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Serviço Social
em tempo de capital fetiche. Capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.
Fundamentos do Serviço Social: produção contemporânea
Prof. Cristiano Costa de Carvalho
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Síntese desenvolvida tendo por base o capítulo III do livro: IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social
em tempo de capital fetiche. Capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.
Fundamentos do Serviço Social: produção contemporânea
Prof. Cristiano Costa de Carvalho
novo cuja prática passa a ser referenciada a um sistema de saber e enquadrada numa rede
institucional, de fato, a intervenção não se alterou: mantém-se pouco discriminada, com
referencial nebuloso e inserção institucional aleatória.
O que o autor vai acentuar e colocar como centro de sua análise é a aparência
indiferenciada que se reveste a prática profissional, isto é, a manutenção de uma mesma
estrutura da prática interventiva no tocante à sua operacionalidade, similar às suas
protoformas. Ainda que reconheça que há um novo significado social para o trabalho
profissional, uma vez que opera o corte com a filantropia, à medida que o Estado, na
expansão monopolista, passa a centralizar e administrar as respostas às refrações da
questão social, via políticas públicas.
A explicação da tese apresentada passa por dois vetores: a) as condições para a
intervenção na sociedade burguesa marcada pela positividade ou pseudo-objetividade; b) a
funcionalidade do Estado no confronto das refrações da questão social. Essas condições, que
extrapolam a prática profissional, aparecem como se fossem limites endógenos ao Serviço
Social.
O primeiro aspecto, que justifica a tese da manutenção da prática indiferenciada, diz
respeito ao fato de que sua eficácia permaneceu circunscrita a manipulação de variáveis
empíricas no rearranjo da organização do cotidiano, não rompendo com a imediaticidade
que o impregna.
Outro vetor que contribui para o sincretismo da prática refere-se às políticas sociais
estatais, incapazes de resolver a questão social, visto que só podem repor, em bases
ampliadas, suas manifestações, cronificando-as. Sendo o desempenho profissional
indissociável das políticas sociais, o máximo que consegue é a racionalização de recursos e
esforços para o enfrentamento das refrações da questão social. Esse é o anel de ferro que
aprisiona a profissão, não lhe permitindo ir além de suas protoformas.
Entretanto, deve-se notar que se as políticas sociais não têm o poder de fazer a
eversão da questão social erradicando-a, também é certo que elas viabilizam direitos sociais,
frutos de longo processo de lutas históricas dos trabalhadores pelo seu reconhecimento
político. E elas também se aliam a iniciativas do bloco dominante na concessão de direitos,
antecipando-se às reivindicações oriundas de diferentes segmentos sociais, segundo
estratégias de desmobilização das lutas sociais. O campo das políticas públicas e dos direitos
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Síntese desenvolvida tendo por base o capítulo III do livro: IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social
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Síntese desenvolvida tendo por base o capítulo III do livro: IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social
em tempo de capital fetiche. Capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2007.
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