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DOI: 10.1590/1413-81232015219.

18922016 2655

A Atenção Primária e o Programa Mais Médicos

DEBATE DEBATE
do Sistema Único de Saúde: conquistas e limites

Primary care in Brazil, and the Mais Médicos (More Doctors)


Program in the Unified Health System: achievements and limits

Gastão Wagner de Sousa Campos 1


Nilton Pereira Júnior 2

Abstract An historical analysis of Brazil’s pol- Resumo Análise histórica das políticas de Aten-
icies in Primary Healthcare, with emphasis on ção Primária no Brasil, com ênfase na Estratégia
the Family Health Strategy (FHS), and the Mais Saúde da Família (ESF) e no Programa Mais
Médicos Program (PMM). Studies were made Médicos (PMM). Realizaram-se estudos de do-
of documents and secondary official data, and cumentos e dados secundários oficiais, bem como
the bibliography that has been produced on this de produção bibliográfica sobre esse tema. Cons-
theme.It was found that primary healthcare has tatou-se que houve consolidação da Atenção Pri-
been established and successfully consolidated as mária como alternativa para o cuidado em saúde
an option in healthcare for a great part of the pop- para grande parte da população do Brasil. Obser-
ulation of Brazil. There have, however, been struc- varam-se, contudo, entraves estruturais que têm
tural hurdles, which have tended to compromise comprometido a efetividade e a sustentabilidade
the effectiveness and sustainability of this policy.It dessa política. Identificou-se que estes obstáculos
was identified that these obstacles arise principal- decorrem, principalmente, do financiamento in-
ly from insufficient financing and from inefficient suficiente e de modalidades de planejamento e
modes of planning and management. The Mais de gestão ineficientes. O Programa Mais Médicos
Médicos Program has widened care coverage and ampliou a cobertura assistencial e tornou mais
made the distribution of primary healthcare doc- equitativa a distribuição de médicos na Atenção
tors more equitable, although it has not resolved Básica, não conseguindo, entretanto, resolver pro-
the structural problems of the public system. blemas estruturais do sistema público.
Key words Primary Healthcare, Family Health Palavras-chave Atenção Primária em Saúde, Es-
1
Departamento de Saúde
Strategy, Mais Médicos Program, Health policy tratégia Saúde da Família, Programa Mais Médi-
Coletiva, Faculdade cos, Política de saúde
de Ciências Médicas,
Universidade Estadual
de Campinas. R. Tessália
Vieira de Camargo 126,
Barão Geraldo. 13083-970
Campinas SP Brasil.
gastaowagner@mpc.com.br
2
Departamento de Saúde
Coletiva, Faculdade de
Medicina, Universidade
Federal de Uberlândia.
Uberlândia MG Brasil.
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Campos GWS, Pereira Júnior N

Introdução estímulo financeiro e de propaganda sobre o mé-


rito sanitário da nova proposta. Não houve pla-
Este ensaio faz uma análise histórica das políti- nejamento sistêmico, a programação de recursos
cas de Atenção Primária no Brasil, com ênfase na ocorria conforme a adesão estimada de municí-
Estratégia Saúde da Família (ESF) e no Programa pios interessados. Dentro desse enquadre não foi
Mais Médicos (PMM), tomando como referência possível orientar a implementação progressiva da
normativa1, para a interpretação de documentos Atenção Primária obedecendo à diretriz da equi-
e eventos, diretrizes, conceitos e experiências do dade, isto é, elegendo prioridades segundo popu-
que poderíamos denominar de Sistemas Nacio- lações e regiões mais ou menos vulneráveis. No
nais de Saúde com base na Atenção Primária à “Guia Prático do Programa de Saúde da Família”,
Saúde (APS). editado pelo Ministério da Saúde em 200210, co-
A Organização Mundial de Saúde (OMS) menta-se que “cabe aos prefeitos a decisão polí-
tem utilizado a expressão “Sistemas Nacionais de tica de adotar o PSF”. Em parte, a eleição deste
Saúde com base na Atenção Primária” para de- tipo de estratégia se deveu ao caráter federativo
signar certo ordenamento de políticas de saúde de base municipal do Estado brasileiro e ainda à
capazes de assegurar o direito universal à saúde2. diretriz de descentralização do SUS, que originou
Estas recomendações da OMS sintetizam conhe- os processos de municipalização de responsabili-
cimentos sobre estratégias metodológicas para dades e de serviços antes estaduais e federais.
funcionamento da Atenção Primária como parte Em realidade, o Programa de Saúde da Fa-
de sistemas de saúde. Neste ensaio, utilizaremos mília foi apresentado pelo governo federal como
como categorias analíticas ordenadoras da APS uma oferta a que cada cidade ou estado poderia
as seguintes estratégias e diretrizes originárias ou não abraçar. O principal fator indutor seria
desse campo cultural: Rede de Atenção Primária o cofinanciamento, ou seja, a possibilidade de os
integrada aos sistemas de saúde; cobertura da municípios captarem recursos federais a depen-
Atenção Primária tendente à universalidade (80 a der do número de equipes de saúde da família
100% da população); integralidade e concepção em atividade. Como o crescimento dos serviços
ampliada sobre processo saúde/cuidado; gestão dependia da adesão de cada município, o pro-
e planejamento com base em vulnerabilidades cesso ocorreu sem a possibilidade de se priorizar
e necessidades de saúde – diretriz da equidade; territórios e populações vulneráveis.
modelo de atenção que integre saberes e práticas A Norma Operacional Básica (NOB) de
de promoção, clínica e de reabilitação; forma- 199611 institui a primeira regra de financiamento
ção integral dos profissionais; práticas em vários da Atenção Primária no Brasil, criando o Piso As-
cenários: território, instituições, família e cada sistencial Básico (PAB), transferido do Governo
pessoa; equipes interdisciplinares; coordenação Federal aos municípios, valor per capita equiva-
e regulação dos projetos terapêuticos; longitudi- lente ao número de habitantes por municípios,
nalidade e continuidade do cuidado com cons- para que este procedimento garantisse a “assis-
tituição de vínculo; responsabilidade sanitária; tência” à saúde na Atenção Primária. Nesta mes-
humanização e compartilhamento de práticas de ma norma, criou-se o “Incentivo aos Programas
gestão e de cuidado com usuários3,4. de Saúde da Família e de Agentes Comunitários
de Saúde”, vinculando novos recursos à adesão
Implementação da Atenção Primária do município a esses dois programas. Esses me-
no Sistema Único de Saúde (SUS) canismos foram se aprimorando, sendo conheci-
dos hoje como PAB fixo e PAB variável.
Logo após a publicação das Leis Orgânicas A construção de uma rede de Atenção Pri-
que regulamentaram o SUS5,6, o Ministério da mária com amplo acesso, organizada segundo
Saúde lançou dois programas que podem ser as concepções acima descritas, representou uma
considerados como a primeira política sistemáti- reforma institucional e cultural de grandes pro-
ca para a Atenção Primária no Brasil: o Programa porções. Em geral, estas reformas têm provocado
de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), em conflitos e resistências de grupos que se conside-
1.9917 e o Programa de Saúde da Família (PSF), ram prejudicados pelas mudanças. Além disto,
em 19948,9. esta dimensão da reforma sanitária provocou
A estratégia para implementação da Aten- mudanças em cascata que atingiram várias insti-
ção Primária no SUS pode ser classificada como tuições. A Atenção Primária depende de radicais
sendo um “método indutivo”, em que se buscou mudanças na formação em saúde e na educação
criar demanda pelos novos programas mediante médica, em particular, tradicionalmente voltadas
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para as especialidades. Implica em redefinir o pa- estavam cadastradas em Unidades de Saúde da
pel dos hospitais e serviços especializados, insti- Família (34,8 milhões de domicílios). A região
tuir uso mais racional de medicamentos e proce- Nordeste apresentava a maior cobertura (64,7%),
dimentos, além de induzir a população a utilizar enquanto a Sudeste apresentava a menor (46%).
o sistema de saúde segundo uma lógica diferente Neste mesmo inquérito, evidenciou-se que
da tradicional em que o acesso dos usuários é 47,9% dos brasileiros costumam procurar uma
controlado pelas possibilidades financeiras e não Unidade Básica de Saúde quando necessitam de
por uma equipe da Atenção Primária. atendimento.
Em vários outros países, como Espanha, Por- Segundo o Departamento de Atenção Básica
tugal, Canadá e Inglaterra, houve uma sincronia do Ministério da Saúde16, entre 1994 e 2002 fo-
entre implementação do sistema nacional e a ram implantadas 16.698 equipes de Saúde da Fa-
constituição de uma rede de Atenção Primária. mília, em 4.161 municípios, cobrindo 31,87% da
Em poucos anos a maioria desses países logrou as- população brasileira; e entre 2003 e 2012 foram
segurar acesso a mais de 80% de suas populações. implantadas mais 16.706 equipes, totalizando
O modo indutivo de constituição da rede de 33.404 e ampliando a cobertura para 54,84% da
Atenção Primária no Brasil, pouco comprometi- população, em 5.297 municípios. Estes indicado-
do com apoio e gestão, permitiu que o Ministé- res de capacidade instalada e de utilização de ser-
rio da Saúde reduzisse sua responsabilidade na viço indicam a crescente importância da Atenção
elaboração e difusão do PSF e na definição dos Primária no Brasil.
padrões de cofinaciamento. A responsabilidade Ao longo destes primeiros vinte e dois anos
dos 27 estados com o Programa de Saúde da Fa- do SUS, foram elaboradas novas Políticas Nacio-
mília não foi definida, permitindo que optassem nais de Atenção Básica (PNAB), uma em 2006 e
entre apoiar ou não às cidades envolvidas com outra em 201117,18, ambas valorizando a Atenção
esta mudança. Vários estudos sobre custo da Primária. A PNAB de 200617 alterou o conceito
Estratégia Saúde da Família indicam que o mu- de programa para o de estratégia, tendo em vista
nicípio arca com grande parte do custeio, o que, a consideração de que o crescimento e a qualifi-
provavelmente, contribuiu para aumentar a pre- cação da Atenção Primária seriam vitais para a
caução dos prefeitos com o Programa, receosos consolidação e a sustentabilidade do SUS. A par-
de comprometimento excessivo do orçamento tir desta nova formulação se passou a considerar
municipal com a saúde12,13. como fundamental o apoio do nível federal à for-
Além do mais, não se realizaram planejamen- mação de pessoal para a Atenção Básica, tanto por
tos, de âmbito nacional, que ordenassem o provi- meio da reformulação dos cursos de graduação
mento sistemático dos principais recursos indis- em saúde, como pela ampliação dos programas
pensáveis para constituição de uma ampla rede de residência médica e multiprofissional voltados
de Atenção Primária, potente para alterar o mo- para o trabalho na Atenção Primária. A partir de
delo de atenção do SUS e para funcionar como então, o MS institui inúmeros processos, cursos e
porta de entrada. Sempre houve importante grau seminários de educação permanente, ofertados a
de incerteza e de indefinição sobre o provimento profissionais dos estados e municípios.
regular de pessoal, medicamentos, infraestrutura A PNAB de 201118 reforçou a incorpora-
e equipamentos por parte dos governos federal ção dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família
e estaduais para os encarregados da execução do (NASF), criado em 200819, ampliando o espectro
Programa, os municípios. Até o surgimento do de profissionais que atuam na Atenção Primária
Programa Mais Médicos14, em 2013, não se defi- com objetivo de aumentar as possibilidades de
niram estratégias para a formação em massa de intervenção sobre determinantes sociais e sub-
médicos, enfermeiros e outros profissionais para jetivos do processo de saúde, aumentando, em
a Estratégia Saúde da Família. decorrência, a capacidade de resolver problemas
Pois bem, a forma brasileira de implementa- de saúde da população. Além disto, foi ampliado
ção de uma rede integral de Atenção Primária, o conceito de rede de Atenção Primária do SUS,
baseada na indução econômica e na iniciativa considerando-se não apenas equipes estrutura-
operacional de cada município, vem produzindo das segundo os critérios da Estratégia Saúde da
efeitos paradoxais. Se o Programa, depois Estra- Família, mas também Unidades Básicas, deno-
tégia Saúde da Família, encontrou receptividade minadas de tradicionais, organizadas, em geral,
no Nordeste, o mesmo não aconteceu na região segundo lógica da Programação em Saúde ou do
Sudeste. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde15, Pronto Atendimento. Recomendava-se que estes
realizada em 2013, 53,4% das famílias brasileiras serviços devessem ser, paulatinamente, reformu-
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lados para se aproximar da lógica de funciona- foi baixo, havendo ainda dificuldade no recruta-
mento da Estratégia Saúde da Família. A inclusão mento e fixação destes profissionais em regiões
destes serviços tradicionais elevou “administra- de grande vulnerabilidade social e sanitária. Na
tivamente” a cobertura oficial da Atenção Básica prática, verificou-se descontinuidade local dos
no país. serviços, identificando-se três tipos básicos de
Esta PNAB possibilitou a utilização de parte funcionamento da Estratégia Saúde da Família:
da carga horária dos membros das equipes (até algumas unidades básicas organizadas como se
8 horas semanais) em serviços da rede de urgên- fossem serviços de pronto atendimento com bai-
cia do município, realização de especialização em xa resolutividade; outros funcionando de forma
Saúde da Família, residência multiprofissional burocrática, segundo uma lógica programática
e/ou de Medicina de Família e de Comunidade, devido à influência deste modelo na cultura sani-
bem como atividades de educação permanente e tária brasileira; e, uma parcela, finalmente, ope-
apoio matricial. Nesse sentido, permitiu a habili- rando segundo diretrizes da Política Nacional de
tação de equipes com composições mais variadas Atenção Básica.
que a exigência anterior de um médico com de- Resultados obtidos nas avaliações do Pro-
dicação de 40 horas semanais. Tornou-se possível grama de Melhoria do Acesso e Qualidade de
haver dois médicos cadastrados na mesma equi- Atenção Básica (PMAQ-AB)20 evidenciaram que
pe, com carga horária de 30 horas, ou até mesmo enquanto 93% das equipes de Saúde da Família
com 20 horas semanais. Neste último caso, ha- declaram que reservam vagas em suas agendas
veria redução do repasse financeiro do governo para atendimentos no mesmo dia, acolhendo a
federal ao município. Buscou-se diversificar as demanda espontânea, 16,5% das equipes dizem
ofertas assistenciais na Atenção Básica, conside- agendar consultas apenas para usuários vincu-
rando populações específicas, como as equipes lados às ações programáticas, percentual que
de Consultórios na Rua e as equipes de Saúde da aumenta para 21,5% em municípios menores.
Família para o atendimento de população ribei- Se por um lado, 73% das equipes referem reali-
rinha da Amazônia Legal e do Pantanal sul-ma- zar atendimentos de urgência e emergência, por
togrossense. outro, 35% dos usuários entrevistados alegaram
Todas estas novas formulações da política fe- não procurarem as Unidades Básicas de Saúde
deral de Atenção Básica não alteraram a aborda- (UBS) para atendimentos de urgência e emer-
gem de planejamento e de gestão do Ministério gência por dois motivos principais: referem que
da Saúde, que prosseguiu com mecanismos pou- a UBS não atende urgência e emergência ou por-
co potentes de indução e de estímulo aos muni- que as unidades estavam fechadas no momento
cípios e estados. da procura21. A respeito da dimensão vínculo,
Desde sua origem, o PSF adotou perspectiva uma das diretrizes da Atenção Primária e da Es-
ampliada do processo de saúde e cuidado e reco- tratégia Saúde da Família, os resultados apontam
mendou a abordagem baseada na integralidade, que 65% dos usuários referem que sempre são
mediante ações possíveis e necessárias nos vários atendidos pelo mesmo médico, enquanto 19%
planos desse processo. Sempre se argumentou são atendidos na maioria das vezes e 17% nunca
que a integralidade dependeria da composição ou quase nunca22. Sobre o acolhimento, os resul-
multiprofissional das equipes de saúde da família tados mostram ampla capilarização dessa tecno-
e, mais tarde, dos NASF. logia no território brasileiro. Enquanto 80% das
Entretanto, se observa que na prática havia equipes disseram ter implantado o acolhimento,
heterogeneidade na forma concreta de operar passando a fazer a escuta e a avalia­ção de toda a
destas equipes. Como a gestão concreta é exer- demanda, somente 47,8% demonstraram a exis-
cida pelos municípios, e como as secretarias de tência de protocolos de avaliação de risco e de
saúde têm capacidades de gestão e disponibili- vulnerabi­lidade como orientação23.
dade de recursos muito diferentes, produziu-se Em experiências de APS em outros países
heterogeneidade no desempenho dos serviços de tem-se observado a adoção de modelos de gestão
Atenção Básica. Encontrou-se grande dificuldade que combinam um importante grau de autono-
na administração de pessoal, em particular dos mia dos profissionais com estratégias de controle
médicos. Houve problemas com salários, indisci- centradas nos usuários e em sistemas participa-
plina no trabalho e oposição corporativa contra tivos de avaliação de resultados24,25. No Brasil,
grande parte das diretrizes da atenção primária. particularmente em cidades com terceirização
O número de equipes com médicos especializa- da APS por meio das Organizações Sociais (OS),
dos em saúde da família e comunidade sempre mas não somente, observam-se dois fenômenos
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polares, mas igualmente nocivos. Ou processos Uma primeira mudança qualitativa do PMM
de gestão com baixa governabilidade sobre as re- foi a maior interferência do Ministério da Saú-
des e, principalmente, sobre o trabalho médico; de na Atenção Básica, competência quase que
ou instituição de rígidos sistemas de definição de exclusivamente municipal. O PMM vem sendo
metas centradas em procedimentos, constituindo realizado em articulação com municípios, mas o
desvios denominados de “gerencialismo”26-28. protagonismo do nível federal é maior em diver-
Temos admitido a impossibilidade dos mu- sas dimensões. Para esse Programa, finalmente,
nicípios, isolados, conseguirem desenvolver uma o MS realizou planejamento nacional, responsa-
política de pessoal adequada para a Atenção Pri- bilizando-se pela execução de grande parte das
mária. Esta impossibilidade seria decorrente de ações definidas no plano.
restrições financeiras, que repercutiriam sobre A primeira destas dimensões de intervenção
a capacidade de recrutamento e de fixação de direta do MS se referiu ao recrutamento, distri-
pessoal, impedindo constituição de carreiras e buição, remuneração e formação de médicos, re-
de sistema de aposentadoria. Em resumo: pare- alizados diretamente pelo MS, ainda que com al-
ce-nos insuficiente e limitado construir políticas gum grau de negociação com os entes federados.
para a formação de pessoal, e mesmo para a edu- Mediante processo seletivo nacional, o MS con-
cação permanente, a partir de esforço autônomo seguiu em curto espaço de tempo, incluir no SUS
dos municípios. e na Atenção Básica mais de 18.000 profissionais
Houve também dificuldade para se lograr um em um espaço de dois anos. Parte importante des-
funcionamento da Atenção Primária em rede de tes médicos foi recrutada mediante cooperação
serviços integrada com diferentes complexidades internacional tripartite entre a Organização Pan
e com distintos papéis. Em decorrência, é tam- -Americana da Saúde (OPAS), governo de Cuba
bém reduzida a capacidade de coordenação e de e o governo brasileiro, depois de um período de
regulação dos médicos e das equipes da Atenção inscrição para médicos formados no Brasil e em
Básica. Esta debilidade está provavelmente rela- outros países, em que a necessidade de profissio-
cionada com a impossibilidade de organização nais não foi suprida. Os médicos originários de
das regiões de saúde como instâncias de plane- Cuba, ao contrário da maioria dos médicos bra-
jamento e de gestão do SUS. Apesar da recente sileiros que trabalham na Atenção Básica, tinham
legislação que instituiu o Contrato Organizati- formação e experiência específica na Atenção Pri-
vo de Ação Pública29,30, pouco se tem avançado mária e Medicina de Família e Comunidade.
na integração das redes temáticas e dos serviços Tem sido grande a influência destes profis-
por regiões de saúde. Outro fator que determi- sionais no cotidiano da Atenção Básica brasileira,
na a baixa capacidade de coordenação da ESF principalmente por adotarem um padrão de res-
é a pouca governabilidade do SUS sobre a rede ponsabilidade sanitária que lhes tem propiciado
hospitalar própria, contratada e das universida- construir vínculo e interação com usuários. Estu-
des. Em várias capitais, cidades médias e grandes, do avaliativo31 realizado em 32 municípios parti-
é frequente se observar dois sistemas de gestão e cipantes do Programa constatou que 94,1% dos
de regulação para a rede hospitalar e de atenção usuários entrevistados avaliaram a consulta do
primária. Em geral, a rede básica é dirigida pelo médico do programa como “muito boa” e “boa”;
município e os hospitais estão sob o comando 98,1% declararam que o médico ouviu com aten-
estadual e, rara vez, sobre regulação municipal. ção todas as suas queixas e 87% relatou que com-
Além disto, a política de Atenção Primária no preendeu as explicações e indicações que o mé-
Brasil foi incialmente concebida como sendo um dico forneceu sobre a doença e o tratamento. Os
programa, termo que evidencia a perspectiva de autores afirmam que “os usuários estranharam,
que a Estratégia Saúde da Família se organizaria positivamente, que os médicos cubanos visitam
de modo vertical, como rede isolada de outras re- a casa deles para verificar as condições de vida
des temáticas do SUS. e assim melhor compreender os determinantes
sociais da saúde”32.
O Programa Mais Médicos Entretanto, esta deliberação de contratar mé-
dicos estrangeiros sem o exame de revalidação de
O Programa Mais Médicos (PMM), iniciado títulos, agravado pelo fato da maioria ser origi-
em 2013, significou tanto uma continuidade do nária de Cuba, gerou um conflito político e ideo-
esforço de consolidação da Política Nacional de lógico acirrado, em que entidades médicas assu-
Atenção Básica, quanto apresentou elementos de miram oposição radical ao governo da presidente
rompimento com essa tradição. Dilma, responsável pelo PMM33,34.
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Outra diferença qualitativa do PMM foi exa- cos que estiveram, pelo menos, um ano no PMM
tamente essa disposição do governo federal em ou no PROVAB (Programa de Valorização do
redefinir a relação do SUS com a categoria médi- Profissional da Atenção Básica)36. Outro compo-
ca, tanto em relação ao fato acima citado, quan- nente deste conflito com as especialidades e en-
to pelas mudanças na reorientação da formação tidades médicas decorre da necessidade de o Es-
médica que a Lei nº 12.871/201314 determina tado brasileiro construir condições para planejar
para todas as escolas médicas, novas e já existen- e regular a quantidade e a formação de médicos
tes, públicas e privadas. Define também mudan- especialistas. A Lei do PMM determinou a cria-
ças na lógica da expansão de vagas de graduação ção do Cadastro Nacional de Especialistas, que
em Medicina. A demanda passou a ser regulada permite centralizar informações sobre formação
e planejada pelo Estado em função da necessida- e distribuição de especialistas em todo o Brasil,
de social da oferta da formação médica. A nova dados estes que, estranhamente, nenhum órgão
lógica aponta para a interiorização dos cursos e do governo federal possuía até o momento37.
para uma distribuição mais equitativa entre as Complementando as propostas de mudanças
regiões do Brasil, buscando reduzir as diferenças da graduação de Medicina, o PMM traz significa-
regionais em proporção de médicos e vagas de tivas mudanças nas diretrizes para formação de
graduação por habitantes. No entanto, tem sido especialistas. A principal delas é a priorização da
observado que esta expansão vem se realizando especialidade Medicina de Família e Comunida-
principalmente por meio de escolas de medici- de (que passa a ser chamada também de Medi-
na privada, com custos inacessíveis para grande cina Geral de Família e Comunidade - MGFC).
parte das famílias, o que indicaria objetivos não A Lei do Mais Médicos estabelece que esta resi-
explícitos de realizar controle do mercado de tra- dência dará acesso a todas as especialidades que
balho médico por meio do aumento da oferta de não são de acesso direto (que são apenas dez).
profissionais. Ou seja, para o médico entrar na maioria dos
Ratificando a Lei do Mais Médicos, o Conse- programas de residência disponíveis atualmente,
lho Nacional de Educação aprova as novas Dire- deverá fazer um ou dois anos da Residência de
trizes Curriculares Nacionais do Curso de Gradu- Medicina de Família e Comunidade. Ao colocar a
ação em Medicina35, em 2014, que determina re- medicina de família como a especialidade central
formulação do currículo médico, com ampliação na formação de especialistas, o Estado brasileiro
dos campos de saber e de prática da Saúde Coleti- aproxima-se da maioria dos países com sistemas
va, Saúde Mental, Urgência/Emergência, Atenção públicos de saúde no mundo38-41. Concomitante-
Básica e Saúde da Família. Determina que, no mí- mente, garante a médio e longo prazo, o provi-
nimo, 30% do internato (que deve corresponder mento de médicos de família e comunidade (for-
a, pelo menos, dois anos da formação) aconteça mados e em formação) na maioria das unidades
na Atenção Básica e em serviços de urgências do básicas de saúde, que hoje não contam com mé-
SUS. Essa mudança, caso venha a ocorrer de fato, dicos com essa formação.
articulada à inserção dos estudantes desde o início Outro aspecto relevante deste Programa foi a
do curso em unidades básicas de saúde e outros possibilidade de se planejar a distribuição destes
serviços, na lógica da integração ensino-serviço- novos médicos para a Atenção Básica segundo
comunidade, promoveria uma aproximação com critérios de equidade, vulnerabilidade social e de
o sistema de saúde, necessária para a aquisição de populações específicas. Mesmo após 28 anos da
competências, habilidades e atitudes adequadas a aprovação dos princípios e diretrizes do SUS na
uma prática médica voltada para as necessidades Constituição Federal, diversos obstáculos impe-
de saúde da população. Esse componente legal do dem sua efetivação, principalmente quando ana-
Programa Mais Médicos vem sofrendo forte re- lisamos as iniquidades sociais e as desigualdades
sistência da maioria do movimento médico e de regionais42,43. Pesquisas mostram que populações
outros setores conservadores. residentes em áreas de extrema pobreza, sejam
Além disto, a Lei restringiu o controle das elas distantes de grandes centros ou nas periferias
associações de especialidades médicas sobre os de regiões metropolitanas, áreas de difícil acesso,
programas de residência médica. Até o PMM, a populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas,
construção do SUS não havia produzido um con- povos do campo e da floresta, em geral têm mui-
flito explícito com grande parcela dos médicos e to mais dificuldade à atenção à saúde, inclusive
de suas entidades. Parte deste conflito foi atenua- aos serviços de Atenção Básica44,45.
da pela instituição de pontuação (discriminação O SUS vêm implementando políticas de pro-
positiva) nos concursos de residência para médi- moção da equidade, com o objetivo de diminuir
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as vulnerabilidades a que certos grupos popula- Limites do Programa Mais Médicos
cionais estão mais expostos, resultantes da de-
terminação social da saúde como escolaridade e Entretanto, apesar do impacto positivo do
renda, as condições de habitação, acesso à terra, PMM sobre a expansão e a qualificação da Aten-
à água e ao saneamento, à segurança alimentar e ção Primária no Brasil, ele não conseguiu inter-
nutricional, os conflitos interculturais e precon- ferir em entraves estruturais da Política Nacional
ceitos com o racismo, as homofobias e o machis- de Atenção Básica. Em primeiro lugar, porque o
mo, entre outros46. PMM tem caráter provisório, depende de reno-
Entretanto, persistia o desafio do acesso à vação a cada três anos. Em segundo, porque se
rede de saúde, inclusive à Atenção Básica. O pro- construiu um tipo de contrato de trabalho tam-
vimento emergencial de médicos aos locais mais bém precário, em que os médicos são remune-
vulneráveis do Brasil e historicamente despro- rados por bolsa (definida em um valor atrativo),
vidos destes profissionais impacta significativa- o que exigiu que o contrato estabelecido fosse
mente na redução das iniquidades em saúde. Re- um misto de trabalho e de espaço de formação.
sultados obtidos pela avaliação do governo e de Os bolsistas estão obrigados a realizar um cur-
grupos de pesquisadores evidenciam essa redu- so à distância e recebem supervisão e tutoria de
ção das iniquidades. Se por um lado, dados quan- médicos com experiência em Atenção Primária.
titativos da adesão dos municípios ao Programa Infelizmente, o sistema de supervisão e de tutoria
mostram a real necessidade de médicos, por ou- se dirigiu apenas aos “alunos” e não a toda equipe
tro, dados qualitativos da satisfação dos usuários em que estes médicos estão inseridos. Observa-se
demonstram a eficácia das ações, impactando um descuido com modelos de gestão que, ao re-
no cuidado às pessoas. A respeito da abrangên- conhecer o trabalho de saúde como uma práxis,
cia do Programa, os 18.240 profissionais estão combinem estratégias de assegurar autonomia e
em 81% dos municípios brasileiros, em todas as responsabilidade sanitária.
27 capitais de estados, em todos os 34 Distritos O PMM também não se propôs a alterar o
Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), em 87% isolamento da Atenção Básica e, portanto, a baixa
dos municípios de regiões metropolitanas e em capacidade do exercício da regulação e de coor-
82% dos municípios com maior proporção de denação dos médicos e equipes sobre o sistema
pessoas em extrema pobreza37. Um dos estudos de saúde. Apesar da ampliação do investimento
que destacam a redução das iniquidades, bus- em infraestrutura, ainda é insuficiente e muito
cando ouvir comunidades quilombolas do Rio dependente da capacidade de gestão dos muni-
Grande do Norte e do Pará, relata que as mudan- cípios.
ças mais destacadas pelos usuários quilombolas Tampouco avança na definição de carreiras
se relacionam à presença constante dos médicos para o SUS. A rotatividade profissional dos tra-
nas UBS, à maior facilidade no agendamento das balhadores da saúde, principalmente ocasionado
consultas, ao aumento de visitas domiciliares e pelos vínculos empregatícios precários e instá-
às características diferenciadas da prática clínica. veis e pela terceirização da gestão dos serviços
Para os usuários, há uma maior organização dos de saúde. Permanece o desafio de se ampliar o
agendamentos e a consulta médica é diferente olhar para além da assistência médica, buscando
dos outros médicos que atuaram nas UBS. Vá- a interprofissionalidade e a intersetorialidade,
rios participantes destacaram que a chegada dos mudança dos modelos gerencialistas de gestão e
médicos às UBS tornou mais ágil o processo de atenção, trazendo maior olhar da clínica amplia-
retorno e o acompanhamento das doenças crô- da e da promoção da saúde.
nicas. Relatam também a participação em grupos A defesa do PMM depende, portanto, do en-
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Campos GWS, Pereira Júnior N

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