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Filme: Os narradores de Javé
1) A história dos narradores de Javé acontece num povoado as margens de um rio (Vale de Javé), cujo espaço cenográfico remete ao nordeste brasileiro.
Filme: Os narradores de Javé
1) A história dos narradores de Javé acontece num povoado as margens de um rio (Vale de Javé), cujo espaço cenográfico remete ao nordeste brasileiro.
Filme: Os narradores de Javé
1) A história dos narradores de Javé acontece num povoado as margens de um rio (Vale de Javé), cujo espaço cenográfico remete ao nordeste brasileiro.
1) A história dos narradores de Javé acontece num povoado
as margens de um rio (Vale de Javé), cujo espaço cenográfico remete ao nordeste brasileiro. Os habitantes do vilarejo temendo a destruição da vila, pois, o governo estavam construindo uma hidrelétrica, esse empreendimento causa um aumento no volume das águas, uma vez que represa. Para parar a construção da obra, era necessário o registro cientifico do surgimento daquela comunidade. Este documento dava condições dos habitantes lutarem pelo reconhecimento do Vale de Javé como patrimônio histórico cultural. Mas não havia registro, sendo que apenas uma pessoa sabia ler. O Antônio Biá, um ex-funcionário da agência dos correios. Como o povo daquele lugar não sabiam ler, o fluxo de carta era pequeno, temendo perder o emprego, Biá criava estória difamatória sobre os moradores, isso aumentou o movimento da empresa, porém, o povo descobriu a trama. Ele foi expulso de lá. Mesmo odiado pela população Biá foi chamado para ser o escrivão que documentaria o surgimento do vilarejo, entretanto, cada pessoa entrevistada por ele contava uma história diferente, eivada de fantasias. Alguns creditava o heroísmo da fundação do vilarejo ao lendário Indalécio, outros a Maria Dina. Fato este que impossibilitou o ex funcionário dos correios narrar como de fato se deu a formação daquela vila. Porque um registro cientifico requer comprovação, não podendo conter fantasias da mente humana repassada como verdade. Cada morador queria pôr nos documentos a história dos seus heróis, ou seja, criar uma verdade sobre seus antepassados. Às águas da represa alagaram toda a vila. E os moradores mudaram para outro lugar. Essa parte foi narrada por Biá, para que fosse preservada a história daquela comunidade, sendo que o mesmo viu todo o acontecimento, desde os tempos de vilarejo de Javé à nova vila. A história do povoado de Javé é narrada inicialmente por Zaqueu, único comerciante do povoado. Ele viajava para outros lugares em busca de mantimento para a população local. As casas são de taipa, e as pessoas se vestiam de forma simples.
2) As narrativas mantém viva a história de um povo. Seja ela
contada oralmente, seja documentada. Contudo, há diferenças entre as histórias que passam de geração para geração por meio da fala, pois neste quesito com o passar do tempo cada narrador insere novos vocábulos na narrativa, mudando o contexto original. Já na fórmula escrita, podemos dizer que se mantem a originalidade. Desta forma preservando a narrativa como ocorreu de fato. Assim , torna-se mais fácil comprovar cientificamente, ressaltando, que ambas são importantes para preservar a cultura de um povo.
3) A língua é a principal ferramenta para a manutenção da
preservação da cultura de cada povo. É este instrumento que mantém viva a cultura de cada comunidade, por exemplo, nas tribos indígenas os ensinamentos vem sendo repassado de geração para geração por meio da oralidade. Isto, tem garantido a preservação dos ensinamentos culturais destes povos, principalmente o religioso. Podemos citar também que, se hoje temos conhecemos da cultura grega ou egípcia, foi por conta da língua escrita, uma vez que, estas duas sociedades eram letradas. Registravam os acontecimentos da época. Preservando este enorme legado para humanidade, principalmente na área da política e da filosofia.
4) Sim, porque o registro cientifico é a comprovação da
materialidade do acontecimento. Mediante documentação que comprove a existência daquele povo e sua cultura, portanto, carece ser preservado pela importância histórica. Podendo ser comprovado através de documentos escritos e fotografias. Podemos citar como exemplo a história dos narradores de Javé que devido a inexistências de documentos que provasse as bravuras dos fundadores do vilarejo tiveram suas “vidas” destruídas com a chegada do progresso. Algo impossível de acontecer com cidades histórias, por exemplo, Vila Rica (MG).
5) Não. Porque sem a comprovação cientifica (escrita) as
histórias contadas na modalidade oral é vista apenas como fruto da imaginação popular. Para que possam exercer algum poder de influência sobre a modernidade deve haver alguma comprovação cientifica.
6) Eram uma relação de respeito, embora havendo
discordância em alguns aspectos, sobretudo quando tiveram que documentar como foi fundado o povoado de Javé e os personagens principais da fundação. É notório também que a maiorias daquelas pessoas se conheciam.
7) Expressões ditas pelos moradores de Javé. 1) essa alma
quer reza, significa dizer que alguém fez algo em troca de benefício; 2) o senhor tá confundido habeas corpus com corpos christi, cujo significado é: o habeas corpus é um termo jurídico que solicita a liberdade de um preso, já corpus christi é um feriado católico; 3) será que sou “poquê mon” de Jesus, como tinha tanta gente atrás do Biá ele proferiu essa frase fazendo alusão será que ele era um enviado de Cristo para ter tanta gente lhe seguindo; 4) tamborete de forró, pessoa pequena, referência ao assento de um clube de dança; 5) réveillon de muriçoca, aglomeração de pessoas no sentido figurado. ANÁLISE DO FILME “OS NARRADORES DE JAVÉ
O Filme “Os Narradores de Javé” conta a história de um
povoado, que prestes a ser inundado como conseqüência da construção de uma represa, decide colocar em um livro a sua história, de modo que pudesse servir como mecanismo para impedir que o povoado fosse submerso pelas águas da represa. A história deste povoado circulava através da tradição oral, contada ao longo dos anos, sem a preocupação de se deixar um documento escrito para a posteridade. Um dos personagens deste povoado tem então a idéia de usar a história escrita para tentar convencer os responsáveis pela construção da represa a não levar adiante o projeto de construção. Com a concordância de todos, uma pequena comitiva vai a busca de um personagem, até então proscrito, mas com facilidade em escrever histórias, para que o mesmo redigisse a história de Javé. Depois de acertado os termos da confecção do livro, o escritor vai de casa em casa, buscando na memória de cada um, elementos da história de Javé. Há pelo menos duas situações muito interessante no que se tornaria a história de Javé. Em dado momento, o escriba, após contar a façanha da captura de um boi, sendo interpelado pelo seu entrevistado, profere a seguinte sentença: “Uma coisa é o fato acontecido, outra coisa é o fato escrito. O acontecido tem que ser melhorado no escrito de forma melhor para que o povo creia no acontecido.” Há que se pensar se na história escrita da humanidade não houve esse mesmo processo. Será que no período das grandes navegações, a história se deu tal como se deixou escrita para a posteridade? Indo um pouco além, em forma de retrospecto, será que o que está escrito no texto bíblico não poderia ter sofrido este mesmo tipo de ação por parte do escritor? Poderia ter sido a história de David, derrotando o gigante exatamente como está escrita, ou teria sido um acréscimo do autor do Texto? Até mesmo na construção dos livros do Pentateuco, há uma percepção de que redator compila textos, os quais, cada um por sua vez descreve situações que podem não ter sido exatamente como está escrito. Não sei se me atrevo e me adianto demais, todavia, parece-me que isto acontece quando em alguns momentos percebemos um texto ser direcionado de forma a se adequar às tradições Javistas, Eloístas ou Sacerdotal. Finalizando esta observação, no que se refere a mudança da história para que, de modo mais dramático fosse crida pelos que a lessem, é possível perceber no filme, algo muito semelhante aos escritos bíblicos, onde o entrevistado do escritor, ao dizer seu nome pensa por alguns segundos e resolve inserir em seu nome o nome do grande personagem do Vale de Javé. Talvez fosse essa uma tentativa de dizer: “minha história é verdadeira, pois quem a conta, traz em seu nome o nome de quem a vivenciou.” A segunda observação a se fazer, está em um momento do filme em que uma mulher começa a relatar a história. Nesse momento, o personagem histórico contato pelo primeiro entrevistado, perde sua posição de destaque para que uma mulher seja a verdadeira heroína do povoado de Javé. Há um momento em que a mulher diz que o entrevistado anterior “deve ter contado puxando pro lado dele”. A partir daí, a mulher conta a história do povoado segundo a ótica de uma certa Maria Dina, mulher guerreira, destemida, que está a frente de seu povo e que determina as medidas de toda a terra habitada pelos habitantes do vale de Javé. Na sua descrição, a personagem enaltece os feitos de Maria Dina, fazendo questão de dizer que a mesma fora esquecida pelo simples fato de ser mulher. Essa mesma Maria Dina, descrita como uma mulher guerreira, líder e que foi determinante para o estabelecimento do povoado do Vale de Javé, e vista como uma louca que já vivia por lá, quando a história é contada por um homem. Os elementos que constituem a composição da personagem Maria Dina são jocosos, preconceituosos e difamadores, não merecendo a personagem nada além do desprezo e do medo da convivência com uma criatura tão desprovida de coerência. Mas uma vez, penso que há histórias no texto bíblico que podem ter sido contadas sob esse mesmo tipo de lente. Se contada por homem, enaltece o homem. Se contada por mulher, enaltece a mulher. Por homem e mulher, entendam-se grupos de homens ou de mulheres. Há que se pensar que tipo de destino teria histórias como a descrita no livro de Rute se o mesmo fosse escrito por um homem que valorizasse o macho em detrimento da fêmea. Finalizando, o filme é interessante por mostrar que assim como a história de Jávé é contada a partir da tradição e da cultura de um povo, o texto Bíblico, escrito por mão de homens, pode ter passado por esse mesmo processo de construção. A história de Jávé, dos Narradores de Javé, não deixa de ser a palavra de Javé por ter sido escrito por alguém que não vivenciou esta história, assim como a história do povo de YAHVEH não deixa de ser palavra de YAHVEH por ter sido escrito por homens que vivenciaram suas vidas cotidianas, com suas experiências com Aquele a quem julgavam ser o Eterno, mesmo que tenham inserido nessa escrita, características pessoais, culturais, sociais, entre outras.