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33 ESTRATÉGIAS DE GUERRA

UMA ANÁLISE DO LIVRO '33 ESTRATÉGIAS DE GUERRA', DE ROBERT GREENE


(Ed. Rocco - 2006)

O AUTOR

Americano graduado em estudos clássicos. Alega ter tido mais de 80 empregos, antes de
escrever seu primeiro livro (As 48 Leis do Poder). Sua proposta com esta obra é tornar acessível à
pessoa comum o conhecimento de séculos de História, no âmbito da estratégia de guerra.

PREFÁCIO

Vivemos sob um paradoxo fundamental: fomos educados a ser pessoas pacíficas, destinadas
porém a viver em uma sociedade em que habitam indivíduos que são justamente o oposto.

Há duas formas de guerra: a visível e a velada - este livro trata deste último tipo de guerra.

Impulsos de violência não devem ser reprimidos, mas canalizados.

O leitor deve considerar os seguintes aspectos relevantes acerca da guerra:

• A guerra demanda realismo máximo


• Julgue as pessoas não pelo seu caráter, mas pelo resultado que obtiveram
• Vitória é o seu objetivo, não a justiça ou o equilíbrio
• O que não pode ser defendido por si mesmo, não pode ser defendido

O leitor deve considerar os seguintes aspectos acerca de si mesmo:

• A culpa de seu fracasso é a sua má estratégia, não um inimigo inescrupuloso


• A guerra é um conflito de três lados, você, seu inimigo e você mesmo
• A sua capacidade estratégica é a única arma que seu inimigo não pode tirar de você

E o seguinte aspecto relevante acerca de seu inimigo: evitar o confronto é convidar seu inimgo a
caçar você.

O autor divide o seu livro em cinco partes:

• Guerra pessoal
• Guerra em equipe
• Guerra defensiva
• Guerra ofensiva
• Guerra suja

PARTE 1 - GUERRA PESSOAL

ESTRATÉGIA 1: O INIMIGO NECESSÁRIO

São vantagens em se ter um inimigo - ele:


• Enche você de propósito e direção
• Obriga você a dar o melhor de si
• Dá a você noção de realismo
• Permite a você construir uma base de apoio mais sólida através de alianças
• Consolida o seu sistema de crenças
• Permite a você extravasar sua violência sem esperar punição

Saiba que você irá cruzar com inimigos mais agressivos, traiçoeiros e cruéis do que você, com
quem o meio-termo é impossível - prepare-se para desintegrar ou ser desintegrado.

Porque é necessário polarizar:

• Sem polarização não pode haver referencial → você se dilui


• Se ninguém quer polarizar com você, isto significa que você é insignificante
• Sua equipe irá combater com mais energia se se sentir polarizada

Contudo não polarize irreversivelmente (inimigos hoje, aliados amanhã).

Seu inimigo não precisa saber que é seu inimigo.

A guerra explícita atualmente é algo desencorajado, porém inimigos implícitos continuarão a


existir. Eis como identificá-los:

• Faça um comentário de duplo sentido e observe a reação do suspeito


• Deixe-o emocionado ou bêbado para que ele perca o controle sobre o que diz
• Emita uma opinião agressiva para induzí-lo a se posicionar
• Simule fraqueza e observe quem dá o primeiro passo contra você

ESTRATÉGIA 2: ADAPTE-SE À SITUAÇÃO ATUAL

A literatura é importante, porém não pode conter todo o conhecimento necessário a uma
abordagem bem sucedida. Muito deste conhecimento só poderá ser adquirido no campo de batalha.
Evitar a batalha é portanto condenar-se à ignorância.

Seu planejamento e a realidade sempre sofrerão atrito. Adapte-se pois constantemente.

Explore o caos da batalha ao invés de ser engolido por ele.

Não se permita sentir-se surpreso se o seu inimigo atacar você de surpresa.

ESTRATÉGIA 3: COLOQUE-SE ACIMA DO CAOS

Mantenha sua força de espírito, a despeito do caos à sua volta. Reaja com firmeza, não com
desequilíbrio.

Seus subordinados sob stress irão implorar a você para que você se envolva nos problemas
operacionais deles. Ceder a eles porém fará você a abrir mão da sua visão geral da guerra. Ignore seus
pedidos e assegure a eles punição se não forem aptos a resolver seus próprios problemas.

A natureza não equipou o homem para a liderança. Isto significa que os atributos emocionais
necessários para exercê-la terão de ser aprendidos.
Trate os limitados de seu grupo como crianças. Se possível, sacrifique-os como peões em troca
de alguma vantagem.

Mantenha-se ocupado para aliviar o sentimento de pânico.

ESTRATÉGIA 4: COLOQUE-SE NA ZONA DA MORTE

Coloque-se deliberadamente numa situação onde você se encontrará acuado. Sua força se
multiplicará de tal forma que você se tornará intimidante. São técnicas para obter este fim:

• Aposte tudo em um único lance


• Aja antes de estar pronto
• Entre em terreno desconhecido
• Provoque seu inimigo

Em contrapartirda, faça seu inimigo sair da zona da morte e voltar à zona de conforto dele.

Viver na zona da morte é viciante porque faz você se sentir vivo.

PARTE 2 - GUERRA EM EQUIPE

ESTRATÉGIA 5: GERENCIANDO O TRABALHO EM GRUPO

Cuidados que o líder deverá ter:

• Centralização excessiva estimula à criação de subgrupos ocultos


• Descentralização excessiva leva à perda do controle
• Se você deixar o grupo sem supervisão, seus integrantes assumirão seu estado basal de
orientação individual
• Elimine os animais políticos dentro do grupo
• Liderança compartilhada é um convite ao desastre → o líder é um só e é você
• Visão estratégica é exclusividade do líder
• Quanto mais você delegar seu trabalho, mais poderá pensar estrategicamente

Pessoas em grupo:

• Perdem a racionalidade - isto significa que a base racional para as decisões deverá ser individual
e exclusiva do líder
• Tornam-se mais políticas do que eficazes

Formas de controle do líder:

• Bloqueie o aumento da base de poder de integrantes do grupo → corte as asas deles


• Não permita sobreposição de poder dos integrantes do grupo com o seu poder → deixe claro
onde termina o território deles e começa o seu
• Procure explorar idiossincrasias individuais
• Crie ilusão de proatividade entre os seus subordinados: (1) crie clones de você e (2) permita
articulabilidade na execução de suas orientações
• Recrute subordinados que compartilhem sua visão, mas que saibam pensar por si mesmos
• Crie uma brigada-espiã que garanta a integridade da informação que chega a você
• Evite orientações extremamente vagas ou extremamente explícitas
• Se for necessário acatar decisões do grupo, permita apenas aquelas cosméticas
• Identifique interesses pessoais dos subordinados, conflitantes com os interesses do grupo

ESTRATÉGIA 6: SEGMENTE E ARTICULE SUAS FORÇAS

Segmente suas forças em unidades semi-autônomas e as coordene. São vantagens desta


estratégia:

• Você perde controle porém ganha mobilidade e adaptabilidade


• Você terá um leque de opções maior do que o do inimigo
• Decisões no campo poderão ser tomadas em tempo real
• Maleabilidade e adaptabilidade
• Se uma unidade semi-autônoma fracassar, isto não comprometerá o todo

ESTRATÉGIA 7: GERENCIANDO EMOCIONALMENTE O GRUPO

Um líder tem a obrigação de saber influenciar o status emocional de seu grupo, pois não há
comprometimento se não houver envolvimento emocional. Este aspecto poderá ser trabalhado antes do
projeto - quando será uma vantagem - ou depois - quando será um problema.

Formas de gerenciamento emocional:

• Enfatize o aspecto de moralidade de sua causa → dê a eles um inimigo para odiar


• Emocione um indivíduo e ele contagiará os demais
• Faça-os seguirem você, não os empurre por detrás
• O sucesso é o maior motivador → prefira no início os desafios vencíveis
• Faça da batalha um momento de êxtase e transcendência, não de medo
• Não permita que seus subordinados optem pela derrota para assim evitar o desapontamento e o
desperdício de esforço
• Apelos eloquentes seus serão lidos como insuficiência de liderança
• A hora da batalha é a melhor hora para observar seus subordinados
• Elimine as pessoas negativas

O gerenciamento emocional frio:

• Associe o sucesso do grupo ao sucesso pessoal dos seus subordinados


• Mantenha-os de barriga cheia
• Você não tem um grupo se seus subordinados não confiam uns nos outros

Gerenciando o relacionamento seu com os seus subordinados:

• Seus subordinados não esperam ser poupados ou bem tratados por você - eles querem sua
aprovação e temem desapontá-lo
• Faça com que seus subordinados procurem agradar você, porém não os ensine como - não os
deixe perceber padrões
• Seja afetuoso com seus subordinados, porém mantenha distância
• Torne seus elogios e punições raros e inesperados
• Após forjado o vínculo com eles, cultive a ausência

Com o tempo, sua equipe irá criar uma personalidade própria. Seu grupo terá se tornado uma
lenda, ao qual todos querem pertencer.
PARTE 3 - GUERRA DEFENSIVA

ESTRATÉGIA 8: GUERRA E ECONOMIA

A guerra é um emprendimento que requer gerenciamento eficaz de recursos:

• O quanto a guerra irá comprometer a economia de meu país?


• Por quanto tempo a economia do meu país pode suportar uma guerra?
• Quanto tenho para prover meus exércitos e por quanto tempo?
• Como vou obter mais recursos?
• Poderei repor os militares que irão sofrer baixa?

Acesso limitado a recursos obriga você a ser criativo, e criatividade empresta imprevisibilidade.

Faça seu inimigo perder a guerra antes de declará-la:

• Comprometimento financeiro
• Ataque ao moral
• Aniquilação de suas lideranças
• Deflagramento de problemas políticos internos

... e durante a guerra:

• Desperdício através de manobras inúteis


• Cronicidade
• Vitórias contraproducentes

Proteja suas fraquezas imateriais com o mesmo cuidado que os seus recursos materiais.

Evite tornar-se uma versão em miniatura do seu inimigo → eleve suas fraquezas e limitações ao
status de característica.

Equipe-se como um militar de uma superpotência, lute como um camponês analfabeto.

Posicione a batalha em um contexto maior, e manobre este contexto de tal forma que seja o mais
dispendioso para o seu inimigo e o mais econômico para você

ESTRATÉGIA 9: CONTRA-ATAQUE

Jogando com a emotividade de um inimgo irascível:

• Eles normalmente não possuem a cabeça fria necessária para elaborar uma estratégia. Bloqueie
então sua capacidade de raciocinar, da seguinte forma: descubra a emoção à qual seu inimigo é
mais susceptível e traga-a à tona para ofendê-lo (uma vergonha de juventude, desconfianças dele
em relação à esposa, um constrangimento tal como um filho com inadequações, etc)
• Muito embora a primeira onda de um ataque deles deva vir com muita energia, a incapacidade
que você deflagrou poderá ser explorada num contra-ataque
• Provoque-o para que ele o ataque primeiro, forçando você a se 'defender'. Desta forma, você
poderá trazer o apoio moral para o seu lado ('nossa pátria insultada', 'aquele agressor covarde',
etc)
• Precipite-o para o ataque usando uma isca tentadora, ANTES de ele estar preparado para isto

ESTRATÉGIA 10: DISSUASÃO

Cultive as incertezas que seu inimigo tenha em relação a você (aquilo que você realmente tem ou
é versus o que o inimigo acredita que você tem ou é).

Táticas de dissuasão:

• Dê demonstrações com atos impressionamente violentos


• Surpreenda seu inimigo com uma manobra incrivelmente ousada
• Pareça imprevisível e irracional - o maluco
• Ameace levar seu inimigo junto, se você cair
• Use contrainformação, utilizando dados falsos ou exagerados sobre sua crueldade
• Insinue as monstruosidades que você é capaz de fazer, caso afrontado

Cobre um preço pelas vitórias sobre você. Pratique o 'olho-por-olho'.

O porco-espinho não tem predadores.

PARTE 4 - GUERRA OFENSIVA

ESTRATÉGIA 11: A GRANDE ESTRATÉGIA

O diagrama abaxo ilustra o conceito de grande estratégia (note que 'batalha' não se inclui no
conceito).

Postulados da grande estratégia:

• A guerra é uma ferramenta, dentre muitas, para se atingir um fim POLÍTICO


• Usar as batalhas como meio para vencer a campanha e a guerra → não pense batalha, pense
campanha
• Fazer prevalecer o pensamento estratégico sobre seus impulsos pessoais durante a batalha que
transcorre)
• Estudar e entender a cadeia de acontecimentos subjacente à guerra
A grande estratégia NÃO é ardil, é visão elevada.

A guerra como jogo político:

• O desenrolar da guerra traz desdobramentos políticos internos e externos que deverão ser
gerenciados
• Deve-se buscar ou recuperar o apoio político doméstico para a guerra
• Deve-se ponderar as consequências das vitórias e derrotas das batalhas e campanhas, sobre o
moral da nação
• Buscar sustentação econômica à sua campanha

A grande estratégia e seu inimigo:

• Seu inimigo não deve ser seu foco, ele deve ser apenas mais um elemento em um contexto maior
• Se o seu inimigo foca em vencer batalhas, arraste-o para a arena estratégica
• Leia os movimentos do seu inimigo, pois eles detalham a estratégia dele
• Faça um movimento encenatório, de tal forma que seu inimigo reaja e revele suas intenções
• Em contrapartida, não permita que seu inimigo leia você nos seus atos

Cautela - a intelectualidade necessária para praticar a grande estratégia pode roubar de você sua
violência animalesca e seu ímpeto para agir fisicamente - reequilibre.

ESTRATÉGIA 12: O INIMIGO PELO AVESSO

A melhor arma que seu inimigo tem é a mente dele. Recolha informações sobre ela e a ataque.

Técnicas para estudar a mente do seu inimigo

• Aproxime-se dele com uma fachada cordial (um abraço apertado é mais eficaz do que um espião)
• As pessoas não conseguem encobrir todo o tempo quem elas são ou quais suas intenções →
aguçe sua percepção
• Provoque reações para fazê-lo se expor

ESTRATÉGIA 13: BLITZKRIEG

Significa avançar com uma velocidade maior que a velocidade de processamento de informações
de seu inimigo. Ela funciona melhor durante períodos de calma e contra um inimigo hesitante.

Nada é mais desesperador do que a necessidade inesperada de ter de agir imediatamente.

Lerdeza calculada pode ser uma boa tática precendente à blitzkrieg.

ESTRATÉGIA 14: INSTABILIZE SEU INIMIGO

Controle a mente e o estado de espírito de seu inimigo, até ele se tornar mais uma das peças de
xadrez do seu tabuleiro.

Eis os princípios da arte:

• Manter o inimigo na defensiva


• Irritar o inimigo com a intenção de fazê-lo errar
• Transferir o conflito para o terreno de sua preferência
• Fazer seu inimigo crer estar no controle (útil com os muito agressivos)
• Confundir o inimigo, alterando a natureza, o ritmo, a sincronicidade e a motivação do conflito, tudo
rapidamente

ESTRATÉGIA 15: PROCURE A FONTE DE PODER DO SEU INIMIGO

O poder exibe uma fachada vigorosa sob a qual oculta-se a sua fonte. É ela o que mantém toda a
sua estrutura unida, podendo ser algo tangível ou intangível. Esta fonte está sempre bem oculta e
protegida, portanto você deve procurá-la camada debaixo de camada. Se houver mais de uma fonte de
poder, ataque o canal de comunicação entre elas.

ESTRATÉGIA 16: DIVIDA E COLOQUE-SE NO CENTRO

Promova a formação de pequenos grupos na organização inimiga que você dominou e quer
enfraquecer, colocando estes grupos uns contra os outros COM VOCÊ NO CENTRO. Base racional:

• Se todos estão brigando entre si, então será impossível a formação de grupos para conspirar
contra você
• Suas medidas 'apaziguadoras' entre estes grupos aumentarão sua capacidade de manipulação
• Você poderá fabricar um pretexto para se livrar de alguém, acusando a ele ou ela de
'comportamento agressivo' contra as pessoas da organização dominada

Técnicas:

• Incentive, de forma privativa, posicionamentos conflitantes


• Faça as pessoas competirem por sua aprovação
• Plante sementes de desconfiança insinuando calúnias

De tempos em tempos, deixe alguém cair para evitar a formação de um grupo forte abaixo dele
ou dela.

Não permita que as informações estratégicas circulem abaixo de você → centralize o fluxo em
você. Se elas tiverem de ser retidas, então só podem ser retidas por você.

Seu inimigo pode ser enxergado em suas subdivisões e articulações, tanto físicas quanto
políticas:

• Divida seu inimigo em subdivisões difíceis e fáceis, preferindo atacar as últimas


• Faça as subdivisões de desarticularem, para se sentirem isoladas e expostas
• Bata nas articulações até elas quebrarem
• Se você for atacado, obrigue seu inimigo a se subdividir

ESTRATÉGIA 17: EXPONHA O FLANCO DO INIMIGO

Ao invés de golpear a cabeça dura do inimigo, faça com que ele exponha sua garganta macia e a
corte obliquamente → o caminho mais longo se tornará o mais curto.

Ataque ao flanco físico:

• Atraia seu inimigo de tal forma que ele exponha seu flanco (lateral ou retaguarda)
• Uma coluna que é obrigada a se redirecionar perde a coesão e o equilíbrio
Ataque ao flanco emocional:

• Diminuição da convicção
• Geração de insegurança
• Indiferença entre ganhar ou perder

Ataque ao flanco cego:

• Trégua ou negociações de paz podem ser uma boa oportunidade para ocupar o flanco do inimigo
• Infiltração

ESTRATÉGIA 18: O CERCO

O cerco é um tipo de guerra psicológica na qual há pressão de todos os lados. Nela, a vitória
psicológica deverá preceder a vitória militar física - explore as suceptibilidades psicológicas do inimigo.

Repercussões do cerco para quem é submetido a ele:

• Ausência de espaço físico de manobra


• Sensação de estar sem saída

A História está repleta de viradas militares heroicas, exceto no cerco.

ESTRATÉGIA 19: MANOBRE O SEU INIMIGO EM DIREÇÃO AO DESASTRE

Atraia o inimigo da posição vantajosa onde ele se encontra para armadilhas, perseguições inúteis
e dilemas (tipo de situação para a qual todas as soluções são ruins).

Faça ele se sentir seguro enquanto caminha para o seu próprio desastre.

Canalize o caos na direção dele.

ESTRATÉGIA 20: NEGOCIAÇÃO COMO TÁTICA DE GUERRA

No âmbito da guerra, a negociação é uma tática para arrefecer o inimigo, bem como ganhar
tempo e uma posição militar mais forte. A negociação faz parte da guerra tanto quanto canhões. Ela NÃO
é uma forma de atingir um meio-termo com o inimigo e antecipar o fim da guerra. Não há tal coisa como
negociação de paz.

Durante seus procedimentos, você deverá usar todas as táticas e estratégias de engodo usuais,
como descritas neste ensaio - enrole o seu inimigo.

Combine diplomacia enganosa com guerra → avance no campo de batalha físico enquanto
negocia.

A negociação verdadeira é vantajosa somente para o fraco. Isto significa que, se um inimigo senta
para negociar com você, ele está fraco ou julga que você é quem está.

Quanto mais você tirar, mais poderá ceder em concessões inexpressivas.


Conquistar a confiança do seu inimigo não é um procedimento moral, mas uma tática de
negociação. E, quando o inimigo descobrir que você traiu sua palavra, dê uma justificativa moral ou legal
qualquer ou o acuse falsamente de ser ele o responsável pelo fracasso da negociação. Não se preocupe:
se você tiver saído mais forte da negociação, ele será obrigado a continuar a negociar com você.

ESTRATÉGIA 21: SABER SAIR

Na derrota ou na vitória, você deverá saber equilibrar a necessidade de haver paz com o seu
desejo de se vingar.

Apos a vitória ou a derrota, o jogo militar continuará sob a forma de jogo político.

Assumindo que derrotas suas serão inevitáveis, você deverá aprender a perder estrategicamente.

PARTE 5 - GUERRA SUJA

ESTRATÉGIA 22: USE A REALIDADE PARA MENTIR

Não se trata de mentir, mas de explorar a subjetividade que existe na realidade, descrevendo-a
de forma mesclada a nuances de ficção mentirosa. A parte real do quadro o fará racionalizar que o
quadro geral inventado por você é verdadeiro. Ao final, você terá tecido para o seu inimigo um quadro sob
encomenda, tal como ele gostaria de ver - que é o que você quer que ele veja.

Realidade x mentira x percepção

Como você criou algo ambíguo, não há farsa nenhuma a ser revelada.

Formas de realidade mentirosa:

• Ataque-isca - fazer seu inimigo de dispersar em vão pelo mapa


• Camuflagem
• Fazer seu inimigo acreditar que você funciona segundo um padrão
• Plantar informações falsas para o que o seu inimigo 'descubra a verdade' por si mesmo

ESTRATÉGIA 23: CASCA DE NORMALIDADE, NÚCLEO DE IMPREVISIBILIDADE

As pessoas procuram estabelecer padrões para as coisas que as cercam. Pareça portanto se
comportar de acordo com o padrão que elas estabeleceram. Porém, em um determinado ponto, aja de
forma inesperada. Sua imprevisibilidade deverá ultrapassar a capacidade de o inimigo compreender o que
você está fazendo.

Aparentar normalidade e agir de forma aleatória é mais desconcertante do que aparentar ser
louco e agir de forma aleatória.

ESTRATÉGIA 24: OCUPE O TERRENO ELEVADO DA MORAL

Significa você ser amoral ao mesmo tempo em que se posiciona alegadamente do lado da justiça
e do que é correto. Eis os princípios para adotar esta estratégia:

• A sua causa é justa e a do seu inimigo injusta (não importa quais sejam)
• Destruir o conceito do seu inimigo perante o público é mais fácil do que construir um prá você
• Guerras morais (isto é, 'Bem' versus o 'Mal') são emotivas → prepare-se para a carga emocional
que você terá criado
• Guerras morais são feitas para o consumo do público → ajuste a moralidade de acordo com a
percepção do público

Eis algumas táticas para por esta estratégia em prática:

• Acuse repetidamente seu inimigo segundo o código deles e, quando chegar sua vez, faça-se de
vítima ofendida
• Faça seu inimigo duvidar da justiça de sua própria causa e, a seguir, use o sentimento de culpa
resultante para cooptar os idiotas úteis do meio dele para o seu lado

ESTRATÉGIA 25: NEGUE ALVO

Ao invés de batalhas frontais, a guerrilha pratica ataques laterais fustigantes, sem uma estratégia
compreensível e contra o qual a força militar convencional não funciona.

Negando alvo:

• Atraia seu inimigo convencional para o vazio - campos vazios, negociações com pessoas sem
poder, tempo vazio
• Substitua batalhas reais por expectativa de batalhas que nunca acontecem, seguidas então por
ataques laterais seus

A guerrilha pode recrutar um tipo de aliado que, por sua vez, também não representa alvo
nenhum para o seu inimigo convencional: a imprensa.

Com o tempo, o inimigo convencional entende que se trata de uma guerra que irá durar para
sempre e que não pode ser vencida nem perdida. Quando um inimigo convencional se frustra a tal ponto
que já não quer mais lutar, a guerrilha terá então vencido.

ESTRATÉGIA 26: FAÇA O JOGO DAS ALIANÇAS

Construa e desfaça suas alianças de acordo com a utilidade que seus aliados têm para você
naquele momento.

Alianças entre indivíduos igualmente poderosos são mais lentas de se estabelecer. Em


contrapartida, alianças entre indivíduos mais fracos do que você são feitas mais rapidamente (use falsa
generosidade para deixá-los cegos às suas reais intenções). Assim que você estabelecer este último tipo
de aliança, sacrifique seu aliado mais fraco em troca de alguma vantagem.

Instabilize as alianças de seus inimigos:

• Ataque seu elo mais fraco


• Engendre boatos e calúnias
• Coloque-se enfim como opção

Você será lido como um indivíduo traiçoeiro, porém a esta altura um traiçoeiro poderoso e que,
sim, manterá a palavra até onde for do seu interesse.

ESTRATÉGIA 27: FAZENDO GERMINAR A SEMENTE DA AUTO-DESTRUIÇÃO


Seu inimigo carrega dentro de si a semente da auto-destruição. O objetivo em fazer germiná-la é
bloquear a sua capacidade de pensar de tal forma a fazê-lo errar. Isto pode ser obtido deixando-o
emocionalmente instabilizado:

• Irritá-lo quanto a suas susceptibilidades, gerando a necessidade de ele se posicionar


defensivamente
• Ataque surpresa seu, sem nenhuma provocação da parte dele

A reação do seu inimigo irá acentuar a própria instabilidade, multiplicando o efeito.

Se você utilizar terceiros para fazer este serviço, poderá cinicamente oferecer 'ajuda' ao seu
inimigo, após o estrago feito.

ESTRATÉGIA 28: COMA PELAS BEIRADAS

No início, aparente ter ambições modestas. Em seguida vá tomando objetivos os quais,


individualmente, não valerão a pena para o seu inimigo tentar recuperar. Eventualmente, a inação frente a
seus movimentos terá de ser revista por ele. Porém, já a esta altura, as opções do seu inimigo serão
negociar com você ou lutar contra você.

ESTRATÉGIA 29: INFILTRE SUAS CRENÇAS

Não exponha suas crenças, mas infiltre-as nas mentes das pessoas para depois ajudar a 'parí-las'
como se fossem 'filhos' delas

ESTRATÉGIA 30: DESTRUA DE DENTRO PARA FORA

Etapas:

• Disfarce-se
• Ache o interior mole da sociedade inimiga e infiltre-se aí
• Espalhe o descontentamento e promova a instabilidade, como uma doença infecciosa

Em contrapartida, mantenha a 'imunidade' da SUA sociedade contra infiltrações promovidas pelo


inimigo.

Usando agentes infiltrados:

• Jamais confie em um só agente infiltrado


• Prefira recrutar indivíduos descontentes locais do que infiltrar seus próprios agentes

ESTRATÉGIA 31: A AGRESSÃO 'PASSIVA'

Aparente ser 'bonzinho', torne sua agressão invisível e depois negue sua existência.

Agir amigavelmente e nocivamente de forma simultânea confunde seu inimigo e o deixa indefeso.

Induza passivamente seu inimigo a errar, em situações nas quais ele será o único responsável
pelo resultado final. Exemplos:

• Faça seu inimigo ter de repetir uma mesma tarefa irritantemente, até que ele erre
• Dê uma informação errada de forma proposital, porém verbalmente. Depois negue ter transmitido
a informação da forma errada e culpe seu inimigo por não tê-la anotado ou a cobrado por escrito

• Use palavras e expressões de sentido ambíguo, sujeitas a interpretações equivocadas

ESTRATÉGIA 32: TERRORISMO

Terrorismo consiste em atos de violência extrema e aleatória, impetrados de forma crônica. Por
ser aleatória, pode atingir qualquer um, intimidando portanto toda a sociedade. Por ser crônica gera um
estado de stress crescente sobre os indivíduos daquela sociedade. Para fazer com que o terrorismo pare,
a sociedade pede então ao governo que ceda.

O combate aberto do governo ao terror, com os danos colaterais associados, amplifica os efeitos
do ato terrorista inicial.

A impressão de que o poder dos terroristas é maior do que realmente é, pode ser promovida das
seguintes formas:

• Atos de terror encenados sob medida para a imprensa


• Infiltração à população, dando a impressão de que os terroristas estão por toda a parte
• Medo contagiante, como reação em cadeia
• Efeito psicológico associado ao ato de terror em si

A melhor resposta que a sociedade pode promover é manter o equilíbrio e elaborar estratégias
baseadas nos seguintes pontos:

• Terroristas são microscópicos e ágeis e o governo é compartimentado, hierarquizado e lento


• O terror parecerá mais atraente quanto mais poderosos os terroristas parecerem ser
• Deve-se evitar estar em um grupo em pânico, bem como o estado crônico de medo intenso

NOTAS DO AUTOR DO ENSAIO

Uma estratégia não foi comentada.

Recomenda-se a leitura do livro original. Ele está repleto de exemplos históricos reais que
ilustram os conceitos apresentados acima.

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