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E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO

76. — Há pecadores que desejam obter o perdão de seus pecados; confessam-se e fazem penitência,
mas não se aplicam como devem, para não recaírem no pecado. São inconseqüentes consigo
mesmos, pois choram e se arrependem de seus pecados, para em seguida caírem novamente nos
mesmos pecados e assim acumularem motivo para lágrimas futuras. A propósito disto, diz o Senhor
em Isaias: (1, 16) Lavai-vos, purificai-vos, tirai de diante de meus olhos a malignidade de vossos
pensamentos: deixai de fazer o mal.

É por isso que Cristo, como dissemos, nos ensina, no pedido anterior, a implorar o perdão de nossos
pecados e neste, a graça de evitar o pecado dizendo: e não nos deixeis cair em tentação, pois é
verdadeiramente a tentação que nos induz ao pecado.

77. — Neste pedido três questões atraem nossa atenção:

a) Que é a tentação?
b) Como e por quem o homem é tentado?
c) Como se livra da tentação?

78. — a) Que é a tentação?

Tentar não quer dizer mais do que: por à prova. Assim, tentar o homem, é por à prova sua virtude. A
tentação pode ser de duas maneiras, segundo as exigências da virtude humana. Uma, quanto à
perfeição da obra e outra, que o homem se guarde de todo o mal. É o que diz o Salmista: (Sl 33, 15)
Evita o mal e faze o bem.

A virtude do homem será pois provação, tanto do ponto de vista da excelência de se agir, quanto do
seu afastamento do mal.

79. — Se sois provados para saber, se estais prontos para praticar o bem, como, por exemplo, jejuar,
e estais efetivamente prontos para o bem, grande é a vossa virtude.

Deste modo Deus prova o homem, não porque Ele não conhece sua virtude, mas para que assim
todos a fiquem conhecendo e o tenham como exemplo. Deste modo Deus tentou Abraão (Gn 22) e
Jó. Por isso Deus envia tribulações aos justos; se suportam com paciência, sua virtude é manifesta e
progridem na virtude. O Senhor vosso Deus vos tenta, para se fazer manifesto se o amais ou não,
dizia Moisés aos Hebreus (Dt 13, 3). Portanto Deus tenta o homem, provocando-o a fazer o bem.

80. — O segundo modo de tentar a virtude do homem é incitá-lo ao mal. E se o homem resiste
fortemente e não consente, sua virtude é grande, mas se ele não resiste, onde está sua virtude?
Deus nunca tenta o homem deste modo, pois nos diz São Tiago: (1, 13): Ninguém, quando é tentado,
diga que Deus é que o tenta, pois Ele é incapaz de tentar para o mal. Mas quem tenta o homem é a
própria carne, o diabo e o mundo.

81. — b) Como e por quem é o homem tentado?

A carne tenta o homem de dois modos. Primeiro, instigando o homem para o mal, pela procura dos
gozos carnais, que são sempre ocasião de pecado. Quem permanece nos gozos carnais, negligencia
as coisas espirituais. Diz-nos São Tiago: Cada um é tentado por sua própria concupiscência que o
arrasta e seduz (Tg 1, 14).

Em segundo lugar, a carne nos tenta, desviando-nos do bem. Pois o espírito, por si mesmo, se deleita
sempre com os bens espirituais; mas o peso da carne entrava o espírito. O corpo que sE NÃO NOS
DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO

76. — Há pecadores que desejam obter o perdão de seus pecados; confessam-se e fazem penitência,
mas não se aplicam como devem, para não recaírem no pecado. São inconseqüentes consigo
mesmos, pois choram e se arrependem de seus pecados, para em seguida caírem novamente nos
mesmos pecados e assim acumularem motivo para lágrimas futuras. A propósito disto, diz o Senhor
em Isaias: (1, 16) Lavai-vos, purificai-vos, tirai de diante de meus olhos a malignidade de vossos
pensamentos: deixai de fazer o mal.

É por isso que Cristo, como dissemos, nos ensina, no pedido anterior, a implorar o perdão de nossos
pecados e neste, a graça de evitar o pecado dizendo: e não nos deixeis cair em tentação, pois é
verdadeiramente a tentação que nos induz ao pecado.

77. — Neste pedido três questões atraem nossa atenção:

a) Que é a tentação?

b) Como e por quem o homem é tentado?


c) Como se livra da tentação?

78. — a) Que é a tentação?

Tentar não quer dizer mais do que: por à prova. Assim, tentar o homem, é por à prova sua virtude. A
tentação pode ser de duas maneiras, segundo as exigências da virtude humana. Uma, quanto à
perfeição da obra e outra, que o homem se guarde de todo o mal. É o que diz o Salmista: (Sl 33, 15)
Evita o mal e faze o bem.

A virtude do homem será pois provação, tanto do ponto de vista da excelência de se agir, quanto do
seu afastamento do mal.

79. — Se sois provados para saber, se estais prontos para praticar o bem, como, por exemplo, jejuar,
e estais efetivamente prontos para o bem, grande é a vossa virtude.

Deste modo Deus prova o homem, não porque Ele não conhece sua virtude, mas para que assim
todos a fiquem conhecendo e o tenham como exemplo. Deste modo Deus tentou Abraão (Gn 22) e
Jó. Por isso Deus envia tribulações aos justos; se suportam com paciência, sua virtude é manifesta e
progridem na virtude. O Senhor vosso Deus vos tenta, para se fazer manifesto se o amais ou não,
dizia Moisés aos Hebreus (Dt 13, 3). Portanto Deus tenta o homem, provocando-o a fazer o bem.

80. — O segundo modo de tentar a virtude do homem é incitá-lo ao mal. E se o homem resiste
fortemente e não consente, sua virtude é grande, mas se ele não resiste, onde está sua virtude?

Deus nunca tenta o homem deste modo, pois nos diz São Tiago: (1, 13): Ninguém, quando é tentado,
diga que Deus é que o tenta, pois Ele é incapaz de tentar para o mal. Mas quem tenta o homem é a
própria carne, o diabo e o mundo.
81. — b) Como e por quem é o homem tentado?

A carne tenta o homem de dois modos. Primeiro, instigando o homem para o mal, pela procura dos
gozos carnais, que são sempre ocasião de pecado. Quem permanece nos gozos carnais, negligencia
as coisas espirituais. Diz-nos São Tiago: Cada um é tentado por sua própria concupiscência que o
arrasta e seduz (Tg 1, 14).

Em segundo lugar, a carne nos tenta, desviando-nos do bem. Pois o espírito, por si mesmo, se deleita
sempre com os bens espirituais; mas o peso da carne entrava o espírito. O corpo que se corrompe faz
pesada a alma, diz o Livro da Sabedoria (9, 15) e São Paulo escreve aos romanos (7, 22): Pois me
deleito na lei de Deus, segundo o homem interior; sinto, porém, nos meus membros outra lei, que
repugna à lei de meu espírito e que me prende à lei do pecado, que está em meus membros.

Esta tentação da carne é muito forte porque a carne, nossa inimiga, está ligada a nós. E como disse
Boécio: «Nenhuma peste é tão nociva, quanto um inimigo familiar». Por isto é preciso estar
vigilante contra a carne. Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. (Mt 26,41).

82. — Ora, uma vez a carne dominada, outro inimigo aparece, o diabo, contra quem é enorme nossa
luta. Diz-nos São Paulo: (Ef 6, 12) — não temos que lutar contra a carne e o sangue apenas, mas sim
contra os principados e potestades, contra os dominadores do mundo das trevas, contra os espíritos
de malícia, espalhados pelos ares. Donde é o diabo expressamente chamado o tentador, como nos
mostra São Paulo: (1 Ts 3,5): Não vos haja tentado aquele que tenta.

O diabo age astutamente nas tentações. Assim como um general de exército, que sitia uma fortaleza,
considera os pontos fracos que quer atacar, o diabo considera onde o homem é mais fraco para aí
tentá-lo. E por isso tenta-o nos vícios a que o homem, subjugado pela carne, é mais inclinado, como
o vício da ira, da soberba e outros vícios espirituais. Vosso adversário, o demônio, como um leão a
rugir anda ao redor de vós, procurando a quem devorar, diz-nos São Pedro. (1 Pd 5, 8).
83. — O demônio usa de suas táticas em suas tentações. No primeiro momento declaradamente mau,
mas alguma coisa que ainda tenha a aparência de um bem. Assim, de início, desvia ligeiramente o
homem de sua orientação geral interior, o suficiente para, em seguida, levá-lo facilmente a pecar.
Sobre isto escreve o Apóstolo aos Coríntios: (2Cor 11, 14): O próprio Satanás se transfigura em anjo
da luz.

Depois de ter induzido o homem ao pecado, prende-o para não permitir que ele se liberte de suas
faltas.

Assim o demônio faz duas coisas: engana o homem e o conserva enganado em seu pecado.

84. — O mundo por sua vez nos tenta de duas maneiras. Em primeiro lugar, por um desejo
desmesurado das coisas temporais. A cupidez é raiz de todos os males, diz o Apóstolo (Tm 6, 10).

Em segundo lugar, o mundo nos incita ao mal por medo das perseguições e dos tiranos. Estamos
envolvidos pelas trevas (Jo 37, 19) Pois todos os que quiserem viver piamente em Cristo Jesus
sofrerão perseguição, escreve São Paulo (2 Tm 3, 12). E o Senhor recomenda a seus discípulos: (Mt
10, 20) Não temais os que matam o corpo.

85. — c) Até aqui mostramos o que é a tentação e como o homem é tentado. Vejamos agora como o
homem se livra da tentação.

Sobre isso é preciso notar que Cristo nos ensinou não a pedirmos para não sermos tentados, mas
para não cairmos em tentação. Com efeito, é vencendo a tentação que o homem merece a coroa da
glória.(cf. 1 Cor 9,25); (Pd 5, 4) É por isso que São Tiago (1, 2) declara: Meus irmãos, tende em
conta da maior alegria o passardes por diversas tentações. E o Eclesiástico nos adverte: (2, 1): Filho,
quando entrares no serviço de Deus... prepara tua alma para a tentação. Diz ainda São Tiago (1, 12)
Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque depois de ser provado, receberá a coroa
da vida. Assim Jesus nos ensina a pedir ao Pai para não cairmos em tentação, dando a esta nosso
consentimento. Diz-nos São Paulo: (1 Cor 10, 13) Não vos sobreveio nenhuma tentação, que não
seja humana. Ser tentado é humano, mas consentir é ter parte com o diabo.

86. — Poderão objetar: uma vez que o Cristo disse explicitamente: Não nos induzi em tentação, isto
é, não nos façais cair em tentação, não se deve deduzir daí, que é o próprio Deus, mais do que o
diabo, que nos empurra ativamente para o mal?

Respondo assim:

É pelo fato de permitir o mal e não levantar contra ele obstáculo que Deus, por assim dizer, leva o
homem a praticar o mal. Assim Deus será dito induzir o homem em tentação, quando retira dele sua
graça, por causa dos inúmeros pecados anteriores deste homem; o que terá por efeito fazer o homem
cair em novo e pior pecado. Para ser preservado desse mal, o Salmista pede a Deus em sua prece: (Sl
70, 90): Quando minhas forças faltarem, não me desampares.

Por outro lado, graças ao fervor da caridade, dado por Deus, o homem é ajudado de tal modo que
não é induzido em tentação no sentido acima (n° 82, 83). A caridade, por menor que seja, resiste a
qualquer pecado. As muitas águas não puderam extinguir a caridade, diz o Cântico dos Cânticos (8,
7).

Assim como Deus nos dirige pela luz da inteligência, também pela inteligência nos mostra as obras
que devemos realizar. Segundo Aristóteles, todo pecador é um ignorante. Diz o Senhor (Sl 31, 8):
Inteligência te darei e te instruirei neste caminho. E Davi pede esta luz, para bem agir (Sl 12, 4-5):
Ilumina meus olhos, para que eu não durma jamais na morte. Para que o meu inimigo não venha a
dizer: Eu prevaleci contra ele.
87. — Esta luz nos vem pelo Dom da Inteligência.

Se recusamos nosso consentimento à tentação, guardamos a pureza de coração santificada por Jesus:
(Mt 5, 8): Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus; e nós chegaremos à visão de
Deus.

Que Deus a ela nos conduza efetivamente.e corrompe faz pesada a alma, diz o Livro da Sabedoria (9,
15) e São Paulo escreve aos romanos (7, 22): Pois me deleito na lei de Deus, segundo o homem
interior; sinto, porém, nos meus membros outra lei, que repugna à lei de meu espírito e que me
prende à lei do pecado, que está em meus membros.

Esta tentação da carne é muito forte porque a carne, nossa inimiga, está ligada a nós. E como disse
Boécio: «Nenhuma peste é tão nociva, quanto um inimigo familiar». Por isto é preciso estar
vigilante contra a carne. Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. (Mt 26,41).

82. — Ora, uma vez a carne dominada, outro inimigo aparece, o diabo, contra quem é enorme nossa
luta. Diz-nos São Paulo: (Ef 6, 12) — não temos que lutar contra a carne e o sangue apenas, mas sim
contra os principados e potestades, contra os dominadores do mundo das trevas, contra os espíritos
de malícia, espalhados pelos ares. Donde é o diabo expressamente chamado o tentador, como nos
mostra São Paulo: (1 Ts 3,5): Não vos haja tentado aquele que tenta.

O diabo age astutamente nas tentações. Assim como um general de exército, que sitia uma fortaleza,
considera os pontos fracos que quer atacar, o diabo considera onde o homem é mais fraco para aí
tentá-lo. E por isso tenta-o nos vícios a que o homem, subjugado pela carne, é mais inclinado, como
o vício da ira, da soberba e outros vícios espirituais. Vosso adversário, o demônio, como um leão a
rugir anda ao redor de vós, procurando a quem devorar, diz-nos São Pedro. (1 Pd 5, 8).

83. — O demônio usa de suas táticas em suas tentações. No primeiro momento declaradamente mau,
mas alguma coisa que ainda tenha a aparência de um bem. Assim, de início, desvia ligeiramente o
homem de sua orientação geral interior, o suficiente para, em seguida, levá-lo facilmente a pecar.
Sobre isto escreve o Apóstolo aos Coríntios: (2Cor 11, 14): O próprio Satanás se transfigura em anjo
da luz.

Depois de ter induzido o homem ao pecado, prende-o para não permitir que ele se liberte de suas
faltas.
Assim o demônio faz duas coisas: engana o homem e o conserva enganado em seu pecado.

84. — O mundo por sua vez nos tenta de duas maneiras. Em primeiro lugar, por um desejo
desmesurado das coisas temporais. A cupidez é raiz de todos os males, diz o Apóstolo (Tm 6, 10).

Em segundo lugar, o mundo nos incita ao mal por medo das perseguições e dos tiranos. Estamos
envolvidos pelas trevas (Jo 37, 19) Pois todos os que quiserem viver piamente em Cristo Jesus
sofrerão perseguição, escreve São Paulo (2 Tm 3, 12). E o Senhor recomenda a seus discípulos: (Mt
10, 20) Não temais os que matam o corpo.

85. — c) Até aqui mostramos o que é a tentação e como o homem é tentado. Vejamos agora como o
homem se livra da tentação.

Sobre isso é preciso notar que Cristo nos ensinou não a pedirmos para não sermos tentados, mas
para não cairmos em tentação. Com efeito, é vencendo a tentação que o homem merece a coroa da
glória.(cf. 1 Cor 9,25); (Pd 5, 4) É por isso que São Tiago (1, 2) declara: Meus irmãos, tende em
conta da maior alegria o passardes por diversas tentações. E o Eclesiástico nos adverte: (2, 1): Filho,
quando entrares no serviço de Deus... prepara tua alma para a tentação. Diz ainda São Tiago (1, 12)
Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque depois de ser provado, receberá a coroa
da vida. Assim Jesus nos ensina a pedir ao Pai para não cairmos em tentação, dando a esta nosso
consentimento. Diz-nos São Paulo: (1 Cor 10, 13) Não vos sobreveio nenhuma tentação, que não
seja humana. Ser tentado é humano, mas consentir é ter parte com o diabo.

86. — Poderão objetar: uma vez que o Cristo disse explicitamente: Não nos induzi em tentação, isto
é, não nos façais cair em tentação, não se deve deduzir daí, que é o próprio Deus, mais do que o
diabo, que nos empurra ativamente para o mal?

Respondo assim:

É pelo fato de permitir o mal e não levantar contra ele obstáculo que Deus, por assim dizer, leva o
homem a praticar o mal. Assim Deus será dito induzir o homem em tentação, quando retira dele sua
graça, por causa dos inúmeros pecados anteriores deste homem; o que terá por efeito fazer o homem
cair em novo e pior pecado. Para ser preservado desse mal, o Salmista pede a Deus em sua prece: (Sl
70, 90): Quando minhas forças faltarem, não me desampares.

Por outro lado, graças ao fervor da caridade, dado por Deus, o homem é ajudado de tal modo que
não é induzido em tentação no sentido acima (n° 82, 83). A caridade, por menor que seja, resiste a
qualquer pecado. As muitas águas não puderam extinguir a caridade, diz o Cântico dos Cânticos (8,
7).
Assim como Deus nos dirige pela luz da inteligência, também pela inteligência nos mostra as obras
que devemos realizar. Segundo Aristóteles, todo pecador é um ignorante. Diz o Senhor (Sl 31, 8):
Inteligência te darei e te instruirei neste caminho. E Davi pede esta luz, para bem agir (Sl 12, 4-5):
Ilumina meus olhos, para que eu não durma jamais na morte. Para que o meu inimigo não venha a
dizer: Eu prevaleci contra ele.

87. — Esta luz nos vem pelo Dom da Inteligência.

Se recusamos nosso consentimento à tentação, guardamos a pureza de coração santificada por Jesus:
(Mt 5, 8): Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus; e nós chegaremos à visão de
Deus.

Que Deus a ela nos conduza efetivamente.

O duro combate ao mundo e à carne


A tentação é a artimanha mais importante utilizada pelo demônio em sua missão de perder as almas,
mas não a única, pois ele conta ainda com a possessão e a obsessão. Todavia, ambas não executam
de maneira direta a intenção maior do demônio, ao passo que a tentação sim, pois nela o homem é
levado ao pecado e, consequentemente, a se afastar de Deus.

Além do Diabo, o homem tem ainda mais dois inimigos: o mundo e a carne. Por meio desses dois, o
demônio também executa o seu ofício, mas de maneira indireta, pois a própria vida que a pessoa
leva potencializa a ação da carne e o ambiente que ela vive a ação do mundo. Conhecer o modo
como a carne e o mundo influenciam na perdição da humanidade é o tema desta aula.

O mundo, da mesma forma que o demônio, é um inimigo externo do homem. Ele pode ser definido
como a cultura pagã a serviço do anticristo que rodeia o homem. Ela leva o homem a crer que sua
felicidade está neste mundo e no que ele oferece. A filosofia do mundo é composta de carnalidade
imanente: "eu quero ser feliz aqui e agora". Este pensamento se reflete em diversas máximas:
"aproveite enquanto você é jovem", "a vida é pra isso mesmo", "aproveite a vida", "carpe diem", etc.
Em muitos casos, ela não se apresenta de maneira explícita, mas de modo velado, para que a pessoa,
sem perceber, seja nela envolvida.

Uma outra tática da mundanidade é utilizar-se de gozações, sarcasmo, como por exemplo, quando o
cristão, católico, devoto, vira objeto de piada, de escárnio.
Para combater esse inimigo externo, o primeiro passo é avivar a fé no amor de Deus. A felicidade
está no céu e fixar os corações nele, em Deus, meditando seriamente sobre o vazio do mundo, sobre
a morte, sobre o fim último das coisas pode ser de grande valia para se combater o espírito mundano.

Lutar contra o chamado "respeito humano". Esta expressão que causa bastante confusão, ainda mais
nesses tempos politicamente corretos. Na linguagem ascética, cristã e clássica significa "vergonha
de Deus por deferência ao ser humano", ou seja, quando a pessoa está num ambiente notadamente
anticristão ou pagão, não manifesta a sua fé, nem a defende, por vergonha ou medo de não ser bem
aceito.

Um outro inimigo ainda mais potente que o diabo e o mundo é a chamada carne. A teologia
espiritual explica que ela é a tendência de todo homem para o pecado e é proveniente do pecadO
duro combate ao mundo e à carne

A tentação é a artimanha mais importante utilizada pelo demônio em sua missão de perder as almas,
mas não a única, pois ele conta ainda com a possessão e a obsessão. Todavia, ambas não executam
de maneira direta a intenção maior do demônio, ao passo que a tentação sim, pois nela o homem é
levado ao pecado e, consequentemente, a se afastar de Deus.

Além do Diabo, o homem tem ainda mais dois inimigos: o mundo e a carne. Por meio desses dois, o
demônio também executa o seu ofício, mas de maneira indireta, pois a própria vida que a pessoa
leva potencializa a ação da carne e o ambiente que ela vive a ação do mundo. Conhecer o modo
como a carne e o mundo influenciam na perdição da humanidade é o tema desta aula.

O mundo, da mesma forma que o demônio, é um inimigo externo do homem. Ele pode ser definido
como a cultura pagã a serviço do anticristo que rodeia o homem. Ela leva o homem a crer que sua
felicidade está neste mundo e no que ele oferece. A filosofia do mundo é composta de carnalidade
imanente: "eu quero ser feliz aqui e agora". Este pensamento se reflete em diversas máximas:
"aproveite enquanto você é jovem", "a vida é pra isso mesmo", "aproveite a vida", "carpe diem", etc.
Em muitos casos, ela não se apresenta de maneira explícita, mas de modo velado, para que a pessoa,
sem perceber, seja nela envolvida.

Uma outra tática da mundanidade é utilizar-se de gozações, sarcasmo, como por exemplo, quando o
cristão, católico, devoto, vira objeto de piada, de escárnio.
Para combater esse inimigo externo, o primeiro passo é avivar a fé no amor de Deus. A felicidade
está no céu e fixar os corações nele, em Deus, meditando seriamente sobre o vazio do mundo, sobre
a morte, sobre o fim último das coisas pode ser de grande valia para se combater o espírito mundano.

Lutar contra o chamado "respeito humano". Esta expressão que causa bastante confusão, ainda mais
nesses tempos politicamente corretos. Na linguagem ascética, cristã e clássica significa "vergonha
de Deus por deferência ao ser humano", ou seja, quando a pessoa está num ambiente notadamente
anticristão ou pagão, não manifesta a sua fé, nem a defende, por vergonha ou medo de não ser bem
aceito.

Um outro inimigo ainda mais potente que o diabo e o mundo é a chamada carne. A teologia
espiritual explica que ela é a tendência de todo homem para o pecado e é proveniente do pecado
original. Tanto a mundanidade como a concupiscência carnal são consequências das ações indiretas
do demônio, já os pecados da carne são ações diretas do demônio, potencializadas pelo pecado
original e pelos próprios pecados da pessoa.

A tendência carnal se manifesta de duas formas concretas, resumidas em uma só frase: "foge da dor,
busca o prazer". Esta é a lei da carne. A mais grave é a busca do prazer. Ela nasce da confusão do
homem em confundir felicidade com prazer. A primeira vem da alma e a segunda do corpo. O
homem quer ser feliz e, por isso, peca, pois procura a felicidade onde ela não se encontra. Ela não
está no prazer, muito pelo contrário, basta observar que a maioria dos prazeres é seguida de uma
grande tristeza, pois o corpo não dá conta de sustentar a demanda de felicidade da alma.

A busca do prazer (concupiscência ou ephitumia, em grego), está presente no homem porque é uma
criação divina, foi Deus quem criou o prazer. Ele criou o corpo que, para ser sustentado, precisa
ingerir alimentos, criou também o homem e mulher que, para reproduzirem-se, precisam manter
relações sexuais. Ora, tanto o comer quanto o sexo são lícitos e queridos por Deus. Contudo, ao
serem pervertidos pelo pecado original, tornaram-se fonte de destruição do homem.
Caso a busca pelo prazer não tivesse sido distorcida pelo pecado original, estas realidades - boas em
si mesmas - seriam trampolins para louvar e agradecer a Deus. No entanto, houve a distorção e o
homem, para satisfazer-se, vira as costas para Deus e passa a tratar os prazeres como se fossem os
verdadeiros deuses e fontes da felicidade. Assim, no coração da vitalidade humana está também
uma tendência para a destruição e a morte.

Combater a concupiscência é tarefa árdua, mas não impossível. O Padre Antonio Royo Marin, em
sua já citada obra "La teologia de la perfeccion cristiana", apresenta dez "remédios" para essa
missão:

Mortificação: mortificar-se nas coisas lícitas, renunciando a prazeres honestos a fim de ter forças
para renunciar aos ilícitos;

Afeição ao sofrimento e à cruz: aproximar-se de Cristo na Cruz é também aproximar-se do Amor


que será pleno no céu. Não existe meio de amar sem estar disposto a carregar a cruz e a amar os
outros;

Combate à ociosidade: usar o tempo para estar com Deus;

Fuga das ocasiões perigosas: não dar oportunidade para a tentação carnal se manifestar. Não bastam
os propósitos de não pecar, pois o corpo quer o contrário do que a alma deseja;

Meditação a respeito da dignidade do cristão: considerar que todos são chamados à santidade, todos
têm essa alta vocação e pensar sobre ela afasta do pecado;

Lembrar que o Inferno existe: o castigo do pecado pode ser aplicado tanto pela danação eterna
quanto ainda neste mundo;

Recordar a Paixão de Cristo: olhando o amor com que Jesus amou a humanidade, doando-se
inteiramente para salvá-la, faz com que haja uma maior resistência ao pecado;

Orar de modo humilde e perseverante: para combater o pecado é preciso contar com a ajuda da
graça eficaz. O pedido amoroso a Deus é fundamental para que a carne seja vencida;
Devoção terna e amorosa pela Virgem Maria: Ela foi dada à humanidade como auxílio na luta
contra o pecado. No dia em que pecado instalou-se no mundo, Ela foi profetizada por Deus. Maria
Castíssima, Puríssima e Santíssima ajuda no combate;

Frequência nos sacramentos: especialmente o da Confissão e da Eucaristia, que são escolas de


santidade, importantíssimas para a verdadeira conversão. O sistema de salvação que vem pelo
sacramentos foi dado por Deus para esta batalha;

O segundo aspecto do combate da carne é "fugir da dor". Ela impede que a pessoa se santifique.
Pode até se salvar, mas passará um tempo no Purgatório, pois é necessária a penitência para reparar
os pecados cometidos. O sofrimento é algo importante para o homem e alguns pontos de sua
necessidade devem ser recordados:

O sofrimento expia os pecados: são atos de mérito diante de Jesus;

Submeter a carne ao espírito: por causa do pecado original quem manda no homem é a carne e não o
espírito, por isso é preciso domá-la, colocar limites;

Desapegar-se das coisas mundanas: os quais impedem que o homem ame a Deus sobre todas as
coisas;

A penitência purifica e torna o homem mais belo: o objetivo do homem é deixar sua alma cada vez
mais bonita, esta é a beleza que importa realmente: a espiritual;

A penitência ajuda a alcançar graças diante de Deus: a oração de quem agrada a Deus é ouvido de
maneira mais eficaz por Ele;

A penitência faz com que as pessoas sejam mais apostólicas: pessoas que evangelizam mais, pois
estão mais voltadas para o outro;

A penitência torna as pessoas mais parecidas com Jesus e Maria;

O Padre Royo Marin faz distinção entre os graus de santidade. Ele diz que o grau básico é não deixar
de cumprir os deveres por serem eles dolorosos. Trata-se do salário mínimo da virtude. Segundo, é a
aceitação resignada dos sofrimentos que Deus permite, oferecendo-os como ato de amor. Terceiro, a
mortificação voluntária. O quarto grau encontra-se somente nos grandes santos, para os quais é
preferível a dor ao prazer. O quinto grau, aquele perfeito, é quando a pessoa se oferece como vítima
de expiação, aceitando os sofrimentos mais terríveis para agradar a Deus.
Todos os homens são chamados à santidade. Desse modo, os graus relacionados a ela devem ser
aspirados por todos. Começando pelos primeiros é possível almejar chegar ao último e mais perfeito,
assemelhando-se aos grandes santos e santas da Igreja.o original. Tanto a mundanidade como a
concupiscência carnal são consequências das ações indiretas do demônio, já os pecados da carne são
ações diretas do demônio, potencializadas pelo pecado original e pelos próprios pecados da pessoa.

A tendência carnal se manifesta de duas formas concretas, resumidas em uma só frase: "foge da dor,
busca o prazer". Esta é a lei da carne. A mais grave é a busca do prazer. Ela nasce da confusão
do homem em confundir felicidade com prazer. A primeira vem da alma e a segunda do corpo. O
homem quer ser feliz e, por isso, peca, pois procura a felicidade onde ela não se encontra. Ela não
está no prazer, muito pelo contrário, basta observar que a maioria dos prazeres é seguida de uma
grande tristeza, pois o corpo não dá conta de sustentar a demanda de felicidade da alma.

A busca do prazer (concupiscência ou ephitumia, em grego), está presente no homem porque é uma
criação divina, foi Deus quem criou o prazer. Ele criou o corpo que, para ser sustentado, precisa
ingerir alimentos, criou também o homem e mulher que, para reproduzirem-se, precisam manter
relações sexuais. Ora, tanto o comer quanto o sexo são lícitos e queridos por Deus. Contudo, ao
serem pervertidos pelo pecado original, tornaram-se fonte de destruição do homem.

Caso a busca pelo prazer não tivesse sido distorcida pelo pecado original, estas realidades - boas em
si mesmas - seriam trampolins para louvar e agradecer a Deus. No entanto, houve a distorção e o
homem, para satisfazer-se, vira as costas para Deus e passa a tratar os prazeres como se fossem os
verdadeiros deuses e fontes da felicidade. Assim, no coração da vitalidade humana está também
uma tendência para a destruição e a morte.

Combater a concupiscência é tarefa árdua, mas não impossível. O Padre Antonio Royo Marin, em
sua já citada obra "La teologia de la perfeccion cristiana", apresenta dez "remédios" para essa
missão:

1. Mortificação: mortificar-se nas coisas lícitas, renunciando a prazeres honestos a fim de ter
forças para renunciar aos ilícitos;

2. Afeição ao sofrimento e à cruz: aproximar-se de Cristo na Cruz é também aproximar-se do


Amor que será pleno no céu. Não existe meio de amar sem estar disposto a carregar a cruz e a
amar os outros;

3. Combate à ociosidade: usar o tempo para estar com Deus;

4. Fuga das ocasiões perigosas: não dar oportunidade para a tentação carnal se manifestar.
Não bastam os propósitos de não pecar, pois o corpo quer o contrário do que a alma deseja;
5. Meditação a respeito da dignidade do cristão: considerar que todos são chamados à
santidade, todos têm essa alta vocação e pensar sobre ela afasta do pecado;

6. Lembrar que o Inferno existe: o castigo do pecado pode ser aplicado tanto pela danação
eterna quanto ainda neste mundo;

7. Recordar a Paixão de Cristo: olhando o amor com que Jesus amou a humanidade,
doando-se inteiramente para salvá-la, faz com que haja uma maior resistência ao pecado;

8. Orar de modo humilde e perseverante: para combater o pecado é preciso contar com a ajuda
da graça eficaz. O pedido amoroso a Deus é fundamental para que a carne seja vencida;

9. Devoção terna e amorosa pela Virgem Maria: Ela foi dada à humanidade como auxílio na
luta contra o pecado. No dia em que pecado instalou-se no mundo, Ela foi profetizada por Deus.
Maria Castíssima, Puríssima e Santíssima ajuda no combate;

10. Frequência nos sacramentos: especialmente o da Confissão e da Eucaristia, que são escolas
de santidade, importantíssimas para a verdadeira conversão. O sistema de salvação que vem
pelo sacramentos foi dado por Deus para esta batalha;

O segundo aspecto do combate da carne é "fugir da dor". Ela impede que a pessoa se santifique.
Pode até se salvar, mas passará um tempo no Purgatório, pois é necessária a penitência para reparar
os pecados cometidos. O sofrimento é algo importante para o homem e alguns pontos de sua
necessidade devem ser recordados:

1. O sofrimento expia os pecados: são atos de mérito diante de Jesus;

2. Submeter a carne ao espírito: por causa do pecado original quem manda no homem é a
carne e não o espírito, por isso é preciso domá-la, colocar limites;

3. Desapegar-se das coisas mundanas: os quais impedem que o homem ame a Deus sobre
todas as coisas;

4. A penitência purifica e torna o homem mais belo: o objetivo do homem é deixar sua alma
cada vez mais bonita, esta é a beleza que importa realmente: a espiritual;

5. A penitência ajuda a alcançar graças diante de Deus: a oração de quem agrada a Deus é
ouvido de maneira mais eficaz por Ele;

6. A penitência faz com que as pessoas sejam mais apostólicas: pessoas que evangelizam mais,
pois estão mais voltadas para o outro;

7. A penitência torna as pessoas mais parecidas com Jesus e Maria;

O Padre Royo Marin faz distinção entre os graus de santidade. Ele diz que o grau básico é não deixar
de cumprir os deveres por serem eles dolorosos. Trata-se do salário mínimo da virtude. Segundo, é a
aceitação resignada dos sofrimentos que Deus permite, oferecendo-os como ato de amor. Terceiro, a
mortificação voluntária. O quarto grau encontra-se somente nos grandes santos, para os quais é
preferível a dor ao prazer. O quinto grau, aquele perfeito, é quando a pessoa se oferece como vítima
de expiação, aceitando os sofrimentos mais terríveis para agradar a Deus.
Todos os homens são chamados à santidade. Desse modo, os graus relacionados a ela devem ser
aspirados por todos. Começando pelos primeiros é possível almejar chegar ao último e mais perfeito,
assemelhando-se aos grandes santos e santas da Igreja.

06/11/2015 09:57 | Categoria: Espiritualidade

Cuidado se você não sofre tentações!


São melhores as amarguras e as provações da batalha, que preparam o Céu, à
paz e à tranquilidade deste mundo, que pavimentam a estrada para o inferno.

Uma famosa oração, atribuída a Santo Agostinho, e rezada por quem se prepara para a Santa
Escravidão a Nossa Senhora, possui uma frase digna de profunda meditação: “Ó Jesus, anátema
seja quem não Vos ama. Aquele que não Vos ama seja repleto de amarguras.”

Mas, desde quando os santos rezam a Deus pedindo que as pessoas fiquem amarguradas?

Qual é, afinal, o sentido dessas palavras de Agostinho, aparentemente tão severas?

O desejo desse doutor da Igreja é bem simples: que os homens amem a Deus!

E ninguém pense que se trata de uma petição qualquer. As palavras de Agostinho – que não fazem
mais que ecoar as do próprio Cristo no Pai Nosso – são a coisa mais importante e valiosa que se
pode pronunciar em favor daqueles que se ama. Pois, que bem maior podemos dar aos que amamos,
senão Deus mesmo, o único que pode trazer felicidade ao nosso coração? Nenhum bem deste
mundo pode saciar a nossa alma e, ainda que pudesse, a morte o levaria embora e o tiraria de nossas
mãos... Deus, ao contrário, não só alegra os Seus nesta vida, como lhes reserva uma eternidade ao
Seu lado.

A condição para gozar dessa bem-aventurança eterna é uma só: amar a Deus. Por isso, diz São
Paulo: "Para aqueles que O amam, Deus preparou coisas que nenhum olho viu, nem ouvido ouviu
e nem coração jamais pressentiu" (1 Cor 2, 9).

São muitas, todavia, as coisas que nos afastam dessa divina recompensa, e uma delas são as falsas
alegrias do mundo, que substituem o lugar de Deus e nos fazem esquecer d'Ele.

É por isso que, no decorrer de nossa vida, somos assaltados por tantas dificuldades, tristezas, perdas
e acidentes – aquilo que as pessoas comumente chamam de "desgraças", embora a única
verdadeira desgraça nesta e na outra vida seja estar afastado de Deus. Todas essas coisas, se
vivemos na graça da amizade com Cristo, não devem nos preocupar, já que "tudo concorre para o
bem dos que O amam" (Rm 8, 28). Mas, se, ao contrário, vivemos na desgraça do pecado, sem
desejo de nos emendarmos e mudarmos de vida, tudo o que nos acontece serve-nos como castigo.

Não nos impressionemos! Embora isso não se ouça mais dos púlpitos de nossas igrejas e certos
pregadores cheguem a dizer o contrário, é verdade que Deus castiga. Às vezes, Ele permite que os
males desta vida nos visitem, não por ódio ou maldade, mas justamente porque Ele nos ama e quer a
nossa salvação! Afinal, qual é o pai que, vendo o seu filho afastar-se e correr velozmente em direção
ao abismo, não prefere que ele se acidente, a vê-lo precipitar-se no fosso? Qual é o pai que, vendo o
seu filho destruir-se no mundo das drogas, não procura intervir de alguma forma, mesmo que o
remédio às vezes lhe doa?

É por isso que Santo Agostinho reza pedindo: "Aquele que não Vos ama seja repleto de
amarguras."

Sim, Senhor, que sejamos repletos de amarguras, enquanto não Vos amarmos por inteiro! Que
sejamos repletos de angústias e tristezas, só para que procuremos a única e verdadeira alegria de
nossa alma, que sois Vós! Que percamos o que for preciso, só para ganhar a única e verdadeira
riqueza, que sois Vós! Que morramos para este mundo e percamos a própria saúde, só para ganhar a
única e verdadeira vida, que sois Vós!
E assim, em coro, unamo-nos a Santo Agostinho e a todos os santos de Deus, em ação de graças
pelas cruzes e sofrimentos que nos visitam e nos convidam à conversão. Alegremo-nos
verdadeiramente com as santas amarguras que o Senhor nos manda, porque também elas são um
sinal do Seu grande amor por nós.

Ao contrário, comecemos a preocupar-nos quando, mesmo em nossa infidelidade e impenitência,


tudo estiver aparentemente tranquilo e estivermos levando uma vida pacífica e confortável, sem as
provações de Deus – nem as tentações do demônio [*]. É o terrível sinal de que já fomos comprados
pelo mal e que, por isso, nem mesmo o diabo precisa nos tentar mais.

"Cuidado se você não sofre tentações!", advertia o Santo Cura de Ars. "Talvez você ache que as
pessoas que são mais tentadas, são indubitavelmente, os beberrões, os provocadores de escândalos,
as pessoas imodestas e sem vergonha que deitam e rolam na sujeira e na miséria do pecado mortal,
que se enveredam por toda espécie de maus caminhos. Não, meu caro irmão! Não são essas
pessoas!"

"As pessoas mais tentadas – continua São João Maria Vianney – são aquelas que estão prontas, com
a graça de Deus, a sacrificar tudo pela salvação de suas pobres almas, que renunciam a todas as
coisas que a maioria das pessoas buscam ansiosamente. E não é um demônio só que as tenta, mas
milhões de demônios procuram armar-lhes ciladas."

Prefiramos, pois, as amarguras e tentações da batalha, que preparam o Céu, à paz e à


tranquilidade deste mundo, pois são elas que pavimentam a estrada para o inferno.

Por Equipe Christo Nihil Praeponere

* Para uma distinção teológica entre as "provações", que vêm de Deus, e as "tentações", que vêm do
demônio, vale a pena ler o Comentário de Santo Tomás de Aquino ao Pai Nosso, n. 78-80, tratado
do qual, aliás, se pode tirar grande proveito espiritual.

A luta contra a tentação


A missão de Satanás é fazer com que o homem perca a amizade com Deus e, com isso, a
possibilidade de salvação. Saber como age para alcançar o seu intento é tão importante quanto
conhecer o que diz a literatura a seu respeito. Do mesmo modo, compreender quais são os meios
mais eficazes para se evitar os ataques demoníacos e restabelecer imediatamente a união com Deus,
caso a perca, é bem mais produtivo que ater-se aos aspectos teóricos sobre o tema.

Apesar de haver a possibilidade de a tentação ser potencializada pelos outros dois inimigos do
homem (a carne e o mundo), ela pode ser desferida de maneira direta pelo demônio.

A tentação diabólica, lançada exclusivamente pela ação de Satanás e de seus demônios, se divide em
três fases: antes, durante e depois. E, para cada uma existe um modo de combate. Na primeira fase,
o antes, Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação." (Mt 26,
41).

Como se vê, são dois momentos distintos: vigilância e oração. A vigilância consiste em estar atento
à vitória que o Cordeiro Imolado alcançou na cruz para cada um de seus filhos. O Sangue de Cristo
resgatou toda a humanidade das garras do pecado, do inimigo, porém, Satanás não se dá por vencido
e faz tudo para que as almas percam o que já lhes foi conquistado. Para que isso ocorra, ele se vale
da tentação.

Vigiar, portanto, significa estar sempre em estado de alerta porque a qualquer momento os
demônios podem desferir um ataque. Uma das formas de assim permanecer é fugindo das ocasiões
de pecado. Guardar o olhar, a imaginação, evitar o passo que costuma desencadear o pecado, mudar
hábitos, são pequenos gestos que propiciam o sucesso na vigilância.

O exame de consciência também é de grande ajuda para se estar continuamente atento. Os pecados
pequenos são passos em direção aos grandes, portanto, refletir sobre eles e arrepender-se pode evitar
a distração.

Outro aliado para a vigilância é o combate à ociosidade, pois, devido ao pecado original o homem se
tornou preguiçoso espiritualmente. Ele deve se assemelhar a um soldado no campo de batalha,
atento às balas que vêm do campo inimigo. Assim, não pode estar ocioso, mas sempre em posição
de combate.

Nosso Senhor Jesus Cristo deixou bem claro que o reino dos céus pertence aos violentos (MT 11,12),
ou seja, àqueles que usam de força pessoal para deixar que Deus reine em sua vida. Mas, não basta
somente a vigilância, pois Jesus disse: "vigiai e orai" (Mc 13,33). O segundo momento, portanto, é a
oração. Igualmente de suma importância, pois, por mais que a pessoa se esforce, ela não é capaz de
vencer o pecado sozinha.

Aquele que imagina vencer a tentação e o pecado por suas próprias forças incorre na heresia
pelagiana. Para vencê-la é necessário rezar, suplicar como um mendigo da graça de Deus que pede a
ação divina para se manter longe do pecado. O Catecismo da Igreja Católica define o pecado como
sendo:

Uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta


ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de
um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende
a solidariedade humana. Foi definido como 'uma palavra, um ato ou um
desejo contrários à lei eterna'. O pecado é ofensa a Deus. [...] é
amor de si mesmo até o desprezo de Deus. (1849-50)

O que se percebe, portanto, é que o pecado prejudica o homem em sua vida física e espiritual. O
mais grave, claro, é destruir a possibilidade da vida eterna, pois, coloca o indivíduo numa dinâmica
de transgressão, de egoísmo, portanto, contra Deus. É por isso que a oração é imprescindível, e pedir
a graça eficaz para resistir, uma necessidade.

Deus oferece dois grandes auxílios na batalha contra a tentação e o pecado: a Virgem Maria e o Anjo
da Guarda. Todo católico deve nutrir uma devoção filial, afetiva e efetiva pela Mãe do Senhor. Não
é sem motivo que ela é chamada em sua ladainha como "Porta do céu" e que Tomás de Kempis
assim se tenha referido a ela:

Os espíritos malignos tremem ante a Rainha dos Céus, e fogem como se


corre do fogo, ao ouvir seu santo Nome. Causa-lhes pavor o santo e
terrível Nome de Maria, que para o cristão é um extremo amável e
constantemente celebrado. Não podem os demônios comparecer nem poder
por em jogo suas artimanhas onde vêem resplandecer o nome de Maria.
Como trovão que ressoa no céu, assim caem derrubados ao ouvirem o nome
de Santa Maria. E quanto mais amiúde se profere este nome, e mais
fervorosamente se invoca, mais céleres e para mais longe escapam."

Quanto ao Anjo da Guarda, sua principal função é justamente proteger do Inimigo, por isso é
importante confiar de modo reverente e piedoso nele. A diferença entre o Anjo da Guarda e os anjos
demoníacos é que enquanto aqueles só agem quando solicitados, mediante permissão ou pedido
explícito, esses são invasivos, não esperam convite.

O segundo momento da tentação é o durante, ou seja, quando a pessoa está sendo atacada. Nesse
caso, a reação pode ser direta ou indireta. A resistência direta consiste naquilo que o santos chamam
de agire contra, ou seja, ao perceber que está sendo levada pela tentação a agir numa determinada
direção, voltar-se exatamente para a direção contrária. Por exemplo, quando a pessoa está sendo
tentada à avareza, ela deve dar uma esmola, assim indo no sentido oposto ao da tentação.

No entanto, existem dois tipos de tentação que não devem ser combatidos de maneira direta: a
luxúria e da dúvida de fé, pois elas estão em dois terrenos bastante escorregadios.

Os Santos Padres já alertavam para a imprudência de se enfrentar o demônio no caso da tentação


carnal pelo simples motivo de que ele tem ao seu lado um poderoso aliado: o corpo. Embora a alma
não queira se render ao pecado, o corpo anseia por ele, por isso, o melhor modo de se combater esse
tipo de sedução é fugindo. Lembrando que nem toda tentação carnal provém do demônio, mas pode
ser consequência do que a pessoa já viveu e ser ativada pela fantasia e imaginação. Essa hipótese
será esclarecida no desenvolvimento do curso.

A tentação demoníaca da luxúria geralmente consiste em estar a pessoa fazendo algo absolutamente
normal, sem qualquer viés sexual e, de repente, ser assaltada por pensamentos luxuriosos, carnais.
De modo concreto, a sugestão é usar a própria memória e a fantasia para fugir deles, levando o
pensamento para aspectos práticos, reais, desviando a mente daquilo que o demônio sugere.

Satanás é insistente, portanto, mesmo tendo perdido essa investida, não significa que ele não vá
atacar novamente, o que importa é que a pessoa não perca a calma, pois, pode acontecer de o
demônio querer provocar apenas uma agitação, uma angústia, um desvio de foco e não
necessariamente o cometimento do pecado propriamente dito. A ansiedade gerada pela tentação
pode levar ao desânimo, ao desespero, à desistência do combate e isso pode ser interessante para
Satanás, pois, de qualquer forma ele alcançará o objetivo de afastar a pessoa de Deus.

A tentação vencida é ocasião de mérito diante de Deus, pois é uma prova de amor. Manter a calma,
aceitar o combate, não se desesperar e continuar lutando são as atitudes esperadas por Deus de seus
filhos.

A terceira etapa da tentação, o depois, oferece três possibilidades: a pessoa venceu a tentação, caiu
nela ou está em dúvida se pecou ou não. No primeiro caso é necessário dar graças a Deus para não
correr o risco de cair no pecado da vanglória.

A vaidade é uma grande causa de queda entre as pessoas, pois ela não é capaz de sustentar a virtude,
mas tão-somente uma aparência de virtude durante um curto espaço de tempo. Agradecer a Deus é o
remédio para a vanglória.

Quando a pessoa caiu em tentação e pecou concretamente deve, em primeiro lugar, fazer com que o
pecado se torne uma grande lição. Humilhar-se e envergonhar-se pelo pecado cometido pode ser
também uma escola de santificação, tendo sempre em mente a parábola do filho pródigo e
lembrando que o Pai amoroso está sempre esperando pela volta do seu filho amado.
Se o pecado foi de natureza leve, recomenda-se um ato de arrependimento, um ato de contrição
perfeita e um propósito de mudança. Porém, se foi grave, a orientação é procurar o quanto antes o
sacramento da confissão. Não demorar para se reconciliar com Deus assemelha-se a erigir uma
barreira contra o pecado, impedindo que ele se repita pelo desânimo, pois, ao se ver privada da
amizade com Deus, a pessoa pode "aproveitar" até a próxima confissão, se afundando ainda mais no
pecado. Em ambos casos, a penitência também tem grande valor para resistir à sedução diabólica.

Por fim, a terceira possibilidade, aquela em que a pessoa ficou em dúvida de pecou ou não. Neste
momento não é prudente meditar sobre o assunto, sendo melhor esperar até se recuperar do ataque
para somente então avaliar se ocorreu realmente o pecado.

No caso de a pessoa que se encontra em dúvida ter o hábito de comungar diariamente é


recomendado que ela peça orientação ao seu confessor ou diretor espiritual, pois existem dois tipos
de pessoas circunstâncias: aquelas propensas ao escrúpulo e aquelas com a consciência mais frouxa.
As primeira devem ser orientadas a fazer um ato de contrição e comungar, já que se confessam com
frequência.

As segundas, ou seja, aquelas pessoas laxas, cujas consciências são mais "deformadas", devem ser
orientadas a não comungarem, pois o impedimento pode servir como uma espécie de "castigo". O
confessor ou diretor espiritual, ao recomendar a confissão após a dúvida, poderá produzir nela uma
maior consciência e visão moral dos próprios atos.

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