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A VERDADE
Sobre a Verdade
CDD-220.231.232
ASIN: B00BID3XSE
Pólus Editora
Contato: poluseditora@hotmail.com
1ª Edição - 2013
Sumário
LIVRO 1 POR QUE A BÍBLIA NÃO É A
PALAVRA DE DEUS
INTRODUÇÃO
CONFERE COM O ORIGINAL?
ALGUNS DOS MAIS ANTIGOS MANUSCRITOS
DA BÍBLIA
“TODA ESCRITURA É DIVINAMENTE
INSPIRADA”, DISSE PAULO
LUCAS CONFESSA QUE NÃO ESCREVIA POR
INSPIRAÇÃO DIVINA
EQUÍVOCOS NA BÍBLIA
DOZE ARGUMENTOS FRÁGEIS A FAVOR DA
BÍBLIA COMO PALAVRA DE DEUS
1. A própria Bíblia diz que ela é a palavra de Deus
2. A Bíblia não possui erro algum
3. A Bíblia é o livro mais antigo do mundo
4. Os erros e contradições da Bíblia não afetam a
sua mensagem divina
5. A Bíblia é o livro mais vendido (ou o mais lido) do
mundo
Sobre ser o livro mais vendido
Sobre ser o livro mais lido
6. A Bíblia possui “perfeita harmonia” e unidade
entre seus livros
Desarmonias entre um livro e outro
Paulo foi ou não foi a Jerusalém?
Algum homem já viu Deus?
Alguém já subiu ao céu?
Desarmonias dentro de um mesmo
livro
Quantos animais Noé deveria colocar
na arca?
As mulheres falam ou não falam nas
igrejas?
Não matarás!
Desarmonia entre dois livros de um
mesmo escritor
7. A Bíblia promove extraordinárias experiências de
transformação interior
8. A Bíblia é um livro de profecias. Umas já se
cumpriram; outras, estão por se cumprir
Uma “inteligência superior” não é,
necessariamente, o Deus da Bíblia
Profecias confusas e não cumpridas
Algumas profecias bíblicas que não
se cumpriram
A volta “breve” de Jesus
Profecia ao sumo sacerdote (de
autoria atribuída ao próprio Jesus)
Todo olho verá? (envolvendo,
também, profecia de autoria
atribuída a Jesus)
Profecia aos que creem (de autoria
atribuída ao próprio Jesus)
A riqueza de Salomão
Sobre a ruína de Damasco
O homem deveria viver apenas até
120 anos
As águas do Egito deveriam secar-se
O trono de Davi deveria ser eterno
9. A Bíblia possui os Dez Mandamentos, que são as
leis de Deus
Não cobiçar a mulher do próximo
A escravidão é permitida
Existência de vários deuses é
confirmada
10. Jesus confirmou as Escrituras
Não matarás
O divórcio
O juramento
Olho por olho, e dente por dente
Amai a vossos inimigos
11. O centro da Bíblia é Jesus: o homem que dividiu
a História em antes e depois dele
12. Jesus foi o único que ressuscitou. Por isso, a
Bíblia é sagrada
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LIVRO 2 MITOS CONTRADIÇÕES E ERROS
BÍBLICOS
INTRODUÇÃO
ABRINDO A MENTE PARA ENCARAR A
REALIDADE
A INSPIRAÇÃO PLENÁRIA DA BÍBLIA
A DOUTRINA DA “INSPIRAÇÃO PLENÁRIA” E
SEUS ABSURDOS
REFUTAÇÕES AO TEXTO “A INSPIRAÇÃO
PLENÁRIA DA ESCRITURA”
QUESTÕES GERAIS DE CIÊNCIA
Na Bíblia, a Terra é redonda como
uma pizza e não como uma bola
Segundo a Bíblia, a Terra é o centro
do Universo
A Bíblia desconhece a lei da
gravidade
A Bíblia não sabe o que seja um
arco-íris
A Bíblia não sabe quantas espécies
de animais existiam na Terra
Cobras falantes e andantes?
As “muitas” águas do dilúvio
QUESTÕES DE BIOLOGIA E SAÚDE
Coelhos e lebres ruminantes!
Morcego é ave?
O pequeno “grão”(!) de mostarda
Semente morta
Humano assexuado
A genética de Jacó
A Bíblia não entende de nutrição
A força de Sansão
Dores de parto
Conceito de menstruação
QUESTÕES DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
A tomada de Jericó
A “incrível” construção do templo de
Salomão
Moisés devia falar muito alto
MANDAMENTOS ANTIQUADOS
Mataríamos nossos próprios filhos
apedrejados, só por serem
desobedientes
Homossexuais seriam condenados à
morte
Menstruação seria pecado
Usaríamos roupas esquisitas
Praticaríamos apenas a monocultura
Teríamos excêntricos cuidados com
cabelo e barba
As mulheres poderiam “cobiçar” os
maridos das outras
O ato sexual seria, literalmente, uma
imundície
Ao tornarem-se mães, as mulheres
seriam consideradas imundas
“MÍNIMOS E MAIS INSIGNIFICANTES
DETALHES”
Êxodo ou Deuteronômio: Qual está
certo?
Quem insultou Jesus?
Detalhes “mínimos” (e
contraditórios) na ressurreição
Em que momento as mulheres
chegaram ao túmulo?
Chegando ao túmulo, com quem as
mulheres se encontraram?
Os gigantes
Um estranho coral de vozes
A Bíblia apoia a escravidão
Deus e Jesus também trabalham
Quando Pedro negou Jesus
Lucas confessa que não escrevia por
inspiração divina
O PRIMEIRO HOMEM A TRANSGREDIR OS
DEZ MANDAMENTOS
A BÍBLIA INFLUENCIADA POR MITOLOGIAS
E POLITEÍSMOS DE CULTURAS ANTIGAS
O que eram os “querubins”?
A “árvore da vida” e a “serpente”
“Gigantes” na terra
A história de Moisés
Politeísmo e trindade
Jacó lutou “com Deus” e venceu (!)
Uma refeição para Deus
A criação pela palavra
Alma, o “sopro” de Deus
O dilúvio
Olho por olho...
A circuncisão
Eva e a costela de Adão
O DEUS QUE OS HEBREUS CRIARAM
O DEUS QUE JESUS PREGOU
O MAIOR DE TODOS OS ENGANOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LIVRO 3 JESUS A VERDADE POR TRÁS DO
MITO
INTRODUÇÃO
MUITO ANTES DA BÍBLIA
HÓRUS, OSÍRIS E ÍSIS
JESUS E HÓRUS
JESUS E OSÍRIS
UMA CHOCANTE CONSTATAÇÃO
PARA QUEM QUER A VERDADE
O LADRÃO FOI PARA O CÉU?
O QUE DIZ A IGREJA CATÓLICA ROMANA
UM PEQUENO DETALHE... UMA GRANDE
CONTRADIÇÃO
ONDE MORAVA A FAMÍLIA DE JESUS
JESUS NÃO FOI O ÚNICO HOMEM A
RESSUSCITAR
JESUS CONFIRMOU AS SAGRADAS
ESCRITURAS: ISSO É VERDADE OU
MENTIRA?
Não matarás
O divórcio
O juramento
Olho por olho, e dente por dente
Amai a vossos inimigos
ANTES E DEPOIS DE JESUS: UMA GRANDE
ILUSÃO
JESUS ERA DEUS?
COMO E POR QUE JESUS FOI
TRANSFORMADO EM DEUS?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
OUTRAS OBRAS DO MESMO AUTOR:
MAIS INFORMAÇÕES:
SEU COMENTÁRIO NO AMAZON:
LIVRO 1
Por que a
BÍBLIA
NÃO É
A palavra de Deus
INTRODUÇÃO
E, a seguir, um trecho da
Declaração de Chicago sobre a
inerrância da Bíblia, obra já referida
acima:
(...) é necessário afirmar que
somente o texto autográfico dos
documentos originais foi inspirado e
manter a necessidade da crítica
textual como meio de detectar
quaisquer desvios que possam ter se
infiltrado no texto durante o processo
de sua transmissão.
(...)
(...) as cópias que possuímos não
estão totalmente livres de erros.
Semelhantemente, tradução alguma
é perfeita. (Grifos nossos.)
Observações:
- Destaquei em negrito os pontos
de interesse nas questões.
- Mantive os erros de grafia e de
gramática, presentes nas respostas,
como me foram enviadas, para garantir a
originalidade do texto.
- Os textos bíblicos citados por
mim foram extraídos da Bíblia Sagrada
Antigo e Novo Testamento – tradução
de João Ferreira de Almeida, 3. ed. São
Paulo: Ed. Vida, 1996.
Meus questionamentos:
Questionamento 1: Quantos
foram os anos de fome?
– Em 2Sm. 24:13 afirma-se que
foram sete.
Assim veio Gade a Davi, e lhe disse:
Queres que sete anos de fome te
venham à tua terra? Ou que por três
meses fujas diante de teus inimigos, e
eles te persigam?
– Já em 1Cr. 21:11-12 afirma-se
que foram três.
Gade veio a Davi, e lhe disse: Assim
diz o Senhor: Faze a tua escolha: ou
três anos de fome, ou que por três
meses sejas consumido diante de teus
adversários.
Resposta do pastor:
Verifica-se que no original
ambos os registros são três anos,
caracterizando um possível erro de
tradução e, não, uma contradição.
Questionamento 2: Na
conversão de Saulo, os que estavam
com ele ouviram vozes?
– Em At. 9.7 afirma-se que sim.
Os homens que iam com ele pararam
espantados, ouvindo a voz, mas não
vendo ninguém.
– Já em At. 22.9 afirma-se que
não.
Os que estavam comigo viram, em
verdade, a luz, e se atemorizaram
muito, mas não ouviram a voz
daquele que falava comigo.
Resposta do pastor:
O original do texto onde aparece
a expressão voz (é som), portanto eles
ouviram um som mas entenderam, por
essa razão no segundo texto Paulo disse
que não ouviram, pelo fato de ouvir algo
que não foi possível distinguir se
caracteriza mesmo que não ouvir.
Somente Paulo ouviu e entendeu o que
falava com ele.
Resposta do pastor:
O que ocorreu aqui foi um erro
de copistas. Nos originais todos os
registros de idade de Zedequias é de
vinte e um anos, prova disso que o
profeta Jeremias confirma a idade de
vinte e um anos, Jr. 52.1. Vale lembrar
que na versão atualizada os textos não
diferem um do outro.
Questionamento 4: Quantos
cavaleiros Davi tomou de Hadadezer?
– Em 2Sm. 8.3-4 afirma-se que
foram 1.600.
Davi também derrotou a Hadadezer
(...) Tomou-lhe Davi mil e seiscentos
cavaleiros.
– Em 1Cr. 18.4 afirma-se que
foram 7.000.
Também Davi derrotou a Hadadezer
(...) Davi capturou mil carros, sete
mil cavaleiros.
Observação:
A Bíblia Vida Nova – edição
revista e atualizada, Edições Vida Nova
& Sociedade Bíblica do Brasil, São
Paulo, 1990 – afirma que foram 1.700
cavaleiros.
Resposta do pastor:
Em virtude das letras hebraicas
que representam números serem muito
parecidas em sua grafia, proporcionou
erro dos copistas. Certo que no original
o número exato é de 7.000.
Questionamento 5: Resultado
contraditório do censo.
– Em 2Sm. 24.9 afirma-se que o
número foi de 800 mil homens.
Joabe entregou ao rei o resultado do
recenseamento do povo: Havia em
Israel oitocentos mil homens de
guerra, que puxavam da espada.
– Em 1Cr. 21.5 afirma-se que o
número foi de 1.100. 000 homens.
Deu Joabe a Davi a soma do número
dos homens de guerra: Em todo o
Israel havia um milhão e cem mil
homens que arrancavam espada.
Resposta do pastor:
A resposta é a mesma das
perguntas de n.º 1 e 4.
Questionamento 6:
Contradição sobre local da morte de
Josias.
– Em 2Rs. 23.29 afirma-se que
Josias morreu em Megido.
Nos seus dias subiu Faraó-Neco, rei
do Egito, contra o rei da Assíria, ao
rio Eufrates. O rei Josias marchou
para encontrá-lo em batalha, mas,
vendo-o, Faraó-Neco o matou em
Megido.
– Em 2Cr. 35.23-24 afirma-se
que Josias morreu em Jerusalém.
Os flecheiros atiraram contra o rei
Josias, e disse o rei a seus oficiais:
Tirai-me daqui; estou gravemente
ferido. Seus oficiais o tiraram do
carro e o colocaram no seu segundo
carro, e o trouxeram a Jerusalém,
onde ele morreu.
Resposta do pastor:
Averiguando outras traduções
como atualizada e corrigida, no segundo
texto, descobre-se que não existe a
expressão (“Onde ele morreu”; mas,
sim: após ponto e vírgula. “E morreu”)
nesse caso aqui o que temos é: com uma
intenção de facilitar a interpretação do
texto, a edição contemporânea acabou
foi dificultando a sua interpretação, mas,
dando uma olhada nas demais edições,
vemos que está plenamente correto o
que saiu do original.
Questionamento 7: Foram 5,
ou foram 7 homens?
– Em 2Rs. 25.19 afirma-se que
foram 5 homens.
Da cidade tomou a um oficial que
tinha cargo da gente de guerra, e a
cinco homens dos que viam a face do
rei e se achavam na cidade.
– Em Jr. 52.25 afirma-se que
foram 7 homens.
Da cidade levou o oficial que tinha a
seu cargo a gente de guerra, e a sete
homens dos que viam a face do rei,
que se acharam na cidade.
Resposta do pastor:
Esse é o mesmo caso como já
vimos na pergunta de número 4, os
copistas tendo muitas dificuldades para
numerar os números que são extraídos
de letras originais, gerou essas
diferenças em nossa numerologia, porém
não resta dúvidas que o original é exato.
Conclusão:
Diante dos meus sete
questionamentos, meu interlocutor não
encontrou outra saída senão admitir que,
realmente, os erros apontados existem.
E para não abrir mão da sua crença na
Inspiração Plenária da Bíblia, o pastor
não teve outra maneira de construir sua
defesa senão dizendo que nos
“originais” os textos estão corretos.
Uma vez que não existem
originais, o que disso se conclui é que
não há argumentos válidos que defendam
a pretensa inspiração divina dos textos
bíblicos. A afirmação de que Bíblia seja
a palavra de Deus, apontando para
supostos originais, não tem nenhum
fundamento e constitui uma fraude. Toda
vez que alguém se refere a “originais”,
está se referindo, na verdade, a alguma
cópia, muito antiga ou mais ou menos
antiga, mas todas igualmente
possuidoras de erros e contradições,
isso não só segundo todas as pesquisas
científicas sérias sobre o assunto, mas
também segundo a fé dos próprios
crentes bíblicos que assim o declaram.
Sendo assim, ideias como a
consideração de que a Bíblia seja a
palavra de Deus ou de que ela seja um
livro inerrante são apenas sonhos
românticos. No máximo, podem ser uma
questão de fé, folclore ou superstição e,
não, de algo que possa ser demonstrado
ou, menos ainda, comprovado.
DOZE
ARGUMENTOS
FRÁGEIS A FAVOR
DA BÍBLIA COMO
PALAVRA DE DEUS
Em Mateus
Mateus diz que é de Jeremias
uma profecia que, na verdade, é de
Zacarias. Veja:
Então se cumpriu o que predissera o
profeta Jeremias: Tomaram as trinta
moedas de prata, preço em que foi
avaliado aquele a quem certos filhos
de Israel avaliaram. E as deram pelo
campo do oleiro, conforme me
ordenou o Senhor. (Mateus, 27:9).
Em Marcos
Marcos inicia o seu livro com
um escancarado erro de citação. Antes
de citar um trecho das Escrituras, ele
explica que o que ele vai dizer está
escrito no profeta Isaías. Na verdade,
porém, o que ele diz não se encontra em
parte alguma no livro de Isaías, mas,
sim, trata-se de referências a Êxodo e
Malaquias. Veja as palavras de Marcos:
Como está escrito no profeta Isaías:
Eu envio o meu anjo diante da tua
face, o qual preparará o teu caminho.
(Marcos, 1:2). (Grifo nosso.)
Em Marcos
Jesus explica aos fariseus sobre
a atitude de Davi ao comer pães
sagrados quando estava com fome, e diz
que Davi fez tal coisa “no tempo de
Abiatar, sumo sacerdote”. Mas, quando
consultamos o livro 1 Samuel, 21:1-6,
onde está narrado o fato referido por
Jesus, constatamos (com surpresa!) que
o episódio não aconteceu “no tempo de
Abiatar”, mas, sim, antes, quando
Aimeleque, o pai de Abiatar, era o sumo
sacerdote. Veja, a seguir, o trecho de
Marcos e o trecho de 1 Samuel:
Mas ele lhes disse: Nunca lestes o
que fez Davi quando estava em
necessidade e teve fome, ele e os que
com ele estavam?/ Como entrou na
casa de Deus, no tempo de Abiatar,
sumo sacerdote, e comeu os pães da
proposição. (Marcos, 2:25-26).
(Grifo nosso.)
Então veio Davi a Nobe, ao
sacerdote Aimeleque. Aimeleque,
tremendo, saiu ao encontro de Davi,
e perguntou-lhe: Por que vens só, e
ninguém contigo? / Respondeu Davi
ao sacerdote Aimeleque: O rei me
encomendou um negócio, e me disse:
Ninguém saiba deste negócio pelo
qual te enviei, e o qual te ordenei.
Quanto aos moços, apontei-lhes tal e
tal lugar. / Agora, pois, que tens à
mão? Dá-me cinco pães, ou o que se
achar. / Respondeu o sacerdote a
Davi: Não tenho pão comum à mão;
há, porém, pão sagrado, se ao menos
os moços se abstiveram das
mulheres. / (...) Então o sacerdote
lhe deu o pão sagrado, porque não
havia li outro senão os pães da
proposição. (1 Samuel, 21:1-4,6).
(Grifos nossos.)
3
A Bíblia é o livro mais
antigo do mundo
No livro A Bíblia (9), de
Antonio Gilberto da Silva, encontramos
a seguinte afirmação sobre a Bíblia:
O tempo não afeta a Bíblia. É o livro
mais antigo do mundo, e, ao mesmo
tempo, o mais moderno. (Grifo
nosso.)
Odisseia – idem.
O banquete – idem.
Epopeia de Gilgamesh –
Considerado o livro mais antigo do
mundo, foi escrito por volta de 3000
a.C. entre os sumérios, povo que
inventou a escrita. Seus originais
estão no Museu Britânico, em
Londres. A primeira tradução para o
português foi feita pelo professor
Emanuel Bouzon, da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) do Rio
de Janeiro. A história do dilúvio,
contada na Bíblia, já estava escrita
com riqueza de detalhes nesse livro.
É a prova concreta e definitiva de
que a Bíblia não foi o primeiro livro
a falar do dilúvio.
Na concepção da Igreja
Católica, as datas de início e de fim da
escrita da Bíblia diferenciam-se da
concepção protestante, mas não muito.
Veja abaixo a visão católica sobre essas
datas:
O período histórico da formação da
Bíblia situa-se entre 1100 a. C. ou
1200 a.C. a 100 d.C. Provavelmente,
a mais antiga parte escrita da Bíblia
é o Cântico de Débora, que se
encontra no livro dos Juízes (Jz, 5).
(18) (Grifos nossos.)
Se verificarmos o quanto a
Bíblia é, de fato, lida entre os seus
devotos, vamos deparar-nos com a
seguinte realidade: a grande maioria das
Bíblias existentes no mundo jamais foi
lida, ou não foi lida completamente, ou
sequer foi lida na maior parte de suas
páginas. Uma Bíblia costuma ser,
muitíssimas vezes, um objeto sagrado
que o crente, católico ou protestante, faz
questão de possuir e carregar, ou que
apenas envelhece sobre uma mesa,
aberta em algum salmo, quase sempre o
23. Nessa acepção, livros de autores
como Dostoiévski, Miguel de Cervantes,
Dante Alighieri, William Shakespeare,
Léon Tolstói, Jonathan Swift, Homero,
James Joyce, Marcel Proust, Charles
Bauledlaire, entre outros, já foram
sobejamente mais lidos do que a Bíblia,
pois, diferentemente desta, esses livros
não servem a outros fins, como a
devoção ou a ostentação. Eles existem
exclusivamente para ser lidos, e o são
por todas as pessoas, independentemente
de sua religião, ou mesmo que a pessoa
não tenha nenhuma religião. Esses livros
estão constantemente sendo lidos por
gerações e gerações de alunos nas
escolas, nas milhares de universidades
espalhadas pelo mundo, e por milhões
de leitores em geral, de todos os
continentes, enquanto a Bíblia só pode
contar com a leitura de um grupo restrito
de pessoas: os seus adeptos (e, mesmo
assim, como já dito, desse grupo nem
todos a leem).
Ainda é preciso levar em conta
que o número total de adeptos da Bíblia
no mundo não é tão grande, se
comparado ao número total de adeptos
de outras religiões que possuem outros
livros sagrados. As duas religiões que
adotam a Bíblia como o seu livro
sagrado são o Cristianismo e o
Judaísmo. Mas, como o Judaísmo só
considera como sagrados os cinco
primeiros livros do Antigo Testamento,
então, entre os judeus, obviamente, a
Bíblia nunca é toda lida. Sendo assim,
os adeptos da Bíblia, como a estamos
tratando aqui, de Gênesis a Apocalipse,
são apenas os cristãos, que mesmo
considerando todas as suas variantes
somam pouco mais de 2 bilhões de
pessoas no mundo, ou seja, menos de
um terço da população global, que é de
7 bilhões de pessoas. Os crentes
bíblicos devem, pois, colocar a sua
matemática em dia: se no mundo existem
7 bilhões de pessoas, e só 2 bilhões são
adeptas da Bíblia, há outras 5 bilhões de
pessoas lendo outros livros sagrados.
Como podem os crentes afirmar que a
Bíblia é o livro mais lido?
Como se não bastasse, ainda há
o problema de que nem sempre os
próprios adeptos da Bíblia tiveram
acesso a ela ou mesmo o direito de lê-
la, pois a Igreja Católica frequentemente
proibia ao povo a leitura das Escrituras
Sagradas, permitindo-a somente aos
doutores da Igreja. Somente a partir do
papa S. Pio X (cujo pontificado foi de
1903 a 1914) a leitura da Bíblia deixou
de ser embargada das mãos dos fiéis. Só
por conta desse fato, milhões e milhões
de cristãos nunca puderam sequer tocar
numa Bíblia.
6
A Bíblia possui “perfeita
harmonia” e unidade
entre seus livros
Estranhamente, os sacerdotes
desobedeceram a Deus (apesar de serem
sacerdotes) e subiram também; mais
estranho ainda é que Deus deixou os
transgressores impunes, e ainda
apareceu aos olhos deles do mesmo
modo que apareceu a Moisés. Voltando
ao centro da questão: as pessoas do
povo olhavam Deus de longe, porque
não desobedeceram como os sacerdotes.
(Que vergonha! Os sacerdotes é que
deveriam ser exemplo para o povo e,
não, o contrário!). Então as pessoas
comuns viam só os clarões, as fumaças,
enfim, a dita “glória do Senhor”, mas
Moisés e seus companheiros relapsos
viram algo mais do que fumaças e
clarões. Estes tiveram um privilégio em
relação a todas as outras pessoas, viram
algo a mais, que o povo estava proibido
de ver. Veja em Êxodo, 19.21:
(...) adverte ao povo que não
trespasse o termo até o Senhor para
vê-lo. (Grifo nosso.)
De modo surpreendentemente
contraditório, porém, quando voltamos
um pouco, ao capítulo 11 do mesmo
livro, vemos que o mesmo autor deixa
claro que as mulheres não só podiam
falar, como falavam, nas igrejas. Esse
capítulo traz instruções a respeito de
como deveriam funcionar os cultos, nos
quais homens e mulheres participavam
igualmente, orando e profetizando.
Motivo por que se encontram aí
instruções dirigidas tanto aos homens
como às mulheres para quando eles (e
elas) fossem orar ou profetizar.
Veja um trecho que diz respeito
às mulheres:
Mas toda mulher que ora ou profetiza
com a cabeça descoberta, desonra a
sua própria cabeça. (1 Coríntios,
11:5).
Não matarás!
Os cristãos declaram-se
monoteístas, e muitos pensam que a
Bíblia ensina que existe apenas um
Deus. Mas não é bem isso. Se os crentes
e leitores da Bíblia prestarem bastante
atenção ao que está escrito, vão
perceber que, na verdade, a Bíblia não
diz que existe somente um Deus. O que
ela faz é implorar para que os judeus
adorem “somente” a Javé e, não, “outros
deuses”. A Bíblia não ensina que “só
exista Javé”, mas, sim, que Javé é o
maior “entre os outros deuses”. Ora, se
é preciso fazer um marketing pessoal
para Javé, para que ele não seja trocado
por outros deuses, é porque esses outros
concorrentes divinos existem! Um dos
Dez Mandamentos confirma a existência
de outros deuses:
Não terás outros deuses diante de
mim. (Êxodo, 20:3).
Se existe uma lei para coibir
determinado tipo de crime, é porque
esse crime é possível de ser cometido.
Sendo assim, se um dos mandamentos
proíbe que se tenham “outros deuses” é
porque tê-los é possível. Todo crime
que não é possível ser praticado não
necessita ser previsto em lei. Por isso é
que não existe nenhuma lei que proíba
aos homens de furtar a Lua ou botar fogo
no mar, simplesmente porque esses são
crimes impossíveis de ser praticados.
Então, quando o mandamento diz “não
terás outros deuses”, acaba
confessando-nos que eles, de fato,
existem e que é possível adotá-los ou
servi-los. Alguém poderá argumentar
que a palavra “deuses” estaria, aí, sendo
usada no sentido figurado, querendo
referir-se a coisas que adoramos na vida
material e deixamos Deus em segundo
plano, como o dinheiro, a fama etc. Mas,
de maneira nehuma, o referido
mandamento fala em sentido figurado.
Os Dez Mandamentos tratam, o tempo
todo, só de assuntos objetivos e
concretos, como matar, furtar, cobiçar
“mulher” etc. Por que só quando fala de
deuses deveria ser no sentido figurado?
Se alguém faz essa interpretação,
mudando o sentido de concreto para
figurado somente quando chega a esse
ponto, é notório que está distorcendo
intencionalmente a ideia do texto só para
ajustá-la à sua crença, pois, de outro
modo, terá de aceitar que há problemas
na Bíblia. Nesse caso, porém, o que
temos é alguém que não está interessado
na busca sincera da verdade, seja ela
qual for, mas, sim, busca proteger, a
qualquer custo, o que a tradição de sua
instituição religiosa diz.
10
Jesus confirmou as
Escrituras
MITOS
CONTRADIÇÕES E ERROS
BÍBLICOS
INTRODUÇÃO
U ma abóbada é um hemisfério,
hemi- (que significa metade) e -sfério
(que significa esfera). Não resta dúvida:
o que a Bíblia está dizendo é que a
Terra, coberta pelo céu, forma a metade
de uma esfera. Tal como a comparação
que estou fazendo, de uma pizza com
uma tampa encurvada por cima.
Antigamente, o homem não tinha o
conhecimento real do formato da Terra.
O que ele sabia limitava-se àquilo que
os seus olhos podiam testemunhar, ou
seja, o que ele via era apenas um grande
horizonte circular à sua volta,
contornado pela cúpula celeste nos
arredores, e nada mais. Mas o homem
evoluiu, e hoje possui o real
conhecimento sobre o assunto. Somente
aqueles que creem na inspiração plena
da Bíblia acharão estranho um equívoco
como esse na Bíblia, e quererão, a todo
custo, encontrar explicação para o
inexplicável, já que, para eles, Deus (o
autor dos textos) não poderia ter errado.
Vejamos, a seguir, alguns trechos
bíblicos que reafirmam a ideia de uma
planície e, não, de uma esfericidade no
formato da Terra (os grifos são todos
nossos):
Eu estava lá quando ele preparou os
céus; quando traçou o horizonte
sobre a face do abismo.
(Provérbios, 8:27)
Em assuntos astronômicos, os
termos acima e abaixo só faziam sentido
enquanto durou o conceito de que a
Terra seria plana. Depois que a ciência
descobriu que a Terra é um corpo em
formato esferoide, flutuando num
universo infinito em todas as suas
direções, os termos acima e abaixo
perderam todo o sentido. Esses
conceitos simplesmente não existem!
Eram assim as visões da minha
cabeça, na minha cama: eu estava
olhando, e vi uma árvore no meio da
terra, cuja altura era grande.
(Daniel, 4:10)
Coelhos e lebres
ruminantes!
A menstruação é um fenômeno
fisiológico natural, que ocorre no
organismo da mulher em seu período
fértil. Mas, nem sempre os homens
souberam disso, por isso interpretavam-
no erroneamente. Na Bíblia, a
menstruação vista como um tipo de
“pecado”.
Ao oitavo dia tomará duas rolas, ou
dois pombinhos, e os trará ao
sacerdote, à entrada da tenda da
congregação. / O sacerdote
oferecerá um deles como oferta pelo
pecado (...) assim fará por ela
e xpiação diante do Senhor por
causa do seu fluxo./ Esta é a lei a
respeito (...) da mulher em seu
período menstrual. (Levítico,
15:29-30 e 32-33) (Grifos nossos.)
QUESTÕES DE
HISTÓRIA E
GEOGRAFIA
A tomada de Jericó
Homossexuais seriam
condenados à morte
Praticaríamos apenas a
monocultura
Ao tornarem-se mães, as
mulheres seriam
consideradas imundas
Se uma mulher conceber e tiver um
menino, será imunda durante sete
dias. (Levítico, 12:2)
Mas, se tiver uma menina, será
imunda duas semanas. (Levítico,
12:5)
Sobrevivendo apenas, e
unicamente, Noé...
(...) e juntamente com ele seus filhos
Sem, Cão e Jafé, como também sua
mulher e as três mulheres de seus
filhos. (Gênesis, 7:13)
Antes do dilúvio:
“Havia naqueles dias gigantes na
terra” (Gênesis, 6:4)
Depois do dilúvio:
“Também vimos ali gigantes”
(Números, 13:33)
Um estranho coral de vozes
É perfeitamente compreensível
que uma pessoa leia partes como essas
da Bíblia e não consiga entender como
pode o Deus do Universo “descansar”
debaixo de uma árvore, já que Ele não
poderia cansar-se; ou como Deus
poderia “comer pão” para “refazer Suas
forças”, pois, sendo Ele Deus, Suas
forças não poderiam diminuir nem
acabar, e, mesmo considerando que isso
acontecesse, não seria com uma refeição
à base de pão, carne, coalhada e leite
que Deus recuperaria as Suas forças.
Trata-se, evidentemente, de mais um
exemplo de influência de mitologias
antigas, como a dos gregos, em que
entidades divinas e seres humanos se
igualavam, praticando semelhantes atos
e tendo semelhantes necessidades
fisiológicas.
A criação pela palavra
O Código de Hamurábi é
considerado o primeiro conjunto de leis
escritas da história da humanidade.
Baseia-se no princípio de talião, isto é,
da equivalência da punição em relação
ao crime cometido. Os primeiros
registros da lei de talião foram
encontrados no Código de Hamurábi e,
não, na Bíblia. A palavra talião é
escrita com inicial minúscula, pois não é
nome próprio nem tem qualquer ligação
com nome prório. É originado do latim e
significa tal ou igual, daí vindo o termo
retaliação, que expressa a mesma ideia
da máxima “olho por olho, dente por
dente”.
O Código de Hamurábi era um
conjunto de leis para regulamentar o
comportamento social das pessoas, e,
também, para manter as tradições
espirituais no meio de um povo
indisciplinado e rebelde. Veja que era
exatamente o que Moisés precisava para
conseguir conduzir o seu povo, que tinha
essas mesmas características. Vemos
que no Código de Hamurábi havia uma
preocupação acerca de olhos e dentes, e
o método “olho por olho dente por
dente” já estava lá estabelecido, ao pé
da letra. A função de Moisés entre os
hebreus não só era idêntica à do rei
Hamurábi entre os babilônicos, como,
também, o que Moisés escreveu depois
para governar seu povo foi
flagrantemente semelhante ao que estava
no código babilônico, até na maneira de
se estruturar o texto. Veja que Moisés
inicia os enunciados com a conjunção
condicional se, tal como estava no
Código de Hamurábi. Assim, chegamos
a conclusões e indagações necessárias:
uma conclusão é que Moisés incorporou
à Bíblia aquilo que ele aprendeu no
Código de Hamurábi. Isso não é ilegal
nem é pecado, pois é natural que as
culturas se influenciem e que adotem
costumes umas das outras. Isso sempre
aconteceu na história das civilizações, e
foi basicamente assim que todas as
nações se desenvolveram. No entanto,
essa constatação leva-nos a uma
conclusão muito grave: a Bíblia afirma
(falsamente) que foi “o Senhor” quem
ditou essas leis para Moisés, como
está em Êxodo, 20:22.
Se, segundo a Bíblia, foi mesmo o
Senhor quem falou, como está em
Êxodo, 20:22: “Então disse o Senhor a
Moisés...” e Moisés atuou apenas como
instrumento usado por esse Senhor para
transmitir uma mensagem, que não era
s u a (de Moisés), mas, sim, de Deus,
então foi o Senhor quem “plagiou” as
ideias e também as palavras do rei
Hamurábi.
Sendo um dos documentos
históricos dos mais importantes da
cultura mundial, o Código de Hamurábi
existe até hoje e está intacto, pois foi
lavrado em rocha de diorito, e está
disponível a todos que quiserem
conhecê-lo no Museu do Louvre, em
Paris, na França, na sala n.º 3 do
Departamento de Antiguidades
Orientais.
A circuncisão
O versículo 3 do capítulo 2 do
livro de Gênesis é muito especial, pois
marca um peculiar momento da criação:
o seu término. Fala do sétimo dia, que
foi o célebre descanso do Criador. Até
nesse ponto da narrativa bíblica, a
divindade que praticava o ato da criação
era denominada “Elohim”, na língua
original em que foi escrita a Bíblia, o
hebraico antigo. Nessa língua, as
palavras Eloah ou El significam Deus, e
Elohim é o seu plural, deuses. A
primeira frase da Bíblia, transliterada
da língua original, é:
Bereshit bará Elohim et hashamaim
veét haárets.
Nas traduções para o português,
essa frase aparece assim:
No princípio, criou Deus os céus e a
terra.
Observe que nas Bíblias que
chegaram às nossas mãos o que vem
escrito como tradução de Elohim é a
palavra Deus, obviamente uma tradução
que altera o sentido original, que é
deuses. É óbvio que qualquer tradutor
sabe disso. A modificação que fizeram
foi intencional, para tentar esconder uma
ideia de politeísmo presente logo na
primeira frase da Bíblia. Mas o fato é
que a correta tradução do que está
escrito na língua original, nos diz
objetivamente que o começo do livro de
Gênesis é politeísta.
A seguir, no versículo 4 do mesmo
Capítulo 2, o narrador passa a referir-se
à divindade usando um outro termo,
YHWH, que transliterado ao português é
a palavra JAVÉ, e que significa Senhor.
Essa expressão, Senhor, que, hoje, no
idioma português e amplamente em toda
a cultura judaico-cristã, é usada
indistintamente como sinônimo de Deus
ou de Jesus, na verdade, conforme a
língua original em que a Bíblia foi
escrita, essa palavra não é sinônimo de
Deus, nem de deuses, nem de Jesus. É,
sim, radicalmente, uma referência a
outra entidade espiritual, um outro ser,
que entra em cena.
O que muda não é apenas o nome,
mas, também, os tipos de tarefas que
esse novo ser desempenha, bem como o
seu modo de operar, como vamos ver
mais adiante. Note que uma era a
divindade que criou, Elohim, isto é, uma
coletividade de seres divinos que
atuaram no processo da criação.
Terminada a criação, essa coletividade
de seres sai da história. Aparece, então,
uma entidade diferente, não mais uma
coletividade, mas, um ser único, Javé,
cuja função não é criar (pois a criação
está pronta), mas, sim, administrar a
criação.
Há uma diferença de linguagem e
uma separação clara entre os conteúdos
relatados que vão até Gênesis 2:3 (sobre
a criação), e os conteúdos que se
seguem após esse ponto (sobre a
administração da criação). É o que
podemos considerar como duas fases
narrativas, ou algo semelhante a dois
grandes capítulos de uma mesma
história. Na primeira fase, a voz da
divindade é etérea, distante. Essa voz,
que emana de Elohim, nem sequer se
dirigia aos homens na Terra. A voz era
um diálogo, ou o resultado de um
diálogo, que acontecia no Além, entre os
próprios seres divinos da coletividade
criadora, enquanto processavam a
criação. No versículo 26 do capítulo 1,
está escrito:
Então disse Deus (Elohim, deuses,
na língua original): Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança. (Grifos nossos.)
Se perguntarmos a um adepto de
qualquer segmento religioso cristão se o
seu Deus é o mesmo Deus “de Abraão”,
“de Isaque” e “de Jacó”, ele dirá
prontamente que sim, e é bem certo que
nunca terá imaginado que poderia ser
diferente, já que esse é o venerável
Deus da Bíblia! Se fizermos, porém,
uma leitura mais atenta do que Jesus
disse sobre o Deus que ele anunciava,
veremos que ele quebra a tradição do
Deus “de Abraão”, “de Isaque” e “de
Jacó”, e apresenta outro Deus.
Primeiramente, Jesus não usava as
tradicionais expressões Deus “de
Abraão”, “de Isaque”, “de Jacó”,
quando ia referir-se ao Deus que ele
desejava anunciar. Era também comum,
àquele tempo, usar-se a expressão Deus
“de nossos pais”, que, de igual modo,
não tinha nada a ver com o Deus que
Jesus apresentava, pois ele nunca se
dirigiu ao seu Deus dessa maneira. Certa
vez, Jesus usou as expressões Deus “de
Abraão”, “de Isaque” e “de Jacó”, mas
não para referir-se a Deus. Ele ensinava
a lição da imortalidade aos saduceus,
dizendo que Abraão, Isaque e Jacó não
estavam mortos (Mateus, 22:32). Jesus
trazia uma notícia extraordinária sobre a
existência de um Deus que os hebreus
jamais haviam conhecido, e, ao
conhecê-Lo, ficaram chocados. Para
introduzir didaticamente essa ideia
nova, Jesus advertiu sobre a maneira de
dirigir-se a Deus, e reprovou a
tradicional expressão Deus “de nossos
pais”, dizendo aos fariseus e escribas:
(...) a ninguém na terra chameis
vosso pai, pois um só é o vosso Pai,
aquele que está nos céus. (Mateus,
23:9)
E Jesus respondeu:
Toda planta que meu Pai celestial
não plantou, será arrancada.
(Mateus, 15:13)
Ora, o que os judeus faziam
faziam-no em nome de Deus, mas o que
eles ainda não haviam descoberto (e o
que muitos até hoje ainda não
descobriram) é que o Deus deles não era
o mesmo Deus que Jesus pregava.
Jesus sempre vai dizer que o Deus
de que ele fala “está nos céus”, e usa a
expressão “vosso Pai que está nos céus”
no lugar em que antes se usava “o Deus
de nossos pais”. E, ao referir-se a si
mesmo como filho desse Deus, diz “meu
Pai que está nos céus”. Essas novas
expressões também davam sinais de que
estava rompida a tradição israelita de
seu Deus particular, em lugar do qual se
anunciava o Deus da humanidade.
* * *
2. DECLARAÇÃO DE CHICAGO
SOBRE A INERRÂNCIA DA
BÍBLIA. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/c
Acesso em: 4 jan. 2008.
3. A INSPIRAÇÃO PLENÁRIA
DA ESCRITURA. Disponível em:
<http://www.cprf.co.uk/languages/por
Acesso em: 9 jan. 2010.
4. FINKELSTEIN, I.
SILBERMAN, N. A.A Bíblia não
tinha razão. São Paulo: Girafa,
2003.
JESUS
A verdade por trás do mito
Parte 1
1
Está na Bíblia: Jesus nasce e é
recebido como o filho de Deus.
4
Está na Bíblia: Herodes quis matar
Jesus quando este ainda era um bebê.
6
Está na Bíblia: Jesus foi batizado no
rio Jordão, aos trinta anos de idade,
por João Batista. João Batista foi
decapitado depois.
Estava na mitologia egípcia: Horus
foi batizado no rio Eridanus por
Anup, o Batista. Anup, o Batista,
também foi decapitado depois.
7
Está na Bíblia: A Bíblia não diz
nada a respeito de Jesus, de 12 a 30
anos de idade.
9
Está na Bíblia: Jesus ressuscitou um
morto chamado Lázaro.
12
Está na Bíblia: Jesus foi sepultado e
ressuscitou ao terceiro dia.
14
Está na Bíblia: Jesus ascendeu ao
céu.
1
Está na Bíblia: “E tomou o pão, deu
graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: Isto
é o meu corpo, que por vós é dado; fazei
isto em memória de mim./
Semelhantemente tomou o cálice, depois
da ceia, dizendo: Este é o cálice da
Nova Aliança no meu sangue derramado
por vós” (Lucas 22:19-20).
4
Está na Bíblia: Jesus morreu logo após
ser traído por Judas Iscariotes, que era
um de seus discípulos.
Estava na mitologia egípcia: Osíris
morreu logo após ser traído por Set, que
era seu irmão.
5
Está na Bíblia: Jesus foi crucificado.
7
Está na Bíblia: Jesus ressuscitou.
Estava na mitologia egípcia: Osíris
ressuscitou.
UMA CHOCANTE
CONSTATAÇÃO
CAPÍTULO 1
Se tu és o Cristo, salva-te a ti
mesmo e a nós. (v. 39).
Êxodo 22:3.
O ladrão fará restituição total.
(Grifo nosso.)
Levítico 6:4-5.
4. (...) restituirá o objeto roubado,
ou extorquido (...)
5. Restituí-lo-á por inteiro, e ainda
sobre isso acrescentará a quinta
parte. (Grifos nossos.)
Deuteronômio 22:1.
(. . . ) restituirás sem falta a teu
irmão. (Grifo nosso.)
Ezequiel 33:15.
( . . . ) restituindo esse ímpio o
p e n h o r, pagando o furtado,
andando nos estatutos da vida.
(Grifos nossos.)
jesusrespondeulheemverdadetedig
Marcos 15:32.
1º Os Evangelhos de Mateus e
Marcos negam o Evangelho de Lucas.
Isso é a prova de que a Bíblia possui
contradições.
Mateus 2:1.
Mateus 2:23.
Lucas 1:26-27.
Lucas 2:3-5.
Mateus 5:17.
Mateus 5:21-22.
Mateus 19:9.
Mateus 5:38-39.
Mateus 5:43-44.
Ave Maria,
cheia de graça, o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre,
Jesus.
Santa Maria,
Mãe de Deus,
Rogai por nós, pecadores,
agora e na hora de nossa morte.
Amém.
“Mãe de Deus”. Essa expressão
permanece até hoje na boca dos fiéis aos
dogmas católicos. Este dogma é hoje
reafirmado pela Igreja Católica, como
se pode ler numa declaração extraída do
s e u Catecismo, publicado pelo Papa
João Paulo II, no ano de 1992: "...
Maria é Mãe de Deus, porque ela é a
Mãe de Jesus Cristo, que é verdadeiro
Deus."
Este dogma não pode ser
sustentado se considerarmos, por
exemplo, o que o Apóstolo Paulo
ensinou sobre Jesus: “... sendo [Jesus]
em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus,...”
(Filipenses 2:6)
Atualmente, existem aqueles que
tentam argumentar que Jesus é Deus,
buscando evidências disso na Bíblia.
Mas essa empreitada é impossível, pois
o próprio Constantino, que foi o autor
dessa ideia, nem conhecia a Bíblia.
Portanto, a Bíblia não tem nada a ver
com isso.
Como já foi dito, a razão para a
deificação de Jesus era outra, totalmente
fora dos interesses bíblicos. É por isso
que encontramos tantas disparidades
entre o que está escrito na Bíblia e a
ideia da divinização de Jesus. O
contrário, sim, é o que encontramos. Há
muitas passagens que negam que Jesus
seja Deus, e na maioria delas, é o
próprio Jesus quem explica que ele é um
indivíduo e que o Pai é outro. Vamos
citar alguns trechos:
João 14:28.
João 5:30:
Mateus 16:15-17:
15. Perguntou-lhes ele: E vós, quem
dizeis que eu sou?
16. Simão Pedro respondeu: Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo.
17. Respondeu-lhe Jesus: Bem-
aventurado és tu, Simão Barjonas,
pois não foi carne e sangue que to
revelou, mas meu Pai que está nos
céus.