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COGITAÇÃO: pensar sobre a prática do crime – trata-se de fase interna, é dizer, que
pertence única e exclusivamente na mente do indivíduo, logo, a cogitação é sempre
impunível.
Formação da ideia
Exemplo: o crime de associação criminosa (art. 288 do CP) aquele que se reúne
com três ou mais pessoas para planejar a prática de crimes está em plena fase
de preparação (dos crimes futuros), mas já está executando a formação de um
grupo criminoso.
Nessa fase deve-se atentar ao VERBO NÚCLEO DO TIPO: subtrair, matar, etc.
EX. Crime de furto – “Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:” –
Ter-se-á, no crime de furto, a execução quando o agente subtrair coisa alheia móvel.
E SE, Pedro, após ter pulado o muro, decidir que não quer mais subtrair o televisor de Carlos? Embora o ingresso no
domicílio de Carlos tivesse por intenção o furto, o verbo núcleo do tipo penal (subtrair) ainda não havia sido
praticado.
Restando aqui a possibilidade de punir Pedro somente pelo crime de invasão de domicílio - art. 1 50, CP.
subjetivo do delito, da perspectiva do dolo do agente- ou seja, por mais que não fora
consumado, o agente tinha a intenção (dolo) de consumar. Não pode haver, para esta
teoria, distinção entre as penas nas duas modalidades. A tentativa merece a mesma
pena do crime consumado.
Art. 316: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
CRIME CONSUMADO, E ESPÉCIES DE TENTATIVA:
Crime de mera conduta (ou simples atividade) - tratando-se de delito sem resultado
naturalístico, a lei descreve apenas uma conduta, consumando-se o crime no
momento em que esta é praticada (ex: violação de domicílio, art. 1 50 , CP) .
Crime omissivo impróprio - também denominado crime comissivo por omissão, têm
sua consumação reconhecida com a produção do resultado naturalístico ("crime do
garantidor”, art. 1 3, §2°, CP).
Ex.: Pedro, munindo com seis projéteis da arma escolhida para matar Carlos, é
impedido, por populares, de efetuar o segundo disparo, evitando a morte da vítima.
Ex.: Pedro dispara os seis tiros que tinha à disposição para matar Carlos, porém, ainda
assim, não consegue alcançar o seu objetivo, sendo a vítima socorrida eficazmente.
Tentativa branca ou incruenta: o golpe desferido não atinge o corpo da vítima, não
gerando lesão efetiva, palpável à integridade corporal do ofendido.
Tentativa idônea: o resultado, apesar de possível de ser alcançado, só não ocorre por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
b) só tem cabimento nos crimes materiais, nos quais o tipo penal exige a ocorrência
do resultado naturalístico para a sua consumação.
Voluntariedade
Da mesma forma que a desistência voluntária, para o reconhecimento do
arrependimento eficaz basta a voluntariedade.
Deve, ainda, ser eficaz, isto é, que a atuação do agente seja capaz de evitar a
produção do resultado. Eficácia
Desistência voluntária
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento eficaz
O agente, depois de ter consumado o crime, por ato voluntário, repara o dano
ou restitui a coisa com o fim de restaurar a ordem perturbada. Nesses casos, a
lei recompensa o criminoso arrependido com a diminuição da sua pena.
A recusa da vítima, não aceitando o valor de reparação ofertado pelo autor, impede o arrependimento posterior?
O artigo 1 6 do Código Penal não elencou como requisito para o reconhecimento do arrependimento posterior a
aceitação da vítima. Entende-se que se houver voluntariedade na reparação, deverá ser reconhecido o benefício.
Neste caso, o autor deverá restituir o bem à autoridade policial ou, em último caso, depositá-lo em juízo.
3. CONCURSO DE PESSOAS: OCORRE QUANDO A INFRAÇÃO
PENAL É PERPETRADA POR DUAS OU MAIS PESSOAS. ART. 29 CP
Tal colaboração recíproca pode ocorrer tanto nos casos em que são vários os
autores quanto naqueles em que há autores e partícipes.
Relevância casual das condutas: as condutas praticadas pelos agentes têm de serem
relevantes para o cometimento da infração penal. Com a ausência de relevância da
conduta não haverá concurso de pessoas.
Liame subjetivo entre os agentes: os agentes devem atuar com consciência de que
estão reunidos para a prática da mesma infração penal. Trata-se doo vínculo
psicológico que une os agentes para a prática da mesma infração penal.
Se não for possível vislumbrar o liame subjetivo entre os agentes, cada qual
responderá, isoladamente, por sua conduta.
Identidade de infração penal: os agentes, unidos pelo liame subjetivo, devem querer
praticar a mesma infração penal - todos os autores devem contribuir para o mesmo
evento.
Crime monossubjetivo: são aqueles que podem ser praticados por uma pessoa. Ex.
Homicídio, art. 121 CP.
Concurso eventual: porque eventualmente (por acaso) fora praticado por duas
ou mais pessoas.
Em regra, os delitos tipificados no nosso ordenamento penal são de concurso
eventual (monossubjetivo ou unissubjetivos), podendo ser executados por
uma ou várias pessoas.
Crime plurissubjetivo: são aqueles que só podem (devem) ser praticados por duas ou
mais pessoas, exige-se uma pluralidade de pessoas. Ex. Associação criminosa, art. 137
CP.
Autoria imediata (direta): diretamente pratica o crime, autor é aquele que pratica o
crime de própria mão.
Autoria mediata (indireta): faz-se uso de uma terceira pessoa para a execução do
crime, como um instrumento (meio) para a prática de um crime.
Dá-se por meio de: inimputabilidade penal (art. 62, inc. III) ; coação moral
irresistível (art. 22) ; obediência hierárquica (art. 22) ; erro de tipo escusável
provocado por terceiro (art. 20, § 2°) ; erro de proibição escusável provocado
por terceiro (art. 2 1 , caput) .
É possível autoria mediata nos crimes culposos? A autoria mediata não se compatibiliza com os
crimes culposos, pois o resultado, nestes, é involuntário.
Autoria colateral: ocorre quando duas ou mais pessoas querem praticar um crime e
agem sem que uma pessoa tenha ciência da intenção da outra.
Autoria incerta: ocorre quando, na autoria colateral, não é possível identificar qual
dos agentes provocou o resultado naturalístico.
Existem crimes que prescrevem mais de uma conduta, sendo possível uma
divisão de tarefas. Ex. roubo, art. 157 CP.
Tal artigo é uma norma de extensão, tendo em vista que por meio dela é possível
punir o partícipe – não serve apenas para tratar da figura do autor, serve também para
tratar da figura do partícipe.
Cooperação dolosamente distinta (vide art. 29, §2° CP) – responde-se na condição de
autor de crimes distintos.
Na cooperação dolosamente distinta percebe-se o desvio subjetivo de condutas entre
os agentes, em que um dos concorrentes do crime pretendia integrar ação criminosa
menos grave do que aquela efetivamente praticada.
Participação de menor importância (vide art. 29, §1° CP) - pena diminuída de um
sexto a um terço em casos de participação de menor importância.
4. CONCURSO DE CRIMES:
Pluralidade de crimes – a prática de mais de um crime, de mais de uma conduta.
Concurso material (art. 69 CP): também chamado de concurso real, o indivíduo por
meio da prática de duas ou mais condutas que geram uma pluralidade de crimes.
Concurso formal (vide art. 70 do CP): também chamado de concurso ideal, não há
uma pluralidade de condutas, ou seja, com uma só conduta o indivíduo pratica dois
ou mais crimes.
Como os crimes não são idênticos, as penas também não serão, aplicar-se-á a pena
mais grave juntamente com o aumento de 1/6 a 1/2 - Há no concurso formal a
exasperação das penas.
Sistema da exasperação: Neste, o juiz aplica a pena mais grave dentre as cominadas
para os vários crimes praticados pelo agente. Em seguida, majora (aumenta) essa pena
de um quantum anunciado em lei.
Crime continuado (vide art. 71 do CP): existe uma pluralidade de condutas que
gera uma pluralidade de crimes, é considerado por uma parcela da doutrina
como uma espécie de concurso material.
A pena será aumentada de 1/6 a 2/3 – aplica-se apenas uma pena com o
aumento.
Pluralidade de condutas gera uma pluralidade de crimes – aplica-se uma só das penas
aumentada de um sexto a dois terços.
A) Quando tais crimes são da mesma espécie (o mesmo tipo penal) – Ex. furto
simples e furto qualificado.
B) Crimes por meio do mesmo modo de execução - Ex. Roubos cometidos
mediante violência.
C) Crimes cometidos sobre as mesmas condições de tempo – Ex. crimes
cometidos em um determinado intervalo de tempo: o entendimento da
jurisprudência – até 30 dias de intervalo entre os crimes.
D) Crimes praticados no mesmo local – na mesma localidade: entendimentos
diversos.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – VIDE ART. 5, XXXIX CF: não há crime, nem pena sem
lei prévia, ou seja, sem lei anterior ao fato.
O princípio da legalidade constitui uma real limitação ao poder estatal de
interferir na esfera de liberdades individuais (garantia do indivíduo contra o
Estado, jamais pode ser usado pelo Estado contra o indivíduo).
FINS DA PENA:
Positiva: visa garantir a validade da norma (a não violação da norma), desafiada pela
prática do comportamento criminoso.
Ex. Pensar no porque da existência do art. 121, porque tal artigo veda
determinado comportamento (homicídio).
Negativa: busca inibir todo e qualquer cidadão de praticar crimes (inibir a prática do
comportamento) – exige um não comportamento, abstenção.