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Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL

SICETEL
Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação
e Laminação de Metais Ferrosos
Sede: Av. Paulista, 1313 - 7º andar - conj. 701
São Paulo/SP - Brasil
CEP: 01311-923
Telefone: (11) 3285-3522
E-mail: sicetel@sicetel.com.br
Website: www.sicetel.org.br

ELABORAÇÃO
Gerência Executiva:
Walter Antonio Romano
Departamento de Economia e Estatística:
José Reinaldo Lourenço
Departamento de Comunicação e Marketing:
Fernanda Ottoni - MTB: 21738
Projeto Gráfico:
VERELO Comunicação

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL


Palavra do Presidente
Em 2016, estamos divulgando a quinta versão Entendemos a importância e a necessidade de
do nosso anuário estatístico, elaborado pelo se fazer o ajuste fiscal nas contas públicas, mas
Departamento de Economia do SICETEL, con- acreditamos que tal equilíbrio deve ser feito
tendo uma análise do mercado produtor e con- no longo prazo e evitando uma recessão mais
sumidor de aços planos e longos e seus trans- forte e profunda para, simplesmente, obter o
formados, produzidos pelas empresas por nós equilíbrio em um tempo menor.
representadas durante o ano de 2015. Concordamos que a retomada do crescimento
Esperamos que este documento se constitua deverá acontecer pelo lado das exportações
numa fonte de consulta e que contribua nas aná- e dos investimentos em infraestrutura, mas a
lises e tomadas de decisão das empresas que competitividade da indústria nacional é base
operam neste segmento industrial, pois contém para a nossa inserção nas grandes cadeias pro-
uma vasta gama de informações oriunda de di- dutivas globais, assim como a atratividade dos
versas fontes disponíveis neste mercado. projetos de investimentos depende da taxa de
Não podemos deixar de aqui comentar a gra- retorno e do custo do seu financiamento.
ve crise que a economia brasileira vive, uma de Apesar das restrições inerentes aos programas
suas piores e a mais prolongadas da história de ajustes fiscais, consideramos imprescindível
recente, com forte queda da atividade econô- que o governo mantenha linhas de crédito em
mica aliada a uma crise institucional que tem volume e a custo competitivo para financiar os
dificultado o encaminhamento de políticas que investimentos da indústria em modernização,
sinalizem os caminhos para a saída da situação na inovação, no financiamento das exportações
crítica que nos colocamos. e nos projetos de infraestrutura.
A constatação de que o modelo econômico Além disso, que elimine todos os impostos
baseado no consumo e no endividamento das cumulativos, promova as reformas do ICMS e
famílias se exauriu é mais ou menos um con- da PIS/COFINS, simplifique a administração dos
senso entre os especialistas e formadores de tributos e resista a tentação de permitir, no-
opinião. E mais, que a saída para o caos eco- vamente, a apreciação do real para acelerar a
nômico que vivemos está na exportação e nos queda da inflação.
investimentos em infraestrutura. Finalmente, reiteramos a importância de man-
Mas, antes disso, é preciso ajustar as contas ter uma taxa de câmbio competitiva e uma
públicas, ou seja, é preciso aprofundar o ajuste política industrial e de comércio exterior que
fiscal, e isto significa que, talvez, tenhamos que garanta uma proteção efetiva e equilibrada ao
prolongar a recessão para criar as condições longo das cadeias produtivas e que incentive a
para a retomada do crescimento sustentável. agregação de valor à produção e à exportação
O setor produtivo não aguenta mais esse nível da indústria de transformação brasileira.
de atividade. A cadeia metalomecânica já há al- Desejamos uma boa leitura a todos e profun-
gum tempo está operando abaixo de 70% da das reflexões sobre as nossas sugestões.
capacidade de produção e está cada vez mais
difícil ajustar as estruturas das empresas ao ní-
vel dos negócios, cada dia menor. Precisamos
é produzir mais, vender mais e precisamos que
o governo defina, urgentemente, uma agenda
positiva que incentive a produção, que libere o
crédito e coloque a máquina para andar.
O SICETEL tem discutido em diversos fóruns
propostas para melhorar a competitividade
da indústria de transformação brasileira e in-
sistido na importância de termos uma visão Daniele Pestelli
de cadeia produtiva nas políticas industrial e
de comércio exterior, que assegure condições
isonômicas de competição a nossa indústria de
transformação.

02
Índice
Siderurgia Mundial
Produção Mundial 06
Evolução da Produção de Aço Bruto por País 07
Principais Produtores Mundiais 08
Produção de Aço Bruto na America Latina 09
Consumo Per Capita de Aço Bruto - 2015 09

Siderurgia Brasileira
Produção Brasileira de Aço Bruto 12
Produção de Aço Bruto por Estado 12
Produção de Aço Bruto por Empresa 13
Produção de Aço Acabado para Venda 13
Consumo Aparente de Aço para Venda 14
Consumo Aparente de Planos 14
Consumo Aparente de Longos 15
Consumo Aparente de Semi Acabados 15
Distribuição Setorial das Vendas 16
Distribuição Setorial das Vendas - 2015 16
Comércio Exterior de Produtos Siderúrgicos 17
Comércio Exterior de Semi Acabados 18
Comércio Exterior de Planos e Longos 18
Comércio Exterior de Planos 19
Comércio Exterior de Longos 19

SICETEL
Volume de Aço processado pelo SICETEL 22
Evolução da Participação do SICETEL 23
Evolução do Volume de Longos 24
Participação no Consumo de Longos 24
Evolução do Volume de Planos 25
Participação no Consumo de Planos 25
Comércio Exterior do Aço - SICETEL 26
Comércio Exterior de Planos - SICETEL 26
Comércio Exterior de Longos - SICETEL 27
Considerações Finais 28

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 03


Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL
Produção Mundial

» Em 2015, a produção mundial de aço caiu 2,9% » Entidades do setor trabalham para a eliminação de,
em relação a 2014, sendo que, nos últimos 5 anos, o pelo menos, 500 milhões de toneladas de capacidade,
crescimento foi de, apenas, 12%. mas a chance de que isto ocorra é muito pequena.
» Nos últimos quatro anos, o consumo cresceu muito » A expectativa do setor é que grande parte dessa re-
pouco e, em contrapartida, houve um aumento signi- dução ocorra na China, que concentra mais de 60%
ficativo da oferta. desse excedente mundial e possui uma grande ca-
» Existe hoje no mundo um excedente de capacidade pacidade de produção em usinas consideradas inefi-
de produção de aço superior a 700 milhões de tone- cientes e poluidoras.
ladas e, segundo a OCDE, este excedente deverá su- » Embora o governo central da China tenha intenção
perar os 800 milhões de toneladas já no próximo ano. de reestruturar o setor, ele vem encontrando resis-
» A indústria do aço no mundo trabalha hoje com tência dos governos das províncias.
um índice de ocupação abaixo de 70% da capacida-
de instalada.

06
Evolução da Produção de Aço Bruto por País

» A manutenção de um excedente dessa magnitude » Como se trata de um país comunista, com forte
deverá continuar pressionando os preços do aço, intervenção do estado, os investimentos são feitos
comprometendo a rentabilidade do setor, apesar com base em planejamento de longo prazo. Os pla-
da drástica redução dos preços do minério de ferro, nos quinquenais são avaliados mais pela geração de
ocorrida recentemente. emprego e de maior agregação de valor para a eco-
» A China é o maior produtor mundial de aço, com nomia do país do que pela maximização do lucro de
pouco mais de 50% da produção global. A produção uma empresa ou de um setor, isoladamente.
chinesa é quase 8 vezes a do Japão, segundo maior » O crescimento da economia e a consequente gera-
produtor mundial. ção de emprego é uma peça importante no tabuleiro
» A China, que há dez anos atrás era um grande mer- chinês para a manutenção da estabilidade política e
cado para as siderúrgicas ocidentais, tornou-se o social do gigante asiático.
maior produtor mundial de aço, com um elevado ex- » Em 2015, a Índia foi o único país, entre os 10 maio-
cedente de capacidade instalada, capaz de desesta- res produtores mundiais, que aumentou a produção
bilizar o mercado mundial de produtos siderúrgicos. de aço e tornou-se o terceiro produtor mundial, su-
» Os fabricantes de aço do ocidente perderam o perando os Estados Unidos.
seu maior mercado e ganharam um concorrente de » A Ásia tem nove das 10 maiores siderúrgicas do
peso, com ativos atualizados, elevada escala, câmbio mundo, sendo que cinco delas são chinesas. A Ar-
depreciado e uma forte participação do estado. Es- celorMittal, grupo indiano, que é a maior produtora
tima-se que mais de 50% da siderurgia chinesa seja mundial de aço, tem fábricas instaladas ao redor do
estatal. mundo, inclusive no sudeste asiático.

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 07


Principais Produtores Mundiais

» As tradicionais siderúrgicas do mundo ocidental, » Na Coréia do Sul, que tem o maior consumo per
que sempre trabalharam em ambiente de economia capita de aço do mundo – 1.160 kg/hab. contra 116
de mercado em sistemas capitalistas, vem encontran- kg/hab. do Brasil – estima-se que mais de 50% desse
do enorme dificuldade para concorrer com um player consumo seja resultante da exportação de produtos
com forte participação do estado. que contêm aço.
» O aumento da participação da China no comércio » A exportação direta de aço da China é crescente e,
internacional de aço vem provocando reações de apesar de ainda ser pequena proporcionalmente - em
diversos países na defesa de suas indústrias e uma torno de 15% da sua produção - em números absolu-
crescente abertura de processos antidumping contra tos esse volume é maior do que a produção do Japão
o aço chinês, inclusive no Brasil. e mais de seis vezes o consumo brasileiro.
» A possibilidade da China vir a ser reconhecida como » Em 2015, a produção siderúrgica na América Latina
economia mercado, o que está previsto para acon- caiu 3% em relação ao ano anterior. Aliás, nos últimos
tecer no final deste ano, representará uma enorme 6 anos, a produção de aço na região se manteve es-
ameaça para a siderurgia ocidental, pois essa nova tagnada entre 63 e 67 milhões de toneladas/ano.
condição dificultaria enormemente a imposição de » O Brasil é responsável por mais de 50% dessa pro-
direitos antidumping contra o país. dução regional, representando quase o dobro do se-
» Hoje, nos processos de investigação de práticas gundo produtor, que é o México.
desleais por parte da China, são utilizados preços e » O Grupo Gerdau é o único produtor brasileiro entre
custos de terceiros países, pelo fato da China não ser os vinte maiores grupos siderúrgicos do mundo - é o
considerada como economia de mercado. Quando - e décimo sétimo - sendo que grande parte dessa pro-
se for considerada economia de mercado - deverão dução é realizada em plantas fora do País.
ser usados os preços internos praticados na China, o
que, certamente, tornará mais difícil a comprovação
do respectivo desvio de comércio.

08
Produção de Aço Bruto na America Latina

Consumo Per Capita de Aço Bruto - 2015

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 09


Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL
Produção Brasileira de Aço Bruto
» Em 2015, a produção de aço bruto no Brasil caiu 2%
em relação ao ano anterior, mas o País se manteve
como nono produtor mundial.
» Nos últimos anos, a produção brasileira ficou estag-
nada em torno de 34 milhões de toneladas e a parti-
cipação do Brasil na produção mundial de aço bruto
caiu de 3% para 2%.
» A baixa rentabilidade do setor siderúrgico, aliada
ao crescente excedente de capacidade, interna e ex-
ternamente, tem postergado investimentos do setor
no Brasil. Nos últimos anos, quase 3 bilhões de dóla-
res em investimentos foram adiados.
» Em 2015, a siderurgia brasileira trabalhou com me-
nos de 70% de ocupação da capacidade instalada e
nos primeiros meses de 2016 a ocupação está abai-
xo dos 60%.
» As siderúrgicas brasileiras estão altamente ala-
vancadas e priorizando a redução de custos e do
endividamento.
» O estado de Minas Gerais continua sendo o maior
produtor brasileiro de aço, com 32,7% de participa-
ção, seguido de perto pelo Rio de Janeiro com 30,9%.

Produção Brasileira de Aço Bruto por Estado

12
Produção de Aço Bruto por Empresa

Produção Brasileira de Acabados para Venda


» O volume de produto acabado para venda no Brasil,
em 2015, manteve-se estável em torno de 32 milhões
de toneladas, voltando ao mesmo nível de 2010.
» Em 2015, o segmento de semiacabados foi o único
que aumentou a produção em relação ao ano ante-
rior; crescendo 30%. O setor de aços longos reduziu
a produção para a venda em 13%, enquanto que o
segmento de aços planos caiu 6%.
» Embora o volume de produção de aço para venda
tenha se mantido nos últimos 6 anos, o mix de produ-
ção em 2015 foi mais pobre do que o de 2010. A par-
ticipação dos semiacabados passou de 20% para 29%.
» A Usiminas desativou, recentemente, a produção
de aço na unidade de Cubatão e está utilizando pla-
cas adquiridas da Thyssen Krupp.
» Nos últimos 2 anos, quase 30 mil colaboradores
foram demitidos, 74 unidades foram paralisadas ou
desativadas e 23 novas unidades podem ser desati-
vadas ainda no primeiro semestre de 2016.

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 13


Consumo Aparente de Aço para Venda
» O consumo aparente de aço acabado para venda,
em 2015, caiu 17% em relação o ano anterior e as
vendas das siderúrgicas nacionais no mercado inter-
no caíram 16% no mesmo período.
» As exportações, em 2015, cresceram impressio-
nantes 40% em relação ao ano anterior, e esse cres-
cimento foi fortemente influenciado pelo aumento
das exportações de planos e de semiacabados.
» As exportações de semiacabados representaram
63% desse total.
» As importações diretas de aço caíram 19% em 2015
em relação a 2014. Nesse mesmo período, as impor-
tações indiretas de aço caíram 33%.
» A importação direta de aço é responsável por 15%
do consumo aparente de aço, e vem se mantendo
nesse nível desde 2011. As importações de planos,
em 2015, representaram 59% do aço importado.
» Em 2015, cerca de 50% do aço importado pelo Bra-
sil veio da China. Em 2000, menos de 2% do aço im-
portado tinha origem naquele país.

Consumo Aparente de Planos


» O consumo aparente de aços planos caiu 18% em
2015 em relação ao ano anterior, e as vendas das si-
derúrgicas nacionais, no mercado interno, caíram 17%.
» As exportações, em 2015, cresceram 63% em rela-
ção ao ano anterior e impressionantes 129% sobre
o ano de 2013.
» A exportação de planos representou 26% do total
de aço exportado em 2015.
» As importações diretas representaram 16% do con-
sumo aparente do ano passado - um “import pene-
tration” muito superior aos 8% de 2007.
» O setor de planos é o mais afetado pelas importa-
ções de produtos siderúrgicos, seja por via direta ou
indireta.
» A importação de planos representou 61% do aço
importado no ano passado.
» O grupo Usiminas, o maior produtor de aços pla-
nos do País, desativou recentemente a produção de
gusa e aço líquido de sua unidade em Cubatão, a an-
tiga Cosipa.

14
Consumo Aparente de Longos
» O consumo aparente de aços longos caiu 16% e as
vendas das siderúrgicas nacionais, no mercado inter-
no, caíram 15% em 2015 em relação ao ano anterior.
» A exportação de longos cresceu apenas 11% em
2015 em relação ao ano de 2014, crescimento tímido
se comparado com os demais produtos siderúrgicos
no mesmo período.
» As exportações de longos representam, ape-
nas,10% do aço exportado pelo País.
» A importação de produtos longos caiu 26% de 2014
para 2015 e a participação das importações no con-
sumo aparente de 2015 foi de 12%.
» Existia grande expectativa com os investimentos
previstos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas,
além das obras do PAC e do programa Minha Casa
Minha Vida, mas o que se viu foi um consumo apa-
rente estagnado em torno de 10 a 11 milhões de to-
neladas nos últimos quatro anos.
» Os investimentos previstos foram adiados e algu-
mas plantas da ArcelorMittal longos estão trabalhan-
do com 50% de ociosidade.

Consumo Aparente de Semi Acabados


» No Brasil, esse é um produto típico de exportação. O
consumo aparente representa menos de 10% da pro-
dução nacional, e as importações são insignificantes.
» O consumo aparente em 2015 caiu 7% em relação
a 2014 e as vendas internas das siderúrgicas nacio-
nais caíram 21%.
» A exportação de semiacabados cresceu 38% e é o
principal produto da pauta de exportação de produ-
tos siderúrgicos.
» Em 2015, a exportação de semiacabados represen-
tou 61% do total de aço exportado pelo Brasil.
» O aumento das exportações de placas, a partir de
2014, foi resultado da volta da ArcelorMittal Tubarão ao
mercado de exportação desse produto no final de 2013.
» A empresa havia se retirado desse mercado devido
a baixa rentabilidade do mesmo no mercado inter-
nacional.
» A operação simultânea no mercado de semiaca-
bados da ArcelorMittal e da CSA elevou substancial-
mente a capacidade de exportação desse produto.
» As vendas internas de placas, em 2016, deverá ter
um grande crescimento, devido o fechamento da
área de fusão da Usiminas em Cubatão.

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 15


Distribuição Setorial das Vendas

Distribuição Setorial das Vendas - 2015


» As empresas associadas ao SICETEL processaram,
em 2015, 15% das vendas internas das siderúrgicas
nacionais, com queda de 12% em relação ano anterior.
» O setor da construção civil consumiu, diretamen-
te, 17% das vendas das siderúrgicas no mercado
doméstico e apresentou uma queda de 19% em
igual período.
» A cadeia automobilística absorve 29% das vendas
das siderúrgicas, considerando as compras diretas
das montadoras e dos setores satélites, tais como as
autopeças, o SICETEL e as forjarias.
» As compras diretas da indústria automobilística
e do setor de autopeças caíram 27% de 2014 para
2015.
» O setor da distribuição é o canal para escoamen-
to de 34% das vendas das siderúrgicas brasileiras e
suas compras, em 2015, caíram 12%.
» Em relação 2014, as vendas das siderúrgicas
brasileiras em 2015 caíram 16%, as compras da
cadeia automobilística caíram 20% e as compras
das empresas filiadas ao SICETEL representaram
50% da cadeia.

16
Comércio Exterior de Produtos Siderúrgicos
» O saldo comercial dos produtos siderúrgicos, em mix de exportação, com maior participação de se-
2015, cresceu 81% em toneladas e 29% em dólares miacabados.
em relação a 2014. Em relação a 2010, houve um au- » O preço médio das nossas importações caiu 6% no
mento de 240% em toneladas e 903% em dólares. mesmo período.
» As importações de aço, em 2015, caíram 19% em Até mesmo dentro dos produtos siderúrgicos, as ex-
toneladas e 24% em dólares em relação ao ano ante- portações brasileiras estão concentradas nas linhas
rior. Em relação a 2010, caíram 49% em toneladas e de produtos de menor valor agregado.
39% em dólares. » As exportações de semiacabados em 2015, em to-
» As exportações em 2015 subiram 40% em tonela- neladas, cresceram 38% em relação a 2014 e 66% em
das e caíram 3% em dólares sobre o ano anterior. Em relação a 2010. Em dólares, as exportações de 2015
relação a 2010, o aumento foi de 53% em toneladas e caíram 6% em relação ao ano anterior e subiram
de 14% em dólares. 16% em relação a 2010.
» O superávit comercial dos produtos siderúrgicos, » As variações do superávit comercial são semelhan-
em dólares, teve um aumento significativamente tes às variações das exportações de semiacabados.
menor do que o superávit em toneladas, devido a Trata-se de um produto típico de exportação e as
forte queda do preço médio das nossas exportações. vendas domésticas e as importações desses produ-
» O preço médio das nossas exportações caiu 31% tos são desprezíveis.
entre 2014 e 2015, reflexo da queda dos preços dos » O preço médio das exportações de semiacabados,
produtos siderúrgicos no mercado internacional, entre 2014 e 2015, caiu 31%.
mas, principalmente, devido o empobrecimento do

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 17


Comércio Exterior de Semi Acabados

Comércio Exterior de Planos e Longos


» Os produtos planos, em 2015, apresentaram um su- » As importações de longos, em 2015, caíram 21%
perávit comercial de 1,7 milhões de toneladas, corres- em toneladas e 22% em dólares em relação ao ano
pondente a 571 milhões de dólares. Estes produtos anterior; em relação a 2010, a queda foi de 26 e 27%,
vinham apresentando déficit comercial desde 2010, respectivamente.
tanto em toneladas como em dólares. » As exportações de longos, em 2015, subiram 11%
» As importações de planos, em 2015, em toneladas, em toneladas e caíram 8% em dólares em relação ao
caíram 21% em relação ao ano anterior e 56% em re- ano anterior, mas, em relação a 2010, houve um au-
lação a 2010. Em dólares, a queda foi de 28% e 59%, mento de 16% em toneladas e 37% em dólares.
respectivamente. » Entre 2015 e 2014, o preço médio de exportação de
» As exportações de planos, em 2015, cresceram 65% longos subiu 4% e o de importação caiu 1%.
em toneladas e 24% em dólares sobre o ano ante- » A melhora nos resultados de comércio exterior dos
rior. Em relação a 2010, o aumento foi de 51% em produtos siderúrgicos é reflexo da queda do nível de
toneladas e de 7% em dólares. atividade da indústria de transformação e da forte
» Entre 2015 e 2014, o preço médio de importação de desvalorização do real frente ao dólar durante 2015.
planos caiu 9% e o de exportação caiu 25%. » Para que se mantenha esse resultado positivo na
» O setor de longos apresentou, em 2015, um superá- balança comercial do setor é imprescindível que o
vit de 370 mil toneladas e de 426 milhões de dólares, governo garanta uma taxa de câmbio competitiva.
revertendo um histórico de déficit nos últimos 5 anos.

18
Comércio Exterior de Planos

Comércio Exterior de Longos

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 19


Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL
SICETEL
» O SICETEL – Sindicato Nacional da Indústria de » Constitui-se no primeiro elo da cadeia metal-mecâ-
Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos con- nica, a jusante da indústria siderúrgica e a montante
grega as empresas fabricantes de produtos de- da indústria automobilística, e processou 50% do aço
rivados do aço, tais como barras e arames trefi- consumido por esta cadeia em 2015.
lados, perfis, tiras e fitas relaminadas e diversos
derivados de arames como telas metálicas, cabos » Desdobra cerca de 3 milhões de toneladas de aço/
e cordoalhas, correntes industriais, pregos, gram- ano, sendo responsável pelo processamento de 15%
pos e clipes, dentre outros. do volume ofertado pelas siderúrgicas nacionais ao
mercado interno.
» O Sindicato tem 80 empresas associadas e repre-
senta cerca de 300 produtores, congregando empre- » Faturamento anual superior a 5 bilhões de reais.
sas independentes e siderúrgicas verticalizadas.
» Emprega cerca de 35 mil trabalhadores diretos.

Volume de Aço Processado pelo SICETEL

22
Evolução da Participação do SICETEL

» O volume de aço processado pelas empresas do SI- » As importações, tanto as diretas como as indiretas
CETEL caiu 12% de 2014 para 2015. Em relação a 2010, de aço nos últimos anos, apresentaram uma grande
a queda foi de 5%. redução em relação ao pico de 2010, mas ainda con-
» A participação do SICETEL nas vendas das siderúrgi- tinuam elevadas, quando comparamos com o histó-
cas brasileiras oscilou em torno de 15% de 2010 a 2015. rico antes da crise de 2008.
» Embora o SICETEL venha mantendo sua partici- » O SICETEL tem atuado junto aos órgãos governa-
pação nas vendas das siderúrgicas nacionais, no mentais, em sintonia com as siderúrgicas e com as
mercado doméstico a situação é muito menos con- demais entidades representativas da cadeia metal-
fortável, pois a siderúrgicas nacionais perderam bas- mecânica em defesa da produção nacional.
tante market share nos últimos anos e o consumo » No segmento de longos, a participação das empre-
aparente de aço no Brasil caiu nos últimos dois anos. sas do SICETEL atingiu 29,9% em 2015 e vem numa
Perdemos quando as siderúrgicas perderam market trajetória crescente nos últimos cinco anos.
share e estamos perdendo, mais recentemente, com » No segmento de planos, a participação em 2015
a queda do consumo aparente. foi de 4,2%, ligeiramente superior a participação de
» Se considerarmos que, para cada tonelada de aço 2014, mas houve uma queda significativa em rela-
importada diretamente, no mínimo outra tonelada ção a 2010.
é importada indiretamente, através de produtos da
indústria automobilística, da indústria de máquinas
e equipamentos e outros, a perda de oportunidade
de negócios do segmento é muito grande.

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 23


Evolução do Volume Participação no
de Longos Consumo de Longos

» O volume de aços longos de produção nacional » O volume de aços planos processado pelo SICETEL,
processado pelo SICETEL caiu 12% em 2015 em rela- em 2015, caiu 11% em relação ao ano de 2014 e 47%
ção a 2014 e cresceu 10% em relação a 2010. em relação ao volume de 2010. Todos os sub seg-
» Os sub segmentos de trefilados reduziram o volu- mentos de planos apresentaram queda no volume
me processado em 2015 em relação a 2014, exceto processado em 2015, tanto em relação a 2014 quan-
o de derivados de arame, que cresceu 27%. A queda to em relação 2010 - lembrando que 2010 foi um
variou 10% nas trefilarias independentes, 13% nas bom ano para o setor.
usinas integradas e 57% nas trefilarias de barras. » O segmento de relaminação processou, em 2015,
» Quando analisamos o volume de aços longos pro- um volume 10% menor que 2014, e 44% abaixo de
cessado em 2015, comparativamente com 2010, 2010.
vemos que apenas as trefilarias de barras tiveram » O segmento de perfis apresentou, em 2015, uma
queda de produção, de 61%. Outros segmentes cres- queda de 7% em relação a 2014 e ficou 82% abaixo
ceram, sendo 11% nas trefilarias de arame indepen- do volume de 2010.
dentes, 12% nas trefilarias integradas e 17% nos de- » O segmento de reprocessadores de aços magnéti-
rivados de arames. cos, em 2015, processou volumes 25% menores que
» As trefilarias integradas são responsáveis por 59% 2014 e 2010.
do volume de longos processados pelo SICETEL, as » O segmento de relaminação é responsável por 91%
trefilarias independentes por 37% e os outros seg- do aço plano processado pelo SICETEL, o segmento
mentos por 4%. de perfis por 3% e os reprocessadores por 6%.

24
Evolução do Volume Participação no
de Planos Consumo de Planos

Análise do Mercado do Aço - 2016 SICETEL 25


Comércio Exterior do Aço - SICETEL

Comércio Exterior de Planos - SICETEL

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Comércio Exterior de Longos - SICETEL

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Considerações finais
» A indústria mundial do aço vive uma crise sem pre- país, não podendo ser utilizadas informações de tercei-
cedentes e de difícil solução no curto e médio prazos. ros países para demonstrar o desvio.
O excedente de capacidade de produção, que atual- » O setor siderúrgico brasileiro, em 2015, trabalhou com
mente é de mais de 700 milhões de toneladas, deverá uma taxa de ocupação abaixo de 70% da capacidade ins-
atingir 806 milhões de toneladas já em 2017, sendo talada, mesmo exportando 43% da sua produção.
que esse acréscimo virá, basicamente, da China, Índia » O consumo aparente de aço no Brasil, em 2015, caiu
e Oriente Médio, segundo previsão da OCDE 17% em relação ao ano anterior e deverá cair mais 9% no
» Atualmente, existe um capacidade de produção mun- ano de 2016. No primeiro semestre, está com uma taxa
dial próxima a 2,4 bilhões de toneladas e a indústria tra- de ocupação da capacidade abaixo de 60%.
balhou, em 2015, com uma taxa de ocupação de 68%. » Em 2015, o Brasil exportou 40% mais do que o expor-
Esse desequilíbrio deverá se agravar nos próximos anos. tado em 2014 e deverá aumentar mais 30% em 2016, re-
» Esse excedente dificultará a recuperação dos preços sultado da melhora da competitividade da indústria bra-
do aço, comprometendo a rentabilidade do setor. sileira, proporcionada pela forte desvalorização cambial
» A China, o maior produtor mundial de aço, tem um do ano passado.
excedente de capacidade de mais de 400 milhões de » Os produtores brasileiros de aço tem visto o merca-
toneladas e, segundo dados da OCDE, as siderúrgicas do externo como a solução de curto prazo para o fraco
chinesas trabalham com uma rentabilidade próxima desempenho do mercado doméstico, devido a recessão
de zero - apesar dos enormes subsídios recebidos - o econômica nos últimos 3 anos.
que torna impossível a competição nestas condições. » Pela previsão de aumento da exportação sobre o re-
» As principais siderúrgicas do mundo vem trabalhan- alizado em 2015 podemos chegar no final de 2016 com
do junto as entidades do setor e a OCDE, para sensi- as exportações representando mais de 50% da produção
bilizar os governos sobre a necessidade de se reduzir brasileira de aço.
esse excedente de capacidade, mas qualquer solução » A exportação pode ser considerada a solução no cur-
neste sentido depende do governo chinês, que tem a to prazo, mas certamente não o será no médio e longo
maior parte desse volume. prazos, devido a baixa rentabilidade dessas operações e
» Embora o governo central chinês, aparentemente, do elevado excedente de capacidade no mercado inter-
tenha intenção de eliminar parte da capacidade exce- nacional.
dente no país, enfrenta forte resistência dos governos » A prioridade da siderurgia brasileira é o mercado in-
provinciais, que tem uma visão muito regional sobre terno e a recuperação da produção de aço depende da
as consequências econômicas e políticas que podem melhoria do desempenho dos setores consumidores de
vir do fechamento das fábricas. aço, principalmente a indústria automobilística, de má-
» A redução do ritmo de crescimento da economia chi- quinas e equipamentos e da construção civil.
nesa está reduzindo a sua demanda interna por aço » Segundo informações do IABr - Instituto Aço Brasil, o
e aumentando a disponibilidade de capacidade para a Brasil importou, em 2015, direta ou indiretamente, mais
exportação. Nos últimos quatro anos, as exportações de seis milhões de toneladas de aço, volume superior a
chinesas de aço cresceram mais de 150%. produção individual dos principais grupos brasileiros.
» A conjugação de elevado excedente de capacidade, » As importações totais de aço - diretas mais indiretas
enormes subsídios, moeda desvalorizada e forte parti- -, embora estejam em volumes elevados se comparado
cipação do estado no controle das empresas, cria um ao histórico do setor, vem caindo sistematicamente des-
cenário impossível de competir para qualquer player de 2010. As importações diretas, em 2015, representa-
que não tenha vantagens equivalentes. ram15% do consumo aparente de aço no Brasil.
» A China é responsável por 50% da produção mundial » A forte participação das exportações diretas de aço
de aço e tem capacidade instalada para atender 75% na produção nacional pode nos indicar que o maior
da demanda mundial de aço. potencial de crescimento talvez esteja nas exporta-
» Diversos países, entre eles os Estados Unidos e Japão, ções indiretas, ou seja , nas exportações dos produtos
estão tomando medidas de defesa dos seus produtores que contém aço.
contra a concorrência desleal do aço chinês. » Precisamos evoluir no conceito de cadeia produtiva e
» A imposição de taxa antidumping por parte de players desenvolver arranjos empresariais que incentivem as ex-
importantes, como os citados acima, poderá levar a uma portações de produtos que contém aço.
corrida, pelos demais países, por imposição de restrições » E, neste sentido, devemos olhar para os países asiá-
semelhantes, pois, quem não o fizer, poderá se tornar o ticos, principalmente a Coréia do Sul, que tem o maior
destino do aço que está sendo barrado em outro país. consumo per capta de aço no mundo, sendo que, aproxi-
» A possibilidade da China vir a ser considerada econo- madamente, 50% desse consumo vem das exportações
mia de mercado poderá tornar ainda mais dramática a de produtos que contém aço.
competição no mercado de aço, dificultando a imposição » Os países asiáticos, que nos últimos 40 anos se tor-
de mecanismos de defesa contra o aço chinês, pois ficará naram o grande sucesso industrial, tem uma visão e
muito mais difícil provar desvio de comércio. uma atuação equilibrada da cadeia produtiva, buscan-
» Para países considerados como economia de mercado, do sempre a produção e exportação de produtos de
as informações a serem investigadas são as do próprio maior valor agregado.

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Considerações finais
» A crise econômica que o País atravessa provocou eleva- » A taxa de câmbio é importantíssima para a reindustria-
da queda da atividade econômica nos últimos dois anos, lização do Brasil, mas, certamente, não é condição sufi-
e o ajuste fiscal que está sendo proposto vai, no curto ciente. Várias outras medidas precisam ser implemen-
prazo, reduzir o consumo e aumentar o desemprego. tadas para aumentar a competitividade da indústria de
» Ou seja, vai piorar antes de começar a melhorar, e o transformação.
crescimento do consumo interno, quando começar a » O SICETEL entende que o governo deveria promover
melhorar, será de forma lenta e gradual. uma reforma tributária que elimine todos os impostos
» Portanto, a recuperação mais rápida da economia de- cumulativos, reduza o custo de administração de impos-
verá vir das exportações e dos investimentos em infraes- tos, elimine a guerra fiscal e compatibilize a base tributá-
trutura e, quanto mais ampla e com produtos com maior ria do ICMS e do PIS/Cofins.
valor agregado for a nossa pauta de exportação, maior » Além disso, é necessário investir na infraestrutura para
será a nossa chance de sucesso. reduzir os custos logísticos e garantir fontes de finan-
» Existe uma elevada capacidade ociosa na indústria ciamentos para investimentos, em volume e condições
de transformação e um enorme contingente de de- competitivas.
sempregados. A cadeia metal-mecânica, com 70% de » Deve definir, também, uma nova política de comércio
ocupação, poderia aumentar fortemente a sua pro- exterior que aumente a inserção do País nas grandes ca-
dução no curto prazo. deias produtivas mundiais e implantar uma política in-
» Precisamos criar condições para que isso ocorra e, para dustrial que dê sustentação a esse desafio.
tanto, é necessário que todos os agentes econômicos - » Na definição da nova política industrial, é importante
o governo, o setor empresarial e os trabalhadores - se que tenhamos uma visão de cadeia produtiva e avalie-
alinhem com o objetivo de aumentar as exportações das mos, realisticamente, onde temos vantagens competiti-
cadeias produtivas . vas, e centralizar nessas cadeias os esforços para aumen-
» O longo período de valorização do câmbio foi o prin- tar a competitividade da nossa indústria.
cipal responsável pela não competitividade da indústria » A definição das cadeias a serem desenvolvidas pressu-
brasileira, e colocou o Brasil como um País caro para vi- põe uma análise transparente de custos e benefícios, ou
ver e para produzir. O Brasil acabou se tornando caro an- seja, custo para torná-la competitiva e o benefício que ela
tes de se tornar rico, e está se desindustrializando antes poderá gerar para o País e para a sociedade.
de se tornar desenvolvido. » Temos que ter em mente que os recursos, tanto fiscais
» A forte desvalorização do real em 2015 melhorou a como financeiros, são limitados, e que a maior inserção
competitividade dos produtos brasileiros, e vai aumen- de alguns produtos no mercado internacional implicará
tar as nossas exportações e reduzir as importações, mas na importação de outros.
não será o suficiente para reverter, de forma sustentável, » Os produtos das cadeias menos competitivas poderão
a atividade econômica do País e o déficit comercial da ser moeda de troca nos acordos comerciais que temos
indústria de transformação. que expandir com os Estados Unidos, União Europeia e
» Não foi só o real que se desvalorizou; o dólar se valori- com os países latino-americanos do Pacifico.
zou em relação a quase todas as moedas dos principais » Atualmente, o mundo tem capacidade ociosa para a
players internacionais. quase totalidade dos produtos industrializados, se anali-
» Precisamos de uma taxa de câmbio estável, próxima sarmos a economia global.
da taxa de equilíbrio industrial, e que o governo, de » Não existe nenhum mercado carente de fornecedo-
alguma forma, convença o setor industrial que esse res, ávidos por comprar produtos brasileiros. Assim, o
novo nível de taxa de câmbio real será mantido no mé- aumento da inserção do produto brasileiro estará deslo-
dio e longo prazos. cando outro fornecedor e isto será feito com ganhos em
» O governo não pode cometer o erro de permitir, no- alguns produtos e perdas em outros.
vamente, a valorização do real, por mais que essa va- » Durante o 27º Congresso do aço realizado em São Paulo, es-
lorização possa contribuir para acelerar a queda da in- pecialistas e dirigentes de empresas analisaram o momento
flação e facilitar o atingimento da meta que é tão cara vivido pela indústria do aço, demonstraram preocupações e
ao setor financeiro. deram sugestões que deveriam ser consideradas pelo gover-
» As mudanças nas importações e nas exportações no e pela sociedade, num momento em que o País anuncia
estão acontecendo com certa defasagem, de forma a intenção de uma maior abertura da economia, objetivando
gradual e mais lentamente do que gostaríamos e maior inserção do Brasil no mercado internacional.
que acontecia no passado, quando havia uma forte » Existe um consenso quanto a necessidade e impor-
desvalorização da moeda. tância da abertura, mas todos entendem como impres-
» Ninguém decide exportar ou deixar de importar com cindível que as empresas nacionais tenham condições
base na taxa de câmbio de hoje, mas sim, em função isonômicas com os seus competidores.
da taxa projetada para um horizonte razoável no futu- » Ou seja, todos concordam com a abertura como políti-
ro. Além disso, o mercado internacional está muito mais ca geral, mas colocam condições para que isso aconteça;
fraco e, provavelmente, o longo período de valorização e grande parte destas condições não fazem parte da rea-
cambial pode ter inviabilizado alguns elos das nossas ca- lidade econômica brasileira. Como diz o ditado, “o diabo
deias produtivas. está nos detalhes”.

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Considerações finais
» O Instituto Aço Brasil – IABr, mostrou estatística onde » Temos que ter em mente que, apesar do crédito do
as importações brasileiras de aço cresceram 245% en- BNDES ser subsidiado, ele é muito mais alto do que as
tre 2000 e 2015, e neste mesmo período, as nossas taxas de juros cobradas internacionalmente. As con-
importações com origem na China aumentam impres- dições de financiamento dos investimentos é um fa-
sionantes 13.418%, passando a responder por 50% do tor importante nas alocações geográficas das grandes
nosso volume importado. empresas transnacionais, e condições não isonômicas
» Outro ponto levantado pelo IABr, foi um estudo ela- nesse financiamento onera o custo do produto e mina
borado pela consultoria “Strategy&”, mostrando que a competitividade do produto brasileiro.
os impostos não recuperáveis oneram os produtos » A exigência de conteúdo local, que fazia parte da po-
brasileiros em 4% e que a diferença entre o custo fi- lítica industrial do governo anterior, é muito criticada
nanceiro das empresas brasileiras e os de seus con- atualmente. Mas, o SICETEL entende que esse concei-
correntes internacionais oneram mais, entre 7 e 22%, to é importante para o fortalecimento da indústria de
o produto nacional. transformação brasileira. Ele foi utilizado por grande
» Ou seja, a nossa realidade atual não é isonômica em parte dos países, hoje considerados desenvolvidos,
relação aos nossos concorrentes. em algum momento de sua historia, embora hoje es-
» E, na economia, infelizmente, a ordem dos fatores ses mesmos países as critiquem e as considerem pro-
altera o produto, e a provável abertura, sem garantir tecionistas e ineficientes.
condições isonômicas previamente, poderá acelerar o » Lembramos que, ainda hoje, o governo americano
processo de desindustrialização do País. mantém um programa chamado “ buy american”, que
» O ex Ministro da Fazenda Delfim Neto chamou a privilegia a compra de produtos nacionais.
atenção de como ter um setor siderúrgico altamente » Ainda como condicionante para a abertura comer-
integrado à economia é crucial para a assegurar as cial, o SICETEL chama a atenção para a importância de
três autonomias fundamentais de um país: energética, uma escalada tarifária equilibrada ao longo da cadeia
militar e alimentar. produtiva. O Imposto de Importação deve ter acrésci-
» E comentou ainda que “não é à toa que praticamente mos compatíveis com a agregação de valor de cada elo
todas as maiores economias são – ou foram (e agora dessa cadeia. Quanto mais valor agregado, maior deve
se arrependem) importantes produtores de aço”, va- ser o percentual do Imposto de Importação desse elo.
ticinando que os países ocidentais, principalmente a » Estudo recente feito por economistas da UFRJ, por
Inglaterra, poderão se arrepender de ter destruído o solicitação da FIESP e do IEDI, utilizando o conceito de
seu setor siderúrgico. proteção efetiva, mostra que na cadeia metal-mecâni-
» Comentou-se, também, a ameaça de a China vir a ca a proteção não é equilibrada ao longo da mesma.
ser considerada economia de mercado, exortando que » Finalmente, neste momento em que o mercado ex-
o Brasil não deveria, em hipótese alguma, fazer esse terno é apontado como o caminho mais rápido para
reconhecimento. reativar a economia, e que se pretende dar mais ênfa-
» Outra medida considerada importante pelo setor si- se a celebração de novos acordos comerciais, o SICE-
derúrgico é o retorno do Reintegra ao percentual de TEL chama atenção para alguns pontos.
3%. Hoje, ele está na casa do 0,1%. » O governo parece focado em conseguir mais mer-
» O SICETEL entende que o Reintegra deveria ser ainda cados para os produtos agrícolas e, para isso, estaria
maior que esses 3%, e ser crescente conforme a agre- disposto a abrir mais o mercado de bens industriais,
gação de valor dada ao produto: quanto maior o valor em um momento em que existe excedente de oferta.
agregado, maior deveria ser o percentual de rebate. Além disso, os países europeus e os Estados Unidos
» Outra condicionante colocada pelos empresários tem um complexo e eficiente sistema de barreiras não
para abertura comercial é a disponibilidade de finan- tarifárias, que lhes garante a proteção da indústria lo-
ciamentos a custos competitivos. O SICETEL considera cal, mesmo com alíquotas de imposto de importações
importantíssimo para o fortalecimento da indústria baixíssimas;
nacional a disponibilização de uma fonte de financia- » No Brasil, toda a proteção é feita com base no impos-
mento de longo prazo para investimento a custo com- to de importação; não temos expertise em imposição
petitivo. As taxas de juros de mercado praticadas pe- de barreiras não tarifarias, e ainda temos defasagem
los bancos oneram excessivamente os investimentos, cambial e um alto Custo Brasil.
quando não os inviabiliza.
» Muito se discute sobre a forma como foi feita a capi-
talização do BNDES e essa discussão é importante para
aperfeiçoar a atuação das fonte de financiamento de
longo prazo, mas o setor industrial não pode prescindir
de um agente com recursos suficientes para financiar
as cadeias produtivas com o menor custo possível.

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Diretoria SICETEL
Mandato 2015/2019

Presidente Roberto Bevilacqua


Daniele Pestelli Fitas de Aço MCM Ltda.
Fitas Ind. e Tecnologia S/A
Roberto Milhomem Martins
1º Vice-Presidente Belgo Bekaert Arames/Contagem
Ricardo Martins
Grampofix Ind. e Comércio Ltda. Rodrigo de Almeida Prado
Morlan S/A
2º Vice-Presidente
Ecidir Dias Taverneiro Sérgio Chodik
Newport Steel Ind. e Com. Ltda. Eletro Luminar Ind. e Com. Ltda.

3º Vice-Presidente Conselho Fiscal Efetivo


Mauro Isaac Aisemberg
Soma Soluções Magnéticas Luiz Carlos Tenaglia Mariani
Bekaert Cimaf Cabos Ltda
Dir. 1º Secretário
Eduardo de Almeida Prado Tassinari Manoel Marcos G. Lopes
Morlan S/A Armco do Brasil S/A

Dir. 2º Secretário Mauro Bandini


Aguinaldo Cavalcante Cajaíba Comep Indústria e Com. Ltda.
Engemet Metalurgia e Com. Ltda.
Conselho Fiscal Suplente
Dir. 1º Tesoureiro
Silvio Cesar P. Di Martino André Luiz Azevedo Guapo
Di Martino Inds. Metalúrgicas Ltda. Brasmetal Waelzholz S/A Ind. e Com.

Dir. 2º Tesoureiro Henri Cattaruzzi


João Carlos Minello Acc Ind. de Artigos para Escritório S/A
CNC Central Núcleos Siliciosos Ltda.
Leandro Lopes Ferreira
Diretores Siva Ind. Com. Artefatos de Arames e Aço
Ltda.
Eduardo Sampaio Ramos
Mensan Metalúrgica Ltda. Delegados
Representantes Junto à Federação das
Flávio Noal Bergamin Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP
Gerdau Aços Longos S/A
Efetivos
João Henrique Martin Daniele Pestelli
Jotaeme Fitafer Metalúrgica Ltda. Nildo Masini

Nildo Masini Suplentes


Ipiranga Aços Especiais S/A Ricardo Martins
Ecidir Dias Taverneiro

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Relação de Empresas Associadas - SICETEL
A Bronzinox Telas Metálicas e Sintéticas Ltda. Indústrias de Arame Paracambi Ltda.
ACC Indústria de Artigos para Escritório S.A. Indústrias de Telas Metálicas MM Ltda.
Aços Inbrafer Ltda. Ipiranga Aços Especiais Ltda.
American Micro Steel Ltda. Jotaeme-Fitafer Indústria Metalúrgica Ltda.
Arcelor Mittal Brasil S.A. Maccaferri Gabiões do Brasil Ltda.
Armco do Brasil S.A. Mensan Metalúrgica Ltda.
ACZ Inox Comercial Ltda. Metaltela Tecidos Metálicos Ltda.
Bacchi Indústria e Comércio Ltda. Metalúrgica de Tubos de Precisão Ltda.
Bardella S.A. – Indústrias Mecânicas Metalúrgica Golin S.A.
Bekaert Sumaré Ltda. Metalúrgica Nhozinho Ltda.
Bekaert Cimaf Cabos Ltda. Metisa – Metalúrgica Timboense S.A.
Belgo Bekaert Arames Ltda. (Contagem) Monteferro América Latina Ltda.
Belgo Bekaert Arames Ltda. (Osasco) Montepino Ltda.
Belgo Bekaert Artef. de Arame Ltda. (Vespasiano) Morlan S.A.
Brasmetal Waelzholz S.A. – Ind. e Com. Morsing Cabos de Aço Ltda.
CNS – Central de Núcleos Siliciosos Ltda. Newport Steel Indústria e Comércio Ltda.
Comep Indústria e Comércio Ltda. Novametal do Brasil Ltda.
Cosinox Indústria e Comércio Ltda. Perfilados Granado Ltda.
D&D Manufatureira Ltda. Retinox Imp. e Exp. de Aços Inoxidáveis Ltda.
Di Martino – Indústrias Metalúrgicas Ltda. Rud Correntes Industriais Ltda.
DMV Brasil Indústria e Comércio Ltda. Sandinox Com. Importação e Exportação Ltda.
Eletro Luminar Indústria e Comércio Ltda. Sandvik do Brasil S.A. – Indústria e Comércio
Engemet Metalurgia e Comércio Ltda. Serralgodão Comércio e Indústria Ltda.
ESAB Indústria e Comércio Ltda. Siderúrgica São Joaquim S.A.
Fábrica de Pregos Triângulo Ltda. Signode Brasileira Ltda.
Fitas de Aço M.C.M. Ltda. Siva Ind. e Com. de Artef de Arame e Aço Ltda.
Fitas Indústria e Tecnologia S.A. Soma Soluções Magnéticas
Gerdau S.A. Superfine Steel Aços Inoxidáveis Ltda.
Giusti & Cia Ltda. TCA Tubos e Conexões de Aço Ltda.
Grampofix Indústria e Comércio Ltda. Teciam Telas e Tecidos Metálicos Ltda.
Granasa Minas Indústria e Comércio Ltda. Tessin Indústria e Comércio Ltda.
Iara Indústria e Comércio Ltda. Trefilação Aço Rag Ltda.
Incotela Ind. Com. de Telas de Arame Ltda. Usina Metais Ltda.
Indústria Nacional de Aramifício Ltda. Villares Metals S.A.
Indústria Metalúrgica Multiart Ltda. Zampese Máquinas Ltda.

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