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INSTITUTO DE QUÍMICA
RESUMO
A capacidade que um material tem de transmitir calor é denominada condutividade
térmica, apresentando extrema importância em cálculos de transferência de calor,
necessários na indústria para trabalhar com equipamentos tais como trocadores de calor,
caldeiras, refrigeradores e aquecedores. Confere ainda, relevância na seleção de
materiais em inúmeros projetos de engenharia, como, por exemplo, na produção de
microprocessadores que necessitam dissipar o máximo de calor gerado pelos “chips”.
Por outro lado, pode ser relevante, em componentes que necessitem dissipar o mínimo
possível de calor, como por exemplo, nos escudos térmicos que protegem o interior de
aeronaves espaciais e mísseis. Com isso, faz-se necessário mensurar tal propriedade.
Neste presente trabalho, aplicaram-se conceitos de transferência de calor e de medições
térmicas para determinar a condutividade (k) de um meio poroso (areia), de forma
experimental, utilizando termopares distribuídos ao longo de posições radiais no espaço
anular de dois cilindros concêntricos.
PALAVRAS-CHAVE: Condutividade térmica, meio poroso, calor, experimental,
temperatura, termopares.
2. Materiais e métodos
Para a realização do experimento foram utilizados os seguintes materiais:
Dois cilindros concêntricos;
Cinco termopares;
Circuito de aquecimento com potência de 50 watts;
Circuito de medida de temperatura.
Para que o experimento ocorresse da forma mais eficiente e segura, os passos a seguir
foram realizados:
O equipamento foi ligado a uma tomada de voltagem adequada;
A resistência e o medidor de temperatura foram ligados;
Utilizando a chave seletora, as temperaturas ao longo das posições radiais foram
medidas;
Os valores obtidos foram anotados de acordo com a variação da razão entre os
raios internos e externos, razão essa que varia de 1,0 e 2,6 com intervalos de 0,4
para cada medição;
Após o fim do experimento, a resistência e o medidor de temperatura foram
desligados.
3. Resultados e Discussão
Para determinação do coeficiente de condutibilidade da areia em meio poroso
por dados experimentais, utilizou-se segundo Incropera et al. (2008), a condição de
contorno que corresponde ao fluxo térmico constante relacionado ao gradiente de
temperatura na superfície pela lei de Fourier.
Diante disso, a Tabela 1 traz as informações coletadas no procedimento
experimental, para as temperaturas em cada posição radial do equipamento (obtidas a
partir de termopares), a razão entre a posição radial e o raio externo, o logaritmo da
razão entre a posição radial e o raio externo e a variação de temperatura radial em
relação à temperatura do fluido externo.
Tabela 1: Temperatura radial (Tint), a razão entre a posição radial e o raio externo
(r/rint), o logaritmo natural da razão entre a posição radial e o raio externo (ln(r/rint)) e a
variação de temperatura radial em relação a temperatura interna (∆T).
(Tint-T) x ln (r/rint)
20 y = 15.45x
18 R² = 0.9739
16
14
12
(Tint-T) (°C)
10
8
6
4
2
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Ln(r/rint)
Figura 2: Representação gráfica da relação linear entre o logaritmo natural da razão entre a posição
radial e o raio externo (ln(r/rint)) e a variação de temperatura radial em relação a temperatura do fluido
externo (∆T), sendo R² o coeficiente de correlação linear.
A partir da análise da relação na Figura 2, utilizando método de regressão
linear é possível obter a equação linear que descreve o comportamento da relação
analisada anteriormente, conforme explicita a equação 6:
𝒚 = 𝟏𝟓, 𝟒𝟓𝒙 (6)
Utilizando o método de comparação entre a equação (5) e (6) e fixando o
coeficiente linear igual a zero, substituindo-se o valor do comprimento (L) e da potência
dissipada(P), obtém-se a igualdade representada pela equação 7 a seguir:
𝟓𝟎
𝟏𝟓, 𝟒𝟓 = − 𝟏,𝟐𝝅𝑲𝒆𝒙𝒑 (7)
(9)
𝒌𝒔
𝜽 = 𝒌𝒇 = 𝟎, 𝟏𝟐𝟓𝟐 (10)
4. Conclusão
O cálculo da condutividade térmica da areia, obtido pelos dados experimentais,
apresentou um valor bastante diferente do encontrado teoricamente, o erro entre estes
dois dados foi de 98,56%. A discrepância dos valores pode ter sido causada pela
calibração incorreta dos termopares e/ou pelo valor adotado de condutividade térmica e
porosidade do sólido, pois estes foram fornecidos pelo roteiro e se tratando de um
equipamento antigo, considera-se a possibilidade da ocorrência de mudanças no ajuste
do sólido no interior do cilindro.
5. Referências Bibliográficas utilizadas:
ÇENGEL, Yunus A. Transferência de Calor e Massa: Uma abordagem prática, 3ª
edição. São Paulo, SP: McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda., 2009. p. 18-22.