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UTILIZAÇÃO DE PENETRÔMETROS NO CONTROLE

DE COMPACTAÇÃO DE CAMADAS ARENOSAS –


ESTUDO DE CASO: OBRA DE DUPLICAÇÃO DA RS/734,
TRECHO CASSINO – BR/392
Célio Ziotti
Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Brasil, celioziotti@yahoo.com.br

Cezar Augusto Burkert Bastos


Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Brasil, bastos@dmc.furg.br

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo estabelecer correlações válidas para uma areia fina
litorânea entre o índice CBR e dois modelos de penetrômetros dinâmicos. Como campo
experimental foi utilizada a pista em obras da RS/734 – Trecho Cassino – BR/392, para avaliar a
confiabilidade dos equipamentos e a qualidade da correlação. O ensaio com penetrômetros não
afeta a estrutura das camadas; sua execução é rápida e de fácil assimilação pelos operadores; tem
baixo custo de aquisição e manutenção; permite avaliar a capacidade de suporte dos solos em
profundidade; entre outras vantagens. Com o presente trabalho, pôde-se observar que os resultados
encontrados para a areia fina em questão apresentam boa repetibilidade e que sua aplicação pode ser
de grande utilidade na avaliação de camadas de solo compactadas com este material, além de ser
ampliada para outras finalidades.

PALAVRAS-CHAVE: Penetrômetros, Compactação, Terraplanagem.

1 INTRODUÇÃO aquisição, o que permite verificar o perfil de


resistência do solo em profundidade, tanto no
A Engenharia Geotécnica ou Engenharia de estado natural quanto compactado (Paiva et al.,
Solos busca, entre outros, determinar as 2006).
propriedades geotécnicas dos solos, visando Paiva et al. (2006) afirmam ainda que os
conhecer o comportamento destes no seu estado valores resultantes destes ensaios (CBR e
natural (indeformado ou com estrutura penetrômetros) são relacionáveis entre si. Neste
preservada) e também quando este é modificado sentido, têm sido estabelecidas diversas
(deformado, amolgado ou estrutura destruída). correlações obtidas por várias entidades no
O usual, em projetos de pavimentação, é a Brasil e em outros países. Estas são analisadas
obtenção de valores de capacidade de suporte pela regressão dos resultados e muitas são
de forma indireta em laboratório. Ensaios como demonstradas graficamente e sob a forma de
o CBR (Califórnia Bearing Ratio) ou ISC equações através de modelos bi-logarítmicos e
(Índice de Suporte Califórnia), efetuado em exponenciais. Estas correlações variam de
amostras moldadas em laboratório, são acordo com o material ensaiado, as condições
utilizados numa tentativa de estimar as do ensaio e o tipo de equipamento.
propriedades encontradas na pista. Já os ensaios Pela simplicidade e mobilidade que os
de campo, como o CBR “in-situ”, constituem-se penetrômetros apresentam, estes equipamentos
em procedimentos demorados e de custo permitem a realização de um número muito
elevado. Além disso, não permitem avaliar a maior de ensaios, resultando numa melhor
estrutura do pavimento em profundidade (Berti, avaliação da heterogeneidade das camadas de
2005). aterros, solos naturais ou bases de pavimentos.
Os penetrômetros têm grande mobilidade e O ensaio não requer grandes escavações ou
facilidade de operação aliados ao baixo custo de
perfurações, o que o caracteriza como um equipamento, quando armazenado, fica
ensaio semi não-destrutivo (Alves, 2002). desmontado e acondicionado em caixa
Para esta pesquisa foram utilizados dois tipos apropriada.
de penetrômetros: O Dynamic Probing Light ou A execução do ensaio consiste em aplicar
Penetrômetro Dinâmico Leve (DPL / PDL) de golpes na haste que contém em sua extremidade
propriedade do Laboratório de Geotecnia da a ponteira cônica. São contabilizados o número
Escola de Engenharia / FURG e o Dynamic de golpes para um valor padrão de penetração
Cone Penetrometer ou Cone de Penetração (p.ex 10 cm) ou, alternativamente, é medida a
Dinâmica (DCP / CPD) de propriedade da deformação decorrente de cada golpe.
empresa Incorp Consultoria e Assessoria Ltda. Para a execução do ensaio deve-se verificar a
ponteira visualmente, reparando se a ponta
cônica não está desgastada, neste caso deve-se
2 MATERIAIS E MÉTODOS providenciar a substituição. Ao montar o
equipamento é necessário checar se as juntas
2.1 Características da Obra estão firmemente unidas e alinhadas. Deve-se
também, regularmente, passar grafite em pó na
O trecho CASSINO – BR/392 da Rodovia haste e no furo do martelo afim de se manter a
RS/734, encontra-se totalmente localizado condição de descida da massa o mais livre
dentro do município de Rio Grande, tem possível de atrito.
direção aproximada sul-norte, com extensão
total de 10,68 km. Seu início é junto ao canteiro 2.2.2 Dinamic Cone Penetrometer (DCP)
da Avenida Rio Grande, na saída do Balneário
Cassino, sendo a estaca 0+000 situada nas Proposto no exterior e no Brasil como
proximidades do prédio histórico da antiga alternativa para controle de compactação em
Estação Férrea do Cassino. O trecho termina no campo, o DCP é normatizado pela norma
viaduto de entroncamento com a BR/392. americana ASTM (Americam Society for
Testing and Materials) D 6951 de 2003.
2.2 Penetrômetros Utilizados na Pesquisa O DCP possui uma haste de 16 mm de
diâmetro (Figura 1), tendo, em uma das
2.2.1 Dinamic Probing Light (DPL) extremidades, uma ponteira em forma de cone,
com 20 mm de diâmetro e ângulo de 60º
O DPL utilizado na pesquisa, segue as (Figura 2). A ação dinâmica é provocada por
especificações da norma alemã DIN 4094, um martelo com peso de 8 kg deslizando pela
conforme mostrado na Tabela 1: haste até se chocar com o batente de uma altura
de queda de 575 mm.
Tabela 1. Especificações do Dinamic Probing Light
(DPL).
Peso do Pilão 10 kg
Altura de queda 50 cm
Peso do dispositivo de penetração
6 kg
(sem o pilão)
Figura 1. Dimensões do DCP.
Hastes Tubo 22 x 4,5 mm
Acoplamento das hastes Pino roscado M16
Comprimento das hastes 1m
Seção transversal da ponteira 10 cm²
Diâmetro da ponteira 3,56 cm
Ângulo da ponteira ???

Para este trabalho são utilizadas duas hastes


do equipamento, uma acoplada à ponteira Figura 2. Detalhe da ponta cônica do DCP.
cônica para penetração e outra que serve de
guia para o martelo. As partes roscáveis são O ensaio DCP, assim como o DPL, pode ser
mantidas devidamente engraxadas e livres de realizado com o auxílio de duas pessoas,
sujeira para garantir um encaixe perfeito. O podendo sua execução ser otimizada com mais
um ajudante. O martelo é deixado cair através
da haste por uma altura de 57,5 cm até 2.4 Ensaios com o DCP e DPL em
encontrar o batente. Efetuam-se após cada Laboratório
golpe, medidas das penetrações associadas com
uma régua. Estas medidas podem ser tomadas Os ensaios feitos em laboratório visaram
em centímetros ou milímetros conforme a unicamente a obtenção de dados para formular a
conveniência. correlação e foram baseados nas normas ASTM
Alguns autores especificam o emprego do D 6951 – 03 (Standard Test Method for Use of
DCP para materiais que vão desde argila até the Dynamic Cone Penetrometer in Shallow
brita graduada, sendo restringida sua utilização Pavement Applications) e DIN 4094 – 64
somente para as misturas de agregados com (Equipamento para Sondagens por Cravação em
ligantes betuminosos, que por serem Solos e Terrenos1).
considerados relativamente impenetráveis, O ensaio consiste na introdução de uma
impossibilitam a realização do ensaio ao causar haste dotada de ponta cônica na massa de solo
danos à ponta do cone. Outrossim, pelo através de impacto dinâmico causado por um
desgaste que se observa na ponta cônica durante peso, resultando no parâmetro DN (penetração
a execução do procedimento experimental em por golpe) dado em mm/golpe.
brita graduada, tornando necessário a sua Para isso foram moldados corpos de prova
substituição muito frequente, para estes CBR, na energia especificada, e após o molde
materiais o ensaio tende a se tornar oneroso. foi transportado para uma superfície que
oferecesse suporte ao CP. O material da
2.3 Ensaios em Laboratório superfície de suporte escolhido foi o terreno
natural, para permitir que o cone, ao atravessar
Para o trabalho, foram realizados ensaios de o CP não seja danificado e para simular uma
laboratório em duas amostras, uma proveniente camada inferior de aterro.
do subleito natural da obra coletado entre as No presente trabalho, optou-se por utilizar o
estacas 8+900 e 9+200 e outra vinda da jazida terreno natural existente no pátio da empresa
Dique Seco, que fornece material para a Incorp Cassino. Este apresenta-se compactado,
execução dos aterros. Foi feita a análise livre de pedras e outros elementos que podiam
granulométrica conforme NBR 7181/84 (Solo – danificar o cone. A superfície deve ser
Análise Granulométrica) para determinar a perfeitamente plana, para isso pode-se
distribuição granulométrica dos solos. Estes regularizar o terreno com uma régua de madeira
também foram classificados segundo a antes de se efetuar o procedimento.
classificação HRB (Hihgway Research Board), Após verificadas estas condições, posiciona-
também conhecida como classificação se cuidadosamente o cone sobre o centro do
AASHTO (American Association of State corpo-de-prova, verificando seu alinhamento
Highway and Transportation Officials), e pelo vertical. Neste momento, devido à massa do
SUCS (Sistema Unificado de Classificação de equipamento, geralmente ocorre uma pequena
Solos). penetração, que não é contabilizada, neste
Também foram realizados ensaios de momento, procede-se a chamada leitura inicial
compactação conforme a NBR 7182/86 (Ensaio L0. Após isso, efetuaram-se as penetrações,
Normal de Compactação) e do Índice de elevando o martelo (altura de 50 cm no caso do
Suporte Califórnia (ISC) conforme a NBR DPL e 57,5 cm para o DCP) e deixando-o cair
9895/87 (Solo – Índice de Suporte Califórnia). em queda livre sobre o batente, provocando a
Para estabelecer as correlações com o DPL, penetração da ponteira + haste no molde.
foram moldados CPs nas três energias de Obtem-se uma leitura de penetração para cada
compactação, estes foram rompidos após impacto. Como a altura do corpo de prova é
imersão. Já para o estudo com o DCP, foram conhecida, logo que a haste transpor o molde e
moldados corpos de prova apenas na energia do comece a perfurar o terreno natural abaixo
Proctor modificado, variando apenas os teores
de umidade.
1 Traduzido do original em alemão
deste, encerra-se o ensaio. A última penetração, acordo com a resistência das camadas a serem
que transpõe o CP, não é contabilizada. A atravessadas, é arbitrado o número de golpes
Figura 3 mostra o ensaio realizado com o DPL. para cada leitura, conforme Kleyn e Savage
(1982) apud Alves (2002), pois quando o solo é
mais resistente, o número de golpes necessários
para se alcançar determinada profundidade pode
ser consideravelmente maior do que quando a
camada é composta por um solo de menor
capacidade de suporte.

Figura 3. Posição inicial do DPL dentro do corpo-de-


prova CBR.

No caso do DCP, após tentativas de se


executar o mesmo procedimento empregado
para o DPL, concluiu-se que isto não é possível
devido a que o material estudado apresenta Figura 4. DCP dentro do corpo-de-prova CBR ao final do
relativa baixa capacidade de suporte, ensaio.
combinado com o fato de que a ponteira cônica
do DCP é sensivelmente mais delgada que a do Essa decisão fica a critério do interessado.
DPL. Com isso, ao se aplicar o primeiro golpe o Sabe-se que no caso de uma grande camada
cone acabava por atravessar o molde, chegando homogênea, três golpes por leitura agiliza o
a provocar o deslocamento da amostra em procedimento, mas no caso de camadas mais
relação ao CP, sem a obtenção de efetivas finas, eventualmente pode-se transpor a camada
leituras no material a ser ensaiado. e, assim, criar uma certa confusão na
Adotou-se então, a prática de se moldar dois interpretação das leituras. Ressalta-se também
corpos de prova, um no molde do ensaio de que a escolha de uma leitura para cada
compactação de Proctor e outro no molde CBR penetração, permite a obtenção de um perfil de
(Figura 4). Com dois parafusos foram unidos os resistência mais detalhado. Para cada golpe
CPs, o molde Proctor embaixo e o CBR sobre aplicado, ou série de golpes, anota-se em
este. Com esse artifício, foi possível se obter planilha a penetração do cone. No trabalho em
uma ou mais leituras no solo a ser ensaiado. O questão, optou-se por efetuar leituras para cada
ensaio era dado por encerrado quando a golpe dado.
penetração atingia o molde inferior. O artifício A profundidade final do ensaio é
permitiu dar maior estabilidade e apoio ao convencionada conforme a necessidade
corpo-de-prova CBR, garantindo a apresentada, no caso de ensaios para se obter as
indeslocabilidade da amostra e propiciando as correlações desta pesquisa, convencionou-se
leituras desejadas. que a profundidade de 25 cm era suficiente.
Deve-se sempre observar o bom estado de
2.5 Ensaios Penetrométricos em Campo conservação e limpeza do cone. A manutenção
da posição vertical durante a execução do
Na realização dos ensaios DCP e DPL em ensaio evita atrito excessivo entre o martelo e a
campo mede-se, com uma régua, em haste guia. Deve-se, antes de cada campanha e
centímetros ou milímetros, a penetração para quando da ocorrência de contato com camadas
dado número de golpes dado no aparelho. De mais rígidas, verificar se a ponta cônica está em
bom estado, providenciando-se sua substituição
caso contrário.
A Figura 5 ilustra a execução do ensaio.

Figura 6. Exemplo de Curva DCP.

A inclinação da reta ajustada aos pontos


experimentais fornece o Índice de Penetração
DN em mm/golpe, definido, portanto, como a
razão entre a profundidade e o número de
golpes dados até se alcançar esta profundidade
Figura 5. Execução do ensaio DPL em campo.
(equação 1).
Os ensaios de campo com os penetrômetros
foram executados seguindo dois procedimentos (1)
distintos.
Num primeiro momento, foram obtidos Para efeito de cálculo do parâmetro DN, a
quatro valores de DN em um mesmo local. primeira leitura é desconsiderada. A medida é
Esses pontos foram locados em torno de um justificada pelo fato de que no primeiro golpe a
ponto central onde foi executado posteriormente condição de contato entre o cone e o solo não é
o ensaio de Frasco de Areia para medida do a mesma dos demais golpes.
peso específico aparente do solo compactado,
distribuídos em forma de cruz e tendo um
afastamento de 40 cm entre ensaios em posição 3 RESULTADOS
oposta. Foram realizados quatro ensaios com
cada equipamento e o valor de DN do ponto foi 3.1 Caracterização dos Materiais
tomado como a média dos quatro valores.
Posteriormente, em pontos isolados do Nas duas amostras utilizadas nesta pesquisa, o
subleito ao longo do eixo da nova pista da material foi previamente caracterizado como
rodovia, foram feitos ensaios únicos (em um não plástico (NP), sendo dispensada a
único ponto) e os resultados tomados como o realização de ensaios de limites de Atterberg.
DN de cada ponto. Conforme a classificação HRB (ou AASHTO),
ambas as amostras foram classificadas como
2.6 Interpretação dos Resultados solo A-3: areias finas de praia, sem presença de
silte ou argila ou com muito pequena
Com os dados obtidos no ensaio, constrói-se a quantidade de silte não plástico. Já pelo SUCS,
Curva DCP (ou DPL) (Figura 6). As ordenadas os solos foram classificados como areias mal
indicam a profundidade, dada em milímetros, e graduadas (SP).
as abcissas o número acumulado de golpes Os ensaios de compactação forneceram os
necessário para alcançar esta profundidade. valores de umidade ótima (wot) e peso
específico máximo (γdmáx) utilizados como base
para os ensaios de CBR. Na Tabela 2 são
apresentados os resultados obtidos nos ensaios
de compactação e CBR.
Tabela 2. Resultados dos ensaios de compactação e CBR.
Amostra / Jazida
Subleito Subleito / Subleito /
Energia de / Normal Intermediária Modificada
Dique-seco /
Compactação Modificada

Peso
Específico
Aparente
1,653 1,661 1,688 1,695
Seco (g/cm³)

Teor de
Umidade (%)
13,5 14,1 13,3 11,5

CBR na
umidade 22,4 31,8 33,9 37,7
ótima (%)

3.2 Ensaios com os Penetrômetros


Figura 9. Exemplo de Curva DCP de campo.

Dos ensaios com os cones de penetração


3.3 Obtenção das Correlações
dinâmica, obtiveram-se curvas números de
golpes (acumulados) x penetração para os
Com os valores obtidos nos ensaios CBR e
ensaios DCP (curva DCP) e para os ensaios
de cone em laboratório, tem-se os pares
DPL (curva DPL). As Figuras 7 e 8 ilustram
CBR x DN, estes foram relacionados na forma
estas curvas.
CBR x DCP e CBR x DPL.

3.1.1 CBR x DPL

A Tabela 3 fornece os resultados obtidos nos


ensaios de laboratório e utilizados para a
correlação.

Tabela 3. Resumo do Índices de Suporte Califórnia e do


Valor DN (DPL).
PONTO / ENERGIA DE CBR DN - DPL
COMPACTAÇÃO (%) (mm/golpe)
1 / normal 17,3 45,0
2 / normal 17,8 43,5
3 / normal 22,4 32,0
Figura 7. Exemplo de Curva DPL de laboratório. 4 / normal 18,0 22,8
1 / intermediário 19,7 44,5
2 / intermediário 22,9 34,0
3 / intermediário 24,7 28,5
4 / intermediário 31,8 22,8
1 / modificado 25,6 43,5
2 / modificado 28,4 19,7
3 / modificado 33,9 16,0
4 / modificado 41,2 22,8

A correlação foi estabelecida, plotando esses


dados em gráficos do software Excel e
buscando o ajuste pela linha de tendência na
forma de potência. O coeficiente de correlação
R² permite avaliar a “qualidade” da correlação.
Varia de 0 a 1, sendo desejável que seu valor se
aproxime da unidade. Segundo Berti (2005), em
Figura 8. Exemplo de Curva DCP de laboratório.
estudos experimentais desta natureza, são
consideradas aceitáveis as correlações com
Dos ensaios de campo resultam curvas DCP
R² > 0,5.
e DPL como ilustrado na Figura 9.
Num primeiro momento foram plotados
todos os dados. O valor de R² obtido foi
considerado insatisfatório (R² < 0,5). Fazendo-
se uma análise dos dados, pode-se perceber que
alguns pontos notavelmente divergem da
tendência apresentada. Assim, na Figura 10
apresenta-se o gráfico onde os pontos
considerados espúrios foram excluídos.
Figura 11. Correlação CBR x DCP.

A correlação assim proposta para o DCP


assume a forma da equação 3, válida para
valores de DN (DCP) entre 30 e 100 mm/golpe.

(3)

As correlações obtidas foram consideradas


satisfatórias, possibilitando estimar o valor do
CBR para o subleito natural em areias desta
Figura 10. Correlação CBR x DPL. mesma natureza.
A Tabela 6 apresenta um comparativo entre
A correlação assim proposta para o DPL as estimativas feitas através dos ensaios com o
assume a forma da equação 2, válida para DCP e o DPL.
valores de DN (DPL) entre 15 e 45 mm/golpe.
Tabela 5. Valores estimados de CBR para o sub-leito
(2) utilizando o DCP e o DPL.
DCP – CBR DPL – CBR
LOCAL
ESTIMADO (%) ESTIMADO (%)
Estaca 8+900 50,5 64,4
3.1.2 CBR x DCP Estaca 9+000 53,6 68,6
Estaca 9+100 53,0 58,2
Estaca 9+200 53,4 67,8
Da mesma forma que na correlação com o DPL,
foram plotados no software Excel os dados
apresentados na Tabela 4. Após a primeira Para aterros compactados e camadas de
análise, novamente foram retirados da avaliação pavimento com este mesmo material,
da correlação os pontos experimentais correlações mais amplas (envolvendo maiores
considerados espúrios. Resultando assim o densidades e por conseqüência valores menores
gráfico apresentado na Figura 11. de DN) a serem obtidas com o mesmo
procedimento metodológico, sejam
Tabela 4. Resumo dos Índices de Suporte Califórnia e do promissoras. A observância ao intervalo de
Valor DN (DCP). validade das equações propostas faz-se
PONTO / ENERGIA DE
CBR (%)
DN - DCP necessário. Extrapolações podem levar a
COMPACTAÇÃO (mm/golpe)
1 / modificado 21,4 97,0 estimativas incorretas e, portanto, não são
2 / modificado 23,6 79,0 recomendadas.
3 / modificado 27,6 56,5
4 / modificado 18,8 53,0
5 / modificado 32,0 52,5
6 / modificado 32,4 34,3
7 / modificado 32,3 32,7 4 CONCLUSÕES
8 / modificado 37,7 34,0
9 / modificado 31,4 45,0
O trabalho realizado confirma o potencial dos
penetrômetros em obras viárias. Referências são
feitas quanto ao emprego dos mesmos no
controle de compactação, avaliação de vias não
pavimentadas existentes, controle de camadas Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7182:
estabilizadas, campanhas rápidas de solo – ensaio normal de compactação. Rio de Janeiro,
1986.
reconhecimento de subleito, entre outros. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9895:
Dentre as vantagens, podemos citar que o solo – índice de suporte califórnia. Rio de Janeiro,
ensaio não afeta a estrutura da camada ensaiada, 1987.
é de fácil operação e de rápida execução, possui Berti, C. Avaliação da Capacidade de Suporte de Solos
baixo custo de aquisição e manutenção, não "in-situ" em Obras Viárias Através do Cone de
Penetração Dinâmica: Estudo Experimental.
requer mão-de-obra especializada e seus Dissertação de Mestrado. Campinas: Universidade
resultados apresentam boa repetibilidade. Estadual de Campinas, 2005.
Outro ganho importante com a utilização dos Deutsches Institut für Normung. DIN 4094: soil;
penetrômetros é sua habilidade em avaliar a exploration by penetration tests; aids to application,
capacidade de suporte dos solos em supplementary informations. Alemanha, 1964.
Paiva, C. E. L.; Berti, C. Correlações Índices de
profundidade, ou seja, pode-se medir a Penetração DCP e CBR Disponíveis na Literatura.
resistência do subleito ou das camadas do In: Jornadas Luso-Brasileiras de Pavimentos: Políticas
pavimento, sem destruir as superiores. Pode-se e Tecnologias, V, 2006, Recife. Anais V Jornadas
traçar, através das curvas DPL ou DCP, um Luso-brasileiras de Pavimentos: Políticas e
perfil da resistência do solo ao longo de uma ou Tecnologias. Recife, 2006.
mais camadas, sendo capaz de atingir até 90 cm
de profundidade.
As correlações obtidas foram consideradas
satisfatórias, sendo indicadas para a estimativa
do valor do CBR para o subleito natural em
areias litorâneas com mesma mineralogia e
distribuição granulométrica daquela estudada.
Também estima-se que para aterros
compactados e camadas de pavimento com este
mesmo material, correlações mais amplas,
sejam promissoras.
É importante ter ciência de que é necessário
se obter uma curva de calibração para cada tipo
de solo estudado e que extrapolações não são
recomendadas. Da mesma forma, se alguma
característica física do penetrômetro ou a forma
de execução do ensaio sofrerem modificações,
correlações anteriormente estabelecidas podem
perder sua validade.

REFERÊNCIAS

Alves, A. B. C. Avaliação da Capacidade de Suporte e


Controle Tecnológico de Execução de Camada Final
de Terraplenagem Utilizando o Penetrômetro
Dinâmico de Cone. Dissertação de Mestrado.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa
Catarina, 2002.
American Society for Testing and Materials. ASTM
D6951: standard test method for use of the dynamic
cone penetrometer in shallow pavement applications.
Estados Unidos, 2003.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7181:
solo – análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984.

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