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O Processo
09 Legislativo
09.1 – Introdução
Noções Gerais
Noções Iniciais:
O processo legislativo é o conjunto de normas que disciplinam a elaboração das leis. Segundo José
Afonso da Silva, o processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando a criação de
normas de direito. O processo legislativo federal compreende os atos normativos dispostos nos
termos do art. 59 da Constituição Federal: emendas à Constituição, leis complementares, leis
ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Os atos normativos compreendem a lei e os regulamentos. A lei, em sentido amplo, é ato primário,
escrito e formal, que encontra seu fundamento de validade e eficácia em conformidade direta com a
própria Constituição. O regulamento da lei é ato secundário e seu fundamento de validade
encontra-se na própria lei.
Procedimento Legislativo:
Todas as espécies legislativas resultam de um conjunto de operações que constituem as fases do
processo legislativo. Nem todas, porém, seguem o mesmo procedimento na sua elaboração. O
As Emendas Constitucionais
Noções Iniciais:
As emendas são atos normativos constitucionais que modificam parcialmente a Constituição. As
emendas têm a mesma natureza e a mesma força hierárquica das normas constitucionais, mas por
serem produto do Congresso Nacional e não do Poder Constituinte, sofrem limitações na natureza
substancial, formal e temporal.
CONSTITUIÇÃO § 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de
FEDERAL defesa ou de estado de sítio.
CONSTITUIÇÃO § 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
FEDERAL considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Promulgação da Emenda:
CONSTITUIÇÃO § 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
FEDERAL Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
Emenda Rejeitada:
CONSTITUIÇÃO § 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode
FEDERAL ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Noções Gerais
Noções Iniciais:
A lei ordinária consiste em ato próprio do Poder Legislativo. A lei ordinária é destinada a tratar de
todas as matérias, com exceção das reservadas à lei complementar e das matérias de competência
exclusiva do Congresso Nacional, Câmara dos Deputados e Senado Federal veiculadas por decreto
legislativo ou resolução. Por outro lado, existem matérias que só a lei ordinária pode tratar,
excluindo, assim, todas as demais espécies normativas. São as matérias elencadas nos incisos do § 1°
do art. 68.
Fase Introdutória
A Iniciativa:
A iniciativa de lei é a faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para apresentar projetos de
lei ao Legislativo. Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a iniciativa não é propriamente uma
fase do processo legislativo, mas um ato que irá desencadeá-lo. A tramitação da iniciativa ocorre no
Congresso Nacional.
Iniciativa Conjunta:
Prevista no art. 48, XV da Constituição Federal, a hipótese de iniciativa, chamada “iniciativa
conjunta”, foi criada pela Emenda Constitucional n° 19, de 1998. Nesta modalidade, haverá a
necessidade de manifestação conjunta do Presidente da República, Câmara dos Deputados, Senado
Federal e Supremo Tribunal Federal.
INICIATIVA DE LEI
Deputados, Senadores, Presidente da Supremo Tribunal Federal, Procurador
República e Cidadãos Geral da República e Tribunais Superiores
Possuem poderes gerais: podem Têm poderes especiais: podem apresentar
apresentar projetos de lei sobre qualquer projetos de lei somente nos casos
matéria, salvo exceções. expressamente mencionados
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou
aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e
pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 18, de 05.02.98)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas
gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
e) criação e extinção dos Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no
art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência, para a reserva. (Incluída pela Emenda
Constitucional n.º 18, de 05.02.98)
Iniciativa Popular:
É uma possibilidade dos cidadãos apresentarem projetos de lei. Os cidadãos reunidos devem
preencher determinados requisitos para poder desencadear o processo legislativo, apresentando à
Câmara dos Deputados, projeto de lei. São requisitos:
a participação de 1 % do eleitorado nacional;
distribuídos em pelo menos 5 Estados;
com 0,3 % de eleitores, no mínimo, em cada Estado.
Fase Constitutiva
Noções Iniciais:
A fase constitutiva ou de aprovação consiste nos estudos, debates, redações, emendas e votação do
projeto. A aprovação final dá-se pela maioria relativa. Os projetos são sempre examinados e
discutidos pelas duas Casas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, que juntos compõem o
Congresso Nacional. O projeto aprovado por uma Casa é revisto pela outra, voltando novamente à
origem, se a segunda Casa fizer emendas.
§ 2º - Se, no caso do § 1.º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem
sobre a proposição, cada qual, sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão
todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo
constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
§ 3º - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no
prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
§ 4º - Os prazos do § 2.º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se
aplicam aos projetos de código.
Instrução:
A discussão e votação de certos projetos, como os enviados pelo Presidente da República, devem
começar pela Câmara dos Deputados. Após o depósito (ato de entrega do projeto de lei às mãos do
Presidente da Câmara dos Deputados) o projeto vai para instrução, onde o trabalho parlamentar é
realizado em órgãos denominados de “comissões”. As comissões são órgãos fracionados, que em sua
composição é mantida a representatividade dos partidos. As comissões se manifestam sobre os
projetos que versam sobre os assuntos à elas relativos. A passagem do projeto de lei para as
comissões chama-se instrução. Após a instrução o projeto segue para o plenário, onde será discutido
e votado em apenas um turno. Na votação, se o projeto for de lei ordinária, bastará a maioria simples
para a aprovação; se se tratar de lei complementar, será necessária a maioria absoluta.
Deliberação Revisional:
A deliberação será exercida pela segunda Casa. Sendo o projeto aprovado pela Câmara dos
Deputados, será encaminhado ao Senado Federal, onde se repetirão os procedimentos de instrução,
discussão e aprovação. O Senado poderá aprovar, rejeitar ou emendar o projeto. Aprovando, o
projeto segue para a deliberação executiva. Sendo rejeitado, o projeto será arquivado, não podendo
ser apresentado novamente na mesma sessão legislativa. Emendado, o projeto volta à Casa de
origem.
CONSTITUIÇÃO Art. 65 - O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de
FEDERAL discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
Arquivamento:
CONSTITUIÇÃO Art. 67 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de
FEDERAL novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros
de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
O Poder Legislativo não poderá emendar projeto de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da
República que importe em aumento da despesa prevista.
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, dos tribunais federais e do Ministério Público.
Espécies de Emenda:
A emenda pode ser:
Supressiva: quando é retirado parte do texto do projeto de lei original;
Aditiva: quando é acrescentado novo texto ao projeto de lei original;
Modificativa: quando a redação do projeto é alterada, sem contudo alterar sua substância;
Substitutiva: quando a redação do projeto é alterada, alcançando todo o texto do projeto, a
emenda substitutiva é uma nova proposta de redação integral do projeto.
Aglutinativas: aquelas de decorrem da fusão de diversas emendas entre si, ou delas com o texto
original.
A emenda de redação é uma espécie de emenda modificativa, que tem como objetivo a correção de
erros de linguagem ou de técnica legislativa (organização dos dispositivos legais).
Apreciação da Emenda:
Recebendo a emenda, a Casa de origem poderá aceitá-la ou rejeitá-la. Nesta última hipótese,
prevalecerá a redação original, pois no conflito entre as duas Casas, quem realiza a deliberação
principal, tem “primazia” sobre quem faz a deliberação revisional.
Prazo:
Não há prazo para a aprovação ou rejeição do projeto de lei, mas o Presidente da República poderá
solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa. Não havendo apreciação dentro de
certo prazo, serão as proposições incluídas a ordem do dia, com preferência para a votação.
Sanção:
Aprovado o projeto, o presidente da Casa, onde o projeto está sendo encerrado, formaliza o
encerramento da deliberação parlamentar, assinando o projeto e encaminhando ao Presidente da
República que poderá sancioná-lo ou vetá-lo. A sanção é o ato pelo qual o chefe do Executivo
manifesta sua concordância com o projeto de lei aprovado pelo Legislativo. A sanção pode ser
expressa ou tácita. Será tácita quando não houver manifestação no prazo de 15 dias, contados do
recebimento do projeto.
CONSTITUIÇÃO Art. 66 - A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da
FEDERAL República, que, aquiescendo, o sancionará.
..........................................................................................................................................................
Veto:
O veto é o ato pelo qual o chefe do Executivo manifesta sua discordância para com o projeto. Pode o
veto ser total ou parcial. Deve ser sempre expresso, pois não há veto tácito. O veto pode ser
derrubado pelo Congresso, em sessão conjunta, pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores, em escrutínio secreto.
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores,
em escrutínio secreto.
Fase Complementar
Promulgação:
A promulgação decorre da sanção e tem o significado de proclamação. Sanção e promulgação se dão
ao mesmo tempo, com a assinatura do Presidente da República. Conforme José Afonso da Silva
decorrem dois efeitos da promulgação:
torna conhecidos os fatos e atos geradores de lei;
indica, até que os tribunais se pronunciem em contrário, que a lei é válida, executável e
obrigatória.
§ 6º - Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do
dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República,
nos casos dos §§ 3.º e 5.º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
Poder-se-ia acrescentar à esta fase a publicação oficial da lei (art. 84, IV da Constituição Federal e
Lei de Introdução do Código Civil), mas o fato é que a lei passa a existir com a própria
promulgação (do latim promulgare), independentemente da publicação oficial, que apenas torna
obrigatória a lei já existente.
QUADRO RESUMO
Ø
O projeto sendo CÂMARA DOS DEPUTADOS
rejeitado será arquivado, (deliberação principal)
não podendo ser Õ
apresentado na mesma A Câmara dos Deputados pode rejeitar
sessão legislativa. ou aprovar o projeto de lei.
Ø Havendo emenda do
Senado Federal, o
O projeto sendo SENADO FEDERAL projeto retorna à Câmara
rejeitado será arquivado, (deliberação revisional) dos Deputados para
não podendo ser
apresentado na mesma
Õ O Senado Federal poderá rejeitar,
Ö discussão do ponto
alterado. Havendo
sessão legislativa. aprovar ou emendar o projeto de lei. concordância, o projeto
segue emendado. Se
não houver, a redação
Ø original da Câmara
prevalece sobre a
O veto do Presidente da PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
vontade do Senado, pois
República não é (deliberação executiva)
sempre a Casa que tiver
absoluto.
feito a deliberação
O veto será deliberado O Presidente pode concordar com o
pelo Congresso Õ projeto ou vetá-lo. Na primeira Õ principal terá a sua
vontade prevalecida
Nacional, em sessão hipótese, o Presidente o sancionará e
(princípio da primazia da
conjunta, que pode transforma em lei, encerrando a fase
deliberação principal).
mantê-lo ou derrubá-lo constitutiva.
Ø Þ Ø
Se o Congresso manter
o veto, o projeto de lei Promulgação e publicação.
será arquivado.
As Leis Complementares
Noções Iniciais:
Leis complementares são aquelas especificadas pela Constituição para tratar de determinadas
matérias que a elas são exclusivas, por isso não podem ser modificadas pelas leis em geral. Para a sua
aprovação é necessária a maioria absoluta dos votos dos membros das duas casas do Congresso
Nacional.
Quando a Constituição Federal menciona somente a palavra “lei” faz referência à lei
ordinária. A Constituição Federal será expressa ao se referir à lei complementar.
As Leis Delegadas
Noções Iniciais:
São leis equiparadas às leis ordinárias. Diferem destas apenas na forma de elaboração. A delegação
pode ser externa ou interna. Na delegação externa, o Congresso Nacional, em certos casos, pode
encarregar o Presidente da República de elaborar uma lei (art. 68, CF).
CONSTITUIÇÃO Art. 68 - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
FEDERAL delegação ao Congresso Nacional.
Os Decretos Legislativos
São normas relativas a certas matérias, de competência exclusiva do Congresso, que a Constituição
não exige a remessa ao Presidente da República para sanção (promulgação ou veto). Estão arroladas
na atual Constituição pelo art. 49 como a autorização de referendo ou a convocação de plebiscito (art.
49, XV, CF).
Os decretos legislativos devem ser instruídos, discutidos e votados em ambas as casas legislativas, e,
se aprovados, deverão ser promulgados. A promulgação é feita pelo Presidente do Senado.
As Resoluções
São normas expedidas pelo Poder Legislativo, destinadas a regular matéria de sua competência, de
caráter administrativo ou político. A delegação ao Presidente da República, para a elaboração de uma
lei, por exemplo, terá a forma de resolução (art. 68, §2, CF) ou a suspensão de lei declarada
inconstitucional (art. 52, X), onde se nota a predominância das medidas de caráter concreto, em
contraposição ao decreto legislativo, que veicula preferencialmente assuntos de caráter genérico.
Assim como os decretos legislativos, não estão sujeitas à sanção presidencial. A promulgação é feita
pela mesa da casa legislativa que as expedir. Quando se tratar de resolução do Congresso Nacional a
promulgação é feita pela Mesa do Senado Federal.
As Medidas Provisórias
Noções Iniciais:
A medida provisória substituiu o antigo decreto-lei que era regido pelo artigo 55 da Emenda n.º 1/69.
Apesar dos abusos, a prática demonstrou a necessidade de um ato normativo excepcional e célere,
para situações de relevância e urgência. Ela é um típico ato normativo primário e geral. Edita-o o
Presidente no exercício de uma competência constitucional e independente de qualquer delegação. A
medida provisória estabelece norma que vige provisoriamente. Ela somente se aperfeiçoa se
convertida em lei pelo Congresso Nacional.
CONSTITUIÇÃO Art. 62 - Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
FEDERAL provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
1) Aprovação da medida provisória no seu texto integral: aprovada a medida provisória será
convertida em lei, devendo o Presidente do Senado promulgá-la, remetendo ao Presidente da
República, que publicará a lei de conversão.
2) Aprovação da medida provisória com alterações: existindo emendas ao texto original da medida
provisória, desde que não versem sobre matéria estranha à deliberada pelo texto da medida provisória
poderá ser aprovada transformando-a em projeto de lei de conversão, que será remetido ao Presidente
da República, para que sancione ou vete. Uma vez sancionado, o próprio Presidente da República o
promulgará e determinará sua publicação.
Não poderá o Presidente da República editar nova medida provisória cujo texto
reproduza, em suas linhas fundamentais, os aspectos essenciais da medida provisória que
tenha sido objeto de expressa rejeição parlamentar.
Limitações Materiais:
Foram estabelecidas pela Emenda Constitucional n° 32 certas limitações materiais às medidas
provisórias.
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
Prazo de Vigência:
Quando editada, a medida provisória permanecerá em vigor pelo prazo de 60 dias e será submetida,
imediatamente, ao Poder Legislativo, para apreciação. O prazo será contado da publicação da medida
provisória, porém ficará suspenso durante os períodos de recesso do Congresso Nacional, desta
forma, a medida provisória poderá, excepcionalmente, exceder este período de 60 dias. Este prazo de
60 dias também poderá ser prorrogado por uma vez por igual período.
§ 5º - A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
Regime de Urgência:
Se a medida provisória não tiver sido apreciada em até 45 dias contados de sua publicação, entrará
em regime de urgência Isto significa que todas as demais deliberações da Casa Legislativa que
estiver analisando a medida provisória ficam sobrestadas, até que seja concluída a votação.
§ 7º - Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no
prazo de sessenta dias, contados de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas
Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
§ 8º - As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. (Incluído
pela Emenda Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
§ 10 - É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
§ 11 - Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou
perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda
Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
§ 12 – Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta
manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela
Emenda Constitucional n.º 32, de 11.09.01)
Ø
Apreciação pelo Congresso Nacional,
sendo sua votação iniciada na Câmara
dos Deputados REJEIÇÃO
APROVAÇÃO A medida provisória não
A medida provisória é
convertida em lei
Õ (Se a medida provisória não for apreciada Ö poderá ser reeditada na
mesma sessão
em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de legislativa
urgência, subsequentemente, em cada uma
das Casas do Congresso Nacional.)
Ø Ø
60 DIAS 60 DIAS
(após a rejeição ou perda
REJEIÇÃO TÁCITA de eficácia)
Após o prazo de sessenta dias, a
Constituição permite uma única Deve ser editado decreto
prorrogação de sua vigência pelo legislativo disciplinando
mesmo período. as relações jurídicas
decorrentes da medida
Ø provisória. Se não for
editado este decreto
legislativo no prazo de
60 DIAS 60 dias após a rejeição
ou perda de eficácia, as
PERDA DE EFICÁCIA relações jurídicas dela
Se após este prazo a medida
provisória não for convertida em lei
Ö decorrentes de atos
praticados durante sua
perderá a eficácia e não poderá ser vigência conservar-se-ão
reeditada na mesma sessão legislativa por ela regidos.
Art. 1º - A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis obedecerão ao disposto nesta Lei
Complementar.
Parágrafo único. - As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, às medidas provisórias e demais atos
normativos referidos no art. 59 da Constituição Federal, bem como, no que couber, aos decretos e aos demais atos
de regulamentação expedidos por órgãos do Poder Executivo.
Art. 2º - (Vetado)
§ 1º - (Vetado)
Capítulo II - Das Técnicas de Elaboração, redação e alteração das leis (artigos 3 a 12)
Seção I - Da Estruturação das leis (artigos 3 a 9)
Art. 4º - A epígrafe, grafada em caracteres maiúsculos, propiciará identificação numérica singular à lei e será formada
pelo título designativo da espécie normativa, pelo número respectivo e pelo ano de promulgação.
Art. 5º - A ementa será grafada por meio de caracteres que a realcem e explicitará, de modo conciso e sob a forma
de título, o objeto da lei.
Art. 6º - O preâmbulo indicará o órgão ou instituição competente para a prática do ato e sua base legal.
Art. 7º - O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação, observados os
seguintes princípios:
I - excetuadas as codificações, cada lei tratará de um único objeto;
II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão;
III - o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão específica quanto o possibilite o conhecimento
técnico ou científico da área respectiva;
IV - o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a subsequente se destine a
complementar lei considerada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa.
Art. 8º - A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula entra em vigor na data de sua publicação para as leis de pequena
repercussão.
§ 1º - A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a
inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação
integral.
§ 2º - As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos
(o número de) dias de sua publicação oficial.
Art. 9º - A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas.
Art. 11 - As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, observadas, para esse
propósito, as seguintes normas:
I - para a obtenção de clareza:
a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre assunto técnico,
hipótese em que se empregará a nomenclatura própria da área em que se esteja legislando;
b) usar frases curtas e concisas;
c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivações dispensáveis;
d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando preferência ao tempo presente
ou ao futuro simples do presente;
e) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos de caráter estilístico;
II - para a obtenção de precisão:
a) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do objetivo da lei e a permitir
que seu texto evidencie com clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretende dar à norma;
b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com
propósito meramente estilístico;
c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;
d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional, evitando o uso de
expressões locais ou regionais;
e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja
acompanhada de explicitação de seu significado;
f) grafar por extenso quaisquer referências feitas, no texto, a números e percentuais, exceto data, número de lei e nos
casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto;
g) indicar, expressamente o dispositivo objeto de remissão, em vez de usar as expressões “anterior”, “seguinte” ou
equivalentes;
III - para a obtenção de ordem lógica:
reunir sob as categorias de agregação - subseção, seção, capítulo, título e livro - apenas as disposições relacionadas
com o objeto da lei;
restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assunto ou princípio;
expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no "caput" do artigo e as
exceções à regra por este estabelecida;
promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alíneas e itens.
Art. 13. As leis federais serão reunidas em codificações e consolidações, integradas por volumes contendo matérias
conexas ou afins, constituindo em seu todo a Consolidação da Legislação Federal.
§ 1º A consolidação consistirá na integração de todas as leis pertinentes a determinada matéria num único diploma
legal, revogando-se formalmente as leis incorporadas à consolidação, sem modificação do alcance nem interrupção
da força normativa dos dispositivos consolidados.
§ 2º Preservando-se o conteúdo normativo original dos dispositivos consolidados, poderão ser feitas as seguintes
alterações nos projetos de lei de consolidação:
I – introdução de novas divisões do texto legal base;
II – diferente colocação e numeração dos artigos consolidados;
III – fusão de disposições repetitivas ou de valor normativo idêntico;
IV – atualização da denominação de órgãos e entidades da administração pública;
V – atualização de termos antiquados e modos de escrita ultrapassados;
VI – atualização do valor de penas pecuniárias, com base em indexação padrão;
VII – eliminação de ambiguidades decorrentes do mau uso do vernáculo;
VIII – homogeneização terminológica do texto;
IX – supressão de dispositivos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, observada, no que
couber, a suspensão pelo Senado Federal de execução de dispositivos, na forma do art. 52, X, da Constituição
Federal;
X – indicação de dispositivos não recepcionados pela Constituição Federal;
XI – declaração expressa de revogação de dispositivos implicitamente revogados por leis posteriores.
§ 3.º As providências a que se referem os incisos IX, X e XI do § 2.º deverão ser expressa e fundadamente
justificadas, com indicação precisa das fontes de informação que lhes serviram de base.
Art. 14. Para a consolidação de que trata o art. 13 serão observados os seguintes procedimentos:
I – O Poder Executivo ou o Poder Legislativo procederá ao levantamento da legislação federal em vigor e formulará
projeto de lei de consolidação de normas que tratem da mesma matéria ou de assuntos a ela vinculados, com a
indicação precisa dos diplomas legais expressa ou implicitamente revogados;
II – a apreciação dos projetos de lei de consolidação pelo Poder Legislativo será feita na forma do Regimento Interno
de cada uma de suas Casas, em procedimento simplificado, visando a dar celeridade aos trabalhos;
§ 1º Não serão objeto de consolidação as medidas provisórias ainda não convertidas em lei.
§ 2º A Mesa Diretora do Congresso Nacional, de qualquer de suas Casas e qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional poderá formular projeto de lei de
consolidação.
§ 3º Observado o disposto no inciso II do caput, será também admitido projeto de lei de consolidação destinado
exclusivamente à:
I – declaração de revogação de leis e dispositivos implicitamente revogados ou cuja eficácia ou validade encontre-se
completamente prejudicada;
II – inclusão de dispositivos ou diplomas esparsos em leis preexistentes, revogando-se as disposições assim
consolidadas nos mesmos termos do § 1º do art. 13.
....................................................................................................................................................................................
01 - (Magistratura Federal/3ª Região - XI) Não editado o decreto legislativo no prazo de 60 dias para
regular os efeitos de medida provisória rejeitada ou não convertida em lei, para tais
relações jurídicas resultantes de atos praticados durante sua vigência:
( ) a) o Congresso Nacional prorrogará o prazo por mais 60 dias;
( ) b) o Congresso Nacional anulará todos os efeitos resultantes de sua eficácia afastada;
( ) c) o Presidente da República regulará os efeitos resultantes por medida provisória;
( ) d) conservar-se-ão as relações jurídicas reguladas pela medida provisória extinta.
04 - (Magistratura/MG – 2003) O veto oposto pelo Presidente da República a projeto de lei, por
inconstitucionalidade, qualifica-se como:
( ) a) veto jurídico.
( ) b) veto político.
( ) c) veto absoluto.
( ) d) veto-sanção.
( ) e) veto repressivo.
07 - (Magistratura/SP – 175) Nos termos do art. 60, § 4.o, da Constituição Federal, não será objeto
de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir
( ) a) os direitos sociais e as sanções por omissão do voto obrigatório.
( ) b) o Tribunal do Júri e o precatório judicial na execução contra a Fazenda Pública.
( ) c) a separação dos poderes e o voto direto universal.
( ) d) a participação dos empregados nos lucros da empresa e a idade da imputabilidade
penal.
17 - (Procurador/SP – 2002)
Analise o texto abaixo e assinale a alternativa que completa
adequadamente as lacunas. Proposto projeto de lei (i) que disponha sobre criação de
cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica, a discussão e
votação do projeto terá início (ii). A casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o
projeto de lei ao Presidente da República, que poderá vetá-lo no prazo de (iii) dias. O veto
será apreciado em sessão conjunta, só podendo ser rejeitado pelo voto (iv) dos Deputados
e Senadores.
( ) a) (i) pelo Presidente da República; (ii) na Câmara dos Deputados; (iii) quinze dias; (iv)
da maioria absoluta.
( ) b) (i) pelo Presidente da Republica; (ii) no Senado Federal; (iii) quinze dias; (iv) da
maioria absoluta.
( ) c) (i) pelo Presidente da República; (ii) na Câmara dos Deputados; (iii) trinta dias; (iv)
de três quintos.
( ) d) (i) por Deputado Federal; (ii) na Câmara dos Deputados; (iii) trinta dias; (iv) da
maioria simples.
( ) e) (i) por Deputado Federal; (ii) no Senado Federal; (iii) trinta dias; (iv) de três quintos.
20 - A Medida Provisória que amplia prazo para o réu deduzir contestação no processo civil
deve ser considerada
( ) a) constitucional, porque favorece o princípio do in dúbio pro reo.
( ) b) constitucional, porque o Código de Processo Civil pode ser alterado por qualquer
espécie normativa.
( ) c) inconstitucional, porque Medida Provisória não pode dispor sobre direito processual
civil.
( ) d) inconstitucional, porque , sendo o Código de Processo Civil lei ordinária, somente
poderá ser alterado por lei ordinária.
21 - O art. 62, § 1.º da Constituição Federal não indica os direitos e garantias individuais como
matéria vedada à edição de medida provisória. Em face disso, pode Medida Provisória
abolir direitos e garantias individuais?
( ) a) Sim, porque a proibição da Constituição Federal é apenas para deliberação em
Emenda Constitucional.
( ) b) Não. A Constituição Federal proíbe inclusive deliberação de proposta de Emenda
Constitucional sobre tal matéria.
( ) c) Não, porque Medida Provisória tem validade por apenas 60 dias.
( ) d) Sim, desde que caracterizadas a relevância e a urgência.
22 - O veto do Presidente da República a projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional pode
ser
( ) a) oposto com base na relevância e na urgência da impugnação ao projeto de lei.
( ) b) derrubado por qualquer das Casas do Congresso.
( ) c) apresentado com base na inconstitucionalidade do projeto de lei.
( ) d) derrubado apenas pelo voto nominal de todos os parlamentares.
23 - Na Federação Brasileira:
( ) a) A lei federal é hierarquicamente superior à lei estadual e municipal.
( ) b) A lei federal possui a mesma hierarquia que a lei estadual e ambas são superiores à
municipal.
( ) c) Não existe hierarquia entre lei federal, estadual e municipal.
( ) d) No que respeita o peculiar interesse a lei municipal é superior hierarquicamente à
estadual.
( ) e) Nenhuma das anteriores.
Nas questões a seguir, marque para cada item o código [ C ], caso julgue certo ou
[ E ], caso julgue o item errado.
31 - [ ] por proposta de mais da metade das Câmaras Municipais dos municípios com
mais de 200.000 (duzentos mil) habitantes.
32 - [ ] pela somatória de 1/5 (um quinto) dos Senadores e 1/5 (um quinto) de deputados
federais.
01.D 02.B 03.A 04.A 05.E 06.C 07.C 08.A 09.A 10.A
11.E 12.E 13.E 14.E 15.C 16.C 17.A 18.B 19.A 20.C
21.B 22.C 23.D 24.C 25.A 26.C 27.C 28.B 29.A 30.E
Bibliografia
Direito Constitucional
09 – O Processo Legislativo
Atualizada em 10.12.2011