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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

09 A Prova

09.1 – Introdução

Noções Gerais
Conceito:
A prova é o meio destinado a fornecer ao juiz o conhecimento sobre a verdade dos fatos deduzidos
em juízo. Do ponto de vista objetivo, podemos conceber a prova é como o instrumento hábil a
demonstrar um fato e subjetivamente, a prova é a certeza quanto à existência desse um fato. A
finalidade da prova é sempre convencer o julgador, uma vez que o juiz forma a sua convicção com
base no que lhe foi demonstrado no processo.

Valoração da Prova:
A decisão do processo baseia-se na prova dos autos conforme a máxima de que “o que não está nos
autos não está no mundo” (quod non est in actis non est in mundo). Como iremos analisar mais
adiante, na apreciação da prova vigora o princípio da persuasão racional, ou do livre convencimento
fundamentado. O juiz pode decidir livremente conforme o seu convencimento, mas deve indicar as
razões da sua convicção.

Admissibilidade:
São admissíveis todas as provas, desde que não sejam ilegais ou imorais (art. 332). A prova dos fatos
somente será feita por meios pelo direito considerados idôneos para fazer parte do processo (provas
juridicamente admissíveis).

A questão relacionada à prova obtida ilicitamente é controvertida na doutrina no que tange à


sua aceitação ou à sua recusa. Para Vicente Greco Filho essa regra não é absoluta, devendo ser
analisada e conciliada com outras garantias constitucionais.

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Meios de Prova:
Meios de prova são os instrumentos, pessoais ou materiais, levados ao processo para demonstrar a
verdade dos fatos ao juiz. São meios de prova admitidos pelo Código de Processo Civil:
ƒ o depoimento pessoal;
ƒ a confissão;
ƒ a exibição de documento ou coisa;
ƒ a prova documental;
ƒ a prova testemunhal;
ƒ a prova pericial;
ƒ a inspeção judicial.

Outros meios de prova admitidos e não previstos expressamente no Código de Processo Civil
são:
a) o reconhecimento de pessoas ou coisas;
b) a prova emprestada (retirada de outro processo)

Prova Emprestada:
Prova emprestada é aquela trazida de um processo diverso, por meio de certidão
extraída daquele. Podem ser documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal
ou exame pericial. A prova emprestada só tem validade contra quem também
participou do outro processo e pôde contradizê-la.

Classificação:
Existem três ordens de classificação das provas apresentadas pela doutrina

ƒ Prova direta: consiste na demonstração do fato principal;


Quanto ao objeto ƒ Prova indireta: refere-se a outro fato (secundário), do qual pode-se
deduzir aquele principal.

ƒ Prova pessoal: feita por uma pessoa (testemunha ou depoimento);


Quanto ao sujeito
ƒ Prova real: prova feita por uma coisa ou objeto.

ƒ Prova casual ou simples: é aquela que surge casualmente, ou seja,


não foi criada com a intenção de ser utilizada em uma futura
Quanto à preparação demanda;
ƒ Prova pré-constituída: é aquela previamente criada com a finalidade
probatória em uma determinada demanda futura.

Momento da Prova:
Salvo disposição especial em contrário, as provas devem ser produzidas em audiência (CPC, art.
336). Quando a parte, ou a testemunha, por enfermidade, ou por outro motivo relevante, estiver
impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento, o juiz designará,
conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la (CPC, art. 336, parágrafo único).

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Falta ou Insuficiência de Prova:
Quando as partes não apresentam provas ou estas não forem estas suficientes para formar a
convicção do juiz diz-se que há falta ou insuficiência de provas. Não provados os fatos alegados, por
quem tem o dever de prová-los, não decorre o direito que deles se originaria se provados, e, como
consequência, permanece o estado anterior à demanda.

Objeto da Prova
Noções Iniciais:
A finalidade essencial da prova é convencer o juiz quanto à existência ou inexistência dos fatos sobre
os quais versa a lide. O objeto da prova são as alegações de fato (ao lado da prova sobre o direito).

Prova de Direito:
A regra geral é de que a prova deve ser sobre fatos, não sobre o direito, pois este não se prova,
uma vez que o juiz deve saber o direito (curia novit iure). Contudo, o Código de Processo
Civil prevê excepcionalmente o uso da prova em relação à matéria de direito para demonstrar
que o seu direito está previsto em lei e que essa lei está em vigor. As circunstâncias em que
podem ser exigidas as provas de direito são: legislação municipal, estadual, estrangeira e
normas consuetudinárias.

A prova de direito estrangeiro se faz:


a) pelos compêndios ou legislação;
b) por certidão diplomática;
c) por livros ou pareceres doutrinários;
d) por testemunhas que tenham conhecimento jurídico.

Fato a Ser Provado:


Como regra geral, o fato a ser provado em juízo deve ser:
ƒ fato determinado: é o fato individualizado, ou seja, o fato que foi expresso na inicial e será
objeto de prova; caso contrário, não havendo a parte individualizada, o fato não poderá ser
objeto de prova;
ƒ fato relevante: é aquele necessário ao deslinde da causa, ou seja, são aqueles fatos que precisam
ser examinados para que o juiz julgue procedente ou improcedente uma demanda (somente irá
ser permitida a prova daqueles fatos relevantes para o julgamento da demanda).
ƒ fato controverso: a parte somente deverá fazer prova quando o fato for impugnado pela outra
parte ou quando o fato depender de prova por força de lei (o fato incontroverso não precisa ser
provado).

Fatos que Não Precisam de Prova:


Os fatos a provar são aqueles sobre que versa a lide, mas nem todos os fatos necessariamente
precisam de prova. De acordo com o art. 334 do Código de Processo Civil, não dependem de prova
os fatos:
ƒ notórios (fatos de conhecimento geral);
ƒ afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
ƒ admitidos no processo, como incontroversos (não contestados);

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ƒ os fatos
ƒ em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade (na prática acarretam a
inversão do ônus da prova).

Ônus da Prova
Noções Iniciais:
Em relação à prova, devemos observar a quem cabe prová-la. O ônus (que significa cargo ou fardo)
da prova incumbe àquele que tem interesse na afirmação feita. Para Chiovenda o ônus de afirmar e
provar se reparte entre as partes, no sentido de que é deixado à iniciativa de cada uma delas provar os
fatos extintivos ou as condições impeditivas ou modificativas.

Distribuição do Ônus da Prova:


A regra de distribuição do ônus da prova está no art. 333 do Código de Processo Civil. O ônus da
prova incumbe:
ƒ ao autor quanto ao fato constitutivo ao seu direito;
ƒ ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando (CPC, art. 333,
parágrafo único):
a) recair sobre direito indisponível da parte;
b) tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

Inversão do Ônus da Prova:


Em determinados casos, como dispõe a previsão do Código de Defesa do Consumidor (art. 6º, VIII),
pode o juiz inverter o ônus da prova, caso o consumidor seja hipossuficiente ou verossímil sua
alegação, passando o ônus da prova para a parte contrária. Essa inversão é possível para beneficiar o
consumidor. e ocorre por iniciativa do juiz, que deve se basear na constatação sobre quem tem mais
condições de provar o fato.

Sistemas de Apreciação das Provas


Noções Iniciais:
O destinatário da prova é o juiz, pois é ele que vai valorar a prova e formar sua convicção. Em
relação ao estabelecimento de um critério na apreciação das provas pelo juiz, se apresentam três
sistemas:
ƒ positivo;
ƒ livre convicção;
ƒ persuasão racional.

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1) Sistema Positivo:
Neste sistema, a lei atribui valores fixos aos meios de prova, ou seja, cada prova tem um valor
inalterável e constante, previsto em lei. Por isso, ao juiz não é lícito apreciá-la senão na conformidade
da eficácia que a lei lhe atribui. Também é conhecido como sistema das provas positivas ou sistema
das provas legais.

2) Sistema da Livre Convicção:


No sistema da livre convicção, também chamado da íntima convicção, o juiz formará o seu
convencimento através de quaisquer elementos, não ficando vinculado às provas produzidas. O juiz é
soberanamente livre quanto à indagação da verdade e apreciação das provas. A verdade jurídica é
formada então pela consciência do juiz, que não é, para isso, vinculado a qualquer regra legal, quer
no tocante à espécie de prova, quer no tocante à sua avaliação.

3) Sistema da Persuasão Racional:


Neste sistema, chamado também de convencimento racional, o juiz, não obstante apreciar as provas
livremente, não segue as suas impressões pessoais, mas tira a sua convicção das provas produzidas,
ponderando sobre a qualidade e a força probatória (vis probandi) destas.

Qual é o sistema adotado pelo Código de Processo Civil?


O Código de Processo Civil adota o sistema da persuasão racional, no qual a convicção do
juiz deve estar condicionada aos fatos, às provas colhidas, às regras legais e à sua experiência
em avaliá-las.

Peculiaridades do Código de Processo Civil:


ƒ Na apreciação da prova, o juiz formará livremente o convencimento. Mas o próprio texto
condiciona essa liberdade, exigindo que a convicção se forme em face dos fatos e
circunstâncias constantes dos autos. Quer dizer que o juiz deverá formar consciência da
verdade pela livre apreciação das provas colhidas, constante dos autos, sendo-lhe vedado valer-
se de fatos e circunstâncias que não tenham sido carreados para o processo.
ƒ Na formação da convicção o juiz não poderá dispensar as regras legais quanto à forma e à
prova dos atos jurídicos. Aí está mais uma limitação ao livre convencimento, consistente na
exigência de não se considerar provado um ato, para o qual a lei determine a forma como de
sua substância, senão pelo meio probatório que se revista dessa forma.
ƒ Na formação da convicção guiar-se-á o juiz, ainda, pelas regras de experiência (art. 335), o que
vale dizer que não poderá desviar-se dos conhecimentos científicos ou artísticos, dos homens e
das coisas, que constituem a cultura própria dos juízes.
ƒ A convicção deverá ser motivada. Terá, o juiz, de dizer quais os fatos e circunstâncias e quais
as provas que influíram na formação de seu convencimento (art. 131).

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09.2 – Meios de Prova

O Depoimento Pessoal
Noções Iniciais:
O depoimento pessoal é um meio de prova que consiste na declaração que a própria parte presta em
juízo. Ocorre sob a forma de um interrogatório e é determinado de ofício pelo juiz, ou, quando o juiz
não determinar de ofício, compete a cada parte requerer o depoimento pessoal da outra.

A parte será intimada pessoalmente para o depoimento. Se a parte intimada não comparecer,
ou comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe aplicará a pena de confissão.

Interrogatório:
O interrogatório da parte ocorrerá na audiência de instrução e julgamento e a parte será interrogada
na forma prescrita para a inquirição de testemunhas. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos
indagados, não podendo servir-se de escritos preparados (o juiz permitirá somente a consulta a notas
breves, desde que objetivem completar esclarecimentos). Quando a parte, sem motivo justificado,
deixar de responder ao que lhe for perguntada, ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais
circunstâncias e elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor. A parte,
entretanto, não é obrigada a depor de fatos criminosos ou torpes, que lhe forem imputados e aqueles a
cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo (esta desobrigação, entretanto, não se
aplica às ações de filiação, de desquite e de anulação de casamento).

A Confissão
Noções Iniciais:
A confissão é a declaração que uma parte faz admitindo a verdade dos fatos que, a um tempo, são
contrários aos seus interesses e favoráveis ao adversário.

Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos sobre imóveis alheios, a confissão de
um cônjuge não valerá sem a do outro.

Confissão Espontânea ou Provocada:


A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Da confissão espontânea, tanto que requerida
pela parte, se lavrará o respectivo termo nos autos; a confissão provocada constará do depoimento
pessoal prestado pela parte (CPC, art. 349). A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte,
ou por mandatário com poderes especiais.

Confissão Judicial e Extrajudicial:


A confissão pode ser judicial ou extrajudicial. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não
prejudicando, todavia, os litisconsortes (CPC, art. 350). A confissão extrajudicial, feita por escrito à
parte ou a quem a represente, tem a mesma eficácia probatória da judicial; feita a terceiro, ou contida

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em testamento, será livremente apreciada pelo juiz. Todavia, quando feita verbalmente, só terá
eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.

Não vale como confissão, a admissão em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.

Revogação da Confissão:
A confissão é irretratável, ou seja, não é admitido à parte voltar atrás no que disse. Entretanto, a
confissão, quando emanar de erro, dolo ou coação, pode ser revogada:
ƒ por ação anulatória, se pendente o processo em que foi feita;
ƒ por ação rescisória, depois de transitada em julgado a sentença, da qual constituir o único
fundamento.

Indivisibilidade da Confissão:
A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceitá-la
no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o
confitente lhe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material
ou de reconvenção (CPC, art. 354).

A Exibição de Documento ou Coisa


Noções Iniciais:
Quando um documento, necessário à prova de um fato, achar-se em poder da parte contra quem se
alega o mesmo fato, ou de terceiros, estes podem ser obrigados a exibí-los. A pretensão à exibição de
documento, ou coisa, manifestada por um litigante contra outro, ou contra terceiro, em cujo poder se
encontre, tem o caráter de ação: ação de exibição. Esta ação poderá ser preparatória (quando a
intenção é instruir a ação principal a ser proposta) ou incidente (quando o processo já está em
andamento).

Pedido de Exibição:
O pedido para a exibição, formulado pela parte, deverá conter:
ƒ a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;
ƒ a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou a coisa;
ƒ as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe
e se acha em poder da parte contrária.

Resposta do Requerido:
O requerido dará a sua resposta nos 5 dias subsequentes à sua intimação. Se afirmar que não possui o
documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração
não corresponde à verdade. Não será admitida a recusa:
ƒ se o requerido tiver obrigação legal de exibir;
ƒ se o requerido aludiu ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;
ƒ se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.

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Decisão:
Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da
coisa, a parte pretendia provar:
ƒ se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo de 5 dias;
ƒ se a recusa for havida por ilegítima.

Documento ou Coisa em Poder de Terceiro:


Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para responder
no prazo de 10 dias. Se o terceiro negar a obrigação de exibir, ou a posse do documento ou da coisa,
o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se
necessário, de testemunhas; em seguida proferirá a sentença. Se o terceiro, sem justo motivo, se
recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará que proceda ao respectivo depósito em cartório ou
noutro lugar designado, no prazo de 5 dias, impondo ao requerente que o embolse das despesas que
tiver; se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se
necessário, força policial, tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência.

Escusa:
A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa:
ƒ se concernente a negócios da própria vida da família;
ƒ se a sua apresentação puder violar dever de honra;
ƒ se a publicidade do documento redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus
parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau ou lhes representar perigo de ação penal;
ƒ se a exibição acarretar a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão, devam
guardar segredo;
ƒ se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a
recusa da exibição.

A Prova Documental
Noções Iniciais:
Documentos são papéis públicos ou particulares, cartas, telegramas, radiogramas e livros. Também
são documentos as reproduções mecânicas como a fotografia, o filme e a gravação sonora. O
documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o
tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença.

Fazem a mesma prova que os originais (CPC, art. 365):


ƒ as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências, ou de outro livro
a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;
ƒ os traslados e as certidões extraídas por oficial público, de instrumentos ou documentos
lançados em suas notas;
ƒ as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público ou
conferidas em cartório, com os respectivos originais.
ƒ as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo próprio
advogado sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade;

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ƒ os extratos digitais de bancos de dados, públicos e privados, desde que atestado pelo seu
emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem;
ƒ as reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou particular, quando juntados
aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares,
pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos ou privados,
ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de
digitalização (esses documentos digitalizados deverão ser preservados pelo seu detentor até o
final do prazo para interposição de ação rescisória).

Momento da Apresentação:
De acordo com a sistemática do Código de Processo Civil, os documentos, tanto os indispensáveis
como os probatórios, devem ser juntados pelo autor na inicial e pelo réu na resposta. Fora desses
momentos, a juntada só cabe em casos expressamente autorizados, como na prova de fatos ocorridos
após os articulados, ou na juntada de documento para servir de contraprova a outros documentos
apresentados (CPC, art. 397). Outras exceções, que permitem a apresentação posterior de
documentos, encontramos nos arts. 326 e 327, que tratam de casos especiais. Também no caso de
força maior ou caso fortuito (CPC, art. 183), ou se o documento estiver em poder da outra parte
(CPC, art. 355) ou de terceiro (CPC, arts. 341 e 360), ou ainda no caso de requisição pelo juiz (CPC,
art. 399).

No agravo de instrumento (CPC, art. 524), bem como na apelação, de acordo com a
jurisprudência, podem ser juntados documentos, se a juntada não importar em substancial
alteração do pedido.

Incidente de Falsidade:
Se um documento for considerado falso, poderá o fato ser arguido na contestação ou em 10 dias
contados da intimação da sua juntada aos autos. O incidente de falsidade suspende o processo e será
resolvido por sentença, que declarará a falsidade ou a autenticidade do documento (CPC, arts. 390 a
395). Alguns autores entendem que a solução do incidente se dá por decisão interlocutória e não por
sentença, vez que não se põe fim ao processo principal. Mas o art. 395 do Código de Processo Civil
declara que se trata de sentença.

Cartas Particulares:
Nesse assunto, o Código de Processo Penal traça duas regras bem definidas, aplicáveis ao processo
civil, por analogia:
ƒ as cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não são admitidas em
juízo;
ƒ o destinatário de uma carta, porém, pode exibi-la em juízo, para a defesa de seu direito, ainda
que não haja consentimento do signatário (CPP, art. 233).

Gravações Fonográficas:
De um modo geral, é aceito que se apliquem às gravações os mesmos princípios da correspondência
particular. Assim, são ilícitas as interpolações, as montagens e as interceptações ardilosas. Não se
tem considerado como ilícita, porém, a gravação de conversa telefônica feita por um dos
interlocutores, ou a mando dele, mesmo sem a ciência do outro. Isso porque a mensagem telefônica
assemelha-se a uma mensagem por carta. Quem a recebe, não pode divulgá-la, sem permissão do
emitente, mas pode usá-la em juízo para a defesa de seu direito.

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A Produção da Prova Documental:
Compete à parte instruir a petição inicial, ou a resposta, com os documentos destinados a provar-lhe
as alegações (CPC, art. 396). É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos
novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrapô-
los aos que foram produzidos nos autos (CPC, art. 397). Sempre que uma das partes requerer a
juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra, no prazo de 5 dias (CPC, art.
398). O juiz requisitará às repartições públicas em qualquer tempo ou grau de jurisdição as certidões
necessárias à prova das alegações das partes e os procedimentos administrativos nas causas em que
forem interessados a União, o Estado, o Município, ou as respectivas entidades da administração
indireta. Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 30 dias,
certidões ou reproduções fotográficas das peças indicadas pelas partes ou de ofício; findo o prazo,
devolverá os autos à repartição de origem. As repartições públicas poderão fornecer todos os
documentos em meio eletrônico conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se
trata de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado.

A Prova Testemunhal
Noções Iniciais:
A testemunha é o terceiro estranho e isento com relação às partes, que vem a juízo trazer as suas
percepções sensoriais a respeito de um fato relevante do qual tem conhecimento próprio. Cada parte
tem o direito de arrolar 10 testemunhas, mas o juiz, por sua vez, poderá ouvir apenas 3 para a prova
de cada fato, dispensando as restantes.

Quantas testemunhas são necessárias para a prova de um fato?


Não há número determinado. A noção de que uma única testemunha não é suficiente para
fazer prova (testis unus, testis nullus) é resquício do sistema de prova legal, em que havia uma
hierarquia entre os diversos meios de prova.

Admissão da Prova Testemunhal:


A prova testemunhal é sempre admissível, salvo se a lei dispuser de modo contrário. O juiz,
entretanto, indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
ƒ já provados por documento ou confissão da parte;
ƒ que só puderem ser provados por documento ou por exame pericial.

Valor do Contrato:
Qualquer que seja o valor do contrato, é admissível a prova testemunhal, quando:
ƒ houver começo de prova por escrito, reputando-se tal o documento emanado da parte contra
quem se pretende utilizar o documento como prova;
ƒ o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação,
em casos como o de parentesco, depósito necessário ou hospedagem em hotel.

A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o
décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.

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A Testemunha:
A testemunha deve ser apta a demonstrar a sua capacidade de perceber os fatos sobre os quais vai
depor. Não podem depor as pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas. São incapazes as menores de
16 anos, as portadoras de doença mental, bem como as cegas e surdas, quando a ciência do fato
depender dos sentidos que lhes faltam (CPC, art. 405, § 1°). São impedidas as pessoas que sejam
parte na causa, que intervenham em nome de uma das partes, como o tutor na causa do menor, ou que
tenham vínculo conjugal, de parentesco ou de afinidade com algumas partes (CPC, art. 405, § 2°).
São suspeitas as que já foram condenadas por falso testemunho, as que, por seus costumes, não são
dignas de fé, as amigas íntimas ou inimigas da parte e as que tiverem interesse no litígio (CPC, art.
405, § 3°).

Em casos estritamente necessários, especialmente nas causas relativas ao estado da pessoa, e


não podendo obter de outro modo a prova, poderá o juiz ouvir testemunhas impedidas ou
suspeitas, não lhes impondo, porém, o compromisso de dizer a verdade (art. 405, § 2°, I, e §
4°).

Apresentação das Testemunhas:


A parte interessada deverá apresentar em juízo a relação das testemunhas, precisando-lhes o nome,
profissão, residência e o local de trabalho. Depois de apresentadas, a parte só pode substituir a
testemunha:
ƒ que falecer;
ƒ que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
ƒ que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça.

Omitindo-se o juiz, a relação de testemunhas será apresentada até 10 dias antes da


audiência.

Quando o próprio juiz for arrolado como testemunha o juiz da causa, este:
a) declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos, que possam influir na decisão; caso
em que será defeso à parte, que o incluiu no rol, desistir de seu depoimento;
b) se nada souber, mandará excluir o seu nome.

Intimação:
A testemunha é intimada a comparecer à audiência, constando do mandado dia, hora e local, bem
como os nomes das partes e a natureza da causa. Se a testemunha deixar de comparecer, sem motivo
justificado, será conduzida, respondendo pelas despesas do adiamento (CPC, art. 412). A parte pode
comprometer-se a levar à audiência a testemunha, independentemente de intimação; presumindo-se,
caso não compareça, que desistiu de ouvi-la. Quando figurar no rol de testemunhas funcionário
público ou militar, o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir.
A intimação poderá ser feita pelo correio, sob registro ou com entrega em mão própria, quando a
testemunha tiver residência certa.

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A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para
comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada, ou depositá-la em
cartório dentro de 3 dias (CPC, art. 419). O depoimento prestado em juízo é considerado
serviço público. A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, não sofre,
por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço (CPC, art.
419, parágrafo único).

Local da Inquirição:
A regra geral é de que as testemunhas sejam ouvidas na audiência de instrução, perante o juiz da
causa, exceto:
ƒ as que prestam depoimento antecipadamente;
ƒ as que são inquiridas por carta;
ƒ as que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de comparecer em juízo;
ƒ as designadas no artigo 411 do Código de Processo Civil.

Certas pessoas, arroladas no art. 411 do CPC, como o presidente da República, são inquiridas
em sua residência ou onde exercem a função, solicitando-lhes o juiz que designem dia, hora e
local para tanto.

Inquirição:
O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro as do autor e depois as do réu,
providenciando de modo que uma não ouça o depoimento das outras. Antes de depor, a testemunha
será qualificada, declarando o nome por inteiro, a profissão, a residência e o estado civil, bem como
se tem relações de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo. A testemunha pode ser
contradita no caso de incapacidade, impedimento ou suspeição, resolvendo-se o incidente pela
improcedência da contradita, pela dispensa da testemunha, ou pela sua ouvida sem compromisso
(CPC, art. 414, § 1°). A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os motivos
de que trata o art. 406; ouvidas as partes, o juiz decidirá de plano. Ao início da inquirição, a
testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado (CPC, art.
415). O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz a afirmação falsa, cala ou
oculta a verdade. O juiz interrogará a testemunha sobre os fatos articulados, cabendo, primeiro à
parte, que a arrolou, e depois à parte contrária, formular perguntas tendentes a esclarecer ou
completar o depoimento. As partes devem tratar as testemunhas com urbanidade, não lhes fazendo
perguntas ou considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias. As perguntas, que o juiz
indeferir, serão transcritas no termo, requerendo-o a parte. As perguntas que o juiz indeferir serão
obrigatoriamente transcritas no termo, se a parte o requerer.

O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:


a) a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas;
b) a acareação de duas ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, quando, sobre
fato determinado, que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações.

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A Prova Pericial
Noções Iniciais:
A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação realizada por perito nomeado pelo juiz. O
juiz não pode realizar ele mesmo a perícia, mesmo que possua conhecimentos técnicos, já que ao
julgador não é dado ser o produtor da prova, mas apenas o seu coletor. A prova pericial não é
obrigatória, pois o juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação,
apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar
suficientes (CPC, art. 427) e mesmo havendo a perícia, o juiz não ficará adstrito ao laudo pericial,
podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos (CPC, art. 436).

O juiz indeferirá a perícia quando:


a) a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;
b) for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
c) a verificação for impraticável.

Peritos:
Ao perito aplicam-se também as regras do impedimento e da suspeição. O perito cumprirá
escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. O
perito pode escusar-se (CPC, art. 146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (CPC, art.
138, III). Ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito. (CPC,
art. 423). O perito será remunerado pela parte que houver requerido o exame.

Assistentes Técnicos:
Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição (CPC, art.
422). Cada uma das partes poderá indicar um assistente técnico. Se forem vários os autores ou os
réus, o assistente será escolhido por maioria de cada grupo, ou por sorteio, em caso de empate.

Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de conhecimento


especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente
técnico (CPC, art. 431-B).

Substituição de Peritos:
O perito pode ser substituído quando (CPC, art. 424):
ƒ carecer de conhecimento técnico ou científico;
ƒ sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado (nesse caso, o
juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa
ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no
processo).

Quesitos:
Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares. Da juntada dos quesitos
aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária. Ao juiz competirá indeferir os quesitos
impertinentes e formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa.

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Realização da Perícia:
Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os
meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam
em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos,
fotografias e outras quaisquer peças. O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo
juiz, pelo menos 20 dias antes da audiência de instrução e julgamento (CPC, art. 433). Os assistentes
técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da
apresentação do laudo (CPC, art. 433, parágrafo único). Se o perito, por motivo justificado, não
puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o
seu prudente arbítrio (CPC, art. 432). Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo
comum de 10 dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.

Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento, ou for de


natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos
estabelecimentos oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do
material sujeito a exame, ao diretor do estabelecimento (CPC, art. 434). Quando o exame tiver
por objeto a autenticidade da letra e firma, o perito poderá requisitar, para efeito de
comparação, documentos existentes em repartições públicas; na falta destes, poderá requerer
ao juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por
cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação (CPC, art. 434, parágrafo
único).

Esclarecimentos:
A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá ao juiz que mande
intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos
(CPC, art. 435) O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a que
se refere este artigo, quando intimados 5 dias antes da audiência (CPC, art. 435, parágrafo único). Os
peritos prestam os esclarecimentos antes dos depoimentos pessoais.

Nova Perícia:
O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando
a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Essa segunda perícia tem por objeto os
mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos
resultados a que esta conduziu. A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a
primeira e não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra.

A Inspeção Judicial
Noções Iniciais:
A inspeção judicial consiste na diligência feita pessoalmente pelo juiz, para examinar pessoa ou
coisa, no local em que for necessário. É medida rara na prática judiciária. O juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de
se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa. Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá
ser assistido de um ou mais peritos. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando
esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa. O juiz irá ao local,
onde se encontre a pessoa ou coisa, quando:
ƒ julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;

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ƒ a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;
ƒ determinar a reconstituição dos fatos.

Auto Circunstanciado:
Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto
for útil ao julgamento da causa. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.

Presunções e Indícios
Em certos casos, quando a prova não se refere ao fato probando, mas a um outro fato que com aquele
se relaciona, e de cujo conhecimento poder-se-á, através do raciocínio, chegar ao conhecimento do
primeiro. Nesse caso, o juiz conhecerá o fato probando indiretamente. A prova assim obtida se diz
indireta. Provas indiretas são as presunções. Para Carnelutti as presunções são consequências
deduzidas de um fato conhecido, não destinado a funcionar como prova, para chegar a um fato
desconhecido. As presunções podem ser:
ƒ legais: estabelecem como verdade os fatos presumidos;
ƒ absolutas, ou peremptórias, ou iures et de iure: as que não admitem prova contrária ao fato
presumido.

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Questões de Concursos

Nas questões a seguir, assinale a alternativa que julgue correta.

01 - (Magistratura/MG – 2005) A prova exclusivamente testemunhal só é admitida nos contratos cujo


valor não exceda:
( ) a) a 20 (vinte) vezes o maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram
celebrados.
( ) b) o décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram
celebrados.
( ) c) o décuplo do maior salário mínimo vigente no país por ocasião da propositura da ação.
( ) d) a 20 (vinte) vezes o maior salário mínimo vigente no país por ocasião da propositura
da ação.

02 - (Magistratura/SP - 173) Considerando-se que cabe ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte,


determinar as provas necessárias à instrução e indeferir as inúteis, apreciando livremente a
prova, sequer adstrito ao laudo pericial, assim podendo formar sua convicção com outros
elementos ou fatos provados nos autos, é correto dizer-se que
( ) a) pode o juiz substituir-se ao perito em razão de conhecimentos técnicos próprios que
possua sobre a matéria, para dispensar a produção de prova pericial.
( ) b) pode o juiz desconsiderar a prova oral, só porque consistente em testemunha única,
assim prestigiando o princípio “testis unus, testis nullus”.
( ) c) é admissível a dispensa de inquirição de testemunhas a respeito de determinados fatos
da lide, porque presenciados pelo juiz.
( ) d) é cabível o deferimento e permanência nos autos, de juntada de documento, já estando
constestada a ação e após o saneador, a despeito de ter sido ele expressamente
mencionado na petição inicial.

03 - (Magistratura/SP - 173) Analise as proposições:


I - A prova testemunhal é admitida, qualquer que seja o valor do contrato, desde que haja
começo de prova escrita.
II - A complementação de prova, na hipótese de perplexidade probatória, poderá ser feita
em qualquer fase, uma vez que a iniciativa probatória do juiz não se sujeita à preclusão.
III - A parte ou o terceiro que se recusa a exibir o documento ou coisa pratica crime de
desobediência.
IV - O julgamento antecipado da lide pode ocorrer quando houver necessidade somente da
realização de prova pericial.
Está correto o contido somente nas proposições
( ) a) I e II.
( ) b) I e III.
( ) c) II e III.
( ) d) III e IV.

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04 - (Ministério Público/MG - 40) Assinale a opção incorreta:
( ) a) todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não
especificados no Código de Processo Civil, são hábeis para provar a verdade dos fatos,
em que se funda a ação ou a defesa;
( ) b) não dependem de prova os fatos notórios; os fatos afirmados por uma parte e
confessados pela parte contrária; os fatos admitidos, no processo, como incontroversos
e os fatos em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade;
( ) c) no sistema chamado da prova legal a lei atribui valores fixos aos meios de prova;
( ) d) no sistema chamado da persuasão racional (também conhecido como sistema do livre
convencimento ou do livre convencimento motivado) o juiz é livre para formar seu
convencimento;
( ) e) no sistema chamado da íntima convicção o juiz formará o seu convencimento através
de quaisquer elementos, não ficando vinculado às provas produzidas.

05 - (Procurador/S. Paulo – 2002) Indique a afirmação correta, relativamente às provas.


( ) a) Pelo sistema da prova legal, o juiz tem plena liberdade para valorar e decidir
consoante as provas constantes dos autos.
( ) b) No sistema do livre convencimento, o juiz possui a função de constatar a ocorrência da
prova, reconhecendo-a como produzida, aplicando-a livremente.
( ) c) Com o sistema da persuasão racional, impõem-se ao magistrado determinadas
restrições à formação do seu convencimento, devendo, não obstante, apreciar a prova
conforme seu entendimento.
( ) d) O ordenamento jurídico brasileiro adota o sistema do livre convencimento.
( ) e) O sistema da persuasão racional é derivado do direito medieval, que impôs restrições
aos julgadores.

06 - Considera-se suspeita a testemunha:


( ) a) que possua interesse no litígio, que possua relação de parentesco com as partes ou que
já foi condenada por falso testemunho.
( ) b) o cônjuge, os parentes e o indigno de fé, por seus costumes.
( ) c) que seja casada com a parte ou que já tenha sido mandatária da parte.
( ) d) já condenada por falso testemunho, que tenha interesse no litígio e que seja inimiga
capital de uma das partes.

07 - Marido pôs escuta no telefone para comprovar, gravando-os, os diálogos adulterinos da


esposa.
Tal gravação:
( ) a) Não poderá ser conhecida, de forma alguma, no processo, semelhante prova;
( ) b) Poderá ser ela sempre utilizada no processo, possível venha o magistrado a observar
que seu exame far-se-á sem prejuízo da ação própria que possa a mulher propor pela
violação de sua privacidade;
( ) c) Será aceita se não lograr demonstrar a mulher que a voz ao telefone, segunda a
gravação, não era sua.
( ) d) Será tida como inócua, se do diálogo telefônico advier o conhecimento de afirmações
ambíguas que poderiam apenas ser tidas como algo suspeito, desnecessária a
declaração expressa de sua invalidade.

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08 - Dependem de prova os fatos:
( ) a) notórios;
( ) b) apresentados por uma parte e rebatidos pela outra;
( ) c) admitidos no processo como incontroversos;
( ) d) afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
( ) e) em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.

09 - Relativamente à confissão, é certo dizer-se que:


I. Pode ser prestada por procurador, sendo suficientes os poderes gerais ad judicia.
II. Não pode ser anulada depois de ser transitada em julgado a sentença.
III. Jamais será eficaz no caso de litisconsórcio unitário, diante de a necessidade de a
decisão ser igual para todos os litisconsortes.
Pode-se afirmar que:
( ) a) todas as afirmativas são corretas;
( ) b) nenhuma das afirmativas é correta;
( ) c) apenas a afirmativa III é correta;
( ) d) apenas as afirmativas II e III são corretas;
( ) e) apenas as afirmativas I e III são corretas.

10 - O prazo para o depósito do rol de testemunhas, em Cartório, quando o juiz não o fixar, ao
designar a data da audiência de instrução e julgamento, será de:
( ) a) 5 dias úteis anteriores à data da audiência;
( ) b) 10 dias contínuos antes da data da audiência;
( ) c) 5 dias contínuos antes da realização da audiência;
( ) d) 10 dias da intimação sobre a designação de dia e hora da audiência.

11 - O comparecimento do perito e do assistente técnico, na audiência para esclarecimentos:


I. Não é permitido.
II. Prestam esclarecimentos antes dos depoimentos pessoais.
III. Prestam esclarecimentos depois dos depoimentos pessoais.
IV. Comparecem, se intimados, a pedido da parte.
V. Respondem a perguntas, sob a forma de quesitos, formulados antes da audiência.
Destas:
( ) a) apenas as afirmativas II, IV e V são corretas;
( ) b) apenas a afirmativa II é correta;
( ) c) apenas a afirmativa I é correta;
( ) d) apenas as afirmativas III e IV são corretas;
( ) e) apenas as afirmativas III, IV e V são corretas.

12 - A remuneração do perito será paga:


( ) a) pelo réu quando ordenado o exame, de ofício, pelo juiz.
( ) b) pelo réu quando ambas as partes requererem o exame.
( ) c) por ambas as partes quando requerido o exame pelo Ministério Público e deferido pelo
juiz.
( ) d) pela parte que houver requerido o exame.

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13 - Marque a assertiva verdadeira, relativo a caso de perícia e apresentação dos trabalhos por
assistentes.
( ) a) juntada dos laudos independentemente de intimação das partes (CPC, art. 433,
parágrafo único);
( ) b) juntada dos laudos e intimação das partes, nos 10 dias anteriores à audiência de
instrução e julgamento, para se manifestar sobre os trabalhos técnicos;
( ) c) juntada dos pareceres, após intimadas as partes da apresentação dos laudos;
( ) d) abertura do prazo comum de 5 dias (CPC, art. 185), às partes, em seguida à
apresentação dos laudos.

14 - Relativamente à exibição de documento ou coisa, é certo dizer-se que:


I. Terá sempre como consequência a pena de confesso;
II. O direito a ela existe somente quando o requerido tiver obrigação legal de exibir.
III. Apenas o terceiro que a ela se recusar está sujeito à responsabilização por crime de
desobediência.
IV. O recurso cabível contra o que for decidido poderá ser a apelação.
Assim.
( ) a) todas as afirmativas são corretas;
( ) b) apenas as afirmativas II e IV são corretas;
( ) c) apenas a afirmativa I é correta;
( ) d) apenas a afirmativa IV é correta;
( ) e) apenas as afirmativas III e IV são corretas.

15 - O incidente de falsidade de documento tem lugar:


( ) a) a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, incumbindo à parte contra quem
foi produzido o documento, suscitá-lo na contestação ou no prazo de dez dias,
contados da intimação da juntada do documento aos autos;
( ) b) apenas em primeiro grau de jurisdição, mas nunca após a sentença, incumbindo à parte
contra quem foi produzido, suscitá-lo no prazo de cinco dias a contar da intimação da
juntada desse documento aos autos;
( ) c) apenas na contestação, na réplica ou na tréplica, pois é vedado às partes juntar
documentos novos após tais manifestações nos autos;
( ) d) em qualquer tempo, mas apenas em primeiro grau de jurisdição, até a data em que for
publicada a sentença, pois na fase recursal é vedada a juntada de quaisquer
documentos.

16 - Assinale a alternativa incorreta.


São suspeitos para depor como testemunha:
( ) a) o que é parte na causa
( ) b) o que, por seus costumes, não for digno de fé.
( ) c) o inimigo capital da parte, ou seu amigo íntimo.
( ) d) o que tiver interesse no litígio.
( ) e) o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a
sentença.

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Gabarito

01.B 02.D 03.A 04.D 05.C 06.D 07.A 08.B 09.C 10.B

11.A 12.D 13.C 14.E 15.A 16.A

Bibliografia

„ DIREITO PROCESSUAL CIVIL BRASILEIRO


Greco, Vicente
Editora Saraiva

„ INSTITUIÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Dinamarco, Cândido Rangel
Malheiros

„ PRIMEIRAS LINHAS DE DIR. PROCESSUAL CIVIL


Santos, Moacyr Amaral
Editora Saraiva

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Direito Processual Civil


09 - A Prova

Atualizada em 10.12.2011

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