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a)- NORMA PENAL INCRIMINADORA – É aquela que define uma conduta e prevê uma sanção
penal. Existe o Preceito Primário, é o comando normativo (ex. no Homicídio: matar alguém) e o
Preceito Secundário(ex: no Homicídio: pena de 6 a 20 anos)
b)- NORMA PENAL NÃO INCRIMINADORA – São aquelas permissivas e explicativas não
incriminadoras. Permissivas são aquelas em que a conduta, apesar de configurar crime não será
punida(ex. Légitima Defesa). Explicatativa é aquela que explica o conteúdo de outra norma(ex. Art. 327
do CP.- Define o que é funcionário público para fins penais.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O Princípio da Legalidade é a base do Direito Penal. Só há crime se previsto em lei, ou seja, traz junto o
Princípio da Anterioridade, para haver crime tem que haver lei anterior. Medida Provisória não pode
criar conduta típica (porque MP não é lei), figura típica só pode ser criada por lei.
a)-“ABOLITIO CRIMINIS” – É uma causa de extinção da punibilidade. Significa que a lei nova vem
descriminalizar, abolir determinada conduta criminosa. Por exemplo, é o que aconteceu com a edição
da lei número 11106/95 que descriminalizou o crime de sedução, de rapto, de adultério, ou seja, essas
condutas hoje não são mais criminosas.
b)-“NOVATIO LEGIS IN MELLIUS” – É a lei nova mais favorável ao réu, que diminui a pena(ex. a
pena era de reclusão e pela nova lei a pena passa a ser de multa). Essa lei retroage. Para esse tipo de lei
dizemos que ela tem Ultratividade, ou seja, a lei tem eficácia mesmo após revogada e dizemos que ela
tem Retroatividade, ou seja, retroage para beneficiar o réu. Ultratividade e Retroatividade são espécies
do gênero extra-atividade da lei penal.
c)-“NOVATIO LEGIS IN PEJUS” – É a nova lei mais rigorosa para o réu, que agrava a pena, que
diminui possibilidade de susis, impossibilita concessão de indulto, que não admite liberdade provisória
etc(ex. a lei 8072 – lei dos crimes hediondos).
1)-DECLARATIVA – É o exato texto da lei, não vai ser aumentada e nem diminuída, a própria lei já
diz qual o seu alcance e conteúdo(ex. tentativa)
2)-RESTRITIVA – Quando é restringido o alcance da lei, ou seja, a lei, como colocada, quis dizer
mais do que a vontade do legislador, o legislador quis dizer menos do que está no texto da lei.
3)-EXTENSIVA – Quando a interpretação vai dar um alcance maior à norma penal do que aquele que
o texto significa. É admitida a interpretação extensiva quando a norma pode ser interpretada de forma
mais favorável ao réu(ex. no caso do aborto provocado por médico no caso de estupro. O texto da lei
diz que o médico ode realizar o aborto quando a mulher foi vítima de estupro. Porém, fazendo uma
interpretação extensiva o médico também pode praticar o aborto em caso de a gravidez for resultante de
atentado violento ao pudor, que é outro tipo de crime, embora o texto da lei fale somente em estupro).
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ANALOGIA
Analogia é a aplicação da lei utilizando fatos semelhantes, não há previsão legal para aquela situação
fática. é uma forma de integração do ordenamento jurídico. A Analogia é admitida no Direito Penal
sempre que tiver como objetivo favorecer o réu, mas não é possível se criar crime por analogia, para
prejudicar o réu a Analogia não é admitida.
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
Não confundir com Analogia. Interpretação Analógica é quando, seguido de expressões
casuísticas(casuais), hipóteses concretas tem um termo genérico(ex. determinada lei apresenta os casos
em que a lei se aplica, discriminando cada um deles e depois diz: e outros semelhantes(termos
genéricos; o Art. 121 – CP- homicídio qualificado – especifica os tipos de crimes e depois diz: ou outra
forma que dificulte a defesa da vítima(expressão genérica) ). Em qualquer hipótese é admitida, desde
que a lei assim diga.
1)-Teoria da Tipicidade
3)-Teoria Atividade – Esta é a Teoria adotada pelo Código Penal (ex. a pessoa “A” com 17 anos e 11
meses atinge com tiros uma outra pessoa que é socorrida e levada para o hospital. Pssados três meses,
em razão dos tiros a pessoa “B” morre. A pessoa “A” não responderá por homicídio porque A Teoria
pela Teoria da Atividade o momento do Crime é o momento da Conduta(omissiva ou comissiva).
1)-CONDUTA(AÇÃO OU OMISSÃO)
2)-RESULTADO
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3)-NEXO DE CAUSALIDADE
4)-TIPICIDADE
a)-Dolo Direto – quando o agente quer o resultado(ex.: quero matar; quero me apropriar de coisa alheia
móvel etc)
b)-Dolo Eventual – quando o agente assume o risco de produzir o resultado, tem previsibilidade do
resultado(ex.: imprimir velocidade excessiva no veículo porque não quer perder a missa, mesmo
sabendo que pode atropelar alguém). Responde por Homicídio Doloso, vai para o Tribunal do Júri, pena
de 6 as 12 anos e se qualificado de 11 a 20 anos.
2)-CULPA – Culpa é a imprevisão do previsível ao homem médio. Aquele que age com Imprudência,
Negligência ou Imperícia e sobrevém um resultado típico(ex. imprime velocidade num veículo e mata
alguém. Ele não queria matar, mas agiu com imprudência, ele não previu o resultado, é diferente do
Dolo Eventual)
CULPA CONSCIENTE
É muito similar ao Dolo Eventual. É quando o agente prevê que pode ocorrer o resultado, mas ele não
quer, não assumiu o risco de matar, agiu com imprudência, ele confia nas suas habilidades, acha que
não vai acontecer(ex. praticar tiro ao alvo na maça na cabeça de outra pessoa e no lugar da maça acertar
o tido na cabeça da pessoa). Vai responder por Crime Culposo. Julgamento pelo Juiz de Direito normal,
pena de 1 a 3 anos.
RESULTADO DO CRIME
Tratando-se de critério naturalístico nem todo crime causa resultado, existe crime de Mera Conduta,
que não depende de um resultado(ex. ato obsceno. Não vai haver um resultado naturalístico, não vai
haver uma mudança no mundo exterior; crime de extorsão. Se a pessoa não pagar pouco importa, o
crime já estará caracterizado). Tratando-se de critério jurídico-normativo todo crime tem um resultado,
que é a ofensa ao bem jurídico tutelado, à norma jurídica, mesmo que não cause um resultado
naturalístico, causa um resultado de alteração jurídica, ou seja, ofende um bem jurídico tutelado pela
norma penal.
1)-CRIMES MATERIAIS – São aqueles que o Tipo Penal menciona Conduta e Resultado, mas a
consumação se dá pelo resultado(ex. lesão corporal – Art. 129 CP)
2)-CRIMES FORMAIS – São aqueles que o Tipo Penal menciona Conduta e Resultado, mas a
consumação se dá pela Conduta (ex. divulgação de segredo – Art. 153 CP)
3)-CRIMES DE MERA CONDUTA – É o crime que tem apenas Conduta (ex. atro obsceno- Art. 233
CP)
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NEXO DE CAUSALIDADE
É o elo entre Conduta e Resultado. A Conduta(ação ou omissão) causou um resultado, deu causa ao
resultado.
TIPICIDADE
É o ajuste de uma conduta que causou um resultado a um tipo penal.
TIPO
É a fórmula descritiva do fato punível
ANTIJURIDICIDADE
Significa que mesmo a conduta sendo típica ela é lícita, ou seja, em alguns casos, mesmo a conduta
sendo típica ela é lícita(ex. as excludentes de Ilicitude: Estado de Necessidade, Legítima Defesa,
Exercício Regular do Direito, Estrito Cumprimento do Dever Legal).
CULPABILIDADE
É a reprovabilidade da Conduta.
ELEMENTOS DA CULPABILILIDADE
TENTATIVA
É o crime que não foi consumado em razão da interrupção da execução por circunstâncias alheias à
vontade do agente
CONSUMAÇÃO
É a reunião de todos os elementos da definição legal de um crime
1)- CO-AUTORIA – quando o agente pratica juntamente com o agente atos de exeção do crime.
Ambos respondem, na medida da sua participação.
2)-PARTICIPAÇÃO – quando a pessoa concorre para o crime não praticando ato de execução(o
auxilio, a instigação, induzimento etc)
SANÇÃO PENAL
Toda norma jurídica, de qualquer ramo do Direito, tem uma forma: prevê um Preceito e uma Sanção. O
Preceito é um comando dirigido a todas as pessoas que deve ser observado, do contrário a conseqüência
será uma Sanção Jurídica(ex. alguém se compromete a pagar uma divida e não o faz, nesse caso o
inadimplente sofre uma Sanção Jurídica, ou seja, ele será coagido a pagar através de uma Execução
forçada). Por isso que se diz que o Direito é um Imperativo Sancionado.
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causado a outrem, enquanto a Sanção Penal importa em uma coerção penal, ou seja, aquele que pratica
o crime não vai ser obrigado a reparar o que fez ou a fazer alguma coisa em contrapartida, na Sanção
Penal há a restrição ou diminuição de um direito do infrator(ex. na pena privativa de liberdade é
atingido o bem jurídico Liberdade; numa pena de multa o bem jurídico atingido é o Patrimônio; numa
pena restritiva de direito de prestação de serviços à comunidade o bem jurídico atingido é a
disponibilidade do trabalho).
2)- ADVÉM DA SOBERANIA JURISDICIONAL – Significa alguém só pode sofrer uma Sanção
Penal quando pratica um crime e quem vai aplicar a Pena é o Estado porque o “Jus Puniend” é
monopólio do Estado porque ele exerce um poder soberano. Porém, a Sanção Penal não pode ser auto
aplicada pelo Estado, ela somente pode ocorrer por meio da Jurisdição por meio de uma Ação Penal
com direito a ampla defesa e ao contraditório.
3)-É UM DIREITO PÚBLICO – Por ser estatal, está classificado como norma do Direito Público,
normas congentes(obrigatórias), não admite transação ou renúncia, exceto o que dispõe a lei 9099/95
que criou os Juizados Especiais Criminais, que prevê a transação penal em caso de crimes de menor
potencial ofensivo(pena máxima igual ou inferior a 2 anos), mesmo assim é obrigado que essa transação
penal seja homologada por sentença pelo juiz.
4)-É PREDOMINANTEMENTE SANCIONADOR – O Direito Penal não cria ilícitos, ele apenas
atribui uma pena a quem pratica uma conduta ilícita.
ESPÉCIES DE SANÇÃO
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fragmentário e subsidiário do Direito Penal. Fragmentário porque, ao contrário do Direito Civil, que é
contínuo na vida da sociedade(as pessoas são tuteladas pelo Direito Civil até mesmo desde a concepção,
o nascituro tem direito a herança, por exemplo). O Direito Penal é descontínuo, só surge em
determinados momentos, somente quando o bem jurídico importante é ofendido, não acompanha toda a
vida da pessoa. Subsidiário porque ele vem auxiliar os demais ramos do direito, impondo sanção penal
àqueles bens tuletados mais importantes
1)- INTERVENCIONALISTA -Hoje, em razão da sensação de insegurança que vem sendo alardiada
na sociedade, o legislador usa o direito penal para dar uma satisfação da sociedade e isso, sem dúvida, é
uma tendência intervencionista do Direito Penal, há uma tendência de intervenção estatal, quer
criminalizando condutas ou aumentando penas.
DAS PENAS
PENA
Pena é a sanção aflitiva imposta pelo Estado através da Ação Penal ao autor de uma infração como
retribuição pelo seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico e cujo fim é evitar novos
Delitos. (conceito de Soler, utilizado por Damásio).
Pena é a sanção consistente na privação de determinados bens jurídicos que o Estado impõe contra a
prática de um fato definido na lei como crime.(conceito de Aníbal Bruno).
FINALIDADE DA PENA
Existem três Teorias que tentam explicar a finalidade da Pena, que são:
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1)-TEORIA ABSOLUTA – Pena é um mal justo em retribuição ao mal injusto cometido pelo
delinqüente. Para esta Teoria, a pena não possui qualquer finalidade prática, visando tão somente uma
satisfação ética moral imanente do ser humano.
EXPLICAÇÃO:
É UM MAL JUSTO EM RAZÃO DO MAL INJUSTO. SE DIZ QUE É UM MAL PORQUE VAI
INFRINGIR UM SOFRIMENTO, ELA É SEMPRE UM MAL. SE DIZ QUE É U MAL JUSTO
PORQUE É DE ACORDO COM A LEI. PARA ESSA TEORIA A PENA NÃO TERIA QUALQUER
FINALIDADE PRÁTICA NO SENTIDO DE RESSOCIALIZAÇÃO, DE PREVENÇÃO ETC., A
PENA SERIA SOMENTE UMA FORMA DE SATISFAZER A UM SENTIMENTRO QUE É
PRÓPRIO DO SER HUMANO, É A LEI DE TALIÃO.
2)-TEORIA RELATIVA OU UTILITÁRIA – Para esta Teoria, a razão da pena é a segurança social,
ou seja, a prevenção do crime. Segundo essa Teoria, há na pena duas espécies de prevenção:
- A PREVENÃO ESPECIAL - Atua diretamente sobre a pessoa que violou a lei penal, fazendo-a
refletir através da expiração da pena sobre o mal causado, inibindo-a através do sofrimento, e em alguns
casos segregando-a da sociedade, a praticar novos delitos.
EXPLICAÇÃO:
A FUNÇÃO DA PENA É EMINENTEMENTE DE PREVENÇÃO, OU SEJA, EVITAR QUE
OCORRA CRIME E A PRIMEIRA ESPÉCIE DE PREVENÇÃO SERIA A PREVENÇÃO GERAL,
QUE É O MEDO DA SANÇÃO PENAL, DIRIGIDO A TODA A SOCIEDADE. AS PESSOAS COM
MEDO DE SOFRER UMA PENA NÃO VAI COMETER O CRIME. A SEGUNDA FORMA DE
PREVENÇÃO, A ESPECIAL, É QUANDO INCIDE EM CONCRETO A PENA SOBRE UMA
PESSOA, ENTÃO, AQUELA PESSOA QUE COMETEU O CRIME VAI SOFRER OS RIGORES
DA PENA E COM O COMPRIMENTO DA PENA VAI SE VER DESESTIMULADO A VOLTAR A
PRATICAR CRIMES. EM ALGUNS CASOS A PREVENÇÃO ESPECIAL RETIRA A PESSOA DO
CONVIVIO SOCIAL, É UMA FORMA DE PREVENÇÃO, DE SE EVITAR NOVOS DELITOS.
3)-TEORIA MISTA OU UNITÁRIA – Nesta Teoria a Pena tem caráter retributivo preventivo.
Retributivo em razão de ser a conseqüência do crime, representando uma satisfação à sociedade.
Preventiva porque, evidentemente tem caráter de intimidação geral, embora o cumprimento da pena
possua uma função ressocializadora ou de reeducação do sentenciado.
EXPLICAÇÃO:
ESTA TERORIA RECONHECE QUE A PENA É REALMENTE RETRIBUTIVA, OU SEJA, ELA
TEM A FINALIDADE DE RETRIBUIR ÁQUELE QUE COMETEU UM MAU INJUSTO UM
MAL INJUSTO, CUMPRE A FUNÇÃO DE SATISFAÇÃO SOCIAL. O EXEMPLO EVIDENTE
DISSO É A GAROTA QUE MANDOU MATAR OS PAIS. O PASSEIO DELA TRANQUILO NA
PRAIA GEROU SENTIMENTO DE INDIGNAÇÃO NA SOCIEDADE PORQUE AS PESSOAS
QUEREM A FUNÇÃO RETRIBUTIVA DA PENA, O DESEJO DE PUNIÇÃO. TEM TAMBÉM
FUNÇÃO PREVENTIVA DE INTIMIDAR, MAS A FUNÇÃO MAIOR DA PENA É A DE
RESSOCIALIZAÇÃO, DE REEDUCAÇÃO PARA QUE A PESSOA REINGRESSE NA
SOCIEDADE DE FORMA A NÃO MAIS PRATICAR CRIMES. MODERNAMENTE É ESTA A
TEORIA OBSERVADA.
PRINCÍPIOS
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1)-PRINCÍPIO DA LEGALIDADE(ART. 1° CP; ART. 5°, XXXIX CF) – Não há pena se não
prevista em lei prévia e formalmente editada
- Observância ao bem jurídico tutelado – Existe uma graduação em relação ao bem jurídico tutelado
para que seja estabelecida a pena(ex. não se admite que a pena para o crime de Homicídio seja menor
do que a pena para o crime de Furto etc.).
- Aspecto Legislativo – É aquele em que o legislador ao elaborar a lei, para fixar a pena cominada leva
em consideração quais os bens jurídicos são mais importantes para a sociedade(ex. liberdade sexual,
patrimônio, vida, meio ambiente, fé pública, integridade física, etc.) e as circunstâncias objetivas e
subjetivas que sejam importantes(ex. reincidência, crime praticado contra idoso, grávida, motivo fútil,
primariedade, bons antecedentes, menor de idade, etc.).
- Aspecto Judicial – É quando o juiz vai aplicar a pena adequada ao caso concreto
- Aspecto Executório – É o aspecto relacionado à execução da pena que foi definitivamente aplicada
ao condenado. Se a Pena for Privativa de Liberdade, por exemplo, ele será encaminhado ao
estabelecimento apropriado onde deverá cumpri a pena e no decorrer da execução vários institutos serão
observados, como, direito a remissão de pena, progressão de regime prisional etc.).
CLASSIFICAÇÃO DA PENA
a)-PENAS CORPORAIS (açoite mutilação, pena de morte) – No Brasil não são permitidas, exceto a
pena de morte em tempos de guerra declarada.
-PERPÉTUAS – O condenado fica presa durante toda a vida. No Brasil não é admitida a prisão
perpétua. Alguns países a utilizam (Itália, EUA, Chile, etc.)
1)-BANIMENTO – É a perda dos direitos políticos e de habitar um país. É a morte civil da pessoa, que
se torna apátrida. Não pode ser aplicado no Brasil, por força do Art. 5° , XLVII, “d” da Constituição
Federal. Em razão disso, existem duas correntes doutrinárias, que são:
a)-Mirabete - Fazendo uma interpretação extensiva, Mirabete sustenta que a vedação constitucional da
pena de Banimento deve se estender às Penas de Degredo ou Confinamento e Desterro, ou seja, para
ele, o constituinte quando resolveu proibir a pena de Banimento na verdade estava proibido todas
espécies de penas restritivas de liberdade.
b)- Raul Zaffaroni/José Henrique Pirangeli – Para esses autores, só houve a vedação do Banimento.
O constituinte ao proibir o Banimento quis apenas e tão somente excluir o Banimento e não as demais
espécies de penas restritivas de liberdade porque não foi feita qualquer referência às penas de Degredo
ou Confinamento e Desterro. O Professor acompanha essa corrente doutrinária.
3-DESTERRO – É a saída obrigatória de seu domicílio ou domicílio da vítima por tempo determinado.
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-PROIBIÇÃO DE FREQUANTAR DETERMINADOS LUGARES – O juiz na sentença concedo o
Sursis e suspende a pena na condição de que no período de provas(2 anos) a pessoa não freqüente locais
onde são comercializadas bebidas alcoólicas,por exemplo.
c)-PENA PECUNIÁRIA – É aquela que atinge o patrimônio do condenado, vai ter como bem jurídico
restringido o patrimônio do condenado, pode ser:
- Pena de Confisco – É aquele que vai atingir com a perda dos bens lícitos do sentenciado. Foi banida
do Direito Penal há muito tempo, porém, a Constituição de 1988 prevê a perda de Bens e Valores que
nada mais é do que uma Pena Confisco(Art. 5°, XLV CF; ART. 43, II CP e Lei 9605/98 – Crimes
Ambientais)
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confiscada. Portanto, o Efeito Secundário da Sentença(produto do crime) não atinge o bem lícito da
pessoa, a perda que atinge o bem lícito é a Pena de Confisco.
d)- PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS - São aquelas que suprimem ou restringem alguns
direitos do condenado diversos da liberdade. Estão previstas no Art. 43 do Código Penal, ganhando
grande destaque como penas alternativas à pena privativa de liberdade. Exemplo: prestação de serviços
à comunidade, limitação de fim de semana, interdição temporária de direitos etc.
a)-ÚNICAS – Quando prevista com exclusividade pela norma incriminadora(ex. Art. 121 –CP –
Homicídio, em que é cominada uma única pena de 6 a 20 anos de reclusão)
b)-CONJUNTAS – Quando previstas cumulativamente mais de uma pena(ex. Art. 155 – CP- Furto, em
que é prevista como pena Reclusão de 1 a 4 anos e Multa)
c)-NÃO INSTITUCIONAIS – Quando se executa a pena em liberdade, sem qualquer vinculação com
estabelecimentos prisionais(ex. Pena de Multa, Prestação de Serviços à Comunidade e a pena de
Interdição Temporária de Direitos).
INFORMAÇÃO HISTÓRICA
Penas Principais e Acessórias não mais existem. A lei 7209/84, que alterou a parte geral do Código
Penal, revogou a figura destas penas. Acessórias eram as penas previstas em lei que o juiz aplicava a
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pena Privativa de Liberdade como pena Principal e uma outra Pena como pena Acessória que ficava
dependendo da execução da Principal(ex. interdição, perda de determinado bem, etc.).
OBS.: Às vezes a Pena de Multa já aparece no próprio tipo penal(ex. Detenção e Multa) e outras
vezes vem como Pena Alternativa. Nenhum crime é punido apenas com Multa.
LEIS EXTRAVAGANTES
São aquelas não codificadas, estão fora do Código Penal.
-PENA DE MORTE – Prevista no Código Penal Militar, só pode ser aplicada em caso de guerra
declarada.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
É uma pena, historicamente falando, recente, ela surgiu na segunda metade do século XVI. Antes só
existiam penas corporais(morte, açoite, mutilação, tortura). A prisão era apenas uma forma de
instrumentação para execução da pena(morte, mutilação etc.), não tinha natureza de sanção penal. A
prisão como pena surgiu por influência do Direito Canônico que trazia uma filosofia mais
humanitária(pregava a vida, a vida pertencia a Deus e ninguém poderia tira-la). A expressão cela surgiu
no Direito Romano, quando o religioso se recolhia na cela monástica e lá se penitenciava pelo mal que
ele causou, daí a extpressão Penitenciária.
Na segunda metade do século XVI é que surgem os primeiros estabelecimentos penais destinados
especificamente ao cumprimento da pena privativa de liberdade. Foi na Inglaterra que surgiram as
primeiras prisões que eram denominadas de “houses of corretions” e “brid wells”. Entre nós a prisão
com pena só surgiu em 1830 com o Código Penal do Império, quando foram construídos os primeiros
presídios, antes no Brasil só havia pena corporal.
O filosófo Michel Foucault fez um estudo da evolução das penas que está publicado no seu livro
chamado “Vigiar e Punir”. No referido livro ele relata métodos que eram utilizados na execução de
penas corporais, traçando todo a evolução das penas.
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segurança, é o sistema que abriga os presos de maior periculosidade, como, por exemplo, Fernandinho
Beira Mar, dentre outros.
3)-SISTEMA INGLÊS OU PROGRESSIVO – Considerado o mais brando dos sistemas. Tem origem
no Reino Unido, no século XIX. Neste Sistema há um período inicial de isolamento, denominado de
período de Prova, com prazo determinado. Depois, observado o aproveitamento do comportamento do
preso, este passa a trabalhar e comum e finalmente ganha a liberdade fiscalizada. A principal
característica desse sistema é que ele apresenta estágios em seu cumprimento, sendo o último de
Liberdade Vigiada. Na doutrina se identifica uma variante do Sistema Inglês, denominado de Sistema
Irlandês, no qual, antes da Liberdade Vigiada há o Estágio de Semi-liberdade em que o sentenciado
trabalha em Colônia Penal Agrícola em regime de semi-liberdade. É o sistema tido como mais
moderno.
a)-RECLUSÃO(prevista noCP) – É uma Pena mais grave, aplicada para crimes que atingem um bem
jurídico de maior valor para a sociedade;
b)-DETENÇÃO(prevista no CP) – É uma pena menos grave, aplicada para crimes que atingem um
bem jurídico de menor importância para a sociedade, não sendo necessário o rigor do Regime Fechado;
a)-O REGIME PRISIONAL – Regime de cumprimento da pena pode mudar em cada tipo de Pena
aplicada:
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– A Pena de Detenção é cumprida nos Regimes: Semi-Aberto ou Aberto. Há duas hipóteses que a Pena
de Detenção é cumprida em Regime Fechado: quando se tratar de crimes cometido por organização
criminosa(lei 9034/95) e quando há a Regressão de Regime(quando o condenado que está cumprindo a
Pena em um regime menos rigoroso cometer falta grave no cumprimento da pena-Art. 50, LEP ).
-SE FOR CRIME PUNIDO COM RECLUSÃO – A Medida de Segurança vai ser a Medida de
Segurança Detentiva(aquela em que a pessoa é internada em hospital de tratamento psiquiátrico) por
tempo indeterminado, até que cesse a periculosidade.
-SE FOR CRIME PUNIDO COM DETENÇÃO – A Medida de Segurança vai ser a Medida de
Segurança Restritiva(a pessoa comparece periodicamente em um órgão de saúde para receber
tratamento médico por tempo indeterminado, até que cesse a periculosidade). Exemplo: prática de ato
obsceno pelo inimputável
-SE A PENA FOR DE DETENÇÃO – Pode arbitrar a Fiança a autoridade policial e o juiz.
-SE A PENA FOR DE RECLUSÃO – Só a autoridade judicial(o juiz) pode arbitrar a Fiança.
É o modo pelo qual é cumprida a Pena privativa de Liberdade. O Código Penal prevê os seguintes
Regimes Penitenciários:
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Alguns direitos são concedidos ao presos, como, por exemplo, saídas temporárias em datas especiais
retornando depois ao presídio.
- Condenada gestante
- Art. 33, § 3° CP
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- AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS(Art. 59, Caput, CP) – São previstas no Art. 59, Caput,
CP(culpabilidade, antecedentes personalidade, motivos, motivos do crime, circunstâncias e
conseqüências do crime, comportamento da vítima). Circunstância é tudo aquilo que circunda, que está
ao redor do crime, ou seja, se tirar a circunstância o crime continua a existir, mas ela é importante para
melhor individualização do crime(ex. se alguém subtrai coisa alheia móvel mediante arrombamento
pratica Furto, mas é Furto Qualificado com pena de 2 a 8 anos porque o arrombamento é uma
circunstância do Furto, se retirar o arrombamento continua a existir furto, só que furto simples com
pena de 1 a 4 anos
b)-Para réu não for reincidente(primário) com Pena seja superior a 4 anos até 8 anos, o Regime poderá
ser Semi-Aberto
c)-Para réu não reincidente(primário) com Pena de até 4 anos, o Regime poderá ser Aberto
EXEMPLO1
Réu reincidente, com Pena de 2 anos de Reclusão o Regime será o Fechado.
EXEMPLO2
Réu primário(não reincidente), com Pena de 9 anos de Reclusão o Regime será Fechado
EXEMPLO3
Réu primário, com Pena de 6 anos de Reclusão o Regime será Semi-Aberto
EXEMPLO 4
Réu primário, com Pena de 3 anos de Reclusão o Regime será Aberto
a)-É possível ser fixado Regime Fechado ao réu Primário ou quando a Pena for inferior a 8 anos de
reclusão, desde que o juiz o faça motivadamente com base nas circunstâncias judiciais(Arts. 33, § 3° e
59 do CP). Exemplo: se o réu primário for condenado por crime de roubo simples com Pena de 4 anos
de Reclusão e o juiz entender que as circunstâncias são desfavoráveis ao réu(ele tem má personalidade,
o crime foi cometido em razão duma vingança, etc) pode ser fixado o Regime Fechado, desde que haja
a fundamentação na sentença. Com relação a essa questão existem as Súmulas 718 e 719 do STF.
SÚMULA 718
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a
imposição de regime mais severo do que o permitido segunda a pena aplicada.
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SÚMULA 719
A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação
idônea.
b)-O Regime Prisional para os crimes Hediondos e equiparados é sempre o Regime Fechado(Art. 2°, §
1°, Lei 8072/90), sendo que o cumprimento da pena é INTEGRALMENTE NO REGIME FECHADO,
ou seja, a princípio não cabe a Progressão de Regime, mas é questão controvertida porque cada juiz
decida ainda de acordo com sua convicção por ainda não existir Súmula do STF. Exemplo: Penas
aplicadas para crimes do Art. 12, lei 6368/76; Art. 213, CP – estupro). Cabe ao legislador
infraconstitucional estabelecer quais são os crimes hediondos.
c)-O Regime Prisional para os crimes de Tortura(que é equiparando ao crime hediondo) é o Regime
Fechado(Lei 9455/97), sendo que, diferentemente do crime hediondo, o cumprimento é
INICIALMENTE NO REGIME FECHADO, ou seja, cabe Progressão de regime. O tipo penal como
tortura foi criado pela lei 9455/97, antes disso não havia a figura típica deste tipo de crime. Mas existe
uma distinção. Crime Hediondo integralmente no Regime fechado.
a)- Condenado Reincidente ou cuja Pena for superior a 4 anos o Regime Prisional deve ser iniciado em
Regime Semi-Aberto;
b)- Condenado Não Reincidente(primário) com Pena igual ou inferior a 4 anos o Regime Prisional deve
ser iniciado em Regime Aberto.
a)-Se for réu não reincidente(Primário) e a Pena for inferior a 4 anos pode o juiz fixar um Regime mais
grave(Semi-Aberto ou Fechado), desde que o faça motivadamente com base nas circunstâncias
judiciais(Arts. 33, § 3° e 59 do CP), ou seja, o juiz tem que fundamentar a aplicação do regime mais
grave, com base no Art. 59 do CP.
b)-O Regime Prisional na Pena de Detenção para crimes de Organização Criminosa(previsão da lei
9034/95) é o Regime Fechado;
c)-Se o condenado der causa a Regressão de Regime(Art. 118, I e II da lei 7210/84- LEP), pode ser
fixado o Regime Fechado na Pena de Detenção(ex. o condenado estava cumprindo pena de detenção em
Regime Semi-Aberto e tentou fugir, nesse caso a regressão para o Regime Fechado; se o condenado
cometer novo crime durante o cumprimento da Pena, ele terá a Regressão para o Regime Fechado).
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entendido que se forem favoráveis as circunstâncias judiciais, mesmo ao reincidente pode ser aplicado
um regime prisional mais brando.
PRISÃO SIMPLES
É aquela dirigida somente para contravenções penais. No caso de prisão simples o Regime Prisional é o
Semi-Aberto ou o Aberto, porém, deve ser cumprido em estabelecimento penal próprio(ex. em caso de
condenação por contravenção penal não deve o condenado ficar misturado com aqueles que estão
cumprindo pena por crime), ou, se não havendo este estabelecimento próprio, em seção penal distinta-
Art. 6° da LEP(cela separada). Também, na Prisão simples não é admitida a Regressão de Regime.
a)-Se o réu for condenado em dois crimes, um com Reclusão e outro com Detenção, o Regime Prisional
é estabelecido mediante aplicação do Art. 111, da LEP que diz que o regime prisional será estabelecido
pela soma das penas, levando em consideração a Detração penal e a Remição de pena.
EXEMPLO 1
O réu primário é condenado a 4 anos de Reclusão no Regime Aberto e a 1 ano de Detenção no Regime
Aberto. Para fixação do Regime Prisional será aplicado o Art. 111 da LEP – Lei de Execução Penal, ou
seja, o regime prisional será estabelecido pela soma das penas, levando em consideração a Detração
Penal e a Remissão de Pena. Assim, será cumprida pena de 5anos no Regime Prisional o Semi-Aberto,
porque o Regime Prisional para 5 anos é o Semi-Aberto.
EXEMPLO 2
O réu primário é condenado a 3 anos de Reclusão no Regime Aberto e a 1 ano de Detenção no Regime
Aberto. Para fixação do Regime Prisional será aplicado o Art. 111 da LEP – Lei de Execução Penal, ou
seja, o regime prisional será estabelecido pela soma das penas, levando em consideração a Detração
Penal e a Remissão de Pena. Assim, será cumprida pena de 4 anos no Regime Prisional será Aberto,
porque o Regime Prisional para 4 anos é o Aberto.
EXEMPLO 3
O réu primário é condenado a 3 anos de Reclusão por tráfico de entorpecentes(Regime Fechado) e a 1
ano de Detenção no Regime Aberto. Para fixação do Regime Prisional será aplicado o Art. 111 da LEP
– Lei de Execução Penal, ou seja, o regime prisional será estabelecido pela soma das penas, levando em
consideração a Detração Penal e a Remissão de Pena. Assim, será cumprida pena de 4 anos no Regime
Prisional Fechado. Inicia-se a pena pelo regime mais grave, no caso, regime fechado(Art. 76, Caput
CP).
b)-Se na Sentença Condenatória o juiz não fixar o Regime Prisional, cabe pedido de declaração de
sentença no prazo de 2 dias(Art. 382 CPP) ou em se tratando de decisão do Tribunal cabe embargos de
declaração também no prazo de 2 dias(Art. 619 CPP). Porém, se a sentença houver transitado em
julgado sem a fixação do Regime Prisional há duas possibilidade para a solução da questão, que são:
- Na Doutrina e Jurisprudência se entende que cabe hábeas corpus para anular a sentença porque esta
disse menos que tinha que dizer;
- Outra parte da Doutrina(a maioria) entende que pode o Juiz da Execução Penal fixar o Regime
Prisional, só que, nesse caso, sempre o mais brando de acordo com as regras do Art. 33 do CP, ou seja,
não pode o juiz da execução fixar regime prisional mais grave utilizando aquelas circunstâncias
judiciais previstas no Art. 59 do CP;
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REGRAS DO REGIME PRISIONAL FECHADO
As regras do Regime Prisional Fechado estão contidas nos Artigos do Código Penal e na Lei de
Execução Penal, que são:
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento
da pena em regime semi-aberto.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se
frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada.
Art. 82, LEP Lei Execução Penal(LEI 7210/84)– Determina que os estabelecimentos penais tenham
estrutura para o cumprimento da pena por pessoa co idade igual ou superior a 60 anos, garantindo a
estas o cumprimento em estabelecimento distinto, não podendo a pena ser cumprida junto com os
demais condenados.
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DIREITO PENITENCIÁRIO OU DIREITO DE EXECUÇÃO PENAL
É um segmento das ciências jurídicas que os estudiosos apontam como sendo um novo ramo do Direito
surgido de um desmembramento do Direito Penal, tendo como objeto de estudo as normas atinentes à
execução da pena e a tudo aquilo que está relacionado à sanção penal, abrangendo, inclusive, os
Princípios Constitucionais.
O Professor Damásio defende o surgimento de um novo ramo da ciência do Direito intimamente ligado
ao Direito Penal, porém com objeto de estudo diverso, seria este o Direito penitenciário que consistiria
no estudo do conjunto de normas disciplinadoras da execução da pena, do tratamento do preso e do
regulamento penitenciário. O Professor Mirabete, por sua vez, denomina este novo ramo do Direito
como direito de execução penal, pois não estaria restrito à Pena Privativa de Liberdade, mas
compreendendo o aspecto mais abrangente, inclusive com o estudo dos princípios constitucionais e
normas do Código Penal relacionadas à execução penal.
2)-A SENTENÇA PENAL É JURISDICIONALIZADA – Significa que para que haja a execução da
pena é necessário um Processo de Execução Penal e que, embora seja a pena executada pelo Poder
Executivo, durante toda a sua execução haverá a fiscalizada do Judiciário, será o juiz que decidirá sobre
qualquer aspecto relacionado à execução da pena.
- Fase de Execução Penal – Significa o Estado fazer valer a Sentença Condenatória, ou seja, fazer com
que o condenado cumpra efetivamente a pena aplicada, de acordo com a LEP – Lei de Execução Penal.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA
A execução penal é iniciada quando houver um Título Executivo, que é a Sentença Penal Condenatória
Definitiva. Execução Provisória é a possibilidade do condenado que ainda aguarda recurso exclusivo
da defesa dar início ao procedimento de execução penal para obtenção de eventuais benefícios, bem
como gozar de regime prisional mais benéfico fixado na sentença condenatória. Tem como
pressuposto indispensável o trânsito em julgado da sentença condenatória(porque a situação do réu
poderia ser alterada para situação mais grave. Portanto, já tendo transitado em julgado a situação
somente poderia ser melhorada e nunca piorado). É aquela em que há um Título Executivo ainda não
definitivo. A Lei de Execução Penal não regulamentou esta possibilidade, que é uma criação
jurisprudencial surgida para sanar uma situação injusta. Existem duas espécies de prisão:
- PRISÃO PENA
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a)-Prisão em flagrante
b)-Prisão preventiva
c)-Prisão temporária
EXAME CRIMINOLÓGICO
Tem por objetivo a realização de um exame, uma perícia no condenado quando do início da execução
da pena privativa de liberdade para traçar o seu perfil e assim poder ser determinado o tratamento
penitenciário que será dispensado àquela pessoa durante a execução da pena.
Segundo Mirabete, para que se cumpra as determinações constitucionais a respeito da personalidade,
proporcionalidade e individualização da pena é indispensável a classificação do condenado. Assim, é
correto afirmar que o Exame Criminológico, que é uma perícia, embora a Lei de Execução Penal não o
diga, busca descobrir a capacidade de adaptação do condenado ao regime de cumprimento de pena, a
probabilidade de não voltar a delinqüir, bem como de inserção na sociedade através de um exame
genético, antropológico, social e psicológico.
a)- Cezar Alberto Bitencout, Miguel Reale Júnior e Rene A. Datti, sustentam que o Exame
Criminológico é obrigatório. Para esses doutrinadores, o Exame Criminológico vem dar efetividade ao
Princípio Constitucional da Individualização da Pena, uma vez que o Preceito Constitucional, em razão
da hierarquia das normas, se sobrepõe à previsão da lei. Além do mais, entendem os doutrinadores, que
o Exame Crimonológico vem em favor do condenado, ou seja, visa proporcionar a execução de pena
respeitando suas condições individuais. O Professor entender ser esta a corrente mais correta.
b)-Mirabete e Flávio Augusto Monteiro de Barros entendem que o Exame Criminológico no Regime
Semi-Aberto é facultativo porque o Art. 35 do Código Penal teve sua redação dada pela lei 7209/84 e a
lei de Execução Penal é a lei 7210/84. Se a lei de Execução Penal é lei posterior e dispõe que o Exame é
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facultativo e lei posterior se sobrepõe a lei anterior, deve prevalecer o que prevê a Lei 7210/84.
Também, sustentam os Doutrinadores que a LEP é lei especial que traz as matérias especifica de
execução penal e o Código Penal, na parte geral, é lei geral, então, aplica-se o que prevê o que dispõe o
Art. 12 do Código Penal que diz: as regras gerais deste código aplicam-se aos fatos incriminados por
lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
PROGRESSÃO
O Direito Brasileiro adotou o Sistema Progressivo do cumprimento da pena, ou seja, o réu condenado a
Pena Privativa de Liberdade parte do cumprimento da pena que foi aplicado na sentença e vai evoluindo
para o cumprimento da pena em regime mais brando, paulatinamente o condenado vai recuperando a
liberdade. Por isso que se diz que a Pena Privativa de Liberdade é uma pena programática e dinâmica,
porque durante o cumprimento da pena o sentenciado vão modificando a forma de cumprimento da
pena.
Art. 112 – LEP – Lei de Execução Fiscal: A pena privativa de liberdade será executada em forma
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o
preso tiver cumprido, ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a
progressão.
1)-REQUISITO SUBJETIVO – Diz respeito à pessoa do condenado. Significa que é exigido o bom
comportamento carcerário do sentenciado para que ele seja beneficiado com a Progressão do Regime
Prisional. Hoje, em razão de alteração feita pela lei 10792/03, é exigido apenas o bom comportamento
carcerário atestado pelo diretor do presídio. Antigamente era exigido mérito do condenado para a
progressão que consistia em a CTC – Comissão Técnica de Classificação, que existem nos presídios,
composta por psicólogo, assistente social, diretor do presídio, advogados, emitir parecer sobre o
comportamento do preso.
2)-REQUISITO OBJETIVO – É aquele que objetivamente exige o cumprimento de 1/6 da pena para
que haja a progressão do regime prisional(ex. O réu foi condenado a 6 anos em regime fechado. Parta
que ele passe para o regime semi-aberto terá que cumprir pelo menos 1 anos da pena). Porém, o
cumprimento de 1/6 da pena não significa a Progressão automática do regime, é preciso que o
condenado apresente também bom comportamento carcerário.
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regime aberto). A lei não prevê isso, a doutrina é que interpreta assim. O Prof. Mirabete chega à
conclusão de que deve ser sobre o restante da pena, valendo-se dos seguintes argumentos:
- Através da interpretação sistemática do Artigo 111 da LEP que diz que havendo nova condenação
durante a execução da pena, o regime prisional é estabelecido pela soma dessa nova condenação com o
restante da pena a ser cumprida;
- E através da interpretação sistemática do Art. 113 do CP. que diz que no caso do preso evadir-se a
prescrição executória vai ser regulamentada pelo restante da pena a ser cumprida, ou seja, aquele tempo
que ficou preso é considerado pena cumprida, sendo que a prescrição é calculada com base no restante
da pena a ser cumprida porque o Código entende que pena cumprida é pena extinta.
EXEMPLO
Se o réu estava cumprindo pena em regime fechado, tendo cumprido 1/6 da pena e foi para o regime
semi-aberto o percentual de 1/6 deve incidir sobre o restante da pena porque aquela pena anterior
“morreu”, foi cumprida. Se a pena é 6 anos em regime fechado e foi cumprido 1 anos, ao ir para o semi-
aberto faltam 5 anos e terá que ser cumprido 1/6 de 5 anos, portanto; se a pena é de 6 anos em regime
fechado e o réu cumpriu 3 anos, indo para o semi-aberto o réu vai precisar cumprir 1/6 sobre 3 anos
para ir para o regime aberto.
2-FALTA GRAVE – Se entende tanto na doutrina como na jurisprudência que a prática de falta grave
durante a execução da pena, interrompe o lapso para a progressão de regime(ex. o réu foi condenado a 6
anos em regime fechado e cumpriu 1 anos e cometeu falta grave. Para efeito de progressão de regime
ele vai perder o ano que havia cumprido).
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equiparados pela Constituição, a doutrina sustenta que cabe Progressão de Regime em qualquer um
deles porque a lei que definiu os crimes de tortura é posterior à lei dos crimes hediondos.
1)- No crime Culposo ou de Contravenção durante a execução da pena não determina regressão de
regime porque a LEP prevê que regressão de regime é para ser aplicada em caso de crimes dolosos.
Porém, caso a prática de um desses crimes demonstre inaptidão do sentenciado com o regime prisional,
pode o juiz determinar a regressão.
2)- Não havendo sentença transitado em julgado, há divergências doutrinárias quando a aplicabilidade
da Regressão de Regime, porém, a maioria entende que não há ofensa ao Princípio da Presunção de
Inocência caso ela ocorra, portanto, o entendimento é que não se exige o transito em julgado para a
aplicação da Regressão de Regime pela prática de crime doloso, no entanto, posteriormente havendo
absolvição pelo crime doloso, o condenado volta para o regime menos rigoroso.
3)- O sentenciado estando no Regime Aberto, pode ocorrer a Regressão do Regime se ele não cumprir
as obrigações que lhe eram exigidas, frustrando os fins da execução penal, conforme prevê o Art. 118,
lei 7210/84-Lei de Execução Penal(ex.: O réu está em regime aberto e está trabalhando, durante o dia
trabalha fora e à noite retorna à instituição prisional. Se ele for demitido por justa causa, e isso
demonstrar que ele está inapto para o regime aberto pode haver a regressão do regime; ou se no regime
aberto ele está freqüentando um determinado curso e é reprovado ou não está comparecendo às aulas,
pode haver a regressão do regime)
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4)-Pode haver regressão de regime se o sentenciado em regime aberto não efetuar o pagamento da
multa aplicada cumulativamente sem que apresente uma justificativa, como, por exemplo, por não ter
condições financeira.
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Princípio da Simetria essa mesma regra se aplica aos Deputados Estaduais e Distritais(Art. 27, § 1° e
32, § 3°, CF).
LIBERDADES PÚBLICAS
São os Direitos de Primeira Geração, tais como, liberdade de expressão, de culto, de crença, de
locomoção, à vida, à dignidade, etc. Porém, a liberdade de alguém termina quando começa a liberdade
do outro.
DECISÃO DO STF
A interceptação da correspondência do preso deve ser excepcional, deve ser adotada apenas quando
houver uma motivação e não de forma generalizada.
3)-TRABALHO DO PRESO(DIREITO/DEVER)
O Art. 41, LEP diz que o trabalho é um direito do preso, mas é também, se o preso não desempenha as
atividades atribuídas pela administração, um dever porque configura falta grave.
4)-TRABALHO EXTERNO(ART. 36 E 37, LEP) – Para que seja permitido o trabalho externo é
exigido que o preso tenha disciplina, não tenha praticado qualquer falta, ainda que leve, aptidão para o
trabalho e ter cumprido pelo menos 1/6 da pena. A decisão é administrativa, quem decide se o preso vai
trabalhar fora do presidido é a administração da instituição carcerária.
REMIÇÃO DA PENA
Significa abatimento de parte da pena a ser cumprida pelo condenado pelo trabalho por ele realizado
dentro do sistema prisional.
CARÁTER DA REMIÇÃO
Tem caráter condicional, ou seja, se o condenado praticar falta grave durante o período de trabalho, ele
perde o direito do tempo trabalhado para a remição de pena, é como se ele não tivesse trabalhado.
1)-Só é possível a remição no regime fechado e no regime semi-aberto. No regime aberto não há
remição.
REMIÇÃO DE PENA(CONTINUAÇÃO)
2)- Não havendo trabalho suficiente para todos os presos, e sendo o trabalho um Direito/Dever do
preso, há duas correntes em relação à questão, que são;
a)-Mirabete; Flávio Augusto Monteiro de Barros e Sidnei A. Beneti – Entendem que, caso o preso
requeira expressamente a designação de trabalho e isso não ocorra por culpa da administração
penitenciária, ele terá direito à remição, isso porque o trabalho do preso é tido como Direito(Art. 41, II,
27
LEP) e também, em razão do Princípio da Isonomia, o qual estaria sendo infringido, ao possibilitar que
alguns presos tenham trabalho e outros na mesma situação não tivessem a mesma sorte.
b)- Carlos Roberto Bitencout e a Jurisprudência majoritária – Entende que só será possível a remição
quando o preso efetivamente trabalhar com a observação da jornada mínima diária de 6 horas e atestado
da autoridade administrativa competente, tanto que o Art. 130 da LEP prevê responsabilização da
autoridade administrativa por crime de falsidade ideológica, caso dados incorretos sejam atestados, de
acordo com o Art. 299 do Código Penal. Esta, portanto, é a opinião que prevalece hoje no meio
jurídico.
3)- O preso que está cumprindo pena no regime fechado ou semi-aberto e estuda dentro do sistema
penitenciário tem direito à remição de pena. É uma decisão jurisprudencial porque essa previsão não
existe na lei. Para cada 6 horas de estudo corresponde a um dia de remição.
- Visita à família;
OBS.: Erroneamente, muitos chamamos os benefícios acima de INDULTO. Indulto é causa extintiva
da punibilidade ou diminuição de pena. Na verdade é saída temporária do preso em datas
especiais(Natal, dia das mães, etc.). O benefício é concedido pelo prazo máximo de 7 dias e no
máximo por 5 vezes durante o ano.
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a)- TER COMPORTAMENTO ADEQUADO – O preso terá que demonstrar que não cometeu
qualquer ato de indisciplina em tempo recente.
OBS.: O benefício é concedido para o condenado que está cumprindo pena em regime SEMI-
ABERTO. E se o preso estava no regime fechado e teve progressão para o semi-aberto, aquele tempo
em que ele permaneceu no regime fechado vai ser considerado para efeito de concessão do
benefício?
A interpretação que prevalece é que a lei é omissa, não diz onde deve ser cumprido o 1/6 ou 1/4, então,
deve se computar o perídio que foi cumprido em qualquer regime, conforme diz a Súmula 40 do STJ:
para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera-se o temo de
cumprimento da pena no regime fechado.
c)- COMPATIBILIDADE COM OS OBJETIVOS DA PENA – Significa que essa saída temporária
seja compatível com os objetivos da pena, que é de reintegração do sentenciado na sociedade(ex. o
sentenciado postula a saída temporária para participar de um torneio esportivo oficial)
2)-As regas estabelecem que a saída temporária só se aplica ao Regime Semi-Aberto. Porém, como o
Regime Semi-Aberto é mais rígido que o regime Aberto, entende-se que no Regime Aberto também é
possível a concessão de autorização para saída temporária;
3)-Preso provisório não tem direito a saída temporária porque ele está preso cautelarmente e na saída
temporária não há escolta;
4)-O Prazo da saída temporária não pode ser superior a 7 dias, exceto se o condenado estiver
participando de curso(Art. 123, § Único, LEP), renovado no máximo por 4 vezes e por no máximo 5
vezes por ano;
5)-A saída temporária é um ato jurisdicional, ou seja, autorizada pelo juiz da execução penal com prévia
manifestação do Ministério Público;
6)- A saída temporária será automaticamente revogada, sem a necessidade de qualquer provimento
jurisdicional, quando o sentenciado praticar fato definido como crime doloso, havendo, nesse caso, a
remição da pena para o regime fechado, se cometer falta grave, se descumprir qualquer das condições
impostas para a saída temporária, ou se apresentar baixo rendimento no curso que esteja freqüentando.
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QUAL O CRITÉRIO UTILIZADO PARA CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE EM MEDIDA DE SEGURANÇA
A Doutrina e a Jurisprudência entendem que deve ser verificado o caráter duradouro da doença, ou seja,
se a doença, atestada por perícia médica legal, for apenas momentânea, não será convertida a pena em
Medida de Segurança, se for doença duradoura(não há prognóstico de cura haverá a conversão. Uma
vez convertida a pena em Medida de Segurança não há como voltar para pena privativa de liberdade.
Havendo a recuperação, é instalado o INCIDENTE DE CESSAÇÃO DE PERICULOSIDADE que
apura se a pessoa está curada. Se estiver curada, está extinta a Medida de Segurança.
AULA 11/1(29/03/06)
(ex. se a pessoa ficou presa provisoriamente por 3 meses e ao final foi condenado a uma pena definitiva
de 1 ano, aqueles três meses que ficou provisoriamente preso será abatido do total de 1 anos da pena,
ficando preso somente mais 9 meses, portanto).
1)-PRISÃO PROVISÓRIA – É uma prisão cautelar. É toda prisão anterior á sentença condenatória
definitiva de natureza processual cautelar, ou seja, não é prisão pena. São exemplos de Prisões
Cautelares: prisão preventiva(Art. 312, CPP; prisão em flagrante(Art. 301, CPP; prisão decorrente de
sentença condenatória não definitiva(Art. 594, CPP; prisão por pronúncia e prisão temporária
2)-PRISÃO ADMINISTRATIVA(ART. 5°, LXI, CF) – Aquela que é decretada por autoridade
administrativa pública que não o juiz. Hoje, salvo transgressão militar ou crimes militares descritos em
lei, essa prisão só é possível se em Flagrante Delito ou por ordem escrita da autoridade
competente(Mandado de Prisão). Em razão disso há divergências doutrinárias quanto a Prisão
Administrativa:
a)-STJ E PROF. TOURINHO – Entendem que todas as hipóteses de prisão administrativas foram
revogadas pela Constituição Federal;
OBS. Como aluno, analisando as divergências doutrinárias citadas pelo Professor, tenho a opinião
de que a Prisão Administrativa não é possível no Brasil e não vejo nenhuma divergência entre o
Prof. Mirabete/STF e o Prof. Tourinho/STJ porque a opinião deles convergem para o mesmo
resultado, apenas utilizam argumentos diferentes. Penso dessa forma porque na verdade a
autoridade administrativa apenas pede ao juiz a prisão e quem de fato a decreta é o juiz e ao decreta-
la, na prática está ocorrendo prisão por ordem escrita da autoridade judiciária(o juiz). Penso que o
importa é o aluno saber que a autoridade administrativa em algumas situações pode pedir ao juiz que
decrete a prisão.
3)-INTERNAÇÃO – O Art. 42 do CP prevê que tem direito ao benefício da Detração aquele que fica
internado em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Ficando internado em casa de saúde a
pessoa também tem o mesmo direito(desde que tenha sido preso).
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4)-PRISÃO CIVIL – No Brasil somente é admitida a Prisão Civil para Depositário Infiel e
Inadimplemento Inescusável de Pensão Alimentícia. Existem a prisão de natureza Penal e Civil(em
sentido amplo). A Prisão Civil em sentido amplo se divide em:
a)-PRISÃO ADMINISTRATIVA – Aquela que é decretada por autoridade administrativa pública que
não o juiz. Hoje, salvo transgressão militar ou crimes militares descritos em lei, essa prisão só é
possível se em Flagrante Delito ou por ordem escrita da autoridade competente(Mandado de Prisão).
Não tem função de punir, mas sim de fazer com que a obrigação seja cumprida(ex. prisão de depositário
de renda pública que tenha se apoderado de dinheiro público)
OBS.: Por analogia, considerando-se que a Prisão Civil tem a mesma finalidade da Prisão
Administrativa que permite a Detração, entende-se que é possível a Detração por Prisão Civil.
Segundo entendimento dos professores Mirabete, Celso Del Manto e Flávio Augusto Monteiro de
Barros, é possível a Detração penal com relação a Prisão Civil, isto porque seria verdadeira
iniqüidade a sua não aceitação, pois tanto a Prisão Civil como a Administrativa possuem a mesma
finalidade, ou seja, compelir o devedor a cumprir sua obrigação. Assim, deve-se, através de
interpretação analógica, estender o instituto da Detração também para os casos de Prisão Civil.
Exemplo: abandono material(Art. 269, CP) e apropriação indébita(Art. 168, CP).
A legislação penal é omissa quanto a esta possibilidade, fazendo o Art. 42 somente referência a pena
privativa de liberdade. Apesar disso, Mirabete, Fernando Capez, César Roberto Bitencout, entendem
que, por medida de equidade, deve-se reconhecer a Detração Penal nas hipóteses de ao final ser
aplicada pena de prestação de serviço à comunidade ou limitação de fim de semana. Isto porque, o
entendimento contrário significaria conferir tratamento mais severo àquele que recebeu da lei
tratamento mais benigno com a substituição da pena privativa de liberdade. Ademais, o Art. 44, § 4°,
CP, autoriza o computo da perna restritiva de direito cumprida no caso de conversão desta em
privativa de liberdade, sendo, portanto, admissível a situação inversa. Vale dizer, o abatimento da
prisão provisória na pena de prestação de serviço à comunidade.
- A Detração Penal não se aplica quando a condenação for a Pena de Multa, isso porque houve lacuna
proposital do legislador que não pretendeu contemplar a hipótese. Além disso, inexiste correlação entre
a prisão e o valor monetário da multa.
- Para que ocorra a Detração, tem que haver nexo de causalidade entre a prisão provisória e a prisão
privativa de liberdade. Exemplo: se a pessoa foi presa em flagrante pela prática de roubo e é condenada
por isso, o tempo que ela ficou presa antes da condenação vai ser abatido da pena aplicada em razão do
crime de roubo. Se ela ficou presa por determinado tempo e ocorreu a absolvição, não seria possível
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aquele tempo de prisão pelo roubo ser abatido de uma outra condenação eventualmente existente pela
prática de um outro crime. Portanto, é necessário o nexo de causalidade entre a Prisão Provisória e a
Pena Privativa de Liberdade haver a Detração? Quanto a isso, existem duas posições:
b)-POSIÇÃO LIBERAL – É a posição predominante na doutrina. Para esta corrente, para que seja
possível a detração, não é necessário que a prisão provisória se refira ao mesmo processo e nem ao
mesmo fato, desde que a prisão a ser descontada seja por crime cometido anteriormente. Exemplo:
Por crime cometido em 2002, a pessoa fica presa preventivamente por determinado tempo vindo a ser
absolvido, todavia também está sendo processado por crime cometido em 2001 sendo por este
condenado. Neste caso, admite-se a Detração Penal relativa à prisão processual efetuada em 2002.
Portanto, para essa posição não há necessidade de que haja nexo de causalidade entre a prisão
processual e a condenação, ou seja, não tem que ser pelo mesmo crime, pode ser por crime diverso, a
única exigência é que essa prisão processual seja abatida em crime acontecido anteriormente, antes da
prisão processual para se evitar crédito ao ajuste(ex. A pessoa fica presa preventivamente por três meses
acusada de um crime de roubo. No final, não existindo provas, ela é absolvida. Ela teria, portanto,
“crédito” de três meses. Se ele eventualmente vir a ser presa por outro crime, esses três meses não lhe
dão direito a praticar outro crime já que aquele “crédito” existia”, ou seja, no Direito brasileiro não é
possível conta corrente, crédito para o agente.
FUNGIBILIDADE DA PRISÃO
O Professor Mirabete denomina Fungibilidade da Prisão como o fenômeno em que se utiliza a prisão
provisão de um processo em outro, ou seja, a prisão pouco importa em qual processo vai ser utilizada,
não é necessário que haja nexo de causalidade, se for preso por roubo a detração será pela prisão
provisória do roubo , se houve absolvição será por crime praticado antes porque se entende que essa
fungibilidade atente à boa política criminal já que o Art. 15, LXXV da Constituição Federal diz que
cabe indenização àquele que é preso ilegalmente ou permaneça preso por mais tempo do que determina
a lei.Portanto, utilizar o tempo da prisão provisória em outro crime é a melhor forma de indenizar a
pessoa que ficou presa injustamente.
-Na Medida de Segurança vigora enquanto perdurar a periculosidade do agente. Por isso, quando o juiz
aplica a Medida de Segurança, na sentença obrigatoriamente é fixado um período mínimo para a
realização do exame de cessação de periculosidade(entre 1 e 3 anos). É com base nesse período mínimo
para o exame de cessação de periculosidade que será operada a Detração Penal(ex. digamos que a
pessoa tenha ficado internada ou presa provisoriamente por 3 meses e no final o juiz aplicou Medida de
Segurança e fixou a realização do primeiro exame de cessação de periculosidade dentro de 1 ano. Pega-
se o tempo que a pessoa já ficou presa provisoriamente e verifica o restante para a realização do exame
de cessão de periculosidade. Se ele já havia ficado 3 meses preso provisoriamente, em 9 meses será
realizado o exame).
1)- MEDIDAS ALTERNATIVAS – Não se trata de pena, mas de institutos que impedem ou paralisam
a persecução penal. São toda e qualquer medida penal ou processual que venha a impedir a imposição
da pena privativa de liberdade, tais como:
- Transação penal;
- Suspensão do processo.
2)-PENAS ALTERNATIVAS – São toda e qualquer opção de sanção oferecida pela legislação penal
para evitar a imposição da pena privativa de liberdade. Ao contrário das Medidas Alternativas
constituem verdadeiras penas as quais impedem a privação da liberdade. Compreendem a Pena de
Multa e as Penas Restritivas de Direitos. Se dividem em:
- Diretas - quando aplicadas diretamente quando previstas nos efeitos secundários da norma
incriminadora sem a necessidade de antes ser fixada pena privativa de liberdade, ou seja, não há a
necessidade de antes haver a substituição da pena privativa de liberdade por uma perna restritiva de
direito para a pena alternativa ser aplicada;
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reclusão de 1 a 4 anos. O juiz aplica a pena de 1 anos ao réu e em seguida substituía essa pena por uma
pena restritiva de direito, no caso, por uma pena Restritiva Alternativa Não Consensual Substitutiva.
I- prestação pecuniária – não tem natureza de restrição de direito, mas sim tem natureza patrimonial;
II- perda de bens e valores – não tem a natureza de restrição de direito, mas sim tem também natureza
patrimonial;
III- prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas – não tem natureza jurídica de
privativa de liberdade (que importa prisão), mas sim tem natureza restritiva de liberdade(apenas
restringe a à liberdade);
V- limitação de fim de semana – Não é restritiva de direito, mas sim restritiva de liberdade
1)-GENÉRICAS – São aquelas aplicadas em qualquer crime, satisfeitos os requisitos legais. São as
penas de Prestação de Serviço à Comunidade, Limitação de Fim de Semana, Prestação Pecuniária e
Perda de Bens e Valores.
2)-ESPECÍFICAS – São aquelas aplicadas somente em determinados crimes, nos quais também
estejam presentes os requisitos legais. São as Interdições Temporárias de Direitos, salvo a permissão de
freqüentar determinados lugares. São denominadas específicas porque são aplicadas quando a pessoa
praticar determinado crime no exercício de determinada atividade, diferentemente da Genérica que
podem ser aplicadas a qualquer tipo de crime(ex. a interdição do exercício de profissão só é pode ser
aplicada se o crime praticado for inerente à sua profissão).
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1)-AUTONOMIA – Significa que não podem ser cumuladas com as penas privativas de liberdade, não
guardando dependência com a execução desta. Razão pela qual não deve ser confundidas com as
antigas penas acessórias existentes antes da reforma de 1984. Dessa forma, a pena restritiva de direito
substitui a pena privativa de liberdade, satisfeitos os requisitos legais, sendo executada isoladamente.
Significa que uma vez processada a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de
direito, esta última será a única pena a ser aplicada e executada, não guarda nenhuma relação de
dependência com outra pena.
A SUBSTITUIÇÃO É OBRIGATÓRIA?
Presentes os requisitos legais do Art. 44, CP, o juiz não pode deixar de processar a substituição porque
trata-se de Direito Público subjetivo do réu.
3)- EXECUÇÃO CONDICIONAL°, CP) – As penas restritivas são aplicadas sob condição de o
condenado satisfazer a restrições impostas. Assim, frustrando de forma injustificada a execução da pena
será operada a conversão, nos termos do Art. 44, § 4°, CP., voltando a vigorar a pena privativa de
liberdade substituída.
AULA 13/1(10/04/06)
1)-REQUISITOS OBJETIVOS – São aqueles que não dizem diz respeito às circunstâncias pessoais
do agente(condenado);
- Quando tratar-se de Crime Doloso ou Preter doloso é possível a substituição quando a pena for
igual ou inferior a 4 anos;
- Quando tratar-se de Crime Culposo pouco importa a pena aplicado, todo Crime Culposo
comporta a substituição;
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b)- NATUREZA DA INFRAÇÃO PENAL – Para que seja verificada a possibilidade de substituição
da Pena Privativa de Liberdade por Pena Privativa de Direito é levada em consideração a natureza da
infração penal, conforme abaixo;
- Que não seja crime cometido com violência ou grave ameaça dolosa à pessoa. Se o crime for
cometido com violência contra coisas, também admite-se a substituição. Portanto, todo crime cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa não comporta a substituição da pena. O Constituinte levou em
consideração o Desvalor da Ação, pouco importando o resultado;
- No crime com violência ficta(presumida pela lei-ex. ato sexual com menor de 14 anos, mesmo com
consentimento da menor a lei presume que houve estupro) existem duas correntes sobre a possibilidade
de substituição da pena:
a)-Prof. Damásio Fábio A.Monteiro de Barros – Entendem que pode haver a substituição porque o
legislador queria constar apenas a violência real. É o entendimento que prevalece na doutrina, inclusive
no STJ.
b)-Prof. Fernando Capas – Entende que não pode haver substituição da pena porque a violência ficta,
não obstante ser uma violência imprópria, é uma violência.
- Nos crimes de menor potencial ofensivo(pena igual ou inferior a 2 anos), mas que seja praticado
mediante violência ou grave ameaça(como é o exemplo do crime do Art.46, CP-Constrangimento
Ilegal), também é possível a substituição porque se é admitida a transação penal nesses tipos de crimes,
conclui-se que pode ser aplicada também a substituição da Pena Privativa de Liberdade por Pena
Restritivas de direito.
c)-No crime de roubo(pena mínima é de 4 anos) é possível a substituição da pena porque existem
crimes de roubo em que não há violência(ex. o chamado crime “boa noite Cinderela”).
a)-Não ser o condenado reincidente em crime Doloso – tanto o crime anterior que teve a condenação
definitiva como o último têm que ser dolosos(Arts. 63 e 64, CP). A pessoa condenada definitivamente
por um crime não é reincidente eterno porque o Art. 74 do CP estabelece o chamado Período
Depurador, ou seja, após 5 anos da extinção ou cumprimento da pena por qualquer motivo a pessoa
retorna ao estado de primariedade. Porém, não é vedação absoluta, há exceções: se o condenado for
reincidente poderá ser operada a substituição, desde que, em face da condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo
crime(Art. 44, § 3°, CP). É importante ser dito que existem duas correntes doutrinárias em relação a
essa questão, que são:
- Prof. Damásio, Luiz F. Gomes e C.R. Bitencout - Entendem não ser absoluta a vedação porque o
juiz deverá observar o crime praticado anteriormente para verificar se a substituição por pena restritiva
de direito é socialmente recomendável para o réu. É a corrente predominante.
- Prof. Fernando Papez e Prof. Mirabete – Entendem que a vedação com relação ao reincidente em
crime doloso é absoluta isto porque quando o legislador no Art. 44, § 3° faz referência à reincidência
diz respeito aos outros reincidentes que não o reincidente em crime doloso. Portanto, quando a
condenação anterior for crime culposo, determinando a reincidência, poderá o juiz operar a substituição,
desde que socialmente recomendável.
b)-Em caso de reincidência pelo mesmo crime - A vedação é absoluta, ou seja, não pode haver a
substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos em caso de reincidência no
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mesmo crime. Por exemplo: se a pessoa foi condenada definitivamente por um crime de furto e
posteriormente ela cometeu outro crime de furto, não haverá substituição da pena porque a reincidência
se deu no mesmo tipo de crime(furto). Mesmo crime é aquele com as mesmas elementares no mesmo
tipo penal(ex. crime de homicídio e crime de homicídio qualificado são um mesmo crime)
c)-Prognose de Suficiência da Substituição(Art. 44, III, CP) – É outro requisito subjetivo. Significa que
a Pena Privativa de Liberdade é Substituída pode ser substitída por Pena Restritiva de Direito quando a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos
e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. A opinião da doutrina sobre a
questão é a seguinte:
- NÃO ADMITEM A SUBSTITUIÇÃO: Prof. Damásio, Luiz F. Gomes, Francisco Assis Toledo, C.
R. Bitencout – Primeiro em razão do princípio da Especialidade, ou seja, a lei 8072/90, por ser especial
ao Código Penal, e não prever esta possibilidade, não possibilitaria a substituição. O segundo motivo,
em razão da pena do crime hediondo, tem que ser cumprida integralmente no regime fechado, sendo,
pois, incompatível com a substituição. Por fim, em razão da reforma penal representada pela pena
restritiva não sendo suficiente como forma de repressão desta espécie delitiva. Embora muito discutida,
é a corrente que vem se firmando.
AULA 14/1(12/04/06)
FORMAS DE CONVERSÃO
b)- Nova condenação irrecorrível a Pena Privativa de Liberdade em que esta não tenha sido
suspensa ou seja impossível ao condenado cumprir a Pena Restritiva anterior em face da nova
sanção aplicada – Por exemplo, condenado a prestação de serviço à comunidade é novamente
condenado a Pena de 2 anos e 6 meses de reclusão no Regime Fechado. Nesse caso, a Conversão é
obrigatória porque são incompatíveis as duas sentenças;
2)-CONVERSÃO FACULTATIVA – Fica a critério do juiz converter a Pena, nas seguintes hipóteses:
DATA DO CRIME – A data do crime que determinou a nova condenação, para fins de Conversão não
tem nenhuma importância, não tem qualquer relevância se a nova condenação tenha sido determinada
pela prática de crime durante o cumprimento da Pena Restritiva de Direito ou por crime antes do início
do cumprimento dessa Pena.
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EXEMPLO DE COMO FUNCIONA O SALDO MÍNIMO
Suponhamos que o sentenciado sofreu Pena Restritiva de Direito de 9 meses de prestação de serviços à
comunidade. Foram efetivamente cumpridos 8 meses e 15 dias da Pena de Prestação de Serviços
quando o condenado deu causa à Conversão. Operada a Conversão, o o Art. 44, 4° do CP diz que o
condenado terá que cumprir no mínimo 30 dias de Reclusão ou Detenção. Portanto, mesmo faltando
período inferior a 30 dias(no exemplo faltava apenas 15 dias), terá que ser cumprido 30 dias.
OBS. Esse procedimento do Art. 44, 4° do CP é criticado pelo Prof. Damásio, que considera ser
procedimento injusto porque que faz com que a pena(ou pelo menos parte dela) seja cumprida 2
vezes e o condenado não praticou nenhum crime para cumprir pena a mais do que a que já havia
cumprido.
DESTINAÇÃO DA INDENIZAÇÃO – O Art. 45, 1º, CP, diz que a Prestação Pecuniária é destinada
à vítima ou a entidades públicas ou privadas com fins sociais, enquanto a doutrina entende que deve ser
exclusivamente destinada à vítima em razão do seu caráter indenizatório, podendo a destinação ser
dirigida a entidades públicas ou privadas com fins sociais apenas nos casos de crimes vagos(o sujeito
passivo é a coletividade).
a)- Na Prestação Pecuniária o dinheiro é revertido para entidades públicas ou privadas com fins sociais,
enquanto a Pena de Multa é destinada ao FUPEN – Fundo Penitenciário Nacional;
b)- A Prestação Pecuniária é abatida do valor correspondente à indenização cível, enquanto o valor
pago a título de Multa não.
c)- A Prestação Pecuniária é fixada em, no mínimo, um salário mínimo e no máximo 360 salários
mínimos, enquanto a Pena de Multa é fixada em dias-multas(no mínimo 10 dias multas e no máximo
360 dias-multas), sendo que cada dia-multa poderá ter o valor de 1/30 do salário mínimo até 5 salários
mínimos.
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PRESTAÇÃO INOMINADA
Significa que se houver aceitação do beneficiário, a Prestação Pecuniária pode consistir em prestação de
outra natureza(Art. 45, § 2°, CP). O Prof. Damásio foi quem deu a nomenclatura “INOMINADA” à
Pena Pecuniária porque ela não tem uma prestação que seria de outra natureza(não é específica). Essa
prestação inominada tem as seguintes características:
2)-PERDA DE BENS E VALORES(ART.45, § 3°, CP E ART. 5°, XVL, “b”, CF) – Significa que o
juiz determina a perda de um bem ou de dinheiro que o condenado possua, em favor do FUNPEN –
Fundo Penitenciário Nacional. Portanto, não há caráter indenizatório porque não é destinada à vítima.
Essa pena é uma exceção ao Princípio Constitucional da Personalidade da Pena(a pena não passa do
autor do crime, salvo a pena de perdas de bens e valores).
- Entidades assistenciais
- Hospitais;
- Escolas
- Orfanatos
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PROPORÇÃO DA PENA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM RELAÇÃO À PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE
Para cada dia de privação de liberdade, corresponde a uma hora de prestação de serviços. Porém, em
regra(sendo a pena superior a 1 ano, pode a pena de prestação de serviços ser cumprida em metade do
tempo da pena privativa de liberdade), a pena tem que ser cumprida dentro do período da pena privativa
de liberdade aplicada, nem menos e nem mais. Por exemplo: se a pessoa foi condenada a 8 meses de
detenção e o juiz substituir essa pena de 8 meses por pena de prestação de serviços, o condenado terá
que cumprir 240 horas de serviços e dentro do período de 8 meses; se a condenação for de 1 ano, terá
que cumprir 365 horas de serviços, etc.
Art., 56 é aplicada para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou
função, sempre que houver violação dos deveres inerentes.
I- Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública(crimes próprios como impróprios), bem
como de mandato eletivo;
II- Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de
licença ou autorização do poder público;
III- Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículos. É uma pena substitutiva, é
diferente da pena aplicada pelo Código de Trânsito.
IV- Proibição de freqüentar determinados lugares. É genérica porque pode ser aplicada a qualquer
crime. A doutrina prega que essa modalidade deve ser reservada somente aos casos em que o local do
crime tiver exercido influência na prática do delito. Exemplo, o crime foi praticado no estádio de
futebol em razão de briga de torcidas; o crime foi praticado em um bar em razão de ingestão excessiva
de bebida alcoólica, etc.
OBS. 1.: A interdição temporária é diferente da pena de perda de cargo. Cumprida a suspensão
temporária o funcionário público ou aquele que tem mandato eletivo retorna ao cargo. Aplicada a
pena privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano o juiz pode na sentença decretar a perda da
função pública, além da pena privativa de liberdade. Se em razão de eventual processo
administrativo o funcionário público for demitido, após cumprida a interdição temporária ele não
poderá retornar ao cargo.
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ATIVIDADE – É qualquer outro trabalho, remunerado ou não.
OBS. 2: Se hoje todos os crimes culposos de trânsito estão previstos no Código de Trânsito, estariam
revogados os Ar. 47, III e Art. 57 do CP? Como aplicar a interdição temporária de suspensão da
habilitação? Há duas correntes doutrinárias:
- Flávio Augusto Monteiro de Barros e Fernando Capez – Entendem que houve a revogação, porque
os crimes culposos de trânsito estão previsto no Código de Trânsito e lá já há a previsão de suspensão
de forma cumulativa;
- Mirabete e a maioria da jurisprudência – Entendem que não houve a revogação, porque essa
suspensão ainda é possível em determinadas hipóteses, ou seja, é possível a aplicação do Código Penal
quando se tratar de crime de trânsito culposo cometido na condução de veículo de tração
animal(carroça) ou humana(bicicleta) porque o Código de Trânsito se aplica somente nos crimes
cometidos na condução de veículos automotores. Portanto, se alguém comete um crime conduzindo
uma bicicleta, por exemplo, responderá nos termos do Código Penal, podendo aí sofrer uma pena de
interedição temporária de suspensão da habilitação ou dirigir veículo.
EXECUÇÃO DA PENA
Como na maioria das Comarcas não existe casa de albergado ou estabelecimento adequado, a execução
da Pena de Limitação de Fim de Semana torna-se difícil, com a jurisprudência restringindo o
cumprimento dessa pena em casa, o que inviabiliza o cumprimento da Pena de Limitação de Fim de
Semana por ineficiência do Estado que não fornece os meio necessários para o cumprimento da citada
pena.
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DIREITO PENAL II - 2° BIMESTRE - 3° ANO
AULA 1/2(17/04/06)
HISTÓRIA
Surgiu nos primórdios da civilização. As primeiras formas de punição foram as penas
corporais(Vingança Privada, Vingança Pública), passando depois a punição a ter conotação religiosa,
sendo aplicada pela Igreja. Com a evolução surgiu a figura chamada Composição, que nada mais é que
a compra do prejuízo, a reparação do dano causado para o outro a fim de evitar a pena corporal, foi daí
que surgiu a pena pecuniária, a pena de multa.
MULTA
Segundo Carrara, a Pena de Multa é a diminuição do patrimônio daquele que praticou um crime.
CONFISCO
Largamente utilizado na idade média, consistia na perda do patrimônio daquele que praticava qualquer
conduta contra o Estado absolutista. Foi banido, porque era utilizado como forma de perseguição
política, etc. Hoje existe a Pena de Perda de Bens que, na realidade, não deixa de ser um confisco.
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é para o Fundo Penitenciária Nacional - FUNPEN porque essa destinação está prevista na lei
complementar 79/94 que é uma lei Federal e, por isso, de hierarquia superior.
a)- PENA DE MULTA PRINCIPAL - Quando prevista isoladamente na norma penal incriminadora.
No Código Penal não há nenhum crime cuja pena única seja a pena de multa, essa possibilidade só
existe em caso de contravenção penal.
c)- PENA DE MULTA CUMULATIVA - É aquela em que a Pena de Multa pode ser aplicada
cumulativamente com outra pena(ex. o juiz pode aplicar a Pena Privativa de Liberdade e a Pena de
Multa)
2)-E DEPOIS É FIXADO O VALOR DE CADA DIA-MULTA - Cada dia-multa terá o valor
mínimo de 1/30 do salário mínimo e o máximo de 5 salários mínimos.
1)- PRIMEIRO É FIXADA A PENA BASE - Para fixar a Pena base são consideradas as
circunstâncias judiciais do Art. 59 do CP, ou seja, devem ser observadas a culpabilidade, os
antecedentes(se é primário, reincidente), a conduta social, a personalidade do agente, as circunstâncias e
conseqüências do crime e o comportamento da vítima;
EXEMPLO
Digamos que José tenha praticado tentativa de furto simples(Art. 155, caput, CP). A pena mínima é 1
ano e a máxima de 4 anos de Reclusão, e Multa. Para ser aplicada a pena base entre 1 e 4 anos serão
observadas as circunstâncias judiciais. Suponhamos que todas as circunstâncias judiciais analisadas
sejam favoráveis ao réu, portanto será aplicada pena base de 1 ano de reclusão.
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2)- DEPOIS SÃO CONSIDERADAS AS AGRAVANTES E ATENUANTES - É verificada se
existe alguma agravante ou atenuante em relação ao crime praticado.
EXEMPLO
Digamos que José praticou o crime contra uma pessoa de 70 anos(agravante), nesse caso a pena será
aumentada em 1/5(2 meses), passando a ser de 1 ano e dois meses. Mas há uma atenuante porque José é
menor de 21 anos, nesse caso a pena será reduzida em 1/5(2 meses), voltando a pena a ser de 1 ano.
EXEMPLO
Como o crime praticado por José foi tentado(causa de diminuição), a pena será reduzida em 1/3 a 2/3.
Então, no exemplo o juiz diminui a pena de José em 1/3 porque no exemplo a consumação quase
ocorreu(é levado em consideração o "iter criminis"(fases do crime), ou seja, quando mais próximo da
consumação menor será a redução e quanto distante da consumação maior será a redução). Nesse caso,
a pena será reduzida em 1/3(4 meses), passando a ser de 8 meses. Portanto, 8 meses será a pena a ser
aplicada para o crime de José.
OBS. Os exemplos foram feitos com base na Pena Privativa de Liberdade, porém, o mesmo critério é
utilizado na fixação dos dias-multa.
EXEMPLO
EXEMPLO DE CÁLCULO
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DIMINUIR 1/5 NA PENA DE 1 ANO
1 x 1 = 1 1/5= 0,2(resultado)
PENA DE MULTA(CONTINUAÇÃO)
- O valor do desconto não pode ser superior a 1/4 do valor do salário ou vencimentos;
- O valor do desconto não pode ser inferior a 1/10 do valor do salário ou vencimento;
- Não pode haver o desconto do salário ou vencimentos sobre valores indispensáveis para a subsistência
do condenado e sua família.
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CONVERSÃO DA PENA DE MULTA EM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Não é admitida a conversão da Pena de Multa em Pena Privativa de Liberdade, conforme dispõe a lei
9268/96, que deu nova redação ao Art. 51, § 1° do CP.
- Trouxe o rito procedimental para a execução forçada da pena de multa, ou seja, o agente é intimado a
pagar a Pena de Multa em 10 dias após a sentença condenatória e não o fazendo e nem pedindo o
parcelamento irá sofrer uma execução forçada. Assim, foi excluída a possibilidade de conversão da
pena de multa em privativa de liberdade e se adotou procedimentos mais céleres para a cobrança,
Inclusive, o Art. 51 do CP dispõe que seja adotado na execução da pena de multa o rito procedimental
da lei 6830/80-Lei de Execução Fiscal;
- Alterou as causas e interruptivas e suspensivas da prescrição. Assim, hoje, as causas que interrompem
ou suspendem a prescrição na execução da pena de multa não aquelas previstas no Código Penal e sim
no Código Tributário Nacional(5172/66) ou na Lei de Execução Fiscal(6830/80), isso porque se
considera a pena de multa dívida de valor da Fazenda pública, a exemplo dos tributos.
OBS.: A questão hoje é muito dividida, não há posição pacificada. No Estado de São Paulo, o
Ministério Público, na maioria das Comarcas, vem encaminhando para a Fazendo Pública a
execução da Pena de Multa, mas em outros Estados é o próprio Ministério público que executa a
pena.
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SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA
É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental, conforme dispõe o
Art. 52 do CP.
Art. 44, I - A Pena de Multa substitui a PPL quando aplicada PPL não superior a 4 anos e o crime
não for cometido com violência ou grave ameaça contra pessoa ou se por crime culposo.
Art.44, II - A Pena de Multa substitui a PPL quando o réu não for reincidente em crime doloso.
Art.44, III - A Pena de Multa substitui a PPL quando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que a
substituição seja suficiente.
Art.60. § 2° - A PPL, não superior a 6 meses, pode ser substituída pela Pena de Multa, observados
os incisos II e III do Art. 44.
TERIA OCORRIDO A REVOGAÇÃO TÁCITA DO ART. 60, § 2° DO CP, HAJA VISTA QUE
O ART. 44, § TEVE A REDAÇÃO ALTERADA PELA LEI 9714/98?
O Prof. Mirabete entende que sim, ocorreu a revogação porque a hipótese do Art. 44, § 2° é mais
abrangente, permite a substituição quando a pena for igual ou inferior a um ano, portanto vai
compreender as hipóteses previstas no Art. 60, § 2°. Já o Prof. Flávio Augusto de Barros defende que
não ocorreu a revogação porque para o Art. 60, § 2° não se exige o requisito do inciso I do Art. 44. Esta
é a opinião que o Prof. Entende ser a mais correta, ou seja, continua em vigor o Art. 60, § haja vista que
é possível, também, a substituição nos crimes praticados com violência ou grave ameaça contra a
pessoa, desde que a pena seja inferior a 6 meses e estejam presentes os requisitos do Art. 44, II e III.
1)- PROF. FLÁVIO AUGUSTO MONTEITO DE BARROS - Entende que para definir a Pena de
Multa que substituirá a Pena Privativa de Liberdade deve ser aplicado o Sistema
Trifásico(Circunstâncias Judiciais, Agravantes, Atenuantes e Causas de Aumento e Diminuição de
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Pena). Por exemplo: se o juiz aplicou uma pena de 8 meses em um Furto Tentado, para a aplicação da
Pena de Multa Vicariante também deve consider a Tentativa, então a pena diminui 1/3.
2)- PROFS. MIRABETE E FERNANDO CAPEZ - Entendem que a Pena de Multa substitutiva deve
levar em consideração somente a situação financeira do réu, pouco importando as circunstâncias do
crime. É a posição dominante hoje.
-PROFS. DAMÁSIO E ALBERTO SILVA FRANCO - Entendem que a segunda pena de Multa vai
ser absorvida(deixa de existir a primeira) porque o Inciso III do Art. 44 do CP diz que a pena restritiva
de direito deve ser suficiente como resposta penal, ou seja, se a pena privativa de liberdade é substituída
por uma pena de multa é porque a pena substitutiva por si só é suficiente como resposta penal, não
havendo razão para uma outra multa.
APLICAÇÃO DA PENA
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PRINCÍPOS DA GARANTIA REPRESSIVA
São preceitos constitucionais que garantem determinados direitos ao indivíduo frente ao poder de
império do Estado. São, por exemplo, Princípios de Garantia Regressiva:
- Princípio do Contraditório.
- FIXAÇÃO DA PENA BASE - Primeiro o juiz aplica a pena base. Considerando as circunstâncias
judiciais previstas no Art. 59 do CP(antecedente, culpabilidade, personalidade, motivos do crime,
conseqüências do crime, comportamento da vítima) o juiz fixa a pena entre o mínimo e o máximo da
pena cominada. Exemplo: ao aplicar uma pena no crime de estelionato(Art. 171, CP) cuja pena
cominada é de 1 a 4 anos, o juiz aplica a pena que entende ser a mais adequada, levando em
consideração as circunstâncias judiciais(discricionariedade regrada);
- ANÁLISE DAS ATENUANTES E DAS AGRAVANTES DA PENA - Aplicada a pena base, o juiz
passa a considerar as agravantes(Arts. 61 e 62, CP) e as atenuantes(Art. 65 e 66, CP) que estão
expressamente previstas no Código Penal. Existindo atenuante o juiz reduz a pena(redução não inferior
ao mínimo da pena cominada) e havendo agravante o juiz aumenta pena(aumento não superior à pena
cominada). Exemplo: o réu é reincidente e reincidência é uma agravante, nesse caso o juiz irá
aumentar na pena base de acordo com o que ele ache mais adequado, desde que esse aumento não
seja superir ao máximo da pena cominada. Também, se forconstatado que o réu é menor de 21 anos
isso é uma atenuante, por isso o juiz irá reduzir na pena de acordo com o que ele considere mais
adequado, desde que não inferior ao mínimo da pena cominada.
1)-O sistema idealizado pelo Prof. Nelson Hungria foi o sistema trifásico, mas o Prof. Alberto Silva
Franco, admite a 4ª fase, que seria a fase da substituição da pena privativa de liberdade por uma pena
alternativa. Esse entendimento, no entanto, não tem respaldo dos demais doutrinadores;
3)-Ao fixar a pena deve ser estabelecido o Regime Prisional(Detenção ou Reclusão) e ao fazer isso o
juiz pode aplicar uma pena mais grave, desde que fundamente. Sendo cabível Sursis o juiz ao concede-
lo ou nega-lo tem que fundamentar sua decisão(Art. 157, LEP).
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"matar alguém". Se o agente mata um animal, sua conduta é atípica porque alguém é elemento do crime
de homicídio.
CIRCUNSTÂNCIAS
São todos os dados que de qualquer forma influenciem na quantidade da pena, aumentando-a ou
diminuindo-a, sem, contudo, excluir o crime. Segundo o Prof. Damásio, as circunstâncias colocam-se
entre o crime e a pena permitindo a graduação desta com que possibilita a melhor individualização da
sanção penal. Exemplo: se alguém pratica um roubo com emprego de arma de fogo, comete um crime
de roubo circunstanciado(erroneamente chamado de qualificado) porque a utilização da arma de fogo é
uma circunstância que aumenta a pena.
1)-OBJETIVAS -São aquelas que dizem respeito a tudo aquilo que não se relaciona diretamente com o
sujeito ativo do crime(ex. lugar e tempo do crime(praticar o crime à noite), objeto material, qualidades
da vítima(contra idoso), forma e execução(praticar o crime usando veneno), etc.).
2)-SUBJETIVAS - Aquelas que se relacionam com o sujeito ativo do crime, estando entre elas os
antecedentes, sua personalidade, conduta social, motivos do crime, a reincidência, etc.
2)-CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS
AULA 4/2(08/05/06)
CIRCUNSTÂNCIAS(CONTINUAÇÃO)
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2)- ANTECEDENTES - Podem ser bons ou maus. Significa o passado criminal do agente. O juiz
analisa os antecedentes do réu através dos elementos fornecidos pelo processo, como, por exemplo,
pelo Inquérito Policial, etc.
-PROF. DAMÁSIO E SÉRGIO ROBERTO BITENCOUT - Entendem que não haveria necessidade
de condenação penal ara a caracterização de maus antecedentes. Para eles, condenações criminais
anteriores, inquéritos policiais arquivados, absolvições por insuficiência de provas, ações penais
trancadas em razão de causas extintivas de punibilidade, bem como absolviões, seriam consideradas
para demonstrar maus antecedentes.
3)- CONDUTA SOCIAL - É também um juízo feito do passado do agente, mas ten um aspecto mais
amplo porque, como conduta social, o juiz não vai considerar somente os fatos criminais antecedentes
da pessoa. Como conduta social o juiz analisará também o comortamento do acusado no meio familiar,
no trabalho, na comunidade em que vive, etc. Portanto, para aplicar a pena base o juiz leva em
consideração os aspectos sociais do réu, através dos elementos constantes do processo.
OBS.: Quando a circunstância relativa ao motivo do crime for prevista como qualificadora, ou causa
de aumento de pena, ou causa de diminuição de pena na parte especial, não pode ser considerada
como Circunstância Judicial porque haveria "bis in idem" (o mesmo fato sendo considerado duas
vezes), serve apenas para qualificar o crime. Exemplo: se o agente praticou um homicídio por motivo
fútil, o motivo fútil já é circunstância qualificadora(o Código Penal já prevê uma pena mais alta),
não podendo, portanto, ser usada para a aumentar a pena base.
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7)- COMPORTAMENTO DA VÍTIMA - Estudos de vitimologia demonstram que muitas vezes as
vítimas contribuem para a ocorrência do crime. Estes fatores, ditos criminógenos, apesar de ão
justificarem o crime e nem isentarem o réu de pena, podem minorar a sensurabilidade do
comportamento delituoso, abrandando a pena. Tal circunstância só deve ser considerada quando não
prevista como causa de deminuição de pena(ex. injusta provocação da vítima, Art. 121, § 1°, CP; uma
mulher que vai ao estádio de futebol de minissaia, etc.).
AULA 5/2(10/05/06)
b)-ATENUANTES
AGRAVANTES(ART.61,CP)
- São de aplicação obrigatória, ou seja, havendo a presença de uma das agravantes previstas nos Arts.
61 e 62 do CP, o juiz é obrigado a aumentar a pena, não ficando o aumento da pena condicionado à
discricionariedade do juiz, diferentemente das circunstâncias judiciais;
- Não admitem analogia, portanto, não é possível interpretação defensiva porque a agravante importa
aumento de pena, assim sendo, se determinada situação não estiver taxativamente contida na lei como
agravante, não pode haver o aumento da pena através de interpretação extensiva(ex. o conceito jurídico
de idoso é pessoa a partir de 60 anos. Assim, se a pessoa tiver 59 anos e em péssima condição física ela
não pode ser considerada idosa);
- Sempre agravam a pena, desde que a pena base não tenha sido fixada no máximo legal;
- Não fixam o "quantum" do aumento - O código apenas diz que agrava a pena, mas não diz de quanto
será o aumento, ficando a critério do juiz a fixação, só não podendo ser superior ao máximo da pena
cominada;
- É necessário que o agente conheça do fato que caracteriza a agravante(ex. crime praticado contra
mulher grávida é um agravante, se a mulher, por exemplo, estava na segunda semana de gestação o
criminoso não sabia do fato, nesse caso a agravante não será aplicada porque isso seria imputação de
responsabilidade objetiva);
1)- A REINCIDÊNCIA(ARTS. 61, I E 63 E 64, CP) - O Prof. Paulo José da Costa Júnior, define
Reincidência como sendo "a situação daquele que pratica um fato punível quando definitivamente
condenado por crime anterior".
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A Reincidência tem grande importância em razão das conseqüências que gera na execução da pena,
como:
- Para ser beneficiado com o Livramento Condicional o condenado reincidente terá que cumprir metade
da pena
- O condenado reincidente em crime doloso, em regra, não tem direito a substituição da pena privativa
de liberdade por restritiva de direito, salvo se o juiz entender que no crime anterior seja mais adequado
a pena restritiva de direito e sendo crime doloso especifico não há possibilidade nenhuma de
substituição
- Se apenado com pena de Reclusão o regime inicial do reincidente será fechado e se apenado com
Detenção o regime será semi-aberto.
CRITÍCA À REINCIDÊNCIA
A Professora Maria Lúcia Caran, criticando o instituto da reincidência, sustenta que a reincidência
configuraria uma dupla valoração pelo mesmo crime, ou seja, se a pessoa foi condenada por um crime e
comete um outro crime, aquele crime anteriormente praticado que já havia sido julgado e a pena
aplicada novamente será considerada e isso caracteriza uma dupla valoração do mesmo fato, mas não é
a opinião predominante hoje.
FORMAS DE REINCIDÊNCIA
1)-REINCIDÊNCIA REAL - Aquela que ocorre somente quando o agente já cumpriu total ou
parcialmente a pena correspondente ao crime anterior.
2)-REINCIDÊNCIA FICTA - Caracteriza-se com a simples condenação definitiva por crime anterior,
pouco importando o efetivo ou parcial cumprimento da pena fixada. Portanto, na Reincidência Ficta
basta a condenação anterior definitiva, não havendo necessidade que o agente cumpra efetivamente a
pena anterior pra que seja caracterizada reincidência posteriormente. O Código Penal Brasileiro adota a
Reincidência Ficta(Art.63, CP).
CONCEITO DE PRIMARIEDADE
O Código Penal não diz, a doutrina é que conceitua primariedade. O Prof. Damásio conceitua
Primariedade da seguinte forma: "Primário é não só o que foi condenado pela primeira vez, como
também o condenado diversas vezes sem ser r
eincidente, ou seja, cujas condenações irrecorríveis ocorreram posteriormente à prática dos crimes.
54
- crime de roubo no dia 01/01/05, sendo condenado por esse crime no dia 05/01/06 e recorreu da
sentença.
- crime de furto no dia 05/02/05, sendo condenado definitivamente por esse crime no dia 21/01/06.
- crime de estelionato no dia 19/01/06, sendo condenado definitivamente por esse crime no dia
05/05/06.
- crime de lesão corporal no dia 20/01/06, sendo condenado definitivamente por esse crime no dia
10/05/06.
Em todos os crimes o réu será considerado Primário, porque quando os crimes foram praticados o réu
não possuía nenhuma condenação. Agora, se, por exemplo, ele tivesse praticado novo crime a partir do
dia 21/06/06(quando sofreu a condenação pelo crime de furto), aí sim ele seria considerado Reincidente
porque todo crime praticado depois da condenação definitiva será Reincidência.
Sursis - É a suspensão condicional da pena. O Período de prova é o período fixado pelo juiz que pode
ser fixado entre 2 e 4 anos.
55
caso de outra causa de extinção da data de sua ocorrência, pouco importando a data da sentença que
a decretou, isto porque, nesse caso, a sentença tem natureza declaratória. No caso de Sursis ou
Livramento Condicional, conta-se desde a Audiência de Advertência dos beneficiários(Admonitória
ou de Advertência).
NATUREZA DO CRIME
A regra é que toda condenação penal definitiva gera reincidência, exceto nas seguintes hipóteses(Art.
64, II, CP):
CRIMES POLÍTICOS
Crimes políticos também não geram reincidência. A divisão em Próprios, Impróprios, Puros e Impuros
não tem qualquer importância no tocante à reincidência porque sendo crime político, não importando a
classificação, não gera reincidência. Os crimes políticos são:
-IMPRÓPRIOS - São aqueles que além de ofenderem o sistema eleitoral, ofendem os rimes políticos
tutelados pelo Código Penal.
-PUROS.
-IMPUROS.
AULA 6/2(15/05/06)
CONCLUSÃO: Condenação anterior por contravenção não gera reincidência pela pratica de um
crime posterior, mas o inverso é verdadeiro, ou seja, se for cometido um crime e houver condenação
definitiva, a contravenção posterior(cometida no Brasil)gera reincidência. Se condenado
definitivamente por contravenção no estrangeiro não gera nem mesmo reincidência em outra
contravenção no Brasil. Já crime quer tenha havido a condenação no Brasil ou no estrangeiro gera
reincidência no cometimento de novo crime ou contravenção.
a)- Se a extinção da punibilidade ocorreu antes da sentença condenatória definitiva do crime anterior,
não há reincidência, será considerado primário se cometer um novo crime.
-Se ocorreu o período depurador, ou seja, se decorreram os 5 anos do período depurador, o réu será
considerado primário(ex. a pessoa foi condenada a pena de 2 anos de reclusão e teve o benefício do
indulto presidencial(foi extinta a punibilidade). Se ela cometer um novo crime sem completar o período
depurador será considerada reincidente, mas se passados 5 anos da extinção da pena ela será
considerada primária).
- Se houver "abolitio criminis". Se surgir lei nova extinguindo a tipicidade que antes era crime, o réu
recupera a primariedade.
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- PROF. DAMÁSIO E FERNANDO CAPEZ - Entendem ser a sentença de natureza condenatória
porque só se pode conceder perdão judicial para aquele que antes é condenado. Portanto, gera
reincidência.
MOTIVO TORPE - É aquele abjeto repugnante, que causa repulsa à moral ética média (ex. matar
parente para receber herança; espancar a mulher porque ela não aceita se prostituir, etc.).
- Moral - Quando a pessoa se vale da confiança que possui da vítima para praticar o crime(ex. aquele
que tendo amizade com a vítima a convida a ir a determinado local ermo e lá pratica o crime).
- Material - É aquela feita de forma a surpreender a vítima que objetivamente não esperava a conduta
do agente(ex. uma facada pelas costas).
EMBOSCADA - É a situação em que o agente fica escondido para surpreender a vítima e cometer o
crime.
AULA 7/2(17/05/06)
AGRAVANTES(CONTINUAÇÃO)
59
d)- COMETIDO COM O EMPREGO DE:
- VENENO.
- FOGO.
- EXPLOSIVO.
-TORTURA-A lei 9455/97 define os crimes de tortura, portanto, pode ser que um crime de tortura
configure um crime autônomo, então, nesse caso, não será considerado como agravante, mas sim como
crime.
-CÔNJUGE.
-IRMÃO.
PARENTESCO
O Parentesco pode ser civil ou natural, não há mais a distinção entre filho legítimo e ilegítimo, por
exemplo. A única divergência na doutrina é do Prof. Damásio que entende não incidir agravante no
caso de filho adotivo, porém, até por força de dispositivo Constitucional essa posição não se sustenta.
CONCUBINATO
Crime praticado contra concubino não incide agravante, segundo a doutrina, porque em matéria de
agravante não cabe aplicação da analogia.
SEPARADOS DE FATO
Para efeitos legais continuam casados, mas a maioria da doutrina entende que não incide agravante na
hipótese de um praticar um crime contra o outro porque estão separados de fato e o objetivo da lei é
proteger a família, as pessoas que convivem juntas.
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g)- COMETIDO COM ABUSO OU VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE A:
- CARGO - Pressupõe função pública. Há crimes funcionais que só podem ser praticados por
funcionário público(Crimes Próprios-ex. peculato), nesse caso, não incidirá a agravante porque o cargo
público é uma elementar do tipo penal, já configura um crime, mas os demais crimes praticados pelo
funcionário público valendo-se da sua condição de funcionário público incidirá agravante..
-OFÍCIO - Se for um crime praticado com a não observância do ofício não incidirá agravante porque o
fato já é crime, é uma elementar do tipo penal(ex. o médico que deixa de comunicar doença contagiosa
grave. Nos demais crimes praticados com abuso ou violação do dever incidirá agravante(ex. um
eletricista que comete o crime de apropriação indébita do material que lhe fora entregue para execução
do serviço).
-PROFISSÃO - Exemplo, o enfermeiro que aplica sonífero na vítima para praticar um crime.
OBS.: Verificar sempre se o fato não constitui elementar do crime ou circunstância qualificadora.
Ou seja, se não for elementar do crime e nem qualificadora pode ser considerada agravante, do
contrário não, porque seria configurado "bis in idem".
-ENFERMO - A pessoa doente ou que tem reduzida a capacidade de defesa em razão der disfunção
corporal ou biológica(ex. surdo, mudo, cego, etc.).
- INCÊNDIO.
- NAUFRAGIO.
- INUNDAÇÃO.
II- COMETIDO SOB COAÇÃO OU INDUÇÃO - Aquele que coage ou induz outrem à execução
material do crime terá a pena agravada. Pouco imposta se Coação seja Resistível como Irresistível, que
seja Moral ou Física.
OBS.: CRIME DE TORTURA - a Lei 9455/97, aRT. 1°, I, "b" Tortura. Portanto, o fato de alguém
coagir outrem à praticar um crime hoje é tipificado como crime autônomo, ou seja, a coação não é
simplesmente circunstância agravante, mas sim crime. O referido Artigo dispõe o seguinte:
constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça causando sofrimento físico ou
mental para provocar ação ou omissão criminosa configura crime de tortura. Portanto, se alguém
coagir outrem de forma irresistível a praticar um crime de roubo, a Denúncia será por crime de
Roubo(autoria imediata)e pelo crime de Tortura, nesse caso não mais incidindo agravante porque a
coação já está sendo uma elementar do crime de Tortura(crime autônomo).
Instigar - É reforçar uma idéia pré-existente, a pessoa já tinha a idéia de praticar o crime,
diferentemente da Indução.
Recompensa - Pagamento efetuado após o cometimento do crime, nesse caso bastante ter havido a
promessa de pagamento para a agravante ser configurada, ou seja, mesmo que o pagamento não se
concretize é considerada agravante.
ATENUANTES
- São de aplicação obrigatória, ou seja, havendo a presença de uma atenuante obrigatoriamente ela
dominui a pena, salvo de ela já for considerada uma causa de diminuição de pena na parte especial do
CP;
62
- O "quantum" é aplicado de forma discricionária pelo juiz, ou seja, o juiz, de acordo com o seu
entendimento, considerando a relevância da atenuante fixa o quanto será reduzida a pena,
diferentemente das causas de diminuição de pena.
b)- COMETIDO O CRIME POR RELEVANTE VALOR SOCIAL - Corresponde mais aos
sentimentos coletivos sedimentados na sociedade, como justiça, fraternidade, solidariedade, etc.(ex.
Aquele que surpreende um estuprador logo após o crime e o espanca. Houve um crime de lesão
corporal, mas imbuído em um relevante valor de justiça; furtar um litro de leito no supermercado para
dar a uma criança passando fome na rua, etc.).
- ART.16 - ARREPENDIMENTO POSTERIOR - Não se trata de atenuante. Nesse caso a pena será
reduzida de 1/3 a 2/6. Ex. o crime é praticado, a pessoa se arrepende e antes do recebimento da
denúncia faz a reparação do dano. Seria considerado atenuante se o agente reparar o dano antes do
julgamento, antes da sentença.
63
- COAÇÃO RESISTÍVEL - Se o agente comete o crime sob coação a que podia resistir. Se a Coação
for Irresistível o agente não responde pelo crime porque há uma excludente de culpabilidade, mas sob
Coação Resistível o agente responde pelo crime, porém com uma atenuante.
- ORDEM SUPERIOR - Desde que a ordem seja manifestamente ilegal. Se o agente comete o crime
sob ordem não manifestamente ilegal ele não responde pelo crime porque é uma causa de excludente de
culpabilidade, mas se o crime for praticado em decorrência de uma ordem ilegal(manifestamente ilegal)
o agente responderá pelo crime, mas com uma atenuante.
e)- CONFISSÃO ESPONTÂNEA - Confissão espontânea, que pode ser feita tanto para a autoridade
policial como judicial, é considerada como atenuante na aplicação da pena. Se confessar na polícia e se
retratar e juízo não incidirá a atenuante, mas o contrário será verdadeiro, ou seja, se negar na polícia e
confessar em juízo a atenuante incide. O juiz aplica a confissão como atenuante, dede que utilize a
confissão como elemento de convicção para a condenação. Também, não será considerada atenuante a
confissão feita pelo réu como causa de isenção de pena(ex. confessa que matou, mas em legítima
defesa).
AULA 9/2(26/05/06)
64
1/3 a 2/3). O juiz é obrigado a aumentar ou diminuir a pena caso estejam presentes as causas.
Diferentemente das Agravantes e Atenuantes, a redução pode ser aquém do mínimo legal e o aumento
pode ser além do máximo legal (ex. Na tentativa de furto simples a pena mínima é de 1 ano e a máxima
é 4. O juiz pode, reconhecendo a Tentativa, diminuir a pena, por exemplo, em 1/3 e nesse caso, a pena a
ser aplicada será de 8 meses; se o juiz reconhecer, por exemplo, em um crime de furto cuja pena
máxima é de 4 anos, o Concurso Formal, e aplicar um aumento da metade da pena. Nesse caso a pena a
ser aplicada será de 4 anos).
- Art. 70, CP - Concurso Formal(uma só ação ou omissão resulta na pratica dois ou mais crimes)-
Aumenta a pena de 1/6 até 1/2(metade);
- Art. 71, CP - Crime Continuado(o crime posterior é tido como continuação do primeiro)- Aumenta a
pena de 1/6 a 2/3.
1)- QUALIFICADORAS - São aquelas que fazem parte do tipo qualificado. Sua função é alterar os
limites mínimo e máximo da pena cominada(ex. Furto Simples: pena de 1 a 4 anos; Furto Qualificado:
pena de 2 a 8 anos). No Sistema Trifásico de aplicação da pena a Qualificadora é considerada na
aplicação da Pena Base(1a. Fase).
65
Aumento ou Diminuição de Pena não altera a pena cominada, apenas aumenta o diminui um percentual
na pena cominada. É importante para aplicação do Sistema Trifásico. A Qualificadora tem pena própria
cominada, ou seja, ela muda a pena mínima ou máxima cominada, enquanto as Causas de Aumento ou
Diminuição de Pena é um aumento ou uma redução em percentual da pena comina. Quando há uma
Causa de Aumento de Pena se fala que há um Crime Circunstanciado(ex. Art. 157, § 2°, CP - Roubo
Circunstanciado(errado chamar de roubo qualificado)- quando o roubo é praticado com emprego de
arma de fogo. Diferentemente do § 3º que é uma Qualificadora porque muda a pena cominada) e
quando existe uma Causa de Diminuição de Pena se fala que há um Crime Privilegiado(ex. Furto
Privilegiado- quando o réu é primário e o bem é de pequeno valor; Homicídio Privilegiado - quando
praticado por motivo de relevante valor moral ou social).
EXEMPLO
O agente invade a sala de aula e com emprego de arma de fogo pratica roubo contra todos os alunos da
sala. Ele cometeu um crime de Roubo Circunstanciado(emprego de arma de fogo) em Concurso
Formal(uma só conduta com dois ou mais resultados). O emprego de arma de fogo é uma Causa de
Aumento de Pena da parte especial do CP e o Concurso Formal é uma Causa de Aumento de Pena da
parte geral. Nesse caso, como uma causa é da parte geral e outra causa é da parte especial, serão
aplicadas as duas causas, ou seja, a pena será aumentada de 1/3 até a metade em razão do emprego de
arma de fogo e também aumentada de 1/6 até a metade em razão do Concurso Formal.
EXEMPLO
O juiz reconhece uma causa de aumento da parte especial(Art. 157, § 2°, CP) e uma causa de
diminuição da parte geral(tentativa). Serão aplicadas ambas as causas na aplicação da pena, ou seja, a
pena vai aumentar e vai diminuir.
RESUMO
Sempre que for uma causa da parte especial e uma causa da parte geral, aplica-se ambas porque são
motivos distintos(ex. o reú praticou tentativa de furto durante repouso noturno. Nesse caso, aumenta
a pena em 1/3 porque foi praticado durante repouso noturno e depois a pena é reduzida de 1/3 a 2/3
porque foi Tentativa).
- Uma causa de aumento de pena da parte especial e uma causa de diminuição de pena da parte geral
aplica-se as duas causas.
- Uma causa de diminuição de pena da parte especial e uma causa de aumento de pena da parte geral
também aplica-se as duas causas.
66
- Duas causas que aumentam ou duas que diminuem ambas da parte especial - Aumenta ou diminui
uma vez só.
AULA 10/2(29/05/06)
CONCURSO DE CRIMES
Trata-se da aplicação da pena ao agente que pratica mais de um crime. A Doutrina discute se a questão
deve ser estudada na Teoria Geral da Pena ou na Teoria Geral do Crime. Nosso estudo será no sentido
da Teoria Geral da Pena porque a matéria está regulamentada no Código penal que trata da aplicação da
pena.
1)- SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL - Segundo este, somam-se as penas aplicadas a cada um
dos crimes componentes do concurso. Esse sistema é adotado no Concurso Material(Art. 69, CP), no
Concurso Formal Imperfeito(Art. 70, caput, 2a. parte, CP) e no Concurso de Pena de Multa(Art. 72.
CP). Independentemente do número de processos, as penas somam-se.
2)- SISTEMA DA EXASPERAÇÃO - Neste, aplica-se a pena do crime mais grave aumentada de um
percentual determinado. Tal sistema é adotado no Concurso Formal Perfeito(Art. 70, caput, 1a. parte) e
no Crime Continuado(Art. 71, CP), ou seja, sobre a pena do crime mais grave aplica-se um percentual,
de acordo com a espécie de concurso.
67
1)- CONCURSO MATERIAL OU REAL(ART.69, CP) - Ocorre quando o agente pratica duas ou
mais condutas produzindo dois ou mais crimes, idênticos ou não, mas todos vinculados pela identidade
do agente não importando se os fatos ocorreram na mesma ocasião ou em dias diferentes. Independe
também de ter havido ou não unidade processual, podendo haver, portanto, mais de uma sentença(ex. O
agente entra na casa da vítima para praticar crime de roubo. Ele pratica o roubo e estupra a vítima.
Quando o juiz for proferir a sentença irá individualizar cada um dos crimes e n final aplica a regra do
Concurso Material(Sistema do Cúmulo Material), somando as penas de cada um dos crimes).
a)- Concurso Material Homogêneo - Quando os crimes são idênticos e previstos na mesma figura
típica(ex. o agente mata "A" e depois mata "B" que presenciou o primeiro crime).
b)- Concurso Material Heterogêneo - Quando os crimes não são idênticos e não são previstos na
mesma figura típica(ex. o agente estupra "A" e mata "B" para garantir a impunidade do primeiro crime).
São duas condutas resultando em dois crimes diferentes. A pena do crime de estupro será somada à do
homicídio. Como trata-se de crimes conexos vai haver um só processo, mas na aplicação da pena um
juiz terá que individualizar cada pena e somar as duas.
OBS. : O juiz tem que individualizar a pena para cada crime, sob pena de nulidade da sentença.
- É possível a soma da Pena Privativa de Liberdade com Restritiva de Direito(ex. por um crime o
agente foi punido com pena de prestação de serviços à comunidade e por outro crime ele foi
punido com pena privativa de liberdade)? O § 1° do Art. 69do CP diz que é possível somar essas
duas penas, desde que tenha sido suspensa a Execução da Pena Privativa de Liberdade(Sursis) porque
se a pena Privativa de Liberdade está suspensa pode o condenado cumprir a Restritiva de Direito.
- É possível o Cúmulo de duas Penas Restritivas de Direitos? É possível, desde que sejam
compatíveis, possibilitando a execução simultânea ou, não sendo compatíveis, a execução possa ser
sucessiva(Art. 69, § 2°, CP). Exemplo: Uma pena de prestação de serviços à comunidade e uma pena de
prestação pecuniária ou uma pena de prestação de serviços à comunidade e uma pena de limitação de
fim de semana. O agente cumpre as duas penas simultaneamente se forem compatíveis ou então cumpre
uma e terminado o cumprimento cumpre a outra pena.
- Qual o juiz competente para aplicação da regra do Cúmulo Material no caso de Concurso
Material de Crimes? Existem duas hipóteses:
a)- Quando for processo único onde é imputado mais de um crime ao mesmo agente, quem vai aplicar a
regra é o Juiz da Sentença do conhecimento.
b)- Quando for mais de um processo onde é imputado mais de um crime ao mesmo agente, quem vai
aplicar a regra do Concurso Material é o Juiz da Execução penal(Art. 111, e 66, III, "a", LEP.
2)- CONCURSO FORMAL OU IDEAL(ART. 70, CP) - Ocorre quando o agente praticando uma só
conduta comete dois ou mais crimes, sendo que a conduta pode eventualmente desdobrar-se em várias
atos(ex. com um só tiro o agente ofende a integridade física de duas pessoas ).
68
movimento corpóreo. Uma Ação pode se constituir de vários atos que ganham unidade por serem
manifestação única da vontade do agente. Vários tiros para matar a vítima constitui uma só conduta
constituída por vários atos.
1)- HOMOGÊNEO - Os crimes se encontram descritos pelo mesmo tipo havendo diversidade de
sujeito passivo. Nessa hipótese, aplica-se a pena do respectivo crime aumentada de 1/6 até a metade(ex.
atropelamento culposo com evento morte de duas pessoas). Houve uma só conduta que resultou em dois
crimes. A pena será a de um crime com acréscimo de 1/6 até a metade.
2)- HETEROGÊNEO - Neste, os crimes se acham tipificados em normas penais diversas. Aplica-se a
pena do crime mais grave aumentada de 1/6 até a metade(ex. atropelamento de duas pessoas resultando
lesão corporal em uma e morte da outra. Nesse caso, a pena será a pena do homicídio culposo e
aumenta-se de 1/6 até a metade).
3)- PERFEITO(ART.70, CAPUT, 1a. PARTE)- É aquele que resulta de um único desígnio(intenção).
O agente por meio de um só impulso voitivo dá causa a dois ou mais resultados. Importa para a sua
caracterização o elemento psíquico, o ato de vontade do agente. Neste, deve o sujeito ativo ter em vista
um só fim. Adota-se o sistema da Exasperação aumentando a pena do crime mais grave de 1/6 até a
metade. O agente "A" querendo matar "B" desfere um tiro em que também acerta em "C". O agente
quer só um fim, que é matar "B". Nesse caso, adota-se a regra do sistema da exasperação, aumentando a
pena de 1/6 até a metade).
AULA 11/2(31/05/06)
Dolo Eventual - Aquele em que o agente prevê e aceita, mas não quer o resultado.
EXEMPLO
O agente quer matar "A" só que "A" está abraçado à sua mãe.O agente quer matar "A", mas mesmo
sabendo que pode matar a mãe de "A" ele atira e mata ambos. Com relação a "A" o agente responderá
por dolo direto e com relação à mãe responderá por dolo indireto. Nesse caso, a maioria da doutrina
entende que o agente responderá como Concurso Formal Imperfeito(soma-se as penas).
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CONCURSO MATERIAL BENÉFICO(ART.70, § ÚNICO, CP)
Aplicando a regra do Concurso Formal, a pena não pode superar aquela que seria cabível no Concurso
Material(quando as penas são somadas). Isso é possível no Concurso Formal Heterogêneo, ou seja,
aplicando-se a regra do Concurso Formal é possível que a pena seja superior àquela do Concurso
Material.
EXEMPLO
"A" querendo matar "B" por motivo torpe atira e também acerta e fere "C". A pena pelo homicídio
qualificado(motivo torpe) é de 12 a 30 anos e a pena pela lesão corporal(pelo ferimento) é de 2 meses a
1 ano. O crime praticado se configura um Concurso Formal Heterogêneo Perfeito(pena do crime mais
grave(12 a 30 anos) com acréscimo de 1/6 até a metade. Digamos que o juiz tenha condenado o réu à
pena mínima. Se for aplicada a regra do Concurso Formal a pena seria de 14 anos(12 + 1/6) e se
fosse aplicada a regra do Concurso Material a pena seria de 12 anos e dois meses(soma das penas
dos crimes). Portanto, por ser pena inferior à pena do Concurso Formal, aplica-se a regra do Concurso
Material.
3)- CRIME CONTINUADO(ART.71,CP) - É aquele no qual o agente mediante mais de uma conduta
pratica mais de um crime da mesma espécie e pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhanças, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro(ex. Uma pessoa
que trabalha como cobrador em uma empresa de ônibus. Todos os dias, durante 7 dias, ele retira do
caixa do ônibus R$ 100,00. O cobrador praticou 7 crimes de furto, mas em razão das mesmas
condições, mesmas circunstâncias, os demais crimes são tidos como continuação do primeiro).
1)- TEORIA DA UNIDADE REAL - Para esta Teoria, os vários delitos na realidade constituem um
único crime.
2) - TEORIA DA FICÇÃO JURÍDICA - Para esta Teoria, na realidade existem vários crimes a lei é
que presume por ficção a existência de um só crime, porém, por umas questão de política criminal
aplica-se uma só pena(a mais grave) aumentada de 1/6 até 2/3(aplica o sistema da exasperação). É a
Teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro, mas somente para efeito da aplicação da pena(para efeito
de prescrição na hipótese de crime continuado é considerado cada crime isoladamente).
70
PRESSUPOSTOS(REQUISITOS) DO CRIME CONTINUADO
c)- NEXO DE CONTINUIDADE - É a idéia que se extrai de várias condições de que os crimes
subseqüentes foram praticados como se fossem uma continuação do primeiro, ou seja, há um sintonia
entre vários crimes o que é identificado através de elementos externos na execução do crime, como:
- Condições de Lugar - Deve existir dentre os crimes uma conexão espacial. Evidente que não se exige
que os crimes ocorram no mesmo local, porém é necessário que demonstrem uma idéia de
continuidade. A Jurisprudência tem admitido a continuidade em crimes praticados em cidades diversas,
desde que próximas e pertencentes à mesma região sócio-geográfica e com facilidade de acesso(ex. um
furto praticado em Araraquara e outro praticado em Américo Brasiliense; um crime praticado em São
Bernardo-SP e outro praticado em Diadema-SP).
- Maneira de Execução - É o "modos operandi". A lei exige semelhança e não pura igualdade, assim,
significa o estilo e a maneira de execução do crime que deve ser aparentemente semelhante(ex. o agente
praticou 3 futos no mesmo bairro e da mesma forma de execução-"modos operandi"-(um arrombou a
porta, outro arrombou a janela e outro entrou pelo telhado). Os 3 furtos não são idênticos, mas são
semelhantes. Portanto a lei exige apenas que a forma de execução dos crimes seja próxima, semelhante.
71
- Outras Condições Semelhantes(conexão ocasional) - Nexo ocasional ressalta que o crime
continuado ocorre quando as infrações penais são cometidas como o aproveitamento das mesmas
relações e oportunidades e com a utilização de ocasiões nascidas da primitiva situação. O nexo
ocasional seria a essência da continuidade, sendo as demais condições sintomas(ex. o fato de o agente
trabalhar como cobrador de ônibus para executar vários furtos. Para cometer os demais crimes, ele se
aproveita da mesma situação e das mesmas oportunidades que teve pra cometer o primeiro; o agente
que entra num prédio para executar um crime de furto ou roubo e quando ganha o interior do prédio ele
pratica o crime em vários apartamentos; o guarda noturno de um bairro que se aproveitando das
informações que possui sobre o bairro, se associa a outro delinqüente e pratica vários furtos naquela
região). É diferente da Reiteração Criminosa(o criminoso se utiliza do crime como meio de vida, pratica
vários crimes sem qualquer conexão um com o outro). Aquele que pratica crime sem nexo ocasional é
enquadrado no Concurso Material e não em Crime Continuado. A doutrina caracteriza estas outras
condições como Conexão Ocasional porque o Crime Continuado, como previsto no Código penal, tem
como origem o Crime Continuado previsto no Código Penal alemão e na Alemanha ocorre o crime
continuado quando o agente se aproveita das mesmas condições e oportunidades surgidas no primeiro
crime.
3)- TEORIA MISTA - Para esta Teoria, o Crime Continuado não é um só nem são vários, ele constitui
um terceiro delito com caracteres próprios(ex. seria um Furto Continuado, seria um Roubo Continuado,
etc.).
CRIME CONTINUADO(CONTINUAÇÃO)
2)- TEORIA SUBJETIVA (PROF. DÁMASIO, FERNANDO CAPEZ E ANÍBAL BRUNO)- Esta
Teoria, para a caracterização do Crime Continuado, além dos requisitos objetivos, exige a unidade de
desígnios, isto é, uma programação inicial com realização sucessiva, como, por exemplo, o agente que
pretendendo subtrair um computador o faz através de vários furtos, cada um de uma parte do
computador. Exige-se, pois, que os diversos delitos sejam oriundos de um plano único previamente
engembrado pelo agente antes de sua execução. É a Teoria hoje defendida pela maioria da
Jurisprudência.
1)- CRIME CONTINUADO COMUM - É aquele que exige pluralidade de condutas, nexo de
continuidade delitiva e crime da mesma espécie. A Pena no Crime Continuado Comum é acrescida de
1/6 a 2/3.
72
a)- CRIME CONTINUADO COMUM SIMPLES(OU HOMOGÊNEO) - Quando as penas forem
iguais, vários crimes têm a mesma pena(ex. o agente praticou 5 furtos qualificados e a pena deles foi de
2 anos). Será aplicada a pena de um dos crimes com acréscimo de 1/6 a 2/3.
- Pluralidade de condutas.
- Contra vítimas diferentes(ex. a mulher que é estuprada várias vezes pelo mesmo agente não se
caracteriza a continuação de crime porque é vítima idêntica, no caso a forma de concurso do crime é o
concurso material, ou até eventualmente concurso formal).
NÚMERO DE
AUMENTO DA PENA
CRIMES
2 1/6
3 1/5
4 1/4
5 1/3
6 1/2
7 OU MAIS 2/3
73
MOMENTO DA UNIFICAÇÃO DO CRIME CONTINUADO(QUANDO VAI SER APLICADA
A REGRA QUE ESTABELECE A PENA DO CRIME CONTINUADO)
2)- Se ocorrer a edição de nova lei penal mais grave durante o curso da série delitiva, como
proceder para aplicar a pena?
Mesmo para os crimes praticados na vigência da lei menos gravosa, aplica-se a pena mais grave porque
se entende que o Crime Continuado para efeito de pena é um crime único(Teoria da Ficção Jurídica) e
houve a continuidade mesmo com a mudança da lei para uma situação mais gravosa, ou seja, o réu
persistiu na prática delitiva, portanto ele será penalizado com pena mais grave(Súmula 711, STF).
EXEMPLO
O agente praticou 6 crimes de roubo em continuidade delitiva no período de 01/01/06 a 20/01/06. Só
que no dia 16/01/06 a lei mudou, passando a pena mínima do roubo que era de 1 ano a ser de 3 anos.
Como para efeito de aplicação da pena o crime continuado é como se fosse um só crime e mesmo
com a mudança da lei agravando a pena o réu continuou na prática delitiva, a pena de 3 anos(mais
grave) será a pena a ser aplicada.
EXEMPLO:
Seqüestro praticado no dia 10/01/06, sendo que a lei mudou no dia 20/05/06 agravando a pena com a
vítima ainda seqüestrada. Nesse caso, será aplicada a pena mais grave da lei nova.
AULA 13/2(12/06/06)
CONCURSO DE CRIMES(CONTINUAÇÃO)
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acerta a vidraça, ele responderá pelo crime de tentativa de lesão corporal e não responderá pelo dano da
vidraça porque a lei não prevê a figura culposa no crime de dano.
EXEMPLO
Digamos que o agente tenha cometido três homicídios qualificados:
- Em um homicídio culposo ele foi condenado à Pena Privativa de Liberdade de 1 ano mais uma Pena
de Multa de 10 dias-multa.
- Em um segundo homicídio culposo ele foi condenado à Pena Privativa de Liberdade de 1 ano e dois
meses mais Pena de Multa de 12 dias-multa.
- E pela prática do terceiro homicídio qualificado ele foi condenado à Pena Privativa de Liberdade de 1
ano mais Pena de Multa de 10 dias-multa.
Então, no exemplo, o agente terá a pena do crime mais grave(2° homicídio) acrescida de 1/6 até a
metade, mais 32 dias-multa(soma-se as Multas).
- MAIORIA DA DOUTRINA - Entende que deve ser aplicada a regra do Art. 72 do CP, ou seja,
aplica-se a exasperação em relação à Pena Privativa de Liberdade e soma-se as Penas de
Multas(Cúmulo Material).
MULTA SUBSTITUTIVA(VICARIANTE)
Tanto para a Doutrina quanto para a Jurisprudência, aplica-se a regra do Art. 71(exasperação) quando
for Multa Substitutiva(ex. o juiz substitui a Pena Privativa de Liberdade resultante da continuidade
delitiva por uma Pena de Multa que deve ter a mesma proporcionalidade. Digamos que o agente
pratique três Furtos em Concurso de Crimes. A pena aplicada para cada um dos Furtos foi de 1 ano.
Como foi crime continuado o juiz aumentou em uma das penas, por exemplo, em 1/5(2 meses e 6 dias).
Nesse caso, o juiz aplica uma Pena restritiva de direito(1 ano e dois meses de serviços à comunidade) e
uma Pena de Multa de 12 dias-multa(porque é proporcional a 1 ano e dois meses). Portanto, só vai ser
somada a Pena de Multa no caso de Concurso Material ou Concurso Formal. No Crime Continuado
depende da corrente adotada.
LIMITES DA PENA
LIMITE DA PENA
O Código Penal prevê hipóteses para o limite da pena, ou seja, casos em que a pena não pode superar
determinada quantidade:
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- CONTRAVENÇÃO PENAL(PRISÃO SIMPLES) - Máximo de 5 anos.
- MULTA(ARTS. 49 E 60, § 1°, CP)- Máximo de 5.400 salários mínimos porque o máximo da pena
de multa é 360 dias-multa e cada dia-multa pode ser de até 5 salários mínimos, podendo o juiz triplicar
se ele entender ser a pena insuficiente.
- Art. 75, § 1°, CP - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja
superior a 30 anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo.
- Art. 111 - LEP - Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em
processos distintos a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou
unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração e ou remição.
Assim sendo, a Remição ou a Detração incidirá sobre a pena unificada. A Remição ou Detração são
benefícios da execução penal e incide sobre a pena unificada, o mesmo corre, portanto, com os demais
benefícios(Livramento Condicional, Progressão de Regime).
Só que o Prof. Celso Delmanto defende a posição, mas faz críticas a ela, ou seja, diz ele que a
interpretação possível e essa(é a interpretação correta), porém, chega-se a um resultado injusto.
2)- PROFS. DAMÁSIO, PAULO JOSÉ DA COSTA JÚNIOR, CESAR ROBERTO BITENCOUT
E SÚMULA 715 DO STF - É o entendimento pacificado hoje da jurisprudência. Defendem que os
benefícios devem ser calculados levando em consideração a pena aplicada(ex. aquele condenado a 60
anos, para ter progressão de regime terá que cumprir 1/6; se for condenado a 200 anos terá que cumprir
1/6 de 200 anos, etc.). Porém, a Remição(desconto de 1 dia da PPL a cada 3 dias trabalhados) )e a
Detração(desconto da PPL o tempo já cumprido em prisão provisória) é sobre a pena máxima(30
anos).
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EXEMPLO
O agente foi condenado a pena de 200 anos, sendo esta pena unificada(fixada no máximo de 30 anos).
Digamos que cumpridos 5 anos da pena ele cometa um novo crime e venha a ser condenado a 10 anos
por este novo crime. Como ele teria ainda 25 anos para cumprir da pena anterior, sua pena será de 35
anos(desprezou-se os 5 anos que havia cumprido), como a pena máxima é de 30 anos ele terá então que
cumprir 30 anos e não 35 anos.
OBS.: O que não é admitido é pena de mais de 30 anos de prisão de forma ininterrupta(todos os
regimes são considerados prisão - fechado, semi-aberto e aberto), ou seja, se ficou preso por 20 anos,
foi libertado e pratica novo crime ele pode ser condenado a cumprir mais 30 anos, mesmo que tenha
cumprido 20 anos por crime anterior.
EXERCÍCIO
O réu é condenado a 200 anos. Ele cumpriu 30 anos e ganhou a liberdade. Em liberdade ele pratica
novo crime. Voltando à prisão ele terá que cumprir o restante da pena de 200 anos?
Não, porque pena cumprida é pena extinta. Como a pena máxima é de 30 anos ele já teria cumprido a
pena integralmente, portanto, só cumprirá a pena da condenação pelo novo crime.
78
DIREITO PENAL II – 3° BIMESTRE – 3° ANO
a)- A MAIORIA DA DOUTRINA - Entende o Sursis ter natureza jurídica de ser um direito público
subjetivo do condenado, ou seja, é um direito que, não sendo concedido, o réu pode reivindicá-lo, razão
pela qual, ao ser aplicada a pena que em tese comporte aplicação de Sursis, o juiz ou tribunal
obrigatoriamente têm que fundamentar sobre o seu cabimento ou não (Art. 157, LEP e Art. 697, CPP),
sob pena de nulidade da sentença, cabendo Apelação(para a nulidade), Embargo de Declaração(para
esclarecimento de omissão ou de contradição da sentença), ou mesmo Hábeas Corpus se o juiz
indeferir o Sursis de forma ilegal porque o trata-se de direito público subjetivo do réu.
INTERPRETAÇÃO DO ART. 77 DO CP
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
A expressão “poderá” do Arrt. 77 do CP não configura uma faculdade jurisdicional, mas sim significa
que poderá o juiz analisar os requisitos para a concessão do Sursis e tendo liberdade nesta análise, ou
seja, significa uma liberdade de apreciação do juiz quanto aos requisitos para a concessão e não uma
faculdade de o juiz conceder ou não o Sursis. Portanto, estando presentes os requisitos o juiz deverá
conceder o direito.
b)- PROFS. DAMÁSIO E CEZAR ROBERTO BITENCOUT – Além de concordarem ter o Sursis
natureza jurídica de direito público subjetivo do réu, acrescentam que o Sursis é uma medida penal
restritiva da liberdade de caráter repressivo e preventivo porque o Sursis tem a característica de
restringir a liberdade do sentenciado, como, por exemplo, impondo ao réu condição de não freqüentar
determinados lugares, não se ausentar da comarca sem autorização do juiz etc. Tem caráter repressivo
porque se não forem cumpridas as condições impostas, volta a ser cumprida a pena restritiva de
liberdade e tem caráter preventivo porque tem objetivo de evitar que o condenado venha a praticar
crimes, pois o fazendo o Sursis será revogado. Para os citados Professores o Sursis não constitui
benefício porque ele é um meio alternativo de relação jurídico penal.
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c)- PROF. MAGALHÃES NORONHA – Diz que o Sursis, na verdade constitui uma condição
resolutória para extinção da pena porque, cumpridas as condições, é extinta a pena e não sendo
cumpridas as condições terá que ser cumprida a pena que está suspensa. Dessa forma, a extinção da
pena está condicionada ao cumprimento das condições impostas para a concessão do Sursis.
2)- SISTEMA BELGA FRANCÊS – Neste sistema, o juiz condena o réu, mas de forma condicional,
isto é, se o acusado cumpre durante certo tempo as condições fixadas na sentença é a condenação em si
que desaparece. Esse sistema foi adotado inicialmente na Bélgica em 1888 e na França em 1891.
Portanto, o que é suspenso é a condenação e não a pena, ou seja, cumpridas as condições, o réu volta a
ser primário, é como se ele não tivesse sido condenado. Esse sistema possui uma variável:
SURSIS(continuação)
1)- REQUISITOS OBJETIVOS - São aqueles que não guardam relação direta com a pessoa do
condenado.
- Detenção e Reclusão - O Art. 77 do Código Penal admite a suspensão das penas de detenção e de
reclusão.
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- Prisão simples - O Art. 11 do Decreto-lei 3688/41(Lei das Contravenções Penais) admite a
suspensão.
b)- QUANTIDADE DA PENA(ART. 77, CAPUT, CP) - Este requisito diz respeito à quantidade da
pena. A regra(há três exceções) é que a pena aplicada individualizada na sentença seja igual ou inferior
a 2 anos(Art. 77, caput, CP). Deve ser levado em consideração o aumento decorrente do Concurso de
crimes(quer seja crime continuado, quer seja concurso formal, quer seja concurso material), ou seja,
aumentou em razão da continuidade de crimes e superou 2 anos não cabe Sursis.
c)- CARÁTER RESIDUAL DO SURSIS(ART. 77, III, CP) - Significa que nas hipóteses previstas
no Art. 44 do CP, ao invés de ser aplicado Sursis, será feita a substituição da pena restritiva de liberdade
por uma pena restritiva de direitos porque é o mais adequado como resposta penal e quando for situação
na qual não seja cabível a substituição, aí sim restará ainda a alternativa da concessão do Sursis(por isso
chamado de caráter residual). As hipóteses em que não será concedido o Sursis, mas sim será aplicada a
subsstituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos são as seguintes:
- Se a pena privativa de liberdade for igual ou inferior a 4 anos, e o crime não for cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa;
1)- SURSIS ETÁRIO(ART. 77, § 2º, CP) - Significa a possibilidade de suspensão da pena privativa
de liberdade igual ou inferior a 4 anos(pena aplicada)quando o condenado tiver mais de 70 anos de
idade na data da condenação definitiva(analogia do Art. 65, CP). O Estatuto do Idoso considera idoso
aquele que tem mais de 60 anos de idade, entretanto, não houve alteração em relação ao Sursis Etário;
Art. 65, I - São circunstâncias que sempre atenuam a pena ser o agente menor de 21, na data do
fato, ou maior de 70 anos, na data da sentença.
81
NO CONCURSO DE CRIME CONTINUADO, CONCURSO FORMAL DE DELITOS(EX.: O
RÉU FOI CONDENADO A 2 ANOS POR CRIME CONTINUADO E HOUVE A
EXASPERAÇÃO DE 1/6 EM RAZÃO DA CONTINUIDADE)), É POSSÍVEL O SURSIS?
Não é possível o Sursis, porque a pena foi acrescentada em 1/6(passando a ser de 2 anos e 4 meses)
superando 2 anos.
2)- REQUISITOS SUBJETIVOS - São aqueles que não guardam relação direta com a pessoa do
condenado e também aos seus antecedentes.
a)- QUE O CONDENADO NÃO SEJA REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO(ART. 77, I, CP) -
O Art. 77, I do CP não admite, em regra(há uma exceção), o Sursis quando o condenado é reincidente
em crime doloso. A reincidência não impede, por si só, a concessão do Sursis, ou seja, é necessário
também que seja o condenado reincidente em crime doloso para que ele não tenha direito à suspensão
da pena privativa de liberdade. Portanto, se o réu sofrer uma condenação anterior por crime culposo e
posteriormente venha a ser condenado por um crime doloso, este fato não impede a concessão do Sursis
porque ele seria simplesmente reincidente, no entanto se ele já tiver sido condenado por um crime
doloso e posterior cometer novo crime doloso, aí ele será considerado reincidente por crime doloso e
não terá direito ao Sursis.
b)- PROGNOSE DE NÃO VOLTAR A DELINQÜIR - Quando da sentença o juiz, para aferir a
possibilidade da concessão do Sursis, deve levar em conta as circunstâncias judiciais previstas no Art.
59 do CP(culpabilidade, antecedentes, conduta social, motivos e conseqüências do crime) para saber se
aquela pessoa vai ou não voltar a praticar crime, ou seja, em face daquelas circunstâncias o juiz vai
fazer uma prognose, uma previsão para o futuro para, desta forma, prevê se o Sursis vai ser cabível ao
condenado, porque tudo indica que ele não voltará a delinqüir.
PROF. MIRABETE - O Prof. Mirabete diz que há um resquicio da Teoria do Duplo Binário(há
concorrência entre Medida de Segurança e Pena, sendo o oposto do Duplo Binário o Sistema
Vicariante(adotado no Brasil), ou é pena ou é medida de segurança). Mirabete sustenta que para a
concessão do Sursis o juiz deve verificar se há ausência de periculosidade por parte do condenado, ou
seja, se o réu é perigoso não há suspensão da pena e se não é perigoso terá direito ao Sursis. Esta tese,
não obstante ser, em sentido lato(genérico) correta, ou seja, o Sursis é concedido ou não se o condenado
é perigoso ou não para a sociedade, a expressão periculosidade é equívoca(tem mais de um sentido).
Em Direito Penal, sempre que é utilizada a expressão periculosidade foge-se da Pena, porque Pena é
destinada à pessoa culpavél(reconhecida a culpabilidade) e não periculosidade; periculosidade é tratada
com Medida de Segurança, por isso tenta-se evitar a expressão periculosidade quando se fala em Pena,
qualquer que seja delas(privativa de liberdade, restritiva de direitos, multa), ou seja, se o réu é perigoso
ele tem Medida de Segurança e quando se fala em pena ele tem Culpabilidade, reprovabilidade da
conduta, levando-se em conta, evidentemente, as circunstâncias judiciais(Art. 59, CP). Por isso é mais
correto se falar em prognose de não voltar a delinqüir e não periculosidade(no sentido de voltar a
delinqüir).
ESPÉCIES DE SURSIS
1)- SURSIS SIMPLES(ART. 78, § 1º, CP) - É a regra. Significa que no primeiro ano do período de
prova, deverá o sentenciado prestar serviço para a comunidade ou limitação de fim de semana.
2)- SURSIS ESPECIAL(ART.78, 2º, CP) - No Sursis Especial o condenado não terá a obrigação de
no primeiro ano do período de prova ter que prestar serviço à comunidade ou ter limitação de fim de
semana; a exigência para aquele que recebe o Sursis Especial é não se ausentar da Comarca sem
autorização do juízo; proibição de freqüentar determinados lugares; e comparecimento mensal em juízo
para informar suas atividades. Constitui a exceção, porque para a sua concessão, além de todos os
demais requisitos(objetivos e subjetivos), são necessários mais dois requisitos, que são:
a)- REPARAÇÃO DO DANO OU NÃO TENHA FEITO POR MOTIVO JUSTIFICÁVEL - Para
a concessão do Sursis Especial, além dos demais requisitos o condenado terá que ter reparado o dano
ou, não o fazendo, que tenha justificado(ex.: não houve dano efetivo, a vítima não quis, é pobre, etc.),
do contrário ele terá o Sursis Simples e não o Especial;
83
AULA 3/3(08/08/06)
- A REGRA( ART.. 77, CAPU, CP) - A regra é que sendo a pena privativa de liberdade aplicada igual
ou inferior a 2 anos, o período de prova é de 2 a 4 anos(Art. 77, caput, CP), mas existem as seguintes
exceções:
- NO SURSIS ETÁRIO(ART. 77, § 2º, CP) - Sendo a pena restritiva de liberdade aplicada igual ou
inferior a 4 anos e o sentenciado tendo mais de 70 anos de idade na data da sentença definitiva, o
período de prova será de 4 a 6 anos.
- NO SURSIS HUMANITÁRIO(ART. 77, § 2º, CP) - Sendo a pena restritiva de liberdade aplicada
igual ou inferior a 4 anos e o sentenciado acometido por doença grave, o período de prova será de 4 a 6
anos;
- NOS CRIMES DE IMPRENSA(ART. 72, LEI 5250/67) - Sendo a pena privativa de liberdade
aplicada igual ou inferior a 3anos, o período de prova será de 2 a 4 anos;
- NOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE(ART. 16, LEI 9605/98 - Sendo a pena privativa de
liberdade aplicada igual ou inferior a 3 anos, o período de prova será de 2 a 4 anos.
1)- A NATUREZA DO CRIME - O juiz deve levar em consideração se foi crime praticado com
violência ou grave ameaça à pessoa, se o crime teve graves conseqüências para a vítima, se o crime teve
grandes repercussões, etc.;
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3)- A ITENSIDADE DA PENA - Se a pena foi aplicada no máximo possível para a concessão do
Sursis(ex.: 2 anos de Reclusão em regime fechado), ou seja, o juiz pode entender que se a pena aplicada
já foi uma pena no limite da possibilidade do Sursis, o mais adequado é um período de prova maior,
como, por exemplo, um período de prova de 4 anos a fim de que o condenado possa ser observado por
um período maior;
a)- NO SURSIS SIMPLES(ART. 78, § 1º, CP)- É a regra. Preenchidos os requisitos do Art. 77, as
condições para concessão do Sursis Simples são as seguintes:
b)- NO SURSIS ESPECIAL(ART. 78, § 2º, CP) - É a exceção. Preenchidos os requisitos do Art. 77,
além de ter o condenado feito a reparação do dano e todas as circunstâncias judiciais lhe serem
favoráveis, as condições para a concessão do Sursis Especial são as seguintes:
OBS: As condições do Sursis Especial são substitutivas das condições do Sursis Simples, ou seja, não
se admite que o juiz fixe o Sursis Simples com a prestação de serviços à comunidade ou a limitação
de fim de semana cumuladas com as condições do Sursis Especial(ou será uma ou será outra, não
pode aplicar as duas), isto porque as condições do Sursis Especial são substitutivas daquelas do
Sursis Simples, ela é mais benevolente porque houve a reparação do dano e todas as circunstâncias
judiciais são favoráveis ao condenado.
2)- CONDIÇÕES JUDICIAIS(ART. 79, CP) - Significa que o juiz, quando fixa o período de prova e
as condições do Sursis, além destas condições obrigatórias ele pode(é uma faculdade do juiz, não é
obrigação) fixar outras condições que entenda adequadas para a pessoa do condenado, a fim de que haja
uma resposta penal mais eficiente e a possibilidade de um melhor acompanhamento daquele condenado.
Porém, tanto a doutrina e a jurisprudência vedam a imposição de condições que sejam:
- Ociosas - São aquelas condições inúteis, cuja obrigatoriedade já é prevista por lei(ex.: pagamento das
custas do processo; obrigação de reparar o dano; não conduzir veículo embriagado; não portar arma,
etc.);
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- Vexatórias - São aquelas que humilham o sentenciado, ressaltando-se que a condição pessoal do
condenado é relevante para verificação do caráter vexatório da condição imposta(ex.: determinar que
um médico preste serviço de faxina no hospital; determinar que um advogado fique na porta do fórum
distribuindo folhetos de bom comportamento, etc.);
1)- RENÚNCIA AO SURSIS - Como direito público subjetivo do condenado, o Sursis pode por ele
ser renunciado quando da Audiência Admonitória, por isso, sob pena de nulidade, o condenado tem que
ser intimado(após a sentença definitiva) da Audiência Admonitória e não sendo encontrado deve ser
intimado por edital com prazo de 20 dias.;
2)- COISA JULGADA - A sentença que concede o Sursis faz coisa julgada material, ou seja, se o juiz
conceder o Sursis erroneamente(ex.: concedeu o sursis para o condenado a pena de 2 anos e 4 meses),
após transitado em julgado a sentença para a acusação, não poderá haver cassação do Sursis(em recurso
exclusivo da defesa não pode prejudicar o réu). O que acontece é que o Art. 158, § 2º da Lei 7210/84 -
Lei de Execução Penal prevê a possibilidade da modificação das condições ou até mesmo a revogação
do Sursis pelo juiz da execução da pena havendo alteração da situação do condenado após a concessão
do direito, é a chamada Cláusula "Rebus Sic Stantibus"(ex.: Durante o período de prova o réu foi
condenado por um crime culposo. Esta nova condenação pode fazer com que o juiz aumente o período
de prova, ou até mesmo revogue o Sursis).É importante ser ressaltado que no caso de alteração das
condições ou revogação do Sursis o condenado terá que ser intimado para o contraditório.
REVOGAÇÃO DO SURSIS
Sendo o Sursis a suspensão condicional da pena, evidentemente ele poderá ser suspenso caso as
condições impostas sejam descumpridas. São as seguintes as formas de suspensão:
1)- REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA(ART. 81, I A III DO CP) - Não há discricionariedade por parte
do juiz, ou seja, sendo descumpridas as condições impostas, o Sursis obrigatoriamente terá que ser
revogado pelo juiz.
2)- REVOGAÇÃO FACULTATIVA(ART. 81, § 1º. CP)- É aquela em que o juiz age com
discricionariedade, ou seja, aplicando a previsão legal ele revoga ou não o Sursis de acordo com o que
ele entender seja conveniente para a situação do condenado.
I)- Se o sentenciado for condenado definitivamente por crime doloso ou preter doloroso(dolo no
antecedente e culpa no conseqüente), pouco importando a data do cometimento do crime, o que importa
é que ele seja condenado definitivamente dentro do período de prova(Art. 81, I, CP);
II)- Frustra, embora solvente, a execução da pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a
reparação do dano - Trata-se de multa aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade
suspensa. O simples não pagamento da multa não revoga automaticamente o Sursis, é preciso que haja
um processo de execução da multa;
III)- Descumprimento das condições do Sursis simples, que é a prestação de serviços à comunidade ou
limitação de fim de semana(Art. 78, § 1º, CP).
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OBSERVAÇÕES SOBRE CAUSAS DE REVOGAÇÃO
AULA 4/3(14/08/06)
- Prorrogar o período de prova - No entanto, o período de prova não pode ser prorrogado para além
do máximo fixado na lei(ex.: se o prazo do período de prova é 4 anos, não pode o juiz prorrogar para 5
anos);
- Modificar as condições do Sursis - Por exemplo, na sentença o juiz fixou as condições do Sursis
Especial(comparecer mensalmente em juízo, não se ausentar da comarca sem autorização do juiz, não
freqüentar determinados lugares). Durante o período de prova o sentenciado cometeu fato que
determina a revogação facultativa do Sursis; nesse caso o juiz pode, por exemplo, decidir não revogar o
Sursis, mas sim estabelecer que o condenado preste serviços no primeiro ano do período de
prova(modificar as condições do sursis).
- O juiz pode nada fazer - Segundo o Prof. Flávio Augusto Monteiro de Barros, na hipótese de
revogação facultativa o juiz pode entender que a forma com que o Sursis vinha sendo cumprido deve
ser mantida.
1)- DEIXAR DE CUMPRIR QUALQUER DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS(ART. 81, § 1º, CP) -
As condições podem ser as Obrigações(legais) e as Facultativas(judiciais), Portanto, será causa de
revogação facultativa do Sursis o descumprimento de qualquer das condições impostas. Porém, o
descumprimento de condição legal do Sursis Simples é causa de Revogação Obrigatória, então, as
condições que determinam a revogação facultativa são as Condições Legais do Sursis
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Especial(comparecer mensalmente em juízo, não se ausentar da comarca sem autorização do juiz e não
freqüentar determinados lugares) ou as condições judiciais judiciais(aquelas que o juiz etenda
adequadas para o sentenciado), ou seja, o descumprrmento do Sursis Simples(condição legal)
determina a revogação obrigatória. Portanto, quando se fala em descumprimento de qualquer das
condições, está se falando das condições Legais do Sursis Especial (Art. 78, § 2º, CP) e das condições
Judiciais(Art. 79, CP);
EXEMPLO
João foi condenado por crime de furto e obteve o Sursis por 2 anos. Após 1 ano e 9 meses do início do
cumprimento do Sursis João praticou um crime de tráfico de entorpecente(equiparado a hediondo) e foi
instaurado inquérito policial sendo decretada a prisão preventiva de João. Mesmo tendo sido instaurado
inquérito policial e decretada a prisão preventiva, não pode haver prorrogação do período de prova
porque ainda não há processo.
EXEMPLO
Durante o período de prova o sentenciado foi condenado definitivamente por crime culposo e teve uma
pena restritiva de direito. O juiz não profere qualquer decisão no decorrer do período de prova, deixa o
tempo passar. Decorridos os 2 anos do período de prova o juiz não pode determinar a revogação ou a
prorrogação porque já transcorreu o período de prova. Diferentemente da situação em que o sentenciado
está sendo processado por outro crime ou contravenção em que a prorrogação é automática.
SURSIS SUCESSIVO
É aquele que ocorre quando o agente, após a extinção do Sursis anterior, venha a ser favorecido por
novo Sursis. Isto pode ocorrer quando o sujeito, depois de cumprir a suspensão anterior, sofre nova
condenação definitiva por crime culposo ou contravenção penal. Não sendo reincidente em crime
doloso, nada impede a concessão de novo Sursis. O sentenciado foi favorecido com uma suspensão
condicional da pena, cumpriu aquela suspensão e após a suspensão da pena foi condenado por um crime
culposo ou contravenção penal. Nesta hipótese o sentenciado terá direito a um novo Sursis.Reincidente
por crime doloso não admite novo Sursis, salvo se a condenação anterior foi a pena de multa(mas aí não
houve Sursis anterior).
SURSIS SIMULTÂNEO
Trata-se da hipótese em que dois Sursis são cumpridos ao mesmo tempo. Esta situação é admissível
quando durante o período de prova o sujeito sofre nova condenação por crime culposo ou contravenção
penal. Não sendo reincidente em crime doloso admissível será a concessão de novo Sursis e tratando-se
de hipótese de Revogação Facultativa, poderá o juiz da execução penal deixar de revogar o primeiro
Sursis, mantendo ambos.
89
É POSSÍVEL A PESSOA TER UM SURSIS E DEPOIS DE NOVA CONDENAÇÃO TER
OUTRO SURSIS?
Sim, é possível o Sursis Sucessivo na hipótese de o sentenciado sofrer nova condenação por crime
culposo ou contravenção penal
AULA 5/3(15/08/06)
90
REQUISITOS(PRESSUPOSTOS) DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
a)- NATUREZA E QUANTIDADE DA PENA - Este requisito diz respeito à natureza e quantidade
da pena:
- Quantidade da Pena - Só é possível Livramento Condicional para pena privativa de liberdade for
igual ou superior a 2 anos(para penas inferiores, o Sursis é o instrumento utilizado).
- Admite-se a soma das penas para alcançar o limite de 2 anos(ex.: o réu tem uma condenação de 1
anos e três meses e uma outra condenação de 1 ano);
- Pena inferior a 2 anos na qual não é admitida Sursis, é possível a concessão do Livramento
Condicional - A doutrina e na jurisprudência fixaram entendimento que nesta hipótese é possível a
concessão do Livramento Condicional, ainda que a pena seja inferior a 2 anos, isto porque seria ilógico
privar aquele que teve uma pena menor de ser beneficiado de qualquer um dos institutos. Exemplo:
Pessoa condenada a pena de 1ano e 11 meses e é reincidente em crime doloso. Em regra não terá direito
ao Sursis porque é reincidente em crime doloso e nem teria direito ao Livramento Condicional porque a
pena é inferior a 2 anos, mas a doutrina e jurisprudência firmaram entendimento que neste caso é
possível o Livramento condicional).
91
REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO
Terá que cumprir mais da metade da pena.
EXEMPLO 1
PESSOA FOI CONDENADA DEFINITIVAMENTE POR ROUBO A PENA DE 6 ANOS E
POSTERIORMENTE É CONDENADO POR TRÁFICO DE DROGAS A PENA DE 3 ANOS.
QUANTO TEMPO DA PENA TERÁ QUE SER CUMPRIDO PARA TER DIREITO AO
LIVRAMENTO CONDICIONAL?
Terá que cumprir mais da metade da pena do crime de roubo e 2/3 da pena do crime de tráfico de
drogas, ou seja, terá que cumprir mais de 5 anos para ter direito ao Livramento Condicional.
EXEMPLO 2
PESSOA FOI CONDENADA DEFINITIVAMENTE POR CRIME DE TORTURA A PENA DE
6 ANOS E POSTERIORMENTE É CONDENADO POR TRÁFECO DE DROGAS A PENA DE
3 ANOS. QUANTO TEMPO DA PENA TERÁ QUE SER CUMPRIDO PARA TER DIREITO
AO LIVRAMENTO CONDICIONAL?
Por tratar-se de reincidência específica em crime hediondo e equiparado, o condenado não terá direito
ao Livramento Condicional.
OBS.: O tempo de Remição da pena(cada 3 dias de trabalho, reduz um dia da pena)e de Detração
penal(tempo de prisão processual) é computado como pena cumprida, sendo levado em consideração
para concessão do Livramento Condicional(ex.: se a pessoa ficou presa provisoriamente durante 6
meses, estes 6 meses serão considerados como pena cumprida para efeito de concessão do
Livramento Condicional).
c)- REPARAÇÃO DO DANO, SE POSSÍVEL - Ao postular o Livramento Condicional não basta que
o sentenciado demonstre que não há ação de execução em relação ao dano decorrente do crime, é
necessário que ele prove que o dano foi reparado, salvo se não for possível esta reparação. A
impossibilidade pode decorrer de vários fatores, como, por exemplo, a vítima tomou rumo ignorado, ou
a vitima está exigido um valor desproporcional ao dano, etc.
2)- REQUISITOS SUBJETIVOS(ART. 83, CP) - São requisitos exigidos para a concessão do
Livramento Condicional:
- PROF. DAMÁSIO - Defende que mesmo aquele que tem maus antecedentes deverá cumprir mais de
1/3 da pena, porque por falta de previsão legal não se admite uma interpretação prejudicial ao
sentenciado;
92
- PROF. FERNANDO CAPEZ - Defende que a metade da pena é muito, mas também 1/3 é pouco,
portanto o sentenciado deverá cumprir um tempo intermediário de pelo menos 2/5 da pena.
- Alguns defendem que o juiz deve aferir este requisito através dos elementos constantes no processo de
execução penal;
- Outros defendem que é necessário que o sentenciado seja submetido ao exame criminológico.
A questão é bastante controvertida, alguns juizes exigem o exame criminológico e outros não exigem.
A solução mais correta é a de que o exame criminológico constitui faculdade judicial, ou seja,
entendendo o juiz ser recomendado para melhor análise da situação do sentenciado, poderá ele
determinar a realização do exame. Isto porque nossa sistemática processual penal, em face do que
preceitua o Art. 156 do CPP, confere a iniciativa de provas complementares ou supletivas ao juiz.
93
PROCEDIMENTO PARA SER POSTULADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL(ART. 712,
CPP)
O Livramento Condicional é postulado através de Petição assinada por quem tem capacidade
postulatória(Advogado), instruído com os documentos que demonstrem estarem presentes os requisitos
Objetivos e Subjetivos, portanto, deve haver prova do total da pena; prova do quanto cumpriu da pena;
prova de reparação do dano, se houver possibilidade. Antes de o juiz decidir é indispensável que sejam
intimados o Ministério Público e o Conselho Penitenciário(se não foi ele quem deu início ao pedido)
para se manifestarem, se quiserem. Os pareceres do MP e do Conselho Penitenciário não vinculam o
juiz, porém, a ausência deles é causa de nulidade absoluta do processo. Estando presentes todos os
requisitos para o Livramento Condicional, este é deferido e o juiz designa a Audiência Admonitória
para advertência do liberado, bem como para serem esclarecidas as condições e as causas de revogação
do Livramento Condicional. A partir da aceitação por parte do sentenciado é que começa a correr o
período de prova que será pelo restante da pena. Se não for concedido o Livramento condicional ou MP
não se conformar com a concessão o Recurso cabível é o Agravo de Execução, que não tem efeito
suspensivo, o efeito é devolutivo(a sentenciado sai mesmo que haja recurso).
- A legitimidade para postular o Livramento Condicional(quem pode pedir) é das seguintes pessoas:
a)- O sentenciado;
AULA 6/3(23/08/06)
- Sentenciado;
- Cônjuge(ou convivente);
- Qualquer parente ;
- Conselho Penitenciário
94
CONDIÇÕES DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
a)- Obter ocupação lícita dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho, ou seja, a deficiência
física não impede o Livramento Condicional;
b)- Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação, a fim de possibilitar ao juiz um acompanhamento
mais próximo do liberado;
c)- Não mudar do território da comarca do juízo da execução(não é da cidade, mas sim de todo o
território abrangido pela comarca), sem prévia autorização deste, a fim de limitar o espaço territorial em
que o sentenciado pode cumprir a Liberdade Condicional.
2)- CONDIÇÕES JUDICIAIS(FACULTATIVAS) - São aquelas previstas no Art. 132 da LEP, ficam
a critério do juiz aplica-las ou não, levando em consideração a conveniência em razões do crime e em
razão da pessoa condenada, a fim de que o liberado seja melhor observado e haja uma maior garantia
para a sociedade. São Condições Judiciais(rol exemplificativo):
OBS. Da mesma forma das condições do Sursis, não podem ser impostas para o Livramento
Condicional, condições vexatórias, ociosas ou inconstitucionais.
a)- Se o liberado for definitivamente condenado à pena privativa de liberdade por crime(doloso
ou culposo)cometido durante o período de prova;
- Não se computa na pena o tempo em que o sentenciado esteve solto, ou seja, ele perde todo o
período em que ficou em Livramento Condicional(ex.: o sentenciado tinha um período de prova de 5
anos. Passados 3 anos ele comete um novo crime pelo qual é condenado definitivamente faltando um
mês para terminar o período de prova. Nesse caso, ele voltará para a prisão e terá que cumprir os 5
anos);
95
- Não se concederá, em relação à mesma pena, novo Livramento Condicional, ou seja, sobre aquela
pela que o sentenciado estava cumprindo Livramento Condicional não será concedido um novo período
de prova. O que pode ocorrer é aquela antiga pena ser cumprida e depois disso o condenado postular
Livramento Condicional para a nova pena.
b)- Se o liberado for condenado definitivamente à pena privativa de liberdade por crime(doloso
ou culposo)cometido antes do período de prova.
- O cometimento do crime e a instauração do processo não autorizam a revogação, porém, a lei autoriza
a suspensão do Livramento Condicional(é faculdade de juiz de forma fundamentada), ficando a
revogação dependendo da decisão final do processo(Art. 145, lei 7210/94 - LEP);
- Como a lei se refere apenas a crime, não dizendo se é por crime doloso ou culposo, se o sentenciado
for condenado definitivamente por crime culposo à pena privativa de liberdade, mesmo assim a
revogação ocorre, ou seja, pouco importa se o crime é culposo ou doloso, o que importa é ser crime;
- Não é possível a revogação do Livramento Condicional quando o crime for cometido após o término
do período de prova, ainda que não haja sentença declarando extinta a pena(ex.: Depois de ter cumprido
o período de prova e o juiz ainda não ter declarado extinta a pena o sentenciado cometeu um crime
doloso. Nesse caso, o juiz não pode deixar de declarar a pena extinta, isto porque a sentença de extinção
de pena é declaratória).
2)- REVOGAÇÃO FACULTATIVA(ART. 87, CP) - E aquela em que o juiz pode ou não manter o
Livramento Condicional. Segundo interpretação do Prof. Mirabete, o Art. 140 da LEP dispõe que, em
qualquer das hipóteses de Revogação Facultativa, o juiz tem as seguintes opções:
a)- Quando o liberado deixar de cumprir qualquer das condições constantes na sentença
concessiva, pouco importando que sejam condições obrigatórias(legais) ou facultativas(judiciais);
96
- Não se concederá novo Livramento Condicional sobre a mesma pena;
b)- Quando o liberado é definitivamente condenado por crime ou contravenção penal a pena que
não seja privativa de liberdade(multa ou pena restritiva de direitos). Portanto, se o liberado foi
condenado por crime ou contravenção penal a pena de multa ou a pena restritiva de direito, será
possível a revogação facultativa.
- É possível novo livramento condicional pelo restante da pena unificada, ou seja, poderá ser mantido o
Livramento Condicional quando unificada a pena.
OBS.: Da forma em que estavam colocados os efeitos da causa de revogação no caso de condenação
por crime ou contravenção à pena que não seja restritiva de liberdade, não tinha sentido(foi alterado
o resumo). Na verdade trata-se de condenação definitiva por crime ou contravenção cometidos
durante o período de prova e condenação definitiva por crime ou contravenção cometidos antes do
período de prova, o que, alías, considerando-se os efeitos da revogação obrigatória, é o lógico.
AULA 7/3(28/08/06)
97
PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA NO LIVRAMENTO CONDICIONAL(ART. 89,
CP)
É a hipótese em que o sentenciado, praticando um crime durante o cumprindo da pena em liberdade
condicional, terá o período de prova prorrogado, estendido, não persistindo(durante a prrrogação),
porém, as condições do livramento condicional. A prorrogação dura até o trânsito em julgado da
sentença referente ao processo que ensejou a prorrogação.
- Estrangeiro em situação irregular no país, isto porque o estrangeiro irregular não pode trabalhar no
Brasil e como uma das condições para a concessão do livramento condicional é ter o condenado
condições de conseguir ocupação lícita em prazo razoável para a sua subsistência, evidentemente não
há como ser concedido o livramento condicional;
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
A sentença penal condenatória possui dois efeitos:
b)- DE NATUREZA EXTRA PENAL - São aqueles de natureza diversa da penal, ou seja, não
cominam uma pena. Os efeitos secundários de natureza extra penais estão previsto n o CP e nas leis
extravagantes(ex.: Código de Trânsito, Lei de Tóxicos, etc.). São os efeitos extra penais previstos no
Código Penal que serão estudados no decorrer do Curso.
98
- Natureza Administrativa(ex.: condenação de perda do cargo público, perda da carteira de
habilitação, etc.).
- Natureza Trabalhista(ex.: o empregado pode ser dispensado por justa causa se tiver uma condenação
penal).
- Natureza Política(ex.: com a condenação, enquanto não for extinta apena ficam suspensos os direitos
políticos).
a)- EFEITOS SECUNDÁRIOS GENÉRICOS - São aqueles que decorrem de qualquer sentença
penal condenatória e não precisam ser expressamente declarados na sentença, ou seja, são efeitos
automáticos de toda e qualquer condenação penal(ex.: a condenação pura e simples já determina a
reparação do dano, a perda dos instrumentos utilizados na prática do crime, etc.; o juiz não precisa
expressamente declarar os efeitos na sentença, eles já decorrem de lei).
b)- EFEITOS SECUNDÁRIOS ESPECÍFICOS - São aqueles que decorrem de condenação criminal
pela prática de determinados crimes e em situações específicas devendo ser motivadamente declarados
na sentença condenatória(ex.: Perda da função pública. O juiz só pode aplicar este efeito na sentença
condenatória na hipótese de determinado crime e em determinadas situações específicas; a perda do
poder familiar só pode ocorrer quando o agente praticar crime doloso contra filho, tutelado e curatelado
e a pena seja de reclusão, etc.).
c)- FAZ CERTA A OBRIGAÇÃO DE REPARAÇÃO DO DANO(ART. 63, CPP) - Significa que a
sentença condenatória dá a certeza necessária para a execução, não havendo necessidade de ação de
conhecimento;
99
b)- NO CASO DE SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DA TRANSAÇÃO PENAL(ART. 76, LEI
9099/050), EXISTE O DEVER DE REPARAÇÃO DO DANO?
A sentença da transação penal não faz certa a obrigação de reparação do dano, porque ela não é
sentença condenatória, mas sim homologatória(não discute mérito e não gera reincidência). O Prof.
Mirabete classifica como sentença condenatória imprópria, mas a maioria da doutrina entende tratar-se
de sentença homologatória;
100
a)- Se a sentença absolutória for em razão de insuficiência de provas - Nesse caso não faz coisa
julgada no cível, portanto é possível que o ofendido ingresse com ação cível de reparação do dano, até
porque no cível pode ser que haja provas que sejam suficientes para ser julgada procedente a ação.
b)- Se a sentença absolutória for em razão do fato não constituir crime(Art. 386, CPC) - Nesse
caso não faz coisa julgada no cível, portanto é possível o ofendido ingressar com ação cível de
reparação do dano, até porque pode não ser ilícito penal mas pode ser ilícito civil.
a)- Se a sentença absolutória for em razão da inexistência do fato(Art.. 66, CPP) - Faz coisa
julgada no cível, ou seja, nesse caso não é possível que o ofendido ingresse com ação civil de reparação
do dano.
b)- Se a sentença absolutória for em razão do réu não ter sido o autor do fato(Art. 935, CC) - Faz
coisa julgada no cível não sendo o réu o autor do fato, portanto, não pode o ofendido ingressar com
ação civil de reparação do dano.
c)- Quando o réu por absolvido por excludente de ilicitude(legítima defesa, estado de necessidade,
estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito) - Arts. 188, I e II, CC e 65, CPP
- A absolvição por excludente de ilicitude, em regra faz coisa julgada no cível, portanto se o réu agiu
amparado por uma excludente de ilicitude a vítima não pode ingressar com ação cível de reparação do
dano. Em relação a essa hipótese há duas exceções:
- Se a pessoa lesada ou o dono da coisa, no caso da hipótese de estado de necessidade, não foi
culpada pelo perigo(não deu causa à situação de perigo) terá direito à reparação do dano - Nesse
caso, mesmo tendo agido em estado de necessidade e sendo absolvido em razão de excludente de
ilicitude o agente terá que reparar o dano, podendo, no entanto, se voltar regressivamente contra aquele
que efetivamente deu causa à situação de perigo, a fim de obter o ressarcimento. Exemplo: João teve a
roupa incendiada num acidente provocado por Manoel. Desesperado para apagar o fogo João pega um
aquário contendo um valioso peixe pertencente a José e utiliza toda a água provocando a morte do
peixe. João agiu em estado de necessidade e será absolvido, porém, terá a obrigação de reparar o dano
sofrido por José(indenizar pela morte do peixe), podendo exigir o ressarcimento por parte de
Manoel(que deu causa ao perigo)através de ação regressiva.
- Se em legítima defesa, por erro na execução ou "aberratio criminis" a pessoa causar dano a um
terceiro será absolvida, mas terá a obrigação de reparar o dano e ingressar com ação regressiva
contra o agressor. Exemplo:"A", defendendo-se de agressão atual, iminente e injusta de "B", desfere
dois tiros. Um tiro acerta o agressor("B") e o segundo tiro acerta e causa lesão em "C". Apesar de"A"
ter agido em legítima defesa e ser absolvido em razão disso, terá a obrigação de reparar o dano sofrido
por "C", mas através de ação regressiva poderá exigir o ressarcimento por parte de "B"(agressor).
101
EXEMPLO DA EXCEÇÃO EM CASO DE LEGÍTIMA DEFESA
"Tício" agride injustamente "Mévio". Este em legítima defesa atira contra "Tício" vindo a matar "Caio".
Processado, "Mévio" é absolvido em face da legítima defesa real. Os herdeiros de "Caio" podem
exercer a ação civil de reparação do dano com relação à "Mévio", isto porque a agressão em relação a
ele não foi perpetrada por "Caio", assim , apesar do crime ser considerado justificável(lícito) deverá
"Mévio" reparar o dano, ficando, contudo, com direito regressivo contra o autor da injusta
agressão(Tício).
OBSERVAÇÕES
a)- Tenham destinação específica para a prática do crime(ex.: uma máquina de falsificar moeda;
arma de uso exclusivo das forças armadas, etc.).
b)- Aqueles de uso e alienação ilícita(não podem ser usados sem autorização legal). Exemplo: arma
de fogo sem autorização para porte, entorpecentes, etc.
102
SENTENCIADO CONDENADO DEFINITIVAMENTE EM RAZÃO DE CONTRAVENÇÃO
PENAL, TENDO UTILIZADO NA PRÁTICA DA CONTRAVENÇÃO OBJETO DE USO
REGULAMENTADO(NECESSITAVA DE AUTORIZAÇÃO), PERDERÁ O OBJETO EM
FAVOR DA UNIÃO COMO EFEITO SECUNDÁRIO DA SETENÇA CONDENATÓRIA?
A maioria da doutrina entende que não, porque a lei só fala em instrumentos para a prática de crime não
sendo possível interpretação extensiva para atingir as contravenções penais, embora haja decisões
jurisprudenciais contrárias à maioria da doutrina.
c)- O produto do crime ou qualquer bem ou valor constitua proveito do crime, ressalvados
direitos do lesado e terceiros de boa-fé. Não havendo lesado direto ou terceiro de boa-fé o confisco
será em favor da União.
PRODUTO DIRETO - É o próprio objeto(ex.: no caso de furto de uma jóia o produto direto é a jóia;
no caso de desfalque em um banco o produto diureto é o dinheiro obtido com o desfalque, etc.).
OBS.: No caso de lucro extraordinário parte da doutrina entende que não haverá a perda do produto
indireto do crime. Ex.: com dinheiro obtido com a venda de um objeto furtado alguém joga e ganha
na loteria, nesse caso, o prêmio da loteria não será confiscado.
AULA 9/3(05/09/06)
CONFISCO(CONTINIAÇÃO)
3)- SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS(ART. 15, III, CF) - Ou efeito extra penal genêrico
é a suspensão dos direitos políticos daquele condenado definitivamente por crime, pouco importando o
103
tipo de pena(se multa, de pena restritiva de liberade, etc.). A suspensão perdura até ser a pena cumprida
ou extinta por qualquer outra causa.
1)- PERDA DO CARGO, FUNÇÃO PÚBLICA OU MANDATO ELETIVO - Este efeito extra
penal ocorre quando a pena aplicada for igual ou maior a 1 ano por crimes praticados com abuso de
poder e violação de dever com a administração publica.
- Declaração expressa e motivada na sentença(Art. 92, § único, CP) - Somente haverá a perda do cargo,
função pública ou mandato eletivo se houver expressa e motivada previsão na sentença condenatória;
OBSERVAÇÕES
104
- DIFERENÇA ENTRE A PERDA MANDATO ELETIVO E A SUSPENSÃO DOS DIREITOS
POLÍTICOS - A suspensão dos direitos políticos dura pelo tempo correspondente à pena, ou seja,
cumprida ou extinta a pena, voltam os direitos políticos, Já a perda do mandato eletivo é definitiva,
salvo se for eleito em nova eleição.
- DEPUTADOS FEDERAIS E SENADORES(ART. 55, VI, º 2º, CF) - Perdem o mandato eletivo
com uma simples condenação criminal, independente do crime ou da pena, porém, a perda do mandato
somente ocorre por decisão da respectiva casa legiuslativa, apenas ter ocorrido a condenação não
causa a perda automática do madato, isto para que não haja interferência de um poder em outro poder.
- PERDA DA FUNÇÃO "IN GENERE" - Significa que o funcionáro público que é condenado pela
prática de crime perde o cargo ou função que efetivamente tem na adminstração pública ("função
ingenere") e não apenas o cargo que eventualmente tinha quando praticou o crime, ou seja, o
funcionário é excluído da adminstração pública.
REQUISITOS
a)- Condenação definitiva por crime doloso de qualquer natureza sujeito à pena de reclusão(pena
cominada, e não a aplicada);
c)- Declaração expressa na sentença(não é automático) devidamente motivada com demonstração dos
elementos objetiovos e subjetivos indicadores de incompatibiliodade com o exercício do poder familiar,
tutela e curatela.
REQUISITOS
105
c)- Declaração expressa e motivada na sentença com menção aos elementos objetivos e subjetivos
indicadores da conveniência da aplicação da medida.
REABILITAÇÃO
É a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas ao sentenciado, que
assegura o sigilo da condenação, sendo causa de suspensão condicional dos efeitos secundários
específicos da condenação com as restrições legais.É uma medida de política criminal, isto porque visa
a ressocialização do sentenciado, além de ter razões humanitárias(Prof. Zaffaroni).
FINALIDADES DA REABILITAÇÃO
- Restaurar os direitos atingidos pelo efeito secundário específico da condenação, salvo as vedações
expressas em lei(ex.: o Art. 94, do CP, dispõe que não é possível a pessoa que perdeu o cargo público
recuperá-lo através da Reabilitação).
- O sigilo com finalidade de reabilitação é inócuo, porque a própria lei já o faz(Art. 202, LEP e Art. 20,
§ único, CPP), isto é, não é mais necessária a reabilitação para o sigiulo ser alcançado, pois a própria lei
já o determina;
- O sigilo não é absoluto, porque para fins criminais(instrução de processo) as informações podem ser
divulgadas;
- Com a reabilitação não é possível a pessoa voltar à situação anterior, não pode retornar à cargo,
função ou mandado eletivo(Art. 92, I, CP) e nem recupera o poder familar, tutela e curatela com relação
à vítima do crime.
AULA 11/3(12/09/06)
106
PRESSUPOSTO PARA A REABILITAÇÃO
Que haja sentença condenatória definitiva, isto porque, por exemplo, não é possível reabilitação de
sentença absolutória, de arquivamento de inquérito policial, de causa extintiva da punibilidade.
Portanto, só é possível reabilitação quando houver uma sentença condenatória definitiva,
independentemente do tipo de pena.
1)- Decurso de dois anos da extinção da pena, contados a partir do cumprimento, ou da audiência
admonitória nos casos de sursis ou livramento condicional;
EXEMPLO 1
No caso de pena de Multa o período de 2 anos é contado a partir do pagamento.
EXEMPLO 2
Se o período de prova do sursis ou do livramento condicional for superior a 2 anos não será possível a
Reabilitação, porque a pena ainda não foi extinta.
EXEMPLO 3
Se o sentenciado for condenado em mais de um crime e tenha ocorrido a extinção de apenas uma pena,
a Reabilitação em relação àquela pena cumprida não será possível, ou seja, é preciso que tenha
decorrido o prazo de 2 anos da extinção da última pena.
2)- Demonstração(terá que provar) de bom comportamento público e privado durante o período
de 2 anos. A prova será feira através de antecedentes atualizada(para o comportamento público) e, em
se tratando de comportamento privado, através de atestado de conduta, o que pode ser feito por
empregador, vizinhos, pessoas da convivência da pessoa, etc. A demonstração do bom comportamento,
de acordo com o entendimento da doutrina, deve ser demonstrado durante todo o período entre o
cumprimento da pena e a formulação do pedido(ex.: a pena foi cumprida, mas só depois de 3 anos foi
requerida a Reabilitação. Nesse caso, o bom comportamento a ser demonstrado será referente ao períido
de 3 anos).
3)- Domicílio no país durante o prazo de carência(2 anos). A prova é feita através de vínculo
empregatício, atestado de residência, declaração de vizinhos, testemunhas, etc.Alguns autores criticam
esse requisito por entenderem que fere um preceito constitucional com o cerceamento da liberdade de ir
e vir do reabilitando, já que houve o cumprimento integral da pena.
4)- Ressarcimento do dano(corrigido) causado pelo crime, salvo absoluta impossibilidade de fazê-
lo(não só financeira) até o dia do pedido, ou renúncia comprovada da vítima, ou novação da
dívida.
Revisão Criminal - condenado, ascendentes, descentes,m cônjuge ou irmão, e pode ser após a morte do
sentenciado
Reabilitação - próprio condenado
107
personalíssimo, só pode ser postulada pelo condenado, portanto, evidentemente, não tem como ser
postulada após a morte.
- Cessa o sigilo;
- Cessa a suspensão dos efeitos específicos, ou seja, os efeitos específicos da sentença condenatória
voltam a ocorrer.
108
DIREITO PENAL II – 4º BIMESTRE – 3º ANO
AULA 1/4(27/09/06)
c)- Multa.
1)- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – Só a lei pode criar medida de segurança. Portanto, por
exemplo, não é possível medida de segurança por portaria do Secretário de Administração
Penitenciária, por Medida Provisória, etc.
AULA 2/4(09/09/06
110
cessando com o desaparecimento
da periculosidade do sujeito
Não pode ser aplicada aos
É aplicável aos Imputáveis e aos
absolutamente
Semi-Imputáveis
imputáveis(sistema vicariante)
OBS.: É importante que o operador do direito adote sempre posição de cautela ao tratar da
requisição de Incidente de Insanidade Mental(para aplicação de Medida de Segurança ao
Inimputável), isto porque às vezes é aplicada a Medida de Segurança Detentiva(que é por tempo
indeterminado), mas na realidade o agente não oferece tanto perigo, mas mesmo assim é "jogado"
em condições degradantes que é a hospitalização em hospital psiquiátrico. Portanto, muitas vezes é
mais humano e adequado não requerer a instauração do Incidente de Insanidade Mental, muitas
vezes é melhor deixar o agente ser julgado como imputável, pois assim a pena poderá ser menos
severa.
- É obrigatória quando a pena prevista for de Reclusão. Porém, não obstante a interpretação
gramatical do Código Penal, mesmo em crimes apenados com Reclusão, por força da lei
10216/01(regulamenta o tratamento psiquiátrico), a jurisprudência tem admitido a possibilidade da
aplicação de Medida de Segurança Restritiva(o agente é submetido a tratamento ambulatorial), isto
porque ciência médica tem demonstrado ser ineficaz a internação, devendo, pois, as pessoas serem
tratadas junto ao convívio familiar e social, sem que haja a internação.
- Aplicada por período indeterminado, ou seja, a sentença não fixa um prazo de duração da
Medida de Segurança, o que há é a fixação de um período mínimo e máximo(1 a 3 anos) para o
agente ser submetido a exame de cessação de periculosidade. O entendimento hoje de alguns
doutrinadores, como os Professores Zaffaroni, Luiz Flávio Gomes e Cezar Roberto Bitencout(já há
inclusive decisões liminares do STF) é no sentido de que seja fixado um prazo máximo da Medida de
Segurança correspondente ao máximo da pena privativa de liberdade prevista em abstrato para o crime
praticado pelo agente, pois este seria o limite de intervenção estatal seja a título de pena ou medida de
segurança na liberdade do indivíduo, evitando-se sanção penal de natureza perpétua que é vedada pela
Constituição Federal(Art. 5º, XLVII, "b"). Exemplo: se a pena cominada ao crime praticado for de 4 a 8
anos, o máximo da Medida de Segurança seria de 8 anos.
111
CARACTERÍSTICAS DA MEDIDA DE SEGURANÇA RESTRITIVA(QUANDO PODE SER
APLICADA)
São as mesmas da Medida de Segurança Detentiva, com a diferença de que a Restritiva é destinada aos
crimes apenados com detenção.
- É destinada aos crimes apenados Detenção. Porém, é possível a aplicação de Medida de Segurança
Detentiva(importa internação) ao agente que pratica crime apenado com Detenção, isto porque é uma
faculdade do juiz, quando tratar-se de crime apenado com detenção, aplicar a Medida de Segurança
Restritiva, ou seja, quando o juiz entende mais adequado para o agente, em face da sua periculosidade,
a aplicação de Medida de Segurança Detentiva(importa internação), mesmo a pena sendo de detenção,
possível a Medida de Segurança Detentiva.
- Aplicada por período indeterminado, ou seja, a sentença não fixa um prazo de duração da
Medida de Segurança, o que há é a fixação de um período mínimo e máximo(1 a 3 anos) para o
agente ser submetido a exame de cessação de periculosidade.
1)- Prática de fato descrito como crime - Não basta que o agente seja inimputável, é necessário que
pratique um crime, com a autoria devidamente provada e que não exista qualquer causa de exclusão de
ilicitude(ex.: um deficiente mental que agindo em legítima defesa pratica um homicídio não pode
receber Medida de Segurança).
2)- Periculosidade por parte do agente - Significa a probabilidade de o agente voltar a praticar
crime(é mais que possibilidade).
a)- Periculosidade Presumida(Arts. 26 e 97, CP) - Aquela que ocorre quando a própria lei penal
estabelece que determinado indivíduo é perigoso, assim, há uma situação de perigo presumida de forma
absoluta("juris et de jure" = presunção que não admite prova em crontáro). Entre nós, tal presunção
112
ocorre nas hipóteses de inimputabilidade(quando a Medida de Segurança é obrigatória), ou seja, se o
agente é inimputável é presumidamente perigoso.
b)- Periculosidade Real(Arts. 26, § único e 98, CP) - É aquela que ocorre quando a periculosidade
deve ser averiguada pelo juiz no caso concreto. Entre nós, verifica-se nos casos de semi-imputabilidade
onde o juiz pode substituir a pena reduzida por Medida de Segurança. Na prática, o magistrado vai se
valer da perícia médica para formação do juízo de prognose quanto à periculosidade real. Sempre deve
ser observada a individualização da pena(critério trifásico), para só depois, verificada a periculosidade
real, ser substituída a pena restritiva de liberdade por Medida de Segurança, portanto, o juiz é obrigado
a condenar o réu(aplicando o sistema trifásico), para só depois, fundamentando a periculosidade real,
substituir a pena por Medida de Segurança.
a)- PROF. MIRABETE - Entende que a Medida de Segurança aplicada ao semi-imputável recebe
tratamento idêntico à aplicada ao inimputável, ou seja, será por prazo indeterminado. É o entendimento
da maioria da jurisprudência.
AULA 3/4(10/10/06)
1)- Que a pena seja privativa de liberdade(por isso é também possível no sursis e no livramento
condicional), ou seja, não é admitida em caso de pena restritiva de direitos ou de multa;
2)- Que o agente tenha doença ou perturbação mental de caráter duradouro, permanente, que
não haja prognose de cura. Nessa hipótese, o prazo da Medida de Segurança tem duas
interpretações doutrinárias, que são:
113
a)- PROFS. MIRABETE E FERNANDO CAPEZ - É a posição predominante na jurisprudência.
Entende que, operada a conversão, o condenado passa à condição de sujeito a Medida de Segurança, de
modo que a duração desta não está subordinada à duração da pena. Portanto, aplicam-se as regras
próprias da Medida de Segurança(prazo indeterminado), ou seja, passa o agente à condição de
Inimputável. Nesse sentido, existe também jurisprudência, citada pelos referidos Professores, contidas
na RT 679/345.
b)- PROFS. CEZAR ROBERTO BITENCOUT E LUIZ FLÁVIO GOMES - Entendem que, no
caso de superveniência de doença mental, a Medida de Segurança não poderá ter duração superior ao
correspondente à pena substituída, ou seja, só pode durar pelo restante da pena e na hipótese de se
esgotar o prazo inicialmente fixado na condenação e o agente ainda não se encontrar
recuperado(persistindo a doença), deverá se sujeitar a eventual interdição no juízo cível, portanto
mantendo o tratamento médico, mas não em razão da Medida de Segurança, mas sim em razão de
interdição cível. Nesse sentido também há decisão jurisprudencial contida na Revista do STJ nº 59/401.
- Para ser iniciada a execução é necessário a existência de um título executivo(a sentença definitiva que
aplicou a Medida de Segurança). Portanto, transitado em julgado a sentença é iniciada a execução da
Medida de Segurança;
- Expedição para a vara de execução penal, pelo juízo da condenação ou da aplicação da Medida de
Segurança, de guia de internação(em caso de Medida de Segurança Detentiva), ou guia de tratamento
ambulatorial(em caso de Medida de Segurança Restritiva);
- A guia é autuada no juízo da execução com os documentos necessários, sendo iniciada, assim, a
execução da Medida de Segurança, ou seja, o agente é internado ou submetido a tratamento
ambulatorial;
- Decorrido o período mínimo(1 a 3 anos) fixado pelo juiz na sentença, o agente será submetido ao
exame de cessação de periculosidade, que determinará se a MS continua ou será suspensa.
114
- Relatório minucioso elaborado pelo diretor do estabelecimento onde estiver recebendo tratamento o
sentenciado.
AULA 4/4(16/10/06)
PUNIBILIDADE
Com a prática do crime o direito de punir do Estado que era abstrato passa a ser concreto, surgindo a
punibilidade que é a possibilidade jurídica de o Estado impor a sanção. Assim, a punibilidade não é
requisito ou elemento do crime, mas sim sua conseqüência jurídica.
115
DIFERENÇAS ENTRE CAUSAS DE EXCLUDENTES DE PUNIBILIDADE E CAUSAS DE
JUSTIFICAÇÃO(EXCLUDENTES DE ILICITUDE) E CAUSAS EXCLUDENTES DE
CULPABILIDADE
As causas de excludentes de punibilidade são sempre posteriores ao crime(ex.: morte do agente, a
prescrição, a decadência, a renúncia, o perdão do ofendido), enquanto as causas excludentes de ilicitude
e de culpabilidade ilegal, etc.) são concomitantes ou anteriores ao crime(legítima defesa, estado de
necessidade, coação moral, obediência a ordem não manifestamente ilegal).
ESCUSAS ABSOLUTÓRIA
Só é possível quando expressamente previstas em lei. São hipóteses previstas pelo legislador no Código
Penal por mera questão de política criminal(o fato continua sendo ilícito), ou seja, apesar de o fato ser
típico, antijurídico e culpável não haverá punibilidade do agente, isto por serem consideradas as
relações existentes entre o agente e a vítima. São causas que fazem com que a um fato típico e
antijurídico, mesmo presente a culpabilidade, não se associe pena alguma por razões de política
criminal e utilidade pública. São também denominadas na doutrina como Causas de Exclusão ou de
Isenção de Pena.
- Escusa Absolutória Absoluta - Quando independe da vontade da vítima, isto é, mesmo a vítima
querendo o agente não sofrerá pena(ex.: o pai que furta o filho estará isento de pena).
- Escusa Absolutória Relativa - Quando depende de representação da vítima(ex.: furto é crime de ação
penal pública, mas se for praticado por um sobrinho contra o tio, para o sobrinho ser processado
depende de Representação do tio).
- Crimes de favorecimento pessoal(ex.: quando o pai acoberta o filho que praticou um crime).
116
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE
a)- CAUSAS(ART. 107, CP) - As causas extintivas de punibilidade são previstas no Art. 107 do CP,
porém é rol meramente exemplificativos, ou seja, permite-se outras causas extintivas da punibilidade
previstas em outros Artigos do próprio Código Penal como em leis extravagantes(ex.: suspensão do
processo - Art. 89, § 5º, lei 9099/95; reparação do dano no caso de peculato culposo - Art. 312, § 3º,
CP; a retratação na audiência no caso de crime contra a honra - 522, CPP; a reparação do dano
ambiental - Art. 28, lei 9605/95).
3)- COMUNICÁVEIS - Quando aproveita a todos os agente do crime, como, por exemplo, no caso de
renúncia e perdão nos crimes de iniciativa privada, se o perdão é concedido a um dos querelados este
perdão atinge a todos, salvo se o perdoado não aceitar o perdão.
4)- INCOMUNICÁVEIS - Quando não atingem os demais participantes do fato, são causas
subjetivas(próprias da pessoa), como, a retratação do agente nos crimes contra a honra; a morte do
agente. Por exemplo, várias pessoas praticam crime de roubo ou um crime contra a honra e por isso são
denunciadas, se durante o processo um dos agentes morrer a punibilidade dos demais não será extinta.
5)- FATO JURÍDICO - A causa extintiva da punibilidade decorre de fato jurídico quando provém de
um fato natural humano. . Exemplo: a prescrição; a decadência; a morte do agente, etc., isto porque
essas causas decorrem de um fato natural(do decorrer do tempo ou da morte), ou seja, não são a
prescrição, a decadência e a morte um ato humano próprio para extinguir a punibilidade, decorrem de
um fato natural.
6)- ATO JURÍDICO - A causa extintiva da punibilidade decorre de ato jurídico quando provém de um
comportamento tendente à extinção da punibilidade, ou seja, o ato é dirigido especificamente para
atingir a extinção da punibilidade, ele não é uma decorrência natural. Exemplo: o perdão judicial; a
renúncia; o perdão do ofendido; o indulto; a anistia, etc.
117
- Anistia e "abolitio criminis" - Têm efeito "ex tunc"(retroativo) - Se a causa extintiva da
punibilidade for "abolitio criminis"(extinção do crime), haverá a extinção da punibilidade com efeito
retroativo(desaparece a sentença condenatória), assim, se o agente voltar a cometer novo crime ele será
considerado primário. Exemplo: O agente foi condenado por crime de sedução(Art. 217, CP), estando
cumprindo a pena quando a lei 11605/05 revogou o referido Artigo do Código Penal, passando a não
mais existir o crime de sedução. Nesse caso, haverá a extinção da punibilidade retroativa,
desaparecendo os efeitos penas, permanecendo apenas os efeitos cíveis.
- Demais causas - Têm efeito "ex nunc"(doravante), ou seja, se a causa extintiva da punibilidade
acontecer após a sentença condenatória definitiva os efeitos anteriores permanecem.
AULA 5/4(17/10/06)
CRIME ACESSÓRIO - É aquele que para existir pressupõe a existência de outro(ex.: Art. 180, CP -
Receptação. A receptação só ocorre quando alguém adquire ou recebe produto proveniente de crime;
crime de favorecimento pessoal, quando é dada cobertura a alguém que praticou um crime anterior).
Portanto, no crime acessório, ocorrendo a extinção da punibilidade do crime principal(aquele que faz
com que o crime acessório exista), não haverá a extinção da punibilidade do crime acessório. Exemplo:
o agente furtou uma coisa e a vendeu para outro(receptação). Mesmo ocorrendo a extinção da
punibilidade pela prescrição, por exemplo, do crime de furto, a receptação(crime acessório) não deixará
de ser punida).
CRIME COMPLEXO - É aquele que ocorre quando um delito funciona como elemento ou
circunstância qualificadora de outro. A extinção da punibilidade de crime que é elemento de outro ou
circunstância qualificadora não se estende a este. Exemplo: No crime de extorsão mediante
seqüestro(Art.. 159, CP), ocorrendo a extinção no crime de seqüestro(Art. 148, CP) o primeiro
continuará sendo punível, o mesmo ocorrendo na hipótese do dano(Art. 163, CP) que constitui
qualificadora no crime de furto qualificado(Art. 155, § 4º, I, CP).
EXEMPLO 1
Extorsão mediante seqüestro(Art.159, CP). Neste crimes há dois crimes: o de seqüestro(Art. 148) e o
crime de extorsão mediante seqüestro(Art. 158, CP), ou seja, um crime configurando uma elementar de
outro crime. Se ocorrer a extintação da punibilidade do crime de seqüestro(principal) em razão de
"abolitio criminis", por exemplo, a extorsão mediante seqüestro(crime remanescente) não deixará de ser
punida, isto porque é um crime com elemento de outro.
EXEMPLO 2
Crime de furto qualificado pelo arrombamento. Neste crime há uma qualificadora(arrombamento) que
por si só é também crime, ou seja, um crime configura uma circunstância qualificadora de outro crime.
Portanto, ainda que haja a extinção da punibilidade do dano, o furto qualificado não deixará de existir,
haverá a punibilidade.
CRIMES CONEXOS - São aqueles cometidos para assegurar a execução, impunidade ou vantagem de
um outro delito, por isso havendo uma causa qualificadora resultante da conexão, ou seja, a pena será
aumentada(ex:: o agente cometeu homicídio e ocultou o cadáver para garantir a impunidade; estuprou a
vítima e matou a testemunha, etc.). A extinção da punibilidade de qualquer dos crimes praticados em
conexão não afasta a circunstância qualificadora, por força do Art. 108 do CP.
EXEMPLO
O agente praticou um crime de sedução e, buscando a impunidade mata o guardião da mulher vítima do
crime. O agente responderá pelo crime de homicídio qualificado pela conexão e crime de sedução em
118
concurso material. Ocorre que no ano de 2005 houve "abolitio criminis" em relação ao crime de
sedução(foi revogado o Art. 217 do CP). Embora tenha havido o "abolitio criminis", a qualificadora do
homicídio não desaparecerá, mesmo não mais existindo o crime de sedução.
PROVA DA MORTE(ART. 62, CP) - Somente através de certidão cartorária(de óbito) é possível a
prova da morte, nenhum outro documento pode fazer esta prova. No entanto, na doutrina é discutida a
questão da morte presumida, ou seja, em algumas situações pode a pessoa ser declarada como
possivelmente morta(Arts. 6º e 7º, do Código Civil), como, por exemplo, quando há um acidente a
pessoa, mas o seu corpo não é encontrado. Assim, não será expedida certidão de óbito, mas pode ser
declarada a morte. Em se tratando declaração de morte presumida de agente que esteja respondendo a
processo criminal, há duas correntes doutrinárias quanto à questão da extinção da punibilidade, que são:
- PROFS. DAMÁSIO E MIRABETE - Para estes, a presunção legal de morte destina-se a efeitos
unicamente cíveis, não atingindo a seara penal. É a corrente predominante na jurisprudência, portanto, a
extinção da punibilidade pode ocorrer pela prescrição e não pela morte.
COMUNICABILIDADE
A morte, como causa extintiva de punibilidade, não se comunica aos participantes do crime, isto porque
é causa subjetiva, própria daquele que morreu. Portanto, se por exemplo o crime foi praticado por mais
de um agente e um deles morrendo, a extinção da punibilidade só ocorrerá em relação àquele que
morreu, não se comunicando aos demais participantes do crime.
119
EFEITOS DA CAUSA EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE PELA MORTE
Efeito "ex nunc"(doravante). Assim, já existindo uma sentença condenatória definitiva a morte do
agente irá causar a extinção da punibilidade em relação aos efeitos principais da condenação(a pena),
subsistindo o dever de reparar o dano, que se transmite aos herdeiros na medida da força da
herança(porque é efeito extra penal de natureza cível, não é pena, razão pela qual não fere o princípio
da personalidade).
2)- ANISTIA, GRAÇA E INDULTO(ART. 107, II, CP) - São institutos que têm como objetivo a
extinção da punibilidade e também são formas de clemência ou indulgência soberana(do Poder
soberano estatal). São atos de clemência ou indulgência soberana que têm por objetivo temperar o rigor
da justiça como medida eqüitativa quando circunstâncias políticas, sociais e econômicas tornarem o
rigor da sanção imposta desnecessária.
A ANISTIA
Etimologicamente significa esquecimento, esquecer o passado. Tem caráter geral, se refere a fatos
determinados, isto é, não é dirigida a determinada pessoa especificamente. Porém, a Constituição
Federal(Art. 5º, XLII) veda a Anistia em em caso de: crime de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, terrorismo e crimes hediondos.
EFEITOS DA ANISTIA
A anistia tem efeito "ex tunc"(retroativo), isto é, retroage mesmo após a condenação. É o efeito penal da
lei mais benéfica. Exemplo: O agente foi condenado por crime determinado crime e posteriormente
surge uma lei que concede anistia àquele crime. Neste caso, desaparecem todos os efeitos de natureza
penal, quer sejam principais ou secundários(ex.: volta a ser primário; é excluído do rol dos culpados;
terá direito a sursis se eventualmente este tenha sido revogado, etc.). Porém, permanecem os efeitos de
natureza cíveis e extra-penais(ex.: dever de reparar o dano; confisco; perda do poder familiar, etc.).
120
A LEI QUE CONCEDE ANISTIA PODE SER REVOGADA?
Até porque já estaria o agente com a punibilidade extinta, já que estaria configurado ato jurídico
perfeito, não será possível a revogação de lei que concede anistia.
- MP;
- Conselho Penitenciária;
- O juiz, de ofício.
AULA 6/4(23/10/06)
GRAÇA E INDULTO
"O indulto e a graça, no sentido estrito, são providências de ordem administrativa deixadas ao relativo
poder discricionário do Presidente da república para extinguir ou comutar pena. O Indulto é medida de
ordem geral e a Graça é medida de ordem individual, embora na prática os dois institutos se
empregam indistintamente para indicar ambas as formas de indulgência soberana. Atingem os efeitos
executórios penais da condenação permanecendo íntegros os efeitos civis da sentença
condenatória"(Prof. Frederico Marques).
121
podendo haver a delegação da competência a Ministro de Estado, ao Procurador Geral da República e
ao Advogado Geral da União.
- GRAÇA OU INDULTO PLENO - É aquele que atinge toda e qualquer pena(restritiva de liberdade,
restritiva de direito, multa).
122
graça e indulto em crimes hediondos e equiparados. A questão que surge, é em relação aos crimes
praticados antes da Constituição de 1988(retroatividade da vedação).
3)- "ABOLITIO CRIMINIS"(ART. 107, CP) - "Abolitio criminis"(lei nova que deixa de considerar
determinado fato como crime) é outra causa de extinção da punibilidade, é na verdade o que prevê o
Art. 2º do Código Penal. A extinção por "abolitio crimins" ocorre em qualquer fase do processo, até
mesmo na fase de execução penal.
123
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.
FORMAS DE RENÚNCIA
- EXPRESSA - Feita por escrito e assinada pelo ofendido ou representante legal ou por procurador,
desde que a procuração contenha poderes especiais para requerer a Renúncia(Art. 50, CPP).
124
- SE CRIME COMUM - O recebimento de indenização não acarreta renúncia tácita(Art. 104, § único,
segunda parte).
- PROF. TOURINHO - Para garantir o princípio da indivisibilidade da ação penal privada, nos termos
do Art. 48, segunda parte, do CPP, deve o MP aditar a queixa para incluir os ofensores não constantes
da inicial.
- PROFS. DAMÁSIO E MIRABETE - Neste caso, como falta ao MP legitimidade ativa que só
pertence ao ofendido, caberá ao MP, como "custos legis"(fiscal da lei) requerer a extinção da
punibilidade de todos os ofensores. Portanto, não pode o MP aditar a queixa para incluir um dos
ofensores no pólo passivo da ação penal, o MP funciona apenas como "custos legis", intervém no
processo no sentido de que a lei seja cumprida.Assim, a atividade do MP seria para pedir a extinção da
punibilidade porque ocorreu Renúncia Tácita em relação aos demais ofensores.
- PROF. CEZAR ROBERTO BITENCOUT - É a corrente defendida pelo Professor. Nesta hipótese,
deverá o MP requerer que seja intimado o querelante para, querendo, aditar a queixa, incluindo os
autores do crime. Todavia, caso assim não proceda o querelante, cumprirá ao MP requerer a extinção da
punibilidade, nos termos do Art. 49, do CPP, em face da renúncia tácita.
TITULARIDADE DA RENÚNCIA
Pode oferecer renúncia ao direito de queixa:
125
indispensável a aceitação do querelado(ato bilateral), já a renúncia é ato unilateral, não depende da
aceitação do ofensor para que haja a extinção da punibilidade.
O Perdão do Ofendido ocorre após a propositura da Ação Penal Privada, sendo possível até o trânsito
em julgado da sentença condenatória, ou seja, após o trânsito em julgado da sentença condenatória,
estará constituído o título executivo, passando a pena a ser executada pelo Estado, não mais sendo, pois,
admitido o Perdão do Ofendido.
- Perdão tácito - Quando o querelante pratica ato incompatível com o desejo de prosseguir com a ação
penal(ex.: o patrão que readmite um ex-empregado que havia lhe injuriado).
- Defensor dativo, desde que com procuração com poderes especiais, sendo que o Defensor Público não
necessita de procuração representando hipossuficiente(lei 1060/50).
126
SE O AUTOR(OFENDIDO) CONCEDE O PERDÃO A SOMENTE UM DOS RÉUS A AÇÃO
CONTINUA EM RELAÇÃO AOS DEMAIS?
Não, em razão da indivisibilidade da ação penal privada, ou seja, o perdão concedido a um atingirá a
todos os demais réus, salvo se um dos réus não aceitar o perdão(em relação ao que não aceitou o perdão
a ação prossegue até o final).
AULA 7/4(30/10/06)
5)- PERDÃO JUDICIAL(ARTS. 107, IX E 120, CP) - É o instituto pelo qual o juiz, não obstante
comprovada prática da infração penal pelo sujeito culpado, deixa de aplicar a pena em face de
justificadas circunstâncias. Independe de aceitação do agente. O perdão judicial é aplicado quando a
própria conseqüência do crime atinge o agente de tal modo que a pena torna-se desnecessária(ex.: o pai,
dirigindo um veículo causa um acidente e em razão do acidente ocorre a morte do seu próprio filho).
127
punibilidade(Perdão Judicial) apenas para aquele que suportou a conseqüência natural do crime(a morte
do filho).
6)- DECADÊNCIA E PEREMPÇÃO(ART. 107, IV, CP) - São causas extintivas da punibilidade
previstas no Art. 107, IV, do CP.
DECADÊNCIA
É a perda do direito de promover a ação penal exclusivamente privada, a ação penal privada
subsidiária da pública e a representação nos casos de ação penal pública condicionada em face da
inércia do ofendido ou de seu representante legal durante determinado tempo fixado na lei. Portanto, a
decadência não atinge a ação penal pública incondicionada.
EFEITOS DA DECADÊNCIA
Atinge o direito de ação e indiretamente o direito de punir do Estado, isto porque, diferentemente da
prescrição, o que será atingido pela decadência é o direito de ação e não o direito de punir do Estado, ou
seja, não havendo mais o direito de ação não há como provocar o Estado-juiz para que ele aplique a
pena, portanto, o instrumento para provocar o Estado-Juiz a aplicar a pena deixa de existir. Dessa
forma, indiretamente o direito de punir do Estado vai ser atingido ocorrendo a extinção da punibilidade.
PRAZO DECADENCIAL
Em regra, de 6 meses, a partir da data em que se teve conhecimento do autor do crime(em se tratando
de ação penal privada subsidiária da ação penal pública o prazo é contado a partir do encerramento do
prazo do Promotor oferecer a denúncia), sendo peremptório(não é interrompido e nem suspenso).
Assim, passados 6 meses sem que tenha sido promovida a ação penal privada ou a representação,
ocorrerá a extinção da punibilidade pela decadência.
128
- Representante legal, quando o ofendidoé menor de 18 anos.
- Curador especial, quando houver divergência entre a vontade do menor e do representante legal.
PEREMPÇÃO
É uma causa extintiva da punibilidade consistente em uma sanção processual ao querelante
desidioso(preguiçoso) que deixa de dar andamento normal á ação penal exclusivamente privada.
Exemplo: a perempção ocorre quando o querelante promove a ação penal privada, mas a abandona,
deixa de dar andamento ao processo, por exemplo, não comparecendo à audiência designada.
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 (trinta)
dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-
lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a
que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
AULA 8/4(31/10/06)
7)- RETRATAÇÃO DO AGENTE(ART. 107, VI, CP) - Retratação significa desdizer, retirar o que
foi dito anteriormente. Só é possível a retratação como causa extintiva da punibilidade nas hipóteses
expressamente previstas em lei.
- Crimes contra a honra - Mas apenas nos crimes de Difamação e Calúnia a retratação é causa que
extingue a punibilidade, isto porque esses crimes atingem a honra subjetiva da vítima(o conceito desta
no meio social), portanto, como a retratação faz com que a honra subjetiva seja recomposta, ocorrerá a
extinção da punibilidade. Já nos crimes de Injúria(que atinge a honra subjetiva) a retratação não será
causa de extinção da punibilidade , isto porque, uma vez feita a injúria, não há mais como a honra
subjetiva ser recuperada, recomposta. No entanto, nos crimes de Injúria praticados pela imprensa a
retratação é causa extintiva de punibilidade.
- Crimes de falso testemunho ou falsa perícia - Nestas hipóteses a retratação é causa extintiva da
punibilidade, isto porque o bem jurídico tulelado no crime de falso trestemunho ou falsa perícia é a
Justiça, portanto, havendo a retratação nenhum prejuízo houve, pelo contrário, a retratação traz a
verdade dos fatos e a justiça será feita.
Honra objetiva - É o conceito que o ofendido goza no meio social em que vive.
129
Honra subjetiva - É o conceito que o ofendido tem de si mesmo.
Calúnia - Crime que consiste na imputação falsa a alguém de um fato que constitui crime(ex.:
dizer falsamente que alguém trabalhou na empresa tal e furtou R$ 10.000,00; dizer que alguém
espancou a mulher e produziu lesão corporal).
Injúria - É a atribuição de uma qualidade que apenas deixa a vítima chateada, ofendida(ex.: dizer
que alguém é burro, só tira nota baixa; dizer que alguém é indisciplinado; chamar alguém de
ladrão, estelionatário, assassino, cachorro, vagabundo, cafajeste, etc.).
Difamação - É a imputação de um fato, mas um fato que, embora não constitua crime, é
pejorativo, ofende a imagem e honra da pessoa(ex.: dizer que alguém é caloteiro; dizer que
alguém freqüenta prostíbulo; dizer que determinada mulher é galinha; dizer que determinado
funcionário público fica o dia inteiro na repartição jogando truco, sem trabalhar).
8)- ART. 107, VII e VIII, CP - Até 2005 o casamento do agente com a vítima ou o casamento da
vítima com terceiro antes da sentença condenatória definitiva constituía causa extintiva da punibilidade
nos crimes contra os costumes(rápto consensual, estupro, atentado violento ao puder, etc.), isto porque
o casamento com a vítima era uma forma de retratação da honra da mulher, já que culturalmente o
objetivo maior da mulher era o casamento. Hoje estas duas causas extintivas de punibilidade não mais
existem, foram revogadas pela lei 11.106/05.
9)- PRESCRIÇÃO PENAL(ART.107, IV, CP) - É a perda do poder-dever de punir do Estado pelo
não exercício da pretensão punitiva ou da pretensão executória durante certo tempo.
FUNDAMENTO DA PRESCRIÇÃO
130
pela sociedade, portando, se a punição ocorrer somente muito tempo após, causa a sensação de
vingança, faz com que a finalidade de prevenção geral da pena perca a eficácia.
DELITOS IMPRESCRITÍVEIS
Significa que por força de norma constitucional os seguintes crimes não prescrevem.
- Crime praticado mediante ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
o estado democrático(Art. 5º, XLIV, CF).
131
AULA 9/4(07/11/06)
1)- PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA- É aquela referente à busca do Estado pelo título
executivo, é a sentença penal condenatória definitiva, ou seja, nasce com o cometimento do crime,
portanto, à partir do cometimento do crime inicia-se a contagem da prescrição da pretensão punitiva.
EXEMPLO
Cálculo da prescrição do crime de lesão corporal simples(Art. 129, caput, CP).
Como a pena máxima cominada ao crime de lesão corporal simples é de é de 1 ano, o prazo
prescricional será de 4 anos, a partir do cometimento do crime, isto porque a pena máxima cominada de
1 ano se encaixa no inciso V, do Art. 109, do CP.
OBSERVAÇÕES
a)- Como são de aplicação obrigatória, as causas de aumento de pena são consideradas para efeito
de cálculo da prescrição. Exemplo: Crime de roubo circunstanciado(Art. 157, CP). A pena máxima
cominada ao crime de roubo é de 10 anos(Art. 157, caput, CP), mas se for roubo circunstanciado(tiver
causa de aumento de pena) a pena máxima será aumentada em até a metade. Portanto, para efeito de
cálculo da prescrição será considerada a pena máxima cominada de 15 anos(10 anos + metade), assim,
o prazo prescricional seria de 20 anos(Art. 109, I, CP).
b)- Como são de aplicação obrigatória, as causas de diminuição de pena são consideradas para
efeito de cálculo da prescrição. Exemplo: O crime de roubo tentado. Se o crime é tantado a pena
máxima é aquela cominada ao crime correspondente, com diminuição de 1/3 a 2/3(Art. 14, § único,
CP). Digamos que seja um crime de roubo tentado. Nesse caso, para efeito de cálculo da prescrição
haverá uma diminuição de 1/3(o mínimo), passando a pena máxima a ser de 6 anos e 8 meses, por
isso, o prazo prescricional será de 12 anos(Art. 109, III, CP).
132
- Quando o agente for menores de 21 anos na data do crime(Art. 115, CP) - Nesta hipótese o prazo
prescricional é reduzido pela metade. Exemplo: se na data do crime de lesão corporal simples, cujo
prazo prescricional é de 4 anos, o agente tinha menos de 21 anos de idade, o prazo de prescrição será de
2 anos.
- Quando o agente for maior de 70 anos na data da sentença definitiva(Art. 115, CP) - Nesta
hipótese o prazo prescricional é reduzido pela metade. Exemplo: se na data da sentença definitiva por
crime de lesão corporal simples, cujo prazo prescricional é de 4 anos, o agente tinha menos de 21 anos
de idade, o prazo de prescrição será de 2 anos.
EXEMPLO
No dia 01/01/2006 o agente com 20 anos e 11 meses de idade desfere tiros na vítima(conduta) que veio
a morrer um mês depois, em 02/02/2006(consumação), com o agente já com 21 anos. O prazo
prescricional começa a correr no dia 02/02/2006(data da consumação), mas como o agente na data do
crime tinha menos de 21 anos, o prazo prescricional será reduzido pela metrade.
EXEMPLO
No dia 01/01/206 o agente com 20 anos e 11 meses de idade quer matar uma pessoa e desfere tiros
nesta e no dia 02/02/2006 novamente desfere outros tiros, mas não consegue matar a vítima.O prazo
prescricional começa a correr no dia 02/02/2006, que foi a data do último ato de execução e nesse caso,
não haverá redução pela metade.e 21 anos, o prazo prescricional será reduzido pela metrade.
EXEMPLO
Uma pessoa foi seqüestrada no dia 10/01/2006, sendo libertada no dia 20/10/2006. A prescrição começa
a ser contada a partir do dia 20/10/2006.
OBS.: As decisões do STF e alguns Tribunais Estaduais, têm sido no sentido de que o prazo
prescricional começa a ser considerado a partir do início da persecução penal, como, por exemplo,
havendo um crime de seqüestro e a autoridade competente não tomar conhecimento do crime e,
portanto, não começar a tomar providências, o prazo prescricional será contado a partir da data em
que a atividade criminosa cessou, mas se mesmo antes de cessada a atividade criminosa a família
levou o fato ao conheicmento da polícia e esta começou a persecução penal(instaurou inquérito,
investigação, etc.), o prazo de prescrição será contada a partir da data em que a polícia começou de
fato a tomar as providências para punir o autor do crime.
EXEMPLO
O agente falsificou uma certidão de nascimento em 01/01/2000 e o Delegado tomou conhecimento do
fato em 15/02/2006.O prazo de prescrição começa a ser contado em 15/02/2006, que foi a data em a
autoridade tomou conhecimento do fato.
133
TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO DE CRIME CONTINUADO(ART. 119, CP)
No concurso de crimes, para efeito de prescrição será considerado cada crime individualmente,
desconsiderando o aumento resultante da continuidade(exasperação).
EXEMPLO
O agente praticou um furto no dia 01/01/2006, outro no dia 15/01/2006, mais um no dia 07/02/2006.
Nesse caso, o prazo da prescrição será calculada com base em cada crime isoladamente, sem considerar
o aumento decorrente da continuidade. Pode eventualmente, por exemplo, o agente no primeiro crime
ser menor de 21 anos(sendo reduzido o prazo pela metade)e nos demais não.
- SENDO CONHECIDO O ANO E MÊS - A contagem do prazo de prescrição começa a partir do dia
01 do respectivo mês e ano do crime. Exemplo: sabe-se que o crime ocorreu no mês de Março de 2006,
mas não se sabe o dia exato. Neste caso, o prazo prescricional começa a ser contado no dia 01/03/2006.
1)- Enquanto não for resolvida questão prejudicial(aquela que depende de resolução de outra questão
para o crime ser caracterizado) - Arts. 92 a 94, CPP. Nesta hipótese o processo fica suspenso e também
o lápso prescricional. Exemplo: no crime de bigamia, para se saber se houve o crime pode ser
necessário uma causa prejudicial, ou seja, um processo no cível para declarar a nulidade ou não do
crime de bigamia.
2)- Enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro, não sendo possível a extradição(Art. 116, CP).
3)- Imunidade parlamentar(Art. 53, § 5º, CF) - Suspenso o curso do processo criminal, também estará
suspenso o lápso prescricional enquanto durar o mandato. Portanto, se a casa legislativa deliberar pela
suspensão do processo criminal, o prazo de prescrição do crime fica suspenso até ser encerrado o
mandato do parlamentar.
134
4)- Suspensão condicional do processo(Art. 89. § 6º, lei 9099/95) - Havendo a suspensão do processo
também estará suspensão a prescrição. No caso de descumprimento da condições impstas para a
supensão do processo, revoga-se a suspen~sao e também volta a correr o prazo prescricional.
5)- Citação por edital sem comparecimento ou constituição de fensor - Neste caso, a suspensão da
prescrição ocorre juntamente com a suspensão do processo(Art. 366, CPP).
6)- Citação por carta rogatória do acusado no estrangeiro o prazo prescricional fica suspenso até o
cumprimento da rogatória(Art. 368, CPP).
- Nos crimes conexos em que há unidade processual na hipótese de concuso de agentes - A causa
interruptiva da prescrição se comunica com os co-réus.
AULA 10/4(07/11/06)
05/06/2005
04/05/2003 11/06/2005
Sentença fixa pena
02/01/2003 Recebimento da Transitou em julgado
de 3
Lesão corporal denúncia(interrompeu para o MP - Publicada
meses(interrompeu
a prescrição) Sentença
a prescrição
|.......................................... |........................................... |.......................................... |.......................................
Não ocorreu a Não ocorreu a O MP tem 5 dias Transitado em julgado
prescrição prescrição para recorrer. para a acusação,
propriamente propriamente dita(4 verifica-se a prescriçã
dita(4 anos), anos), porque só retroativa. Pega-se a
porque só decorreram 2 anos pena aplicada(3
decorreram 4 entre 04/05/03 e meses) e aplica-se a
meses entre 05/06/05. tabela do Art. 109, CP
01/01/03 e para ser encontrado o
04/05/03. lápso prescricional
retroativo(2 anos, no
exemplo). Depois
disso, verifica-se se no
períodos anteriores
ocorreu a prescrição
retroativa(2 anos). No
136
exemplo, a prescrição
retroativa ocorreu, ist
porque entre
11/06/05(publicação
da sentença) e a outra
causa interruptiva da
prescrição em
04/05/03(recebiment
da denúncia)
transcorreram mais de
2 anos.
- Sentença condenatória;
- Sentença condenatória;
138
EXEMPLO
O réu foi condenado a pena de 1 ano. Começa cumprir a pena e após três meses foge. Nesse caso, a
fuga interrompe a execução da pena, vontando a fluir a prescrição da pretensão executória. No caso de
pena de 1 anos a prescrição punitiva é de 4 anos(Art. 109, CP), mas a prescrição executória será
calculada não com base na pela aplicada(como era antes de ser preso), mas sim com com base no
restante da pena a ser cumprida(também utilizando a tabela do Art. 109, CP). Como a pena foi de 1 ano
a prescrição seria em 4 anos(Art. 109, CP), mas tendo o condenado cumprido 3 meses da pena a
prescrição será de 2 anos(será calculada com base em 9 meses, que é o restante da pena). Portanto, se
em 2 anos o condenado não for recapturado para cumprir a pena, estará prescrita a pretensão executória.
2)- REINCIDÊNCIA - A reincidência para fins de prescrição penal tem dois efeitos:
- A reincidência aumenta o lápso prescricional em 1/3(Art. 110, CP). Exemplo: o réu foi condenado
por crime de furto a pena de 2 anos. A prescrição será de 4 anos. O réu fugiu da prisão e, passados 2
anos, o réu pratica um outro crime sendo novamente condenado, agora como reincidente. Dessa forma,
a reincidência fará com que haja um aumento de 1/3(16 meses) na prescrição do crime anterior(na
prescrição da pretensão executória do crime anterior).Portanto, a prescrição daquele furto anterior
passará a ser de 5 anos e 4 meses. Além do mais, será interrompida o lápso prescricional do crime
anterior, ou seja, começa novamente a contagem do prazo para a prescrição do outro cime, que agora
será de 5 anos e 4 meses.
2)- PRESCRIÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO - Prescrevem da mesma forma que
as penas privativas de liberdade, só que o cálculo é feito com base na pena substituída. Exemplo: O réu
foi condenado a pena de 2 anos de reclusão, substituída por 2 anos de prestação de serviços à
comunidade.A prescrição é calculada com base na pena privativa de liberdade que foi substituída.
3)- SANÇÕES COMPLEXAS(ART. 118, CP) - É a hipótese em que o réu é condenado a uma pena
restritiva de liberdade e multa. Nesse caso, a pena mais leve prescreve da mesma forma que a pena mais
grrave, portanto, para efeito de prescrição, a pena de multa prescreve com a pena privativa de liberdade,
ou seja, segue o caminho da pena principal. Exemplo: se a prescrição da pena restritiva de liberdade é
de 12 anos, a pena de multa prescreverá na mesma data.
4)- PENA DE MULTA(ART. 114, CP) - Quando aplicada isoladamente, a pena de multa prescreve
em 2 anos, sendo este prazo reduzido pela metade se o réu for menor de 21 anos, na data do crime e
maior de 70 anos, na data da sentença. A prescrição excetutória da pena de multa, ainda que tenha
natureza penal, é regulada pelo Art. 144 do CTN, porque é considerada dívida de valor da Fazenda
Pública.
139
5)- MEDIDA DE SEGURANÇA - O CP é omisso quanto a prescrição da Medida de Segurança.
Considerando ser injusta ocorrer a prescrição da pena e não não ocorreresse a prescrição da Medida de
Segurança, já que esta também é uma forma de sanção penal, a doutrina e a jurisprudência firmaram
entendimento no sentido de ser possível a prescrição da Medida de Segurança Susbstitutiva(aquela
aplicável ao semi-imputável em susbstituição à pena privativa de liberdade), sendo nas modalidades
retroativa, intercorrente e da execução o cálculo feito com base na pena substituída e a de prescrição na
modalidade propriamente dita calculada com base na pena máxima cominada, já que não há sentença e
por isso ainda não há aplicação de Medida de Segurança. Já no caso do inimputável, a maioria da
doutrina e jurisprudência entende que, apesar de não se falar em prescrição, porque não há uma
condenação(a sentença é absolutória), a Medida de Segurança só pode ser aplicada, depois de decorrido
o período mínimo para realização do exame de cessão de periculosidade, se for realizado novo exame
pericial, se for constatado que o agente continua perigoso, porto, isso é também uma forma de
prescrição.Portanto, se não for iniciada a Medida de Segurança dentro do período mínimo de
internaçãofixado pelo juiz, o agente terá que ser submetido a novo exame pericial. Se constatada a
periculosidade será submetido à Medida de Segurança, se constatar ter cessada a periculosidade haverá
a extinção da Medida de Segurança.
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