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GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E


FINANCEIRAS
Tatiane Antonovz
Prezado aluno,

Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém


todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do
conteúdo.

Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da


apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a
respeito de cada item.

Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo.

A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um


momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão.

A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel.

Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais


complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas,
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento.

Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e


organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu
aprendizado!

Bons estudos!

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 1


Análise das demonstrações contábeis e
financeiras - Apostila

Apresentação
Esta disciplina tem papel decisivo para o entendimento das finanças de uma
forma geral e para a formação do perfil do aluno MBA em Gestão Financeira e
Controladoria, uma vez que apresenta conceitos cruciais que farão parte do seu
dia a dia.
Definiremos as demonstrações contábeis que são de caráter obrigatório e
entenderemos suas funções para a disciplina. Apresentaremos os conceitos e
tipos de análises, bem como os perfis de interessados nessas informações.
Serão demonstrados os diversos tipos de índices e, de forma prática, como estes
auxiliam no processo de gestão, além de entender como o impacto das
informações pode auxiliar na continuidade das empresas e enriquecer o
controller.
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos:
1. 1. Definir as demonstrações contábeis e financeiras;
2. 2. Apontar as técnicas e índices utilizados para a análise das demonstrações
contábeis;
3. Demonstrar a importância da análise dentro do processo de gestão.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2


Aula 1: Demonstrações contábeis obrigatórias
Introdução
Você conhece a importância das demonstrações contábeis?
As demonstrações servem para conhecermos suas informações e, assim,
compreendermos cada uma das análises e índices.
Os conceitos iniciais que estudaremos são relativos ao balanço e a seus principais
grupos, cuja demonstração possui grande importância na análise, porque
demonstra os aspectos financeiros e patrimoniais das empresas, tanto
quantitativos quanto qualitativos.
A Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados é uma importante ligação do
Balanço com a Demonstração do Resultado do Exercício, que irá apresentar o
conceito econômico da contabilidade, ou seja, a geração de resultado pelo
confronto de receitas e despesas.
A Lei nº 11.638/07 introduziu como obrigatória a Demonstração dos Fluxos de
Caixa e fornece importantes informações do ponto de vista gerencial, assim como
o conceito da Demonstração do Valor Adicionado, que irá demonstrar como foi
distribuída a riqueza da empresa.

Objetivo:
1. Definir as principais demonstrações contábeis obrigatórias;
2. Desenvolver seu conhecimento no tipo de informação fornecida pelas
demonstrações contábeis.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3


Conteúdo

Conhecendo as demonstrações contábeis


Em um primeiro momento, é preciso compreender as demonstrações contábeis
que são elaboradas e publicadas no contexto brasileiro e de que forma elas serão
úteis na Análise das Demonstrações Financeiras.
No Brasil, as demonstrações financeiras obrigatórias são apresentadas pela Lei
nº 6.404/76. Vejamos:

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras,
que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:
I. Balanço Patrimonial;
II. Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
III. Demonstração do Resultado do Exercício;
IV. Demonstração dos Fluxos de Caixa e (redação dada pela Lei nº 11.638, de
2007);
V. Se companhia aberta, demonstração do Valor Adicionado(incluído pela Lei nº
11.638, de 2007).

Para acessar a Lei n° 6.404/76 na íntegra, visite o site do Planalto


em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm.

Integração entre as demonstrações financeiras


Agora, começaremos a compreender mais profundamente a integração entre as
demonstrações financeiras obrigatórias e as informações que podem ser obtidas
com a análise de cada uma delas.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4


Essas demonstrações representam o conjunto de informações sobre a empresa
e mediante a sua interpretação será possível compreender sobre a efetiva
situação da empresa, ou seja, poderão ser entendidos aspectos ligados:

• À liquidez;
• Ao desempenho
• À composição do patrimônio

Balanço Patrimonial
Você sabe o que é o Balanço Patrimonial?
Esse balanço é uma demonstração que apresenta tanto o aspecto patrimonial
da empresa quanto o aspecto financeiro. Nesse sentido, entendemos que essa
demonstração nos oferece dois tipos de informação:

Qualitativa

Ao apresentar os elementos patrimoniais de acordo com a sua natureza, temos


os bens (caixa, móveis, veículos), direitos (clientes) e obrigações (fornecedores).

Quantitativa

O aspecto quantitativo está ligado à mensuração desses elementos, ou seja, o


valor dos bens, direitos e obrigações em moeda corrente.

Objetivo das demonstrações do Balanço Patrimonial


A partir de agora, vamos conhecer detalhadamente qual o objetivo de cada uma
das demonstrações do Balanço Patrimonial.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5


É importante que possamos compreender que tipo de informação cada uma
fornece, de que forma estão organizadas e como serão utilizadas posteriormente
na análise das demonstrações contábeis.

Você sabe quais são essas demonstrações?


Trataremos sobre cada uma delas a seguir.

Demonstrações do Balanço Patrimonial


Antes de começarmos a detalhar as demonstrações do balanço patrimonial,
precisamos conhecê-las.
Para isso, vejamos como ficou o Balanço, com as devidas alterações na Lei nº
6.404/76, promovidas pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.641/09:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6


Atenção
O Balanço Patrimonial apresentará suas contas segundo os
elementos do patrimônio que registrem bens, direitos ou
obrigações. Isso visa, basicamente, facilitar tanto o
conhecimento quanto a análise da situação financeira da
empresa.
A partir de agora, compreenderemos as contas dispostas no
balanço. Essa disposição é extremamente importante para
a assimilação dos conceitos de alguns índices e de sua
correta interpretação e aplicação.

Ativos
As contas do ativo estão dispostas em ordem decrescente do grau de liquidez.
Isso porque a liquidez é a facilidade de se transformar um recurso em dinheiro,
ou seja, as primeiras contas são aquelas que já são dinheiro (caixa e bancos),
seguidas por contas que serão convertidas, em breve, em dinheiro.
Essas contas podem ser divididas em:

Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Trataremos de cada um deles a seguir.

Ativo Circulante
O que é Ativo Circulante?
Ativo circulante é o dinheiro que a empresa possui em seu caixa mais os recursos
que podem ser transformados em dinheiro em curto prazo. Lembrando que,

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7


normalmente, nas empresas, curto prazo é tudo aquilo que irá se realizar em até
1 ano.

Alguns exemplos de Ativos Circulantes são: estoques, contas a receber,


aplicações financeiras.

De acordo com a Lei nº 6.404/76, podemos definir Ativo Circulante da seguinte


forma:

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:


I. No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do
exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do
exercício seguinte.

O Ativo Circulante apresenta as Disponibilidades da empresa, ou seja, o que a


empresa usará para liquidar as suas obrigações, dividido em grupos. São eles:

Grupo de caixa, bancos e aplicações de liquidez imediata.

Grupo dos Direitos ou Direitos Realizáveis, representados por Clientes.


Nesse caso, os valores ainda não foram convertidos em dinheiro, por isso não
são bens e sim direitos contra os clientes, que, por sua vez, têm a obrigação de
pagar.

Grupo de Estoques, que são os produtos comercializados pela empresa.


ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8
Grupo de Despesas Pagas Antecipadamente, caracterizado por direitos de
utilização de seguros, assinaturas de jornais e revistas, pagamento antecipado
de aluguéis, ou seja, são valores que ainda não foram efetivamente consumidos,
por isso não podem ser reconhecidos no resultado.

Um aspecto que influencia tanto na classificação patrimonial quanto na análise


das demonstrações contábeis é o fato de que algumas empresas possuem ciclo
operacional maior que a duração do exercício social (que inicia no primeiro dia
do ano e acaba no último dia).
Nesse caso, a classificação de Circulante ou Longo Prazo será baseada nesse
ciclo.

Ativo Não Circulante


O que é Ativo Não Circulante?
Os Ativos Não Circulantes são os bens de permanência duradoura destinados ao
funcionamento da empresa bem como aos direitos exercidos com essa finalidade.
Tais direitos e bens serão transformados em dinheiro a longo prazo.

De acordo com a Lei nº 6.404/76, o Ativo Não Circulante apresenta a seguinte


configuração:
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I. No ativo realizável em longo prazo: os direitos realizáveis após o término do
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores,
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios
usuais na exploração do objeto da companhia;
II. Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9


III. No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação
dada pela lei 11.638, de 2007);
IV. (Revogado pela lei 11.941, de 2009);
V. No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados
à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo
de comércio adquirido. (Incluído pela lei 11.638, de 2007).

No Ativo Não Circulante, dentro do Ativo Realizável em Longo Prazo, podemos


encontrar:

As Duplicatas a Receber em Longo Prazo.

Outros tipos de títulos que terão a sua realização, ou seja, serão recebidos após
o término do exercício seguinte.

Adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas, controladas e acionistas.


– Essas operações independem de prazo e não estão ligadas aos negócios usuais
de objeto principal da empresa.

Investimentos – Apresentam elementos como terrenos, obras de arte,


investimentos permanentes em coligadas e controladas.

Imobilizado – Congrega bens corpóreos que estão ligados à manutenção das


atividades da empresa, como: móveis e utensílios, veículos, máquinas e
equipamentos.

Intangível – A partir da publicação da lei 11.638/07 passou a fazer parte do


balanço patrimonial e destina-se aos bens incorpóreos, como marcas e patentes,
fórmulas, goodwill.
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Passivo
No passivo, a ordem de classificação dos elementos é a decrescente do grau de
exigibilidade.
Suas contas podem ser divididas em:

Passivo Circulante
Estão representadas as obrigações da empresa:• Dívidas com fornecedores;
• Obrigações financeiras em geral;
• Obrigações trabalhistas e fiscais;
• Obrigações com os sócios (na forma de dividendos, por exemplo),
provisões, entre outras obrigações.

Passivo Não Circulante


Apresenta as obrigações que tiverem vencimento após o término do exercício
seguinte, lembrando que vale a definição de ciclo operacional disposta na lei
6.404/76.
Exemplo: duplicatas a pagar de longo prazo, empréstimos.

Patrimônio Líquido
Conhecido como Riqueza Líquida ou Capital Próprio, é o grupo que corresponde
efetivamente aos recursos originários dos sócios, assim como se refere aos
aumentos e diminuições (na forma de lucros ou prejuízos) alcançados pela
empresa no decorrer de sua atividade.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11


Mudanças no Balanço Patrimonial
Agora, é importante que você entenda algumas mudanças que ocorreram no
balanço e que impactam nos conceitos, assim como nas análises que serão
efetuadas posteriormente.

Apresentação de grupos
O Balanço, até o ano de 2007, apresentava alguns grupos como:
• Diferido;
• Resultados de Exercícios Futuros;
• Conta Lucros Acumulados ainda fazia parte do Patrimônio Líquido.

No entanto, algumas mudanças aconteceram não só com essa demonstração,


mas com a contabilidade como um todo.

Promulgação da Lei nº 11.638


Segundo Assaf Neto e Lima (2014), em 2007, houve a promulgação da Lei nº
11.638, que teve como principal objetivo adequar os padrões contábeis
conhecidos e seguidos no Brasil aos padrões internacionais, para fornecer
informações financeiras mais detalhadas e principalmente, mais transparentes
aos investidores de mercado.
A harmonização contábil foi bastante importante, pois permitiu que os balanços
se adequassem aos padrões internacionais, o que levou a uma maior facilidade
de avaliação dessas demonstrações em um conceito internacional, facilitando, o
acesso de empresas brasileiras ao mercado externo.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12


Dessa forma, os custos de captação foram reduzidos, pois esse dinheiro era mais
barato que aquele proveniente de empréstimos captados dentro do país. Assim,
buscou-se deixar a contabilidade brasileira mais próxima do mercado,
principalmente do internacional.

Padronização das demonstrações financeiras


Balanços de companhias brasileiras devem seguir padrões internacionais, que são
mais próximos do padrão seguido na Europa, conhecidos pela sigla IFRS
(Internacional Financial Reporting Standards) ou Padrões Internacionais de
Relatórios Financeiros. Essas normas são formadas por um conjunto de princípios
adotados pela comunidade europeia em 2005, e posteriormente por outros
países, para padronizar as demonstrações financeiras (ASSAF NETO; LIMA,
2014).

Substituição da DOAR
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) foi substituída
pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), que demonstra, de uma melhor
forma, os fluxos de dinheiro na empresa (ASSAF NETO; LIMA, 2014).

Elaboração e a apresentação da DVA


Foi instituída a elaboração e a apresentação da Demonstração do Valor
Adicionado (DVA), que detalha como a riqueza da entidade é gerada e distribuída
(ASSAF NETO; LIMA, 2014).

Atenção
Diante das mudanças que acabamos de ver, foi possível
compreender o balanço patrimonial e sua configuração, bem como
a questão das mudanças tanto nessa demonstração quanto na
contabilidade como um todo, em virtude das atualizações

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13


societárias feitas por causa da internacionalização da
contabilidade.

Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA


Você viu anteriormente que não existe mais a conta de Lucros Acumulados dentro
do Patrimônio Líquido, e que isso foi uma mudança que ocorreu na
internacionalização da contabilidade.
Nesse contexto, outra demonstração importante a ser conhecida é a
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). Vejamos o
esquema a seguir, a fim de entendermos melhor o funcionamento dessa
demonstração:

DMPL
A DMPL não é exigida no aspecto societário (o que aparece é a DLPA), mas é
uma demonstração mais abrangente e que fornece mais informações para a
análise da empresa em geral, ao apresentar toda a movimentação do Patrimônio
Líquido, e não só a distribuição do lucro que ocorre na DLPA.

Complementação das informações fornecidas pelo Balanço Patrimonial


e pela Demonstração do Resultado do Exercício
A DMPL contém, em uma de suas colunas, a DLPA, e é importante para o
processo decisório, pois complementa as informações fornecidas pelo Balanço
Patrimonial e pela Demonstração do Resultado do Exercício.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14


Integração da DLPA à DMPL
Vamos, então, detalhar como funciona a integração da DLPA à DMPL para que
você entenda como esse conceito é utilizado na análise da empresa. A estrutura
básica da DLPA é a seguinte:

(=) Saldo Inicial de Lucros Acumulados


(+-) Ajustes de exercícios anteriores
(+-) Efeitos de mudanças de critérios contábeis
(+-) Retificação de erro de exercícios anteriores
(-) Parcela do lucro incorporada ao Capital Social
(+) Reversão de reservas
(+) Lucro Líquido do Exercício
(=) Saldo disponível para a administração
(-) Reserva Legal
(-) Reserva Estatutária
(-) Reserva para Contingências
(-) Reserva de Lucros para Expansão
(-) Reserva para Lucros a Realizar
(-) Dividendos a Distribuir
(=) Saldo final de Lucros Acumulados

Você compreendeu a importância dessa demonstração dentro da contabilidade,


principalmente depois das alterações na legislação societária com a necessidade
de distribuição do lucro do período?

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL


A DLPA, que faz parte da DMPL, liga justamente a Demonstração do Resultado
do Exercício ao Balanço, uma vez que o lucro apresentado na DRE deve ser
distribuído de acordo com as contas da DLPA, lembrando que estas podem variar
de empresa para empresa. Veja, a seguir, um modelo de DMPL:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15


Note que a coluna da DLPA (Lucros/Prejuízos acumulados) foi destacada.
Ela é importante quando utilizada em análises, pois permite a observação das
modificações ocorridas no Patrimônio Líquido, que é o grupo que representa o
capital próprio, ou seja, os sócios ou acionistas.

Atenção
A DMPL não é obrigatória de acordo com o aspecto societário (Lei
nº 6.404/76), entretanto é exigida pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), que regulamenta o mercado de ações
(sociedades anônimas de capital aberto) e também faz parte das
demonstrações exigidas pela Comissão de Pronunciamentos
Contábeis (CPC).

Demonstração do Resultado do Exercício – DRE


Até aqui, tratamos e compreendemos os seguintes conceitos:

Balanço Patrimonial

Demonstra a situação financeira das empresas.

DLPA

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16


Apresenta a ligação entre o Balanço e a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE).

Atente para esta expressão em destaque. Você sabe o que ela significa? A seguir,
definiremos essa demonstração e trataremos de sua importância para a Análise
das Demonstrações.

A DRE apresenta a seguinte estrutura:

Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta


(-) Deduções da Receita Bruta
(=) Receita Líquida de vendas ou receita operacional líquida
(-) Custo das Mercadorias Vendidas/ Produtos Vendidos/ Serviços Prestados
(=) Resultado Operacional Bruto
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas gerais e administrativas
(-) Outras despesas operacionais
(+) Outras receitas operacionais
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas Financeiras
(=) Resultado Operacional Líquido
(+) Outras Receitas
(-) Outras Despesas
(=) Resultado antes dos tributos
(-) CSLL
(-) IRPJ
(=) Resultado do exercício após CSLL/IRPJ
(-) Participações societárias sobre o Lucro
(=) Resultado Líquido do Exercício
(=) Lucro/Prejuízo por ação

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17


A DRE apresenta então, o confronto das Receitas, Custos e Despesas e evidencia
o resultado do período, que pode ser representado por lucro e prejuízo.

Diferença entre Balanço Patrimonial e DRE


Você sabe quais são as diferenças entre a DRE e o Balanço Patrimonial?

O entendimento dessas duas demonstrações se faz muito importante para o início


da análise das demonstrações uma vez que é preciso compreender que o
resultado econômico nem sempre se reflete em financeiro, o que será melhor
entendido na Demonstração de Fluxo de Caixa.
Estudemos, a seguir, essa demonstração.

Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC


A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória com a Lei nº
11.638/7 para as sociedades anônimas de capital aberto e para aquelas com
Patrimônio Líquido superior a 2 milhões de reais na data de encerramento do
balanço.
De forma resumida, mostra os pagamentos e recebimentos que passaram por
caixa e equivalentes de caixa (engloba também o conceito de bancos e aplicações
de liquidez de curto prazo).
Divide-se nos seguintes grupos que permite entender todas as atividades da
empresa:

Fluxo de caixa das operações


Relaciona-se tanto com a produção quanto com a entrega de bens e serviços,
sendo que as entradas de recursos são representadas por recebimento na venda
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18
de bens e serviços e as saídas estão relacionadas aos pagamentos de
fornecedores, salários, impostos, e outras contas que sejam necessárias para a
atividade operacional da empresa.

Fluxo de caixa das atividades de financiamento


Atividades ligadas a empréstimos e financiamentos. Incluem recebimentos de
empréstimos e demais entradas de recursos financeiros e as saídas são
caracterizadas por pagamentos de dividendos.

Fluxo de caixa das atividades de investimento


Representado pelas atividades de investimentos relacionados aos aumentos ou
diminuições de ativos utilizados na produção de bens e serviços.

A DFC pode ser elaborada tanto pelo método direto, que parte da movimentação
direta de caixa e equivalentes de caixa, demonstrando os itens que entraram e
saíram dessas contas, quanto pelo método indireto, a partir do resultado.

Demonstração do Valor Adicionado – DVA


A Demonstração do Valor Adicionado passou a ser exigida para as sociedades
anônimas de capital aberto. Essa demonstração informa o valor da riqueza
gerada pela empresa e como é distribuída entre os entes.
A DVA parte da DRE e uma se diferencia da outra no sentido de sua apresentação.
Vejamos:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19


Aprenda Mais
Para saber mais sobre contabilidade, clique nos links a seguir:

• Objetivo da
contabilidade: http://www.youtube.com/watch?v=dP-
f6jXH6rk&list=TLlJrpVCzaWhrvNTuAA8pykgcm9rDB-ZiO;

• Demonstrações contábeis:
http://www.youtube.com/watch?v=M4-QHz-66Aw;

• Portal de
contabilidade: http://www.portaldecontabilidade.com.br/temat
icas/demonstracoescontabeis.htm.

Referências
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por
ações. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm.
Acesso em: 28 ago. 2014.

______. Lei 11.638, de 28 de Dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da


Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei 6.385, de 7 de dezembro de
1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração
e divulgação de demonstrações financeiras. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 28 ago. 2014.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20


_______. Lei 11.941, de 27 de maio de 2009. Disponível
em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 28 ago. 2014.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21


Exercícios de fixação
Questão 1

De acordo com a legislação fiscal vigente qual é o conjunto de demonstrações


contábeis que deverão ser elaboradas e apresentadas?

a) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL, DFC e DVA.

b) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL e DLPA, DFC e DVA.

c) Balanço Patrimonial, DRE, DLPA, DFC e DVA.

d) Balanço Patrimonial, DRE, DMPL, DOAR e DVA.

e) Balanço Patrimonial, DR, DLPA, DFC e DVA.

Questão 2

O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações exigidas na legislação societária


e possui papel fundamental dentro da contabilidade. Que tipo de informação
pode ser obtido com sua análise?

a) Econômica e financeira.

b) Financeira e econômica.

c) Patrimonial e econômica.

d) Tributária e econômica.

e) Financeira e patrimonial.

Questão 3

As contas contábeis estão dispostas no Balanço para o melhor entendimento das


origens e aplicações dos recursos. Quanto ao grau de liquidez do Ativo e
exigibilidade do Passivo como estão classificados os elementos no Balanço
Patrimonial?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22


a) Liquidez decrescente e exigibilidade decrescente.

b) Realização decrescente e exigibilidade decrescente.

c) Liquidez crescente e exigibilidade crescente.

d) Liquidez decrescente e realização decrescente.

e) Realização crescente e liquidez crescente.

Questão 4

O entendimento do ciclo operacional é extremamente importante para a Análise


das Demonstrações Contábeis. Que tipo de influência esse tipo de análise tem
nas demonstrações contábeis?

a) Na definição de Circulante e Não Circulante.

b) Na definição dos grupos patrimoniais.

c) Na definição das contas contábeis.

d) Na definição da atividade da empresa.

e) Na definição das técnicas de análise.

Questão 5

Qual importante demonstração, do ponto de vista societário e que também é


utilizada na Análise das Demonstrações Financeiras, passou a ser exigida no lugar
da DOAR de acordo com as alterações da lei 6.404/76?

a) DVA

b) DFC

c) DRE

d) DRA

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23


e) DMPL

Questão 6

As demonstrações contábeis possuem diferentes tipos de informações que são


utilizadas por diferentes tipos de usuários. No atual contexto, que demonstração
assumiu uma nova responsabilidade e faz a ponte entre a Demonstração do
Resultado de Exercícios e o Balanço Patrimonial, mais especificamente falando
do grupo do Patrimônio Líquido?

a) DMPL

b) DLPA

c) DFC

d) DRE

e) DVA

Questão 7

Analisando o tipo de informação evidenciada no Balanço Patrimonial e


comparando com as informações obtidas na Demonstração do Resultado do
Exercício como a informação fornecida pela DRE pode ser conceituada?

a) Informação dinâmica e econômica.

b) Informação estática e econômica.

c) Informação estática e financeira.

d) Informação dinâmica e financeira.

e) Informação dinâmica e patrimonial.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24


Questão 8

A diferença entre a informação financeira e a econômica pode ser entendida por


uma demonstração contábil em particular. Qual é essa demonstração?

a) BP

b) DRE

c) DMLP

d) DLPA

e) DFC

Questão 9

Na Demonstração de Fluxos de Caixa encontramos três grupos que irão


representar as atividades da empresa. O aporte de Capital Social, ou seja,
aumento do mesmo com integralização por parte dos sócios pode ser
caracterizado em qual grupo da DFC?

a) Operacional

b) Financiamento

c) Patrimoniais

d) Investimentos

e) Financeiros

Questão 10

Outra demonstração que passou a ser exigida com as modificações da Legislação


Societária é a Demonstração de Valor Adicionado. Qual o tipo de informação
gerada pela empresa consta nessa demonstração?

a) Resultado Econômico.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 25
b) Resultado Financeiro.

c) Riqueza gerada e distribuída.

d) Fluxos de Caixa.

e) Informações financeiras e patrimoniais.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 26


Notas
CPC: Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Para mais informações sobre
CPC, acesse: http://www.cpc.org.br/cpc.

CVM: Comissão de Valores Mobiliários


Responsável por normatizar e assegurar o bom funcionamento do mercado de
bolsa e de balcão brasileiro. Para mais informações sobre a CVM,
acesse: http://www.cvm.gov.br/acessoainformacao/.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 27


Chaves de resposta
Aula 1
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Justificativa: De acordo com a lei 6.404/76 e posteriores alterações o conjunto
de demonstrações obrigatórias é composto por Balanço Patrimonial, DRE, DLPA,
DFC e DVA, lembrando que é DLPA e não DMPL.

Questão 2 - E
Justificativa: O Balanço Patrimonial fornece informações financeiras e
patrimoniais, ou seja, relativas a valores e composição do patrimônio.

Questão 3 - A
Justificativa: O Ativo possui liquidez decrescente, ou seja, é apresentado de
acordo com as contas que possuem maior liquidez no início e menor em seu final;
já o passivo possui a exigibilidade decrescente, uma vez que as contas do Passivo
Circulante são aquelas que possuem o menor prazo de pagamento.

Questão 4 - A
Justificativa: A definição de Circulante e Não Circulante tanto para Ativo quanto
para Passivo tem como base o ciclo operacional da empresa.

Questão 5 - B
Justificativa: A DFC passou a ser exigida para as companhias de capital aberto e
para aquelas com patrimônio líquido superior a dois milhões na data do
encerramento do balanço.

Questão 6 - B
Justificativa: Com as mudanças na lei 6.404/76, a figura do lucro acumulado não
existe mais e assim houve a obrigatoriedade de distribuição desses valores na

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 28


DLPA que irá ligar o lucro do exercício apurado na DRE com os valores constantes,
geralmente em reservas, no Balanço Patrimonial.

Questão 7 - A
Justificativa: A DRE, diferentemente do Balanço Patrimonial, fornece informação
dinâmica e econômica, ou seja, relativa à formação do resultado, que pode ser
lucro ou prejuízo.

Questão 8 - E
Justificativa: A DFC é utilizada para explicar, por exemplo, porque as receitas
(resultado econômico) não necessariamente se refletem em resultado financeiro
(caixa), pois muitas vezes as receitas se convertem em Clientes, ou seja, ainda
não foram recebidas.

Questão 9 - B
Justificativa: De acordo com a organização e o raciocínio da DFC, o Capital Social
é considerado uma atividade de financiamento.

Questão 10 - C
Justificativa: A DVA informa a riqueza gerada e distribuída na entidade durante
determinado período de tempo, e tem como base a DRE.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 29


Análise das demonstrações contábeis e
financeiras - Apostila

Aula 2: Análise das demonstrações cont. fin.


Introdução
Você conheceu os conceitos relativos às demonstrações contábeis e, agora,
definiremos o que é a análise das demonstrações, que é um importante ramo
das finanças e muito utilizado para a tomada de decisões.
Você compreenderá a informação fornecida pelas análises, que pode ser relativa
às situações econômica e financeira, em relação ao desempenho e às tendências
da empresa, pode evidenciar erros e acertos da administração e outros aspectos
utilizados no processo de gestão.
Em seguida, você conhecerá a origem da necessidade da análise baseada nas
necessidades dos emprestadores de dinheiro e sua crescente preocupação com
a liquidez das empresas devedoras. Dessa maneira, identificará os usuários das
análises e o tipo de informação que cada um necessita.

Objetivo:
1. Esclarecer o que é a análise das demonstrações financeiras;
2. Descrever as principais técnicas e usuários da análise das demonstrações
financeiras.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2


Conteúdo

Demonstrações Financeiras
Você estudou as primeiras demonstrações e as informações fornecidas para a
Análise das Demonstrações Contábeis. Nesta aula, usaremos Análise das
Demonstrações Financeiras, mas é comum a utilização das expressões Análise de
Demonstrações Contábeis ou Análise de Balanço, para o mesmo tipo de
informação.
Vejamos o que três renomados autores têm a dizer a respeito dessa Análise:

Dante C. Matarazzo
Para Matarazzo (2010), a Análise das Demonstrações tem como principal objetivo
extrair informações das demonstrações para a tomada de decisões.

Alexandre Neto e Fabiano Lima


Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a Análise das Demonstrações financeiras
é um dos estudos mais importantes do ramo de Finanças Corporativas e desperta
um enorme interesse tanto para os administradores internos da empresa quanto
para os diversos segmentos de analistas externos.

Usuários da informação contábil


Diante do posicionamento de Assaf Neto e Lima, visto anteriormente, você deve
estar se perguntando o porquê do interesse tanto dos administradores internos
da empresa quanto dos diversos segmentos de analistas externos na Análise das
Demonstrações Contábeis.
Vamos entender a utilização dessa análise para cada público?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3


Administradores internos
Para esse público, a análise servirá para avaliar o desempenho geral da empresa,
ou seja, será possível visualizar os reflexos tanto do passado quanto no presente
e no futuro das decisões financeiras tomadas.

Analista externo
Para o analista externo, a informação apresentará objetivos mais específicos em
relação à avaliação do desempenho da empresa e irá variar de acordo com as
necessidades do analista. No entanto, Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a
análise pode ficar comprometida pela falta de informações relevantes, que só
podem ser conseguidas com o acesso de dados internos na empresa.
Exemplo: Se o analista externo for um credor, seu interesse será a liquidez e
capacidade de pagamento da empresa. Se o analista for um investidor, seu
interesse será o Retorno sobre Investimento (ROI) e a criação de valor da
empresa.

Para o analista externo, a informação apresentará objetivos mais específicos em


relação à avaliação do desempenho da empresa e irá variar de acordo com as
necessidades do analista. No entanto, Assaf Neto e Lima (2014) afirmam que a
análise pode ficar comprometida pela falta de informações relevantes, que só
podem ser conseguidas com o acesso de dados internos na empresa.
Exemplo: Se o analista externo for um credor, seu interesse será a liquidez e
capacidade de pagamento da empresa. Se o analista for um investidor, seu
interesse será o Retorno sobre Investimento (ROI) e a criação de valor da
empresa.

Análise das Demonstrações Financeiras


As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre as empresas,
que são apresentados de acordo com as regras e a legislação societária. A análise
das demonstrações é que transformará esses dados em informações pertinentes
aos usuários a que se destinam.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4


Para que seja possível entender melhor essa distinção entre os termos e
compreender o efeito dentro da análise das demonstrações financeiras é só
pensarmos no Balanço Patrimonial...

Ao observarmos o Passivo é possível ver que uma empresa tem um determinado


valor de dívidas, o que representa um dado.

A conclusão de que essas dívidas são altas demais e que a empresa pode ter
algum tipo de dificuldade para pagá-las é considerado uma informação.

Atenção
Matarazzo (2010) define os dados como números, descrições
de objetos ou eventos que, de forma isolada, não oferecem
nenhuma reação ao leitor. No entanto, as informações
representam, para aqueles que a recebem, uma comunicação que
pode produzir algum tipo de reação ou decisão.

Fornecimento de informações
Diante do que vimos até aqui, entendemos que a análise é caracterizada pelo
fornecimento de informações e pode ser entendida pelo esquema a seguir:

Com essa sequência, é possível compreender que os fatos ou eventos


econômicos e financeiros ocorrem, são reconhecidos e registrados dentro do
processo contábil.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5


A partir deste momento, são apresentadas as demonstrações financeiras, que de
forma isolada acabam por fornecer somente dados e mediante à utilização de
técnicas de análise de balanços irão ser transformadas em informações
financeiras úteis para a tomada de decisões.

Dados versus informações


É importante compreender a diferença entre a contabilidade que apenas fornece
dados e a análise das demonstrações, responsável pelo fornecimento de
informações.
O contador dará atenção aos registros das operações, ou seja, tudo o que tiver
impacto no patrimônio no patrimônio de uma determinada empresa. Vejamos um
exemplo na aquisição de uma nova máquina:

Primeiramente, o contador faz o registro da compra no imobilizado.

Em seguida, o analista das demonstrações financeiras dará atenção ao impacto


dessa compra no Ativo Não Circulante da empresa, ao desembolso de capital, se
houve captação de recursos por empréstimos e se a empresa terá ou não
capacidade de pagar a dívida contraída.

Por fim, o analista verificará se a máquina está dando o retorno adequado, entre
outros aspectos.

Segundo Matarazzo (2010), o produto gerado pela análise das demonstrações


financeiras é um relatório escrito, com a utilização de gráficos que auxiliem o
entendimento de conclusões mais complexas.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6


Relatórios
Ao contrário das demonstrações financeiras (que são baseadas em leis, normas
e princípios) os relatórios devem ter uma linguagem mais simplificada, como se
fossem elaborados para leigos, mesmo que não sejam esses os usuários.
Isso proporcionará aos gerentes da empresa, gerentes de banco ou gerentes de
crédito que têm familiaridade com os relatórios, maior possibilidade de
compreender todos os termos utilizados.

Matarazzo (2010) apresenta as informações que devem constar nosrelatórios:


• Situação financeira;
• Situação econômica;
• Desempenho;
• Eficiência na utilização dos recursos;
• Pontos fortes e fracos da empresa;
• Tendências e perspectivas da empresa;
• Quadro evolutivo da empresa, das demonstrações;
• Adequação das fontes às aplicações de recursos;
• Causas de possíveis alterações na situação financeira e econômica;
• Evidências de erros da administração;
• Providências que deveriam ser tomadas e não foram;
• Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras.

Exemplos de relatórios:
Vejamos, a seguir, dois exemplos de relatórios – um que apresenta somente
dados comparado a outro que apresenta informações úteis para a tomada de
decisão:

Dado Informação

O índice de endividamento é de O grau de endividamento da


220%; isto significa que para cada empresa encontra-se em nível
R$100,00 de capital próprio existem razoável, vem crescendo de maneira
R$220,00 de terceiros. indesejável, pois há dois anos era
considerado bom.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7


Esse índice mostra um aumento de A composição do endividamento
10% em relação ao anterior, que já demonstra um perfil de dívida
tinha crescido em 1%. insatisfatório devido à excessiva
participação das obrigações de curto
Os recursos de terceiros são, prazo.
predominantemente, de curto prazo
(85%). Já a liquidez da empresa pode ser
considerada boa.
Os índices de liquidez encontrados
foram respectivamente:
• liquidez geral – 1,25;
• liquidez corrente – 1,40;
• liquidez seca – 1,01.

Isso mostra que a empresa possui


mais valores realizáveis que dívidas de
curto prazo.
Dados versus informação
Fonte: Adaptado de Matarazzo (2010)

Nesse sentido, podemos compreender que, na primeira parte do quadro, foram


apresentados somente dados encontrados em demonstrações financeiras, o
que, para muitos leitores não serve de nada.

Na segunda parte do quadro, na apresentação de um relatório, estão


disponibilizadas as informações que podem ser usadas no processo decisório e
são entendidas por uma vasta gama de interessados.

Processo de análise das demonstrações


Você sabe como ocorre o processo de análise das demonstrações? Vejamos a
figura a seguir, a fim de entendê-lo melhor:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8


Observando a figura, percebemos que a análise das demonstrações financeiras
é realizada a partir de um esquema organizado, a fim de:
• Extrair os índices das demonstrações financeiras;
• Comparar os índices com padrões já estabelecidos;
• Ponderar as diferentes informações e chegar a um diagnóstico ou
conclusões;
• Tomar as decisões necessárias.

É preciso tomar cuidado se a sequência não for obedecida, pois poderá


comprometer a análise das demonstrações. Isso poderá ocorrer por falta de
padrões, por não saber construí-los ou interpretá-los.

Vejamos uma analogia com outra situação para que você possa compreender
esse processo. Nosso exemplo será de uma consulta médica:

No caso de realização de exames preliminares, o médico irá tirar a temperatura,


pressão, entre outros indicadores.

Posteriormente, o médico irá comparar cada resultado com um indicador próprio


já estabelecido e depois observará todos os indicadores em conjunto.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9


Por fim, o médico irá elaborar as conclusões, que serão transmitidas ou não aos
pacientes, tomar uma decisão, que pode ser internar o paciente, encaminhá-lo a
outro médico ou receitar algum tipo de medicamento.

Surgimento da utilização de técnicas de análise


Matarazzo (2010) afirma que a análise das demonstrações financeiras surgiu no
século XIX, quando os banqueiros americanos passaram a solicitar balanços às
empresas tomadoras de empréstimos. O setor bancário sempre foi e continua
sendo o principal usuário. Vejamos como ocorreu essa evolução de 1895 até
1915:

1895
Em 9 de fevereiro, o Conselho Executivo da Associação dos bancos no Estado de
Nova York recomendou a todos os membros que solicitassem aos contratantes
de empréstimos declarações escritas e assinadas de seus ativos e passivos.

1900
A mesma associação divulgou um formulário para pedido de empréstimo que
continha um espaço para o Balanço. Dessa forma, com o passar dos anos, foi se
desenvolvendo a noção de comparação de diversos itens, e a mais comum da
época era a comparação entre o Ativo e o Passivo Circulante.

1913
Outros índices passaram a ser utilizados, como os depósitos bancários
comparados com o exigível, o percentual de contas a receber em relação a outros
itens do Ativo, assim como a comparação dos estoques com as vendas atuais.

1915
O Federal Reserve Board (FED), o Banco Central dos Estados Unidos, passou a
exigir o Balanço das empresas para redesconto de títulos, prática que ficou
consolidada como base para a concessão de crédito.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10


Agora, vejamos o que ocorreu na mesma evolução, vista anteriormente, entre os
períodos de 1918 e 1930:

1918
O FED criou um livreto que incluía formulários padronizados tanto para o Balanço
Patrimonial quando para a Demonstração de Lucros e Perdas, além de um esboço
de procedimentos de auditoria e princípios para a preparação das demonstrações
em geral.

1919
Alexander Wall, que foi considerado o pai da análise das demonstrações, afirmou
que havia a necessidade de comparar mais do que Ativo Circulante e Passivo
Circulante, sendo posteriormente desenvolvidas outras fórmulas utilizadas para
a avaliação de empresas.

1925
Stephen Gilman criou a Análise Horizontal que era uma crítica à análise feita
apenas por índices. Sugeria que era necessária a construção de índices
encadeados que indicassem as variações ocorridas nas principais contas em
relação ao ano-base.

1930
Essa década foi marcada pelo surgimento, dentro da empresa Du Pont, de um
modelo de análise de rentabilidade que envolvia a taxa de retorno, as taxas de
margem de lucro e giro dos negócios, conhecida como Return on Investment
(ROI).

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11


Diagnóstico atual e previsão de tendências futuras
Para Assaf e Lima (2014), atualmente, pode-se compreender a análise das
demonstrações como o estudo do desempenho econômico financeiro de uma
empresa em determinado período passado, para diagnosticar sua posição atual
e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras.
Assim como ocorreu na evolução dos índices, é preciso compreendermos dois
importantes fatores:

O uso de um índice apenas, de forma isolada de outros que podem ilustrar ou


explicar o seu comportamento, não irá fornecer informações suficientes para o
processo de tomada de decisão.

Mesmo utilizando diversos índices, em muitos casos, é preciso compará-los com


a situação setorial, ou seja, o mercado em que a empresa atua e também fazer
uma comparação temporal, entendendo como o passar do tempo influencia a
economia, o setor, e a empresa em questão.

Agora, vamos compreender, de forma introdutória, alguns tipos de análise que


são utilizadas dentro da técnica de análise das demonstrações financeiras.

Análises Horizontal e Vertical


Assaf Neto (2012) afirma que as duas principais características de análise de uma
empresa são baseadas na comparação dos valores obtidos em determinado
período com aqueles levantados em períodos anteriores, assim como a relação
desses valores com outros valores afins. Dessa forma, o critério básico utilizado
na análise das demonstrações financeiras é a comparação.
Você estudou que o montante de uma conta ou de um grupo patrimonial,
isoladamente, não irá retratar a importância do valor apresentado e muito menos
o seu comportamento em longo prazo. Veja um exemplo:

Imagine os custos de uma empresa...


ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12
Se pensarmos nesse valor de forma isolada, é difícil afirmar se o montante é
representativo.

No entanto, se compararmos esse valor com o valor das vendas ou com valores
de períodos passados, é possível compreender sua importância.

Melhores resultados das análises


Segundo Assaf Neto e Lima (2014), as análises horizontal e vertical apresentam
melhores resultados quando:

São obtidas de uma mesma demonstração financeira, como relacionar o lucro


com investimentos, custo de capital, custos com vendas, capital de giro com ativo
total, ou seja, quando existe uma relação direta entre as comparações e elas são
obtidas dentro da mesma demonstração, o que permite entender melhor a
relação dos valores apresentados;

For observada a evolução dos montantes patrimoniais e de resultados ao longo


do tempo, como: crescimento de vendas e de lucros, evolução do patrimônio
líquido, entre outros. Isso irá permitir que seja entendido o passado e possibilitará
a determinação de tendências futuras do comportamento econômico-financeiro
das empresas.

Nesse sentido, a análise vertical e a análise horizontal são importantes


ferramentas que, partindo de comparações, possibilitam o entendimento da
empresa por meio da análise de tendências.

Análise do ROI (Retorno Operacional dos Investimentos)


Desenvolvido há mais de 50 anos, esse instrumento ainda possui grande utilidade
nos dias de hoje.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13


O ROI permite uma ampla decomposição dos elementos que influenciam na
determinação de taxas de rentabilidade de uma empresa e irá explicar quais os
fatores que levam ao aumento ou à queda da rentabilidade. Este índice propiciará
ainda a identificação de alternativas para modificações da rentabilidade quando
esta for objeto do estudo.
Matarazzo (2010) afirma que esse tipo de análise pode ser utilizado em
combinação à análise do custo/volume/lucro e, também, à análise da Curva de
Demanda de uma empresa, ou seja, percebemos, claramente, a importância da
combinação de um ou mais índices para uma visão real da empresa.

Análises por índices, do capital de giro e outros tipos de análise


Vejamos, a seguir, a definição de outras importantes análises das demonstrações
financeiras:

Análise por índices

Essa análise é a relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações


financeiras e que visam evidenciar determinados aspectos da situação de uma
empresa.

Análise do capital de giro

Análise representada pelo cálculo dos índices de rotação ou prazos médios


(recebimento, pagamento e estocagem). Com a utilização desses índices é
possível construir um modelo de análise de investimentos e financiamento de
capital de giro.
De acordo com Matarazzo (2010), esse tipo de análise é muito importante para
a tomada de decisão gerencial, bem como para a avaliação da capacidade de
administração do capital de giro da empresa.

Outros tipos de análise

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14


Esses tipos são outras análises envolvendo a alavancagem financeira, a
alavancagem operacional, assim como a análise de fluxo de caixa podem ser
utilizadas. No entanto, o conhecimento e o entendimento do conjunto das
análises são importantes para o correto processo de tomada de decisões.

Usos e usuários
Você sabe por que a análise das demonstrações financeiras é tão importante e
para quem é necessária?
A análise das demonstrações financeiras permite compreender como o aumento
de vendas pode afetar a situação financeira da empresa e se a obtenção de
financiamentos será benéfica para a empresa. Dessa forma, a análise das
demonstrações financeiras se torna interessante não só para a empresa, mas
também para aqueles que vão se relacionar com ela, estando cada usuário
interessado em um aspecto em particular.
Vejamos alguns dos usuários e seus interesses:

Bancos comerciais
Concedem créditos de curto prazo as empresas. Nesse sentido, observam a
situação atual do cliente, visando, também, entender sua situação futura.

Bancos de investimentos
Responsáveis por fornecer financiamentos de longo prazo, precisam se preocupar
com a situação futura em longo prazo dos clientes.

Concorrentes
Analisam a situação da empresa, pois o conhecimento profundo da situação dos
concorrentes pode ser um fato de sucesso ou fracasso no mercado.

Dirigentes

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15


Utilizam a análise das demonstrações para complementar o processo de tomada
de decisões, utilizada como auxiliar na formulação de estratégia da empresa.

Além dos que vimos anteriormente, existem outros interessados também, como
clientes, governo, corretoras de valor, investidores. Cada um desses está
interessado em um diferente aspecto e a análise poderá fornecer informações
úteis para esses usuários.
Você aprendeu alguns aspectos inicias da análise das demonstrações, que tipo
de informações elas podem apresentar e quais são os principais usuários.
Agora vamos fazer uma atividade!

Atividade proposta
O proprietário de uma empresa solicitou que você, atuando como controller,
explicasse certos aspectos referentes à situação da empresa e que poderão ser
utilizados na análise das demonstrações financeiras. Ele demonstrou algumas
informações e pediu para que você apontasse de onde essas informações seriam
retiradas e solicitou uma breve análise sobre os aspectos que poderão ser
analisados em cada uma delas.
A seguir, um exemplo que pode ser utilizado nas outras questões a serem
preenchidas:

Questões a serem preenchidas:


Situação Financeira

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16


Fonte Análise

Balanço Patrimonial Análise da situação financeira,


liquidez, capacidade de pagamento.

Situação econômica

Fonte Análise

Desempenho

Fonte Análise

Pontos fortes e fracos da empresa

Fonte Análise

Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras

Fonte Análise

Chave de resposta:
Situação econômica

Fonte Análise

DRE Análise da situação econômica,


lucratividade, aumento de receitas.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17


Desempenho

Fonte Análise

DRE Comparação das Receitas versus


despesas.

Pontos fortes e fracos da empresa

Fonte Análise

Análise da concorrência Comparação dos números da


empresa com a concorrência,
aumento ou diminuição das compras.

Avaliação de alternativas econômico-financeira futuras

Fonte Análise

DRE, Balanço Possibilidade de empréstimos,


aumento da produção.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18


Aprenda Mais
Para saber mais sobre o que foi estudado nesta aula, acesse Análise de
Balanço em: http://www.youtube.com/watch?v=y5r8AUBIcZE.

Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico-
financeiro. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo:
Pearson Education, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial.
7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de
administração financeira. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2013.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19


Exercícios de fixação
Questão 1

A análise das demonstrações contábeis é uma técnica bastante importante


utilizada pelas empresas. Dentro desse contexto qual poderia ser considerado o
objetivo da análise das demonstrações financeiras?

a) Extrair informações das demonstrações para a tomada de decisão.

b) Extrair informações para a adequação das demonstrações.

c) Extrair informações para prestação de contas ao fisco.

d) Extrair informações para os usuários externos.

e) Extrair informações para verificação da fidedignidade das demonstrações


contábeis.

Questão 2

A análise das demonstrações contábeis pode ser utilizada, de certa forma, para
usuários internos e externos. Qual o interesse dos usuários internos e externos
respectivamente?

a) Aspectos tributários e gerenciais.

b) Aspectos societários e tributários.

c) Capacidade de pagamento e reflexo das decisões tomadas.

d) Desempenho geral e reflexo das decisões tomadas, liquidez e capacidade


de pagamento.

e) Informações obrigatórias relativas às demonstrações contábeis e aspectos


tributários.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20


Questão 3

Dentro do ambiente da análise das demonstrações contábeis é necessário definir


a diferença entre dado e informação. Como podem ser entendidas as
informações?

a) Somente números.

b) Simples descrições.

c) Eventos isolados que produzem reações.

d) Fatos econômicos ou financeiros para análise.

e) Comunicação que pode produzir algum tipo de reação ou decisão.

Questão 4

Observando-se o processo de tomada de decisão que envolve a análise das


demonstrações financeiras é preciso definir papéis. Pensando-se em um primeiro
momento no contador, qual seria sua função?

a) Extrair os dados das demonstrações e transformá-los em informações.

b) Registro das operações que impactam no patrimônio.

c) Realizar projeções.

d) Preparar as demonstrações para a análise.

e) Emitir relatórios que permitam a tomada de decisão.

Questão 5

Para o início do processo de análise das demonstrações financeiras é necessário


que sejam obedecidos certos passos. Das informações a seguir qual não é levada
em consideração nesse processo?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21


a) Comparam-se os índices com padrões já estabelecidos.

b) Verificam-se os aspectos tributários.

c) Tomam-se decisões.

d) Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou


conclusões.

e) Extraem-se os índices das demonstrações financeiras.

Questão 6

A análise das demonstrações contábeis possui uma função muito importante que
é apresentar informações elaboradas sobre a situação da empresa. Nesse
contexto, qual foi o motivo de criação e que até os dias atuais é o foco dessa
técnica?

a) Necessidade de comparação das empresas com seus concorrentes.

b) Apresentação das informações gerenciais para os usuários externos.

c) Facilitação do entendimento dos dados contábeis.

d) Cessão de crédito por instituições financeiras.

e) Exigência societária.

Questão 7

Após o desenvolvimento de algumas técnicas de análise surgiu a necessidade de


se entender as demonstrações como um todo. Que técnica foi sugerida para que
fossem entendidas as variações de um ano para o outro de forma encadeada?

a) Análise horizontal.

b) Análise vertical.

c) Análise de rentabilidade.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22
d) Análise de liquidez.

e) Análise de imobilização.

Questão 8

A utilização de índices pode fornecer importantes informações para o processo


de tomada de decisão, entretanto somente isso não é suficiente. Que outro
aspecto pode ser analisado como importante para esse processo?

a) Análise tributária.

b) Análise societária.

c) Análise setorial.

d) Análise de dados.

e) Análise de sistemas.

Questão 9

Qual técnica de análise das demonstrações financeiras se caracteriza pela relação


entre contas ou grupos visando evidenciar determinados aspectos da situação de
uma empresa?

a) Análise horizontal.

b) Análise vertical.

c) Análise por índices.

d) ROI.

e) Alavancagem financeira.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23


Questão 10

De forma genérica, a análise por índices relaciona contas e grupos visando


evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa.

a) Bancos de investimento.

b) Fornecedores.

c) Bancos comerciais.

d) Clientes.

e) Dirigentes.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24


Notas
Norma CPC 02: “Quando a entidade vende, desconta ou transfere um ativo
financeiro (venda ou desconto de carteira de recebíveis, por exemplo), só pode
baixá-lo se transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da
propriedade do ativo financeiro e se não mantiver envolvimento continuado
com ele. Caso contrário, a entidade deve manter os instrumentos financeiros
no ativo e tratar o valor recebido como empréstimo. A essência da transação
é que deve ser retratada contabilmente. Assim, as duplicatas descontadas
(parcela recebida do desconto) são agora classificadas como passivo, sendo
que a duplicata a receber continua a ser mantida no ativo até o seu efetivo
recebimento.”

Passivo Exigível em Longo Prazo: Assaf Neto (2012) destaca que utiliza o
termo Ativo Permanente para se referir a três contas: Investimentos,
Imobilizado e Intangível, ou seja, esse termo está ligado ao Ativo Não
Circulante, descontados os valores do Realizável em Longo Prazo.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 25


Chaves de resposta
Aula 2
Exercícios de fixação
Questão 1 - A
Justificativa: A análise das demonstrações contáveis irá extrair informações das
demonstrações para auxílio ao processo de tomada de decisão.

Questão 2 - D
Justificativa: Tanto o desempenho geral quanto o reflexo das decisões são
informações relativas aos usuários internos já a capacidade de liquidez pode ser
avaliada pelos usuários externos.

Questão 3 - E
Justificativa: Diferentemente dos dados que precisam ser interpretados, a
informação poderá produzir algum tipo de reação ou decisão nos tomadores de
decisão.

Questão 4 - B
Justificativa: Em um primeiro momento o contador tem de se preocupar com o
registro das operações que irão impactar o patrimônio.

Questão 5 - B
Justificativa: Os aspectos tributários inicialmente não fazem parte do processo de
análise das demonstrações financeiras.

Questão 6 - D
Justificativa: A primeira motivação de utilização da análise das demonstrações
contábeis é a cessão de crédito por instituições financeiras.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 26


Questão 7 - A
Justificativa: A análise horizontal surgiu como crítica às analises utilizadas até o
momento e serve para, de forma encadeada, analisar as principais
demonstrações ocorridas em relação a um ano base.

Questão 8 - C
Justificativa: A análise setorial é muito importante para que se possa conhecer o
ambiente em que a empresa atua e será combinado com seus índices.

Questão 9 - C
Justificativa: De forma genérica, a análise por índices relaciona contas e grupos
visando evidenciar determinados aspectos da situação de uma empresa.

Questão 10 - A
Justificativa: Os bancos de investimento por serem responsáveis por fornecer
financiamentos de longo prazo precisam se preocupar com a situação em longo
prazo das empresas.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 27


Análise das demonstrações contábeis e
financeiras - Apostila

Aula 3: Análise horizontal e vertical


Introdução
Nesta aula, você entenderá, de forma prática, quais os aspectos iniciais
necessários para a análise das demonstrações financeiras. Você será apresentado
ao Balanço Patrimonial e à Demonstração do Resultado do Exercício, duas das
demonstrações mais utilizadas nas técnicas de análise.
A Análise Horizontal será abordada de forma mais detalhada, juntamente com a
apresentação da técnica em um Balanço e em uma Demonstração do Resultado
do Exercício, para que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre a
técnica.
Por fim, a Análise Vertical também será apresentada baseada nessas duas
demonstrações para que você possa perceber a diferença entre esta técnica e a
Análise Horizontal, assim como a importância desses dados para o gestor.

Objetivo:
1. Discutir a preparação das demonstrações para a análise;
2. Esclarecer as técnicas de Análise Horizontal e Vertical.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2


Conteúdo

Iniciando as análises
Inicialmente, faremos alguns ajustes necessários e entenderemos alguns termos
utilizados no início das análises. Neste primeiro momento, vamos ver as análises
horizontal e vertical, mas para que isso ocorra é necessário observar o seguinte:

Simplificação
As demonstrações apresentadas estão simplificadas. No caso do Balanço e da
DRE, que estudaremos, muitas contas estão agrupadas, pois as duas
demonstrações são extensas e detalhadas. Dessa maneira, aparecem agrupadas
ou sob a denominação de “Outros” por não representarem, no caso do balanço,
valores, de forma isolada, importantes para a análise.

Comparabilidade
Essa é uma das características da contabilidade e na análise não é diferente. Uma
vez que é preciso que sejam comparados padrões, o Balanço deverá ser
apresentado com as mesmas contas e com diversos períodos.

Internacionalização
As Duplicatas Descontadas eram uma conta redutora do Ativo, entretanto, com
as mudanças ocorridas pela internacionalização da contabilidade, atualmente, a
conta de Duplicatas Descontadas faz parte do Passivo, de acordo com o
entendimento da Norma (CPC 02).

Nomenclatura
Alguns autores ainda utilizam tanto o termo Ativo Permanente quanto Passivo
Exigível em Longo Prazo, apesar da mudança de nomenclatura dos elementos
patrimoniais.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3


Familiaridade
O analista deve ter familiaridade com o assunto, ou seja, é necessário conhecer
a fundo os termos contábeis, assim como as mudanças na legislação e, se
possível, a empresa que será analisada, pois o analista poderá encontrar, de
forma fácil, erros e distorções, facilitando a análise dos dados.

Balanço Patrimonial
A seguir, analisaremos um exemplo de Balanço da Cia Ltda. Nele, encontraremos
as contas consideradas mais importantes do ponto de vista da análise.
Note que um aspecto importante é o surgimento dos termos que se referem às
partes financeira e operacional do Balanço! Vejamos:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4


Onde:

Outros
Contas referentes a outros valores e que não são essenciais nesse momento.

Financeiro
Engloba as disponibilidades e aplicações.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5


Operacional
Atribuído à operação da entidade.

Demonstração do Resultado do Exercício – DRE


A DRE apresenta somente as informações extremamente necessárias para
análise e, assim como o Balanço, apresenta os dados em três períodos diferentes
para que possam ser feitas comparações entre os anos, o que é um dos objetivos
da análise das demonstrações financeiras.
Vamos observar a DRE da mesma companhia no mesmo período que vimos
anteriormente para que possamos observar alguns detalhes:

Atenção
É preciso utilizar vários índices e outros tipos de análises,
combinados com conhecimentos relativos ao setor da empresa e
à economia em geral para que possamos ter uma análise real da
empresa.

Outros
As contas referentes a outros valores e que não são essenciais nesse momento,
estão denominadas por “outros”.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6
Financeiro
Engloba as disponibilidades e aplicações.

Operacional
Atribuído à operação da entidade.

Análise Horizontal
A Análise Horizontal é a comparação entre os valores de uma mesma conta ou
de um mesmo grupo de contas, em diferentes exercícios sociais.
Pode ser definido como um processo de análise temporal, desenvolvido por meio
de números-índices, sendo que seus cálculos são baseados conforme afirma
Assaf Neto (2012) no seguinte raciocínio:

Onde:

Número de índice
O número índice representa a relação existente entre o valor de uma conta
contábil ou um grupo de contas, e determinada data (V<sub>d</sub>) e o seu
valor obtido na data base (V<sub>b</sub>).

Vd
Representa o valor monetário identificado no exercício que se pretende
comparar, por meio da utilização de um índice.

Vb
Está relacionado com este mesmo índice, mas no exercício em que se efetua a
comparação, ou seja, este será o ano de comparação.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7
Atenção
De forma genérica, Assaf Neto (2012) sugere que a Análise
Horizontal permite as seguintes conclusões:
• Evolução dos Ativos (investimentos) e Passivos
(financiamento de curto prazo) – evidencia certa folga
financeira (liquidez corrente). Isso pode ser observado caso
os Ativos Circulantes tenham crescido de forma mais rápida
que os Passivos Circulantes. Poderá ocorrer um aperto na
situação da empresa caso tenha ocorrido o inverso;
• Evolução do Ativo permanente produtivo (o conceito de
permanente engloba todos os grupos menos o Realizável em
Longo Prazo);
• Evolução da estrutura de capital – a análise desse segmento
busca o conhecimento de como a empresa está financiando
seus investimentos em ativos, ou seja, se houve maior ou
menor preferência por empréstimos e financiamentos em
relação ao uso de capital próprio, se existe algum visível
desequilíbrio de capital.

Balanço Patrimonial com Análise Horizontal


Agora, vamos retomar o exemplo da Cia Ltda. e ver como ficou a análise de seu
Balanço Patrimonial já com a Análise Horizontal. Note que foram destacadas as
contas que mais sofreram variações percentuais.
O que podemos concluir com a Análise Horizontal dos três períodos apresentados
da Cia Ltda.?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8


No caso do Ativo, na conta de Investimentos, quando comparamos o ano de 2012
com 2011, observarmos que houve um aumento de 144,8%, a variação é o que
exceder os 100% inicias, que representam R$ 25.164,00.

Na Reserva de Lucro, com o mesmo raciocínio da conta de Investimentos, houve


um aumento de 112,6% quando comparamos o ano de 2012 com 2011.

Análise Horizontal da DRE


Assaf Neto (2012) cita que, referente à Análise Horizontal da DRE, procura-se
identificar, de forma prioritária, a evolução dos custos e despesas em relação ao
volume de vendas e seus reflexos em relação ao resultado do exercício.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9


No caso, por exemplo, de uma situação de crescimento proporcionalmente menor
do custo dos produtos vendidos em relação às receitas operacionais geradas,
podem ser extraídas as seguintes informações:

Nesse caso, não houve aumentos significativos, apenas aumento no lucro antes
do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

Em 2012, foi de 57,9% e em 2013, quando comparado a 2011, utilizado com


base fixa, foi de 66,89%.

Análise Vertical
Para o cálculo da Análise Vertical, utiliza-se o percentual de cada conta em
relação a um valor-base. No caso do Balanço, quando falamos do Ativo,
calculamos o percentual de cada conta contra o total do grupo.
Assaf Neto (2012) afirma que a Análise Vertical parte do princípio da disposição
dos valores absolutos em forma vertical, o que permite apurar a participação
relativa de cada item contábil, em cada grupo do Balanço ou na DRE, bem como
sua evolução com o tempo.

Análise Vertical no Balanço Patrimonial


Voltemos ao exemplo da Cia. Ltda.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10


Repare que foram realçados os valores referentes a clientes que têm se
destacado no Ativo, com uma participação média de 41%, o que representa
valores elevados de contas a receber.
Dessa maneira, é possível perceber a importância de cada conta dentro
de seu respectivo grupo.

Análise Vertical na DRE


No exemplo da Cia Ltda., observa-se que a conta que possui maior participação,
partindo-se da receita líquida como 100%, é a conta de CPV, com um valor
aproximado de 50% de participação.
Nesse caso, é interessante observar como estão os custos da empresa e porque
seu valor está tão alto. Vejamos:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11


Relação entre análises Vertical e Horizontal
Uma das principais recomendações é que as análises Vertical e Horizontal sejam
utilizadas em conjunto, uma vez que não devemos tirar conclusões isoladas da
Análise Horizontal, já que um item que pode ter uma grande variação de um ano
para outro pode não ser representativo dentro de um grupo ao qual pertence.
Matarazzo (2010) afirma que é desejável que as conclusões baseadas na Análise
Vertical sejam complementadas pela Análise Horizontal. No caso da DRE,
pequenos percentuais podem ser muito significativos.
Veja um exemplo:

Uma determinada despesa administrativa que representa, no primeiro ano, 12%


das vendas passa a representar 18%, depois de dois anos.

Essa variação pode não chamar a atenção do analista, entretanto, uma


combinação com a Análise Horizontal pode relevar que houve uma variação de
50% (além do crescimento com vendas).

Caso as vendas tenham tido um crescimento de 140% no período, as despesas


administrativas terão crescido 210%, assim, ao chamar a atenção do analista
para esse fato, a Análise Horizontal está cumprindo o seu papel.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12


Análise Vertical/Horizontal
Pelo fato de a relação entre as Análises Vertical e Horizontal ser fundamental
para melhor compreensão do Balanço, muitos autores chamam essas duas
técnicas por um só nome: Análise Vertical/Horizontal.
Dessa maneira, podemos resumir os objetivos da Análise Vertical/Horizontal:

Indicar a estrutura do Ativo e do Passivo


É importante também apontar as modificações da estrutura do Ativo e do Passivo.
Dessa maneira, pode-se conhecer o crescimento de:
• Totais do Ativo Permanente e Circulante, e de cada um de seus
componentes;
• Patrimônio Líquido e do Não Circulante, quando comparados com o
crescimento do Ativo Permanente;
• Ativo Circulante em comparação com o Passivo Circulante.

Analisar o desempenho da empresa


A Análise Vertical atingirá seu ponto máximo quando utilizada na análise da DRE.
É preciso que o valor das vendas seja igualado a 100 para que todos os demais
percentuais tenham seus valores calculados com a base 100.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13


Atividade proposta
Imagine que você está analisando a Demonstração do Resultado do Exercício da
Cia. ABC, tanto no que diz respeito à Análise Horizontal quanto à Análise Vertical
e recebeu os dados a seguir apresentados:

No entanto, além disso, você recebeu informações importantes de que o mercado


em que sua empresa atua está em crise, e seus concorrentes não estão vendendo
bem. Diante dessa informação, e com a utilização das técnicas citadas, aponte
alguns dados que podem revelar que sua empresa se encontra em boa situação.

Chave de resposta:
Aumento da receita – Aumento de 25% – Análise Horizontal (de 2011 para 2012).
Aumento da receita – Aumento de 41% – Análise Horizontal (de 2011 para 2013).
Praticamente houve a manutenção dos custos, em média 50%, observando a
Análise Vertical dos três anos.
Aumento do Lucro Líquido, de 6,5% em 2011 (Análise Vertical) para 7,9% em
2012.
Outros aspectos poderão ser apontados.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14


Aprenda Mais
Para saber mais sobre o que acabamos de estudar, acesse o vídeo Análise de
Balanço em http://www.youtube.com/watch?v=y5r8AUBIcZE

Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico-
financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São


Paulo: Atlas, 2014.

CPC 02. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 02 (R2). Efeitos das Mudanças nas
Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis. Disponível
em: http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/62_CPC_02_
R2_rev%2003.pdf. Acesso em: 19 maio 2014.

GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo:


Pearson Education, 2010.

MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7.


ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de


administração financeira. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2013.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15


Exercícios de fixação
Questão 1

Por que são utilizadas algumas simplificações para o início dos trabalhos de
análise das demonstrações financeiras?

a) Alguns valores podem ser desprezados.

b) Alguns valores podem ser excluídos.

c) Alguns valores não têm importância de forma isolada para a análise.

d) Alguns valores podem ser ocultos do processo.

e) Alguns valores podem confundir a análise.

Questão 2

Iniciando os trabalhos de análise de determinada empresa, verificou-se que o


Balanço foi apresentado com três diferentes períodos, ou seja, três diferentes
anos. Por que isso acontece?

a) Erro de apresentação.

b) Comparabilidade das informações.

c) Verificação da importância das demonstrações.

d) Verificação de erro nas demonstrações.

e) Desconhecimento de quem elaborou as demonstrações.

Questão 3

Como a conta de duplicatas descontadas passou a ser classificada após os


impactos da internacionalização da contabilidade?

a) Contabilizada e mantida para fins de análise dentro do Passivo, como um


empréstimo.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16
b) Reclassificada para o Passivo, pois é uma conta redutora do Ativo.

c) Permanece no Ativo Circulante.

d) Deve ser reclassificada como uma conta de resultado.

e) Não é necessário que se faça nada e a mesma deve permanecer no Ativo.

Questão 4

Contando com as mudanças trazidas pela harmonização contábil ainda existe a


utilização da nomenclatura "Permanente". Quais contas do Ativo serão
representadas por esse grupo?

a) Exigível em Longo Prazo e Investimentos.

b) Investimentos e Imobilizado.

c) Investimentos e Intangível.

d) Investimentos, Imobilizados, Intangível.

e) Exigível em Longo Prazo, Imobilizados, Intangível.

Questão 5

No contexto de análise das demonstrações contábeis dois termos


frequentemente utilizados são o Financeiro e o Operacional. A que se referem
essas duas nomenclaturas?

a) Disponibilidades e Operações da empresa.

b) Caixa e Receita da empresa.

c) Caixa e bancos e resultado da empresa.

d) Ativos e Passivos da empresa.

e) Contas patrimoniais e resultados da empresa.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17


Questão 6

Podemos afirmar que os dados fornecidos pela Análise Horizontal serão


fundamentais para a tomada de decisão baseados em:

a) Aumento de uma conta com relação ao grupo.

b) Análise de um índice de contas.

c) Evolução de Ativos e Passivos.

d) Análise do CPV com relação à receita líquida.

e) Aumento do lucro em relação à receita líquida.

Questão 7

Na análise da evolução de estrutura de capital são verificados aspectos


importantes em relação a Ativos e Passivos da empresa. Que tipo de relação pode
ser entendido nessa análise?

a) Preferência da empresa por endividamento de curto prazo.

b) Preferência da empresa por endividamento.

c) Preferência da empresa por compras a prazo.

d) Preferência da empresa por recursos de terceiros ou próprio.

e) Preferência da empresa pela não obtenção de recursos próprios.

Questão 8

Determinada empresa teve um aumento de receita líquida, em comparação com


o ano base, de 25% e 41%, respectivamente. Que técnica foi utilizada para obter
tais resultados?

a) Análise da Receita.

b) Análise Vertical.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18
c) Análise por Índices.

d) Análise de Rentabilidade.

e) Análise Horizontal.

Questão 9

Podemos afirmar que o objetivo prioritário da Análise Horizontal da


Demonstração do Resultado do Exercício é:

a) Entender a evolução da Demonstração do Resultado do Exercício.

b) Compreender a evolução dos custos e despesas em relação ao volume de


vendas.

c) Compreender a relação entre custos e despesas.

d) Compreender a relação entre custos e despesas e a receita líquida.

e) Compreender a relação entre os custos e despesas comparados com a


receita líquida dentro do mesmo período.

f) Compreender os custos e despesas comparados com o Balanço.

Questão 10

É sabido que existe a necessidade de utilização das técnicas de Análise Horizontal


e Vertical. Que fato justifica essa necessidade?

a) Grandes variações na Análise Horizontal podem não ser representativas


dentro do grupo ao qual pertencem.

b) Grandes variações na Análise Horizontal são representativas dentro do


grupo ao qual pertencem.

c) Grandes variações na Análise Horizontal podem ser prejudiciais dentro de


um grupo.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19


d) Grandes variações na Análise Horizontal podem ser mal interpretadas
dentro de um grupo.

e) Grandes variações na Análise Horizontal só podem ser representativas se


tiverem um grande impacto na análise vertical.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20


Notas
Norma CPC 02: “Quando a entidade vende, desconta ou transfere um ativo
financeiro (venda ou desconto de carteira de recebíveis, por exemplo), só pode
baixá-lo se transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da
propriedade do ativo financeiro e se não mantiver envolvimento continuado
com ele. Caso contrário, a entidade deve manter os instrumentos financeiros
no ativo e tratar o valor recebido como empréstimo. A essência da transação
é que deve ser retratada contabilmente. Assim, as duplicatas descontadas
(parcela recebida do desconto) são agora classificadas como passivo, sendo
que a duplicata a receber continua a ser mantida no ativo até o seu efetivo
recebimento.”

Passivo Exigível em Longo Prazo: Assaf Neto (2012) destaca que utiliza o
termo Ativo Permanente para se referir a três contas: Investimentos,
Imobilizado e Intangível, ou seja, esse termo está ligado ao Ativo Não
Circulante, descontados os valores do Realizável em Longo Prazo.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21


Chaves de resposta
Aula 3
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Justificativa: A análise das demonstrações contábeis possui várias técnicas e é
por isso que alguns valores poderão não representar, de forma isolada,
importância para a análise, por isso são agrupados e analisados.

Questão 2 - B
Justificativa: Para que se possa acompanhar a evolução de determinada empresa
é preciso que se acompanhe diversos períodos de suas demonstrações contábeis.
Assim, as demonstrações devem ser apresentadas em mais de um período para
que haja a comparabilidade das informações.

Questão 3 - A
Justificativa: É preciso compreender que após a harmonização contábil, a conta
de Duplicatas Descontadas já é contabilizada no Passivo e lá ficará para fins de
análise como um empréstimo, uma vez que aqui estamos analisando a essência
sob a forma, uma vez que esta operação acaba se caracterizando como um
empréstimo.

Questão 4 - D
Justificativa: O nome do grupo na estrutura antiga era Permanente, porém agora
o Ativo se divide em Circulante e Não Circulante. Desta forma, após as mudanças
na legislação societária o Permanente, para fins de análise, é representado pelo
grupo do Ativo Não Circulante menos o Realizável em Longo Prazo, ou seja,
Investimentos, Imobilizados e Intangível.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22


Questão 5 - A
Justificativa: Frequentemente essa nomenclatura é utilizada para as
Disponibilidades e Operações da empresa, ou seja, valores que podem ser usados
de forma imediata e aqueles que farão parte das atividades regulares da
empresa.

Questão 6 - C
Justificativa: A Análise Horizontal irá fornecer, em um primeiro momento, dados
relativos à evolução de Ativos e Passivos, ou seja, tanto os bens e direitos quanto
as obrigações e posteriormente a combinação dos dois grupos.

Questão 7 - D
Justificativa: A Análise Horizontal, em um primeiro momento, fornece
informações que podem demonstrar a preferência por financiamento com
recursos próprios ou de terceiros, assim é possível compreender se a empresa
está captando recursos dos sócios ou optando por pagar juros e está captando
recursos no mercado.

Questão 8 - E
Justificativa: Comparativamente com o ano base, verifica-se o aumento de
receitas líquidas em vários períodos de tempo com a utilização da técnica da
Análise Horizontal, ou seja, ela serve para comparar a evolução em determinados
períodos em relação às contas ou grupos das Demonstrações Contábeis.

Questão 9 - B
Justificativa: A evolução dos custos e despesas em relação ao volume de vendas
é um dos principais objetivos da Análise Horizontal da DRE e esse aspecto é
importante para compreender como a empresa está gastando para gerar suas
receitas.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23


Questão 10 - A
Justificativa: É utilizado o conjunto de análises, pois grandes variações na Análise
Horizontal podem não ser representativas dentro do grupo ao qual pertencem,
ou seja, é preciso compreender a situação sob todos os aspectos. Além disso,
várias técnicas de análise devem ser aplicadas para que se tenha um conjunto
mais confiável e informações.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24


Análise das demonstrações contábeis e
financeiras - Apostila

Aula 4: Surgimento de ativos e passivos


Introdução
Nesta aula, você identificará como surgem os Ativos e Passivos para que seja
possível analisar as origens e aplicações e, consequentemente, a saúde financeira
das empresas. Dessa forma, será possível compreender como os valores das
demonstrações possuem relação entre si e como essa informação auxiliará nos
processo de gestão.
Nesse sentido, você aprenderá, na prática, a relação existente entre os principais
grupos do Balanço Patrimonial, importante demonstração que fornece aspectos
relativos às questões patrimonial e financeira da equipe.
O conceito e a formação do Capital Circulante Líquido, necessário para a
manutenção de atividades de curto prazo das empresas, serão apresentados
utilizando demonstrações que permitam visualizar seu conceito dentro do
Balanço Patrimonial.

Objetivo:
1. Descrever o surgimento de Ativos e Passivos;
2. Apontar as origens e aplicações e o Capital Circulante Líquido.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2


Conteúdo

Surgimento de Ativos e Passivos


Para estudarmos outros tipos de análise de demonstrações financeiras, vamos
entender como surgem os grupos do Balanço Patrimonial e suas relações.
Você consegue entender os valores de um Balanço?
Em alguns casos, é fácil de compreender, como no caso das vendas. Os valores
são fruto de tudo aquilo que a empresa consegue vender. Já o lucro é a diferença
entre essas vendas e suas despesas. E os itens do Ativo?
Vamos ver cada um deles, de forma resumida, conforme apresenta Matarazzo
(2010):

Disponível
O Disponível tem seu valor definido pela administração da empresa. Não existe
regra básica para ele, seu papel é o de amortecer diferenças entre entradas e
saídas e seu nível é ajustado diariamente em função das mesmas.

Aplicações Financeiras
São investimentos de curto prazo em títulos que rendem juros e correção. Esses
valores são aplicados em função dos excessos de disponibilidade.

Contas a receber
Esse grupo possui relação com o volume médio de venda diário multiplicado pelo
prazo médio de recebimento de vendas. Quanto maior o prazo concedido para
as contas a receber, maiores serão as dificuldades para as vendas.

Estoques
Nas empresas comerciais, os estoques são a relação do produto das vendas
diárias a preços de custos com o prazo médio de sua renovação. Já nas empresas
industriais, essa relação é a soma dos estoques de produtos em elaboração
com os estoques de matéria prima.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3


Outros itens do Ativo Circulante
Decorrem de múltiplas operações da empresa e, em geral, não possuem
nenhuma regra de variação.

Realizável em longo prazo


Os investimentos no Realizável em Longo Prazo surgem, excepcionalmente, em
decorrência de empréstimos ou depósitos compulsórios.

Investimentos
Ligados às aplicações voluntárias em outras empresas, ou seja, em bens que não
são necessários à manutenção das atividades, não possuem relação com as
operações da empresa.

Imobilizado
Representado por prédios industriais, máquinas, equipamentos, instalações,
móveis, entre outros bens.

Intangível
Grupo que surgiu pelas alterações na lei 6.404/76 e que representa bens e
direitos incorpóreos. Alguns podem estar ligados à compra de outros bens, como
é o caso do goodw ill .

Financiamento dos recursos


Estudamos a origem dos valores do Ativo e, agora, procuraremos entender como
a empresa poderá obter os recursos para continuar a financiá-los.

A primeira origem dos recursos vem por intermédio dos sócios com investimento
de capital próprio, denominado capital social.

Segundo Matarazzo (2010), a segunda fonte de investimento são os


financiamentos e empréstimos bancários.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4


Na terceira fonte de investimento, entram os valores de empréstimos de curto
prazo.

Entretanto, não é incomum que as empresas invertam essa ordem.

Matarazzo (2010) afirma que as origens de recursos podem ter origem em:

Patrimônio Líquido
Recursos entregues pelos sócios à empresa. Em condições normais, deveriam ser
suficientes para financiar o Permanente (Investimentos, Imobilizado e
Intangível), bem como parte do Ativo Circulante. À medida que a empresa
acumula lucros, o Patrimônio Líquido cresce, assim como deveria crescer a
capacidade de financiar o Ativo, por isso é importante saber qual o ritmo de
crescimento da empresa.

Financiamentos de longo prazo


Constituídos por duas categorias:• Prazo superior a cinco anos – utilizados
para o financiamento do Imobilizado;
• Prazo de até dois anos – utilizado para financiar os investimentos de giro,
ou seja, o Ativo Circulante.

Passivos de funcionamento
São recursos representados por fornecedores, principal conta desse tipo de
passivo, salários a pagar, impostos a pagar, encargos sociais, aluguéis, água, luz,
entre outros e que surgem em decorrência da atividade da empresa.

Empréstimos bancários
Podem ser considerados como financiamentos residuais, ou seja, são tomados
para complementar a necessidade de investimento no Ativo Circulante sempre
que as demais fontes não forem suficientes. Esses financiamentos não têm uma
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5
renovação garantida, como no caso dos passivos de funcionamento, podendo
gerar certas dificuldades para as empresas. Com a adoção do Pronunciamento
Contábil 02 (CPC 02), as duplicatas descontadas estão automaticamente
classificadas nesse grupo, pois se configuram como um empréstimo.

Você estudou como os recursos são originados e de que forma são incorporados
ao patrimônio.
No entanto, não foram examinadas todas as possibilidades de origens e
aplicações, apenas foram exploradas as principais formas que poderão ajudar a
compreender melhor a análise das demonstrações financeiras.

Exemplo prático
Vamos agora ver um exemplo prático do surgimento de ativos e passivos?
Suponha que uma empresa que deseja expandir seus negócios apresente a
seguinte análise detalhada:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6


Resumo dos dados relativos às vendas
Retomemos o Resumo dos dados relativos às vendas...

Onde:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7


Vendas
Se pensarmos no valor de vendas ao ano, podemos compreender que a empresa
tem vendido, em média, R$ 200.000,00 por dia (R$ 72.000.000,00 divididos por
360 dias que normalmente são utilizados para cálculos comerciais).
Já que o Lucro com mercadorias é de 40%, o custo das mercadorias vendidas
será de 60%.
Dessa maneira, achamos o valor de R$ 43.200.000,00 que representa o
percentual de 60%, se comparado com o total das vendas de R$ 72.000.000,00,
e que, se for calculado, em uma base diária, nos dará o valor de R$120.000,00.

Prazo médio
Agora, vamos compreender o prazo médio de vendas que, nesse caso, é
calculado em 90 dias. A empresa vende, em média, R$ 200.000,00 por dia, e terá
um investimento em duplicatas a receber, ou seja, um valor médio de títulos a
receber de R$ 18.000.000,00.
Com essa situação muito simplificada, supomos que não exista nenhuma
mudança nas condições da empresa, dessa forma, ela manteria o valor
acumulado de duplicatas em R$ 18.000.000,00.

Investimentos
Com base em estimativas, foi possível saber que será necessário um caixa de R$
2.000.000,00. Outro aspecto observado foi que para uma faixa de venda entre
R$ 60.000.000,00 e R$ 100.000.000,00 será necessário um investimento de R$
13.000.000,00, sendo que abaixo dos R$60.000.000,00 não seria necessário esse
investimento e acima de R$ 100.000.000,00 o investimento seria maior.

Dados relativos ao Balanço Patrimonial


Agora, retomemos os Dados relativos ao Balanço Patrimonial...

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8


Onde:

Estoques
A empresa, nesse caso, deve manter os estoques para 60 dias. Ela vende, por
dia, a preço de custo R$ 120.000,00, e mantém os estoques para 60 dias, o que
nos dá um investimento de R$ 7.200.000,00.

Fornecedores
Os fornecedores concedem um prazo médio de pagamento de 90 dias. Dessa
maneira, promoverão, em média, a quantidade necessária de estoques de R$
120.000,00. Logo após os 90 dias, a empresa terá um valor de duplicatas
acumuladas no total de R$ 10.800.000,00.

Capital Social e financiamento


É possível observar que os empresários dispõem de R$ 15.000.000,00 de capital
(que é o valor que está no capital social) e, além disso, existe um financiamento

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9


de R$ 10.000.000,00 com prazos variáveis de dois a três anos de pagamento. A
empresa também fez uso de R$ 4.400.000,00 de capital de terceiros de curto
prazo.

Conceito e formação de Capital Circulante Líquido


Até aqui, compreendemos como os grupos são formados dentro do Balanço
Patrimonial e fizemos uma breve análise da correspondência dos valores de
origens e aplicações. Agora, veremos outro conceito muito importante que é o
de Administração de Capital de Giro. Utilizaremos os conceitos anteriormente
vistos em nosso Balanço Patrimonial.

Naquele exemplo, eram necessários R$ 40.200.000,00 para que fosse gerada


uma receita de R$ 72.000.000,00 por ano.

Se fizermos uma análise, é possível lembrar que existem R$ 15.000.000,00 de


capital colocado pelos sócios e esse valor cobre o valor da instalação física (Ativo
Permanente) que será utilizado na produção. Assim, ainda restam R$
2.000.000,00 que podem financiar o Ativo Circulante.

Esse valor poderá ser adicionado ao valor de empréstimos que é de R$


10.000.000,00, totalizando R$ 12.000.000,00, que poderão ser aplicados no Ativo
Circulante.

No entanto, lembre que o valor do Ativo Circulante necessita de R$


27.200.000,00, ou seja, ainda há uma diferença de R$ 15.200.000,00 que deverá
ser obtida como empréstimo de curto prazo.

Forma gráfica
Vamos entender melhor a Administração de Capital de Giro na forma gráfica?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10


Lembre-se que o Permanente é representado pelo Não Circulante menos o
Realizável em longo prazo, ou seja, será englobado o grupo de Investimentos,
Imobilizado e Intangível.

Nesse sentido, é possível compreender que o dinheiro do PL cobre o Ativo


Permanente e ainda pode ser aplicado no Ativo Circulante – R$ 2.000.000,00
restantes.

Agora, observe a seguinte equação:

Nesse caso, verifica-se o fato de que a soma do Não Circulante mais o Patrimônio
Líquido (os recursos não correntes) cobre o investimento no Ativo Permanente e
ainda sobram R$ 12.000.000,00, que podem ser aplicados no Ativo Circulante.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11


Atenção
Dessa maneira, você pode compreender que o Passivo Circulante
é completamente aplicado no Ativo Circulante, complementando
o valor de financiamentos ou origem de recursos, o que
possibilita verificar a relação entre financiamentos e
investimentos.
É possível compreender que o Ativo Permanente conta com
recursos não correntes, que são adequados e, nesse caso,
suficientes para financiá-lo.

Nota-se que o ativo foi gerado por dois tipos de recursos:

Os recursos não correntes investidos no Ativo Circulante são conhecidos como


Capital Circulante Líquido, Capital de Giro ou Capital de Giro Líquido.

Ponto de atenção
Matarazzo (2010) chama a atenção para o fato de que o ponto mais importante
a ser entendido é que o Passivo Circulante é formado por recursos fornecidos por
terceiros à empresa por um breve prazo, sendo que, normalmente, os valores
variam entre 30, 60, 90 ou 120 dias e, no seu vencimento, essas dívidas deverão
ser pagas em dinheiro, ou seja, os recursos fornecidos à empresa sairão desta
ao término desse prazo.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12


Dessa forma, atentemos para os seguintes fatos:

O Passivo Circulante deverá ser pago com recursos do Ativo Circulante,


normalmente representados pelo caixa e seus equivalentes, uma vez que nem
todas as empresas podem manter somente o caixa suficiente para cobrir todas
suas dívidas.

Pensando nos recursos não correntes e que estão aplicados no Ativo, é preciso
lembrar que esses não precisarão ser pagos (parte que se refere ao Patrimônio
Líquido), e a outra parte (Não Circulante) só deverá ser paga em longo prazo.
Esses recursos dão à empresa certa estabilidade ou folga financeira.

Entenda que, em nosso exemplo, os R$ 27.000.000,00 do Ativo Circulante


possuem R$ 12.000.000 que permanecerão nesse mesmo grupo nos próximos
meses (pois se referem a recursos não correntes), enquanto os R$ 15.200.000,00
deverão ser renovados, mesmo que não exista a garantia dessa renovação.

Capital Circulante Líquido – CCL


Vamos então entender o CCL de forma gráfica, ou seja, pela representação dos
recursos no balanço?

De acordo com o que vimos anteriormente, concluímos que o CCL pode ser
entendido de duas formas básicas:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13


Ativo Circulante - Passivo Circulante

Patrimônio Líquido + Passivo Não circulante (Recursos não correntes) - Ativo


Permanente (Investimento, Imobilizado e Intangível) + Realizável em Longo
Prazo (Aplicações não correntes)

Nesse sentido, é possível compreender que o CCL pode se dar por excesso do
Ativo Circulante, bem como excesso dos recursos não correntes sobre a
aplicações correntes.
Concluindo, foi possível analisar e compreender como são originados e aplicados
os recursos, bem como ocorre o conceito de Capital Circulante Líquido dentro das
entidades.

Atividade proposta
Você acabou de assumir a controladoria de uma empresa varejista que possui
diversos tipos de operações e negócios, mas ainda não está familiarizado com
seu ramo de negócios.
Para que você pudesse conhecer o funcionamento das atividades e
consequentemente do fluxo do dinheiro envolvido foram lhe apresentados alguns
conceitos relativos aos controles.

Grupo de O que Como controla Questão específica do varejo


Ferramentas
controla

1 Controla recursos Fluxo de caixa, Esse tipo de empresa possui


destinados à prazo médio dos menos ativos permanentes,
manutenção de pagamentos e dos aplicando mais recursos em
atividades operacionais, recebimentos, circulante, destinados à compra
para isso faz o estocagem entre de estoque e operações de
relacionamento do ativo outros. crédito. Possui foco em contas a
e do passivo. receber, a pagar e estoque.

2 Controla vendas a prazo Utiliza o Esse tipo de empresa costuma


que foram assumidas acompanhamento terceirizar seus serviços por
pela empresa, dadas de inadimplência, meio de factoring (desconto de
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14
pelo crédito fornecido prazo médio de duplicatas) e empresas que
aos clientes. recebimento, fazem análise de crédito.
análise e
concessão de
novos
empréstimos, bem
como
acompanhamento
do fluxo de caixa.

3 Controla as obrigações Acompanhamento Fortalecimento da relação com


assumidas pela por meio de fluxo fornecedores pode estender os
empresa derivadas de de caixa da prazos de pagamentos.
compras de empresa, bem
mercadorias para como pelo prazo
revenda, bem como médio de
impostos e outros pagamento.
custos variáveis e fixos.
Dessa forma, controla
dívidas de curto prazo a
serem pagas pela
empresa.

4 Controla a Utiliza o inventário Utiliza um sistema que dá baixa


armazenagem e saída de estoques, lote automática no estoque
de mercadoria para econômico de justamente por ser uma conta
revenda. compras, ponto do estratégica.
pedido, método
ABC e giro dos
estoques.

5 Controla a entrada e a Utilização de fluxo Encontra-se a necessidade de


saída de dinheiro de caixa capital de giro com a utilização
mostrando a real prospectivo, em dos prazos concedidos aos
situação de liquidez da que serão clientes.
empresa. discriminados os
valores a serem
recebidos e pagos
em um
determinado
intervalo de
tempo.

6 Controla todos os gatos Deverão ser Como se trata de varejo é


envolvidos com a contabilizados basicamente o preço de compra
atividade comercial. todos os custos e da mercadoria a ser revendida
despesas fixas e bem como os gastos com frete
variáveis e deve envolvidos além da comissão de
ser realizado

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15


acompanhamento venda, os outros gastos são
periódico. entendidos como despesas.

Após você se familiarizar com os tipos de conceitos envolvidos na atividade,


foram apresentados os seguintes grupos de ferramentas:
• Fluxo de caixa;
• Controle de contas a pagar;
• Controle de estoques;
• Controle de custos e despesas;
• Controle do capital de giro;
• Controle de contas a receber.

Após isso, juntamente com todo o conhecimento que você possui sobre
demonstrações contábeis, bem como origens e aplicações de recursos, foi pedido
que você relacionasse cada uma das ferramentas, de acordo com as
características que essa apresenta, ou seja, substitua os números pelas
ferramentas apresentadas.
Essa atividade possibilitará que você conheça alguns grupos contábeis e como
eles podem ser mais bem entendidos para que, posteriormente, possam ser
efetuadas análises mais aprofundadas.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16


Aprenda Mais
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, acesse os vídeos a
seguir:

• http://www.youtube.com/watch?v=X8X1Iaria4E
Capital de giro líquido;

• http://www.youtube.com/watch?v=6Gxz1k6QRI4
Comparação entre CGL e CGP.

Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico-
financeiro. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ASSAF NETO, A. LIMA, Fabiano Guasti. Curso de administração financeira.
3. ed. São Paulo: Atlas, 2014
CPC 02. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 02 (R2). Efeitos das Mudanças nas
Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis. Disponível
em: http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/62_CPC_02_
R2_rev%2003.pdf. Acesso em: 19 maio 2014.
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo:
Pearson Education, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17


Exercícios de fixação
Questão 1

Para que se possa compreender a formação de ativos e passivos, um conceito


importante dentro da técnica de análise das demonstrações financeira, é preciso
entender as origens de aplicações financeiras. Como essas entradas podem ser
conceituadas?

a) Excessos de passivos.

b) Excessos de receitas.

c) Excessos de despesas.

d) Excesso de resultado.

e) Excesso de disponibilidade.

Questão 2

Na análise de contas a receber, do grupo de disponibilidades, que outra conta


deverá ser levada em conta para o seu melhor entendimento?

a) Volume médio de compras.

b) Volume médio de ativos.

c) Volume médio de vendas.

d) Volume médio de passivos.

e) Volume médio de despesas.

Questão 3

Uma empresa que fornece um prazo muito grande de pagamento para seus
clientes pode levar a empresa a passar por dificuldades. Que tipo de dificuldade
pode ser gerado pela concessão de crédito?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18


a) Aumento da necessidade de ampliação de seus ativos.

b) Aumento da necessidade de ampliação de seus financiamentos.

c) Aumento da necessidade de capital de giro.

d) Aumento da necessidade de capital próprio.

e) Aumento da necessidade de caixa.

Questão 4

Na análise preliminar do Balanço Patrimonial como podem ser diferenciados os


conceitos de valores no Investimento e no Imobilizado?

a) Valores disponíveis e imobilizados.

b) Valores não ligados à manutenção da atividade da empresa e aqueles que


são ligados à atividade principal.

c) Valores realizáveis em longo prazo e intangíveis.

d) Valores ligados à manutenção das atividades da empresa e aqueles não


ligados à atividade principal.

e) Valores ligados à aplicações de curto prazo e de longo prazo.

Questão 5

O Patrimônio Líquido pode ser entendido como a riqueza líquida da entidade, ou


o resultado da diferença do total de bens e direitos deduzidos das obrigações.
Esse grupo representa a origem de capitais na empresa, de que forma isso ocorre
no início das atividades da empresa?

a) Pelo valor disponível em caixa.

b) Pelo valor disponível no ativo.

c) Pelo valor disponível no passivo.


ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19
d) Pelo capital social integralizado.

e) Pelo valor de lucros obtidos.

Questão 6

Analisando-se de forma prática a situação patrimonial de uma empresa, supondo


que seu patrimônio líquido seja de R$10.000.000,00 e que o capital de terceiros
seja de R$5.000.000,00 sendo destes 50% Circulante e o restante Não Circulante,
logo o seu ativo será de:

a) R$5.000.000,00

b) R$10.000.000,00

c) R$15.000.000,00

d) R$2.500.000,00

e) R$12.500.000,00

Questão 7

Suponha uma empresa que possui uma venda anual média de R$60.000.000,00
e que possui um prazo médio de vendas de 90 dias de recebimento. Qual será o
seu valor médio de títulos a receber?

a) R$18.000.000,00

b) R$15.000.000,00

c) R$19.000.000,00

d) R$30.000.000,00

e) R$60.000.000,00

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20


Questão 8

Que fato relacionado com uma empresa necessita de maior investimento em seu
imobilizado?

a) Extrapolação da capacidade produtiva.

b) Necessidade de investimento em imobilizado.

c) Dinheiro excedente em caixa.

d) Necessidade de capital de giro.

e) Investimento de possibilidade de geração de receitas.

Questão 9

Compreendendo a formação dos grupos patrimoniais necessária para a correta


análise das demonstrações, pode-se afirmar que as origens e aplicações de
recursos são respectivamente:

a) Ativos e passivo.

b) Passivos e ativos.

c) Receitas e ativos.

d) Despesas e receitas.

e) Contas Patrimoniais.

Questão 10

Como pode ser compreendido o conceito de Capital Circulante Líquido dentro do


contexto da análise das demonstrações financeiras?

a) Ativo Circulante subtraído do Patrimônio Líquido.

b) Ativo Circulante subtraído das despesas.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21


c) Ativo Circulante menos as disponibilidades.

d) Ativo Circulante menos as duplicatas a receber.

e) Ativo Circulante subtraído do Passivo Circulante.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22


Notas
Goodw ill : Conjunto de elementos intangíveis que estão ligados ao
desenvolvimento de um negócio, à compra de uma empresa por outra. Nesse
contexto, pode ser entendido como um lucro anormal decorrente do negócio e
que possui grande dificuldade e subjetividade eu sua mensuração.

Bens: Esses itens possuem ligação com uma faixa de produção e volume de
vendas, sendo que, em cada ramo, há uma relação entre o imobilizado e as
vendas. Em alguns casos, os bens podem ser alugados, principalmente no que
diz respeito aos imóveis, porque a empresa pode trabalhar de forma super ou
subdimensionada, ou seja, acima ou abaixo de sua capacidade produtiva,
alterando a relação natural que existe entre a produção e vendas.

CPC 02: Trata dos Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de
demonstrações contábeis.

Estoque de produtos em elaboração: Seu volume decorre do tempo de


fabricação, multiplicado pela produção diária média em valor monetário. Em
média os estoques devem ser os mínimos possíveis.

Estoques de matéria-prima: Decorrem da quantidade de absorção diária da


matéria-prima consumida pela produção e multiplicada pelos dias que a
empresa mantém esses estoques de matéria-prima. Esse número pode estar
diretamente ligado com a rapidez de reposição.

Fornecedores: Nas empresas comerciais, essa conta tem seu valor variando,
matematicamente, em função das compras de mercadorias efetuadas e do
prazo médio de pagamento. Já nas indústrias, esse passivo tem relação
matemática com a compra de matérias-primas e com o prazo médio de
pagamentos.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23


Prazo: Se o prazo concedido para pagamento for longo, a empresa poderá
conseguir maior volume de vendas ou maior margem. No entanto, esse prazo
alongado poderá levar a empresa à necessidade de ampliar seus
financiamentos, o que aumentará o custo e anulará as vantagens de se
oferecer prazo maior aos clientes.

Vendas: O volume de vendas pode ser determinado pela empresa, mas o


prazo em que elas acontecem é determinado pelo mercado. Geralmente existe
uma faixa entre os prazos mínimo e máximo, dentro da qual a empresa deverá
se situar.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24


Chaves de resposta
Aula 4
Exercícios de fixação
Questão 1 - E
Justificativa: As aplicações são configuradas como excessos de disponibilidade,
ou seja, esses valores refletem as aplicações feitas com o dinheiro que gerava
uma folga na empresa.

Questão 2 - C
Justificativa: Em um primeiro momento, deverá ser levado em conta o volume
médio de vendas comparado com o prazo de recebimento de vendas.

Questão 3 - B
Justificativa: A cessão de prazos muito grandes para os clientes pode levar a
empresa ao aumento da necessidade de ampliação de seus financiamentos para
pagar suas dívidas.

Questão 4 - B
Justificativa: O grupo de Investimentos é caracterizado por valores não ligados à
manutenção da atividade da empresa e aqueles que são ligados à atividade
principal são definidos como Permanente.

Questão 5 - D
Justificativa: A entrada inicial de capital ocorre pelos sócios mediante a
integralização do capital social.

Questão 6 - C
Justificativa: O ativo irá refletir o total do Passivo e Patrimônio Líquido, ou seja,
R$15.000.000,00.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 25


Questão 7 - B
Justificativa: Utilizando os R$60.000.000,00 como base, teremos uma venda
média diária de R$166.666,67 e uma venda média baseada nos 90 dias de
recebimento de R$15.000.000 (diário pelo prazo de 90 dias).

Questão 8 - A
Justificativa: Quando uma empresa possui uma determinada capacidade máxima
instalada, ele pode operar com seu maquinário atual. Entretanto, quando essa
produção é extrapolada, existe a necessidade de aumento de imobilizado.

Questão 9 - B
Justificativa: As origens estão no Passivo (capital próprio e de terceiros) e
aplicação está no Ativo.

Questão 10 - E
Justificativa: Um dos conceitos que o CCL apresenta é que é formado pelo Ativo
Circulante subtraído do Passivo Circulante.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 26


Análise das demonstrações contábeis e
financeiras - Apostila

Aula 5: Análise com utilização de índice I


Introdução
Dentro da análise de índices, existe a necessidade de entendimento de que não
existe uma quantidade definida de índices a serem elaborados e considerados,
mas também a necessidade de se entender o setor e muitas vezes a economia
como um todo.
A análise com a utilização de índices compreende o conceito efetivo de índice e
sua funcionalidade dentro do processo de gestão.
Nesta aula, examinaremos os índices de maneira detalhada e as informações que
cada tipo de análise fornecer, possibilitando entender que o conjunto desses
índices é uma ferramenta valiosa se bem utilizada.

Objetivo:
1. Definir a utilização de índices no conceito de gestão;
2. Discutir os tipos de informações fornecidas pelos índices de Liquidez e de
Rentabilidade.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2


Conteúdo

Análise com a utilização de índices


Um dos instrumentos básicos para a efetiva análise de demonstrações contábeis
são os índices econômico-financeiros, que possuem funções, fórmulas,
significados e interpretações distintos entre si.
Existem diversas técnicas para se analisar demonstrações contábeis, mas os
índices são a técnica de análise mais empregada pelas empresas. Eles possuem
uma característica muito importante, que é o fornecimento de visão mais
amplificada da situação econômico-financeira de uma entidade. Veja a seguir o
que examinaremos nesta aula:

Índices genéricos

Examinaremos os índices mais genéricos, que são comuns a todas as


empresas, como:• De liquidez;
• De estrutura de capital;
• De rentabilidade.

Formas de cálculo, significados e interpretações dos índices

Apresentaremos os conceitos, formas de cálculo, significados e interpretações


dos índices, para que o estudo possa ser aplicado a todas as empresas
comerciais, industriais e prestadoras de serviços de qualquer natureza.

Demonstrações

Veremos que a análise de demonstrações com a utilização de índices proporciona


que empresas diversas, setores operacionais distintos e, até mesmo, continentes
diferentes possam ser comparados, já que são levados a um mesmo conjunto de

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3


índices, que servirão de suporte para indicar a saúde financeira de cada entidade
analisada.

Atenção
Há índices que são específicos de uma ou outra atividade
específica. Por exemplo, se pensarmos em uma companhia aérea
de transporte de passageiros pelo Brasil, o interesse será em
índices com ligação direta com a prestação do serviço, sendo
impactados pela mão de obra dos funcionários.

Análise com a utilização de índices


Vale ressaltar ainda que há índices que são específicos de uma ou outra atividade
específica. Vejamos alguns exemplos:

Companhia aérea

Se pensarmos em uma companhia aérea de transporte de passageiros pelo Brasil,


o interesse será em índices com ligação direta com a prestação do serviço, sendo
impactados pela mão de obra dos funcionários.

Setor farmacêutico

Uma empresa do setor farmacêutico terá uma preocupação maior com custos
empresariais, tais como matérias-primas ligadas à confecção de comprimidos,
xaropes, vacinas.

Como você pode verificar, as situações são completamente distintas entre as


duas empresas em relação aos índices que cada uma pode utilizar durante seu
processo de análise de demonstrações contábeis, mas todas têm preocupações
comuns: a lucratividade de suas operações principais e a geração positiva do
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4
fluxo de caixa ao final de cada período. Agora, que tal pensarmos em um exemplo
de duas empresas que estejam passando por momentos empresariais diferentes?
Leia o texto disponível no ambiente e confira.

Quantidade de índices utilizados no procedimento de análise


Não existe uma quantidade mínima ou máxima de índices que podem ser
utilizados para o procedimento de análise. O correto é possuir um conjunto de
índices que permita que a situação da empresa seja conhecida, de acordo com o
grau de profundidade de análise desejado, que vai variar de usuário para usuário.
No caso da análise de demonstrações contábeis, a quantidade de índices não
está ligada com a qualidade da análise a ser efetuada. Por exemplo:

Quatro índices a serem utilizados podem gerar um tipo de análise, com


determinado nível de profundidade.

Entretanto, se dobrarmos esse número para oito, não acarretará em uma análise
com o dobro de eficiência. O rendimento da análise não é diretamente
proporcional à quantidade de índices utilizados.

Se considerarmos empresas dos setores industrial e comercial, um número de


índices considerado ideal como quantidade padrão é de, no mínimo, quatro.
Não há número máximo de índices a serem utilizados, mas estima-se que uma
quantidade de índices superior a onze é desnecessária e pouco efetiva se
comparada a valores menores.

Atenção
Vamos ver um exemplo!
Imagine um fornecedor de mercadorias ou de matéria-prima
querendo saber os níveis de rentabilidade e de endividamento de
uma empresa que é sua cliente.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5
Para tomar a decisão de vender a prazo para seu cliente, ele pode
apenas querer algumas informações sobre endividamento. No
entanto, caso este mesmo fornecedor esteja interessado em
adquirir a empresa como um investimento que diversifique suas
atividades operacionais, ele demandará uma quantidade maior de
informações, ou seja, de índices.

Situações econômica e financeira evidenciadas pela análise por


meio de índices
Como são distintas, as duas situações podem ser analisadas de maneira
diferenciada dentro de uma mesma entidade que tem os índices extraídos.
O processo normal analisa cada uma das duas situações de maneira separada.
Inicia-se com a situação financeira e, em seguida, analisa-se a situação
econômica. Na sequência, as duas situações são analisadas conjuntamente, para
que conclusões mais embasadas possam ser tomadas. Veja os índices a seguir:

Índices financeiros

Podem ser divididos entre índices de liquidez e índices de estrutura de capital.

Índices da situação econômica

Apresentam a situação da rentabilidade de uma entidade qualquer.

Principais índices econômico-financeiros


Quando estudamos análise de demonstrações contábeis, fica claro que existem
diferenças entre os diversos autores e materiais existentes.
Alguns índices, como Liquidez Corrente ou Rentabilidade do Patrimônio
Líquido, são utilizados pela maioria dos analistas de demonstrações. Outros
índices, como o de Liquidez Seca e a Rentabilidade do Ativo, não são muito

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6


utilizados nos procedimentos de análise. Isso acontece porque algumas
empresas, como as prestadoras de serviços, normalmente não apresentam
estoques em sua estrutura empresarial.

Índices de Liquidez
Começaremos pelos índices de Liquidez, que mostram a situação financeira de
qualquer empresa. Índices de Liquidez não são extraídos do fluxo de caixa das
empresas e não são índices de Capacidade de Pagamento, que comparam
as entradas e saídas de dinheiro, seja caixa ou equivalente-caixa.
Os índices de Liquidez comparam o que as empresas possuem de ativos
circulantes (ou direitos de longo prazo) com as obrigações, procurando medir a
solidez financeira das organizações. Uma empresa que apresente bons índices de
Liquidez possui condições de ter boa capacidade de pagamento de obrigações.
No entanto, isso não é uma certeza, já que existem outros fatores, como prazo
de vencimento e renovação de dívidas, que impedirá ou dificultará o pagamento
dessas obrigações.
Veremos, a seguir, três índices de Liquidez:

Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez Seca

Índices de Liquidez
Liquidez Geral
O índice de Liquidez Geral indica quanto a empresa possui no ativo circulante e,
adicionalmente, no realizável em longo prazo, que faça frente ao total das
obrigações, sendo representados pelo passivo circulante e pelo exigível de longo
prazo.
Veja, a seguir, a fórmula para ser calculado o índice:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7


Para facilitar o entendimento, apresentaremos o mesmo Balanço Patrimonial da
aula anterior. Vamos calcular o índice de Liquidez Geral dessa empresa, de acordo
com a fórmula.

Como a empresa não possui direitos de longo prazo, apenas o Imobilizado no


Ativo Não Circulante, ela terá o seu índice de Liquidez Geral no ano 01 de 1,079
e no ano 02 de 1,190.
Isso representa uma evolução nos valores, já que no primeiro ano ela possui o
equivalente a quase R$1,08 centavos para cada R$1,00 de obrigações de curto
e longo prazos e no segundo ano, aumenta para R$1,19 no Ativo para cada
R$1,00 de obrigações de curto e de longo prazos.
Você deve notar que essa indicação é de apenas um índice calculado, não se
refere à estrutura total da empresa.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8


O raciocínio correto é: de posse desse primeiro índice calculado, deve-se
continuar com os cálculos para termos mais informações que suportem uma
opinião sobre a situação geral da empresa.

Liquidez Corrente
O índice de Liquidez Corrente indica quanto a empresa possui no seu Ativo
Circulante e que pode fazer frente às obrigações constantes no Passivo
Circulante. Em termos práticos, quanto maior for esse índice, melhor a empresa
estará com relação a tais parâmetros de análise.
Veja, a seguir, a fórmula para ser calculado o índice.

Vamos calcular o índice de Liquidez Corrente da mesma empresa, de acordo com


a fórmula.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9


No ano 01, a empresa mostrava um índice de Liquidez Corrente igual a 1,789 e
no ano 02, este valor subiu para 2,272.
Isso indica que no ano 01, para cada R$1,00 de obrigações no curto prazo, a
empresa tinha disponível em seu Ativo Circulante quase R$1,80, sendo este valor
elevado no segundo ano para mais de R$2,00 para cada R$1,00 de obrigações
no curto prazo (R$2,27).

Atenção
Nos dois exercícios, o Ativo Circulante é consideravelmente maior
que o Passivo Circulante, fazendo com que este índice sempre se
apresente superior a 1 em valores absolutos. Dessa maneira, fica
claro que as aplicações de recursos no Ativo Circulante são
suficientes para cobrir as obrigações de curto prazo, com certa
folga, nos dois períodos.
Pode-se verificar que a empresa possui Capital Circulante Líquido
(CCL) positivo, sendo este representado pela diferença entre o
Ativo Circulante e o Passivo Circulante.
Veja a fórmula do CCL:
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo
Circulante
O CCL é a folga financeira que se apresenta em valores absolutos
entre os bens e os direitos de curto prazo, representados pelo
Ativo Circulante e as obrigações de mesmo prazo, sendo
representadas pelo Passivo Circulante.

Liquidez Seca
O índice de Liquidez Seca indica o quanto a empresa possui do seu ativo líquido
para cobrir cada unidade monetária de obrigação de curto prazo. Como todos os
índices de liquidez, quanto maior for o seu valor, melhor será para a estrutura
financeira da empresa analisada.
Veja, a seguir, a fórmula para ser calculado o índice.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10
Esse índice acaba por ser uma espécie de teste de forças para as empresas,
afirmando o nível real de sua situação financeira. Pode acabar indicando certa
dificuldade, com valores não tão satisfatórios quanto os outros dois índices de
liquidez já analisados.
Vamos calcular o índice de Liquidez Seca da mesma empresa, de acordo com a
fórmula.

Para a situação em destaque, os valores encontrados para o índice de Liquidez


Seca foram, para o ano 01, 0,793 e, para o ano 02, 1,681.
Isso significa dizer que, descontando-se os estoques, no ano 01, a empresa teria
apenas R$0,79 para cada R$1,00 de obrigações no curto prazo, ao passo que no
ano 02, este valor subiria para R$1,68.
Feita uma análise isolada, no ano 01 a empresa apresentaria uma situação
desfavorável do ponto de vista da Liquidez Seca, mas, se analisarmos os índices

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11


como um todo, esses valores não seriam tão ruins, já que no ano 02 passam de
R$1,50 para cada R$1,00 de obrigações de curto prazo.

Índices de Estrutura de Capital


A partir de agora, mudaremos o foco da parte financeira, preocupada apenas
com as obrigações de uma empresa, pois os índices de estrutura de capitais mais
amplos, servindo de suporte para as grandes decisões financeiras, sempre
relacionadas à obtenção e aplicação de recursos.
Veremos, a seguir, dois índices de Estrutura de Capital:

Participação de Capital de Terceiros

A Participação de Capital de Terceiros indica quanto uma empresa possui de


capitais de terceiros em comparação com o total que ela possui de capital próprio
em sua estrutura.
Veja, a seguir, a fórmula para ser calculado o índice.

Vamos calcular o índice de Participação de Capital de Terceiros da mesma


empresa, de acordo com a fórmula? Confira o texto disponível no ambiente
href="http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS598/docs/A05
_Obj2_T9_a.pdf" pdf.

A Composição do Endividamento indica o valor percentual que as obrigações de


curto prazo representam quando comparado com as obrigações totais.
Veja, a seguir, a fórmula para ser calculado o índice.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12


Em uma análise mais superficial, quanto menor for este valor percentual, melhor
será para a empresa, pois suas obrigações tendo menor participação no curto
prazo indicam que o longo prazo tem mais participação, o que dá para as
empresas mais poder de negociação, pois o prazo está favorável a ela. É claro
que esta análise é pouco objetiva em termos de análise geral e mais informações
são necessárias para que uma posição final seja tomada.
Vamos calcular o índice de Composição do Endividamento da mesma empresa,
de acordo com a fórmula? Confira o texto disponível no ambiente.

Imobilização do Patrimônio Líquido


A Imobilização do Patrimônio Líquido indica o valor que a empresa tem aplicado
nos bens permanentes para cada unidade monetária aplicada no Patrimônio
Líquido.
De maneira geral, quanto menor esse índice melhor será para a empresa, pois
terá mais capitais aplicados no curto prazo, ou seja, no Ativo Circulante.

Vamos calcular o índice de Imobilização do Patrimônio Líquido da mesma


empresa, de acordo com a fórmula.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13


Nesse Balanço Patrimonial, a estrutura dos bens permanentes está configurada
apenas com o Imobilizado. Assim, os valores encontrados foram de 86,67% no
ano 01 para 73,33% no ano 02.
Isso indica uma boa tendência, de diminuição dos valores permanentes e uma
maior distribuição dos mesmos para o curto prazo, afetando positivamente os
índices de liquidez já estudados anteriormente.
Não devemos nos esquecer de que cada empresa possui uma estrutura única e
suas atividades principais podem demandar uma quantidade maior de bens
permanentes, tais como máquinas, equipamentos, aparatos de tecnologia da
informação etc. Pensando em uma empresa do setor de prestação de serviços,
talvez essa necessidade seja bastante reduzida, fazendo com que os recursos
fiquem predominantemente aplicados no Ativo Circulante.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14


Atenção
Para um analista, essas situações devem ser consideradas no
momento da análise, pois apenas os valores de índices regredindo
ao longo dos períodos não denota, necessariamente, uma boa
situação em relação aos imobilizados da empresa ou à estrutura
de patrimônio líquido.

A Imobilização dos Recursos não Correntes indica o percentual de recursos não


circulantes (ou não correntes) que a empresa aplicou na aquisição de bens
pertencentes à estrutura permanente.
Na interpretação desse índice específico, quanto menor for o valor encontrado,
melhor será para a empresa analisada.
Isso é uma generalização, pois algumas empresas precisam ter percentuais
maiores de investimentos aplicados nos bens permanentes, mas quando isso
ocorre, indica que menos recursos estão aplicados na estrutura de curto prazo
(circulante), podendo, em médio ou longo prazos, gerar problemas de liquidez e
excesso de endividamento.

Vamos calcular o índice de Imobilização dos Recursos não Correntes da mesma


empresa, de acordo com a fórmula.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15


No Balanço Patrimonial apresentado, a empresa apresenta o índice de
imobilização de recursos não correntes no valor de 52% no ano 01 e de 39% no
ano 02, indicando que os valores imobilizados em recursos não correntes,
proporcionalmente, diminuíram do ano 01 para 02. Novamente, devemos
enfatizar que esta situação, de maneira isolada, não representa que a estrutura
patrimonial e de capital desta empresa não melhorou nem piorou, apenas se
alterou de um período para outro.
Para que pudéssemos tomar qualquer tipo de decisão, precisaríamos de mais
dados como, no mínimo, informações sobre o tipo de atividade e sobre os
concorrentes da empresa, além da estrutura de capital média das empresas
atuantes do mesmo setor ou, mesmo, de concorrentes. Sem contar que
informações acerca do mercado de atuação dela seriam imprescindíveis, pois
trariam perspectivas de como está o mercado e as tendências que ele possui para
o curso e para o médio prazo.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16


Atividade proposta
Você foi incumbido revisar as análises feitas em um balanço por um colega que
também trabalha no departamento de controladoria, mas que não domina a
fundo os conceitos relativos às técnicas de análise das demonstrações contábeis.
Para isso, observe o balanço a seguir:

Segundo seu colega, o Capital Circulante Líquido aumentou em R$2.400,00


comparando-se 2012 com 2013 e, no mesmo período, o quociente de liquidez foi
reduzido em 0,15. Você concorda com essas constatações? Qual seria a sua
análise?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17


Resposta:
2012
Ativo Circulante R$57.400,00 - Passivo Circulante = R$36.600,00= R$20.800,00
2013
Ativo Circulante R$61.800,00 - Passivo Circulante = R$43.400,00 = 18.400,00
Logo, houve redução de 2012 para 2013 em R$2.400,00 e não aumento.
Já para o cálculo de Liquidez Corrente utilizou-se o seguinte raciocínio:
2012
Ativo
Circulante R$57.400,00 / Passivo Circulante = R$36.600,00= 1,57
2013
Ativo Circulante R$61.800,00 - Passivo Circulante = R$43.400,00 = 1,42.
Ou seja, de um ano para outro houve redução do quociente de liquidez corrente
em 0,15.
Esta análise está correta.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18


Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico-
financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo:
Person Education, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de
administração financeira. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19


Exercícios de fixação
Questão 1

Em relação à utilização de índices pode-se afirmar que existe um conjunto pré-


definido de índices para todas as situações?

a) Sim, existe um só conjunto de índices para todas as empresas.

b) Sim, existe um conjunto de índice para as empresas dependendo de sua


tributação.

c) Não, podem ser analisados diferentes índices para diferentes situações.

d) Não, não há como saber que índices fornecerão a melhor informação.

e) Sim, existe uma estrutura estática de índices que evoluiu com os tipos de
empresa.

Questão 2

Quando tratamos de uma indústria que trabalha com valores relativos à matéria-
prima, mão de obra e outros valores utilizados em sua produção qual seria a
maior preocupação em relação aos índices?

a) Compreender seus passivos.

b) Compreender seus ativos.

c) Compreender seu patrimônio.

d) Compreender seus produtos.

e) Compreender seus custos.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20


Questão 3

Mediante a utilização de índices e verificação da situação econômico-financeira


de uma empresa pode-se afirmar com toda a certeza de que ela está bem ou
mal?

a) Não, pois os índices não refletem a realidade.

b) Sim, pois eles são uma verdade absoluta.

c) Não, pois eles apenas geram uma indicação da situação.

d) Sim, pois a informação que estes revelam é garantida.

e) Não, pois eles não são confiáveis.

Questão 4

Suponha que determinado fornecedor está analisando a situação de uma


empresa para que este lhe venda determinada quantidade de matéria-prima. Que
tipo de análise ele fará?

a) Análise sobre o endividamento do cliente.

b) Análise sobre o caixa do cliente.

c) Análise sobre o ativo do cliente.

d) Análise sobre a imobilização de recursos próprios.

e) Análise sobre o investimento do cliente.

Questão 5

Pode-se afirmar que dentro da análise mediante a utilização de índices a


quantidade garante a qualidade? Ou seja, quanto maior o número de índices
melhor a qualidade da informação?

a) O rendimento da análise não é proporcional à quantidade de índices.


ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21
b) O não rendimento da análise é proporcional, mas não à quantidade de
índices.

c) O rendimento da análise é proporcional à quantidade de índices.

d) O rendimento da análise é proporcional, mas não à quantidade de índices.

e) O não rendimento da análise é proporcional à quantidade de índices.

Questão 6

Imagine uma análise em uma prestadora de serviços de telefonia. Que tipo de


análise não seria necessária ou forneceria poucas informações neste caso?

a) Liquidez Geral.

b) Liquidez Corrente.

c) Endividamento.

d) Imobilização dos recursos próprios.

e) Liquidez Seca.

Questão 7

Uma empresa deseja utilizar um índice para relacionar seus Ativos Circulantes e
o Realizável ao Longo Prazo em comparação com o seu exigível. Que índice ela
deve utilizar?

a) Liquidez Geral.

b) Liquidez Seca.

c) Liquidez Corrente.

d) Participação do Capital de Terceiros.

e) Composição do Endividamento.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22


Questão 8

Um dos índices utilizados na análise das demonstrações é o índice de Liquidez


Seca. Podemos compreender o índice de Liquidez Seca de acordo com o seguinte
raciocínio:

a) (Ativo Circulante menos estoques) dividido pelo passivo circulante.

b) Contas a pagar dividido pelas contas a pagar totais.

c) Exigível circulante dividido pelo não circulante.

d) Ativo Circulante dividido pelo passivo circulante.

e) Exigível total dividido pelo ativo total.

Questão 9

Considerando a utilidade dos índices dentro da análise das demonstrações


financeiras que aspectos são verificados pelos índices de Estrutura de Capital?

a) Suporte para decisões econômicas.

b) Suporte para decisões financeiras de curto prazo.

c) Suporte para decisões financeiras de obtenção e aplicação de recursos.

d) Suporte para decisões de aumento do PL.

e) Suporte de decisões econômicas para obtenção de recursos.

Questão 10

Quando observamos o índice de Composição do Endividamento esperamos que


quanto menor o seu percentual melhor será para a empresa. Como se justifica
este entendimento?

a) A empresa possui menor participação dos valores do curto prazo e maior


no longo prazo, indicando fragilidade.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23
b) A empresa possui menor participação dos valores do curto prazo e maior
no longo prazo, indicando menor poder de negociação.

c) A empresa possui menor participação dos valores do curto prazo e maior


no longo prazo, indicando maior poder de negociação.

d) A empresa possui maior participação dos valores do curto prazo e maior


no longo prazo, indicando maior poder de negociação.

e) A empresa possui maior participação dos valores do curto prazo e menor


no longo prazo, indicando maior poder de negociação.

Questão 11

Quando se trata da análise da Imobilização do Patrimônio Líquido, que tipo de


empresa pode ter um maior número de bens como máquinas e equipamentos?

a) Prestadora de serviços de telefonia.

b) Indústria.

c) Comércio de alimentos.

d) Prestadora de serviços de internet.

e) Prestadora de serviços de cobrança.

Questão 12

No estudo da Imobilização dos Recursos não Correntes é necessário se preocupar


com alguns aspectos, entre os itens apresentados a seguir qual não faz parte da
análise?

a) Informações sobre o tipo de atividade.

b) Sobre os concorrentes da empresa.

c) Estrutura de capital.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24


d) Média das empresas atuantes do mesmo setor.

e) Média anual da tributação.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 25


Notas
Diferenças entre os diversos autores e materiais existentes: É comum
que os autores utilizem estruturas distintas de índices, o que acarreta em
fórmulas diferentes de cálculo. Isso gera diferença entre os valores quando são
utilizados materiais distintos. No entanto, se essas fórmulas forem utilizadas
no decorrer de um intervalo de tempo contínuo ou na comparação entre duas
ou mais empresas a diferença prática na análise será nula.

Índice de Liquidez Seca: No entanto, se o índice de liquidez corrente for


satisfatório, dificilmente o resultado da análise será alterado por outro índice.
Adicionalmente, como esse índice não considera os estoques nem as despesas
antecipadas, é pouco utilizado pelas empresas prestadoras de serviços, sendo
muito mais utilizado por empresas do ramo industrial e do ramo comercial em
suas análises.

Índices: Um índice nada mais é do que uma relação entre grupos ou contas
das demonstrações financeiras de uma empresa qualquer, sendo estes valores
de um período único ou de períodos comparados. O objetivo de cada índice é
evidenciar, de maneira parametrizada, algum aspecto da conjuntura econômica
ou financeira de uma entidade qualquer.

Liquidez Seca: O índice de Liquidez Seca considera os estoques como fatores


componentes de sua fórmula, o que o deixa sem utilidade para as empresas
prestadoras de serviços.
Outros índices, ainda, são apenas utilizados por alguns usuários específicos.
Uma instituição financeira, no momento de definir se concede ou não um
empréstimo a um cliente demandante de recursos financeiros, não tem grande
interesse na estrutura de capital da empresa solicitante do crédito e, sim, em
sua estrutura de liquidez e de rentabilidade. Isso não acontece somente com

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 26


instituições bancárias, mas com qualquer usuário das informações geradas a
partir da análise dos índices econômico-financeiros.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 27


Chaves de resposta
Aula 5
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Justificativa: Não existe uma estrutura padrão e, dependendo do tipo de
empresa, é necessário que sejam utilizados determinados conjuntos de índices.

Questão 2 - E
Justificativa: Geralmente as indústrias têm maior preocupação com seus custos.

Questão 3 - C
Justificativa: Os índices não garantem a situação econômica-financeira da
empresa, apenas indicam uma situação.

Questão 4 - A
Justificativa: Ele analisará o endividamento do cliente, pois quer saber se ele
poderá pagar os valores referentes à sua venda.

Questão 5 - A
Justificativa: Não existe uma relação direta entre a qualidade da análise e
quantidade de índices.

Questão 6 - E
Justificativa: A Liquidez Seca não teria grande utilidade, pois empresas de
telefonia, como prestadores de serviços, não têm estoques representativos.

Questão 7 - A
Justificativa: O índice de Liquidez Geral irá confrontar o Ativo Circulante e o
Realizável ao Longo Prazo com as obrigações exigíveis da empresa.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 28


Questão 8 - A
Justificativa: O índice de Liquidez Seca não leva em consideração os estoques.

Questão 9 - C
Justificativa: Os índices de Estrutura de Capital são utilizados para o suporte para
decisões financeiras de obtenção e aplicação de recursos.

Questão 10 - C
Justificativa: Quando a empresa possui mais recursos no longo prazo ela poderá
negociar algumas condições, pois tem o prazo ao seu favor.

Questão 11 - B
Justificativa: As indústrias, por suas características, possuem um número maior
de máquinas e equipamentos.

Questão 12 - E
Justificativa: A média anual de tributação não é levada em conta nesse tipo de
análise.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 29


Análise das demonstrações contábeis e
financeiras - Apostila

Aula 6: Análise com utilização de índices II


Introdução
Os índices de Rentabilidade avaliarão o nível de retorno dos capitais envolvidos,
o que refletirá a trajetória econômica das empresas analisadas, revelando o
conjunto completo de análises para um bom processo de tomada de decisão.
O processo de avaliação de uma empresa por meio de índices será o último tópico
a ser compreendido nesta aula e proporcionará a compreensão das formas de
avaliação que são feitas com os índices obtidos.

Objetivo:
1. Descrever os índices de rentabilidade;
2. Examinar como funciona o processo de avaliação de uma empresa por meio
de índices.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2


Conteúdo

Índices de Rentabilidade
Na última aula, você estudou os índices de Liquidez e de Estrutura de Capital.
Nesta aula, analisaremos o último grupo de índices, que é o de Rentabilidade. Ao
todo, são quatro índices:

O Giro do Ativo
A Margem Líquida
A Rentabilidade do Ativo
A Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Cada um tem sua importância específica no escopo da análise como um todo


para as empresas. Os índices de Rentabilidade evidenciam o nível de retorno dos
capitais investidos, ou seja, o valor que rendem os investimentos. Em outras
palavras, eles medem a trajetória econômica das empresas analisadas. Veja a
seguir.

Giro do Ativo
O Giro do Ativo indica o quanto a empresa consegue gerar de vendas (em
unidades monetárias) comparando com os investimentos totais realizados (os
ativos totais).
Em uma análise mais simples desse índice, quanto mais a empresa vender,
melhor será para sua estrutura interna.
Um dos fatores do sucesso empresarial é o ritmo de crescimento dos seus
montantes de vendas realizadas em períodos idênticos de tempo. O valor de
vendas realizadas deve ter relação direta com os investimentos realizados.
Normalmente, quanto mais se investe nos ativos de uma empresa, mais ela terá
condições de gerar receitas. No entanto, isso nem sempre funciona efetivamente,
porque nunca se pode olhar apenas para o valor das vendas absolutas de maneira
isolada.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3


Agora, imagine que uma empresa tem um nível de vendas em determinado
período de R$1.000.000,00. Esse valor poderá ser muito ou pouco, mas teremos
de comparar com algum fator, então comparemos com os ativos.
Se essa mesma empresa tiver R$100.000,00 de ativos, terá um desempenho
identificado. No entanto, se tiver um total de R$30.000.000,00 em ativos totais,
certamente este R$1.000.000,00 de receitas geradas será um valor pequeno.
Vejamos a fórmula matemática deste índice, que é relativamente simples:

Analise a estrutura do Balanço Patrimonial nos anos 01 e 02 e, em seguida,


examine a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício para o mesmo
período.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4


Se considerarmos os dados de Balanço Patrimonial e de Demonstração do
Resultado do Exercício, esta empresa teve valor relativo a Giro do Ativo no ano
01 de R$1,69 de vendas realizadas para cada R$1,00 investido no ativo da
empresa.
No ano 02 este valor foi para R$2,45, indicando um aumento de vendas
comparado com o total de ativos investidos na entidade. Nesse caso, o valor
absoluto das vendas foi superior e, proporcionalmente aos seus ativos totais,
também houve aumento no valor vendido.

Margem Líquida
A Margem Líquida indica quanto a empresa consegue gerar de lucro para cada
R$100,00 gerados de vendas. Aqui, fica claro: quanto maior for este índice,
melhor será para a empresa analisada.
Vejamos a fórmula da Margem Líquida:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5


Os valores encontrados para a margem líquida nos anos 01 e 02 foram 33% e
42%, respectivamente, indicando um claro aumento da margem líquida do
primeiro para o segundo ano.
Aqui, tanto o valor absoluto quanto a comparação relativa com as vendas líquidas
aumentaram do ano 01 para o ano 02, indicando uma melhora no desempenho
empresarial, validando o índice anteriormente calculado, que foi o Giro do Ativo.
Nesse caso, além de girar mais, ou seja, vender mais, os resultados obtidos foram
mais positivos, aumentando a lucratividade em comparação com o total das
vendas realizadas.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6


Rentabilidade do Ativo
Este índice avalia o quanto a empresa consegue gerar de lucro a cada R$100,00
que foram realizados de investimentos totais, ou seja, suas aplicações de
recursos representadas pelos ativos.
De maneira mais genérica, quanto maior for este índice melhor a empresa estará
com relação à rentabilidade de seus ativos.
Vejamos a fórmula da Rentabilidade do Ativo:

Na empresa apresentada, a rentabilidade do ativo no ano 01 é de 55,77% e no


ano 02 de 103,65%, o que pode ser explicado, já que os lucros sobem do ano
01 para o ano 02, além do valor total dos ativos sofrer um decréscimo do ano 01
para o ano 02. Esses dois fatores são importantes para que a evolução do índice
se apresente tão visível de um período para outro.
Vamos entender melhor o que ocorreu nos dois anos analisados:
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7
No primeiro ano, a empresa conseguiu obter R$55,77 de lucro para cada
R$100,00 aplicados no seu ativo;
No segundo ano, obteve R$103,65 para cada R$100,00 investidos.
De acordo com o desempenho do ano 01, a empresa demoraria dois anos para
dobrar seus ativos. Já o desempenho do ano 02 seria suficiente para dobrar os
ativos da empresa.

Rentabilidade do Patrimônio Líquido


O índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido apresenta a quantidade de lucro
que a empresa gerou para cada R$100,00 aplicados no capital próprio, ou seja,
em seu Patrimônio Líquido.
Isso quer dizer que quanto maior for seu valor, mais a empresa conseguirá
aumentar seu capital próprio com o retorno de suas atividades operacionais.
Vejamos a fórmula da Rentabilidade do Patrimônio Líquido:

Diferentemente das outras fórmulas apresentadas, essa não trabalha com valores
absolutos na sua composição, pois toma como base o patrimônio líquido médio
da entidade, representado pela média aritmética simples do ano atual e do ano
anterior como denominador.
Isso ocorre porque a verificação do lucro líquido de uma empresa não esclarece
todo o cenário. É preciso comparar este valor com o capital próprio dela.

Atenção
Veja um exemplo!
A empresa XY gera um milhão de reais de lucro e é mais lucrativa
do que a empresa WX, que gera meio milhão de reais de lucro no
mesmo intervalo de tempo.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8


No entanto, se a empresa WX tiver apenas 1% do capital próprio
da empresa XY, mesmo com metade do lucro, será a empresa
mais lucrativa, pois não precisou investir muito capital de seus
sócios para gerar tamanho lucro.

O papel principal do índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar o


ritmo de crescimento do capital próprio das empresas, em níveis percentuais.
Isso permitirá que nós tomemos decisões de investimento, podendo comparar
essa rentabilidade com rendimentos de caderneta de poupança, títulos públicos
ou privados, ações, alugueis, entre outros.
O lucro líquido evolui com os preços de mercado, por isso está livre dos efeitos
da inflação. Considerando a simulação apresentada, no ano 01 a empresa obteve
uma rentabilidade do patrimônio líquido de 248,77%, pois seu lucro no período
foi superior a R$37 milhões e o patrimônio líquido da mesma se manteve estável
em R$15 milhões no mesmo período.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9


Embora a situação abordada no exemplo seja muito favorável, não é comum as
empresas apresentarem tal condição. Espera-se, no geral, que a rentabilidade
das empresas ultrapasse níveis anuais de 8% a 10%, pois são os patamares de
rentabilidade alcançados por investimentos com níveis de risco menores e que
demandam pouco capital investido. Além disso, o investimento em uma empresa
pode gerar rentabilidades menores ou negativas.
O principal motivo para calcular o valor médio do capital próprio é o pagamento
de dividendos e outras situações decorrentes das atividades empresariais que
podem alterar o valor do patrimônio líquido. Quando se tomam os dois valores,
as diferenças são equalizadas e o índice se torna um valor mais confiável para
servir de informação gerencial para análise.

Atenção
Veja um exemplo da rentabilidade dessa empresa.
A caderneta de poupança tem um rendimento histórico médio
entre 6% e 6,50%. Com a rentabilidade de 248,77%, podemos
afirmar que a empresa rende 38 vezes mais do que a poupança.
Isso quer dizer que o dinheiro investido durante um ano nessa
empresa gera o que a caderneta de poupança levaria mais de 38
anos para render.

Processo de avaliação de uma empresa por meio de índices


Você estudou os índices mais utilizados pelas empresas durante o processo de
busca de informação para análise financeira. Agora, vamos verificar as formas de
avaliação que são feitas com os índices obtidos.
Os índices, de maneira individual, são apenas valores e percentuais sem
significado. É preciso transformar os dados em informações úteis para os
gestores da empresa.
Existem três formas para se avaliar um índice ou grupo de índices:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10


Pelo significado intrínseco de um índice.

Pela comparação da sua evolução ao longo do tempo, de maneira horizontal.

Pela comparação com índices-padrão existentes ou com índices obtidos de


empresas do mesmo setor.

A comparação com índices de empresas do mesmo setor é a de mais difícil


obtenção, pois dificilmente os concorrentes divulgarão informações ao público.
São liberadas apenas as que são de caráter obrigatório.

Avaliação intrínseca de um índice


Um índice muito utilizado por analistas para definir a situação financeira de uma
empresa no curto prazo é o de Liquidez Corrente.
De maneira geral, se uma entidade apresenta índice igual a 1,3, significa dizer
que ela está em uma boa situação financeira no curto prazo, pois seus passivos
circulantes podem ser cobertos pelos seus ativos circulantes, com uma sobra de
30% do total das obrigações que a entidade possui no curto prazo.
Isso pode ser afirmado, mesmo sem considerar outros índices, tanto pelo
conhecimento e pela experiência de um analista que trabalha durante anos com
empresas do mesmo ramo quanto por um pressentimento de melhora na situação
econômica do país.

No entanto, imagine um índice com 150% de participação do capital de terceiros.


Não é possível afirmar se o percentual dessa participação é satisfatório. O que
podemos declarar é que para cada R$100,00 que os sócios injetam na empresa,
R$150,00 entram de capitais de terceiros. Isso será bom para a empresa se a
comunidade interessada – banqueiros, instituições financeiras e potenciais
investidores – achar isso relevante.
No caso dos bancos tomarem conhecimento de um índice tão elevado, poderão
se recusar a conceder empréstimos ou diminuir as linhas de créditos disponíveis,

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11


pois a empresa já possui um endividamento alto, se comparado com seu capital
próprio.

Atenção
O que deve ficar muito claro aqui é que a análise intrínseca só
deve ser utilizada quando outros fatores, principalmente os
externos à ação das empresas, não puderem ser considerados ou
não estiverem disponíveis.

Comparação da evolução do índice ao longo do tempo


A comparação dos índices econômicos no decorrer do tempo, em um intervalo
específicos de meses ou anos, se torna muito útil, pois observa tendências,
comparando o passado com o presente, possibilitando a projeção do futuro.

Essa análise permite ao profissional formar uma opinião com base em diversos
índices e em períodos consecutivos. Podemos afirmar que essa forma de
observação dos índices é mais indicada que a análise intrínseca, pois considera a
empresa como um todo, não apenas examinando um ou outro índice de maneira
isolada. Mais conclusões podem ser tiradas quanto mais índices são utilizados.

Comparação com índices-padrão ou de empresas do mesmo


setor
Objetividade é a palavra mais utilizada neste caso, pois aqui podemos dizer que
um índice ou grupo de índices está ótimo, bom, regular ou deficiente. Isso porque
a comparação é realizada a partir de padrões existentes no mercado e praticados
por empresas semelhantes.
Aqui, deve ficar muito claro que um tipo de empresa com excelentes índices,
quando comparada com outras empresas, pode passar a apresentar índices
péssimos.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12


Imagine o seguinte: quando acompanhamos um jogo de futebol da primeira
divisão do campeonato brasileiro, os quatro times que apresentaram os piores
desempenhos, comparados aos times da quarta divisão, são excelentes.
É muito provável que os times com piores desempenhos na primeira divisão
ganhem de goleada dos melhores times da quarta divisão. Isso é a relativização
dos índices, que deve ser sempre utilizada para que possamos tomar decisões
mais acertadas.

Para finalizarmos e identificarmos a importância da comparação com padrões


imagine uma empresa qualquer com índice de liquidez corrente de 1,35. A reação
imediata é pensar que a empresa possui um índice de liquidez satisfatório, pois
paga tudo o que deve e ainda sobram 35 centavos para cada real de dívida que
possui. No entanto, suas concorrentes apresentam o mesmo índice com valores
superiores a 2,20.
É possível deduzir que a situação da empresa analisada não está tão boa quanto
parecia inicialmente. Portanto, nem sempre a análise preliminar de "quanto
maior, melhor" ou "quanto menor, melhor" pode ser aplicada. É importante levar
isso em consideração sempre que formos analisar uma demonstração contábil.

Comparação com índices-padrão ou de empresas do mesmo


setor
Você está procurando um emprego na área de controladoria e para isso fez
inúmeros testes. Um dos testes incluía o conhecimento dos tipos de análises
e dos principais índices utilizados. Foram apresentadas as seguintes
situações:
• Indicadores da capacidade de pagamento – IC
• Indicadores de rentabilidade – IR
• Indicadores de atividade – IA

Posteriormente foram apresentados os seguintes conjuntos de índices:


ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13
• Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Liquidez Imediata, Liquidez Geral e
Endividamento.
• Prazo Médio de Recebimento, Prazo Médio de Pagamento, Giro de
Estoques, Giro do Ativo Total.
• Margem Operacional sobre Vendas, Margem Líquida sobre Vendas,
Rentabilidade do Ativo Total e Rentabilidade do Patrimônio Líquido.

Utilizando as siglas apresentadas junto ao conjunto de Indicadores você


consegue identificar cada tipo de conjunto de índices?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14


Chave de resposta
(IC) Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Liquidez Imediata, Liquidez Geral e
Endividamento.
Permitem analisar a relação entre Ativos e Passivos, possibilitando a visão em
relação à capacidade de pagamento a curto prazo e a longo prazo, bem como o
total de endividamento. Os cálculos são feitos através dos índices de Liquidez
Corrente, Seca, Imidiante Geral e Endividamento.
(IA) Prazo Médio de Recebimento, Prazo Médio de Pagamento, Giro de Estoques,
Giro do Ativo Total.
Esses índices também são conhecidos como Indicadores de Produtividade, fazem
a medição de rotatividade das contas com Ativo e Passivo, a resposta será em
números de dias ou vezes.
(IR) Margem Operacional sobre Vendas, Margem Líquida sobre Vendas,
Rentabilidade do Ativo Total e Rentabilidade do Patrimônio Líquido.
Relativas aos ganhos com vendas e capacidade de produzir lucro em relação ao
ativo investido.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15


Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico-
financeiro. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo:
Pearson Education, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de
administração financeira. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2013.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16


Exercícios de fixação
Questão 1

Os índices de Rentabilidade são uma poderosa ferramenta utilizada dentro da


análise das demonstrações financeiras. Qual o tipo de informação refletida por
esses índices?

a) O nível de retorno do capital próprio investido.

b) O nível de retorno do capital de terceiros investido.

c) O nível de capitais investidos.

d) O nível de receitas alcançadas.

e) O nível de rentabilidade das vendas.

Questão 2

O índice indica o quanto a empresa consegue gerar de vendas (em unidades


monetárias) comparando com os investimentos totais realizados (os ativos
totais). Que índice é este?

a) Giro do Passivo.

b) Giro do Ativo.

c) Giro das Vendas.

d) Giro dos Estoques.

e) Giro das Receitas.

Questão 3

A margem líquida irá indicar quanto determinada empresa consegue gerar de


lucro, desta forma sua fórmula pode ser definida por:

a) Lucro Líquido dividido pelas vendas líquidas multiplicado por cem.


ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17
b) Lucro Bruto dividido pelas vendas líquidas multiplicado por cem.

c) Lucro Operacional dividido pelas vendas líquidas multiplicado por cem.

d) Receita Bruta dividida pelas vendas líquidas multiplicado por cem.

e) Receita Líquida dividida pelas vendas líquidas multiplicado por cem.

Questão 4

Este índice é uma medida do potencial para a geração de lucros que uma empresa
possui, pois compara os resultados alcançados com os ativos investidos nela.
Qual é o índice mencionado?

a) Rentabilidade do Passivo.

b) Rentabilidade.

c) Margem Líquida.

d) Rentabilidade do Ativo.

e) Imobilização de recursos próprios.

Questão 5

Quando se diz que uma empresa possui um Giro do Ativo favorável, significa
dizer que:

a) Gera muitas receitas comparativamente aos seus ativos totais.

b) Gera muito lucro comparativamente ao seu patrimônio líquido.

c) Gera muito ativo imobilizado comparativamente ao seu patrimônio líquido.

d) Gera muito ativo imobilizado comparativamente aos seus ativos totais.

e) Gera muitas receitas comparativamente ao seu patrimônio líquido.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18


Questão 6

Existem diversas formas de se avaliar uma empresa de acordo com as


informações encontradas na análise das demonstrações financeiras. Qual pode
ser uma forma de se fazer isso?

a) Avaliação intrínseca de um índice econômico financeiro.

b) Cálculos estatísticos com os dados da empresa.

c) Cálculos que envolvam questões tributárias.

d) Avaliação de um conjunto padrão de índices.

e) Avaliação por meio de comparações com o mercado.

Questão 7

Qual é a utilidade dos índices quando os índices são analisados no decorrer do


tempo, em intervalos específicos de meses ou anos?

a) Observa-se tendências e compara-se o presente com o passado.

b) Não é útil, pois não permite conclusões.

c) É útil porque apresenta dados importantes da empresa.

d) Permite entender toda a situação da empresa sem nenhum outro detalhe


adicional.

e) Não permite tendências, mas permite a comparação do presente com o


passado.

Questão 8

Uma determinada empresa foi comparada com outras empresas do setor e


apresentou, nessa comparação, dados muito inferiores ao da concorrência. Sem
informações adicionais o que é possível afirmar?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19


a) Que ela está em uma situação ruim.

b) Que não é possível fazer a análise sem informações adicionais utilizando


relativização de índices.

c) Que ela não está concorrendo de maneira justa.

d) Que ela não deveria ter sido analisada.

e) Que as análises estão incorretas.

Questão 9

Existem três formas de utilizarmos os índices financeiros para a análise de uma


empresa. Aponte a alternativa que ilustra a forma mais difícil de utilização desses
dados para análise:

a) Pela análise vertical de tais índices.

b) Com a utilização de índices obtidos de outras empresas do mesmo setor.

c) Analisando internamente a empresa em relação ao seu mercado de


atuação.

d) Com a utilização de valores absolutos comparados aos de seus


fornecedores.

e) Trabalhando apenas com índices passados, sem utilização de dados da


concorrência.

Questão 10

Alguns índices, para a viabilização do processo de análise, possuem valores


padronizados, que sugerem boas ou más situações. No caso de alguns índices,
valores tidos como maiores do que 1 são considerados bons e menores que 1
são considerados ruins. Aponte uma razão para discordar dessa afirmação:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20


a) Deve-se entender que uma empresa pode estar sem dinheiro em caixa,
com dívidas e sem gerar lucro e, ainda sim, apresentar uma ótima situação
econômico-financeira.

b) As empresas, de uma maneira geral, apenas buscam ajustar seus índices


para ilustrar boa situação, mesmo que, na prática, isso não ocorra.

c) Se um índice for considerado satisfatório internamente na empresa,


mesmo sem a análise de concorrentes ou do mercado, essa verdade é
suficiente.

d) Deve-se comparar com índices obtidos por empresas semelhantes ou que


o próprio mercado defina como mínimos.

e) Deve ser feita a comparação de índices e a análise com empresas de


setores diferentes, a fim de obter outra ótica acerca dos índices.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21


Notas
A empresa pode ter aumentado sua participação de mercado, pela saída de um
concorrente ou por causa de um novo produto oferecido e comercializado no
mercado em que atua.
Outro ponto a ser enfatizado é a estratégia da empresa como um todo. Se ela
foi completamente alterada e positivamente, isto pode influenciar
positivamente o seu nível de faturamento, fazendo com que ela venda bem
mais do que o esperado.
A explicação da estratégia pode ser confirmada no próximo índice, que é a
Margem Líquida, que também está ligada a ações gerenciais mais amplas por
parte da empresa analisada.

Aumento no valor vendido: Algumas explicações podem ser dadas para


uma evolução tão favorável desse importante índice na empresa analisada.
O mercado pode ter sofrido uma injeção de recursos, como aumentos salariais,
incentivos governamentais etc.;

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22


Chaves de resposta
Aula 6
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Justificativa: Essa análise irá refletir o nível de capitais investidos nas empresas.

Questão 2 - B
Justificativa: O giro do Ativo reflete quanto a empresa consegue gerar de vendas
se comparado com os investimentos totais.

Questão 3 - A
Justificativa: A fórmula relaciona o lucro líquido dividido pelas vendas multiplicado
por cem.

Questão 4 - D
Justificativa: O índice de Rentabilidade do Ativo mede a geração de lucros em
comparação com os resultados alcançados com os ativos investidos na empresa.

Questão 5 - A
Justificativa: Como a fórmula do giro do ativo relaciona vendas líquidas sobre os
ativos totais, um bom giro do ativo gera vendas comparadas aos seus ativos.

Questão 6 - A
Justificativa: É possível avaliar uma empresa com um índice econômico
financeiro, como exemplo a análise de liquidez corrente.

Questão 7 - A
Justificativa: A análise através de determinado período de tempo permitirá a
observância de tendências e comparações com o presente e o passado.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23


Questão 8 - B
Justificativa: São necessários mais dados para a análise de uma empresa.

Questão 9 - B
Justificativa: Por se tratarem de informações a serem obtidas de terceiros
(concorrentes), fica quase inviável a utilização delas, pois o acesso é restrito,
dificultando o processo.

Questão 10 - D
Justificativa: Uma empresa pode ter um índice de 1,50, considerado no geral
como bom, pois é maior que 1. No entanto, se todos os concorrentes tiverem
valores superiores a 3 e a média do setor for maior que 2,5, este valor de 1,50
se apresentará como um valor abaixo da média geral, sendo algo não tão bom
assim quanto se analisou inicialmente.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 24


Análise das demonstrações contábeis e
financeiras - Apostila

Aula 7: Alavancagem operacional e financeira


Introdução
Já estudamos várias técnicas de análise das demonstrações financeiras e agora
veremos duas importantes ferramentas representadas pelas Alavancagens
Financeira e Operacional.
Essas análises avaliam a empresa e permitem uma contribuição direta para o
aumento do resultado operacional e do resultado líquido de uma organização,
além de possibilitar a identificação dos fatores que fazem com que os resultados
tenham suas tendências identificadas.
A alavancagem operacional relaciona a margem de contribuição com o lucro
líquido ou pode utilizar o impacto da variação das receitas com os resultados para
fornecer importantes informações para as empresas.
Já a alavancagem financeira permite ter uma ideia de como o endividamento
influi na rentabilidade de seus empresários e propicia a separação dos resultados
obtidos entre operacionais e aqueles decorrentes de decisões de financiamento.

Objetivo:
1. Examinar a alavancagem operacional;
2. Descrever os conceitos de alavancagem financeira.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2


Conteúdo

Alavancagem operacional
Para iniciar nosso estudo, analisaremos com mais detalhes a alavancagem
operacional, que verifica o impacto da alteração nos resultados de uma entidade
quando ocorre variação no seu nível de receitas.
Imaginemos a seguinte situação:

Você juntou dinheiro e decidiu investi-lo.

Ao pesquisar as possibilidades, deparou-se com duas empresas com o mesmo


nível de vendas alcançado em determinado período.

Em seguida, você descobre que ambas as empresas também tiveram o mesmo


nível de lucratividade nesse período.

Agora, imagine se alguém lhe perguntasse em qual das duas empresas você irá
investir seu dinheiro, o que você responderia?

Atenção
Para facilitar a compreensão do exemplo, considere a tabela a
seguir:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3


De posse dos dados que vimos anteriormente, a resposta mais provável seria
"tanto faz". No entanto, a partir de agora, verificaremos que informações
adicionais serão necessárias para tomar uma decisão mais acertada com relação
à alavancagem.
Se tivermos somente as informações da tabela anterior, não será possível tomar
decisão acertada sobre qual empresa deve ser investida.
Vamos melhorar a qualidade das informações apresentadas.

Com essas informações adicionais você saberia decidir qual empresa deve
receber os investimentos? Clique no ícone e descubra!

As informações ainda não são suficientes para uma tomada de decisão eficaz.
Percebe-se que o valor dos custos totais foi desmembrado, de maneira que
podemos identificar a parte variável e a parte fixa dos custos incorridos.
Entretanto, isso ainda não é suficiente, embora já dê alguns direcionamentos em
relação ao que deve ser feito em relação a investimentos futuros.
A alavancagem operacional pode ser calculada de duas maneiras distintas:
• Relacionada à margem de contribuição com o lucro líquido;
• Relacionada à variação das receitas com a variação dos resultados.

Cálculo do Grau de Alavancagem Operacional (GAO) pela


margem de contribuição pelo lucro
O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) das empresas A e B pode ser
calculado pela fórmula da margem de contribuição pelo lucro.
Você conhece essa fórmula? Vejamos:

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4


A empresa A tem um GAO de 2,50 (5.000/2.000) e a empresa B tem um GAO de
4,00. Pode-se dizer que a variação nas receitas da empresa A gera uma variação
2,5 vezes maior nos seus resultados.
Já para a empresa B, a mesma variação na receita gera uma variação 4 vezes
maior nos lucros alcançados.

A empresa A tem um GAO de 2,50 (5.000/2.000) e a empresa B tem um GAO de


4,00. Pode-se dizer que a variação nas receitas da empresa A gera uma variação
2,5 vezes maior nos seus resultados.
Já para a empresa B, a mesma variação na receita gera uma variação 4 vezes
maior nos lucros alcançados.

Nota-se que houve variação percentual nas receitas e nos custos e despesas
variáveis, mas não houve qualquer variação nos custos e despesas fixos.
É fácil explicar essa situação, pois alguns custos fixos são obrigatórios para as
empresas e não variam mensalmente, mesmo que suas produções sofram
oscilações dentro da normalidade operacional.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5


Como exemplo, podemos citar o aluguel da estrutura fabril ou da estrutura
administrativa. Ambos são fixos, independentemente do nível de produtividade
alcançado, desde que este não cresça o bastante para demandar mais estrutura
fabril.
Podemos perceber que, no caso da empresa A, com uma variação percentual de
10% para mais nas vendas e nos custos e despesas variáveis, houve um aumento
percentual de 25% (de 2.000 para 2.500). Essa variação de R$500,00 comparada
à situação inicial de R$2.000,00 explica os 25%.

Cálculo do Grau de Alavancagem Operacional (GAO) pela


variação das receitas com a variação dos resultados
A outra maneira de se calcular o GAO é fazendo a relação das variações
percentuais entre lucratividade e receitas. Vamos ao cálculo da empresa A e B?

Essa variação de 2,5 vezes o resultado comparado com a receita é tanto para
mais quanto para menos. Então, se a empresa A diminui suas vendas em 10%,
seus lucros se reduzirão em 25%, ou seja, 2,5 vezes mais.

Para a empresa B, com uma variação de 10% para mais nos seus níveis de venda,
sua lucratividade aumentou 40%, passando de R$2.000,00 para R$2.800,00.

No caso de ter as duas empresas alcançando níveis de vendas crescentes, no


decorrer de um período de tempo, a empresa B seria mais viável, pois seus lucros
seriam mais alavancados do que os da empresa A.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6


Pensando em potenciais diminuições no ritmo de vendas, a empresa A seria
preferível, pois penaliza menos os resultados por variações nos níveis de venda.

Atenção
Você conseguiu identificar de quem é a culpa das variações nos
níveis de venda?
A culpa é dos custos e despesas fixos que, de maneira mais geral,
estão associados à quantidade de ativos fixos que uma empresa
possui, gerando gastos com depreciação, considerados fixos pela
terminologia aplicada a custos empresariais.
Comparando as empresas A e B, podemos verificar que aquela
que mais gera custos e despesas variáveis é a empresa A, menos
alavancada, com GAO de apenas 2,50. Com variações negativas
em suas vendas, será menos prejudicada nos seus resultados.
A empresa B, com GAO de 4,00, é mais alavancada, pois possui
mais ativos fixos. Aqui está a chave para a nossa compreensão.
Quanto mais bens imobilizados uma empresa gere, mais custos e
despesas fixas possuirá, aumentando sua alavancagem
operacional.

Escolha da empresa
Agora que já estudamos os impactos da alavancagem operacional dentro das
operações das entidades, qual das duas empresas deve ser escolhida por um
investidor com dúvidas?
Não existe uma resposta única para esta pergunta. Todas podem estar certas,
tanto a empresa A quanto a empresa B. Vejamos o porquê:

Por exemplo, se o cenário for otimista, ou seja, se o mercado e o país/região da


empresa estiverem em franca expansão com aumento esperado no consumo, a

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7


empresa B deverá ser a escolhida, pois com um maior GAO, tenderá a ter mais
lucratividade.

No entanto, se nos depararmos com um cenário de expectativa de recessão e


baixa nos níveis de venda, a empresa a ser escolhida será a A, que tem um GAO
menor, arriscando menos os níveis de lucratividade.

A consequência natural pode ser o raciocínio de que a melhor situação seria um


GAO de 1,00, em que a entidade teria a mesma variação na lucratividade que
tem nas receitas. Entretanto, matematicamente isso é possível, mas na prática,
isso é impossível.

Atenção
Imagine a seguinte situação: para uma entidade ter um GAO de
1,00, ela deverá ter a margem de contribuição igual ao lucro.
Neste caso, ela não poderia ter qualquer custo ou despesa fixos.
Hipoteticamente, uma entidade pode apresentar custo e despesa
fixos totais iguais a zero, mas na prática não existe empresa que
apresente tal situação.
Definimos, então, que não há GAO de 1,00 e que as empresas
sempre terão um GAO diferente desse valor. O GAO poderá ser
negativo, situação em que os resultados serão negativos, ou seja,
quando as empresas estiverem trabalhando em níveis de prejuízo
operacional.

Alavancagem financeira
A partir de agora, falaremos sobre a alavancagem financeira, que possui outro
foco. Ela resulta da participação dos recursos obtidos junto a terceiros na
estrutura do capital de uma entidade.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8


Como uma forma de análise desta alavancagem, podemos dizer que o
endividamento é aceitável desde que seu custo seja menor que o retorno que ele
pode produzir na aplicação dos recursos.
Vamos ver um exemplo?

Algumas pessoas dizem que as dívidas não são boas para nenhuma empresa.
No entanto, se uma entidade pega um empréstimo de R$1.000,00 com uma
instituição financeira, pagando 8% de juros ao ano e tem uma rentabilidade do
ativo de R$15% no mesmo período, ela conseguirá transformar esses R$1.000,00
em R$1.150,00.

Quando chegar o momento de liquidar as obrigações adquiridas, ela


desembolsará R$1.080,00 dos R$1.150,00 obtidos, ficando com R$70,00 livres
em sua estrutura financeira.

Esses R$70,00 ingressam e permanecem na entidade sem gerar risco para os


proprietários, pois eles vieram dos cofres de uma instituição financeira e foram
integralmente devolvidos.
No entanto, o endividamento deve ser muito bem planejado para que nenhuma
decisão equivocada seja tomada. Os R$70,00 geram um ganho adicional e não
esperado nas operações da empresa, chamado de alavancagem financeira.

Atenção
Quando a entidade toma recursos emprestados e os sócios não
conseguem cobrir a taxa de retorno, o custo do endividamento
supera o retorno do mesmo, onerando os resultados operacionais
da entidade e gerando uma diminuição da taxa de retorno.
Dessa maneira, é possível definir a alavancagem financeira como
sendo a capacidade que os recursos obtidos junto a terceiros

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9


possuem de aumentar os resultados líquidos dos donos das
entidades.

Cálculo do Grau de Alavancagem Financeira (GAF)


O Grau de Alavancagem Financeira (GAF) pode ser calculado através de duas
fórmulas:

Essa fórmula revela a alteração percentual no lucro líquido (aquele que pode ser
distribuído os sócios/proprietários) obtido pela variação no lucro operacional.

A alavancagem também pode ser explicada pelas variações ocorridas. O GAF de


1,50 que uma entidade possui indica que para cada 10% de variação em seu
resultado operacional, ela tem uma variação de 15% no lucro líquido.
Isso ocorre porque a entidade obtém passivos mais baratos se comparados à
capacidade de geração de lucros que ela possui, o que promove aumento
desproporcional no retorno disponibilizado aos sócios/proprietários.
Vamos ver uma situação hipotética, a fim de compreendermos melhor a
alavancagem financeira nas empresas? Acesse o texto no ambiente.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10


Imposto de Renda na alavancagem financeira
Depois de analisarmos o lucro líquido, devemos examinar os impactos dos
impostos incidentes sobre o resultado, por isso estudaremos a consequência do
imposto de renda na alavancagem financeira.
Consideremos o mesmo exemplo que vimos anteriormente, mas admitamos uma
alíquota de imposto de renda para a pessoa jurídica na ordem de 25%.
Vamos à demonstração com os devidos valores:

Para provarmos que o GAF possui o valor absoluto de 1,36, precisamos dividir o
valor do lucro operacional líquido pelo lucro líquido após o IR.
Os valores são os seguintes:

Atenção
Os juros ajudam a empresa a elevar o lucro líquido, porque o
grau de alavancagem operacional é superior a 1,00. Além disso,
como os juros são dedutíveis para efeitos fiscais, eles diminuem

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11


a carga de impostos incidentes sobre a renda, porque fazem
com que a base tributável seja diminuída.
Com isso, podemos verificar que as organizações podem
escolher trabalhar com mais recursos de terceiros e menos
recursos próprios, aumentando alguns índices, tais como
participação de capitais de terceiros e, como consequência, a
rentabilidade do ativo e do patrimônio líquido.

Efeitos das alavancagens financeira e operacional


As situações citadas anteriormente consideram um cenário mercadológico
favorável, quer dizer, aquele que apresenta potenciais de mudanças positivas no
lucro operacional bruto.
A alavancagem financeira afeta de maneira nociva quando a empresa gera
resultados operacionais negativos, fazendo com que o retorno dos sócios seja
diminuído.

Quanto mais alavancada financeiramente uma entidade for, mais os


sócios/proprietários ficarão satisfeitos, pois o resultado operacional não precisa
melhorar muito para que o resultado líquido se eleve bem mais. Quanto maior
for o nível de crédito de uma empresa, maior poderá ser esse benefício para os
sócios/proprietários.

No caso de uma empresa começar a enfrentar problemas relacionados a


restrições de mão de obra, de matéria-prima ou de maquinário disponível para a
produção, os resultados poderão ser afetados de maneira drástica, restando um
passivo financeiro elevado com juros que são muito onerosos para qualquer
entidade.

Por fim, deve ser enfatizado que nem todas as empresas se adéquam à situação
de grau de alavancagem financeira elevado, porque elas necessitam de mais
ativos fixos, o que normalmente gera um endividamento que não está associado

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12


à atividade principal, pois nem todos os ativos fixos são necessariamente
utilizados na área produtiva das entidades.

Atenção
Na análise dos melhores valores a serem praticados de Grau de
Alavancagem Financeira e Operacional, um bom gestor financeiro
deve ter intimidade com a empresa, com a atividade principal que
ela desempenha, além de deter conhecimentos de economia,
sobre os mercados externos e, acima de tudo, possuir pleno
conhecimento dos impactos que podem ser gerados por atitudes
governamentais, pois estas influenciam diretamente as atividades
operacionais e não possuem qualquer poder de gerência desses
gestores.

Atividade proposta
Você trabalha como analista da empresa XYZ que apresentou os seguintes
dados e lhe pediu que fizesse algumas análises para que o proprietário da
empresa pudesse decidir sobre um possível aumento de vendas,
respeitando a mesma estrutura de preços, despesas e custos.
• Quantidade vendida – 100 unidades;
• Preço de venda – 45.000,00 por unidade;
• Custos e despesas variáveis – 31.000,00 por unidade;
• Custos e despesas fixas – 966.000,00 ano.

Após analisar a estrutura de custos e despesas bem como entender o resultado


da empresa, lembrando que ele é baseado na quantidade vendida, você resolveu
fazer uma simulação que envolvia o GAO e um aumento em 20% nesta
quantidade vendida.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13


esta forma pede-se que você apresente os dois resultados, determine o GAO e
explique este índice, além disso, justifique o porquê do impacto nas vendas não
refletir da mesma forma no resultado.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14


Chave de resposta:
Supondo um aumento de 20% das vendas:

Quantidade Quantidade
vendida vendida
100 120 20% Var. qte vendida
Receita 4.500.000,00 5.400.000,00
Custos e Desp. 3.100.000,00 3.720.000,00
Var.
Margem 1.400.000,00 1.680.000,00
contribuição
Custos e Desp. 966.000,00 966.000,00 64.516% Var. Receita
Fixas
Lucro Bruto 434.000,00 714.000,00
Variação na receita
Variação no lucro

GAO = Var. Receita = 64,516% = 3,22581


Var. Qdte Vendida 20%

O Grau de Alavancagem Operacional é 3,22581, ou seja, o lucro operacional


cresceu 3,22581 vezes mais que o aumento na quantidade ou receita.

O impacto é diferente, pois quanto mais se vende, melhor se absorve os custos


fixos.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15


Aprenda Mais
Para saber mais sobre os assuntos abordados nesta aula, assista ao vídeo a

seguir:

• Por que alavancagem financeira e perigosa. Thiago Martins Avila.


Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=EpXpRu9QaBU.
Acesso em: 3 nov. 2014.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16


Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços - um enfoque
econômico-financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo:
Pearson Education, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7.
Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de
administração financeira. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

Exercícios de fixação
Questão 1

Dentro das técnicas de observação utilizadas para auxílio à gestão, qual o tipo
que utiliza a análise cíclica e as variações que as entidades podem obter a partir
dos seus resultados?

a) Análise por índices.

b) Alavancagem financeira.

c) Alavancagem operacional.

d) Rentabilidade.

e) Retorno sobre ativo.

Questão 2

O que deve ser observado em relação aos custos na primeira análise utilizando a
técnica de alavancagem operacional?

a) Custos totais.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17


b) Custos fixos.

c) Custos variáveis.

d) Custos fixos e variáveis.

e) Custos diretos.

Questão 3

No entendimento da alavancagem operacional é necessário que se compreenda


o que são custos fixos. Que tipo de custo pode ser considerado fixo?

a) Aluguel.

b) Matéria-prima.

c) Mão de obra.

d) Combustível para as máquinas.

e) Materiais auxiliares.

Questão 4

Analisando-se duas empresas com a utilização da alavancagem operacional nota-


se que uma é mais alavancada que a outra. Qual fator importante pode explicar
essa variação?

a) Custos variáveis.

b) Custos fixos.

c) Despesas variáveis.

d) Despesas.

e) Ativos.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18


Questão 5

Considerando a utilização do Grau de Alavancagem Operacional e a empresa A


com GAO de 1,5, a empresa B com GAO de 2,0 e C com GAO de 3,5 qual deverá
ser investida?

a) C com GAO de 3,5 em um cenário otimista.

b) C com GAO de 3,5 sem base em outras análises.

c) A com GAO de 1,5 em um cenário otimista.

d) B com GAO de 2,0 em um cenário otimista.

e) B com GAO de 2,0 em um cenário pessimista.

Questão 6

A análise das demonstrações pode ser constituída por uma técnica que resulta
da participação dos recursos de terceiros na estrutura de capital de determinada
entidade. Qual é essa técnica?

a) Grau de alavancagem operacional.

b) Grau de alavancagem financeira.

c) Grau de alavancagem combinada.

d) Grau de alavancagem de capital.

e) Grau de alavancagem.

Questão 7

Dentro da aplicação da técnica de alavancagem financeira qual o pressuposto


básico utilizado para obtenção de recursos de terceiros?

a) Seu custo deve ser menor do que o retorno que ele pode produzir na
aplicação dos recursos.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19
b) Seu custo deve ser maior do que o retorno que ele pode produzir na
aplicação dos recursos.

c) Seu custo deve ser igual ao retorno que ele pode produzir na aplicação
dos recursos.

d) Seu custo deve ser menor do que o retorno que ele não pode produzir na
aplicação dos recursos.

e) Seu custo deve ser maior do que o retorno que ele não pode produzir na
aplicação dos recursos.

Questão 8

Analisando-se determinada situação em que o Grau de alavancagem Financeira


é alto pode-se concluir que:

a) A entidade terá mais capacidade de igualar o retorno dos


sócios/proprietários na forma de acréscimo no lucro operacional.

b) A entidade terá mais capacidade de diminuir o retorno dos


sócios/proprietários na forma de acréscimo no lucro operacional.

c) A entidade terá mais capacidade de concentrar o retorno dos


sócios/proprietários na forma de acréscimo no lucro operacional.

d) A entidade terá mais capacidade de distribuir o retorno dos


sócios/proprietários na forma de acréscimo no lucro operacional.

e) A entidade terá mais capacidade de elevar o retorno dos


sócios/proprietários na forma de acréscimo no lucro operacional.

Questão 9

Que tipo de impacto deve ser também observado no caso da alavancagem


financeira?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20


a) Impacto das dívidas.

b) Impacto dos ativos.

c) Impacto dos impostos.

d) Impacto dos passivos.

e) Impacto das despesas.

Questão 10

Em que casos a utilização da alavancagem financeira não necessariamente irá


refletir bons resultados?

a) Para empresas que têm necessidade de muito ativo fixo.

b) Para empresas que têm necessidade de muito ativo circulante.

c) Para empresas que têm necessidade de muita matéria-prima.

d) Para empresas que têm necessidade de muito ativo intangível.

e) Para empresas que têm necessidade de muito ativo realizável em longo


prazo.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21


Chaves de resposta
Aula 7
Exercícios de fixação
Questão 1 - C
Justificativa: A alavancagem operacional é a técnica que a análise cíclica e as
variações que as entidades podem obter a partir dos seus resultados.

Questão 2 - D
Justificativa: Para um primeiro entendimento é necessário observar os custos
fixos e variáveis, pois só dessa forma é possível o conhecimento da margem de
contribuição.

Questão 3 - A
Justificativa: O aluguel é considerado fixo, pois não tem influência da produção.

Questão 4 - B
Justificativa: O custo fixo é um importante ponto a ser observado em relação à
alavancagem operacional.

Questão 5 - A
Justificativa: Em um cenário otimista uma empresa com um GAO maior
demonstra maior vantagem para investimento.

Questão 6 - B
Justificativa: O Grau de alavancagem financeira resulta da participação dos
recursos de terceiros na estrutura de capital de determinada entidade.

Questão 7 - A
Justificativa: O custo do empréstimo deve ser menor do que seu retorno na
aplicação de recursos.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 22


Questão 8 - E
Justificativa: A entidade terá mais capacidade de elevar o retorno dos
sócios/proprietários na forma de acréscimo no lucro operacional. Isso ocorre
porque o custo dos recursos de terceiros é menor que seu retorno na aplicação
dos recursos.

Questão 9 - C
Justificativa: Deve-se avaliar os impactos do imposto de renda na alavancagem
financeira, pois se tratamos de lucro líquido, também devemos analisar os
impactos dos impostos incidentes sobre o resultado.

Questão 10 - A
Justificativa: As empresas que têm necessidade de muito ativo fixo já possuem
um endividamento que nem sempre está ligado à atividade operacional.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 23


Análise das demonstrações contábeis e
financeiras - Apostila

Aula 8: EVA® e MVA


Introdução
Nesta aula, você conhecerá mais instrumentos que podem ser utilizados dentro
das técnicas de análise de balanços. Esses conceitos utilizam conceitos diferentes
do lucro financeiro em sua aplicação e irão permitir outro tipo de análise das
empresas.
A primeira ferramenta é Economic Value Added (EVA), que significa valor
adicionado e é responsável por avaliar o lucro econômico das organizações,
levando em consideração o custo do capital de terceiros, bem como a questão
do impacto dos impostos no lucro já que usa o lucro residual como base de
cálculo.
Por fim, você verá Market Value Added (MVA) que engloba o capital total de uma
empresa, com ações, empréstimos e ganhos retidos, e reduz o montante do
capital acionário e das dívidas. O MVA, por conceito, é a diferença entre o valor
de mercado de uma empresa e o capital aportado pelos sócios/proprietários.
Dessa maneira, o MVA positivo gera benefícios para os detentores de ações, pois
considera a visão do mercado com relação à avaliação da empresa como um
todo.

Objetivo:
1. Identificar medidas de avaliação de empresas;
2. Discutir os instrumentos EVA e MVA.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 2


Conteúdo

Avaliação de desempenho das empresas


Quando se pensa em contabilidade gerencial ou, de maneira mais
contemporânea, em controladoria e na sua evolução, a primeira coisa que vem
na cabeça das pessoas que trabalham nessas áreas é a medida do desempenho
e os resultados financeiros e econômicos de uma empresa.
No entanto, faz mais de duas décadas que pesquisadores e consultores
empresariais começaram a difundir outros dois conceitos ligados à
avaliação desses desempenhos:
• Econom ic Value Added (EVA);
• Market Value Added (MVA).

A seguir, trataremos desses dois conceitos!

EVA®
O EVA® é uma medida de análise de desempenho financeiro do verdadeiro lucro
econômico de uma empresa.
Mas você sabe a que está ligada essa medida de desempenho?

Essa medida está ligada diretamente à geração de riqueza para os


sócios/proprietários e acaba por ser o indicador para a tomada de decisão para
a geração de valores para os donos do capital de uma organização.

O EVA® é um parâmetro da gestão empresarial praticado por muitas


corporações, pois possui uma metodologia relativamente simples de cálculo,
medindo o lucro residual com o retorno obtido pelas empresas sobre as taxas de
capital investidos em seus negócios principais.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 3


Atenção
Mas será que esse instrumento é tão revolucionário mesmo? E o
que os pesquisadores e consultores pensam sobre esta
metodologia de controle e projeção financeira para as empresas?
Clique Acesse o texto no ambiente e descubra!

Retorno de fluxo de caixa sobre o investimento


Diversos estudiosos carregam a bandeira de que a metodologia do EVA® não é
necessariamente o único instrumento para a busca da valorização das ações,
muito menos o mais completo. Há outro método conhecido como retorno de
fluxo de caixa sobre o investimento, mais popular que o EVA®.
Esta metodologia pode ser ajustada para considerar as distorções ocorridas por
causa da inflação, de diferentes idades de ativos ou, ainda, de diferentes métodos
de depreciação aplicados pelas empresas. Além disso, a utilização de uma base
de resultados globais da empresa acaba por impedir a identificação da
contribuição gerada em cada área.
Vejamos algumas diferenças entre esses dois instrumentos:

O retorno de fluxo de caixa sobre o investimento


Compara os fluxos de caixa de uma empresa com o capital ajustado à inflação
que foi utilizado para gerar tais fluxos.

EVA®
Apenas se baseia no lucro contábil ajustado, sendo uma metodologia que apenas
se aproxima do dinheiro em caixa.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 4


Atenção
No caso do EVA®, o custo do capital que é aplicado pelas
empresas possui importância adicional. Embora de aplicação
simples, as organizações usam o patrimônio líquido como se ele
não tivesse qualquer custo, não dando o valor contábil apropriado.
Aqui, podemos ver a diferença entre o lucro contábil e o lucro
econômico.

Cálculo do EVA®
O EVA® pode medir todas as operações da empresa. Ele é extraído do lucro
operacional ajustado após a exclusão dos impostos e do custo do capital. Esse
valor econômico agregado é o lucro econômico, e não somente o valor contábil
(como é o lucro líquido) sobrante após ter sido subtraído o custo do total do
capital que foi empregado diretamente no negócio.
Se analisarmos em relações matemáticas, a corrida pela diminuição do custo de
capital pode fazer com que a gestão da empresa opte por tomar outro tipo de
decisão, deixando de investir capital e aumentando o nível de vendas de ativos
para que o valor econômico agregado da organização se eleve.
Tomemos como base um valor de EVA® de 18%, por exemplo:

Um ganho acima desse nível gerará riqueza para os sócios/proprietários.

Se o ganho for abaixo desse nível indica que os sócios/proprietários poderiam


empregar os recursos em outra modalidade de investimento, pensando no custo
de oportunidade como referência.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 5


Atenção
Os interesses dos sócios/proprietários muitas vezes se sobrepõem
aos interesses dos administradores das empresas e essa relação
é chave para o sucesso do EVA®. Os criadores do EVA® afirmam
que esse é o único método que relaciona de maneira direta o valor
de mercado de uma companhia, o que acaba influenciando o
preço das ações. Acesso o texto do ambiente e veja um exemplo
de utilização do EVA®.

Para que as empresas alcancem os retornos esperados é necessário que todas


as etapas do processo estejam comprometidas com o EVA®. Isso requer o
conhecimento pleno de todos os funcionários.
Para isso, as organizações que se utilizam do EVA® devem se preocupar com a
criação de diversas unidades de negócios.
Isso permitirá que sejam destinadas parcelas de capital para cada unidade de
negócio criada e, consequentemente, os resultados também poderão ser
avaliados de forma independente.
Desse modo, os funcionários de uma empresa podem ser remunerados de
maneira diferenciada, reconhecendo aqueles que levaram mais benefícios para a
empresa.

Na avaliação, se uma instituição cria ou destrói valor, o EVA® será utilizado como
indicador de desempenho para a distribuição do valor agregado e para a
distribuição de parcela dos resultados gerados para os empregados.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 6


Exemplo numérico de aplicação do EVA®

Um ganho acima desse nível gerará riqueza para os sócios/proprietários.

De posse dessas informações necessárias para o efetivo cálculo do EVA®,


imagine um investidor que possui R$1.000.000,00 disponíveis para
aplicação, sendo duas as suas alternativas para investir.• No mercado
financeiro e os ganhos serão de 10% ao ano;
• Criação de um negócio de médio porte.

O investidor acabou por escolher a segunda opção que, depois de um ano,


apresentava o seguinte resultado:

Como podemos facilmente observar, o lucro após os impostos foi de


R$132.000,00.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 7


Se o investidor não tivesse optado por criar o negócio, ele teria o retorno de 10%
do seu capital investido de R$1.000.000,00, o que seria o equivalente a
R$200.000,00.

Atenção
Com a comparação dos valores encontrados, podemos medir o
valor do EVA® alcançado no período. No caso abaixo, nota-se que
o investimento realizado rendeu R$31.000,00 a mais do que era
esperado, deixando o investidor satisfeito com o negócio criado,
que gerou valor econômico agregado, produzido pela diferença
entre o lucro do negócio diminuído do custo do capital investido,
que é representado pelo valor do retorno que o investidor teria se
investisse no mercado financeiro.

O EVA® e sua utilização para avaliação de ações


Atualmente, é comum que analistas financeiros se utilizem de novas medidas de
comparação para suporte às decisões que eles tomam. Além dos analistas
independentes, instituições financeiras, que são bancos de investimento, também
passaram a utilizar o EVA® como parâmetro para a análise dos preços dos ativos
negociados pelas empresas.
Segundo algumas instituições financeiras, a metodologia aborda, de maneira
clara, o risco comercial e financeiro, além de permitir que os potenciais
investidores meçam a sustentabilidade financeira dos negócios.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 8


O EVA® também examina as três principais vertentes consideradas para a
criação de valor:

• Geração de fluxo de caixa;


• Risco;
• Sustentabilidade dos retornos do negócio.

Se formos considerar as medidas financeiras existentes, esta acaba por ser a que
explica aos sócios/proprietários a geração de valor.

Atenção
Outras empresas justificam a utilização do EVA® com o
argumento de que a análise dos investimentos se tornou mais
popular, pois passou a mostrar a realidade econômica das
organizações comparada com a realidade contábil, sendo que esta
já era comparada com outras medidas tradicionais, tais como
lucro por ação (presente na estrutura da Demonstração do
Resultado do Exercício), fluxo de caixa e retorno sobre o
patrimônio líquido.

Market Value Added (MVA)


Origem
Quando falamos de EVA®, sempre eram buscadas situações passadas que não
eram específicas em apontar aos administradores suas estratégias futuras ou
como as atuais estratégias poderiam alterar o valor futuro das empresas.
Isso estimulou a mesma empresa que criou o EVA® a criar o MVA, além de
patenteá-lo como medida de valor corporativo geral. O MVA englobava o capital
total de uma empresa, com ações, empréstimos e ganhos retidos e reduzia este
montante do capital acionário e das dívidas.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 9
O que é?
O MVA é a diferença entre o valor de mercado de uma empresa e o capital
aportado pelos sócios/proprietários. O valor de mercado é o valor de negociação
das ações em situações normais.
Baseado nesse ponto de vista, o MVA positivo gera benefícios para os detentores
de ações, pois considera a visão do mercado com relação à avaliação da empresa
como um todo.

EVA® e MVA
Agora que já conhecemos esses dois indicadores, vamos ver a diferença entre
eles?

MVA
Avalia o desempenho histórico de uma empresa, até uma data passada
estabelecida.

EVA®
Mede a riqueza gerada em um espaço de tempo, que pode ser um mês, um
trimestre ou um ano inteiro.

Como o MVA e o EVA® são indicadores secundários, pois trabalham dados brutos
obtidos pela gestão das empresas, acabam por se tornar mais confiáveis que
informações contábeis ordinárias, tidas como facilmente manipuláveis
internamente pelas organizações.

Atenção
Quando dizemos que apenas um índice econômico-financeiro não
apresenta, necessariamente, a saúde financeira de uma
organização, isso se relaciona à existência da contabilidade
criativa, que pode ser utilizada para disfarçar determinado índice
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 10
ou conjunto de índices, levando analistas e investidores a
tomarem decisões equivocadas.
O MVA e o EVA® baseiam-se, basicamente, no fluxo de caixa,
algo mais difícil de manipular, pois não é possível forjar a entrada
de recursos dentro de uma empresa, a não ser que estes recursos,
de fato, estejam nela inseridos.

Avaliação de empresas internacionais


Utilizando técnicas contábeis de países diversos, apresentava-se como um sério
problema avaliar de maneira efetiva empresas de um país A dentro de um país
B, pois as regras não eram homogêneas entre os países.
Práticas contábeis em alguns países eram completamente diferentes em outros,
como o registro e o tratamento de depreciações, avaliações de ativos intangíveis,
entre outros.
Essa situação fez com que as regras de contabilidade fossem harmonizadas entre
os países e o Brasil faz parte deste processo com o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, organismo não governamental que adapta a norma internacional à
realidade brasileira.

Caso Daimler Benz


Situações limítrofes não eram difíceis de serem encontradas, como o ocorrido
com a empresa alemã Daimler Benz. Em 1993, a empresa tornou-se a primeira
daquele país a lançar suas ações na bolsa de valores de Nova York.
De acordo com a legislação alemã, a Daimler apresentava resultado positivo de
US$372 milhões. No entanto, com base nas normas norte-americanas, mais
rígidas do que as alemãs à época, apresentou um prejuízo de US$1,1 bilhão.
São essas situações que fazem com que mais alternativas de avaliação de
empresas se apresentem e sejam utilizadas por empresas e profissionais da área
de consultoria empresarial.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 11


Os índices, assim como uma análise vertical e/ou horizontal são extremamente
válidos, mas precisam se suportar em análises e valores adicionais.

Considerando essa situação, o EVA® e o MVA se apresentam como alternativas


para o aumento no leque de ferramentas de análise mais efetiva e confiável de
uma organização qualquer, não importando seu tamanho, tempo de existência,
área de atuação ou região geográfica.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 12


Aprenda Mais
Para saber mais sobre o que estudamos nesta aula, acesse os sites a seguir:

http://www.sternstewart.com.br/stern/overview_joelstern.shtm

Acesso em: 19 nov. 2014.

http://www.ead.fea.usp.br/tcc/trabalhos/Artigo_MarceloSP.pdf

Acesso em: 12 dez. 2014.

Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e Análise de Balanços – um enfoque econômico-
financeiro. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ASSAF NETO, A. LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2014.
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson
Education, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem Gerencial. 7. ed.
São Paulo: Atlas, 2010.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de administração
financeira. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2013.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 13


Exercícios de fixação
Questão 1

Dentro do conceito de novas ferramentas que são utilizadas pela controladoria,


pode-se citar o uso do EVA®. Qual seria o principal raciocínio utilizado para essa
ferramenta?

a) Apurar o verdadeiro lucro financeiro de uma empresa.

b) Apurar o verdadeiro lucro econômico de uma empresa.

c) Apurar o verdadeiro lucro tributado de uma empresa.

d) Apurar o verdadeiro lucro tributável de uma empresa.

e) Apurar o verdadeiro lucro líquido de uma empresa.

Questão 2

O EVA® é muito aceito e utilizado, pois trata-se de uma maneira muito simples
de se medir e apresentar que valor?

a) Lucro residual com o retorno obtido pelas empresas sobre as taxas de


capital investido em seus negócios principais.

b) Lucro bruto com o retorno obtido pelas empresas sobre as taxas de capital
investido em seus negócios principais.

c) Lucro operacional com o retorno obtido pelas empresas sobre as taxas de


capital investido em seus negócios principais.

d) Prejuízo operacional com o retorno obtido pelas empresas sobre as taxas


de capital investido em seus negócios principais.

e) Lucro operacional com o retorno obtido pelas empresas sobre as taxas de


capital de terceiros somente investido em seus negócios principais.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 14


Questão 3

Apesar de ser uma ferramenta muito utilizada existem certas críticas em relação
ao seu funcionamento. Qual das alternativas a seguir não pode ser considerada
um problema do EVA?

a) Distorções ocorridas pela inflação.

b) Por causa de diferentes idades de ativos.

c) Diferentes métodos de depreciação aplicados pelas empresas.

d) Utilização de uma base única que prejudica a identificação da contribuição


de cada área.

e) Lucro bruto comparado com o retorno obtido pelas empresas com as taxas
de capital investido.

Questão 4

De acordo com os conceitos utilizados pelo EVA® como podem ser definidos os
capitais dentro de uma empresa?

a) Somente os valores próprios.

b) São os valores próprios e de terceiros.

c) São os valores do caixa.

d) São os valores do ativo.

e) Somente os valores do passivo exigível.

Questão 5

Quando o EVA® utiliza não só o conceito de capital próprio mas também engloba
os capitais de terceiros leva em consideração que importante formação para a
tomada de decisão?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 15


a) Se o valor pela obtenção dos recursos de terceiros compensa pelos ganhos
obtidos quando este for aplicado.

b) Se o valor pela obtenção dos recursos próprios compensa pelos ganhos


obtidos quando este for aplicado.

c) Se o valor pela obtenção dos recursos próprios e de terceiros compensa


pelos ganhos obtidos quando este for aplicado.

d) Se o valor pela obtenção dos recursos do ativo compensa pelos ganhos


obtidos quando este for aplicado.

e) Se o valor pela obtenção dos recursos considerados como despesa


compensa pelos ganhos obtidos quando este for aplicado.

Questão 6

Analisando o EVA® temos o conceito de lucro econômico. Como poderia ser


entendido o lucro econômico?

a) Lucro operacional ajustado após exclusão de impostos e custo de capital.

b) Lucro operacional adicionado após exclusão de impostos e custo de


capital.

c) Lucro operacional subtraído após exclusão de impostos e adicionado do


custo de capital.

d) Lucro operacional adicionado de impostos e subtraído do custo de capital.

e) Lucro bruto adicionado de impostos e subtraído do custo de capital.

Questão 7

Tomando-se como base um valor de 20% fornecido pela análise do EVA®, que
conclusões podem ser tiradas ao se analisar opções de investimento?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 16


a) Ganhos acima desse valor gerarão riqueza para os sócios, abaixo eles
devem empregar os recursos em outra modalidade de investimento.

b) Ganhos abaixo desse valor gerarão riqueza para os sócios, iguais eles
devem empregar os recursos em outra modalidade de investimento.

c) Ganhos abaixo desse valor gerarão riqueza para os sócios, acima eles
devem empregar os recursos em outra modalidade de investimento

d) Ganhos iguais a esse valor gerarão riqueza para os sócios, acima eles
devem empregar os recursos em outra modalidade de investimento

e) Ganhos iguais a esse valor gerarão riqueza para os sócios, abaixo eles
devem empregar os recursos em outra modalidade de investimento

Questão 8

Além de todos os aspectos econômicos, financeiros e tributários é necessário


para a efetiva utilização do EVA® que sejam conhecidos outros componentes da
empresa. Que componentes seriam esses?

a) Empregados

b) Sócios

c) Acionistas

d) Fornecedores

e) Clientes

Questão 9

Dentro de aspectos de avaliação fornecidos pelo EVA® e utilizados para medidas


de comparação para suporte às decisões que estes tomam, qual pode ser
destacado como um objetivo dessa ferramenta?

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 17


a) Parâmetro para a análise dos preços dos ativos negociados pelas
empresas.

b) Parâmetro para a análise dos preços dos passivos negociados pelas


empresas.

c) Parâmetro para negociação de mercadorias pelas empresas.

d) Parâmetro único para análise dos preços dos ativos negociados pelas
empresas.

e) Padrão para análise das demonstrações contábeis das empresas.

Questão 10

Outra ferramenta bastante utilizada dentro dos aspectos modernos de avaliação


das demonstrações é o MVA. Como pode ser entendida esta ferramenta?

a) É a diferença entre o valor de mercado de uma empresa e o capital


aportado pelos sócios/proprietários.

b) É a diferença entre o valor justo de uma empresa e o capital aportado


pelos sócios/proprietários.

c) É a diferença entre o valor histórico de uma empresa e o capital aportado


pelos sócios/proprietários.

d) É a diferença entre o valor de liquidação de uma empresa e o capital


aportado pelos sócios/proprietários.

e) É a diferença entre o valor dos passivos de uma empresa e o capital


aportado pelos sócios/proprietários.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 18


Notas
Econom ic Value Added (EVA): Expressão em inglês que significa valor
econômico adicionado. EVA® é considerada uma marca registrada.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 19


Chaves de resposta
Aula 8
Exercícios de fixação
Questão 1 - A
Justificativa: O pressuposto do EVA® é apurar o verdadeiro lucro econômico de
uma empresa.

Questão 2 - A
Justificativa: O EVA® mede o lucro residual com o retorno obtido pelas empresas
sobre as taxas de capital investidos em seus negócios principais.

Questão 3 - E
Justificativa: A EVA® fornece informações com base no Lucro bruto comparado
com o retorno obtido pelas empresas com as taxas de capital investido. As outras
alternativas são críticas a esse modelo.

Questão 4 - B
Justificativa: O EVA® considera capital os empréstimos de terceiros e os recursos
investidos pelos acionistas e não apenas estes últimos recursos.

Questão 5 - A
Justificativa: De acordo com a terminologia utilizada no EVA® deve-se levar em
conta o capital de terceiros: se o valor pela obtenção dos recursos de terceiros
compensa pelos ganhos obtidos quando este for aplicado.

Questão 6 - A
Justificativa: O lucro econômico desconsidera tanto os impostos quanto o custo
de capital.

Questão 7 - A

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 20


Justificativa: De acordo com o retorno obtido, que no caso foi de 20%, observa-
se que ganhos acima desse valor gerarão riqueza para os sócios, abaixo eles
devem empregar os recursos em outra modalidade de investimento.

Questão 8 - A
Justificativa: Para a correta aplicação do EVA® é necessário o conhecimento e
dedicação dos funcionários.

Questão 9 - A
Justificativa: O EVA® passou a ser utilizado como parâmetro para a análise dos
preços dos ativos negociados pelas empresas.

Questão 10 - A
Justificativa: O MVA pode ser considerado como a diferença entre o valor de
mercado de uma empresa e o capital aportado pelos sócios/proprietários.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E FINANCEIRAS 21

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