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Goiânia - Goiás
2005
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
MESTRADO EM BIOLOGIA
Goiânia - Goiás
2005
Kleber Mirallia de Oliveira
Goiânia - Goiás
2005
DEDICATÓRIAS
Aos mestres,
que numa demonstração de sabedoria, instruíram o
ignoto ajudando-o a dar mais um passo em direção
ao entendimento.
AGRADECIMENTOS
MUITO OBRIGADO!!!
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
RESUMO/ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 01
2 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 14
Animais......................................................................................................... 14
Isolado, parasita e inoculação.......................................................................14
Grupos .......................................................................................................... 15
Parasitemia.................................................................................................... 15
Eutanásia dos animais...................................................................................16
Métodos histológicos e histoquantitativos................................................... 16
Documentação fotográfica........................................................................... 17
Analise estatística......................................................................................... 17
3 RESULTADOS............................................................................................ 18
Peso corporal.................................................................................................18
Curvas parasitêmicas induzidas pelo isolado.............................................. 19
Alterações teciduais morfológicas induzidas pela infecção........................ 24
4 DISCUSSÃO................................................................................................ 32
5 CONCLUSÕES............................................................................................ 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 38
ANEXO........................................................................................................ 52
LISTA DE TABELAS
Tabela 2 - Valores médios do peso corporal em gramas de ratos Wistar inoculados aos 15
dias de idade e sacrificados aos 38 dias de idade, com 10.000 e 100.000 tripomastigotas
por animal (tripo/animal). ................................................................................................... 20
Tabela 3 - Valores médios do peso corporal em gramas de ratos Wistar inoculados aos 60
dias de idade e sacrificados aos 83 dias de idade, com 10.000 e 100.000 tripo/animal...... 21
Tabela 9 - Parasitemia (valores individuais, média e desvio padrão) de ratos inoculados aos
15 dias de idade com 10.000 tripo/animal, de T. cruzi........................................................44
Fig. 2 – Mapa das Américas Central e do Sul. Áreas endêmicas da doença de chagas................... 02
Fig. 5 – Fotomicrografia de parede ventricular do coração de rato (Wistar) do grupo controle, sendo
A e B aos 38 dias de idade e C aos 83 dias. Observe miocárdio (seta maior), epicárdio (seta curta) e
endocárdio (cabeça de seta) com aspecto normal. Note os núcleos das células (N), discos
intercalares (D) e Estrias transversais (E) de acordo com os padrões normais. Hematoxilina/Eosina
(HE), 400X....................................................................................................................................... 26
Fig. 6 – Fotomicrografia de coração de rato (Wistar) apresentando ninho integro (seta maior). A –
Parede atrial apresentando ninho integro associado a diversas células inflamatórias (CI). Note o
epicárdio (cabeça de seta) edemaciado e endocárdio (seta curta) com células inflamatórias
infiltradas. Animal inoculado aos 15 dias com 100.000 tripo/animal. HE, 400X. B – Detalhe da
fotomicrografia A, apresentando ninho integro (seta). HE, 1000X. C – Parede do ventrículo
esquerdo apresentando ninho integro (seta) dentro de cardiomiócito sem processo inflamatório
evidente. Rato inoculado aos 60 dias com 100.000 tripo/animal. HE, 1000X................................. 27
Fig. 7 – Fotomicrografia de coração de rato (Wistar) apresentando processo inflamatório focal (seta
menor) caracterizado por células inflamatórias sem a presença de ninho visível. A – Processo
inflamatório focal em ventrículo esquerdo de rato inoculado aos 15 dias com 100.000 tripo\animal.
HE, 400X. B – Processo inflamatório focal em ventrículo direito de rato inoculado aos 60 dias com
100.000 tripo\animal. Note o afastamento (seta maior) dos cardiomiócitos indicando um edema.
HE, 400X.......................................................................................................................................... 28
Fig. 8 – Fotomicrografia de coração de rato (Wistar), inoculado aos 15 dias com 100.000
tripo/animal, onde observa parede ventricular esquerda apresentando processo inflamatório focal.
Identificamos diversos tipos de células inflamatórias como: linfócitos (L), macrófagos (M),
fibroblasto (F), plasmócito (P) e polimorfonucleado (PM). Note o afastamento dos cardiomiócitos
(cabeça de seta) indicando edema do tecido subjacente e a desorganização do endomísio (seta). HE,
1000X............................................................................................................................................... 29
Fig. 9- Fotomicrografia do coração de rato (Wistar) inoculado aos 15 dias com 10.000 tripo/animal,
onde se observa um processo inflamatório focal (seta) sub-endocárdico, localizado junto a inserção
da válvula átrio-ventricular esquerda (V). Observe o endocárdio (E) afastado evidenciando um
edema. HE, 400X............................................................................................................................. 30
Fig. 10 - Fotomicrografia do ventrículo esquerdo de coração de rato (Wistar) inoculado aos 15 dias
com 10.000 tripo/animal, apresentando infiltrado inflamatório sub endocárdico (A) e sub
epicárdico (B). Note o afastamento do endocárdio (seta maior) e do epicárdio (seta menor). HE,
400X................................................................................................................................................. 31
The behavior of the infection of Chagas disease, descript in 1909, depends in part, on
isolation of Trypanosoma cruzi. In this work it was looked to evaluate the curve of
parasitemy and the alterations in the tissues of the heart, thong, esophagus, lung, stomach,
thin and thick intestine, encephalon, kidneys and bladder of Wistar rats infected with
isolated Trypanosoma cruzi of a carrying patient of the cardiac and digestive form of the
disease. It was used ten groups of five rats, two groups inoculated at the 15 days of born,
and two inoculated at the 60, with 10.000 or 100.000 trypomastigote/animal, had been
submitted to the evaluation of the parasitemy in days alternated from 3º day after the
inoculation. The cited tissues had been processed by the routine histological technique,
confectioned blades and stained with hematoxylin and eosin. The group inoculated at 60
days, present peaks of the parasitemy of 24,710 forms/ml of blood in inoculums of 10.000
forms/animal, and 28,240 forms/ml in 100.000 forms/animal. The animals inoculated at 15
days/10.000 forms, had presented peak of 116,490 trypomastigotes/ml, and animals
inoculated at the 15/100,000 of 229.450. The parasitemy peak occurred between 21º and
23º days after the inoculation among all evaluated groups. The animals inoculated at the
15 days of age, had presented for both inoculums, bigger parasitemic values statistically
than inoculated at the 60 days of age. The histological analysis demonstrated tropism for
the cardiac tissues, with histological alterations such as: focal and diffuse inflammatory
process, infiltrated around the vase and complete or breached nests of the parasite. Such
processes presented macrophages, lymphocyte, polymorph nuclear cells, plasmocyte and
fibroblasts. The other tissues had presented themselves with similar histology’s aspects like
the groups of animals controlled. It had greater alterations of the cardiac tissues of the
animals youngest (15 days) submitted to the greater inoculate. The isolation comportment
suggest characterizes it as strains type III.
1
1 – INTRODUÇÃO
Fonte: www.alertamedico.med.br.
Um século mais tarde, a hoje denominada doença de Chagas acomete pessoas desde
o sul dos Estados Unidos até o sul da Argentina (fig. 2). BRENER (1962) e mais
recentemente COURA (2003), destacaram a relação da doença com o desmatamento e a
pobreza, o primeiro por retirar o inseto de seu habitat natural e eliminar seus hospedeiros
silvestres como tatus e gambás, a segunda por oportunizar aos insetos, condições propícias
como habitações inadequadas e farta alimentação, concentrada em um só ambiente: o
doméstico.
Área infestada
Fonte : http://www.paho.org/english/hcp/hct/dch/chagas.htm
Fig. 2 - Mapa das Américas Central e do Sul mostrando as áreas endêmicas da doença de chagas.
São exemplos as cepas Y, Tulauhen e Peruana (PIZZI & PRAGER, 1952). A alta
virulência e patogenicidade leva a morte dos animais ainda na fase aguda.
TIPO II – predominância de formas largas e lesões miocárdicas em todo curso da
infecção. Virulência relativamente lenta com picos irregulares entre 12 e 20 dias e
patogenicidade variável. Ocorrem infiltrados focais nos plexos mioentéricos de modo
irregular com a presença de parasitos. São exemplos as cepas encontradas na área
endêmica do recôncavo baiano como Berenice e outros (LANA, 1986).
TIPO III – Virulência baixa com pico entre 20 e 30 dias, baixa patogenicidade com
mortalidade nula até os 50 dias. Miotropismo predominante em quase todo o curso da
infecção. Como exemplo, a cepa colombiana. Os plexos nervosos bem como a musculatura
lisa raramente apresentam lesões.
Sejam quais forem os sinais da infecção, o diagnóstico preciso deve ser feito para
que haja exatidão no tratamento, pois pacientes já vieram a óbito devido a diagnóstico
equivocado (PRATA, 1975; BRENNER & ANDRADE, 1979). ALQUÉZAR (1995) e
COURAS (2003) relatam que o primeiro método de diagnostico da tripanosomíase
brasileira foi o xenodiagnóstico. Consistia em picar um hospedeiro suspeito com barbeiros
não contaminados e verificar se havia o desenvolvimento de formas do T. cruzi em cobaias
picadas pelos mesmos. Este método foi abandonado por exigir um longo tempo até o
resultado.
Se o paciente estiver na fase aguda, o método de exame do sangue em microscópio
de luz pode ser eficiente (BRENER, 1962). Com o fim da fase aguda, as formas
desaparecem do sangue impossibilitando sua localização, contudo os anticorpos
permanecem graças ao processo inflamatório indutor de sua formação. A reação de
hemaglutinação (HA), imunofluorescência indireta (IFI) e ELISA (revisto por PORTELA
& SHIKANAI, 2003), constituem as mais usadas em ordem crescente de sensibilidade. A
reação em cadeia de polimerase (PCR) tem sido usada para elucidação de casos que
necessitam maior sensibilidade.
A fase crônica não exibe cura espontânea, podendo evoluir para uma nova
agudização , causando lesões progressivas e cumulativas que levam a falência de órgãos
vitais como o coração ou vísceras onde predominam músculos lisos, como os intestinos e
esôfago, induzindo a formação de megacolo ou megaesôfago chagásico (DIAS, 1944;
TEIXEIRA, 1980; PRATA, 1994).
O comprometimento do SNC pelo T. cruzi foi verificado logo após os primeiros
relatos de CHAGAS (1909, 1911) e constitui importante fator de caracterização do tipo de
cepa. Analisaremos o curso da infecção do sistema nervoso de acordo com o modelo
7
biológico usado, na seguinte ordem: gatos, cães, camundongos, ratos e por fim as infecções
chagásicas humanas.
1 - Gatos
VIANNA (1911) relatou a presença de focos múltiplos disseminados no córtex,
núcleos centrais, ponte e bulbo, na infecção aguda em gatos.
2 - Cães
TORRES & VILLAÇA (1919) induziram a primeira infecção experimental em cães
sem informar a cepa ou inóculo, demonstrando um quadro de “encefalomielite benigna com
hipertrofia glial e amastigotas dentro e fora das células nos focos inflamatórios ou distantes
destes, com maior freqüência na substância branca”. Cães inoculados com T. cruzi
desenvolveram um quadro de encefalomielite com a presença de parasitas no sistema nervoso
central, lesões degenerativas com reação glial e alterações vasculares (VILLELA e TORRES,
1926; CAMPOS, 1927; KRAMER, 1972). GOBLE (1950) na infecção canina experimental
com as cepas A, B (100.000 tripomastigotas) e W (500.000 tripomastigotas), relatou que os
animais que apresentaram sinais clínicos de comprometimento do SNC desenvolveram
encefalite multifocal com parasitismo. Nos animais sem manifestações neurológicas
observaram amastigotas no cérebro sem reação glial. ALENCAR & ELEJALDE (1959),
também em infecção canina sem citar a cepa e inoculo, observaram no SNC focos de
leptomeningite, infiltrados perivasculares, e acúmulos de células com características
“granulomatosas”.
QUEIROZ (1975) em estudo histopatológico dos encéfalos e medulas espinhais de
cães na fase aguda da infecção experimental pela cepa 12SF (cepa São Felipe) sem informar o
inoculo, encontrou nódulos gliais, parasitismo discreto e difuso com nítida predileção para a
substância branca tanto no encéfalo quanto na medula espinhal. O autor não encontrou lesões
neuronais que justificassem a paralisia progressiva dos membros posteriores que ocorre na
segunda semana após a inoculação. PITTELLA et al. (1990) estudaram oito cães infectados
com 1.000 tripomastigotas por grama de peso corporal da cepa colombiana. Relataram a
morte de três animais na fase aguda os quais apresentaram encefalite multifocal. Um destes
animais apresentou lesões recentes com parasitas, e os outros dois, lesões esparsas sem
parasita, sugestivo de um processo em resolução. Os outros cinco cães foram sacrificados na
fase crônica e não apresentaram alterações encefálicas. PITTELLA et al. (1995) compararam
o encéfalo de cães inoculados com 2.000 tripomastigotas/kg das cepas Berenice (Be-62 e Be-
8
3 - Camundongos
ALENCAR & ELEJALDE (1960) estudaram o comprometimento do SNC de
camundongo albino, infectado com a cepa Y sem citar o inóculo, durante a fase aguda da
infecção experimental pelo T. cruzi, demonstrando a presença de granulomas pequenos
situados principalmente nas proximidades dos vasos sangüíneos. JARDIM (1967) citou a
diminuição acentuada das células de Purkinje na fase aguda da doença de Chagas em
camundongos infectados com a cepa Y, sem contudo informar o inóculo.
SANÁBRIA (1968 e 1969) estudou o cérebro de camundongos, sob inóculo
intracerebral, através de microscopia eletrônica de transmissão, sem informar a idade dos
animais, a cepa e precisamente o inóculo. Este autor observou 100% de infecção nos animais
inoculados com parasitismo em macrófagos, astrócitos e algumas vezes em axônios.
AMARAL et al. (1975) estudaram o encéfalo de camundongos inoculados com 1.000.000 a
1.500.000 tripomastigotas das cepas, Y, MR, FL, Berenice e PNM, em cortes semi-seriados
na fase aguda da infecção. Os animais infectados com as cepas FL, MR, Berenice e Y
mostraram parasitismo encefálico baixo e parasitismo geral elevado e aqueles infectados com
a cepa PNM apresentaram intenso parasitismo encefálico e parasitismo de outros órgão
menos freqüentes. Com estes resultados os autores aventaram a hipótese de um possível
tropismo da cepa PNM para o SNC. Recentemente, SILVA (1996) em estudo de
caracterização fenotípica das células presentes no infiltrado inflamatório no parênquima do
SNC de camundongo C3H/He infectado com 100 tripomastigotas da cepa Colombiana,
durante a fase aguda, demonstrou a presença de células CD4+, Mac-1+ e CD8+, com
predomínio das últimas.
4 - Ratos
O envolvimento da medula espinhal com destruição neuronal foi observado em ratos
chagásicos na fase crônica (SCHWARTZBURD & KOBERLE, 1959) e na fase aguda
(VICHI,1964). VICHI (1961) estudando a medula espinhal de rato Wistar, sem informar a
cepa e precisamente o inóculo ou a idade dos animais, verificou que o parasitismo do T. cruzi
é maior no nível lombar do que nos níveis torácico e cervical e também maior na substância
cinzenta do que na substância branca.
9
5 – Humanos
DeCOURSEY (1935) relatou elevado número de células inflamatórias e parasitas no
miocárdio de uma criança, porém no encéfalo, as lesões foram focais, discretas e sem
parasitas. VILLELA & VILLELA (1932) relataram a presença de parasitas na infecção do
SNC em macrófagos do revestimento meníngeo, células da glia e excepcionalmente
neurônios. Pequenos nódulos de proliferação glial, com ou sem parasitas podem ser
encontrados de modo esparso no sistema nervoso central de indivíduos na fase aguda com ou
sem manifestações neurológicas evidentes. Estes nódulos foram caracterizados por técnicas
de impregnação argêntea como constituídos por elementos da micróglia (VILLELA &
VILLELA, 1932; CARDOSO, 1960). ELEJALDE (1958), estudando as lesões cerebrais ao
nível da microscopia de luz em uma criança aos 11 meses de idade que faleceu na fase aguda
da doença de Chagas, encontrou células gliais parasitadas sem reação inflamatória e
formações granulomatosas constituídas por micróglia, tanto na substância branca quanto na
substância cinzenta, mais freqüentes nas proximidades dos vasos.
gliais em 2,5% dos casos. Em pacientes humanos na fase aguda com manifestações
neurológicas graves observaram-se edema e congestão cerebral intensos, às vezes com
pontilhados hemorrágicos nas meninges e tecido nervoso. Os achados histológicos
evidenciaram meningoencefalite intensa caracterizada por focos inflamatórios meníngeos e
encefálicos sendo estes representados por nódulos gliais com a presença do parasita
(QUEIROZ, 1976). MEDRADO-FARIA et al. (1976) realizaram investigação
epidemiológica visando demonstrar associação causal entre infecção chagásica e síndrome
epiléptica, encontrando pequena prevalência da doença de Chagas no grupo epiléptico,
quando comparado ao grupo controle não epiléptico. Enfatizaram a necessidade de novos
estudos para esclarecer melhor a possível correlação. Estudando o cérebro de 31 casos de
humanos chagásicos na fase crônica com a forma cardíaca, PITTELLA (1985) encontrou em
10% dos pacientes, encefalite granulomatosa múltipla sendo que muitos granulomas estavam
na proximidade de pequenos vasos do tecido nervoso e ausência de parasitismo de neurônios.
Estudo histoquantitativo das células neuronais do núcleo dorsal do vago e do
hipoglosso em chagásicos crônicos com e sem megaesôfago demonstrou redução do número
de neurônios nos portadores de megaesôfago. Isto sugere que não se pode excluir a
participação da lesão do núcleo dorsal do vago na fisiopatologia do megaesôfago (LOPES et
al. 1969; revisto por Rey, 1991).
Na fase crônica da doença de Chagas, pouco se conhece sobre alterações no SNC,
fato que decorre provavelmente da realização de análises pontuais nesta fase da doença
(revisto por PITTELLA, 1991). Na fase aguda descrevem-se infiltração leucocitária
mononuclear das leptomeninges, congestão, hemorragia perivascular, infiltração linfocitária
perivascular, e proliferação glial.
PITTELLA et al. (1993), em estudo histopatológico e imunohistoquímico do cérebro
e coração de 50 pacientes portadores da forma cardíaca da fase crônica da doença de Chagas,
não observaram parasitas ou alterações inflamatórias no cérebro da maioria dos casos
analisados, sendo constantes as alterações inflamatórias cardíacas. Assim afirmaram que não
há bases histopatológicas que suportem a existência da forma nervosa crônica da doença de
Chagas.
PITTELLA (1993) fez excelente revisão sobre a infecção humana pelo T. cruzi
destacando que: 1) a fase inicial aguda da infecção pelo T. cruzi é normalmente assintomática
e sub-clínica; 2) somente pequena porcentagem de casos desenvolve encefalite na fase aguda
da doença de Chagas principalmente crianças; 3) as formas agudas sintomáticas
acompanhadas de encefalite chagásica são graves, com morte usualmente em todos os casos;
4) os portadores da forma aguda assintomática e da forma aguda sintomática leve não
13
apresentam infecção no sistema nervoso central ou em alguns casos encefalite discreta, com
focos esparsos e involução total das lesões; 5) a reativação da infecção no sistema nervoso
central da forma crônica da doença de Chagas é incomum e ocorre somente em pacientes
imunossuprimidos.
O estado de imunossupressão apresentado por pacientes portadores da síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS) induz intensificação do processo infeccioso
freqüentemente com comprometimento agudo do SNC (CASTILLO et al., 1990; GALLO et
al., 1992; ODDO et al., 1992; PEREZ et al., 1992; LABARCA et al., 1992; SOLARI et al.,
1993; PIMENTEL et al., 1996). KOLODNY (1939) observou que animais de até 20 dias
de idade, portanto com sistema imunológico imaturo, são mais suscetíveis à infecção
chagásica ocorrendo mortes em quase 100 % dos ratos inoculados. Este fato também foi
verificado por REVELLI et al (1987) e DA MATA (2000).
Como constatamos pela análise da literatura, a tripanosomíase americana varia o curso
de sua infecção em função das características próprias de cada isolado do T. cruzi, da idade
dos animais ou humanos infectados e ainda se caracteriza pelo parasitismo preferencial por
determinados órgãos.
Usamos neste trabalho um isolado de T. cruzi obtido de um paciente portador da
forma cardíaca e digestiva da doença de Chagas, isolado no Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Goiás (UFG), com o objetivo de:
2 - MATERIAL E MÉTODO
2.1 - Os animais
Foram usados 50 ratos Wistar de ambos os sexos com 15 e 60 dias de idade,
fornecidos pelo Biotério do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG. Os animais foram
separados em 8 grupos experimentais e dois grupos controle, submetidos aos tratamentos
conforme descritos no item 2.3 e mantidos no Laboratório de Neurobiologia do Departamento
de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, recebendo ração comercial
Labina/Purina e água à vontade até o momento de serem eutanasiados.
2.4 - Parasitemia
A contagem de parasitas no sangue foi realizada em dias alternados a partir do
terceiro dia da inoculação, conforme método descrito por BRENER (1962). Através da secção
da extremidade da cauda dos animais, obteve-se 5µl de sangue que colocados entre lâmina
histológica de vidro e lamínula de 22 mm x 22 mm foram observados sob aumento de 400X.
Procedeu-se a contagem das formas tripomastigotas vivas em 100 campos e utilizou-se um
fator de correção (17,65) calculado para o microscópio utilizado a fim de se obter o número
total de tripomastigotas em 5µl de sangue, e a seguir a multiplicação por 200 resultou no
número estimado de formas por mililitro de sangue.
Fig.4 - Esquema dos cortes usados para o estudo do encéfalo. (Da Mata, 2000).
Tabela 2 – Valores do peso corporal em gramas (média+desvio padrão) de ratos Wistar inoculados aos 15
dias de idade, com 10.000 e 100.000 tripo/animal, de Trypanosoma cruzi, e aos 38 dias de idade (23 dias
após a inoculação) Os pesos dos animais do grupo controle também são apresentados. Valores máximos e
mínimos entre parênteses.
Animais inoculados aos 60 dias de idade com 10.000 ou 100.000 tripo/animal não
apresentaram diferenças significativas quanto ao ganho de peso, entre si ou em relação aos
animais controle (tabela 3). Não houve mortes durante toda a fase aguda, em nenhum dos
grupos experimentais. Os valores individuais, médios e respectivos desvios padrões estão
exibidos no anexo (tabela 8).
19
Tabela 3 – Valores do peso corporal em gramas (média+desvio padrão) de ratos Wistar inoculados aos 60
dias de idade, com 10.000 e 100.000 tripo/animal, de Trypanosoma cruzi, e aos 83 dias de idade (23 dias
após a inoculação) Os pesos dos animais do grupo controle também são apresentados. Valores máximos e
mínimos entre parênteses.
140000
Tripomastigotas / ml de sangue
120000
100000
80000
60000
40000
20000
0
3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
GRÁFICO 1 – Curva de parasitemia (valores médios) em ratos Wistar infectados com T. cruzi aos 15 dias de
idade, usando-se o inóculo de 10.000 tripo/animal.
250000
150000
100000
50000
0
0 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
GRÁFICO 2 – Curva de parasitemia (valores médios) em ratos Wistar infectados com T. cruzi aos 15 dias de
idade, usando-se o inóculo de 100.000 tripo/animal.
30000
Tripomastigotas / ml de sangue
25000
20000
15000
10000
5000
0
0 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
30000
Tripomastigotas / ml de sangue
25000
20000
15000
10000
5000
0
13
17
21
25
29
33
37
41
45
0
GRÁFICO 4 – Curva de parasitemia (valores médios) em ratos Wistar infectados com T. cruzi aos 60 dias de
idade, usando-se o inóculo de 100.000 tripo/animal.
23
Fig. 5 - Fotomicrografia de parede ventricular do coração de rato (Wistar) do grupo controle, sendo A e B aos
38 dias de idade e C aos 83 dias. Observe em B e C miocárdio (seta maior), epicárdio (seta menor) e
endocárdio (cabeça de seta) com aspecto normal. Note em A os núcleos das células (N) e discos intercalares
(D) de acordo com os padrões normais. Hematoxilina/Eosina (HE), 400X.
Fig. 6 – Fotomicrografia de coração de rato (Wistar) inoculado aos 15 dias com 100.000 tripo/animal (HE). A
– Parede atrial apresentando ninho associado a células inflamatórias diversas (CI). Note o epicárdio (cabeça
de seta) e endocárdio (seta menor) com células inflamatórias infiltradas (400 X). B – Detalhe da
fotomicrografia A, apresentando ninho envolto por células inflamatórias (seta) 1000 X. C – Parede do
ventrículo esquerdo apresentando ninho integro (seta) dentro de cardiomiócito sem reação inflamatória (1000
X). Rato inoculado aos 60 dias com 100.000 tripo/animal. HE.
Fig. 7 – Fotomicrografia de coração de rato (Wistar) apresentando processo inflamatório focal. A – Processo
inflamatório focal (seta) no ventrículo esquerdo de rato inoculado aos 15 dias com 100.000 tripo\animal. HE,
400X. B – Processo inflamatório focal (seta) no ventrículo direito de rato inoculado aos 60 dias com 100.000
tripo\animal. Note o afastamento dos cardiomiócitos evidenciando edema (*). HE, 400X.
Fig. 8 – Fotomicrografia de coração de rato (Wistar), inoculado aos 15 dias com 100.000 tripo/animal, onde
se observa parede ventricular esquerda apresentando processo inflamatório focal. Note a sugestiva de
diversos tipos de celulares tais como: linfócitos (L), macrófagos (M), fibroblasto (F), plasmócito (P) e
polimorfonucleado (PM). Observa-se o afastamento dos cardiomiócitos (*) evidenciando edema e
desagregação tecidual subjacente. HE, 1000 X.
Fig. 9 – Fotomicrografia do coração de rato (Wistar) inoculado aos 15 dias com 10.000 tripo/animal.
Observa-se processo inflamatório focal sub endocárdico (seta), na inserção da válvula átrio-ventricular
esquerda (V). HE, 400X.
28
Fig. 10 – Fotomicrografia do ventrículo esquerdo de coração de rato (Wistar) inoculado aos 15 dias com
10.000 tripo/animal, apresentando em A, infiltrado inflamatório sub endocárdico (seta) e em B, sub
epicárdico (seta). HE, 400X.
Fig. 11 – Fotomicrografia do coração de rato (Wistar) inoculados aos 15 dias com 100.000 tripo/animal
apresentando infiltrado inflamatório perivascular (seta). HE, 400X. A e B – Infiltrados perivasculares
encontrados em torno de vasos (♦) sub endocárdicos no septo interventricular. C – Infiltrado perivascular ao
redor de vaso (♦) secionado longitudinalmente de rato inoculado aos 60 dias com 100.000 tripo/animal. D –
Infiltrados perivasculares em vasos (♦) do ventrículo esquerdo de rato inoculado aos 60 dias com 10.000
tripo/animal. Note o afastamento dos cardiomiócitos (cabeça de seta).
Tabela 5 – Número médio (média+desvio padrão) de processos inflamatórios focais (PIF) no coração de ratos
Wistar inoculados aos 15 ou 60 dias de idade, com 10.000 e 100.000 tripo/animal, de T. cruzi. Valores
máximos e mínimos entre parênteses. Não foram encontradas alterações em animais do grupo controle.
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ANEXO
53
Tabela 7 – Valores de pesos em gramas (individuais, médios e desvio padrão) de ratos controle e inoculados com
10.000 ou 100.000 tripo/animal, aos 15 dias de idade (e 23 dias após a inoculação).
15 27 23 28 26 28 26,4 2,07
15 33 27 32 29 26 29,4 3,05
Inoculado com
100.000 tripo/animal 38 100 113 100 101 116 106 7,84
54
Tabela 8 – Valores de pesos em gramas (individuais, médios e desvio padrão) de ratos controle e inoculados com
10.000 ou 100.000 tripo/animal, aos 60 dias de idade.
Tabela 9 – Parasitemia (valores individuais, média e desvio padrão) de ratos (número de tripomastigotas em 100
campos), inoculados com 10.000 tripo/animal, aos 15 dias de idade.
Dias Animais
examinados Rato 1 Rato 2 Rato 3 Rato 4 Rato 5 Média Desvio Padrão
3 0 0 0 0 0 0 0,00
5 1 1 1 1 1 1 0,00
7 1 3 2 2 2 2 0,71
9 7 5 7 9 7 7 1,41
11 25 22 15 9 19 18 6,24
13 12 23 5 12 13 13 6,44
15 17 17 19 23 19 19 2,45
17 10 25 20 20 25 20 6,12
19 17 20 36 39 28 28 9,62
21 16 15 42 43 29 29 13,51
23 16 18 48 50 33 33 16,03
25 20 8 15 30 27 20 8,92
27 8 2 14 3 13 8 5,52
29 3 1 7 1 3 3 2,45
31 1 0 3 0 1 1 1,22
33 2 0 4 2 2 2 1,41
35 1 3 0 0 1 1 1,22
37 1 0 2 1 1 1 0,71
39 0 0 0 0 0 0 0,00
41 0 0 0 0 0 0 0,00
43 0 0 0 0 0 0 0,00
45 0 0 0 0 0 0 0,00
47 0 0 0 0 0 0 0,00
56
Tabela 10 - Parasitemia (valores individuais, média e desvio padrão) de ratos (número de tripomastigotas em 100
campos), inoculados com 100.000 tripo/animal, aos 15 dias de idade.
Dias Animais
Examinados Rato 1 Rato 2 Rato 3 Rato 4 Rato 5 Média Desvio Padrão
3 0 0 0 0 0 0 0,00
5 1 1 1 2 0 1 0,71
7 1 1 2 0 1 1 0,71
9 1 2 2 3 2 2 0,71
11 15 18 16 20 21 18 2,55
13 9 13 11 19 13 13 3,74
15 19 25 17 13 21 19 4,47
17 20 25 17 18 20 20 3,08
19 20 35 24 29 32 28 6,04
21 70 85 40 80 50 65 19,36
23 50 48 15 10 42 33 19,03
25 20 10 30 25 15 20 7,91
27 8 16 4 4 8 8 4,90
29 6 2 2 2 3 3 1,73
31 0 6 0 4 0 2 2,83
33 0 6 2 4 3 3 2,24
35 1 3 2 0 4 2 1,58
37 0 0 3 0 2 1 1,41
39 1 1 2 0 1 1 0,71
41 0 0 0 0 0 0 0,00
43 0 0 0 0 0 0 0,00
45 0 0 0 0 0 0 0,00
47 0 0 0 0 0 0 0,00
57
Tabela 11 - Parasitemia (valores individuais, média e desvio padrão) de ratos (número de tripomastigotas em 100
campos), inoculados com 10.000 tripo/animal, aos 60 dias de idade.
Dias Animais
examinados Rato 1 Rato 2 Rato 3 Rato 4 Rato 5 Média Desvio Padrão
3 0 0 0 0 0 0 0,00
5 0 0 0 0 0 0 0,00
7 0 0 0 0 0 0 0,00
9 0 0 0 0 0 0 0,00
11 0 0 0 0 0 0 0,00
13 1 0 2 1 1 1 0,71
15 0 2 2 1 0 1 1,00
17 2 1 1 2 4 2 1,22
19 1 2 3 3 6 3 1,87
21 2 3 5 7 8 5 2,55
23 4 5 9 8 9 7 2,35
25 4 2 1 1 7 3 2,55
27 1 2 2 2 3 2 0,71
29 2 1 2 4 1 2 1,22
31 2 1 1 0 1 1 0,71
33 3 1 0 0 1 1 1,22
35 2 1 0 0 2 1 1,00
37 1 1 0 0 3 1 1,22
39 0 0 0 0 0 0 0,00
41 0 0 0 0 0 0 0,00
43 0 0 0 0 0 0 0,00
45 0 0 0 0 0 0 0,00
47 0 0 0 0 0 0 0,00
58
Tabela 12 - Parasitemia (valores individuais, média e desvio padrão) de ratos (número de tripomastigotas em 100
campos), inoculados com 100.000 tripo/animal, aos 60 dias de idade.
Dias Animais
examinados Rato 1 Rato 2 Rato 3 Rato 4 Rato 5 Média Desvio Padrão
3 0 0 0 0 0 0 0,00
5 0 0 0 0 0 0 0,00
7 0 0 0 0 0 0 0,00
9 1 1 0 2 1 1 0,71
11 2 3 3 5 2 3 1,22
13 0 1 1 1 2 1 0,71
15 3 7 0 2 3 3 2,55
17 0 8 8 0 9 5 4,58
19 5 7 9 2 2 5 3,08
21 6 9 10 8 7 8 1,58
23 3 4 5 5 8 5 1,87
25 2 3 3 4 3 3 0,71
27 2 4 2 4 3 3 1,00
29 1 1 2 0 1 1 0,71
31 0 0 0 0 0 0 0,00
33 0 0 0 0 0 0 0,00
35 0 0 0 0 0 0 0,00
37 0 0 0 0 0 0 0,00
39 0 0 0 0 0 0 0,00
41 0 0 0 0 0 0 0,00
43 0 0 0 0 0 0 0,00
45 0 0 0 0 0 0 0,00
47 0 0 0 0 0 0 0,00
59
Tabela 13 – Quadro demonstrativo do número de ninhos íntegros (valores individuais, média e desvio padrão),
no coração de ratos Wistar inoculados aos 15 ou 60 dias de idade, com 10.000 ou 100.000 tripo/animal, de T.
cruzi. Os animais do grupo controle não apresentaram alterações.
Animais
Inóculo
Idade tripo/animal Rato 1 Rato 2 Rato 3 Rato 4 Rato 5 Média Desvio Padrão
10.000 4 5 6 3 2 4 1,58
15 dias
100.000 6 10 9 8 7 8 1,58
10.000 2 0 1 1 1 1 0,71
60 dias
100.000 2 1 3 3 1 2 1,00
60
Tabela 14 – Quadro demonstrativo do número de infiltrado perivascular (valores individuais, média e desvio
padrão), no coração de ratos Wistar inoculados aos 15 ou 60 dias de idade, com 10.000 ou 100.000 tripo/animal,
de T. cruzi. Os animais do grupo controle não apresentaram alterações.
Animais
Inóculo
Idade tripo/animal Rato 1 Rato 2 Rato 3 Rato 4 Rato 5 Média Desvio Padrão
10.000 5 7 6 3 4 5 1,58
15 dias
100.000 12 15 17 17 14 15 2,12
10.000 3 2 4 2 4 3 1,00
60 dias
100.000 5 6 3 3 3 4 1,41
61
Tabela 15 – Quadro demonstrativo do número de processo inflamatório focal (valores individuais, média e
desvio padrão), no coração de ratos Wistar inoculados aos 15 ou 60 dias de idade, com 10.000 ou 100.000
tripo/animal, de T. cruzi. Os animais do grupo controle não apresentaram alterações.
Animais
Inóculo
Idade tripo/animal Rato 1 Rato 2 Rato 3 Rato 4 Rato 5 Média Desvio Padrão
10.000 10 16 14 12 13 13 2,24
15 dias
100.000 30 25 21 22 27 25 3,67
10.000 5 11 8 10 6 8 2,55
60 dias
100.000 13 12 5 7 13 10 3,74
62