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12/08/2018 O negócio das vendas de visualização no YouTube - 11/08/2018 - Tec - Folha

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O negócio das vendas de visualização no YouTube


Assim como outras mídias sociais, a plataforma de vídeos luta contra exibições falsas
há anos

Plataforma de vídeo luta contra visualizações falsas há anos - Dado Ruvic/Reuters

11.ago.2018 às 22h02

Michael Keller

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12/08/2018 O negócio das vendas de visualização no YouTube - 11/08/2018 - Tec - Folha

NOVA YORK Martin Vassilev, 32, ganha a vida vendendo visualizações falsas em
vídeos no YouTube. Trabalhando em casa em Ottawa, Ontário, ele já vendeu
até agora cerca de 15 milhões de visualizações neste ano, colocando-o no
caminho certo para arrecadar mais de US$ 200 mil (R$ 772 mil), mostram os
registros.

Vassilev não proporciona as visualizações. Seu site, 500Views.com, conecta


clientes com serviços que oferecem visualizações, curtidas e
descurtidas gerados por computadores, não por seres humanos. Quando
algum fornecedor de audiência não pode atender a um pedido, a Vassilev –
como uma telefonista moderna– conecta rapidamente o cliente a outro
serviço.

"Eu consigo fornecer uma quantidade ilimitada de visualizações para um


vídeo", disse Vassilev. "Tentaram parar o serviço por muitos anos, mas eles não
conseguem. Há sempre uma forma de contornar."

Depois do Google, o YouTube é o site onde as pessoas mais pesquisam. É a


plataforma mais popular entre os adolescentes –superando até gigantes como
o Facebook e o Instagram–, de acordo com um estudo feito em 2018
pelo Pew Research Center. Com bilhões de visualizações por dia, a
plataforma de vídeos ajuda a estimular sensações culturais globais, gerar
carreiras, vender marcas e promover agendas políticas.

Assim como outras empresas de mídia social foram atormentadas por contas
de impostores e campanhas de influência artificial, o YouTube
tem lutado contra visualizações falsas há anos.

O ecossistema das visualizações falsas do qual Vassilev faz parte pode minar a


credibilidade do YouTube ao manipular a moeda digital que sinaliza valor para
os usuários. Embora o YouTube diga que exibições falsas representam apenas
uma pequena fração do total, elas ainda têm um efeito significativo ao enganar
consumidores e anunciantes.

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Com base em dezenas de entrevistas, registros de vendas e compras


experimentais de visualizações, a reportagem analisou como o mercado
funcionava e testou a capacidade do YouTube de detectar manipulações.

Inflar visualizações viola os termos de serviço do YouTube. Mas pesquisas


feitas no Google sobre comprar visualizações mostram centenas
de sites oferecendo maneiras rápidas e fáceis de aumentar a contagem de um
vídeo em 500, 5.000 ou até 5 milhões exibições. Os sites, que ofertam
visualização por alguns centavos, também aparecem nos no Google Ads,
ferramenta de links patrocinados na internet.

Para testar os sites, a reportagem encomendou milhares de visualizações de


nove empresas. Quase todas as compras, feitas para vídeos não associados à
organização de notícias, foram cumpridas em cerca de duas semanas.

Uma das empresas era Devumi.com. De acordo com os registros da empresa,


ela arrecadou mais de US$ 1,2 milhão (R$ 4,63 milhões) em três anos,
vendendo 196 milhões de visualizações no YouTube. Quase todas as exibições
permanecem hoje.

Uma análise desses registros, de 2014 a 2017, mostra que a maioria dos
pedidos foi concluída em semanas, embora os de um milhão de visualizações
ou mais tenham sido mais demorados. Proporcionar grandes volumes de
forma barata e rápida é, muitas vezes, um sinal de que um serviço não oferece
uma audiência real.

Os clientes da Devumi incluíam um funcionário da RT, uma organização de


mídia financiada pelo governo russo, e um funcionário da Al Jazeera English,
outra empresa financiada pelo Estado. Outros compradores eram um cineasta
que trabalhava para a Americans for Prosperity, um grupo de defesa política
conservadora, e o chefe de vídeo do The New York Post. Al Jazeera e The Post
disseram que os trabalhadores não estavam autorizados a fazer tais compras e
não estavam mais empregados lá.

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Diversos músicos compraram as exibições na plataforma para parecerem mais


populares: as visualizações do YouTube são levadas em consideração por
métricas da empresa de classificações Nielsen e por paradas musicais,
incluindo o Hot 100 da Billboard.

Algumas empresas compraram visualizações para clientes com a promessa de


promoção na mídia social, que resultaria em pessoas reais assistindo a seus
vídeos.

"Este tem sido um problema em que estamos trabalhando há muitos anos",


disse Jennifer Flannery O'Connor, diretora de gerenciamento de produtos do
YouTube. Os sistemas da empresa monitoram continuamente a atividade de
um vídeo, e a equipe anti-fraude frequentemente compra visualizações para
tentar entender melhor como esses serviços operam, disse ela. "Nossos
sistemas de detecção de anomalias são realmente bons".

Ainda assim, os desafios são significativos. A certa altura, em 2013, o YouTube


tinha tanto tráfego de bots (robôs disfarçados de pessoas) quanto tráfego de
visitantes humanos, de acordo com a empresa. Alguns funcionários temiam
que isso fizesse com que o sistema de detecção de fraudes mudasse,
classificando o tráfego falso como real e vice-versa –
processo conhecido também como “Inversão”.

O YouTube não divulga o número de visualizações falsas bloqueadas todos os


dias, mas disse que suas equipes trabalhavam para mantê-las abaixo de 1% do
total. Ainda assim, com a plataforma registrando bilhões de visualizações por
dia, dezenas de milhões de visualizações falsas podem ser feitas diariamente.

"Enquanto popularidade e exibições forem a moeda do YouTube,


a manipulação da contagem de visualizações será um problema", disse
Livingston.

DINHEIRO VIVO

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Foram necessários cerca de 18 meses para que Vassilev deixasse o bem-estar


social de morar com o pai no Canadá para comprar uma BMW 328i branca e
uma casa própria.

No final de 2014, seu site estava na primeira página de resultados de busca do


Google para comprar visualizações do YouTube, atendendo de 150 a 200
pedidos por dia e trazendo mais de US$ 30 mil (R$ 115 mil) por mês, disse
Vassilev. "Eu realmente não acreditava que você pudesse ganhar tanto dinheiro
online." O pedido da reportagem em seu site, para 25.000 visualizações, foi
realizado um dia após a solicitação.

Uma porta-voz do Google, que pertence à mesma empresa que o YouTube,


disse que os sites que vendem exibições apareceram nos resultados de
pesquisa porque eram relevantes, mas são espaços para serem aprimorados.

Vassilev se recusou a nomear seus clientes, mas disse que muitas encomendas
vieram de empresas de relações públicas ou de marketing.

Hoje a maioria dos pedidos feitos a ele ocorrem por meio do SMMKings.com,


um fornecedor de atacado comandado por Sean Tamir, 29. Tamir o cobra US$
1 (R$ 3,86) por mil visualizações, que Vassilev revende por US$ 13,99 (R$ 54),
com mais 100 curtidas gratuitas.

Várias vezes por ano, o YouTube faz alterações em seu sistema de detecção
para tentar impedir visualizações falsas, disse Tamir. Um delas ocorreu
recentemente, no final de janeiro, mas muitos dos sites já estavam
funcionando algumas semanas depois, quando a reportagem fez a maior parte
de suas compras. Os fornecedores afirmam que estão contornando as
atualizações do sistema, fazendo com que o tráfego pareça mais humano,
garantindo que o acesso pareça vir de usuários com visualizações  anteriores,
por exemplo.

PROMESSA DE SEGUIDORES

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O vendedor disse por telefone que seria simples: Elizabeth Clayton, 77, uma
professora aposentada de inglês e psicologia, poderia pagar à Hancock Press
US$ 4,2 mil (R$ 16,2 mil) para divulgar seus trabalhos de poesia publicados por
ela mesma. A empresa disse que a promoção online, incluindo 40
mil visualizações no YouTube, se traduziria em vendas, mostram emails.

Clayton estava otimista. Ela tem feito publicações há sete anos, mas não


vende muito. Então fez, então, o pagamento de US$ 8,4 mil (R$ 32,4 mil) a
Hancock para promover dois vídeos.

"Eles me disseram que se eu conseguisse um certo número de visitas eu


conseguiria vender vender uma certa quantia de publicações", disse.

Elizabeth Clayton tentou comprar visualizações do YouTube para vender publicações de poesia -
NYT

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Em vez de marketing tradicional, Hancock pagou US$ 270 (R$ 1.000) por
55.000 visualizações de Devumi para cada vídeo, mostram os registros. As
visualizações chegaram a 60 mil, onde permanecem. Mas não houve aumento
nas vendas.

"Eles não podiam me dizer nada sobre as pessoas que estavam assistindo ao
vídeo", disse Clayton. "Eu suspeitei de algo, mas não consegui nenhuma
informação."

Wayne Hancock, 92, executivo-chefe da empresa sediada em Arkansas, disse


acreditar que pessoas reais estão assistindo aos vídeos. Foi desse modo que
Devumi vendeu suas visualizações. Filha de Hancock, K.C. Shay, que o ajuda a
administrar o negócio, descartou os documentos de Clayton e disse que os
recibos de Devumi são falsos.

Mas os registros de Devumi mostram que a Hancock Press gastou cerca de US$
26 mil (R$ 100 mil) em três anos, obtendo mais de 5 milhões de visualizações
para 75 ou mais autores. Entrevistas com outros seis clientes da Hancock são
consistentes com a experiência de Clayton.

Devumi não respondeu a repetidos pedidos de comentário. A empresa, cujo


site diz que fechou, foi investigada em dois estados em janeiro, depois de
reportagem sobre a venda de seguidores falsos no Twitter.

Muitos clientes da Devumi vieram da indústria da música, onde a compra de


visualizações é comum e geralmente é vista como necessária.

"O YouTube é uma das principais fontes de consumo de música e um


importante indicador de tendências musicais e popularidade", disse Silvio
Pietroluongo, vice-presidente da Billboard.

Como um novo artista, Aleem Khalid contratou a Crowd Surf, uma empresa de
promoção, em 2014. Sem o seu conhecimento, disse ele, a empresa comprou
10 mil visualizações cada em três de seus vídeos. Eles agora têm entre 11 mil e
42 mil visualizações.

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“A coisa bonita sobre essas mídias sociais é quando elas surgiram, era algo
genuíno. Mas agora eu sinto que é tudo de mentira", disse Khalid, 25. (Cassie
Petrey, co-fundadora da Crowd Surf, disse que achava que Devumi estava
produzindo visualizações reais, com base em declarações em seu site.)

Os sites que vendem visualizações continuam anunciando com aparente


impunidade. Uma postagem no Blog de criadores do YouTube avisando os
usuários contra exibições falsas tem inúmeros comentários vinculados a sites
que vendem visualizações.

"A única forma de o YouTube eliminar isso é se eles removeram


completamente o contador de visualizações", disse Vassilev, o vendedor de
visualizações falsas. "Mas isso frustraria o objetivo do YouTube."

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