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FÍSICA EXPERIMENTAL I

NOÇÕES SOBRE ERROS E INCERTEZAS EM

MEDIÇÕES

ENGENHARIA DE AUTOMAÇÃO E CONTROLE

ENGENHARIA ELÉTRICA - ELETRÔNICA

Carlos Alberto M. D. Ferraz

UNISAL

2009
Curso de
Engenharia de Automação e Controle e Engenharia Elétrica - Eletrônica

SUMÁRIO
1. Introdução................................................................................................................. 3

2. Tipos de Medidas ..................................................................................................... 5

3. Erros ......................................................................................................................... 5

3.1 Distribuição de Laplace – Gauss ...................................................................... 6

3.2 Intervalo de Confiança...................................................................................... 7

3.3 Limite de Erro................................................................................................... 8

3.4 Exatidão e repetitividade .................................................................................. 9

3.5 Classificação dos erros ................................................................................... 10

3.5.1 Erros grosseiros ...................................................................................... 10

3.5.2 Erros estatísticos ou aleatórios ............................................................... 10

3.5.3 Erros sistemáticos ................................................................................... 11

3.5.4 Erros sistemáticos e aleatórios................................................................ 12

4. Incerteza.................................................................................................................. 13

4.1 Avaliação da Incerteza tipo A (σA)................................................................. 14

4.2 Avaliação da Incerteza tipo B (σB) ................................................................. 14

4.3 Incerteza combinada (σC) ............................................................................... 15

5. Propagação de Erros ............................................................................................... 15

5.1 Exemplo.......................................................................................................... 16

5.2 Erro propagado nas operações básicas ........................................................... 17

6. Apresentação dos resultados das medidas .............................................................. 18

6.1 Algarismos na incerteza padrão...................................................................... 18

6.2 Algarismos significativos na grandeza ........................................................... 18

6.3 Exemplos ........................................................................................................ 19

7. Bibliografia............................................................................................................. 20

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Engenharia de Automação e Controle e Engenharia Elétrica - Eletrônica

Noções de Erros e Incertezas em Medidas


1. Introdução
O mensurando é definido como sendo uma grandeza submetida à medição. Quando é uma

grandeza física cujo valor só pode ser determinado a partir de um processo de medição, o

mensurando pode ser denominado de Grandeza Física Experimental. Portanto, uma medição se

inicia com a especificação do mensurando (estado e condições físicas), do método e

procedimento de medição.

Admite-se que existe um Valor Verdadeiro bem definido para toda grandeza física

experimental, isto é, valor que seria obtido por uma medição perfeita. Entretanto o Valor

Verdadeiro de uma grandeza é por natureza indeterminado, uma vez que não existem

instrumentos que permitem medir sem que haja algum tipo de erro. Portanto, o valor medido de

uma grandeza é sempre uma aproximação para o Valor Verdadeiro, ou o Melhor Valor da

Grandeza, ou o Valor Esperado.

A incerteza do resultado de uma medição significa dúvida com relação à validade do

resultado só pode ser obtida e interpretada em termos probabilísticos. É uma indicação de quanto

o Melhor Valor pode se afastar do Valor Verdadeiro da grandeza. Pode ser considerado como

valor possível que o erro pode assumir definindo um intervalo ou faixa na qual se estima estar

localizado o valor da grandeza medida, dentro de um determinado nível de confiança.

Portanto, o resultado de uma medição deverá ser apresentado da seguinte forma:

x −σ x x x +σ x

Resultado da medição = Estimativa do valor esperado ± estimativa do erro

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Na equação anterior, x é o valor da grandeza experimental, x é média dos valores medidos


ou própria medida no caso de medição única e σ x é a incerteza para uma única medida ou de

desvio padrão para várias medidas.


A incerteza é importante na hora de comparar resultados. A tabela 1 apresenta os resultados

de duas medições de uma mesma grandeza com diferentes aparelhos e o valor do padrão (nesse

caso sem incerteza).

Medições Viscosidade (g cm-1 s-1)


A 9,8 ± 0,2
B 12,3 ± 4,0
Padrão 9,3

Tabela 1: Medições de viscosidade

O valor da grandeza viscosidade υ é dado por:

ν = m ±σ
O intervalo [m − σ , m + σ ] é denominado intervalo de confiança e tem, em geral, uma
probabilidade associada de que a medida m caia dentro da faixa de valores definida pelo
intervalo.
Com os dados da tabela 1, obtemos os intervalos de confiança mostrados na tabela 2:

Medições Medida (g cm-1 s-1) Incerteza (g cm-1 s-1) Intervalo (g cm-1 s-1)
A 9,8 ± 0,2 [10 – 9,6]
B 12,3 ± 4,0 [16,3 – 8,30]
Padrão 9,3

Tabela 2: Intervalos de confiança

Apesar da medida A estar aparentemente mais próxima do padrão, sua incerteza e respectivo

intervalo de confiança, indica um provável erro de medida, pois o valor do padrão de 9,3 não está

no intervalo [10 – 9,6]. Por outro lado, apesar da medida B apresentar uma incerteza maior que a

medida A, o valor do padrão está no intervalo [16,3 – 8,30].

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É necessário que haja um procedimento facilmente compreendido e de aceitação geral para

caracterizar a qualidade de um resultado de uma medição, isto é, para avaliar e expressar sua

incerteza.

Nesse sentido, a Teoria dos Erros tem como objetivo determinar o melhor valor possível

para a grandeza a partir dos dados experimentais e, determinar quanto o melhor valor obtido

pode ser diferente do valor verdadeiro, em termos de probabilidades.

2. Tipos de Medidas
As medidas podem ser diretas ou indiretas. A medida direta é a medida ou leitura obtida

diretamente do instrumento de medida (leitura de trena, cronômetro, entre outros). Pode ser

realizada com uma única medida, ou quando é necessário medir várias vezes, em condições de

repetitividade, como por exemplo, tempo de queda de um corpo. Nessas condições utilizam-se

procedimentos matemáticos (estatísticas) para consolidar as informações. A medida indireta é

obtida com o auxílio de equações, como por exemplo, a determinação da velocidade ou

aceleração da gravidade.

Pode-se realizar apenas uma ou varias medidas repetidas da grandeza experimental,

dependendo das condições experimentais particulares e do tempo e custos envolvidos. Em cada

caso, deve-se extrair do processo de medida um valor adotado como melhor na representação da

grandeza e ainda um limite de erro dentro do qual deve estar compreendido o valor real.

3. Erros
Os termos erro e incerteza não são equivalentes, pois são conceitos diferentes. Toda medida

experimental apresenta um erro que necessita ser estimado e compreendido, enquanto que a

incerteza é a melhor estimativa do erro. O erro por natureza é uma quantidade indeterminada.

Se yv é o valor verdadeiro da grandeza a ser medida e y é o resultado de uma medição, o erro

ε em y é definido por:

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ε = y − yv
O erro relativo percentual ε(%) é definido por:

y − yv
ε (%) = × 100
yv
Na teoria de erros, o erro ε é uma quantidade desconhecida que é determinada em termos de

probabilidades. A distribuição de probabilidades para valores do erro ε, em um particular


processo de medida pode ser entendida como distribuição de erros.
O erro ε em um valor experimental y tem diversas causas, que significa que o erro total pode

ser escrito como a soma de erros elementares ε1, ε2, ε3,..., εn


Portanto, temos:

ε = ε 1 + ε 2 + ε 3 + ... + ε n
Esses erros elementares εi podem apresentar diferentes distribuições de probabilidades

(triangular, quadrada, retangular, Poisson, entre outras). Entretanto quando o erro total resultar de

uma superposição de vários erros elementares, a distribuição de probabilidades para o erro total ε

tende a ser uma Função Gaussiana de Densidade de Probabilidades, ou Função Normal de Erros.

3.1 Distribuição de Laplace – Gauss

Em um processo experimental para a medição da grandeza X obteve-se um conjunto de

medidas x1, x2 , ...,xn cuja distribuição de freqüência se distribui em relação á média dos valores

X . Essa distribuição toma a forma de uma distribuição de Gauss que é dada por:

2
1  x− X 
−  
f (x ) =
1 2  σ 

e
σ 2π

- ∞ < X < ∞; e σ2 > 0


Os parâmetros característicos são a média X e o desvio padrão σ definidos por:

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x1 + x 2 + x3 + L + x n 1 n
x= = ∑ xi
n n i =1

(x1 − x ) + (x2 − x )
2 2
+ ... + ( xn − x )
2 ∑ (x i − x)
2

σ= = i =1

n −1 (n − 1)
A figura 1 ilustra a curva Gaussiana com esses parâmetros.

Figura 1: Curva de distribuição normal de erros ou curva Gaussiana

3.2 Intervalo de Confiança


Intervalo de Confiança é a faixa que se espera encontrar o valor verdadeiro de um a medida e

indica a probabilidade que a medida de uma grandeza esteja correta, que representa a área abaixo

da curva mostrada na figura 2. Considerando a probabilidade de ocorrência, a área sob sua curva

soma 100%. Isso quer dizer que a probabilidade de uma observação assumir um valor entre dois

pontos quaisquer é igual à área compreendida entre esses dois pontos.

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Figura 2: Curva de distribuição normal de erros ou curva gaussiana

O desvio padrão, ou incerteza padrão σ permite definir o intervalo de confiança da medida.

No caso da distribuição Gaussaina das figuras 1 e 2, a possibilidade de uma medida estar em um

intervalo ( x - σ) < x < ( x + σ), é de 68,27% de confiança(probabilidade).

A tabela 3 apresenta os valores dos níveis de confiança para outros intervalos.

Incerteza Intervalo de confiança Confiança


Padrão - σ ( x - σ) < x < ( x + σ) 68,27%
Expandida - 2σ ( x - 2σ) < x < ( x + 2σ) 95,45%
Expandida - 3σ ( x - 3σ) < x < ( x + 3σ) 99,73%

Tabela 3: Níveis de confiança para a distribuição normal de erros

• 68,26% de confiança de uma medida estar no intervalo ( x - σ) < x < ( x + σ);

• 95,44% de confiança de uma medida estar no intervalo ( x - 2σ) < x < ( x +


2σ);

• 99,72% de confiança de uma medida estar no intervalo ( x - 3σ) < x < ( x +


3σ).

3.3 Limite de Erro


O limite de erro L é o valor máximo que pode ter o erro η. No caso da distribuição gaussiana

podemos constatar que a curva se anula para erro maior que 3σ que significa um limite de erro

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com mais de 99% de confiança. Portanto o limite L é dado por L=3σ a incerteza expandida 3σ

com confiança 99,73% pode ser considerada como Limite de Erro.

Pode ser também considerado um Limite de erro com confiança menor, isto é,

aproximadamente 95%. Neste caso, para esse nível de confiança temos que L=2σ. Uma regra

prática é considerar a incerteza padrão σ como metade da menor divisão da escala de

instrumentos analógicos.

3.4 Exatidão e repetitividade

• Exatidão da Medição (Accuracy)


Indica o grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor verdadeiro do

mensurando. Normalmente é expresso em percentual do fundo de escala do instrumento.

• Repetitividade (Repeatibility)
Indica o grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo

mensurando, efetuadas sob as mesmas condições de medição, isto é:

• Mesmo procedimento de medição;

• Mesmo observador;

• Instrumento de medição sob as mesmas condições;

• Mesmo local

• Repetições executadas em curto período de tempo

A figura 4 ilustra as diferenças entre esses dois conceitos

Figura 4: Repetitividade e exatidão em medidas

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3.5 Classificação dos erros
Os erros experimentais podem ser classificados em erros estatísticos ou aleatórios, erros

sistemáticos e erros grosseiros. Em uma medida podem coexistir esses tipos de erros.

3.5.1 Erros grosseiros

São enganos que podem ocorrer na medição ou nos cálculos devido à inexperiência, distração

e inabilidade do observador. Não são erros do ponto de vista da teoria de erros e para evitá-los

devemos repetir as medições e conferir cuidadosamente os cálculos.

3.5.2 Erros estatísticos ou aleatórios


Erros aleatórios ou indeterminados são partes inevitáveis da medição não podendo ser

totalmente eliminados, pois são resultados de fatores incontroláveis. O efeito acumulado destes

erros faz com aproximadamente a metade das medidas realizadas seja desviada acima, e a outra

metade desviada para abaixo do valor médio, afetando a repetitividade da medida, conforme

mostra a figura 5.

Figura 5: Erros aleatórios ou estatísticos

Nem sempre se podem identificar as fontes de erros aleatórios e geralmente é quase

impossível medi-las devido à maioria ser tão pequena que não pode ser detectada

individualmente. Algumas fontes típicas de erros aleatórios são devido a erros devidos ao

julgamento feito pelo observador ao fazer uma leitura abaixo da menor divisão de uma escala,

como por exemplo, medir o comprimento de uma folha de papel com uma régua cuja menor

divisão é 1 mm com precisão na medida de 0,5 mm, ou flutuações ambientais, como mudanças

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não previsíveis na temperatura, voltagem da linha, correntes de ar, vibrações causadas por

passagem de pessoas perto do aparato experimental ou veículos nas vizinhanças.

Quando não possível, uma solução consiste em repetir muitas vezes a medição, pois o valor

médio de um grande número de resultados apresenta um menor erro estatístico, além de permitir

uma avaliação da incerteza quando não é conhecido o erro de escala ou indicação do instrumento.

Podem ser tratados quantitativamente através de métodos estatísticos, objetivando a

determinar os seus efeitos na grandeza física medida.

3.5.3 Erros sistemáticos


Os erros sistemáticos são causados por fontes identificáveis e são sempre os mesmos nos n

resultados, isto é, a diferença para o valor verdadeiro é sempre a mesma.

Erros sistemáticos fazem com que as medidas feitas estejam sempre acima ou sempre abaixo

do valor real, prejudicando a exatidão (ou acurácia) da medida, conforme mostra a figura 6.

Figura 6: Erros sistemáticos

Erros sistemáticos podem ser classificados em um dos seguintes tipos:

• Erros sistemáticos instrumentais


Erro resultado da calibração inicial do instrumento e da alteração devido à temperatura,

desgastes dos materiais e componentes, entre outros. Podem ser reduzidos ou eliminados com

uma nova calibração ou aferição dos instrumentos e correção dos resultados ou por

procedimentos engenhosos de medição.

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• Erros sistemáticos ambientais


Erros devido aos efeitos como a temperatura, pressão, aceleração da gravidade, campo

magnético terrestre, ruídos, luz sobre a medição. Podem ser reduzidos se as condições ambientais

forem conhecidas ou controladas. Em qualquer processo de medição é boa prática registrar as

grandezas ambientais, tais como, a temperatura, pressão, umidade, entre outras.

• Erros sistemáticos observacionais

Erro devido a pequenas falhas de procedimentos ou limitações do observador. Um erro desse

tipo é devido ao efeito da paralaxe na leitura de escalas de instrumentos. Outro tipo é devido à

limitação humana, com, por exemplo, o tempo de reação do olho humano a um estímulo que é da

ordem de 0,1 segundos.

• Erros sistemáticos teóricos e outros


Erro devido à utilização de fórmulas teóricas aproximadas para obtenção dos resultados, as

quais podem não ser suficientemente exatas. O erro sistemático, em geral, não pode ser

eliminado, mas pode eventualmente ser reduzido modificando o processo de medição ou, caso

seja identificado, deve ser corrigido.

3.5.4 Erros sistemáticos e aleatórios


Para efeito ilustrativo temos os resultados de quatro atiradores:

As marcas dos tiros do atirador “A” podem ser inscritas em um círculo cujo centro coincide

aproximadamente com o centro do alvo. O raio desse círculo está associado ao espalhamento dos

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tiros decorrente do erro aleatório. Pode-se afirmar que “A” apresenta alto índice de erros

aleatórios e reduzido índice de erros sistemáticos.

Para o atirador “B” o centro do círculo está distante do centro do alvo e neste caso são

elevados os erros aleatórios e sistemáticos. As marcas de tiro do atirador “C” apresentam uma

menor dispersão, mas a posição do centro do círculo tracejado continua distante do centro do

alvo. Isso indica elevado índice de erros sistemáticos e reduzido índices de erros aleatórios. O

atirador “D” apresenta reduzido índice de erros aleatórios e sistemáticos.

Ao se comparar resultados, indubitavelmente o atirador “D” é o melhor. Ao comparar “C”

com “A”, o atirador “c” é o melhor, embora os tiros não tenham se aproximados suficientemente

do centro do alvo, o seu espalhamento é menor. Um ajuste da mira fará que atinja um

desempenho similar ao atirador “D”, enquanto que isso não é possível para o atirador “A”.

4. Incerteza
Incerteza experimental é um valor possível que o erro pode assumir. Define uma faixa onde

se estima estar localizado o valor da grandeza medida (dentro de um determinado nível de

probabilidade). As fontes de incertezas são as mesmas que as dos erros, apesar de representarem

indicadores e conceitos diferentes. As incertezas são as quantificações aproximadas, com um

determinado grau de confiança (68,27%, ou 95,45% ou 99,73%) dos erros decorrentes de um

processo de medida.

As incertezas estão agrupadas em duas categorias, em função do tipo de avaliação. Incerteza

tipo A que são estimadas através de métodos estatísticos e Incerteza de tipo B estimada de outras

maneiras que não sejam estatísticos. Com regra geral, a incerteza tipo A pode ser associada aos

erros aleatórios ou estatísticos e a incerteza tipo B associada aos erros sistemáticos.

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4.1 Avaliação da Incerteza tipo A (σA)

A determinação é feita a partir de uma série de medidas diretas de uma grandeza física

experimental baseada na hipótese que quando se aumenta o número de medidas, a distribuição se

aproxima da Distribuição Normal ou Gaussiana.

Na maioria das vezes são feitos n repetições das medidas e o melhor valor da grandeza são
dados pelo valor médio das medições:

x1 + x 2 + x3 + L + x n 1 n
x= = ∑ xi
n n i =1

Utiliza-se o conceito de desvio padrão da medida σ para avaliar quanto o valor médio difere

do valor verdadeiro ou real da grandeza

(x1 − x ) + (x2 − x )
2 2
+ ... + ( xn − x )
2 ∑ (x i − x)
2

σ= = i =1

n −1 (n − 1)
Com é esperado que o valor médio torna-se mais exato quanto maior for o número de

medições realizadas, a incerteza de tipo A (σA) de uma medição é estimada pelo Valor do Desvio

Padrão da Média que é dado por:

σ
σA =
n

4.2 Avaliação da Incerteza tipo B (σB)


Avaliadas através de todas as informações disponíveis que não tenham sido obtidas através

de métodos estatísticos. As informações podem incluir dados de medições prévias, conhecimento

do comportamento de materiais e instrumentos, especificações dos fabricantes, dados de

calibração, entre outros. Cabe destacar que a avaliação da incerteza tipo B pode ser tão confiável

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quanto à avaliação de tipo A, especialmente quando a medição é baseada em um pequeno

número de repetições. Por simplicidade, a incerteza tipo B será avaliada como incerteza

instrumental, ou seja:

σ B = σ Instrumento

Ao fazermos uma leitura numa escala, as medidas estão sujeitas a um limite de erro que pode

ser adotado como o valor da incerteza tipo B. Se a medição for repetida vezes, utiliza-se a

incerteza tipo A que é dado pelo desvio padrão da média.

Muitas vezes a incerteza instrumental é indicada no próprio aparelho, por exemplo, um

cronômetro coma indicação de 0,001s que são a sua incerteza instrumental.

Na falta de indicações do fabricante, para aparelhos analógicos adota-se a incerteza

instrumental, tipo B, como a metade da menor medida, ou metade da menor divisão de escala,

enquanto que nos aparelhos digitais adota-se a incerteza com a menor medida, ou a menor

divisão de escala.

4.3 Incerteza combinada (σC)


O valor total da incerteza associada a medida é denominada de incerteza combinada dada por:

σ C = σ A2 + σ B2
As regras só são válidas se grandeza medida permitir tal precisão. Uma corrente elétrica com

flutuação superior á precisão do multímetro requer uma análise, pois não poderá ser medida com

a precisão do instrumento.

5. Propagação de Erros
A medida indireta de uma grandeza é efetuada através de uma série de medidas diretas de

grandezas que se relacionam através de fórmulas e expressões com a grandeza em questão. O

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método de se calcular as incertezas no resultado final do valor da grandeza medida indiretamente

é denominado de propagação de erros.

Supondo que a grandeza y a ser determinada indiretamente e esteja relacionada com duas ou

mais variáveis através da função:

y = f (x1 , x2 ,K , xn )

Temos que:

xi = xi + ∆xi

xi são as medidas individuais com os respectivos erros ∆xi

O erro total ∆y em y devido aos erros ∆xi pode ser obtido da equação do erro indeterminado,

dada por:

∂f ∂f ∂f
∆y = ∆x1 + ∆x 2 + K + ∆x n
∂x1 ∂x 2 ∂x n

5.1 Exemplo

Calcular o volume de um cilindro de comprimento L e diâmetro D, dados por:

L = (5,00 ± 0,02) cm e D = (2,00 ± 0,01) cm

O volume V de um cilindro é dado por:

π D2 L π (2,00)2 5,00
V = = = 15, 7 079 cm 3
4 4

V = 15,7 cm 3

O erro propagado na determinação do volume V é calculado através da equação do erro

indeterminado. Como o volume é função do diâmetro D e comprimento L, temos que

V = f (D, L), e, portanto:

∂V ∂V
∆V = ∆D + ∆L
∂D ∂L

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Com:

∂V π DL
= , ∆ D = 0,01 cm e
∂D 2

∂V π D2
= , ∆ L = 0,02 cm
∂L 4

Substituindo em ∆V encontramos:

 π x 2,00 x 5,00   π (2,00 )2 


∆V =   0, 01 +   0,02 = 0, 2 19911 cm 3 = 0,2 cm 3
 2   4 
 

O resultado final será então:

V = (15,7 ± 0,2) cm3

5.2 Erro propagado nas operações básicas

O erro propagado nas operações básicas é indicado pelas seguintes expressões:

• Adição

(x ± ∆x ) + ( y ± ∆y ) = (x + y ) ± (∆x + ∆y )

• Subtração

(x ± ∆x ) − ( y ± ∆y ) = (x − y ) ± (∆x + ∆y )
• Multiplicação

(x ± ∆x ) ⋅ ( y ± ∆y ) = (x ⋅ y ) ± (x ⋅ ∆y + y ⋅ ∆x )
• Divisão

(x ± ∆x ) ÷ ( y ± ∆y ) = (x ÷ y ) ±  x ⋅ ∆y +2 y ⋅ ∆x 
 
 y 
• Potenciação

(x ± ∆x )n = (x )n ± n ⋅ x n −1 ⋅ ∆x

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• Logaritmação natural
∆x
ln( x ± ∆x ) = ln x ±
x

• Logaritmação decimal

 ∆x 
log( x ± ∆x ) = log x ± 0,4343  
 x 

6. Apresentação dos resultados das medidas


O número de dígitos que deve ser apresentado em um resultado experimental é determinado

pela incerteza padrão desse resultado.

6.1 Algarismos na incerteza padrão

Algumas regras básicas, nas quais não são considerados os zeros à esquerda:

a) A incerteza padrão deve ser dada com dois (2) algarismos quando o primeiro

algarismo na incerteza for 1 ou 2;

b) A incerteza padrão pode ser dada com 1 ou 2 algarismos quando o primeiro

algarismo na incerteza for ≥ 3.

c) Quando a incerteza for o resultado de uma estimativa, ou indicativa como a

metade da menor divisão de um instrumento sugere-se adotar apenas UM

algarismo.

6.2 Algarismos significativos na grandeza

a) Se a incerteza padrão é dada com um único algarismo, o algarismo

correspondente na grandeza é o último algarismo significativo;

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b) Se a incerteza padrão é dada com dois algarismos, os dois algarismos

correspondentes na grandeza podem ser considerados como os dois últimos

algarismos significativos.

c) Algarismos não significativos à direita nunca devem ser escritos no resultado

final;

d) Devem-se evitar zeros à esquerda através da mudança de unidades ou usando

potência de 10.

6.3 Exemplos

Um resultado experimental é calculado e apresentou os seguintes resultados:

y = 0,0004639178 m;

σ = 0,000002503 m

A incerteza padrão deve ter apenas dois algarismos, conforme 6.1.a:

σ = 0,0000025 m

O algarismo 2 está na posição 6 da incerteza σ e a correspondente posição 6 na grandeza y é o

algarismo 3. O algarismo 5 está na posição 6 incerteza σ e a correspondente posição 6 na

grandeza y é o algarismo 9. Portanto, conforme 6.2.b:

y = 0,0004639 m;

Para evitar os muitos zeros à esquerda não significativos será utilizada a recomendação 6.d:

y = 0,4639 mm ou y = 4,639 x 10-4 m

σ = 0,0025 mm ou σ = 0,025 x 10-4 m

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7. Bibliografia

• VUOLO, J.H; Fundamentos da Teoria de Erros - Editora Edgard Blucher – 2ª

edição, 1996.

• ABNT/INMETRO; Guia para a expressão da incerteza de medição – 3ª Edição

Brasileira, Rio de Janeiro, 2003.

• SUAIDE, A.A. do P.; MUNHOZ, M.G; ALBA, F.J.; DA CRUZ, M.T.F; DOS

SANTOS, C.E.F.; ZARNAUSKAS, G.R.S. – Introdução às Medidas em Física –

Instituto de Física da Universidade de São Paulo, 2008

• TABACNIKS, M.H. – Conceitos básicos da teoria de erros – Instituto de Física da

Universidade de São Paulo, 2003.

• MAIA, A.F; VALERIO, M.E.G.; MACEDO, Z.S. – Apostila de Laboratório de

Física A – Departamento de Física da Universidade Federal de Sergipe, 2008.

• PRADO, W.; MUNDIM, L.; CINELLI, J.U.; MAHON, J.R.; SANTORO, A.;

OGURI, V. – Introdução ao Tratamento e à Análise de Dados Experimentais –

Instituto de Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2004.

• PIACENTINI, J.J.; GRANDI, B.C.S.; HOFMANN, M.P.; DE LIMA, F.R.R.;

ZIMMERMANN, E. – Introdução ao Laboratório de Física – Editora da UFSC –

Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.

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