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Mestrado em Ensino de Música

DIDÁTICA DA MÚSICA I

A aprendizagem da música com o método


Suzuki

Relatório de atividade apresentado à Universidade Católica Portuguesa para


obtenção do grau de Mestre em Ensino de Música

Por: Valter Estevens


Aluno nrº: 375216001

Trabalho efetuado sob a orientação do Professor Doutor Nuno Caçote


Tavira, 22 de Fevereiro de 2017

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Índice

Introdução ............................................................................................................ 4

Biografia ............................................................................................................... 5

O Método Suzuki vs Método tradicional ............................................................... 6

O Método Suzuki Original (abordagem da língua-mãe) ..................................... 10

Definindo a abordagem 'língua-mãe'.................................................................. 15

Defensores do processo de aprender por ouvido............................................... 16

Que método a aplicar em Formação Musical ..................................................... 17

Conclusão........................................................................................................... 19

Bibliografia.......................................................................................................... 20

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Introdução
O método Suzuki é um método não tradicional de ensino de música
desenvolvido, pelo Sr. Schinichi Suzuki pouco depois da segunda guerra mundial.
A abordagem do método é também apelidado de língua-mãe.
Método Suzuki, terminologia que Shinichi Suzuki não apreciava, foi a
designação adoptada em todo o mundo. O pedagogo preferia “filosofia” porque
não era apenas um método para violino, mas pretendia desenvolver outros
valores para além da música. Se se tivesse que chamar de “método”, que fosse
então o “método da língua mãe”. Porém, parece inevitável a proliferação da
designação e acima de tudo do seu conteúdo e prática. Aplicado em escolas
públicas e privadas, a metodologia não é de todo consensual.
Os princípios de aprendizagem do seu método de educação musical foram
inspirados na observação da maneira natural como toda criança aprende a língua
materna. De acordo com Suzuki, desde que haja estímulos constantes e um ambiente
favorável à aprendizagem as habilidades necessárias para aprender a tocar instrumentos
e a formação musical da criança irão gradativamente se consolidar. Assim, o método
baseia-se em premissas como o esforço de imitação, o estímulo e um ambiente de
cooperação; essas premissas refletem princípios da própria educação japonesa que
pregam o cuidado, a atenção, a paciência, a repetição para se alcançar a perfeição e o
respeito por aquele que ensina.

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Biografia
Shinichi Suzuki nasceu em Nagoya em 1898. Seu pai, Masakichi Suzuki,
era dono de uma fábrica de violinos onde Shinichi trabalhava durante as férias.O
violino, até aos dezassete anos, não lhe despertou grande interesse, excepto para
brincar com os seus irmãos (Suzuki, 1983). Posteriormente estudou na escola
comercial de Nagoya onde aprendeu como gerir uma empresa. Em simultâneo foi
aprendendo a construir violinos com o seu pai. Uma grafonola oferecida pelo pai
como presente de conclusão de Curso, em 1915, viria permitir a audição da
interpretação de Mischa Elman da emblemática “Avé Maria” de Schubert, algo
que despertou nele a curiosidade de tocar violino e como autodidata começar a
desvendar os segredos desta arte. Por influência do marquês Tokugawa, e já com
21 anos de idade, foi estudar para Tóquio com a professora Ko Ando.
Posteriormente, em Berlim, estudou com Karl Klinger e durante a sua estadia na
Alemanha teve contacto com Albert Einstein.
Após o seu retorno ao Japão, formou um quarteto de cordas com os
seus irmãos e começou a ensinar na Escola Imperial de Música e na Escola de
Música Kunitachi, em Tóquio. Durante a Segunda Guerra Mundial, a fábrica de
violinos do seu pai foi bombardeada por aviões de guerra americanos e um de
seus irmãos morreu. Extremamente pobres, ele deu aulas para crianças nas
cidades próximas de onde ele morava e começou a desenvolver estratégias de
ensino onde combinava aplicações práticas de ensino com a filosofia tradicional
asiática.
Shinichi Suzuki morreu na sua casa, em Matsumoto, no Japão a
26janeiro de 1998, com 99 anos.

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O Método Suzuki vs Método Tradicional
Suzuki quando emigrou para a Alemanha na década de 20 do século
passado, notou a facilidade com que as crianças tinham de aprender a sua língua
materna, enquanto, ele tinha imensa dificuldade em aprender alemão. Viria a
verificar mais tarde que as crianças Japonesas, também aprendiam a sua língua
quase sem esforço, uma língua tal como o próprio conhecia, ser de uma
complexidade extraordinária.
O método Suzuki foi desde logo rotulado por ser diferente e, de facto, era.
O Método Sukuki incentiva o aluno a aprender por ouvido e imitação em vez de
aprender através de leitura. O Método, insiste também no envolvimento dos pais.
Os encarregados de educação devem assistir as aulas bem como o acompanhar
dos seus filhos quando estão em casa a praticar, isto para incentivar um ambiente
musical favorável fora do período de aulas. O Método tem como objetivo o
incentivodos alunos através de jogos ou de diversão, nunca obrigando-os a
praticar ou estudar contra a sua vontade, criando assim uma estrutura social
pedagógica 'saudável' onde podem aprender e tocar com os seus. Para além de
aulas particulares os estudantes do Método também participam em aulas de
grupo, onde são integrados ou agrupados em 'aulas técnicas' ou 'aulas de
repertório'.
O método Suzuki é também conhecido por ensinar técnica do instrumento
através de repertório graduado, executado em grupo. No fundo, a abordagem do
Método Suzuki combina a aprendizagem teórica e pratica. Os professores do
Método ensinam técnica através de peças no repertório graduado e selecionado,
para que um aluno avance de forma gradual e linear.
No entanto, talvez a maior diferença entre o Método Suzuki e o método
tradicional é a crença do próprio Suzuki de que 'todas as crianças têm talento.'
Este método é contra todos os princípios adotados pelo ensino tradicional. Suzuki
era totalmente contra a atitude apregoada pelos princípios tradicionais, que
claramente afirmavam que 'não havia nada a fazer quando não havia talento
nato.' Passou muitos anos, tentando provar que a habilidade musical podia ser
incutida em qualquer criança, através de estimulo e afetividade. Ao passo que

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com a abordagem tradicional, algumas crianças tornar-se-ão em seres infelizes
com poucas capacidades artísticas. Resumindo, afirmava que o 'talento não era
um dom inato'.
Outra das grandes diferenças entre o Método Suzuki e tradicional prende-
se pelo facto de ter origens culturais diferentes. Com a exceção do Método
Suzuki, as origens pedagógicas para o ensino do violino vieram da Europa. Os
métodos oriundos de escolas de França, Alemanha, e Rússia que vieram
evoluindo a partir de meados dos séculos dezoito até o inicio do século vinte,
foram-se misturando, sendo hoje uma amálgama incaracterística, onde o cunho
tradicional e marca cultural de cada estado deixaram, puro e simplesmente
deixaram de existir. Esta metamorfose pode ser rotulado convenientemente de
'abordagem tradicional'.
A pedagogia tradicional erudita tem chocado por diversas vezes com o
Método tradicional de Suzuki, não só pela diferença prática, mas principalmente
pela origem de ambas, uma de origem Ocidental, outra de origem Oriental.
O simples facto de o Método Suzuki não ter a origem na Europa, tem
levantado desde sempre se é adequado no enquadramento do contexto
educacional Ocidental, quer na Europa, quer na América. Muito se tem debatido
em relação á sua real eficácia e equivalência bem como das suas falhas
relativamente ao ensino tradicional.
Como seria de esperar, alguns céticos têm repudiado o método, como
sendo culturalmente incongruente com as praticas pedagógicas Ocidentais. No
entanto, os aspetos positivos tem sido mais divulgados do que os aspetos
negativos, principalmente por aqueles professores e estudantes que o têm
praticado nos últimos cinquenta anos.
Durante as décadas de 60 e 80, houve uma série de violinistas que
decidiram estudar com Shinichi Suzuki no Japão e nos Estados Unidos. Alguns
mais tarde escreveram artigos acerca dos paradigmas culturais por detrás dos
Método Suzuki. Estes estudantes foram para o Japão para estudar e foram
influenciados não só pelo Suzuki, mas também com o estilo de vida no Japão.
Foram expostos a um sistema educativo que era mais rigoroso, autoritário e
competitivo do que o sistema Americano. Observaram também, a interação entre
as crianças, professores e pais durante as aulas de violino. Notaram também que

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as crianças Japonesas eram bem mais disciplinadas e obedientes que as
crianças Americanas. Observaram também, que as mães Japonesas dedicavam
muito tempo aos seus filhos, assistindo às aulas e atendendo às suas
necessidades constantemente, enquanto a típica mãe Norte-Americana era mais
orientada para a carreira, tendo como consequência menos tempo para os seus
educandos.
Estas grandes diferenças culturais associadas ao papel educativo dos
professores e estudantes, num contexto onde a disciplina, individualismo, e
obediência eram bem patentes na sociedade Japonesa, levantavam sérias
duvidas quanto sua adaptabilidade numa cultura tão diferente como a Norte-
Americana.
Porem, uma vez introduzida nos Estados Unidos, os professores
Americanos consideraram o Método Suzuki como sendo pedagogicamente
excelente e bastante útil no panorama Norte-Americano. Houve, no entanto quem
achasse que um método baseado em praticas com uma forte componente cultural
Japonesa enraizada seria incongruente ou mesmo incompatível com as
necessidades educativas Norte-Americanas. Observavam também, que houve
uma certa resistência e desconfiança porte parte dos Americanos em aceitar a
um método que não fosse baseado nos mesmos valores culturais que deles.
A América do Norte, ainda tinha uma forte componente tradicionalista,
herdado dos seus antecessores Europeus.
Susan Bauman (1994), uma professora de violino do método Sukuki,
escreveu acerca das opiniões de vários professores do método Suzuki nos
Estados Unidos. Comentou que o próprio Suzuki foi, naturalmente muito
influenciado pela cultura Oriental de onde era oriundo, onde os valores assentes
no desenvolvimento do carácter beneficiavam não só o individuo, mas também
toda a sociedade. Esta ideologia chocava com a pedagogia Americana, logo,
chegou-se á conclusão de que o Método teria que sofrer algumas alterações para
se adaptar e poder-se integrar no sistema educativo Norte Americano.
Outro pedagogo Norte Americano, John Kendall (1985), apesar de ter
usado outra abordagem, chegou à mesma conclusão. Kendall dizia logo á partida,
que a sociedade Japonesa era organizada de forma diferente da sociedade
Ocidental, com outros padrões e valores sociais. As divergências entre as duas

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sociedades eram notórias, logo levantou-se a questão se era possível a utilização
do Método Suzuki por parte de professores particulares Americanos. Isto porque,
embora o Método não derivasse diretamente do sistema educativo Japonês do
fim do século vinte, era muito utilizado nesse pais onde a atmosfera educativa
estava fora de contexto com o sistema Americano (Ocidental). Concluiu-se que a
estrutura social e educativo Japonês era mais apropriado ás diretrizes do Método
Suzuki, na sua forma original, logo alguma forma de alteração seria necessária.

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O Método Suzuki Original ( abordagem da língua-mãe)
Toda a criança pode aprender : Os pais têm um papel fundamental
quando começam a ensinar a língua materna. Esta habilidade de dominar a
próprialíngua permite aos pais a cultivar e encorajar os seus filhos a sua
aprendizagem através de confiança e afetividade. Tomam consciência de que,
desde logo, o conhecimento da língua, não é uma capacidade inata, mas sim uma
capacidade que todas as crianças têm.

A aprendizagem começa logo à nascença : Uma criança que é criada,


desde logo num ambiente onde a afetividade e atenção são uma constante irá
desenvolver de uma forma mais rápida em comparação com uma criança que só
começa na tradicional 'idade escolar'. Os pais são peritos na sua própria língua e
sentam-se confortáveis a ensiná-la às suas próprias crianças.

Intuição é um principio muito importante na educação : Uma das


capacidades mais desenvolvidas num ser humano, é a intuição. Sem ela, seria
impossível sequer, a aprendizagem da próprialíngua materna. Uma mãe fala
docilmente com o seu filho desde o primeiro dia. O carinho que lhe dá e o
ambiente acolhedor que proporciona, em conjugação com o tom suave da sua
voz tem um impacto direto na capacidade do desenvolvimento linguístico do filho.
Se a criança fosse desprovida deste conforto e carinho, e apresentada com letras
cruas num texto abstrato, para ela inatingível, seria ela capaz de aprender a sua
língua?

Nunca obrigar uma criança a praticar ou estudar: Os pais nunca devem


ficar aborrecidos com os seus filhos quando este ainda não falam a sua língua
fluentemente. Neste ambiente de atitude positiva, a criança pode desenvolver as
suas capacidades sem pressão e de uma forma desinibida. Uma língua nunca
fora aprendida de forma imposta e severa. Este, deverá ser o ambiente favorável
a uma boa aprendizagem. Proporcionando um ambiente saudável de convivência
com os outros, as crianças irão criar o gosto de aprender e praticar. O gosto virá

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com a interação de outras crianças, onde as mais novas irão crescer e onde são
encorajadas a desenvolver as suas capacidades com as mais velhas.

A habilidade humana desenvolve-se com pratica e repetição: Praticar e


ensaiar todos os dias prepara a criança para subir para o próximonível de
aprendizagem. Através de repetição e pratica, uma criança aperfeiçoa e começa a
dominar a sua língua materna. A aprendizagem num contexto musical deve ser
idêntico. Porque é que é necessário praticar todos os dias? Porque a memoria
desenvolve-se diariamente através da repetição constante e incentivo positivo. Ao
vermos o processo em que uma criança quando começa a dominar a sua língua ,
verificamos que a repetição é uma chave importante para atingir este objectivo.
Quando uma criança tem um ano de idade, só tem a capacidade de deambular
algumas palavras. No entanto, ao fim de alguns anos vemos a criança dominar a
língua fluentemente e sem esforço. É impressionante o progresso que se verifica
num espaço de tempo tão curto. Um sistema educativo que não produz resultados
tão visíveis é, em suma, um fracasso.

As crianças têm que se sentir confiantes nas suas capacidades e


dominar o que aprendem : O mais importante é impedir que as crianças
desistam. Desde o inicio, aprendem um exercício simples e repetem-no
constantemente. Só depois de terem aprendido este exercício, ou melhor,
dominá-lo, é que têm capacidades para progredir para o próximo. Só depois de
aprenderem a executá-la com destreza é que podem dar o próximo passo. A
criança tem que sentir que o seu progresso será fácil. O ensino da Música é
apenas um dos campos onde pode ser aplicada a 'abordagem de língua materna'.

Comparação entre o Método Suzuki e o Método Tradicional


Tal como a pedagogia de Suzuki divergia dos modelos educativos
adoptados no Japão na altura, que muito se assemelhava aos métodos utilizados
no Ocidente, a forma como o instrumento, nomeadamente o violino também se
distanciava da escola tradicional europeia em voga em meados do século vinte.
Os conservatórios de Rússia, Alemanha, Franca, Bélgica e Inglaterra, tinham um
factor comum na abordagem e princípiosmetodológicos para a pratica do

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instrumento, que Suzuki rejeitava. Embora as escolas tivessem um inicio bastante
humilde, o certo é que rapidamente se espalharam e se uniformizaram no inicio
do século vinte.
Como muitas tradições culturas se fundiram na altura, as abordagens quer
dos conservatórios Europeus quer dos americanos começaram a ser referidos
como o método tradicional, espalhando esta forma pedagógica pelo resto do
mundo, tornando-se globalmente dominante em todos os aspectos.
Suzuki teve contacto com a forma de ensino tradicional, depois de se ter
iniciado como autodidata aos dezassete anos de idade. Estudou durante oito anos
com o violinista alemão Karl Klinger. Suzuki conseguiu aprender dentro dos
parâmetros do sistema educativo adotado pelo Conservatório, mas achou este
tipo de método deficiente para alunos menores de idade. Suzuki identificou e
rectificou falsas crenças e defeitos do método de então, oferecendo, segundo ele
uma perspectiva nova e melhorada.
Suzuki ficou chocado pela atitude no seio dos Conservatórios Europeus
que insistiam que grande talento era fruto de uma habilidade inata, e que a
raridade de alcançar um alto nível de proficiência no instrumento se devia
unicamente a este 'dom'. Em muitos casos, a falta de aptidão natural ou talento
musical desqualificava o aluno que qualquer hipótese de se singrar neste campo.
Suzuki criticava o ensino tradicional por este matar qualquer expectativa do
aluno alcançar o sucesso. Suzuki achou isto totalmente inapropriado para os
alunos mais novos, que perdiam todo o interesse ou puro e simplesmente,
desistiam do violino.
Outro testemunho e defensor do método tradicional foi o Alemão Franz
Wolfahrt (Kendal 1985), autor de várias publicações muito utilizadas para alunos
iniciados e intermédios. O próprio escreveu, ' O estudo do violino apresenta desde
de logo uma série de dificuldades que causam um certo desanimo ao aluno,
mesmo antes de este aprender os rudimentos mais básicos. A culpa geralmente
recai para cima do professor, que é considerado incapaz ou incompetente,
perdendo a visão de que o seu aluno não tem quaisquer bases ou noções, não
apenas pelas dificuldades encontradas, mas também pelo árduo trabalho e
devoção necessário para ultrapassa-las.'
Suzuki não culpabilizava os seus alunos por não atingirem os seus

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objetivos propostos por falta de ética de trabalho ou falta de talento. Argumentava
que o insucesso se devia sim, às lacunas e incongruências do sistema educativo
implantado e adotado pelos conservatórios. Salientava também que boas praticas
pedagógicas só trariam bons resultados e que más praticas de ensino eram
limitativas, impedindo o progresso dos alunos – talento, por si só, era irrelevante.
Culpava diretamente o sistema tradicional por este falhar redondamente com os
alunos mais novos, que os obrigava a um percurso demasiado penoso para uma
criança. A falta de motivação das crianças nesta idades era notória. Argumentava
também que praticar só exercícios ou estudos estava acima das capacidades
naturais de desenvolvimento proveitoso real de uma criança. Um bom professor
atendia e ajustava a matéria de acordo com o ritmo natural de aprendizagem de
cada aluno. Suzuki achava deplorável que se atribuía o insucesso musical á falta
de talento natural, e apontou onde os métodos tradicionais falhavam.
Suzuki achou paradoxal que as crianças poderiam ser acusadas de terem
um potencial físico e cognitivo fraco, quando demonstravam um sucesso abismal
quando se tratava de aprenderem as suas línguas maternas, logo desde tenra
idade, incluindo gramática, vocabulário, e diferenciação de pequenas variações
de sotaque por áreasgeográficas. Como prova da magnitude e dificuldade no
desenvolvimento de aprender uma língua, ele salientou as dificuldades que os
adultos tinham quando tentavam aprender uma segunda língua. Usou a
comparação entre a aquisição de língua mãe para a dificuldade na aprendizagem
de uma segunda língua para estabelecer um paralelo entre a sua abordagem e o
ensino tradicional. Defendia que aprender uma línguaatravés de um livro, ou de
uma situação de sala de aula, era uma abordagem penosa e enfadonha e que
produzia poucos resultados satisfatórios. Por outro lado defendia que, num clima
de inclusão, progredindo passo a passo e num ambiente descontraído e
relaxado, seria por si só um abrir de porta á tentativa natural do individuo em
aprender entusiasticamente. Como tal, rejeitou determinantemente o forma de
ensino do violino através de estudos, exercícios ou escalas, e desenhou um
método que permitia ao aluno aprender de uma forma natural e estimulante com
música verdadeira.
O objetivo de Suzuki era de incutir alto rendimento e habilidade em todos
alunos, e de ir contra o conceito de que ' Nada se pode fazer quanto à falta de

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talento.' Depois de várias décadas, declarou que o seu método era um sucesso
ao dizer, ' Passei perto de trinta anos a provar que um método onde posso afirmar
que é verdade que grande habilidade pode ser incutida em qualquer criança. Por
este caminho a criança pode atingir habilidade de forma feliz e recompensadora,
ao passo que com qualquer outro método, a criança crescerá num ser humano
miserável, com poucas capacidades.

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Definindo a abordagem 'língua-mãe'
É interessante observar como Suzuki associava o conceito da abordagem
língua-mãe á aprendizagem de música. Explica que ficou abismado pelo facto de
as crianças espalhadas pelo mundo conseguirem aprender a sua língua materna
com extrema facilidade e quase sem esforço. Desde cedo verificou que todas as
crianças de 'inteligência normal' aprendiam a sua língua espontaneamente, e
acreditava que o 'segredo' só podia ser atribuído à pratica. Observou que, todas
as crianças são educadas com um modelo educativo perfeito: a sua língua-mãe, e
queria ver se podia aplicar isto a outras áreas de ensino, nomeadamente a
música. Estudou o processo de aprendizagem dos bebés e tentou definir um
método de acordo com algumas 'regras básicas' da abordagem língua-mãe.
Quando se aplica a abordagem língua-mãe no ensino da música, o
conceito de imersão (exposição) vem primeiro. Notou que quando as crianças
estão expostas aos sons e à fonética da língua, pensou que também iriam ter a
mesma reação quando expostas a sons musicais. É muito referido que , através
de audição, uma criança inconscientemente absorve a linguagem musical tal
como absorve os sons da sua língua-mãe. A audição, é assim a forma mais
básica e rudimentar da aplicação do método, porque quando ouvimos algo
repetidamente, a música fica gravada na mente, e é mais interiorizada, como tal,
mais fácil de reproduzir. Este processo é feito através da utilização de gravações.
As crianças ouvem peças que vão aprender no seu instrumento
repetidamente. A importância da repetição é muito salientada, fazendo com que
as crianças tornassem-se familiar com o repertorio selecionado ouvindo
repetidamente, tal como osbebés que ouvem os sons da sua próprialíngua
diariamente. Como tal, a criança é apresentado ao instrumento tocando por
ouvido, deve saber a melodia de cor antes de se aventurar no instrumento. Não
se deve introduzir leitura de música escrita enquanto o aluno não adquirir algumas
competências básica no instrumento.

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Defensores do processo de aprender por ouvido
Seguindo na tradição da aprendizagem tradicional da aprendizagem do
instrumento, os professores têm a tendência em dar mais importância à escrita,
leitura e muitas obras se dedicam ao ensino através da leitura direta de pautas e
notas musicais logo desde o inicio. Existiram, no entanto , alguns pedagogos na
história que defendiam que se deve aprender primeiro por ouvido, antes de lhe
ser apresentado a escrita musical. Já desde meados de 1700,
Couperin(1716/1774) no seu manual “L’árt de toucher le clavecin” recomendava
que os alunos deveriam começar a aprender o teclado por ouvido :”Não se deve
impor a aprendizagem da escrita musical enquanto a criança não tiver alguma
peças sabidas. É praticamente impossível enquanto se concentram no livro, que a
digitação não se torne errática e disforme...mais, a memoria é melhor
desenvolvida quando se toca a peça de cor”. A experiência intuitiva e o gosto pela
música devem vir primeiro. No ensino tradicional, as regras têm sido ensinado de
forma abstrata, através, por exemplo, da descrição verbal da notação escrita, em
vez de inserido num contexto pratico de simplesmente produzir sons. Muitos
pedagogos do século 20 também são defensores de abordagens similares. Basta
observar a facilidade e eficácia que um aluno demonstra ao iniciar-se desta
maneira. O elevado grau de habilidade que desenvolvem, não pode ser duplicada
por um aluno que aprenda dependendo só uma abordagem dependente
unicamente da leitura visual, a atenção deve-se focar primeiro no som, pois deve-
se estabelecer uma forte relação entre o ouvido e o instrumento, antes que se
inicie o processo de leitura.
É óbvio que muitos professores reconhecidos têm valorizado a
aprendizagem por ouvido e que cada um deles desenvolveram as suas próprias
estratégias ao aplicar este principio. Foi Suzuki, no entanto que mais causou
impacto ao espalhar o principio a milhares de estudantes um pouco por todo o
mundo. A sua abordagem sistemática é muito eficaz para crianças e os resultados
impressionantes contribuíram para a sua divulgação e popularidade. No entanto,
qual é a prova de que esta abordagem é realmente eficaz?

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Que método a aplicar em Formação Musical?
Os professores de Formação musical estão frequentemente preocupados
com o método que devem utilizar nas suas aulas. Na maioria das conferências de
educação e formação musical, encontramos sessões sobre o Método Kodaly, o
Método Dalcroze, o Gordon Music Learning Theory, o Método Orff, o Método
Suzuki, apenas para citar alguns. Métodos de ensino de música são muitos, todos
e embora tenham um núcleo comum, são diferentes em alguns aspectos. Essas
diferenças levam os educadores de música a discussões sobre qual o melhor
método a seguir: Tradicional ou Suzuki? Ta ti-ti ou dudu-de? Qual é o
melhor; Solfejo, números, ou nomes de letras? A verdade é que nenhum desses
métodos é tão bom quanto usar o melhor de todos eles. Enquanto que qualquer
um deles é melhor do que não usar nenhum método, temos dificuldade em
escolher o que vamos ensinar. A chave para saber como fazer escolhas
metodológicas é ter uma firme compreensão sobre o que são essenciaispara a
nossa disciplina e em seguida, encontrar a melhor maneira de construir a partir
deles.
Existem alguns tópicos comuns através de muitos destes métodos. Uma é
a ideia de que a música é semelhante à linguagem e deve ser aprendida de forma
semelhante. Suzuki referiu-se a aprender música como quem aprende a "língua
materna", através de ouvir e imitar em primeiro lugar. Aprender com a escuta e a
imitação também é um ponto central para a teoria da aprendizagem de música de
Gordon, embora este baseasse a sua metodologia na Audiação, mas ambos
encaixam-se também bem com Kodaly, que também acreditava que a educação
musical deveria começar cedo. "Som antes da visão" é uma frase
frequentementeutilizada para descrever essa abordagem ao ensino da música; É
um dos fundamentos da metodologia da educação musical.
Outro ponto essencial é que a música deve ser aprendida através do
movimento. O método de Dalcroze caracteriza o movimento como
um elemento chave na construção musical. Com esta aproximação, a expressão
musical é caracterizada através do movimento. As crianças desenvolvem
habilidades musicais através de experiências cenestésicas, movendo-se em

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resposta ao ritmo e estrutura que ouvem na música. O movimento é muitas vezes
espontâneo e pode incluir movendo-se com o ritmo, bem como mover-se mais
livremente. Orff também enfatizou o movimento. No seu método, é parte
integrante de uma experiência musical, e também é frequentemente usado para
preparar as crianças a tocar instrumentos de percussão. Os alunos têm a
oportunidade de explorar e criar e só depois é que tentam perceber o que
fizeram. Estes dois fundamentos, desenvolvendo a base tonal e o ritmo como
uma língua nativa de uma criança, são aprendidos e compreendidos,
experimentando a música como um executor e um ouvinte sinestesicamente
através do corpo, conduzindo à instrução musical e à instrução da música.
Como professores de música levamos os nossos alunos ao ponto de
dominar a musicalidade e a alfabetização musical, mas é mais importante que os
nossos alunos tenham sucesso em ambos. Métodos e guerras são travadas todos
os dias sobre qual o melhor método a aplicar, Kodaly ou Orff, Suzuki, Gordon ou
tradicional. Todos têm o seu devido lugar no repertório de métodos de que um
bom professor de música vai utilizar no seu percurso. Devemos enfatizar é o que
todos esses métodos têm em comum, pois é nos pontos em comum que
encontramos o que é mais importante.

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Conclusão
Tem havido algum debate a volta do conceito, se aprender primeiro por
ouvido é a forma mais adequada, em que as experiencias motoras e sensoriais
devem anteceder a aprendizagem de utilização de símbolos e notação. Uma
criança é capaz de distinguir, logo a partir dos três anos de idade, uma
compreensão básica na compreensão da componente da afinação da notação
musical e relacioná-la com, por exemplo, o teclado de um piano. Métodos para
crianças em idade pré-escolartêm tido muito sucesso em ensinar a ler música de
piano a partir de uma partitura simples. A questão é se esta é a melhor forma de
introduzir a criança na aprendizagem de um instrumento musical.
Verificou-se que a habilidade de falar e entender a sua próprialíngua
materna vem muito antes da capacidade de escrevê-la, e no entanto no que diz
respeito á aprendizagem de música, o processo tem, sido por norma,
precisamente ao contrário.
Apesar de ter sido utilizado no inicio para o ensino de violino,o método
estendeu-se a outros instrumentos de corda, sopro e também ao piano,
alcançando sucesso também nos Estados Unidos e na Europa.
O êxito alcançado pelo método deve-se ao facto de que seu objetivo não
se resume ao ensino da música enquanto técnica e sim proporcionar a educação
musical da criança, permitindo a apreciação do mundo musical. Propõe como
estratégia para conduzir o ensino-aprendizagem tomar como ponto de partida a
prática ao invés da teoria musical, priorizando a formação do vínculo com o
instrumento.
Assim, trabalhando continuamente com a estima do aluno, valorizando
cada progresso do aluno e respeitando o tempo de aprendizagem de cada um, o
professor conduz o aluno ao longo do caminho que levará a aquisição da técnica
como um recurso facilitador da prática. A abordagem de Suzuki procura
demonstrar que a aprendizagem musical não é limitada aos indivíduos com
talentos excepcionais, mas sim que todas as crianças são capazes de
desenvolver os seus próprios talentos, quando estimuladas para o
autoconhecimento e o desenvolvimento de suas potencialidades.

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Bibliografia

Suzuki, Shinichi (1998): His Speeches and Essays. Miami: Warner Bros.
Publications.

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Louise Nagata. Secaucus, NJ: Summy-Birchard.

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Kendall, John. The Suzuki Method in American Music Education: A Suzuki Method
Symposium(1985). Princeton: Suzuki Method International.

Sites:

http://internationalsuzuki.org/shinichisuzuki.htm, acedido a 12 de Fevereiro de 2017

https://suzukiassociation.org, acedido a 20 de Fevereiro de 2017

21
https://www.academia.edu/8258832/Suzuki_Violin_Teaching_Method_Its_Theory_
Philosophy_And_Criticism, acedido a 12 de Fevereiro de 2017

http://www.cengage.com/music/book_content/049557273X_wrightSimms/assets/I
TOW/7273X_36_ITOW.pdf, acedido a 12 de Fevereiro de 2017

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