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A Bondade de Deus

Ao jovem rico Jesus perguntou: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus (Marcos
10: 18). Somente Deus é essencialmente bom e perfeito. Esta grande declaração nos mostra a futilidade
das obras de justiça. Ninguém é naturalmente bom. O que poderíamos fazer para impressionar a Deus?
Aqueles que tentam fazer isso gostariam que Deus estivesse em débito com eles. Os homens estão sempre
prontos para transformar a fé em obras meritórias, negando assim a declaração feita por Cristo. Até a
nossa fé não tem origem em nós mesmos, mas é um dom de Deus. Ele é a fonte de tudo o que é bom.

A noção de bondade é inseparável da noção de Deus. Ele não pode ser Deus se não for bom.
VERDADEIRAMENTE bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração (Salmo 73: 1). O SENHOR,
o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade (Êxodo 34:
6).

I. O QUE ESTA BONDADE É.

Misericórdia e Bondade são a mesma coisa?

Bondade é uma disposição favorável para com toda a criatura.

Não estamos nos referindo à perfeição essencial de Deus ou a santidade, ou mesmo à Sua própria bem-
aventurança ou plenitude. Não estamos nem mesmo nos referindo à Sua misericórdia, pois a bondade se
estende além da misericórdia. A misericórdia pressupõe um objeto miserável, mas a bondade não
necessita de forma alguma de um objeto. Por exemplo: a criação foi um ato de bondade e não de
misericórdia.

Antes, estamos nos referindo à magnificência de Deus, Sua liberalidade e doação na administração de todas
as coisas. Deus é benevolente com todas as Suas criaturas como criaturas. Esta é a mais prazerosa das
perfeições da natureza de Deus, que faz com que Ele seja amado e desejado por nós. A bondade de Deus
alcança todos os Seus atributos. Quando Deus revelou-Se a si mesmo a Moisés, de maneira que um ser
humano fosse capaz de suportar, Ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti (Êxodo 33:
19), como se a bondade fosse a fonte de todos os afluentes de Sua glória. Este é o atributo capitão que
conduz o restante a agir.

II. A NATUREZA DA BONDADE DE DEUS.

Deus é bom por Sua própria essência. Ele é mais do que bom em Sua própria essência, pois tudo o que Ele
criou é bom neste sentido. Mas Ele é bom em Sua própria essência pelo fato ninguém ser a causa desta
bondade. A bondade não é uma qualidade de Deus??, mas a Sua própria natureza. Não é um hábito
acrescentado à Sua essência, mas a Sua própria essência. A Sua bondade é infinita, ilimitada, eterna, e
abundante.

Deus é a primeira e principal causa da bondade. Toda bondade na criatura deriva dEle, Tu és o meu Senhor,
a minha bondade não chega à tua presença (Salmo 16: 2). Nossa bondade é mutável, mas Deus é imutável.
Ele é o padrão da bondade, nada é realmente bom a não ser que se assemelhe a Ele. Não há uma partícula
sequer do mal em Deus. Ele é todo e perfeitamente bom.

A bondade de Deus é comunicativa. Faz parte da própria natureza da bondade ser difusiva, distribuir. Deus
não é invejoso de Sua bondade ou mesquinho com ela. Ele é mais propenso a comunicar a Sua bondade do
que o sol espalhar os seis raios e calor.
Deus é necessariamente bom. Ele é bom por natureza e não somente por vontade. Não existe a mínima
possibilidade de Deus ter escolhido ou escolher ser mau. Ele é bom em si mesmo, e não pode agir contra
a Sua própria natureza. Ele não foi obrigado a criar o mundo, mas escolheu fazê-lo. E por isso Ele fez o
mundo bom.

Entretanto, Deus é livremente bom. A necessidade de Sua bondade não impede a liberdade de Suas ações.
Ele é totalmente livre nas comunicações de Sua bondade. Ele voluntariamente exerce a Sua bondade naquilo
em que escolhe qual o bem, ou o grau de bem que fará. Ele não pode ser constrangido com respeito à Sua
bondade.

Deus se deleita em comunicar Sua bondade. O Seu prazer em demonstrá-la é maior do que o nosso prazer
em recebê-la. Atos 20: 35 (Há Maior alegria em dar do que receber). Ele não esconde os Seus tesouros como
se tivesse inveja deles. Antes, Ele se regozija em compartilhar Suas riquezas. Ele se deleita no clamor dos
homens por Sua bondade, mostrando-se desejoso em conceder as coisas que lhe pedem.

A demonstração da bondade foi o motivo e o fim de todas as obras de criação e providência de Deus. A Sua
motivação e fim residem nEle mesmo, pois nada é maior do que Ele. Portanto, esta perfeição mais amável
reivindica os seus melhores direitos de ser primeiramente demonstrada. Ao criar, Deus não aumentou a Sua
excelência, mas manifestou-a. Se Deus não tivesse criado o mundo, Ele permaneceria desconhecido a todos,
exceto para si mesmo, mas Ele produziu criaturas a fim de se tornar conhecido.

O reconhecimento de Sua bondade deve ser o motivo maior e o fim de todas as Suas obras.

III. DEUS É BOM.

Quanto melhor uma pessoa for, maior será a sua caridade. Deus é o melhor e mais bondoso ser, pois não
há ninguém acima dEle. Desde que toda a criatura de Deus é boa (I Timóteo 4: 4), e a bondade das criaturas
procede do seu criador, Ele tem que ser o melhor, o supremo bem. Como a causa é mais rica do que o efeito,
Ele é infinito em bondade. A fim de que ninguém duvide da bondade de Deus, vamos defender isso de
pelo menos dois ataques.

Primeiro, a bondade de Deus não pode ser comprometida por Ele ter permitido a entrada do pecado no
mundo. Deus em Sua bondade criou o homem com a capacidade de ser feliz. Mas, será que poderíamos
chamá-la de “bondade” se Deus tivesse forçado o homem a ser feliz contra a sua vontade? Deus em Sua
bondade não somente deu a Adão o poder de decisão, como também, pela mesma bondade, o deixou livre
para usá-lo. Somente com a liberdade de escolha é que a obediência poderia ser considerada realmente
como obediência. A bondade de Deus não é menos bondade porque o homem fez mau uso dela. Foi o
homem, e não Deus, que caiu. Além disso, Deus em Sua bondade permitiu a queda do homem, para
demonstrar a ele as riquezas ainda maiores da Sua glória, na obra da redenção.

Segundo, a bondade de Deus não pode ser comprometida por discriminar quem será o objeto da mesma.

Deus não distribui a Sua bondade de maneira uniforme, pois alguns recebem mais do que outros. Ele não
fez todas as coisas igualmente boas, ainda que não tenha feito nada mal. Ele é bom para com todos, mas
não na mesma medida ou grau. A bondade de Deus para com Suas criaturas é medida pela utilidade distinta
do seu fim comum. Por exemplo: a faculdade da mente é melhor do que a faculdade do discurso, mas o
discurso é bom no que diz respeito a comunicar o que está na mente. A desigualdade da bondade de Deus
mostra mais a Sua bondade do que a igualdade o faria. Por exemplo: ela cria certos elos na sociedade
humana, fazendo com que o pobre e o rico necessitem um do outro. Ela suscita motivos tanto para o louvor
quanto para a petição a Deus. Nem todas as criaturas têm a mesma capacidade de bondade em suas
naturezas. O homem tem uma capacidade maior do que, digamos, os pássaros; mas isso não implica em uma
falha na bondade de Deus. Se Deus mostrasse toda a Sua bondade a qualquer uma de Suas criaturas, esta
não seria capaz de suportá-la, pois nenhum homem pode ver a Deus e viver (Êxodo 33: 20). Deus tem o
direito de manifestar a Sua bondade de acordo com o Seu soberano prazer. Ele é o Senhor dos Seus dons.
Pelo fato de perdoar alguns rebeldes, Deus fica obrigado a perdoar todos? A bondade de Deus é diminuída
quando Ele não a distribui para aqueles que o desprezam e não buscam o Seu favor? Ele não é livre para
agir de acordo com a Sua sábia vontade, e não de acordo com os caprichos de homens ímpios?

Além disso, o castigo que Deus exerce sobre os malfeitores de maneira alguma viola a Sua bondade. Tudo
o que Deus faz é bom, quer isso seja prazeroso ou doloroso às criaturas. O castigo não é uma distorção moral
da pessoa que o infringe. Não punir o perverso seria um mal, e não um bem. A justiça de Deus faz parte da
Sua bondade. Bondade sem justiça seria indulgência impotente, e encorajaria a rebelião e a confusão. Deus
seria considerado bom se tratasse o mal e a justiça da mesma maneira? Fazer e impor leis faz parte da
bondade de Deus, na medida em que isso promove a bondade e restringe a maldade. E assim a lei é santa,
e o mandamento santo, justo e bom (Romanos 7: 12). A lei nunca seria lei se não houvesse a penalidade.
Não se fazer cumprir a lei seria uma perversão da bondade. Isso seria uma fraca indulgência, e não bondade,
conviver para sempre com alguém impenitente. O SENHOR é conhecido pelo juízo que fez (Salmo 9: 16).

Como poderia parecer bom aos olhos de Deus ver a Sua bondade pisoteada e nunca reivindicar Sua honra?
Se o homem fizer da bondade de Deus uma licença para pecar, então Ele transformará a Sua bondade em
justiça. Entretanto, o castigo não é a Sua primeira intenção ao nos entregar a Sua lei. De outra maneira, Ele
não impediria determinados pecados. O Seu castigo é chamado de a sua estranha obra, o seu estranho ato
(Isaías 28: 21). O propósito primário da lei é o de encorajar a bondade no homem.

A bondade Divina levanta primeiramente a sua ira sobre o pecado, e não sobre o pecador. O pecador é
castigado porque o seu pecado está apegado a ele. Mas, Deus em Sua bondade chama por diversas vezes a
atenção do pecador, dando-lhe oportunidade para arrepender-se. Quando o castigo falha, ele ainda assim
serve o bom propósito de alertar os seus observadores e também as futuras gerações. Por exemplo, Cristo
disse à Sua audiência: Lembrai-vos da mulher de Ló (Lucas 17: 32).

O julgamento está muitas vezes misturado com a misericórdia para com os justos. Por exemplo: as águas
do dilúvio, que destruíram o mundo, foram as mesmas que sustentaram a arca, salvando Noé e sua família.
Alguns dizem que o castigo eterno de Deus é contrario a Sua bondade. Como Deus poderia ser bom sem não
punisse os homens ímpios que insistem em continuar com suas naturezas ruins? Será que Deus teria que
perverter a Sua justiça a fim de ser bondoso com Seus inimigos? O homem é melhor e mais bondoso do que
Deus?

Finalmente, quando Deus aflige os Seus santos não está violando a Sua bondade. As aflições do justo são
para o seu bem, para o seu crescimento na graça. Podemos acusar a Deus de maldade quando as aflições
que Ele envia para a Sua igreja servem para remover as impurezas, curar os seus descuidos, aumentar os
seus membros, fortalecê-la na graça, e provar o seu amor para com o Seu Salvador? As epístolas de Paulo,
escritas na prisão, aparentemente possuem uma força maior do que aquelas que foram escritas em
liberdade. Não seria uma falta de bondade, ou melhor, uma crueldade da parte de um pai deixar o seu
filho sem disciplina alguma?! É um ato de grande bondade que nos torna mais útil aqui ao invés de
envergonhados no futuro.

IV. A MANIFESTAÇÃO DA BONDADE DE DEUS.

Primeiro, vemos a bondade de Deus manifestada na criação.

De acordo com o primeiro capítulo de Gênesis, a bondade de Deus era uma característica proeminente na
criação, sendo até mais destacada do que Seu poder. A criação é descrita como sendo “bom” pelo menos
sete vezes, refletindo assim o caráter do Criador. Se Deus não fosse bom, a criação também não poderia ser.
Mais do que qualquer outro atributo, a bondade é a Sua marca registrada sobre todas as coisas. A criação
foi o Seu primeiro ato de bondade fora de Si mesmo.

Toda criatura possui alguma bondade em si pela virtude de ter sido criada por um Deus que é bom. O
SENHOR é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras (Salmo 145: 9). Que grande
demonstração de bondade é dar vida a uma mosca! Mas vamos nos concentrar na bondade do homem em
particular.

O nosso corpo, com toda a sua variedade de membros e beleza de proporções, testifica da bondade de Deus.
É um vaso de barro que abriga a nobre faculdade da alma, detentora da excelente faculdade do
conhecimento e discernimento entre o bem e o mal. Deus criou o homem à Sua própria semelhança e
santidade. Se este não tivesse caído em pecado, o homem seria eternamente feliz, assim como os anjos.
Deus, em sua bondade, fez com que o homem fosse uma espécie de ligação entre o mundo superior e o
inferior, entre o céu e a terra. Deus demonstrou livremente toda esta bondade para o homem, pois Ele não
necessitava de nós para nada. Ele não tinha necessidade de criar absolutamente nada, e certamente não
teve necessidade nenhuma de criar o homem, ainda que o tenha feito bom. O que poderia ser melhor do
que ser feito à imagem de Deus? Vamos exclamar juntamente com o Salmista: Ó SENHOR, Senhor nosso,
quão admirável é o teu nome em toda a terra... Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho
do homem, para que o visites? (Salmo 8: 1, 4).

Vamos considerar um pouco mais as conveniências que Deus livremente proveu para o homem. O mundo
foi criado para a própria humanidade, e entregue a ela para sua subsistência e deleite. Deus proveu
ricamente o mundo para o homem com coisas como a luz, para que ele pudesse enxergar; o ar, para que
pudesse respirar; e a comida, para nutri-lo. Pense na variedade de cores, fragrâncias, e gostos, que Deus, em
Sua bondade, criou para que o homem desfrutasse nessa magnífica mansão terreal! Sem dúvida alguma, o
jardim do Éden foi um modelo das belezas e prazeres de outro mundo.

A bondade de Deus para com o homem aparece nas leis que lhe foram dadas e na aliança feita com o
mesmo. A lei era perfeitamente adaptada à natureza do homem. A obediência não estava fora de seu
alcance. Os preceitos eram fáceis e não eram penosos. Eles foram feitos para a felicidade e conforto dos
homens. Quando pecou, o homem foi obrigado a ir contra tudo aquilo que lhe era natural. Em alguns textos,
Deus parece demonstrar mais desgosto por o homem prejudicar a sua própria felicidade, do que de fato
violar a Sua autoridade divina. Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria a tua paz
como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar! (Isaías 48: 18). Deus em Sua bondade encorajou Adão a
obediência através da recompensa, e também ao ameaçá-lo pela desobediência. Ele poderia simplesmente
agir como um soberano e não lhe dar estes incentivos. Entretanto, Deus parece valorizar o título de
Benfeitor acima de Senhor, pois Ele gentilmente solicita a obediência de Adão. Mesmo depois da queda do
homem, Deus, em Sua bondade, veio admoestá-lo. Comeste tu da árvore de que te ordenei que não
comesses? .... Por que fizeste isto? (Gênesis 3: 11-13). As promessas e ameaças apelavam para a esperança
e o temor, as duas paixões pelas quais a natureza do homem é conduzida neste mundo. Uma vez que a
recompensa implicava em algo que Adão não merecia, então se tratava especificamente de um ato de
bondade da parte de Deus. Assim como houve a ameaça da morte eterna, assim também houve a promessa
da vida eterna. Esta vida eterna foi também um lampejo puro da bondade divina, pois não havia proporção
entre a obediência de Adão e esta tão grande recompensa.

Segundo, vemos a bondade de Deus manifestada na redenção. O evangelho, como um todo, nada mais é
do que um grande espelho da bondade de Deus. Boa vontade para com os homens, este foi o sumário da
pessoa e obra de Cristo dado pelos anjos (Lucas 2: 14). A redenção tem sua origem na bondade de Deus.
Quando o homem caiu em pecado, a bondade não foi um mero espectador, mas tratou de resgatar o homem
de seu estado deplorável através de métodos extraordinários. O grande objetivo de Deus foi demonstrar a
liberalidade da Sua natureza. Ele toma como nome para si mesmo o termo autêntico de amor, declarando
em I João 4: 8, Deus é amor. Esta bondade é imerecida. Aquele que não tinha necessidade de nos criar,
certamente não tinha a necessidade de nos remir. Longe de merecer a Sua bondade, a humanidade se
mostra afoita em colocar um fim na mesma. Contudo, acima do Seu tribunal de justiça, Deus erigiu o tribunal
de misericórdia. O pai, o Filho, e o Espírito Santo operam harmoniosamente na realização e na aplicação da
obra da redenção. Esta bondade vai muito mais além do que poderíamos imaginar. Sem dúvida alguma que
Adão, após cair em pecado, não esperava mais nada da parte de Deus a não ser a maldição, ainda que Deus
lhe tivesse também feito uma promessa. O que mais poderíamos pedir do que aquilo que a bondade Deus
já nos tem garantido?!

A obra de Deus na criação foi um ato da Sua bondade, mas a obra da redenção nos mostra muito mais
bondade ainda. Na redenção, a bondade superou a justiça. A criação custou apenas algum fôlego da parte
de Deus, mas a redenção custou o sangue do Seu Filho encarnado. Na redenção, Deus venceu a rebelião e a
indignidade do homem, sendo que nenhuma das quais foram obstáculos na criação.

A bondade de Deus para com o homem, na redenção, é maior do que aquela demonstrada aos anjos. O
estado de santidade dos anjos eleitos não se fez por intermédio da obra da cruz, mas foi divinamente
determinado por Deus. Foi para os homens que Cristo morreu. Quanto aos anjos caídos, eles foram deixados
para sempre em seus próprios pecados. Mas ao homem, a bondade Divina estendeu Suas mãos
ensanguentadas a fim de resgatá-lo.

A bondade de Deus para com o homem, na redenção, é maior do que a bondade que eventualmente foi
manifestada ao próprio Jesus por algum tempo. Na bem conhecida passagem de João 3: 16, a ênfase recai
sobre a palavra tal, isto é: sobre a qualidade do amor de Deus para com os pecadores. Ele amou o mundo
de tal maneira, que parece não ter amado o Seu próprio Filho em um determinado momento. Ele preferiu
nos poupar ao invés de poupar Seu próprio Filho. Ele preferiu ouvir seus gemidos aos nossos. Ele preferiu
que Seu Filho morresse ao invés de nós. Tamanha manifestação de amor poderia ser concebida por algum
de nós?

Agora vamos frisar algumas maneiras particulares pelas quais a bondade de Deus aparece na redenção.

Agora, nos iremos olhar para cada aspecto da redenção do Homem ver particularmente os atos da
bondade de DEUS.

1. Ela aparece na determinação de Deus em salvar o homem. Não deveríamos pensar que foi a expiação de
Cristo que assegurou o amor de Deus aos pecadores, mas que o amor de Deus foi que assegurou a expiação.
O amor foi a primeira engrenagem a se mover na obra da salvação. Mas Deus prova o seu amor para
conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5: 8). As palavras de Isaías
32: 8 aplicam-se pessoalmente a Deus: Mas o liberal projeta coisas liberais.

2. A bondade de Deus na redenção aparece no dom de Cristo. Nenhum presente melhor poderia nos ter
sido dado, até mesmo por Deus. Aqui temos um presente de valor infinito. Milhões de mundos não poderiam
se comparar a este dom. Os milhares de anjos não podem se comparar a ele. Estamos falando do unigênito
do Pai, o único em quem Ele focou todo o Seu deleite. Este Filho condescendeu em suportar as fragilidades
da vida humana, ser feito maldição, e também sofrer e experimentar o cálice amargo da morte por um
mundo degenerado. E mais ainda, pois a bondade divina ressuscitou e exaltou o Filho, não somente para si
mesmo como Redentor, mas também a nós como Seus redimidos. Portanto, a bondade divina foi nEle
centralizada, tanto em Sua cruz, quanto em Sua coroa. Nós compartilhamos com os méritos da Sua
humilhação, assim como nas glórias de Sua coroação. Ao nos dar Seu Filho, Deus se deu a si mesmo. Ele é
nosso Deus. Em Cristo, nós herdamos todas as coisas. O que mais a bondade divina poderia fazer por nós?
Poderia existir algo de maior valor para Deus nos dar que a si mesmo?

3. A bondade de Deus na redenção aparece quando consideramos o estado pecaminoso em que o homem
se encontra. O homem age de maneira irracional quando fica descontente com Deus, ou ingressando na liga
do inferno contra Ele. Não há nada no homem que atraia ou encante o amor de Deus. Um mundo de
deméritos e impiedade habita no homem. Todo pecado é infinito, pois é contrário a um Deus infinito. Se
aquele que odeia a seu irmão é um homicida (I João 3: 15), então aqueles que odeiam a Deus são assassinos
de Deus. Deus tem todo direito de nos abandonar em nossa condição totalmente baixa. Além disso, cada
geração continua a multiplicar suas provocações contra Deus, afundando-se em suas idolatrias e
superstições, depreciando a glória de Deus, e reduzindo-O ao nível de um mero animal. O homem não tem
poder de mudar ou melhorar a si mesmo. Ele está em paz com satanás. Deveríamos esperar que todas as
perfeições de Deus se unissem contra criaturas tão rebeldes. Ao invés disso, Deus abre a Sua fonte de
bondade, a qual ultrapassa a altura do pecado, nos concedendo um Redentor.

4. A bondade de Deus na redenção aparece na posição de exaltação na qual Ele nos coloca. Em Cristo, a
natureza humana é elevada a um grau maior de dignidade do que aquela que o homem tinha na criação
original. Adão foi chamado de filho de Deus, mas os redimidos serão chamados de irmãos de Cristo. Por cuja
causa não se envergonha de lhes chamar irmãos (Hebreus 2: 11). Nós, que fomos feitos um pouco menor
que os anjos, somos elevados acima deles. Aquilo que o homem impiamente desejou, Deus mais do que
garantiu através da graça. O que mais Deus poderia fazer para manifestar Sua bondade?

5. A bondade de Deus na redenção aparece no concerto da graça, a qual nos libertou do concerto das
obras. Adão foi criado sob o concerto das obras, o qual uma vez quebrado, somente Deus pela graça poderia
se condescender em providenciar um novo concerto. Se no primeiro concerto com Adão vemos Deus abrindo
mão em parte de Sua soberania, no segundo O vemos despindo-se a si mesmo da Sua majestade, a fim de
demonstrar bondade pura. O primeiro concerto estava baseado na obediência do homem, enquanto o
segundo, no inexprimível amor e obediência de Cristo. A cabeça do primeiro concerto era um homem
mutável, enquanto o do segundo, Deus-homem imutável. O concerto da graça implanta uma nova natureza
no interior do homem. Por causa da perfeita obediência de Cristo por nós, Deus aceita a nossa obediência
pessoal, se esta for sincera, mesmo não sendo perfeita. O segundo concerto está fundamentado em
melhores promessas do que o primeiro (Hebreus 8: 6). Deus se entregou a si mesmo como bênção do
concerto da graça. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus (Hebreus 11: 16),
mesmo que isso pudesse depreciar Sua Majestade, ao se dar a si mesmo por um povo tão indigno. Ele
preferiu mostrar Sua bondade ao invés de Sua grandeza. Ele desceu ao nível mais baixo que poderia a fim
de satisfazer nossas necessidades; Ele confirmou o concerto com um juramento para que não houvesse
dúvida alguma de Sua bondade. Além disso, Ele fez com que a fé fosse a condição deste concerto, não a
perfeita obediência da nossa parte, nem conhecimento perfeito, mas a condição mais fácil em sua própria
natureza, cuja única dificuldade é o orgulho e obstinação do homem. O que poderia ser mais fácil do que
levantar os olhos e olhar para a serpente de metal para ser curado de sua mordida fatal? A fé é também a
condição mais razoável e necessária, pois é seria impossível que Deus salvasse o pecador e este ainda
permanecesse em sua rebelião.

6. A bondade de Deus na redenção aparece em Seus tratos com todo homem que abraça este concerto.
Ele não utiliza Seus exércitos como Maomé, a fim de coagir os homens a uma submissão exterior. Antes, Ele
de forma doce e gentil nos persuade com firmes demonstrações de afeto para cumprir os Seus propósitos.
Ele apela para nós dizendo: Vinde então, e argui-me, diz o SENHOR (Isaías 1: 18). E Convertei-vos, convertei-
vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel? (Ezequiel 33: 11). Ele convida
afetuosamente os pecadores! Os Seus evangelistas são embaixadores através dos quais Ele convida Seus
inimigos a se reconciliarem com Deus (II Coríntios 5: 20). Deus recebe prontamente aqueles homens que se
voltam para Ele! Como o pai na parábola do filho pródigo, Ele corre ao encontro do filho que retorna a casa.
Porque tem prazer na sua benignidade (Miquéias 7: 18). E quão enternecidamente Ele lamenta a recusa que
o homem faz da Sua graça! Oh! se o meu povo me tivesse ouvido! se Israel andasse nos meus caminhos!
(Salmo 81: 13). Embora Deus não esteja sujeito as mesmas paixões dos homens, a sinceridade da Sua
bondade nos é comunicada em termos que nos são familiares. A natureza de Deus não necessita de bondade.
7. A bondade de Deus na redenção aparece nas ordenanças que Ele instituiu no novo concerto,
especialmente a Ceia do Senhor. A festa com Deus é grande, mas a festa em Deus é maior. A encenação de
um corpo moído e quebrado, e do precioso sangue remidor do Cordeiro que por nós foi derramado, nos são
relembrados para que desfrutemos de conforto e segurança. A bondade de Deus acode os nossos sentidos
e fraquezas, ao nos dar provas visíveis de um Salvador que não podemos contemplar com esses olhos
carnais. O sangue de Cristo foi eficaz para confirmação do concerto da graça na expiação realizada pelos
pecadores, e vemos assim, na Ceia do senhor, o selo visível deste concerto. O que mais Cristo poderia
representar quando ele mesmo diz: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por
vós (Lucas 22: 20)? Deus nos deixou esta ordenança para que recordássemos sempre a Sua bondade e
fidelidade. Quando o Espírito Santo acompanha sua observância, ela realmente se torna um instrumento da
graça para as nossas almas. Em outras palavras, ela é um memorial, e mais ainda, pois quando os nossos
corações estão envolvidos nela, nós desfrutamos de uma comunhão muito especial com Cristo. Assim como
os Gentios que ao oferecerem seus sacrifícios tinham comunhão com os demônios (I Coríntios 10: 20), assim
também os crentes têm comunhão com Cristo ao participarem da ceia do Senhor. O que diríamos daqueles
que desprezam esta ordenança? Eles demonstram um certo desprezo pela bondade do Deus que a ordenou.

Finalmente, nós devemos observar que, na redenção, Deus nos restaura a uma posição mais excelente do
que aquela que Adão tinha originalmente. Jesus disse: eu vim para que tenham vida, e a tenham com
abundância (João 10: 10). Até os nossos corpos estarão em um estado superior. Uma abundante bondade
teria nos restaurado ao estado de Adão, mas uma superabundante bondade nos elevou às alturas, para um
novo céu e uma nova terra. A bondade de Deus na redenção se estende até mesmo àquela criação mais
inferior. A mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus (Romanos 8: 21). Toda criação terrestre estava sob o domínio de Adão, e, portanto, foi amaldiçoada
juntamente com ele. Mas, agora, o Segundo Adão fará a restauração de tudo (Atos 3: 21). Por isso a bondade
divina espalha o seu triunfo sobre toda a criação, sendo a única exceção os anjos caídos, por quem não há
redenção, nem mesmo para um.

Terceiro, vemos a bondade de Deus manifestada em sua providência. Qualquer homem se alegra em
preservar aquilo que criou, quanto mais o grande Deus, que fez todas as coisas boas! Com a mesma bondade
com que criou, Deus continua operando na criação com providencial cuidado. Vamos observar algumas
maneiras como a bondade de Deus fica bem evidenciada na providência.

1. Ela é evidente no cuidado que Deus com todas as Suas criaturas. Ele não cuida apenas das criaturas
maiores ou mais nobres, mas também das inferiores. O Salmista proclama: cheia está a terra das tuas
riquezas (Salmo 104: 24). Nenhum canto e recanto fica excluído da bondade de Deus. Ele preserva homens
e animais (Salmo 36: 6). Vemos isso nas palavras de Paulo em Listra: E contudo, não se deixou a si mesmo
sem testemunho, beneficiando-vos lá do céu, dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de
mantimento e de alegria os vossos corações (Atos 14: 17). Ele protege Suas criaturas de milhares de perigos
que nem sequer imaginamos. Ele cuida dos animais, provendo-lhes alimento e habitação. Todos esperam de
ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno. Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e se
enchem de bens. Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para
o seu pó (Salmo 104: 27-29). Ele instruiu Israel acerca do boi, para que os animais descansassem aos sábados
e comessem enquanto trabalhavam (Êxodo 20: 10; Deuteronômio 25: 4). Se o boi caísse e ficasse preso em
um poço, deveria ser acudido (Lucas 14: 5). Deus até ameaçou encurtar a vida do povo, se eles tratassem
com crueldade os passarinhos (Deuteronômio 22: 6-7). Ele também cuida das coisas inanimadas, como as
flores e a erva do campo (Mateus 6: 28-29). O Soberano desce ao nível mais baixo para cuidar da Sua criação!
Além disso, Ele também cuida daqueles que são menos nobres, pois deu ordens aos senhores para que não
abusassem dos seus escravos (Êxodo 21: 26-27). Ao pobre foi permitido colher nos campos após a colheita
(Deuteronômio 24: 19-22). O criminoso não deveria ser açoitado com mais do que quarenta chicotadas
(Deuteronômio 25: 3). Até mesmo o ímpio e ingrato, que não merece nada além de trevas e fogo, desfruta
ainda das bênçãos do sol e da chuva (Mateus 5: 45). Neste sentido, Deus é o salvador ou preservador de
todos os homens (I Timóteo 4: 10).
2. A bondade de Deus na providência fica evidente na preservação da sociedade humana. Em Seu poder
Ele é capaz de realizar isso, e em Sua bondade Ele deseja fazê-lo. Ele faz isso através da entrega da Lei moral,
os Dez Mandamentos, que se aplica a cada pessoa e a toda forma de relacionamento. Ele ordenou o governo
humano, sem o qual o mundo seria um covil de feras a devorar umas as outras. Ele restringe as paixões
internas dos homens, as quais o governo humano sozinho não seria capaz de refrear. Ele equipa as pessoas
com vários talentos e capacidades, para que sirvam a sociedade como um todo. Ele julga e castiga certos
pecados, caso contrário, aniquilariam a sociedade. Não são poucos os governantes cruéis que tiveram um
fim amargoso! Deus muitas vezes faz com que certos assassinos sejam pegos e levados a juízo. Em nossos
dias parece que Deus é mais paciente com os crimes cometidos contra Ele mesmo do que com a humanidade.
Às vezes parece que Deus leva certos homens a agir de forma contrária às suas paixões naturais, e também
ajuda Seus inimigos em tempos de necessidade. Em certo sentido, Deus vai tão longe, que parece deixar de
lado Seu próprio direito de governar, permitindo o exercício da autoridade humana por questão de ordem,
ainda que Ele tenha todo direito de reivindicar Sua autoridade. Por exemplo: o pai ou o marido em Israel
tinha o direito de anular qualquer voto feito a Deus por sua esposa ou filha (Números 30: 3-8).

3. A bondade de Deus na providência fica evidente no fato dEle encorajar qualquer atitude de bondade
moral na terra. Muitas vezes Deus fez Acabe se humilhar a si mesmo por algum tempo, para um maior
proveito comum, ainda que seus motivos fossem egoístas.

4. A bondade de Deus na providência fica evidente na disposição de Suas Santas Escrituras. A Bíblia que
temos em nossas mãos é a Sua Palavra inspirada, nos servindo de regra de fé e prática. Ele não nos deixou
sem uma revelação escrita da Sua mente e vontade. Ele nos forneceu o mapa da nossa jornada. Ele a tem
preservado e traduzido em vários idiomas, a despeito dos esforços que os homens maus fizeram e fazem
para destruí-la. Alguns homens, muito mais ferozes do que muitas bestas, acabaram sendo domados por
ela.

5. A bondade de Deus na providência fica evidente na conversão dos pecadores. Aqui o Seu poder e
bondade se unem. Ele quebranta os corações mais endurecidos, convencendo-os do pecado; revelando a
excelência de Cristo, e levando-os a provar da doçura do Seu sangue. Em Sua bondade Ele chamou a Paulo
de Tarso, mas passou por seus companheiros de viagem. Ele é bom ao chamar alguém, mas não é obrigado
a chamar ninguém. Ele se deleita em salvar o mais vil e pior dos pecadores. Porque, vede, irmãos, a vossa
vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres
que são chamados (I Coríntios 1: 26). Ele salva muitas vezes aqueles que são seus piores inimigos, como
Saulo, que respirava ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor (Atos 9: 1). Ele faz retornar os homens
que estavam contentes em caminhar nas estradas da destruição. Deus é tão bondoso que vence a nossa
rebelião, nos transformando a despeito de nós mesmos, e triunfando sobre nossa resistência, quando Ele
poderia facilmente nos ter abandonado.

6. A bondade de Deus na providência fica evidente nas orações atendidas. A eficácia da oração não é
resultado da maneira como pedimos, nem do temperamento da nossa alma, mas da bondade dAquele à
quem nós oramos. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai,
que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? (Mateus 7: 11). Ele ama a oportunidade de mostrar Sua
bondade acima daquela demonstrada pelos nossos pais terrenos. Ele prefere que nossas petições almejem
as grandes coisas que os céus podem dispor, ao invés das coisas frívolas deste mundo. Ele é mais liberal em
nos abençoar do que nós em desejarmos. Quantas vezes Ele nos dá mais nós tivemos a sabedoria ou
confiança de pedirmos!

7. A bondade de Deus na providência fica evidente no fato dEle suportar as enfermidades do Seu povo e
aceitar a nossa obediência imperfeita. Ele não levou em conta a maldade de Jacó. Não viu iniquidade em
Israel, nem contemplou maldade em Jacó (Números 23: 21). Quantos reis de Judá foram elogiados por fazer
o que era reto, embora leiamos dos pecados cometidos por eles! (Davi Homem segundo coração de DEUS,
Abraão amigo de DEUS)A onisciência de Deus conhece muito bem os seus pecados, mas a Sua bondade
aceita a pessoa deles, em Cristo.

8. A bondade de Deus na providência fica evidente nas perseguições e aflições. Foi-me bom ter sido
afligido, para que aprendesse os teus estatutos (Salmo 119: 71). (Exemplo: é como se tivéssemos andando
para o abismo hipnotizados... e DEUS coloca um leão na nossa frente para nos livrar) Deus, em Sua bondade
remove de nós, através das aflições, a nossa falsa segurança e apoio, a nossa impureza misturada ao ouro,
e tudo aquilo que poderia impedir a nossa verdadeira felicidade e utilidade. É muito gentil da parte dEle
impedir que o homem caia de um penhasco, embora isso possa ser feito através de um vento violento, que
o lance por terra e o deixe prostrado. A partir disso, Deus aperfeiçoa a nossa fé, nos conduz a oração,
revelando tanto a si mesmo quanto a nós, como nunca ocorrera antes. Ele é tão bom que acompanha Seu
povo em suas piores aflições. Ele disse a Jacó: E descerei contigo ao Egito, e certamente te farei tornar a
subir (Gênesis 46: 4).

9. A bondade de Deus na providência fica evidente nas tentações. Ele se faz presente desde o início até ao
final de cada uma. Mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação
dará também o escape, para que a possais suportar (I Coríntios 10: 13). Ele encurta o tempo das tentações.
Quanto mais severa, menor será o tempo que Deus a permitirá. O sofrimento violento de Cristo é
repetidamente mencionado nas Escrituras como hora. Ele nos garante forças para suportar as tentações
quando passamos por necessidades. Ele nos concede uma armadura para que possamos resistir aos dardos
inflamados e vencer o inimigo de nossas almas. Ele nos concede grande conforto durante e após as
tentações. Jó desfrutou, após os ataques que sofreu, de um conhecimento mais profundo de Deus e das
evidências do Seu amor, como nunca houvera desfrutado antes. Embora Pedro tenha se mostrado fraco
quando tentado, o Senhor enviou a ele uma palavra especial através de um anjo: Mas ide, dizei a seus
discípulos, e a Pedro... (Marcos 16: 7). Através das tentações, Deus faz com que a Sua graça avance em nós.
Que alegria é provar a bondade de Deus, e descobrir que, ao resistir às tentações, nós recebemos mais graça
do que poderíamos imaginar! A bondade de Deus transforma o Diabo em uma politriz, enquanto este pensa
ser um martelete destruidor. O espinho na carne de Paulo refreava o seu orgulho. Finalmente, Deus em Sua
bondade nos torna mais aptos ao Seu serviço através das tentações que enfrentamos. Ele nos tempera na
fornalha para fazer de nós um material muito melhor para a Sua obra. Pedro estava mais bem preparado
para fortalecer os irmãos ao ser fortalecido após a sua própria falha. Que o nosso bom Deus possa nos
capacitar a aprender deste atributo e aplicá-lo a nós mesmos.

I. INSTRUÇÃO

1. É um grande pecado abusar da bondade de Deus ou mesmo desprezá-la. Este pecado é muito comum e
frequentemente cometido por todos. Todo pecado é, em última análise, uma negação da bondade de Deus,
como se Ele tivesse nos mandado fazer aquilo que não é do nosso melhor interesse. A insistência do homem
em pecar, mostra que ele considera a justiça como algo ruim, e o pecado como algo bom. Todo pecado é
uma ofensa contra Deus, mas os pecados cometidos contra a Sua bondade são especialmente abomináveis.
Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade
de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira
para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus (Romanos 2: 4-5). Os pecados cometidos contra a
bondade de Deus clamam por uma maior indignação de Sua parte. Se deixardes ao SENHOR, e servirdes a
deuses estranhos, então ele se tornará, e vos fará mal, e vos consumirá, depois de vos ter feito o bem (Josué
24: 20). Jerusalém, que outrora fora a Sua cidade querida, foi transformada em um campo de sangue, por
causa do seu desprezo contra a bondade de Deus em Cristo.

Vamos observar algumas maneiras pelas quais o homem demonstra seu desprezo à bondade de Deus:

- Quando se esquecem dos Seus benefícios. Quão rapidamente Adão fez isso! E quão rapidamente nós o
fazemos também! O fato de estes benefícios serem tão amáveis e frequentes, deveria nos fazer abundar em
ações de graça, mas ao invés disso, a nossa tendência é desprezá-los, fazendo com que nos esqueçamos de
quão bom Deus é para conosco.

- Quando são impacientes e murmuradores. Em tempos de dificuldade, o homem acusa Deus de crueldade,
falhando em perceber que todos os caminhos de Deus são bons. Após uma grande demonstração de
bondade em Êxodo, Israel murmurou repetidamente contra Deus. Eles tolamente falaram como se Deus
tivesse dado a eles muito, e queriam voltar a escravidão e aos seus exatores do Egito. O homem pensa ser
melhor do que Deus. Adão imaginou que Deus de alguma maneira o invejasse, privando-o de algo que lhe
era bom.

- Quando são incrédulos e impenitentes. Por que o homem não viria a Deus, exceto por duvidar da Sua
bondade? A vinda do Seu Filho foi um dos maiores atos de bondade que Deus poderia expressar, e a nossa
recusa em recebê-Lo é uma das maiores reprovações a tamanha liberalidade.

- Quando duvidam da Sua providência. Confiar nEle é reconhecer Sua bondade, assim como desconfiar dEle
é supor que Ele seja mal. Em I Pedro 5: 7 somos ordenados a lançar todos os nossos cuidados sobre Ele, pois
Ele cuida de nós. Se não fizermos isso, estaremos negando Seu cuidado e bondade para conosco.

- Quando se omitem de seus deveres. Aquele que se recusa a obedecer a Deus está na verdade dizendo:
“Posso fazer isso muito bem sem Deus; não necessito da Sua bondade para sustentar-me”.

- Quando contam com a sua própria ajuda para assegurar o favor de Deus. Por exemplo: Em tempos de
grande angústia, o homem faz um voto extraordinário a Deus, esperando em troca que as portas de Sua
bondade se abram, como se Deus estivesse retendo-a até que receba algum suborno.

- Quando servem a Deus em troca de algum benefício e não por Ele mesmo. Isso revela um amor egoísta e
interesseiro; mais amigos dos deleites do que amigos de Deus (II Timóteo 3: 4). Isso equivale a declarar que
Deus não é melhor do que nós somos e nem é o nosso Supremo bem.

- Quando continuam no pecado por causa da bondade de Deus, isto é, ao empregarem as bênçãos de Deus
para satisfação de suas concupiscências ou na adoração de algum ídolo. Muitos que são abençoados com
riquezas se tornam orgulhosos e pródigos. Muitos abusam do dom de Deus de uma paz e segurança terrena,
como uma oportunidade para pecar ainda mais, por desacreditarem de qualquer forma de julgamento.
Muitos acumulam seus bens e agarram-se as luxúrias dos seus corações, vivendo somente para si mesmos
e desprezando a Deus, que nos dá todas as coisas.

- Quando atribuem seus benefícios a outras causas que não seja a bondade de Deus. Nós proclamamos a
nossa própria sabedoria e esforços, descartando a bondade de Deus, como se Ele não tivesse nada a ver com
o nosso sucesso. Isso sem dúvida é idolatria.

2. Se Deus é bom, então o homem certamente é uma criatura caída. O estado atual da humanidade, cheia
de pecados e também sofrendo suas consequências, prova que a maldição está em vigor. Deus revelou-se a
si mesmo como Juiz, pois o homem violou a Sua lei.

3. Não haverá nenhuma reclamação justificável contra Deus por Ele punir aqueles que abusam da Sua
bondade. Deus desembainha Sua espada somente contra aqueles que primeiramente desdenharam dEle e
de Sua bondade. Quem poderá culpar a Deus por não mais demonstrar Sua bondade àqueles que a
desprezaram, não lhe sendo agradecidos? Deus não pode ser acusado de injustiça, pois Ele deu a Adão os
meios para resistir ao pecado, provendo depois os meios para recuperá-lo do mesmo, sendo tudo isso
desprezado por nós. Portanto, a bondade de Deus justifica cada pedra colocada no fundamento do inferno.

4. A bondade de Deus o capacita a governar o mundo. Ele é incapaz de realizar qualquer coisa que entre em
desacordo com a Sua boa natureza. Ele não pode destruir qualquer bondade moral em Suas criaturas. Toda
miséria humana vem dos próprios homens. Para a tua perda, ó Israel, te rebelaste contra mim, a saber,
contra o teu ajudador (Oséias 13: 9). Deus não somente é apto a governar, mas realmente exerce Sua
bondade ao fazer isso. É impensável que a bondade divina criaria o mundo e depois o abandonaria com
indiferença. O fato do mundo ainda continuar a existir hoje, é um testemunho da bondade de Deus.

5. A bondade de Deus é o alicerce da verdadeira religião e adoração. É o esplendor de todos os Seus


atributos. Todos os atos de devoção emanam da liberalidade de Deus, quer presente ou prometida. A
bondade de Deus nos atrai. A esposa de Jó o tentou quando questionou a bondade de Deus: Então sua
mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Porém ele lhe disse: Como fala
qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal?(Jó 2: 9-10). Isto é, a
bondade que Jó havia desfrutado o encorajou a adorar a Deus, muito mais do que o mal que ele havia sofrido
o desencorajava.

6. A Bondade de Deus o torna amável e maravilhoso. Porque, quão grande é a sua bondade! E quão grande
é a sua formosura! (Zacarias 9: 17). Ele é amável em si mesmo. Somente com Ele o amor próprio é perfeito,
pois não há ninguém melhor do que Ele que possa legitimamente reivindicar Suas afeições. Por este mesmo
motivo Deus tem que ser bom para conosco, pois não há ninguém que seja bom como Ele. Se as nossas
afeições não encontram prazer nEle, então estamos no mesmo nível que os demônios. Os Seus
sentimentos de bondade o tornam especialmente amável, mais do que qualquer outro atributo. Portanto,
nos encontramos sob forte obrigação, não somente por causa da Sua bondade absoluta, a qual é a excelência
de Sua natureza, mas também por Sua bondade relativa, a qual Ele exerce para conosco. Somos beneficiados
de muitas e extraordinárias maneiras na criação, providência e redenção. Nós não somos merecedores de
Sua bondade, antes, somos cheios de deméritos. Se nós apreciamos a bondade imperfeita das criaturas,
não deveríamos estimar muito mais a perfeita e infinita bondade de Deus? A única razão pela qual Deus
manifesta a Sua bondade, é para que sejamos objetos do Seu amor, a fim de que obtenhamos retorno desta
afeição. Não há absolutamente nada que seja digno do nosso amor além de Deus.

7. A bondade de Deus o torna digno da nossa fé e confiança. Sua bondade é o alicerce de toda a nossa
confiança nEle. O Salmista entrelaça estas duas ideias dizendo: Provai, e vede que o SENHOR é bom; bem-
aventurado o homem que nele confia (Salmo 34: 8). Quem é melhor do que Deus? Em quem mais nós
podemos confiar além de Deus? A Sua bondade é o motivo principal da nossa confiança? Se o vemos apenas
como um juiz, então fugiremos dEle. É a bondade de Deus que nos atraia Ele e nos conduz ao
arrependimento (Romanos 2: 4). Embora o Seu poder seja o fundamento da nossa confiança, a Sua bondade
é o motivo da mesma. Debaixo do regime da lei, o poder de Deus se sobressaía, mas no evangelho, a Sua
bondade é que se destaca. Por isso Oséias profetizou: Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao
SENHOR seu Deus, e a Davi, seu rei; e temerão ao SENHOR, e à sua bondade, no fim dos dias (Oséias 3: 5). A
nossa confiança nEle o glorifica. Nós nunca o agradamos mais do que quando confiamos nEle. Ele nunca irá
desapontar a fé daquele que se lança nos braços de Sua bondade.

8. A bondade de Deus o torna digno da nossa confiança e honra. O entendimento correto da bondade de
Deus deveria nos conduzir a uma obediência voluntária e feliz. Tu és bom e fazes bem; ensina-me os teus
estatutos (Salmo 119: 68). Os incontáveis benefícios que recebemos de Deus, deveria nos conduzir a uma
submissão total a Ele. Estamos em dívida quanto a estas grandes obrigações por causa das grandes vantagens
que desfrutamos da parte dEle. E mais ainda, pois o que nos leva a obediência e ao prazer é o fato de
sabermos que Suas exigências são boas. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus
mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados (I João 5: 3). Todos eles visam o nosso bem. Um
Deus que é bom não poderia exigir de nós aquilo que é mau.

II. CONFORTO.

Deus, em Sua bondade, deseja perdoar todo aquele que vem a Ele em busca de misericórdia. Pois tu, Senhor,
és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam (Salmo 86: 5). Ele
é paciente com as falhas dos Seus filhos. Se nos achegamos a Ele com o mínimo de sinceridade, seremos
aceitos.

A bondade de Deus nos conforta em nossas orações. A bondade se deleita em comunicar-se a si mesma.
Deus nunca está cansado demais para demonstrar Sua bondade; Ele se deleita em nossas orações.

DELEITA-TE NO SENHOR (SALMO 37:4) Portanto, devemos orar com confiança e coragem, sabendo que Ele
dá boas-vindas aos nossos pedidos. Ele até nos concedeu um Mediador por quem podemos nos aproximar
do Seu trono. A Sua bondade nos encoraja a nos aproximarmos dEle.

A bondade de Deus nos conforta em nossas aflições. Por que deveríamos temer quando a Sua bondade
infinita nos acompanha? Porque o SENHOR Deus é um sol e escudo; o SENHOR dará graça e glória; não
retirará bem algum aos que andam na retidão (Salmo 84: 11). Assim como Elias, muitas vezes tememos
morrer pelas mãos de Jezabel, mas nunca deveríamos esquecer que estamos nas mãos de Deus (I Reis 19:
2-4).

A bondade de deus assegura a nossa felicidade. É da própria natureza da bondade o comunicar a si mesma.
Deus estaria nos enganando e trabalhando contra si mesmo se não buscasse satisfazer os desejos e anseios
do Seu povo, doando-se a si mesmo. A Sua bondade é que primeiramente nos concedeu estes desejos e,
sendo assim, ela irá cumpri-los na extensão do que a nossa natureza é capaz, e isso através de toda a
eternidade.

A bondade de Deus nos conforta em tempos de perigo. O SENHOR é bom, ele serve de fortaleza no dia da
angústia, e conhece os que confiam nele (Naum 1: 7).

III. EXORTAÇÃO.

Vamos desejar a Deus ardentemente. Nada mais é digno da nossa ardente sede. Seria totalmente irracional
não desejá-lo. A vontade do homem só sai em busca daquilo que é bom. Por isso, satanás tenta disfarçar o
pecado como algo bom. Somente em Deus é que podemos encontrar a verdadeira e pura bondade, digna
dos nossos mais profundos desejos. Não devemos ficar satisfeitos com alguns traços derivados da bondade
das criaturas, mas desejarmos ansiosamente mergulhar em sua fonte. Todas as outras fontes são vãs, mas
não há nada em Deus que possa nos desapontar. Raquel clamou a Jacó: Dá-me filhos, se não morro (Gênesis
30: 1), e seu último filho lhe custou a vida. Mas se clamarmos: Dá-me Deus, se não morro, nosso desejo será
atendido sem que o tiro saia pela culatra.

Vamos meditar constantemente neste atributo. Em que outra atividade nós poderíamos ocupar melhor
as nossas mentes? Nisso nós somos superiores às bestas brutas, pois refletimos sobre a bondade da mão
que nos alimenta e conhecemos o Autor das nossas bênçãos. A terra está cheia da bondade do SENHOR
(Salmo 33: 5). Além disso, quantos pecados Ele tem perdoado?! Quantas cadeias Ele já quebrou?! Ele faz
aquilo que ama ver outros fazendo! Porque Deus ama ao que dá com alegria (II Coríntios 9: 7).

Meditar neste atributo fará:

- Que adoremos a Deus em verdade. Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua
benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome (Salmo 138:
2). Nada nos motiva a adorar de forma mais correta do que a uma clara compreensão da bondade de Deus.

- Que sejamos mais humildes. Ao sabermos que pecamos contra um Deus tão bondoso, não há mais lugar
para o nosso orgulho. E como Ele é gracioso para conosco! Como alguém poderia se orgulhar de um dom
que ele sabe não ser merecedor?
- Que fiquemos mais fiéis a Deus. Como ousaríamos desperdiçar a nossa vida em coisas tão insignificantes
ao invés de dedicá-la ao nosso grande Benfeitor! Aqueles que são recipientes da bondade de Deus deveriam
sentir-se enaltecidos em viver para um fim tão nobre.

- Que sejamos mais pacientes nas tribulações. Nós confiamos que Deus sempre cumpre aquela promessa de
ouro que nos foi entregue em Romanos 8: 28, mesmo que não saibamos quais serão os meios que Ele
utilizará para isso. Ele pode nos colocar em meio a nuvens, porém, nunca estaremos em trevas.

- Que estejamos acima do mundo. A correta compreensão da bondade de Deus irá inibir o nosso apetite
pelas coisas mundanas e aguçar o nosso desejo por Deus.

- Que não sejamos invejosos. Ficaremos felizes ao vermos Deus estendendo a Sua bondade a mais alguém.
Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? (Mateus 20: 15). Todos sabem que Deus estende a Sua bondade
àqueles que são conduzidos ao arrependimento (Romanos 2: 4).

- Que nos tornemos verdadeiramente agradecidos. Se não pensarmos mais profundamente na bondade de
Deus, nosso louvor se tornará frio, um mero ritual. Isso nos leva a próxima exortação.

Sejamos agradecidos por esse atributo. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum
de seus benefícios (Salmo 103: 2). Deus merece o nosso constante louvor por planejar a nossa recuperação
enquanto estávamos mergulhados em nossa ruína. O Salmo 148 conclama a natureza inanimada a louvar a
Deus, ou seja, o sol e a lua, os céus e águas, o fogo, a neve, o vento, as montanhas, e as árvores. Não deveriam
todos os homens remidos adorar a Deus com muito maior gratidão em seus corações?! Não devemos colocar
o nosso louvor sobre qualquer instrumento que Deus faça uso, e sim no próprio Deus!

E por fim, vamos imitar este atributo de Deus. Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei
bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso
Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos
e injustos (Mateus 5: 44-45). Assim como Deus não seria perfeito sem este atributo de bondade, assim
também nenhum Cristão é perfeito sem a bondade e a caridade. As Escrituras enfatizam estes dois deveres
nesta conexão. Primeiro, nós devemos atender e socorrer os necessitados. Existe alguém que esteja tão
abaixo de Deus que não possa ser objeto do seu cuidado? Assim também ninguém deveria estar fora do
nosso interesse. Se Deus cuida das feras do campo, não deveríamos cuidar daqueles que são semelhantes a
nós? Que sejamos bons mordomos dos dons de Deus, e não servos negligentes. Que aprendamos que
realmente é melhor dar do que receber (Atos 20: 35). Deus se deleita tanto quando o imitamos nisso, que
nos promete abençoar por um copo de água que venhamos a dar com o objetivo de glorificá-Lo (Mateus 10:
42).

Segundo, devemos ser bons com os nossos piores inimigos. Como Deus é bom com aqueles que blasfemam
dEle e ainda continuam a respirar! E não é um sintoma de fraqueza ou desgraça sermos semelhantes a
Deus. Se o coração de Deus está aberto sempre para nós, então não devemos fechar o nosso para
ninguém.
O AMOR DE DEUS

A bondade de DEUS é uma qualidade do seu AMOR.

Tipos de Amor.

a palavra grega “Philos” é usada para descrever aquele amor que tem como principal característica o companheirismo,
a amizade, a bondade para com o próximo.

Já a palavra grega “Eros” é usada para designar o amor romântico. Um tipo de amor bem exemplificado pelo amor
entre um homem e uma mulher.

E a palavra grega Ágape, (que é a que mais aparece em todos os textos do Novo Testamento), significa aquele amor
fraterno, tipo o amor de irmão, que cultiva afeição, boa vontade, bondade. É o tipo de amor que mais exercitamos, ou
que deveríamos exercitar no dia-a-dia. AMOR INCODICIONAL

É necessário ter uma ideia correta do que é o AMOR de DEUS, pois hoje a frase mais estampada em nosso meio é,
Sorria DEUS ama você.

Para alguns crentes, este é o aspecto mais importante de Bondade de DEUS. Esse atributo é tão exaltado na teologia
moderna que faz com que os outros atributos parecem sombra do seu AMOR.

Isso não é verdade, todos os atributos de DEUS estão em harmonia... no entanto, o AMOR é a maneira mais doce de
DEUS tratar com o homem redimido.

Todavia, não podemos negligenciar que este atributo é o responsável pela restauração do seu relacionamento com o
Homens, se não fosse o AMOR não teríamos este privilégio.

2 Cor 13: 11 – Deus de Amor.

O que é o amor de Deus? É aquele atributo Divino que O move livre e altruisticamente/desinteressadamente
a dar a Si mesmo a outros para o seu benefício ou bem. As Escrituras nos ensinam que o amor de Deus é muito mais
do que uma atitude, emoção ou obra. É um atributo de Deus, faz parte do Seu próprio Ser ou natureza. Deus não
somente ama, mas Ele é amor. Ele é a própria essência do que é o amor verdadeiro e todo amor verdadeiro flui dEle
como a sua fonte última.

Possivelmente, o aspecto mais surpreendente, mesmo assombroso do amor de Deus é que ele é incondicional
e imerecido. Deus é tão infinitamente grandioso que Ele deve condes-cender amar até mesmo a mais esplêndida de
Suas criaturas. Portanto, é uma demonstra-ção insondável de graça que Ele pudesse amar o homem caído, e que esse
amor levaria à encarnação e morte de Seu Filho unigênito. Nosso reconhecimento de que o amor de Deus é totalmente
imerecido é absolutamente essencial para qualquer compreensão adequada do mesmo. É somente na medida em que
entendemos a depravação do homem e ausência de mérito que podemos compreender plenamente a natureza do
amor de Deus que O levou a enviar o Seu Filho.

Thomas Manton escreve: “Nossas obras, quaisquer que sejam, tanto deveres para com Deus ou homem, não
são a primeira causa ou estímulo para inclinar a Deus a mostrar-nos favor, ou a efetivar a nossa salvação. Não; esta
honra deve ser reservada para a graça de Deus, que se move e causa tudo no empreendimento da nossa salvação. Foi
a Sua graça que nos forneceu um Salvador” (Obras, Vol. 2, p. 404).

John Gill escreve: “Ele [o amor de Deus] não surgiu a partir de qualquer amabilidade neles; ou a partir de
qualquer amor neles por Ele; nem de quaisquer obras de justiça feitas por eles, mas a partir de Sua própria vontade
soberana e prazer” (EONT, Vol. 8, p. 451).

Thomas Manton escreve: “Se você perguntar, por que Ele fez tanto esforço por uma criatura sem valor,
levantado do pó da terra, num primeiro momento, e que agora tinha desordenado a si mesmo, e não poderia ser de
nenhuma utilidade para Ele? Nós temos uma resposta à mão, porque Ele nos amou. Se você continuar a perguntar,
mas por que Ele nos ama? Não temos outra resposta, senão porque Ele nos amou; pois, além da primeira fonte das
coisas nós não podemos ir”

O amor de Deus surge de si mesmo. Ele ama porque é a Sua natureza fazê-lo. ‘Deus é amor’.

1 João 4: 8-10

Em I João 4:8 e 4:16, encontra-se uma das mais importantes declarações em toda a Escritura com relação
ao caráter e à natureza de Deus. Qual é essa declaração e o que ela nos comunica acerca de Deus?
1 João 4:8. “Deus é amor”. Albert Barnes escreve: “Jamais foi feita uma declaração mais importante do que
esta; jamais houve mais significado condensado em poucas palavras do que nesta curta frase: Deus é
amor” (BN, 1 João, p. 331). É essencial compreender que o amor não é apenas uma decisão ou ação da
parte de Deus, mas um atributo do Seu próprio Ser. Não é necessário que Deus queira amar mais do que
é necessário que Ele queira existir, ser eterno ou ser santo. Ele é amor e, portanto, todos os Seus decretos
e obram fluem do Seu amor e são realizados no reino do amor. Deus cria, revela, governa, salva e até
mesmo julga em amor.
Esse sentimento que nos temos de amor, por exemplo, com os pais, filhos, mulher, namorada, irmão... em
sí é algo bom de se ter, no entanto todo este sentimento de amor, nada mais é do que uma faísca do amor
de DEUS. Quando DEUS ama, simplesmente ele AMA.
O AMOR nasce em DEUS.
Seria mais fácil contar todas as estrelas do céu, enumerar todos os grãos de areia, do que medir o amor
de DEUS. A altura, profundidade e largura do amor de Deus estão além do entendimento das maiores e
mais perspicazes criaturas
E é através do Seu amor pelos pecadores indignos que Ele recebe a maior glória para Si mesmo. Por que?

R: Ao longo de toda a eternidade, Deus será adorado por Seu amor incondicional para com Seu povo.
É crucial entender que o Deus que faz tudo para a Sua própria glória escolheu obter essa glória
através de amar o Seu povo e dar Seu Filho para sua salvação.

Umas das caracteriscas do AMOR é que ele é sofredor. O que isto significa? Que ele é paciente, longanimo...
em DEUS isso se refere na sua capacidade de suportar ou sofrer as debilidades de sua Criação. Na
paciência de Deus, encontra-se uma grande manifestação do Seu amor, especialmente à luz do pecado da
humanidade.
Pergunta: De que modo podemos ver o amor de DEUS sendo paciente com a Humanidade?

1. Uma das verdades mais importantes e preciosas sobre Deus encontra- se em Êxodo 34:6. O que é esta
verdade e o que ela significa? Explique a sua resposta.
a. O SENHOR é tardio em Irar. (A frequência com a qual esta descrição de Deus ocorre nas
Escrituras demonstra tanto a sua importância quanto a sua veracidade.
b. Naum 1: 3 = Lemos “O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em força a ao culpado não tem
por inocente.
c.
2. De acordo com I Pedro 3:20, por que Deus tardou em julgar o mundo nos dias de Noé? Que atributo
de Deus o levou a tardar o Seu julgamento? O que isto nos ensina sobre a natureza de Deus?
a. O maior problema que o mundo tem é pensar que Deus sempre nutre más intenções contra o
homem. O homem acha que Deus faz exigências severas, e que é rigoroso e mesquinho. Uma
vez que o homem tem dúvidas quanto ao amor de Deus, ele também duvida que Deus amou
ao mundo. Contudo, uma vez que Deus é amor, Ele ama ao mundo. Se a Sua natureza é amor,
Ele não pode portar-se em relação ao homem de nenhum outro modo a não ser em amor. Ele
sentir-se-ia desconfortável se não amasse. Aleluia! Isso é um fato! Deus é amor. Ele não pode
fazer nada a não ser amar. Deus é amor, e o que se segue espontaneamente é que Deus amou
ao mundo.

De acordo com o versículo 9, qual é a grande manifestação do amor de Deus para com o Seu povo?

“O apóstolo não intenciona que ele [ou seja, o amor de Deus] não foi manifestado de nenhuma outra
maneira, mas que esta era uma instância tão proeminente de Seu amor, que todas as outras
manifestações pareciam absorvidas e perdidas nesta”

“João, com amor em seu coração, sobe no alto, e usando seu olho de águia, olha para toda a história, e
todo o espaço, e, finalmente, ele se posiciona sobre um local, pois ele descobriu aquilo pelo qual ele
estava buscando, e ele diz: ‘Nisto está o amor’. Há amor em mil lugares, como as gotas dispersas,
borrifadas sobre as folhas da floresta; mas quanto ao oceano, que está em um lugar, e quando chegamos
a ele, dizemos: ‘Aqui está a água’. Há amor em muitos lugares, como os feixes de luz vagueantes; mas
quanto ao sol, ele está em uma parte do céu, e à medida que olhamos para ele, dizemos: ‘Aqui está a luz’.
Assim, ‘Aqui’, disse o apóstolo, à medida que ele olhou para o Senhor Jeová, ‘Nisto está o amor’. Ele não
apontou para seu próprio coração, e disse: ‘Nisto consiste o amor’, pois este era, antes uma pequena
poça cheia do grande mar de amor, ele não olhou para a Igreja de Deus, e disse de todas as
miríades que não consideram as suas vidas como preciosas para si mesmos: ‘Nisto consiste o
amor’, pois o amor deles era somente o brilho refletido do grande sol do amor; mas ele olhou para
Deus, o Pai, no esplendor da Sua condescendência em dar o Seu único Filho para morrer por nós, e ele
disse: ‘Nisto consiste o amor’, como se todo o amor estivesse aqui, amor à sua altura máxima, o
amor em seu clímax, amor superando a si mesmo: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos
amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos
pecados” (MTP [Púlpito do Tabernáculo Metropolitano], vol. 41, p. 1).

O Pai ter enviado o Filho para suportar o pecado e morrer condenado em lugar de homens pecadores, é
a maior manifestação do amor Divino. O termo “unigênito” é usado para avivar a nossa consciência e
:do “Unigênito” de Deus. João Calvino escreve: “Ele O chama de Seu unigênito, para causa de
amplificação. Pois nisso Ele mais claramente mostrou quão singularmente Ele nos amou, porque Ele
expôs o Seu Filho unigênito à morte por nossa causa” “A palavra ‘unigênito’ (monogenés) é enfática,
para ampliar o fervor do amor de Deus para conosco. Por que os homens não são facilmente
convencidos de que Deus os ama, a fim de eliminar qualquer dúvida, Ele declarou
expressamente que somos muito queridos por Deus, de modo que, em nossa consideração, Ele
nem sequer poupou o Seu Filho unigênito”

João: 3:16-17

“Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Aqui testemunhamos tanto a amplitude e o propósito do Pai ao, livremente, dar o Seu Filho.
Amplitude: A amplitude é imensa: o mais vil entre a humanidade caída pode vir. Nenhumas credenciais
são necessárias, apenas um coração quebrantado e crente.
O propósito é claro e seguro: aqueles que creem não perecem, sob a justa condenação de seus pecados,
mas têm a vida eterna em comunhão perfeita com Deus

Deus Enviou, Embora O Homem Não Buscasse: Suponha que, depois que todos tivéssemos pecado,
tivéssemos caído de joelhos, clamado importuna-mente, ‘Ó, Pai, perdoa-nos!’. Suponha que dia após dia
estivéssemos, com muitas tristes lágrimas e clamores, suplicando e pedindo perdão de Deus. Seria
grande amor que Ele, então, encontrasse uma forma de perdoar-nos. Mas não; ocorreu o contrário. Deus
enviou um embaixador de paz para nós; nós não enviaríamos nenhum embaixador a Ele. O homem
virou as costas para Deus, e prosseguiu afastando-se para mais longe e mais longe dEle, e nunca pensou
em voltar o seu rosto para seu melhor Amigo. Não é o homem que suplica a Deus por salvação; é, se é
que posso ousar dizê-lo, como se o próprio Deus Eterno im-plorasse que Suas criaturas sejam salvas.
Jesus Cristo não veio ao mundo para ser busca-do, mas para buscar o que está perdido. Tudo começa
com Ele. Não buscado, sem ser solicitado pelo objeto de Sua compaixão, Jesus veio ao mundo”
Se Deus nos amou tanto a ponto de dar o Seu Filho para morrer por nós quando éramos Seus inimigos, o
que este amor O levará a fazer por nós agora que somos Seus filhos? O que as seguintes passagens nos
ensinam?
Romanos 5:8-10 - Romanos 8:32

“Agostinho uma vez chamou a cruz de ‘um púlpito’ a partir do qual Cristo pregou o amor de Deus pelo
mundo”

O amor do Filho pelos pecadores é o reflexo perfeito do amor do Pai por eles.
Algumas pessoas que são ignorantes do sistema da verdade Divina pensam em Deus, o Pai, como sendo
um grande Ser cheio de ira, e fúria, e justiça, mas não tendo nenhum amor... Ora, nada pode ser mais
incorreto do que tais opiniões
Martyn Lloyd Jones - Às vezes, antes, dissolutamente, o povo evangélico é tentado — e esta é a tentação
peculiar daqueles que são evangélicos — a estabelecer toda essa questão da Expiação e da Salvação,
desta forma, que é algo que o Filho de Deus fez para afetar o Pai. A ideia é que o Filho, depois de ter feito
a obra, por assim dizer, está diante do Pai e implora a Ele, e tem que convencê-lO a nos perdoar, à luz do
que Ele fez por nós. Essa é uma maneira errada de conceber isto, mas tem sido muitas vezes colocado
assim. Há hinos que são culpados disso mesmo. Lembro-me bem um hino galês que mui específica e
expressamente o coloca assim — que o Filho foi suplicar ao Pai e dizer: ‘Eu morri por eles, oh, deixe-os
viver!’. Isso é certamente uma caricatura do ensino da Escritura.

De acordo com o versículo 10, o amor de Deus foi uma resposta ao nosso amor por Ele? Sim ou Não?
Explique a sua resposta.

Já que Deus ama ao mundo, Ele tem de estar preocupado com a necessidade do homem. Portanto, Ele deve
fazer algo pelo homem. Somos pecadores. Não temos outra escolha senão ir para o inferno, e não há nenhum outro
lugar para estarmos senão no lugar de perdição. Mas Deus nos amou, e Ele não estará satisfeito até que nos tenha
salvado

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