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Percepção musical em crianças autistas: melhora de

funções interpessoais- por Bruna Luiza Guerrer, Jaqueline


Lima de Menezes
Resumo

Estudos sugerem que as áreas do processamento da linguagem em indivíduos


autistas têm ativação reduzida. Além disso, estes apresentam anormalidades em
circuitos cerebrais, como: atraso no desenvolvimento maturacional dos circuitos
do sistema límbico, número diminuído de células de Purkinje no cerebelo,
aumento do volume do córtex frontal, dentre outras. No entanto, apesar destas
anormalidades, as habilidades musicais são frequentemente preservadas. As
regiões cerebrais associadas à linguagem e à música se sobrepõem, o que
sustenta a possibilidade de reabilitação desta através da música, que traz ainda
eficaz melhoria no comportamento social e comunicativo através do aumento da
atenção compartilhada. Pesquisas apontam benefícios da música na
neuroplasticidade e provam que intervenções baseadas em música podem ser
usadas para fortalecer conexões entre as regiões frontal e temporal, que
apresentam anormalidades nos autistas. Atividades relacionadas à música
envolvem imitação e sincronização, levando à ativação de áreas que contêm
neurônios-espelho e proporcionando o desenvolvimento da cognição social,
tarefas nas quais indivíduos autistas tipicamente mostram dificuldades.

Palavras – chave: autismo, neurônio-espelho, música, neuroplasticidade.

Musicoterapia

Introdução

O autismo, conhecido também como transtorno autista, foi descrito


originalmente por Leo Kanner em 1943 (Gadia et. al., 2004). Dependendo dos
critérios de inclusão, sua prevalência tem variado entre aproximadamente 40 a
130:100.000 habitantes (Gadia et. al., 2004; Pereira et. al., 2008; Risch et, al.,
1999; McCracken et. al, 2002), sendo mais freqüente que as malformações
congênitas e a síndrome de Down (Pereira et. al., 2008). Existe maior incidência
no sexo masculino com uma razão de 3,5 a 4,0:1 (Klin, 2006). O quadro
comportamental é composto basicamente pelo déficit no domínio das três áreas
acima citadas, associado a retardo mental em 70% dos casos e crises epilépticas
em 30% (Pereira et. al., 2008). O comportamento é exteriorizado através da
pobreza de contato visual e interação emocional com outras pessoas, prejuízo na
fala, estereotipias, obsessão por rotinas e fascinação por determinados objetos
(Gadia et. al., 2004). A etiologia desta síndrome é multifatorial, envolvendo
fatores genéticos, ambientais, imunológicos, comportamentais, alimentares e
virais (Risch et. al., 1999). A porcentagem de concordância entre irmãos
monozigóticos é de 80%-90% (McCracken et. al., 2002) e o risco de desenvolver
autismo é de aproximadamente 5-10 vezes maior para os irmãos de indivíduos
autistas que para a população geral, o que reforça a teoria da causalidade
genética (Philippe et. al., 1999). Em geral, o prognóstico de autismo é variável e,
provavelmente, dependente da severidade das etiologias subjacentes (Heaton,
2009). Um estudo que tem acompanhado crianças autistas até a idade adulta
revelou que o prognóstico está relacionado com seu nível de habilidades,
demonstrado em testes cognitivos e de linguagem. Aproximadamente 5 a 10%
das crianças estudadas tornaram-se adultos independentes (1a 2% com testes
cognitivos e de linguagem normais), e em torno de 25% atingiram progresso
considerável com algum grau de independência. Os restantes 65 a 70%
continuam com déficits muito significativos e requerem um nível elevado de
cuidados (Gadia et. al., 2004). Os prejuízos de linguagem e comunicação são os
principais recursos de diagnóstico do transtorno autista e figuram em
deficiências em habilidades de linguagem e comunicação (DSM-IV-TR, 2000).
Até 25% dos indivíduos com transtornos do espectro do autismo não têm a
capacidade de se comunicar com outras pessoas usando os sons da fala. Outros
têm conhecimento lingüístico adequado juntamente com anormalidades da
linguagem não-literal, como a compreensão de expressões idiomáticas, e alguns
indivíduos apresentam prejuízos na compreensão da linguagem em contexto
(Wan e Schlaug, 2010).

A musicoterapia tem uma longa tradição no transtorno autista, e há


muitos relatos na literatura sugerindo que pode ser usada para melhorar as
habilidades de comunicação social, como iniciar e responder a atos
comunicativos (Geretsegger et. al., 2012). Estímulos musicais têm sido
responsáveis por ativar regiões do cérebro associadas ao processamento de
emoções (Wan; Schlaug, 2010), e também estão associados a melhorias no
processamento espaço temporal (Heaton, 2009), relacionado à memória espacial,
estimulando a criatividade através da manipulação mental de objetos
tridimensionais na ausência de modelos físicos (Hetland, 2000). Ao realizar
atividades musicais dentro de uma história comum de interação, a criança tem
oportunidade de desenvolver e melhorar habilidades como a atenção
compartilhada, atenção conjunta, imitação e reciprocidade, que por sua vez estão
associados com posterior desenvolvimento da linguagem e competência
social (Geretsegger et. al., 2012). As conexões entre as vias anatômicas da região
frontal e temporal, participam da integração entre informação sensorial e as
áreas motoras associadas à de preparação, ao planejamento do movimento, o
que é crucial para a operações e representações da linguagem (Wan; Schlaug,
2010). Hickok e Poeppel (2004) propôs que o processamento fonológico e
semântico ocorre em duas vias distintas. A via dorsal, que liga o lobo temporal
com o lobo motor inferior / pré motor e giro frontal inferior através do fasciculo
arqueado, é responsável pelo mapeamento do som para representações
articulatórias. Já a via ventral liga o lobo temporal com o giro frontal anterior
inferior e o córtex pré frontal inferior /ventral através do fascículo uncinado e da
cápsula extrema, e está envolvida no mapeamento do significado do som.
Pesquisas em psicologia da música enfatizaram a natureza intensamente social
das atividades musicais, que proporcionam, interação com outras pessoas e
participação em atividades que podem facilitar o convívio social e a aquisição de
linguagem e de habilidades motoras. Por esse motivo atividades musicais são
constantemente usadas no tratamento de autistas, podendo assim justificar o
potencial da música como instrumento terapêutico e educacional (Molnar-
Szakacs et. al., 2009).

Música no Transtorno Autista

Um dos primeiros estudos que identificaram um desempenho superior em uma


tarefa musical no autismo foi realizado por Applebaum e colaboradores em 1979.
Eles observaram que a reprodução de melodias atonais foi superior em crianças
autistas em comparação com o grupo controle que tinha níveis mais elevados de
experiência musical(Heaton, 2009). Uma recente meta-análise comparando as
condições no tratamento com música e sem música de crianças e adolescentes
com autismo, encontrou benefício significativo na intervenção da música
(Molnar-Szakacs et. al., 2009). Pesquisas têm mostrado que as pessoas com
autismo têm dificuldade em reconhecer expressões emocionais em faces. Em um
experimento, doze crianças com autismo e duas crianças com síndrome de
Asperger, com idade média de 10 anos e 9 meses, foram testadas quanto à sua
capacidade de identificar conotações afetivas de melodias no modo musical. Elas
eram obrigadas a corresponder fragmentos musicais com representações
esquemáticas de rostos felizes e tristes. O estudo concluiu que as crianças
autistas , assim como os controles, eram capazes de atribuir diferentes melodias
a duas categorias afetivas diferentes. Assim, mesmo em um nível mais simples,
não há nenhuma razão para que uma pessoa com autismo não deva ser capaz de
apreciar conotações emocionais embutidas dentro das linguagens musicais e
artísticas em relação ao seu nível de inteligência e idade (Heaton,1999). Outros
estudos compararam a habilidade para cantar em resposta a estímulos musicais
entre três crianças autistas que nunca haviam tido educação musical e três
crianças com desenvolvimento típico e musicalmente experientes em sua
habilidade para cantar frente a estímulos musicais. Foi demonstrado que crianças
com autismo tiveram um desempenho tão bom ou melhor que os controles
(Molnar-Szakacs et. al., 2009). Heaton e colaboradores (2003), realizaram um
experimento com indivíduos autistas de alto funcionamento e controles
pareados totalizando quatorze crianças com idades entre 7 e 15 anos. O objetivo
do estudo foi verificar o desempenho de autistas e controles em uma tarefa de
memória musical. O experimento utilizou um teclado Casiotone 202 no qual o
experimentador tocou os seguintes tons musicais: D4, F # 4, A4 e D5. O teclado
estava fora de vista da criança. Cada um dos tons foi apresentado em conjunto
com uma imagem de um animal diferente que poderia ser um rato, um camelo,
uma coruja ou um coelho. As crianças com autismo se lembraram de mais sons
uma semana após a exposição inicial do que os controles fizeram depois de 2,5
minutos. Outros estudos sugerem que a iniciação musical deve ser feita de modo
que o terapeuta conheça a criança através da música, e por meio dessa interação
sutil e rítmica, a comunicação seria facilitada. É por essa experiência musical
afetiva e compartilhada que a musicoterapia pode ter seu maior efeito benéfico
sobre os comportamentos sócio-emocionais. Sons musicais são imbuídos de
expressão intencional, evocando o sentido de um agente intencional, e levando à
sensação de uma experiência compartilhada no ouvinte (Molnar-Szakacs et. al.,
2009). Várias pesquisas sobre musicoterapia indicaram que crianças autistas
respondem muito bem a esse tipo de tratamento, pois a música facilita e apóia o
desejo desses indivíduos de se comunicar. Algumas das áreas de melhoria
verificadas incluem: aumento adequado dos comportamentos sociais, diminuição
das estereotipias, aumento de verbalizações, gestos e compreensão, aumento
dos atos comunicativos e engajamento com os outros, (Molnar-Szakacs et. al.,
2009). Pesquisas chegaram à conclusão de que a musicoterapia serve para
importantes funções interpessoais e prova ser eficaz na melhoria da iniciação da
atenção conjunta e resposta a propostas de atenção. Assim, crianças que cantam
ou tocam instrumentos musicais podem aumentar as suas oportunidades de
interação social (Wan et.al.,2010; Lai et. al, 2012; Wan; Schlaug, 2010; Ricketts,
1976; Geretsegger et. al., 2012). Nos últimos anos, tem-se intensificado o
número de estudos relacionados às bases neurais da música, que revelam que
diferentes aspectos do processamento musical envolvem quase todas as regiões
do cérebro, incluindo o córtex pré-frontal, córtex pré-motor, córtex motor, córtex
somatosensorial, lobo temporal, córtex parietal, córtex occipital, cerebelo e
sistema límbico (Molnar-Szakacs et. al., 2009). Estudos com indivíduos autistas
verificaram, nos cerebelos estudados, um número diminuído de células de
Purkinje. Em relação ao lobo frontal, observou-se um aumento no volume do
córtex sendo correlacionado com o grau de anormalidade do cerebelo (Carper;
Courchesne, 2000; Gadia et. al., 2004).Ambos, o lobo frontal e o cerebelo, têm
implicações importantes para a compreensão do desenvolvimento e persistência
do transtorno autista (Gadia et. al., 2004). Dados recentes postulam que
problemas na cognição, como déficits de atenção, memória, aprendizado e
resolução de problemas, são importantes no autismo e poderiam estar
relacionados com transtornos da função cerebelar e do lobo frontal (Carper;
Courchesne, 2000).

O córtex frontal e o cerebelo realizam ações análogas e complementares, por


exemplo, no cérebro normal o córtex cerebelar é ativado por tarefas que
normalmente ativam o córtex frontal como aquelas que envolvem a memória,
atenção e associação semântica. Pacientes com lesões cerebelares
demonstraram ter um funcionamento comprometido em tarefas similares do
lobo frontal. Se o lobo frontal e o cerebelo têm um domínio compatível, então a
presença de anormalidades anatômicas em ambas as áreas provavelmente
resultariam em déficits funcionais mais severos e extensos do que se apenas um
área fosse prejudicada. Isso tem uma importante implicação para o
funcionamento cognitivo no autismo: o comprometimento global da linguagem,
da atenção e outras funções cognitivas podem ser devido a uma perda total do
tecido (Carper; Courchesne, 2000). Uma pesquisa recente relatou
anormalidades no corpo caloso e tratos do lobo frontal, como o fascículo
arqueado, em crianças com autismo. Além da conectividade de longa distância
anormal entre as regiões do cérebro, pode haver um aumento da conectividade
de curto alcance em autistas. Estudos post-mortem relataram aumento da
densidade de minicolunas corticais do lobo frontal em cérebros de indivíduos
com autismo, sugerindo uma maior proporção de fibras de curto alcance (ao
contrário das de longo alcance) (Wan; Schlaug, 2010). Foi demonstrado um
aumento do corpo caloso e das áreas motoras frontais em crianças que praticam
música há longo tempo, se comparados a controles, o que esclarece os
benefícios da música na neuroplasticidade e indica que intervenções baseadas
em música podem ser usadas para fortalecer conexões entre regiões frontal e
temporal, que são anormais nos autistas, proporcionando o desenvolvimento de
suas habilidades linguísticas (Wan; Schlaug, 2010). Algumas crianças que são
severamente prejudicadas intelectualmente podem ter grande talento musical,
como por exemplo uma afinação perfeita, e através da musicoterapia essa
habilidade pode ser usada como uma chave para melhorias no desenvolvimento
da criança. Um estudo mostrou que indivíduos autistas são incapazes de
processar as informações que são dadas em uma frase, mas conseguem abstrair
todos os componentes musicais, como a afinação, o timbre e o ritmo (Ricketts,
1976). Além disso, autistas parecem mostrar uma preferência espontânea para
música sobre os estímulos verbais, e foi relatado que aproximadamente 40%
deles expressam interesse especial pela música, o que sugere que a apreciação
musical pode ser intacta no autismo, e pode até representar uma área de
habilidade específica (Molnar-Szakacs et. al., 2009).

Música, Autismo e Atenção Compartilhada

Deficiências de atenção compartilhada refletem processos que são centrais para


a etiologia do desenvolvimento do autismo (Mundy et. al.; 2009). Nos indivíduos
com desenvolvimento normal, a atenção compartilhada aparece no final do
primeiro ano de vida e envolve direcionar a atenção de um parceiro comunicativo
com a intenção de dividir uma situação, juntamente com o fato de a criança já ter
a habilidade de direcionar a visão e apontar para objetos (Carpenter et. al.,1998).
Isso permite que crianças coordenem socialmente sua atenção com outras
pessoas, o que é fundamental para a referência e aprendizagem social (Mundy et.
al.; 2009). A atenção compartilhada é vista sob duas perspectivas: a iniciativa da
criança e a sua resposta à ação do adulto (Menezes; Perissinoto, 2008). Segundo
estudos, há uma dissociação entre responder à atenção conjunta e iniciar uma
atenção conjunta. A falta de procura espontânea em compartilhar prazer,
interesses ou realizações com outras pessoas, a qual se manifesta pela falta de
mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse para outras pessoas, é descrito
como um dos quatro principais sintomas do autismo (Mundy et. al.; 2009;
Mundy et. al., 2007; Meltzoff et. al., 2008). A experiência compartilhada do
movimento afetivo afirma que a música é percebida não apenas como um sinal
auditivo, mas também intencional, e que os sistemas de neurônio espelho
permitem co-representação e partilha de uma experiência musical entre o agente
e o ouvinte (Carr et. al., 2003). Os neurônios-espelho fazem parte de um sistema
trimodal composto por populações de neurônios que respondem a estímulos
motores, visuais e auditivos quando uma ação é realizada, observada ou escutada
(Le Bel et. al., 2009). O sistema de neurônios-espelho foi descoberta na área F5
do cérebro de macacos, mediante ativação do córtex pré-motor ventral em
resposta a um estímulo visual (Hadjikhani et. al., 2005). Após a descoberta,
surgiram evidências de uma área homóloga no cérebro humano, localizada na
área de Broca, no córtex frontal inferior, e que está fortemente relacionada à
linguagem (Wan et. al., 2010). O recrutamento dos sistemas neurais permite que
tanto o agente (músico) como o ouvinte tenham uma experiência compartilhada
do movimento afetivo. Como resultado, a dinâmica dos gestos expressivos do
som ouvido pode ser interpretada em termos das dinâmicas expressivas pessoais
dos gestos vocais e físicos (Molnar-Szakacs et. al., 2009).

Música, Autismo e Teoria da Mente

Atribuir estados mentais é talvez uma das formas mais complexas de raciocínio
que envolve seres humanos (Kana et.al., 2009). A Teoria da Mente é referida
como a capacidade de atribuir estados mentais como crenças, desejos,
conhecimentos e pensamentos a outras pessoas e predizer ou explicar o
comportamento das mesmas em função destas atribuições (Baron-Cohen et.
al.,1985). Crianças com desenvolvimento típico geralmente mostram evidências
da Teoria da Mente em torno de quatro anos de idade quando começam a
compreender as perspectivas de outras pessoas (Molnar-Szakacs et. al., 2009). O
prejuízo na Teoria da Mente no autismo muitas vezes resulta em dificuldades de
comunicação e interação que sustentam a vida cotidiana, apresentando um
pobre desenvolvimento social, imaginário e comunicativo (Kana et.al.,
2009). Déficits sociais específicos entre os indivíduos com transtorno autista
geralmente incluem dificuldades em expressar emoções, compreender as
emoções dos outros e empatia, bem como a incapacidade de interpretar os sinais
sociais, avaliar a formalidade de eventos sociais, e agir em conformidade. A
incapacidade de entender as expressões emocionais dos outros e responder
apropriadamente impede o desenvolvimento de relações interpessoais
significativas, colocando-os em risco de rejeição social (Frith, 2004; Baron-
Cohen, 1995). A imaginação é relevante para a teoria da mente, uma vez que
envolve a construção e a compreensão de um mundo irreal. Um estudo de
crianças com autismo investigou a capacidade de desenhar objetos irreais ou
impossíveis (como uma pessoa com duas cabeças), e descobriu que crianças com
autismo ou eram relutantes ou menos capazes de produzir tais desenhos. No
entanto, há evidência de persistentes deficiências na imaginação em crianças
com autismo em uma série de tarefas não restritas ao desenho, como contar
histórias, e medidas de criatividade padrão (Baron-Cohen, 1995). Décadas de
pesquisa em musicoterapia têm indicado que a música facilita e apóia o desejo
de crianças autistas de se comunicar. Algumas das áreas de melhoria verificadas
incluem: aumento adequado dos comportamentos sociais, estereotipia, aumento
de verbalizações, gestos e compreensão, e aumento dos atos comunicativos e
engajamento com os outros, entre outros efeitos positivos (Wigram; Gold,
2006; Molnar-Szakacs et. al., 2009 ).

Música, Autismo e Linguagem

Para investigar o paradoxo entre os prejuízos de linguagem e a preservação das


habilidades musicais no autismo, estudos utilizaram ressonância magnética
funcional e tensor de difusão de imagem para avaliar a organização estrutural e
funcional dos sistemas neurais que normalmente são compartilhados pelo
processamento da linguagem e da música. Os poucos estudos utilizando método
tensor de difusão de imagem refletem menor integridade da substância branca e
transmissão possivelmente menos eficiente de informações em uma série de
regiões importantes do cérebro. Um estudo recente mostrou que o fascículo
arqueado, cápsula extrema e o fascículo uncinado podem estar envolvidos na
linguagem e no processamento da voz, e possivelmente na integração de funções
auditivas e motoras bilateralmente (Wan; Schlaug, 2010). Em relação às áreas
da linguagem, sabe-se que as duas regiões centrais consistem em uma região
anterior, área de Broca, com um centro no giro frontal inferior à esquerda, e uma
região posterior, área de Wernicke, com um centro no giro temporal posterior,
médio e superior à esquerda (Lai et. al, 2012). A área de Wernicke reconhece o
padrão de sinais auditivos e interpreta-os até obter conceitos ou pensamentos,
enquanto a área de Broca verbaliza um pensamento, convertendo os sinais nos
padrões de ativação neuronal necessários à produção da fala (Schirmer, 2004).
Ambas as áreas de linguagem em individuos autistas têm ativação reduzida
durante o processamento de linguagem (Aitken, 2007). Usando ressonância
magnética funcional, estudos compararam o padrão de ativação das áreas da
linguagem entre indivíduos com autismo de alto funcionamento e controles em
uma tarefa de compreensão de uma sentença escrita. O grupo com autismo
apresentou uma ativação maior na área de Wernicke, mas a diminuição da
ativação na área de Broca (Wan; Schlaug, 2010). Em compensação, a área de
Broca foi ativada mediante realização de atividades relacionadas à música como,
por exemplo, cantar ou fingir que toca um instrumento, o que envolve uma
ligação entre as regiões frontal e temporal que contêm neurônios-espelho (Wan
et. al., 2010;Le Bel et. al., 2009). Embora tradicionalmente considerada a área da
linguagem mais importante no cérebro, as funções de área de Broca não estão
limitadas a línguagem. Um estudo recente de neuroimagem analisou a ativação
de determinadas áreas cerebrais relacionadas a imitação através da reprodução
de movimentos dos dedos. Foi verificada a ativação do giro opercular mediante a
observação da ação e imitação. Esta área possui neurônios-espelho que
provalmente permitem entender uma ação observada. Assim, demonstrou-se a
importância desta região para compreensão e aprendizagem de seqüência
motora, observação e preparação da ação e a imitação (Molnar-Szakacs et. al.,
2005). O recrutamento de uma região comum para uma tarefa de linguagem e
imitação pode indicar que esta região é um importante preditor de seqüência na
produção de linguagem e compreensão (Molnar-Szakacs et. al., 2005). Além
disso, os autistas tendem a se concentrar mais na informação (por exemplo,
prosódico) perceptiva e não a informação linguística da fala quando comparados
com indivíduos com desenvolvimento típico, o que pode contribuir para os
deficit de linguagem e comunicação (Wan; Schlaug, 2010). Um estudo mostrou
que indivíduos autistas são incapazes de processar as informações que são dadas
em uma frase, mas conseguem abstrair todos os componentes musicais, como a
afinação, timbre e ritmo (Ricketts, 1976). Estes resultados, em partes, podem
estar relacionados ao processamento da fala é pensado para envolvem
principalmente a discriminação da mudança de sons de banda larga rápida,
enquanto as mudanças tonais na música são pensados para ocorrer em uma
escala de tempo muito mais lento (Lai, et.al, 2012). Tem sido sugerido que
atividades com a música que envolvem imitação e sincronização possam
envolver regiões do cérebro que se sobrepõem com as regiões que contêm
neuronios-espelho, e podem ser particularmente úteis para o tratamento do
transtorno autista. Dada a ligação entre o sistema de neurônios espelho e a
imitação, tem sido sugerido que a imitação poderia ser incorporada como parte
de um programa de intervenção para indivíduos com autismo. Após sessões
repetidas de imitação, crianças com autismo passaram menos tempo na
atividade motora e mais tempo iniciando interações sociais (Molnar-Szakacs et.
al., 2005). O benefício de imitação na produção da fala expressiva já é evidente
em qualquer forma de mapeamento auditivo-motor. A intervenção envolve
sessões de tratamento intensivo, que consistem em vários testes, onde o
paciente imita movimentos orofaciais e frases entoadas pelo terapeuta (Wan et.
al., 2010). Provas convergentes de estudos de neuroimagem da função da
linguagem e estudos de integração sensório-motora apontam para uma forte
ligação entre as regiões do cérebro envolvidas nas funções de linguagem e do
sistema de neurônios-espelho. Evidência anatômica mostra que essas duas
funções são subserviente por algumas estruturas neurais comuns (Molnar-
Szakacs et. al., 2005). Em contraste com a as habilidades linguísticas
prejudicadas em indivíduos autistas, a estimulação auditiva passiva na
ressonância magnética funcional, resultou num aumento da ativação do giro
frontal inferior e aumento da conectividade funcional do giro frontal
posterior (Lai et. al, 2012). Esses resultados consistentes indicam uma
preservação das habilidades musicais no autismo, e confirmam a ativação
aumentada e diminuída nas mesmas regiões do cérebro em resposta à música e
estimulação verbal respectivamente (Lai et. al, 2012). Atividades motoras, como
tocar um instrumento, não apenas atraem o interesse de crianças, mas também
envolvem uma rede motora e sensorial que controla movimentos orofaciais e
articulatórios da linguagem (Lahav et. al., 2007). Através de estímulos musicais,
áreas sensoriais e uma área motora fronto parietal foram ativadas, incluindo a
área de Broca, a região pré motora, o sulco intraparietal e a região parietal
inferior. Confirmando assim, a existência de um circuito envolvendo atividades
auditivas e motoras (Lahav et. al., 2007). O som produzido por um instrumento
também pode facilitar o mapeamento auditivo-motor, que é fundamental para a
comunicação verbal significativa. O mapeamento auditivo-motor envolve três
componentes principais: o canto, atividade motora e imitação (Wan; Schlaug,
2010). Este treinamento usa um conjunto de tambores afinados para envolver
ambas as mãos em atividade motora rítmica e facilitar o mapeamento auditivo-
motor. Cantar (mais do que falar) é conhecido por envolver uma rede bilateral de
reciprocidade entre as regiões frontal e temporal, que contêm alguns
componentes dos sistemas de neurônios-espelho (Brown, 2004). Imitação por
meio de treinamento repetitivo facilita a aprendizagem e altera as respostas do
sistema de neurônios-espelho (Wan; Schlaug, 2010). Apesar de dificuldades de
linguagem em autistas, habilidades musicais são frequentemente preservadas.
Paradoxalmente, as regiões cerebrais associadas com estas funções normalmente
se sobrepõem, permitindo a investigação do discurso e organização neural de
apoio a música no autismo (Lai et. al., 2012). Sistemas neurais sensíveis à fala e à
música foram comparados entre autistas de baixo funcionamento e controle,
usando estimulação auditiva passiva durante a ressonância magnética funcional
e de imagem por tensor de difusão. A ativação no giro frontal inferior esquerdo
foi reduzida em crianças com autismo relativamente aos controles durante a
estimulação de fala, mas era maior do que os controles durante a estimulação
musical (Lai et. al., 2012).

Música, Autismo e Neurônios espelho

Através de exames de imagem realizados durante a observação e imitação de


uma ação, foram encontrados neurônios-espelho em regiões como giro frontal
inferior, lobo parietal inferior e sulco temporal superior. A ativação dos
neurônios-espelho através da realização e observação de ações próprias e alheias
gerou a hipótese do envolvimento desses neurônios na capacidade de
compreender as ações e experiências de outras pessoas (Hadjikhani et. al.,
2005), o que é crucial para uma boa interação social (Wan et. al., 2010).
Enquanto o sistema de neurônios-espelho dos primatas compartilha as
propriedades básicas da ação de execução e observação, o dos humanos parece
estender a sua função a outros aspectos da cognição social (Le Bel et. al.,
2009), sendo associado à uma grande variedade de funções, incluindo imitação,
aprendizado, compreensão de intenções, empatia, auto-representação e
evolução da linguagem (Molnar-Szakacs et. al., 2009). Esses aspectos requerem
uma percepção compartilhada de ações que estão sendo realizadas por outras
pessoas, o que evidencia a participação do sistema de neurônios-espelho e o
lobo parietal superior nessas situações. Inúmeros estudos comprovaram a
dificuldade de imitação de movimentos corporais e expressões faciais de
emoções em autistas (Hadjikhani et. al., 2005), o que prova que os neurônios-
espelho de autistas são virtualmente não funcionais se comparados aos de
controles tipicamente desenvolvidos(Molnar-Szakacs et. al., 2009). Além disso,
pesquisas da neuropatologia do autismo encontraram alterações
neuropatológicas consistentes no sistema límbico e nos circuitos cerebelares,
sustentando a dificuldade de interação social (Gadia et. al., 2004; Petit et. al.,
1995). Estudos demonstraram um atraso no desenvolvimento dos circuitos do
sistema límbico, através da observação das células deste sistema, que são
pequenas no tamanho e aumentadas em número por unidade de volume
(densidade celular aumentada) em comparação a controles (Gadia et. al.,
2004). Atividades relacionadas à música envolvem imitação e sincronização,
levando à ativação de áreas que contém neurônios-espelho e estimulando
emoções em indivíduos autistas, que tipicamente tem dificuldade em expressar
emoções (Wan et. al., 2010), e tem grande apreço por música (Heaton,
2009). Isso se dá devido a capacidade dos estímulos musicais de ativar regiões
no cérebro relacionadas ao processamento de emoções, que são afetadas em
autistas (Geretsegger et. al., 2012) como o córtex cingulado, córtex insular,
hipotálamo, hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal, núcleo acumbens, córtex
orbitofrontal e córtex pré-frontal ventromedial (Wan; Schlaug, 2010). O som
produzido pelo instrumento também pode facilitar o mapeamento acústico
motor que é fundamental para a significativa comunicação vocal. Imitação por
meio de treinamento repetitivo facilita a aprendizagem e altera as respostas do
sistema de neurônios-espelho (Wan; Schlaug, 2010). É surpreendente que as
pessoas que sofrem do transtorno autista parecem ter déficits no funcionamento
dos seus neurônios-espelho e ainda assim são capazes de experimentar algumas
das qualidades afetivas da música. No entanto, sabe-se que autistas são
particularmente atraídos por padrões abstratos, e a natureza repetitiva e
previsível dos sons musicais podem cumprir esse papel. Também é possível que
através da experiência e familiaridade com esses padrões, ou mesmo através da
imitação musical compartilhada e atividades de sincronização, os neurônios-
espelho podem ser capazes de fazer com que indivíduos com autismo consigam
promover sua apreciação por sons em uma apreciação emocional pelo agente
que está produzindo os sons (Molnar-Szakacs et. al., 2009).

O fato de autistas apresentarem emoções perante estímulos musicais se deve à


interação entre os neurônios-espelho e o sistema límbico, que permite ao
cérebro compreender os padrões musicais e responder emocionalmente. As
características auditivas dos sinais musicais são processadas em uma rede de
neurônios que envolve o córtex temporal, os neurônios-espelho fronto-parietais
e o sistema límbico, primeiramente no giro temporal superior e depois são
combinadas com características estruturais da informação de movimento nos
neurônios-espelho. A ínsula anterior forma um canal entre o sistema de
neurônios-espelho e o sistema límbico, permitindo a recepção de informações do
estado autônomo e emocional do observador, levando à uma resposta emocional
à música (Molnar-Szakacs et. al., 2009). A terapia musical para autistas ainda tem
a vantagem de ser muito acessível para os pacientes, já que eles podem ouvir
música enquanto realizam suas atividades normais do dia-a-dia (Lanovaz et. al.,
2011). Ensinar música a crianças com dificuldades sociais e de comunicação
coloca desafios especiais para educadores musicais. No entanto, há várias razões
por que esses desafios devem ser cumpridas. Primeiro, há evidências de que o
ensino de música está associado com melhorias no processamento espaço-
temporal e em algumas habilidades matemáticas. Em segundo lugar, a música
trabalha importantes funções inter e intrapessoais (Heaton, 2009).

Conclusão

A musicoterapia direcionada ao autismo mostrou grandes benefícios na melhoria


da capacidade de resposta interpessoal. Estes resultados foram observados
mediante o desenvolvimento das áreas relacionadas à linguagem e comunicação,
aumento da atenção compartilhada e estimulação das respostas de neurônios-
espelho. A musicoterapia proporciona prazer, promoção intelectual e emocional,
interação com outras pessoas, treinamento de habilidades lingüísticas e motoras,
além de ser livre de efeitos colaterais. Entretanto, futuros estudos nesta área
devem ser estimulados para proporcionar uma avaliação mais aprofundada
destas hipóteses.
Bruna Luiza Guerrer, Jaqueline Lima de Menezes-acadêmicas do curso de
Medicina-FCS-UFGd-XIIa turma

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Referências Bibliográficas

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