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Estudo do livro: O Prazer do Texto de Roland Barthes

O Prazer do Texto é uma obra pós-estruturalista de Barthes, e já na primeira página


o escritor diz ser um texto ambíguo. A expressão do prazer, e sobre tudo do prazer
do texto, é, se não ambígua, incerta de muitas maneiras. É um texto onde a escrita
é também uma ruptura com a significação estrutural a favor de uma possível leitura
erótica do texto.

É evidente, já de saída, que o prazer da leitura é muito diferente entre os sujeitos.


Alguém se enjoa de um texto enquanto outro ama, e o contrário. E é por isso mesmo
extraordinariamente difícil propor uma espécie de lei geral para o prazer da leitura.
Esta é a primeira incerteza.

A segunda incerteza é a noção mesma de prazer. Digamos que em um plano


psicológico está muito mal conhecido, definido. Se recordarmos a história da
filosofia veremos que em todo o seu conjunto tem censurado mais ou menos o
conceito de prazer. Os filósofos do prazer são extremamente raros em nossa
tradição. Podemos citar entre eles os filósofos marginais, Epicuro, Sade e talvez
Diderot. Mas quando falamos de prazer devemos lutar com uma certa resistência
cultural ao prazer, é uma noção que está banalizada por uma opinião corrente.

E uma terceira incerteza vem de aceitar que, ao fundo, a ciência que está mais
próxima ao conceito de prazer na atualidade é a psicanálise. Porém a psicanálise
introduz um conceito muito sutil das diferenças entre os tipos de prazer. No sentido
de Barthes, há uma oposição; considera bastante diferente, que não quer dizer dizer
que seja absolutamente verdadeira, mas tem um valor de guia, de condução, de
condutor teórico, que é a posição entre o prazer e o desfrute (fruição).

Não podemos fazer uma espécie de definitiva distinção, que é muito sutil, e
sobretudo, o autor não quer que ela permita derrubar uma classificação rígida entre
as obras do texto do prazer e as obras do texto de fruição.

Porém, em geral, o que está de parte do prazer são os textos que tem ou apostam
no leitor uma espécie de euforia, de comodidade; a comodidade no refazimento do
seu ego, de alguma maneira, e por isso mesmo, o prazer é totalmente compatível
com a cultura. Há um prazer do cultura, sem dúvida.

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Enquanto que a fruição, evidentemente, é algo mais radical, algo muito mais
absoluto, que sacode o sujeito que está lendo, que o divide, que o plurariza, que o
despersonaliza. É, pois, uma experiência muito diferente, que com frequência vai
precisamente contra a leitura. É nesse sentido que o texto de fruição é raro e muito
variável segundo o sujeito. São textos que tem um pouco de valor, de experiência-
limite, de experiências marginais.

Ao se falar de crítica literária e de literatura, Barthes utiliza termos que procedem da


linguagem do erotismo, mas toma a precaução de não utilizar a palavra: erotismo,
em absoluto, não por moralismo, mas, contrariamente, por ser uma palavra que hoje
tem sido usada excessivamente, e que não há grande originalidade ao falar de
erotismo. Ao postular um erotismo da leitura, Barthes o entende em um sentido
muito preciso, que naturalmente extravia de um contexto analítico.

O erotismo é o investimento amoroso de um objeto; não importa qual, e que não se


o forjamento bem entendido de uma figura humana. Há estágios substitutivos
eróticos da figura humana, e em concreto se pode investir num texto de outra
maneira. E é aí onde se pode dizer que o texto é em geral um objeto de fetiche,
supondo que tenhamos com ele uma relação erótica bem entendida.

O prazer é um direito, e isso é um paradoxo. Barthes toma o que se tem formado


como opinião corrente sobre o prazer, e, efetivamente, atribui ou ao prazer da
literatura ou ao prazer do texto, uma espécie de contexto basicamente reacionário.
Crer que existe umas direitas e existem umas esquerdas, inclusas na cultura
mesmo, inclusive na literatura. E o que tem querido, o que tem feito, e é o verdadeiro,
sentido do livro, é persuadir os escritores, aos intelectuais e aos investigadores de
esquerda que deveriam assumir a noção de prazer para a teoria do texto. Porque,
em geral, os de esquerda, o texto e a literatura, tem apresentado pouco esses
aspectos de valor de combate, esse valor de luta, de compromisso, que queria
mostrar que, em sua opinião, não haveria contradição entre o compromisso social,
o compromisso politico, o compromisso ideológico do texto, por uma parte, e por
outra parte, o que chama de seu poder erótico.

Não se tem que pronunciar o nome, a palavra escritor. Esta é uma questão
justamente que a crítica, a teoria literária tem debatido muito nos últimos dez anos.
Há um certo concepção do escritor que já não é mais possível. O escritor já não
pode ser considerado agora, como dizia Mallarmé, com um senhor. Não se pode
considerar como um pequeno senhor que gosta da sua obra, que é o pai da sua
obra, e a quem se atribui de algum modo todo o benefício passional do seu livro, de
sua obra. Houve um momento em que era necessário apegar-se à noção de escritor.

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Porém, agora como o nivelamento que se tem feito, é impossível reintegrar de
alguma maneira o autor a uma certa visão de literatura. Mas é evidente também que
há outro lugar, há a troca das coisas não em linha reta, senão em espiral, se o
prefere. E é claro também que se pode, perfeitamente, interessar-se pro uma obra,
pelo tipo de figura advinda do autor por detrás do texto.

Barthes também utiliza a palavra novo, fala de novidade, de obras novas feitas por
ele e por outros escritores, e utiliza essas palavras sentido muito concreto. Faz parte
de uma intolerância pessoal que tem por toda a forma de literatura, o pensamento,
a linguagem, sobretudo estão estereotipados. Os estereótipos não o agrada. Além
de que, o momento em que vivemos, a nossa história mesmo, em todo o caso, nos
chama a ir sem cessar de inovação a inovação.

Por tanto, o novo tem para ele uma espécie de valor catártico, um valor de
purificação em si mesmo, sem importar o conteúdo novo. O novo é uma espécie de
marchar dialética absolutamente necessária em nossa historia atual.

Somos uma sociedade móvel, em consequência, devemos ir cada vez mais longe,
mais adiante e além.

Para Barthes o novo não é uma moda. Em geral, esta é a objeção que se pode fazer
à novidade ao dizer que não tem mais importância que há de ser moda. Em
realidade, a moda pode ser algo importante, é algo que tem importância para a
história mesma da sociedade. Barthes pensa que investigar a inovação é sempre
muito difícil, porque se produz uma espécie de estereotipo novo. É por isso sempre
muito difícil fazer algo novo. Porém, acredita que a inovação é algo absolutamente
necessário para a dialética da sociedade. Som, os uma sociedade móvel, não somos
uma sociedade imóvel, temos que aceitar.

E sempre se teve que a leitura nunca é outra coisa que não um atitude inocente, e
como se falar de leitura em termos eróticos, na perversão da leitura? Segundo
Barthes, precisamente, é falado da leitura trágica e da leitura dramática. Onde se
produz a perversão? Segundo ele, refere-se a um sentido preciso da palavra
perversão em sentido da psicanálise freudiana. Na psicanalise a perversão é essa
disposição que de alguma maneira separa em dois o sujeito. O sujeito leitor, por
exemplo, se divide em dois, e uma parte do sujeito entra em contradição com a outra
parte do sujeito.

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Se é aplicada essa tensão na tragédia, é precisamente porque, por exemplo, o
expectador antigo de uma tragédia conhecia muito bem o tema, o fim da historia que
era representada. Por exemplo, a história de Edipo. Sabia muito bem como acabaria
a tragédia, e, portanto, agia como se não conhecesse o final. Experimentava a
mesma emoção e o mesmo prazer como se não tivera conhecido o final. E esse tipo
que define a perversão.

Ao final do livro Barthes diz que atualmente presenciamos os esforços que faz o
artista, em especial o escritor, por destruir a arte. Em principio tem empregado isso
pensando muito mais na pintura, pondo entre macas a palavra porque se trata mais
da pintura que pensando em literatura.

Acredita que em ordem de artes plásticas (pintura e escultura) há uma espécie de


esforço “reimpressionante” por alcançar uma espécie de destruição da categoria
mesma da estética.

No que se refere a literatura. Crê que é mais complexo. Não se pode nunca
equiparar um texto a uma obra pictórica, a uma obra visual. Porque, simplesmente,
qualquer que seja a maneira como seja tomado, veicula um sentido.

O texto é uma linguagem e , em consequência, a destruição da linguagem nunca


pode levar a ser verdadeiramente realizada pelo texto. Crê que para o texto literário
os problemas estéticos são completamente diferentes.

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Há um pacto no espaço do "entre” autor/leitor que possibilita que este último corte
a corda e contente-se no prazer que a escrita permite.

O "entre" é quase um conceito em O Prazer do Texto. Obra que visita o tempo


todo essa noção: desde sua assunção, de saída, como um sujeito contraditório, ao
passar pela "margem de indecisão" resguarda entre a conceituação dos textos de
prazer e de gozo, até sua afirmação da dupla e contraditória perversidade, de afirmar
igualmente a experiência do prazer - ligada à cultura, à afirmação da identidade - e
aquela do gozo, ligada à perda, à fenda, ao distanciamento da cultura. A "fenda" que
é uma noção importante dessa obra, uma outra figuração do "entre": a fenda é o
lugar mesmo da erotização, do gozo: não se goza com a destruição, puramente, da
cultura ou do sentido, mas com as transgressões sutis que se consegue criar entre
essas bordas. Daí a negação de Barthes à mera destruição do sentido, à vanguarda
como violência: negligenciando o lugar do entre, a violência perde o espaço da
erotização; a violência está a um passo do estereótipo, da repetição, da doxa - de
tudo aquilo que consiste.

Para este Barthes, a leitura é um jogo erótico. Contudo, escrever no prazer não
assegura que o prazer chegue ao leitor, é preciso criar um espaço de fruição. E a
escritura é a ciência das fruições da linguagem, é a porta de acesso ao imaginário
e ao ideológico. Entendemos que a escrita barthesiana se move no intervalo sutil
entre o texto de vanguarda (que adia a fluência da leitura e impõe sobre ela seu
próprio e necessário ritmo de leitura) e o texto "clássico" (que mantém um
compromisso com uma prática de leitura confortável).

Barthes defende em O Prazer do Texto dois tipos de textos: texto de prazer e texto
de fruição; e dois regimes de leitura que circundam os textos. O exemplo de texto
de prazer (clássico) de que se serve Barthes é aquele que nos faz escolher as
páginas a serem lidas, sem que haja perda do entendimento do texto em si. Que o
leitor pode seguir a ordem do texto ao escolher as passagens a serem lidas e,
depois, retomar a leitura, sem pular as mesmas páginas. Já o texto de fruição
(vanguarda) é o que nos causa estranhamento, seja na linguagem, seja na
temporalidade da leitura, ou seja, este texto não flui, apenas frui. É o texto que o

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leitor obrigatoriamente tem que se debruçar sobre ele para que o mesmo se torne
legível, porém não será possível falar sobre ele a não ser à maneira dele.
Para o autor, o primeiro é "aquele que contenta, enche, dá euforia (p.21)", aquele
que é oriundo da cultura do leitor e que não questiona e nem rompe com o conforto
da leitura. Já o segundo texto é o que "faz entrar em crise (p. 22)" a própria relação
com a linguagem, é o que desconforta, o que faz vacilar os valores e lembranças.
Há, n'O Prazer do Texto, uma valoração do autor para o primeiro texto. Para Barthes
"o prazer do texto seria irredutível a seu funcionamento gramatical (fenotextual),
como o prazer do corpo é irredutível à necessidade fisiológica (p. 25)".

Há ambigüidade do prazer (contentamento) do texto e fruição (desvanecimento) do


texto é percebida pelo autor:

[...] se eu digo que entre o prazer e a fruição não há senão uma diferença de grau,
digo também que a história está pacificada: o texto de fruição é apenas o
desenvolvimento lógico, orgânico, histórico, do texto de prazer, a vanguarda não é
mais do que a forma progressiva, emancipada, da cultura do passado: o hoje sai de
ontem[...] Mas se eu creio, ao contrário, que o prazer do texto e a fruição são
paralelas [...] que o texto de fruição surge aí à maneira de um escândalo [...] longe
de poder acalmar-se levando em conjunto o gosto pelas obras passadas e a defesa
das obras modernas num belo movimento dialético de síntese, nunca é mais do que
uma "contradição viva": um sujeito clivado, que frui ao mesmo tempo, através do
texto, da consistência de seu ego e de sua queda (p. 30). (destaques do autor).

Essa ambivalência presente na própria definição de Barthes, ainda que tenha


respaldo na psicanálise (o prazer é dizível, a fruição não é), faz com entendamos
que só é possível da fruição resultar o prazer, apenas quando esse texto de fruição
atingir um outro texto de fruição. Só que se o prazer do texto, para Barthes, "não é
um elemento do texto, não é um resíduo ingênuo (p. 33)", só haverá prazer quando
um texto (qualquer que seja ele) entrar em um outro texto, seja ele do domínio do
clássico ou da vanguarda. Então que poderá haver prazer na crítica de um texto de
prazer, ainda que seja um prazer por outras vias, afinal, para Barthes, o prazer do
texto é atópico.

Se nos pautarmos na aplicação da obra O Prazer do Texto, na própria obra, para


entendermos texto de fruição e texto de prazer, verificaremos que há, em Barthes,
uma clivagem do escritor de prazer e do escritor de fruição. Há uma fina percepção
histórica de Barthes que situa sua própria escrita em concordância com um
momento em que as vanguardas deixavam de fazer sentido. Nem clássico,
rigorosamente falando (este pertence ao paradigma da representação), nem

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vanguarda (estas estão presas ao paradigma da violência). A nossa assertiva
respalda-se na escrita de Barthes para afirmar o escritor de prazer, e na escolha da
estrutura da forma para afirmar o escritor de fruição.

Essencialmente, a escrita de Barthes se mantém dentro de uma aventura do sentido.


Ela estica no limite, sem romper, o elástico da legibilidade; pluraliza, sutiliza,
complexifica, mas nunca deixar de valorizar o sentido. Algo entre o prazer e o gozo,
entre o legível e o "escrevível", entre a vanguarda e o clássico. Uma escrita, que,
sem quebrar em nenhum momento o pacto da literatura - de questionar o leitor,
surpreender, frustrar expectativas, melhorar seu repertório -, nunca deixa de quebrar
seu próprio e tácito pacto: o de possibilitar uma experiência agradável de leitura.

Se, ao lermos a obra inteira objetivamos o entendimento de sua escrita, nenhuma


página poderá ser pulada. Mas se o fazemos, perceberemos que o próprio autor
prévio isso na sua escrita, já que o mesmo fragmenta o "tema" e o aborda de
maneiras quase sempre iguais ao longo da obra. Nesse sentido este é um livro de
prazer.

Mas se o leitor não é familiarizado com o "tema" da obra, toda e qualquer repetição
que há na mesma, tem o intuito apenas de fazer com que esse leitor, ao se debruçar
sobre ela, possa fruir. Mas o mesmo jamais dará conta de contentar-se com ela
devido ao fato de a mesma causar estranhamento, enfado ("O enfado não está longe
da fruição: é a fruição vista das margens do prazer (p.36)") seja por sua formatação,
seja por sua ambivalência. Neste sentido esta obra também é uma escrita de
vanguarda devido ao fato de ofertar resistência, o que interfere no ritmo da leitura e
exige que seja mais lenta. Embora, estruturalmente, por subtração, cortes, elipses,
concisão o autor busque a velocidade, da perspectiva do leitor essa estrutura textual
resulta precisamente em seu contrário: a lentidão.

Quanto mais lacunas no texto, mais o leitor deve preenchê-las. Os textos de


vanguarda afetam, portanto, a temporalidade da leitura, obrigando-o a um ritmo
lento, minucioso, concentrado. Ou seja, há fragmentos neste texto que são
econômicos, mas exigem muito mais do leitor. Esse "muito mais" pode ser, enquanto
ritmo, ágil, fluente, desimpedido: tempo de associações, tempo de movimento.

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