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MEDIÇÕES
UNISAL
2009
Curso de
Engenharia de Automação e Controle e Engenharia Elétrica - Eletrônica
SUMÁRIO
1. Introdução................................................................................................................. 3
3. Erros ......................................................................................................................... 5
4. Incerteza.................................................................................................................. 13
5.1 Exemplo.......................................................................................................... 16
7. Bibliografia............................................................................................................. 20
grandeza física cujo valor só pode ser determinado a partir de um processo de medição, o
mensurando pode ser denominado de Grandeza Física Experimental. Portanto, uma medição se
procedimento de medição.
Admite-se que existe um Valor Verdadeiro bem definido para toda grandeza física
experimental, isto é, valor que seria obtido por uma medição perfeita. Entretanto o Valor
Verdadeiro de uma grandeza é por natureza indeterminado, uma vez que não existem
instrumentos que permitem medir sem que haja algum tipo de erro. Portanto, o valor medido de
uma grandeza é sempre uma aproximação para o Valor Verdadeiro, ou o Melhor Valor da
resultado só pode ser obtida e interpretada em termos probabilísticos. É uma indicação de quanto
o Melhor Valor pode se afastar do Valor Verdadeiro da grandeza. Pode ser considerado como
valor possível que o erro pode assumir definindo um intervalo ou faixa na qual se estima estar
x −σ x x x +σ x
de duas medições de uma mesma grandeza com diferentes aparelhos e o valor do padrão (nesse
ν = m ±σ
O intervalo [m − σ , m + σ ] é denominado intervalo de confiança e tem, em geral, uma
probabilidade associada de que a medida m caia dentro da faixa de valores definida pelo
intervalo.
Com os dados da tabela 1, obtemos os intervalos de confiança mostrados na tabela 2:
Medições Medida (g cm-1 s-1) Incerteza (g cm-1 s-1) Intervalo (g cm-1 s-1)
A 9,8 ± 0,2 [10 – 9,6]
B 12,3 ± 4,0 [16,3 – 8,30]
Padrão 9,3
Apesar da medida A estar aparentemente mais próxima do padrão, sua incerteza e respectivo
intervalo de confiança, indica um provável erro de medida, pois o valor do padrão de 9,3 não está
no intervalo [10 – 9,6]. Por outro lado, apesar da medida B apresentar uma incerteza maior que a
caracterizar a qualidade de um resultado de uma medição, isto é, para avaliar e expressar sua
incerteza.
Nesse sentido, a Teoria dos Erros tem como objetivo determinar o melhor valor possível
para a grandeza a partir dos dados experimentais e, determinar quanto o melhor valor obtido
2. Tipos de Medidas
As medidas podem ser diretas ou indiretas. A medida direta é a medida ou leitura obtida
diretamente do instrumento de medida (leitura de trena, cronômetro, entre outros). Pode ser
realizada com uma única medida, ou quando é necessário medir várias vezes, em condições de
repetitividade, como por exemplo, tempo de queda de um corpo. Nessas condições utilizam-se
aceleração da gravidade.
caso, deve-se extrair do processo de medida um valor adotado como melhor na representação da
grandeza e ainda um limite de erro dentro do qual deve estar compreendido o valor real.
3. Erros
Os termos erro e incerteza não são equivalentes, pois são conceitos diferentes. Toda medida
experimental apresenta um erro que necessita ser estimado e compreendido, enquanto que a
incerteza é a melhor estimativa do erro. O erro por natureza é uma quantidade indeterminada.
ε em y é definido por:
ε = y − yv
O erro relativo percentual ε(%) é definido por:
y − yv
ε (%) = × 100
yv
Na teoria de erros, o erro ε é uma quantidade desconhecida que é determinada em termos de
ε = ε 1 + ε 2 + ε 3 + ... + ε n
Esses erros elementares εi podem apresentar diferentes distribuições de probabilidades
(triangular, quadrada, retangular, Poisson, entre outras). Entretanto quando o erro total resultar de
uma superposição de vários erros elementares, a distribuição de probabilidades para o erro total ε
tende a ser uma Função Gaussiana de Densidade de Probabilidades, ou Função Normal de Erros.
medidas x1, x2 , ...,xn cuja distribuição de freqüência se distribui em relação á média dos valores
X . Essa distribuição toma a forma de uma distribuição de Gauss que é dada por:
2
1 x− X
−
f (x ) =
1 2 σ
e
σ 2π
x1 + x 2 + x3 + L + x n 1 n
x= = ∑ xi
n n i =1
(x1 − x ) + (x2 − x )
2 2
+ ... + ( xn − x )
2 ∑ (x i − x)
2
σ= = i =1
n −1 (n − 1)
A figura 1 ilustra a curva Gaussiana com esses parâmetros.
indica a probabilidade que a medida de uma grandeza esteja correta, que representa a área abaixo
da curva mostrada na figura 2. Considerando a probabilidade de ocorrência, a área sob sua curva
soma 100%. Isso quer dizer que a probabilidade de uma observação assumir um valor entre dois
podemos constatar que a curva se anula para erro maior que 3σ que significa um limite de erro
Pode ser também considerado um Limite de erro com confiança menor, isto é,
aproximadamente 95%. Neste caso, para esse nível de confiança temos que L=2σ. Uma regra
instrumentos analógicos.
• Repetitividade (Repeatibility)
Indica o grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo
• Mesmo observador;
• Mesmo local
sistemáticos e erros grosseiros. Em uma medida podem coexistir esses tipos de erros.
São enganos que podem ocorrer na medição ou nos cálculos devido à inexperiência, distração
e inabilidade do observador. Não são erros do ponto de vista da teoria de erros e para evitá-los
totalmente eliminados, pois são resultados de fatores incontroláveis. O efeito acumulado destes
erros faz com aproximadamente a metade das medidas realizadas seja desviada acima, e a outra
metade desviada para abaixo do valor médio, afetando a repetitividade da medida, conforme
mostra a figura 5.
impossível medi-las devido à maioria ser tão pequena que não pode ser detectada
individualmente. Algumas fontes típicas de erros aleatórios são devido a erros devidos ao
julgamento feito pelo observador ao fazer uma leitura abaixo da menor divisão de uma escala,
como por exemplo, medir o comprimento de uma folha de papel com uma régua cuja menor
divisão é 1 mm com precisão na medida de 0,5 mm, ou flutuações ambientais, como mudanças
Quando não possível, uma solução consiste em repetir muitas vezes a medição, pois o valor
médio de um grande número de resultados apresenta um menor erro estatístico, além de permitir
uma avaliação da incerteza quando não é conhecido o erro de escala ou indicação do instrumento.
Erros sistemáticos fazem com que as medidas feitas estejam sempre acima ou sempre abaixo
do valor real, prejudicando a exatidão (ou acurácia) da medida, conforme mostra a figura 6.
desgastes dos materiais e componentes, entre outros. Podem ser reduzidos ou eliminados com
uma nova calibração ou aferição dos instrumentos e correção dos resultados ou por
magnético terrestre, ruídos, luz sobre a medição. Podem ser reduzidos se as condições ambientais
tipo é devido ao efeito da paralaxe na leitura de escalas de instrumentos. Outro tipo é devido à
limitação humana, com, por exemplo, o tempo de reação do olho humano a um estímulo que é da
quais podem não ser suficientemente exatas. O erro sistemático, em geral, não pode ser
eliminado, mas pode eventualmente ser reduzido modificando o processo de medição ou, caso
As marcas dos tiros do atirador “A” podem ser inscritas em um círculo cujo centro coincide
aproximadamente com o centro do alvo. O raio desse círculo está associado ao espalhamento dos
Para o atirador “B” o centro do círculo está distante do centro do alvo e neste caso são
elevados os erros aleatórios e sistemáticos. As marcas de tiro do atirador “C” apresentam uma
menor dispersão, mas a posição do centro do círculo tracejado continua distante do centro do
alvo. Isso indica elevado índice de erros sistemáticos e reduzido índices de erros aleatórios. O
com “A”, o atirador “c” é o melhor, embora os tiros não tenham se aproximados suficientemente
do centro do alvo, o seu espalhamento é menor. Um ajuste da mira fará que atinja um
desempenho similar ao atirador “D”, enquanto que isso não é possível para o atirador “A”.
4. Incerteza
Incerteza experimental é um valor possível que o erro pode assumir. Define uma faixa onde
probabilidade). As fontes de incertezas são as mesmas que as dos erros, apesar de representarem
processo de medida.
tipo A que são estimadas através de métodos estatísticos e Incerteza de tipo B estimada de outras
maneiras que não sejam estatísticos. Com regra geral, a incerteza tipo A pode ser associada aos
A determinação é feita a partir de uma série de medidas diretas de uma grandeza física
Na maioria das vezes são feitos n repetições das medidas e o melhor valor da grandeza são
dados pelo valor médio das medições:
x1 + x 2 + x3 + L + x n 1 n
x= = ∑ xi
n n i =1
Utiliza-se o conceito de desvio padrão da medida σ para avaliar quanto o valor médio difere
(x1 − x ) + (x2 − x )
2 2
+ ... + ( xn − x )
2 ∑ (x i − x)
2
σ= = i =1
n −1 (n − 1)
Com é esperado que o valor médio torna-se mais exato quanto maior for o número de
medições realizadas, a incerteza de tipo A (σA) de uma medição é estimada pelo Valor do Desvio
σ
σA =
n
calibração, entre outros. Cabe destacar que a avaliação da incerteza tipo B pode ser tão confiável
número de repetições. Por simplicidade, a incerteza tipo B será avaliada como incerteza
instrumental, ou seja:
σ B = σ Instrumento
Ao fazermos uma leitura numa escala, as medidas estão sujeitas a um limite de erro que pode
ser adotado como o valor da incerteza tipo B. Se a medição for repetida vezes, utiliza-se a
instrumental, tipo B, como a metade da menor medida, ou metade da menor divisão de escala,
enquanto que nos aparelhos digitais adota-se a incerteza com a menor medida, ou a menor
divisão de escala.
σ C = σ A2 + σ B2
As regras só são válidas se grandeza medida permitir tal precisão. Uma corrente elétrica com
flutuação superior á precisão do multímetro requer uma análise, pois não poderá ser medida com
a precisão do instrumento.
5. Propagação de Erros
A medida indireta de uma grandeza é efetuada através de uma série de medidas diretas de
Supondo que a grandeza y a ser determinada indiretamente e esteja relacionada com duas ou
y = f (x1 , x2 ,K , xn )
Temos que:
xi = xi + ∆xi
O erro total ∆y em y devido aos erros ∆xi pode ser obtido da equação do erro indeterminado,
dada por:
∂f ∂f ∂f
∆y = ∆x1 + ∆x 2 + K + ∆x n
∂x1 ∂x 2 ∂x n
5.1 Exemplo
π D2 L π (2,00)2 5,00
V = = = 15, 7 079 cm 3
4 4
V = 15,7 cm 3
∂V ∂V
∆V = ∆D + ∆L
∂D ∂L
∂V π DL
= , ∆ D = 0,01 cm e
∂D 2
∂V π D2
= , ∆ L = 0,02 cm
∂L 4
Substituindo em ∆V encontramos:
• Adição
(x ± ∆x ) + ( y ± ∆y ) = (x + y ) ± (∆x + ∆y )
• Subtração
(x ± ∆x ) − ( y ± ∆y ) = (x − y ) ± (∆x + ∆y )
• Multiplicação
(x ± ∆x ) ⋅ ( y ± ∆y ) = (x ⋅ y ) ± (x ⋅ ∆y + y ⋅ ∆x )
• Divisão
(x ± ∆x ) ÷ ( y ± ∆y ) = (x ÷ y ) ± x ⋅ ∆y +2 y ⋅ ∆x
y
• Potenciação
(x ± ∆x )n = (x )n ± n ⋅ x n −1 ⋅ ∆x
• Logaritmação natural
∆x
ln( x ± ∆x ) = ln x ±
x
• Logaritmação decimal
∆x
log( x ± ∆x ) = log x ± 0,4343
x
Algumas regras básicas, nas quais não são considerados os zeros à esquerda:
a) A incerteza padrão deve ser dada com dois (2) algarismos quando o primeiro
algarismo.
algarismos significativos.
final;
potência de 10.
6.3 Exemplos
y = 0,0004639178 m;
σ = 0,000002503 m
σ = 0,0000025 m
y = 0,0004639 m;
Para evitar os muitos zeros à esquerda não significativos será utilizada a recomendação 6.d:
7. Bibliografia
edição, 1996.
• SUAIDE, A.A. do P.; MUNHOZ, M.G; ALBA, F.J.; DA CRUZ, M.T.F; DOS
• PRADO, W.; MUNDIM, L.; CINELLI, J.U.; MAHON, J.R.; SANTORO, A.;