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Renata Alexandre
Universidade Metodista de Piracicaba
ralexandre@unimep.br
Revista de Ciência & Tecnologia • v. 17, n. 34, p. 93-111, jan./jun. • 2014 • ISSN Impresso: 0103-8575• ISSN Eletrônico: ISSN: 2238-1252 93
Abstract Given the competitive market, companies are requiring more and more professio-
nals well trained and able to produce in a short period of time. The human element constitutes
one of the key pieces to achieve competitive advantage, and one of the most effective ways
to ensure that advantage is to make use of the knowledge and skills of individuals, especially
when acquiring new technologies. Regarding new technologies acquisition and implementa-
tion, the important role of the engineer should be highlighted. The engineer is one of the
most critical vectors in the processes of acquisition, dissemination and application of tech-
nologies within enterprises. Therefore, this study searches to identify how knowledge mana-
gement related issues are being explored in the areas of engineering, in particular, production
engineering. The main objective is to make a bibliometric analysis of publications on knowled-
ge management in the last five years. Results show that given the important role of knowledge
and its management for industrial organizations and educational institutions, more researches
should be conducted and published in Brazil in order to contribute to theory construction and
dissemination of this theme.
Keywords: Knowledge management; Knowledge transfer; Production engineering.
Introdução
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Os profissionais de engenharia acumulam, geram e atualizam o conhecimento tácito e
explícito, agindo quase como arquivos vivos no dia-a-dia para responder com criatividade e
rapidez à demanda da indústria moderna. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).
Por isso é fundamental fazer o melhor uso do conhecimento desde o ambiente educacio-
nal, trabalhando novos comportamentos para que esses futuros profissionais estejam prepara-
dos diante das situações que os esperarão no ambiente de trabalho (BATALHA, 2008).
A gestão do conhecimento dentro desse contexto é de suma importância para alcançar
a vantagem competitiva em um mercado globalizado que demanda profissionais qualificados
em um curto período de tempo.
É necessário, portanto, identificar como os assuntos relacionados à gestão do conheci-
mento estão sendo explorados nas áreas de engenharia, em especial, a de Produção. Assim, o
objetivo deste artigo é fazer uma análise bibliométrica das publicações sobre gestão do conhe-
cimento dos últimos cinco anos.
O artigo é composto de seções que contemplam, além da introdução, uma revisão da
literatura sobre este tema, a abordagem metodológica adotada para seu desenvolvimento e as
principais conclusões sobre a pesquisa.
Gestão do conhecimento
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No entanto, Dierickx e Cool (1989) já definiam as características deste recurso, conside-
rado uma fonte de vantagem competitiva sustentável. A definição elaborada para este conceito
segundo os autores o descreve como um recurso que:
• Não pode ser negociado e deve ser desenvolvido e acumulado pela empresa;
• Deve exibir uma característica intrínseca e forte, como também complexidade social;
• Seja oriundo das habilidades e aprendizagem da organização;
• Seja fortemente ligado à empresa, com alto grau de imobilidade;
• Deve ser condicionado no nível da aprendizagem.
Portanto, conclui-se que o conhecimento, tendo em vista estas características apresenta-
das, também pode ser considerado um recurso organizacional (FERRARESI, 2010).
Segundo Barbosa, Bezerra e Espejo, (2013) gerenciar o recurso conhecimento é criar,
identificar, manter e compartilhar o conhecimento organizacional por meio da formação de
um ambiente que estimule a troca de experiências entre indivíduos.
Para Terra (2001), além de gerenciar o conhecimento, as experiências trocadas pelos
indivíduos tornam as organizações competitivas, ou seja, criam, sistematicamente, novos co-
nhecimentos, disseminam-nos pela organização inteira e, rapidamente, os incorporam a novas
tecnologias e produtos.
As condições para a criação do conhecimento nas organizações se dá por meio da intera-
ção constante entre indivíduos e ambiente (AMORIM; TOMAÉL, 2011).
O conhecimento organizacional é armazenado em parte nos indivíduos na forma de
experiência, habilidades e competência, e em parte na organização, na forma de documentos,
registros, regras, regulamentos e padrões (SANTOS, 2012).
Uma boa gestão do conhecimento deve motivar as pessoas e torná-las mais criativas para
melhor aproveitamento intelectual dele (BARRADAS; CAMPOS FILHO, 2010).
Para Ambrose et al. (2010), existem três fatores que elevam a motivação nos alunos,
sendo eles:
• A percepção do valor da experiência em uma determinada aprendizagem;
• A expectativa de que eles podem criar e executar um plano para ter sucesso;
• A percepção do quanto o ambiente proporcionado pelo professor apoia seu aprendizado.
Todos estes fatores estão diretamente relacionados à transferência de conhecimento, sen-
do esta uma importante prática na aquisição e implementação de novas tecnologias e filosofias
nas empresas.
Tipos de conhecimento
Segundo Nonaka e Takeuchi (1997) o conhecimento pode ser dividido em tácito e explí-
cito. O conhecimento tácito é aquele que as pessoas possuem internamente e é caracterizado
pela dificuldade em ser formalizado.
Grant (2007) conceitua o conhecimento tácito como algo pessoal baseado na própria
experiência e aprendizado.
Já o conhecimento explícito é mais facilmente transmitido entre os indivíduos, por meio
de uma linguagem sistemática ou formal, com a possibilidade de ser registrado em um banco
de dados ou armazenado eletronicamente (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).
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Ainda segundo Nonaka e Takeuchi (1997), a criação do conhecimento empresarial é
formada por meio de um processo em espiral, que fortalece a relação do conhecimento tácito
com o explícito, quando começa por um indivíduo e se amplifica para toda a empresa. A Figura
1 representa esta espiral.
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Transferência de conhecimento
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2006). Várias pesquisas mostram que o engenheiro, além de seu lado técnico, precisa desen-
volver características e habilidades para trabalhar em grupo, liderar pessoas, trabalhar com
diversos tipos de conflitos e pressões, para se adequar ao novo cenário que lhe é apresentado
(ARAÚJO et al., 2008).
Segundo o Ministério da Educação – MEC, o perfil profissional do engenheiro de pro-
dução define-se em uma formação generalista, humanística, crítica e reflexiva, capaz de desen-
volver novas tecnologias para a solução de problemas relevantes à sociedade (CUNHA, 2002).
A capacidade de manter boas relações pessoais é uma qualidade altamente desejável.
Assim, a integração com as demais áreas da organização exigirá do profissional em engenharia
alguns conhecimentos de relações humanas (SANTOS; SOUSA, 2010).
Para Durand (2000), o perfil profissional é composto por um conjunto de competências,
dividindo-se em três dimensões: o conhecimento (knowledge), o saber fazer (know-how) e as ati-
tudes, englobando não só questões técnicas, mas, também, a cognição e atitudes relacionadas
com o trabalho.
Competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (isto é, conjunto
de capacidades humanas) que justificam um alto desempenho, acreditando-se que os melhores
desempenhos estão fundamentados na inteligência e personalidade das pessoas (FLEURY;
FLEURY, 2001).
Os conhecimentos, habilidades e competências do egresso em engenharia de produção,
são definidos pelas Diretrizes Curriculares na Resolução CNE/CES 11, (CUNHA, 2002),
conforme o Quadro 1.
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Espera-se que após a formação este profissional esteja apto para identificar e solucionar
problemas ligados às atividades de projeto, operação e gerenciamento do trabalho e de siste-
mas de produção, considerando aspectos humanos, econômicos, sociais e ambientais (BOR-
CHARDT et al., 2009).
Nesse contexto, o ambiente educacional pode colaborar para a formação de um profis-
sional, que expresse por meio de comportamentos mais o ser do que o saber técnico, demons-
trando uma visão e um perfil inovador (BAZZO; PEREIRA, 2005).
Oliveira e Pinto (2006) apresentam um conjunto de competências, atitudes e habilidades
para o perfil do engenheiro do século XXI, conforme o Quadro 2.
Na pesquisa realizada por Nose e Rebelatto (2001), o engenheiro de produção deve ter
13 competências, apresentadas no Quadro 3.
Ter flexibilidade
Ter iniciativa e espírito empreendedor
Ter habilidade em trabalhar com pessoas
Ter conhecimento da língua inglesa
Ter conhecimentos de informática
Fonte: NOSE; REBELATTO, 2001
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Borchardt et al. (2009) concluem que na visão das empresas há carências em relação aos
conhecimentos básicos, técnicos, habilidades e competências dos profissionais de engenharia
de produção, o que deve incidir em ajustes no currículos dos cursos, na metodologia de ensino
e na avaliação do aprendizado.
Para Magno (2003), não se deve esperar que os alunos adquiram estratégias apropriadas
simplesmente ao verem o professor utilizá-las. Eles necessitam ser treinados nas competências
a serem adquiridas. Neste sentido, as instituições de ensino devem gerenciar da melhor forma
possível o conhecimento que é transferido para seus alunos.
Procedimentos metodológicos
Bibliometria
Para atingir o objetivo proposto neste estudo, foram necessárias três etapas: busca de
base no portal CAPES, busca de publicações relacionadas ao tema da pesquisa na base de
dados Web of Science e classificação das publicações no sistema Web Qualis.
Como base foi adotado o Portal CAPES, por se tratar de uma das bases mais utilizadas pe-
los pesquisadores nas universidades e também por ser de fácil acesso. Para a análise bibliométri-
ca foi escolhida a base de dados Web of Science - Coleção Principal (Thomson Reuters Scientific) por
fornecer informações que possibilitam analisar os resultados, como autores, países/territórios,
editores, idiomas, anos de publicação etc., de forma automatizada (Web of Science, maio 2014).
Segundo Novo, Geracitano e Henning (2013), a base internacional Web of Science é uma das mais
utilizadas. São mais de 36 milhões de registros, que possibilitam encontrar diversos títulos de
periódicos. Por fim, a classificação foi realizada com base no sistema Web Qualis, utilizando-se
como área de avaliação a categoria Engenharias III. A escolha desta categoria justifica-se pelo
fato deste artigo buscar identificar como os assuntos relacionados à gestão do conhecimento
estão sendo explorados na área de engenharia de produção. O sistema Web Qualis engloba esta
modalidade de engenharia na área de avaliação Engenharias III (Web Qualis, maio 2014).
Primeira etapa – Inicialmente a pesquisa foi realizada no Portal CAPES em Buscar
Base o que resultou em 493 registros de base de dados. Entre os 493 registros encontrados no
Portal CAPES, foi escolhida a base de dados Web of Science - Coleção Principal (Thomson Reuters
Scientific) para a análise bibliométrica deste trabalho.
Segunda etapa – Nesta etapa foi realizada a busca na base de dados Web of Science por
publicações dos últimos cinco anos (2009 a 2014), que continham no seu título, resumo e
palavras-chave o termo Knowledge Management. Esta primeira busca encontrou 6.291 registros,
classificados como: Article, Review, Editorial Material, Book Review, Meeting Abstract, Correction,
Book Chapter, Letter.
Destes registros, realizou-se uma filtragem para somente Article o que resultou em 2.769
publicações. Portanto para a análise bibliométrica foram consideradas estas publicações, com
os seguintes critérios:
• Número (%) de artigos publicados por ano;
• Número dos títulos dos periódicos, seguido do número de artigos.
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Figura 2 – Etapas da abordagem metodológica
Terceira etapa – Realizou-se uma nova busca por meio do ISSN dos títulos de perió-
dicos identificados na segunda etapa, para classificar as respectivas publicações. Em seguida,
para finalizar a análise foram considerados os demais critérios:
• Número de títulos de periódicos que publicaram no mínimo dois artigos por ano;
• Identificação dos autores que publicaram no mínimo um artigo por ano, relaciona-
dos aos títulos de periódicos;
• Identificação dos países relacionados aos autores que publicaram no mínimo um
artigo por ano.
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autores e os principais trabalhos, entre outros (TARICCHI; PASCHOALINO, 2013).
A escolha desta metodologia de pesquisa foi para fornecer dados de quantidade e qua-
lidade de trabalhos publicados e evolução das publicações sobre gestão do conhecimento no
período pesquisado.
Os 2.769 artigos analisados foram publicados em 753 títulos de periódicos diferentes. No
entanto, por restrição da própria base de dados somente os quinhentos primeiros registros de
títulos de periódicos constituem a análise mais profunda, a partir da Tabela 2. O mais antigo
documento incluído no conjunto de dados foi publicado em 2009 e o mais recente em 2014.
O número total (2.769) de artigos publicados nos últimos cinco anos sobre gestão do
conhecimento equivale a aproximadamente 18,05% (2009); 18,95% (2010); 20,22% (2011);
21,48% (2012); 17,69% (2013) e 3,61% (2014) considerando até o mês de Maio. Observa-se
que até o ano de 2012 houve crescimento das publicações ano a ano. Já em 2013 houve decrés-
cimo sendo o ano que menos publicou sobre o respectivo tema, Gráfico1.
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Tabela 1 - Títulos de periódicos que publicaram de 2009 a 2014 sobre Knowledge
Management.
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Tabela 2 - Classificação dos quinhentos títulos de periódicos que publicaram de 2009
a 2014 sobre Knowledge Management.
Nº de artigos publicados
Classificação em Engenharias III (%)
(2009-2014)
A1 130 5,17
A2 601 23,89
B1 438 17,41
B2 23 0,91
B3 8 0,32
B4 4 0,16
B5 41 1,63
C 0 0
Sem Classificação 1271 50,52
Fonte: Web Qualis, maio 2014.
Tabela 3 - Títulos de periódicos que publicaram no mínimo dois artigos por ano
(2009-2014) sobre Knowledge Management em Engenharias III.
Nº de artigos Classifica-
Título do Periódico publicados (Enge-
ção
(2009-2014) nharias III)
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International Journal of Human Resource Management 15 B1
International Journal of Production Economics 15 A1
International Journal of Project Management 15 A2
Service Industries Journal 15 A1
International Journal of Software Engineering and Knowledge Engineering 14 B1
Perspectivas em Ciência da Informação 14 B1
Automation in Construction 13 A1
International Journal of Computer Integrated Manufacturing 13 A2
Computers Education 12 A1
Informação & Sociedade: Estudos 12 B2
Information Sciences 11 A1
International Journal of Advanced Manufacturing Technology 11 B1
Computer-Aided Design 10 A2
Total 902
Fonte: Web Qualis, maio 2014.
Dos 902 artigos, foram encontrados quinhentos autores. A partir disto, buscou-se identi-
ficar os autores que publicaram no mínimo um artigo por ano, o qual contabilizou dez autores,
apresentados na Tabela 4.
Tabela 4 - Autores que publicaram no mínimo um artigo por ano (2009- 2014) sobre
Knowledge Management.
Nº de Artigos publicados
Autores
(2009-2014)
BONTIS N. 9
SERENKO A. 8
YANG J. 7
CHEN Y. M. 6
CHEUNG C. F. 6
JUNG J. J. 6
JONG W. R. 5
KIANTO A. 5
LEE S. 5
ZHEN L. 5
Total 62
Fonte: Web of Science, maio 2014.
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Gráfico 2 - Número de artigos por autor de 2009 a 2014
Observa-se que o maior número de artigos publicados encontra-se no ano de 2009 e não
há uma continuidade na quantidade de publicações por autor durante esse período (2009 a 2014).
Nesta análise, também foi possível identificar que somente um autor publicou em todos os anos
e 2012 o ano em que todos publicaram. Verifica-se que os dois autores que aparecem em primei-
ro e segundo lugar com o maior número de artigos ainda não publicaram no ano de 2014. Por
fim, realizou-se a busca pelos países desses 62 artigos, conforme registrado na Tabela 5.
(2009-2014)
República P. China 14
Coreia do Sul 11
Taiwan 11
Canadá 10
EUA 7
Finlândia 5
Rússia 3
Inglaterra 1
Irã 1
Polônia 1
Portugal 1
Singapura 1
Fonte: Web of Science, maio 2014.
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A Tabela 5 apresenta a diversidade geográfica desses 62 artigos. A China aparece em
primeiro lugar com 22,6% a mais de artigos publicados em relação aos demais países. Em
segundo lugar estão a Coreia do Sul e Taiwan com o mesmo número de publicações. Inglater-
ra, Irã, Polônia, Portugal e Singapura publicaram somente um artigo no período pesquisado.
Verifica-se, além disso, que o Brasil está ausente nesta tabela.
Conclusões
O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise bibliométrica sobre gestão do conheci-
mento visando a mostrar sua evolução e a natureza da literatura relativa ao tema. A análise das pu-
blicações permitiu estudar um determinado corpo de conhecimento sob diferentes perspectivas,
visando a caracterizar os principais autores e respectivos trabalhos em sua categoria de avaliação.
Identificaram-se nos resultados o número crescente de publicações, a quantidade de tí-
tulos de periódicos e a classificação das publicações dos quinhentos primeiros registros em
Engenharias III dos últimos cinco anos. Foram identificados também os títulos de periódicos
que publicaram no mínimo dois artigos por ano, os autores que publicaram no mínimo um
artigo por ano e os países de origem.
Esta análise permitiu identificar descobertas interessantes:
• Há um considerável número de publicações sobre gestão do conhecimento com
classificação Web Qualis na categoria de Engenharias III;
• O termo pesquisado está em evidência e tem maior difusão nos continentes Asiático
(57,57%), Americano (25,75%) e Europeu (16,68%);
• Nota-se a liderança de instituições acadêmicas asiáticas que contribuem substancial-
mente para o desenvolvimento de pesquisas sobre Knowledge Management;
• Observa-se que dos 49,48% classificados em Engenharias III, 29,05% estão avalia-
dos como A1 e A2, os melhores estratos do sistema Web Qualis;
• Há ausência de autores brasileiros que publicaram no mínimo um artigo por ano
sobre o respectivo tema (2009-2014);
• Há ausência de títulos de periódicos brasileiros que publicaram no mínimo dois arti-
gos por ano sobre o respectivo tema (2009-2014).
Em relação à base de dados Web of Science, verificou-se que é uma importante ferramenta
para os pesquisadores que optarem por esta metodologia, pois fornece informações atualiza-
das com mais de 9.200 títulos de periódicos em nível internacional. Além disto, o sistema pode
ser utilizado para uma pesquisa de alta qualidade, associando registros, buscando por autores
relevantes na área de interesse, por referência citada, recebendo alertas de publicação para
assuntos, publicações ou autores, processando os resultados de uma busca e salvando-os ou
enviando-os por email, entre outras possibilidades.
Contudo, dada à importância que o conhecimento, e consequentemente sua gestão têm,
tanto nas organizações quanto nas instituições de ensino, conclui-se que mais estudos nacio-
nais deveriam ser realizados e publicados na categoria Engenharias III, a fim de contribuir para
uma difusão maior do tema.
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Para trabalhos futuros, reconhece-se a necessidade de analisar a literatura em termos de
conteúdo, de modo a estabelecer uma pesquisa detalhada para a investigação do desenvolvi-
mento da teoria.
Referências
Revista de Ciência & Tecnologia • v. 17, n. 34, p. 93-111, jan./jun. • 2014 • ISSN Impresso: 0103-8575• ISSN Eletrônico: ISSN: 2238-1252 109
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Submetido em: 21-5-2014
Aceito em: 21-5-2014
Revista de Ciência & Tecnologia • v. 17, n. 34, p. 93-111, jan./jun. • 2014 • ISSN Impresso: 0103-8575• ISSN Eletrônico: ISSN: 2238-1252 111