquidação da cooperativa, hipótese em
que serão recolhidos à União na forma legal.

CAPÍTULO VIII
Da Dissolução e Liquidação

Art. 51. A cooperativa se dissolverá nos casos a seguir especificados, oportuni-


dade em que serão nomeados 1 (um) liquidante e um Conselho Fiscal de 3
(três) membros para proceder à sua liquidação:
I – quando assim o deliberar a assembléia-geral, se pelo menos 20 (vinte) asso-
ciados não se dispuserem a assegurar a sua continuidade;
II – devido à alteração de sua forma jurídica;
III – pela redução do número mínimo de associados ou do capital social míni-
mo, se até a assembléia-geral subseqüente, realizada em prazo não inferior a 6
(seis) meses, eles não forem restabelecidos;
IV – pelo cancelamento da autorização para funcionar;
V – pela paralisação de suas atividades por mais de 120 (cento e vinte) dias
corridos.
§ 1º O processo de liquidação só poderá ser iniciado após a audiência do Banco
Central do Brasil.
§ 2º Em todos os atos e operações, o liquidante deverá usar a denominação da
cooperativa, seguida da expressão: “Em liquidação”.
§ 3º A dissolução da sociedade importará no cancelamento da autorização para
funcionar e do registro.
§ 4º A assembléia-geral poderá destituir o liquidante e os membros do Conse-
lho Fiscal a qualquer tempo, nomeando os seus substitutos.
Art. 52. O liquidante terá todos os poderes normais de administração, po-
dendo praticar atos e operações necessários à realização do ativo e pagamento
do passivo.

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Gerais

Art. 53. Dependem da prévia e expressa aprovação do Banco Central do Brasil


os atos societários deliberados pela cooperativa, referentes a:

71
I – eleição de membros do órgão de administração e do Conselho Fiscal;
II – reforma do estatuto social;
III – mudança do objeto social;
III – fusão, incorporação ou desmembramento;
IV – dissolução voluntária da sociedade e nomeação do liquidante e dos fiscais.
Art. 54. Não pode haver parentesco até o 2º (segundo) grau, em linha reta ou
colateral, dentre o agrupamento de pessoas componentes do órgão de adminis-
tração e do Conselho Fiscal.
Art. 55. É vedado aos membros de órgãos estatutários e aos ocupantes de fun-
ções de gerência participar da administração ou deter 5% (cinco por cento) ou
mais do capital de qualquer instituição financeira não cooperativa.
Art. 56. Constituem condições básicas, legais ou regulamentares, para o exer-
cício de cargos do órgão de administração ou do Conselho Fiscal da cooperativa:
I – ter reputação ilibada;
II – não ser impedido por lei especial, nem condenado por crime falimentar, de
sonegação fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão,
de peculato, contra a economia popular, a fé pública, a propriedade ou o Siste-
ma Financeiro Nacional, ou condenado a pena criminal que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos;
III – não estar declarado inabilitado para cargos de administração nas institui-
ções financeiras e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Cen-
tral do Brasil ou em outras instituições sujeitas à autorização, ao controle e à
fiscalização de órgãos e entidades da administração pública direta e indireta,
incluídas as entidades de previdência privada, as sociedades seguradoras, as
sociedades de capitalização e as companhias abertas;
IV – não responder, nem qualquer empresa da qual seja controlador ou admi-
nistrador, por pendências relativas a protesto de títulos, cobranças judiciais,
emissão de cheques sem fundos, inadimplemento de obrigações e outras ocor-
rências ou circunstâncias análogas;
V – não estar declarado falido ou insolvente, nem ter participado da adminis-
tração ou ter controlado firma ou sociedade concordatária ou insolvente.
Parágrafo único. Da ata da assembléia-geral de eleição de membros de órgãos
estatutários, deverá constar, expressamente, que os eleitos preenchem as con-
dições previstas neste artigo, sendo que a comprovação desse cumprimento
será efetuada, perante a cooperativa e o Banco Central do Brasil, por meio de
declaração firmada pelos pretendentes.

72
Art. 57. A filiação ou desfiliação da sociedade à cooperativa central de crédito
deverá ser deliberada pela assembléia-geral.
§ 1º A filiação pressupõe autorização à cooperativa central de crédito para su-
pervisionar o funcionamento da sociedade e nela realizar auditorias, podendo,
para tanto, examinar livros e registros de contabilidade e outros papéis, ou
documentos ligados às suas atividades, e coordenar o cumprimento das dispo-
sições regulamentares referentes à implementação de sistema de controles in-
ternos.
§ 2º Para participar do processo de centralização financeira, a sociedade deverá
estruturar-se adequadamente, segundo orientações emanadas da cooperativa
central de crédito.
§ 3º A cooperativa responderá solidariamente com o respectivo patrimônio,
pelas obrigações contraídas pela cooperativa central de crédito, exclusivamen-
te em decorrência de sua participação no Serviço de Compensação de Cheques
e Outros Papéis.

73
Anexo III

Estatuto Social - Complementos

(artigos específicos, conforme o tipo da cooperativa)

TIPO I
COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO
DE EMPREGADOS (ou servidores)

CAPÍTULO I
Da Natureza, Denominação, Sede, Foro, Área de Ação,
Prazo de Duração e Exercício Social

Art. 1º. A COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO DOS EMPREGADOS


(ou servidores) DA ... (denominação da entidade empregadora, ou conglomera-
do econômico, ou classe de entidades de mesmo objeto social), constituída em
... (data da assembléia-geral de constituição), é uma instituição financeira, so-
ciedade de pessoas, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeita à falên-
cia. Rege-se pelo disposto nas Leis nºs. 5.764, de 16.12.1971, e 4.595, de
31.12.1964, nos atos normativos baixados pelo Conselho Monetário Nacional
e pelo Banco Central do Brasil e por este estatuto, tendo:
I – sede social, administração e foro jurídico na cidade de ... (cidade/UF);
II – área de ação circunscrita às dependências da (denominação da entidade
empregadora, ou conglomerado econômico, ou classe de entidades de mesmo
objeto social, conforme o caso específico), localizadas em ... (um ou mais mu-
nicípios/UF, ou microrregião geográfica, ou estado/UF);
III – prazo de duração indeterminado e exercício social de 12 (doze) meses,
com término em 31 de dezembro de cada ano.

74
CAPÍTULO II
Do Objeto Social

Art. 2º. A cooperativa tem por objeto social:


I – o desenvolvimento de programas de poupança, de uso adequado do crédito
e de prestação de serviços, praticando todas as operações ativas, passivas e
acessórias próprias de cooperativas de crédito;
II – proporcionar, através da mutualidade, assistência financeira aos associados
em suas atividades específicas;
III – a formação educacional de seus associados, no sentido de fomentar o
cooperativismo;
Parágrafo único. A cooperativa é politicamente neutra e não faz discriminação
religiosa, racial ou social.

CAPÍTULO III
Dos Associados

Art. 3º. Podem associar-se à cooperativa todas as pessoas físicas que estejam na
plenitude de sua capacidade civil, concordem com o presente estatuto, preen-
cham as condições nele estabelecidas e sejam empregados (ou servidores) da
... (denominação da entidade empregadora ou conglomerado econômico, ou
classe de entidades de mesmo objeto social, conforme o caso específico).
§ 1º Podem associar-se também:
I – empregados da própria cooperativa, das entidades a ela associadas e daque-
las de cujo capital participe;
II – pessoas físicas, prestadoras de serviço em caráter não eventual a ... (deno-
minação da entidade empregadora ou conglomerado econômico, ou classe de
entidades de mesmo objeto social);
III – pessoas físicas, prestadoras de serviço em caráter não eventual à própria
cooperativa;
IV – aposentados que, quando em atividade, atendiam aos critérios estatutários
de associação;
V – pais, cônjuge ou companheiro(a), viúvo(a) e dependente legal de associa-
do, e pensionista de associado falecido;
VI – pessoas jurídicas sem fins lucrativos, exceto cooperativas de crédito.
§ 2º O número de associados será ilimitado quanto ao máximo, não podendo ser
inferior a 20 (vinte) pessoas físicas.
Art. 4º. ...

75
TIPO II
COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO
DE PROFISSIONAIS

CAPÍTULO I
Da Natureza, Denominação, Sede, Foro, Área de Ação,
Prazo de Duração e Exercício Social

Art. 1º. A COOPERATIVA DE CRÉDITO MÚTUO DOS ... (designação da


profissão exercida pelas pessoas físicas associadas, ou atividade específica, ou
conjunto definido de profissões ou atividades cujos objetos sejam idênticos,
afins ou complementares ou campo genérico dessas profissões ou atividades)
DE ... (designação da localidade da área de ação da cooperativa), constituída
em ... (data da assembléia-geral de constituição), é uma instituição financeira,
sociedade de pessoas, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeita a
falência. Rege-se pelo disposto nas Leis nºs. 5.764, de 16.12.1971, e 4.595,
de 31.12.1964, nos atos normativos baixados pelo Conselho Monetário Nacio-
nal e pelo Banco Central do Brasil e por este estatuto, tendo:
I – sede social, administração e foro jurídico na cidade de ... (cidade/UF);
II – área de ação limitada a ... (município/UF, ou municípios/UF limítrofes, ou
microrregião geográfica, ou estado/UF, conforme o caso específico);
III – prazo de duração indeterminado e exercício social de 12 (doze) meses,
com término em 31 de dezembro de cada ano.

CAPÍTULO II
Do Objeto Social

Art. 2º. A cooperativa tem por objeto social:


I – o desenvolvimento de programas de poupança, de uso adequado do crédito
e de prestação de serviços, praticando todas as operações ativas, passivas e
acessórias próprias de cooperativas de crédito;
II – proporcionar, através da mutualidade, assistência financeira aos associados
em suas atividades específicas, buscando apoiar e aprimorar a produção, a pro-
dutividade e a qualidade de vida, bem assim a comercialização e industrializa-
ção dos bens produzidos;
III – a formação educacional de seus associados, no sentido de fomentar o
cooperativismo.
Parágrafo único. A cooperativa é politicamente neutra e não faz discriminação
religiosa, racial ou social.

76
CAPÍTULO III
Dos Associados

Art. 3º. Podem associar-se à cooperativa todas as pessoas físicas que estejam na
plenitude de sua capacidade civil, concordem com o presente estatuto, preen-
cham as condições nele estabelecidas e exerçam, na área de ação da cooperati-
va, atividades pertencentes ao agrupamento dos ... (designação da profissão
regulamentada, ou determinada atividade específica, ou conjunto definido de
profissões ou atividades cujos objetos sejam idênticos, afins ou complementa-
res ou campo genérico dessas profissões ou atividades, conforme o caso especí-
fico), conforme Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, divulgada pelo
Ministério do Trabalho.
§ 1º Podem associar-se também:
I – empregados da própria cooperativa, das entidades a ela associadas e daque-
las de cujo capital participe;
II – pessoas físicas prestadoras de serviço em caráter não eventual à própria
cooperativa;
III – aposentados que, quando em atividade, atendiam aos critérios estatutários
de associação;
IV – pais, cônjuge ou companheiro(a), viúvo(a) e dependente legal de associa-
do, e pensionista de associado falecido;
V – excepcionalmente, pessoas jurídicas sem fins lucrativos, exceto cooperati-
vas de crédito;
VI – excepcionalmente, pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou
correlatas atividades econômicas das pessoas físicas associadas.
§ 2º O número de associados será ilimitado quanto ao máximo, não podendo ser
inferior a 20 (vinte) pessoas físicas.
Art. 4º. ...

TIPO III
COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL

CAPÍTULO I
Da Natureza, Denominação, Sede, Foro, Área de Ação,
Prazo de Duração e Exercício Social

Art. 1º. A COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL DE ... (designação da


localidade da área de ação da cooperativa), constituída em ... (data da assem-

77
bléia-geral de constituição), é uma instituição financeira, sociedade de pes-
soas, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeita à falência. Rege-se pelo
disposto nas Leis nºs. 5.764, de 16.12.1971, e 4.595, de 31.12.1964, nos atos
normativos baixados pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central
do Brasil e por este estatuto, tendo:
I – sede social, administração e foro jurídico na cidade de ... (cidade/UF);
II – área de ação limitada a ... (município/UF, ou municípios/UF limítrofes, ou
microrregião geográfica, ou estado/UF, conforme o caso específico);
III – prazo de duração indeterminado e exercício social de 12 (doze) meses,
com término em 31 de dezembro de cada ano.

CAPÍTULO II
Do Objeto Social

Art. 2º. A cooperativa tem por objeto social:


I – o desenvolvimento de programas de poupança, de uso adequado do crédito
e de prestação de serviços, praticando todas as operações ativas, passivas e
acessórias próprias de cooperativas de crédito;
II – proporcionar, através da mutualidade, assistência financeira aos associados
em suas atividades específicas, buscando apoiar e aprimorar a produção, a pro-
dutividade e a qualidade de vida, bem assim a comercialização e industrializa-
ção dos bens produzidos;
III – a formação educacional de seus associados, no sentido de fomentar o
cooperativismo.
Parágrafo único. A cooperativa é politicamente neutra e não faz discriminação
religiosa, racial ou social.

CAPÍTULO III
Dos Associados

Art. 3º. Podem associar-se à cooperativa todas as pessoas físicas que estejam na
plenitude de sua capacidade civil, concordem com o presente estatuto, preen-
cham as condições nele estabelecidas e desenvolvam, na área de ação da coope-
rativa, de forma efetiva e predominante, atividades agrícolas, pecuárias ou
extrativas, ou se dediquem a operações de captura e transformação do pescado.
§ 1º Podem associar-se também:
I – empregados da própria cooperativa, das entidades a ela associadas e daque-
las de cujo capital participe;

78
II – pessoas físicas prestadoras de serviço em caráter não eventual à própria
cooperativa;
III – aposentados que, quando em atividade, atendiam aos critérios estatutários
de associação;
IV – pais, cônjuge ou companheiro(a), viúvo(a) e dependente legal de associa-
do, e pensionista de associado falecido;
V – excepcionalmente, pessoas jurídicas sem fins lucrativos, exceto cooperati-
vas de crédito;
VI – excepcionalmente, pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas
atividades econômicas das pessoas físicas associadas.
§ 2º O número de associados será ilimitado quanto ao máximo, não podendo ser
inferior a 20 (vinte) pessoas físicas.
Art. 4º. ...
DELEGADOS
DISCIPLINAMENTO DO INSTITUTO DA REPRESENTAÇÃO DOS AS-
SOCIADOS NAS ASSEMBLÉIAS-GERAIS POR MEIO DE DELEGADOS
Art. 23. Nas assembléias-gerais os associados serão representados por 24 (vin-
te e quatro) delegados eleitos para um mandato de 4 (quatro) anos, podendo
ser reeleitos.
§ 1º Para efeito da representação de que trata este artigo o quadro social será
dividido em grupos seccionais de 1/24 (um vinte e quatro avos) de associados
distribuídos proporcionalmente pelas regiões da área de ação da cooperativa.
§ 2º Em cada grupo seccional serão eleitos um delegado efetivo e um delegado
suplente, os dois mais votados, respectivamente, entre os associados que este-
jam em pleno gozo de seus direitos sociais. Para efeito de desempate, serão
adotados os critérios de antigüidade como associado à cooperativa e de idade,
nesta ordem.
§ 3º Mediante edital, no qual se fará referência aos princípios definidos no
caput deste artigo, a cooperativa convocará todos os associados, concedendo
prazo de 30 (trinta) dias para inscrição dos interessados em se candidatar. A
seguir, divulgará para todo o corpo social os nomes dos candidatos inscritos por
grupo seccional.
§ 4º A eleição dos delegados ocorrerá no último trimestre do ano civil e o man-
dato se iniciará no primeiro dia do ano subseqüente.
§ 5º O processo eleitoral, até a apuração final, será acompanhado irrestritamente
por uma comissão paritária, escolhida pelo órgão de administração e pelo Con-
selho Fiscal da cooperativa.

79
§ 6º Cada delegado disporá de um voto.
§ 7º Durante o mandato os delegados não poderão ser eleitos para outros cargos
sociais na cooperativa, remunerados ou não.
§ 8º Os delegados, para comparecimento às assembléias-gerais, terão cobertura
financeira da cooperativa para passagens, diárias de hotel e traslados, não rece-
bendo, entretanto, qualquer remuneração pela presença.
§ 9º Nos seus impedimentos ou ausências, o delegado efetivo será automatica-
mente substituído pelo respectivo suplente, devendo o substituído comuni-
car à cooperativa, tempestivamente, as circunstâncias do seu impedimento.
§ 10. Os associados que não sejam delegados poderão comparecer às assem-
bléias-gerais, sendo, contudo, privados de voz e voto.
§ 11. Os delegados efetivos e seus suplentes poderão ser destituídos a qual-
quer tempo pelos respectivos grupos seccionais que os elegeram, por intermé-
dio de comunicação formal ao órgão de administração da cooperativa, firmada
por, no mínimo, 10% (dez por cento) dos associados da seccional, com cópia
endereçada ao delegado destituído. Poderão sê-lo, também, pela assembléia-
geral, mediante proposta do órgão de administração ou de, pelo menos, 5 (cin-
co) delegados efetivos.
Art. 24. Não se conseguindo realizar assembléia-geral de delegados por falta de
quórum, será reiterada a convocação para nova data. Persistindo a impossibili-
dade de reunião nessa segunda tentativa consecutiva, será automaticamente
convocada assembléia-geral de associados para reformar o estatuto social da
cooperativa, extinguindo o instituto da representação por delegados e, conse-
qüentemente, reduzindo a amplitude da área de ação de modo a possibilitar a
reunião dos associados.
Art. 25. O edital de convocação deve conter:
I – a denominação da Cooperativa, seguida da expressão: Convocação da As-
sembléia Geral Ordinária ou Extraordinária;
II – o dia e hora da assembléia em cada convocação, assim como o local da sua
realização;
III – a seqüência numérica da convocação;
IV – a ordem do dia dos trabalhos, com as devidas especificações;
V – o número de delegados existentes na data da expedição, para efeito de
cálculo de quórum de instalação;
VI – local, data, nome e assinatura do responsável pela convocação.
Parágrafo único. No caso de a convocação ser feita por associados, o edital deve
ser assinado, no mínimo, por 4 (quatro) dos signatários do documento que a
solicitou.

80
Art. 26. O quórum mínimo de instalação da assembléia-geral é o seguinte:
I – 2/3 (dois terços) dos delegados, em primeira convocação;
II – metade mais 1 (um) dos delegados, em segunda convocação;
III – 10 (dez) delegados, em terceira convocação.
Art. 27. (renumerar os artigos 25 e seguintes do texto original)

81
Anexo IV

Modelo de Ata de Assembléia-Geral de Constituição

Ata da Assembléia-Geral de Constituição da COOPERATIVA ... (denomina-


ção social completa).
Aos ... (data), às ... (hora), na ... (endereço completo do local), reuniram-se em
assembléia-geral com o propósito de constituir uma sociedade cooperativa de
crédito, nos termos da legislação vigente, as ... (número de associados funda-
dores) pessoas físicas relacionadas e qualificadas na Lista dos Associados Fun-
dadores e Subscritores do Capital Inicial que, para todos os efeitos, fica fazen-
do parte integrante da presente ata como seu Anexo I.
Foi aclamado entre os presentes, para presidir os trabalhos, o senhor ... (nome
completo), que convidou a mim, ... (nome completo), para lavrar a ata respec-
tiva, tendo participado ainda da mesa o senhor ... (nome completo), represen-
tante da ... (sigla da cooperativa central de crédito, se for o caso), que usou a
palavra para explicar aos presentes alguns aspectos sobre o cooperativismo. O
senhor presidente solicitou que fosse lido, explicado e debatido o projeto do
Estatuto Social, anteriormente elaborado, o que foi feito, artigo por artigo.
Logo a seguir, o senhor presidente deixou a palavra livre para que os presentes
pudessem questionar suas dúvidas sobre o estatuto proposto, ou mesmo suge-
rir modificações em seus dispositivos.
Não havendo nenhuma modificação ou sugestão, o senhor presidente colocou
em votação o texto definitivo do estatuto proposto, o qual foi aprovado pelos
associados fundadores presentes, por unanimidade, ficando, para todos os efei-
tos, fazendo parte integrante da presente ata como seu Anexo II.
A seguir, foi procedida a eleição para preenchimento dos cargos dos órgãos
estatutários da cooperativa, apurando-se que dentre os nomes propostos foram
eleitas as seguintes pessoas, todas já devidamente qualificadas no mencionado
documento Anexo I à esta ata, as quais preenchem as condições previstas na
Resolução CMN nº 2.645, de 22.09.99, devendo ser empossadas após a homo-
logação dos seus nomes pelo Banco Central do Brasil: para a Diretoria, com
mandato de 3 (três) anos, ... (nome) - Diretor Presidente; ... (nome) - Diretor
Administrativo; ... (nome) - Diretor Operacional; e para o Conselho Fiscal,
com mandato de 1 (um) ano, ... (nomes) - Efetivos e ... (nomes) - Suplentes.

82
O senhor presidente ressaltou que, conforme discriminado no documento Anexo
I à esta ata, os sócios fundadores subscreveram o total de ... (quantidade total
de quotas subscritas) quotas do capital inicial da cooperativa, no valor de R$ ...
(valor unitário da quota) cada uma e integralizaram no ato o valor total de R$ ...
(valor total correspondente à metade ou mais das quotas subscritas por cada
um), devendo a parte restante das quotas subscritas ser integralizada no prazo
de 1 (um) ano a contar desta data.
Ato contínuo o senhor presidente declarou definitivamente constituída a
COOPERATIVA ... (denominação social completa) e colocou em votação pro-
posta de filiação da sociedade à ... (sigla da cooperativa central de crédito), o
que foi aprovado por unanimidade.
Por fim, diante do elevado número de associados fundadores, a assembléia de-
cidiu que a ata dos respectivos trabalhos seja assinada por todos, nomeando,
porém, com a incumbência específica de rubricar todas as demais páginas da
ata e os documentos que constituem seus anexos inseparáveis, uma comissão
de 6 (seis) fundadores, ... (nome completo de cada um), também já qualifica-
dos no documento Anexo I a esta ata.
Nada mais havendo a tratar, o senhor presidente deu por encerrados os traba-
lhos da assembléia-geral e mandou lavrar a presente ata que, lida e julgada
conforme, vai assinada pelos componentes da mesa e por todos os demais asso-
ciados fundadores, na forma acima deliberada.
... (local e data)
... (nome e assinatura de todos os associados fundadores)
Anexo I à ata da Assembléia-Geral de Constituição da Cooperativa ... (denomi-
nação social completa), realizada em ... (data da assembléia).
LISTA DOS ASSOCIADOS FUNDADORES E SUBSCRITORES DO CA-
PITAL INICIAL
... (nome por extenso; qualificação compreendendo a nacionalidade, idade, es-
tado civil, profissão, domicílio e residência; documento de identidade, seu
número e órgão expedidor e número de inscrição no CPF; quantidade de quo-
tas subscritas, valor de cada quota, quantidade de quotas integralizadas no ato
e valor pago no ato).
... (idem, para cada um dos associados fundadores)
Anexo II à ata da Assembléia-Geral de Constituição da Cooperativa ... (deno-
minação social completa), realizada em ... (data da assembléia).
ESTATUTO SOCIAL
... (texto definitivo do estatuto aprovado pela assembléia-geral de constituição
– vide modelo objeto do Anexo III)

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Anexo V

Modelo de Edital de Convocação

COOPERATIVA DE CRÉDITO ... (denominação social completa)


ASSEMBLÉIA-GERAL ... (ordinária ou extraordinária)
EDITAL DE CONVOCAÇÃO

O ... (cargo do subscritor, conforme previsto no estatuto) da Cooperativa de


Crédito ... (denominação social completa), no uso das atribuições que lhe con-
fere o Estatuto Social, convoca os associados, que nesta data são em número de
... (quantidade de associados em condições de votar), em condições de votar,
para se reunirem em Assembléia-Geral ... (ordinária ou extraordinária), a reali-
zar-se na sua sede social, à ... (endereço completo da sede social ou outro local
no município da sede), no dia __/__/__, às ... (hora prevista para a primeira
convocação) horas, com a presença de 2/3 (dois terços) dos associados, em
primeira convocação; às ... (hora prevista para a segunda convocação) horas,
com a presença de metade mais 1 (um) dos associados, em segunda convoca-
ção; ou às ... (hora prevista para a terceira convocação) horas, com a presença de
no mínimo 10 (dez) associados, em terceira convocação, para deliberar sobre os
seguintes assuntos:
ORDEM DO DIA:
1 – prestação das contas do exercício de ... (ano do exercício social findo);
2 – destinação das sobras apuradas (ou rateio das perdas);
3 – eleição dos componentes da ... (órgão de administração, conforme estatu-
to) e do Conselho Fiscal;
4 – fixação do valor dos honorários, das gratificações e da cédula de presença
dos membros da ... (órgão de administração, conforme estatuto) e do Conselho
Fiscal;

84
5 – reforma do Estatuto Social, envolvendo os artigos ... (citar artigos a serem
reformados e sua natureza, quando relevante) (assunto privativo de Assem-
bléia-Geral Extraordinária);
6 – outros assuntos de interesse social.
... (local e data)
... (nome, cargo e assinatura do convocante, conforme previsto no estatuto)

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Anexo VI

Modelo de Ata Sumária de Assembléia-Geral

COOPERATIVA DE CRÉDITO ... (denominação social completa)

CNPJ: ... (número do CNPJ)

Número de Identificação do Registro de Empresas - NIRE: ... (número do


NIRE)

Endereço: (local da sede social)

ATA SUMÁRIA DA ASSEMBLÉIA-GERAL ... (ordinária ou extraordinária)


I – Aos ... (dia) dias do mês de ... (mês) de ... (ano), às ... (hora de instalação da
assembléia) horas, na sede social localizada à ... (endereço onde será realizada a
assembléia), nesta cidade, realizou-se a Assembléia-Geral Ordinária (ou Extraor-
dinária) da Cooperativa de Crédito ... (denominação social completa).
II – PRESENÇAS:
Estiveram presentes ... (número de associados) associados, conforme assinatu-
ras constantes no Livro de Presença às Assembléias-Gerais, realizando-se a
Assembléia em ... (1ª, 2ª ou 3ª) convocação, esclarecido que nesta data é de ...
(quantidade) o número de associados em condições de votar. Edital de convo-
cação publicado no jornal ... (nome do jornal de circulação regular no local da
sede), edição de ... (data).
III – COMPOSIÇÃO DA MESA:
– discriminar os componentes da mesa, indicando o cargo que ocupam na Co-
operativa, observado o previsto no Estatuto Social.
Observação: Durante as deliberações sobre a prestação de contas do exercício
findo, presidiu a assembléia o senhor ... (nome do associado), sendo secreta-
riado pelo senhor ... (nome do associado).

86
IV – DELIBERAÇÕES:
Foram tomadas ou aprovadas por unanimidade de votos as seguintes delibera-
ções (caso não tenham sido aprovadas por unanimidade ou mesmo não aprova-
das, citar):
1) Prestação das contas da ... (órgão de administração), acompanhada de pare-
cer do Conselho Fiscal, compreendendo: relatório da gestão; balanços gerais;
demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas verificadas; e o parecer do
Conselho Fiscal.
2) Foram destinadas as sobras líquidas apuradas no exercício, conforme a seguir
(observar o disposto no Estatuto Social): ... (percentual) % para o Fundo de
Reserva; ... (percentual) % para o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e
Social (FATES); ... (percentual) % distribuídos aos associados, na proporção
direta das operações realizadas por cada um no exercício findo.
3) Eleição por aclamação, abstendo-se de votar os legalmente impedidos, dos
membros da ... (órgão de administração) e do Conselho Fiscal, abaixo relaciona-
dos:
... (órgão de administração) – Mandato até a AGO de ... (prazo de mandato
previsto no estatuto):
... (relacionar os nomes por extenso, qualificação e cargo de cada um dos elei-
tos)
Conselho Fiscal – Mandato até a AGO de ... (mandato de um ano):
... (relacionar nomes por extenso, qualificação e cargo (efetivo ou suplente) de
cada um dos eleitos)
Observações:
A posse dos eleitos dependerá da homologação dos nomes pelo Banco Central
do Brasil.
O senhor presidente declarou, em nome da Cooperativa, que os eleitos não
têm antecedentes criminais, que desconhece fatos desabonadores à sua con-
duta e que demonstraram previamente que preenchem as condições previstas
na Resolução nº 2.645/99.
4) Fixação dos honorários da ... (órgão de administração) e das cédulas de pre-
sença dos administradores e fiscais: (relatar).
5) Reforma (ou inclusão) dos artigos ... (citar números), do estatuto social,
que passam a vigorar com a seguinte redação: (matéria privativa de Assembléia-
Geral Extraordinária)
“Art. ... (número de cada artigo incluído ou reformado e seu novo teor)”.

87
6) Outros assuntos de interesse social: (enumerar as demais deliberações, des-
de que previstas no respectivo edital de convocação da assembléia).
V – FECHO:
Nada mais havendo a tratar, encerrou-se a assembléia-geral cuja ata, lida e acha-
da conforme, vai assinada pelo presidente, pelo secretário e pelos associados
que desejaram fazê-lo.
A presente é cópia fiel do texto lavrado no livro próprio.
... (nome e assinatura do secretário da assembléia ou de administrador da coo-
perativa).

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Legislação

89
90
Lei No 4.595, de 31 de Dezembro de 1964
Dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, cria o Conselho
Monetário Nacional e dá outras providências.

CAPÍTULO I instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema


de pagamentos e de mobilização de recursos;
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
VI - zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
Art. 1º - O Sistema Financeiro Nacional, estruturado e
regulado pela presente Lei, será constituído: VII - coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária,
fiscal e da dívida pública, interna e externa.
I - do Conselho Monetário Nacional;
Art. 4º - Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo
II - do Banco Central do Brasil;
diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República:
III - do Banco do Brasil S.A.;
I - (REVOGADO)
IV - do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
II - estabelecer condições para que o Banco Central do Brasil
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas. emita moeda-papel (Vetado) de curso forçado, nos termos e
limites decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras
do meio circulante;
CAPÍTULO II
III - aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco
DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL Central do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades
globais de moeda e crédito;
Art. 2º - Fica extinto o Conselho da atual Superintendência
da Moeda e do Crédito, e criado, em substituição, o Conselho IV - determinar as características gerais (Vetado) das cédulas e
Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da das moedas;
moeda e do crédito, como previsto nesta Lei, objetivando o
V - fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive
progresso econômico e social do País.
quanto à compra e venda de ouro e quaisquer operações em
Art. 3º - A política do Conselho Monetário Nacional objetivará: direitos especiais de saque e em moeda estrangeira;

I - adaptar o volume dos meios de pagamento às reais VI - disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as
necessidades da economia nacional e seu processo de operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites,
desenvolvimento; avais e prestações de quaisquer garantias por parte das
instituições financeiras;
II - regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou
corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem VII - coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de
interna ou externa, as depressões econômicas e outros investimentos do Governo Federal;
desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; VIII - regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos
III - regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço que exercerem atividades subordinadas a esta Lei, bem como a
de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos aplicação das penalidades previstas;
recursos em moeda estrangeira; IX - limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos,
IV - orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações
quer públicas, quer privadas, tendo em vista propiciar, nas e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo
diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvol- Banco Central do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos
vimento harmônico da economia nacional; financiamentos que se destinem a promover:

V - propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos - recuperação e fertilização do solo;

91
- reflorestamento; XXI - disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos
corretores de fundos públicos;
- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
XXII - estatuir normas para as operações das instituições
- eletrificação rural;
financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu
- mecanização; funcionamento aos objetivos desta Lei;
- irrigação; XXIII - fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e
reservas livres, o limite além do qual os excedentes dos depósitos
- investimentos indispensáveis às atividades agropecuárias;
das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central
X - determinar a percentagem máxima dos recursos que as insti- do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho
tuições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou estabelecer;
grupo de empresas;
XXIV - decidir de sua própria organização, elaborando seu
XI - estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, regimento interno no prazo máximo de 30 (trinta) dias;
imobilizações e outras relações patrimoniais, a serem observadas
XXV - (REVOGADO)
pelas instituições financeiras;
XXVI - (REVOGADO)
XII - expedir normas gerais de contabilidade e estatística a
serem observadas pelas instituições financeiras; XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central
do Brasil e decidir sobre seu orçamento e sobre seus sistemas de
XIII - delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos, o contabilidade;
capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando
em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e XXVIII - aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País
agências ou filiais; as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem,
nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali
XIV - (REVOGADO) instalados ou que nelas desejem estabelecer-se;
XV - estabelecer para as instituições financeiras públicas a dedução XXIX - colaborar com o Senado Federal, na instrução dos
dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que lhes processos de empréstimos externos dos Estados, do Distrito
detenham o controle acionário, bem como das respectivas Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no
autarquias e sociedades de economia mista, no cálculo a que se art. 52, V e VII, da Constituição Federal;
refere o artigo 10 inciso III, desta Lei;
XXX - (REVOGADO)
XVI - enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o
XXXI - baixar normas que regulem as operações de câmbio,
último dia do mês subseqüente, relatório e mapas demonstrativos
inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições;
da aplicação dos recolhimentos compulsórios, (Vetado);
XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras
XVII - regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições,
e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central
as operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com
do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle
quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza
acionário ou coligadas.
bancária;
§ 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribuições
XVIII - outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das
previstas no inciso VIII deste artigo, poderá determinar que o
operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no
Banco Central do Brasil recuse autorização para o funcionamento
balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a
de novas instituições financeiras, em função de conveniências
iminência de tal situação;
de ordem geral.
XIX - estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central
§ 2º (REVOGADO)
do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades
de que participe o Estado; § 3º (REVOGADO)

XX - autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições § 4º (REVOGADO)


financeiras públicas federais a efetuar a subscrição, compra e § 5º (REVOGADO)
venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade
das sociedades de economia mista e empresas do Estado; § 6º (REVOGADO)

92
§ 7º (REVOGADO) b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que
tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob
Art. 5º - As deliberações do Conselho Monetário Nacional
juros favorecidos e outras condições por ele fixadas.
entendem-se de responsabilidade de seu Presidente para os
efeitos do art.105, I, letra “b”, da Constituição Federal e obrigarão IV - receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso
também os órgãos oficiais, inclusive autarquias e sociedades de anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições
economia mista, nas atividades que afetem o mercado financeiro financeiras, nos termos do inciso III e § 2º do art. 19;
e o de capitais.
V - realizar operações de redesconto e empréstimo a instituições
Art. 6º - (REVOGADO) financeiras bancárias e as referidas no inciso III, alínea b, deste
Art. 7º - (REVOGADO) artigo, e no § 4º do art. 49 desta Lei;
VI - exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;

CAPÍTULO III VII - efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da
Lei;
DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
VIII - ser depositário das reservas oficiais de ouro, de moeda
Art. 8º - A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é estrangeira e de direitos especiais de saque e fazer com estas
transformada em autarquia federal, tendo sede e foro na Capital últimas todas e quaisquer operações previstas no convênio
da República, sob a denominação de Banco Central do Brasil, constitutivo do Fundo Monetário Internacional;
com personalidade jurídica e patrimônio próprios, este
constituído dos bens, direitos e valores que lhe são transferidos IX - exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as
na forma desta Lei e ainda da apropriação dos juros e renda penalidades previstas;
resultantes, na data da vigência desta Lei, do disposto no art. 9º X - conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que
do Decreto-lei número 8.495, de 28 de dezembro de 1945, possam:
dispositivo que ora é expressamente revogado.
a) funcionar no País;
Parágrafo único - Os resultados positivos do Banco Central do
Brasil, apurados em seus balanços semestrais, serão recolhidos b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive
ao Tesouro Nacional, até o dia 10 do mês subseqüente ao da no exterior;
apuração. c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
Art. 9º - Compete ao Banco Central do Brasil cumprir e fazer d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual,
cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em
de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações,
vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.
debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou
Art. 10 - Compete privativamente ao Banco Central do Brasil: mobiliários;

I - emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
autorizados pelo Conselho Monetário Nacional (Vetado);
f) alterar seus estatutos;
II - executar os serviços do meio circulante;
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle
III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total acionário.
dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros
XI - estabelecer condições para a posse e para o exercício de
títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de
quaisquer cargos de administração de instituições financeiras
subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra
privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em
de títulos da dívida pública federal, seja através de recolhimento
órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que
em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do
forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional;
Brasil, na forma e condições por ele determinadas, podendo:
XII - efetuar, como instrumento de política monetária, operações
a) adotar percentagens diferentes em função:
de compra e venda de títulos públicos federais;
1 - das regiões geoeconômicas;
XIII - determinar que as matrizes das instituições financeiras
2 - das prioridades que atribuir as aplicações; registrem os cadastros das firmas que operam com suas agências
3 - da natureza das instituições financeiras; há mais de um ano.

93
§ 1º - No exercício das atribuições a que se refere o inciso X cumprimento das decisões adotadas pelo mesmo Conselho ou
deste artigo, com base nas normas estabelecidas pelo Conselho prescritas em Lei.
Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil estudará os
Art. 12 - O Banco Central do Brasil operará exclusivamente
pedidos que lhes sejam formulados e resolverá conceder ou
com instituições financeiras públicas e privadas, vedadas
recusar a autorização pleiteada, podendo (Vetado) incluir as
operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas
cláusulas que reputar convenientes ao interesse público.
de direito público ou privado, salvo as expressamente autorizadas
§ 2º - Observado o disposto no parágrafo anterior, as instituições por Lei.
financeiras estrangeiras dependem de autorização do poder
Art. 13 - Os encargos e serviços de competência do Banco
executivo, mediante decreto, para que possam funcionar no
Central, quando por ele não executados diretamente, serão
País (Vetado).
contratados de preferência com o Banco do Brasil S.A., exceto
Art. 11 - Compete ainda ao Banco Central do Brasil: nos casos especialmente autorizados pelo Conselho Monetário
Nacional.
I - entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as
instituições financeiras estrangeiras e internacionais; Art. 14 - (REVOGADO)

II - promover, como agente do Governo Federal, a colocação de Art. 15 - O regimento interno do Banco Central do Brasil, a
empréstimos internos ou externos, podendo, também, que se refere o inciso XXVII, do art. 4º, desta Lei, prescreverá as
encarregar-se dos respectivos serviços; atribuições do Presidente e dos Diretores e especificará os casos
que dependerão de deliberação da Diretoria, a qual será tomada
III - atuar no sentido de funcionamento regular do mercado
por maioria de votos, presentes no mínimo o Presidente ou seu
cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do substituto eventual e dois outros Diretores, cabendo ao Presidente
equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim também o voto de qualidade.
comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar
operações de crédito no exterior, inclusive as referentes aos Parágrafo único - A Diretoria se reunirá, ordinariamente, uma vez
direitos especiais de saque, e separar os mercados de câmbio por semana, e, extraordinariamente, sempre que necessário,
financeiro e comercial; por convocação do Presidente ou a requerimento de, pelo menos,
dois de seus membros.
IV - efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia
mista e empresas do Estado; Art. 16 - Constituem receitas do Banco Central do Brasil as
rendas:
V - emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as
condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional; I - de operações financeiras e de outras aplicações de seus
recursos;
VI - regular a execução dos serviços de compensação de cheques
e outros papéis; II - das suas operações de câmbio, da compra e venda de ouro e
de quaisquer outras operações em moeda estrangeira;
VII - exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e
de capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de
interfiram nesses mercados e em relação às modalidades ou mora aplicados por força do disposto na legislação em vigor.
processos operacionais que utilizem;
VIII - prover, sob controle do Conselho Monetário Nacional, os CAPÍTULO IV
serviços de sua Secretaria.
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
§ 1º - No exercício das atribuições a que se refere o inciso IX do
artigo 10 desta Lei, o Banco Central do Brasil poderá examinar Seção I
os livros e documentos das pessoas naturais ou jurídicas que Da Caracterização e Subordinação
detenham o controle acionário de instituição financeira, ficando
Art. 17 - Consideram-se instituições financeiras, para os
essas pessoas sujeitas ao disposto no artigo 44, § 8º, desta Lei.
efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou
§ 2º - O Banco Central do Brasil instalará delegacias, com privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a
autorização do Conselho Monetário Nacional, nas diferentes coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros
regiões geoeconômicas do País, tendo em vista a descentralização próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a
administrativa para distribuição e recolhimento da moeda e o custódia de valor de propriedade de terceiros.

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Parágrafo único - Para os efeitos desta Lei e da legislação em b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução
vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas do Orçamento Geral da União e leis complementares, de acordo
que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de com as autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério
forma permanente ou eventual. da Fazenda, as quais não poderão exceder o montante global
dos recursos a que se refere a letra anterior, vedada a concessão,
Art. 18 - As instituições financeiras somente poderão
pelo banco, de créditos de qualquer natureza ao Tesouro Nacional;
funcionar no País mediante prévia autorização do Banco Central
do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa
estrangeiras. autorização legal;

§ 1º - Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados, d) adquirir e financiar estoques de produção exportável;
das sociedades de crédito, financiamento e investimentos, das e) executar a política de preços mínimos dos produtos
caixas econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de agropastoris;
crédito das cooperativas que a tenham, também se subordinam
às disposições e disciplina desta Lei no que for aplicável às f) ser agente pagador e recebedor fora do País;
bolsas de valores, companhias de seguros e de capitalização, às g) executar o serviço da dívida pública consolidada;
sociedades que efetuam distribuição de prêmios em imóveis,
mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de sua II - como principal executor dos serviços bancários de interesse
emissão ou por qualquer forma, e às pessoas físicas ou jurídicas do Governo Federal, inclusive suas autarquias, receber em
depósito, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer
que exerçam, por conta própria ou de terceiros, atividade
entidades federais, compreendendo as repartições de todos os
relacionada com a compra e venda de ações e outros quaisquer
ministérios civis e militares, instituições de previdência e outras
títulos, realizando nos mercados financeiros e de capitais
autarquias, comissões, departamentos, entidades em regime
operações ou serviços de natureza dos executados pelas
especial de administração e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas
instituições financeiras.
responsáveis por adiantamentos, ressalvados o disposto no § 5º
§ 2º - O Banco Central do Brasil, no exercício da fiscalização que deste artigo, as exceções previstas em Lei ou casos especiais,
lhe compete, regulará as condições de concorrência entre expressamente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional,
instituições financeiras, coibindo-lhes os abusos com a aplicação por proposta do Banco Central do Brasil;
da pena (Vetado) nos termos desta Lei.
III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das Instituições
§ 3º - Dependerão de prévia autorização do Banco Central do de que trata o inciso IV, do artigo 10, desta Lei, escriturando as
Brasil as campanhas destinadas à coleta de recursos do público, respectivas contas;
praticadas por pessoas físicas ou jurídicas abrangidas neste artigo,
IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros
salvo para subscrição pública de ações, nos termos da Lei das
papéis;
Sociedades por Ações.
V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam o
artigo 80, III, da Lei n.º 6.404, de 15.12.76, e art. 1º do Decreto-
Seção II lei n.º 5.956, de 01.11.43, ressalvado o disposto no art. 27, desta
Lei;
Do Banco do Brasil S.A.
VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda de
Art. 19 - Ao Banco do Brasil S.A. competirá precipuamente, moeda estrangeira e, por conta do Banco Central do Brasil, nas
sob a supervisão do Conselho Monetário Nacional e como condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
instrumento de execução da política creditícia e financeira do
Governo Federal: VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de
interesse do Banco Central do Brasil, mediante contratação na
I - na qualidade de Agente Financeiro do Tesouro Nacional, forma do art. 13, desta Lei;
sem prejuízo de outras funções que lhe venham a ser atribuídas
e ressalvado o disposto no art. 8º, da Lei n.º 1.628, de 20 de VIII - (REVOGADO)
junho de 1952: IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média
a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias propriedade rural, nos termos da legislação que regular a matéria;
provenientes da arrecadação de tributos ou rendas federais e X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o
ainda o produto das operações de que trata o art. 49, desta Lei; favorecimento referido no art. 4º, inciso IX, desta Lei;

95
XI - difundir e orientar o crédito, inclusive as atividades comerciais § 1º - O Conselho Monetário Nacional regulará as atividades,
suplementando a ação da rede bancária: capacidade e modalidade operacionais das instituições
financeiras públicas federais, que deverão submeter à aprovação
a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às
necessidades creditícias das diferentes regiões do País; daquele órgão, com a prioridade por ele prescrita, seus programas
de recursos e aplicações, de forma que se ajustem à política de
b) no financiamento das exportações e importações. crédito do Governo Federal.
§ 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos § 2º - A escolha dos Diretores ou Administradores das instituições
específicos que possibilitem ao Banco do Brasil S.A., sob adequada financeiras públicas federais e a nomeação dos respectivos
remuneração, o atendimento dos encargos previstos nesta Lei. Presidentes e designação dos substitutos observarão o disposto
§ 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma no art. 21, §s 1º e 2º, desta Lei.
do inciso III deste artigo, o Banco do Brasil S.A. colocará à § 3º - A atuação das instituições financeiras públicas será coor-
disposição do Banco Central do Brasil, observadas as normas
denada nos termos do art. 4º desta Lei.
que forem estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, a
parcela que exceder as necessidades normais de movimentação Art. 23 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
das contas respectivas, em função dos serviços aludidos no inciso e Social é o principal instrumento de execução de política de
IV deste artigo. investimentos do Governo Federal, nos termos das Leis números
1.628, de 20 de junho de 1952 e 2.973, de 26 de novembro de
§ 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão
1956.
objeto de contratação entre o Banco do Brasil S.A. e a União
Federal, esta representada pelo Ministro da Fazenda. Art. 24 - As instituições financeiras públicas não federais
§ 4º - O Banco do Brasil S.A. prestará ao Banco Central do Brasil ficam sujeitas às disposições relativas às instituições financeiras
todas as informações por este julgadas necessárias para a exata privadas, assegurada a forma de constituição das existentes na
execução desta Lei. data da publicação desta Lei.

§ 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo também Parágrafo único - As Caixas Econômicas Estaduais equiparam-
poderão ser feitos na Caixa Econômica Federal, nos limites e se, no que couber, à Caixa Econômica Federal, para os efeitos da
condições fixados pelo Conselho Monetário Nacional. legislação em vigor.

Art. 20 - O Banco do Brasil S.A. e o Banco Central do Brasil


elaborarão, em conjunto, o programa global de aplicações e Seção IV
recursos do primeiro, para fins de inclusão nos orçamentos
monetários de que trata o inciso III, do artigo 4º desta Lei. Das Instituições Financeiras Privadas

Art. 21 - O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S.A. Art. 25 - As instituições financeiras privadas, exceto as
deverão ser pessoas de reputação ilibada e notória capacidade. cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma
de Sociedade Anônima, devendo a totalidade de seu capital
§ 1º - A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S.A. será
com direito a voto ser representada por ações nominativas.
feita pelo Presidente da República, após aprovação do Senado
Federal. Art. 26 - O capital inicial das instituições financeiras públicas
e privadas será sempre realizado em moeda corrente.
§ 2º - As substituições eventuais do Presidente do Banco do
Brasil S.A. não poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias Art. 27 - Na subscrição do capital inicial e na de seus aumentos
consecutivos, sem que o Presidente da República submeta ao em moeda corrente, será exigida no ato a realização de, pelo
Senado Federal o nome do substituto. menos, 50% (cinqüenta por cento) do montante subscrito.
§ 3º (Vetado). § 1º - As quantias recebidas dos subscritores de ações serão
§ 4º (Vetado). recolhidas no prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento,
ao Banco Central do Brasil, permanecendo indisponíveis até a
solução do respectivo processo.
Seção III
§ 2º - O remanescente do capital subscrito, inicial ou aumentado,
Das Instituições Financeiras Públicas em moeda corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano
da data da solução do respectivo processo.
Art. 22 - As instituições financeiras públicas são órgãos
auxiliares da execução da política de crédito do Governo Federal. Art. 28 - Os aumentos de capital que não forem realizados

96
em moeda corrente, poderão decorrer da incorporação de Art. 34 - É vedado às instituições financeiras conceder
reservas, segundo normas expedidas pelo Conselho Monetário empréstimos ou adiantamentos:
Nacional, e da reavaliação da parcela dos bens do ativo
I - a seus diretores e membros dos conselhos consultivo ou
imobilizado, representado por imóveis de uso e instalações.
administrativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos
Art. 29 - As instituições financeiras privadas deverão aplicar, cônjuges;
de preferência, não menos de 50% (cinqüenta por cento) dos
II - aos parentes, até o 2º (segundo) grau, das pessoas a que se
depósitos do público que recolherem, na respectiva Unidade
refere o inciso anterior;
Federada ou Território.
III - às pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital,
§ 1º - O Conselho Monetário Nacional poderá, em casos especiais,
com mais de 10% (dez por cento), salvo autorização específica
admitir que o percentual referido neste artigo seja aplicado em
do Banco Central do Brasil, em cada caso, quando se tratar de
cada Estado e Território isoladamente ou por grupos de Estados
operações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de
e Territórios componentes da mesma região geoeconômica. transações de compra e venda ou penhor de mercadorias, em
§ 2º - (REVOGADO) limites que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional,
em caráter geral;
Art. 30 - As instituições financeiras de direito privado, exceto
as de investimento, só poderão participar de capital de quaisquer IV - às pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de
sociedades com prévia autorização do Banco Central do Brasil, 10% (dez por cento);
solicitada justificadamente e concedida expressamente, V - às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de
ressalvados os casos de garantia de subscrição, nas condições 10% (dez por cento), quaisquer dos diretores ou administradores
que forem estabelecidas, em caráter geral, pelo Conselho da própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e
Monetário Nacional. respectivos parentes, até o 2º (segundo) grau.
Parágrafo único - (Vetado) § 1º - (REVOGADO)
Art. 31 - As instituições financeiras levantarão balanços gerais § 2º - O disposto no inciso IV deste artigo não se aplica às
a 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano, obrigatoriamente, instituições financeiras públicas.
com observância das regras contábeis estabelecidas pelo
Conselho Monetário Nacional. Art. 35 - É vedado ainda às instituições financeiras:

Art. 32 - As instituições financeiras públicas deverão comunicar I - emitir debêntures e partes beneficiárias;
ao Banco Central do Brasil a nomeação ou a eleição de diretores II - adquirir bens imóveis não destinados ao próprio uso, salvo
e membros de órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo os recebidos em liquidação de empréstimos de difícil ou duvidosa
de 15 dias da data de sua ocorrência. solução, caso em que deverão vendê-los dentro do prazo de um
Art. 33 - As instituições financeiras privadas deverão comunicar (1) ano, a contar do recebimento, prorrogável até duas vezes, a
ao Banco Central do Brasil os atos relativos à eleição de diretores critério do Banco Central do Brasil.
e membros de órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo Parágrafo único - As instituições financeiras que não recebem
de 15 dias de sua ocorrência, de acordo com o estabelecido no depósitos do público poderão emitir debêntures, desde que
art. 10, inciso XI, desta Lei. previamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, em cada
§ 1º - O Banco Central do Brasil, no prazo máximo de 60 caso.
(sessenta) dias, decidirá aceitar ou recusar o nome do eleito, Art. 36 - As instituições financeiras não poderão manter
que não atender às condições a que se refere o artigo 10, inciso aplicações em imóveis de uso próprio, que, somadas ao seu ativo
XI, desta Lei. em instalações, excedam o valor de seu capital realizado e reservas
§ 2º - A posse do eleito dependerá da aceitação a que se refere livres.
o parágrafo anterior. Art. 37 - As instituições financeiras, entidades e pessoas
referidas nos artigos 17 e 18 desta Lei, bem como os corretores
§ 3º - Oferecida integralmente a documentação prevista nas
de fundos públicos, ficam obrigados a fornecer ao Banco Central
normas referidas no art. 10, inciso XI, desta Lei, e decorrido,
do Brasil, na forma por ele determinada, os dados ou informes
sem manifestação do Banco Central do Brasil, o prazo
julgados necessários para o fiel desempenho de suas atribuições.
mencionado no § 1º deste artigo, entender-se-á não ter havido
recusa à posse. Art. 38 - (REVOGADO)

97
Art. 39 - Aplicam-se às instituições financeiras estrangeiras, salário mínimo vigente no País, sempre que as instituições
em funcionamento ou que venham a se instalar no País, as financeiras, por negligência ou dolo:
disposições da presente Lei, sem prejuízo das que se contêm
(Conforme o Art. 3º da MP 2.224/2001, as multas serão aplicadas
na legislação vigente.
até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais).
Art. 40 - As cooperativas de crédito não poderão conceder
a) advertidas por irregularidades que tenham sido praticadas,
empréstimos senão a seus cooperados com mais de 30 dias de
deixarem de saná-las no prazo que lhes for assinalado pelo Banco
inscrição.
Central do Brasil;
Parágrafo único - Aplica-se às seções de crédito das cooperativas
de qualquer tipo o disposto neste artigo. b) infringirem as disposições desta Lei relativas ao capital, fundos
de reserva, encaixe, recolhimentos compulsórios, serviços e
Art. 41 - Não se consideram como sendo operações de seções operações, não atendimento ao disposto nos arts. 27 e 33,
de crédito as vendas a prazo realizadas pelas cooperativas inclusive as vedadas nos arts. 34 (incisos II a V), 35 a 40 desta
agropastoris a seus associados de bens e produtos destinados às Lei, e abusos de concorrência (art. 18 § 2º);
suas atividades econômicas.
c) opuserem embaraço à fiscalização do Banco Central do Brasil.

§ 3º - As multas cominadas neste artigo serão pagas mediante


CAPÍTULO V recolhimento ao Banco Central do Brasil, dentro do prazo de 15
(quinze) dias, contados do recebimento da respectiva notificação,
DAS PENALIDADES
ressalvado o disposto no § 5º deste artigo e serão cobradas
Art. 42 - (REVOGADO) judicialmente, com acréscimo da mora de 1% (um por cento) ao
mês, contada da data da aplicação da multa, quando não forem
Art. 43 - (REVOGADO)
liquidadas naquele prazo.
Art. 44 - As infrações aos dispositivos desta Lei sujeitam as
§ 4º - As penas referidas nos incisos III e IV, deste artigo, serão
instituições financeiras, seus diretores, membros de conselhos
aplicadas quando forem verificadas infrações graves na condução
administrativos, fiscais e semelhantes, e gerentes, às seguintes
dos interesses da instituição financeira ou quando da reincidência
penalidades, sem prejuízo de outras estabelecidas na legislação
específica, devidamente caracterizada em transgressões ante-
vigente:
riormente punidas com multa.
I - advertência;
§ 5º - As penas referidas nos incisos II, III e IV deste artigo
II - multa pecuniária variável; serão aplicadas pelo Banco Central do Brasil admitido recurso,
com efeito suspensivo, em segunda e última instância, ao
III - suspensão do exercício de cargos;
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional,
IV - inabilitação temporária ou permanente para o exercício de interposto dentro de 15 dias, contados do recebimento da
cargos de direção na administração ou gerência em instituições notificação.
financeiras;
§ 6º - É vedada qualquer participação em multas, as quais serão
V - cassação da autorização de funcionamento das instituições recolhidas integralmente ao Banco Central do Brasil.
financeiras públicas, exceto as federais, ou privadas;
§ 7º - Quaisquer pessoas físicas ou jurídicas que atuem como
VI - (REVOGADO) instituição financeira, sem estar devidamente autorizadas pelo
Banco Central do Brasil, ficam sujeitas à multa referida neste
VII - (REVOGADO)
artigo e detenção de 1 a 2 anos, ficando a esta sujeitos, quando
§ 1º - A pena de advertência será aplicada pela inobservância das pessoa jurídica, seus diretores e administradores.
disposições constantes da legislação em vigor, ressalvadas as
§ 8º - No exercício da fiscalização prevista no art.10, inciso IX,
sanções nela previstas, sendo cabível também nos casos de
desta Lei, o Banco Central do Brasil poderá exigir das instituições
fornecimento de informações inexatas, de escrituração mantida
em atraso ou processada em desacordo com as normas expedidas financeiras ou das pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as referidas
de conformidade com o art. 4º, inciso XII, desta Lei. no parágrafo anterior, a exibição a funcionários seus, expres-
samente credenciados, de documentos, papéis e livros de
§ 2º - As multas serão aplicadas até 200 (duzentas) vezes o maior escrituração, considerando-se a negativa de atendimento como

98
embaraço à fiscalização, sujeito à pena de multa, prevista no § 2º mediante colocação de obrigações, apólices ou letras do Tesouro
deste artigo, sem prejuízo de outras medidas e sanções cabíveis. Nacional.

§ 9º - A pena de cassação, referida no inciso V, deste artigo, será § 1º - A Lei de orçamento, nos termos do artigo 73, § 1º inciso II,
aplicada pelo Conselho Monetário Nacional, por proposta do da Constituição Federal, determinará, quando for o caso, a parcela
Banco Central do Brasil, nos casos de reincidência específica de do déficit que poderá ser coberta pela venda de títulos do Tesouro
infrações anteriormente punidas com as penas previstas nos Nacional diretamente ao Banco Central do Brasil.
incisos III e IV deste artigo.
§ 2º - O Banco Central do Brasil, mediante autorização do Conse-
Art. 45 - As instituições financeiras públicas não federais e as lho Monetário Nacional baseada na Lei orçamentária do exercício,
privadas estão sujeitas, nos termos da legislação vigente, à poderá adquirir diretamente letras do Tesouro Nacional, com
intervenção efetuada pelo Banco Central do Brasil ou à liquidação emissão de papel-moeda.
extrajudicial.
§ 3º - O Conselho Monetário Nacional decidirá, a seu exclusivo
Parágrafo único - A partir da vigência desta Lei, as instituições de critério, a política de sustentação em bolsa da cotação dos títulos
que trata este artigo não poderão impetrar concordata. de emissão do Tesouro Nacional.

§ 4º - No caso de despesas urgentes e inadiáveis do Governo


Federal, a serem atendidas mediante créditos suplementares
CAPÍTULO VI
ou especiais, autorizados após a Lei do orçamento, o Congresso
DISPOSIÇÕES GERAIS Nacional determinará, especificamente, os recursos a serem
utilizados na cobertura de tais despesas, estabelecendo, quando
Art. 46 - Ficam transferidas as atribuições legais e a situação do Tesouro Nacional for deficitária, a discriminação
regulamentares do Ministério da Fazenda relativamente ao meio prevista neste artigo.
circulante inclusive as exercidas pela Caixa de Amortização para
o Conselho Monetário Nacional, e (Vetado) para o Banco Central § 5º - Na ocorrência das hipóteses citadas no parágrafo único, do
do Brasil. artigo 75, da Constituição Federal, o Presidente da República
poderá determinar que o Conselho Monetário Nacional, através
Art. 47 - Será transferida à responsabilidade do Tesouro do Banco Central do Brasil, faça a aquisição de letras do Tesouro
Nacional, mediante encampação, sendo definitivamente Nacional, com a emissão de papel-moeda até o montante do
incorporado ao meio circulante, o montante das emissões feitas crédito extraordinário que tiver sido decretado.
por solicitação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil
S.A. e da Caixa de Mobilização Bancária. § 6º - O Presidente da República fará acompanhar a determinação
ao Conselho Monetário Nacional, mencionada no parágrafo
§ 1º - O valor correspondente à encampação será destinado à anterior, de cópia da mensagem que deverá dirigir ao Congresso
liquidação das responsabilidades financeiras do Tesouro Nacional Nacional, indicando os motivos que tornaram indispensável a
no Banco do Brasil S.A., inclusive as decorrentes de operações emissão e solicitando a sua homologação.
de câmbio concluídas até a data da vigência desta Lei, mediante
aprovação específica do Poder Legislativo, ao qual será submetida § 7º - As letras do Tesouro Nacional, colocadas por antecipação
a lista completa dos débitos assim amortizados. de receita, não poderão ter vencimentos posteriores a 120 (cento
e vinte) dias do encerramento do exercício respectivo.
§ 2º - Para a liquidação do saldo remanescente das responsabi-
lidades do Tesouro Nacional, após a encampação das emissões § 8º - Até 15 de março do ano seguinte, o Poder Executivo
atuais por solicitação da Carteira de Redescontos do Banco do enviará mensagem ao Poder Legislativo, propondo a forma de
Brasil S.A. e da Caixa de Mobilização Bancária, o Poder Executivo liquidação das Letras do Tesouro Nacional emitidas no exercício
submeterá ao Poder Legislativo proposta específica, indicando anterior e não resgatadas.
os recursos e os meios necessários a esse fim.
§ 9º - É vedada a aquisição dos títulos mencionados neste artigo
Art. 48 - Concluídos os acertos financeiros previstos no artigo pelo Banco do Brasil S.A. e pelas instituições bancárias de que a
anterior, a responsabilidade da moeda em circulação passará a União detenha a maioria das ações.
ser do Banco Central do Brasil.
Art. 50 - O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central
Art. 49 - As operações de crédito da União, por antecipação do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
de receita orçamentária ou a qualquer outro título, dentro dos Social, o Banco do Brasil S.A., o Banco do Nordeste do Brasil
limites legalmente autorizados, somente serão realizadas S.A. e o Banco da Amazônia S.A. gozarão dos favores, isenções e

99
privilégios, inclusive fiscais, que são próprios da Fazenda Brasil S.A., passando suas atribuições e prerrogativas legais ao
Nacional, ressalvado, quanto aos três últimos, o regime especial Banco Central do Brasil.
de tributação do Imposto de Renda a que estão sujeitos, na
Art. 58 - Os prejuízos decorrentes das operações de câmbio
forma da legislação em vigor.
concluídas e eventualmente não regularizadas nos termos desta
Parágrafo único - São mantidos os favores, isenções e privilégios Lei, bem como os das operações de câmbio contratadas e não
de que atualmente gozam as instituições financeiras. concluídas até a data de vigência desta Lei, pelo Banco do Brasil
S.A., como mandatário do Governo Federal, serão na medida
Art. 51 - (REVOGADO)
em que se efetivarem, transferidos ao Banco Central do Brasil,
Art. 52 - (REVOGADO TACITAMENTE) sendo neste registrados como responsabilidade do Tesouro
Nacional.
Art. 53 - (REVOGADO)
§ 1º - Os débitos do Tesouro Nacional perante o Banco Central
do Brasil, provenientes das transferências de que trata este artigo,
CAPÍTULO VII serão regularizados com recursos orçamentários da União.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS § 2º - O disposto neste artigo se aplica também aos prejuízos


decorrentes de operações de câmbio que outras instituições
Art. 54 - O Poder Executivo, com base em proposta do financeiras federais, de natureza bancária, tenham realizado como
Conselho Monetário Nacional, que deverá ser apresentada mandatárias do Governo Federal.
dentro de 90 (noventa) dias de sua instalação, submeterá ao
Poder Legislativo projeto de Lei que institucionalize o crédito Art. 59 - É mantida, no Banco do Brasil S.A., a Carteira de
rural, regule seu campo específico e caracterize as modalidades Comércio Exterior, criada nos termos da Lei n.º 2.145, de 29 de
de aplicação, indicando as respectivas fontes de recursos. dezembro de 1953, e regulamentada pelo Decreto n.º 42.820,
de 16 de dezembro de 1957, como órgão executor da política de
Parágrafo único - A Comissão Consultiva do Crédito Rural dará comércio exterior, (Vetado).
assessoramento ao Conselho Monetário Nacional, na elaboração
da proposta que estabelecerá a coordenação das instituições Art. 60 - O valor equivalente aos recursos financeiros que,
existentes ou que venham a ser criadas, com o objetivo de garantir nos termos desta Lei, passarem à responsabilidade do Banco
sua melhor utilização e da rede bancária privada na difusão do Central do Brasil, e estejam, na data de sua vigência, em poder
crédito rural, inclusive com redução de seu custo. do Banco do Brasil S.A., será neste escriturado em conta, em
nome do primeiro, considerando-se como suprimento de
Art. 55 - Ficam transferidas ao Banco Central do Brasil as recursos, nos termos do § 1º, do artigo 19, desta Lei.
atribuições cometidas por Lei ao Ministério da Agricultura, no
que concerne à autorização de funcionamento e fiscalização de Art. 61 - Para cumprir as disposições desta Lei o Banco do
cooperativas de crédito de qualquer tipo, bem assim da seção de Brasil S.A. tomará providências no sentido de que seja
crédito das cooperativas que a tenham. remodelada sua estrutura administrativa, a fim de que possa
eficazmente exercer os encargos e executar os serviços que lhe
Art. 56 - Ficam extintas a Carteira de Redescontos do Banco
estão reservados, como principal instrumento de execução da
do Brasil S.A. e a Caixa de Mobilização Bancária, incorporando-
política de crédito do Governo Federal.
se seus bens, direitos e obrigações ao Banco Central do Brasil.
Art. 62 - O Conselho Monetário Nacional determinará
Parágrafo único. As atribuições e prerrogativas legais da Caixa de
providências no sentido de que a transferência de atribuições
Mobilização Bancária passam a ser exercidas pelo Banco Central
dos órgãos existentes para o Banco Central do Brasil se processe
do Brasil, sem solução de continuidade.
sem solução de continuidade dos serviços atingidos por esta
Art. 57 - Passam à competência do Conselho Monetário Lei.
Nacional as atribuições de caráter normativo da legislação cambial
Art. 63 - Os mandatos dos primeiros membros do Conselho
vigente e as executivas ao Banco Central do Brasil e ao Banco do
Monetário Nacional, a que alude o inciso IV, do artigo 6º desta
Brasil S.A., nos termos desta Lei.
Lei, serão respectivamente de 6 (seis), 5 (cinco), 4 (quatro), 3
Parágrafo único - Fica extinta a Fiscalização Bancária do Banco do (três), 2 (dois) e 1 (um) anos.

100
Art. 64 - O Conselho Monetário Nacional fixará prazo de até anterior, o prazo para cumprimento do estabelecido por força do
1 (um) ano da vigência desta Lei para a adaptação das instituições art. 30 desta Lei.
financeiras às disposições desta Lei.
Art. 65 - Esta Lei entrará em vigor 90 (noventa) dias após a
§ 1º - Em casos excepcionais o Conselho Monetário Nacional data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
poderá prorrogar até mais 1 (um) ano o prazo para que seja
complementada a adaptação a que se refere este artigo.
Brasília, 31 de dezembro de 1964; 143º da Independência e
§ 2º - Será de um ano, prorrogável, nos termos do parágrafo 76º da República.

101
Lei No 5.764, de 16 de Dezembro de 1971
Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades
cooperativas, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumpri-
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: mento dos objetivos sociais;
IV - incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros,
estranhos à sociedade;
CAPÍTULO I
V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais,
DA POLÍTICA NACIONAL DE COOPERATIVISMO
federações e confederações de cooperativas, com exceção das
Art. 1° - Compreende-se como Política Nacional de Coopera- que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da
tivismo a atividade decorrente das iniciativas ligadas ao sistema proporcionalidade;
cooperativo, originárias de setor público ou privado, isoladas ou
VI - quórum para o funcionamento e deliberação da Assembléia-
coordenadas entre si, desde que reconhecido seu interesse
Geral baseado no número de associados e não no capital;
público.
VII - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente
Art. 2° - As atribuições do Governo Federal na coordenação e
às operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em
no estímulo às atividades de cooperativismo no território nacional
contrário da Assembléia-Geral;
serão exercidas na forma desta Lei e das normas que surgirem
em sua decorrência. VIII - indivisibilidade dos Fundos de Reserva e de Assistência
Técnica Educacional e Social;
Parágrafo único - A ação do Poder Público se exercerá, principal-
mente, mediante prestação de assistência técnica e de incentivos IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e
financeiros e creditórios especiais, necessários à criação, social;
desenvolvimento e integração das entidades cooperativas. X - prestação de assistência aos associados, e, quando previsto
nos estatutos, aos empregados da cooperativa;

CAPÍTULO II XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades


de reunião, controle, operações e prestação de serviços.
DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS
Art. 3° - Celebram contrato de sociedade cooperativa as
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens CAPÍTULO III
ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de DO OBJETIVO E CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
proveito comum, sem objetivo de lucro. COOPERATIVAS
Art. 4º - As cooperativas são sociedades de pessoas, com Art. 5° - As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto
forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas qualquer gênero de serviço, operação ou atividade, assegurando-
à falência, constituídas para prestar serviços aos associados, se-lhes o direito exclusivo e exigindo-se-lhes a obrigação do uso
distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes da expressão “cooperativa” em sua denominação.
características:
Parágrafo único - É vedado às cooperativas o uso da expressão
I - adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo “Banco”.
impossibilidade técnica de prestação de serviços;
Art. 6º - As sociedades cooperativas são consideradas:
II - variabilidade do capital social representado por quotas-partes;
I - singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte)
III - limitação do número de quotas-partes do capital para cada pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida a admissão
associado, facultado, porém, o estabelecimento de critérios de de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou

102
correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, sabilidade ilimitada, quando a responsabilidade do associado
aquelas sem fins lucrativos; pelos compromissos da sociedade for pessoal, solidária e não
tiver limite.
II - cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as
constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares, podendo, Art. 13 - A responsabilidade do associado para com terceiros,
excepcionalmente, admitir associados individuais; como membro da sociedade, somente poderá ser invocada depois
de judicialmente exigida da cooperativa.
III - confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos,
de 3 (três) federações de cooperativas ou cooperativas centrais,
da mesma ou de diferentes modalidades.
CAPÍTULO IV
§ 1º - Os associados individuais das cooperativas centrais e
DA CONSTITUIÇÃO DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS
federações de cooperativas serão inscritos no Livro de Matrícula
da sociedade e classificados em grupos visando à transformação, Art. 14 - A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação
no futuro, em cooperativas singulares que a elas se filiarão. da Assembléia-Geral dos fundadores, constantes da respectiva
ata ou por instrumento público.
§ 2º - A exceção estabelecida no item II, in fine, do caput deste
artigo não se aplica às centrais e federações que exerçam ativi- Art. 15 - O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverá
dades de crédito. declarar:
Art. 7º - As cooperativas singulares se caracterizam pela I - a denominação da entidade, sede e objeto de funcionamento;
prestação direta de serviços aos associados.
II - o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão e
Art. 8° - As cooperativas centrais e federações de cooperativas residência dos associados, fundadores que o assinaram, bem
objetivam organizar, em comum e em maior escala, os serviços como o valor e número da quota-parte de cada um;
econômicos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando
III - aprovação do estatuto da sociedade;
e orientando suas atividades, bem como facilitando a utilização
recíproca dos serviços. IV - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência
dos associados eleitos para os órgãos de administração, fiscalização
Parágrafo único - Para a prestação de serviços de interesse comum,
e outros.
é permitida a constituição de cooperativas centrais, às quais se
associem outras cooperativas de objetivo e finalidades diversas. Art. 16 - O ato constitutivo da sociedade e os estatutos,
quando não transcritos naquele, serão assinados pelos funda-
Art. 9° - As confederações de cooperativas têm por objetivo
dores.
orientar e coordenar as atividades das filiadas, nos casos em que
o vulto dos empreendimentos transcender o âmbito de
capacidade ou conveniência de atuação das centrais e federações.
SEÇÃO I
Art. 10 - As cooperativas se classificam também de acordo
Da Autorização de Funcionamento
com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por
elas ou por seus associados. Art. 17 - A cooperativa constituída na forma da legislação
vigente apresentará ao respectivo órgão executivo federal de
§ 1º - Além das modalidades de cooperativas já consagradas,
controle, no Distrito Federal, Estados ou Territórios, ou ao órgão
caberá ao respectivo órgão controlador apreciar e caracterizar
local para isso credenciado, dentro de 30 (trinta) dias da data da
outras que se apresentem.
constituição, para fins de autorização, requerimento
§ 2º - Serão consideradas mistas as cooperativas que apresentarem acompanhado de 4 (quatro) vias do ato constitutivo, estatuto e
mais de um objeto de atividades. lista nominativa, além de outros documentos considerados
necessários.
§ 3° - Somente as cooperativas agrícolas mistas poderão criar e
manter seção de crédito. Art. 18 - Verificada, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
a contar da data de entrada em seu protocolo, pelo respectivo
Art. 11 - As sociedades cooperativas serão de responsa-
órgão executivo federal de controle ou órgão local para isso
bilidade limitada, quando a responsabilidade do associado pelos
credenciado, a existência de condições de funcionamento da
compromissos da sociedade se limitar ao valor do capital por ele
cooperativa em constituição, bem como a regularidade da
subscrito.
documentação apresentada, o órgão controlador devolverá,
Art. 12 - As sociedades cooperativas serão de respon- devidamente autenticadas, 2 (duas) vias à cooperativa,

103
acompanhadas de documento dirigido à Junta Comercial do agrícolas mistas subordina-se ainda, à política dos respectivos
Estado, onde a entidade estiver sediada, comunicando a órgãos normativos.
aprovação do ato constitutivo da requerente.
§ 10 - A criação de seções de crédito nas cooperativas agrícolas
§ 1° - Dentro desse prazo, o órgão controlador, quando julgar mistas será submetida à prévia autorização do Banco Central do
conveniente, no interesse do fortalecimento do sistema, poderá Brasil.
ouvir o Conselho Nacional de Cooperativismo, caso em que não
Art. 19 - A cooperativa escolar não estará sujeita ao arqui-
se verificará a aprovação automática prevista no parágrafo
vamento dos documentos de constituição, bastando remetê-los
seguinte.
ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, ou
§ 2º - A falta de manifestação do órgão controlador no prazo a respectivo órgão local de controle, devidamente autenticados
que se refere este artigo implicará a aprovação do ato constitutivo pelo diretor do estabelecimento de ensino ou a maior autoridade
e o seu subseqüente arquivamento na Junta Comercial respectiva. escolar do município, quando a cooperativa congregar associações
de mais de um estabelecimento de ensino.
§ 3º - Se qualquer das condições citadas neste artigo não for
atendida satisfatoriamente, o órgão ao qual compete conceder a Art. 20 - A reforma de estatutos obedecerá, no que couber, ao
autorização dará ciência ao requerente, indicando as exigências disposto nos artigos anteriores, observadas as prescrições dos
a serem cumpridas no prazo de 60 (sessenta) dias, findos os órgãos normativos.
quais, se não atendidas, o pedido será automaticamente
SEÇÃO II
arquivado.
Do Estatuto Social
§ 4° - À parte é facultado interpor da decisão proferida pelo
órgão controlador, nos Estados, Distrito Federal ou Territórios, Art. 21 - O estatuto da cooperativa, além de atender ao
recurso para a respectiva administração central, dentro do prazo disposto no artigo 4º, deverá indicar:
de 30 (trinta) dias contados da data do recebimento da comuni-
I - a denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto
cação e, em segunda e última instância, ao Conselho Nacional
da sociedade, fixação do exercício social e da data do levan-
de Cooperativismo, também no prazo de 30 (trinta) dias, exceção
tamento do balanço geral;
feita às cooperativas de crédito, às seções de crédito das
cooperativas agrícolas mistas, e às cooperativas habitacionais, II - os direitos e deveres dos associados, natureza de suas
hipótese em que o recurso será apreciado pelo Conselho responsabilidades e as condições de admissão, demissão, elimi-
Monetário Nacional, no tocante às duas primeiras, e pelo Banco nação e exclusão e as normas para sua representação nas
Nacional de Habitação em relação às últimas. assembléias-gerais;

§ 5º - Cumpridas as exigências, deverá o despacho do III - o capital mínimo, o valor da quota-parte, o mínimo de
deferimento ou indeferimento da autorização ser exarado dentro quotas-partes a ser subscrito pelo associado, o modo de inte-
de 60 (sessenta) dias, findos os quais, na ausência de decisão, o gralização das quotas-partes, bem como as condições de sua
requerimento será considerado deferido. Quando a autorização retirada nos casos de demissão, eliminação ou de exclusão do
depender de dois ou mais órgãos do Poder Público, cada um associado;
deles terá o prazo de 60 (sessenta) dias para se manifestar.
IV - a forma de devolução das sobras registradas aos associados,
§ 6º - Arquivados os documentos na Junta Comercial e feita a ou do rateio das perdas apuradas por insuficiência de contribuição
respectiva publicação, a cooperativa adquire personalidade para cobertura das despesas da sociedade;
jurídica, tornando-se apta a funcionar.
V - o modo de administração e fiscalização, estabelecendo os
§ 7º - A autorização caducará, independentemente de qualquer respectivos órgãos, com definição de suas atribuições, poderes e
despacho, se a cooperativa não entrar em atividade dentro do funcionamento, a representação ativa e passiva da sociedade em
prazo de 90 (noventa) dias contados da data em que forem juízo ou fora dele, o prazo do mandato, bem como o processo de
arquivados os documentos na Junta Comercial. substituição dos administradores e conselheiros fiscais;

§ 8º - Cancelada a autorização, o órgão de controle expedirá VI - as formalidades de convocação das assembléias-gerais e a


comunicação à respectiva Junta Comercial, que dará baixa nos maioria requerida para a sua instalação e validade de suas
documentos arquivados. deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas tiverem
interesse particular sem privá-los da participação nos debates;
§ 9° - A autorização para funcionamento das cooperativas de
habitação, das de crédito e das seções de crédito das cooperativas VII - os casos de dissolução voluntária da sociedade;

104
VIII - o modo e o processo de alienação ou oneração de bens anterior as pessoas jurídicas de direito público que participem
imóveis da sociedade; de cooperativas de eletrificação, irrigação e telecomunicações.

IX - o modo de reformar o estatuto; § 3° - É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de


benefício às quotas-partes do capital ou estabelecer outras
X - o número mínimo de associados.
vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de
quaisquer associados ou terceiros excetuando-se os juros até o
máximo de 12% (doze por cento) ao ano que incidirão sobre a
CAPÍTULO V
parte integralizada.
DOS LIVROS
Art. 25 - Para a formação do capital social poder-se-á estipular
Art. 22 - A sociedade cooperativa deverá possuir os seguintes que o pagamento das quotas-partes seja realizado mediante
livros: prestações periódicas, independentemente de chamada, por
meio de contribuições ou outra forma estabelecida a critério dos
I - de Matrícula;
respectivos órgãos executivos federais.
II - de Atas das Assembléias-Gerais;
Art. 26 - A transferência de quotas-partes será averbada no
III - de Atas dos Órgãos de Administração; Livro de Matrícula, mediante termo que conterá as assinaturas
do cedente, do cessionário e do diretor que o estatuto designar.
IV - de Atas do Conselho Fiscal;
Art. 27 - A integralização das quotas-partes e o aumento do
V - de presença dos Associados nas Assembléias-Gerais;
capital social poderão ser feitos com bens avaliados previamente
VI - outros, fiscais e contábeis, obrigatórios. e após homologação em Assembléia-Geral ou mediante retenção
de determinada porcentagem do valor do movimento financeiro
Parágrafo único - É facultada a adoção de livros de folhas soltas
de cada associado.
ou fichas.
§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica às cooperativas de
Art. 23 - No Livro de Matrícula, os associados serão inscritos
crédito, às agrícolas mistas com seção de crédito e às habitacionais.
por ordem cronológica de admissão, dele constando:
§ 2° - Nas sociedades cooperativas em que a subscrição de capital
I - o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profissão e for diretamente proporcional ao movimento ou à expressão
residência do associado; econômica de cada associado, o estatuto deverá prever sua revisão
II - a data de sua admissão e, quando for o caso, de sua demissão periódica para ajustamento às condições vigentes.
a pedido, eliminação ou exclusão;
III - a conta corrente das respectivas quotas-partes do capital CAPÍTULO VII
social.
DOS FUNDOS
Art. 28 - As cooperativas são obrigadas a constituir:
CAPÍTULO VI
I - Fundo de Reserva destinado a reparar perdas e atender ao
DO CAPITAL SOCIAL desenvolvimento de suas atividades, constituído com 10% (dez
Art. 24 - O capital social será subdividido em quotas-partes, por cento), pelo menos, das sobras líquidas do exercício;
cujo valor unitário não poderá ser superior ao maior salário mínimo II - Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social,
vigente no País. destinado a prestação de assistência aos associados, seus
§ 1º - Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da
terço) do total das quotas-partes, salvo nas sociedades em que a cooperativa, constituído de 5% (cinco por cento), pelo menos,
subscrição deva ser diretamente proporcional ao movimento das sobras líquidas apuradas no exercício.
financeiro do cooperado ou ao quantitativo dos produtos a serem § 1° - Além dos previstos neste artigo, a Assembléia-Geral poderá
comercializados, beneficiados ou transformados, ou ainda, em criar outros fundos, inclusive rotativos, com recursos destinados
relação à área cultivada ou ao número de plantas e animais em a fins específicos fixando o modo de formação, aplicação e
exploração. liquidação.
§ 2º - Não estão sujeitas ao limite estabelecido no parágrafo § 2º - Os serviços a serem atendidos pelo Fundo de Assistência

105
Técnica, Educacional e Social poderão ser executados mediante Art. 35 - A exclusão do associado será feita:
convênio com entidades públicas e privadas.
I - por dissolução da pessoa jurídica;
II - por morte da pessoa física;
CAPÍTULO VIII
III - por incapacidade civil não suprida;
DOS ASSOCIADOS
IV - por deixar de atender aos requisitos estatutários de ingresso
Art. 29 - O ingresso nas cooperativas é livre a todos que ou permanência na cooperativa.
desejarem utilizar os serviços prestados pela sociedade, desde
Art. 36 - A responsabilidade do associado perante terceiros,
que adiram aos propósitos sociais e preencham as condições
por compromissos da sociedade, perdura para os demitidos,
estabelecidas no estatuto, ressalvado o disposto no artigo 4º,
eliminados ou excluídos até quando aprovadas as contas do
item I, desta Lei.
exercício em que se deu o desligamento.
§ 1° - A admissão dos associados poderá ser restrita, a critério do
Parágrafo único - As obrigações dos associados falecidos,
órgão normativo respectivo, às pessoas que exerçam determinada
contraídas com a sociedade, e as oriundas de sua responsabilidade
atividade ou profissão, ou estejam vinculadas a determinada
como associado em face de terceiros, passam aos herdeiros,
entidade.
prescrevendo, porém, após um ano contado do dia da abertura
§ 2° - Poderão ingressar nas cooperativas de pesca e nas da sucessão, ressalvados os aspectos peculiares das cooperativas
constituídas por produtores rurais ou extrativistas, as pessoas de eletrificação rural e habitacionais.
jurídicas que pratiquem as mesmas atividades econômicas das
Art. 37 - A cooperativa assegurará a igualdade de direitos dos
pessoas físicas associadas.
associados sendo-lhe defeso:
§ 3° - Nas cooperativas de eletrificação, irrigação e telecomu-
I - remunerar a quem agencie novos associados;
nicações, poderão ingressar as pessoas jurídicas que se localizem
na respectiva área de operações. II - cobrar prêmios ou ágio pela entrada de novos associados
ainda a título de compensação das reservas;
§ 4° - Não poderão ingressar no quadro das cooperativas os
agentes de comércio e empresários que operem no mesmo III - estabelecer restrições de qualquer espécie ao livre exercício
campo econômico da sociedade. dos direitos sociais.
Art. 30 - À exceção das cooperativas de crédito e das agrícolas
mistas com seção de crédito, a admissão de associados, que se
CAPÍTULO IX
efetive mediante aprovação de seu pedido de ingresso pelo
órgão de administração, complementa-se com a subscrição das DOS ÓRGÃOS SOCIAIS
quotas-partes de capital social e a sua assinatura no Livro de
Matrícula.
SEÇÃO I
Art. 31 - O associado que aceitar e estabelecer relação
empregatícia com a cooperativa, perde o direito de votar e ser Das Assembléias-Gerais
votado, até que sejam aprovadas as contas do exercício em que Art. 38 - A Assembléia-Geral dos associados é o órgão supremo
ele deixou o emprego. da sociedade, dentro dos limites legais e estatutários, tendo
Art. 32 - A demissão do associado será unicamente a seu poderes para decidir os negócios relativos ao objeto da sociedade
pedido. e tomar as resoluções convenientes ao desenvolvimento e defesa
desta, e suas deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes
Art. 33 - A eliminação do associado é aplicada em virtude de
ou discordantes.
infração legal ou estatutária, ou por fato especial previsto no
estatuto, mediante termo firmado por quem de direito no Livro § 1º - As Assembléias-Gerais serão convocadas com antecedência
de Matrícula, com os motivos que a determinaram. mínima de 10 (dez) dias, em primeira convocação, mediante
editais afixados em locais apropriados das dependências
Art. 34 - A diretoria da cooperativa tem o prazo de 30 (trinta)
comumente mais freqüentadas pelos associados, publicação em
dias para comunicar ao interessado a sua eliminação.
jornal e comunicação aos associados por intermédio de circulares.
Parágrafo único - Da eliminação cabe recurso, com efeito Não havendo no horário estabelecido, quórum de instalação, as
suspensivo à primeira Assembléia-Geral. assembléias poderão ser realizadas em segunda ou terceira

106
convocações desde que assim permitam os estatutos e conste § 3° - O estatuto determinará o número de delegados, a época e
do respectivo edital, quando então será observado o intervalo forma de sua escolha por grupos seccionais de associados de
mínimo de 1 (uma) hora entre a realização por uma ou outra igual número e o tempo de duração da delegação.
convocação.
§ 4º - Admitir-se-á, também, a delegação definida no parágrafo
§ 2º - A convocação será feita pelo Presidente, ou por qualquer anterior nas cooperativas singulares cujo número de associados
dos órgãos de administração, pelo Conselho Fiscal, ou após seja inferior a 3.000 (três mil), desde que haja filiados residindo
solicitação não atendida, por 1/5 (um quinto) dos associados em a mais de 50 km (cinqüenta quilômetros) da sede.
pleno gozo dos seus direitos.
§ 5° - Os associados, integrantes de grupos seccionais, que não
§ 3° - As deliberações nas Assembléias-Gerais serão tomadas por sejam delegados, poderão comparecer às Assembléias-Gerais,
maioria de votos dos associados presentes com direito de votar. privados, contudo, de voz e voto.
Art. 39 - É da competência das Assembléias-Gerais, ordinárias § 6° - As Assembléias-Gerais compostas por delegados decidem
ou extraordinárias, a destituição dos membros dos órgãos de sobre todas as matérias que, nos termos da lei ou dos estatutos,
administração ou fiscalização.
constituem objeto de decisão da assembléia-geral dos associados.
Parágrafo único - Ocorrendo destituição que possa afetar a
Art. 43 - Prescreve em 4 (quatro) anos, a ação para anular as
regularidade da administração ou fiscalização da entidade, poderá
deliberações da Assembléia-Geral viciadas de erro, dolo, fraude
a Assembléia designar administradores e conselheiros provisórios,
ou simulação, ou tomadas com violação da lei ou do estatuto,
até a posse dos novos, cuja eleição se efetuará no prazo máximo
contado o prazo da data em que a Assembléia foi realizada.
de 30 (trinta) dias.
Art. 40 - Nas Assembléias-Gerais o quórum de instalação
será o seguinte: SEÇÃO II
I - 2/3 (dois terços) do número de associados, em primeira Das Assembléias-Gerais Ordinárias
convocação;
Art. 44 - A Assembléia-Geral Ordinária, que se realizará
II - metade mais 1 (um) dos associados em segunda convocação; anualmente nos 3 (três) primeiros meses após o término do
III - mínimo de 10 (dez) associados na terceira convocação exercício social, deliberará sobre os seguintes assuntos que
ressalvado o caso de cooperativas centrais e federações e con- deverão constar da ordem do dia:
federações de cooperativas, que se instalarão com qualquer I - prestação de contas dos órgãos de administração acompa-
número. nhada de Parecer do Conselho Fiscal, compreendendo:
Art. 41 - Nas Assembléias-Gerais das cooperativas centrais,
– relatório da gestão;
federações e confederações de cooperativas, a representação
será feita por delegados indicados na forma dos seus estatutos e – balanço;
credenciados pela diretoria das respectivas filiadas.
– demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes
Parágrafo único - Os grupos de associados individuais das da insuficiência das contribuições para cobertura das despesas
cooperativas centrais e federações de cooperativas serão da sociedade e o Parecer do Conselho Fiscal.
representados por 1 (um) delegado, escolhido entre seus
II - destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas
membros e credenciado pela respectiva administração.
decorrentes da insuficiência das contribuições para cobertura
Art. 42 - Nas cooperativas singulares, cada associado presente das despesas da sociedade, deduzindo-se, no primeiro caso as
não terá direito a mais de 1 (um) voto, qualquer que seja o parcelas para os Fundos Obrigatórios;
número de suas quotas-partes. (Redação dada ao caput e §§ pela
Lei nº 6.981, de 30/03/82) III - eleição dos componentes dos órgãos de administração, do
Conselho Fiscal e de outros, quando for o caso;
§ 1° - Não será permitida a representação por meio de mandatário.
IV - quando previsto, a fixação do valor dos honorários,
§ 2° - Quando o número de associados, nas cooperativas singulares gratificações e cédula de presença dos membros do Conselho
exceder a 3.000 (três mil), pode o estatuto estabelecer que os de Administração ou da Diretoria e do Conselho Fiscal;
mesmos sejam representados nas Assembléias-Gerais por
delegados que tenham a qualidade de associados no gozo de V - quaisquer assuntos de interesse social, excluídos os enu-
seus direitos sociais e não exerçam cargos eletivos na sociedade. merados no artigo 46.

107
§ 1° - Os membros dos órgãos de administração e fiscalização Art. 49 - Ressalvada a legislação específica que rege as
não poderão participar da votação das matérias referidas nos cooperativas de crédito, as seções de crédito das cooperativas
itens I e IV deste artigo. agrícolas mistas e as de habitação, os administradores eleitos ou
contratados não serão pessoalmente responsáveis pelas obriga-
§ 2º - À exceção das cooperativas de crédito e das agrícolas
mistas com seção de crédito, a aprovação do relatório, balanço e ções que contraírem em nome da sociedade, mas responderão
contas dos órgãos de administração, desonera seus componentes solidariamente pelos prejuízos resultantes de seus atos, se pro-
de responsabilidade, ressalvados os casos de erro, dolo, fraude cederem com culpa ou dolo.
ou simulação, bem como a infração da lei ou do estatuto. Parágrafo único - A sociedade responderá pelos atos a que se
refere a última parte deste artigo se os houver ratificado ou deles
logrado proveito.
SEÇÃO III
Art. 50 - Os participantes de ato ou operação social em que
Das Assembléias-Gerais Extraordinárias se oculte a natureza da sociedade podem ser declarados
Art. 45 - A Assembléia-Geral Extraordinária realizar-se-á pessoalmente responsáveis pelas obrigações em nome dela
sempre que necessário e poderá deliberar sobre qualquer assunto contraídas, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
de interesse da sociedade, desde que mencionado no edital de
Art. 51 - São inelegíveis, além das pessoas impedidas por lei,
convocação.
os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o
Art. 46 - É da competência exclusiva da Assembléia-Geral acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação,
Extraordinária deliberar sobre os seguintes assuntos: peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia
popular, a fé pública ou a propriedade.
I - reforma do estatuto;
II - fusão, incorporação ou desmembramento; Parágrafo único - Não podem compor uma mesma Diretoria ou
Conselho de Administração, os parentes entre si até 2º (segundo)
III - mudança do objeto da sociedade; grau, em linha reta ou colateral.
IV - dissolução voluntária da sociedade e nomeação de Art. 52 - O diretor ou associado que, em qualquer operação,
liquidantes; tenha interesse oposto ao da sociedade, não pode participar das
V - contas do liquidante. deliberações referentes a essa operação, cumprindo-lhe acusar o
seu impedimento.
Parágrafo único - São necessários os votos de 2/3 (dois terços)
dos associados presentes, para tornar válidas as deliberações de Art. 53 - Os componentes da Administração e do Conselho
que trata este artigo. Fiscal, bem como os liquidantes, equiparam-se aos administra-
dores das sociedades anônimas para efeito de responsabilidade
criminal.
SEÇÃO IV
Art. 54 - Sem prejuízo da ação que couber ao associado, a
Dos Órgãos de Administração sociedade, por seus diretores, ou representada pelo associado
Art. 47 - A sociedade será administrada por uma Diretoria ou escolhido em Assembléia-Geral, terá direito de ação contra os
Conselho de Administração, composto exclusivamente de administradores, para promover sua responsabilidade.
associados eleitos pela Assembléia-Geral, com mandato nunca Art. 55 - Os empregados de empresas que sejam eleitos
superior a 4 (quatro) anos, sendo obrigatória a renovação de, no diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas,
mínimo, 1/3 (um terço) do Conselho de Administração. gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo
§ 1º - O estatuto poderá criar outros órgãos necessários à artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei
administração. n. 5.452, de 1° de maio de 1943).

§ 2° - A posse dos administradores e conselheiros fiscais das


cooperativas de crédito e das agrícolas mistas com seção de
SEÇÃO V
crédito e habitacionais fica sujeita à prévia homologação dos
respectivos órgãos normativos. Do Conselho Fiscal
Art. 48 - Os órgãos de administração podem contratar Art. 56 - A administração da sociedade será fiscalizada, assídua
gerentes técnicos ou comerciais, que não pertençam ao quadro e minuciosamente, por um Conselho Fiscal, constituído de 3
de associados, fixando-lhes as atribuições e salários. (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, todos associados

108
eleitos anualmente pela Assembléia-Geral, sendo permitida dades ser constituída como cooperativa central ou federação de
apenas a reeleição de 1/3 (um terço) dos seus componentes. cooperativas, cujas autorizações de funcionamento e os
arquivamentos serão requeridos conforme o disposto nos artigos
§ 1º - Não podem fazer parte do Conselho Fiscal, além dos
17 e seguintes.
inelegíveis enumerados no artigo 51, os parentes dos diretores
até o 2° (segundo) grau, em linha reta ou colateral, bem como os Art. 61 - Deliberado o desmembramento, a Assembléia
parentes entre si até esse grau. designará uma comissão para estudar as providências necessárias
à efetivação da medida.
§ 2º - O associado não pode exercer cumulativamente cargos nos
órgãos de administração e de fiscalização. § 1° - O relatório apresentado pela comissão, acompanhado dos
projetos de estatutos das novas cooperativas, será apreciado em
nova Assembléia especialmente convocada para esse fim.
CAPÍTULO X
§ 2º - O plano de desmembramento preverá o rateio, entre as
FUSÃO, INCORPORAÇÃO E DESMEMBRAMENTO novas cooperativas, do ativo e passivo da sociedade desmembrada.
Art. 57 - Pela fusão, duas ou mais cooperativas formam nova § 3° - No rateio previsto no parágrafo anterior, atribuir-se-á a
sociedade. cada nova cooperativa parte do capital social da sociedade des-
§ 1° - Deliberada a fusão, cada cooperativa interessada indicará membrada em quota correspondente à participação dos associa-
nomes para comporem comissão mista que procederá aos estudos dos que passam a integrá-la.
necessários à constituição da nova sociedade, tais como o § 4° - Quando uma das cooperativas for constituída como
levantamento patrimonial, balanço geral, plano de distribuição cooperativa central ou federação de cooperativas, prever-se-á o
de quotas-partes, destino dos fundos de reserva e outros e o montante das quotas-partes que as associadas terão no capital
projeto de estatuto. social.
§ 2° - Aprovado o relatório da comissão mista e constituída a nova Art. 62 - Constituídas as sociedades e observado o disposto
sociedade em Assembléia-Geral conjunta os respectivos nos artigos 17 e seguintes, proceder-se-á às transferências
documentos serão arquivados, para aquisição de personalidade contábeis e patrimoniais necessárias à concretização das medidas
jurídica, na Junta Comercial competente, e duas vias dos adotadas.
mesmos, com a publicação do arquivamento, serão encaminhadas
ao órgão executivo de controle ou ao órgão local credenciado.
§ 3° - Exclui-se do disposto no parágrafo anterior a fusão que CAPÍTULO XI
envolver cooperativas que exerçam atividades de crédito. Nesse DA DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO
caso, aprovado o relatório da comissão mista e constituída a nova
sociedade em Assembléia-Geral conjunta, a autorização para Art. 63 - As sociedades cooperativas se dissolvem de pleno
funcionar e o registro dependerão de prévia anuência do Banco direito:
Central do Brasil. I - quando assim deliberar a Assembléia-Geral, desde que os
Art. 58 - A fusão determina a extinção das sociedades que se associados, totalizando o número mínimo exigido por esta Lei,
unem para formar a nova sociedade que lhe sucederá nos direitos não se disponham a assegurar a sua continuidade;
e obrigações. II - pelo decurso do prazo de duração;
Art. 59 - Pela incorporação, uma sociedade cooperativa absorve III - pela consecução dos objetivos predeterminados;
o patrimônio, recebe os associados, assume as obrigações e se
investe nos direitos de outra ou outras cooperativas. IV - devido à alteração de sua forma jurídica;

Parágrafo único - Na hipótese prevista neste artigo, serão V - pela redução do número mínimo de associados ou do capital
obedecidas as mesmas formalidades estabelecidas para a fusão, social mínimo se, até a Assembléia-Geral subseqüente, realizada
limitadas as avaliações ao patrimônio da ou das sociedades em prazo não inferior a 6 (seis) meses, eles não forem resta-
incorporandas. belecidos;

Art. 60 - As sociedades cooperativas poderão desmembrar- VI - pelo cancelamento da autorização para funcionar;
se em tantas quantas forem necessárias para atender aos VII - pela paralisação de suas atividades por mais de 120 (cento
interesses dos seus associados, podendo uma das novas enti- e vinte) dias.

109
Parágrafo único - A dissolução da sociedade importará no sociedade for de responsabilidade ilimitada e se os recursos
cancelamento da autorização para funcionar e do registro. apurados forem insuficientes para o pagamento das dívidas;

Art. 64 - Quando a dissolução da sociedade não for promovida IX - convocar a Assembléia-Geral, cada 6 (seis) meses ou sempre
voluntariamente, nas hipóteses previstas no artigo anterior, a que necessário, para apresentar relatório e balanço do estado da
medida poderá ser tomada judicialmente a pedido de qualquer liquidação e prestar contas dos atos praticados durante o período
associado ou por iniciativa do órgão executivo federal. anterior;

Art. 65 - Quando a dissolução for deliberada pela Assembléia- X - apresentar à Assembléia-Geral, finda a liquidação, o
Geral, esta nomeará um liquidante ou mais, e um Conselho respectivo relatório e as contas finais;
Fiscal de 3 (três) membros para proceder à sua liquidação. XI - averbar, no órgão competente, a ata da Assembléia-Geral
§ 1º - O processo de liquidação só poderá ser iniciado após a que considerar encerrada a liquidação.
audiência do respectivo órgão executivo federal. Art. 69 - As obrigações e as responsabilidades dos liquidantes
§ 2° - A Assembléia-Geral, nos limites de suas atribuições, poderá, regem-se pelos preceitos peculiares aos dos administradores da
em qualquer época, destituir os liquidantes e os membros do sociedade liquidanda.
Conselho Fiscal, designando os seus substitutos. Art. 70 - Sem autorização da Assembléia não poderá o
Art. 66 - Em todos os atos e operações, os liquidantes deverão liquidante gravar de ônus os móveis e imóveis, contrair emprés-
usar a denominação da cooperativa, seguida da expressão: “Em timos, salvo quando indispensáveis para o pagamento de
liquidação”. obrigações inadiáveis, nem prosseguir, embora para facilitar a
liquidação, na atividade social.
Art. 67 - Os liquidantes terão todos os poderes normais de
Art. 71 - Respeitados os direitos dos credores preferenciais,
administração podendo praticar atos e operações necessários à
pagará o liquidante as dívidas sociais proporcionalmente e sem
realização do ativo e pagamento do passivo.
distinção entre vencidas ou não.
Art. 68 - São obrigações dos liquidantes:
Art. 72 - A Assembléia-Geral poderá resolver, antes de
I - providenciar o arquivamento, na junta Comercial, da Ata da ultimada a liquidação, mas depois de pagos os credores, que o
Assembléia-Geral em que foi deliberada a liquidação; liquidante faça rateios por antecipação da partilha, à medida em
que se apurem os haveres sociais.
II - comunicar à administração central do respectivo órgão
executivo federal e ao Banco Nacional de Crédito Cooperativo Art. 73 - Solucionado o passivo, reembolsados os cooperados
S/A., a sua nomeação, fornecendo cópia da Ata da Assembléia- até o valor de suas quotas-partes e encaminhado o remanescente
Geral que decidiu a matéria; conforme o estatuído, convocará o liquidante Assembléia-Geral
para prestação final de contas.
II - arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde
quer que estejam; Art. 74 - Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a
sociedade se extingue, devendo a ata da Assembléia ser arquivada
IV - convocar os credores e devedores e promover o levantamento na Junta Comercial e publicada.
dos créditos e débitos da sociedade;
Parágrafo único - O associado discordante terá o prazo de 30
V - proceder nos 15 (quinze) dias seguintes ao de sua investidura (trinta) dias, a contar da publicação da ata, para promover a ação
e com a assistência, sempre que possível, dos administradores, que couber.
ao levantamento do inventário e balanço geral do ativo e passivo;
Art. 75 - A liquidação extrajudicial das cooperativas poderá
VI - realizar o ativo social para saldar o passivo e reembolsar os ser promovida por iniciativa do respectivo órgão executivo federal,
associados de suas quotas-partes, destinando o remanescente, que designará o liquidante, e será processada de acordo com a
inclusive o dos fundos indivisíveis, ao Banco Nacional de Crédito legislação específica e demais disposições regulamentares, desde
Cooperativo S/A.; que a sociedade deixe de oferecer condições operacionais,
principalmente por constatada insolvência.
VII - exigir dos associados a integralização das respectivas quotas-
partes do capital social não realizadas, quando o ativo não bastar § 1° - A liquidação extrajudicial, tanto quanto possível, deverá
para solução do passivo; ser precedida de intervenção na sociedade.
VIII - fornecer aos credores a relação dos associados, se a § 2° - Ao interventor, além dos poderes expressamente conce-

110
didos no ato de intervenção, são atribuídas funções, prerrogativas associados mediante rateio na proporção direta da fruição de
e obrigações dos órgãos de administração. serviços.
Art. 76 - A publicação no Diário Oficial, da ata da Assembléia- Parágrafo único - A cooperativa poderá, para melhor atender à
Geral da sociedade, que deliberou sua liquidação, ou da decisão equanimidade de cobertura das despesas da sociedade, estabe-
do órgão executivo federal quando a medida for de sua iniciativa, lecer:
implicará a sustação de qualquer ação judicial contra a cooperativa,
I - rateio, em partes iguais, das despesas gerais da sociedade
pelo prazo de 1 (um) ano, sem prejuízo, entretanto, da fluência
entre todos os associados, quer tenham ou não, no ano, usufruído
dos juros legais ou pactuados e seus acessórios.
dos serviços por ela prestados, conforme definidas no estatuto;
Parágrafo único - Decorrido o prazo previsto neste artigo, sem
II - rateio, em razão diretamente proporcional, entre os
que, por motivo relevante, esteja encerrada a liquidação, poderá
associados que tenham usufruído dos serviços durante o ano,
ser o mesmo prorrogado, no máximo por mais 1 (um) ano,
das sobras líquidas ou dos prejuízos verificados no balanço do
mediante decisão do órgão citado no artigo, publicada, com os
exercício, excluídas as despesas gerais já atendidas na forma do
mesmos efeitos, no Diário Oficial.
item anterior.
Art. 77 - Na realização do ativo da sociedade, o liquidante
Art. 81 - A cooperativa que tiver adotado o critério de separar
deverá:
as despesas da sociedade e estabelecido o seu rateio na forma
I - mandar avaliar, por avaliadores judiciais ou de Instituições indicada no parágrafo único do artigo anterior deverá levantar
Financeiras Públicas, os bens de sociedade; separadamente as despesas gerais.
II - proceder à venda dos bens necessários ao pagamento do
passivo da sociedade, observadas, no que couber, as normas
SEÇÃO III
constantes dos artigos 117 e 118 do Decreto-Lei n. 7.661, de 21
de junho de 1945. Das Operações da Cooperativa

Art. 78 - A liquidação das cooperativas de crédito e da seção Art. 82 - A cooperativa que se dedicar a vendas em comum
de crédito das cooperativas agrícolas mistas reger-se-á pelas poderá registrar-se como armazém geral e, nessa condição,
normas próprias legais e regulamentares. expedir “Conhecimentos de Depósitos” e Warrants para os
produtos de seus associados conservados em seus armazéns,
próprios ou arrendados, sem prejuízo da emissão de outros títulos
CAPÍTULO XII decorrentes de suas atividades normais, aplicando-se, no que
couber, a legislação específica.
DO SISTEMA OPERACIONAL DAS COOPERATIVAS
§ 1° - Para efeito deste artigo, os armazéns da cooperativa se
equiparam aos “Armazéns Gerais”, com as prerrogativas e
SEÇÃO I obrigações destes, ficando os componentes do Conselho de
Administração ou Diretoria Executiva, emitente do título,
Do Ato Cooperativo responsáveis pessoal e solidariamente, pela boa guarda e
Art. 79 - Denominam-se atos cooperativos os praticados entre conservação dos produtos vinculados, respondendo criminal e
as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas civilmente pelas declarações constantes do título, como também
cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos por qualquer ação ou omissão que acarrete o desvio, deterioração
objetivos sociais. ou perda dos produtos.
§ 2° - Observado o disposto no § 1°, as cooperativas poderão
Parágrafo único - O ato cooperativo não implica operação de
operar unidades de armazenagem, embalagem e frigorificação,
mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou
bem como armazéns gerais alfandegários, nos termos do disposto
mercadoria.
no Capítulo IV da Lei n. 5.025, de 10 de junho de 1966.
Art. 83 - A entrega da produção do associado à sua cooperativa
SEÇÃO II significa a outorga a esta de plenos poderes para a sua livre
disposição, inclusive para gravá-la e dá-la em garantia de ope-
Das Distribuições de Despesas
rações de crédito realizadas pela sociedade, salvo se, tendo em
Art. 80 - As despesas da sociedade serão cobertas pelos vista os usos e costumes relativos à comercialização de

111
determinados produtos, sendo de interesse do produtor, os cobertos com recursos provenientes do Fundo de Reserva e, se
estatutos dispuserem de outro modo. insuficiente este, mediante rateio, entre os associados, na razão
Art. 84 - As cooperativas de crédito rural e as seções de direta dos serviços usufruídos, ressalvada a opção prevista no
crédito das cooperativas agrícolas mistas só poderão operar com parágrafo único do artigo 80.
associados, pessoas físicas, que de forma efetiva e predominante:
I - desenvolvam, na área de ação da cooperativa, atividades SEÇÃO V
agrícolas, pecuárias ou extrativas;
Do Sistema Trabalhista
II - se dediquem a operações de captura e transformação do
pescado. Art. 90 - Qualquer que seja o tipo de cooperativa, não existe
vínculo empregatício entre ela e seus associados.
Parágrafo único - As operações de que trata este artigo só poderão
ser praticadas com pessoas jurídicas, associadas, desde que Art. 91 - As cooperativas igualam-se às demais empresas em
exerçam exclusivamente atividades agrícolas, pecuárias ou relação aos seus empregados para os fins da legislação trabalhista
extrativas na área de ação da cooperativa ou atividade de captura e previdenciária.
ou transformação do pescado.
Art. 85 - As cooperativas agropecuárias e de pesca poderão
CAPÍTULO XIII
adquirir produtos de não associados, agricultores, pecuaristas ou
pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento DA FISCALIZAÇÃO E CONTROLE
de contratos ou suprir capacidade ociosa de instalações industriais
Art. 92 - A fiscalização e o controle das sociedades cooperativas,
das cooperativas que as possuem.
nos termos desta lei e dispositivos legais específicos, serão
Art. 86 - As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a exercidos, de acordo com o objeto de funcionamento, da seguinte
não associados, desde que tal faculdade atenda aos objetivos forma:
sociais e estejam de conformidade com a presente lei.
I - as de crédito e as seções de crédito das agrícolas mistas pelo
Parágrafo único - No caso das cooperativas de crédito e das Banco Central do Brasil;
seções de crédito das cooperativas agrícolas mistas, o disposto
neste artigo só se aplicará com base em regras a serem II - as de habitação pelo Banco Nacional de Habitação;
estabelecidas pelo órgão normativo. III - as demais pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Art. 87 - Os resultados das operações das cooperativas com Agrária.
não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão levados § 1º - Mediante autorização do Conselho Nacional de Coopera-
à conta do “Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social” tivismo, os órgãos controladores federais, poderão solicitar,
e serão contabilizados em separado, de molde a permitir cálculo quando julgarem necessário, a colaboração de outros órgãos
para incidência de tributos. administrativos, na execução das atribuições previstas neste
Art. 88 - Mediante prévia e expressa autorização concedida artigo.
pelo respectivo órgão executivo federal, consoante as normas e § 2º - As sociedades cooperativas permitirão quaisquer verificações
limites instituídos pelo Conselho Nacional de Cooperativismo, determinadas pelos respectivos órgãos de controle, prestando
poderão as cooperativas participar de sociedades não cooperativas
os esclarecimentos que lhes forem solicitados, além de serem
públicas ou privadas, em caráter excepcional, para atendimento
obrigadas a remeter-lhes anualmente a relação dos associados
de objetivos acessórios ou complementares. (Vide Medida
admitidos, demitidos, eliminados e excluídos no período, cópias
Provisória nº 2.168-40, de 24 de agosto de 2001)
de atas, de balanços e dos relatórios do exercício social e Parecer
Parágrafo único - As inversões decorrentes dessa participação do Conselho Fiscal.
serão contabilizadas em títulos específicos e seus eventuais
Art. 93 - O Poder Público, por intermédio da administração
resultados positivos levados ao “Fundo de Assistência Técnica,
central dos órgãos executivos federais competentes, por iniciativa
Educacional e Social”.
própria ou solicitação da Assembléia-Geral ou do Conselho Fiscal,
intervirá nas cooperativas quando ocorrer um dos seguintes casos:
SEÇÃO IV I - violação contumaz das disposições legais;
Dos Prejuízos II - ameaça de insolvência em virtude de má administração da
Art. 89. Os prejuízos verificados no decorrer do exercício serão sociedade;

112
III - paralisação das atividades sociais por mais de 120 (cento e II - baixar normas regulamentadoras, complementares e
vinte) dias consecutivos; interpretativas, da legislação cooperativista;
IV - inobservância do artigo 56, § 2º. III - organizar e manter atualizado o cadastro-geral das
cooperativas nacionais;
Parágrafo único - Aplica-se, no que couber, às cooperativas
habitacionais, o disposto neste artigo. IV - decidir, em última instância, os recursos originários de
decisões do respectivo órgão executivo federal;
Art. 94 - Observar-se-á, no processo de intervenção, a
disposição constante do § 2º do artigo 75. V - apreciar os anteprojetos que objetivam a revisão da legislação
cooperativista;
VI - estabelecer condições para o exercício de quaisquer cargos
CAPÍTULO XIV eletivos de administração ou fiscalização de cooperativas;
DO CONSELHO NACIONAL DE COOPERATIVISMO VII - definir as condições de funcionamento do empreendi-
Art. 95 - A orientação geral da política cooperativista nacional mento cooperativo, a que se refere o artigo 18;
caberá ao Conselho Nacional de Cooperativismo - CNC, que VIII - votar o seu próprio regimento;
passará a funcionar junto ao Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária - INCRA, com plena autonomia administrativa IX - autorizar, onde houver condições, a criação de Conselhos
e financeira, na forma do artigo 172 do Decreto-Lei n. 200, de Regionais de Cooperativismo, definindo-lhes as atribuições;
25 de fevereiro de 1967, sob a presidência do Ministro da X - decidir sobre a aplicação do Fundo Nacional de Cooperati-
Agricultura e composto de 8 (oito) membros indicados pelos vismo, nos termos do artigo 102 desta Lei;
seguintes representados:
XI - estabelecer em ato normativo ou de caso a caso, conforme
I - Ministério do Planejamento e Coordenação-Geral; julgar necessário, o limite a ser observado nas operações com
não associados a que se referem os artigos 85 e 86.
II - Ministério da Fazenda, por intermédio do Banco Central do
Brasil; Parágrafo único - As atribuições do Conselho Nacional de Coope-
rativismo não se estendem às cooperativas de habitação, às de
III - Ministério do Interior, por intermédio do Banco Nacional
crédito e às seções de crédito das cooperativas agrícolas mistas,
da Habitação;
no que forem regidas por legislação própria.
IV - Ministério da Agricultura, por intermédio do Instituto
Art. 98 - O Conselho Nacional de Cooperativismo - CNC
Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, e do Banco
contará com uma Secretaria Executiva que se incumbirá de seus
Nacional de Crédito Cooperativo S/A.;
encargos administrativos, podendo seu Secretário Executivo
V - Organização das Cooperativas Brasileiras. requisitar funcionários de qualquer órgão da Administração
Pública.
Parágrafo único - A entidade referida no inciso V deste artigo
contará com 3 (três) elementos para fazer-se representar no § 1º - O Secretário Executivo do Conselho Nacional de Coope-
Conselho. rativismo será o Diretor do Departamento de Desenvolvimento
Rural do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
Art. 96 - O Conselho, que deverá reunir-se ordinariamente INCRA, devendo o Departamento referido incumbir-se dos
uma vez por mês, será presidido pelo Ministro da Agricultura, a encargos administrativos do Conselho Nacional de Coope-
quem caberá o voto de qualidade, sendo suas resoluções votadas rativismo.
por maioria simples, com a presença, no mínimo de 3 (três)
representantes dos órgãos oficiais mencionados nos itens I a IV § 2° - Para os impedimentos eventuais do Secretário Executivo,
do artigo anterior. este indicará à apreciação do Conselho seu substituto.

Parágrafo único - Nos seus impedimentos eventuais, o substituto Art. 99 - Compete ao Presidente do Conselho Nacional de
do Presidente será o Presidente do Instituto Nacional de Cooperativismo:
Colonização e Reforma Agrária. I - presidir as reuniões;
Art. 97 - Ao Conselho Nacional de Cooperativismo compete: II - convocar as reuniões extraordinárias;
I - editar atos normativos para a atividade cooperativista nacional; III - proferir o voto de qualidade.

113
Art. 100 - Compete à Secretaria Executiva do Conselho § 2° - Os recursos do Fundo, deduzido o necessário ao custeio de
Nacional de Cooperativismo: sua administração, serão aplicados pelo Banco Nacional de
Crédito Cooperativo S/A., obrigatoriamente, em financiamento
I - dar execução às resoluções do Conselho;
de atividades que interessem de maneira relevante o abasteci-
II - comunicar as decisões do Conselho ao respectivo órgão mento das populações, a critério do Conselho Nacional de
executivo federal; Cooperativismo.
III - manter relações com os órgãos executivos federais, bem § 3º - O Conselho Nacional de Cooperativismo poderá, por
assim com quaisquer outros órgãos públicos ou privados, conta do Fundo, autorizar a concessão de estímulos ou auxílios
nacionais ou estrangeiros, que possam influir no aperfeiçoamento para execução de atividades que, pela sua relevância socioeco-
do cooperativismo; nômica, concorram para o desenvolvimento do sistema coope-
rativista nacional.
IV - transmitir aos órgãos executivos federais e entidade superior
do movimento cooperativista nacional todas as informações
relacionadas com a doutrina e práticas cooperativistas de seu
CAPÍTULO XV
interesse;
DOS ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS
V - organizar e manter atualizado o cadastro geral das cooperativas
nacionais e expedir as respectivas certidões; Art. 103 - As cooperativas permanecerão subordinadas, na
parte normativa, ao Conselho Nacional de Cooperativismo, com
VI - apresentar ao Conselho, em tempo hábil, a proposta
exceção das de crédito, das seções de crédito das agrícolas mistas
orçamentária do órgão, bem como o relatório anual de suas
e das de habitação, cujas normas continuarão a ser baixadas pelo
atividades;
Conselho Monetário Nacional, relativamente às duas primeiras,
VII - providenciar todos os meios que assegurem o regular e Banco Nacional de Habitação, com relação à última, observado
funcionamento do Conselho; o disposto no artigo 92 desta Lei.
VIII - executar quaisquer outras atividades necessárias ao pleno Parágrafo único - Os órgãos executivos federais, visando à
exercício das atribuições do Conselho. execução descentralizada de seus serviços, poderão delegar sua
competência, total ou parcialmente, a órgãos e entidades da
Art. 101 - O Ministério da Agricultura incluirá, em sua proposta
administração estadual e municipal, bem como, excepcio-
orçamentária anual, os recursos financeiros solicitados pelo
nalmente, a outros órgãos e entidades da administração federal.
Conselho Nacional de Cooperativismo - CNC, para custear seu
funcionamento. Art. 104 - Os órgãos executivos federais comunicarão todas
as alterações havidas nas cooperativas sob a sua jurisdição ao
Parágrafo único - As contas do Conselho Nacional de Coope-
Conselho Nacional de Cooperativismo, para fins de atualização
rativismo - CNC, serão prestadas por intermédio do Ministério
do cadastro-geral das cooperativas nacionais.
da Agricultura, observada a legislação específica que regula a
matéria.
Art. 102 - Fica mantido, junto ao Banco Nacional de Crédito CAPÍTULO XVI
Cooperativo S/A., o “Fundo Nacional de Cooperativismo”, criado
DA REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA COOPERATIVISTA
pelo Decreto-Lei n. 59, de 21 de novembro de 1966, destinado
a prover recursos de apoio ao movimento cooperativista nacional. Art. 105 - A representação do sistema cooperativista nacional
cabe à Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, sociedade
§ 1º - O Fundo de que trata este artigo será, suprido por:
civil, com sede na Capital Federal, órgão técnico-consultivo do
I - dotação incluída no orçamento do Ministério da Agricultura Governo, estruturada nos termos desta Lei, sem finalidade
para o fim específico de incentivos às atividades cooperativas; lucrativa, competindo-lhe precipuamente:
II - juros e amortizações dos financiamentos realizados com a) manter neutralidade política e indiscriminação racial, religiosa
seus recursos; e social;
III - doações, legados e outras rendas eventuais; b) integrar todos os ramos das atividades cooperativistas;
IV - dotações consignadas pelo Fundo Federal Agropecuário e c) manter registro de todas as sociedades cooperativas que, para
pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - todos os efeitos, integram a Organização das Cooperativas
INCRA. Brasileiras - OCB;

114
d) manter serviços de assistência geral ao sistema cooperativista, do respectivo capital integralizado e fundos não exceder de 250
seja quanto à estrutura social, seja quanto aos métodos (duzentos e cinqüenta) salários mínimos, e 50% (cinqüenta por
operacionais e orientação jurídica, mediante pareceres e cento) se aquele montante for superior.
recomendações, sujeitas, quando for o caso, à aprovação do
Art. 108 - Fica instituída, além do pagamento previsto no
Conselho Nacional de Cooperativismo - CNC;
parágrafo único do artigo anterior, a Contribuição Cooperativista,
e) denunciar ao Conselho Nacional de Cooperativismo práticas que será recolhida anualmente pela cooperativa após o
nocivas ao desenvolvimento cooperativista; encerramento de seu exercício social, a favor da Organização das
Cooperativas Brasileiras de que trata o artigo 105 desta Lei.
f) opinar nos processos que lhe sejam encaminhados pelo
Conselho Nacional de Cooperativismo; § 1º - A Contribuição Cooperativista constituir-se-á de importân-
g) dispor de setores consultivos especializados, de acordo com cia correspondente a 0,2% (dois décimos por cento) do valor do
os ramos de cooperativismo; capital integralizado e fundos da sociedade cooperativa, no
exercício social do ano anterior, sendo o respectivo montante
h) fixar a política da organização com base nas proposições distribuído, por metade, a suas filiadas, quando constituídas.
emanadas de seus órgãos técnicos;
§ 2º - No caso das cooperativas centrais ou federações, a
i) exercer outras atividades inerentes à sua condição de órgão de Contribuição de que trata o parágrafo anterior será calculada
representação e defesa do sistema cooperativista; sobre os fundos e reservas existentes.
j) manter relações de integração com as entidades congêneres § 3° - A Organização das Cooperativas Brasileiras poderá estabe-
do exterior e suas cooperativas. lecer um teto à Contribuição Cooperativista, com base em estudos
§ 1º - A Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB, será elaborados pelo seu corpo técnico.
constituída de entidades, uma para cada Estado, Território e
Distrito Federal, criadas com as mesmas características da
organização nacional. CAPÍTULO XVII

§ 2º - As Assembléias-Gerais do órgão central serão formadas DOS ESTÍMULOS CREDITÍCIOS


pelos representantes credenciados das filiadas, 1 (um) por
Art. 109 - Caberá ao Banco Nacional de Crédito Cooperativo
entidade, admitindo-se proporcionalidade de voto.
S/A., estimular e apoiar as cooperativas, mediante concessão de
§ 3° - A proporcionalidade de voto, estabelecida no parágrafo financiamentos necessários ao seu desenvolvimento.
anterior, ficará a critério da OCB, baseando-se no número de
§ 1° - Poderá o Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A.,
associados - pessoas físicas e as exceções previstas nesta Lei -
receber depósitos das cooperativas de crédito e das seções de
que compõem o quadro das cooperativas filiadas.
crédito das cooperativas agrícolas mistas.
§ 4º - A composição da Diretoria da Organização das Cooperativas
§ 2° - Poderá o Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A.,
Brasileiras - OCB será estabelecida em seus estatutos sociais.
operar com pessoas físicas ou jurídicas, estranhas ao quadro social
§ 5° - Para o exercício de cargos de Diretoria e Conselho Fiscal, as cooperativo, desde que haja benefício para as cooperativas e
eleições se processarão por escrutínio secreto, permitida a estas figurem na operação bancária.
reeleição para mais um mandato consecutivo.
§ 3° - O Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., manterá
Art. 106 - A atual Organização das Cooperativas Brasileiras e linhas de crédito específicas para as cooperativas, de acordo com
as suas filiadas ficam investidas das atribuições e prerrogativas o objeto e a natureza de suas atividades, a juros módicos e prazos
conferidas nesta Lei, devendo, no prazo de 1 (um) ano, promover adequados inclusive com sistema de garantias ajustado às
a adaptação de seus estatutos e a transferência da sede nacional. peculiaridades das cooperativas a que se destinam.

Art. 107 - As cooperativas são obrigadas, para seu funciona- § 4º - O Banco Nacional de Crédito Cooperativo S/A., manterá
mento, a registrar-se na Organização das Cooperativas Brasileiras linha especial de crédito para financiamento de quotas-partes
ou na entidade estadual, se houver, mediante apresentação dos de capital.
estatutos sociais e suas alterações posteriores.
Art. 110 - Fica extinta a contribuição de que trata o artigo 13
Parágrafo único - Por ocasião do registro, a cooperativa pagará do Decreto-Lei n. 60, de 21 de novembro de 1966, com a redação
10% (dez por cento) do maior salário mínimo vigente, se a soma dada pelo Decreto-Lei n. 668, de 3 de julho de 1969.

115
CAPÍTULO XVIII meses para que as cooperativas atualmente registradas nos órgãos
competentes reformulem os seus estatutos, no que for cabível,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
adaptando-os ao disposto na presente Lei.
Art. 111 - Serão considerados como renda tributável os resul-
tados positivos obtidos pelas cooperativas nas operações de que Art. 115 - As Cooperativas dos Estados, Territórios ou do
tratam os artigos 85, 86 e 88 desta Lei. Distrito Federal, enquanto não constituírem seus órgãos de
representação, serão convocadas às Assembléias da OCB, como
Art. 112 - O Balanço Geral e o Relatório do exercício social vogais, com 60 (sessenta) dias de antecedência, mediante editais
que as cooperativas deverão encaminhar anualmente aos órgãos publicados 3 (três) vezes em jornal de grande circulação local.
de controle serão acompanhados, a juízo destes, de parecer
emitido por um serviço independente de auditoria credenciado Art. 116 - A presente Lei não altera o disposto nos sistemas
pela Organização das Cooperativas Brasileiras. próprios instituídos para as cooperativas de habitação e
cooperativas de crédito, aplicando-se ainda, no que couber, o
Parágrafo único - Em casos especiais, tendo em vista a sede da
regime instituído para essas últimas às seções de crédito das
Cooperativa, o volume de suas operações e outras circunstâncias
agrícolas mistas.
dignas de consideração, a exigência da apresentação do parecer
pode ser dispensada. Art. 117 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário e especificamente o
Art. 113 - Atendidas as deduções determinadas pela legislação
Decreto-Lei n. 59, de 21 de novembro de 1966, bem como o
específica, às sociedades cooperativas ficará assegurada primeira
Decreto n. 60.597, de 19 de abril de 1967.
prioridade para o recebimento de seus créditos de pessoas
jurídicas que efetuem descontos na folha de pagamento de seus
empregados, associados de cooperativas.
Brasília, 16 de dezembro de 1971; 150º da Independência e 83º
Art. 114 - Fica estabelecido o prazo de 36 (trinta e seis) da República.

116
Lei No 6.981, de 30 de Março de 1982
Altera a redação do art. 42 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso anterior nas cooperativas singulares cujo número de associados
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: seja inferior a 3.000 (três mil), desde que haja filiados residindo
a mais de 50 km (cinqüenta quilômetros) da sede.

Art . 1º - O art. 42 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de § 5º - Os associados, integrantes de grupos seccionais, que não
1971, passa a vigorar com a seguinte redação: sejam delegados, poderão comparecer às Assembléias-Gerais,
privados, contudo, de voz e voto.
“Art. 42 - Nas cooperativas singulares, cada associado presente
não terá direito a mais de um voto, qualquer que seja o número § 6º - As Assembléias-Gerais compostas por delegados deci-
de suas quotas-partes. dem sobre todas as matérias que, nos termos da lei dos esta-
tutos, constituem objeto de decisão da Assembléia-Geral dos
§ 1º - Não será permitida a representação por meio de mandatário. associados.”
§ 2º - Quando o número de associados, nas cooperativas sin-
Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
gulares, exceder a 3.000 (três mil), pode o estatuto estabelecer
que os mesmos sejam representados, nas Assembléias-Gerais, Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.
por delegados que tenham a qualidade de associados no gozo
de seus direitos sociais e não exerçam cargos eletivos na so-
ciedade. Brasília, em 30 de março de 1982; 161º da Independência e
94º da República.
§ 4º - Admitir-se-á, também, a delegação definida no parágrafo

117
Resolução No 2.099, de 17 de Agosto de 1994
Aprova regulamentos que dispõem sobre as condições relativamente ao acesso ao Sistema Financeiro Nacional, aos valores mínimos
de capital e patrimônio líquido ajustado, a instalação de dependências e a obrigatoriedade da manutenção de patrimônio líquido
ajustado em valor compatível com o grau de risco das operações ativas das instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central.

O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da do Brasil convocará representantes legais da instituição para
Lei n. 4.595, de 31.12.64, torna público que o CONSELHO informarem acerca das medidas que serão adotadas com vistas
MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em a regularização da situação.
17.08.94, tendo em vista o disposto no art. 4º, incisos VIII,
XI e XIII, da referida Lei n. 4.595/64, na Lei n. 4.728, de § 2º - O comparecimento dos representantes legais da
14.07.65, no art. 20, Parágrafo 1, da Lei n. 4.864, de 29.11.65, instituição deverá ocorrer no prazo máximo de 5 (cinco) dias
no art. 6º do Decreto-Lei n. 759, de 12.08.69, na Lei n. contados da data da convocação, sendo formalizado mediante
6.099, de 12.09.74, com as alterações introduzidas pela Lei lavratura de termo específico por parte do Banco Central do
n. 7.132, de 26.10.83, e no art. 7º do Decreto-Lei n. 2.291, Brasil.
de 21.11.86,
§ 3º - Deverá ser apresentado ao Banco Central do Brasil, no
prazo de 15 (quinze) dias contados da lavratura do termo de
comparecimento, para aprovação, plano de regularização
R E S O L V E U: referendado pela diretoria da instituição e pelo conselho de
administração, se houver, contendo as medidas previstas para
enquadramento e respectivo cronograma de execução, o qual
não poderá ser superior a 6 (seis) meses.
Art. 1º - Aprovar os regulamentos anexos, que disciplinam,
relativamente as instituições financeiras e demais institui- § 4º - A implementação do plano de regularização deverá ser
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil: objeto de acompanhamento por parte do auditor independente,
o qual remeterá relatórios mensais ao Banco Central do Brasil.
I - a autorização para funcionamento, transferência de controle
societário e reorganização - Anexo I; § 5º - O não enquadramento da instituição nos padrões de
capital e patrimônio líquido de que trata este artigo, bem assim
II - os limites mínimos de capital realizado e patrimônio líquido,
a não apresentação do plano de regularização no prazo previsto,
ajustado na forma da regulamentação em vigor - Anexo II;
a não aprovação do plano pelo Banco Central ou o seu
III - a instalação e o funcionamento de dependências descumprimento, são pressupostos para a aplicação do disposto
no País - Anexo III; no art. 15 da Lei n. 6.024, de 13.03.74.

IV - a obrigatoriedade de manutenção de valor de patrimônio Art. 3º - Para efeito do enquadramento do patrimônio


líquido, ajustado na forma da regulamentação em vigor, compatível líquido ao valor mínimo estabelecido no Anexo II, bem assim
com o grau de risco da estrutura de ativos - Anexo IV. de sua compatibilização com o grau de risco da estrutura de
ativos da instituição, segundo a metodologia definida no art. 2º
Art. 2º - A observância dos padrões de capital e patrimônio do Anexo IV desta Resolução, admitir-se-á a manutenção, pelo
líquido de que tratam os Anexos II e IV e condição indispen- prazo máximo de 90 (noventa) dias, de depósito em conta
sável para o funcionamento das instituições financeiras e demais vinculada em montante suficiente para suprir a deficiência
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. verificada.

§ 1º - Constatado o descumprimento dos padrões de capital Parágrafo único - O depósito em conta vinculada de que
e/ou patrimônio líquido referidos neste artigo, o Banco Central trata este artigo:

118
I - será considerado como parte integrante do patrimônio 17.03.94, 2.066, de 22.04.94, 2.070, e 2.071, de 06.05.94, as
líquido da instituição; Circulares nºs 755, de 11.01.83, 867, de 17.07.84, 1.305, de
23.03.88, 1.328, de 06.07.88, 1.394, de 09.12.88, 1.404 e 1.408,
II - poderá ser realizado em espécie ou em títulos de emissão de 29.12.88, 1.415, de 13.01.89, 1.551, de 07.12.89, 1.863, de
do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do Brasil, desde 14.12.90, 1.974, de 14.06.91, 2.273, de 29.01.93, 2.289, de
que registrado no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia 18.03.93, 2.297, de 07.04.93, e 2.314, de 26.05.93, e as Cartas-
- SELIC; Circulares nºs 1.927, de 16.05.89, e 2.465, de 21.06.94;

III - deverá ser mantido em conta específica de custódia no b) os itens III a VI da Resolução n. 20, de 04.03.66, o art. 2º do
Banco Central do Brasil e relacionado em mapa próprio; Regulamento anexo à Resolução n. 394, de 03.11.76, os itens
II e III da Resolução n. 980, de 13.12.84, e os arts. 2º e 5º do
IV - somente será liberado mediante autorização expressa do respectivo Regulamento anexo, o item III da Resolução
Banco Central do Brasil. n. 1.120, de 04.04.86, e o art. 5º do respectivo Regulamento
anexo, os itens II a IV da Resolução n. 1.428, de 15.12.87, os
Art. 4º - A instituição somente poderá distribuir resultados,
itens I a IV e VII a X da Resolução n. 1.524, de 21.09.88, e os
a qualquer título, em montante superior aos limites mínimos
arts. 1º, 2º, 5º, 6º, 7º, 8º, 10 e 13 do respectivo Regulamento
previstos em lei ou em seu estatuto, nas situações em que essa
anexo, os itens II a VIII da Resolução n. 1.632, de 24.08.89, o
distribuição ano venha a comprometer os padrões de capital e/
art. 6º do Regulamento anexo à Resolução n. 1.655, de 26.10.89,
ou patrimônio líquido referidos nos Anexos II e IV.
o art. 2º da Resolução n. 1.770, de 28.11.90, e o art. 4º do
respectivo Regulamento anexo, o art. 54 do Regulamento anexo
Art. 5º - Incluir parágrafo único no art. 16 do Regulamento
à Resolução n. 1.914, de 11.03.92, os itens 2 a 4, alíneas “b” a
anexo a Resolução n. 1.914, de 11.03.92, que disciplina a
“f ” e “h” do item 5 e itens 6 a 13 da Circular n. 1.364, de
constituição e o funcionamento das cooperativas de crédito,
04.10.88, e o art. 1º da Carta-Circular n. 2.278, de 25.05.92;
com a seguinte redação:
c) o inciso XI do art. 2º do Regulamento anexo à Resolução
“Art. 16 .....................................................
n. 1.655, de 26.10.89, tão-somente no que se refere à emissão
Parágrafo único - A captação de depósitos à vista e a prazo de cédulas pignoratícias de debêntures;
mencionadas nas alíneas “a” e “b” do inciso I somente pode
II - a partir de 31.12.94:
ser realizada junto a seus associados.”
a) a Resolução n. 1.608, de 31.05.89, e as Circulares
Art. 6º - Continua vedada a instalação de agência por parte nºs 1.341, de 28.07.88, 1.524, de 10.08.89, e 1.849, de 21.11.90;
de bancos de desenvolvimento e cooperativas de crédito.
b) os itens I a III e as alíneas “a” e “b” do item V da Resolução
Art. 7º - Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar as n. 1.499, de 27.07.88, o item VII da Resolução n. 1.502, de
normas e adotar as medidas julgadas necessárias à execução do 28.07.88, os arts. 2º e 3º da Resolução n. 1.949, de 29.07.92, o
disposto nesta Resolução. art. 2º da Circular n. 1.967, de 28.05.91, e o inciso II do art. 2º
da Circular n. 2.402, de 13.01.94;
Art. 8º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicação. c) tão-somente no que se referem aos limites de endividamento
o art. 1º da Resolução n. 1.949, de 29.07.92, e a Resolução
Art. 9º - Ficam revogados: n. 1.990, de 30.06.93;
I - a partir da data de publicação desta Resolução: d) exceto com relação aos limites de endividamento de coope-
rativas de crédito as Resoluções nºs 1.556, de 22.12.88, e 1.909,
a) as Resoluções nºs 156, de 10.09.70, 201, de 20.12.71, 246,
de 26.02.92, a Circular n. 2.211, de 05.08.92, e os arts. 1º e 2º
de 16.01.73, 310, de 25.10.74, 341, de 15.08.75, 632, de
da Carta-Circular n. 2.315, de 02.09.92.
27.08.80, 658, 659 e 660, de 17.12.80, 792, de 11.01.83, 1.082,
de 30.01.86, 1.493, de 29.06.88, 1.535, de 30.11.88, 1.602, de III - a partir de 30.04.95:
27.04.89, 1.648 e 1.649, de 25.10.89, 1.687, de 21.02.90, 1.741,
de 30.08.90, 1.776, de 06.12.90, 1.864, de 05.09.91, 2.056, de a) as Resoluções nºs 1.339, de 15.06.87, 1.409, de

119
29.10.87, 1.523, de 21.09.88, 1.595, de 29.03.89, e 1.933, de parágrafo único do art. 4º do Regulamento anexo a Circular n.
30.06.92, as Circulares nºs 1.364, de 04.10.88, 1.399, de 2.388, de 17.12.93.
27.12.88, e 2.364, de 23.09.93, e a Carta-Circular n. 2.311, de
01.09.92;
Brasília, 17 de agosto de 1994
b) os itens V e VI da Resolução n. 1.524, de 21.09.88, e os arts. Pedro Sampaio Malan
3º e 4º do respectivo Regulamento anexo, o art. 3º do Presidente
Regulamento anexo a Resolução n. 1.770, de 28.11.90, o
parágrafo 2. do art. 1º da Resolução n. 2.042, de 13.01.94, e o (anexos no site www.bcb.gov.br)

120
Resolução No 2.193, de 31 de Agosto de 1995
Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de bancos comerciais com participação exclusiva
de cooperativas de crédito.

O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei II - tem sua atuação restrita as Unidades da Federação em que
n. 4.595, de 31.12.64, torna público que o CONSELHO situadas as sedes das pessoas jurídicas controladoras;
MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 30.08.95,
III - podem firmar convênio de prestação de serviços com
tendo em vista o disposto no art. 4º, incisos VI, VIII, XI, XIII e
cooperativas de crédito localizadas em sua área de atuação;
XXXIII, da referida Lei, com as alterações introduzidas pelo
Decreto-Lei n. 2.290, de 21.11.86, e nos arts. 88 e 103 da Lei n. IV - devem manter valor de patrimônio líquido ajustado compa-
5.764, de 16.12.71, tível com o grau de risco da estrutura de seus ativos, para os fins
previstos na Resolução n. 2.099, de 17.08.94, de acordo com a
seguinte fórmula, consideradas as variáveis também definidas
R E S O L V E U: no citado normativo: PLE = 0,15 (Apr) + 0,015 (SW).
Art. 4º - Aos bancos comerciais de que trata esta Resolução
Art. 1º - Facultar a constituição de bancos comerciais com são vedadas:
participação exclusiva de cooperativas de crédito singulares, I - a participação no capital social de instituições financeiras e
exceto as do tipo “luzzatti”, e centrais, bem como de federações demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
e confederações de cooperativas de crédito. do Brasil;
Parágrafo único - Os bancos comerciais de que trata este artigo II - a realização de operações de swap por conta de terceiros.
devem ser constituídos sob a forma de sociedades anônimas
fechadas, nos termos da Lei n. 6.404, de 15.12.76. Art. 5º - Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar as
normas e adotar as medidas julgadas necessárias à execução do
Art. 2º - Na constituição de banco comercial mencionado no
disposto nesta Resolução.
artigo anterior, somente as pessoas jurídicas controladoras devem
publicar declaração de propósito e comprovar capacidade Art. 6º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua
econômica compatível com o empreendimento, nos termos da publicação.
regulamentação em vigor.
Art. 7º - Ficam revogados o art. 46 do Regulamento anexo a
Art. 3º - Os bancos comerciais de que trata esta Resolução: Resolução n. 1.914 e a Circular n. 2.143, ambas de 11.03.92.
I - devem fazer constar, obrigatoriamente, de sua denominação
a expressão “Banco Cooperativo”;
Brasília, 31 agosto de 1995

121
Resolução No 3.106, de 25 de Junho de 2003
Dispõe sobre os requisitos e procedimentos para a constituição, a autorização para funcionamento e
alterações estatutárias, bem como para o cancelamento da autorização para funcionamento
de cooperativas de crédito.

O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei Regulamento anexo à Resolução 3.106, de 25 de junho de 2003,
4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o que disciplina a constituição, a autorização para funcionamento
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada e alterações estatutárias, bem como o cancelamento da autorização
em 24 de junho de 2003, tendo em vista o disposto nos arts. 4º, para funcionamento de cooperativas de crédito.
incisos VI e VIII, e 55 da referida lei e 103 da Lei 5.764, de 16 de
dezembro de 1971,
CAPÍTULO I

DA CONSTITUIÇÃO E DA AUTORIZAÇÃO PARA


R E S O L V E U:
FUNCIONAMENTO

Art. 1º - As cooperativas de crédito devem observar, para sua


Art. 1º - Aprovar o regulamento anexo, que disciplina a constituição, a legislação em vigor, as normas deste regulamento
constituição e o funcionamento de cooperativas de crédito. e demais disposições regulamentares vigentes.

Art. 2º - Não serão concedidas autorizações para o Art. 2º - Previamente à constituição de cooperativa de crédito
funcionamento de seções de crédito de cooperativas mistas. singular, os interessados devem apresentar ao Banco Central do
Brasil projeto abordando os seguintes pontos:
Art. 3º - Os pedidos de autorização de que trata o regulamento
anexo serão objeto de estudos pelo Banco Central do Brasil com I - identificação do grupo de associados fundadores e, quando
vistas a sua aceitação ou recusa. for o caso, das entidades fornecedoras de apoio técnico ou
financeiro, com abordagem das motivações e propósitos que
Art. 4º - Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar as
levaram à decisão de constituir a cooperativa;
normas e a adotar as medidas julgadas necessárias à execução do
disposto nesta resolução. II - condições estatutárias de associação e área de atuação
pretendida;
Art. 5º - Aplicam-se aos processos protocolizados no Banco
Central do Brasil anteriormente à data de publicação desta III - cooperativa central de crédito a que será filiada, ou, na
resolução as disposições das Resoluções 2.771, de 30 de agosto hipótese de não filiação, os motivos que determinaram essa
de 2000, e 3.058, de 20 de dezembro de 2002. decisão, evidenciando, nesse caso, como a cooperativa pretende
suprir os serviços prestados pelas centrais;
Art. 6º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
IV - estrutura organizacional prevista;
Art. 7º - Ficam revogadas as Resoluções 2.771, de 30 de
agosto de 2000, e 3.058, de 20 de dezembro de 2002. V - descrição do sistema de controles internos, com vistas à
adequada supervisão de atividades por parte da administração;

VI - estimativa do número de pessoas que preenchem as


Brasília, 25 de junho de 2003.
condições de associação e do crescimento do quadro nos três
anos seguintes de funcionamento, indicando as formas de
Henrique de Campos Meirelles divulgação visando atrair novos associados;
Presidente VII - descrição dos serviços a serem prestados, da política de

122
crédito e das tecnologias e sistemas empregados no atendimento outras entidades, com vistas a suprir ou complementar os quadros
aos associados; próprios e à obtenção de apoio técnico para a formação das
equipes de supervisores, auditores e instrutores;
VIII - medidas visando a efetiva participação dos associados nas
assembléias; IX - medidas a serem adotadas para tornar efetiva a imple-
mentação dos sistemas de controles internos das singulares
IX - formas de divulgação aos associados das deliberações
filiadas, desenvolvimento ou adoção de manual padronizado de
adotadas nas assembléias, demonstrativos financeiros, pareceres
controles internos e realização das auditorias internas requeridas
de auditoria e atos da administração;
pela regulamentação, abordando a possível contratação de serviços
X - definição de prazo máximo para início de atividades após a de outras entidades visando esses fins;
eventual concessão da autorização para funcionamento.
X - serviços financeiros a serem prestados; política de captação
Art. 3º - Previamente à constituição de cooperativa central de e de crédito; administração centralizada de recursos, fluxos
crédito, os interessados devem apresentar ao Banco Central do operacionais, obrigações, limites e responsabilidades a serem
Brasil projeto abordando, em função dos objetivos da cooperativa, observados; deveres e obrigações da central e das filiadas no
os seguintes pontos: tocante à solidariedade financeira, recomposição de liquidez,
operações de saneamento e constituição de fundo garantidor;
I - identificação das cooperativas singulares associadas, com
indicação de nome, número de inscrição no Cadastro Nacional XI - serviços visando proporcionar às filiadas acesso ao sistema
de Pessoa Jurídica (CNPJ), município sede, tipos de serviços de compensação de cheques e de transferência de recursos
prestados, municípios integrantes da área de atuação, número entre instituições financeiras, respectivo controle de riscos, fluxos
de associados e sua variação nos últimos três anos; operacionais e relacionamento com bancos conveniados;

II - identificação, quando for o caso, das entidades fornecedoras XII - planejamento das atividades de capacitação de
de suporte técnico ou financeiro para constituição da central; administradores, gerentes e associados de cooperativas filiadas
para os próximos três anos, destacando as entidades
III - previsão de participação societária da central em instituições
especializadas em treinamento a serem eventualmente
financeiras ou de outra natureza;
contratadas;
IV - condições estatutárias de associação, área de atuação
XIII - descrição de outros serviços relevantes para o
pretendida e eventual previsão de ampliação, com estimativa do
funcionamento das cooperativas filiadas, especialmente
número de cooperativas de crédito singulares não filiadas a
consultoria jurídica, desenvolvimento e padronização de sistemas
centrais ali existentes, que preencham referidas condições;
de informática, sistemas administrativos e de atendimento a
V - política de promoção da constituição de novas cooperativas associados;
de crédito e identificação dessas oportunidades na área de atuação
XIV - estudo econômico-financeiro referente aos três anos
pleiteada; política de promoção de novas filiações, requisitos
seguintes, demonstrando as economias de escala a serem obtidas
para filiação de cooperativas existentes e estimativas do
pelas singulares associadas, sua capacidade para arcar com os
crescimento do quadro de filiadas nos próximos três anos;
custos operacionais, orçamento de receitas e despesas e formas
VI - estrutura organizacional e responsabilidades atribuídas aos de rateio às singulares.
componentes administrativos e delineamento do sistema de
Parágrafo único - A constituição de cooperativa central subordi-
controles internos a ser implementado;
na-se ao cumprimento, por parte das cooperativas singulares
VII - requisitos a serem adotados para exercício de cargos de fundadoras, dos limites operacionais estabelecidos pela
administração e de cargos integrantes dos quadros técnicos regulamentação em vigor e de suas obrigações perante o Banco
encarregados das funções de supervisão e de auditoria em Central do Brasil, bem como à regularidade dos dados registrados
filiadas; em qualquer sistema público ou privado de cadastro de
informações.
VIII - dimensionamento e evolução nos próximos três anos, das
áreas responsáveis pelo cumprimento das atribuições Art. 4º - O Banco Central do Brasil, no curso do exame dos
estabelecidas no Capítulo IV, destacando a eventual contratação projetos de que tratam os arts. 2º e 3º, pode solicitar a apre-
de serviços de outras centrais, de auditores independentes e de sentação de:

123
I - estudo de viabilidade abrangendo os três primeiros anos de serviço em caráter não-eventual, de uma ou mais pessoas jurídicas,
atividade da instituição, abordando: públicas ou privadas, definidas no estatuto, cujas atividades sejam
afins, complementares ou correlatas, ou pertencentes a um
a) análise econômico-financeira da área de atuação e do segmento
mesmo conglomerado econômico;
social definido pelas condições de associação;
II - profissionais e trabalhadores dedicados a uma ou mais
b) demanda de serviços financeiros apresentada pelo referido
profissões e atividades, definidas no estatuto, cujos objetos sejam
segmento social e atendimento por instituições concorrentes;
afins, complementares ou correlatos;
c) projeção da estrutura patrimonial e de resultados;
III - pessoas que desenvolvam, na área de atuação da cooperativa,
II - documentos destinados à comprovação das possibilidades de forma efetiva e predominante, atividades agrícolas, pecuárias
de reunião, controle, realização de operações e prestação de ou extrativas, ou se dediquem a operações de captura e
serviços, com vistas à aprovação da área de admissão de associa- transformação do pescado;
dos, bem como de manifestação da respectiva cooperativa central,
IV - pequenos empresários, microempresários ou microem-
quando for o caso.
preendedores, responsáveis por negócios de natureza industrial,
Art. 5º - Uma vez obtida a manifestação favorável do Banco comercial ou de prestação de serviços, incluídas as atividades da
Central do Brasil em relação ao projeto de constituição da área rural objeto do inciso III, cuja receita bruta anual, por ocasião
cooperativa de crédito, os interessados devem formalizar o da associação, seja igual ou inferior ao limite estabelecido pelo
pedido de autorização para funcionamento no prazo máximo de art. 2º da Lei 9.841, de 5 de outubro de 1999, para as empresas
noventa dias, contado do recebimento da respectiva comunicação, de pequeno porte;
cuja inobservância ensejará o arquivamento do processo.
V - livre admissão de associados.
§ 1º - O pedido de autorização deve ser instruído de acordo com
Art. 7º - A cooperativa de crédito singular pode fazer constar
as determinações específicas do Banco Central do Brasil.
de seus estatutos previsão de associação de:
§ 2º - O Banco Central do Brasil pode conceder, mediante
I - seus próprios empregados e pessoas físicas que a ela prestem
solicitação justificada, prazo adicional de até noventa dias, findo
serviços em caráter não-eventual, equiparados aos primeiros para
o qual, não adotadas as providências pertinentes, o respectivo
os correspondentes efeitos legais;
processo será automaticamente arquivado.
II - empregados e pessoas físicas prestadoras de serviços em
§ 3º - A autorização para funcionamento de cooperativa de crédito
caráter não-eventual às entidades a ela associadas e àquelas de
está vinculada à aprovação, pelo Banco Central do Brasil, dos
cujo capital participe direta ou indiretamente;
atos formais de constituição, observada a regulamentação vigente.
III - aposentados que, quando em atividade, atendiam aos
§ 4º - O início das atividades da cooperativa de crédito deverá
critérios estatutários de associação;
observar o prazo previsto no respectivo projeto, podendo o Banco
Central do Brasil conceder, em caráter de excepcionalidade, IV - pais, cônjuge ou companheiro, viúvo, filho e dependente
prorrogação do prazo, mediante requisição fundamentada, legal e pensionista de associado vivo ou falecido;
firmada pelos administradores da cooperativa.
V - pensionistas de falecidos que preenchiam as condições
estatutárias de associação;
CAPÍTULO II VI - pessoas jurídicas, observadas as disposições da legislação
DAS CONDIÇÕES ESTATUTÁRIAS DE ADMISSÃO DE em vigor.
ASSOCIADOS Art. 8º - O Banco Central do Brasil pode aprovar, a seu critério,
Art. 6º - As cooperativas de crédito singulares devem pedidos de fusão, de incorporação e de continuidade de
estabelecer no respectivo estatuto condições de admissão de funcionamento de cooperativas de crédito, cujas condições de
associados segundo um dos seguintes critérios: admissão de associados na nova cooperativa preservem os
públicos-alvo anteriormente atendidos pelas cooperativas
I - empregados, servidores e pessoas físicas prestadoras de envolvidas.

124
CAPÍTULO III Art. 10 - As cooperativas de crédito cujos estatutos estabe-
leçam a livre admissão de associados devem observar, também,
DAS CONDIÇÕES ESPECIAIS RELATIVAS ÀS COOPERA-
as seguintes condições:
TIVAS DE LIVRE ADMISSÃO DE ASSOCIADOS E ÀS DE
PEQUENOS EMPRESÁRIOS, MICROEMPRESÁRIOS E I - filiação a cooperativa central de crédito que apresente:
MICROEMPREENDEDORES
a) três anos de funcionamento;
Art. 9º - O Banco Central do Brasil somente examinará
pedidos de autorização para funcionamento de novas cooperativas b) cumprimento das atribuições referidas no art. 13, dos limites
de crédito cujos estatutos estabeleçam a livre admissão de operacionais estabelecidos pela regulamentação em vigor e de
associados, bem como de aprovação de alteração estatutária de suas obrigações perante o Banco Central do Brasil;
cooperativas de crédito em funcionamento com vistas à referida c) regularidade dos dados registrados em qualquer sistema
condição de admissão, dentro das seguintes condições: público ou privado de cadastro de informações;
I - caso a população da respectiva área de atuação não exceda 100 d) Patrimônio de Referência (PR) superior a R$ 600.000,00
mil habitantes, é admitida a autorização para funcionamento de (seiscentos mil reais) nas Regiões Sudeste e Sul, superior a
novas cooperativas, bem como a alteração estatutária de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) na Região Centro-Oeste
cooperativas existentes que apresentem cumprimento dos e superior a R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) nas Regiões
limites operacionais estabelecidos pela regulamentação em vigor, Norte e Nordeste;
de suas obrigações perante o Banco Central do Brasil e
regularidade dos dados registrados em qualquer sistema público II - apresentação, quando do pedido de autorização para
ou privado de cadastro e informações; funcionamento, ou pedido de alteração estatutária visando
aprovação das condições de admissão de associados referidas
II - caso a população da respectiva área de atuação exceda 100 no caput, do projeto de que trata o art. 2º e de relatório de
mil habitantes, é admitida a alteração estatutária de cooperativas conformidade da respectiva cooperativa central de crédito
em funcionamento há mais de três anos, que apresentem expondo os motivos que recomendam a aprovação do pedido;
cumprimento dos limites operacionais estabelecidos pela
regulamentação em vigor, de suas obrigações perante o Banco III - participação em fundo garantidor, no caso de haver captação
Central do Brasil e regularidade dos dados registrados em de depósitos;
qualquer sistema público ou privado de cadastro e informações.
IV - publicação de declaração de propósito por parte dos
§ 1º - A área de atuação das cooperativas de que trata este artigo administradores eleitos, com vistas à correspondente homolo-
deve ser constituída por um ou mais municípios inteiros em gação pelo Banco Central do Brasil;
região contínua, com população total não superior a 750 mil
V - aplicação em créditos equivalente a, no mínimo, 50%
habitantes.
(cinqüenta por cento) do valor médio dos saldos diários dos
§ 2º - A área de atuação das cooperativas formadas de acordo depósitos do mês anterior ao mês de referência, ou dos seis
com o inciso I pode ser ampliada, mediante aprovação do meses anteriores ao mês de referência, o que for menor, requisito
correspondente pedido pelo Banco Central do Brasil, após três cujo cumprimento deverá ser verificado mensalmente a partir
anos de funcionamento no regime de livre admissão, observado do décimo terceiro mês de funcionamento da cooperativa de
o disposto no inciso II. livre admissão de associados.

§ 3º - A população dos municípios pertencentes à área de atuação § 1º - O limite estabelecido no inciso V pode ser cumprido
das cooperativas de que trata este artigo será verificada com base mediante transferência de recursos à respectiva cooperativa
nos dados das estimativas populacionais municipais divulgados central de crédito, com vistas ao repasse integral a outras
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cooperativas singulares de livre admissão e correspondente
relativos à data mais próxima disponível, ou, na sua falta, dados aplicação em créditos aos respectivos associados, devendo o
oriundos do poder público local. montante repassado ser acrescido ao limite mínimo próprio da
cooperativa singular recebedora.
§ 4º - São equiparadas a municípios, para efeitos da verificação
das condições estabelecidas neste regulamento, as regiões § 2º - O montante equivalente à deficiência de cumprimento do
administrativas pertencentes ao Distrito Federal. limite referido no inciso V, bem como os recursos recebidos por

125
repasse nos termos do § 1º e não aplicados em créditos aos II - assegurar o cumprimento da regulamentação referente à
respectivos associados, devem ser recolhidos ao Banco Central implementação do sistema de controles internos de suas filiadas;
do Brasil, em moeda corrente, e remunerados mensalmente
III - promover a formação e a capacitação permanente dos
pela remuneração básica dos depósitos de poupança, acrescida
membros de órgãos estatutários, gerentes e associados de
de juros de 0,5 % a.m. (cinco décimos por cento ao mês),
cooperativas filiadas, bem como de seus próprios supervisores e
permanecendo indisponíveis pelo prazo de um mês, cabendo
auditores;
àquela Autarquia estabelecer os procedimentos julgados
necessários ao cumprimento do disposto neste parágrafo. IV - realizar auditoria de demonstrações financeiras das filiadas,
inclusive notas explicativas exigidas pelas normas legais e
Art. 11 - As cooperativas de crédito de pequenos empresários,
regulamentares em vigor, podendo, para tanto, examinar livros
microempresários e microempreendedores devem observar,
e registros de contabilidade e outros documentos, observando-
também, as seguintes condições:
se a seguinte freqüência:
I - filiação à cooperativa central de crédito, respeitado o disposto
a) demonstrações relativas às datas-base de 30 de junho e de 31
no art. 10, inciso I, alíneas -b- e -c-;
de dezembro, no caso de cooperativas de pequenos empresários,
II - publicação de declaração de propósito por parte dos microempresários e microempreendedores e de cooperativas
administradores eleitos, com vistas à correspondente homolo- de livre admissão de associados;
gação pelo Banco Central do Brasil.
b) demonstrações relativas ao encerramento do exercício social,
Art. 12 - Na hipótese de não cumprimento do disposto no no caso das demais cooperativas singulares filiadas.
art. 10, incisos I ou III, e no art. 11, inciso I, ficam as cooperativas
Art. 14 - As cooperativas centrais de crédito devem observar
de livre admissão de associados e as de pequenos empresários,
os seguintes procedimentos no desempenho das funções de
microempresários e microempreendedores obrigadas a adotar
que trata o art. 13:
as seguintes medidas:
I - dispor, em seus quadros próprios, com vistas à realização de
I - suspensão da admissão de novos associados; e
auditoria de demonstrações financeiras de cooperativas
II - apresentação, ao Banco Central do Brasil, de relatório singulares, de responsáveis técnicos que atendam à
detalhando os motivos que levaram a essa situação, bem como regulamentação específica do Conselho Federal de Contabilidade
de plano de adequação a ser aprovado e acompanhado pela (CFC), ou contratar serviços de outra central ou de auditores
referida Autarquia. independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários;

II - zelar pela não-ocorrência de impedimentos e incompatibi-


lidades previstos nas normas e regulamentos do CFC, em relação
CAPÍTULO IV aos responsáveis técnicos referidos no inciso I e aos demais
DAS ATRIBUIÇÕES ESPECIAIS DAS COOPERATIVAS membros das equipes prestadoras de serviços de auditoria
CENTRAIS DE CRÉDITO independente e de auditoria interna, com referência às
cooperativas singulares auditadas;
Art. 13 - As cooperativas centrais de crédito devem prever,
em seus estatutos e normas operacionais, dispositivos que III - elaborar relatório de auditoria de demonstrações financeiras,
possibilitem prevenir e corrigir situações anormais que possam opinando sobre sua adequação às práticas contábeis adotadas no
configurar infrações a normas legais ou regulamentares ou Brasil e às normas editadas pelo Banco Central do Brasil,
acarretar risco para a solidez das cooperativas filiadas e do sistema conforme periodicidade estabelecida no art. 13, parágrafo único,
associado, inclusive a possibilidade de constituir fundo garantidor. inciso IV;

Parágrafo único - Com vistas a atingir os objetivos previstos neste IV - elaborar relatório de avaliação da qualidade e adequação dos
artigo, as cooperativas centrais de crédito devem desempenhar, controles internos, inclusive dos controles e sistemas de
entre outras, as seguintes funções: processamento eletrônico de dados e de avaliação de riscos, e
do cumprimento de normas operacionais estabelecidas na
I - supervisionar o funcionamento de suas filiadas, com vistas ao legislação e regulamentação em vigor, devendo ser evidenciadas
cumprimento da legislação e regulamentação em vigor e das as irregularidades encontradas, conforme periodicidade esta-
normas próprias do sistema associado; belecida no art. 13, parágrafo único, inciso IV;

126
V - manter à disposição do Banco Central do Brasil, pelo prazo o envio, à referida Autarquia, dos relatórios referidos no art. 14,
mínimo de cinco anos, os documentos referidos nos incisos III incisos III e IV, e prazos a serem observados;
e IV, os papéis de trabalho, correspondências, contratos de
III - condições a serem observadas com vistas à prestação de
prestação de serviços, bem como os documentos relacionados
serviços, sob contrato, a cooperativas de crédito não filiadas,
com os trabalhos de auditoria;
bem como à contratação de serviços especializados no mercado;
VI - recomendar e adotar medidas adequadas com vistas ao
IV - prazos para elaboração e envio de relatórios e de adequação
restabelecimento da normalidade do funcionamento das
aos requisitos estabelecidos, bem como outras condições julgadas
cooperativas filiadas ou assistidas sob contrato, em face de
necessárias à observância das presentes disposições.
situações de desconformidade com as normas aplicáveis ou que
acarretem risco imediato ou futuro;

VII - comunicar ao Banco Central do Brasil as irregularidades ou CAPÍTULO V


situações de exposição anormal a riscos detectadas por meio do
DO CAPITAL E DO PATRIMÔNIO
desempenho das atribuições de que trata o art. 13, inclusive as
medidas tomadas ou recomendadas pela central e eventuais Art. 19 - As cooperativas de crédito devem observar os
obstáculos encontrados para sua implementação, dando ênfase, seguintes limites mínimos, em relação ao capital integralizado e
no caso de cooperativas filiadas, às ocorrências que indiquem ao PR:
possibilidade de futuro desligamento;
I - cooperativas centrais:
VIII - apresentar ao Banco Central do Brasil relatório justificando
ocorrências de desfiliação e de indeferimento de pedido de a) capital integralizado de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), na
filiação de cooperativa singular. data de autorização para funcionamento;

Art. 15 - As cooperativas centrais devem comunicar ao Banco b) PR de R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais), após três
Central do Brasil, na forma a ser estabelecida por aquela Autarquia, anos da referida data;
os requisitos e critérios adotados para admitir a filiação e proceder c) PR de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), após cinco anos da
a desfiliação de cooperativas singulares. referida data;
Parágrafo único - A comunicação referida no caput deve abordar a II - cooperativas singulares filiadas a centrais, excetuadas as
estratégia de viabilização da filiação de cooperativas recém- incluídas nos incisos III e IV:
constituídas que ainda não atendam a possíveis requisitos
relativos a porte patrimonial e estrutura organizacional, com vistas a) capital integralizado de R$ 3.000,00 (três mil reais), na data
ao provimento dos serviços tratados neste capítulo. de autorização para funcionamento;

Art. 16 - O Banco Central do Brasil poderá determinar à b) PR de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), após três anos da
cooperativa central, cujo desempenho das atribuições tratadas referida data;
neste capítulo seja considerado deficiente, a contratação de c) PR de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), após cinco anos da
serviços de auditores independentes registrados na Comissão referida data;
de Valores Mobiliários ou de outras cooperativas centrais de
crédito, enquanto não forem supridas as deficiências verificadas. III - cooperativas singulares de livre admissão de associados
cuja área de atuação apresente população não superior a 100 mil
Art. 17 - As cooperativas centrais devem designar, dentre habitantes e cooperativas singulares de pequenos empresários,
seus administradores, responsável perante o Banco Central do microempresários e microempreendedores:
Brasil pelas atividades tratadas neste capítulo.
a) capital integralizado de R$ 10.000,00 (dez mil reais), na data
Art. 18 - O Banco Central do Brasil poderá definir, com vistas de autorização para funcionamento;
ao cumprimento das disposições deste capítulo:
b) PR de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), após dois anos da
I - critérios de inspeção e de avaliação e padrão de elaboração de referida data;
relatórios;
c) PR de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), após quatro
II - cooperativas singulares em relação às quais deve ser automático anos da referida data;

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IV - cooperativas singulares de livre admissão de associados cuja I - a integralização de quotas-partes e rateio de perdas de
área de atuação apresente população superior a cem mil habitantes: exercícios anteriores mediante concessão de crédito ou retenção
de parte do seu valor;
a) PR de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais), nos casos em
que a área de atuação inclua qualquer localidade dentre as II - a adoção de capital rotativo, assim caracterizado o registro,
referidas no § 1º; em contas de patrimônio líquido, de recursos captados em
condições semelhantes às de depósitos à vista e a prazo.
b) PR de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais), nos casos em
que a área de atuação não inclua qualquer localidade dentre as § 1º - A cooperativa de crédito cujo estatuto estabeleça critério
referidas no § 1º; de proporcionalidade entre o capital subscrito e o movimento
financeiro pode acrescer, às operações de crédito destinadas ao
V - cooperativas singulares não filiadas a centrais: financiamento das atividades produtivas do associado, recursos
destinados à elevação do respectivo capital, com vistas a atingir
a) capital integralizado de R$ 4.300,00 (quatro mil e trezentos
o mínimo exigido para a concessão do financiamento.
reais), na data de autorização para funcionamento;
§ 2º - Para o cálculo do PR, deve ser excluído o saldo atualizado
b) PR de R$ 43.000,00 (quarenta e três mil reais), após dois
das operações de crédito de que trata o § 1º referentes à elevação
anos da referida data;
de capital de associados.
c) PR de R$ 86.000,00 (oitenta e seis mil reais), após quatro
§ 3º - O estatuto social pode estabelecer regras referentes a
anos da referida data.
resgates eventuais de quotas de capital, quando de iniciativa do
§ 1º - As localidades a serem consideradas, para efeito de associado, de forma a preservar, além do número mínimo de
definição do PR mínimo requerido no inciso IV, são os municípios quotas, o cumprimento dos limites estabelecidos pela regula-
com mais de cem mil habitantes pertencentes a Regiões mentação em vigor e a integridade do capital e patrimônio líquido,
Metropolitanas formadas em torno de capitais de Unidades da cujos recursos devem permanecer por prazo suficiente para
Federação, definidas mediante lei complementar estadual, refletir a estabilidade inerente à sua natureza de capital fixo da
excluídas as áreas denominadas colar metropolitano e de instituição.
expansão metropolitana, não pertencentes ao núcleo
metropolitano.
CAPÍTULO VI
§ 2º - Para as Regiões Norte e Nordeste, aplica-se redutor de
50% (cinqüenta por cento) aos limites mínimos de PR DAS OPERAÇÕES E DOS LIMITES DE EXPOSIÇÃO POR
estabelecidos no inciso IV. CLIENTE

Art. 20 - Para efeito de verificação do atendimento dos limites Art. 23 - As cooperativas de crédito podem:
mínimos de capital integralizado e PR das cooperativas de crédito, I - captar depósitos, somente de associados, sem emissão de
devem ser deduzidos os valores correspondentes ao patrimônio certificado; obter empréstimos ou repasses de instituições
líquido mínimo fixado para as instituições financeiras de que financeiras nacionais ou estrangeiras; receber recursos oriundos
participe, ajustados proporcionalmente ao nível de cada de fundos oficiais e recursos, em caráter eventual, isentos de
participação. remuneração ou a taxas favorecidas, de qualquer entidade na
Art. 21 - As cooperativas de crédito devem manter valor de forma de doações, empréstimos ou repasses;
PR compatível com o grau de risco da estrutura de seus ativos, II - conceder créditos e prestar garantias, inclusive em operações
passivos e contas de compensação (PLE), de acordo com normas realizadas ao amparo da regulamentação do crédito rural em
específicas a serem editadas pelo Banco Central do Brasil. favor de produtores rurais, somente a associados;
Parágrafo único - Enquanto não editadas as normas referidas no III - aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em
caput, permanecem aplicáveis as disposições do art. 7º do depósitos à vista e a prazo com ou sem emissão de certificado,
Regulamento anexo à Resolução 2.771, de 30 de agosto de 2000, observadas eventuais restrições legais e regulamentares
e da Circular 3.147, de 4 de setembro de 2002. específicas de cada aplicação;

Art. 22 - São vedadas às cooperativas de crédito: IV - prestar serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos

128
e pagamentos por conta de terceiros sob convênio com cooperativas filiadas, bem como os realizados no banco
instituições públicas e privadas e de correspondente no País, cooperativo pelas cooperativas acionistas.
nos termos da regulamentação em vigor;
§ 2º - As cooperativas de crédito singulares filiadas a centrais, na
V - no caso de cooperativas centrais de crédito, prestar serviços realização de operações de crédito ao amparo do Programa
de administração de recursos de terceiros em favor de singulares Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), em
filiadas, bem como serviços técnicos referentes às atribuições favor de associados pessoas físicas, podem adotar limite de
tratadas no capítulo IV a outras cooperativas de crédito centrais exposição por cliente de até 20% (vinte por cento) do PR durante
e singulares filiadas ou não; o primeiro ano de funcionamento e de 10% (dez por cento)
após o referido prazo.
VI - proceder à contratação de serviços com objetivo de viabilizar
a compensação de cheques e as transferências de recursos no § 3º - Para efeito de verificação dos limites estabelecidos neste
sistema financeiro, de prover necessidades de funcionamento artigo, deve ser deduzido do PR o montante das participações
da instituição ou de complementar os serviços prestados pela no capital social de outras instituições financeiras.
cooperativa aos associados.

§ 1º - A cooperativa de crédito singular que não participe de


fundo garantidor deve obter do associado declaração de CAPÍTULO VII
conhecimento dessa situação: DO CANCELAMENTO DA AUTORIZAÇÃO PARA
I - por ocasião da respectiva abertura, para as novas contas de FUNCIONAMENTO
depósitos; Art. 25 - O Banco Central do Brasil pode cancelar a autorização
II - até 30 de junho de 2004, para as contas de depósitos para o funcionamento de cooperativa de crédito que ingressar
existentes na data da entrada em vigor desta resolução. em regime de liquidação ordinária.

§ 2º - A concessão de créditos e a prestação de garantias a membros Art. 26 - O Banco Central do Brasil, esgotadas as demais
de órgãos estatutários devem observar critérios idênticos aos medidas cabíveis na esfera de sua competência, pode cancelar a
utilizados para os demais associados. autorização para funcionamento das instituições de que trata
este regulamento, quando constatada, a qualquer tempo, uma
§ 3º - O Banco Central do Brasil pode autorizar e regulamentar ou mais das seguintes situações:
outras atividades a serem desenvolvidas pelas cooperativas de
crédito. I - inatividade operacional, sem justa causa;

Art. 24 - Devem ser observados, pelas cooperativas de crédito, II - instituição não localizada no endereço informado ao Banco
os seguintes limites de exposição por cliente: Central do Brasil;

I - 25% (vinte e cinco por cento) do PR, por parte de todas as III - interrupção, por mais de quatro meses, sem justa causa, do
cooperativas de crédito, em aplicações em títulos e valores envio de demonstrativos financeiros exigidos pela regulamen-
mobiliários emitidos por uma mesma empresa, empresas tação em vigor, àquela Autarquia;
coligadas e controladora e suas controladas;
IV - descumprimento do prazo para início de atividades previsto
II - 20% (vinte por cento) do PR, por parte de cooperativas no processo de autorização, observado o disposto no art. 5º, § 4º.
centrais de crédito, em operações de crédito e de concessão de
§ 1º - O Banco Central do Brasil pode conceder prorrogação do
garantias com uma única cooperativa filiada;
prazo previsto para início de atividades referido no inciso IV,
III - 10% (dez por cento) do PR, por parte de cooperativas cabendo, nesse caso, a solicitação de quaisquer documentos e
singulares filiadas a centrais de crédito, e 5 % (cinco por cento) declarações visando atualização do processo de autorização.
do PR, por parte de cooperativas de crédito singulares não filiadas
§ 2º - O Banco Central do Brasil, previamente ao cancelamento
a centrais de crédito, em operações de crédito e de concessão
pelos motivos referidos neste artigo, divulgará, por meio que
de garantias com um único associado.
julgar mais adequado, sua intenção de cancelar a autorização de
§ 1º - Não estão sujeitos aos limites de exposição por cliente os que se trata, com vistas à eventual apresentação de objeções, por
depósitos e aplicações efetuados nas cooperativas centrais pelas parte do público, no prazo de trinta dias.

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CAPÍTULO VIII eventuais perdas e a existência ou não de cobertura de fundo
garantidor de depósitos e respectivos limites.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 33 - As cooperativas de livre admissão de associados, em
Art. 27 - As cooperativas de crédito singulares não filiadas a
funcionamento na data da entrada em vigor desta resolução,
centrais devem ter suas demonstrações financeiras relativas a
devem observar as normas aplicáveis às cooperativas singulares
encerramento de exercício social, inclusive notas explicativas
referidas no art. 6º, incisos I, II e III, não sendo exigida, para a
exigidas pelas normas legais e regulamentares em vigor,
continuidade de seu funcionamento, a adequação aos requisitos
submetidas à auditoria independente.
específicos estabelecidos na presente resolução para as
Parágrafo único - Para a realização dos serviços de auditoria cooperativas de livre admissão de associados.
referidos neste artigo, podem ser contratados auditores
Parágrafo único - Nas hipóteses de ampliação da respectiva área
independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários
de atuação, bem como de instalação de Posto de Atendimento
ou cooperativas centrais de crédito.
Cooperativo (PAC) e de Posto de Atendimento Transitório
Art. 28 - As cooperativas de crédito singulares não filiadas a (PAT), as cooperativas de que trata o caput devem adequar-se
centrais podem contratar serviços de cooperativas centrais de aos requisitos relativos a esse tipo de cooperativas estabelecidos
crédito, com vistas à implementação de sistemas de controles neste regulamento.
internos e à realização de auditoria interna exigidas pelas
disposições regulamentares em vigor. Art. 34 - As infrações aos dispositivos da legislação em vigor
e deste regulamento, bem como a prática de atos contrários aos
Art. 29 - Respeitada a legislação e a regulamentação em vigor, princípios cooperativistas, sujeitam os diretores e os membros
as cooperativas de crédito somente podem participar do capital de conselhos administrativos, consultivos, fiscais e semelhantes
de: de cooperativas de crédito às penalidades da Lei 4.595, de 31
de dezembro de 1964, sem prejuízo de outras estabelecidas na
I - cooperativa central de crédito, no caso de cooperativa singular;
legislação em vigor.
II - instituições financeiras controladas por cooperativas de
§ 1º - Constatado o descumprimento de qualquer limite
crédito, de acordo com regulamentação específica;
operacional, o Banco Central do Brasil poderá exigir a apresen-
III - cooperativas, ou empresas controladas por cooperativas tação de plano de regularização contendo medidas previstas
centrais de crédito, que atuem exclusivamente na prestação de para enquadramento e respectivo cronograma de execução.
serviços e fornecimento de bens a instituições do setor
cooperativo, desde que necessários ao seu funcionamento ou § 2º - Os prazos de apresentação do plano de regularização e de
complementares aos serviços e produtos oferecidos aos cumprimento das medidas para enquadramento e outras
associados; condições pertinentes serão determinados pelo Banco Central
do Brasil.
IV - entidades de representação institucional, de cooperação
técnica ou de fins educacionais. § 3º - A implementação de plano de regularização deverá ser
objeto de acompanhamento por parte de cooperativa central de
Art. 30 - É vedado aos membros de órgãos estatutários e aos crédito, ou de auditor independente, que remeterá relatórios
ocupantes de funções de gerência de cooperativas de crédito mensais ao Banco Central do Brasil.
participar da administração ou deter 5% (cinco por cento) ou
mais do capital de outras instituições financeiras, exceto de Art. 35 - O Banco Central do Brasil, com relação aos pedidos
cooperativas de crédito. de alteração estatutária envolvendo ampliação da área de atuação
ou das condições de admissão de associados, pode exigir o
Art. 31 - Somente é permitida a reeleição, como efetivo ou cumprimento dos requisitos estabelecidos nos arts. 2º a 4º.
suplente, de um dos membros efetivos e um dos membros
suplentes do conselho fiscal de cooperativas de crédito. Art. 36 - O Banco Central do Brasil pode:

Art. 32 - As cooperativas de crédito singulares devem manter, I - interromper o exame de processos de autorização ou de
nas suas dependências, em local acessível e visível, publicação alteração estatutária, caso verificada, por parte das cooperativas
impressa ou quadro informativo dos direitos e deveres dos interessadas, situação de irregularidade com relação ao
associados, contendo exposição sobre a forma de rateio das cumprimento da legislação e regulamentação em vigor, inclusive

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quanto aos limites operacionais e obrigações perante o Banco Art. 37 - O Banco Central do Brasil indeferirá os pedidos em
Central do Brasil, bem como quanto a dados registrados em relação aos quais for apurada:
qualquer sistema público ou privado de cadastro de informações,
I - irregularidade cadastral contra associados fundadores ou
mantendo-se referida interrupção até a solução das pendências
administradores;
ou a apresentação de fundamentadas justificativas;
II - falsidade nas declarações ou documentos apresentados na
II - solicitar documentos e informações adicionais que julgar
instrução do processo.
necessários à decisão da pretensão;
Parágrafo único - Nos casos de que trata o inciso I, o Banco
III - convocar para entrevista os associados fundadores e adminis- Central do Brasil concederá prazo aos interessados para que a
tradores da cooperativa de crédito singular e administradores da irregularidade cadastral seja sanada ou, se for o caso, para
cooperativa central de crédito. apresentação da correspondente justificativa.

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