Sunteți pe pagina 1din 24

INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO

DEPARTAMENTO DE ENSINO
BACHARELADO EM AGRONOMIA

CONSULTORIA PARA TOMATE INDUSTRIAL

SYONNARA VILELA SANTOS

CONFRESA-MT
2018
1

SYONNARA VILELA SANTOS

CONSULTORIA PARA TOMATE INDUSTRIAL

Trabalho apresentado para a disciplina de


Consultoria e Assessoria Rural como como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Agronomia.

Orientador: Prof. Iury de Oliveira Castro

CONFRESA-MT
2018
Índice

1. Apresentação 3
2. Preparo do solo 4
a. Método de Plantio 4
b. Produção de Mudas 4
c. Adubação 6
3. Cultivo 8
a. Cultivo 8
b. Irrigação 9
4. Controle fitossanitário 9
a. Controle de Plantas Daninhas. 9
b. Controle de Pragas 10
c. Controle de doenças 17
Referências Bibliográficas 23
3

1. Apresentação

O tomateiro (Solanum lycopersicon) é uma das principais hortaliças, sendo


cultivado comercialmente em todos os continentes (Boiteux et al., 2012). É originário
da parte ocidental da América do Sul sendo hoje uma das olericulas de maior
importância no mundo, devido a sua grande aceitabilidade e consumo.

É uma planta dicotiledônea, da ordem Tubiflorae, pertencente à família


Solanaceae, do gênero Solanum, sendo a espécie cultivada S. lycopersicon. Segundo
Rodríguez et al. (1984), é uma planta herbácea, anual e possui raiz pivotante, de haste
flexível e habito de crescimento determinado ou indeterminado. As variedades de
crescimento indeterminado apresentam dominância apical e a haste principal pode
atingir cerca de 3 m. Já as variedades de crescimento determinado possuem grande
número de hastes que crescem até atingir cerca de 1 m, sendo essas utilizadas para a
produção de tomate industrial. O sistema radicular é vigoroso e pode atingir 2 m de
profundidade. As flores são hermafroditas e ocorre a autofecundação.

Na América do Sul, o Brasil lidera a produção de tomate para


processamento industrial, constituindo o maior mercado consumidor de seus derivados
industrializados. Entretanto, no contexto mundial, o país tem uma participação de
apenas 5,5% da produção total de tomate para processamento industrial (23,7 milhões
de toneladas em 2001) e a exportação de derivados industrializados não é significativa
(23,6 mil toneladas em 2000). A produção de tomate para transformação industrial nos
últimos cinco anos foi de 1 milhão de toneladas. Entre 1990 e 2001 o rendimento médio
passou de 34 para 75 t/ha, respectivamente. O notável aumento de produtividade
(120%), no período, deve-se basicamente a dois fatores: a) maior concentração de
produção em novas fronteiras, como por exemplo o Cerrado (GO e MG), onde as
condições edafo-climáticas são mais favoráveis à cultura do tomate rasteiro do que a das
outras zonas tradicionais de cultivo do país e, b) à expansão do uso de híbridos com alto
potencial produtivo.

Para que se tenha êxito na sua cultura é preciso adotar práticas adequadas de
cultivo, de modo que o produto atenda às exigências da indústria. É essencial que a fruta
tenha qualidade e o custo de sua produção seja competitivo. Por tanto, nesse contexto,
vemos através dessa assessorar a melhor forma de se conduzir a lavoura de tomate.
4

2. Preparo do solo

a. Método de plantio
Deve-se fazer duas gradagens e, logo a seguir, as operações de, sulcagem, adubação
e transplante. Na operação de transplante, o sistema de distribuição de mudas dispõe de
um sulcador que é regulado para coincidir com a linha anteriormente fertilizada,
visando promover a incorporação do fertilizante com o solo, para evitar o contato direto
das raízes das mudas com o fertilizante.
Praticamente todo o plantio de tomate para a indústria vem sendo feito por meio de
transplante de mudas utilizando-se o preparo convencional do solo ou o plantio direto
na palha. Esse sistema de transplante tem como vantagens o menor gasto de sementes;
menor tempo de permanência da planta no campo; redução das despesas com irrigações
e pulverizações; e a redução dos níveis de infecção precoce por Geminivírus e
Tospovírus. Em razão do alto custo do transplante manual, que é muito trabalhoso e
demorado, exigindo de oito a dez dias-homens/ha, este sistema somente se viabilizou
com a introdução das máquinas transplantadeiras. Entretanto, a produção de mudas tem
que ser feita sob rigoroso controle sanitário, para evitar que elas sejam focos de
disseminação de pragas e doenças.

b. Produção de mudas
A produção de mudas vem sendo feita em bandejas de isopor e tem a vantagem de
facilitar a semeadura e o manuseio das mudas; permitir melhor controle sanitário e
nutricional; facilitar o transporte para o local definitivo; e reduzir a necessidade de
replantio.
Recomenda-se utilizar bandejas com 200 células. De tal modo, para que a haja o
suprimento de mudas para o plantio de 800 ha, utilizar 140 bandejas. Nesse caso, em
função do pequeno volume de substrato disponível em cada célula, as mudas se formam
com pequeno volume de raízes, aumentando o risco de ocorrência de deficiência
nutricional. Será recomendado, portanto, adubações complementares e regulares com
macro e micronutrientes.
As mudas devem ser uniformes, devendo ser evitado o uso de mudas muito
pequenas, que ficam facilmente enterradas, e de mudas muito estioladas, que são
facilmente danificadas durante o transplante com máquinas.
5

A estrutura de proteção para a produção das mudas deve ser coberta com
plástico apropriado e fechada lateralmente com tela de malha estreita, para impedir a
entrada de insetos, principalmente os afídios. É recomendável a colocação de tela do
tipo sombrite, com 60% de sombra, na parte interna da casa de vegetação, a uma altura
de 2,5 m, para reduzir a evapotranspiração.
As bandejas devem ser colocadas sobre suportes para que fiquem a 30 cm do
solo. O sistema mais comum e barato para construção dos suportes consiste em esticar
fortemente dois ou três fios paralelos de arame de aço galvanizado, distanciados de 45
cm quando utilizar dois fios, ou 15 cm, quando utilizar três fios, para sustentar cada
fileira de bandejas. De dois em dois metros são colocados suportes para evitar o
arqueamento dos fios.
Para enchimento das células das bandejas, utilizar substrato composto por
vermiculita expandida, casca de pinus, casca de arroz carbonizada e fertilizantes. Nas
bandejas de 200 células, cada célula recebe de 10 a 15 g de substrato, o que equivale a
cerca de 4,2 litros de substrato por bandeja. Esse substrato pode ser adquirido
comercialmente ou produzido na propriedade, desde que se teste a proporção dos
ingredientes, antes de se iniciar a produção de mudas em grande escala.
Após o enchimento das células, fazer a compactação do substrato e a abertura
dos furos com 1 cm de profundidade (um furo por célula). Colocar uma ou duas
sementes por furo, recobrindo-as em seguida com substrato peneirado ou com
vermiculita pura de granulometria média ou fina. Gastam-se aproximadamente 90 a 100
g de sementes para produzir mudas para um hectare, totalizando cerca de 76.000 g de
sementes.
Em seguida a semeadura, as bandejas devem ser umedecidas e armazenadas em
pilhas, por 72 horas, em um galpão coberto. Durante esse período, as sementes iniciam
o processo de germinação, em seguida as bandejas necessitam ser transferidas para a
casa de vegetação.
Independentemente do número de células na bandeja, é relativamente pequeno
o volume de substrato contido em cada célula e a quantidade de água ali retida. A
medida que as mudas se desenvolvem, a água disponível se esgota em períodos cada
vez mais curtos, exigindo irrigações cada vez mais freqüentes. Durante o crescimento
das mudas, pode haver o esgotamento de nutrientes, ocasionando sintomas de
deficiência, principalmente de nitrogênio. Para a correção da deficiência, faz-se a
aplicação de uréia a 0,5% ou fosfato monoamônico a 0,5% pela água de irrigação ou por
6

via foliar, juntamente com a pulverização de agrotóxicos. Dependendo da composição


do substrato pode ser necessário aplicar outros nutrientes. Nesse caso, recomenda-se um
fertilizante foliar formulado com micro e macronutrientes, seguindo a recomendação do
fabricante.
A aplicação de nutrientes e a irrigação na fase de produção de mudas deverão
ser uniformes evitando-se, desse modo, que as mudas fiquem desuniformes,
dificultando as operações de transplante e colheita.
Na semana que antecede ao transplante, deve-se proceder o "endurecimento"
das mudas, reduzindo a quantidade de água e o fornecimento de nitrogênio. Essa técnica
evita que as mudas fiquem muito vigorosas e tenras, facilitando o transplante
mecanizado e melhorando o pegamento das mudas.
Por fim, as mudas serão transplantadas quando estiverem com 4 ou 5 folhas
definitivas que se dá em torno de 20 a 30 dias após a semeadura. Nessa fase, elas
encontram-se perfeitamente enraizadas, dando bastante consistência ao torrão. Deve-se
proceder uma irrigação no momento que antecede ao transplante e mergulhar as
bandejas em uma solução contendo fungicidas (Metalaxyl + Mancozeb) e inseticida
(Imidacloprid), com a finalidade de proteger as mudas durante os primeiros dias após o
transplante.

c. Adubação
Segundo a análise do solo, deve-se iniciar a adubação química com a aplicação
no sulco de plantio 600kg/ha da formula 4-30-10 contendo B e Zn mais 400 kg de
termofosfato magnesiano com nutrientes. É indicado o uso do termofosfato magnesiano
por esse possuir efeito neutralizante (IB=50), efeito do Mg na absorção de P e ação do
silicato, diminuindo a fixação de P, a toxidez de Mn e a incidência de doenças. O
fertilizante deve ser distribuído e incorporado nos sulcos com 10 a 15 cm de
profundidade, de maneira que não entre em contato com as mudas a serem
transplantadas. Optou-se pela adubação de no sulco neste caso, uma vez que, reduz o
número de operações de manejo, ou seja, realiza- se a adubação e a semeadura ao
mesmo tempo; reduz o contato das partículas de solo com os fertilizantes, diminuindo a
adsorção de P e facilitando o processo de difusão desse nutriente até as raízes; e possui
maior eficiência em adubações em solos de baixa fertilidade.
A mesma adubação de NPK, 600kg/ha da formula 4-30-10, é repetida em
cobertura, associada com a aplicação de 533kg/ha de nitrato. Esta deve ser a partir de 25
7

a 30 dias após o transplantio. Para o tomate é indicado 3 adubações de cobertura com


intervalo de 7 dias, em função da condição nutricional da planta, por tanto, aplicar 200
kg de 4-30-10 repetindo o processo mais duas vezes para completar os 600 kg por
hectare.
Quanto à adubação orgânica, é recomendada nas dosagens de 2 a 10 t /ha
(dependendo da pureza) de esterco de galinha, aplicado no sulco de plantio, ou de 6 a 20
t/ha de esterco de gado, aplicado a lanço ou no sulco.

Cálculos para recomendação da adubação


Calcário

Não necessária

Adubação de base
P=P2O5
1,7*2,291= 3,8947*2= 7,7894 kg/ha no solo

K=K2O
37*1,205= 44,585*2= 89,17 kg/ha no solo

N= 2,5 – Matéria Orgânica


2,5-15= 12,5*2= 25 kg/ha

Tabelas de referência:
8

Aplicar 120 kg/ha de N


Aplicar 500 kg/ha de P2O5
Aplicar 150 kg/ha de K2O

3. Cultivo

a. Plantio
Utilizar a variedade Caline IPA 06 em 400 ha e a variedade Heiz 9553 em 400 ha.
Estas possuem crescimento determinado e ciclo médio de 120 dias com rendimento
médio de 90 ton/ha (60 a 120 ton/ha), produzem frutos com formato tipo pêra, com
coloração de um vermelho intenso, peso médio entre 120 e 160g, bastante firmes, com
excelente resistência ao transporte.
Iniciar o transplante no mês abril e encetar a colheita aos 75 dias após o
transplantio. É importante que o início da colheita seja de março e a colheita a partir de
julho. No transplante, utilizar fileiras simples, distanciadas de 1,2 m, com três plantas
por metro linear, o que corresponde a uma população de cerca de 28 mil plantas/ha
(27.777,77). Plantios adensados dificultam os tratos culturais e propiciam o aumento da
9

umidade na superfície do solo, o que favorece o ataque de fungos causadores de


podridões.
Com a disponibilidade de plantio de 3 conjuntos trator/maquina, o plantio se
iniciara no dia 1 de abril e terminara após 17 dias de trabalho, sendo a carga horário de
8 horas incluindo os finais de semana. O plantio terá entrada com a variedade Caline
IPA 06 prevendo-se uma área de plantio de 48 ha dia-¹ sendo necessários 8,5 dias para
remate e em seguida a mesma configuração será utilizada para plantio da variedade
Heinz 9553, prevendo-se uma área de plantio de 48 ha dia-¹ e conclusão em 8,5 dias.
Já para a colheita, com a disponibilidade de plantio de 2 colhedoras a carga horaria
deverá ser de 10 horas por dia, para que esta seja concluída no prazo de 10 dias.

b. Irrigação
O tomateiro é uma planta muito exigente em água, seu fruto maduro possui
cerca de 93 a 95% de água. Seu sistema radicular pode atingir até 1,5m de profundidade
e isto acontece, em média, cerca de 60 dias após o transplantio. O déficit hídrico
prolongado limita o desenvolvimento e a produtividade, principalmente na fase de
florescimento e desenvolvimento dos frutos, que são os períodos mais críticos. Por
outro lado, também não pode haver excesso de água no solo, esta condição facilita o
aparecimento e disseminação de doenças, provocar rachaduras nos frutos, queda de
flores, frutos ocos e podridão apical.
Na fase inicial da cultura, que se inicia no transplante das mudas até o início do
período vegetativo a alta frequência de irrigação se faz necessária para que haja um
pleno “pegamento” das mudas. Assim, deve-se irrigar preferencialmente pela manhã,
quando a temperatura é mais amena e as plantas estão geralmente túrgidas.
As irrigações devem ser paralisadas 20 a 30 dias antes do início da colheita,
quando as plantas apresentarem cerca de 20% de frutos maduros. Esta medida visa
concentrar a maturação de frutos e aumentar a concentração de sólidos solúveis.
Entretanto, em termos de produção de frutos, maiores produtividades podem ser obtidas
irrigando-se até a ocasião em que cerca de 50% dos frutos estiverem maduros.

4. Controle fitossanitário

a. Controle de Plantas Daninhas.


10

As plantas daninhas interferem diretamente no desenvolvimento do tomateiro,


competindo por água, nutrientes, luz e liberando substâncias aleloquímicas, que afetam
a germinação e o crescimento do tomateiro. Possui um desenvolvimento vegetativo
lento nos primeiros 30 a 45 dias, ocorrendo nesse período maior interferência das
plantas daninhas. Após este período, e até o final do ciclo, as plantas daninhas não
interferem pronunciadamente na produtividade. Entretanto, deve-se procurar manter a
lavoura com menor infestação, para reduzir a população de hospedeiras de pragas e
doenças e para não dificultar a colheita.
As plantas daninhas encontrada na área são: Bidens pilosa, Amaranthus spp.,
Digitaria insularis, Brachiaria spp., Conyza Bonariensis, Solanum americanum,
Euphorbia heterophylla e Nicandra physaloides. Para tanto, o controle destas, será por
meio de aplicação de herbicida em pré e pós-emergência antes do plantio do tomateiro,
com o ingrediente ativo Metolacloro 1,3 l ha-¹ e Metribuzim 1,0 l ha-¹.
Deve-se destinar um conjunto pulverizador exclusivo para a aplicação de herbicidas,
dotado de bicos do tipo leque com uma pressão de 2 a 4 bar, a distribuição deve ser
uniforme, podendo a vazão ser de 200 a 400 l ha-¹ de calda. Caso o equipamento tenha
sido usado para aplicar produtos a base de 2,4-D, deve ser rigorosamente lavado com
detergente, pois o tomateiro e muito suscetível a esse herbicida.
O herbicida Metacloro está no grupo dos herbicidas Cloroacetamidas (inibidores da
divisão celular) e possui como ingrediente ativo o Metolachlor. Este é absorvido através
do coleóptilo das gramíneas e hipocótilo das folhas largas, e atua na gema terminal
inibindo o crescimento das plantas. O sintoma do efeito herbicida sobre as plantas
sensíveis caracteriza−se pelo entumecimento dos tecidos, e pelo enrolamento do
caulículo nas monocotiledôneas e nas folhas largas observa−se a clorose, necrose e a
morte. A maioria das plantas, porém, morre antes de emergir à superfície do solo.
O herbicida Metribuzim está no grupo das Triazinona sendo um inibidor da
fotossíntese II, possuindo como ingrediente ativo o Metribuzim.

b. Controle de pragas
O conhecimento da fenologia da cultura é muito importante para o manejo integrado
de pragas de tomate, uma vez que a suscetibilidade da cultura ao dano por pragas varia
de acordo com seu estágio de desenvolvimento. Por sua vez, a incidência de pragas é
uma função dos fatores ambientais e da condição da cultura. A cultura do tomateiro para
processamento industrial é atacada por diversas espécies de artrópodes-praga, que
11

ocorrem no cultivo desde a sementeira ou quando do transplante das mudas no campo


até a época de colheita dos frutos.
Durante o estágio de plântulas, qualquer dano na folhagem ou nas raízes pode ser
crítico para sua sobrevivência.
O MIP estabelece o uso de táticas (métodos) de controle baseado em informações
obtidas no próprio agroecossistema. Nesta etapa são monitoradas as populações das
pragas, de seus inimigos naturais, o estádio fenológico da cultura e os fatores (clima,
práticas culturais, etc.) que influenciam na ocorrência das pragas e dos inimigos
naturais, bem como na suscetibilidade das plantas às infestações.
A duração do ciclo da cultura do tomateiro para processamento industrial é em
média de 120 dias. A maior probabilidade de ocorrência de cada praga, conforme a
fenologia da planta, pode ser observada na Figura 1 e deve ser levada em consideração
quando da realização do monitoramento a campo.
Vistorias semanais devem ser realizadas nas áreas de produção, de modo a verificar
a ocorrência de pragas, a detecção dos focos de infestação e se há necessidade ou não de
adoção de medidas de controle. Para a cultura do tomateiro para processamento
industrial, no entanto, os sistemas de amostragem ainda não foram devidamente
validados. Vale ressaltar que nem todas as informações geradas sobre monitoramento de
pragas na cultura do tomateiro de mesa podem ser prontamente extrapoladas ao
tomateiro para processamento industrial, em razão de diferenças existentes no habito de
crescimento (rasteiro/determinado) e na arquitetura das cultivares desenvolvidas para
esta finalidade, de características próprias do seu sistema de produção (emaranhado de
plantas após 60 dias do transplante) e das extensas áreas cultivadas.
Face ao exposto, propomos um plano básico de monitoramento de pragas
elaborado com base em informações geradas pelo Programa de Produção Integrada de
Tomate Indústria (PITI) para o Estado de Goiás. Para que a amostragem seja efetuada
com eficiência é de suma importância o conhecimento das pragas e das injúrias
causadas por elas. Além disso, a contratação de mão-de-obra especializada (o
“pragueiro”) no desenvolvimento desta atividade justifica-se, face aos benefícios e o
retorno financeiro a serem alcançados.
12

Figura 1. Fenologia do tomateiro para processamento industrial e ocorrência de pragas. Adaptado


de Zucchi et al. (1993).

Para a realização do monitoramento recomenda-se dividir as áreas de cultivo


superiores a 100 ha em talhões, conforme a cultivar, a idade das plantas, a topografia e
as características de fertilidade do terreno, devendo-se percorrer toda a lavoura em
zigue-zague e examinar, no mínimo, dez pontos de amostragem por talhão. No
monitoramento por meio de armadilhas, estas devem ser instaladas dentro dos viveiros e
no campo, antes do transplante das mudas. As armadilhas devem ser distribuídas ao
longo da bordadura e no interior da lavoura, de modo que os dados obtidos sejam
representativos de toda a área cultivada. O monitoramento das pragas deve ser realizado
conforme descrito a seguir:
•Mosca-branca - Monitoramento de adultos com armadilhas adesivas – pode ser
usada cartolinas, lonas, plásticos ou etiquetas, de coloração amarela, untadas com óleo
(vegetal ou mineral) ou cola entomológica e devem ser instaladas em estacas, na altura
do topo das plantas. Estas armadilhas devem ser inspecionadas diariamente, o que
permite identificar o momento exato da chegada dos primeiros adultos na lavoura e a
localização dos focos de infestação. Mostram-se bastante úteis na indicação do
momento a partir do qual o controle químico deve ser iniciado.
•Tripes - Monitoramento de adultos com armadilhas adesivas – devem-se
utilizar os mesmos modelos e procedimentos descritos para a captura da moscabranca,
porém, usando material de coloração azul.
•Traça-do-tomateiro - Monitoramento de machos com armadilhas contendo
feromônio sexual sintético – o feromônio sexual sintético de T. absoluta, registrado e
13

comercializado no Brasil, é constituído pelos seguintes compostos: acetato de (E,Z,Z)-


3,8,11-tetradecatrienila e acetato de (E,Z)-3,8- tetradecadienila, os quais são
impregnados em evaporador (septo de borracha). As armadilhas devem ser instaladas
em estacas, na altura do topo das plantas, tanto no viveiro como no campo, antes do
transplante. Na lavoura estas armadilhas devem ser distribuídas com distância mínima
entre si de 30 m, ao longo da bordadura e no interior da lavoura, podendo-se utilizar
uma armadilha para cada oito hectares. Estas armadilhas devem ser inspecionadas ao
menos duas vezes por semana. Deste modo indicam o momento da chegada das
primeiras mariposas na lavoura e a localização dos focos de infestação, sendo uma
ferramenta valiosa para se determinar o momento das aplicações de inseticidas químicos
e biológicos (Bacillus thuringiensis), bem como das liberações de inimigos naturais
(Trichogramma spp.) para controle da praga.
•Broca-pequena-do-fruto - Monitoramento de machos com armadilhas
contendo feromônio sexual sintético – o feromônio sexual sintético de N. elegantalis
comercializado no Brasil é constituído pelo composto (Z,Z,Z)-3,6,9- tricosatrieno. A
armadilha recomendada é o modelo Delta e os procedimentos de operação dessas
armadilhas são semelhantes aos adotados para a traça-do-tomateiro, exceto o momento
(início do florescimento) e a altura de instalação (1 m do solo) das mesmas.
•Vaquinhas - Inspeção de plantas, ou seja, amostragens semanais da parte
superior das plantas, principalmente na bordadura da lavoura, para se detectar a
presença de insetos adultos e avaliar o nível de desfolha. O monitoramento deve ser
intensificado nos primeiros 30 dias após o transplante.
•Lagarta militar (complexo de espécies do gênero Spodoptera) - Inspeção de
plantas – amostragens semanais de toda a planta para se verificar a presença de posturas
na face inferior das folhas e/ou de desfolha e de frutos broqueados pela praga em pencas
mais próximas ao solo.
•Lagarta-rosca - Inspeção de plantas – vistorias realizadas nos primeiros 10 dias
após o transplante, adotando como ponto de amostragem um metro linear de fileira de
cultivo, no qual será verificada a existência de plantas mortas (seccionadas junto à
superfície do solo).
Para todas as pragas mencionadas, os dados obtidos, provenientes das inspeções
deverão ser anotados em planilha ou ficha de campo, para posterior consulta e tomada
de decisão sobre a adoção ou não de medidas de controle.
14

Para controle químico das principais pragas encontradas é recomendado a utilização


conforme a tabela abaixo. As aplicações devem ser realizadas entre 6:00h e 10:00h ou
partir das 16:00h, para se evitar rápida evaporação da água e a degradação dos produtos.
No manuseio dos agrotóxicos deve-se sempre utilizar o equipamento de proteção
individual (EPI).
15

Nome Nome Técnico Dose Época e Intervalo De Volume De


Comercial (Ingrediente Aplicação Calda
Ativo)
Durivo 3 Clorantraniliprole 2 aplicações De mudas: poderá ser feita no Bandeja de
Inseticida sistêmico de 400 ml/ha: mesmo dia do transplantio até 1 dia mudas: 300 mL
de contato e ingestão 1 na bandeja antes, utilizando volume de calda por bandeja de
pertencente ao grupo de mudas e 1 de 300 ml por bandeja de 0,25m² de 0,25m²
quimico em esguicho área. Logo após o tratamento Aplicações em
antranilamida no solo 14 aplicar mais 200 ml de água sobre esguicho: 30
dias após o as mudas para retirar o excesso de ml/planta
transplantio. produto das folhas. Para essa
modalidade de aplicação utilizar
pulverizador costal equipado com
bico tipo leque ou regador
apropriado.
Aplicações em esguicho no campo:
utilizar volume de calda de 30
ml/planta aplicado no solo, na base
da planta, imediatamente após o
transplantio das mudas. Utilizar
pulverizador costal ou tratorizado
equipado com bico ou dosador
graduado.

Decis 25 ec Deltametrina 50 ml/ 100 l Broca-pequena-do-fruto: iniciar 400-1000 L de


Inseticida de de água a aplicação quando forem calda/ha
contato e ingestão observados os primeiros ovos na
do grupo químico superfície dos frutos. Realizar o
dos piretroides monitoramento das plantas
desde o início da formação dos
primeiros frutos.
Larva-minadora e traça-da-
batatinha: tratar logo no início
da infestação.
Percevejo-rendado: aplicar no
início do ataque visando tratar a
parte inferior das folhas.
Vaquinha-verde-amarela,
vaquinha-das-solanáceas e
besouro: tratar no início da
infestação.
Lagarta-rosca: quando observar
os primeiros sinais de ataque,
deve-se.
Pulverizar de preferência à
tarde, dirigindo-se o jato na base
das plantas, logo após o
transplante. Reaplicar com
16

intervalo de 7 dias se necessário.

Nome Nome Técnico Dose Época E Intervalo De Volume De


Comercial (Ingrediente Aplicação Calda
Ativo)
Malathion Malationa 250 ml/100 l As pulverizações devem ser Volume de
500 ec Inseticida de de água feitas no início do ataque das calda de 1000
cheminova contato e ingestão pragas relacionadas em cada l/ha
do grupo químico cultura. Efetuar uma aplicação
organofosforado no início da infestação das
pragas, repetindo- se em caso de
reinfestação, com intervalo
médio de 7 ou 15 dias, podendo-
se realizar até 3 aplicações
durante o ciclo da cultura,
observando- se as especificações
abaixo para as seguintes pragas:
efetuar a aplicação no início da
infestação, antes da praga
provocar encarquilhamento das
folhas. Efetuar 2 a 3 aplicações
com intervalos de até 15 dias.
O produto deve ser aplicado em
pulverização com equipamento
manual ou motorizado terrestre.
Usar bico tipo cone D2- 25 (com
vazão de 0,8 litros/min) ou bicos
tipo X2 ou X3 (com vazão de
0,3 litros/min); nestes casos
utilizar água limpa de modo a
evitar o entupimento dos bicos.
A densidade de gotas deve ser
de 30- 80 gotas/cm 2 , de
tamanho entre 70- 300 micra. A
pressão de trabalho deve ser de
60 a 100 libras/pol 2 . Calibrar
o equipamento para volume de
calda de 1000 litros/ha a uma
velocidade de trator de 3 a 5
km/h. Utilizar pulverizador
tratorizado com barra, com
espaçamento de 50 cm entre
bicos e altura da barra em torno
de 46 cm)
17

c. Controle de doenças
Muitas doenças tem sido relatadas atacando o tomateiro, causando grande redução
da produtividade e da qualidade do produto. O conhecimento da etiologia, da
sintomatologia e dos métodos gerais de controle permite a identificação precoce e o
tratamento preventivo das doenças. Para isso, recomendam-se vistorias freqüentes na
lavoura, procurando identificar as anomalias como crescimento deficiente, murcha,
manchas, mofos etc.
As recomendações de controle de doenças enfatizam o controle integrado, em que
não há predominância de uma medida ou prática cultural muito menos especificamente
do uso de agrotóxicos, mas é o conjunto dessas medidas que deve ser considerado. As
medidas gerais a seguir sugeridas são principalmente preventivas, ou seja, para evitar o
surgimento e a proliferação de doenças, podendo ser determinantes para o sucesso da
produção integrada. Com base nisso podemos incluir nas medidas gerais de controle de
doenças para o tomateiro industrial as seguintes práticas:
 Plantar em área onde não tenha sido cultivada nenhuma solanácea nos últimos
três anos e onde não tenha ocorrido doença transmissível ao tomateiro.
 Adquirir sementes de boa qualidade, de firma idônea, precavendo-se contra
doenças transmitidas por semente.
 Instalar a sementeira em solo leve (arenoso), onde não tenha sido plantada
nenhuma solanácea anteriormente.
 Empregar mão-de-obra capacitada em princípios básicos e práticas de sanidade.
 Adubar as plantas com base em análise do solo. Plantas bem nutridas (adubação
balanceada) resistem melhor às doenças.
 Não usar água contaminada (que escorre de lavouras afetadas por doenças) nas
irrigações e nem nas pulverizações.
 Evitar injúrias ou ferimentos nas plantas durante as capinas, amontoa e
pulverizações.
 Inspecionar a lavoura com frequência, para detectar eventuais doenças
precocemente e proceder ao controle a tempo de evitar epidemia.
 Evitar que pessoas e máquinas procedentes de áreas infestadas transitem na
lavoura sem antes passar por assepsia.
18

 Destruir restos de plantas logo após a colheita, enterrando-os com aração


profunda.
 Fazer rotação de culturas, especialmente com gramíneas como milho, sorgo,
arroz e capins de pastagem.
Concomitantemente a esses métodos, observar a sintomatologia e identificação
para tratamento precoce e o tratamento preventivo das doenças.
Para pinta preta, iniciar as aplicações do fungicida Cabrio Top (Fungicida
sistêmico do grupo químico alquilenobis) preventivamente de no aparecimento dos
primeiros sinais da doença que normalmente ocorre entre o primeiro e o segundo
amarrio do tomate estaqueado (45 dias do transplante) e a partir do florescimento do
tomate rasteiro (40 a 50 dias após transplante), repetir se necessário (no máximo 5
vezes), em intervalos de 7 a 10 dias para a dose de 0,1 kg/ha e de 10 a 14 dias para a
dose de 0,15 kg/ha, volume de calda de 1000l/ha em aplicação terrestre, dependendo da
evolução da doença e respeitando-se o intervalo de carência.
Para o controle da requeima e da septoriose, recomenda-se a aplicação do
fungicida ACTIGARD® que deve também ser totalmente preventiva iniciando-as
quando a cultura atingir cerca de 30 dias de idade. Reaplicar a cada 5-7 dias, totalizando
no máximo 10 aplicações/safra com uma dose de 5 g/100 l fazendo um volume de calda
de 500 – 1000 L/ha. O ingrediente ativo, acibenzolar-S-metílico induz nas plantas a
reação de defesa natural que aumenta a habilidade fisiológica da planta para acentuar a
saúde da planta e para prevenir contra doenças. Por causa de seu modo de ação único, a
ISO (International Standards Organization) criou uma nova categoria para este
ingrediente ativo, chamado de Ativador de Planta. Não foi identificado mecanismo de
ação em humanos.

Cancro bacteriano
Mancha olho de perdiz (Clavibacter michiganensis subsp michiganensis)
O tomateiro é suscetível em qualquer idade e todos os órgãos da planta podem
ser afetados. A bactéria caracteriza-se por apresentar dois tipos de colonização em
tomateiro: a localizada e a sistêmica. A colonização localizada é mais comum nas
épocas chuvosas, porque favorece a disseminação e penetração da bactéria nos tecidos
das plantas, via estômatos e hidatódios. Sintomas iniciais nos folíolos variam desde
encharcamento, seguido de necrose, até pequenas elevações de forma circular, com o
centro esbranquiçado, que se rompem, liberando a bactéria e formando pequenos
19

cancros de 1 a 2 mm de diâmetro de centro suberoso. Como essas lesões são levemente


salientes, os folíolos afetados podem mostrar-se ásperos ao tato.
O controle só é efetivo quando se aplica um conjunto de medidas de caráter
preventivo, uma vez que não existe produto químico que controle eficientemente a
doença após sua instalação na cultura. Pulverizações com produtos químicos
recomendados visam, principalmente, impedir que o patógeno multiplique, dissemine e
penetre nos diferentes órgãos das plantas. As principais medidas de controle são: evitar
o plantio em local anteriormente cultivado com o tomateiro, obedecendo-se rotação de
culturas por um período mínimo de 3 anos; evitar o plantio de outras solanáceas; tratar
as estacas de tutoramento, mourões, arames, bandejas de semeadura e madeiramentos
para barracão com produtos que eliminem possíveis fontes de inóculo do patógeno.
A eficiência do tratamento de sementes depende do nível de sanidade destas e
da suscetibilidade das variedades e/ou híbridos. As sementes podem ser tratadas pela
imersão em água quente a 56ºC durante 30 minutos, em 5% HCl (proporção de 135 mL
de HCI em 865 ml de água) durante 5 horas ou em 5% hipoclorito de sódio por 20
minutos, nestes últimos dois casos seguida de exaustiva rinsagem. Pulverizações
preventivas com fungicida à base de cobre também podem apresentar controle
satisfatório. É importante ressaltar que, embora os cúpricos tragam benefícios ao
controle de muitas doenças, aplicações freqüentes, mesmo em doses recomendadas,
podem ocasionar prejuízos no desenvolvimento das plantas e no pegamento e
desenvolvimento dos frutos.

Produto Empresa Ingrediente Ativo

Cobox Mitsui Equivalente em Cobre


Metálico, Oxicloreto de
cobre

Cobre Atar BR Albaugh Óxido cuproso

CUP001 Albaugh Equivalente em cobre


metálico, Oxicloreto de
cobre

Funguran Verde Funguran Equivalente em cobre


metálico, Oxicloreto de
cobre
20

Produto Empresa Ingrediente Ativo

Kasumin Arysta Lifescience Casugamicina

Reconil Albaugh Equivalente em cobre


metálico, Oxicloreto de
cobre

Recop Albaugh Equivalente em cobre


metálico, Oxicloreto de
cobre

Tutor Basf Equivalente em cobre


metálico, Hidróxido de
cobre

Mancha bacteriana

A pinta bacteriana do tomateiro (Lycopersicon esculentum), causada pela


bactéria Pseudomonas syringae pv. tomato, também conhecida como mancha bacteriana
pequena ou pústulas bacteriana, é uma doença de grande importância econômica,
principalmente em plantios destinados ao processamento industrial cultivados sob pivô
central, em áreas com temperaturas amenas e alta umidade, sendo estimadas perdas de
até 25% em locais com condições climáticas favoráveis à doença. As culturas do
pimentão e da berinjela são atacadas por esta bactéria, que também pode sobreviver
como epífita em várias espécies de plantas daninhas.
Nas folhas, causa lesões necróticas, circulares ou irregulares, de coloração pardo
escura a preta na fase abaxial dos folíolos. Estas manchas apresentam um grande halo
amarelado, principalmente em folíolos em desenvolvimento. Em condições favoráveis a
doença desenvolve-se das folhas mais velhas para as folhas mais novas. Com a
evolução da doença, as lesões coalescem, causando o secamento das folíolos.
Os frutos também apresentam lesões necróticas, circulares ou irregulares, de
coloração pardo-escura a preta, circundadas por um halo amarelado. Os sintomas da
pinta-bacteriana diferem da mancha-bacteriana, principalmente pelos sintomas nos
frutos, na pinta-bacteriana, as lesões são menores, mais escuras, mais lisas e
superficiais.
O caule e os pendúculos apresentam manchas escuras, provocando queda de
flores e frutos.
21

Há vários cultivares resistentes, nos quais a resistência é conferida pelo gene


dominante Pto. Esta é a medida de controle mais econômica e eficiente. O uso de
fungicidas cúpricos e eventualmente antibióticos pode ser feito quando são utilizados
cultivares não resistentes.

Produto Empresa Ingrediente Ativo

Actigard Syngenta Acibenzolar-S-metílico

Bion 500 WG Syngenta Acibenzolar-S-metílico

Cupuran 500 PM Mitsui Equivalente em cobre metálico,


Oxicloreto de cobre

Murcha-bacteriana ou Murchadeira

E uma das principais doenças do tomateiro e de outras solanáceas em - regiões


tropicais e subtropicais. Ataca centenas de espécies de plantas de mais de cinquenta
famílias botânicas. O seu controle é muito difícil. Devido à alta capacidade de
sobrevivência da bactéria no solo.
No Brasil, é fator limitante à produção de tomate de mesa durante o verão
chuvoso das regiões Sudeste e Centro Oeste e na maior parte do ano nas regiões Norte e
Nordeste. Temperatura elevada e alta umidade do solo são as condições determinantes
das epidemias mais sérias da doença.
O primeiro sintoma da doença é a murcha das folhas na parte superior da planta,
observada principalmente no início da frutificação. A doença aparece quase sempre em
reboleiras e em áreas mais baixas e/ou mais úmidas do terreno . Raramente ocorre em
tomateiro rasteiro , quando cultivado durante o inverno seco e desde que adotada a
rotação de culturas e a irrigação por aspersão, como prevalece no Brasil Central.
O controle da murcha-bacteriana é muito difícil. Não existem cultivares com
alta resistência à doença. Nenhuma medida de controle é individualmente eficaz. São
requeridas várias medidas integradas e complementares:
22

• Plantar em áreas onde não tenham sido cultivadas solanáceas , cucurbitáceas ou


outras espécies hospedeiras nos últimos anos.
• Evitar plantios em áreas que recebem água escoada de locais infestados pela
doença.
• Plantar preferentemente em terrenos com solos bem drenados, para evitar
acúmulo de água.
• Evitar plantio s em época de temperatura e umidade altas.
• Plantar mudas que tenham sido enxertadas com porta-enxerto resistente.
• Evitar irrigações pesadas ou muito freqüentes.
• Reduzir ao máximo a irrigação e controlar o trânsito de pessoas no
tomatal, ao notar as primeiras plantas doentes. (Atentar para o risco de fundo-
preto, com a redução da irrigação.
• Eliminar as plantas daninhas, especialmente as solanáceas (Maria pretinha, joá,
jurubeba), que podem manter o patógeno no solo mesmo sem que sejam visualizados
sintomas da doença.
• Controlar nematoides e insetos de solo, que provocam ferimentos na
planta e facilitam a penetração da bactéria.
• Solarizar o solo para reduzir a população bacteriana, particularmente em locais
de alta insolação.
• Fazer rotação de culturas por períodos prolongados (pelo menos dois anos),
com gramíneas tais como milho, sorgo, arroz e capins de pastagem.
23

Referências Bibliográficas

BOITEUX, L. S.; FONSECA, M. E. N.; GIORDANO, L. B.; MELO, P. C. T.


Melhoramento genético. In: CLEMENTE, F. M. V. T.; BOITEUX, L. S. Produção de
tomate para processamento industrial. Brasília: Embrapa, 2012. cap. 2, p. 31-50.

RODRÍGUEZ, R. R.; RODRÍGUEZ, J. M. T.; SAN JUAN, J. A. M. Cultivo moderno


del tomate. Madrid: Ediciones Mundi Prensa, 1984. 206 p.

ZUCCHI, R. A.; SILVEIRA NETO, S.; NAKANO, O. Guia de identificação de pragas


agrícolas. Piracicaba: FEALQ, 1993. 139 p.

S-ar putea să vă placă și