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Umbanda é acolhimento, humildade e diversidade!

Uma casa espiritual aberta, calorosa e povoada de cores, aromas e canções. Uma casa de
vó, onde encontramos o bálsamo para as feridas mais urgentes, pedimos socorro e
recebemos o afago revitalizador. Onde também encontramos o puxão de orelha necessário
para o nosso crescimento, quando nos deparamos, enfim, com aquilo que fingimos
desconhecer, o que evitamos conceber: os nossos defeitos. Esse abrigo, esse oásis de afeto
e espiritualidade em meio ao mundo hostil das cidades, se configura como cabana de
caridade, tenda de Umbanda.

Não se trata de um templo suntuoso, um grande monumento bordado a ouro e pedras


preciosas. Ao contrário, o seu grande tesouro está na simplicidade de seus cômodos, no
verde natural de suas plantas e, principalmente, no brilho do olhar daqueles que por lá
passam e mudam as suas vidas. A Umbanda nos ensina que nos casebres mais humildes
encontramos os mais poderosos santos, anjos e forças divinas. No falar bonito e sincero
de suas entidades, presenciamos uma comunicação sem pretensão ou imposição de
autoridade. Pretos-velhos, caboclos, crianças, pombas-giras, exus, marinheiros, baianos e
tantos outros mais compõem uma mandala multicolorida de trabalhadores do astral
afinados com os propósitos do crescimento e fortalecimento de nossa espiritualidade.

Na Umbanda, assim como na própria natureza, lidamos com muitas formas, cores, modos
de ser e de multiplicar o divino. O respeito à caminhada de cada filha e filho, a
compreensão de suas próprias batalhas a vencer, torna a gira de umbanda um ambiente
rico em histórias, conselhos e trabalhos espirituais que primam pela especificidade de
cada consulente. Estar bem consigo, com sua verdade e forma de ser feliz é premissa para
uma espiritualidade pulsante, livre de preconceitos e sem vocação para o totalitarismo.
Em Umbanda, prezamos pelo respeito às variadas orientações erótico-afetivas, diferenças
de crenças e pertenças religiosas, múltiplas etnias e formas de viver. Inspirados pelo amor
crístico generoso, cheio de misericórdia e compreensão, levantamos nossa bandeira
branca de Oxalá pela paz e diversidade!
Os múltiplos cativeiros do espírito e o poder da autolibertação

A linha das almas, formada pelos sábios pretos-velhos, nos traz uma lição ao mesmo
tempo simples e difícil. Eles nos ensinam a luta constante pela nossa própria libertação,
enquanto espíritos, dos padrões negativos que nos impedem de vivenciar uma existência
amorosa, alegre e conectada com Deus. Entidades que muito sofreram nos tempos
coloniais, vivendo no corpo e na mente as violências imputadas pelo perverso sistema
escravocrata, os pretos-velhos descem na terra, com seus modos humildes e carinhosos e
nos dão o recado: o cativeiro acabou!
Conta o belo ponto Pai José de Aruanda, preto-velho querido de nosso congá:

Dentro de um canavial, o negro se libertou


E já não tinha pra ele nem senzala e nem senhor
Dentro de um canavial, o negro se libertou
E já não tinha para ele nem chibata e nem feitor

Em meio ao contexto do trabalho forçado, sob as condições desumanas em que tinha de


sobreviver, Pai José celebra o momento da sua iluminação, lança um brado de vitória. A
libertação simbólica dos escravos alcançada pela Abolição da Escravatura, certamente, é
relacionada à libertação mais profunda e duradoura, aquela que quebra as correntes da
alma e faz cessar a chibata da culpa, do egoísmo e do rancor. Aprendemos que nos
momentos mais difíceis, naqueles que passamos pelas maiores provações, lá mesmo
reside uma grande potência de crescimento. Se a senzala foi o lugar onde esses espíritos
viveram muitas dores, lá também foi onde gestaram o maior poder de resistência e
transformação.

Ainda nos deixamos ser escravizados por forças que nos subjugam ao pessimismo,
desânimo e medo. Aproveitemos o belíssimo ensinamento dos anciões que nos assistem
em nossos problemas cotidianos, que nos dão o colo, a escuta e os conselhos que clareiam
a nossa visão. É na experiência concreta das agruras da vida, daquilo que nos parece
intransponível, onde poderemos, passo a passo, ir desatando os nós que criamos. Coragem
e paciência! São as virtudes que nos inspiram os vovôs e vovós da Umbanda para
seguirmos firmes em nossa caminhada no mundo.
Alegria e leveza: girando com as crianças

Festejar a existência, celebrar o milagre da vida. Quantas vezes nos privamos disso? No
cotidiano veloz em que nos automatizamos, muitas vezes perdemos a possibilidade de
simplesmente sorrir e gerar sorrisos. Nos tornamos secos, opacos, estressados. Deixamos
de elogiar, de abraçar e compartilhar momentos de afetividade. Assim vamos, sem
perceber, nos entristecendo. Muitas vezes ficamos doentes com um estilo de vida
cansativo e sem cor.

Todos fomos crianças, partilhamos desse estágio da vida que nos formou. Poucas vezes
nos damos conta disso! Na infância, somos espontâneos e sinceros. Brigamos e fazemos
as pazes sem demora, nos entregamos ao momento sem preocupações e somos livres o
suficiente para a diversão genuína, aquela que nos eleva a um estado de alegria por meio
das situações mais simples. A disposição para a brincadeira transforma tudo em jogo, cria
brinquedos com quaisquer objetos. A criatividade, a animação e a alegria marcam a nossa
relação com o mundo e os seus diversos seres, na medida em que voltamos a ser crianças.

Quando as meninas e meninos de Angola descem no terreiro, nos convocam a brincar,


dançar e pular. Comem doces e espalham gestos de carinho e gargalhadas. A linha das
crianças na Umbanda nos permite o acesso às energias poderosíssimas de renovação,
alegria e purificação de nossos corações amargos. São energias de cura, de quebra da
negatividade, que nos inundam com a luz dos pequeninos.

Como disse o amado mestre Jesus, “Vinde a mim as criancinhas, pois delas é o Reino dos
Céus”. É em nossa condição de eternas crianças que poderemos viver com leveza as
dificuldades do caminhar, nos abrindo ao desconhecido e criando formas novas de lidar
com as nossas próprias dores. Os espíritos das crianças nos auxiliam com elaborados
trabalhos espirituais e, ao mesmo tempo, nos deixam a inspiração para reformularmos as
nossas ações, nos tornando mais puros e despretensiosos. Viva a linha das crianças! Viva
Cosme e Damião Doum!

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