VO
enca rando o poder: velhos
sights, Novas questdes
gstetrabalhofoi apresentado na Conferéncia Solene da 8% Reunido Anu-
alda Associagdo Antropoldgica Americana, realizada em Washington,
p.C.em 19 de novembro de 1989 e publicado originalmente em American
Anthropologist 92 (setembro 1990): 586-596. Ele criticao esquecimentoda
questdodo poder em boa parte da hist6ria da antropologia. Meu argumen-
io€de que hd diferentes modos de poder, cada um deles concernente a um
nivel distinto de relacdes sociais: do poder atribuido ao dom da pessoa indi-
vidual ao poder produzido nas relacoes interpessoais, do poder tatico ou
organizacional posto em movimento para dirigirou limitar aacdo deou-
trosao poder estrutural que influencia os impulsos da sociedade.
Neste ensaio, trato do problema do poder e das questoes que ele propoe
jo. que conhecemosefetivamente muito sobre 0 po-
9 timidos em aprofundar o que sabemos. Isso tem
implicagdes tanto para a teoria quanto para o método, bem como paraa
avaliacdo dos insights do passadoe para levantar a novas. :
Oprépriotermo deixa muitos de nés incomoda os. Trata-se certamen
tede uma das palavras maiscarregadas de sentidoe polimorfas de nosso
Tepertorio. ‘Aslinguss romanicas, germanicase eslavas, Pelomenos corr
binam uma multidaode significados ao falar de pouvoir ou potere,} a M
ou mogushchestvo. Essas palavras permitem que falemos sobre ° poe cl
gushcnesty a mesma coisa para todos nés. Ao mesmo tempo,
comose ele significass€ ¢ de poder como se todos os fendmenos que 0
falamos freqientemen” ma forma redutiveis a um centro comum, 217
envolvem fossem de ees traz mente imagens monstruosas de poder,
guma esséncia inter” “10 Minotauro de Bertrand de Jouvenel, mas NOS
o Leviata de Hobbes os diferentes tipos de poder implicados em tipos
afasta de especifica®
diversos de relasoe* -
aantropologia. Afirm
der, mas que temos sidENCARANDOO PODER: VELHOSINSIGHTS Novas. 397
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526 ERICR. WO! Jagoes de producto capitalists conegtem por exenla¢
que as rela acumulacao de capital baseada na Venda deforga de
‘ r ivel "
contrério, que € itil pensar em quatro modos diferentes de oat Poss prance ntimerode cendriosemtadoomundo Qn
Saxe 0 atibu Ua Peso, COMO POTENCa OU capaci coho Um BI wir os fluxos de capital etrabalhoem seuson,
Poder Ue Pe cheana bisica de poder (Kaufmann, 1968), Falar de po- ae gos podem seg! 098 op mncanjcsedais esters
dea ge ent chama a atencao para o dom das pess0as no jygy einvestigar como 0 aranos sci rs no esago no
der ness tas nosdiz poucosobrea forma ea direcao desse jogo, Osegundo recu08 Fo atraidos ¢ implicados no funcionamento desse dupla Praga.
dope es podeserentendidocomoa capzcidade deum egode mes empe sto ama relacAo puramenteecondmicamastanbén pace
sipode poder Pram alter, em a¢a0 social, Nas relagdes interpessonis Ni0s (2 der politico para estabelecer, para mantre pra defender
Bas Shama aatengto paraas sequencias de interagSese transacdes entre precise Pe poder torna-se um alvo de competicio uestabelecimento
ce tmasnao rats da natoreza da arena em que as interagdes gece Pa der acomodagto
rem, Ese aspecto fica mais claro quando tratamos do terceiro mado do dealiancjmensao que foi enfatizada de varias formas nosestudossobre
preeraquele que controaoscenarios rm ct as pessons podem mostrar Essa ismo,dependéncia ousistemas mundiais Suasquesessiopor
suas potencialidades e interagit com as outras, Encontrei pela primeira imperialism. eee vetores, repides ‘ou nagées conseguem limita as op-
vezessa expressio do poder em antropologia quando Richard Adams ten- que ecomo alguns setores, reg ¢contflitas coorrem no decorer dessa
{4oem termos interpessoais, mas como ocontrole que je outros € quais coalizoes .
toudelinir poder: q qos essasquestoes tém poucaelevincipara
ou “unidade operacional” (termos dele) exerce sobre fluxos de ineraio,Alguns disseram queessasg ade
ize
energia que constituem parte do ambiente de outro ator (Adams, 1966, zanropologl, pois no em mit zh gte eeiog
1975) Essa definigao chamaaatengio para as instrumentalidadesdo po: sasreais”, como afirma Sherry Ortner( doreal que nia inbe ou
dere é util para compreender como “unidades operacionais” circunscre- tocam em muita coisa que acontece no mun eae vdoscenérios
ven as acoes de outros dentro de determinados cendrios. Chamo esse incentiva oque as pessoas fazem ou ropa preeomente pane
i ; ural
terceirotipode poder de poder tatico ou organizacional. gueestudamos. A nog de poder earl és pes
Mas hd ainda um quarto modo de poder, que nao funciona somente essibilita delinear como as forcasdo mundo veaneae
dentro de cendrios ou domfnios, mas também organiza ¢ orquestra os os Pi vdamos,sem cair num nat smoantcopleicog sj 0 re
roprios cendrios eespecifica adistribuigaoe diregao dos fluxosde ener- a cceueremen as nao conta ne
Prop Pe tu mantismo a
dades supostamente isoladas ec
sente ou no passado, Nao ha vantag
pretende que “gente real fazendocoisas
dose auto-suficientes.
Neste ensaio, trato fundamentalie
[5010
vem num fal
reals habitaer ut
Bia. Penso que esse €0 tipo de poder a que Marx se referia ao falar sobre iversos fecha
poder docapital de wilizar e alocar a forca de trabalho e que compoeo
anode undo da nogao de Michel Foucault do poder como a capacidade
oamanos fazem e o que 0s seres humanos fazem afeta o mundo, e que
polemics chegar a compreender os porques dessa relagao, Pree get
Suspeitar profissionalmente de nossas categorias e de nossos modelos
devemos estar conscientes de suas contingéncias historicare cree oS
podemos entender buscas de explicacdo como aproximagoes 4 ve
émvezdeapropri verdade Mastambémacreditoquea busca por sgt
cacio na antopologia pode ser cumulativa, que 0 conhecimemo ns
insigtsobsidos no pasado poem gear nova questOese que novos ore
tosde partida podem incorporar as ealizagdesdlo pasado
Em antropoogia, estamos sempre assassinando paradigmas someme
paradepoisvé-losvoltaravida,comose fossem descobertos pela priges
ravez Ovelhoewolucionismode Morgane Engels reapareceutcondiche
ceecakégico nas décadas de 1940 ¢ 1950. A insistencia boasiana de eee
devemes compreender o modo ‘como as pessoas realmente pensara ne
bresuasculturase instituigdes" (Goldman, 1975:15) reapareceu nasmtnn,
pologia da cognicao e do simbolismo, agora executada com frequen
como um quarteto dissonante no formato do desconstrutivien:
Oxdifusionismo ficou exausto depois de morder fundo demais na maca
sedutorada coletade lista de tracos,mas recuperoua energia nosestidee
de aculturacao,esferas de interacao e sistemas mundiais.O funcionalic,
moexcedeu-seaoafirmar que retratava entidadesorganicas, mas retornea
nateoria dos sistemas, bem comosob outros disfarces, Osestudosdecel,
ture personalidade propuseram nodes de *estrutura basica da perso-
nalidade” ¢ “cardter nacional” sem levar em consideracao a historia &
beterogeneidade cultural ou o papel da hegemonia na criagaode unifor-
‘midades; mas caracterizacoes suspeitamente similares das nagdes mo-
demase de "grupos étnicos” continuam a aparecer. As variedades de ane
{opologiaecologica eos varios marxismos escutam de amigos inimigos
qapbrecisam de um “conceitode cultura’. Creioque estamos todos{ami-
tarizados com aimagem de Robert Lowie do ‘viitsonione beieetloo
machadonoevolucionismo”. A
Yeem
‘amen-
QUE 0S seres,
dade,
maa Amedida que cada abordagem nova baixa
machado em suas antecessoras,a antropologia passa a se parecer com
“mproptodedesmatamento intelectual
ENCARANDOOPODER VEL Hog INSIGHTS
NOVAS. 329
wrocreloquesSOSEH NECeSSério ou deceive Png
ose se8 cumulativa, que podemos utiliza, Se antropologia
Tot
*-cessores para levantar questoes novas abalho de nossne
an
qresprojetos
Atgunsdosinsightsangos da ansopopsoeapaey
brsedeumanovalinvestigacdo Querorererbreemene oer
puscaram entender 0 que acontece aos Povos no mundo ate
quenesse processo evantaram questoessobre pay lernoe
Mtotaticoquanto
exrutural Essesprojetos produziram corpossubancand hone eo
ris abriram perspectivas que foram alem deseudmbca:
fram crtieados em sua époea e submetosé eats feet
Ostréseram tentativas de uma antropologaexpli
Oprimeiro desses projetos éoestudo de Porto Rico,
soba diregao de Julian Steward, Seus resultados
The people of Puerto Rico (Steward et al, 1956). 0) ipulso.
jeto velo do ataque de Steward aos pressupostosde uma cultura untirin
nacional e de um carder nacional que entdo dominavam o campo da
cultura € personalidade. Opondo-se a isso, 0 projeto pretendia exibir a
heterogeneidade de uma sociedade nacional. Era também uma rejeigao
domodelo no qual fazia-se uma inica comunidade pssar por uma nado
inteira, Mostrava Porto Ricocomouma
Variadas, nila por instituigbesqueabrangam odsaiaeasavidades
deuma classe alta insular como um isemadepartesenivesheteroge
neos.O projeto era especialmente ined Po vestigando as
esse arranjo complexo se desenolvera historamens nvrmanteos
causashistoricase os raletscaproducaosaeo imentoem quatro
panhandoas implicagbesdiferencisdesedestr
comunidades representativas Prometa ar,
ligavam localidades, regioese n2¢80
ee er andoo
me dessas instituigdes fundamental cea cupndon
ctis Mas ealizouumestoda dis 0 igencs do POE
4 Tigagoes no ntvel da magi, . agaoaocrescimenro PICS
pice das ligag 0 fe dad enn a mais
em seus propriostermos 9), mena
se manifesta-
roesquejt sem
da migracao para os Estados UMN sce ques
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ecologia agricola impediv a “™