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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

Influência da Viscosidade no Contato Água-Óleo na


Recuperação de Reservatórios

Kilça Tanaka Botelho

Florianópolis, outubro de 2004.


AGRADECIMENTOS

Agradeço o apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo – ANP, e da


Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP, por meio do Programa de Recursos
Humanos da ANP para o Setor Petróleo e Gás PRH-34 ANP/MCT.

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Influência da Viscosidade no Contato Água-
Óleo na Recuperação de Reservatórios

______________________________
Kilça Tanaka Botelho
PRH-ANP/MCT N0: 2001.6021-0

______________________________
Marintho Bastos Quadri
Orientador

3
RESUMO.................................................................................................................... 5
OBJETIVOS ............................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 8
2.1 Petróleo............................................................................................................ 8
2.2 Exploração de Petróleo.................................................................................... 8
2.2.1 Rochas Geradoras .................................................................................... 9
2.2.2 Migração..................................................................................................10
2.2.2 Trapa ou Armadilha .................................................................................11
2.2.3 Rochas-reservatório ................................................................................11
2.2.3 Rochas Selantes .....................................................................................12
2.2.4 Sincronismo..............................................................................................13
2.3 Petróleo em Águas Profundas ....................................................................14
2.4 Recuperação de Petróleo ...............................................................................17
2.5 Viscosidade de Fluidos ...................................................................................21
2.5.1 Equação de Poiseuille..........................................................................25
2.6 Tensão Interfacial........................................................................................27
2.6.1 Princípio Físico .........................................................................................28
2.7 Célula de Hele-Shaw...................................................................................30
2.7.1 Ensaios de Digitação em uma Célula de Hele-Shaw ...........................32
3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................34
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .........................................................................36
5 CONCLUSÕES ..................................................................................................46
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................48

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RESUMO

É bastante conhecido na literatura que a produção de petróleo ocorre


inicialmente de forma espontânea através da pressão interna impelida pelos
gases. No entanto, este método chamado de recuperação primária, permite
apenas que aproximadamente 25% do petróleo existente na jazida seja
extraído. Este fator pode ser aumentado utilizando técnicas especiais,
chamadas de recuperação secundária e terciária. O método secundário de
recuperação consiste na perfuração de um outro poço através do qual é
injetado um fluído para provocar um deslocamento uniforme do tipo pistão em
relação à fase óleo. Devido às diferentes características existentes entre os
fluídos presentes no reservatório, após um determinado tempo a produção do
óleo volta a cair e inicia-se a produção do próprio fluído injetado, restando
ainda muito petróleo a ser recuperado. A partir daí utiliza-se um método
terciário de recuperação, podendo ser, por exemplo, injeção de água com
produtos químicos, injeção de vapor, ou combustão in situ. Este procedimento
provoca alterações nas características do petróleo permitindo um aumento no
fator de recuperação do reservatório. Este projeto tem como objetivo o estudo
do comportamento da interface água-óleo numa célula de Hele-Shaw, com
ênfase nas propriedades físico-químicas dos fluídos em contato. Com isso
pretende-se propor um modelo matemático que descreva os fenômenos
envolvidos e a determinação das variáveis de controle e a instrumentação
necessária a recuperação segura de um reservatório.

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OBJETIVOS

Este projeto tem como objetivo o estudo do comportamento da interface


água-óleo numa célula de Hele-Shaw, com ênfase nas propriedades físico-
químicas dos fluídos em contato permitindo que novos profissionais tenham
contato com as generalidades da indústria de petróleo e gás natural e seus
derivados, e que sejam treinados para interpretar resultados e identificar
problemas, propondo soluções inovadoras em controle e instrumentação de
processos que supram suas principais necessidades operacionais.

Será realizado um estudo teórico e experimental das propriedades físico-


químicas de dois fluídos imiscíveis numa célula de Hele-Shaw, mais
precisamente, água e óleo, com ênfase na viscosidade , com isso pretende-se
propor um modelo matemático que descreva os fenômenos envolvidos e a
determinação das variáveis de controle e a instrumentação necessária a
recuperação segura de um reservatório.

É um trabalho teórico, numérico e experimental vinculado a um projeto de


mestrado e a outro de iniciação científica do mesmo programa PRH-ANP 34.

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1 INTRODUÇÃO

É bastante conhecido na literatura que a produção de petróleo ocorre


inicialmente de forma espontânea através da pressão interna impelida pelos
gases. No entanto, este método chamado de recuperação primária, permite
apenas que aproximadamente 25% do petróleo existente na jazida seja
extraído. Este fator pode ser aumentado utilizando técnicas especiais,
chamadas de recuperação secundária e terciária. O método secundário de
recuperação consiste na perfuração de um outro poço através do qual é
injetado um fluído para provocar um deslocamento uniforme do tipo pistão em
relação à fase óleo. Devido às diferentes características existentes entre os
fluídos presentes no reservatório, após um determinado tempo a produção do
óleo volta a cair e inicia-se a produção do próprio fluído injetado, restando
ainda muito petróleo a ser recuperado. A partir daí utiliza-se um método
terciário de recuperação, podendo ser, por exemplo, injeção de água com
produtos químicos, injeção de vapor, ou combustão in situ. Este procedimento
provoca alterações nas características do petróleo permitindo um aumento no
fator de recuperação do reservatório. Neste trabalho pretendemos dar uma
visão geral dos métodos de recuperação de reservatórios petrolíferos, bem
como apresentar a metodologia para o desenvolvimento de modelos
matemáticos utilizados para a precisão e o acompanhamento da produção de
petróleo.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Petróleo

O petróleo é uma matéria-prima essencial à vida moderna, sendo o


componente básico de mais de 6.000 produtos. Dele se produz a gasolina, o
combustível de aviação, o gás de cozinha, os lubrificantes, borrachas,
plásticos, tecidos sintéticos, tintas e até mesmo energia elétrica. O petróleo
bruto possui em sua composição uma cadeia de hidrocarbonetos, cujas frações
leves formam os gases e as frações pesadas o óleo cru. A distribuição destes
percentuais de hidrocarbonetos é que define os diversos tipos de petróleo
existentes no mundo.

É encontrado a profundidades variáveis, tanto no subsolo terrestre como


do marítimo. Segundo os geólogos, sua formação é o resultado da ação da
própria natureza, que transformou em óleo e gás o material orgânico de restos
de animais e de vegetais, depositados há milhões de anos no fundo de antigos
mares e lagos.

Com o passar do tempo, outras camadas foram se depositando sobre


esses restos de animais e vegetais. A ação do calor e da pressão, causados
por essas novas camadas, transformou matéria orgânica em petróleo. Por isso,
o petróleo não é encontrado em qualquer lugar, mas apenas onde ocorreu essa
acumulação de material orgânico, as chamadas bacias sedimentares.

2.2 Exploração de Petróleo

A indústria petrolífera foi gradualmente percebendo, ao longo de


décadas de exploração, que para se encontrar jazidas de hidrocarbonetos de
volume significativo era imperioso que um determinado número de requisitos
geológicos ocorressem simultaneamente nas bacias sedimentares. O estudo
destas características de maneira integrada e a simulação preliminar das

8
condições ótimas para sua existência concomitante, com o objetivo de permitir
a diminuição do risco exploratório envolvido nas perfurações de poços, um item
de elevado custo, foram consolidados em um único conceito: o de sistema
petrolífero. Um sistema petrolífero ativo compreende a existência e o
funcionamento síncronos de quatro elementos (rochas geradoras maturas,
rochas-reservatório, rochas selantes e trapas) e dois fenômenos geológicos
dependentes do tempo (migração e sincronismo), que serão descritos a seguir.

2.2.1 Rochas Geradoras

O elemento mais importante e fundamental para a ocorrência de


petróleo em quantidades significativas em uma bacia sedimentar, em algum
tempo geológico passado ou presente, é a existência de grandes volumes de
matéria orgânica de qualidade adequada acumulada quando da deposição de
certas rochas sedimentares que são denominadas de geradoras. São estas
rochas que, submetidas a adequadas temperaturas e pressões, geraram o
petróleo em sub-superfície. Se este elemento faltar em uma bacia, a natureza
não terá meios de substituí-la, ao contrário dos outros cinco elementos
constituintes do sistema petrolífero, que mesmo estando ausentes, podem ser
de alguma forma compensados por condições de exceções geológicas ou por
algumas coincidências adequadas.

Rochas geradoras são normalmente constituídas de material detrítico de


granulometria muito fina (fração argila), tais como folhelhos ou calcilutitos,
representantes de antigos ambientes sedimentares de baixa energia e que
experimentaram, por motivos diversos, explosões de vida microscópica. Os
remanescentes orgânicos autóctones (material planctônico) ou alóctones
(material vegetal terrestre carreado para dentro do ambiente) são incorporados
às lamas sob a forma de matéria orgânica diluída. A princípio, quanto maior a
quantidade de matéria orgânica, mais capacidade terá a rocha para gerar
grandes quantidades de petróleo. Entretanto, a incorporação desta matéria
orgânica na rocha deve vir acompanhada da preservação de seu conteúdo

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original, rico em compostos de C e H. Para isto, o ambiente deve estar livre de
oxigênio, elemento altamente oxidante e destruidor da riqueza em C e H das
partículas orgânicas originais. Em suma, ambientes anóxicos favorecem a
preservação da matéria orgânica e, conseqüentemente, a manutenção da
riqueza original de rochas geradoras.

De uma maneira geral, rochas sedimentares comuns apresentam teores


de Carbono Orgânico Total (COT, teor em peso) inferior a 1%. Para uma rocha
ser considerada como geradora seus teores devem ser superiores a este limite
de 1% e, muito comumente, situados na faixa de 2% - 8%, não sendo
incomuns valores de até 14%; mais raramente, até 24%. O tipo de petróleo
gerado depende fundamentalmente do tipo de matéria orgânica preservada na
rocha geradora. Matérias orgânicas derivadas de vegetais superiores tendem a
gerar gás, enquanto o material derivado de zooplancton e fitoplancton, marinho
ou lacustre tende a gerar óleo. O estágio de maturação térmica de uma rocha
geradora, ou seja, a temperatura na qual ela está gerando petróleo, também
influenciará no tipo de petróleo gerado. Em condições normais, uma rocha
geradora começa a transformar seu querogênio em petróleo em torno de 600 o
C. No início, forma-se um óleo de baixa maturidade, viscoso. À medida que a
temperatura aumenta, o óleo gerado vai ficando mais fluido e quantidade de
gás vai aumentando. Por volta de 900 o C, as rochas geradoras atingem seu
pico de geração, expelindo grandes quantidades de óleo e gás. Com o
aumento da temperatura até os 1200º C, o óleo fica cada vez mais fluido e
mais rico em gás dissolvido. Por volta desta temperatura, a quantidade de gás
é predominante e o óleo gerado já pode ser considerado um condensado.
Entre 1200 - 1500 o C, apenas gás é gerado pelas rochas-fonte.

2.2.2 Migração

Uma vez gerado o petróleo, ele passa a ocupar um espaço/volume maior do


que o querogênio original na rocha geradora. Esta se torna supersaturada em

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hidrocarbonetos e a pressão excessiva dos mesmos faz com que a rocha-fonte se
frature intensamente, permitindo a expulsão dos fluidos para zonas de pressão mais
baixa. A viagem dos fluidos petrolíferos, através de rotas diversas pela subsuperfície,
até à chegada em um local portador de espaço poroso, selado e aprisionado, apto
para armazená-los, constitui o fenômeno da migração. As rotas usuais em uma bacia
sedimentar são fraturas em escalas variadas, falhas e rochas porosas diversas
(rochas carreadoras), que ligam as “cozinhas” de geração, profundas, com alta
pressão, a regiões focalizadoras de fluidos, mais rasas, com pressões menores.

2.2.2 Trapa ou Armadilha

Uma vez em movimento, os fluidos petrolíferos são dirigidos para zonas


de pressão mais baixas que os arredores, normalmente posicionadas em
situações estruturalmente mais elevadas que as vizinhanças. As configurações
geométricas das estruturas das rochas sedimentares que permitem a
focalização dos fluidos migrantes nos arredores para locais elevados, que não
permitam o escape futuro destes fluidos, obrigando-os se acumularem, são
denominadas de trapas ou armadilhas. Elas podem ser simples como o flanco
de homoclinais ou domos salinos, ou, mais comumente, como o ápice de
dobras anticlinais/arcos/ domos salinos, ou até situações complexas como
superposição de dobras e falhas de natureza diversas. Este tipo de
aprisionamento, em uma estrutura elevada, é denominado de trapeamento
estrutural. Nem sempre o petróleo é aprisionado em situações estruturais.
Eventualmente, a migração do petróleo pode ser detida pelo acunhamento da
camada transportadora, ou bloqueio da mesma por uma barreira diagenética
ou de permeabilidade, ficando então retido em posições estruturalmente não
notáveis. Neste caso, teremos um trapeamento de caráter estratigráfico.

2.2.3 Rochas-reservatório

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Rochas-reservatório são normalmente litologias compostas por material
detrítico de granulometria fração areia a seixo, representantes de antigos
ambientes sedimentares de alta energia, portadores de espaço poroso onde o
petróleo será armazenado e, posteriormente, será extraído. Tais rochas são
geralmente os arenitos, calcarenitos e conglomerados diversos. Entretanto,
qualquer rocha que contenha espaço poroso, não necessariamente
intergranular, de natureza diversa causado por fraturamento ou dissolução
também pode fazer às vezes de rochasreservatório. Como exemplos temos
rochas ígneas e metamórficas cristalinas fraturadas, ou mais precisamente,
qualquer tipo de rocha fraturada, mármores lixiviados, entre vários outros.

As rochas-reservatório mais comuns são areias antigas, depositadas em


dunas, rios, praias, deltas, planícies litorâneas sujeitas à influência de ondas/
marés/tempestades, e em mares e lagos profundos, através de correntes de
turbidez. Depois dos arenitos, os reservatórios mais comuns são rochas
calcárias porosas depositadas em praias e planícies carbonáticas,
desenvolvidas em latitudes tropicais e livres de detritos siliciclásticos, calcários
de recifes de organismos diversos, e, finalmente, calcários diversos afetados
por dissolução por águas meteóricas. Os valores de porosidade mais comuns
das rochas-reservatório variam de 5% - 35%, concentrando-se na faixa de 15%
- 30%.

As rochas porosas não servem apenas como armazenadores finais do


petróleo acumulado. Elas servem igualmente como rotas de migração
importantíssimas para os fluidos petrolíferos, atuando como carrier beds.

2.2.3 Rochas Selantes

Uma vez atraídos para o interior de uma trapa ou armadilha, os fluidos


petrolíferos devem encontrar uma situação de impermeabilização tal que os
impeça de escaparem. Normalmente, esta condição é provida por rochas
selantes, situadas acima das rochasreservatório, que impedem o escape dos
fluidos, aprisionando-os e formando assim uma acumulação petrolífera.

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Rochas selantes são normalmente de granulometria fina (folhelhos,
siltitos, calcilutitos) ou qualquer rocha de baixa permeabilidade, cuja
transmissibilidade a fluidos seja inferior à dos reservatórios a elas relacionados
em várias ordens de grandeza (por exemplo, evaporitos diversos, rochas
ígneas intrusivas). Eventualmente, mudanças faciológicas ou diagenéticas
dentro da própria rocha-reservatório, ou mesmo elementos estruturais tais
como falhamentos, poderão servir de selo para o petróleo.

2.2.4 Sincronismo

Sincronismo, no tocante à geologia do petróleo, é o fenômeno que faz


com que as rochas geradoras, reservatórios, selantes, trapas e migração se
originem e se desenvolvam em uma escala de tempo adequada para a
formação de acumulações de petróleo. Assim sendo, uma vez iniciada a
geração de hidrocarbonetos dentro de uma bacia sedimentar, após um
soterramento adequado, o petróleo expulso da rocha geradora deve encontrar
rotas de migração já formadas, seja por deformação estrutural anterior ou por
seu próprio mecanismo de sobrepressão desenvolvido quando da geração. Da
mesma maneira, a trapa já deve estar formada para atrair os fluidos migrantes,
os reservatórios porosos já devem ter sido depositados, e não muito soterrados
para perderem suas características permo-porosas originais, e as rochas
selantes já devem estar presentes para impermeabilizar a armadilha.

Se estes elementos e fenômenos não seguirem uma ordem temporal


favorável, o sincronismo, de nada adiantará a existência defasada de grandes
estruturas, abundantes reservatórios e rochas geradoras com elevado teor de
matéria orgânica na bacia sedimentar.

A falta de sincronismo entre os elementos componentes do sistema


petrolífero tem sido uma das causas mais comuns no insucesso de perfurações
exploratórias no mundo inteiro. A Figura 2.1 ilustra o sistema petrolífero ativo
na Bacia de Campos e responsável pelas maiores acumulações de petróleo já
descobertas no Brasil.

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Figura 2.1 – Ilustração esquemática do sistema petrolífero atuante na Bacia de
Campos (segundo Rangel & Martins, 1998).

2.3 Petróleo em Águas Profundas

De 1985 para os dias de hoje, tem ocorrido uma acelerada busca pelas
riquezas petrolíferas situadas em águas profundas (lâminas d’água superiores
a 600m) e ultraprofundas (lâminas d’água superiores a 2000m) dos taludes e
sopés das margens continentais de determinadas regiões do planeta. Esta
corrida, motivada pelos contínuos aumentos do preço do petróleo impostos
pelo mercado internacional, pelo decréscimo das reservas e produções de
petróleo dos países industrializados e economicamente emergentes (USA,
Canadá, Reino Unido, França, Itália, Brasil) e pela instabilidade política das
principais regiões exportadoras de petróleo, trouxe consigo um
desenvolvimento tecnológico sem paralelo na indústria petrolífera (hoje, com
um retrospecto de atividades que alcança os 150 anos). Atualmente, a
exploração e a produção de petróleo em águas profundas merece um capítulo
à parte na história da indústria petrolífera mundial.

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Motivados pelos baixos custos de descoberta destes grandes volumes
de petróleo no offshore profundo e pela grande produtividade dos reservatórios
turbidíticos (na casa de dezenas de milhares de barris por dia), a indústria
petrolífera, liderada pela Petrobrás, lançou-se de maneira maciça na
prospecção de petróleo nas águas profundas. Cerca de 12 bilhões de barris de
reservas foram encontradas pela Petrobrás na Bacia de Campos .Esta bacia foi
o laboratório mundial do desenvolvimento tecnológico que nestes quinze anos
permitiu a entrada em produção de campos situados em lâminas d’água desde
400 m (Campo de Marimbá) até 1900 m (Campo de Roncador). O Golfo do
México, liderado pela Shell, participou deste “corrida”, fornecendo um grande
número de descobertas que, embora apresentassem volumes
significativamente inferiores aos da Bacia de Campos (cerca de 3 bilhões de
barris de reservas), puderam ser colocados em produção pelo imenso mercado
faminto de energia situado em suas adjacências e pela gigantesca infra-
estrutura já existente em suas águas rasas. Vinte campos de petróleo situados,
entre lâminas d’água entre 600 e 1600 m já entraram em produção no Golfo do
México.

A costa oeste da África, notadamente nas águas profundas de Angola


(delta do Congo) e Nigéria (delta do Niger), completa o chamado “triângulo
dourado das águas profundas” (Figura 2.2). Uma série impressionante de
descobertas feitas por companhias como a Elf e a Total (hoje TotalFinaElf),
Esso (hoje ExxonMobil), British Petroleum (hoje BP-Amoco) e Texaco já
somam cerca de 8 bilhões de barris de reservas. Entretanto, o único campo em
produção atualmente em lâminas d’água superiores a 600 m encontra-se na
Guiné Equatorial (Campo de La Ceiba) operado pela pequena companhia
Triton. Outras áreas em franco desenvolvimento no número de descobertas e
na perspectiva de entrada em produção de campos de petróleo em águas
profundas são o sudeste asiático (Indonésia, Filipinas e Malásia), o
Mediterrâneo (delta do Nilo no Egito e Israel, e Mar Adriático na Itália, este já
com um campo em produção em 800 m de lâmina d’água), o Mar do Norte,
Austrália, Trinidad Tobago e outros países da África Ocidental (Guiné
Equatorial, Congo, Costa do Marfim e Mauritânia).

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Nas águas profundas e ultraprofundas, a maioria dos sistemas
petrolíferos ativos são deltaicos. As rochas geradoras podem ser folhelhos
prodeltaicos (eocênicos-oligocênicos), existentes antes da progradação de
grandes deltas oligo-miocênicos, tais como nos deltas do Niger, do Nilo e do
Mahakam (Indonésia), ou folhelhos mais antigos, relacionados a depósitos
anóxicos do Cenomaniano/Turoniano, cobertos igualmente por progradações
deltaicas oligomiocênicas, tais como os deltas do Orinoco (Trinidad Tobago) e
do Congo (Angola/Congo). No caso do delta do Mississipi, no Golfo do México,
as rochas geradoras principais são os folhelhos neojurássicos, com uma
significante contribuição dos folhelhos cenomaniano-turonianos. As rochas-
reservatório são predominantemente arenitos turbidíticos, a
deformação/trapeamento é do tipo compressional (relacionado a sistemas
gravitacionais interligados de deslizamento-encurtamento) ou associado à
tectônica salina e a subsidência necessária para a maturação e migração do
petróleo é originada pela sobrecarga dos espessos pacotes deltaicos sobre as
rochas geradoras subjacentes.

No caso particular da Bacia de Campos, o mesmo sistema petrolífero


atuante nas águas rasas atua igualmente em águas profundas, ou seja, as
rochas geradoras são folhelhos lacustrinos do Cretáceo Inferior e as rochas
reservatório são turbiditos de idades diversas, variando do Albiano até o
Mioceno (Figura 2.1). A maturação necessária para a geração do petróleo
parece estar ligada à progradação terciária do delta do rio Paraíba do Sul.

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Figura 2.2 – Distribuição dos sistemas petrolíferos de águas profundas e
ultraprofundas no mundo. O tamanho do círculo é proporcional às reservas
encontradas. As áreas mais ricas são a Bacia de Campos, o Golfo do México e a
África Ocidental (da Nigéria até Angola).

2.4 Recuperação de Petróleo

Da quantidade de petróleo existente nos reservatórios, apenas uma


pequena fração consegue, na prática, ser retirada, o que faz com que a maior
parte do óleo encontrado permaneça no interior do reservatório. Uma
conjugação de fatores pode explicar esta ocorrência, como características da
rocha reservatório e do petróleo, mecanismos de produção prevalecentes,
arcabouço estrutural e eficiência dos métodos de recuperação secundária ou
terciária empregados.

O desenvolvimento de tecnologias que permitam extrair mais petróleo


residual aumenta a rentabilidade dos campos petrolíferos e estende sua vida

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útil. Além da melhor aplicação de tecnologias para aumentar o fator de
recuperação, métodos alternativos de produção devem ser empregados para
possibilitar a produção economicamente viável desses campos.

Os métodos de recuperação de petróleo foram desenvolvidos para se


obter uma maior produção quando comparado com aquela que se obteria se
fosse utilizada apenas a energia natural do sistema.

As primeiras experiências buscavam fornecer pressão ao reservatório por


meio da injeção de um fluido que tinha como finalidade deslocar o fluido
residente no meio poros e ocupar o espaço deixado por este. Este processo
nem sempre resultava em sucesso.

Diferentes tecnologias têm sido empregadas para aumentar a


recuperação dos campos de petróleo e nos últimos seis anos diversos projetos
foram implementados no Brasil.

As principais tecnologias em desenvolvimento são:

• Melhoramento na eficiência de injeção de água – revisão das aplicações


de injeção de água, considerando os recentes avanços na
caracterização de reservatórios, tecnologia de poço e incremento na
recuperação de óleo;

• Caracterização avançada de reservatório – desenvolvimento e


integração de um grupo seleto de ferramentas de caracterização,
cobrindo um completo range de variáveis de reservatório e, ao mesmo
tempo, contribuir para o desenvolvimento dos campos;

• Controle da água produzida – otimização dos processos de produção


simultânea de água/óleo, com ênfase no fenômeno de produção
anormal de água;

• Recuperação de óleo pesado – revisão da aplicação de injeção de


vapor, através da caracterização e do estudo de métodos alternativos
para recuperação de óleo pesado, como perfuração de poços
horizontais ou diminuição da malha dos poços;

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• Precipitação de parafina no reservatório – investigação da precipitação
de parafina em reservatórios de baixa temperatura, como uma possível
causa da diminuição de recuperação;

• Precipitação de asfalteno no reservatório – investigação do


comportamento de asfalteno, como causa da queda de pressão no
reservatório e seu efeito na recuperação de óleo;

• Reservatórios carbonático de baixa permeabilidade – plano de


redesenvolvimento para campos com reservatórios carbonáticos,
empregando se estimulação em poços horizontais e poços multilaterais;

A vida produtiva de um reservatório de petróleo, quando se aplicam


métodos de recuperação, compõe-se de etapas que cronologicamente são
chamadas de (Speight, 1999):

• Recuperação Primária;

• Recuperação Secundária;

• Recuperação Terciária.

Este método chamado de recuperação primária permite que


aproximadamente 25% do petróleo existente na jazida seja extraído. Este fator
pode ser aumentado utilizando técnicas especiais chamadas de recuperação
secundária e terciária.

O método de recuperação secundária consiste na perfuração de um


poço, onde é injetado um fluido para provocar um deslocamento uniforme do
tipo pistão em relação à fase óleo.

Por possuir diferentes características após um tempo a produção de óleo


começa a cair, iniciando-se assim a produção do próprio fluido injetado. A partir
de então utiliza-se o método terciário de recuperação, onde há injeção de água

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com produtos químicos, vapor, que provoca alterações nas características do
petróleo, aumentando assim, o fator de recuperação do reservatório.

Dentre os métodos de recuperação, existe uma grande diversidade na


maneira de se executar a injeção de um fluido. Uma etapa muito importante no
projeto de injeção e de produção vão ser distribuídos no campo de petróleo.
Levando em consideração as características físicas do meio poroso e dos
fluidos envolvidos, o modelo escolhido deve (Thomas, 2001):

• Proporcionar a maior produção possível de óleo durante um


intervalo de tempo econômico e com menor volume de fluido
injetado;

• Oferecer boas condições de injetividade para se obter boa


produtividade resultando em vazões de produção economicamente
atrativas;

• Aspecto econômico, fazer a escolha recair sobre um esquema em


que a quantidade de poços novos a serem perfurados seja a menor
possível, principalmente no caso de um campo já desenvolvido.

Os projetos devem especificar aspectos como quantidades e distribuição


dos poços de injeção e de produção e volumes de fluidos a serem injetados e
produzidos (Tsay & Lopes).

Existem 3 principais tipos de injeção:

• Injeção na base;

• Injeção no topo;

• Injeção em malhas

A injeção na base se dá quando o reservatório tiver uma certa inclinação


e se desejar injetar água, os poços que alcançaram a parte mais baixa do
reservatório são transformados em poços de injeção. A medida que a água vai
penetrando no meio poroso o óleo vai sendo empurrado de baixo para cima, na
direção dos poços de produção que se encontram situados na parte mais alta
da estrutura.

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A injeção no topo se dá quando o fluido injetado é um gás, os poços de
injeção seriam localizados no topo da formação, e os de produção na base.

Na injeção em malhas ocorre a repetição de um determinado padrão ou


arranjo dos poços de injeção e produção.

As baixas recuperações podem ser creditadas basicamente a dois


aspectos principais: alta viscosidade do óleo do reservatório e elevadas
tensões interfaciais entre o fluido injetado e o óleo.

Quando a viscosidade do fluido injetado é muito menor que a do fluido a


ser deslocado, o primeiro se move muito mais facilmente no meio poroso,
encontrando caminhos preferenciais e se dirigindo rapidamente para os poços
de produção. O óleo fica retido porque o fluido injetado não se propaga
adequadamente no reservatório.

No caso de altas tensões interfaciais, a capacidade do fluido injetado em


deslocar o óleo do reservatório para fora dos poços é bastante reduzida,
deixando saturações residuais elevadas de óleo nas regiões já contactadas
pelo fluido injetado.

A alta viscosidade do óleo dificulta o seu movimento dentro do meio


poroso, enquanto que o fluido injetado tem uma mobilidade maior, resultando
em uma recuperação baixa.

A eficiência da injeção pode ser eficientemente verificada através de


experimentos realizados numa célula de Hele-Shaw . Uma célula de Hele-Shaw é
constituída por um recipiente onde são colocados dois fluídos imiscíveis em contato.
De acordo com as propriedades físico-químicas dos fluídos, a interface de contato irá
se tornar instável, fazendo com um deles seja expulso de dentro da célula, semelhante
ao que acontece na recuperação de um reservatório através da injeção de água.

2.5 Viscosidade de Fluidos

A viscosidade dos líquidos vem do atrito interno, isto é, das forças de

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coesão entre moléculas relativamente juntas. Desta maneira, enquanto que a
viscosidade dos gases cresce com o aumento da temperatura, nos líquidos
ocorre o oposto. Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética
média das moléculas, diminui (em média) o intervalo de tempo que as
moléculas passam umas junto das outras, menos efetivas se tornam as forças
intermoleculares e menor a viscosidade.

Para entender a natureza da viscosidade nos líquidos, suponhamos


duas placas sólidas planas, uma sobre a outra, com um fluído contínuo entre
elas. Aplicando uma força constante a uma das placas, a experiência mostra
que ela é acelerada até atingir uma velocidade constante (chamada velocidade
terminal). Se a intensidade da força aplicada for duplicada, por exemplo, a
velocidade terminal também duplica. A velocidade terminal é proporcional à
força aplicada. Pensando que o líquido entre as placas se separa em lâminas
paralelas, o efeito da força aplicada é o de produzir diferenças de velocidade
entre lâminas adjacentes. A lâmina adjacente à placa móvel se move junto com
ela e a lâmina adjacente à placa imóvel permanece também imóvel. O atrito
entre lâminas adjacentes causa dissipação de energia mecânica e é o que
causa a viscosidade no líquido.

É um fato experimental que o módulo F da força aplicada, necessária


para manter o movimento da placa com velocidade de módulo v constante, é
diretamente proporcional à área A da placa e ao módulo da velocidade e
inversamente proporcional à distância L entre as placas. Assim, podemos
escrever:

Figura 2.3: Ilustração de duas placas planas com um fluido entre elas.

22
Se medirmos a força necessária para manter a placa superior movendo-
se a uma velocidade constante v0, acharemos que ela é proporcional a área
da placa, e a v0/d, onde d é a distância entre as placas. Ou seja,

F/A = µv0/d (2.1)

A constante de proporcionalidade µ é chamada de viscosidade,que


depende do fluido e da temperatura. No SI, a unidade correspondente é pascal
x s e no sistema cgs, o poise, de modo que 1 Pa x s = 10 poise. A tabela
abaixo mostra alguns coeficientes de viscosidade.

23
Líquidos (poise) Gases (10-4 poise)

Glicerina (20 oC) 8,3 Ar (0 oC) 1,71

Água (0 oC) 0,0179 Ar (20 oC) 1,81

Água (100 oC) 0,0028 Ar (100 oC) 2,18

Éter (20 oC) 0,0124 Água (100 oC) 1,32

Mercúrio (20 oC) 0,0154 CO2 (15 oC) 1,45

Tabela 2.1: Coeficientes de Viscosidade

Os coeficientes de viscosidade dos óleos lubrificantes automotivos são


normalmente expressos em SAE . Um óleo cuja viscosidade SAE é 10 a 55 oC,
por exemplo, possui viscosidade entre 1,6 e 2,2 poise.

Ao definirmos o coeficiente de viscosidade escolhemos o caso em que o


fluido, por efeito do movimento de uma das placas, separava-se em camadas
muito estreitas, com a camada em contato com cada placa tendo a velocidade
desta placa e as camadas intermediárias tendo velocidades que variam
linearmente de uma placa para a outra. Tal escoamento é chamado laminar ou
amelar.
O cociente τ = F/A é chamado tensão de cisalhamento. De modo geral:

2.2

mostrando a variação da velocidade das camadas de fluido com a distância à


placa parada. Esta expressão representa a chamada lei de Newton para a
viscosidade e o fluido para o qual ela é verdadeira é chamado fluido
newtoniano. Entretanto, existem fluidos como os que são suspensões de

24
partículas que não seguem esta lei. Por exemplo, o sangue, uma suspensão de
partículas com formas características, como discos, no caso das células
vermelhas. As partículas têm orientações aleatórias em pequenas velocidades,
mas tendem a se orientar a velocidades mais altas, aumentando o fluxo, com a
velocidade crescendo mais rapidamente do que a força.

2.5.1 Equação de Poiseuille

A equação que governa o movimento de um fluido dentro de um tubo é


conhecida como equação de Poiseuille. Ela leva em consideração a
viscosidade, embora ela realmente só é válida para escoamento não-turbulento
(escoamento laminar). O sangue fluindo através dos canais sanguíneos não é
exatamente um escoamento laminar. Mas aplicando a equação de Poiseuille
para essa situação é uma aproximação razoável em primeira ordem, e leva a
implicações interessantes.

A equação de Pouiseuille para a taxa de escoamento (volume por


unidade de área), Q, é dada por

Q = πr4 (P1-P2) / (8 µ L) (2.3)

onde P1-P2 é a diferença de pressão entre os extremos do tubo, L é o


comprimento do tubo, r é o raio do tubo, e µ é o coeficiente de viscosidade.

A coisa mais importante a ser observada é que a taxa de escoamento é


fortemente dependente no raio do tubo: r4. Logo, um decréscimo relativamente
pequeno no raio do tubo significa uma drástica diminuição na taxa de
escoamento.

Sob todas as circunstâncias em que se pode checar experimentalmente,


a velocidade de um fluido real diminui para zero próximo da superfície de um
objeto sólido. Uma pequena camada de fluido próximo às paredes de um tubo

25
possui velocidade zero. A velocidade do fluido aumenta com a distância às
paredes do tubo. Se a viscosidade de um fluido for pequena, ou o tubo possuir
um grande diâmetro, uma grande região central irá fluir com velocidade
uniforme. Para um fluido de alta viscosidade a transição acontece ao longo de
uma grande distância e em um tubo de pequeno diâmetro a velocidade pode
variar através do tubo, como mostrado na figura 2.4.

Figura 2.4: Comportamento do fluido de acordo com sua viscosidade

Se um fluido estiver fluindo suavemente através de um tubo, ela está em


um estado de escoamento laminar. A velocidade em um dado ponto não muda
no valor absoluto e na direção e sentido. Dizemos que a água está em fluindo
em um estado de fluxo contínuo. Um pequeno volume do fluido se movimenta
ao longo de uma linha de fluxo, e diferentes linhas de fluxo não se cruzam. No
escoamento laminar a equação de Bernoulli nos diz que nas regiões em que a
velocidade é maior a pressão é menor. Se as linhas de fluxo são comprimidas
em uma região, a pressão é menor naquela região.

Se um fluido com escoamento laminar flui em torno de um obstáculo, ele


exerce uma força de arraste sobre o obstáculo. As forças de fricção aceleram

26
o fluido para trás (contra a direção do escoamento) e o obstáculo para frente
(na direção do fluido).

Figura 2.5: Fluido passando por uma esfera

A figura 2.5 pode ser vista como um fluido passando por uma esfera em
um sistema de referência, ou uma esfera movendo-se através de um fluido em
outro sistema de referência.

2.6 Tensão Interfacial

De acordo com o princípio de Arquimedes, uma agulha de aço afunda


na água. Porém, se colocarmos uma agulha cuidadosamente sobre a
superfície da água, ela pode flutuar devido à tensão superficial - o líquido reage
como se fosse uma membrana.

Uma maneira de se pensar na tensão superficial é em termos de


energia. Quanto maior for a superfície, maior será a energia que está
acumulada nela. Para minimizar a energia, a maioria dos fluidos assumem
formas com a menor área de superfície. Esta é a razão pela qual pequenas
gotas de água são redondas. Uma esfera tem a superfície de menor área

27
possível para um dado volume. Bolhas de sabão também tendem a se formar
com áreas de menor superfície (esferas).

Precisa-se de trabalho para aumentar a área de um líquido. A tensão de


superfície pode ser definida como sendo esse trabalho:

tensão de superfície = Y = W/A (2.4)

onde A é a área da superfície.

Se tivermos um filme fino, e tentarmos esticá-lo, o filme resiste. A tensão


de superfície também pode ser definida como a força F por unidade de
comprimento L que resiste ao esticamento:

tensão de superfície = Y = F/L (2.5)

2.6.1 Princípio Físico

Na determinação da tensão interfacial de um líquido , o princípio é da


formação de uma gota ou de uma bolha (Figura 2.6). Essa forma esférica é
dada pela equação de Gauss-Laplace, que representa uma relação entre a
curvatura do menisco do líquido com a tensão de superfície γ :

(2.7)

28
onde R1 e R2 são os raios de curvatura , ∆P0 é a diferença de pressão em um
plano de referência , ∆ρ é a diferença de densidade, g é a aceleração devido a
ação da gravidade e h é a altura vertical da gota medida no plano de
referência.

Figura 2.6: Ilustração da formação da gota do contato água-óleo

Relação entre a tensão interfacial nas 3 fases é dada pela equação de


Young:

(2.8)

29
A molhabilidade é a tendência de um determinado fluído espalhar ou
aderir sobre uma superfície sólida, ela pode ser definida termodinamicamente
em termos de ângulo de contato como ilustrado na figura 2.7.

Figura 2.7: Ângulo de contato no ponto de 3 fases (água, óleo e sólido)

Figura 2.8: Ilustração da molhabilidade

2.7 Célula de Hele-Shaw

Escoamentos em baixos números de Reynolds encontram diversas


aplicações em diferentes campos do conhecimento humano. Tais escoamentos
são extremamente difíceis de serem reproduzidos em um ambiente de
laboratório devido as dimensões reduzidas do corpo de testes e as baixas
velocidades envolvidas, exigindo um controle criterioso.

Uma instabilidade hidrodinâmica peculiar, conhecida como instabilidade


de “dedos viscosos” (“viscous fingering instability”) ocorre quando um fluido de

30
menor viscosidade desloca um outro de maior viscosidade em um dispositivo
quase bidimensional conhecido como célula de Hele-Shaw, ilustrada na
figura2.9. Em geral, esta célula é plana, constituída por duas placas paralelas
de vidro, separadas por uma pequena distância, onde os fluidos podem
deslocar-se.

Um escoamento de Hele-Shaw ocorre quando a velocidade é


suficientemente baixa e as forças de inércia do escoamento são relativamente
pequenas em relação às forças viscosas. Quando a velocidade do fluido é
pequena as forças viscosas tornam-se preponderantes e a esteira de um corpo
rombudo é caracterizada pela ausência de emissão de vórtices alternados.
Nesta situação, muitas vezes a existência de um par de vórtices estáveis e
permanente é encontrado, conhecido como bolha de recirculação.

Pelo confinamento do fluido entre as placas paralelas do canal


hidráulico, o número de Reynolds apresentado não reflete a rigor o número de
Reynolds destes formatos bidimensionais. No método de Hele-Shaw, para que
o escoamento seja preponderantemente potencial, a relação entre as forças de
inércia e viscosas deve ser dada como:

(2.9)

onde L é o comprimento característico do corpo e h a separação entre placas. No caso


em que Re* >> 1, os termos inerciais tornam-se mais importantes e desta forma a
corrente se afasta de uma solução de escoamento potencial.

31
Figura 2.9: Ilustração da Célula de Hele-Shaw

2.7.1 Ensaios de Digitação em uma Célula de Hele-Shaw

A célula de Hele-Shaw permite a realização de ensaios em diferentes


ângulos e espaçamentos entre as placas, de forma a se poder estudar os
efeitos de gravidade, de capilaridade e digitação viscosa, conforme mostram as
Figuras 2.10 e 2.11.

Figura 2.10: Início do Fenômeno de Digitação


O aparato experimental permite que o sistema água-óleo seja inclinado
segundo um certo ângulo, como mostrado na Figura 2.11.

32
Figura 2.11: Fenômeno de Digitação

Neste sistema, a formação dos dedos de óleo (B) e os dedos de água


(A) ocorrem segundo as propriedades físicas do sistema (densidades,
viscosidades, tensão interfacial), sendo acelerada através do aumento da
inclinação e espaçamento entre as placas.

33
3 MATERIAIS E MÉTODOS

Como uma parte dos estudos de fenômenos de digitação, foi levado em


consideração um parâmetro físico importante em tal processo que é a
viscosidade. Para a realização dos testes foi utilizado um aparato experimental
constituído de um recipiente que contém água, com volume total de 3,0 L, no
interior do qual é submerso um recipiente menor (300 mL) preenchido com óleo
de soja, isto com o objetivo de visualizar a influência da viscosidade no
deslocamento da água no óleo, observando o tipo de vazamento. No óleo
adicionou-se um corante orgânico para melhorar a visualização do fenômeno
de digitação. Foram realizados ensaios variando dois parâmetros do sistema:
temperatura do óleo e a concentração de Cloreto de Sódio (NaCl) presente no
meio aquoso. Os ensaios realizados foram filmados com o emprego de uma
câmera de vídeo digital.

Estes testes preliminares foram realizados, a fim de se obter um


parâmetro para que fosse posteriormente realizado em uma coluna, que
simulasse um duto submarino, porém desconsiderando a pressão e qualquer
movimento existente no fundo do mar. Para estes testes foram utilizados os
mesmos parâmetros, temperatura e concentração de sal utilizados nos testes
iniciais. Os ensaios realizados foram filmados com o emprego de uma câmera
de vídeo digital.

Para o estudo do contato água-óleo, foi levado em consideração a


viscosidade de diferentes tipos de petróleo. Para as determinações da
viscosidade cinemática foram utilizadas quatro amostras de petróleo dos poços
(AB-65, AB28, PM-27, P-19) as quais foram realizadas em um viscosímetro
Saybolt, ilustrado na figura 3.1, segundo a norma NBR 10441- Determinação
de viscosidade cinemática e cálculo da viscosidade dinâmica. Tais análises
foram realizadas em duplicatas.

O viscosímetro Saybolt pode ser utilizado para 4 provas simultâneas,


com controle eletrônico de temperatura digital, com variação máxima de 0,5ºC,
motor com agitador do banho, nível máximo do óleo com dispositivo para

34
esvaziamento, lâmpada para iluminação do painel, orifícios saybolt furol ou
universal, acompanham dois frascos receptores (picmômetro) de 60 mL e 5
litros de óleo Termo 100.

As amostras de petróleo foram aquecidas nas temperaturas de 30, 40, 50,


60, 70,80 e 90ºC. Assim foi avaliada a influência da Temperatura e tipo de
petróleo no estudo da viscosidade.

Figura 3.1 :Viscosímetro Saybolt

O método de determinação da viscosidade cinemática com o


viscosímetro Saybolt, implica na coleta de 60 mL de amostras de óleo
lubrificante o qual é colocado no orifício Saybolt Universal. Previamente o
banho de óleo é aquecido, este é controlado por um termômetro até
temperatura desejada. Após atingir tal temperatura, é acionado um cronômetro
que irá marcar o tempo necessário para que todo o óleo presente no cilindro do
viscosímetro complete o picnômetro, que se localiza na parte inferior do orifício
de saída de óleo, como é ilustrado na figura 3.1.

35
Após isto, teremos uma relação de volume de óleo por tempo, e a
viscosidade cinemática é encontrada utilizando a tabela de conversão (Figura
3.2).

Figura 3.2: Gráfico de Conversão da Viscosidade Saybolt para a Viscosidade


Cinemática

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

36
Na tabela 4.1 estão esquematizados os ensaios experimentais da
variação da temperatura do óleo com a concentração de sal, a fim de visualizar
o deslocamento água-óleo. Como a temperatura varia, conseqüentemente a
viscosidade também muda, então estes testes foram feitos com o intuito de
verificar o comportamento do vazamento mediante a variação da propriedade
estudada.

T(ºC)

[Sal] 15 25 27 35 50 60 70 80

(%)

0 X X

1 X X X X

2 X X X

3 X

10

Tabela 4.1: Tabela da Concentração de sal em função da temperatura

X Testes em que não ocorreram vazamentos

Testes em que ocorreram vazamentos

37
As filmagens propiciaram a observação das variações na forma do
deslocamento da água no óleo, mostrando comportamentos de escoamento
em forma de filetes (Figura 4.1) ou gotejamentos (Figura 4.2), segundo a
alteração das propriedades do sistema (Temperatura do óleo e Concentração
de NaCl no meio aquoso).

Figura 5.1: Ilustração do vazamento na forma de filete.

38
Figura 4.2: Ilustração do vazamento na forma de gotejamento

Como visto nas Figura 4.1 (Concentração de NaCl no meio aquoso de


2% p/v e Temperatura do óleo de 70ºC) e na Figura 4.2 (Concentração de
NaCl no meio aquoso de 5% p/v e Temperatura do óleo de 25ºC), ocorre
acentuada variação na forma de digitação da água no óleo.

Esta digitação está diretamente relacionada com a viscosidade do fluido


em questão, pois com o aumento de temperatura, a viscosidade diminui, dando
um vazamento diferenciado de outros onde a viscosidade é maior.

O parâmetro físico estudado no referente trabalho, ou seja, a


viscosidade, é de fundamental importância quando é estudado o deslocamento
água-óleo, bem como os fenômenos de digitação que ocorre em tal contato, e
também quando se trata de vazamento em dutos submarinos.

Na segunda parte do estudo, a fim de comparar os resultados dos testes


anteriores utilizando os mesmos parâmetros de temperatura e concentração de

39
sal, foram feito testes em uma coluna de vidro a fim de simular o vazamento do
óleo em um duto petrolífero, porém em todos os testes não ocorreram
vazamentos, mostrando que ambos aparatos experimentais não podem ser
comparados, e os testes iniciais não poderiam ser utilizados como parâmetros.

Na primeira parte do experimento, onde foi utilizado um recipiente de


300mL, o escoamento do óleo era facilitado devido à geometria do sistema, ou
seja, um cilindro onde em uma das suas extremidades se afunilava, como é
esquematizado na figura 4.3.

Vazamento de óleo

Figura 4.3: Esquema do recipiente utilizado na primeira parte do experimento

Na segunda parte dos testes, o problema do não vazamento do óleo foi


verificado devido a uma força causada pela parede existente ao redor do furo
interno da coluna, esquematizado na figura 4.4, que impedia que o óleo
pudesse sair, formando um menisco nessa região, como é ilustrado na figura
4.5. Outro problema verificado, era o furo no meio do cilindro que propiciava a
formação bolhas de ar, impedindo que o óleo vazasse.

-F -F

40
+F +F

Sentido do Parede que impede o


escoamento do vazamento, formando o
óleo menisco

Figura 4.5: Vista frontal da formação do


menisco

-F

Figura 4.4: Ilustração do Cilindro interno da


coluna

Na terceira parte dos testes, foram realizados ensaios em duplicata


variando a temperatura (30 a 90ºC) para 4 diferentes tipos de poços de
petróleo, como apresentados na tabela 4.2. Os ensaios foram realizados em
um viscosímetro Saybolt, onde a viscosidade foi determinada através do tempo
de escoamento da amostra através de orifício calibrado, sob condições
padronizadas de ensaio. Após a realização dos testes a viscosidade Saybolt foi
transformada em viscosidade cinemática através de um gráfico de conversão.

41
Amostras AB 28 AB 65 P 19 PM 27

30ºC 60,65 60,31 29,67 29,91 2682,05 2682,0 ---------

40ºC 33,72 33,60 19,81 19,81 1014,56 1013,0 ---------

50ºC 24,57 24,82 14,55 14,56 541,99 542,10 ---------

60ºC 17,80 16,95 10,85 10,65 333,80 334,0 ---------

70ºC 13,28 14,12 9,42 9,43 216,41 216,38 ---------

80ºC 10,04 10,50 7,62 7,55 153,05 153,10 ---------

90ºC 7,93 1,90 6,15 6,09 --------- --------- ---------

Tabela 4.2: Resultados da Viscosidade Cinemática NBR 10441-02

Na tabela 4.2, pode-se observar o decréscimo acentuado da viscosidade


com o aumento da temperatura, nos 3 tipos de petróleos utilizados. Na amostra
do P 19 à temperatura de 90º C, o petróleo entrou em combustão espontânea
devido ao baixo ponto de fulgor. Já na amostra do PM 27, foi impossível a
realização por ser muito viscoso.

A seguir são mostrados o comportamento da média com a variação da


Temperatura (Figura 4.6), do tipo de petróleo (Figura 4.7) e da interação entre
estes fatores (Figura 4.8). Observou-se que, justamente com o alto valor inicial
de P-19, este também é o que é mais afetado pela temperatura.

42
Viscosidade Cinemática (mm^2/s)
800

600

400

200

0
30 40 50 60 70 80
Temperatura (ºC)

Figura 4.6: Comportamento das médias dos valores de viscosidade


cinemática com a variação de temperatura

Na figura 4.6 é ilustrado o comportamento da viscosidade do óleo com a


variação da temperatura, onde mostra que com o aumento da temperatura,
aumenta a energia cinética média das moléculas, diminuindo (em média) o
intervalo de tempo que as moléculas passam juntas, assim menos efetivas se
tornam as forças intermoleculares e assim sendo, menor é a viscosidade
cinemática. Foram estudadas quatro amostras de petróleo (AB-28, AB-65, P-
19, PM-27), porém todas as amostras foram analisadas, com exceção da PM-
27 devido ao alto grau de viscosidade, não podendo ser efetuados tal teste.

43
Viscosidade Cinemática (mm^2/s)
800

600

400

200

0
AB 28 AB 65 P 19
Petróleo

Figura 4.7: Comportamento das médias dos valores de viscosidade


cinemática com a variação do tipo de petróleo.

Na figura 4.7 é feita uma comparação das viscosidades dos três


diferentes tipos de óleos (AB-28, AB-65, P-19), onde são mostradas suas
viscosidades cinemáticas, evidenciando que a amostra do P-19 é bem mais
viscosa que os dois outros petróleos estudados, o AB-28 e o AB-65.

2500
Temperatura de 30ºC
Viscosidade Cinemática

Temperatura de 40ºC
2000
Temperatura de 50ºC
(mm^2/s)

1500 Temperatura de 60ºC


Temperatura de 70ºC
1000 Temperatura de 80ºC
Temperatura de 90ºC
500

0
AB 28 AB 65 P 19
Petróleo

Figura 4.8: Comportamento das médias dos valores de viscosidade


cinemática com a variação do tipo de petróleo

44
Na figura 4.8, está ilustrada uma comparação entre as amostras de
petróleo mencionadas acima, a diferentes valores de temperatura (30ºC, 40ºC,
50ºC, 60ºC, 70ºC, 80ºC, 90ºC). Com estes testes foram observados uma
diminuição da viscosidade com o aumento da temperatura, ou seja, uma
diminuição das formas intermoleculares em todas as amostras de óleo.
Contudo o P-19 apresentou uma maior variação da viscosidade como pode ser
comprovada na figura 4.8.

Estes testes de viscosidade foram realizados, com o objetivo de avaliar o


contato entre dois fluidos imiscíveis, estudando assim seu comportamento
quando ocorrem variações físicas no sistema, como por exemplo, o aumento
da temperatura.

Com isto, pode-se predizer a quantidade de óleo que irá migrar e o tipo
de escoamento que irá ocorrer, ou mesmo se o vazamento será possível.

45
5 CONCLUSÕES

A viscosidade é indiretamente proporcional a temperatura do sistema,


pois com o aumento da mesma, diminui a viscosidade do fluido, sendo esta, de
grande importância em estudos de deslocamento água-óleo, nos fenômenos de
digitação, e em testes de vazamentos de óleos.

A primeira parte do estudo, levando em consideração a viscosidade do


fluido, mostrou-se falha, devido à geometria do recipiente utilizado para o óleo,
ou seja, uma forma cilíndrica, afunilando em uma das extremidades, facilitando
assim o vazamento do óleo. Com isto, não foi possível a utilização dos
resultados dos testes realizados neste aparato, como parâmetros para os
experimentos realizados na coluna.

Na segunda parte, os testes foram realizados em uma coluna de vidro, o


que demonstrou erros devido à forma do cilindro interno, onde continha uma
parede ao redor do furo que causava uma força que impedia o deslocamento,
ocasionando somente a formação de um menisco, não ocorrendo o vazamento
do óleo.

Mesmo com as falhas destas duas partes dos testes, as filmagens


propiciaram a observação das variações na forma de digitação da água no
óleo, mostrando comportamentos de escoamento em forma de filetes ou
gotejamentos, segundo a alteração das propriedades do sistema, mostrando a
influência da temperatura do óleo e da concentração de sal na água. Estes
estudos preliminares, indicaram que o fenômeno da digitação e a forma que
estes deslocamento assumiram depende da concentração de sais (NaCl) no
meio aquoso e da temperatura do óleo. Estes dois parâmetros provocam
modificações na viscosidade, massa especifica, tensão superficial, entre outras
propriedades dos fluidos.

Na terceira parte foi realizado um estudo da viscosidade de diferentes


tipos de petróleo. A viscosidade dos líquidos vem do atrito interno, isto é, das
forças de coesão entre moléculas relativamente juntas. Desta maneira,

46
enquanto que a viscosidade dos gases cresce com o aumento da temperatura,
nos líquidos ocorre o oposto, como foi determinado com os testes realizados.
Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética média das
moléculas, diminuindo (em média) o intervalo de tempo que as moléculas
passam umas junto das outras, menos efetivas se tornam às forças
intermoleculares e assim, menor é a viscosidade.

O petróleo P-19 é o que apresenta maiores valores de viscosidade


cinemática, cerca de 45 vezes o valor dos outros petróleos na temperatura de
30°C. Este também é o que é mais afetado pela temperatura, apresentando um
valor de viscosidade de 153 mm2s-1 (T=80°C), que é razoavelmente próximo
aos demais, os quais variam de 10 a 60 mm2.s-1.

Na amostra do P-19 à temperatura de 90º C o petróleo entra em


combustão espontânea, isto ocorre devido ao baixo ponto de fulgor desta
amostra.

O PM -27 não foi possível a caracterização da viscosidade cinemática,


pelo fato desta amostra ser muito viscosa.

As análises realizadas do petróleo são de grande importância no


estudo do comportamento de dois fluidos imiscíveis em um sistema água-óleo,
pois dependendo do grau de viscosidade do petróleo, o fluido tem
comportamentos diferentes. Assim pode-se obter um maior controle da
velocidade de deslocamento do fluido, bem como, da taxa de escoamento e
também do comportamento quando ocorre o contato água-óleo, em um sistema
de recuperação de jazidas petrolíferas.

47
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GORODTSOV, V. A., YENTOV, V.M. Instability of the Displacement Fronts of Non-


Newtonian Fluids in a Hele-Shaw Cell. Journal of Applied Mathematics and
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49

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