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RESENHA:

PORTO, Cristiane; SANTOS, Edméa


Oliveira dos. Facebook e educação:
publicar, curtir, compartilhar.
Campina Grande: EDUEPB, 2014. 448
ISSN IMPRESSO 2316-333X
E-ISSN 2316-3828
p. ISBN 9788578792084. DOI: http://
DOI-10.17564/2316-3828.2018v6n2p205-214 de.doi.org/10.7476/9788578792831.

Marlton Fontes Mota1


Thiago Passos Tavares2
Kaio Eduardo de Jesus Oliveira3

Credenciais das Autoras Sobre a Obra e sua Perspectiva Teórica


Cristiane Porto - Doutora Multidisciplinar em “Facebook e Educação: publicar, curtir e Compar-
Cultura e Sociedade – UFBA. Mestrado em Letras tilhar” (2014) é um livro que discute espacialmente a
e Linguística – UFBA. Pesquisadora do Instituto de cultura contemporânea, compilando a produção co-
Tecnologia e Pesquisa – ITP. Bolsista em Produti- letiva de 21 textos sobre a pluralidade de diálogos e
vidade em Pesquisa do CNPq – Nível 2. Pós-douto- vozes produzidos pela tecnologia digital e sua mobili-
rado em Educação – UERJ. É professora do Curso dade ubíqua, sob a proposta de desenvolver um olhar
de Comunicação Social e do Programa de Pós-Gra- educacional das práticas e dos usos da rede social
duação em Educação da Universidade Tiradentes – Facebook. O lapso temporal que compreende o pro-
Unit. Líder do Grupo de Pesquisa Educação, Tecno- cesso de criação do livro e a sua aplicação no contex-
logia da Informação e Cibercultura (GETIC/UNIT/ to ensino-aprendizagem, na Cibercultura, poderia ser
CNPq). Email: crismporto@gmail.com um obstáculo para a elaboração da resenha, mas, o
que mais fascina na obra comentada é o seu pertenci-
Edméa Oliveira dos Santos é pedagoga pela UC- mento no agora e para o futuro.
SAL, mestre e doutorada em Educação pela UFBA. Numa proposta arrojada, o livro traz experiências
Pós-doutora pela UAB-PT. Professora adjunta da Fa- luso-brasileiras da apropriação do Facebook no proces-
culdade de Educação – UERJ. Atua no PROPED - Pro- so de pesquisa e da própria prática do ensino-apren-
grama de Pós-Graduação em Educação. Líder do GP- dizagem e formação, registrando as novas formações
DOC - Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura. comunicacionais no ciberespaço, decorrente da cultu-
Membro do Laboratório de Imagem da UERJ. E-mail: ra digital. O livro amplia o debate sobre da educação
edmeabaiana@gmail.com on-line, no intuito de agregar novos valores à formação

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de alunos e professores, refazendo os limites espaço- De forma didática, o Eixo I do livro, em 12 textos,
-temporais dos ambientes de aprendizagem. proporciona ao leitor a compreensão a respeito do
Há uma visível consonância de pensamentos so- contributo do Facebook como espaço de aprendiza-
bre a identificação das práticas pedagógicas com o gem e de usos socioeducacionais, permeado de argu-
Facebook nos textos agrupados na obra “Facebook e mentos para a construção de subjetividades. Por sua
Educação”, o que demonstra a sua viabilidade para vez, o eixo II da obra, contendo 09 textos, se propõe
compatibilizar esses espaços virtuais de subjetivação a evidenciar sobre as práticas de interação colabora-
e de desterritorialização com os potenciais educacio- tiva/reflexiva na formação de professores para o pro-
nais daquela rede social. De forma elucidativa, o livro cesso de mediação no uso das redes sociais. Portanto,
trata da atemporalidade das redes sociais, em espe- a obra é um convite ao leitor ubíquo, plural e implica-
cial do Facebook, e desperta os seus leitores para a do com os fenômenos da Cibercultura.
utilidade prática e desterritorialização do ensino-
-aprendizagem.
A análise das experiências extraídas dos textos Navegando sobre os Textos do Eixo I da Obra
compilados pelos autores envolvidos no contexto
da obra sinaliza para as diversas atividades acadê- As organizadoras do livro comentado reservaram
micas que foram empreendidas com a utilização do ao leitor, na primeira parte da obra, um deleite sobre
Facebook, quer seja como espaço de ativismos, de os potenciais do Facebook para o processo de subjeti-
elaboração e de coleta de dados para pesquisas, de vação e de práticas educacionais, e no Texto 1, Lucia
mapeamento de práticas educacionais ou de análise Amante, sob o título “Facebook e novas sociabilida-
das tendências para a construção de novas relações des: contributos da investigação” apresenta o Face-
associativas e mesmo afetivas. Enfim, a rede social foi book como um campo de pesquisa que tem permitido,
discutida como um manancial produtivo de aponta- nos últimos anos, explorar muitos aspectos relaciona-
mentos teóricos e metodológicos que favorece a so- dos com o comportamento humano.
ciabilidade e de aprendizagem colaborativa/reflexiva Por meio da revisão de literatura nessa área com-
para as práticas da educação formal. portamental, a autora buscou situar algumas das in-
As organizadoras ousaram (e ousam) abonar o fato vestigações mais relevantes e os seus contributos para
de que a rede social é sim um dispositivo que propícia à uma melhor compreensão das novas sociabilidades
criatividade e à cocriação mediadas pelas tecnologias do Facebook, e que tão acentuadamente marcam e
digitais, predizendo sobre a necessidade da revisão dos influenciam a sociedade contemporânea. Para tanto,
processos de formação pedagógica dos docentes para denomina a sociedade em rede como sendo uma coleti-
aliar a ferramenta Facebook nas interrelações com os vidade hipersocial, onde as tecnologias passam a fazer
seus alunos, dentro e fora da sala de aula. parte do cotidiano, e, segundo ela, o Facebook favorece
O livro distribui os textos em dois eixos (I e II), que o compartilhamento de informações que possibilitam o
foram definidos como: Parte 1 – Facebook: potenciais seu uso para a aprendizagem formal. Conclui sua pro-
sociotécnicos e educacionais, espaço de subjetiva- posta, citando o pensamento Selwyn (2007), que afir-
ção, sociabilidade e diferença e Parte 2 – Facebook: ma ser o Facebook um importante espaço para a apren-
usos no Ensino Superior e na formação continuada de dizagem informal e cultural, mesmo não se centrando
professores. Esta resenha foi elaborada com base na no desenvolvimento de aprendizagens formais.
pesquisa exploratória, pontuando por buscar a com- No Texto 2, da autoria de Edvaldo Souza Couto,
preensão da proposta central da obra, através da ex- “Pedagogias das conexões: compartilhar conheci-
tração do pensamento dos diversos autores nos textos mentos e construir subjetividades nas redes sociais
que fazem parte do arcabouço literário do livro. digitais” enfatiza que a conectividade se tornou um

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modo de ser e viver a vida presente. E sob a condição função objetiva está na criação de vínculos de união
dos sujeitos conectados que estabelecem laços so- com a educação não formal e informal, confirmando
ciais e pedagógicos a partir das contínuas emergên- que existe um obstáculo inerente ao Facebook para
cias que caracterizam a vida online, o autor pontuou ser utilizado como um ambiente virtual de aprendi-
os aspectos que estimulam os sujeitos à exposição, zagem. Os autores, seguindo a linha do pensamento
a popularidade e a incontinência verbal, afirmando de Haro (2010), sintetizam que a união de funções
que com a internet a sociedade em rede deflagrou (formal, informal e não-formal) poderá produzir “uma
esse modelo transmissivo, hierarquizado, que afeta e retroalimentação que favorece o processo educativo”.
ocorre de cima pra baixo, tornando a vida uma narra- O texto 4, “Comunidade REA-Brasil no Facebook:
tiva midiática sem fim. Para Couto (2014), a vida na um espaço de ativismo, autorias, compartilhamentos
cibercultura é sintetizada em três verbos - participar, e inquietações”, das autoras Edméa Santos e Tatiana
colaborar e compartilhar, e nesse processo a busca Stofella Sodré Rossini capitula sobre a compreensão
pela visibilidade ampla passa a ser uma caracterís- de como os atores constroem as interações e cone-
tica da nossa época. Citando Bauman (2011) no seu xões nas redes sociais, bem como produzem sentidos
trabalho, o autor corrobora que na modernidade vive- a partir de seus rastros deixados nas interfaces so-
-se a “ameaça da espera pública bisbilhotar e invadir, ciais. Para o alcance da proposta, as autoras basea-
conquistar e devassar a privacidade”. O texto expande ram seus estudos na exibição dos resultados da análi-
com propriedade aquilo que o seu autor define como se das discussões, mobilizações e atualizações sociais
sendo as “subjetividades pavoneadas”, e traz a refle- e técnicas postadas no grupo do Facebook “Recursos
xão sobre o discurso conflituoso entre o anonimato e Educacionais Abertos” do Brasil (REA-Brasil). É des-
a celebridade, concluindo que as redes sociais digitais taque no texto o fato de que, com o advento da Web
devem ser consideradas “ambientes privilegiados das 2.0, as redes sociais se volveram num “espaço de en-
pedagogias da cultura compartilhada”. contros, desencontros, enunciações, negociações e
Para o Texto 3, ainda no Eixo I, “Redes sociais e ativismos”, e tecem considerações a respeito do espa-
educação: reflexões acerca do Facebook enquan- ço que pode ser utilizado no Facebook para anunciar
to espaço de aprendizagem”, os seus autores José um cenário de mudanças sociais e educacionais, pro-
António Moreira e Susana Januário, tratam sobre a porcionando o surgimento de outros movimentos de
aplicabilidade pedagógica de uma rede social como interesse da sociedade. Inclusive, expõem que o REA-
o Facebook, traçando uma análise sobre as possibi- -Brasil utiliza da prática diária de compartilhar gene-
lidades e potencialidades pedagógicas do Facebook rosamente produções abertas e licenciadas. Enfim, a
em diferentes contextos de aprendizagem. Os autores proposta do texto propicia a reflexão sobre esse papel
compreendem que as redes sociais, como espaços co- social e ativista do Facebook.
letivos e colaborativos de comunicação e de troca de Na apresentação do Texto 5, desse Eixo I, “Um caso
informação, poderão ser facilitadoras para o desen- lúdico: brincar no Facebook!”, os autores Alessandra
volvimento de práticas de aprendizagem, importando Alcântara e António Osório desvelam o Facebook como
para isso a presença e a intenção da educação exerci- sendo um espaço lúdico e de aprendizagem para as
da explicitamente, e reconhecem que essa proposta crianças em tempos de cibercultura, e para isso levan-
é um desafio complexo, pois, exige dos professores o tam dados a partir de amplos mapeamentos de práticas
domínio da ferramenta virtual para não permitir o uso de crianças em diversos contextos de usos da interfa-
limitado e estático da rede Facebook. Notadamente, o ce. A sugestão da pesquisa está pautada na altercação
texto elucida a conclusão de que o Facebook se apre- teórica e metodológica sobre categorias fundamentais
senta como um utilitário para a promoção da educa- para os estudos sobre a infância, a exemplo: “o brin-
ção formal, mas, há que ter a consciência de que a sua car, o brinquedo, brinquedos na era digital”, a relação

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da criança com as telas. As discussões abordadas no maecimento das relações afetivas sob a tendência à
texto buscam alimentar questões acerca da utilização naturalização do acúmulo de amigos online. As redes
da internet de forma lúdica para a criança, e baseiam o sociais online, na concepção das autoras, são espaços
estudo no fato de que as crianças estão investindo no de encontro, de diálogo e de produção de sentidos, e
uso das tecnologias, e avançam por espaços que foram tratam o tema proposto com destaque para a fragili-
pensados para os adultos. De forma didática o texto se zação das relações pessoais e afetivas, em detrimento
propõe a esclarecer sobre a perspectiva do rejuvenes- ao acúmulo de amigos nas redes sociais, numa dinâ-
cimento da infância, num movimento contínuo de inte- mica em que quantidade é mais importante do que
gração, em decorrência do uso das redes sociais. qualidade. O texto, portanto, é intrigante na sua pro-
Cristiane de Magalhães Porto e Edilberto Marceli- posta, pois conduz o leitor a uma reflexão necessária
no da Gama Neto, no Texto 6, fazem os leitores mer- a respeito de laços afetivos e que comumente não é
gulhar na temática: “Uma proposta de uso das redes observada nas relações virtualizadas.
sociais digitais em atividades de ensino e aprendiza- Com o objetivo de demonstrar a relevância do Face-
gem: o Facebook como espaço virtual de usos socioe- book na criação de vínculos mais estreitos entre seus
ducacionais singulares”. Com a apresentação da rede usuários, potencializadores do diálogo online, o Texto
social digital Facebook como espaço virtual passível 8, “Fico sem nada de interessante pra postar quando
de suportar/constituir propostas de ensino e aprendi- estou recatada: a relação entre o espaço eletrônico e o
zagem, os autores sugerem a discussão sobre a forma espaço físico em conversas mantidas entre jovens no
como os impactos tecnológicos devem ser pensados Facebook”, dos autores Dilton Ribeiro do Couto Junior
no cenário social e educacional, e através da apropria- e Maria Luiza Magalhães Bastos Oswald, traz uma
ção da rede social Facebook na forma de instrumentos discussão sobre a relação entre o espaço físico e o
conceituais, entendem que é possível redefini-la em espaço eletrônico nos processos comunicacionais da
usos socioeducacionais especiais. Para os autores, cibercultura em sua fase atual, com base em conver-
é preciso pensar no “uso dessas redes sociais online sas mantidas entre jovens no Facebook. Afirmam os
para reconfigurar a forma de conhecer nas salas de autores que o ciberespaço nunca esteve tão próximo
aula”, e o texto destaca sobre as mudanças na forma da vida cotidiana dos sujeitos e de forma crescente, as
de experimentação dos espaços, cabendo provocar o redes sociais digitais comprovam que o espaço físico
abandono das práticas e das fórmulas imutáveis, es- se aproxima cada vez mais do espaço virtual, pois, os
timulando a participação, elaboração, controle e ava- jovens internautas estão hoje se “comunicando inten-
liação das práticas discursivas. A pesquisa direciona samente a partir do uso dos artefatos tecnológicos”.
a proposta para o uso do Facebook em sala de aula, a O texto confirma o processo ascendente do Facebook
partir da pergunta “O que você está fazendo agora?”, e nas relações comunicacionais sociais.
confirmam que é possível adequar a multiplicidade da O Texto 9, “Facebook: conectividade e reflexões da
rede social à mediação pedagógica, tornando o texto rede social para o contexto social do século XXI”, de
uma leitura estimulante e didática. Jamile Santinello e Andrea Versuti, propõe a reflexão
A proposta do Texto 7, no Eixo I, “Ser amigo e ter sobre as redes sociais, bem como sua importância na
amigos no Facebook: uma análise com crianças”, das comunicabilidade e convergência das mídias em suas
autoras Nélia Macedo e Rita Ribes, é a de convidar o usabilidades, e observam os relatos sobre as contri-
leitor ao debate sobre como as crianças criam suas buições do acesso ao Facebook, sendo este site de
redes de contatos no Facebook, e por intermédio da rede social caracterizado como um dos meios mais
problematização acerca do tema da amizade, que é utilizados para a disseminação de informações. Para
frequentemente discutido quando se trata de sites as autoras, os sites de redes sociais, propriamente di-
de redes sociais, percebe-se a preocupação com o es- tos, são os “espaços virtuais que se caracterizam por

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ambientes direcionados para elucidar e divulgar as polístico do segmento das mídias. O autor chama a
redes sociais entre os sujeitos da rede”, e chamam a atenção do leitor para o fato de que as redes sociais
atenção para o fato de que sempre haverá algo novo também divulgam produtos, permitindo o amplo aces-
a ser investido quando há a interação decorrente das so aos bens culturais imateriais, podendo inclusive
ferramentas disponíveis, modificando as percepções fazer negócios e auferir lucros. Na sua apresentação,
sobre determinado tema. O texto tece críticas ao mo- o autor considera que o papel exercido pelo site no
delo de ensino tradicional que nos seus espaços edu- capitalismo cognitivo emergente, também promove o
cativos encontram-se “metodologicamente afastados chamado capitalismo comunicacional com a existên-
das reais aspirações da geração atual”. As autoras cia de links patrocinados.
trouxeram a percepção sobre o uso motivado da rede, O Texto 12, o derradeiro trabalho do Eixo I da obra,
e que pode ser direcionado para um uso contextuali- apresenta “O idoso no Facebook: sociabilidade e en-
zado, nesse ínterim, é possível focar a aprendizagem contro geracional”, de Ana Regina Messias, que procu-
significativa de conteúdos, inclusive os curriculares. rou apontar para uma discussão em torno de questões
Na abordagem do Texto 10, “Breves comentários apresentadas em livros, sites e artigos da internet que
sobre a análise de conversações em sites de Redes So- abordam sobre o idoso, redes sociais. A autora destaca
ciais”, de José Carlos Ribeiro e Marcel Ayres, houve o na pesquisa o Facebook, e sobre as mudanças signifi-
mapeamento sobre quais são os aspectos técnicos que cativas ocorridas ao longo dos anos na sociedade, em
as ferramentas do Facebook disponibilizam e/ou pos- relação às tecnologias e a expectativa de vida, uma vez
suem e quais são as apropriações feitas pelos usuários que os idosos cada vez mais utilizam as tecnologias e
destas ferramentas, isto com o objetivo de apresentar al- consequentemente as redes sociais para o processo
guns apontamentos teóricos e metodológicos acerca da comunicacional, dentre essas o Facebook. A autora
análise de conversações aplicada em Sites de Redes So- textualiza sobre a inclusão social dos idosos com o
ciais. Os autores se propuseram a identificar quais são acesso à internet, mesmo sob o fato de que as redes so-
as semelhanças e as particularidades presentes nestes ciais não foram pensadas para as pessoas idosas, mas,
ambientes virtuais, pois, ao analisarem as conversações ao utilizarem as novas tecnologias e perceberem que
em Sites de Redes Sociais perceberam a compreensão estão ativos na rede, há uma grande motivação entre
do conceito de Interação Social, aqui considerada como os mais velhos para o uso das redes sociais, pois, assim,
uma ação realizada de forma mútua e interdependente, passaram a perceber as diferentes formas de comuni-
sendo uma prática de construção de sentidos entre os cação. Conclui a autora que é “relevante estudar o ido-
indivíduos. A importância do texto está em demonstrar o so e como usam o Facebook”. O texto traz uma proposta
processo de transformação sobre a interatividade e suas relevante e atual sobre a inclusão digital.
consequências no cenário virtual.
Tratando sobre “O Facebook para além da rede so-
cial: o usuário como consumidor-mercadoria”, Zeca Navegando sobre os Textos do Eixo II da Obra
Peixoto apresenta no Texto 11 as questões relativas
a alguns aspectos acerca da atuação do Facebook no Para o Eixo II da obra, as organizadoras selecio-
contexto do atual panorama da rede mundial de com- naram os textos que tratam do Facebook como ferra-
putadores. Aplica na pesquisa a abordagem sobre o menta para a formação continuada de professores, e
constante monitoramento de dados por analistas e no Texto 1, Giselle Martins dos Santos Ferreira e Es-
pesquisadores no Facebook, que demonstra que o trella D’Alva Benaion Bohadan, em “Possibilidades e
FB se prepara para ser mais do que uma rede social, desafios do uso do Facebook na educação: três eixos
apresentando-se como uma corporação que reproduz temáticos”, discorrem sobre um estudo a partir da
as mesmas estratégias na busca do controle mono- utilização do Facebook em um contexto educacional

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específico, com o apoio complementar on-line a uma cionalidade dessa rede social, das rotinas as possíveis
disciplina de graduação em um curso presencial. As rotas de aprendizagem. Para os autores, a sociedade
autoras potencializaram a pesquisa, abordando ques- ainda vivencia um período de construção, tornando-
tões pertinentes em três eixos temáticos: concepções -se necessário conhecer as possibilidades de inte-
de “distância” e “proximidade”; a relação entre tecno- ração que o Facebook apresenta, e ao docente cabe
logia e pedagogia; percepções de “horizontalização” buscar esse incentivo para praticar a aprendizagem
das relações entre docente e discentes. A populariza- colaborativa/reflexiva entre seus discentes. O texto é
ção do Facebook como um canal de comunicação, não convidativo à reflexão, e confirma essa proposta com
impede que seja também considerado um lugar para as afirmações de que “devemos pensar sobre, com e
pesquisar e compartilhar, afinal, para as autoras, o a partir dos novos espaços de conhecimentos emer-
foco no aluno é superficial no ensino presencial, além gentes, abertos, contínuos, em fluxos, não-lineares”,
de não possibilitar o processo de trocas mais igualitá- e com a disponibilização de sites, blogs e canais de
rias. Percebe-se que o texto enalteceu o compartilha- vídeos é possível tratar de temáticas abordadas nas
mento de informações, antevendo-o como um método disciplinas, potencializando a interatividade, afirmam
de comunicação colaborativa, tema este que tem sido os autores.
o mote atual das redes sociais. Dentro da exposição do tema “Facebook na forma-
O Texto 2 desse Eixo, “Misturar, inventar, acreditar: ção contínua de professores para o uso de tecnologias
possibilidades de formação continuada no Facebook” digitais”, de Lilian Moreira e Altina Ramos, o Texto 4
de Maria Cristina Lopes e Rosimeire Santos, traça do Eixo II da obra comentada, as autoras expõem as
como objetivo a apresentação das escrituras de pro- vivências formativas num curso de formação contínua
fessores indígenas e não indígenas, participantes de de professores em tecnologia educativa com compo-
uma formação continuada em rede social para a troca nente presencial e online por meio de um grupo Fa-
de experiências e aprendizagem entre culturas. De for- cebook. A pesquisa aplica uma abordagem, sob forma
ma didática, o trabalho tece abordagens a respeito da de estudo de caso, baseada no componente online
combinação de geração de registros, como captura de dessa formação desenvolvida, através de curso para
diálogos, links, imagens, textos e interações entre os educadores de infância e professores do primeiro ci-
participantes do grupo de uma Universidade privada clo do Ensino Básico. No texto ficou esclarecido sobre
do Estado de Mato Grosso do Sul e professores de uma os investimentos financeiros realizados em Portugal
escola indígena do distrito de Taunay. As autoras sinte- para o aparelhamento da maior parte das suas esco-
tizam a sua pesquisa sob o aspecto de que é importante las com os mais diversificados recursos tecnológicos,
que o docente se familiarize com as TIC e redes sociais, demonstrando que naquele país há o objetivo forma-
desafiando os percalços e ousando realizar mudanças dor de professores para o efetivo uso educativo de
nos “espaços tradicionais de nossas salas de aula”. A tecnologias digitais no Ensino Básico. A importância
mensagem deixada no texto enfatiza que é possível do texto está em evidenciar sobre a consciência dos
ocorrer uma “formação continuada de professores em grandes desafios que a sociedade do século XXI colo-
rede social” numa prática de formação intercultural. ca à escola e ao professor.
Trabalhando no Texto 3, “As interfaces de interação No Texto 5, Angélica Piovesan e Fabrícia Teixei-
para uma aprendizagem colaborativa no Facebook”, ra Borges, autoras da “Identidade docente: o que os
os autores Alexandre Meneses Chagas e Ronaldo Nu- blogs e o Facebook têm a nos dizer sobre os profes-
nes Linhares se predispuseram a apresentar possibi- sores e suas mídias virtuais”, propõem a discussão
lidades de interação que o Facebook proporciona ao sobre como os professores têm se apresentado nas
docente para incentivar a aprendizagem colaborativa/ mídias sociais. Pontuam que a identidade do profes-
reflexiva entre seus discentes, e abordam sobre a fun- sor é especificamente uma linha tênue entre o que

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executam em sala de aula, EAD ou presencial, e sua das ondas de protestos no mês de junho de 2013 con-
própria identidade social, e se norteiam na realização tra o aumento da tarifa de transporte. O texto chama
de processos de construção do ser professor, produ- a atenção para o processo de desterritorialização pro-
zidos no desenrolar das entrevistas narrativas da his- movido pela rede social, desde os espaços informais
tória de vida profissional do entrevistado auxiliam na das cidades até a ocupação desse novo espaço co-
construção identitária docente. As autoras afirmam municacional ubíquo, híbrido das tecnologias móveis
que a construção docente não se resume apenas às usadas no compartilhamento das informações.
formações institucionalizadas, e que as relações so- O Texto 8, “A utilização da rede social Facebook
ciais possibilitam a identificação entre si, produzindo no processo de ensino e aprendizagem na universida-
no professor a identidade que vive em sala de aula e de”, que tem como autoras Elizete Matos e Jacques
aquela que compartilha virtualmente. de Lima Ferreira, vislumbra a discussão e reflexão so-
O Texto 6, do Eixo II, “A face educacional do Face- bre a utilização do Facebook como ambiente virtual
book: um relato de experiência”. De Neide Mitiyo Shi- de aprendizagem no ensino superior e suas possibili-
mazaki Tsukamoto, Neusa Nogueira Fialho e Patricia dades educativas que vão além de curtir, cutucar, co-
Lupion Torres, aborda sobre as discussões teóricas e mentar e compartilhar. A partir de uma abordagem a
metodológicas de uma investigação onde o Facebook respeito das análises comparativas com dados frutos
foi utilizado como ambiente virtual de aprendizagem, de pesquisas qualitativas advindos de diversas expe-
a partir da experiência de gestores educacionais do riências no contexto da Educação Superior, o texto
curso de Pós-Graduação latu sensu, em Gestão Edu- discorre sobre a rede social Facebook e os seus vários
cacional. Com o objetivo de provocar a reflexão sobre aplicativos que podem ser usados para beneficiar o
o papel do professor neste espaço comunicacional, as conhecimento. Porém, as autoras enfatizam que para
autoras estabelecem a posição do docente como me- que esse processo alcance o sucesso desejado, o pro-
diador do processo educativo, levando em considera- fessor precisa promover a interação dos seus alunos e
ção a consciência do trabalho em rede que é voltado realizar a mediação da aprendizagem de maneira sig-
para a coletividade, a colaboração e a partilha. E as nificativa, propondo a cocriação a favor da educação.
autoras compreendem que as redes sociais podem Portanto, o texto consolida a utilização do Facebook
“atuar na educação como uma janela para o mundo”, como ferramenta apta a favorecer a maneira de ensi-
por meio das tecnologias da Web 2.0, e o Facebook nar, comprovando o contexto atemporal da obra Face-
é uma ferramenta facilitadora para esse processo de book e Educação.
ensino- aprendizagem, mas, requer atitudes de coo- Para o Texto 9, “Facebook + LMS: cenários para o
peração, interatividade e compartilhamento. envolvimento do estudante na aprendizagem a dis-
Rosa Meire Carvalho de Oliveira e Dinamara Gar- tância”, Inês Messias e Lina Morgado alinharam como
cia Feldens, no Texto 7 do Eixo II, “A cidade-rede como objetivo a interação e a qualidade das contribuições
currículo informal: o Facebook, a comunicação ubí- dos estudantes na complementaridade de platafor-
qua e as manifestações de rua no Brasil 2013”, escla- mas e qual a sua relevância para o maior envolvimen-
recem sobre a concepção do espaço da rua como um to do estudante e para a sua efetiva aprendizagem
“espaço de saber” na ampliação das fronteiras educa- à distância. Para as autoras, a evolução para a Web
tivas na direção cidades-redes. Diante de uma abor- 2.0 possibilitou a colaboração e a partilha online, e
dagem da função do currículo informal e dos agentes diante de uma abordagem de investigação sobre o
formais e não formais de educação, usando como uso do grupo Facebook como plataforma de conteú-
base de pesquisa o Movimento vem pra Rua, também do e interação e as suas diferenças com os LMS (sis-
conhecido como Jornadas de Junho, da cidade de São tema de gestão de aprendizagem) mais tradicionais,
Paulo, as autoras demonstraram o desencadeamento chegou-se à conclusão de que o Facebook não é a

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melhor opção para o desenvolvimento de projetos de entre escola, aluno e professor, de ubiquidade e movi-
trabalho colaborativo, e arguem que se houver eleva- mento (re)associativo, e especialmente, de comunica-
da necessidade de controle de tempo, organização da bilidade colaborativa e inclusiva.
informação e gestão da flexibilidade da tarefa, em re- Enfim, a proposta inusitada da obra comentada pode
gra o aplicativo não é tão funcional. Concluem a sua ser devidamente definida nas palavras atemporais de
pesquisa, sob o espeque do pensamento de Morgado Gilberto Gil (1996), “eu quero entrar na rede, promover
(2011) que afirma ser necessário saber usar estas fer- um debate... eu quero entrar na rede pra contactar...”.
ramentas corretamente, do ponto de vista pedagógi-
co, para promover o maior engajamento dos estudan-
tes no seu processo de aprendizagem. Referências
BAUMAN, Zygmunt. 44 cartas do mundo líquido
A Síntese moderno. Tradução: Vera Pereira. Rio de Janeiro,
Zahar, 2011.
A obra comentada, enverada por caminhos ainda
ávidos por incursões de andarilhos pensantes, desbra- HARO, J.J. Redes Sociales para la Educacion.
vador da linguagem e estética, e educadores implicados Málaga: Anaya, 2010.
aos fenômenos da Cibercultura, pois, no ciberespaço
há espaços em suficiência que anseiam por descober- SANTAELLA, Lucia. O leitor ubíquo e suas
tas, criatividade e interatividade. O livro foi produzido consequências para a educação. 2012. Disponível
no ano de 2014, mas, poderia estar no prelo no ano de em: <http://www.agrinho.com.br/site/wp-content/
2018, e, da mesma forma, estaria além do seu tempo, uploads/2014/09/2_01_O-leitor-ubiquo.pdf>. Acesso
antevendo discussões e propostas sobre práticas peda- em: 29 abr.2018
gógicas sequer pensadas, ou ainda não realizadas.
O livro foi escrito e organizado pela pesquisadora SELWYN, N. Screw blackboards do it on Facebook!:
do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Cristiane In: Investigation of students’ educational use of
de Magalhães Porto, e pela professora Edméa San- Facebook. Comunicação apresentada no Poke 1.0
tos (UERJ), e ficou entre os dez melhores do Brasil Facebook Social Research Symposium, University of
na categoria “Educação e Pedagogia” no Prêmio Ja- London, London, England, nov. 2007
buti 2015, que é realizado desde 1958 pela Câmara
do Livro Brasileiro. A indicação para o prêmio Jabuti
2015 já credencia a obra como um dispositivo de con-
sulta obrigatória para os pesquisadores na temática
rede social virtual e educação, tanto por ser um dos
primeiros a aventar sobre o uso das redes sociais no
processo educativo, quanto por despertar o leitor para 1 Mestre em Educação pela Universidade Tiradentes. Especialização em Di-
a desterritorialização desse mesmo processo para as reito Processual Civil. Professor do Curso de Direito da Universidade Tiraden-
tes. E-mail: marltonmota@hotmail.com
práticas pedagógicas.
“Facebook e educação: publicar, curtir, comparti- 2 Especialista em Direito, aluno especial do Mestrado em Educação -UNIT.
E-mail: admpublico@hotmail.com
lhar”, nas versões impressa e digital, seja no vernácu-
lo ou na língua inglesa, atinge a expectativa dos lei- 3 Doutorando em Educação pela Universidade Tiradentes (UNIT). Possui
tores e convoca-os para uma reflexão crítica sobre os Mestrado em Educação pela Unit. Graduação em Geografia licenciatura pela
Unit. Pesquisador do Grupo de Pesquisa Educação, Tecnologia da Informação
processos de mediação pedagógica, de interatividade e Cibercultura (GETIC/CNPq). E-mail: kaioeduardojo@gmail.com

Interfaces Científicas - Educação • Aracaju • V.6 • N.3 • p. 205 - 214 • Junho - 2018

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