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AALBORG INDUSTRIES S.A.

ÍNDICE

MANUAL DE INSTRUÇÕES

DA CALDEIRA ATA

- ÍNDICE -

APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA.............................................................................5

CALDEIRA ATA-4 a 12 (gás)..............................................................................6


CALDEIRA ATA-4 a 12 (óleo combustível)........................................................9

INSTALAÇÃO DA CALDEIRA ................................................................................. 12

CASA DE CALDEIRAS .....................................................................................12


INSTALAÇÃO DA UNIDADE NA BASE ........................................................15
CHAMINÉ E DUTOS DE GASES .....................................................................15
TUBULAÇÃO DE SAÍDA DO VAPOR ............................................................17
TUBULAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ÁGUA .............................................17
TUBULAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL.................19
TUBULAÇÃO DE GÁS COMBUSTÍVEL ........................................................21
TUBULAÇÃO DE DESCARGA SOB PRESSÃO.............................................21
TUBULAÇÃO DE DESCARGA DAS VÁLVULAS DE SEGURANÇA.........22
CONJUNTO DE BOMBEAMENTO E AQUECIMENTO DE
ÓLEO COMBUSTÍVEL .....................................................................................24
ÁGUA DE RESFRIAMENTO............................................................................24
FLUIDO EXTERNO DE ATOMIZAÇÃO.........................................................24
ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA...................................................25
ATERRAMENTO DA CALDEIRA ...................................................................26
LIMPEZA DA CALDEIRA APÓS A INSTALAÇÃO ......................................26
LIMPEZA DA CALDEIRA COM SODA CÁUSTICA .....................................27
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES....................................................................27

EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS .................................................................... 28

COMBUSTOR PRINCIPAL...............................................................................28
VENTILADORES ...............................................................................................33
REDE DE ÓLEO COMBUSTÍVEL....................................................................34
BOMBA DE ÓLEO COMBUSTÍVEL ...............................................................35
AQUECEDOR DE ÓLEO COMBUSTÍVEL .....................................................40
CONTROLE DE TEMPERATURA DO AQUECEDOR DE ÓLEO.................42
REDE DE ATOMIZAÇÃO.................................................................................43
COMBUSTOR PILOTO DIESEL E SEUS ACESSÓRIOS ...............................44
BOMBAS PILOTO .............................................................................................46
REDE DE GÁS COMBUSTÍVEL ......................................................................48
COMBUSTOR PILOTO A GÁS E SEUS ACESSÓRIOS.................................49
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AALBORG INDUSTRIES S.A. ÍNDICE

BOMBAS D'ÁGUA............................................................................................ 50
VÁLVULAS DE SEGURANÇA........................................................................ 54
PAINEL DE COMANDO................................................................................... 56

CONTROLE AUTOMÁTICO ........................................................................................ 59

PARTIDA E PARADA AUTOMÁTICA........................................................... 59


SISTEMA DE MODULAÇÃO .......................................................................... 62
INTERTRAVAMENTOS DE SEGURANÇA ................................................... 65
CONTROLE DE NÍVEL DA ÁGUA ................................................................. 66
CALDEIRAS PARA ÁGUA QUENTE ............................................................. 71

COMBUSTÃO ...............................................................................................................72

COMBUSTÃO DE GASES................................................................................ 72
COMBUSTÃO DE ÓLEOS................................................................................ 72
PODER CALORÍFICO....................................................................................... 73
VISCOSIDADE .................................................................................................. 73
AR DE COMBUSTÃO....................................................................................... 74
EXCESSO DE AR .............................................................................................. 74
CONTROLE DA COMBUSTÃO....................................................................... 75
REGULAGEM DA COMBUSTÃO................................................................... 77
FAIXA DE OPERAÇÃO NORMAL DO QUEIMADOR ................................. 77
JULGAMENTO DA COMBUSTÃO ATRAVÉS
DO ASPECTO DA CHAMA.............................................................................. 77
MEDIÇÃO DE CO2 NOS GASES DE COMBUSTÃO ..................................... 78
ESTABILIDADE DA CHAMA ......................................................................... 78
EMISSÃO DE FULIGEM PELA CHAMINÉ.................................................... 78
REGULAGEM DA VAZÃO DE COMBUSTÍVEL E DE AR .......................... 79
REGULAGEM DA ATOMIZAÇÃO ................................................................. 79

TRATAMENTO DE ÁGUA ....................................................................................... 80

INCRUSTAÇÃO ................................................................................................ 81
SEDIMENTAÇÃO ............................................................................................. 83
CORROSÃO ....................................................................................................... 84
ARRASTE........................................................................................................... 85

OPERAÇÃO DA CALDEIRA ................................................................................... 89

QUALIFICAÇÃO DO OPERADOR DA CALDEIRA...................................... 89


DEVERES DO OPERADOR DA CALDEIRA.................................................. 90
PRIMEIRO ACENDIMENTO ........................................................................... 91
ROTINA DE PARTIDA ..................................................................................... 93
AQUECIMENTO DO ÓLEO COMBUSTÍVEL................................................ 95
OPERAÇÃO AUTOMÁTICA ........................................................................... 95
OPERAÇÃO MANUAL DA BOMBA D'ÁGUA ............................................ 100
FUNCIONAMENTO COM ÓLEO DIESEL ................................................... 101
DESCARGA DE FUNDO ................................................................................ 101
PARADA FINAL DE FUNCIONAMENTO ................................................... 102
PARÂMETROS OPERACIONAIS.................................................................. 103
2
AALBORG INDUSTRIES S.A. ÍNDICE

PROCEDIMENTOS PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA......................104


PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA, SAÚDE E DE
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE.......................................................105

MANUTENÇÃO DA CALDEIRA ............................................................................. 108

ROTINA DE MANUTENÇÃO.........................................................................108
IMPLICAÇÕES NA LEGISLAÇÃO VIGENTE..............................................109
PROTEÇÃO DA CALDEIRA PARADA .........................................................110
PROCEDIMENTO PARA RESFRIAR A CALDEIRA ...................................112
REPARO OU REFORMA DOS REFRATÁRIOS ...........................................112
LIMPEZA DAS PASSAGENS DE FOGO
E GASES DE COMBUSTÃO...........................................................................112
LIMPEZA INTERNA DA CALDEIRA NO LADO DA ÁGUA .....................113
LIMPEZA QUÍMICA DA CALDEIRA............................................................114
LIMPEZA DOS FILTROS................................................................................115
LUBRIFICAÇÃO..............................................................................................116
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA ........................................................................119

CONDIÇÕES DE GARANTIA................................................................................. 125

GARANTIA MECÂNICA ................................................................................125


GARANTIA DE PERFORMANCE..................................................................127
LIMITE DE RESPONSABILIDADE ...............................................................128

ASSISTÊNCIA TÉCNICA ....................................................................................... 129

MATRIZ E FILIAL...........................................................................................129

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PREZADO CLIENTE:

Parabéns! Sua empresa acaba de adquirir uma


caldeira AALBORG. Isto significa que, doravante,
estará a seu serviço um gerador de vapor consagrado
pela alta tecnologia desenvolvida pela AALBORG,
ao longo de mais de 30 anos, fabricando caldeiras
flamotubulares de reconhecida qualidade no Brasil e
na América do Sul.
Além do ótimo desempenho e segurança, a caldeira
AALBORG vai proporcionar-lhe muita economia.
Para isso, é muito importante seguir as
recomendações do presente manual, que, além de
servir de guia na instalação da unidade, deve estar
sempre acessível à sua equipe técnica, incluindo o
pessoal de operação e manutenção.
Conte também com nossa rede de Assistência
Técnica que estará sempre à sua disposição em
qualquer ponto do país, dando-lhe atendimento
especializado e contribuindo para que sua caldeira
mantenha eficiência e segurança e, mais, tenha uma
vida por muitos e muitos anos.
Felicidades com sua nova caldeira!

AALBORG INDUSTRIES S.A.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA

APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA

As caldeiras ATA são do tipo flamotubular, horizontais, com três passagens de gases,
próprias para a queima de combustíveis líquidos, gasosos ou ambos, alternadamente.

São dotadas de uma fornalha concêntrica ao corpo da caldeira.

Passagens de gases nas caldeiras ATA

Na parte da frente da caldeira, há uma câmara, chamada de caixa de fumaça


dianteira, onde se dá a reversão dos gases provenientes dos tubos da 2a passagem, que são
dirigidos para os tubos da 3a passagem. Esta câmara é isolada termicamente na parte externa
e possui tampas isoladas internamente, as quais permitem o acesso aos tubos de gases, pela
parte dianteira da caldeira.

Ainda à frente da caldeira, situa-se a caixa de ar, ligada diretamente à fornalha, que é
uma câmara onde é captado e distribuído todo o ar necessário à combustão. É na caixa de ar
que são montados os queimadores e o damper de regulagem do ar proveniente do ventilador.

Na parte de trás da caldeira, há outra câmara acima da reversão, que recebe os gases
de combustão oriundos dos tubos da 3a passagem e que são dirigidos à chaminé. O conjunto
dessas duas câmaras na parte posterior da caldeira constitui a caixa de fumaça traseira, a
qual, é fechada por uma tampa aparafusada, sendo revestida parcialmente de refratário (na
região da reversão) e de isolante térmico (na região dos tubos da 3a passagem)

A seguir, são apresentadas quatro vistas da caldeira, em que são assinalados os


principais acessórios e respectiva identificação. Esses acessórios serão tratados com maiores
detalhes nos capítulos posteriores.

Os desenhos referem-se ao equipamento padrão, podendo ocorrer variações em função


das condições específicas de cada cliente.
5
AALBORG INDUSTRIES S.A. APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA

A configuração da caldeira varia de acordo com o seu tamanho:

CALDEIRA ATA-4 a 12 (gás)

Vista lateral direita

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AALBORG INDUSTRIES S.A. APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA

Vista frontal

Vista lateral esquerda

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AALBORG INDUSTRIES S.A. APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA

ITEM DESCRIÇÃO
1 Painel de instrumentos
2 Eletrodo de segurança do corpo
3 Válvula de segurança
4 Válvula de descarga de fundo
5 Painel de comando
6 Coluna de nível
7 Flange de inspeção e limpeza
8 Bomba d'água
9 Válvula de saída de vapor
10 Combustor monobloco
11 Tampa traseira

8
AALBORG INDUSTRIES S.A. APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA

CALDEIRA ATA-4 a 12 (óleo combustível)

Vista lateral direita

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AALBORG INDUSTRIES S.A. APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA

Vista frontal

Vista lataeral esquerda

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AALBORG INDUSTRIES S.A. APRESENTAÇÃO DA CALDEIRA

ITEM DESCRIÇÃO
1 Painel de comando
2 Combustor principal
3 Caixa de ar
4 Coluna de nível
5 Eletrodo de segurança do corpo
6 Válvula de segurança
7 Válvula de descarga de fundo
8 Bomba de óleo
9 Aquecedor de óleo
10 Resistência elétrica
11 Painel de instrumentos
12 Visor de chama
13 Sensor de chama
14 Ventilador
15 Válvula de saída de vapor
16 Bomba piloto
19 Tampa traseira
20 Flange de inspeção e limpeza
22 Bomba d'água

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

Ao receber o seu gerador de vapor, verifique se eventualmente sofreu alguma avaria


durante o transporte. Faça uma inspeção geral na caldeira e verifique o estado de todos os
instrumentos e equipamentos. Qualquer anormalidade ou falta de material deve-nos ser
imediatamente comunicada ou a nosso representante.
O cuidado com a instalação da unidade é fator importante no funcionamento e na
manutenção da unidade. Qualquer irregularidade que se manifeste por inobservância das
instruções que figuram neste manual não será coberta pela garantia.
Caso o gerador de vapor não entre imediatamente em operação, após instalado,
deverão ser seguidas as instruções a respeito da conservação do mesmo, no capítulo de
manutenção.

CASA DE CALDEIRAS

Esta deve ser ampla, limpa, bem arejada, bem iluminada e com rede de esgoto para a
devida lavagem e drenagem. Sua construção deve seguir basicamente o desenho "Esquema
de Instalação, Fundações e Cargas", enviado juntamente com este manual, devendo
também serem observadas as prescrições contidas na NR-13 (Portaria no 23 de 27/12/94 da
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST), transcritas a seguir:

“13.2 - Instalação de Caldeiras Estacionárias a Vapor:

13.2.1 A autoria do “Projeto de Instalação” de caldeiras a vapor, no que


concerne ao atendimento desta NR, é de responsabilidade de “Profissional Habilitado”,
conforme citado no subitem 13.1.2, e deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e
meio ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, convenções e disposições legais
aplicáveis.

13.2.2 As caldeiras, de qualquer estabelecimento, devem ser instaladas em "Casa


de Caldeiras" ou em local específico para tal fim, denominado "Área de Caldeiras".

13.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a “Área de


Caldeiras” deve satisfazer os seguintes requisitos:

a) estar afastada de, no mínimo, 3 (três) metros de:

• outras instalações do estabelecimento;


• de depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com
até 2.000 (dois mil) litros de capacidade;
• do limite de propriedade de terceiros;
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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

• do limite com as vias públicas.

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente


desobstruídas e dispostas em direções distintas;

c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da


caldeira, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que
impeçam a queda de pessoas;

d) ter sistemas de captação e lançamentos dos gases e material particulado,


provenientes da combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas
ambientais vigentes;

e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;

f) ter sistema de iluminação de emergência.

13.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente confinado, a “Casa de


Caldeiras” deve satisfazer aos seguintes requisitos:

a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo


ter apenas uma parede adjacente a outras instalações do estabelecimento, porém com as
outras paredes afastadas de, no mínimo, 3(três) metros de outras instalações, do limite
de propriedade de terceiros, do limite com vias públicas e de depósitos de combustíveis,
excetuando-se reservatórios para partida com até 2.000 (dois mil) litros de capacidade;

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas


e dispostas em direções distintas;

c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser


bloqueadas;

d) dispor de sensor para detecção de vazamentos de gás quando se tratar de


caldeira a combustível gasoso;

e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;

f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e manutenção da


caldeira, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que
impeçam a queda de pessoas;

g) ter sistemas de captação e lançamento dos gases e material particulado,


provenientes da combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas
ambientais vigentes;

h) dispor de iluminação, conforme normas oficiais vigentes, e ter sistema de


iluminação de emergência.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

13.2.5 Constitui risco grave e iminente o não atendimento aos seguintes


requisitos:
a) para todas as caldeiras instaladas em ambiente aberto, as alíneas “b”, “d” e
“e” do subitem 13.2.3 desta NR;

b) para as caldeiras da categoria “A” instaladas em ambientes confinados, as


alíneas “a”, “b”, “c”, “d”, “e”, “g” e “h” do subitem 13.2.4 desta NR;

c) para caldeiras categorias “B” e “C” instaladas em ambientes confinados, as


alíneas “b”, “c”, “d”, “e”, “g” e “h” do subitem 13.2.4 desta NR;

13.2.6 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos subítens


13.2.3 ou 13.2.4 deverá ser elaborado “Projeto Alternativo de Instalação”, com medidas
complementares de segurança que permitam a atenuação de riscos.

13.2.3.1 O Projeto Alternativo de Instalação” deve ser apresentado pelo


proprietário da caldeira para obtenção de acordo com a representação sindical da
categoria profissional predominante no estabelecimento.

13.2.3.2 Quando não houver acordo, conforme previsto no subitem 13.2.6.1, a


intermediação do órgão regional do MTb poderá ser solicitada por qualquer uma das
partes e, persistindo o impasse, a decisão caberá a esse órgão.

13.2.7 As caldeiras classificadas na categoria “A” deverão possuir painel de


instrumentos instalados em sala de controle, construída segundo o que estabelecem as
Normas Regulamentadoras aplicáveis.”

OUTRAS RECOMENDAÇÕES:

• Deve haver espaço suficiente em torno da unidade, a fim de permitir livre acesso
para inspeção e manutenção. A área de circulação e os espaços em torno da
caldeira devem constituir uma faixa livre de 70 centímetros, no mínimo. Na parte
dianteira e traseira do gerador, em especial, recomenda-se deixar espaço suficiente
para a limpeza periódica da tubulação (vide desenho de instalação);
• O iluminamento mínimo deve ser de 150 lux, através de equipamento de
iluminação com proteção externa adequada;
• No interior da Casa de Caldeiras, em local de fácil acesso e visualização, devem
ser instalados extintores de incêndio tipo “químico seco” ou "dióxido de carbono",
de acordo com os requisitos da NR-23;
• Uma vez que o trabalho do operador é realizado predominantemente de pé, deve
haver assento para descanso em locais que possam ser utilizados durante as
pausas.
• Ao executar as canaletas para as tubulações de óleo, água e descarga, estas
deverão ter uma inclinação de 1/250 a 1/400, em direção ao ralo. Deverão possuir
tampas em chapa ou similar, removíveis, de forma que impeçam a queda de
objetos ou pessoas;
• A medida das portas da Casa de Caldeiras deverá ser igual ou superior à
mencionada no desenho de instalação;

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

• Prever ventilação suficiente de forma a haver ar em quantidade adequada à


combustão e manter-se a temperatura no interior da Casa de Caldeiras em valor tal
que não prejudique o funcionamento dos equipamentos elétricos e eletrônicos,
além de propiciar conforto ao operador. Para facilitar ao instalador, recomenda-se
como mínimo de ventilação duas aberturas para o exterior, tendo cada uma 0,05
m2 para 300 kg de produção de vapor do gerador. Estas duas aberturas ficarão o
mais próximo possível ao queimador e serão protegidas contra intempéries.
• Para as caldeiras com atomização por fluido auxiliar e que não sejam equipadas
com compressor próprio, é necessário um ponto de ar comprimido na Casa de
Caldeiras. Este ponto será também conveniente para auxílio à limpeza e
manutenção.

INSTALAÇÃO DA UNIDADE NA BASE

A caldeira deve ser colocada sobre a sua base, construída conforme o desenho
"Esquema de Instalação, Fundações e Cargas" e, após, nivelada longitudinal e
transversalmente. Para o bom funcionamento da caldeira e principalmente do sistema de
controle de nível da água é imprescindível o perfeito nivelamento da unidade. Para tanto, faça
o nivelamento pela última camada de tubos, primeiro no sentido longitudinal ao eixo da
caldeira e depois no sentido transversal.
Dependendo do meio de transporte e/ou das condições específicas de cada caldeira,
alguns de seus equipamentos auxiliares são fornecidos desacoplados, sendo necessário a
montagem e interligação destes.
O próximo passo é a interligação da caldeira ao restante da instalação e aos seus
auxiliares.

CHAMINÉ E DUTOS DE GASES

A caldeira é normalmente instalada com


chaminé de seis metros, colocada diretamente sobre
a saída de gases da caldeira, se necessário,
interpondo uma peça de transição. A função da
chaminé é somente conduzir os gases para fora do
recinto da Casa da Caldeiras descarregando-os em
local seguro. Sua altura deve ser a mínima possível,
pois, como a tiragem da caldeira é do tipo forçada
(através do ventilador), a chaminé não deve influir
nesta.
O chapéu da extremidade superior da
chaminé é adequado à tiragem e à saída normal dos
gases quentes da combustão. Qualquer alteração ou
substituição deste chapéu, deve ser feita com
cuidado e com controle, de modo que a tiragem e a
saída dos gases tenham as mesmas condições do
original. Altura da chaminé

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

O aumento da altura da chaminé além de nove metros, fará com que esta não mais seja
colocada diretamente sobre a saída de gases, a menos que seja previsto um dispositivo que
alivie seu peso sobre a caldeira. O mesmo é válido para quando se instalam acessórios na
chaminé, que contribuam para aumentar o seu peso, mesmo que esta continue com seis
metros.
No caso de instalação com dutos de gases, não fornecidos por nós, deve-se ter em
conta que a seção deste deve ser igual ou superior à saída da caldeira.
Ao instalar uma bateria de geradores, use, de preferência, chaminés independentes
para cada gerador. Assim, o funcionamento de um não interferirá no dos demais.
Caso o duto de gás atravesse a parede da Casa de
Caldeiras deve-se preparar um furo superior à medida do
mesmo em 100 milímetros em cada lado.
Caso seja necessário instalar o gerador de vapor
com a saída de gases ligada a uma chaminé de alvenaria
ou mesmo metálica de grande altura, deve ser previsto
uma abertura para entrada de ar e alívio da tiragem da
chaminé.
Em qualquer caso
a tiragem natural que atua
sobre o gerador de vapor
não deve ser maior que 1
milímetro de coluna
d'água (à saída de gás).
Duto de gases através de parede
De outra forma,
deve-se ter cuidado em instalações especiais ou com
equipamentos instalados na chaminé, para que não haja uma
obstrução demasiada à passagem dos gases. No caso de
equipamentos antipoluiçäo deve-se verificar a perda de
pressão decorrente da instalação deste.
As caldeiras são fornecidas com um termômetro Chaminé de alvenaria
angular com escala de 0 a 500°C, para indicação da
temperatura dos gases de combustão e possíveis anomalias na caldeira.
Vale lembrar, ainda, que os órgãos encarregados da fiscalização e controle das
atividades poluidoras (FEEMA, CETESB, etc.) têm adotado medidas cada vez mais rigorosas,
principalmente nos grandes centros. Mesmo com boa regulagem na combustão, é inevitável a
emissão de poluentes através dos gases de combustão que são descarregados na atmosfera,
pela chaminé das caldeiras. Assim sendo, dependendo das condições locais e dos requisitos
legais, será necessário complementar a instalação da chaminé, com algum sistema anti-
poluente, que retenha, principalmente, material particulado e óxidos de enxofre.
Entre nossos produtos, dispomos de linhas completas de:
• Coletores de pó tipo ciclone e multi-ciclone, especialmente projetados para suas
caldeiras, os quais promovem, eficientemente, a remoção do material particulado dos gases de
combustão, antes que estes sejam descarregados na atmosfera;
• Lavadores de gases, que, além do material particulado, elimina também os óxidos de
enxofre, com alta eficiência.
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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

Estes equipamentos podem ser fornecidos, mediante pedido.

TUBULAÇÃO DE SAÍDA DO VAPOR

A válvula de saída de vapor está localizada na parte superior da caldeira, devendo a


extração de vapor da caldeira para consumo ser feita unicamente por essa válvula.
A bitola da válvula é suficiente para descarregar toda a produção do gerador de vapor
à pressão normal de trabalho (próxima à PMTA) para a qual foi calculado. Caso o gerador
venha a operar em pressões muito abaixo da que foi prevista em sua construção, poderá
ocorrer problemas de arraste devido ao aumento da velocidade da saída do vapor em função
do menor peso específico do mesmo à menores pressões.
A tubulação principal de vapor deve ser feita, em princípio, na mesma bitola da
válvula de saída. A perda de carga e a condensação na linha dependem do comprimento, do
diâmetro e do número de acidentes (curvas, válvulas, etc) da rede. Por esse motivo, algumas
vezes é necessário construir as linhas de vapor com maior bitola que a saída da caldeira. Uma
redução de pressão implica num aumento de diâmetro da tubulação da rede, uma vez que o
volume aumenta.
Um sistema de purga para o condensado deve ser previsto nas partes mais baixas da
rede, evitando-se assim bolsas de água. Este condensado, além de prejudicar a distribuição de
vapor, irá fatalmente às máquinas, dificultando o funcionamento das mesmas e podendo
causar grandes avarias. A linha de vapor deve ser feita com pequeno declive, no sentido do
fluxo do vapor.
No caso de caldeiras operando em paralelo, é necessário instalar válvulas de retenção
nas tubulações de saída do vapor de cada gerador. A rede geral de vapor deverá ter bitola
suficiente para equivaler as áreas das saídas dos vários geradores.
É recomendável a utilização de um barrilete (coletor/distribuidor de vapor), que
recebe todo o vapor produzido pelas caldeiras e o distribui aos diversos ramais para consumo.
Este facilita grandemente a operação e manutenção, além de propiciar economia de
combustível ao possibilitar o isolamento de um ramal que não esteja sendo utilizado em
determinada ocasião.

TUBULAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ÁGUA

Deve-se ter o devido cuidado, quando da instalação da rede de água, uma vez que esta
é primordial para o bom funcionamento da caldeira. De fato, em caso de irregularidade ou
insuficiência da rede de água, esta acarretará constantes problemas à caldeira, podendo até
mesmo causar graves acidentes.
Quando da instalação da caldeira, à ocasião em que for feita a tubulação d'água deve-
se tomar as precauções devidas, conforme segue:
• Na sucção da bomba haverá um filtro de água e a tubulação de alimentação de água
deverá ser ligada a este.
• Para o dimensionamento da tubulação, recomenda-se adotar a velocidade de 1,0 m/s
ou menor. Lembre-se de que a vazão nominal da bomba é normalmente uma vez e
meia a produção de vapor da caldeira.
17
AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

• O tubo que liga a bomba ao tanque de água deverá servir somente para esta função.
Em caso de uma bateria de geradores de vapor, use um tubo independente para cada
unidade. Não faça derivações no tubo para outras funções. A inobservância dessa
recomendação poderá trazer prejuízos à operação da bomba.
• Deve-se instalar um termômetro na sucção da bomba de alimentação d'água, em caso
de trabalhar com água quente.
• Para melhor controle operacional da caldeira, recomenda-se a instalação de um
hidrômetro na sucção da bomba d'água, após o filtro. No caso de água quente o
hidrômetro deverá ter construção especial para tal. O hidrômetro permitirá o controle
com boa precisão do vapor produzido, rendimento da caldeira, consumo de água, etc.
Para sua correta instalação observe as recomendações do fabricante.
• Além das recomendações acima, veja também tópicos relativos à instalação da bomba
d’água, em capitulo especifico mais adiante neste manual.

TANQUE DE ÁGUA / CONDENSADO:


A fim de prover a segurança necessária quanto ao suprimento de água para a caldeira,
este deverá ser independente da rede geral da indústria, sendo feito através de um tanque
intermediário que servirá somente a este fim. Mediante pedido, poderemos fornecer este
tanque e todos os seus acessórios.
O tanque deve ter capacidade mínima correspondente à produção horária máxima de
vapor da caldeira; por exemplo, se a produção máxima da caldeira for de 3.000 kg/h, o tanque
deve ter capacidade mínima de 3.000 litros. A alimentação do tanque deverá ser, no mínimo,
correspondente a 150% da produção máxima da caldeira.
O tanque deverá ser instalado a uma altura mínima de 2 (dois) metros acima da sucção
da bomba, em caso de utilizar-se água fria, de 4 (quatro) metros, em caso de água a 50°C e 6
(seis) metros para água a 80°C. Observe que a altura especificada é a diferença de cota entre a
saída de água do tanque e a entrada da bomba d'água.
A saída de água do tanque de suprimento deve ser instalada a uma altura de no
mínimo 50 mm do fundo, evitando assim a aspiração de lama depositada no fundo do
tanque.Recomenda-se instalar, no tanque, um indicador de nível d'água e um termômetro, este
último no caso de utilizar-se água quente.
A fim de evitar-se que o nível de água no tanque baixe além de 200 mm acima da
saída de água, recomenda-se a instalação de um alarme sonoro que possa ser ouvido
claramente no interior da Casa de Caldeiras.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

TUBULAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL

Alimentação de óleo combustível

As caldeiras que irão consumir óleo combustível devem ser instaladas com um tanque
de serviço intermediário entre o tanque de armazenamento de óleo e a bomba de combustível.
O tanque de serviço é fornecido juntamente com a caldeira e torna prática e fácil a operação
desta, aproveitando o retorno do óleo aquecido. Para a instalação e construção da rede de óleo
devem ser observadas as recomendações a seguir:

1. A fim de evitar problemas, tais como flutuação de carga, baixa temperatura de


bombeamento, etc., a rede geral de óleo combustível não deve ligar diretamente o
tanque de armazenamento ao gerador de vapor. O tanque de serviço deve ser instalado
no circuito, o mais próximo da bomba de óleo, tendo antes um filtro e uma válvula de
bloqueio.
2. O tanque de serviço é normalmente fornecido com uma resistência elétrica para
aquecimento do óleo, um termostato para controle e um termômetro para indicação da
temperatura de aquecimento. Todos os
acessórios são instalados em luvas
apropriadas existentes no tanque.
3. Em locais de clima frio ou em instalações para óleos ultra-viscosos devem ser
previstos aquecimento da tubulação de óleo através de “tracer” a vapor ou elétrico e
total isolamento térmico da mesma, a fim de se manter a temperatura do óleo acima do
ponto de fluidez.

19
AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

4. Quando o nível de óleo do tanque de armazenamento é mais alto que o nível de óleo
do tanque de serviço, deve ser instalada uma válvula solenóide ou bóia macho na
entrada de óleo do tanque de serviço.
5. Caso o escoamento do óleo do tanque de armazenamento até o tanque de serviço não
possa se dar naturalmente pela diferença de cotas dos tanques, deverá ser instalada
entre os dois tanques uma bomba de transferência, preferencialmente comandada por
chave-bóia colocada no tanque de serviço. Também neste caso pode vir a ser
necessário a instalação de uma válvula tipo bóia prevenindo-se o transbordamento do
tanque. Sob pedido, poderemos fornecer a bomba de transferência e seus acessórios
6. A tubulação de óleo combustível para alimentação da bomba deve ser no mínimo da
mesma bitola da saída do tanque de serviço, o mesmo sendo válido para a tubulação
de retorno de óleo.
7. A rede de retorno de óleo está posicionada na frente e à direita da caldeira, indo
diretamente para o tanque de serviço. Esta tubulação deverá também ser isolada e para
facilidade na manutenção instale uma válvula de retenção próxima ao tanque de
serviço.
8. A tubulação que interliga o tanque de serviço à sucção da bomba deve ser totalmente
hermética, pois qualquer entrada de ar reduz a capacidade da bomba e produz ruído.
Deve ter um pequeno declive em direção à bomba para evitar pontos onde podem
formar-se bolsas de ar. Se for necessário passar um obstáculo deve-se fazer pela
horizontal e não por cima ou por baixo. Antes de conectar a tubulação à bomba,
certifique-se que não há terra ou outros materiais estranhos.
9. Uma vez instalada a tubulação, verifique o alinhamento da bomba e ajuste-o se
necessário. Uma régua de aço colocada através do acoplamento deve descansar
uniformemente nas duas bordas da parte de cima, na parte de baixo e na dos lados. O
alinhamento deve ser feito, estando na temperatura de funcionamento; deste modo
compensam-se as mudanças produzidas pela dilatação da tubulação.
10. Além do tanque de serviço de óleo combustível, é fornecido um tanque para o
combustível piloto (óleo diesel ou querosene), o qual deverá ser interligado à bomba
piloto e à tubulação de sucção da bomba de óleo combustível, para a finalidade de
limpeza da rede, após o término de operação da caldeira.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

TUBULAÇÃO DE GÁS COMBUSTÍVEL

Nas caldeiras mistas (óleo/gás) ou somente gás o limite de fornecimento é o filtro na


rede de gás. Neste ponto, deverá ser interligada a rede de suprimento de gás, que deverá ser
dimensionada de comum acordo com o fornecedor do gás, em função da pressão disponível
na estação de medição, distância desta à caldeira e consumo máximo.
Deve ser instalada uma válvula de bloqueio tipo esfera ou borboleta com vedação
estanque, antes do filtro, a fim de facilitar a manutenção do sistema de gás, quando
necessário. Coloque próximo a esta válvula e em local bem visível uma placa de identificação
com os dizeres: "válvula de bloqueio manual de gás".
Normalmente a pressão de gás na estação de medição é superior à pressão necessária a
operação. Por isso, a caldeira sai equipada com uma válvula reguladora de pressão que reduz
e ajusta automaticamente a pressão ao valor necessário a operação. Quando isto não ocorre,
ou seja, a pressão na estação de medição se aproxima da pressão necessária a operação, a
válvula reguladora de pressão não é fornecida, devendo portanto o gás ser fornecido com
pressão constante, no valor necessário a operação.
Em caldeiras com produção de vapor acima de 1000 kg/h, entre as válvulas de
bloqueio automático do sistema de gás, existe uma válvula de vent, que tem a finalidade de
despressurizar o sistema de gás em caso de parada ou vazamento na primeira válvula de
bloqueio. Após esta válvula de vent existe um borbulhador onde poderão ser visualizados
possíveis vazamentos. Neste borbulhador existe uma conexão que deverá ser canalizada para
fora da Casa de Caldeiras em local seguro, usando tubo de mesmo diâmetro da conexão do
borbulhador.
O ponto de descarga deverá estar sempre livre, e distante no mínimo três metros de
qualquer componente elétrico ou fonte de energia aberta, e deverá estar localizado no mínimo
a três metros acima do telhado. A sua extremidade deverá ser voltada para baixo a fim de
evitar a penetração de água da chuva e detritos..
Em local visível dentro da Casa de Caldeiras recomenda-se a colocação de avisos de
segurança do tipo: "proibido fumar", "proibido acender fósforos ou isqueiro", "perigo,
explosivo", etc.

TUBULAÇÃO DE DESCARGA SOB PRESSÃO

Duas redes de drenagem devem ser previstas: uma que trabalhará sob a pressão da
caldeira e outra que estará à pressão atmosférica. Não construa um sistema de drenagem
único, pois redundará em sérios problemas. O sistema fechado tenderá a dar escape pelo
sistema aberto, o que além de danificar toda a pintura e sujar o gerador de vapor, impedirá a
rotina diária de manutenção, que obrigatoriamente deve ser feita, podendo ainda causar sérios
acidentes.
A rede sob pressão deve ser construída em tubo de diâmetro 3" ou maior, e levará até
o exterior da Casa de Caldeiras a água sob pressão e alta temperatura, proveniente das
descargas de fundo e da coluna de nível. Esta água não deve ser reaproveitada, pois
normalmente possui alta concentração de sólidos dissolvidos (lama).

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

Os pontos (válvulas para descarga de fundo - uma, duas ou três, dependendo do


tamanho da caldeira - e válvula para descarga da coluna de nível) deverão ser interligados
entre si e a água coletada nestes pontos deverá ser conduzida até uma caixa de drenagem
apropriada ou um tanque de descarga. A pressão e temperatura elevadas em que se encontra a
água drenada poderá destruir um sistema de esgoto normal. Por isso recomenda-se instalar um
tanque de descarga entre a caldeira e o esgoto, onde o impacto e a temperatura elevada da
água serão eliminados.
Nota: É importante a ancoragem da rede sob pressão, para evitar sérios acidentes.
Mediante
pedido, fornecemos
tanques de descargas
tipo horizontal ou
vertical, para locais
onde não se permite
alta tempera-tura na
rede de esgoto. Este
tanque, previa-mente
abastecido com água
fria ao nível do
"ladrão" ao receber a
água saturada
proveniente da
descarga da caldeira,
primeiramente absorve Caixa de drenagem
o choque, liberando em
seguida o vapor "flash" formado em seu interior e, após misturar a descarga com a água fria,
libera para a rede de esgoto normal igual quantidade de água recebida, sem pressão e
resfriada.
Outra alternativa, quando não se possui o tanque de descarga é a construção de uma
caixa de drenagem conforme indicado acima.

TUBULAÇÃO DE DESCARGA DAS VÁLVULAS DE SEGURANÇA

Deverão ser conectadas às válvulas de segurança, tubulação individual para que a


descarga de vapor seja feita para fora da Casa de Caldeiras. O tubo empregado deve ter
diâmetro superior ao bocal de saída das válvulas. A descarga deve se dar da forma mais direta
possível; se houver necessidade de curvas, estas deverão ser de grande raio de curvatura.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

A saída do vapor não


deverá ser voltada para local onde
seja possível a presença de pessoas,
mesmo que esporádica, nem sobre
outro equipamento.
Deve ser prevista uma boa
ancoragem para a tubulação de
descarga, de modo que, ao
descarregar o vapor, a reação deste
saindo para o ambiente, não incida
sobre a válvula. Esta ancoragem
não deve ser feita através da parede
da Casa de Caldeiras, devendo
haver uma folga de Canalização horizontal das válvulas de segurança
aproximadamente 10 mm na
passagem da tubulação pela parede.
Tanto na válvula quanto na tubulação de descarga devem ser instalados drenos
perenes, de forma a evitar o acúmulo de condensado no corpo da válvula e no interior da
descarga.

Canalização vertical da válvula de segurança

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CONJUNTO DE BOMBEAMENTO E AQUECIMENTO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL

Concluída a instalação, caso necessária, do conjunto de bombeamento e aquecimento de


óleo combustível, faça a interligação dos drenos e descargas do aquecedor de óleo, que são:
1.Dreno do óleo da válvula de alívio:
Para a válvula de alívio do aquecedor, instala-se um tubo adequado que conduz a eventual
descarga num sentido onde o óleo quente não possa causar acidentes. A descarga deve ser
livre para o ambiente e a mais curta possível, prevenindo-se do resfriamento do óleo na
tubulação, entupindo-a.
2. Dreno de água que se separa do óleo aquecido:
Será independente, não devendo ser ligado a nenhuma das redes, pois iria fatalmente causar
entupimentos. O dreno do aquecedor de óleo deve ser feito num recipiente. Periodicamente
abre-se a válvula dreno para purgar a água que se separa do óleo combustível com o seu
aquecimento.

ÁGUA DE RESFRIAMENTO

Para temperaturas da água de alimentação da caldeira acima de 100ºC, ou em casos


especiais, a bomba d'água é dotada de câmara de resfriamento das gaxetas, às quais devem ser
ligadas água externa de resfriamento.
Os correspondentes registros deverão permanecer abertos antes e durante o
funcionamento. O consumo de água à temperatura ambiente varia de 200 à 400 l/h, de acordo
com o tamanho da bomba.
Normalmente é empregado para este fim um sistema de circulação aberto, onde a água
de um depósito elevado circula por gravidade, passando por uma válvula globo para bloqueio
e regulagem da vazão, daí para a bomba d'água e desta diretamente para o esgoto, com a
descarga sendo visível pelo operador da caldeira.

FLUIDO EXTERNO DE ATOMIZAÇÃO

Para as caldeiras que utilizam fluido externo de atomização, ou para partida da


caldeira quando a pressão de vapor no interior desta for inferior a 483 kPa (5 kgf/cm2 = 70
psig), é necessário supri-la com um meio de atomização externo, que poderá ser ar
comprimido industrial ou mesmo vapor proveniente de outra caldeira. Para ambos os casos, a
pressão de suprimento não deverá ser inferior a 689 kPa (7 kgf/cm2 = 100 psig), sendo ideal
1034 kPa (10,5 kgf/cm2 =150 psig) para ar comprimido ou vapor.

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ALIMENTAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Proceda da seguinte forma:


1. Dimensionamento do circuito alimentador (método da capacidade de corrente):
• A corrente mínima considerada para especificação do condutor deve ser a
resultante da soma das correntes nominais de todos os equipamentos mais 25% da
corrente do maior motor, não havendo necessidade de considerar-se neste cálculo
os equipamentos reservas. Assim teremos:
I alim ≥ 1,25 x I maior motor + Σ I outras cargas
• Após o cálculo da corrente de alimentação aplicar os fatores de redução, se
necessário (temperatura ambiente e/ou quantidade de cabos por eletrodutos) e
entrar na tabela do fabricante, especificando a bitola do cabo, seu isolamento e
construção (compatíveis com o ambiente);
• Fatores de redução do limite de condução de corrente para condutores isolados com
borracha ou termoplástico;

Temperatura Fator de
ambiente redução
40ºC 0,82
45ºC 0,71
50ºC 0,58

No de Fator de
condutores no redução
mesmo
eletroduto
4 , 5 ou 6 0,80
7 , 8 ou 9 0,70

• O condutor neutro não é considerado para aplicação do fator de redução devido ao


número de condutores em um mesmo eletroduto;
• Caso necessário, aplicar ambos os fatores de redução;
• Os fatores são aplicados multiplicando-se os mesmos pelos valores constantes para
capacidade de condução nas tabelas dos fabricantes de cabos. O valor daí obtido é
então comparado com o calculado ( Ialim) e verificado a suficiência ou não.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

2. Dimensionamento da chave geral:

• A chave geral é requerida por norma de segurança e normalmente não vai


instalada no painel da caldeira. Esta chave deve ser providenciada pelo cliente à
época da instalação e recomendamos instalá-la em armário independente. A
localização deverá ser o mais próximo possível do painel de comando;
• Seu dimensionamento deverá ser de acordo com as normas vigentes;
• Se utilizar chave faca com porta fusíveis, atentar na instalação para que a faca não
se feche através de seu próprio peso. Observar também que os fusíveis deverão
estar do lado da carga.
3. Observações importantes:

• Antes de fazer a ligação definitiva, verifique se está correta a rotação dos motores.
• Nossas caldeiras são construídas e equipadas para funcionar em 220, 380 ou 440 V
e 50 ou 60 Hz, conforme seja especificado no pedido do cliente. Porém, os
controles funcionarão sempre em 220 V. Quando a rede geral é de 380 V ou 440 V,
o painel de comando é equipado com um transformador para a tensão de comando;
• Em casos especiais, a pedido do cliente, a tensão de comando poderá ser de 110 V;
• A variação de tensão permissível é de mais ou menos 10%;
• A variação da freqüência permissível é de mais ou menos 5%;
• A variação conjunta de tensão e freqüência não devem, juntas, ultrapassar mais ou
menos 10%;
• Para melhor orientação e maiores esclarecimentos no tocante à instalação elétrica
poderá ser consultada a norma brasileira NBR-5410 (NB-3).

ATERRAMENTO DA CALDEIRA

O aterramento tem por finalidade atender à necessidade de segurança do operador,


possibilitando o escoamento sem perigo das correntes de fuga e de falta à terra. Representa
também importante papel na proteção à corrosão, dando escoamento às correntes estáticas e
induzida por motores. Para cálculo e dimensionamento do aterramento da caldeira, deverão
ser consultados profissionais ou firmas especializadas.

LIMPEZA DA CALDEIRA APÓS A INSTALAÇÃO

As caldeiras, antes de saírem da fábrica, são limpas e vistoriadas rigorosamente,


porém na ocasião de montagem local, por algum descuido, poderão ser esquecidas, no interior
da fornalha, da câmara de fumaça, etc., ferramentas, parafusos, porcas, materiais, etc. Assim
sendo, deve-se vistoriá-las para sua segurança.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. INSTALAÇÃO DA CALDEIRA

Deve ser examinado se não permanecem montados os tampões utilizados na ocasião


de despacho para se proteger os furos contra danos e impurezas.
Devem ser examinadas as portas e tampas das caixas de fumaça traseira e dianteira,
quanto a vazamentos de ar ou gás.

LIMPEZA DA CALDEIRA COM SODA CÁUSTICA

Após o término da instalação do gerador e antes de entrar em operação normal,


recomenda-se tratá-lo com soda cáustica fervida. O objetivo é a eliminação de graxas, óleos e
corpos estranhos presentes no interior do gerador, principalmente, nas superfícies de
aquecimento.
Se o gerador permanecer inativo por algum tempo após sua instalação, o tratamento
com soda somente deverá ser feita imediatamente antes de entrar em operação, ou seja, após o
período de inatividade. A forma de executar-se a limpeza interna da caldeira com soda é:
1. Após encher de água até a metade da coluna de nível da caldeira, adicione 0,9 kg de
soda cáustica dissolvida para cada 1.000 litros de água na caldeira. Faça funcionar em
baixa combustão (elevação de temperatura da água inferior à 50ºC em uma hora) até a
pressão do vapor atingir de 196 a 294 kPa (2 a 3 kg/cm2 = 28 a 43 psig). Manter esta
pressão durante 4 horas.
2. No dia seguinte, quando estiver fria, drene por completo e, em seguida encha de água
limpa, para efetuar uma lavagem completa na caldeira.
3. Além da soda cáustica, podem ser utilizados outros compostos alcalinos, tais como
fosfato trissódico, barrilha ou silicato de sódio na concentração de 1 a 5% e
procedendo-se como descrito para a soda cáustica.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

1. Após o término da montagem e instalação, não tente dar partida (acendimento) na


caldeira. Notifique nossa Assistência Técnica e esta providenciará o envio de um
técnico especializado que fará a verificação da instalação e do estado geral da caldeira,
procedendo, após, o acendimento inicial, regulagens, dando instruções detalhadas
acerca da boa operação da caldeira. O não cumprimento desta orientação poderá
resultar em danos a equipamentos e instrumentos, que não serão cobertos por nossa
garantia.
2. Na ocasião do acendimento, nossa Assistência Técnica, além das regulagens normais,
efetuará a regulagem das válvulas de segurança, não devendo a caldeira ser liberada
para operação normal antes deste procedimento.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

No presente capítulo, descreveremos as características básicas e recomendações


relativas à maior parte dos equipamentos e instrumentos fornecidos com as caldeiras
AALBORG. Por tratar-se de um assunto de alta relevância, reservaremos um capítulo a parte
para o Controle Automático, onde serão abordados os equipamentos e instrumentos
correlatos.

COMBUSTOR PRINCIPAL

O combustor ou queimador é o equipamento destinado a produzir a combustão, em


funcionamento automático ou manual, dentro de uma fornalha apropriada. De forma geral,
qualquer combustor tem as principais características, como a seguir:
1- Uma passagem para o fluxo de cada combustível;
2- Uma ou mais passagens para o fluxo de ar;
3- Mecanismos ou meios para a decomposição (atomização) do combustível líquido;
4- Desenho apropriado para proporcionar a mistura ar x combustível;
5- Ignitor ou combustor piloto para dar início ao processo de combustão;
6- Manutenção da combustão contínua após iniciada.
Assim, os diversos componentes de um combustor têm como finalidade:
• Dosar e atomizar o combustível;
• Dosar e misturar o ar ao combustível já atomizado;
• Manter a correta proporção entre ar x combustível;
• Provocar a maior turbulência possível;
• Estabelecer uma velocidade relativa entre ar e o combustível;
• Manter a combustão perfeita e a chama estável.
Os diversos tipos de combustores são classificados, de modo geral, como a seguir:
1- Atomização sem uso de fluído auxiliar, que se subdividem em:
• Combustor tipo pressão mecânica: A atomização se dá com o óleo passando
a alta pressão através de um orifício de pequeno diâmetro;
• Combustor tipo rotativo: A atomização se dá pela ação da força centrífuga
de um copo girando a alta rotação.
2- Atomização com uso de fluído auxiliar, que se subdividem em:
• Atomização à baixa pressão;
• Atomização à média pressão;
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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

• Atomização à alta pressão.


Estes diferentes tipos de combustores possuem características, tais como, faixa de
capacidade, formato de chama, qualidade de atomização, facilidade de operação, etc., que os
tornam, cada qual mais adequado a uma determinada aplicação.

COMBUSTORES MPR

O combustor MPR é fabricado em três versões:


1. Para combustível líquido: óleo combustível, óleo diesel e misturas;
2. Para combustível gasoso: GLP, gás de nafta e gás natural;
3. Para queima alternada de combustível líquido e gasoso.

MPR para combustível líquido: óleo combustível, óleo diesel e misturas

Caracteriza-se por atomização, utilizando fluido auxiliar. A atomização dá-se na


extremidade da lança, onde o combustível líquido é finamente dividido, formando uma névoa
que proporciona maior facilidade de queima.

Lança do combustor MPR

É um combustor extremamente simples e de fácil manutenção. A lança de óleo pode


ser removida para limpeza. No extremo da lança, temos o atomizador e a respectiva camisa.
Para limpar o atomizador, desatarraxe a camisa e retire o atomizador. Lave as duas peças em
querosene ou óleo diesel. Não use estopa, seja para lavar ou enxugar. A estopa deixa fiapos
que podem entupir os orifícios de passagem do óleo. Se dispuser de ar comprimido, use-o. A
limpeza deve eliminar qualquer vestígio de óleo carbonizado, incrustado na camisa ou no
atomizador.
Limpe diariamente o atomizador. Faça a desmontagem como acima indicamos. Ao
montar o combustor novamente, cuide para que a camisa fique bem apertada e o atomizador
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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

não fique fora do lugar. A falta de limpeza acarreta atomização imperfeita do óleo, reduzindo
a produção de vapor.

Um dos elementos componentes


da rede de óleo combustível é o tanque
auxiliar de óleo diesel, que além de
abastecer o combustor piloto, destina-se
também à lavagem da rede de óleo
combustível, antes de paradas por
tempo prolongado (como no fim da
operação diária). Tal lavagem consiste
no funcionamento da caldeira com óleo
diesel, por um curto período,
expulsando o óleo combustível contido
na rede.

Essa lavagem contribui


grandemente para conservar limpo o
atomizador, porém é uma boa prática,
antes de paradas prolongadas, retirar a
lança de óleo e colocá-la verticalmente,
com o atomizador mergulhado em uma
pequena vasilha com óleo diesel. Assim
o óleo diesel dissolverá o restante do
combustível que tenderia a formar uma
crosta no atomizador.

Quando colocar a lança de óleo


no lugar, fixe-a bem, observando se está
na posição correta. Conservação do atomizador em óleo diesel
A caixa de ar é um dispositivo
integrante do conjunto do queimador, destinado a receber o ar secundário do ventilador e
distribuí-lo adequadamente para alimentar a combustão.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

Combustor MPR a óleo

Compõe-se dos seguintes elementos (veja figura):


1. Estrutura da caixa de ar;
2. Coroa;
3. Tubo de ar e difusor;
4. Tampa da caixa de ar;
5. Flange de fixação da coroa;
6. Anel guia da coroa ao tubo de ar;
7. Anel de saída;
8. Tampa do visor de chama;
9. Vidro do visor de chama;
10.Anel guia do ar.
A limpeza da caixa de ar é feita da seguinte forma:
• Solte as uniões dos tubos de óleo, ar e vapor que chegam à lança;
• Solte os parafusos que prendem o flange frontal à caixa;
• Retire o conjunto coroa e lança do interior da caixa de ar;
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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

• Raspe as palhetas, os anéis e tudo quanto tenha detritos ou óleo carbonizado, quer
na coroa, quer na caixa de ar. Tenha especial cuidado com os orifícios dos anéis de
comunicação entre a caixa de ar e a fornalha;
• Complete com uma lavagem geral com querosene;
• Seque tudo antes de tornar a montar o conjunto.
Nota: Para evitar maior freqüência desta limpeza, mantenha limpo o ambiente da Casa
de Caldeiras.

MPR para combustível gasoso: GLP, gás de nafta e gás natural

Difere do anterior apenas na lança, na qual o gás é admitido diretamente no tubo externo
saindo por orifícios calibrados para cada tipo de gás, na extremidade da lança. O tubo interno
é utilizado, neste caso, como visor de chama (veja a figura).

Combustor MPR a gás

A caixa de ar é idêntica à do MPR para combustível líquido.

MPR para queima alternada de combustível líquido e gasoso

As lanças de óleo e de gás são perfeitamente intercambiáveis, sendo ambas fornecidas


quando a caldeira destinar-se à queima mista (óleo ou gás alternadamente).

VENTILADORES

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O ventilador, do tipo siroco, é o equipamento responsável pelo suprimento de todo o


ar necessário à combustão.
Antes de se colocar o ventilador em funcionamento, verificar os seguintes itens:
• Verificar se não existe no interior do ventilador e em suas respectivas partes
girantes corpos estranhos (ferramentas, calços de madeira, etc.);
• Examinar as ligações elétricas. Regular o relé térmico conforme a corrente
nominal do motor elétrico;
• Examinar o sentido de rotação do ventilador, se está de acordo com a placa
indicativa de rotação (caso contrário, inverter a polarização).

LIMPEZA DO ROTOR:

No ambiente de trabalho do seu equipamento o ventilador succiona o ar das regiões


vizinhas, arrastando poeira, detritos, óleo, etc., que tendem a formar uma pasta oleosa
baixando gradativamente o rendimento do ventilador e o volume de ar. A limpeza do
ventilador será feita da seguinte forma:
• Retire o abafador de ruídos (quando houver);
• Raspe os detritos acumulados no rotor, na caixa e nas grades de entrada, aplicando
jatos de ar;
• Complete com uma lavagem geral com querosene;
• Seque as peças depois de lavadas para que não apanhem poeira logo no primeiro
funcionamento após a limpeza;
• Finalmente monte o conjunto;
• Nessa oportunidade estique as correias e lubrifique os mancais do ventilador.

Notas:
• Para evitar maior freqüência desta limpeza, mantenha limpo o ambiente da
Casa de Caldeiras.
• Nos ventiladores com acoplamento direto, os cuidados com os mesmos se
restringem à limpeza do rotor e da caixa, visto que por ser o rotor acoplado
diretamente ao eixo do motor elétrico, dispensa-se a aplicação do mancal,
polias e correias de acionamento.

ABAFADOR DE RUÍDOS:

Com a finalidade de atenuar o ruído emanado com o funcionamento normal do


ventilador, este pode ser equipado com um abafador de ruídos instalado na boca de sucção.
Este equipamento é constituído de uma carcaça de aço revestida internamente com
isolação acústica.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

REDE DE ÓLEO COMBUSTÍVEL

É constituída pelos elementos indicados abaixo:

• Tanque de serviço, com a finalidade de permitir uma partida à frio rápida, além de
ajudar na estabilização da temperatura e pressão do óleo combustível, sendo
equipado com os seguintes acessórios:
• Resistência elétrica de aquecimento;
• Termostato;
• Termômetro.

• Filtro vertical simples, à sucção da bomba de óleo, e após o aquecedor de óleo;

• Bomba de óleo do tipo engrenagens, com alívio interno, para recalque do óleo do
tanque de serviço;

• Válvulas de bloqueio manual;

• Válvulas de retenção;

• Válvula solenóide para bloqueio da entrada de óleo combustível no queimador;

• Válvula de alívio do aquecedor de óleo;

• Aquecedor de óleo elétrico, com a finalidade de elevar a temperatura do óleo


combustível, até a temperatura ideal de queima;

• Termo-elemento do controlador da temperatura do óleo combustível à saída do


aquecedor;

• Termômetro para indicação da temperatura do óleo à saída do aquecedor;

• Manômetro para indicação da pressão do óleo na válvula comando de fogo;

• Válvula comando de fogo (veja sistema de modulação);

• Combustor (veja tópico neste mesmo capítulo);

• Tanque auxiliar para lavagem da rede com diesel, quando de paradas por tempo
prolongado, e suprimento de diesel para o piloto.
Estes elementos não deverão ter suas posições relativas modificadas sem prévia
consulta à nossa fábrica e, em caso de necessidade de substituição de algum elemento, este
não deverá ter sua especificação ou qualidade alterada. Alguns equipamentos e acessórios
mostrados são melhor explanados em sua função, modo de operar, ajustes e manutenção em
tópicos e capítulos à parte.
De modo geral, desde que não haja modificação significativa no óleo combustível
utilizado, não deverão ser alterados os valores de temperaturas e pressões ajustados pelo
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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

nosso pessoal técnico à ocasião do acendimento da caldeira. Em caso necessário, estas


alterações e regulagens deverão ser feitas por técnico especializado.
Periodicamente verifique a estanqueidade das válvulas solenóide. Vazamento na
válvula principal que bloqueia o óleo para o queimador pode trazer sérias conseqüências se
não detectado no início, quando ainda é pequeno, podendo causar a formação de "borra" no
queimador e em casos extremos a explosão na fornalha quando da ignição. Caso seja
constatado o problema em alguma das válvulas solenóides, prontamente a substitua ou faça a
troca de reparos ou bobina da mesma.

BOMBA DE ÓLEO COMBUSTÍVEL

A bomba AALBORG para óleo combustível é do tipo volumétrica, de engrenagens. O


corpo da bomba é fabricado em ferro fundido e possui uma válvula de alívio que interliga o
recalque à sucção com o objetivo de proteger o equipamento de eventual excesso de pressão.
A transmissão de movimento do motor elétrico para a bomba é realizado através de
acoplamento direto com junta elástica. O conjunto motor x bomba é montado sobre uma
base, compacta e resistente.

VÁLVULA DE ALÍVIO:

O objetivo da válvula de alívio é proteger a bomba e o motor contra pressão excessiva


no caso de a descarga ficar obstruída acidentalmente. As bombas de deslocamento positivo
desenvolvem elevada pressão quando funcionam contra descarga obstruída. O motor pode
queimar pela sobrecarga, assim como danificar o mecanismo da bomba.
A válvula de alívio deve estar ajustada para que se abra quando a pressão for maior
que a pressão hidrostática total. O ajuste da válvula deve ser 138 kPa (1,4 kgf/cm2 = 20 psig)
maior que a pressão total.
Exemplo: Se a instalação requer descarga a 1034 kPa (10,5 kgf/cm2 = 150 psig) de
pressão, o ajuste da válvula de alívio deverá ser: 1034 + 138 = 1172 kPa (11,9 kgf/cm2 = 170
psig), que é o ajuste recomendado para a válvula de alívio, nestas condições. Este ajuste
assegura descarga à capacidade total da bomba.
A válvula de alívio, como descrita acima, é considerada como dispositivo de
segurança. Ela não é destinada a regular a capacidade ou a pressão da bomba.

Regulagem da válvula:
• Girando o parafuso de regulagem no sentido horário, a pressão de recalque
aumenta gradativamente.
• Girando o parafuso de regulagem no sentido contrário, a pressão diminui. Deste
modo pode-se proceder a devida regulagem desejada ou especificada.

Limpeza da sede da válvula:


• Retire o capuz de proteção, feche a válvula na descarga e acione o interruptor da
bomba de óleo;
• Solte a contra-porca de fixação do parafuso de regulagem (apenas desaperte-a sem
tirá-la do lugar). Ela deverá ficar marcando a posição de regulagem da válvula;

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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

• Com o auxílio de uma chave de fenda, desatarraxe o parafuso de regulagem,


observando a pressão registrada no manômetro da rede de óleo;
• Dadas algumas voltas no parafuso de regulagem, a pressão do óleo começará a
cair;
• Quando o manômetro indicar 34 kPa (0,35 kgf/cm2 = 5 psig), pare de desatarraxar
o parafuso de regulagem;
• Deixe então que a bomba funcione durante alguns minutos para limpar a sede da
válvula;
• Depois disso, torne a atarraxar o parafuso de regulagem até a posição normal que
ficou marcada pela contra-porca de fixação;
• Aperte a contra-porca, fixando o parafuso de regulagem e recoloque o capuz de
proteção.
Via de regra, esse procedimento é suficiente. Entretanto, se o processo não der
resultado, desligue a bomba de óleo e desmonte a válvula limpando sua sede. Tenha cuidado
de deixar a contra-porca de fixação marcando a posição de regulagem da válvula.

Verificação da válvula de alívio:


• Retire o capuz de proteção e a junta de vedação verificando o estado em que se
encontra. Substitua-o se necessário;
• Desatarraxe o parafuso de regulagem e verifique o estado da fenda na cabeça e os
fios de rosca. Substitua-o se necessário;
• Retire a mola da válvula e inspecione a flexibilidade e o estado geral;
• Verifique o estado do fecho de vedação e proceda a sua limpeza em solvente.

Remontagem da válvula:
• Introduza o fecho de vedação na cavidade da tampa;
• Coloque a mola da válvula;
• Atarraxe o parafuso de regulagem, com auxílio de uma chave de fenda;
• Recoloque as juntas de vedação e aperte o capuz de proteção.

INÍCIO DE OPERAÇÃO DA BOMBA:

Antes de colocar a bomba em funcionamento é necessário verificar cuidadosamente


vários detalhes:
• Faça girar o eixo da bomba para assegurar-se de que esteja livre;
• Verifique a direção de rotação da bomba;
• Examine a tubulação de sucção, para certificar-se que todas as válvulas estão
abertas, o filtro limpo e colocado corretamente;

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AALBORG INDUSTRIES S.A. EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS

• Examine a tubulação de descarga para certificar-se de que todas as válvulas estão


abertas e que não existe obstrução alguma.
Ponha a bomba em funcionamento. Se não começar a passar líquido após 60 segundos
de operação, pare a bomba. A bomba nunca deve funcionar seca por muito tempo. O
funcionamento a seco, por alguns minutos, produz maior dano que muitas horas de
bombeamento normal.
Se na bomba não passar líquido 60 segundos depois de começado o funcionamento,
aplique um pouco do óleo pelo lado de descarga da bomba. Coloque-a novamente em
funcionamento, dando-lhe tempo suficiente para que expulse o ar do sistema e comece a
bombear. Se não passar líquido dentro de algum tempo, pare e determine a causa. Uma bomba
rotativa não é um compressor. Não pode comprimir ar contra a descarga. É necessário, então,
prover escape para o ar preso, para que a bomba funcione bem.
Sempre que a bomba não alimente a tempo deve-se, geralmente, a alguma das
seguintes condições:
• Entrada de ar na tubulação de sucção;
• A extremidade da tubulação de sucção não está submersa no líquido;
• Sucção demasiado alta, devido a tubulação de diâmetro muito pequeno;
• A sucção é tão alta, que o líquido vaporiza-se antes de chegar à bomba.

Uma vez que a bomba esteja funcionando corretamente, deve-se dar atenção à caixa
de gaxetas. Nunca aperte a preme-gaxeta ao colocar a bomba em andamento pela primeira
vez; é melhor que a gaxeta fique um pouco solta. Assim, é reduzido o aquecimento.

A gaxeta nova requer ajuste inicial. É uma boa prática colocar a bomba em andamento
e logo após detê-la, com intervalos de 1 a 2 minutos. Deve-se manter ligeiro escape de líquido
pela caixa para lubrificar a gaxeta. Recomenda-se não apertar a preme-gaxeta tanto, que não
passe nenhum líquido pela caixa.

DEFEITOS MAIS COMUNS:

• A bomba não transvaza o líquido:

• Não está bem alimentada. Volte a alimentá-la do lado de descarga,


mantendo aberto o alívio do ar até que passe o líquido;
• Verifique o sentido de rotação do motor;
• Válvula fechada. Alguma obstrução na descarga ou na sucção. Abra todas
as válvulas e certifique-se que não há obstrução na tubulação;
• Filtro obstruído. Limpe-o. Certifique-se que o filtro é de tamanho e
capacidade adequados;
• O extremo da tubulação de sucção não fica dentro do líquido;
• Desvio aberto. Examine a válvula de alívio. Certifique-se que a válvula não
está ajustada para deixar passar o líquido a uma pressão mais baixa que a

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pressão de descarga. Certifique-se que a sede da válvula não contém


partículas que a mantém aberta ou que hajam danificado a sede;
• Depois de longo e contínuo tempo de trabalho, algumas peças da bomba
podem sofrer desgaste. Reponha-as para restaurar a capacidade original da
bomba.
• A bomba faz barulho:

• Insuficiente abastecimento de líquido. Aumente a bitola da tubulação de


sucção. Coloque a bomba mais perto do abastecimento do líquido para
evitar a vaporização;
• Entrada de ar na tubulação de sucção - Aplique veda-juntas na tubulação,
reponha gaxetas defeituosas, reponha a gaxeta da bomba;
• Verifique o alinhamento. Se necessário, torne a realinhar a bomba;
• Eixo deformado - Troque o eixo;
• Excessiva pressão - Verifique o ajuste da válvula de alívio;
• A válvula de alívio trepida. Regule a pressão da mola até que a válvula
pare de trepidar.
• A temperatura do óleo não está adequada.
• A bomba desgasta-se rapidamente:

• O óleo contém terra ou material abrasivo. Instale um filtro mais fino na


tubulação de sucção;
• Funcionamento a seco – Garantir o suprimento de óleo à bomba em
quantidade suficiente. Não se deve permitir que a bomba rotativa funcione
sem o adequado abastecimento de líquido.
• A bomba não desenvolve sua capacidade:

• Sucção muito alta. A pressão absoluta de sucção deve ser, pelo menos, 14
kPa (0,14 kgf/cm2 = 2 psi) maior que a pressão de vaporização do óleo, na
temperatura de bombeamento;
• Filtro parcialmente obstruído. Limpe a tela;
• Entrada de ar na tubulação de sucção. Elimine as entradas de ar;
• Baixa velocidade - Examine o motor e certifique-se da sua velocidade para
determinar possível sobrecarga;
• Válvula de alívio mal ajustada. Examine a válvula de alívio para certificar-
se de sua vedação.

• A bomba funciona e logo perde a sucção:

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• Tubulação de sucção pouco submersa. Aumente a altura para obter


adequada tomada de líquido;
• Vaporização na sucção - Reduza a sucção;
• Ar ou gás no sistema - Elimine bolsas de ar na tubulação;
• Entrada de ar na tubulação de sucção - Examine a tubulação.

• A bomba gasta muita energia (sobrecarga):

• Líquido mais viscoso que o previsto para a bomba - Aqueça o líquido para
reduzir a viscosidade;
• Obstruções na tubulação de descarga fazem a bomba funcionar numa
pressão maior do que a especificada. Obstruções ou válvulas parcialmente
fechadas na tubulação de descarga aumentam a pressão de descarga;
• Gaxeta muito apertada - A gaxeta muito apertada produz aquecimento.
Afrouxe a gaxeta;
• Eixo deformado - Verifique o alinhamento do eixo da bomba e do motor.
Se o eixo estiver deformado troque-o por um novo;
• Desalinhamento da bomba - Verifique o alinhamento da bomba e do motor;
• Desgaste excessivo nos componentes rotativos - Tire a tampa da bomba e
certifique-se de que as peças rotativas não estejam travadas.

REPARO DA BOMBA:

Depois de examinar a lista “problemas no bombeamento”, pode-se concluir que o


defeito está na própria bomba. Neste caso, limpe primeiro a sede da válvula de alívio. Se
ainda assim o defeito persistir, entre em contato conosco, para as providências de reparo da
bomba.

ENGAXETAMENTO:

• Use gaxetas teflonadas quadradas. No caso de utilização de óleos combustíveis


que requeiram maior temperatura de bombeamento, devem ser utilizadas gaxetas
de teflon ou anéis de grafite puro;
• Assegure-se de que a caixa de gaxetas esteja limpa e que a gaxeta anterior tenha
sido removida completamente;
• Corte anéis da espiral em ângulos de 45º conforme mostrado na figura;
• Coloque cada anel individualmente, assegurando-se que estejam firmes em seus
lugares. Os cortes devem ser alternados em posição de 120º;

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• Assegure-se de que o eixo gira livremente depois do encaixe de cada anel


individual;
• Aperte a preme-gaxeta
fazendo pressão igual com os
dedos. Verifique se o eixo gira
livremente;
• Deixe girar por 10 minutos
com o vazamento constante
antes de apertar as porcas da
sobreposta 1/6 de volta.
Continue apertando 1/6 de
volta cada 10 minutos até o
vazamento estar reduzido a um
Corte dos anéis da gaxeta
nível aceitável. Leve
gotejamento é essencial e evita
o superaquecimento.

AQUECEDOR DE ÓLEO COMBUSTÍVEL

Para atomização adequada e combustão eficiente, o óleo combustível deve ser


aquecido, de acordo com a sua viscosidade. Para tanto a caldeira possui um aquecedor do tipo
elétrico. A temperatura do óleo pode ser lida em um termômetro colocado na linha de óleo
perto da válvula de comando de fogo.

CUIDADOS NA OPERAÇÃO:

Periodicamente abra o dreno para descarregar a água que se deposita no fundo do


aquecedor de óleo;
Não ligue as resistências quando o aquecedor estiver vazio, pois estas em pouco
tempo se danificarão;
Cuide para que o termoelemento do controlador de temperatura não se desloque do
seu poço de proteção instalado no aquecedor, pois a temperatura do óleo ficará sem controle
podendo subir demasiadamente e causar sério acidente;
No uso de óleo combustível pesado, antes de uma parada prolongada da caldeira, é
preciso limpar todo o percurso do mesmo com óleo diesel para evitar o endurecimento do
óleo pesado na tubulação, válvulas, etc.
As resistências devem ser retiradas periodicamente, para verificação e limpeza, com a
remoção da crosta formada pelo superaquecimento localizado do óleo;
Caso a pressão do óleo venha subir por qualquer motivo, e for além da pressão
máxima (vide tabela no capítulo relativo a operação da caldeira, tópico aquecimento do óleo
combustível), que é a pressão ajustada na válvula de alívio, esta se abrirá e o excesso de
pressão será aliviado;

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Ao operar-se o gerador com óleo diesel ou outro combustível que não necessite de
aquecimento, o controlador de temperatura deve ser regulado para zero grau ou desligado.

REGULAGEM DA TEMPERATURA:

Para o perfeito funcionamento do combustor que equipa as caldeiras AALBORG este


requer uma viscosidade de queima de 90 a 100 SSU. A temperatura a que se deve aquecer o
óleo depende do tipo utilizado, variando grandemente os diferentes tipos de óleo combustível
hoje existentes no mercado. A título de orientação, apresentamos o gráfico que relaciona a
viscosidade com a temperatura dos óleos combustíveis mais usualmente empregados.

Viscosidade em função da temperatura para os óleos combustíveis

Uma vez conhecendo-se o tipo de óleo empregado ou que venha a ser então utilizado,
basta verificar-se com auxílio do gráfico qual a faixa de temperatura de aquecimento
corresponde à faixa de viscosidade acima indicada. Pequenas variações verificadas na prática
(após o ajuste da temperatura e verificação das condições de combustão) são possíveis em
função de várias causas. Para aumentar ou diminuir a temperatura de atomização do óleo, atue
lentamente o controlador de temperatura até atingir a temperatura desejada. Para o caso de
misturas de dois tipos de óleo combustível de diferentes viscosidades, a viscosidade resultante
será função da proporção obedecida na mistura dos óleos, variando logaritmamente em
relação à proporção, considerando-se uma mesma temperatura.

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DEFEITOS MAIS COMUNS:

Se o óleo não atinge a temperatura desejada, verifique:

• Fusíveis queimados;
• Fios soltos ou terminais das resistências quebrados;
• Resistências queimadas;
• Controlador de temperatura mal regulado ou com defeito;
• Chave contatora das resistências com a bobina queimada;
• Rompimento do cabo de compensação que liga o termo-elemento ao controlador
de temperatura.

Se o óleo ultrapassa a temperatura regulada, verifique então:

• Termoelemento do controlador de temperatura fora ou mal ajustado do seu poço


de proteção;
• Má regulagem ou defeito do controlador de temperatura.

CONTROLE DE TEMPERATURA DO AQUECEDOR DE ÓLEO

O controle de temperatura do óleo combustível é feito através de um controlador


eletrônico tipo "PD" (proporcional diferencial) que atua "ligando e desligando" o conjunto de
resistências de aquecimento e/ou a válvula solenóide de vapor para aquecimento.
O controle "PD" comuta o relé de saída não só na temperatura selecionada, mas em
toda a largura de uma "faixa" que se estende para ambos os lados do "set-point". Esta "faixa"
é denominada banda proporcional (XP) e é regulável de 0 à 10 % do fundo de escala do
aparelho.
A ação proporcional faz com que em toda largura da banda, o tempo energizado e
desenergizado varie de acordo com o "sinal de erro". Quanto maior a diferença entre a
temperatura medida e a selecionada, maior também a diferença entre "tempo energizado" e
"tempo desenergizado".
A ação diferencial permite ao aparelho antecipar a inércia térmica do sistema e desta
forma prevenir uma ultrapassagem do "set-point". Abaixo da "banda proporcional", o relé de
saída do aparelho está constantemente energizado e acima da "banda proporcional",
constantemente desenergizado. O sinal de temperatura do processo, é transmitido através de
um termo-elemento Fe-Co com cabo de compensação.

OPERAÇÃO:

A operação do controlador de temperatura é bastante simples, bastando somente


ajustar o "set-point" e a "banda proporcional".
• Ajuste do "set-point:
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Ajuste o knob existente no centro do aparelho na temperatura desejada para


aquecer o óleo combustível. Esta temperatura deverá ser selecionada em função do
tipo de óleo combustível a ser utilizado, para que proporcione uma combustão
perfeita.
• Ajuste da "banda proporcional":
Para cada aplicação, existe um valor de "XP" que permite a melhor adaptação do
controle ao processo. Para que a temperatura controlada se estabilize o mais
próximo do valor selecionado na escala ("set-point"), convém seguir a seqüência
abaixo:
• Colocar potenciômetro de ajuste de "XP" no máximo e aguardar e
estabilização do processo;
• Diminuir o valor de "XP" e aguardar nova estabilização;
• Repetir a operação até se obter o menor desvio relativamente do "set-point".

REDE DE ATOMIZAÇÃO

É constituída pelos elementos indicados abaixo:

• Válvulas de bloqueio manual;

• Purgador do condensado que se forma na rede de vapor;

• Válvula reguladora da pressão de atomização;

• Válvula solenóide para bloqueio automático da atomização;

• Manômetro para indicação da pressão de atomização;

• Pulmão amortecedor - Visa proteger a válvula reguladora de pressão de eventuais


golpes e, ao mesmo tempo, proporcionar um vapor de atomização mais seco.
Estes elementos também não deverão ter suas posições relativas alteradas sem prévia
consulta à nossa fábrica e, em caso de necessidade de substituição de algum deles, a
especificação e a qualidade deverá ser respeitada.
O valor da pressão de atomização ajustada pelo nosso pessoal técnico, à ocasião do
acendimento, não deverá ser alterada. Caso necessário, a alteração e regulagem deverá ser
feita por pessoal técnico especializado.
Periodicamente verifique a estanqueidade da válvula solenóide, pois um vazamento
permitirá passagem de vapor para o queimador, sem necessidade. Constatado algum
problema, substitua a solenóide ou faça a troca de reparos ou bobina da mesma.
Examine também periodicamente o funcionamento da válvula reguladora de pressão.
Qualquer anormalidade nesta válvula acarretará oscilação na pressão de atomização,
ocasionando deficiências na combustão. Caso seja detectada alguma anormalidade nesta

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válvula, procure saná-la imediatamente, substituindo a parte defeituosa ou até mesmo a


própria válvula.
O funcionamento do purgador também deverá ser verificado, pois acúmulo de
condensado na rede acarretará alterações na atomização.

COMBUSTOR PILOTO DIESEL E SEUS ACESSÓRIOS

O combustor piloto das caldeiras AALBORG a óleo é do tipo pressão mecânica.


Uma pequena bomba recalca o óleo a uma pressão de 689 a 981 kPa (7 a 10 kgf/cm2 = 100 a
142 psig) de um reservatório de serviço. A ignição é feita por um par de eletrodos
alimentados por um transformador de ignição com 8000 a 10.000 volts de tensão na saída. O
óleo diesel ou querosene devem ser utilizados para a ignição do combustor principal. Estes,
passando pela bomba irão para o combustor piloto que os atomiza, formando uma fina névoa
e assim dá condição para que a centelha gerada nos eletrodos, faça a ignição do piloto.
É composto dos seguintes elementos:
• Válvula de bloqueio;
• Filtro “Y”;
• Bomba piloto;
• Manômetro;
• Transformador de ignição;
• Combustor piloto.
Conserve o depósito de óleo sempre abastecido. Se acabar o óleo do depósito, entrará
ar na tubulação da bomba. Embora a purga do ar na bomba piloto seja automática, para maior
rapidez recomenda-se desatarraxar o bujão de teste de pressão, cerca de uma volta, enquanto a
bomba estiver funcionando, até que o óleo escorra, sem bolhas de ar, após o que o bujão
deverá ser novamente atarraxado. A pressão do óleo deve ser de 689 a 1034 kPa (7 a
10,5 kgf/cm2 = 100 a 150 psig).

Combustor piloto a óleo

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MANUTENÇÃO:

O atomizador é uma pequena peça cambiável que dispõe na sua entrada de um


pequeno filtro. O estado de limpeza desta peça, bem como a posição dos eletrodos é essencial
para o bom funcionamento do piloto. Para limpeza e regulagem, proceda da seguinte forma:
• Desmonte o conjunto soltando os parafusos fixadores dos isoladores e retirando-
os;
• Desatarraxar o atomizador (bico) e a tela;
• Corrigir a ponta curva dos eletrodos e limpá-la com lixa fina;
• Lavar todo o conjunto com querosene e ar comprimido (se houver), secar todo o
conjunto;
• Montar em primeiro lugar o atomizador, o parafuso 'allen' e filtro;
• Colocar os isoladores nos lugares e regular as pontas dos eletrodos à 2 milímetros
de altura do centro do bico e a 5 milímetros à frente do bico e 3 milímetros entre as
pontas dos eletrodos. Muito cuidado ao realizar esta operação, pois qualquer
aperto em demasiado poderá partir as porcelanas.
Verifique periodicamente os cabos que levam corrente elétrica do transformador aos
eletrodos de ignição. Observe também a ajustagem dos bornes que devem dar um bom
contato. Caso haja mau contato ou fuga de corrente por mau isolamento, a centelha se
enfraquecerá e o óleo não será inflamado, resultando em falha de ignição.
No que se refere à manutenção da bomba piloto, veja os detalhes no próximo tópico.

DEFEITOS MAIS COMUNS:

Os defeitos mais comuns do sistema de ignição são:


• Baixa pressão no óleo devido a:

• Falta de óleo no depósito;


• Ar na tubulação;
• Válvula de bloqueio manual fechada:
• Filtro na sucção da bomba sujo;
• Problemas na bomba.
• Atomizador sujo ou danificado;
• Eletrodos de ignição gastos ou desajustados;
• Isoladores partidos ou danificados, dando passagem à corrente para terra;
• Queima ou danos nos isoladores do transformador de ignição.
Nota: Do bom funcionamento do combustor piloto depende em grande parte a segurança da
caldeira. Havendo problemas de falha de ignição repetidas vezes, não insista em dar partida
"assim mesmo" na caldeira. Antes de tentar novamente, certifique-se do bom estado e correto
funcionamento do sistema de ignição.
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BOMBAS PILOTO

As caldeiras a óleo combustível e mistas são equipadas com bomba piloto, que serve
para inflamar a chama do combustor principal a óleo. Ela é do tipo de engrenagens, dotada de
uma válvula reguladora de pressão, destinada a manter a necessária pressão do óleo diesel no
atomizador do combustor piloto.

Para minimizar o retorno de óleo da câmara sob pressão para a câmara de sucção, a
engrenagem e os demais componentes em contacto com esta são temperados e lapidados em
máquinas de alta precisão, com tolerâncias da ordem de microns, o que resulta em alta
performance, longa vida e baixo nível de ruído. Para prevenir danos causados pela presença
de impurezas neste mecanismo de precisão, a bomba incorpora um filtro de tela metálica.

VÁLVULA REGULADORA DE PRESSÃO

A figura a seguir mostra o mecanismo da válvula reguladora de pressão:

Quando a pressão do óleo excede o nível requerido, a força exercida no lado esquerdo
do pistão causa uma compressão na mola, abrindo a passagem de retorno do óleo. Uma parte
do óleo é desviado para esse retorno, aliviando a pressão em excesso.

A pressão é ajustada e modificada através do parafuso de regulagem. Quando o


parafuso é apertado, a tensão da mola cresce, sendo necessária maior pressão para acioná-la e
vice-versa.

Válvula reguladora de pressão da bomba piloto

MANUTENÇÃO

A bomba piloto pode operar perfeitamente por muitos anos, se forem observados os
seguintes pontos:
• Limpe periodicamente o filtro, ou substitua-o, se necessário. Na mesma ocasião,
limpe também o filtro do atomizador do combustor piloto;
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• Limpe regularmente o tanque de serviço de óleo diesel, verificando que não se


acumule água no fundo. A água é o maior inimigo da bomba, causando corrosão na
carcaça e nas peças sinterizadas em seu interior, principalmente se a bomba ficar
parada por um longo período.
• Verifique periodicamente se os mecanismos de ligamento e desligamento, as juntas
da tubulação e quaisquer dispositivos de segurança estão em ordem, funcionam
eficientemente, e não existe evidência de perdas de combustível;
• Uma vez por ano, verifique se os valores de vácuo se acham dentro dos limites
sugeridos (máximo 49 kPa = 0,5 kgf/cm2 = 7 psig). Para esse fim, recomenda-se
instalar um vacuômetro na conexão apropriada, no lado de sucção da bomba.
Em caso de danos ou revisão geral na bomba, recomenda-se entrar em contato com a
nossa Assistência Técnica.

PROBLEMAS MAIS COMUNS:

• A bomba não funciona


• Acoplamento danificado;
• Bomba bloqueada;
• Motor danificado.
• Superaquecimento do motor
• Plug do by-pass em posição errada;
• Ferrugem no interior da bomba.
• Sucção nula
• Motor gira em sentido errado;
• Acoplamento danificado;
• Bomba bloqueada;
• Motor danificado;
• Tampa não fechada corretamente;
• Linha de sução danificada;
• Falta de óleo no tanque;
• Ar na bomba;
• Pressão excessiva na entrada de sucção;
• Linha de sucção superdimensionada;
• Chaveta da engrenagem quebrada ou faltando.
• Vácuo instável
• Infiltração de ar na linha de sucção;
• Nível de óleo no tanque;
• Ar na bomba;
• Filtros ou linha de sucção parcialmente bloqueada.
• Ruído
• Nível muito alto de vácuo;
• Ar na linha de sucção ou na bomba.
• Nível muito alto de vácuo
• Bloqueamento sério do filtro da bomba;
• Bloqueamento sério do filtro da linha;
• Bloqueamento sério da linha de sucção;
• Linha de sucção muito longa;
• Diâmetro insuficiente da linha de sucção.
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• Baixa pressão no atomizador do combustor piloto


• Capacidade do atomizador muito grande para a bomba;
• Ar na bomba;
• Engrenagem com desgaste;
• Rotação insuficiente do motor;
• Mola da válvula reguladora de pressão quebrada.
• Pressão instável
• Ar na bomba;
• Ar na linha de sucção;
• Presença de água;
• Aditivos ou impurezas no óleo;
• Bloqueamento parcial do filtro ou da linha de sucção;
• Engrenagem com desgaste.

REDE DE GÁS COMBUSTÍVEL

É aplicável somente a caldeiras a gás ou mistas e constituída, basicamente, pelos


elementos abaixo indicados:

• Filtro cesto, próprio para gás;


• Válvula reguladora de pressão para gás;

• Manômetros com bloqueio para indicação da pressão do gás após reguladora de


pressão e na entrada do queimador;
• Pressostato para segurança quanto a pressão baixa de gás;

• Pressostato para segurança quanto a pressão alta de gás;

• Válvulas de bloqueio automático de gás para o combustor;

• Válvula de alívio para proteção quanto a falhas da válvula reguladora de pressão;


a
• Válvula solenóide para gás, em paralelo com a 2 válvula de bloqueio automático
de gás, para partida em caldeiras sem modulação ou para modulação.
• Válvula de bloqueio manual do gás para o combustor com chaves fim de curso para
comprovar válvula aberta ou fechada. Esta válvula opera totalmente aberta,
funcionando com gás ou totalmente fechada, funcionando com óleo. Nas caldeiras
somente a gás não são necessárias as chaves fim de curso;
• Válvula solenóide para “vent” (somente em caldeiras com produção superior a
1.000 kg/h);
• Borbulhador (em sistemas com “vent”).

Em hipótese alguma altere os valores de pressão ajustados pelo nosso pessoal técnico
à ocasião do acendimento da caldeira. A inobservância quanto a este ponto poderá trazer
sérias conseqüências ao equipamento bem como a seus operadores. Necessitando de
alterações ou regulagens, estas deverão ser feitas por técnicos especializados.
Periodicamente verifique a estanqueidade das válvulas de bloqueio automático e
válvula solenóide, simule a ocorrência de pressão alta e baixa do gás combustível para checar

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o sistema de segurança. Mantenha sempre limpos o vidro e a água do borbulhador, pois isto
facilitará a visualização de possíveis vazamentos de gás pelas válvulas de bloqueio.
Limpe periodicamente a tela do filtro e verifique o funcionamento das válvulas
reguladoras de pressão. Em reguladoras de pressão com tomada de impulso externo à válvula,
proteja o tubo de impulso contra choques mecânicos, pois o seu rompimento trará sérias
conseqüências ao sistema. Caso seja constatado algum problema, corrija-o imediatamente.
Os gases combustíveis normalmente utilizados são o gás natural, nafta ou GLP e ainda
gases residuais ou obtidos por processos de gaseificação diversos. A rede de gás é
dimensionada para o tipo de gás mencionado no pedido do cliente, não devendo ser trocado
por outro tipo sem consultar-nos previamente.

COMBUSTOR PILOTO A GÁS E SEUS ACESSÓRIOS

Refere-se apenas a caldeiras a gás ou mistas.

O princípio de funcionamento é idêntico ao do piloto diesel, sendo que o gás é


utilizado para ignição do combustor principal. Compõe-se basicamente dos elementos
abaixo:
• Válvula de bloqueio manual.
• Válvula reguladora de pressão.
• Válvulas solenóide.
• Manômetro com bloqueio.
• Mangote flexível.
• Combustor piloto.
• Transformador de ignição.
O gás combustível admitido da rede principal tem sua pressão reduzida, e, ao passar
pelo misturador, arrasta por
efeito "venturi" uma
quantidade de ar proveniente
do ventilador, propiciando
uma mistura ideal para a
ignição que, como no piloto a
diesel, é feita através da
centelha gerada nos
eletrodos.
Onde aplicável, as
recomendações para o
combustor piloto a diesel são
válidas para o combustor
piloto a gás. Combustor piloto a gás

As recomendações feitas para a rede de gás combustível também são válidas, onde
aplicáveis, para o piloto a gás e seus acessórios.

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BOMBAS D’ÁGUA

Para a alimentação de água, as caldeiras AALBORG são equipadas com bombas do


tipo turbina, de simples ou duplo estágio (série T).
As bombas tipo turbina apresentam características ascendentes, isto é, a carga do
motor é maior, quanto maior for a pressão na descarga, não se devendo, portanto, deixar que a
bomba funcione com a válvula de bloqueio na descarga totalmente fechada, sob pena de
danificar o motor elétrico.

INSTALAÇÃO:

Normalmente o conjunto moto-bomba é fornecido montado e alinhado em uma base


metálica, fixada no chassis da caldeira ou, em casos específicos, em base de concreto
devidamente nivelada, através de chumbadores.

Tubulação de sucção:

• Dimensionar a tubulação de tal forma que a velocidade de escoamento seja inferior


a 1,0m/s na vazão nominal da bomba;
• Dispor o tubo de sucção de modo a evitar a formação de bolsas de ar ou seja,
levemente ascendente para a bomba. Havendo redução da tubulação, usar
conexões excêntricas;
• Evitar joelhos, mudanças bruscas de diâmetro e direção, especialmente perto da
bomba;
• Não deixar rebarbas internas, especialmente nas juntas flangeadas;
• As válvulas na tubulação de sucção não representam peças de comando ou
regulagem e como tal deverão estar completamente abertas com a bomba em
funcionamento. Recomendamos a utilização de válvulas tipo esfera no tubo de
sucção da bomba;
• Deve ser prevista uma válvula, antes do filtro para fechar a tubulação de água no
caso de necessitar desmontar o filtro, a bomba ou a válvula de retenção;
• A bomba d’água não deverá fazer sucção em nenhuma hipótese, devendo ser
sempre instalada com a sucção “afogada”.

OPERAÇÃO:

Após completada a instalação e/ou antes do primeiro funcionamento, verificar:


• Se o eixo da bomba gira facilmente, com a mão - Em caso contrário, afaste o motor
e com uma pequena alavanca, encaixada na luva de acoplamento, faça-a rodar livre
e depois reinstale o motor.
• Acoplamento - Com um régua apoiada nas duas metades da luva, verificar se a
distância desta ao eixo é a mesma em toda a volta. O espaçamento entre as duas
metades da luva deve ser também constante, em uma volta completa.
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• Limpeza do filtro - Caso não esteja limpo, retire a tela e lave-a. Não use estopa na
limpeza. Se necessário para completar a limpeza, use ar comprimido ou outro meio
que não deixe qualquer resíduo.
• Escorva - Abrir a saída de ar situada no lado da sucção e girar o eixo até sair água
livre de bolhas de ar, fechando-a, em seguida.
• Sentido de rotação - Na primeira ligação, observar se o sentido de rotação
corresponde ao indicado pela seta.
Abrir totalmente a válvula na sucção da bomba e com esta trabalhando na pressão de
operação, verificar a corrente do motor que não deverá ser maior que a indicada na placa do
mesmo.
No caso da bomba tipo turbina, abra totalmente a válvula na descarga.
Nota: Não se deve deixar a bomba trabalhar sem água. O efeito pode ser desastroso
para as peças móveis da bomba.

MANUTENÇÃO:

Verifique periodicamente:
• Alinhamento da bomba com o motor - A análise mais rápida desta situação pode
ser feita, examinando a luva elástica na junção dos dois eixos. Aproveite para
examinar o estado da junta de borracha do acoplamento.
• Limpeza dos filtros de água - Deve ser feita semanalmente.
• Aperto dos parafusos que prender o motor e a bomba à base.
Com o tempo, poderão surgir desgastes em peças internas das bombas, que alteram o
seu desempenho. Neste caso, recomenda-se contato com a nossa Assistência Técnica, para a
revisão geral da bomba, dentro dos padrões e recursos da fábrica.

Engaxetamento da Bomba:
Em uma bomba, o acabamento ou o desgaste do eixo são fatores críticos, capazes de
afetar a vida útil das gaxetas. Também, a grande velocidade de rotação da bomba torna mais
crítico o dimensionamento e a instalação adequada das gaxetas. Quando a bomba trabalha,
algum lubrificante é forçado ou expelido para fora. Com a perda de lubrificante, as gaxetas
encolhem e afastam-se do eixo, dando margem aos vazamentos. Geralmente, faz-se cessar o
vazamento, apertando a sobreposta.
A falta de lubrificante causa o aquecimento do eixo e das gaxetas. O lubrificante com
o qual é impregnada a gaxeta, começa a migrar pouco a pouco, proporcionando alguma
lubrificação e, novamente, os vedantes encolhem permitindo perda de fluído. Quando então se
aplica mais pressão à sobreposta; este procedimento é repetido até que não reste lubrificante.
Neste ponto a gaxeta fica dura, sem elasticidade, torna-se abrasiva e incapaz de proporcionar
uma vedação eficiente. Nestas condições, perde-se água, danifica-se o eixo, elevando-se os
custos de manutenção.

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Neste ponto torna-se necessário a troca das gaxetas. Caso a bomba tenha ficado
inativa por um período de seis meses ou mais, a gaxeta também deve ser substituída, pois
estará ressequida.
Para substituição das gaxetas, siga as instruções abaixo:
• Soltam-se as porcas da sobreposta. Remove-se a velha gaxeta com auxílio de um
gancho. Dirija este gancho para dentro da caixa de engaxetamento para evitar
danos no eixo;
• Limpa-se cuidadosamente a caixa de engaxetamento, a sobreposta e os outros
componentes. Se forem utilizadas gaxetas impregnadas com óleo, graxa e grafite,
será necessário o emprego de um solvente para eliminar todo traço de depósitos;
• Inspeciona-se o eixo e a caixa de engaxetamento, para verificar se existem
rachaduras, entalhes e desgaste;
• Deve-se substituir qualquer peça danificada. Se a gaxeta tirada apresentar indícios
de desgaste, deve-se inspecionar o acabamento do eixo ou seu desgaste;
• Determina-se a espessura da gaxeta, subtraindo-se o diâmetro externo do eixo do
diâmetro interno da caixa de gaxeta e dividindo-se o resultado por 2. Se esta
dimensão recair entre dois tamanhos de espessura padrão de gaxetas, escolhe-se o
maior;
• Cortam-se os anéis da gaxeta sobre uma barra de mesma dimensão do eixo. O
corte diagonal, proporcionará uma melhor vedação. Os anéis de gaxeta que
ficarem demasiado grandes deverão ser cortados até que tenham a medida exata, e
os demasiado pequenos devem ser abandonados;
• Introduz-se o primeiro anel na caixa de engaxetamento com o corte no ponto
superior e aperta-se cuidadosamente, utilizando-se a própria preme-gaxeta.
Instalam-se os demais anéis com cortes defasados a 90º ou 120º entre si. Deve-se
introduzir cada anel, fazendo pressão cuidadosamente, sem deformá-lo ou torcê-lo;
• Apertam-se as porcas da sobreposta com os dedos e põe-se em marcha a bomba.
Espere até atingir a temperatura e pressão de trabalho. É aconselhável fazer
funcionar a bomba por 10 minutos na sua temperatura de trabalho, antes de se
fazerem ajustes de qualquer tipo. Se os vazamentos forem demasiadamente
grandes, apertam-se as porcas girando apenas uma volta, e permite-se que a gaxeta
se acomode por pelo menos 10 minutos. Continua-se este procedimento, até que o
vazamento não supere 5 à 10 gotas por minuto. Assim, obter-se-á uma boa
lubrificação com o mínimo de perdas. Ao apertar os parafusos da sobreposta,
verifique que estas não fiquem desalinhadas. Isto, além de provocar a ruptura das
mesmas, solicitará do eixo um esforço adicional, danificando-o. Não aperte a
gaxeta para vedar totalmente.
Nota: O mínimo de ar que penetre pela caixa de gaxetas, prejudica o funcionamento
da bomba d'água.

Lubrificação:
A lubrificação é feita mediante a adição da graxa recomendada, através dos pinos
graxeiros.
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No capítulo referente a Manutenção de Caldeiras é especificado o tipo de graxa


recomendado pela nossa fábrica, para lubrificação de todos os equipamentos, onde necessário.
Esteja atento à possível entrada de água proveniente de vazamentos excessivos pela
gaxeta da bomba, na caixa de rolamento, contaminando e inutilizando a graxa.

DEFEITOS MAIS COMUNS:

• Falta completa de vazão:


• Bomba não escorvada;
• Velocidade insuficiente - problemas no motor ou alimentação elétrica;
• Sucção excessiva - Verificar com vacuômetros. A bomba não deve fazer
sucção;
• Passagens do rotor entupidos;
• Sentido de rotação errado.
• Vazão ou pressão insuficiente:
• Entrada de ar na sucção ou nas gaxetas;
• Velocidade muito baixa;
• Sucção excessiva;
• Passagens do rotor parcialmente entupidos;
• Pressão na sucção insuficiente, no caso de água quente;
• Cavitação;
• Filtro da sucção obstruído;
• Rotor danificado;
• Vazamentos internos devido a vedação defeituosa;
• Retorno pelo injetor.
• Perda de vazão após partida:
• Sucção com entrada de ar;
• Anel de vedação danificado;
• Sucção excessiva e existência de ar ou gases na água.

• Sobrecarga do motor:
• Eixo com empeno;
• Peças móveis atritando-se;
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• Rolamentos gastos ou sem lubrificação;


• Pressão de recalque alta (no caso das bombas tipo turbina);
• Gaxetas muito apertadas.
• Bomba vibrando:
• Falta de alinhamento;
• Falta de rigidez da fixação ao chassi;
• Rotor parcialmente entupido causando desequilíbrio;
• Peças móveis atritando-se;
• Rolamentos gastos;
• Cavitação (sucção demasiada, operando com água quente).

VÁLVULAS DE SEGURANÇA

A válvula de segurança é um dispositivo aliviador de pressão automático atuado pela


pressão estática e caracterizado pela rápida ação, abrindo-se integralmente. Ela deve:
1. Abrir totalmente a uma pressão definida;
2. Permanecer aberta, enquanto não houver a queda de pressão, para a condição de
trabalho do gerador;
3. Fechar instantaneamente e com perfeita vedação, logo após a queda de pressão;
4. Permanecer perfeitamente vedada para pressões inferiores à sua regulagem.
Para assegurar esta performance, elas devem ser submetidas a sistemáticas inspeções,
perfeita manutenção, além de serem corretamente manuseadas.

O que não se deve fazer:


• Suspender as válvulas pela alavanca de teste;
• Colocar válvulas intermediárias de qualquer tipo entre as válvulas de segurança e a
conexão da caldeira;
• Nunca testar a caldeira hidrostaticamente com as válvulas de segurança instaladas
e usando travas;
• Usar a válvula de segurança para descarga normal do vapor (para abaixar a pressão
da caldeira rapidamente, por exemplo);
• Abrir a válvula, acionando a alavanca, com a pressão da caldeira muito baixa.
Nota: Uma vez por semana, devem ser acionadas as alavancas, disparando as válvulas de
segurança, a toda pressão de trabalho da caldeira, a fim de que não fiquem presas por
falta de uso.

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Pressão de ajuste (“set point”):


Corresponde à pressão de abertura da válvula de segurança. Segundo a NR-13 do
Ministério do Trabalho, essa pressão não pode ser superior à PMTA (subitem 13.1.4 a).
Conseqüentemente a pressão de operação máxima da caldeira deverá ficar um pouco abaixo
da PMTA, caso contrário, haverá escapamento de vapor pela sede da válvula, causando
erosão da mesma, além da perda de vapor.
Para a pressão de operação máxima da caldeira, recomendamos, adotar o critério do
NBIC (National Board Inspection Code), ou seja, para PMTA acima de 103 kPa (1,05 kg/cm2
= 15 psig) até 2.067 kPa (21,10 kgf/cm2 = 300 psig), aquela pressão deverá estar 10% ou
48 kPa (0,49 kgf/cm2 = 7 psig) abaixo da PMTA.

Suficiência das válvulas de segurança:


Toda caldeira deve possuir válvula(s) de segurança capaz(es) de, em conjunto,
descarregar todo o vapor que ela possa gerar, sem que a maior pressão no seu interior
ultrapasse o limite de: 1,06 x PMTA. Este limite é estipulado pela norma NBR 12.177-1 da
ABNT, sendo comprovado experimentalmente, através do ensaio de acumulação, definido
nessa norma.
A válvula de segurança, quando operando corretamente, abrirá na pressão de ajuste;
esta abertura se denuncia por inconfundível e brusco disparo. Com o acúmulo da pressão a
valores acima do de ajuste, a abertura vai aumentando até o máximo e, ao atingir este limite,
se apresentará à plena capacidade e dentro da acumulação especificada. Com o decréscimo da
pressão, a abertura vai sendo reduzida até o fechamento total.
A simplicidade deste equipamento o torna quase imune a defeitos quando operado
normalmente. Por outro lado, a presença de uma falha, pequena que seja, poderá afetar a vida,
a operação e o desempenho da válvula. Deste modo, as providências para os reparos devem
ser imediatas. A seguir, comentaremos algumas falhas possíveis de ocorrer e as formas
recomendáveis de saná-las.

Vazamentos:
Quando ocorre vazamento, à pressão operacional, é importante um pronto reparo. A
permanência desta condição, tende a causar danos e inutilizações de certos componentes, o
que viria a comprometer os custos de manutenção. As causas prováveis de vazamentos, são as
seguintes:
• Assentamento prejudicado por corpo estranho - Em primeiro lugar, isto não deve
ocorrer quando todo o sistema tenha sido limpo e libertado de qualquer matéria
estranha. Partículas sólidas encravadas no assentamento, impedem a boa vedação.
Provocando-se uma descarga pela alavanca de levantamento, é provável que o
material estranho seja expulso e que o vazamento desapareça. Se este
procedimento não conduzir a resultado satisfatório, é possível que as sedes tenham
sido danificadas e, se assim for, requeiram o recondicionamento.
• Deformações decorrentes de tensões da tubulação - O vazamento assim
provocado, poderá ser corrigido pelo alívio das tensões geradas, procedendo-se ao
ancoramento apropriado ou outras modificações da tubulação.

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• Pressões de operação e abertura muito próximas - Uma válvula em perfeitas


condições de montagem e ajuste, deverá apresentar vedação total até um valor de
pressão 10% abaixo do de ajuste.
• Falhas nas remontagens ou ensaios - Antes da montagem, todos os componentes
das válvulas devem ser limpos e os assentos recondicionados de acordo. Na
montagem é preciso grande atenção com todas as peças, principalmente os
assentos, para que se obtenham o alinhamento correto e a perfeita vedação.

Trepidação:
Assim é designado o fenômeno de repetidas aberturas e fechamento das válvulas, com
freqüência muito alta. São causas determinantes desta falha:
• Válvula com excesso de capacidade;
• Uma restrição na entrada da válvula;
• Linha de descarga mal instalada e subdimensionada.
Para eliminar a primeira causa, basta usar válvula menor. A segunda causa provoca
uma espécie de "emperramento" à abertura da válvula, criando uma pressão de entrada
variável que, sendo de suficiente magnitude, poderá causar danos e, portanto, exigirá correção
imediata. As linhas de descarga podem desenvolver altas contrapressões, em função de
subdimensionamento, curvaturas imperfeitas, estrangulamentos e outras falhas capazes de
provocar trepidação.

MANUTENÇÃO:

Em caso de manutenção ou reparo de válvulas de segurança, recomenda-se contatar a


nossa Assistência Técnica ou elemento devidamente qualificado, tendo em vista a elevada
importância desse equipamento na segurança da caldeira.

PAINEL DE COMANDO

É composto de um armário construído em chapas de aço, com estrutura autoportantes,


onde estão abrigados os componentes elétricos, de força e comando.
A parte de força é constituída basicamente de chaves contatoras, fusíveis e relés
térmicos, que atuam no chaveamento da corrente de alimentação dos motores fornecidos com
a caldeira.

A parte de comando consta basicamente de contatores auxiliares que fazem os


intertravamentos necessários à segurança da caldeira, do regulador de nível d’água - que
opera automaticamente a bomba d’água e a proteção de nível baixo da água no interior da
caldeira e principalmente do programador de combustão, responsável pela ordenação lógica e
segura das operações de partida e parada da caldeira e pela supervisão de chama, quando em
operação automática. Ainda na parte de comando existem as botoeiras e comutadoras, fixados
à porta do painel e identificados por meio de plaquetas, que transmitem ao operador do

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equipamento as informações necessárias à operação, bem como permitem o comando manual


de alguns equipamentos ou mesmo da própria caldeira pelo operador.
Para o perfeito entendimento do funcionamento do circuito elétrico que compõe o
painel de comando, é necessário além do conhecimento específico de eletricidade, estar de
posse do esquema elétrico que é fornecido com a documentação da caldeira e também
acompanha o painel, colocado em seu interior.
O usuário da caldeira não deve permitir que pessoas estranhas ao serviço ou que o
desconheçam, executem reparos ou modificações no painel de comando, sob pena de perda da
garantia e risco à operação segura da unidade.

Recomendações importantes:
Mantenha o armário permanentemente fechado a fim de evitar o acumulo de poeira,
umidade e detritos em seu interior, que é extremamente prejudicial para as contatoras, e o
risco de choque elétrico ou impacto acidental com os componentes internos, danificando-os;
Anualmente faça uma revisão geral, observando o estado dos contatos das chaves
contatoras (não se deve lixá-los ou trocá-los de posição), testando o funcionamento dos relés
térmicos de proteção e verificando seus pontos de ajuste e procedendo a um reaperto geral
das conexões, bornes, etc. Elementos danificados devem ser imediatamente substituídos;
Em ambientes muito empoeirados, semanalmente faça uma limpeza do interior do
painel de comando com jato de ar comprimido seco, livre de óleo e impurezas. Em locais com
menor quantidade de partículas presentes no ar, esta limpeza poderá ser mensal;
Observe regularmente a existência de aquecimento em cabos, contatoras ou o
aquecimento excessivo de fusíveis e transformadores.
Verifique o contato elétrico entre os diversos elementos e proceda a um reaperto ou
reparo sempre que se fizer necessário. Tenha em mente que os componentes eletrônicos
existentes são muito sensíveis ao calor, devendo ser observada a temperatura máxima de 50ºC
no interior do painel, quando fechado;
Os defeitos mais comuns são: queima de bobinas, mau contato, contatos colados e
queima do alarme sonoro. Observe que a queima de fusíveis normalmente ocorre por curto-
circuito ou excessiva corrente elétrica, não devendo ser considerada como normal ou falha do
fusível e antes da substituição do mesmo, deverá ser feita uma criteriosa análise para
verificação da causa do rompimento do elo fusível. Verifique se a tensão de alimentação tem
o valor dentre os limites de ± 10% (dez por cento) da nominal;
Não altere a regulagem dos reles térmicos ou a capacidade dos fusíveis. Estes são
elementos de proteção e deverão estar corretamente ajustados ou dimensionados para sua
perfeita atuação.
Antes de proceder a qualquer reparo ou verificação no interior do painel de comando,
desligue antes a caldeira e abra a chave seccionadora geral que alimenta o mesmo. Lembre-se
que ao desligar a caldeira os seus equipamentos param e o circuito de comando é
desenergizado, entretanto o barramento, os fusíveis e a entrada das chaves contatoras dos
motores ainda possuem tensão até que se desligue a chave geral da caldeira.

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CONTROLE AUTOMÁTICO

Os objetivos do controle automático são:

• Manter constante a pressão do vapor gerado, mesmo com variações da carga da


caldeira, através da modulação;
• Garantir a segurança do funcionamento da caldeira.

Para esse fim, nossas caldeiras são dotadas dos seguintes dispositivos:

1. Partida e parada automática;


2. Sistema de modulação;
3. Intertravamentos de segurança;
4. Controle de nível da água.

Os três primeiros itens constituem o chamado controle automático da combustão,


sendo gerenciados pelo programador de combustão.

PARTIDA E PARADA AUTOMÁTICA

As partidas e paradas automáticas da caldeira são efetuadas pelo programador de


combustão.

Os programadores de combustão que equipam nossas caldeiras são do tipo eletrônico


e têm como finalidade gerenciar a seqüência de partida da caldeira, de forma lógica e segura,
a modulação, a monitoração do funcionamento e a sinalização dos eventos e falhas.

Abaixo estão descritas as fases de acendimento da caldeira pelo programador de


combustão, após ter sido pressionado o botão “liga caldeira”:

• Verificação de luz estranha - É averiguado se há alguma claridade na fornalha e se


o sensor de chama está em “curto” ou fora de posição. A ocorrência de qualquer
um desses eventos interrompe a seqüência de partida.
• Partida do ventilador de combustão, caso o fim de curso de fogo mínimo esteja
acionado;
Nota: Dependendo do porte da caldeira, o ventilador apresenta funcionamento
contínuo.
• Verificação do funcionamento do ventilador;
• Início da pré-purga, com duração aproximada de 60 segundos;
• Verificação da pré-purga (somente caldeiras a gás e mistas, óleo / gás);
• Acionamento da ignição e piloto, tendo sido comprovada a posição de fogo
mínimo;
• Verificação da chama piloto pelo sensor de chama;
• Desligamento da ignição, após cerca de 5 segundos;

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• Acionamento da(s) válvula(s) principal(ais) após 5 segundos, aproximadamente, e


liberação da modulação;
• Desligamento do piloto, após cerca de 8 segundos.

A partir deste instante, a caldeira estará operando em automático, supervisionada pelo


programador, e o sistema de modulação passará a atuar.

Ocorrendo pressão máxima de vapor, o programador desligará a caldeira, através do


pressostato de pressão máxima, iniciando o procedimento de pós-purga.

Ao baixar a pressão de vapor, nova seqüência de partida será efetuada


automaticamente pelo programador.

Na ocorrência de qualquer falha, conforme descrito mais adiante em


“Intertravamentos de Segurança”, o programador desligará a caldeira, para nova partida.
Após sanado o problema, torna-se necessário acionar o botão “liga caldeira / reset”.

Nota: Qualquer anormalidade no funcionamento do programador, deverá ser,


imediatamente, notificada à nossa Assistência Técnica. Não tente abrir e/ou
consertar o equipamento, sob pena de sérias conseqüências na segurança da
caldeira.

PRESSOSTATO DE PRESSÃO MÁXIMA

Quando a pressão máxima de trabalho permitida para a caldeira é atingida, o sistema


de combustão deve ser desligado. Para realizar esta função é empregado o pressostato de
pressão máxima.
Este instrumento sujeito à pressão do interior da caldeira, atua desligando a
alimentação de corrente elétrica do sistema automático de combustão (programador).
De acordo com a pressão ajustada, ao se atingi-la abre-se o contato do pressostato, que
permanecerá aberto até que a pressão caia abaixo do valor ajustado menos o diferencial,
também ajustável.
A regulagem do instrumento feita pelo pessoal técnico não deve ser alterada.
Entretanto, caso seja necessário produzir-se vapor com pressão menor que aquela para a qual
o gerador de vapor foi construído, é possível alterar a regulagem, evidentemente dentro de
certos limites.
Para a alteração dos valores de pressão de atuação e diferencial, deve-se observar a
figura referente ao funcionamento do sistema de modulação, tendo-se em vista que o corte da
combustão seja feito em valor de pressão de tal forma que a caldeira esteja em "fogo
mínimo". Da mesma forma o diferencial deve ser o maior possível, desde que o mínimo valor
da pressão do vapor (quando a caldeira religa) seja aceitável pelos equipamentos
consumidores de vapor, evitando-se assim o "liga/desliga" da caldeira com muita freqüência.
O ponto em que a caldeira é religada deve ser tal que neste instante, após o acendimento, o
sistema de modulação esteja em "fogo máximo". Tenha em mente que este instrumento atua
somente quando a caldeira opera em "automático", dando proteção a esta.

Ajuste de Pressão

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Para ajustar a pressão, gire o parafuso de regulagem de pressão até o valor desejado.
Para a regulagem do diferencial, gire o parafuso de regulagem até o valor desejado.
Cuidado ao regular o pressostato através dos valores de pressão indicados no
manômetro principal da caldeira!
Com o passar do tempo este manômetro vai perdendo a elasticidade e passa a indicar
valor de pressão diferente do real, devendo então ser substituído. Para ajuste do pressostato
deve-se utilizar manômetro calibrado.

Manutenção
• O sifão e linha do pressostato deve ser limpo periodicamente. Lama e incrustações,
entopem ou dificultam a operação;
• Os defeitos mais comuns são: furar o fole ou defeitos mecânicos que devem ser
corrigidos por pessoa especializada;
• Caso a caldeira, operando em automático, venha a desligar com o manômetro
indicando pressão acima da máxima para a que foi construída, verifique o ajuste do
pressostato, tubo de ligação obstruído ou manômetro com erro de indicação;
• Cuidado ao montar o pressostato na caldeira, verificando sempre o enchimento com
água do tubo sifão de forma que o vapor não incida diretamente no fole do pressostato,
danificando-o devido à alta temperatura. Mesmo cuidado deve ser tomado com o
manômetro principal.

SENSOR DE CHAMA TIPO FOTORRESISTOR

As células fotorresistivas, como também são conhecidas, possuem a característica de


sua resistência elétrica variar, inversamente, com o fluxo luminoso recebido, quando, no
escuro, a superfície sensível possui poucos elétrons na sua banda de condução e, portanto,
elevada resistividade elétrica.
Ao receber um fluxo luminoso a superfície sensível é excitada aumentando o número
de elétrons na banda de condução e, portanto, tendo reduzida a sua resistividade elétrica.
O fotorresistor é conjugado ao programador de combustão e é usado como detetor de
chama do sistema de segurança da combustão a óleo.
Como este instrumento é sensibilizado por qualquer tipo de luminosidade, tais como
as provenientes de luz do dia, lâmpadas, refratários ou parede da fornalha rubros, borras de
óleo incandescentes, para que a segurança da caldeira não seja comprometida, o sensor não
deverá ser exposto a nenhuma outra luminosidade que não seja a própria chama do
combustor.
Sua ligação não requer nenhum cuidado especial, devendo os fios serem ligados aos
bornes do programador. Uma vez instalado, o sensor não requer ajustes ou manutenção. Se o
sistema funciona mal, verifique se as ligações estão corretas. Persistindo o problema, troque o
sensor.
Os sensores de chama tipo fotorresistor são aplicados nas caldeiras a óleo.

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SENSOR DE CHAMA ULTRAVIOLETA

Este instrumento detecta a radiação ultravioleta emitida pela chama. Ele é conjugado
ao programador de combustão e é usado como detector de chama do sistema de segurança da
combustão a gás ou óleo combustível. Ele detecta apenas a radiação ultravioleta e, por essa
razão, opera corretamente, sem ser influenciado pela luminosidade da parede da fornalha,
como pode ocorrer com sistema tipo fotorresistor, que detecta a radiação infravermelha.

Toda chama produz radiação ultravioleta, invisível ao olho humano, mas detectada
pelo sensor ultravioleta. Por razões de segurança, o detector não deve ficar exposto a outras
fontes de radiação ultravioleta, que não a da chama da fornalha. A fonte falsa de radiação
ultravioleta mais comum é a centelha do combustor piloto. Outras fontes de radiação
ultravioleta são: refratário quente (acima de 1400°C), arcos de solda ou outra forma de
centelhas, raio laser, lâmpadas germicidas, analisadores por difração, microscópios
eletrônicos, aparelhos de raio-X, disjuntores a vácuo, TV defeituosa e rádio isótopos.

O sensor não deve ser exposto a temperatura acima de 100°C. Na sua instalação deve-
se ter em conta que o circuito é em corrente contínua e o tubo polarizado. Assim, o fio azul
deve ser conectado ao borne correspondente do programador e o mesmo com o fio branco. A
troca destes poderá inutilizar o sensor. Os cabos devem ser o mais curtos possível e irem
direto aos bornes do programador. Deve-se usar cabo blindado com dreno eletrostático para
ligação da ultravioleta. Após a instalação, o sensor não requer ajustes ou manutenção. Se o
sistema funciona mal, verifique se as ligações estão corretas e limpe o vidro do sensor com
pano macio e limpo. Se o problema persistir, deve-se trocar o sensor.

Os sensores de chama ultravioleta são aplicados nas caldeiras a gás, mistas (óleo e
gás) ou a pedido do cliente.

SISTEMA DE MODULAÇÃO

A fim de equilibrar, dentro de certos limites, a produção com o consumo de vapor, o


gerador é equipado com um sistema capaz de reduzir a combustão, quando a demanda cai.
Este sistema diminui, coordenadamente, o fluxo de combustível e o de ar de combustão,
quando a pressão do vapor se aproxima de seu máximo valor, agindo de forma a aumentá-los
novamente, quando a pressão cai a certo valor, previamente ajustado.
Neste sistema, ao se atingir a pressão máxima de modulação, a produção da caldeira é
levada imediatamente ao seu ponto mínimo, sem deter-se em pontos intermediários. Quando
a pressão cai ao valor mínimo de modulação, a produção é levada diretamente ao ponto
máximo. Este sistema é composto dos seguintes equipamentos:
• um pressostato ;
• um servo-motor que aciona um conjunto de alavancas, que por sua vez aciona as
válvulas de ar e combustível, abrindo-as ou fechando-as, conforme a variação da
pressão do vapor;
• um damper para regulagem da vazão de ar de combustão;
• uma válvula três vias divergente com regulagem de pressão, chamada válvula
comando de fogo, para regulagem da vazão e pressão do óleo combustível;
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• uma válvula borboleta de modulação ou uma válvula solenóide para gás, em


paralelo com a 2a válvula de bloqueio automática de gás, nas caldeiras a gás ou
mistas (óleo e gás);
• um conjunto de alavancas para regulagem da combustão (somente nas caldeiras a
óleo ou mistas).
Notas: As caldeiras ATA-2 a ATA-6 não possuem modulação, ou seja, elas apenas
desligam ao ser atingida a pressão máxima.

SERVO MOTOR

Este instrumento é composto de um motor síncrono ligado a um redutor de velocidade


com engrenagens imersas em óleo, um circuito de balanceamento para comando do motor em
função da variação da resistência do pressostato proporcionador com chaves para limitação do
curso e um extintor de arco. O modelo M 9184 D 1021 é alimentado em 24 volts através de
um transformador, tendo curso regulável de 90 a 160 graus com tempo de 60 segundos.
Deve-se evitar sobrecarga do servo motor sob pena de dano do redutor de engrenagens
ou queima do motor de acionamento, para tanto recomendamos verificar periodicamente o
funcionamento do sistema de alavancas, que não poderá estar emperrado ou com acionamento
pesado. Para eventuais reparos o instrumento deve ser remetido ao fabricante.
Em hipótese alguma faça girar o eixo do servo-motor com a mão ou através de chave
de boca ou similar, pois causará sérios danos ao trem de engrenagens a ao circuito limitador
do curso.

VÁLVULA COMANDO DE FOGO


Para o perfeito funcionamento do combustor, este necessita de uma quantidade de óleo
pré-estabelecida, com a devida pressão, para cada condição de chama. Isto é obtido pela
válvula comando de fogo, localizada na rede de alimentação de óleo combustível e acionada
através do conjunto de cames de regulagem.
O seu funcionamento é muito simples, de tal forma que não necessita de qualquer
atenção especial. A regulagem de pressão é feita através da mola e a quantidade de óleo é
controlada por um orifício próprio para regulagem.
A regulagem da vazão de óleo combustível é feita por pessoal técnico especializado,
por ocasião do primeiro acendimento da caldeira e não deve ser alterada. A modulação da
vazão de óleo para o queimador é feita pelo macho de regulagem atuado pelo servo-motor
através da movimentação do came de regulagem. Este último permite a regulagem da
proporção ar/combustível para cada ponto da modulação.

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Válvula comando de fogo

Limpeza da válvula:
Em caso de observar-se qualquer irregularidade no volume de chama ou quando a
pressão do óleo não se estabilizar durante o funcionamento, pode ser que a sede da válvula
esteja presa por sujeira ou entrada de ar na linha de sucção antes da bomba (ou manômetro
defeituoso).
Nas agulhas da válvula pode haver detritos que se depositam durante o funcionamento
da caldeira, esse fenômeno irá diminuindo paulatinamente o fluxo de óleo para o combustor.
Sendo necessário limpar a válvula, proceda da seguinte forma:
• Feche a entrada de óleo na rede;
• Abra a válvula de dreno do aquecedor e pôr ela purgue o óleo da rede até que a
pressão registrada no manômetro seja nula;
• Retire os castelos da válvula sem desmontar a sua parte superior. Na parte superior
se encontra o mecanismo de regulagem coberto pôr um capuz de proteção. Não
retire este capuz, nem mexa no parafuso de regulagem;
• Lave a agulha e a sede da válvula eliminando os detritos. Não use estopa, pois os
fiapos da mesma dentro de uma canalização de óleo sempre causam problemas. Use
querosene, óleo diesel ou outro solvente para lavagem;

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• Não utilize espátulas metálicas para raspar ou limpar as válvulas. Simplesmente


lave-as dissolvendo os detritos agarrados. Neste caso, a melhor ferramenta a ser
usada são as próprias mãos;
• Recoloque o castelo no lugar, dando o aperto necessário;
• Lembre-se de abrir a válvula de entrada de óleo combustível, antes de dar início a
operação.

VÁLVULA BORBOLETA DE MODULAÇÃO

Nas caldeiras a gás ou mistas, a quantidade de gás combustível é controlada por uma
válvula borboleta de modulação. Esta válvula é acionada através do conjunto de cames de
regulagem.

INTERTRAVAMENTOS DE SEGURANÇA

A fim de garantir a operação da caldeira com total segurança, em conjunto com o


programador de combustão existem, na caldeira e no painel de comando, diversos
dispositivos, que promovem intertravamento entre os componentes do painel e outros
elementos. São eles:

• Pressostato de pressão máxima - Quando o consumo de vapor é menor que a


mínima produção da caldeira, verifica-se que a pressão desta continua a subir, e, ao
atingir um valor ajustado, faz com que o pressostato de pressão máxima atue sobre
o programador, cessando imediatamente a combustão, mediante o fechamento da
válvula de bloqueio automático do combustível. Ao baixar a pressão até um valor
também ajustado, o pressostato volta a atuar sobre o programador, de forma a que
se proceda nova partida, iniciando-se a combustão.
• Nível baixo de água - Quando o nível de água desce abaixo de um nível
predeterminado, automaticamente é fechada a válvula de combustível.
Simultaneamente o alarme dispara e sinaliza, indicando que o nível de água está
baixo.
• Supervisão de chama - Caso o combustível não se inflame ao ser dada a partida,
ou se a chama apagar-se, durante a operação, por qualquer motivo, é atuado o
programador, através de um sensor de chama que detecta a inexistência ou extinção
da chama. Fecha-se a válvula de combustível e o alarme dispara e sinaliza,
indicando o evento.
• Purga do gás de combustão - Este é um dispositivo que faz operar o ventilador e
abrir o damper de ar para expulsar da fornalha os gases de combustão, antes de por
a caldeira em funcionamento e após a parada da combustão. Deste modo, evita-se
um inesperado retrocesso da chama.
• Chama-se pré-purga a operação de ventilação, de forma a eliminar os gases
remanescentes no interior da fornalha, antes da partida.
• Chama-se pós-purga a ventilação dos gases remanescentes no interior da
fornalha, após a parada da combustão normal.

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• Quer a combustão seja automática ou manual, a válvula principal de combustível, a


da atomização (quando houver) e a da ignição (quando houver) não se abrirão,
enquanto o ventilador e a bomba de óleo combustível não entrarem em
funcionamento.
• Na operação automática, mesmo estando corrigida a condição de nível baixo, a
caldeira não entrará em funcionamento, se não for comprimido o botão “liga
caldeira”.
• No caso dos interruptores do ventilador, da ignição e da válvula de óleo
combustível não estarem voltados para a posição automática, não será possível
operar automaticamente a caldeira. A sinalização indicadora de “automático
ligado” não se acenderá.

Nas caldeiras a gás ou mistas, além dos dispositivos de segurança já citados, são
encontrados os seguintes:

• Pressão baixa de gás combustível - Havendo queda na pressão do gás,


automaticamente são fechadas as válvulas de bloqueio do gás, dispara o alarme e
sinaliza no painel de comando.
• Pressão alta de gás combustível - Se houver um aumento excessivo na pressão do
gás, as válvulas de bloqueio são automaticamente fechadas, dispara o alarme e
sinaliza no painel de comando.
• Pressão baixa do ar de combustão - Havendo deficiência no suprimento de ar
para a combustão, automaticamente são fechadas as válvulas de bloqueio de gás,
dispara o alarme e sinaliza no painel de comando.
• Estanqueidade das válvulas de bloqueio automático (quando aplicável) - Caso
ocorram vazamentos nas válvulas de bloqueio do gás combustível, a seqüência de
partida é automaticamente interrompida.
• Comprovação da válvula de bloqueio manual do gás aberta ou fechada - É feita
através de chaves fim de curso e não permite o funcionamento do sistema de
combustão a óleo, caso a válvula de bloqueio manual do gás não esteja totalmente
fechada, e, inversamente, não permite o funcionamento do sistema de combustão a
gás, caso a válvula não esteja totalmente aberta. Este dispositivo é aplicável
somente a caldeiras mistas.
• Nas caldeiras mistas, não é possível o seu funcionamento com gás, sem que a chave
seletora “óleo / gás” esteja na posição “gás”. Não deve ser comutada esta chave de
uma posição para outra com a caldeira em operação.

CONTROLE DE NÍVEL DA ÁGUA

O controle do nível da água no interior da caldeira é feito por intermédio de eletrodos


de nível, montados em uma coluna de nível e no próprio corpo da caldeira, interligados ao
controlador eletrônico colocados no interior do painel de comando. Através do contato da
água contida na caldeira com os eletrodos, estes conduzem entre si a corrente elétrica que
comanda o controlador eletrônico, que finalmente fazem o controle do "liga/desliga" da
bomba d'água e do nível mínimo de segurança. Mantenha sempre em observação o nível de
água na caldeira. Nunca deixe que a água desapareça totalmente do vidro indicador de nível.

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COLUNA DE NÍVEL:

Trata-se de um vaso cilindrico-vertical, montado na lateral da caldeira, com três


eletrodos de nível na parte superior, indicador de nível e válvula de descarga.
A coluna de nível é interligada à caldeira através de tubos que conectam a parte
superior da coluna à câmara de vapor e a inferior a parte que contém a água. No caso de
entupimento da interligação inferior com a caldeira, retire o "plug" localizado no lado oposto
da conexão do corpo e com a caldeira fria, faça limpeza com pedaço de arame para retirar
lama e crostas, devendo-se ainda, desmontar a válvula de dreno da coluna a fim de que
pequenos fragmentos não danifiquem a sede da válvula.

Coluna de nível para caldeiras ATA

Na coluna de nível, não pode existir vazamento algum, do contrario haverá


desequilíbrio no nível de água da coluna que é um vaso comunicante com a caldeira.
O controle de nível é o sistema responsável em manter a caldeira sempre com a
necessária quantidade de água para o seu funcionamento. A falta de água no interior da
caldeira, acarreta conseqüências drásticas, tais como a inutilização da fornalha, dos tubos e
dos espelhos. O acúmulo de lama na coluna de nível pode isolá-la da caldeira. Nestas
condições o controle de nível não executará mais sua função. Afim de evitar o acúmulo de
lama na coluna de nível, descarregue, pelo menos uma vez ao dia, a água deste conjunto
abrindo totalmente a válvula de descarga. Faça-o, de preferência, com o gerador de vapor
funcionando. O número de descargas para manter limpos os eletrodos, deve ser determinado
pelo estado da água na caldeira.
Ponha à prova a proteção de nível mínimo. Para isso, proceda da seguinte forma:
a) Com a caldeira "acesa" abra totalmente a válvula de dreno da coluna;
b) Observe que, nesse instante, deve acontecer o seguinte: a bomba de água
funcionará, o combustor se apagará e o alarme soará;

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c) Se isso não acontecer é porque há um defeito. Procure-o e corrija-o;


d) Se acontecer o indicado no "item b", feche a válvula e o gerador de vapor voltará a
funcionar normalmente.

INDICADOR DE NÍVEL:

Este é do tipo tubular com hastes protetoras para o vidro visor. O vidro visor deve ser
mantido sempre limpo e, para sua limpeza em operação, basta abrir a válvula de dreno do
indicador por alguns segundos, repita a operação quantas vezes for necessário. De modo
geral, recomenda-se descarregar o indicador, ao menos uma vez por dia. O vidro sujo ou não
transparente deve ser substituído por um outro novo de mesmas dimensões. O vidro utilizado
é o tubular de diâmetro 5/8", devendo também à ocasião, ser trocada a gaxeta.
Caso o visor seja danificado com a caldeira pressurizada, aja com calma, protegendo-
se do vapor e água quente e fechando rapidamente as válvulas de bloqueio do indicador de
nível. Em seguida, retire os fragmentos de vidro e substitua a gaxeta, corte o novo vidro na
medida correta, recoloque-o e reaperte as gaxetas cuidadosamente. Não se esqueça de abrir as
válvulas de bloqueio, que, se apresentarem vazamentos, devem ter as gaxetas de vedação
reapertadas.
Nas caldeiras com PMTA superior a 1.171 kPa (11,95 kgf/cm2 = 170 psig), o
indicador de nível é do tipo pesado com dois vidros refletivos no 5. Para limpeza ou
substituição dos vidros, feche as válvulas de bloqueio do indicador de nível, solte
vagarosamente as porcas da tampa do corpo, (cuidado nesta operação, pois caso a caldeira
esteja pressurizada, haverá pressão no interior da câmara do indicador de nível), retire as
tampas do corpo limpe ou substitua os vidros, substitua as juntas de vedação (duas entre o
corpo e os vidros e duas entre os vidros e as tampas), recoloque as tampas. O aperto das
porcas deverá ser feito com critério, para que não haja empenamento da tampa bem como
quebra dos vidros, na ordem indicada na figura abaixo.

Tampa do corpo do indicador de nível tipo pesado

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ELETRODOS DE NÍVEL:

Eletrodo de nível
Os eletrodos contidos na coluna de nível e o montado no próprio corpo têm um
número que corresponde à sua função e posição na montagem, possuindo também um
comprimento pré-determinado que não deve ser modificado, sem que sejamos previamente
consultados.
Assim temos:
• O eletrodo no 9, comanda a parada da bomba d'água, quando a água atinge este
nível;
• O eletrodo no10, dá partida na bomba d'água, quando o nível desce até este ponto;
• A diferença de comprimento entre estes dois eletrodos (no 9 e 10) é o normal do
nível da água do interior da caldeira;
• O eletrodo no11, comanda a interrupção da combustão, por falta de água na
caldeira, fazendo soar o alarme;
• No corpo da caldeira, existe mais 1 (um) eletrodo no13, para segurança
suplementar, em caso de falha do contido na coluna de nível.

LIMPEZA DOS ELETRODOS DE NÍVEL:

• Examine os eletrodos a cada três meses:


• Antes de retirar os eletrodos de nível para exame e limpeza, descarregue toda a
pressão da caldeira, sem deixar faltar água no vidro indicador de nível;
• Os eletrodos deverão ser lixados com lixa de granulação fina, desfazendo-se a
camada isolante de sujeira e substancia aderida aos mesmos para que ocorra
melhor contato elétrico;
• Cuidado ao manusear os eletrodos de nível pois ligações trocadas podem trazer
sérios problemas para a caldeira.

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CONTROLE DE NÍVEL:

O controle de nível que equipa nossas caldeiras é do tipo eletrônico, e encontra-se no


interior do painel de comando.

DEFEITOS EM OPERAÇÃO:

O sistema de controle de nível de nossas caldeiras é de grande confiabilidade, tendo


dupla proteção para o nível mínimo permitido para a operação segura da caldeira. Entretanto,
não havendo a manutenção devida, o sistema fica sujeito a falhas, que poderão trazer sérias
conseqüências para a caldeira.
Em caso de parada da combustão na caldeira, provocada por baixo nível de água, de
imediato, devem-se tomar as medidas necessárias, conforme abaixo:
• Examinar o nível de água no indicador;
Nota: Não se deve abastecer com água a caldeira se não aparecer a água no indicador
de nível de água.
• Examinar o nível de água no tanque de abastecimento;
• Examinar a existência de infiltração de ar e a temperatura na sucção da bomba
d’água;
• Examinar o funcionamento e a eficiência do detetor de nível baixo de água.
Não existindo água na coluna de nível, não se precipite em abastecer com água. A
primeira providência é desligar a caldeira, a chave geral de alimentação do painel de comando
e examinar o volume de água existente no momento. Esfrie a caldeira calmamente e faça uma
inspeção no interior da mesma.
Os defeitos mais comuns do sistema de nível são:
• Eletrodos sujos, provocando mau contato com a água;
• Fios na coluna ou no corpo danificados;
• Eletrodo dando passagem para a terra devido a danos no isolador de teflon;
• Indicador de nível com as torneiras fechadas ou entupidas, não dando a indicação
correta do nível na caldeira;
• Entupimento por lama da coluna de nível ou suas interligações;
• Alarme sonoro ou sinalizadores queimados;
• Mau contato na chave comutadora "automático/manual" da bomba d’água;
• Relé térmico do motor da bomba d'água desarmado ou fusíveis queimados;
• Água acumulada no topo da coluna de nível, provocando passagem de corrente
entre os eletrodos;
• Chave contatora da bomba d' água com defeito.

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CALDEIRAS PARA ÁGUA QUENTE

O que foi exposto até este ponto refere-se a caldeiras a vapor.

Determinadas aplicações requerem ou podem ser realizadas com água quente, em


circuito fechado, o que muitas vezes conduz a maior economia e segurança. A água quente é
normalmente usada em aplicações de aquecimento a baixas pressões, na faixa de temperatura
de 80 a 120 °C, podendo ser excepcionalmente usadas a temperaturas maiores.

Entre as vantagens do uso de água quente sobre o vapor, temos:

• Não exigem formalmente uma Casa de Caldeiras, com todos os requisitos


prescritos pela NR-13 do Ministério do Trabalho;
• Operando em circuito fechado, a água mantém as qualidades obtidas através do
tratamento, não havendo praticamente reposição. Isto significa menor custo de
tratamento de água;
• Não há retorno de condensado, o que facilita o uso da água quente para múltiplos
consumidores operando a temperaturas muito diversas;
• Os sistemas líquidos proporcionam vazão positiva através do consumidor, com um
mínimo de desaeração.

Nossas caldeiras podem ser fornecidas na versão para água quente, com as seguintes
mudanças principais:

• O manômetro principal permanece, mas é acrescentado um termômetro na conexão


de saída de água quente;
• Os pressostatos são substituídos por termostatos, localizados junto à saída de água
quente;
• Não há necessidade de coluna de nível, uma vez que o corpo da caldeira opera
cheio de água;
• O controle do nível mínimo de segurança continua sendo necessário, mas é feito
unicamente através do eletrodo situado no corpo da caldeira;
• O aquecedor de óleo é somente elétrico;
• Não há injetor de água;
• As conexões de entrada e saída de água são dimensionadas e posicionadas, visando
a atender à vazão de circulação e o fluxo de água ideal no interior da caldeira;
• Em lugar de válvulas de segurança, são utilizadas válvulas de alívio, de castelo
fechado, sem alavanca de acionamento.

Quanto aos demais dispositivos e características, tudo que foi explanado para
caldeiras a vapor, onde aplicável, é válido para as caldeiras de água quente.

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COMBUSTÃO

Para um melhor entendimento do funcionamento do combustor, que é um


equipamento fundamental para a operação segura e eficiente da caldeira, é necessário que se
esteja familiarizado com os princípios básicos da combustão. Para tanto, explanamos a seguir
estes princípios, sem nos atermos aos aspectos mais teóricos ou a maiores detalhes.
Combustão ou queima de um combustível, é uma reação química, denominada
oxidação, entre dois elementos básicos, ou seja, o combustível e o comburente. Esta reação
química apresenta aspectos físicos bem determinados, como: luminosidade, calor e ruído e
desprende como produtos finais da reação os gases e partículas, denominados genericamente
gases de combustão.
A combustão espontânea raramente se dá. É necessário uma fonte de energia externa
que provoque o início da reação de combustão. Além disso, para combustíveis líquidos, é
preciso também verificar-se certas condições propícias à queima do mesmo, devendo este ser
pulverizado ou gaseificado, para que, com a ignição, se dê início à combustão.

COMBUSTÃO DE GASES

Os combustíveis gasosos são os mais fáceis de entrar em combustão. Uma vez tendo-
se uma mistura adequada de gás combustível e ar, uma simples faísca fará com que se inicie a
reação, que prosseguirá sem dificuldade, mantida pela alta temperatura obtida na combustão.
Desta relativa facilidade para início da combustão, resulta a necessidade de grande atenção
com a segurança na utilização de gases combustíveis. Veja tópico a respeito neste manual.

COMBUSTÃO DE ÓLEOS

O óleo combustível é um derivado do petróleo e é formado basicamente de


hidrocarbonetos. O enxofre também é um elemento combustível, mas é indesejável, assim
como a água também presente. A composição química do óleo combustível varia em função
do tipo empregado, devendo ter-se maior atenção principalmente com o teor de enxofre
contido no mesmo. Os diversos tipos de óleos combustíveis atualmente comercializados no
Brasil têm suas principais características normalizadas no Regulamento Técnico ANP no 3/99
estabelecido pela Portaria no 80 de 30/04/99 da Agência Nacional do Petróleo.

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PODER CALORÍFICO

Dentre as características de um combustível, a de maior importância econômica é a


que traduz a capacidade de liberar a energia nele contida. Esta grandeza é definida como
poder calorífico, ou seja, é a quantidade de calor liberada pela unidade de massa de
combustível submetido à combustão completa, e expresso em kcal/kg para líquidos e sólidos,
e em kcal/Nm3 para gases.
O poder calorífico superior (PCS) representa a quantidade total de calor liberado
pelo combustível, incluindo a do vapor d'água proveniente da água contida no próprio
combustível e a da queima do hidrogênio.
O poder calorífico inferior (PCI) refere-se ao PCS, como definido anteriormente,
descontada a parcela de calor correspondente ao vapor d'água formado. O PCI é o que nos
interessa, a fim de avaliar um determinado combustível, pois na utilização em caldeiras o
vapor contido nos gases de combustão é expelido para o ambiente pela chaminé, sem ter sido
aproveitada nenhuma parte de seu calor.

VISCOSIDADE

Como dito anteriormente, para que a combustão se dê normalmente, são necessárias


algumas condições, além da ignição que dá início à mesma.
No caso do óleo combustível, verifica-se que é primordial a atomização do mesmo, a
fim de tornar possível a combustão. Sendo uma substância líquida - com forças internas
opostas à sua decomposição - é necessária uma energia auxiliar para decompor a massa de
óleo em gotículas finíssimas. Esta decomposição denomina-se atomização.
No atomizador do combustor, o óleo combustível decompõe-se em gotículas de
diversos tamanhos, geralmente entre 30 e 150 microns, as quais se deslocam em todas as
direções e vão-se transformando em gás, até que uma certa energia de ignição provoque a
combustão. Quanto mais quente a fornalha, mais perfeita é esta ignição.
O tamanho das gotículas depende da viscosidade do óleo, do impacto do ar contra o
óleo ou da rotação (nos combustores com atomização por copo rotativo), da pressão e
temperatura (que devem ser uniformes) e do tipo de atomizador. Se a temperatura do óleo
variar durante o funcionamento, o tamanho das gotículas será alterado, variando a intensidade
da mistura ar/óleo e a formação de gás.
A queima rápida se dará em explosões consecutivas com vibrações, as quais, por
causa da temperatura elevada na fornalha, se propagarão a velocidade de 800 a 900 m/s de
velocidade, causando ruídos e microvibrações, às vezes inconvenientes. Assim sendo, a
manutenção de um valor ideal para a viscosidade do óleo no atomizador do combustor é de
grande importância. No projeto do queimador é considerado um determinado valor para a
viscosidade - que no caso dos combustores a óleo de nossa fabricação é de 90 a 100 SSU e
como esta varia de óleo para óleo, deve ser corrigida através do controle da temperatura de
pré-aquecimento do óleo combustível (veja tópico a respeito do aquecedor de óleo no capítulo
referente a equipamentos e instrumentos), adotando-se uma temperatura para cada tipo de
óleo.

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AR DE COMBUSTÃO

O comburente é uma substância que auxilia e mantém a combustão. Em geral o


comburente é o oxigênio do ar, que é uma mistura de oxigênio, nitrogênio e pequenas
quantidades de dióxido de carbono, vapor de água e gases inertes.

COMPOSIÇÃO PORCENTAGEM PORCENTAGEM


DO AR EM VOLUME EM PESO
Oxigênio 21 23
Nitrogênio 79 77

Na reação química da combustão completa, a combinação do oxigênio do ar com o


óleo forma: CO2 , H2O , SO2
Na combustão normal, um átomo de carbono combina-se com um átomo de oxigênio
para formar monóxido de carbono, com uma liberação de calor de 2.200 kcal/kg e com dois
átomos de oxigênio para formar dióxido de carbono, com uma liberação de calor de 7.830
kcal/kg:
C + O → CO + 2.200 kcal/kg (monóxido de carbono)
C + O2 → CO2 + 7.830 kcal/kg (dióxido de carbono)
Dois átomos de hidrogênio combinam-se com um átomo de oxigênio para formar
água:
H2 + 1/2 O2 → H2O + 28.890 kcal/kg (água)
Um átomo de enxofre combina-se com dois átomos de oxigênio para formar dióxido
de enxofre:
S + O2 → SO2 + 2.210 kcal/kg (dióxido de enxofre)
Ocorrem também outras reações intermediárias ou de menor importância ao estudo da
combustão, que não foram mostradas.
Com base nas reações químicas citadas é possível, através das leis da química,
calcular-se a quantidade de oxigênio necessária à combustão de determinado tipo e
quantidade de óleo. Assim temos que, em condições estequiométricas, o oxigênio necessário
para queimar óleo combustível é de aproximadamente 3,226 kg/kg de óleo. Esta quantidade
de oxigênio será fornecida por 14 kg de ar, de acordo com a percentagem em peso do mesmo.

EXCESSO DE AR

Tecnicamente é impossível obter-se uma combustão completa apenas com o


suprimento do ar teoricamente necessário - ar estequiométrico. A atomização do combustível,
seu estado físico, a forma de injeção do ar, o próprio queimador, etc., influem no processo de
combustão e, na prática, torna-se necessária a injeção de quantidade de ar superior à teórica.
A relação entre as quantidades de ar real e teórico é chamada excesso de ar. O valor do
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excesso de ar varia grandemente em função dos fatores referidos anteriormente, sendo


encontrado na prática, para o óleo combustível, valores entre 10 e 40%.

Esquema da combustão

Este excesso de ar, de um lado tende a reduzir a intensidade da chama e aumentar a


quantidade dos gases de combustão, de outro lado assegura a boa e perfeita combustão,
evitando a formação de CO e as perdas de combustível.

CONTROLE DA COMBUSTÃO

O controle da combustão é extremamente importante pois serve para evitar a perda de


calor e, conseqüentemente, de combustível, elevando a eficiência de queima da caldeira e,
portanto, diminuindo o consumo de combustível.
Para melhorar o rendimento da combustão, precisamos medir os parâmetros que nos
dão a indicação deste rendimento, e de posse destes valores medidos, compará-los com os
considerados ideais e daí, então, proceder aos ajustes necessários.
A análise dos gases de combustão constitui importante meio para o controle da
combustão. Aparelhos específicos - dentre os quais destacamos o Orsat- fornecem a análise
volumétrica dos produtos da combustão, quantificando os teores de CO2, CO e O2. De modo
geral, conhecendo-se o teor de CO2, já é possível avaliar-se a condição de queima, entretanto
recomenda-se periodicamente proceder a uma análise completa. A análise do teor de CO2 é
feita, no campo, normalmente, com aparelhos portáteis como Fyrite ou Dwyer.
As perdas de calor dependem do teor de CO2 presente nos gases de combustão.
Quanto mais alto o teor de CO2 , menores são o excesso de ar e, conseqüentemente, a perda de
calor. A grande quantidade de nitrogênio do ar não participa das reações de combustão. O
nitrogênio é um moderador da temperatura; se ele fosse eliminado, a temperatura de
combustão seria mais elevada. O nitrogênio juntamente com o ar em excesso, além de não
contribuírem em nada no processo de combustão, são aquecidos na fornalha quando da
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queima do combustível e posteriormente eliminados pela chaminé com os gases de


combustão, ainda quentes e portanto "roubando" calor que não é transferido a água da
caldeira. Daí se conclui que, quanto menor o excesso de ar, menos o ar será aquecido
desnecessariamente, roubando calorias desprendidas pelo combustível, e, em conseqüência,
maior será o rendimento da caldeira. Deve-se entretanto ter em mente que uma quantidade
insuficiente de ar também é prejudicial, pois ao não permitir a queima completa do
combustível, com o aparecimento de fuligem na chaminé - que é carbono não queimado -
redundará também em perdas, muitas das vezes maiores do que as provocadas por um
pequeno excesso de ar.
A quantidade de fuligem presentes nos gases também é um bom indicador das
condições da combustão. Ela é determinada através da passagem dos gases por um papel filtro
e, em seguida, comparando-se a coloração do filtro com uma escala graduada (índice
Bacharach).
Resumindo, temos que as condições de uma boa combustão são:
1. O óleo combustível e o ar devem formar uma mistura íntima homogênea;
2. A temperatura da fornalha deve ser a mais elevada possível para manter a
combustão;
3. O ar deve ser em quantidade suficiente em relação ao óleo, para que a reação
química da combustão seja completa.
• A combustão imperfeita produz CO (tóxico);
• A combustão perfeita produz CO2 (não tóxico);
• A boa combustão deve ser livre de fuligem e cheiro, gerando um mínimo de
CO nos gases de escape.
Para sua orientação, veja a seguir o gráfico que relaciona o teor de CO2 nos gases de
combustão com o excesso de ar , para diversos combustíveis.

Relação entre o excesso de ar e o CO2

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REGULAGEM DA COMBUSTÃO

Esta somente poderá ser feita por pessoal técnico especializado, pois requer certa
habilidade para que se consiga o ponto de melhor equilíbrio entre os diversos fatores
envolvidos. Normalmente o processo de regulagem da combustão requer tempo, paciência e
observação, sendo também um processo interativo, ou seja, vão sendo feitos diversos ajustes
até que se obtenha a melhor performance possível. Desta forma, não há como estabelecer-se
um roteiro exato para a regulagem; entretanto, procuramos a seguir estabelecer os critérios de
julgamento, com os meios possíveis de ajuste ou verificação.

FAIXA DE OPERAÇÃO NORMAL DO QUEIMADOR

Cada combustor possui, como uma de suas características, os limites possíveis de


carga mínima e máxima. A proporção entre estes dois limites é conhecida como Taxa de
Modulação ("Turn Down Ratio") e os valores normais para os combustores, que equipam
nossas caldeiras, são:
• Para óleos combustíveis: 1:3 a 1:5 (dependendo do tipo e tamanho da caldeira), ou
seja, de 33,3/20 a 100% da carga nominal da caldeira.
• Para gás combustível: 1:5, ou seja, de 20 a 100% da carga nominal da caldeira.
É importante notar que estes limites definem também a faixa de modulação, ou seja,
os valores de carga entre os quais a caldeira pode operar normalmente. Isto com pequena
aproximação, pois normalmente a capacidade máxima do combustor é escolhida como sendo
um pouco maior - cerca de 20% - da máxima carga da caldeira.
Sem alterações físicas no combustor normalmente não é possível fixar-se uma carga
mínima abaixo dos limites estabelecidos anteriormente, sob pena de vir a ocorrerem
problemas constantes de falha de ignição, instabilidade na combustão, baixo teor de CO2, etc.
O limite superior é fixado pela máxima capacidade da caldeira, que não deverá nunca exceder
à máxima produção de vapor nominal.

JULGAMENTO DA COMBUSTÃO ATRAVÉS DO ASPECTO DA CHAMA

Um dos fatores a serem considerados para avaliação das condições de queima de um


combustível é a coloração ou aspecto da chama, que é função do excesso de ar empregado.
Assim, quando da regulagem de cada um dos pontos da faixa de modulação da caldeira, deve-
se procurar obter o excesso de ar ideal, ou seja, não excessivamente grande ou insuficiente.

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EXCESSO ASPECTO DA CHAMA


DE AR ÓLEO GÁS
Muito alto Muito brilhante, vendo-se Azulada e transparente
toda a fornalha
Alto Final da chama com cor Azul
amarelo claro
Ideal Final da chama dourado Vermelho-azulada levemente
rosada
Baixo Amarelo escura com a Avermelhada semelhante à do
fornalha também escura óleo

MEDIÇÃO DE CO2 NOS GASES DE COMBUSTÃO

O teor de CO2 medido à saída dos gases na caldeira também é um indicativo seguro da
qualidade da combustão, mostrando indiretamente o excesso de ar com que a mesma se
realiza. É normal encontrar-se teores de CO2 mais baixos quando em "fogo mínimo" e mais
altos quando em "fogo máximo". Os valores considerados bons, são:
• Para óleo combustível: Entre 12 e 14%
• Para gás natural: Entre 9 e 11%

ESTABILIDADE DA CHAMA

Mesmo conseguindo-se bons valores para o teor de CO2 nos gases e bom aspecto para
a chama na fornalha, o resultado pode ser insatisfatório, caso a chama não se apresente estável
e a combustão não se dê de forma contínua e sim com pulsações ou vibrações. Os
combustores possuem dispositivos para a adequada estabilização da chama, feita através da
correta distribuição do ar.

EMISSÃO DE FULIGEM PELA CHAMINÉ

Na queima de óleo combustível mesmo com a combustão perfeitamente regulada, é


normal ter-se uma coloração levemente escura dos gases à saída da chaminé, se não for
utilizado nenhum dispositivo antipoluiçäo. Para o óleo combustível 1A/1B, são normais os
valores na faixa de 3 a 4 da escala Bacharach; estes valores tendem a aumentar para óleos
mais viscosos. Deve-se observar também o interior da fornalha que não deve apresentar
partículas incandescentes em excesso desprendendo-se da chama. Atualmente com o advento

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AALBORG INDUSTRIES S.A. COMBUSTÃO

dos chamados óleos ultra-viscosos, verifica-se que, mesmo pré-aquecendo-os a elevadas


temperaturas, a fim de obter-se a viscosidade recomendada para o queimador, estes óleos
quando empregados apresentam maior teor de particulados, ou fuligem, expelidos pela
chaminé da caldeira. Ao contrário, na utilização de gás combustível não há praticamente a
emissão de fuligem. A fuligem é proveniente da má atomização do óleo, esbarros da chama
nas paredes da fornalha, falta de ar para a combustão, fornalha fria ou outros aspectos que
permitam a emissão de carbono não queimado na fornalha.
Com as exigências, cada vez mais rigorosas, dos órgãos controladores do meio
ambiente (FEEMA, CETESB, etc.), torna-se obrigatório, em muitos casos, o uso de
equipamentos anti-poluição, para atender aos padrões atuais de emissões, não somente de
material particulado, como a fuligem e as cinzas, mas também gases. Para esse fim, criamos
uma linha completa de coletores de pó (tipo ciclone e multi-ciclone) e lavadores de gases,
compatíveis com as características de suas caldeiras, e que tem atendido plenamente aos
padrões de emissões em vigor.

REGULAGEM DA VAZÃO DE COMBUSTÍVEL E DE AR

Deve-se ajustar a vazão máxima de combustível, de forma a corresponder à produção


nominal da caldeira ou à carga máxima desejada, se inferior a nominal da caldeira. A vazão
mínima é normalmente o menor valor possível de obter-se, desde que com chama estável e
combustão eficiente. A regulagem é feita, aumentando-se ou diminuindo-se a quantidade de
combustível e ajustando-se o ar de forma a obter-se uma combustão ideal, conforme descrita
anteriormente.

REGULAGEM DA ATOMIZAÇÃO

Para a correta atomização do óleo combustível, exceto em combustores do tipo copo


rotativo, torna-se necessário a utilização de um fluído auxiliar, ou seja, o próprio vapor
gerado pela caldeira quando esta estiver em operação normal. No início de operação quando a
pressão na caldeira é zero, até que esta atinja valores superiores a 34 kPa (5 kgf/cm2 = 70
psig), deverá ser utilizado para atomização um fluído auxiliar externo que pode ser ar
comprimido ou vapor proveniente de outras caldeiras. A única regulagem que se faz no fluído
auxiliar é a da pressão de atomização.

*******

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AALBORG INDUSTRIES S.A. TRATAMENTO DE ÁGUA

TRATAMENTO DE ÁGUA

Estruturalmente a caldeira resulta de um cálculo cuidadoso e de uma construção


aprimorada, prevista para resistir durante muitos anos de trabalho, desde que sejam seguidas
as instruções deste manual. Contudo, fenômenos não previstos no projeto da mesma podem
abreviar sensivelmente a sua vida útil.
Entre as maiores causas da inutilização de caldeiras, indiscutivelmente, estão a
falta de tratamento de água ou o tratamento inadequado da água da caldeira.
Do ponto de vista da operação da caldeira, a água pode ser considerada como matéria
prima para obtenção do vapor, que é o produto final desejado. Assim deve ser dada a devida
importância a esta, para que o vapor tenha a qualidade mínima desejada.
A água para a caldeira é obtida em diversas fontes, tais como rios, lagos, represas,
poços, rede publica, etc. À água, a não ser a destilada, estão misturadas substancias
prejudiciais que são também introduzidas na caldeira, acarretando-lhe problemas.
Todos conhecemos o ciclo básico da água que evapora, condensa, retorna ao solo
como chuva e infiltra-se ou corre sobre o mesmo. A água é um excelente solvente e como tal,
ao percorrer seu ciclo absorve impurezas diversas.
A água da chuva relativamente contém poucas impurezas, mas à medida que se
precipita é sujeita à agregação de fuligem, gases industriais, oxigênio, materiais solúveis e
insolúveis. Ao escoar-se ou infiltrar-se no solo, poderá, também, dissolver rochas e terras,
absorver gases presentes no ar e carregar sólidos em suspensão e matéria orgânica.
De modo geral, a água presente na superfície apresenta-se saturada de oxigênio e com
uma pequena quantidade de gás carbônico devido ao equilibro com o ar atmosférico, em
contraste com as águas subterrâneas que podem conter considerável quantidade de diversos
gases oriundos da decomposição de matéria orgânica.
Com relação a matérias em suspensão, as águas subterrâneas contém quantidades
mínimas, pois a medida que se infiltra no subsolo a água é filtrada. As impurezas presentes
em águas superficiais refletem a natureza do solo local e podem variar grandemente.
A água para uso em geradores de vapor requer tratamento adequado, sob pena de vir a
ter-se problemas operacionais ou de manutenção, conforme mostrado na tabela.

IMPUREZAS NA ÁGUA PROBLEMAS PRIMÁRIOS PROBLEMAS SECUNDÁRIOS

Carbonatos Arraste Alto custo de manutenção


Cloretos Corrosão na caldeira Curta vida útil da caldeira
Ferro Corrosão na tubulação Contaminação dos produtos em con-
Matéria orgânica Incrustação tato com o vapor
Oxigênio e CO2 Sedimentação Desperdício de combustível
Sílicatos Entupimentos
Sólidos dissolvidos Explosão ou deformação na caldeira
Sólidos em suspensão Interrupção da produção
Sulfatos Vapor de baixa qualidade
Vazamentos na caldeira 80
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Assim, os três principais objetivos do tratamento de água para caldeiras são:


• Impedir a formação de depósitos e incrustações;
• Controlar e reduzir a ocorrência de corrosão;
• Impedir o arraste de água da caldeira.
Para definir do tratamento a ser empregado, deve-se procurar a assessoria de uma
empresa ou técnico especializado, de comprovada competência, que procederá a análises e
estudos para escolha dos métodos, equipamentos e produtos químicos necessários e fará o
acompanhamento periódico, por meio de análises, procedendo às possíveis correções e
ajustes.
Os principais problemas nos geradores de vapor, devido ao tratamento da água são a
seguir explanados.

INCRUSTAÇÃO

Trata-se da formação de depósitos duros e aderentes, de natureza alcalina, na forma de


cristais, sobre as superfícies de troca térmica da caldeira, sendo mais graves nas áreas onde
ocorrem maiores taxas de transferência de calor.
A incrustação é geralmente devida a compostos químicos que tem sua solubilidade
decrescente com o aumento da temperatura, normalmente sais de cálcio e de magnésio. O íon
cálcio presente na água de alimentação pode formar, dentro da caldeira, carbonato, sulfato e
silicato de cálcio, que se tornarão incrustações de estrutura cristalina sobre as superfícies
metálicas quentes. Outros elementos que podem causar incrustações, embora de menor
importância, são o ferro, cobre, sílica e alumínio.
Óleos e compostos orgânicos também são importantes causas de formação de
depósitos no interior da caldeira, embora possam surgir em qualquer ponto do gerador de
vapor, mesmo numa superfície fria.
Também importante e embora não seja exatamente de natureza química, podendo
ocorrer até mesmo em caldeiras com adequado tratamento de água, é a incrustação decorrente
da operação intermitente da caldeira. Assim, quando da parada da mesma, os sólidos em
suspensão decantam e depositam-se na parte superior dos tubos e da fornalha. Quando o
gerador de vapor retorna à operação, estes depósitos são endurecidos por ação do calor.
As incrustações tem características isolantes, sendo esta a causa dos problemas
decorrentes da sua formação sobre as superfícies de aquecimento da caldeira. De fato
comparando-se a condutividade térmica de diversos materiais, temos:

MATERIAL CONDUTIVIDADE TÉRMICA


(kcal/cm2/h.°C.cm)
Aço carbono 9,795
Fosfato de cálcio 0,790
Silicato 0,019
Refratário 0,221
Tijolo isolante 0,022
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A conseqüência primeira do fenômeno é a queda gradativa da transmissão de calor.


Pelo aspecto econômico temos uma redução na eficiência da caldeira. Apenas 0,8 mm de
espessura da incrustação já diminui sensivelmente o rendimento térmico, podendo a perda ser
estimada pela formula:

Perda ( % ) ≅ 2 x espessura em mm

Com o passar do tempo, o problema é agravado devido ao aumento da espessura da


incrustação e aí reside o maior problema.
Em funcionamento normal a troca de calor na caldeira sem incrustações se dá de
forma que a temperatura do aço, com que são construídos os tubos e a fornalha, seja cerca de
50 ºC acima da temperatura da água, ou seja, aproximadamente 240 ºC.
Com o surgimento da incrustação, a temperatura do aço vai gradativamente
aumentando, devido ao efeito isolante, e ao ultrapassar 480 ºC, sua resistência passa a ser
prejudicada e daí em diante passa a existir a possibilidade de deformação plástica no material
com danos irreversíveis à caldeira, com conseqüências imprevisíveis.
Por exemplo, uma fornalha construída com chapa de espessura 16 mm e coberta por
uma incrustação de 3 mm, sofrerá um aumento considerável na sua temperatura de trabalho,
comparativamente com a fornalha sem incrustação, de tal modo que a chapa terá sua
resistência reduzida em até 45%, ficando sujeita a deformação permanente ou rompimento
devido à pressão no interior da caldeira. Os tubos de gases sujeitos ao superaquecimento
poderão apresentar vazamentos no espelho, exigindo parada da caldeira para correção do
problema.
O controle de incrustação na caldeira, é feito externamente através do abrandamento
da água de alimentação, que é um processo de redução total ou parcial da dureza devida a sais
de cálcio e magnésio, por meio de resinas sintéticas que tem a capacidade de trocar íon sódio
presente em sua composição, com os íons cálcio e magnésio presentes na água. Internamente
à caldeira, o controle da incrustação é feito com a adição de produtos químicos diversos
chamados genericamente de "agentes anti-incrustantes".
Numa inspeção do interior da caldeira poderá ser visualizado o problema, porém, em
muitos casos, é tarde para se iniciar o tratamento ou modificá-lo. Ao aparecerem os primeiros
sinais de incrustação, é aconselhável colocar, com controle, desincrustante neutro para
caldeiras, que desprendem as crostas, transformando-as em pó finíssimo, que se precipita no
fundo, e que será retirado mediante descargas de fundo da caldeira. Outra forma de eliminar-
se a incrustação já formada no interior do gerador de vapor, é a fervura com ácido clorídrico
ou outro, sempre com o acompanhamento de técnicos especializados e análises para
verificação dos resultados.

SEDIMENTAÇÃO

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Os sólidos dissolvidos, que não são retirados pelos filtros, associados a compostos em
suspensão presentes na água da caldeira, vão se concentrando devido à vaporização continua
da água que é liberada na forma de vapor, até atingirem o seu limite máximo de concentração
na água, a partir do qual precipitam-se para o fundo da caldeira formando, depósitos de lama.
Ao contrario da incrustação, a lama assim formada é de consistência mais mole e
menos aderente, sendo portanto de fácil remoção através de descargas de fundo.
Muitas vezes, a formação de lama está associada aos produtos químicos empregados
no tratamento, que atuam como anti-incrustantes, formando compostos que ficam em
suspensão na água da caldeira, até atingir o ponto de saturação, quando se precipitam para o
fundo na forma de lama.
A lama, a principio de fácil remoção, e portanto inócua, pode vir a tornar-se
problemática na presença de elementos que são denominados ligantes e formam depósitos de
maior consistência, dificultando, assim, a sua remoção. Os principais ligantes encontrados no
interior da caldeira são o óxido de ferro, o fosfato básico de magnésio, a sílica, os óleos e
outros materiais orgânicos, que devem ser evitados, removidos ou controlados por tratamento
adequado.
A lama, caso não seja eficientemente eliminada, e estando sujeita à alta temperatura
decorrente do contato com os tubos e principalmente a fornalha, será "cozida", endurecendo e
tendo também características isolantes, tornando a caldeira sujeita a risco de deformação ou
até explosão, de modo similar às incrustações.
A eliminação da lama depositada no fundo da caldeira, é feita com a caldeira em
operação, através de descargas de fundo periódicas. Para que seja eficaz, a descarga de fundo
deve ser feita com uma freqüência adequada, sendo função das características da água de
alimentação e do tratamento utilizado, devendo ser fixada pelo responsável pelo tratamento da
água.
Recomendamos como mínimo, que a descarga seja efetuada três vezes ao dia,
permanecendo a válvula aberta por aproximadamente 5 segundos e que seja realizada
alternadamente nos diferentes pontos de descarga do corpo.
Nos períodos de manutenção, devem ser abertos os tampões no corpo da caldeira,
examinando o seu interior e, removido, por meio de jatos de água, com auxilio de ferramentas
mecânicas, todo e qualquer depósito.

CORROSÃO

Sob pena de ter-se a vida útil da caldeira drasticamente reduzida, torna-se necessário
também o controle da corrosão. De outra forma, ao ocorrer corrosão fora da caldeira, os
produtos decorrentes desta são carregados pela água para dentro da caldeira, trazendo
problemas diversos caso não venham a ser corretamente combatidos.
Uma das principais causas da corrosão na caldeira, é a presença de oxigênio
dissolvido na água de alimentação, pois este faz com que o catodo de qualquer célula de
corrosão se despolarize, sustentando assim o processo de corrosão.
A corrosão devida ao oxigênio é normalmente encontrada na forma localizada, sendo
mais conhecida como "pitting". A concentração de oxigênio deve ser mantida a mais baixa
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possível na água de alimentação, podendo este vir a ser removido da água, mecanicamente
através do emprego de um desaerador, e/ou com a adição de produtos químicos conhecidos
como "seqüestrantes de oxigênio", que são adicionados normalmente no desaerador, em
complementação à remoção mecânica, ou no tanque de água da caldeira.
Os produtos químicos empregados com este fim são o sulfito de sódio e a hidrazina,
sendo o primeiro recomendado principalmente quando o vapor da caldeira entra em contato
direto com produtos alimentícios ou farmacêuticos.
Outra forma importante de corrosão que pode ocorrer no interior da caldeira, é a
devida ao baixo pH, ou seja, o ataque ácido. Este se dá de forma generalizada por todas as
superfícies internas, sendo entretanto agravado nas superfícies dos tubos e fornalha devido ao
efeito da alta temperatura aí existente. Assim o pH deve ser cuidadosamente controlado
devendo ser mantido sempre acima de 7,0 ou seja, alcalino.
Quedas bruscas do pH interno da caldeira, são normalmente devidas à contaminação
do condensado retornado por ácidos orgânicos ou minerais. O controle do pH é feito mediante
a adição de produtos químicos alcalinos, normalmente associados a outros empregados, por
exemplo, como anti-incrustantes. Outras formas de corrosão são:
• A corrosão sob os depósitos ou incrustações, devido a presença de sais de sódio
associados à alta temperatura;
• A corrosão cáustica, decorrente de um excesso de hidróxido de sódio que é
largamente empregado no tratamento de água de caldeiras;
• A corrosão sob tensão que torna o aço quebradiço devido ao efeito associado da
tensão e do ambiente corrosivo. É comum ocorrer esta forma de corrosão nos espelhos
e tubos, próximo a região de mandrilamento;
• Embora não seja uma forma de corrosão, a fragilidade cáustica pode ocorrer
principalmente na região de mandrilamento dos tubos, tendo a forma de trincas no
sentido circunferencial e é devida a concentração de alcalinidade hidróxida na fenda
formada pelo mandrilamento;
• Associada à existência de oxigênio dissolvido na água, pode também ocorrer a
corrosão devida à correntes elétricas residuais decorrentes dos motores e
equipamentos elétricos que compõem a caldeira. Um bom aterramento da caldeira faz
com que estas correntes fluam em direção à terra, eliminando o problema.

ARRASTE

A existência de arraste numa caldeira, pode trazer diversos inconvenientes em


decorrência da contaminação do vapor produzida pela água do interior da caldeira, e do seu
escoamento em alta velocidade nos tubos, projetados inicialmente para conduzir o vapor. O
vapor contaminado em contato com o produto final poderá inutilizá-lo. Também o
condensado será contaminado e os equipamentos em contato com este estarão sujeitos à
problemas de incrustação, corrosão e erosão. O arraste pode surgir na caldeira de duas formas
distintas, ou seja:
1. Arraste Mecânico:
Os motivos operacionais causadores do arraste mecânico são os seguintes:

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• Flutuações de carga: Períodos em que ocorrem aumentos súbitos na demanda de


vapor, causando uma queda na pressão da caldeira e fazendo com que haja a
formação de bolhas dentro de toda a massa de água da caldeira. Esse fenômeno se
somará à maior velocidade na saída de vapor, o que propiciará o arraste de
gotículas de água formadas pela ebulição intensa na superfície da água.
• Nível alto de água: Quando uma caldeira é operada com nível de água acima do
recomendado pelo projeto, o espaço para vaporização se torna insuficiente. A
região para escape do vapor sendo reduzida, arrasta, junto com o vapor, gotículas
de água oriundas das bolhas formadas no inicio da vaporização.
O controle do arraste mecânico é feito através de uma operação cuidadosa da
caldeira, eliminando-se as flutuações de carga excessiva e com o controle do nível de
água correto.
2. Arraste Químico:
Quando o vapor é gerado na caldeira, pequenas bolhas de vapor formam-se na
superfície dos tubos e fornalhas e em seguida misturam-se com a água e são
transportadas por diferença de peso especifico para a câmara de vapor. A partir dai
soltam-se para a superfície, e sob condições normais, as bolhas coalescem e se
quebram, liberando o vapor.
Se uma excessiva concentração de alguns compostos químicos estiverem na
superfície, eles oporão resistência ao fenômeno de coalescência, devido ao efeito que
esses constituintes tem sobre o filme superficial. O resultado disso é que em vez de se
quebrarem, as bolhas se formarão uma sobre a outra, causando uma formação de
espuma, a tal ponto que serão arrastadas junto com o vapor. Dentre os componentes
da água da caldeira que podem aumentar o potencial de arraste, podemos citar os
seguintes:
• Sólidos totais;
• Alcalinidade total;
• Sólidos suspensos;
• Matéria orgânica.

Quanto aos três primeiros, é fundamental o controle de seus níveis dentro da caldeira,
pois a alcalinidade promove a formação de espuma, dando condições para haver o arraste de
gotículas de água, contendo dissolvidos os sólidos totais e sólidos em suspensão.

A contaminação da água de caldeira por matéria orgânica, poderá dar condições de


haver saponificação dessa matéria oleosa e orgânica pela alcalinidade da água, resultando na
formação de espuma e conseqüentemente arraste.

De certa maneira o arraste químico e arraste mecânico, estão inter-relacionados, uma


vez que a excessiva concentração dos compostos aumentarão a possibilidade de arraste, se
ocorrer em qualquer das condições operacionais mostradas no tópico sobre arraste mecânico.
Os teores de sólidos totais poderão ser controlados pela descarga ou por tratamento
externo. A alcalinidade poderá ser controlada pelas descargas, controle de adição de produtos

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AALBORG INDUSTRIES S.A. TRATAMENTO DE ÁGUA

alcalinos e tratamento externo. Os sólidos suspensos serão controlados por tratamento externo
com filtração, descargas e controle dos tratamentos à base de precipitação.
Em alguns casos, em decorrência da contaminação do condensado retornado, pode vir
a ser necessário a utilização de produtos químicos de características antiespumante, pois
modificações operacionais ou aumento de descargas não surtirão efeito sobre a formação de
espuma devido à água contaminada.
Ao serem introduzidos dentro da caldeira, esses antiespumantes têm como
características se insolubilizarem e se dirigirem para a superfície, devido ao efeito da
temperatura e do nível de eletrólitos. Na superfície irão atuar sobre as bolhas formadas,
alterando sua tensão superficial e dando condições para que estas se tornem maiores,
quebrando-se com mais facilidade e, assim, liberando o vapor.
É importante ressalvar que, ao se procederem análises do vapor gerado na caldeira,
deve-se ter em conta o título do mesmo, que corresponde à relação entre a massa de vapor
seco contido no vapor gerado e a massa total deste. O título do vapor gerado por nossas
caldeiras é da ordem de 0,95 à 0,98 ou seja, de cada quilograma de vapor gerado de 5 à 2% é
constituído de água saturada e não vapor, não sendo estes valores considerados como
arraste.
As exigências gerais quanto ao tratamento da água, dependem da pressão de operação
da caldeira e de sua forma construtiva. Quando revemos os últimos 50 anos de
condicionamento interno de água de caldeira, muitas mudanças podem ser observadas, tanto
no tipo de equipamento usado para geração de vapor, quanto no tipo de produtos químicos
aplicados para inibir depósitos e corrosão interna. Entre os avanços nos equipamentos,
citamos os seguintes:
• Mais ênfase no sistema de pré-tratamento para remover impurezas da água, antes
de ingressar na caldeira (troca de íons);
• Geração de vapor a maior pressão;
• Menor e mais eficiente equipamento de geração de vapor.
No campo dos produtos químicos, a indústria mudou do uso de produtos orgânicos
naturais para os fosfatos inorgânicos, para quelantes estequiométricos sintéticos e para os
mais avançados e estáveis produtos orgânicos sintéticos.
As caldeiras modernas estão transferindo calor em áreas muito menores. Padrões mais
rigorosos de água de caldeira são um resultado direto desse aumento na eficiência de geração
de vapor, pois um trabalho mais duro em cima das superfícies de troca de calor, torna
imperativo que se mantenham limpos tanto o lado da água quanto o lado do fogo. As
superfícies são menos acessíveis à inspeção e limpeza, o que confere uma importância maior
ao bom tratamento da água e à manutenção.
Após minuciosos estudos e pesquisa, foram delimitados os valores a serem mantidos
na água de alimentação de nossas caldeiras, conforme tabela a seguir. Em função de
características específicas tanto da água quanto do regime de operação, estes valores podem
vir a ser alterados pelo responsável do tratamento.

VALORES LIMITES

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AALBORG INDUSTRIES S.A. TRATAMENTO DE ÁGUA

Parâmetro Unidade Recomendação para a


caldeira H3N
pH a 25°C - 7,0 a 9,0
Água de Dureza total ppm CaCO3 <30
alimentação Matéria orgânica ppm próximo a zero
Oxigênio ppm O2 manter baixo
dissolvido
pH a 25°C - 11,0 a 11,8
Alcalinidade M ppm CaCO3 100 a 800
Alcalinidade P ppm CaCO3 80 a 600
Água da Sólidos dissolvidos ppm < 3.500
-
Caldeira Cloretos ppm Cl < 400
Fosfato livre ppm PO4 -3 20 a 40
Sulfitos ppm SO3 -2 10 a 20
Condutividade µS/cm < 4.000
Sílica ppm SiO3 < 200

O controle da manutenção dos valores limites é feito através da análise periódica da


água de alimentação e da caldeira, devendo ser feita diariamente pelo operador ou pessoa
responsável através de kits próprios para análise da água. A fim de facilitar a obtenção das
amostras, podemos fornecer, mediante solicitação especial do cliente, resfriador de amostra
que coleta e resfria a água da caldeira para que possa ser analisada e, deste modo, definido o
tratamento da água da caldeira.
O resfriador de amostras consta de um tubo ligado à descarga, de um flange com placa
de orifício para redução de pressão e de uma serpentina em invólucro cilíndrico para
resfriamento da amostra. Este aparelho permite retirar amostras de água em qualquer pressão
da caldeira.
O melhor meio de injeção dos produtos químicos para tratamento da água é o
contínuo, através de bomba dosadora ou outro equipamento auxiliar.
Mediante solicitação especial do cliente, nossas caldeiras podem vir a ser fornecidas
com válvula para descarga de superfície ou dessalinizadora e ainda válvula para descarga de
fundo automática ou manual.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. TRATAMENTO DE ÁGUA

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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

OPERAÇÃO DA CALDEIRA

QUALIFICAÇÃO DO OPERADOR DE CALDEIRA

A caldeira deve ter sua operação confiada a pessoa devidamente qualificada. O


operador deve ter sido treinado e possuir os requisitos necessários que permitam um
desempenho seguro e eficiente da caldeira.

Sob o ponto de vista de segurança, o Ministério do Trabalho, através de sua norma


regulamentadora NR-13, estipula as condições a serem preenchidas pelo operador de caldeira,
as quais transcrevemos a seguir:

“13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar, obrigatoriamente, sob operação e


controle de operador de caldeira, sendo que o não atendimento a esta exigência
caracteriza condições de risco grave e iminente.

13.3.5 Para efeito desta NR será considerado operador de caldeira aquele que
satisfizer pelo menos uma das seguintes condições:

a) possuir certificado de “Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras”


e comprovação de estágio prático conforme subitem 13.3.9;
b) possuir certificado de “Treinamento de Segurança para Operação de
Caldeiras”, previsto na NR-13, aprovada pela Portaria 02/84 de 08-05-84;
c) possuir comprovação de pelo menos 3 (três) anos de experiência nessa
atividade, até 8 de maio de 1984.

13.3.6 O pré-requisito mínimo para participação, como aluno, no “Treinamento


de Segurança na Operação de Caldeiras” é atestado de conclusão do 1o grau.

13.3.7 O “Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras” deve obrigato-


riamente:

a) ser supervisionado tecnicamente por “Profissional Habilitado”, citado no


subitem 13.1.2;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no Anexo 1-A desta NR.

13.3.8 Os responsáveis pela promoção do “Treinamento de Segurança na


Operação de Caldeiras” estarão sujeitos ao impedimento de ministrar novos cursos,
bem como a outras sanções legais cabíveis, no caso de inobservância do disposto no
subitem 13.3.7.

13.3.9 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático na operação


da própria caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter
duração mínima de:

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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

a) caldeiras categoria “A”: 80 (oitenta) horas;


b) caldeiras categoria “B”: 60 (sessenta) horas;
c) caldeiras categoria “C”: 40 (quarenta) horas.

13.3.10 O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado,


deve informar previamente à representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento:

a) período de realização do estágio;


b) entidade, empresa ou profissional responsável pelo “Treinamento de
Segurança na Operação de Caldeiras”;
c) relação dos participantes do estágio.

13.3.11 A reciclagem de operadores deve ser permanente, por meio de constantes


informações das condições físicas e operacionais dos equipamentos, atualização técnica,
informações de segurança, participação em cursos, palestras e eventos pertinentes.”

Nota: Por ocasião do acendimento inicial da caldeira, a ATA, através do técnico enviado
para tal finalidade, fornece informações básicas inerentes à caldeira, de modo a familiarizar o
operador com o novo equipamento, o que, no entanto, não deve ser considerado como um
treinamento na acepção da NR-13.

DEVERES DO OPERADOR DA CALDEIRA

A vida útil da caldeira, seu bom funcionamento, performance e segurança, dependem


em grande parte do operador. Abaixo, são enumerados alguns deveres básicos do operador da
caldeira:

1. Para sua segurança e a do próprio equipamento, observar as seguintes recomendações:

• não se afastar da área de controle da caldeira sob sua responsabilidade, quando em


funcionamento;
• não ultrapassar a pressão máxima de trabalho admissível;
• observar com freqüência o nível de água, os manômetros (vapor, atomização, ar,
óleo e/ou gás), os termômetros (óleo e chaminé) e demais instrumentação, a fim de
detectar eventual anormalidade;
• evitar variação brusca de pressão ou de carga na caldeira;
• verificar o funcionamento da coluna de nível, pelo menos 1 (uma) vez por dia;
• verificar o funcionamento da(s) válvula(s) de segurança, pelo menos 1 (uma) vez
por semana;
• efetuar as descargas de fundo, conforme orientação do responsável pelo tratamento
da água da caldeira, para controlar a concentração de sólidos e outros produtos
indesejáveis;
• ao observar qualquer anormalidade, tomar imediatamente as medidas cabíveis;
• atualizar o “Diário da Caldeira”, onde devem ser anotadas quaisquer anomalias
observadas, tais como paradas de emergência, reparos, reformas, acidentes,
substituições de equipamentos, indicando causas, providências tomadas e outros
detalhes de importância.

90
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

2. Durante o funcionamento da caldeira, efetuar tarefas básicas de manutenção, observando


principalmente:

• funcionamento correto de válvulas, purgadores, instrumentos e equipamentos


auxiliares, procurando detectar eventuais ruídos estranhos, vibrações, aquecimento
anormal de mancais, etc;
• funcionamento dos controles manuais e automáticos, acompanhando a sequência de
partida e parada do combustor;
• vazamentos diversos de vapor, água, combustíveis e quaisquer outros que não
sejam normais;
• existência de água no óleo combustível, eliminando-a através do dreno do
aquecedor de óleo;
• aspecto da chama na fornalha através dos visores, existência de fumaça na chaminé
e temperatura da saída dos gases, corrigindo a regulagem da combustão, se
necessário;
• limpeza de filtros (água e óleo);
• limpeza do combustor principal e do combustor piloto;
• limpeza e arrumação da Casa de Caldeira, eliminando materiais inflamáveis em
excesso ao permitido, detritos e qualquer outro material ou equipamento que não
seja estritamente necessário;

3. Cuidar do abastecimento da água, combustível principal, combustível do piloto, produtos


químicos para tratamento da água, materiais e peças de reserva:

• verificar se os reservatórios de água e de combustível estão suficientemente


abastecidos;
• providenciar as amostragens da água para análise e as dosagens periódicas dos
produtos químicos, de acordo com a orientação do responsável pelo tratamento da
água.

PRIMEIRO ACENDIMENTO

Uma vez terminada a montagem e a instalação da caldeira e feitas as verificações,


testes simulados e limpeza geral, conforme exposto no capítulo referente à instalação, a
caldeira estará pronta para entrar em operação. Nesta oportunidade, deverá ser notificada a
filial da AI ou o representante mais próximo, ou, se preferir, diretamente a CAT (Central de
Assistência Técnica da AI), a qual providenciará o envio do técnico que realizará o primeiro
acendimento da caldeira.

Notas importantes:

1. Somente deverá ser solicitada a presença do técnico após terminada toda a instalação,
feitas as verificações preliminares e providenciados os insumos necessários à operação da
caldeira: combustível, energia elétrica, água tratada, etc.
2. Não dar início à operação da caldeira, sem a presença do técnico, para não prejudicar a
garantia da mesma

Com a presença do técnico da AI, dar-se-á início ao processo de acendimento da


caldeira que basicamente compreende:
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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

1. Verificação geral:

• Alinhamento dos acessórios (bombas d’água, bombas de óleo, ventilador, etc.);


• Nivelamento da caldeira;
• Alimentação de água, óleo, gás e a rede de vapor;
• Funcionamento das válvulas;
• Limpeza dos filtros;
• Instalação elétrica;
• Tensão de alimentação;
• Sentido de rotação de todos os motores, por meio de partidas instantâneas (não
deixar o acessório rodar em vazio por mais de 10 segundos);

2. Enchimento da caldeira com água:

• Abrir a válvula geral de entrada de água e ligar a chave geral de energia elétrica
para a caldeira. A bomba de água será automaticamente ligada, começando a
encher a caldeira com água;
• Enquanto a bomba estiver operando, observar cuidadosamente o nível de água no
tanque e, se este esvasiar-se, a chave deverá ser desligada, aguardando-se que o
mesmo se encha novamente para, então, tornar a ligar a chave geral.
• A bomba continuará operando, até que a caldeira atinja o nível máximo de água,
quando a válvula de entrada de água deverá ser fechada, para evitar que a
alimentação de água prossiga por gravidade.
• Após o primeiro enchimento da caldeira, é necessário abrir e limpar a válvula de
retenção da bomba, para retirar fragmentos soltos na água, que podem provocar o
retorno da água quente da caldeira, através da bomba, ao tanque de água.
• A alimentação de água com a caldeira fria deve ser feita com a válvula de suspiro
totalmente aberta, ou, na falta desta, providenciar outra maneira de eliminar o ar do
interior do costado.
• Neste primeiro enchimento com água, é também observado o funcionamento do
sistema de controle de nível de água.

3. Teste hidrostático:

• Antes do acendimento da caldeira e, ainda com água fria, deverá ser feito um teste
hidrostático na caldeira, a fim de detectar alguma anormalidade proveniente do
manuseio da unidade durante o transporte ou na instalação da mesma;
• Raquetear as válvulas de segurança ou removê-las e fechar os respectivos bocais,
na caldeira, com flanges cegos;
Nota: Nunca faça a vedação na própria válvula de segurança, por meio de aperto
do parafuso de ajuste, pois tal procedimento poderá danificar a sede e
contra-sede da válvula.
• Desconectar os pressostatos;
• Fechar a válvula de saída de vapor;
• Abrir as tampas das caixas de fumaça traseira e dianteira;
• Com o comando manual da bomba d’água, elevar lentamente a pressão da caldeira
até 1,5 (uma e meia) vez a PMTA, e efetuar uma rápida inspeção visual da caldeira;

92
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

• Baixar lentamente a pressão até o valor da PMTA , e, mantendo esta pressão


durante 30 minutos, examinar cuidadosamente a caldeira, quanto a vazamentos ou
eventuais danos;
• Retirar lentamente toda a pressão da caldeira;
• Recolocar as válvulas de segurança em sua posição normal, reconectar pressostatos,
abrir a válvula de vapor e fechar as tampas da caldeira.
4. Em caso de caldeiras a óleo, verificar existência de vazamentos na rede de óleo, conexões
e válvulas;
5. Em caso de caldeiras operando a gás, fazer checagens de segurança no sistema de gás;
6. Acender a caldeira em fogo mínimo, precedido do aquecimento do óleo combustível, se for
o caso;
7. Proceder à regulagem da combustão;
8. Regular as válvulas de segurança e os pressostatos de limite e de modulação, conforme o
requerido (pressão máxima, velocidade de resposta da caldeira, pressão de operação, etc.);
9. Testar o injetor, se houver;
10. Efetuar os testes de segurança: nível mínimo de segurança, pressão máxima, falha de
chama, alarme de falta de água, porta(s) de explosão, etc.;
11. Observar o comportamento geral da caldeira em operação automática;
12. Proceder à orientação dos operadores quanto aos aspectos mais importantes do
funcionamento e da manutenção da caldeira.
Nota: Os operadores devem ser qualificados para operação de caldeiras e, de preferência,
estar previamente familiarizados com a unidade, através da leitura deste manual.

ROTINA DE PARTIDA

Toda vez que for dar início à operação da caldeira, o operador deve cumprir uma
rotina, conforme estabelecido a seguir. Estas providências são necessárias somente nos casos
em que a caldeira, após um certo tempo em funcionamento normal, tenha permanecido parada
por um período prolongado. Em caso de paradas normais durante o funcionamento, a partida
se dá automaticamente, sem necessidade da intervenção direta do operador.

1. Verificar se os seguintes depósitos estão cheios:

• de água;
• de combustível principal (óleo combustível ou gás em cilindros);
• de combustível do piloto (óleo diesel ou querosene).

2. Assegurar-se de que as seguintes válvulas estão fechadas:

• de saída de vapor, até atingir a pressão de trabalho;


• de descarga da caldeira;
• de descarga da coluna de nível;
• de dreno do indicador de nível;
• de fechamento manual do óleo combustível, à entrada do queimador;
• de vapor para a atomização (caldeiras com atomização por fluido auxiliar);
• geral de entrada de água, até atingir a pressão de cerca de 207 kPa (2,1 kgf/cm2 =
30 psig), após o que deverá permanecer aberta;
• de dreno do aquecedor;
93
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

• de bloqueio manual do gás para o combustor (operação com óleo nas caldeiras
mistas);
• de bloqueio na instalação de suprimento de gás (operação com óleo nas caldeiras
mistas).

3. Assegurar-se de que as seguintes válvulas estão abertas:

• do visor de nível;
• da rede de óleo combustível;
• do fluido externo de atomização;
• de bloqueio de gás para o piloto (operação a gás nas caldeiras a gás ou mistas);
• da rede de óleo diesel ou querosene para o piloto;
• de bloqueio manual do gás para o combustor (operação a gás nas caldeiras a gás ou
mistas);
• de bloqueio na instalação de suprimento de gás.

4. Não deixar também de:

• verificar a lubrificação dos equipamentos;


• verificar o nível de água da caldeira;
• examinar e limpar os diversos filtros nas redes de água e combustível;
• com a chave geral desligada, verificar os relés térmicos, fusíveis, programador de
combustão e todo o interior do painel de comando;

Após completar todas as verificações e, em caso de anormalidades, ter procedido às


devidas correções, em caso de operação com óleo combustível, prossegue-se aquecendo-se o
mesmo, conforme detalhado mais adiante.

5. Lembrar-se, ainda, de que:

• Partindo-se a caldeira com água fria em nível normal, observa-se que, passado
algum tempo, o nível de água apresenta-se muito alto, possivelmente cobrindo todo
o visor, devido à dilatação volumétrica da água. Nestas condições, proceda à
descarga de fundo até restabelecer o nível normal.
• Ao atingir a pressão normal de trabalho, a válvula de saída de vapor deve ser aberta
muito lentamente, prevenindo-se golpe de ariete e choque térmico. Nas caldeiras
com atomização por fluido auxiliar, caso desejado, pode-se passar a fazer a
atomização com o vapor gerado pela própria caldeira. Para isso, a caldeira deve ser
desligada, a válvula de ar fechada e a válvula de vapor para atomização aberta,
tornando-se a acender a caldeira.

AQUECIMENTO DO ÓLEO COMBUSTÍVEL

Conforme foi visto anteriormente, ao cumprir a rotina de partida da caldeira fria, o


operador da caldeira tem necessidade de aquecer o óleo combustível e, para tanto, deve
proceder como abaixo indicado:
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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

1. Após verificar que o tanque de serviço esteja devidamente abastecido, ligue seu
aquecimento elétrico;
2. Quando a temperatura atingir cerca de 60°C, o óleo combustível estará em condições de
ser bombeado. Com a válvula de bloqueio à entrada do queimador fechada e a válvula de
suspiro do aquecedor de óleo aberta, acione a bomba de óleo, e observe, em seguida, o seu
funcionamento, que não deve ser “forçado”. Caso haja o desligamento do motor da
bomba, devido a sobrecarga atuando o relé térmico, aguarde a temperatura do óleo no
tanque subir mais um pouco e verifique o esforço da bomba, girando-a manualmente.
Nota: A temperatura acima é válida para óleo combustível 1A ou 1B, podendo ser maior
para óleos mais viscosos,
3. Entrando a bomba de óleo em funcionamento, encherá o aquecedor de óleo. Ao começar a
sair óleo pelo suspiro, feche-o. Observe o manômetro até que acuse alguma pressão, o que
indicará que o tanque está completamente cheio de óleo. Desligue, então, a bomba de óleo.
Nota: Nunca deixe que a pressão ultrapasse 4 Kg/cm², caso em que a válvula de alívio se
abrirá. Se, no entanto, a válvula de alivio estiver avariada ou descalibrada, o aquecedor
poderá romper-se.
4. Ligue as resistências do aquecedor de óleo. O controlador de temperatura do aquecedor
desligará automaticamente as resistências, quando o óleo atingir a temperatura ajustada.
Ligue novamente a bomba de óleo, para que este circule na rede. Faça-o, porém, com a
atenção voltada para o manômetro, desligando-a se a pressão do óleo chegar ao limite
superior da faixa de operação (veja a tabela). Repita a operação de ligar e desligar, tantas
vezes quanto necessário, até que a pressão se estabilize na faixa de operação..
Nota: Somente energize as resistências do aquecedor de óleo após certificar-se de que este
esteja totalmente cheio, caso contrário elas se danificarão irremediavelmente.
5. À medida que o óleo circula através da rede, a temperatura gradualmente se estabiliza,
quando, então, abra a válvula manual de óleo, devendo esta permanecer aberta enquanto a
caldeira estiver em funcionamento. A partir deste instante, a caldeira está pronta para a
operação normal.
Nota: Periodicamente drene o aquecedor, recolhendo o óleo misturado à água, em um
recipiente apropriado.

OPERAÇÃO AUTOMÁTICA

ÓLEO COMBUSTÍVEL

A operação normal da caldeira deve ser feita no modo automático. Em caso do


primeiro acendimento diário ou em início de turno, após feitas as verificações recomendadas,
o óleo combustível deverá ser condicionado a temperatura e pressão satisfatórias, de acordo
com o seu tipo. Ajustando o comutador do automático para a posição "liga" e, a seguir,
ligando-se a caldeira, dá-se início ao procedimento de partida. Deste ponto em diante, a
caldeira é comandada automaticamente, recebendo e controlando sinais de chama, pressão,
nível, temperatura, etc, não requerendo intervenção direta do operador, em nenhum momento.
Cumprida a seqüência de partida, o programador de combustão monitora o
funcionamento da caldeira, até que, eventualmente, ocorra alguma falha ou a pressão do vapor
atinja o máximo valor ajustado. Neste caso, o programador executa a rotina de parada da
caldeira.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

Quando em funcionamento automático, acham-se em ação diversos sistemas (descritos


em detalhes em tópicos anteriores), de modo a tornar a operação segura e eficiente.
Basicamente, são eles:

1. Programador de combustão: Promove a ordenação lógica e segura das operações de


partida e parada da combustão, além da constante supervisão da existência da chama no
queimador e monitoração dos demais intertravamentos.
2. Sistema de modulação: Faz com que a produção desenvolvida pela caldeira acompanhe a
demanda de vapor, mantendo a sua pressão em torno de um valor previamente ajustado.
3. Sistema de controle de nível de água: Opera automaticamente a bomba d’água,
mantendo o nível da água, no interior da caldeira, dentro da faixa recomendada, ao mesmo
tempo em que controla o nível mínimo para operação segura da caldeira.
4. Aquecedor de óleo: Liga ou desliga automaticamente as resistências de modo a manter a
temperatura do óleo combustível dentro da faixa adequada para otimizar a combustão.
5. Pressostato de pressão máxima: Desliga a caldeira, cessando a combustão, em caso de o
vapor atingir o valor máximo ajustado, permitindo o religamento, assim que a pressão
baixar até um valor também previamente ajustado.
6. Intertravamentos de segurança: Existentes no interior do painel de comando, provendo
os meios à operação segura da caldeira, com a supervisão contínua das falhas.

Quando do primeiro acendimento, o operador da caldeira deve observar atentamente


toda a operação comandada pelo programador, de forma a certificar-se de que todos os
sistemas encontram-se em condições normais e operando adequadamente.

Ocorrendo alguma falha durante a partida ou funcionamento normal, o operador deve


procurar identificar a causa da mesma e, em seguida, providenciar o devido reparo. Na
partida não se deve insistir na ignição, em caso de falha, sem antes proceder a uma completa
verificação da causa e uma perfeita ventilação no interior da fornalha e passagens de gases
(pós-purga). Caso não seja possível o reparo do defeito e seja requerida a operação imediata
da caldeira, pode ser verificado se há condições para operação manual, conforme detalhado
adiante, neste capítulo.
Ao proceder-se o acendimento da caldeira fria, isto é, sem pressão e com a água à
temperatura ambiente, é recomendável que o seu aquecimento se faça o mais lentamente
possível, assegurando uma acomodação das partes que se dilatam devido ao calor gerado na
fornalha. Assim, no primeiro acendimento deve-se acionar o sistema de modulação para
“fogo mínimo”, até que a pressão na caldeira atinja aproximadamente 345 kPa (3,5 kgf/cm2 =
50 psig). Em seguida, retorna-se para a posição normal e a caldeira estará liberada para a
modulação de carga, em função da pressão do vapor.

As caldeiras ATA, com traseira seca, requerem um aquecimento inicial (caldeira fria)
mais cuidadoso, para evitar choque térmico no refratário da câmara de reversão traseira. Para
isso, recomenda-se que após cada cinco minutos de funcionamento (manual), haja uma parada
da combustão, durante outros cinco minutos, repetindo-se a operação até que a pressão da
caldeira atinja 345 kPa (3,5 kgf/cm2 = 50 psig), conforme o gráfico.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

4,00

3,50

3,00
Pressão em kgf/cm2

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
0 5 10 15 20 25 30 35

Tem po em m in
acender
apagar

Gráfico de acendimento

Nota: Mesmo estando em funcionamento totalmente automático, a caldeira não dispensa a


presença do operador, o qual deverá, durante a operação, proceder à rotina de
manutenção, limpeza, coleta de dados, pequenos reparos e ajustes. Desse modo, a
caldeira e seus acessórios, bem como os demais equipamentos, dentro da Casa de
Caldeira, serão mantidos em perfeita ordem, prevenindo-se defeitos e falhas que
poderão interromper ou impossibilitar a geração de vapor ou até mesmo provocar algum
tipo de acidente.

GÁS COMBUSTÍVEL

Observadas algumas normas básicas de segurança abaixo relacionadas, a utilização de


gás combustível torna-se bastante fácil.

1. Considerações sobre o gás e suas instalações:

Os gases combustíveis são normalmente mais leves que o ar, com exceção do GLP,
devendo, portanto, as instalações estar sempre bem ventiladas. Verifique diariamente se os
acessos e janelas da Casa de Caldeiras estão devidamente abertos e desobstruídos e se, nas
partes mais elevadas, onde há maior tendência de acúmulo de gases, não há equipamentos
elétricos inadequados, superfícies superaquecidas ou outro tipo de fonte de ignição.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

O gás é incolor, somente percebido pelo odor, e, portanto, requer cuidado, devendo
serem evitados serviços de solda elétrica, acendimento de maçarico, esmerilhamento e outros
que produzam faísca ou calor excessivo, dentro da Casa de Caldeiras, num raio mínimo de
cinco metros do equipamento.

O gás natural é composto basicamente de metano, apresentando risco moderado de


intoxicação por via respiratória e risco elevado de incêndio e explosão, devendo, portanto, a
aproximação, em áreas onde ocorram vazamentos, somente ser feita, mediante o uso de
proteção respiratória, cujo suprimento de ar seja compatível com o tempo esperado de
intervenção, controlando-se permanentemente o nível de explosividade.

Em caso de fogo, em locais com insuficiência de oxigênio, poderá ser gerado


monóxido de carbono, altamente tóxico. Os vazamentos com ou sem fogo deverão ser
eliminados, mediante o bloqueio da tubulação de alimentação, através da válvula de bloqueio
manual de emergência, a qual deverá estar sempre livre e em posição de fácil acesso. A
extinção do fogo com o uso de extintores ou aplicação de água, antes de efetuar-se o
fechamento do suprimento de gás, poderá acarretar o perigo de o gás vir a acumular-se em
algum ponto e explodir, com prejuízos pessoais e materiais ainda mais graves.

Os equipamentos próximos do fogo e sujeitos à sua ação deverão ser mantidos


resfriados com água.

O ponto de descarga do vent, quando houver, deve estar sempre livre e em local
seguro. Nenhum componente elétrico ou fonte de energia aberta deverá ser localizado em um
raio mínimo de três metros. Esse ponto deverá estar localizado obrigatoriamente fora da Casa
de Caldeiras e no mínimo três metros acima da cobertura desta.

Nota: A NR-13 do Ministério do Trabalho torna obrigatório o uso de um sensor para


detecção de vazamento de gás, em caldeiras a combustível gasoso instalada em
ambiente confinado (Casa de Caldeiras).

2. Verificações iniciais:

Antes de liberar o equipamento para operação, deverá ser feita uma verificação geral
do sistema, a fim de eliminar quaisquer problemas que porventura possam afetar a partida da
caldeira. Abaixo, acham-se relacionados alguns itens que deverão ser observados antes de
admitir gás ao sistema.
• Verifique se não há possibilidade de vazamentos na rede de gás, caso o teste
pneumático não tenha sido feito.
• Faça um teste simulado no painel de comando, verificando se todas as fases de
programação estão sendo cumpridas, simulando chama na ocasião da entrada do
ignitor piloto para verificar o funcionamento da foto-célula ultravioleta e dar
continuidade à seqüência de programação. Nesta ocasião, deverá ser verificado o
funcionamento do ventilador e se a pré-purga e pós-purga estão sendo cumpridas
normalmente.
• Certifique-se de que todos os instrumentos e válvulas foram previamente
calibrados.
• Verifique se os pressostatos do gás e ar estão corretamente instalados.
• Onde for o caso, verifique o sentido de fluxo das válvulas do sistema.

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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

• Onde for o caso, verifique se o tubo de tomada de impulso para a válvula


reguladora de pressão está corretamente instalado. Este tubo deverá ser protegido
para que não seja danificado acidentalmente.
• Verifique se o combustor a gás está corretamente instalado.
• Verifique no ignitor piloto se as ligações elétricas estão bem apertadas, bem como
se o eletrodo de ignição está corretamente instalado, não havendo possibilidade de
formação de centelha em local não apropriado.
• Verifique a instalação do sensor de chama ultravioleta.
• Certifique-se de que a tubulação de gás esteja limpa, a fim de evitar que sujeiras ou
resíduos de solda, carepas, etc, se alojem na sede das diversas válvulas,
prejudicando assim o funcionamento e estanqueidade das mesmas. Aproveite para
verificar se a tela do filtro de linha de gás está limpa e devidamente instalada.
• Abra a válvula de bloqueio do gás na entrada do queimador, as válvulas de
bloqueio de gás para o piloto e a dos manômetros. Feito isso, o sistema estará apto
a operar.

3. Procedimento de partida:

• Abra lentamente a válvula de bloqueio no suprimento de gás para admitir gás ao


sistema. A abertura desta válvula deverá ser lenta e gradativa para não danificar o
manômetro de indicação da pressão do gás localizado a juzante da válvula
reguladora de pressão principal. Nunca a abra bruscamente, pois, em virtude da
reguladora de pressão principal estar totalmente aberta (pressão a juzante igual a
zero), uma súbita admissão de gás na válvula não dará tempo suficiente para esta
fechar-se ao detectar pressão a juzante, tendendo as pressões a montante e a juzante
a se igualarem, provocando a destruição do manômetro da linha de gás.
• Comute a seletora “óleo x gás” para “gás” (caldeiras mistas).
• Verifique se todas as proteções estão satisfeitas.
• Acione o botão “liga caldeira”, sendo então iniciada a seqüência de partida pelo
programador de combustão.
• Acompanhe toda a seqüência de partida, até que esta se encerre e a caldeira entre
em operação normal.

4. Funcionamento normal:

Estando a caldeira em operação normal, observe seu funcionamento, a fim de detectar


possíveis anormalidades:
• Durante a operação, deverão ser feitas inspeções periódicas, a fim de observar-se
possíveis perdas de gás em válvulas, acessórios e na tubulação de gás.
• Verifique periodicamente se a pressão do gás é constante.
• Verifique se não há variação na estabilidade da chama.
• Nunca “contorne” ou “retire” nenhum dispositivo de segurança.
• Certifique-se sempre da abertura e fechamento total das válvulas de bloqueio
automático.

5. Procedimento em caso de vazamento de gás:

Caso ocorra uma concentração de gás no interior da Casa de Caldeiras, provocada por
um vazamento no sistema, as seguintes providências deverão ser tomadas:
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AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

• A área envolvida deverá se evacuada e ventilada através da abertura de janelas e


portas.
• Deverão ser utilizados todos os meios práticos para eliminar fontes de ignição,
como cigarros, fósforos, isqueiros, operação de dispositivos elétricos, abertura de
portas de fornalhas, etc.
• Não deverão ser utilizados fios de extensão com lâmpadas ou lanternas que não
estejam dentro dos padrões de segurança.
• Se possível, deverão ser cortados os circuitos elétricos, através de uma fonte
remota, para aliviar os riscos de operação de chaves automáticas na área envolvida.
Nota: A chave a ser acionada deverá estar fora da área de risco, não devendo ser
acionada chave alguma, dentro da Casa de Caldeira
• Deverá se imediatamente bloqueado o suprimento de gás para a área envolvida.
• Deverá ser investigado se outras áreas adjacentes foram afetadas pelo vazamento de
gás.
• Deverão ser localizadas e corrigidas as possíveis fontes de vazamento.
• Deverá ser realizado um teste nas instalações, antes de voltar à operação normal
com gás combustível.

OPERAÇÃO MANUAL DA BOMBA D’ÁGUA

Em situações de emergência, a bomba d’água pode ser comandada manualmente pelo


operador da caldeira, através da chave comutadora “auto/manual” existente no painel de
comando. Assim, ao selecionar-se o modo automático, que é o mais usual e o recomendado, a
bomba é comandada pelo sistema de controle de nível de água, ligando e desligando em
função do nível de água no interior da caldeira. De outra forma, ao selecionar-se o modo
manual, a bomba d’água é imediatamente ligada, passando a alimentar a caldeira com água e
só cessando ao retornar-se a chave à posição anterior.

A chave seletora “auto/manual” da bomba d’água permite que através do controle de


nível de água manual, feito pelo operador da caldeira, esta continue a funcionar, em caso de
defeito no sistema automático de controle de nível. Deve-se ter em mente que devido à
extrema importância dada ao correto nível d’água a ser mantido no interior da caldeira, a
operação manual da bomba d’água exigirá a total atenção do operador da caldeira, que deverá
observar continuamente o nível da água, mantendo-o em torno do meio do indicador.

Embora improvável, em certas situações pode ocorrer que haja defeito apenas na parte
de controle de nível de água e que a parte de segurança esteja operando normalmente. Isto
poderá ser verificado, procedendo-se a uma descarga da coluna de nível com a caldeira
pressurizada, o que fará com que soe o alarme, caso o dispositivo de segurança de nível
esteja atuando normalmente.

Verificado isto, o queimador pode ser operado no modo automático, já que a


segurança de nível assim o permite, e a bomba d’água será comandada manualmente. Sanado
o problema na parte automática do controle de nível, retorne a operar em automático o quanto
antes.

FUNCIONAMENTO COM ÓLEO DIESEL

100
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

Caso necessário, a caldeira a óleo combustível pode vir a operar utilizando como
combustível: óleo diesel, querosene ou misturas leves, que não requerem preaquecimento
para a atomização pelo queimador. Neste caso, deve-se tomar alguns cuidados, observando-
se o seguinte:

1. O aquecedor de óleo deve ter a resistência de aquecimento desligada.


2. Se o tanque de serviço vier a ser utilizado, proceda da mesma forma que para o aquecedor
de óleo, desligando o aquecimento.
3. Para a operação da caldeira, procede-se da mesma forma que com o óleo combustível,
dispensando-se a espera para aquecimento e circulação do óleo.
4. Em caso de troca de combustível (ex. a caldeira que utilizava óleo combustível pesado
passa a utilizar óleo diesel), será necessário fazer-se ajustes nas regulagens da combustão e
pressão da bomba. Estes ajustes deverão ficar a cargo de um técnico especializado em
combustão.
5. Ao utilizar o óleo diesel, querosene ou misturas leves, é recomendável, por razões de
segurança, que a bomba de óleo seja desligada através do programador, no caso de
ocorrência de alguma falha ou a pressão do vapor atinja o valor máximo de operação.
Nota: Neste caso, a ATA deverá ser notificada para prestar assistência neste particular.
6. No caso da utilização do querosene, deve ser adicionado ao mesmo 10% de óleo de
mamona, para efeito de lubrificação da bomba de óleo.

DESCARGA DE FUNDO

A caldeira, à medida que produz vapor vai concentrando os sólidos que ingressaram
com a água. A concentração pode ser mantida abaixo do limite máximo, a partir do qual há
precipitação que concorre para incrustação, arraste de partículas sólidas pelo vapor e
formação de espuma.

É a descarga da caldeira que mantém a concentração destes sólidos dentro dos limites
aceitáveis, além de arrastar o lodo que se acumula na parte inferior do costado.

Na técnica de tratamento de água, usa-se freqüentemente a expressão “ciclos de


concentração” para definir o número de vezes que os sólidos dissolvidos presentes na água de
alimentação estão concentrados na água da caldeira. Uma vez definidos os ciclos de
concentração, estes são regulados pela quantidade de purgas ou descargas.
A descarga de fundo serve para o controle dos limites de sólidos totais dissolvidos,
alcalinidade e sílica, além da remoção da lama precipitada no fundo da caldeira. Para a
eliminação de lama do fundo, são mais eficientes as descargas freqüentes de curta duração,
pois a lama é arrastada em maior quantidade no momento de abertura da válvula de descarga.

Devido ao perigo que representa o acúmulo exagerado de lama no fundo da caldeira,


deve-se dar especial atenção à finalidade de eliminação de lama pela descarga de fundo. Caso
esta não seja efetuada eficientemente, corre-se o risco de deformação e até mesmo explosões
na fornalha, pois a chapa que a constitui será superaquecida, quando em contato com a lama.
Deve-se, portanto, verificar periodicamente, através das aberturas de inspeção da caldeira, a
existência de lama na região próxima à fornalha.
Recomenda-se executar, no mínimo, uma descarga por dia, porém a quantidade ideal
deve ser determinada pelo tratamento da água executado na caldeira.

101
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

Para a correta descarga de fundo, proceda da seguinte forma:

1. Antes de drenar, certifique-se de que não há pessoas por perto e de que não há
anormalidade na saída da descarga.
2. A fim de evitar uma flutuação na pressão do vapor, deve-se escolher o momento oportuno
para a descarga, não devendo ser feita quando a caldeira estiver em carga máxima.
3. Não descarregue a água da caldeira demasiadamente, até atingir o nível mínimo de água.
De preferência, essa operação deve ser realizada com duas pessoas, uma observando o
indicador de nível e a outra operando a descarga.
4. A quantidade de água a ser descarregada depende da freqüência com que é feita a descarga
e dos valores dos sólidos presentes na água de alimentação. Uma vez definido o intervalo
entre uma e outra descarga e a quantidade de água a ser drenada, uma forma prática para o
controle desta é efetuar-se marcas no indicador de nível para melhor controle e facilidade
de operação.
5. Abra rápida e totalmente a válvula de descarga para uma eliminação mais eficiente da lama
e conservação da válvula, pois os detritos arrastados podem danificar sua sede, caso a
válvula opere parcialmente fechada e os detritos venham a depositar-se na sede.
6. Ao terminar a operação de drenagem, certifique-se de que não exista vazamento nas
válvulas. Se encontrar vazamentos ou anormalidades, faça os reparos devidos.
7. Execute a descarga alternadamente em cada um dos pontos de descarga.
8. Caso possível, recomenda-se realizar a operação de descarga de fundo, com a pressão da
caldeira próxima de 207 kPa (2,1 kgf/cm2 = 30 psig). Em caldeiras com operação
contínua, em que não é possível executar a descarga em baixa pressão, recomenda-se a
instalação de válvulas do tipo descarga rápida, após as válvulas normais de bloqueio.

Além da descarga normal de fundo, conforme descrito, algumas caldeiras podem, a


pedido do cliente, ser dotadas de dispositivos especiais, como a seguir:

• Descarga contínua ou de superfície - que possibilita um melhor e mais econômico


controle do nível de sólidos dissolvidos. Pode ser fornecida válvula agulha de regulagem
manual ou ainda válvula dessalinizadora.
• Válvula de descarga rápida manual ou automática, instalada após a válvula de bloqueio
normal. A válvula automática possui um dispositivo para regulagem do tempo entre uma
purga e outra, bem como a duração da purga.
• Tanque de descarga para tratamento da água eliminada pela purga - Devido à alta
pressão e temperatura em que a água se encontra no interior da caldeira, esta não pode ser
diretamente lançada na rede normal de esgoto. O tanque de descarga recebe o impacto
decorrente da pressão com que a água é descarregada, conduz o vapor formado
instantaneamente e reduz a temperatura da água antes de eliminá-la para a rede normal de
esgoto.

PARADA FINAL DE FUNCIONAMENTO

Ao término do expediente ou ao se programar uma parada da caldeira por tempo


prolongado, proceda como indicado a seguir:
1. Execute uma descarga da coluna de nível, abrindo totalmente a respectiva válvula de
descarga.
2. Feche lentamente a válvula de saída de vapor e aguarde até a pressão atingir o valor
máximo ajustado, fazendo com que o pressostato atue, cessando a combustão.
102
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

3. Após o término da pós-purga, pressione o


botão “desliga PMTA Temperatura caldeira”.
4. Feche, então, as em fogo alto válvulas de óleo à
entrada do queimador (°C) e de vapor para
atomização (quando kgf/cm2 psig houver) e as válvulas
na sucção da bomba d’água. Em caso de
11,95 150 250
caldeiras mistas ou gás, feche também a
15,82 225 270
válvula de bloqueio à entrada do queimador
18,00 256 270
e a de bloqueio no suprimento de gás..
21,10 300 280
5. Em caso de utilização de óleo combustível,
deve-se proceder a limpeza da rede de óleo, evitando-se, com isso, problemas por ocasião
de nova entrada em funcionamento.
O óleo combustível na temperatura ambiente torna-se uma massa sólida que entope os
filtros, válvulas e tubulação. Para efetuar a limpeza da rede, comece desligando as
resistências do aquecedor de óleo e fechando a entrada de vapor do mesmo. Em seguida,
abra a válvula de “by-pass” do aquecedor, feche a saída de óleo combustível do tanque de
serviço e abra a válvula do tanque de limpeza, que deverá estar abastecido com óleo diesel
ou querosene. Mantenha a bomba de combustível em funcionamento até que toda a rede
de combustível tenha sido percorrida. Caso necessário, reabasteça o tanque auxiliar,
tomando a precaução de evitar que uma grande quantidade de óleo diesel ou querosene
venha a retornar ao tanque de serviço de óleo combustível. Feito isto, desligue a bomba de
combustível e feche as válvulas do tanque auxiliar e do “by-pass” do aquecedor.
6. Uma vez por semana, aproveite esta operação para testar as válvulas de segurança, com a
caldeira ainda na pressão máxima.
7. Para maior segurança, desligue também a chave geral da caldeira.

PARÂMETROS OPERACIONAIS

Abaixo estão indicados os principais parâmetros a serem observados na operação

da caldeira ATA:

a) Parâmetros específicos para caldeiras equipadas com combustores MPR:

• Pressão do ar comprimido ou vapor para atomização: 1,5 a 2 kgf/cm2


• Pressão do óleo combustível: 3 a 4 kgf/cm2
• Pressão do combustível auxiliar (óleo diesel ou querosene): 7 a 10 kgf/cm2
• Pressão do gás natural: 400 a 600 mmCA

b) Parâmetros específicos para caldeiras equipadas com combustores monobloco:


• Vide capítulo 3. onde os combustores monoblocos são tratados com todos os
detalhes, inclusive regulagem.

c) Outros parâmetros comuns a todas as caldeiras ATA:


• Temperatura do óleo combustível:
o Variável com a viscosidade do óleo
• Temperatura da chaminé:

103
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

• Níveis de água na caldeira


• CO2 nos gases de combustão – valores considerados bons:
o Para óleo combustível: 12 a 14%
o Para gás natural: 9 a 11%
• Fuligem na escala Bacharach – valor considerado bom:
o Máximo: 4
• Valores limites para a água de alimentação e a água da caldeira (vide tabela no
final do capítulo sobre tratamento de água)
• Descargas de fundo e de superfície (freqüência e duração):
o Estabelecidas pelo responsável pelo tratamento da água, em função da
qualidade da água.
Nota: Os parâmetros acima relacionados à combustão são de projeto, podendo haver
variações em função do combustível.

PROCEDIMENTOS PARA SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

BAIXO NÍVEL DE ÁGUA

Ocorre quando a água atinge o nível de segurança, devido, entre outras causas, a falta de
água do abastecimento e falha na bomba de alimentação. Em situação normal, o
intertravamento de segurança correspondente (vide item 4.3) fecha a válvula de
combustível, interrompendo a combustão, disparando simultaneamente o alarme e
sinalização. Entretanto, se a manutenção for deficiente, o sistema de segurança fica sujeito
a falhas e o nível de água poderá cair abaixo do nível de segurança, o que poderá acarretar
sérios danos à caldeira. No item 4.4 é descrito o procedimento necessário em caso de
parada de combustão por nível baixo de água.

RETROCESSOS DE CHAMA

São explosões que ocorrem no lado da combustão (interior da fornalha e tubos) em


virtude de acúmulo de combustível no interior da fornalha, como resultado de vazamentos
nas válvulas de bloqueio do combustível ou falhas sucessivas de ignição. Geralmente são
resultado de manutenção ou operação deficiente. Tais anomalias podem causar acidentes
sérios, inclusive fatais.
Para prevenir tais emergências, é recomendável verificações freqüentes de vazamentos
de combustível para dentro da fornalha, reparando-os, e a conservação da limpeza e
regulagem dos eletrodos de ignição, testando seu perfeito funcionamento. Se por acaso
104
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

ocorrer alguma falha de ignição ou de combustão, o operador deverá interromper o


funcionamento da caldeira, pesquisar e sanar a causa da falha e, em hipótese alguma, ficar
insistindo repetidamente em dar partida à caldeira, ignorando o defeito.

VAZAMENTOS EM TUBOS DE FUMAÇA

Caso o operador perceba sinais de vazamento de tubos, seja através dos gases de
combustão que saem pela chaminé ou algum escorrimento de água para o exterior da
caldeira, deve programar o mais breve possível a abertura da caldeira, para uma inspeção
e avaliação dos danos. Se não existirem trincas nos tubos e no espelho, talvez um simples
remandrilamento resolva o caso. Porém, se os tubos estiverem trincados, estes devem ser
substituídos e se o espelho também apresentar trincas, ele deve ser reparado, antes da
colocação de novos tubos.

Nessa ocasião, procura-se também pesquisar a origem de tais anomalias, se há


incrustação no interior da caldeira ou se a chama está muito longa, superaquecendo a parte
danificada e dando origem às trincas. É indispensável, nesse caso, recorrer à nossa
Assistência Técnica.

FALHA NO SISTEMA DE CONTROLE DE NÍVEL

Caso o sistema de controle de nível venha a falhar, pode-se operar a caldeira


acionando manualmente a bomba de água e controlando o nível visualmente através do
indicador, o que exigirá total atenção do operador da caldeira.

PROCEDIMENTOS GERAIS DE SEGURANÇA, SAÚDE E DE


PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Do ponto de vista prevencionista, o acidente do trabalho pode ser definido como uma
ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo
normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ ou lesões nos trabalhadores e/
ou danos materiais.

CAUSAS DE ACIDENTES

As causas de acidentes podem ser classificadas em duas categorias:


• Atos inseguros ou perigosos
• Condições inseguras ou perigosas

Atos inseguros são os decorrentes da execução de tarefas de forma contrária às


normas de segurança. Ex.: Recusa em utilizar equipamentos de proteção individual (EPI),
utilização de ferramentas manuais de maneira incorreta, desobediência a sinais ou
instruções de segurança, etc.

105
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

Condições inseguras são as causas que decorrem diretamente das condições do


local ou do ambiente de trabalho. Ex. Proteção mecânica inadequada, projeto ou
construções inseguras, iluminação e ventilação inadequada, etc.

Os atos inseguros são evitados através de medidas educativas e disciplinares impostas aos
trabalhadores.

Já as condições inseguras podem e devem ser prevenidas pela adoção de normas e


técnicas de segurança nas instalações, equipamentos, ferramental, etc. pela empresa.
Assim, no caso de caldeiras, temos as especificações oficiais da NR-13, do Ministério do
Trabalho, para a instalação (vide item 2.1), além das recomendações do fabricante, que
complementam aquela norma, no sentido de minimizar acidentes.

RISCOS PARA A SAÚDE E O MEIO AMBIENTE

a) Emissão de gases

Além dos acidentes que obviamente podem afetar a saúde do operador, este está
sujeito também à poluição do ar causada pela caldeira. De fato, a queima de combustíveis
fósseis, utilizados como fonte de energia para caldeiras, gera emissões no ar, tais como:

• Dióxido de carbono (CO2)


• Nitrogênio (N2)
• Oxigênio (O2)
• Água (H2O)
• Monóxido de carbono (CO)
• Óxidos de nitrogênio (NOx = NO + NO2)
• Óxidos de enxofre (SOx = SO2 + SO3)
• Compostos orgânicos voláteis
• Material particulado

Destas, as cinco últimas são consideradas poluentes.

Esses poluentes, de um modo geral, atacam as vias respiratórias, olhos, cérebro,


coração e tecidos, corroem e degradam materiais, provocam danos à vegetação, reduzem a
visibilidade e outros.

Naturalmente o operador da caldeira está sujeito a sofrer os efeitos dessas emissões,


porém elas geralmente atingem mais a parte externa da Casa de Caldeira, estendendo-se até a
comunidade.

Para eliminar ou restringir esses efeitos, os órgãos de controle ambiental estabelecem


limites de emissões que devem ser rigorosamente obedecidos, sob pena de multas e outras
sanções, podendo chegar até à proibição de funcionamento da empresa infratora.
Uma eficiente manutenção e operação do sistema de combustão da caldeira pode
reduzir uma boa parte dessas emissões, embora não consiga evitar toda a poluição, como por
106
AALBORG INDUSTRIES S.A. OPERAÇÃO DA CALDEIRA

exemplo os óxidos de enxofre, cuja formação depende muito da composição do combustível.


Conforme o meio em que esteja situada a caldeira, haverá necessidade de mudança do tipo de
combustível e/ ou instalação de certos equipamentos a juzante da saída de gases, tais como
coletores de pó e lavadores de gases para retenção dos elementos poluentes que não podem
ser evitados através da operação da caldeira.

b) Nível de emissão sonora

O ventilador que equipa esta caldeira, possivelmente apresenta níveis de emissão


sonora acima de 85 dB(A), ou seja, superiores aos permitidos pela legislação vigente (NR-
15).

Cabe ao proprietário prover aos operadores da caldeira e às regiões vizinhas à Casa de


Caldeira meios para que estes não sejam expostos a níveis de emissão sonora superiores ao
permitido, tais como: proteção acústica da sala dos operadores, fornecimento e incentivo ao
uso de EPI adequado, isolamento acústico da Casa de Caldeiras ou qualquer outro meio de
proteção acústica.

Opcionalmente, sob consulta, poderemos ofertar atenuadores de ruídos para os


ventiladores.

*******

107
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

Seu gerador de vapor foi criteriosamente construído. No seu projeto, na sua


fabricação e no seu teste foram obedecidas normas vigentes em âmbito nacional e
internacional.

A sua operação será segura e eficiente, desde que, entre outros cuidados, seja seguido
um esquema correto de manutenção. Na elaboração desse esquema, deverão ser seguidas as
recomendações abaixo discriminadas, resultado de muitos anos de pesquisa e experiência.

ROTINA DE MANUTENÇÃO

A manutenção do gerador de vapor depende em grande parte do operador, que,


durante o período de funcionamento, deverá cumprir uma rotina diária de manutenção,
efetuando contínua observação e pequenos reparos.

Dessa forma, o gerador estará sob constante cuidado, evitando-se o acúmulo de


pequenos problemas e a permanência de situações prejudiciais, por período demasiadamente
prolongado.

Assim sendo, o operador da caldeira deve observar as recomendações a seguir:

1. A Casa de Caldeiras deve ser conservada em perfeita ordem, tanto no interior como
no exterior, removendo-se os apetrechos desnecessários, que impeçam ou
dificultem a passagem, e acomodando-se os acessórios pertinentes, da melhor
maneira possível. As ferramentas e peças sobressalentes devem estar arrumadas e
limpas, prontas para serem usadas. O piso deve ser vistoriado e limpo, sempre que
apresentar riscos provenientes de graxas, óleos e outras substâncias que o tornem
escorregadio.
2. Sempre que alguma falha for observada, o seu reparo deve ser providenciado, o
mais rapidamente possível, a fim de que se prolongue e acumule o seu efeito. Não
deve ser anulada a ação de válvulas, dispositivos automáticos, chaves magnéticas,
etc., usando tacos, pregos, palitos e objetos semelhantes, pois, assim procedendo,
parte da segurança do gerador de vapor estará sendo prejudicada.
3. Deverá haver, no mínimo, uma completa revisão semestral, com testes de todos os
sistemas de segurança, corrigindo-os, se necessário. Esse nível de manutenção
somente pode ser executado por elemento devidamente credenciado, de preferência
pelo fabricante.
4. O tratamento da água do gerador de vapor deve ser rigorosamente observado (vide
capítulo especial sobre o assunto), procedendo-se as descargas de fundo e da
coluna de nível, conforme o necessário.
5. Sempre que apresentarem vazamento, as válvulas devem ser reengaxetadas, terem
suas sedes retificadas ou , caso nenhuma dessas providências resultem satisfatórias,
devem ser inteiramente substituídas. Além disso, devem ser periodicamente
acionadas, para que não fiquem emperradas por falta de uso.
108
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

6. Nas válvulas de retenção, deve-se ter o cuidado de verificar o sentido do fluxo,


quando retiradas e reinstaladas Ao serem reinstaladas, recomenda-se cuidado para
que não haja fiapos de estopa ou outros detritos na sede, que possam impedir seu
bom funcionamento. As válvulas que apresentem vazamentos internos deverão ser
limpas ou retificadas nas sedes ou, conforme o caso, substituídas.
7. Uma vez por semana, as válvulas de segurança devem ser manualmente disparadas,
na pressão máxima de trabalho, acionando-se as respectivas alavancas algumas
vezes, para que a sede e contra-sede das mesmas não fiquem presas, devido a falta
de uso. Se as válvulas apresentarem vazamento de vapor, quando fechadas, as
sedes deverão ser limpas ou retificadas, dentro da maior brevidade possível, a fim
de evitar que o vapor destrua as sedes, por erosão.
8. Tensão muito elevada ou muito baixa, na rede de energia, é extremamente
prejudicial aos equipamentos elétricos do gerador de vapor. O capítulo referente à
instalação indica os limites dessa variação.
9. Sempre que o gerador iniciar o funcionamento, deve ser observado o primeiro ciclo
de partida, a fim de constatar se existe alguma irregularidade. Durante a operação
do gerador, deve ser observada a presença de fumaça e se a temperatura dos gases
na chaminé está demasiadamente elevada. Deve ser também observada a
instrumentação, lembrando-se que ela fornece os índices do funcionamento e do
rendimento da caldeira.
10. Enquanto a caldeira estiver quente, nunca descarregue totalmente a água, nem
adicione rapidamente água fria em grande quantidade.
11. Dentro desta rotina de manutenção, deve-se observar também as recomendações
específicas para cada equipamento ou sistema.
12. Especialmente para as caldeiras a gás ou mistas (óleo e gás), além das
recomendações acima, onde aplicáveis, deverão ser observados os tópicos a seguir:

• Em caso de manutenção do sistema de gás, deve ser fechada, em primeiro


lugar, a válvula de bloqueio do limite de bateria, de modo a garantir a
vedação perfeita do sistema.
• A tubulação de gás não deve ser submetida a corte ou solda, sem antes ser
purgada por gás inerte (nitrogênio e dióxido de carbono). O ar não deve ser
utilizado para purga. Após a manutenção, a rede de gás deverá ser testada
pneumaticamente. Para este teste, pode ser utilizado o ar.

Nota: Mantemos, em todo o território nacional, uma rede de assistência técnica, através de
filial e representantes, preparados para atender a todo e qualquer problema que não
possa ser solucionado pelo usuário.

IMPLICAÇÕES NA LEGISLAÇÃO VIGENTE

Ao executar a manutenção ou reparo de sua caldeira, não deixe de observar as


determinações de segurança constantes na NR-13 do Ministério do Trabalho sobre o assunto,
as quais transcreveremos a seguir:

“13.4 Segurança na Manutenção de Caldeiras

13.4.1 Todos os reparos ou alterações em caldeiras devem respeitar o respectivo


código do projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se refere a:
a) materiais;
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AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.

13.4.1.1 Quando não for conhecido o código do projeto de construção, deve ser
respeitada a concepção original da caldeira, com procedimento de controle do maior
rigor prescrito nos códigos pertinentes.

13.4.1.2 Nas caldeiras de categorias “A” e “B”, a critério do “Profissional


Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, podem ser utilizadas tecnologias de cálculo ou
procedimentos mais avançados, em substituição aos previstos pelos códigos de projeto.

13.4.2 “Projetos de Alteração ou Reparo” devem ser concebidos previamente nas


seguintes situações:

a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;


b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança.

13.4.4 O “Projeto de Alteração ou Reparo” deve:

a) ser concebido ou aprovado por “Profissional Habilitado”, citado no subitem


13.1.2;
b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade e
qualificação de pessoal.

13.4.4 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes


que operem sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características
definidas pelo “Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2.

13.4.5 Os sistemas de controle e segurança da caldeira devem ser submetidos a


manutenção preventiva ou preditiva.”

PROTEÇÃO DA CALDEIRA PARADA

Se a caldeira, por algum motivo, tiver que permanecer parada , durante um certo
período, é necessário providenciar proteção adequada, para evitar a corrosão, principalmente
no interior da caldeira, no lado da água.

Há dois métodos para a proteção da caldeira parada, que são escolhidos, em função do
tempo previsto para a parada ou a necessidade de a caldeira ser mantida em disponibilidade
para entrar em funcionamento imediato, se necessário:

1. Quando a inatividade é prevista para menos de dois meses:

Se o período de parada é relativamente curto, o método mais indicado é manter a


caldeira cheia de água, visando-se a facilidade e rapidez em reiniciar a operação. O
enchimento da caldeira deve ser feito com a própria água de alimentação, quente se possível,
logo após a parada e antes que a pressão caia a zero.

110
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

Deve-se, ainda, adicionar uma solução contendo 450 g de soda cáustica e 100 g de
sulfato de sódio para cada 1.000 litros de água contida na caldeira, mantendo-se o pH mínimo
de 11,0 e um teor mínimo de 100 ppm de SO3-2 para efeito seqüestrante de oxigênio.

Periodicamente, devem ser verificados os níveis de pH e sulfito presente na água e


assegurar-se de que a caldeira permaneça totalmente cheia de água.

2. No caso de inatividade por longo tempo:

Caso o período de parada seja maior que dois meses, é recomendável manter a
caldeira a seco.
Após a parada, o gerador de vapor deve ser completamente drenado, rigorosamente
limpo em ambos os lados - de fogo e da água - e todas as superfícies deverão ser secas.

A eliminação total da umidade é o principal objetivo, pois, enquanto o gerador de


vapor estiver seco, não ocorrerá nenhuma corrosão significativa.

Para a secagem do interior do gerador, poderão ser utilizadas lâmpadas do tipo


incandescente para aquecimento, resistências elétricas ou sopradores de ar quente.

As linhas de água, dreno e vapor, devem ser hermeticamente fechadas, se possível


tamponadas com flanges cegos.

Para eliminar a umidade e manter seco o interior da caldeira, coloca-se silica-gel, que
é um agente higroscópico de fácil manejo, na proporção de 1 kg/m3, em recipientes com
formato de prato, distribuindo-os em diversos locais.

Como a umidade é mais intensa durante mais ou menos um mês após o início do
processo de conservação, haverá necessidade de substituir-se a silica-gel, a cada uma ou duas
semanas. Após essa fase, deverá ser feita uma inspeção interna a cada mês e trocá-la, se
necessário.

O estado da silica-gel pode ser facilmente identificado, visto que sua cor muda ao
absorver a umidade. A silica-gel saturada é facilmente recuperada, aquecendo-se a mesma
por um período entre 2 a 4 horas, à temperatura de 180°C.

Para uma proteção mais rigorosa, deve-se manter juntamente com a silica-gel, no
interior da caldeira, lâmpadas continuamente acesas, dispostas uniformemente, ao longo de
todo o comprimento.

Este método deve também ser aplicado à fornalha, no caso de inatividade da caldeira
cheia de água.

PROCEDIMENTO PARA RESFRIAR A CALDEIRA

Na véspera da abertura para limpeza, reparo interno ou simplesmente inspeção, a


caldeira deverá ser desligada e a pressão baixada a zero, esgotando-se todo o vapor do interior
da mesma.
111
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

A água fria é introduzida na caldeira, por gravidade ou bombeamento, ao mesmo


tempo em que a água quente é descarregada, abrindo-se a válvula de dreno, sem deixar,
entretanto, que o nível da água no interior da caldeira desapareça do indicador.

A operação de resfriamento deverá ser feita lentamente. O resfriamento muito rápido


provoca alterações bruscas na temperatura do costado, podendo ocasionar vazamentos, trincas
e deformações na caldeira, além de danificar o refratário. Para drenar a água, após a caldeira
ser adequadamente resfriada, deve-se abrir alguma válvula ou conexão na parte superior da
caldeira, facilitando-se o escoamento.

Após o resfriamento da caldeira, caso necessário, pode-se abrir as tampas dianteiras e


traseiras da unidade.

REPARO OU REFORMA DOS REFRATÁRIOS

Qualquer que seja a quantidade de refratário presente na caldeira, deve ser examinado,
a cada seis meses, quando da revisão geral, procedendo-se ao reparo, reforma ou substituição
do mesmo, caso necessário. Na substituição de refratários, deve ser utilizado sempre material
de boa qualidade, compatível com a aplicação.

Como critério geral, deve ser verificada a existência de trincas e erosão no refratário.
Trincas limpas, com espessura de até 3 mm, são aceitáveis. Elas permitem o alívio de tensões
quando o refratário se dilata. Trincas maiores devem ser preenchidas e peças quebradas ou
soltas devem ser substituídas.

LIMPEZA DAS PASSAGENS DE FOGO E GASES DE COMBUSTÃO

As condições de limpeza das superfícies de troca de calor da caldeira (fornalha,


espelhos e tubos) são de importância primordial para a sua eficiência térmica. A fuligem e as
cinzas depositadas nas paredes internas dos tubos, tal como os depósitos e incrustações no
lado da água, comportam-se como isolantes térmicos, em detrimento da troca de calor da
chama e dos gases de combustão com a água da caldeira. Por isso, é necessária, uma limpeza
periódica no interior da unidade, para restabelecer a capacidade de transferência de calor, e,
conseqüentemente, a eficiência térmica.

O período recomendado entre limpezas é função do tipo de combustível, regime de


operação (tempo diário de operação) e, até mesmo o modo de operar a caldeira. Se, por
exemplo, não houver o cuidado de operar com o óleo aquecido à temperatura correta, poderá
haver maior formação de fuligem que se depositará nas superfícies de troca térmica,
abreviando a necessidade de limpeza. Para a operação com óleo combustível, recomenda-se
que esse período não ultrapasse seis meses. Por outro lado, na operação com gás
combustível, o período entre limpeza poderá ser grandemente ampliado, podendo chegar até
um ano.

112
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

Para determinar o período satisfatório entre limpezas, o mais recomendável é através


de inspeção, por ocasião da limpeza. Após os primeiros três meses de funcionamento, deve
ser feita uma inspeção, para observar o estado das superfícies de troca de calor da caldeira,
aumentando ou diminuindo o tempo, conforme as condições de depósitos encontradas.

A temperatura de saída dos gases de combustão da caldeira constitui, em geral, um


excelente indicador da necessidade de limpeza dos tubos. Se ela ultrapassar os valores
normalmente observados, provavelmente os tubos estão sujos, requerendo limpeza.

Por ocasião da abertura da caldeira para limpeza dos tubos, deve-se também aproveitar
para a limpeza da fornalha, espelhos e das câmaras de reversão de gases, que geralmente
apresentam depósitos de fuligem, cinzas e, até mesmo, crostas de óleo não queimado, no caso
das caldeiras a óleo.

Procedimento para limpeza dos tubos:

• Com a caldeira fria, abra as portas ou tampas da caixa de fumaça traseira e


dianteira e remova a tampa da boca de visita da fornalha (se houver) e as
válvulas de alívio do fuligeiro;
• Antes de proceder à limpeza, examine os espelhos para verificar se existem
indícios de vazamento na conexão dos tubos;
• Muna-se de uma escova apropriada presa a uma vara ligeiramente maior
que o comprimento dos tubos e passe-a várias vezes pelo interior de cada
tubo, a começar pelos superiores, descendo gradativamente, até remover a
fuligem em todos os tubos;
• Se houver ar comprimido, dê um jato de ar no interior de cada tubo, para
melhorar a limpeza.

Após terminada a limpeza de todas as superfícies de troca de calor, examiná-las


cuidadosamente, quanto a eventuais anomalias (deformações, trincas, etc) e proceder a um
teste hidrostático, caso esteja programado ou, obrigatoriamente, caso tenham sido constatados
indícios de vazamento, antes da limpeza do feixe tubular.

LIMPEZA INTERNA DA CALDEIRA NO LADO DA ÁGUA

Com o uso da caldeira, tendem a formar-se depósitos e incrustações em seu interior,


no lado da água, os quais podem provocar corrosão e superaquecimento nas superfícies de
aquecimento, reduzindo sensivelmente a eficiência de troca térmica e a vida útil do
equipamento. É esse o motivo da limpeza periódica requerida nesse local, que deverá, após,
ser cuidadosamente inspecionado, a fim de verificar a necessidade de providências adicionais.

A conservação da limpeza na caldeira depende do regime de trabalho, do tipo de água


de alimentação, da prática de reaproveitamento de condensado e da qualidade do próprio
tratamento. Por isso, não é possível fixar um período muito rigoroso entre limpezas. De um
modo geral, recomenda-se que esse período não ultrapasse seis meses; entretanto, a indicação
mais correta poderá resultar de um acompanhamento criterioso em conjunto com o
profissional ou empresa assessora do tratamento da água, por ocasião das primeiras limpezas.

113
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

Como proceder à limpeza:

• Após o resfriamento da caldeira, descarregue toda a água;


• Remova os tampões de limpeza e a tampa da boca de visita, se houver;
• Efetue uma inspeção interna, antes da limpeza, a fim de avaliar as
condições gerais de depósitos, incrustação e corrosão nos tubos e, se
possível, na fornalha e nos espelhos;
• Com o auxílio de uma mangueira de água sob pressão, procure eliminar o
material que está sedimentado sobre a fornalha e os tubos e, em seguida,
remova o material depositado no fundo do costado, com uma escova na
ponta de uma vara ou haste flexível;
• Após a limpeza, inspecione novamente o interior da caldeira, no sentido de
avaliar a necessidade de providências adicionais;
Nota: Ambas as inspeções (antes e depois da limpeza) devem ser
acompanhadas pelo assessor de tratamento da água.
• As observações resultantes das inspeções devem ser cuidadosamente
registradas, de modo a servir de orientação na próxima limpeza ou,
eventualmente, base para uma ação mais enérgica, tal como revisão do
plano de tratamento da água, limpeza mecânica complementar, limpeza
química, etc.
• Se for verificada a necessidade de limpeza com o auxílio de ferramentas
manuais para remoção das incrustações mais aderentes, podem ser usados
raspador, martelo e escova de aço, porém com cautela para evitar danos à
caldeira.
Nota: O modo mais eficiente de limpeza mecânica é executá-la com o
interior ainda úmido. Se a incrustação ou depósito for deixada secar, a
remoção será dificultada.
• Finalmente, se a remoção mecânica não for bem sucedida, poderá haver
necessidade de limpeza química, executada sob a orientação do assessor de
tratamento da água.
• Terminada a limpeza, tenha o cuidado de desmontar e limpar as sedes das
válvulas de descarga.
• Nas caldeiras de traseira úmida (“wet back”), dotadas de coletores e
distribuidores de água, faça uma rigorosa inspeção destes, removendo
qualquer depósito que eventualmente venha a formar-se em seu interior.

LIMPEZA QUÍMICA DA CALDEIRA

Geralmente, na limpeza mecânica, não se consegue eliminar a crosta na sua totalidade.


Dependendo das condições da incrustação, pode ser indicada uma limpeza química nas
caldeiras, a qual consegue atingir as regiões inaccessíveis ao processo mecânico.

Os produtos utilizados na limpeza química dependem do tipo de incrustação ou


depósito a remover. Entre estes produtos, incluem-se diversos tipos de álcalis, ácidos
inorgânicos e orgânicos, inibidores de fase ácida, passivadores, agentes seqüestrantes, agentes
tenso-ativos ou umectantes e solventes orgânicos.

114
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

A limpeza ácida, geralmente feita pelo ácido clorídrico, sulfúrico e sulfâmico,


apresentam boa eficiência na remoção de certas incrustações de dureza e óxidos metálicos
oriundos da corrosão, porém eficiência limitada na remoção de silicatos, incrustações de
sulfato de cálcio anidro e sulfetos de cobre. Estes são mais bem removidos por aplicações
alternadas de ácidos e de álcalis, combinadas com processo de limpeza manual.

A principal desvantagem da limpeza ácida é a possibilidade de corrosão do metal.


Além de remover os depósitos superficiais solúveis em ácido, atacam também porções
subjacentes de superfície metálica. Mesmo sendo inibidos os ácidos, para minimizar o
ataque, existem ainda perdas de metal apreciáveis.

Pelo acima exposto, pode-se concluir que:

• A limpeza química não é muito simples, devendo ser conduzida por


profissional ou empresa especializada, caso contrário poderá causar
problemas sérios e, até mesmo, fatais no equipamento;
• Ainda que o processo seja realizado com eficiência, é recomendável, após o
tratamento, um controle rigoroso de espessura nas partes de pressão da
caldeira, para constatar se deverá ser abaixada a PMTA do gerador.

LIMPEZA DOS FILTROS

Pelo menos uma vez por semana, devem ser retiradas e limpas as telas de todos os
filtros. Nos filtros simples (vertical ou angular), deve-se em primeiro lugar bloquear a rede
que contém o mesmo e baixar a pressão até zero, para então proceder a abertura e retirada da
tela.

No filtro duplo (quando houver), basta inverter a posição da alavanca de comando,


retirar o tampão no fundo, drenando-o, e, em seguida, abrir a tampa e sacar a tela. Ao girar a
alavanca para a direita, o filtro esquerdo será isolado para limpeza e vice-versa.

Para a limpeza dos filtros de óleo combustível, proceda do seguinte modo:

• Abra o filtro para retirar a tela. Faça-o cuidadosamente, evitando que o óleo
entorne dentro do corpo do filtro, pois os detritos nele contidos seguiriam para a
rede. Deixe apenas o óleo escorrer pela tela.
• Mergulhe a tela em óleo diesel, querosene ou outro solvente apropriado;
• Para retirar os detritos que se encontram nas malhas da tela, use jato de ar
comprimido.
Nota: Não use estopa para lavar ou secar a tela. Uns poucos fiapos que fiquem no
seu exterior, arrastados para o combustor, serão suficientes para entupi-lo parcial
ou totalmente.

Tenha em mente que a combustão é prejudicada com a falta de limpeza dos filtros.

Para a limpeza dos filtro da bomba d’água, retire o cesto e lave-o com água sob
pressão, no sentido inverso ao do fluxo normal, ou seja, de fora para dentro. Remova os

115
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

detritos encontrados dentro do cesto e evite utilizar ferramentas ou escovas para limpeza dos
filtros. Este procedimento aplica-se também a filtros de gás.

LUBRIFICAÇÃO

Uma etapa muito importante da manutenção da caldeira é a lubrificação de seus


equipamentos auxiliares. Periodicamente, devem ser examinados e relubrificados, se
necessário, os mancais da bomba d’água, ventilador, motores elétricos, etc.

A maioria dos mancais empregados são do tipo de rolamentos. Estes devem ser
lubrificados, para evitar o contato metálico entre os corpos rolantes, pistas e gaiolas e também
para protegê-los contra corrosão e desgaste.

A temperatura de trabalho mais favorável para um rolamento é obtida quando é usada


a quantidade mínima de lubrificante necessária para garantir boa lubrificação. As
propriedades lubrificantes deterioram-se, em virtude do envelhecimento e trabalho mecânico.
Além disso, todos os lubrificantes sofrem contaminação em serviço, razão pela qual devem
ser trocados, de tempos em tempos.

Os rolamentos podem ser lubrificados com graxa ou óleo e, em caso especial, com um
lubrificante sólido. A escolha do lubrificante depende basicamente da faixa de temperatura
de trabalho e das rotações atingidas.

Como todos os outros importantes elementos de máquinas, os rolamentos devem ser


limpos e examinados com freqüência. Os intervalos entre tais operações dependem
inteiramente das condições de trabalho.

LUBRIFICAÇÃO COM GRAXA

As graxas lubrificantes são óleos minerais ou fluidos sintéticos engrossados. Os


agentes engrossantes mais usados são os sabões metálicos. A consistência da graxa depende
principalmente do tipo e da quantidade do agente engrossante usado. A consistência é
geralmente medida na escala do National Lubricating Grease Institute (NLGI).

Para a lubrificação dos equipamentos da caldeira, com graxa, recomendamos a graxa à


base de lítio, tipo múltiplas aplicações, com aditivos de extrema pressão, grau NLGI-2, de
forma a que, com apenas um tipo de graxa - a ser mantido em estoque - se cubram todos os
requisitos das diversas aplicações.

As graxas à base de lítio são adequadas geralmente para temperaturas entre -30 e
+110°C. São praticamente insolúveis em água e não podem, por si mesmas, apresentar uma
boa proteção contra a corrosão. Devem, portanto, ser sempre aditivadas com inibidores.

As propriedades anticorrosivas das graxas de lítio, contendo aditivos EP são boas.


Estas graxas aderem bem à superfície do rolamento, formando uma película insolúvel em
água. Como temos por norma não indicar um tipo específico, marca ou fabricante e, a fim de
facilitar a especificação e compra da graxa por nós recomendada, apresentamos, a seguir, uma
tabela de equivalência dos principais fabricantes, sem ordem de preferência:

116
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

FABRICANTE MARCA
Texaco Multifak EP 2
Esso Beacon EP 2
Shell Alvania EP 2
Mobil Mobilex EP 2
BR Lubrax Ind. GMA - 2 EP
Castrol Castrol EPL-2 Grease
Atlantic Lubricant 54 EP 2
Ipiranga Isaflex EP 2

A caldeira é despachada com os equipamentos prontos para uso, com a primeira


quantidade de graxa necessária. Na relubrificação só devem ser usadas as graxas relacionadas
acima. Deve ser dedicada especial atenção à miscibilidade das graxas. A mistura de graxas
incompatíveis conduz geralmente a uma redução na consistência e na temperatura máxima de
operação, se comparada com a das graxas originais, podendo causar danos aos rolamentos.
Graxas que têm o mesmo agente engrossante e o mesmo óleo base são compatíveis.

Entretanto, é possível que uma mistura de graxas compatíveis tenha uma consistência
menor que a das componentes, embora as propriedades lubrificantes, necessariamente, não se
alterem.

É importante aplicar a graxa correta e, em quantidade adequada, pois tanto uma


lubrificação deficiente, quanto uma lubrificação excessiva, trazem efeitos prejudiciais. O
espaço livre no alojamento do rolamento deve ser preenchido apenas parcialmente com graxa
- cerca de 30 a 50% do total.

A lubrificação em excesso acarreta elevação de temperatura, devido à grande


resistência que oferece ao movimento das partes rotativas, e, principalmente, devido ao
batimento da graxa, que acaba por perder completamente suas características de lubrificação.

O controle da temperatura do mancal é muito importante - a sobre-elevação da


temperatura não deverá ultrapassar a 60°C acima da temperatura ambiente, sendo limitada ao
máximo de 110°C para a graxa à base de lítio, medida na face externa do rolamento.

É aconselhável fazer a relubrificação durante o funcionamento do equipamento, de


modo a permitir a renovação da graxa no alojamento do rolamento.

É importante manter as graxeiras limpas, antes da introdução da graxa, a fim de evitar


a entrada de materiais estranhos no rolamento. Para lubrificação, use exclusivamente pistola
engraxadeira manual.

Somente na terceira relubrificação ou no mínimo anualmente, deve ser retirado o


rolamento. Mancal e rolamento devem ser limpos e verificado se houve desgaste. Na
recolocação do rolamento, deve ser introduzida a quantidade recomendada de graxa. A parte
da caixa, que fica vazia, deverá ser preenchida cerca de 1/3 até 1/2 de graxa.

LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEO

117
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

A viscosidade é uma das propriedades mais importantes de um óleo, e diminui à


medida que a temperatura aumenta. Para que um filme de óleo suficientemente espesso possa
existir entre os contatos dos corpos rolantes e pistas, a sua viscosidade não deve cair abaixo
de um valor mínimo, à temperatura de trabalho.

A vida útil do rolamento aumenta, utilizando-se um óleo cuja viscosidade à


temperatura de trabalho, seja um pouco maior; entretanto, uma vez que o aumento de
viscosidade eleva a temperatura de trabalho, existe um limite para a melhoria de lubrificação
que pode ser obtida por esse meio.

O óleo utilizado deve ser um óleo hidráulico, com aditivo anti-desgaste e viscosidade
ISO VG 68. Entretanto, como não nos é possível calcular com exatidão a temperatura de
trabalho do rolamento, torna-se necessária a determinação experimental do tipo adequado de
óleo. Assim, ao notar-se uma temperatura demasiadamente alta no mancal, recomendamos
trocar o óleo por outro de menor viscosidade, ou seja, ISO VG 46. Apresentamos, a seguir,
uma tabela de equivalência das marcas de óleos por nós recomendados, sem ordem de
preferência.

FABRICANTE MARCA
Atlantic Duro AW 68
Esso Nuto H-68
Mobil DTE 26 (68)
Texaco Rando HD 68
Castrol Hyspin AWS 68
Ipiranga Ipitur AW 68
BR Lubrax Indl. HR-68 EP
Shell Tellus 68

Os rolamentos não podem trabalhar sem óleo, devendo-se verificar o nível antes de
operar o equipamento. Quando o equipamento estiver parado, o óleo deverá ter um nível um
pouco abaixo do centro da esfera que ocupar a posição mais baixa. Este nível é mantido
automaticamente pelo copo montado na lateral do mancal. Após o equipamento ser posto em
funcionamento, o nível sofrerá uma modificação de alguns milímetros.

Durante o funcionamento, o nível do óleo poderá abaixar, por pequenos vazamentos e


evaporação, sem prejudicar o funcionamento dos rolamentos. Semanalmente, deverá ser
verificado o nível e completado, se necessário. A freqüência com que o óleo deve ser trocado
depende principalmente das condições de trabalho.

Depois de um certo período, o óleo absorve uma série de impurezas tais como
umidade, partículas, poeira, etc., tornando-se impróprio para a lubrificação. Um dos fatores
que mais contribui para a diminuição das propriedades lubrificantes do óleo é a sua oxidação
pelo ar atmosférico, formando o que usualmente se chama “borra”. A velocidade de oxidação
de um óleo depende muito da temperatura de trabalho.

Existe, portanto, um intervalo de tempo, após o qual o óleo deve ser totalmente
substituído. Esses intervalos geralmente são determinados pela experiência prática. De uma
maneira geral, recomendamos a troca de todo o óleo lubrificante a cada seis meses. A
primeira troca deve ser efetuada após as primeiras 200 horas.
118
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

A fim de cumprir exigência do Ministério do Trabalho, a caldeira deverá ser


submetida a inspeção de segurança, conforme regulamentado pela norma NR-13. Geralmente
essa inspeção é feita coincidir com uma revisão geral dentro do plano geral de manutenção da
caldeira, ou então, extraordinariamente, em reparos ou ocorrências que afetam a segurança.

Para orientação, transcrevemos os subitens pertinentes da NR-13, alertando que esta é


a revisão da norma aprovada pela Portaria no 23 de 27/12/94 da Secretaria de Segurança e
Saúde no Trabalho - SSST, e que, eventualmente, poderão surgir novas revisões que a
modifiquem.

“13.1 Caldeiras a Vapor - Disposições Gerais

13.1.1 Caldeira a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular


vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia,
excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de
processo.

13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se “Profissional Habilitado” aquele que
tem competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades
referentes a projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção,
inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com
a regulamentação profissional vigente no País.

13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de


Trabalho Admissível - PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de
projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus
parâmetros operacionais.

13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:

a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada a um valor igual ou


inferior à PMTA;
b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;
c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema
principal, em caldeiras a combustível sólido;
d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de álcalis;
e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite
o superaquecimento por alimentação deficiente.

13.1.5 Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem
visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações:

a) fabricante;
b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
119
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

f) capacidade de produção de vapor;


g) área da superfície de aquecimento;
h) código de projeto e ano de edição.

13.1.5.1 Além da placa de identificação devem constar, em local visível, a


categoria da caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 desta NR, e seu número ou
código de identificação.

13.1.6 Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalada, a


seguinte documentação, devidamente atualizada:

a) “Prontuário da Caldeira”, contendo as seguintes informações:


• código de projeto e ano de edição;
• especificação dos materiais;
• procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e
determinação da PMTA;
• conjunto de desenhos e demais dados necessários para o
monitoramento da vida útil da caldeira;
• características funcionais;
• dados dos dispositivos de segurança;
• ano de fabricação;
• categoria da caldeira.
b) “Registro de Segurança”, em conformidade com o subitem 13.1.7;
c) “Projeto de Instalação”, em conformidade com o item 13.2;
d) “Projetos de Alteração ou Reparo”, em conformidade com os subitens 13.4.2 e
13.4.3;
e) “Relatórios de Inspeção”, em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12 e
13.5.13;

13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o “Prontuário da Caldeira” deve ser


reconstituído pelo proprietário, com responsabilidade técnica do fabricante ou de
“Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, sendo imprescindível a
reconstituição das características funcionais, dos dados dos dispositivos de segurança e
dos procedimentos para determinação da PMTA.

13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou transferida de estabelecimento, os


documentos mencionados nas alíneas “a”, “d”, e “e” do subitem 13.1.6 devem
acompanhá-la.

13.1.6.3 O proprietário da caldeira deverá apresentar, quando exigido pela


autoridade competente do Órgão Regional do Ministério do Trabalho, a documentação
mencionada no subitem 13.1.6.
13.1.7 O “Registro de Segurança” deve ser constituído de livro próprio, com
páginas numeradas, ou outro sistema equivalente, onde serão registradas:

a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de


segurança da caldeira;
b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas e extraordinárias,
devendo constar o nome legível e assinatura de “Profissional Habilitado”,

120
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

citado no subitem 13.1.2, e de operador de caldeira presente na ocasião da


inspeção.

13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar sempre à disposição


para consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das
representações dos trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes - CIPA, devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa
documentação.

13.1.9 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em 3 categorias,


conforme segue:

a) caldeiras da categoria “A” são aquelas cuja pressão de operação é igual ou


superior a 1960 kPa (19,98 kgf/cm2);
b) caldeiras categoria “C” são aquelas cuja pressão de operação é igual ou
inferior a 588 kPa (5,99 kgf/cm2) e o volume interno é igual ou inferior a 100
litros.
c) caldeiras categoria “B” são todas as caldeiras que não se enquadram nas
categorias anteriores.

13.5 Inspeção de Segurança de Caldeiras

13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial,


periódica e extraordinária, sendo considerado condição de risco grave e iminente o não
atendimento aos prazos estabelecidos nesta NR.

13.5.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da
entrada em funcionamento, no local de operação, devendo compreender exame interno e
externo, teste hidrostático e de acumulação.

13.5.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exame interno e


externo, deve ser executada nos seguintes prazos máximos:

a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias “A”, “B” e “C”;


b) 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer
categoria;
c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras da categoria “A”, desde que aos 12
(doze) meses sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de
segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais, conforme definido no item
13.5.5.

13.5.4 Estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de


Equipamentos”, conforme estabelecido no Anexo II, podem estender os
períodos entre inspeções de segurança, respeitando os seguintes prazos
máximos:
a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias “B” e “C”;
b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria “A”.

121
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

13.5.5 As caldeiras que operam de forma contínua e que utilizam gases ou


resíduos das unidades de processo, como combustível principal para aproveitamento de
calor ou para fins de controle ambiental, podem ser consideradas especiais quando todas
as condições seguintes forem satisfeitas:

a) estiverem instaladas em estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de


Inspeção de Equipamentos” citado no Anexo II;
b) tenham testados a cada 12 (doze) meses o sistema de intertravamento e a
pressão de abertura de cada válvula de segurança;
c) não apresentem variações inesperadas na temperatura de saída dos gases e do
vapor, durante a operação;
d) exista análise e controle periódicos da qualidade da água;
e) exista controle de deterioração dos materiais que compõem as principais
partes da caldeira;
f) seja homologada como classe especial mediante:

• acordo entre a representação sindical da categoria profissional


predominante no estabelecimento e o empregador;
• intermediação do órgão regional do MTb, solicitada por qualquer uma
das partes, quando não houver acordo;
• decisão do órgão regional do MTb, quando persistir o impasse.

13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente,


as caldeiras devem ser submetidas a rigorosa avaliação de integridade para determinar
a sua vida remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em
condições de uso.

13.5.6.1 Nos estabelecimentos que possuam “Serviço Próprio de Inspeção de


Equipamentos” citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser alterado
em função do acompanhamento das condições da caldeira, efetuado pelo referido órgão.

13.5.7 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas


periodicamente conforme segue:

a) pelo menos uma vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em
operação, para caldeiras das categorias “B” e “C”;
b) desmontando, inspecionando e testando, em bancada, as válvulas flangeadas e,
no campo, as válvulas soldadas, recalibrando-as numa freqüência compatível
com a experiência operacional da mesma, porém respeitando-se como limite
máximo o período de inspeção estabelecido no subitem 13.5.3 ou 13.5.4, se
aplicável, para caldeiras de categorias “A” e “B”.

13.5.8 Adicionalmente aos testes prescritos no subitem 13.5.7 as válvulas de


segurança instaladas em caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação, nas
seguintes oportunidades:
a) na inspeção inicial da caldeira;
b) quando forem modificadas ou tiverem sofrido reformas significativas;
122
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

c) quando houver modificação nos parâmetros operacionais da caldeira ou


variação na PMTA;
d) quando houver modificação na sua tubulação de admissão ou descarga.

13.5.9 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes


oportunidades:

a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz
de comprometer sua segurança;
b) quando a caldeira for submetida a alteração ou reparo importante capaz de
alterar suas condições de segurança;
c) antes da caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer
inativa por mais de 6 (seis) meses;
d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.

13.5.10 A inspeção de segurança deve ser realizada por “Profissional Habilitado”,


citado no subitem 13.1.2, ou por “Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos”, citado
no Anexo II.

13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser emitido “Relatório de Inspeção”, que


passa a fazer parte de sua documentação.

13.5.12 Uma cópia do “Relatório de Inspeção” deve ser encaminhada pelo


“Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2, num prazo máximo de 30 (trinta)
dias a contar do término da inspeção, à representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento.

13.5.13 O “Relatório de Inspeção”, mencionado no subitem 13.5.11, deve conter


no mínimo:

a) dados constantes na placa de identificação da caldeira;


b) categoria da caldeira;
c) tipo da caldeira;
d) tipo de inspeção executada;
e) data do início e término da inspeção;
f) descrição das inspeções e testes executados;
g) resultado das inspeções e providências;
h) relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que não estão sendo
atendidas;
i) conclusões;
j) recomendações e providências necessárias;
k) data prevista para a nova inspeção da caldeira;
l) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do
“Profissional Habilitado”, citado no subitem 13.1.2 e nome legível e assinatura
de técnicos que participaram da inspeção.
13.5.14 Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados
da placa de identificação, a mesma deve ser atualizada.”

*******

123
AALBORG INDUSTRIES S.A. MANUTENÇÃO DA CALDEIRA

124
AALBORG INDUSTRIES S.A. CONDIÇÕES DE GARANTIA

CONDIÇÕES DE GARANTIA

As presentes CONDIÇÕES DE GARANTIA aplicam-se a todos os fornecimentos de


caldeiras, equipamentos e peças realizados pela AALBORG INDUSTRIES S.A.,
doravante simplesmente designada AALBORG, a qualquer cliente, doravante
simplesmente designado COMPRADOR.

GARANTIA MECÂNICA

1.1. Os equipamentos fabricados pela AALBORG serão garantidos quanto à matéria-


prima empregada como sendo de primeiro uso e isenta de defeitos prejudiciais
detectáveis pelo Controle de Qualidade; quanto à mão de obra empregada como
tendo grau de habilitação necessário e aplicada com métodos consagrados de
fabricação; quanto ao atendimento às especificações do COMPRADOR, ou da sua
engenharia, integrantes do contrato, pelo prazo de 12 (doze meses) a partir do
início de operação da caldeira ou 18 (dezoito meses), a contar da data de emissão
da nota fiscal e efetiva entrega dos equipamentos ao COMPRADOR, seu preposto
ou transportadora contratada pelo COMPRADOR, prevalecendo o prazo que
primeiro transcorrer.

1.2. Em caso de emprego de materiais ou equipamentos, nos produtos fabricados e /


ou montados pela AALBORG, fora dos padrões AALBORG, por exigência do
COMPRADOR, a AALBORG não se responsabilizará por eventuais deficiências
e / ou quando provocados por essa exigência.

1.3. Todo material, peça ou equipamento fornecido pela AALBORG e por esta
substituído, por motivos de garantia, passa a ser de sua propriedade. Essas peças
ou equipamentos terão de ser devolvidos à AALBORG, acompanhadas de nota
fiscal de devolução, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de serem faturadas ao
COMPRADOR.

1.4. A presente garantia não cobre qualquer dano que os equipamentos sofrerem no
percurso de transporte, já que a condição de entrega é FOB fábrica AALBORG,
correndo por conta do COMPRADOR, salvo acordo expresso em contrário, as
despesas de transporte e seguro.

1.5. A garantia somente se efetivará, caso os defeitos sejam comunicados à


AALBORG, logo que constatados e após devidamente comprovados. Em caso de
dúvidas com relação à causa do defeito ocorrido em peças e / ou equipamento
fornecido pela AALBORG, as partes poderão contratar, de comum acordo,
árbitros, de acordo com o disposto no art. 1037 e seguintes do Código Civil, sendo
o custo, referente a essa contratação, pago pela parte perdedora.

1.6. O prazo para início de atendimento a uma solicitação de reparo, dentro do


período de garantia fixado no item 1.1, será de 10 (dez) dias, contados da
solicitação do COMPRADOR. Constatada a necessidade de substituição de peças
125
AALBORG INDUSTRIES S.A. CONDIÇÕES DE GARANTIA

e / ou equipamentos, o prazo para entrega dos mesmos será acordado entre


AALBORG e COMPRADOR, em função das condições de mercado, estoques,
etc., vigentes na ocasião, não podendo, todavia, ultrapassar o prazo de 180 (cento
e oitenta) dias. Visando a maior rapidez nesse atendimento, a AALBORG poderá
repassar, à sua custa e responsabilidade, esse atendimento a terceiros.

1.7. A AALBORG não se responsabiliza, nem reembolsará despesas de qualquer


natureza, provenientes de reparos e / ou substituição de peças, efetuados ou pagos
pelo COMPRADOR, sem a prévia e expressa autorização da AALBORG.

1.8. A cessão da garantia original da AALBORG a um terceiro, que não o


COMPRADOR, será objeto de acordo entre as partes.

1.9. Para todo e qualquer atendimento em garantia, incluindo a partida inicial do


equipamento, a gratuidade da mão de obra para execução dos serviços se limitará
ao tempo despendido em horário normal de trabalho da AALBORG.

Ao COMPRADOR serão cobradas as seguintes despesas:

• Passagens aéreas e outros meios de transporte necessários para o


atendimento, incluindo-se ônibus, táxis, veículos alugados ou
quilometragem em veículo da AALBORG ou de seus funcionários; taxas
de hospedagem e refeições; horas extras em dias úteis, sábados, domingos
e feriados.
• As despesas serão cobradas em conformidade com a tabela da Central de
Assistência Técnica AALBORG, vigente na ocasião do atendimento.

1.10. As peças adiante discriminadas, em razão de seu desgaste natural, desde o


início de sua operação, não estão enquadradas no prazo de garantia previsto no
item 1.1., e terão a garantia de trinta dias, contados da entrega desse material ao
COMPRADOR, preposto, ou transportadora:

- Juntas - Refratários
- Gaxetas - Fusíveis
- Vidros visores - Bobinas
- Eletrodos de ignição - Contatos elétricos
- Atomizadores - Lâmpadas

1.11. Os materiais refratários, isolantes, e outros, que, por sua natureza, têm prazo
definido para sua aplicação e / ou condições especiais de guarda, conservação ou
estocagem, não serão repostos por conta da AALBORG, caso ocorram atrasos na
sua aplicação e / ou não sejam armazenados ou conservados de acordo com as
normas aplicáveis ao caso, desde que tal atraso e / ou armazenamento não tenha
sido provocado por ato da AALBORG ou seu preposto.

1.12. Ficam excluídos da garantia os danos provenientes de rachaduras


intercristalinas, desgastes cáusticos, corrosão, incrustações ou outros depósitos
encontrados nas partes internas e externas das caldeiras, em virtude da água de
alimentação, seu tratamento e da qualidade do combustível utilizado, caso estejam

126
AALBORG INDUSTRIES S.A. CONDIÇÕES DE GARANTIA

em desacordo com as especificações contidas no Manual de Instruções fornecido


pela AALBORG.

1.13. A garantia fica inválida nos seguintes casos:

• Se o equipamento fornecido não for corretamente instalado, operado e


mantido, em estrita conformidade com o Manual de Instruções fornecido
pela AALBORG e se não for operado dentro das condições e limites de
carga para os quais foi projetado e especificado;
• Desgaste normal decorrente do uso ou provocado por abrasão, erosão ou
corrosão;
• Mau uso, emprego indevido, armazenagem inadequada, montagem em
desacordo com recomendações da AALBORG ou operação em desacordo
com a NR-13 - Caldeiras e Vasos de Pressão;
• Danos provocados por golpe de ariete, cavitação, resfriamentos e
aquecimentos forçados (choque térmico), intempéries, vibrações e tensões
mecânicas oriundos do sistema ou de outras máquinas ou outros fatores
estranhos, tais como curto-circuito, excesso de pressão do combustível,
vapor ou água;
• Se o equipamento tiver sofrido intervenção de pessoas estranhas ao quadro
de funcionários habilitados da AALBORG;
• Não aplicação de peças originais AALBORG;
• Se a partida não for feita por técnicos especializados da AALBORG.

1.14. Nos termos dispostos no art. 1092 do Código Civil, a presente garantia não é
válida durante o tempo em que o COMPRADOR esteja em mora com a
AALBORG, não sendo a mesma prorrogada, em razão desta suspensão.

GARANTIA DE PERFORMANCE

A AALBORG garante as características técnicas, especificadas em sua proposta,


desde que o equipamento seja operado nas condições para as quais foi projetado e
construído e seja utilizado combustível com PCI (Poder Calorífico Inferior) igual ao
tomado como referência na proposta apresentada.

2.1. Caso requerido pelo COMPRADOR, o teste de performance deverá ser


efetuado dentro do prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a partir do início de
funcionamento do equipamento e dentro do prazo estipulado para Garantia
Mecânica. O COMPRADOR deverá comunicar à AALBORG, com
antecedência de 15 (quinze) dias, a data prevista para a realização do teste de
performance.

2.2. Todos os custos referentes ao teste de performance ficarão a cargo do


COMPRADOR, inclusive análise do combustível, fornecimento e instalação dos
instrumentos de medição.

127
AALBORG INDUSTRIES S.A. CONDIÇÕES DE GARANTIA

2.3. Será admitida como tolerância na performance, em razão de eventuais


variações nos instrumentos de medição, a diferença para mais ou menos 2% da
prevista.

LIMITE DE RESPONSABILIDADE

A AALBORG não se responsabiliza por qualquer prejuízo provocado por instalação,


operação ou manutenção de peças e / ou equipamentos por ela fornecidos, desde que os
mesmos tenham sido instalados, operados ou mantidos em desacordo com o Manual de
Instruções.

A eventual aplicação de peças e utilização de mão de obra de terceiros, em


equipamentos fornecidos pela AALBORG, é de responsabilidade única e exclusiva do
COMPRADOR.

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128
AALBORG INDUSTRIES S.A. ASSISTÊNCIA TÉCNICA

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

A assistência técnica da AALBORG é prestada diretamente pela matriz, filial e


representantes, cobrindo todo o território nacional.

AALBORG INDUSTRIES S.A. – MATRIZ E FÁBRICA


Rua Divino Espírito Santo, 1.100
Bairro Carangola
25715-410 - Petrópolis - RJ
Tel.: (0xx24) 2233-9963
Fax: (0xx24) 2237-6603 / 2237-3920
E-mail: RIO@aalborg-industries.com.br

AALBORG INDUSTRIES S.A. – FILIAL SÃO PAULO


Rua Ismael Néri, 764 – Água Fria
02335-001 - São Paulo - SP
Tel.: (0xx11) 6997-2000
Fax: (0xx11) 6262-2755 / 6262-2756
E-mail: SAO@aalborg-industries.com.br

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