Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Escatologia Bíblica
A escatologia bíblica é um estudo de grande importância, pois ela nos conduz a conhecer a
Palavra Profética, a evangelizar os homens, a viver em pureza e a defender a nossa esperança (2 Pe
1.19-21; 2 Co 15.10,11; 1 Jo 3.3; 1 Pe 3.15).
I – PROLEGÔMENOS
1. Etimologia e Conceito
1.1. O termo ESCATOLOGIA é derivado da palavra grega ÉSCHATON (último, fim, últimas
coisas, fim de uma era) e LOGIA (estudo ou exposição de ideias). Portanto, Escatologia significa “o
estudo das últimas coisas” ou “ensino dos últimos acontecimentos”.
1.2. Teologicamente, refere-se ao o estudo dos eventos finais que vão acontecer ao ser humano
(Escatologia Individual) e ao mundo (Escatologia Geral) nos tempos da história humana e da
história eterna, segundo as revelações proféticas da Bíblia.
2. História da Escatologia
Desde o início, o cristianismo foi marcado por uma intensa expectativa com relação à
era presente e à chegada do governo final de Deus. O primeiro sermão de Jesus declarou que o
reino do céu estava próximo (Mt 4.17). Os cristãos primitivos saudavam-se uns aos outros com a
palavra “Maranata”, “Vem Senhor!” A igreja pós-apostólica universalmente afirmou a segunda
vinda de Jesus Cristo. Esse item de fé foi incorporado ao Credo dos Apóstolos: “Ele voltará para
julgar os vivos e os mortos”.
Talvez o aspecto mais controverso da doutrina das últimas coisas seja a interpretação do
milênio, mencionado em Apocalipse 20. Três visões divergentes do milênio têm sido apresentadas
na história da Igreja. Alguns Pais da Igreja, entre eles Papias, Irineu, Tertuliano e Lactâncio,
interpretaram Apocalipse 20 como uma referencial literal ao reino de mil anos de Cristo sobre a
terra. Essa visão chamou-se quiliasmo (do grego quilia, mil), ou pré-milenismo, e foi a crença
escatológica dominante durante o período de martírio e de perseguição. Agostinho ofereceu uma
interpretação alegórica dos mil anos que equiparou o milênio à presente era da Igreja. A posição de
que não haverá nenhum reino literal de Cristo sobre a terra antes ou depois de sua segunda vinda é
conhecida como amilenismo. Uma terceira alternativa, o pós-milenismo, afirma que a volta de
Cristo ocorrerá somente depois que o Reino de Deus for estabelecido pela Igreja. Essa visão é
representada por vários personagens, entre os quais John Wesley, Jonathan Edwards e B. H. Carroll.
A doutrina das últimas coisas tem gerado interesse vigoroso em anos recentes. Uma
variante do pré-milenismo, conhecida como dispensacionalismo, ganhou ampla aceitação em
círculos evangélicos contemporâneos. J. N. Darby (1882), na Inglaterra, e a Bíblia de Referência
Scofield, nos Estados Unidos, contribuíram grandemente para popularizar essa perspectiva. Na
virada do século 19 para o século 20, Albert Schweitzer destacou o contexto teológico radical da
mensagem de Jesus. Mais recentemente, teólogos como Wolfhart Pannenberg e Jürgen Moltmann
tem enfatizado o futuro como uma categoria teológica de grande importância. Seja como for que os
detalhes do fim dos tempos sejam compreendidos, a volta pessoal de Jesus Cristo, a ressurreição e o
juízo finais e a permanência do céu e do inferno pertencem à própria essência da fé bíblica.
II – ESCATOLOGIA INDIVIDUAL
1. A Morte
1.1. A palavra para morte no grego é “tanatos”, e significa “estar separado” (“Dormir”).
1.2. É um espírito criado? castigo pelo pecado (Gn 2.17; Hb 9.27); dissolução da união existente
entre o espírito e o corpo (Ec 12.7); e “o último inimigo a ser destruído” (Ap 21.4; I Co 15.26).
1.3. Tipologia da morte:
a) Morte física: separação entre o corpo, a alma e o espírito (Gn 3.19; Lc 19.19-31);
b) Morte espiritual: separação entre Deus, a alma e o espírito (Gn 2.17; 3.6, 7; Ef 2.1);
c) Morte eterna ou segunda morte: sofrimento final do corpo novamente unido à alma e ao espírito,
no caso do pecador não regenerado, ficando completamente separado de Deus e dos remidos por
toda a eternidade (Ap 20.11-15; 21.8).
2.1. É indicado por termos hebraicos, gregos e latinos: Sheol, Hades e Inferno (*Geena: castigo
eterno/Jr 7.32; Mt 23.15, 33; 25.41,46; Tártaro: 2 Pe 2.4 – anjos maus/abismo).
a) Sheol: Pode referir-se à sepultura (Jó 17.13; Sl 16.10; Is 38.10) e ao lugar para onde vão os
mortos (Gn 37.35; 42.38; Nm 16.33; Jó 14.13; Sl 55.15);
b) Hades: Tradução grega do hb. Sheol. Usado para descrever um lugar de castigo (Mt 11.23; Lc
10.15; 16.23) temporário, e que será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.13,14);
c) Inferno: Termo latino usado para indicar o Hades (Lc 16.23).
2.2. Refere-se à existência consciente tanto do justo como do injusto depois da morte e antes da
ressurreição, em um lugar espiritual, extraterreno, temporário e escatológico, correspondente à
situação pré e pós-morte de cada ser humano em relação a Cristo, ou seja, os que morreram em
Cristo irão espiritualmente ao céu/paraíso (2 Co 12.1-4) e, os que não morreram em Cristo, irão
para o sheol ou hades.
2.3. Passou por mudanças depois da obra de Cristo na cruz (Ef 4.7-9) e passará por mudanças
escatológicas (Ap 9.1-3; 20.1-3,13,14).
(1) A ressurreição de Cristo como as primícias dos muitos que serão ressuscitados (1 Co 15.20,23;
Cl 1.18);
(2) A ressurreição dos santos depois da ressurreição de Cristo (Mt 27.50-53; cf. Lv 23.10-12);
(3) A ressurreição dos mortos redimidos (da Igreja) em Cristo no Arrebatamento (1 Ts 4.16);
(4) O Arrebatamento propriamente dito, que segue ao primeiro grupo de ressuscitados (1 Ts 4.17);
(5) As duas testemunhas, que morrem durante a Grande Tribulação (Ap 11.11-12);
(6) A ressurreição dos mártires da Grande Tribulação (judeus e gentios/Ap 20.4,5);
(7) A ressurreição dos santos da Antiga Aliança, no fim da Grande Tribulação ou quando Cristo
vier para restabelecer o Milênio (Is 26.19; Dn 12.1, 2, 13).
b) Ressurreição dos injustos ou 2ª Ressurreição: Após o Milênio (Ap 20.5, 6, 11-15). Haverá uma
só etapa, que será constituída de todos aqueles que rejeitaram a Deus, que fizeram o mal e não
foram redimidos (Sl 9.17; Jo 5.29b). É chamada “ressurreição do julgamento ou da condenação”.
Esta se dará quando todos os mortos serão chamados do sheol - hades, e seus espíritos unir-se-ão
aos seus corpos, obtendo um corpo ressuscitado de natureza corruptível (Gl 6.8).
a) Corpo do justo:
(1) Será um corpo redimido (Rm 8.23; Fp 3.21);
(2) Identificado com o corpo sepultado (Jó 19.25-27; Fp 3.20,21);
(3) Dado por Deus (1 Co 15.38; 2 Co 5.1-5);
(4) Semelhante ao corpo glorificado de Jesus (1 Jo 3.2);
(5) Corpo real, como o de Jesus (Lc 24.39);
(6) Corpo reconhecível, como o de Jesus Cristo (Lc 24.31; At 7.55,56; 1 Co 13.12);
(7) Livre das limitações terrenas (Jo 20.19).
b) Corpo do injusto:
(1) Será um corpo característico de morte, corrupto e adaptado à alma corrupta (Mt 5.29; 10.28; Gl
6.7,8; Ap 20.12,13; 21.8).
1.1. É uma profecia, um ensino bíblico e um evento futuro, real e visível: Gn 49.10,11; Dn 7; Zc
12-14; Mt 24; 25; At 1.11; Hb 9.28; Apocalipse.
1.2. É pré-milenial, ou seja, se concretizará antes do Milênio na terra (Zc 12-14; Hb 9.28; Ap 19.11-
20.1-6).
1.3. É constituída de duas etapas ou fases, ou seja, o Arrebatamento da Igreja (1ª fase) e a
Manifestação Gloriosa (2ª fase), tendo um evento escatológico entre elas que durará 7 anos, isto é, a
Tribulação escatológica ou a 70ª semana profética de Daniel (Dn 9.24-27).
1.4. Termos gregos usados que tratam da Segunda Vinda e de suas duas fases distintas, segundo
seus contextos peculiares:
2. O Arrebatamento da Igreja
A palavra “arrebatamento” vem do latim raptus, sendo uma tradução da palavra grega
harpazõ, usada 14 vezes no NT. A idéia básica é “remover ou arrebatar repentinamente” (Mt 11.12;
12.29; 13.19; Jo 6.15; 10.12,28-29; At 8.39; 23.10; Jd v.23). No NT, o termo harpazõ indica o fato
de sermos levados para o céu, ou seja, descreve a experiência do “terceiro céu” de Paulo (2 Co
12.2,4) e a ascensão de Cristo ao céu (Ap 12.5). Portanto, harpazõ é uma palavra adequada para
descrever Deus repentinamente tomando a Igreja da terra e levando-a para o céu. Quanto ao texto
de 1 Ts 4.13-15, temos duas expressões importantes: “arrebatados” (gr. harpagesometha) que diz
respeito ao que com freqüência é chamado “Arrebatamento”, e “a encontrar o Senhor” (gr. eis
apantesin tou kuriou) pode ser traduzido por “para um encontro com o Senhor”. A palavra
“encontro” freqüentemente era usada como um termo técnico, que descrevia o povo saindo ao
encontro de um rei ou general à alguma distância da cidade para acompanhá-lo até a entrada. Isto
corresponde ao uso do vocábulo “parousia”, que significa “manifestação, “vinda do Senhor”, o qual
tem um status técnico quando se refere à volta de Jesus e é, muitas vezes, usado para indicar o
Arrebatamento.
a) Período Patrístico (100 d.C. – 590 d.C.): (1) Tim La Haye, no seu livro Sem medo da tempestade,
p.171, cita St. Victorino (270 d.C.), Bispo de Petau, que escreveu um comentário do Apocalipse,
onde ele diz o seguinte: “Vi outro grande e prodigioso sinal, sete anjos com os sete últimos flagelos;
pois neles se completa a indignação de Deus. A ira de Deus sempre ataca os obstinados com nove
pragas, ou seja, perfeitamente, como é dito em Levítico, e elas virão no fim dos tempos, quando a
igreja tiver saído do meio”. Nota: O comentário em questão indica através das expressões “quando
a Igreja tiver saído do meio” das “pragas”, de forma clara, a idéia de um arrebatamento da Igreja
(“do meio”) e de uma situação calamitosa, ou seja, uma grande tribulação (“nove pragas”); (2)
Thomas Ice e Timothy Demy apresentam no seu livro Profecias de A a Z, p.159-161 o seguinte
comentário: “[...]. Como fonte histórica, Pseudo-Efraim é uma referência a um sermão apocalíptico
que contém duas declarações sobre o “proto-arrebatamento”, datadas entre os séculos IV e VII d.C.
Hoje em dia ela é conhecida como o “Sermão a respeito do fim do mundo”. [...]. Algumas das
palavras mais significativas no sermão são: “Portanto, por que não rejeitam os cuidados com as
coisas terrenas e se preparam para se encontrar com o Senhor Jesus Cristo, para que assim Ele
possa nos tirar dessa confusão que toma conta do mundo?... Todos os santos e eleitos de Deus serão
reunidos antes da Tribulação vindoura e serão levados à presença do Senhor, para que não vejam a
confusão que se apossa do mundo proveniente dos pecados da humanidade”. Nota: Pseudo-Efraim
acreditava que os cristãos estavam vivendo nos últimos dias e que em breve experimentariam um
ajuntamento ou arrebatamento de crentes que antecederia o período de Tribulação de 42 meses,
durante o qual o Anticristo reinaria. [...]. O sermão proclama a expectativa de remoção dos cristãos
da terra antes de um período específico de tribulação – e fez isso há mais de 1.200 anos;
b) Período Medieval (590 d.C. – 1500 d.C.): (1) Tim La Haye e Thomas Ice, no livro Glorioso
Retorno, p.50 dizem: “Embora a igreja dos primeiros três séculos não usasse a palavra
arrebatamento para descrever essa ressurreição dos crentes que já haviam morrido e o translado dos
cristãos vivos, ela esperava ansiosamente o evento. Mesmo durante a Idade das Trevas, quando a
interpretação literal da Bíblia foi ofuscada, alguns ainda aguardavam o translado iminente da igreja.
Mais tarde, os santos cristãos, tais como, Hugh Latimer (queimado na estaca, em 1555, por causa de
sua fé) que expressou sua segurança no arrebatamento: “Talvez aconteça em meus dias, velho como
estou, ou nos dias de meus filhos... os santos serão levados ao encontro com Cristo nos ares e
depois voltarão com Ele novamente”; (2) Thomas Ice e James Stitzinger (Enciclopédia Popular de
Profecia Bíblica, 2008, p.91-92) diz: “Um estudo recente do texto do século XIV, A História do
Irmão Dolcino, composto em 1316 por uma fonte anônima, revela outra importante passagem
tribulacional. Como líder dos Irmãos Apostólicos no norte da Itália, o Irmão Dolcino conduziu o
seu povo através de tempos de tremenda perseguição papal. Uma pessoa deste grupo escreveu as
seguintes palavras espantosas: O Anticristo estava entrando neste mundo dentro dos limites do dito
período de três anos e meio; e depois de sua vinda, então ele [Dolcino] e seus seguidores seriam
transferidos para o Paraíso, no qual estão Enoque e Elias. E desse modo seriam preservados ilesos
da perseguição do Anticristo. [...] o escritor desta História acreditava que Dolcino e seus seguidores
seriam transferidos para o paraíso, expressando esta crença com a palavra latina transferrentur, ou
“transladação”, um sinônimo de arrebatamento. Dolcino e seus seguidores se retiraram para as
montanhas do norte da Itália para aguardarem a sua remoção por ocasião do aparecimento do
Anticristo”;
(1) Thomas Ice e James Stitzinger (2008) apresentam como o termo e o ensino do Arrebatamento já
eram usados antes de 1830 para indicar o arrebatamento da Igreja: “Increase Mather (1639-1723),
presidente do Harvad College (1685), foi um importante puritano americano. No que diz respeito à
futura vinda de Cristo, ele escreveu que os santos “seriam apanhados nos ares” com antecedência,
desse modo escapando da batalha final. [...]. O reformador francês Peter Jurien [...] (1687), ensinou
que Cristo viria nos ares para arrebatar os santos e voltaria para o céu antes da batalha do
Armagedom. Ele falou de um arrebatamento secreto antes da sua vinda em glória e do juízo no
Armagedom. Ambos os comentários de Philip Doddridge sobre o NT (1738) e de John Gill (1748)
usaram o termo arrebatamento e falaram deste como iminente. [...]. James Macknight (1763) e
Thomas Scott (1792) ensinaram que os justos serão transportados para o céu, onde estarão seguros
até que o tempo do juízo termine. A mais clara referência [...] pré-Darby, de um arrebatamento pré-
tribulacional vem de Morgan Edwards (1722-1795), que via um arrebatamento distinto ocorrer três
anos e meio antes do início do Milênio. [...]. Edwards escreveu: “A distância entre a primeira e a
segunda ressurreição será de pouco mais de mil anos [...] devido ao fato de que os santos mortos
serão ressuscitados, e os vivos transformados na ‘manifestação’ ou ‘aparecimento’ de Cristo ‘nos
ares’ (1 Ts 4.17)””;
(2) Quanto ao período mais recente, que diz respeito principalmente a John N. Darby (1800-1882) e
à Bíblia de Estudo Scofield, o ensino acerca do Arrebatamento Pré-Tribulacional foi intensamente
estudado à luz de muitos estudiosos que criam e pregaram o ensino de um arrebatamento como
doutrina bíblica e esperança de vida eterna. Lamentavelmente, os críticos dizem que este ensino é
uma inverdade, pois é fruto de uma revelação exposta por uma adolescente (Margareth Macdonald).
Tal conclusão é fruto de uma postura racional infiel à história do ensino e de não ser provida de
análises atenciosas, pois quando se lê o relato da revelação da mística adolescente Margareth
Macdonald, ver-se-á que tal revelação não ensina o arrebatamento pré-tribulacional da Igreja, e sim,
outra forma de arrebatamento. Vejamos o que diz o Dr. Charles C. Ryrie (1997) a respeito: “A
mística mencionada foi uma adolescente chamada Margaret Macdonald [...], e que, segundo se
alega, influenciou tanto os seguidores de Irving como Darby, a respeito do Arrebatamento pré-
tribulacionista. Esta acusação é feita por Dave MacPherson no livro The Incredible Cover-Up (O
Incrível Disfarce). [...]. Permita citar alguns trechos do relato de MacPherson sobre os manuscritos
de Margaret Macdonald a respeito da sua revelação pré-tribulacionista, recebida em 1830, para que
possamos ver se ela de fato ensinou o Arrebatamento pré-tribulacionista: “...o templo espiritual
deve ser e será reerguido, e a plenitude de Cristo derramada em Seu corpo, e então nós seremos
tomados para encontrá-lO... A tribulação da Igreja vem do Anticristo. E será pela plenitude do
Espírito que nós seremos guardados... Oh! Não é conhecido o sinal do Filho do homem... eu o vi, e
era o próprio Senhor descendo do céu com grande vozeiro... Agora o iníquo será revelado, com
todo poder e sinais e maravilhas mentirosas, de tal forma que, se fosse possível, os próprios eleitos
seriam enganados – Esta é a dura tribulação que virá tentar a todos nós”. Três coisas me
preocupam aqui. 1. Essa adolescente fez uma distinção entre crentes espirituais e outros crentes, e
viu somente os espirituais participando do Arrebatamento. MacPherson conclui erradamente, a
partir desse fato, que Macdonald quis ensinar a vinda secreta [de Cristo]. Na realidade, ela estava
ensinando o ponto de vista do arrebatamento parcial. 2. Ela viu a Igreja (“nós”) sendo purificada
pelo Anticristo. MacPherson entende isso como sendo que a Igreja será arrebatada antes que o
Anticristo surja, ignorando o “nós”. na verdade, Macdonald viu a Igreja suportando a perseguição
do Anticristo durante os dias da Tribulação. 3. Macdonald identificou o sinal da vinda do Filho do
Homem (Mt 24.30), o qual claramente aparece no fim da Tribulação, como que acontecendo ao
mesmo tempo que o Arrebatamento. MacPherson diz que Macdonald cria ou em um período muito
curto de Tribulação, ou, tal como ele, ela entendeu que o sinal seria visto somente pelos crentes
cheios do Espírito antes que o iníquo fosse revelado. Na verdade, Macdonald se mostra totalmente
confusa ao fazer tais afirmações. No máximo, sua visão equacionaria o sinal do fim da Tribulação
com o Arrebatamento, o que dificilmente seria o ponto de vista pré-tribulacionista! Quanto a essa
jovem [...], temos que classificá-la como “uma defensora confusa do Arrebatamento”. Ela defendeu
elementos de Arrebatamento parcial, pós-, talvez midi-, mas nunca pré-tribulacionista.”
a) A descida de Cristo a partir dos céus para arrebatar a Igreja, se encontrar com ela nos ares e estar
para sempre com ela (Jo 14.1-3; 1 Ts 4.13-17);
b) A reunião da Igreja através do alarido, da voz do arcanjo e da trombeta de Deus;
c) Ressurreição dos mortos em Cristo (1 Co 15.23; 1 Ts 4.16);
d) Transformação dos vivos (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.17);
e) Os fiéis ressuscitados ou transformados terão um corpo como o corpo de Cristo (1 Jo 3.2): Real
(Lc 24.39), reconhecível (Lc 24.31; At 7.55, 56) e livre das limitações terrenas (Jo 20.19);
f) Todos os que foram arrebatados estarão sendo libertos do mundo apóstata (2 Ts 2.1-3) que sofrerá
o juízo divino da Tribulação de sete anos (Ap 3.10), e comparecerão ao Tribunal de Cristo nos ares
(2 Co 5.9,10) e, depois serão conduzidos às Bodas do Cordeiro e à Ceia das Bodas (Ap 19.7-9).
Logo após o Arrebatamento da Igreja, terá início (nos ares ou no céu?), o TRIBUNAL
DE CRISTO, com a finalidade de examinar as obras dos crentes (Rm 14.10,11; 1 Co 3.11-15; 4.5; 2
Co 5.9,10). Este Tribunal é chamado de “Bema” ou palanque do juiz (como em uma pista de
corridas), perante o qual os participantes ou “corredores” eram reunidos para receber sua “coroa de
louros” ou coroas de vitória. Este julgamento dos crentes não será para condenação, mas para
galardão, pois servirá para verificar “como temos trabalhado” para o Senhor, durante nossa jornada
nesta terra (Ap 22.12).
b) Os galardões: A base desse julgamento, que visa o recebimento ou não de galardões e envolverá
exclusivamente os crentes, aparece no trecho de 1 Coríntios 3.11-15. Quantos aos galardões, os que
não terão suas obras queimadas (ouro, prata e pedras preciosas) receberão as seguintes recompensas
ou “coroas”:
(1) Coroa de gozo ou alegria: recompensa da evangelização (1 Ts 2.19,20; Fp 4.1);
(2) Coroa da justiça: recompensa para aqueles que amam a Sua vinda (2 Tm 4.7,8; Lc 12.35-37);
(3) Coroa da vida: recompensa pela fidelidade (Tg 1.12; Ap 2.10);
(4) Coroa incorruptível: recompensa para os que tem poder de auto-domínio (1 Pe 5.4);
(5) Coroa de glória: recompensa para os pastores e mestres fiéis (1 Pe 5.4; Hb 2.9);
c) Perdas: Haverá perda neste Tribunal – “a obra que se queima” (1 Co 3.13-15). Toda obra que se
tem feito por mera sabedoria terrena (Cl 3.22-24), estas obras são chamadas: “palha, feno e
madeira”.
A Palavra de Deus nos exorta para que não percamos o nosso galardão (2 Jo v.8; Ap
3.11; 22.12; 1 Co 3.15). O galardão é a recompensa das obras dos salvos. Será distribuído, no
futuro, para a Igreja glorificada após o Arrebatamento. Pois todos os salvos entram na posse da vida
eterna sem nenhum mérito próprio, mas somente porque aceitou, pela fé, o que Cristo já realizou. O
cristão glorificado não perderá a salvação, mas poderá perder o seu galardão.
As Bodas do Cordeiro é a gloriosa reunião de Cristo com os seus santos no céu (Ap
19.1-8). Alguns estudiosos crêem que as Bodas do Cordeiro terão a duração de sete anos, mas
parece mais adequado pensar que ela seja realizada no final dos sete anos, no céu (Ap 19.7,8). Os
convidados nas Bodas do Cordeiro devem ser distinguidos da Esposa. Os santos do Antigo
Testamento, os anjos e outros serão os convidados ou “amigos do esposo” que assistirão a tão
insigne festa. Um dos atos posteriores dessa maravilhosa festa é a celebração da Ceia do Senhor
(Mt 8.10-12; Lc 22.16, 27-30).
Quanto a Ceia das Bodas (Ap 19.9), alguns especulam que esse evento ocorrerá durante
o intervalo de 75 dias (entre a volta gloriosa de Cristo e o início do Milênio) mencionado em Daniel
12.11,12. No entanto, parece fazer mais sentido vermos a ceia ocorrendo durante o Milênio (Lc
22.18).
3. A Tribulação
A Tribulação (Jr 30.7; Dn 12.1; Mt 24.21; Mc 13.19; Lc 21.22) é um período de sete anos
no qual Deus derramará a Sua ira sobre a Terra. É a septuagésima semana profética de Daniel 9.27.
Grande parte do livro de Apocalipse é dedicada a ela (Ap 6 a 18). Ela começa com uma batalha (Ez
38.39,22) e termina com outra (Zc 12.3; Ap 16.14), a do Armagedom. E divide-se em dois períodos de
três anos e meio cada. Cada metade desse período é apresentada pelas expressões “42 meses” e “1.260
dias” (Ap 11.2,3); no primeiro, Deus fala ao homem através dos 144.000 judeus salvos; no segundo
(Grande Tribulação), através das duas testemunhas (Ap 7; 14.1-5; 11.1-3). Entre as descrições gerais
da Tribulação, destacamos as seguintes:
3.1. Ela será um período de juízo, conversão e restauração do povo de Israel (Dt 4.30; Dn 12.1,12).
3.2. Ela será um período do julgamento de Deus sobre o mundo. As três séries de juízos descrevem
esse julgamento (selos, Ap 6; trombetas, Ap 8-9; taças, Ap 16).
3.3. O Anticristo escatológico se manifestará e se tornará o governante do mundo (Ap 13).
3.4. Os judeus terão reconstruído o templo em Jerusalém (Is 66.1; Ap 11.1, 2) e aceitarão um pacto
de sete anos com o Anticristo (Dn 9.27 e Jo 5.43).
3.5. Após três anos e meio, o Anticristo trairá o pacto e revelará o seu verdadeiro caráter (Dn 9.27;
2 Ts 2.3; Ap 11.7 e 13.1).
3.6. Começa a “Grande Tribulação” ou “Tempo da Angústia de Jacó” ou, ainda, “Abominação da
Desolação”, principalmente para os judeus (Ap 7.14; Jr 30.7; Mt 24.15).
3.7. As nações e os reis da Terra se reúnem contra Jerusalém (Zc 14.2) na batalha contra o Senhor e
Seu Ungido – Batalha do Armagedom (Ap 16.14, 16; 17.14; 19.19).
3.8. O Senhor sairá com os Seus santos a fim de destruir os inimigos e libertar o Seu povo (Is 13.3-
6; 26.21; Zc 12.9, 10; Mt 24.29ss).
Quanto ao Anticristo escatológico, vários nomes têm sido aplicados a ele: Besta (Ap
13.1); Anticristo (1 Jo 2.18); O iníquo (2 Ts 2.8); o rei que faz conforme a sua vontade (Dn 11.36);
rei feroz (Dn 8.23); homem da iniqüidade (2 Ts 2.3); pastor inútil (Zc 11.17); chifre pequeno (Dn
7.8); o tirano (Is 51.13); o opressor (Is 16.4,5) etc. Seu principal nome é “anticristo”, que significa
“contra Cristo”, assim como substituição ou oposição. No NT, a palavra aparece 5 vezes (1 Jo
2.18,22; 4.3; 2 Jo 7).
4. A Batalha do Armagedom
4.1. 1ª (Início da Tribulação): Ezequiel 38 e 39 – O bloco das nações do norte, liderado pela Rússia,
invadirá Israel (v.12) e será destruído por intervenção divina (v.20), através de uma rebelião entre as
próprias nações (v.21). Será grande o morticínio e os judeus e as nações da Terra reconhecerão a
presença de Deus. Ez 39.21, 22 – É a batalha das Nações Confederadas.
4.2. 2ª (Fim da Tribulação): Batalha do Armagedom – Aqui, a Besta chefiando todas as nações do
mundo, investirá contra Israel (Ap 16.14; 19.19; Zc 12.3; 14.2). Os judeus, cercados, clamarão pelo
Messias que operará sobrenaturalmente entre os exércitos atacantes. Os exércitos serão levados para
Armagedom onde serão destruídos (Ap 19.21; Zc 14.12, 13, 16; etc.).
Esta fase escatológica se processará quando as nações chefiadas pela Besta (Anticristo)
se reunirão contra Jerusalém (Zc 14.2). O remanescente fiel dos judeus volta-se para o Senhor (Is
10.20, 21; Zc 13.9; etc.) e são cercados pelos reis da Terra para a grande Batalha do Armagedom
(Ap 16.14; 17.14; 19.19). Nesse exato momento, Israel clamará a Deus (Is 64.8-12) e Jesus virá em
seu socorro com os Seus santos e anjos (Is 14.3-6; 26.21; Jr 49.20-22; Joel 3.12,13; Zc 14.12-15;
Mt 24.30; At 1.11; Ap 14.19,20).
6.1. Ovelhas: Aquelas que trataram os judeus com benevolência (Mt 25.35, 36);
6.2. Bodes: Aquelas que maltrataram ou perseguiram os judeus (Mt 25.41-45); e
6.3. Irmãos: Os judeus que reconheceram a Cristo como o seu Messias (Is 4.1-3).
As nações “bodes” serão destituídas do seu poderio e passarão por uma assolação (Joel
3.12, 19). Esse juízo não deve ser confundido com o de Ap 20.11-15.
Além do Tribunal de Cristo e do Juízo das Nações, dois outros juízos futuros de grande
expressão irão ser realizados, um antes do Milênio (Juízo de Israel) e outro, depois do Milênio
(Juízo Final). Quanto ao Juízo de Israel, Kepler Nigh (1998, p.144) diz o seguinte: “...Este juízo
acontecerá no final da tribulação. Cristo fará com que os judeus sejam reunidos e julgados...” (Ez
20.33-38; Mt 19.28).
7. O Milênio
O Milênio é um período de mil anos, inaugurado com a 2ª Vinda de Cristo à Terra, tendo
Jesus como Rei (Gn 49.10; Ap 20.4-6), e que terá começo por uma série de juízos. É a última
dispensação da história da humanidade (1ª - Inocência; 2ª - Consciência; 3ª - Governo Humano; 4ª -
Promessa; 5ª - Lei; 6ª - Graça; 7ª - Milênio). Alguns títulos usados na Palavra de Deus em
referência ao Milênio:
O termo “milênio” vem do latim Millennium, e do grego Chilliad. Ambos querem dizer
“mil anos”, e são empregados em referências a um futuro período de governo justo sobre a terra,
que se prolongará por mil anos. Nas Escrituras Sagradas não aparece a palavra “milênio”, como
também são omitidas as palavras Bíblia e Trindade. Contudo, há referências claras que mostram
que este reinado será literal e terreno, além de se desenvolver por 1.000 anos (At 1.6,7; Ap 20.4-6;
1 Co 15.24-28).
a) Jesus Cristo será o Governante no Milênio (Jr 23.5; Lc 1.31-33; Ap 11.15; 19.6);
b) Quanto ao caráter do governo de Cristo, as Escrituras nos ensinam que será na plenitude do
Espírito (Is 11.2-5), que será em equidade e justiça (Jr 23.5-6), que o pecado será castigado (Salmo
2.9; 72.1-4; Is 65.20; Zc 14.16-21), que será próspero e glorioso (Jr 23.5; Is 24.23), e que será um
reinado de paz (Is 2.4; 11.5-9; 65.25; Mq 4.3);
c) O centro do governo no Milênio será Jerusalém (Is 2.3). Jerusalém será um lugar santo (Is 4.3-5);
um lugar de grande glória (Is 24.23); o local do futuro templo (Is 33.20); reconstruída (Jr 31.38-40);
o centro espiritual de toda a terra (Is 62.1-7); e o regozijo de toda a terra (Sl 48.2);
d) Três grupos de pessoas serão relacionados com o governo milenial:
(1) Israel: Será reunido e restaurado pelo Senhor em sua salvação, exaltado, abençoado e favorecido
através deste período.
(2) Nações: As nações serão súditos do Rei durante o Milênio (Sl 72.11; 86.9; Dn 7.13,14; Mq 4.2;
Zc 8.22).
(3) Igreja: A Igreja (glorificada) reinará com Cristo, não como súdita do Rei, e sim, como uma que
de direito compartilhará o reino, ou seja, como a rainha do Rei dos reis (2 Tm 2.12; Ap 5.10; 20.6).
No fim do Milênio, Satanás será solto e sairá a enganar as nações (Ap 20.7-10). Por que
satanás será solto novamente? É bom saber que:
a) Muitos nascerão no Milênio e terão de ser evangelizados e ensinados sobre Cristo, sua obra e seu
reinado;
b) Depois de mil anos de bênçãos na Terra, os homens terão de ser “testados” quanto à sua
obediência para com Cristo.
Essa revolta será de caráter mundial e o destino das nações rebeladas (Gogue e Magogue –
Ap 20.8) será a morte, a ressurreição para o juízo e o lago de fogo (Ap 20.11-15).
8. O Juízo Final
8. O Estado Eterno
a) A expressão “Novos Céus” é usada no plural, na maioria das vezes que é citada quanto ao fato de
ser uma nova criação (Is 65.17; 66.22; 2 Pe 3.10-13; Hb 1.10-12; Sl 102.25,26;), o que implica ser
uma nova referência a todo o universo, ou seja, todo o Cosmo celestial ou espaço sideral com suas
galáxias, planetas e demais astros serão destruídos e desaparecerão, sendo substituído por outro
melhor;
b) O termo hebraico usado para céus está no plural (Shamayim – quer dizer “as alturas”). Já o termo
grego usado é “ouranos”, que significa “o que está elevado”. São termos usados por mais de 700
vezes na Bíblia e, em geral, referem-se a três diferentes locais: atmosfera (nosso céu), ao universo
(espaço sideral) e à morada de Deus (2 Co 12.1-4);
c) Os céus abaixo do céu de Deus (a atmosfera terreno-celestial e o universo) serão destruídos,
pelos seguintes motivos:
(1) Eles não são mais puros à vista de Deus, pois se tornaram pecaminosos (pecado dos anjos e dos
homens – Jd v.6; Rm 8.18-23; Gn 3);
(2) Se tornaram um campo de batalha espiritual (Jó 1.6-12; 2.1-6; 15.15; Ef 2.2; 6.10-12; Ap 12.7-
9);
(3) Estes céus (e a terra), de agora, são uma habitação inadequada para o Estado Eterno ser
concretizado;
(4) Eles serão destruídos (tanto os céus de hoje como a terra) não em termos de renovação, e sim,
no sentido de serem extintos ou desintegrados. A Bíblia usa expressões como “passarão”,
“mudados” e “guardados” e “guardados para o fogo” (serão queimados com grande estrondo, o que
resultará num desaparecimento total dos atuais céus e terra e de tudo o que eles contém (2 Pe 3.10-
12).
d) A Nova Terra será um novo planeta, onde habitará justiça em todos os aspectos, sejam eles
geográficos (não haverá mais mar; novos pontos cardeais serão implantados), políticos (o trono de
Deus estará na Nova Terra), climáticos (não haverá mais sol, noite etc.) e ético-espirituais (não
haverá pecado) (2 Pe 3.10-13; Ap 21 e 22).
e) Nova Jerusalém: A Nova Jerusalém será a principal cidade do Estado Eterno, pois nela estará o
trono de Deus e do Cordeiro. Ela é uma cidade literal, construída por Deus (Hb 11.10,16), através
de materiais celestiais e com uma arquitetura igual em comprimento, altura e largura, tendo
moradas suficientes para todos os seus moradores (Jo 14.1-3). Será uma realidade visível apenas no
Estado Eterno (Ap 21;22), proporcionando muitas bênçãos para os seus moradores e para os povos
e nações da Nova Terra, através, principalmente do fruto da árvore da vida (Ap 22.1-5). Segundo
alguns teólogos, a Nova Jerusalém terá 8.000.000 (oito milhões) de avenidas, com o comprimento
de 2.200 km (dois mil e duzentos quilômetros) cada uma, segundo as medidas apresentadas em
Apocalipse 21.9-17.
➢ Razões da Nova Jerusalém ser uma cidade literal: (1) Jesus voltou ao céu para preparar um
lugar ou cidade para a Igreja (João 14.2,3); (2) Ela foi arquitetada e construída por Deus
com sólidos alicerces celestiais (Hebreus 11.10); (3) Os heróis da fé desejavam uma cidade
celestial, a qual foi preparada por Deus (Hebreus 11.16); (4) A Nova Jerusalém ora
preparada para a Igreja, pertence a Deus (Hebreus 12.22). Ao aceitarmos a Cristo, nos
aproximamos da Nova Jerusalém como futuros moradores dela; (5) Hebreus 13.14 diz que
não temos na terra uma cidade ou morada fixa, pois vivemos em busca de uma cidade que
foi preparada, prometida e que virá aos moradores que lhe buscam; (6) A Igreja é cidadã do
céu, apesar de morar na terra. Mas, do céu ela aguarda vir a sua cidade ou morada preparada
por Deus, que é o Senhor Jesus, que ao voltar glorificará o nosso corpo terreno em um
celestial, semelhante ao Seu, adaptando-nos assim, à Jerusalém celestial (Filipenses 3.20,21;
Hebreus 12.22); (7) A Nova Jerusalém é o nome da cidade construída por Deus. Apocalipse
3.12 diz que o nome dela vai ser gravado na vida de todo membro da Igreja que será
reconhecido como vencedor; (8) A "Jerusalém do alto", como Paulo a identifica (Gálatas
4.26) ou "a nova Jerusalém, que desce do céu" como João a nomeia (Apocalipse 3.12), é
contrastada por Paulo com um cidade real, ou seja, a Jerusalém atual (Gálatas 4.25). Assim,
é lógico dizer que a Nova Jerusalém é uma cidade real ou literal, e não um símbolo da
Igreja; (9) O apóstolo Paulo trata simbolicamente a nova Jerusalém de "a nossa mãe", tendo
em vista, ensinar que somos (a Igreja) gerados e acolhidos por ela. Tal expressão de Paulo
assemelha-se à expressão "minha cidade natal", que indica que você não é cidade, mas tem
uma cidade; (10) Os capítulos 21 e 22 de Apocalipse a descrevem com tantos detalhes de
arquitetura e de construção, que, pelo bom senso hermenêutico, é mais adequado reconhecer
que é uma cidade literal do que um símbolo da Igreja ou da nova criação. O uso de inúmeros
símbolos ou imagens terrenas tencionam destacar (de forma aproximada) sua grandeza
arquitetonicamente celestial.
a) Deus e o Cordeiro governarão a nova terra e os novos céus a partir da Nova Jerusalém (Ap
22.3,5);
b) A nova vida se concentrará em conviver com Deus, servi-lo com adoração e reinar junto com
Ele, sem ter lembranças das coisas antigas (Ap 22.3-5; Is 65.17,18);
c) Os santos glorificados da Igreja e da antiga Aliança morarão na Nova Jerusalém e governarão a
Terra sob Cristo (Dn 7.18, 27; Ap 22.1-5);
d) Os salvos oriundos do Milênio (povos e nações) viverão para sempre na Terra, mediante a árvore
da vida (Ap 2.7) e não pela ressurreição (Ap 22.1-5).
IV – SISTEMAS ESCATOLÓGICOS
1.1. Dispensacionalismo
Ela propõe a idéia de que as Escrituras podem ser divididas em duas alianças: 1)
Aliança das Obras e 2) a Aliança da Graça. Os participantes da primeira aliança eram Deus e Adão.
A promessa da aliança era a vida. O requisito era a total obediência de Adão. Caso não fosse
cumprida, a penalidade seria a morte. Para salvar o homem da penalidade de sua desobediência,
uma segunda aliança, feita para toda a eternidade, passou a ser usada, ou seja, a Aliança da Graça.
A Aliança da Graça é tratada sobre dois aspectos. O primeiro diz respeito a Deus, por
isso algumas vezes ela chamada de Aliança da Redenção. Os participantes, nesse caso, são Deus e
Cristo; a exigência era a total obediência do Filho, a ponto de sofrer a penalidade da desobediência
humana, ou seja, a morte. A promessa era a salvação para todos os crentes. No segundo aspecto, os
participantes eram Deus e o crente, a promessa era a vida eterna e a exigência era a fé em Jesus
Cristo como a única “obra” necessária do crente (Jo 6.29).
A teologia das alianças tem muitos aspectos maravilhosos, por exemplo, a ênfase na
graça de Deus. No entanto, essa perspectiva não permite que o único decreto ou plano divino possa
operar na história através de múltiplas maneiras, como o tratamento distinto dado à Igreja e a Israel.
Essa teologia reduz o plano multifacetado de Deus a apenas um – os que serão salvos por toda a
eternidade. A teologia das alianças muitas vezes é contrária a um entendimento literal e futurista
das profecias.
2. Sobre o Livro de Apocalipse
2.1. Preterismo
O preterismo tenta responder à pergunta: “Quando é que uma profecia será cumprida na
história?” Ele é uma das quatro possíveis interpretações sobre os tempos finais na profecia bíblica.
Os quatro pontos de vista refletem as únicas possibilidades em relação ao tempo: passado
(preterismo), presente (historicismo), futuro (futurismo) e atemporal (idealismo).
Os preteristas ensinam que a maioria, se não todas as profecias, já foram cumpridas.
Eles alegam que porções proféticas importantes da Bíblia (como o Sermão Profético e o livro de
Apocalipse) foram cumpridas nos eventos associados à destruição de Jerusalém pelos romanos em
70 d.C. Eles acreditam que são impelidos a ter essa perspectiva porque Mateus 24.34 e suas
passagens paralelas dizem: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto
aconteça”. Eles afirmam que isso significa que essas coisas precisavam ser cumpridas no primeiro
século. Para os preteristas, Apocalipse refere-se a algo similar quando afirma que Cristo vem “em
breve” e que seu retorno está próximo. Após terem concluído que essas profecias precisavam ter se
cumprido no século I, eles passaram a argumentar que estão agindo corretamente ao crerem que
todas as passagens referem-se ao cumprimento local (Jerusalém), ao invés de tratar-se de um
cumprimento mundial.
Já
os preteristas moderados acreditam que quase todas as profecias bíblicas foram
cumpridas no evento do ano 70, mas também pensam que algumas passagens ensinam sobre uma
Segunda Vinda futura (At 1.9-11; 1 Co 15.51-53; 1 Ts 4.16,17).
Por sua vez, os preteristas extremistas ou consistentes, como eles preferem ser
chamados, acreditam que toda a profecia bíblica foi cumprida na destruição de Jerusalém, em 70 d.
C. Eles acreditam que, existe uma Segunda Vinda futura, mas a Bíblia não fala sobre ela.
2.2. Historicismo
Essa teoria foi defendida quase unanimemente pelos protestantes da Reforma até quase
100 anos atrás, sendo também a teoria adotada por muitas seitas que tiveram início no século 19,
como os mórmons, os adventistas do sétimo dia e as testemunhas de Jeová.
2.3. Futurismo
Somente o futurista pode interpretar toda a Bíblia de maneira literal e, depois de fazê-lo,
harmonizar suas conclusões num sistema teológico coerente. Assim como pessoas, lugares e
tempos devem ser entendidos literalmente em Gênesis 1-11, também os textos relacionados ao
tempo do fim devem ser entendidos da mesma forma. Dias significam dias; anos significam anos;
meses significam meses. Assim, a única maneira pela qual o livro do Apocalipse e outras porções
proféticas da Bíblia farão qualquer sentido, é se forem entendidas de forma literal. Isso significa
que a maior parte delas ainda não aconteceu, sendo, portanto, futuras.
Cerca de um terço da Bíblia consiste de profecia, e a maior parte dessa profecia versa
sobre o futuro. Uma vez que uma abordagem coerentemente literal de toda a Bíblia, inclusive das
partes proféticas, principalmente do Apocalipse, é a maneira correta de entender a revelação de
Deus ao homem, a abordagem futurista é a maneira mais adequada de considerar a cronologia da
profecia bíblica.
2.4. Idealismo
3.1. Pré-Tribulacionismo
O Pré-Tribulacionismo declara que a Igreja não provará qualquer parte dos sete anos da
Tribulação, visto que estará com o Senhor. Ele chega a esta posição mantendo uma clara distinção
entre o modo de Deus lidar com a Igreja de Cristo e o tratamento divino para com a nação de Israel.
Os que apóiam este ponto de vista crêem que Deus retirará a Igreja do mundo e, então, Sua atenção
voltará a Israel e às alianças que fez com a nação no Antigo Testamento. Além do mais, pré-
tribulacionistas concluem que, visto que a Igreja está isenta da ira de Deus (1 Ts 1.9,10; 5.9), ela
não estará na terra durante aqueles sete anos da Tribulação. Este ponto de vista também mantém o
conceito da iminência (“a qualquer momento”) do retorno do Senhor Jesus para retirar a Igreja do
mundo, significando que não há sinais ou eventos que precisem ocorrer antes do Arrebatamento.
3.3. Pós-Tribulacionismo
O Pós-Tribulacionismo ensina que o Arrebatamento da Igreja ocorrerá ao final da
Tribulação, e que será removida no fim do período quando Cristo voltar em poder. O arrebatamento
é distinto da Segunda Vinda, embora seja separado dela por um pequeno intervalo de tempo. A
Igreja permanecerá na terra durante todo o período da Tribulação.
Ensina que somente os que foram fiéis na Igreja serão arrebatados no início da
Tribulação. Somente os crentes considerados dignos serão arrebatados antes da ira de Deus ser
derramada sobre a Terra; os que não tiverem sido fiéis permanecerão na Terra durante a Tribulação.
4. Sobre o Milênio
4.1. Pré-Milenismo
O Pré-Milenismo é uma das três principais perspectivas da profecia bíblica (as outras
são o amilenismo e o pós-milenismo). O pré-milenismo ensina que a Segunda Vinda de Cristo à
terra ocorrerá antes do estabelecimento do seu reino de mil anos descrito em Apocalipse 20.1-7.
Há diversas formas de pré-milenismo, que diferem quanto ao momento em que ocorrerá
o Arrebatamento com relação à Tribulação, mas todos ensinam que o Milênio vai durar mil anos e
seguirá ao Segundo Advento de Cristo. Quanto a estas formas, duas delas se destacam:
a) Pré-Milenismo Histórico ou Clássico. Este ponto de vista expressa os seguintes ensinos:
(1) A volta de Jesus se dará antes do Milênio, mas não reconhece a existência das dispensações;
(2) O reinado de Cristo é literal e de mil anos aqui na terra;
(3) Antes da vinda de Cristo acontecerá a evangelização das nações, a grande tribulação, a grande
apostasia e a manifestação do Anticristo escatológico;
(4) Quando Cristo voltar, os crentes que estiverem vivos serão transformados e os que estiverem
mortos serão ressuscitados;
(5) Com a vinda de Cristo, o Anticristo será exterminado. Nessa época haverá a conversão da maior
parte dos judeus;
(6) Jesus Cristo reinará na terra por mil anos. Seu trono e sede do reinado será em Jerusalém, de
onde governará todo o universo. O Templo de Jerusalém e o sacerdócio do AT serão novamente
restaurados;
(7) O Milênio não é visto como um estado final, já que depois dele ainda haverá um novo Céu e o
Inferno; (8) A ressurreição das pessoas não-salvas só se dará no final do Milênio, após a vitória
final de Cristo sobre satanás.
(1) Essa linha de interpretação de interpretação profética é pré-milenista porque crê que a volta de
Cristo se dará antes do Milênio (Ap 20.4-6);
(2) Esta forma chama-se dispensacionalista por dividir a história humana em grandes dispensações.
Uma dispensação normalmente é entendida como um período de tempo caracterizado por um modo
distinto de Deus se relacionar com o ser humano;
(3) Faz distinção fundamental e permanente entre Israel e a Igreja, Deus tem, então, dois povos com
os quais lida ainda nos dias de hoje;
(4) O Antigo Testamento ensina que haverá um reino futuro, milenar e terreno;
(5) O reino seria dado aos judeus quando Cristo veio pela 1ª vez, e nesse tempo se cumpriria a
Septuagésima Semana de Daniel 9. Mas quando os judeus rejeitaram e crucificaram Jesus, essa
semana foi adiada e, conseqüentemente, o reino foi transferido para o futuro;
(6) O tempo entre a semana 69 e 70 de Daniel é chamado de Era da Igreja, sendo encarado como
um parêntese na história e no plano divino. Isso faz com que seja necessário arrebatar a Igreja da
terra para que os propósitos de Deus se cumpram em Israel;
(7) A volta de Cristo se dará em duas fases: Primeiro, Ele virá buscar sua Igreja; e depois de um
curto período (7 anos), voltará para reinar no Milênio. Entre o Arrebatamento da Igreja e o Milênio
acontecerá a Grande Tribulação;
(8) Jesus Cristo reinará na terra por mil anos. Seu trono e sede do reinado será Jerusalém, de onde
governará todo o Universo. O Templo de Jerusalém e o sacerdócio do Antigo Testamento serão
novamente restaurados.
4.2. Amilenismo
De acordo com o Amilenismo não haverá no futuro um período de mil anos no qual
Cristo reinará sobre a terra; ele ensina que existe uma presença espiritual do reino na terra desde a
1ª vinda de Cristo até à 2ª vinda. O termo escatológico usado em português é formado de três partes
diferentes: o prefixo a, que quer dizer “não”; as palavras latinas mille, que significa “mil” [chilias
em grego], e annus, que significa “ano” [etos em grego]. Portanto, amilenismo significa “não mil
anos”. Outros títulos: milenismo simbólico, milenismo realizado etc.
O Amilenismo não estava presente na Igreja primitiva. [Pelo menos não há registro de
sua existência]. Aparentemente ele se desenvolveu como resultado da oposição ao literalismo pré-
milenista e depois evoluiu até tornar-se um sistema positivo. Ele chegou a dominar a Igreja quando
Agostinho (354-430), um grande pai da Igreja e teólogo, abandonou o pré-milenismo e adotou o
amilenismo. Provavelmente seria correto dizer que o Amilenismo foi a posição mais aceita durante
grande parte da história da Igreja, inclusive pela maioria dos reformadores protestantes dos séculos
XV e XVI.
Seus principais ensinos são:
a) O milênio já real no meio da humanidade. Os crentes mortos já reinam com Cristo no céu;
b) O milênio não é literal e nem terreno. É figurado e espiritual ou celestial;
c) Cristo já está governando seu povo através da sua Escritura e de seu Espírito, e irá governar de
forma visível na Nova Terra e no Novo Céu;
d) Até o fim do mundo deve-se esperar que o pecado e o mal continuem a existir;
e) O estado final, para todos os seres, só se dará com a Segunda Vinda de Jesus;
d) Antes da volta de Cristo a apostasia se intensificará, bem como a Tribulação. Haverá também a
manifestação de um Anticristo pessoal;
e) A Segunda Vinda de Cristo é um evento único, seguido imediatamente da ressurreição geral de
crentes e incrédulos;
f) Os crentes que estiverem vivos quando Cristo voltar serão transformados e glorificados.
4.3. Pós-Milenismo
Há dois tipos principais de pós-milenismo: (1) um tipo bíblico que tira seu material da
Bíblia e seu poder de Deus; (2) e o tipo evolucionário ou teológico-liberal que baseia-se na
confiança de que o homem pode alcançar progresso através de meios naturais. Esses dois sistemas
muito diferentes entre si têm uma coisa em comum: a idéia de progresso e da solução definitiva das
dificuldades atuais.
❖
Maranata! Ora vem, Senhor Jesus!!!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALLISON, Haroldo B. A doutrina das últimas coisas. São Paulo: IBR, 2002.
ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de estudo do discípulo. Santo André: Geográfica, 2010.
CLARK, David S. Compêndio de teologia sistemática. São Paulo: CEP, 1988.
COENEM, Lothar e BROWN, Colin. Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. São
Paulo: Vida Nova, 2000.
ERICKSON, Millard J. Opções contemporâneas na escatologia. São Paulo: Vida Nova, 1982 (*Título
atual: Escatologia: a polêmica em torno do milênio).
GILBERTO, Antônio. O calendário da profecia. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
GONÇALVES, Antonio. Do Éden ao juízo final. São Paulo: Logos Gráfica e Editora Ltda., 1981.
HORTON, Stanley M. O ensino bíblico das últimas coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
HOUSE, H. Wayne. Teologia cristã em quadros. São Paulo: Vida, 1999.
ICE, Thomas e DEMY, Timothy. Profecias de A a Z. Porto Alegre: Actual Edições, 2003.
LAHAYE, Tim (ed.). Bíblia de estudo profética. São Paulo: Hagnos, 2005.
LAHAYE, Tim e HINDSON, Ed (eds.). Enciclopédia popular de profecia bíblica. Rio de Janeiro: CPAD,
2008.
LAHAYE, Tim e ICE, Thomas. Glorioso retorno. São Paulo: Abba Press, 2004.
LAHAYE, Tim. Sem medo da tempestade. São Paulo: Quadrangular, 1995.
LARKIN, Clarence. The second coming of Christ. Glenside, USA: Rev. Clarence Larkin Estate, 1922.
McGRATH, Alister E. Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã. São
Paulo: Shedd Publicações, 2005.
MIRANDA, Valtair Afonso. O que é escatologia?. Rio de Janeiro: MK, 2004.
NIGH, Kepler. Manual de estudos proféticos. São Paulo: Vida, 1998.
PENTECOST, J. Dwight. Profecias para el mundo moderno. Miami: Unilit/Logoi, 1990.
PINHEIRO, Isaque Nunes. Doutrinas bíblicas. Rio de Janeiro: Maanaim, 1997.
RYRIE, Charles C. El Espiritu Santo. Chicago: The Moody Bible Institute, 1978.
RYRIE, Charles C. Vem depressa, Senhor Jesus. Porto Alegre: Chamada da Meia-Noite, 1997.
ROLDÁN, Alberto Fernando. Do terror à esperança: paradigma para uma escatologia integral. Londrina:
Descoberta, 2001.
SHEDD, Russell e PIERATT, Alan. Imortalidade. São Paulo: Vida Nova, 1992.
TEIXEIRA, Alfredo Borges. Maranata. São Paulo: Missão Brasileira Messiânica, 1971.
WALVOORD, John F. Todas as profecias da Bíblia. São Paulo: Vida, 2000.