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Em face do BANCO BRADESCO S.A., agência 3522, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ nº 60.746.948/2989-36, com sede na Praça Siqueira Campos, nº 70,
Centro, CEP. 45.600-928, Itabuna/BA.
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Rua Monte Alto, nº 373, bairro Nossa Senhora de Fátima, Itabuna/BA. CEP. 45.604-130.
E-mail: gabrielribeiroadv@hotmail.com
TEL/WHATSAPP: (73) 98827-8055
I - DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a autora que lhe sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita, com
fulcro no disposto ao inciso LXXIV, do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº
1.060/50, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições
de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento
e de sua família.
II - DOS FATOS
A requerente é cliente do banco réu desde 2010, no qual possui duas contas, quais
sejam: corrente e salário.
Mensalmente, o salário da autora é depositado diretamente em sua conta salário.
Porém, como restará provado por meio de documentos anexos, o banco réu transferiu, em
07/08/2018, sem o devido conhecimento e autorização da requerente, o montante de R$
2.162,64 (dois mil, cento e sessenta e dois reais e sessenta e quatro centavos) de sua conta
salário para a corrente, objetivando cobrir débitos que a requerente possui com o
requerido.
Com a transferência indevida, o banco réu debitou do salário da autora os
seguintes encargos: mora da conta de telefone no valor de R$ 75,00 (setenta e cinco reais),
tarifa bancária no valor de R$ 28,80 (vinte e oito reais e oitenta centavos) e mora do
crédito pessoal tomado pela autora no valor de R$ 162,85 (cento e sessenta e dois reais e
oitenta e cinco centavos).
Salienta-se que o requerido agiu de má fé, uma vez que só poderia ocorrer débito
automático na conta salário para pagamento de dívidas caso houvesse autorização
expressa da requerente, o que não ocorreu. Dessa forma, transferiu de forma unilateral
todo o salário da requerente para sua conta corrente, a fim de cobrir débitos de
empréstimos pessoais e tarifas de serviços, como exposto acima.
Tal violação trouxe consequências financeiras para a requerente, visto que possui
dois filhos e um cônjuge que atualmente está desempregado, ou seja, a requerente é quem
arca com todas as despesas da casa (alimentação, vestuário, higienização, escola das
crianças, dívidas do marido), sendo o seu salário a única fonte de renda da família. Assim,
com os débitos provenientes dessa transferência ilegal, a autora viu seu salário diminuir,
causando transtornos financeiros e psicológicos.
III - DO DIREITO
A conduta do requerido em transferir a remuneração da requerente de sua conta
salário para a corrente é abusiva, que ofende os direitos basilares do consumidor e de
natureza contratual, especialmente o da boa-fé e da informação.
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No caso em tela, MM., o dano moral produzido pelo requerido é presumido - In
re ipsa - pelo próprio fato, não necessitando a autora provar maiores dissabores além dos
já existentes. A má-fé absoluta e indiscutível que lesou o direito absoluto da requerente
justifica a concessão de danos morais, uma vez que se trata de um direito oriundo da
relação de consumo entre as partes, e se dá como responsabilidade objetiva.
Ademais, o STF tem proclamado que “a indenização, a título de dano moral, não
exige comprovação de prejuízo” (RT 614/236), por ser esta uma consequência
irrecusável do fato e um “direito subjetivo da pessoa ofendida” (RT 124/299).
A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento da 20ª Câmara
Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
“EMENTA. APELAÇÃO CIVIL. NEGOCIOS JURIDICOS
BANCARIOS. AÇÃO INDENIZATÓRIA. TRANSFERENCIA DE
VALORES ENTRE AS CONTAS SALÁRIO E CORRENTE.
AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DA CONSUMIDORA. DANO
MORAL IN RE IPSA. Reconhecida a conduta ilícita da instituição
financeira, que, in casu, tem responsabilidade objetiva, resta
caracterizado o dano moral puro, também denominado in re ipsa, o qual
independe de comprovação. A transferência realizada pelo banco, de
valores entre as contas salário e corrente, sem o consentimento da titular,
por si só, já basta à caracterização do dano. O desconto não autorizado
em verba salarial é conduta grave, que merece severa repreensão. A
fixação do quantum deve corresponder à realidade dos fatos concretos, eis
que, consabido, tem por escopo compensar os prejuízos da vítima, bem
como evitar a prática reiterada dos atos lesivos. Indenização por danos
morais arbitrada em R$ 5.000,00. Honorários advocatícios majorados
para 20% sobre o valor de condenação, com base nos vetores do art. 20,
§§3º e 4º, do CPC, bem como nos parâmetros estabelecidos pela Câmara
em casos análogos. Apelo provido. Unânime.
Além disso, salienta-se que o ato ilícito indenizável, sob o aspecto moral, é aquele
que viola direito e causa dano, como se infere no artículo 186 do Codex Civil, ao
mencionar “violar direito e causar dano”. A norma vigente civil é clara ao aduzir que:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
O nosso Codex Civil pátrio ainda trata mais adiante, em seu articulo 927 que:
“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.”
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Entre os direitos básicos do consumidor, está efetiva prevenção e reparação de
danos patrimoniais e morais, individuais, conforme o art. 6º, VI, do Código
Consumerista.
Sabido é que restam sobejamente provados os abusos cometidos pelo requerido
em comento e que esta, repita-se, em total afronta aos princípios balizais festejados na
Carta Magna, reconhecida Constituição Cidadã de 1988, desdenha do hipossuficiente.
Dessa forma, não restou à requerente outra alternativa senão buscar a tutela
jurisdicional.
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
A) Sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita, com fulcro no disposto no inciso
LXXIV, do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 1.060/50, em virtude de ser
pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os
encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua
família;
C) Seja designado dia e hora para audiência com o mister de celebração de possível
avença que ora se propõe;
D) A Citação do réu, para que, querendo, ofereça resposta no prazo legal, sob pena
de sujeitar-se aos efeitos da revelia;
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