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OS DESPOSSUÍDOS

1 . Duas grandes encenações tragicômicas, protagonizadas pela Câmara de Deputados


da Alemanha
a. Tumultos em relação á liberdade de imprensa
b. Sua falta de liberdade em relação a esses tumultos

2. Agora jogaremos em terreno plano – a questão terrena, as relações de produção e


suas consequências no mundo aparentemente puro das leis – do Direito.

3 . Apresentação de cenas típicas, nas quais se manifestam as entranhas da Câmara de


Deputados Alemã.

4 . Objeto de análise a lei referente ao furto de madeira – no que tange à Dieta Renana;
e no que tange a si mesma.

5 . A limitação metodológica – a falta de acesso ao texto integral da lei – comunicados


sobre as deliberações dos deputados desconexos, esquálidos, apócrifos, quase como
uma estratégia de mistificação.

6 . O material comunicacional presta uma reverência à província, marcada por seu


silêncio passivo.

7 . As qualidades legislativas da Câmara dos Deputados – a sua tendenciosidade e


ideologia.

8 . Deputados da cidade X deputados da nobreza

9. O título da lei – Lei do furto de madeira – ao invés de Lei relativa à exploração de


madeira - tratar-se-ia de um eufemismo e como tal deveria ser evitado;

10. “O proprietário florestal não deixa o legislador falar, pois as paredes têm ouvidos”
(p.79)

11. A alegação do deputado da nobreza de que a Câmara estaria ‘perdendo tempo’ com
questões redacionais – a possibilidade de transformar cidadãos comuns em ladrões
tratada como ‘purismo’ gramatical – o poder dos termos, das palavras, das
expressões.

12. Subtrair madeira caída ou ajuntar madeira seca são atos subsumidos sob a rubrica
“furto”, igualando-os aos atos de subtrair madeira verde ou de árvores ainda em pé.

13. A controvérsia sobre o rigor da punição e a menção de um deputado das cidades a


respeito do risco de colocar cidadãos até aquele momento definidos como honestos e
idôneos junto com criminosos violentos, na cadeia.

14.A analogia entre árvores verdejantes e madeira seca para descrever a prisão dos que
fossem pegos apanhando madeira caída ou seca nas prisões (pp. 79-80).
Os ídolos de madeira obtém a vitória e as vítimas humanas são abatidas. (p.80)
15. A alusão ao Código penal do século XVI (conhecido pelo rigor exagerado das penas
– fogueira, esquartejamento, afogamento ) e a defesa de que o Código em votação
deveria ser mais humano.

16. A argumentação sobre a diferença de cortar madeira das árvores e colhê-la seca, do
chão, como atos diferentes, portanto não devendo implicar na mesma penalização (80-
81).

17. Quando chama de ‘furto de madeira’ um ato que nem chega a ser um delito de
exploração de madeira, a lei mente e o pobre é sacrificado por uma mentira legal –
citação de O espírito das leis, de Montesquieu (1997, p.125): “Há dois tipos de
corrupção: um quando o povo não respeita as leis; outro quando a lei os corrompe – um
mal incurável já que está no próprio remédio”.

18. Tese sobre a anomia decorrente da não distinção entre o crime o não crime - o
risco de borrar os limites entre o crime e o não crime – a ineficiência dos critérios que
os distingue no imaginário coletivo – (a situação do sistema judiciário brasileiro que
solta e prende ao sabor das relações de amizade e dos interesses políticos);

19. Tese sobre a propriedade privada


“Se todo atentado contra a propriedade, sem distinção, for considerado furto, não seria
furto toda a propriedade privada? Por meio da minha propriedade privada não estou
anulando qualquer terceiro dessa propriedade e não estaria, portanto, violando o seu
direito à propriedade? É um fato tão histórico quanto racional que a severidade
indiscriminada anula o êxito da pena, pois anulou a pena enquanto êxito do direito”.
(p.82)

20. Volta ao objeto – a rejeição, na Câmara dos Deputados, da distinção entre coleta de
madeira seca no chão, a exploração da madeira e o furto de madeira – ao mesmo tempo
em que decide aplicar pena mais grave se a extração da madeira verde for feita com
serra ou madeira – a diferença é considerada como elemento agravante, mas não como
elemento atenuante. (p.83)

21. A discussão sobre a relação entre a gradação da pena e o tipo do crime – o decisivo
não é esgotar a diferença, mas fazer a diferença – roubar uma galinha e roubar 1 milhão
dos cofres públicos.

22. A reivindicação do direito consuetudinário (costumeiro) – como o direito dos


pobres.

23. Os costumes dos privilegiados – a divisão da espécie humana em raças de animais,


cuja relação não é a de igualdade, mas de desigualdade, uma desigualdade especial
fixada por leis.

24. “O feudalismo como o reino animal do espírito, o mundo da humanidade cindida em


oposição ao mundo da humanidade que se diferencia, cuja desigualdade nada mais é do
que o espectro de cores da igualdade (p. 85).
25. Tese sobre o trabalho: enquanto no mundo animal da natureza os zangões são
mortos pelas abelhas operárias, no reino animal do espírito as abelhas operárias são
mortas pelos zangões, e isso precisamente por meio do trabalho.(85)

26. O costume dos pobres X os costumes dos nobres – o direito não depende mais da
contingência de o costume ser razoável, mas o costume se torna razoável porque o
direito se tornou legal, porque o costume se tornou costume do Estado – a questão da
propriedade das terras. (86)

27. A maneira diferenciada pela qual o direito consuetudinário dos ricos ser
transformado em Direito e o direito consuetudinário ser transformado em crime. O
exemplo dos conventos: quando a propriedade dos coventos foi convertida em
propriedade privada e os conventos foram de certo modo indenizados, não houve
qualquer indenização para os pobres que viviam dos conventos – isto aconteceu com
todas as transformações de privilégios em direitos. (87)

28. A unilateralidade das legislações: o órgão com o qual as legislações resolveram a


ambiguidade de todas as instituições da Idade Média foi o entendimento, e o
entendimento não somente é unilateral, mas como sua atividade essencial é tornar o
mundo unilateral, um trabalho grande e digno de admiração, pois só a unilateralidade
confere forma ao particular e o extrai o visgo inorgânico das coisas.(88)

29. O caráter das coisas é um produto do entendimento. Cada coisa precisa se isolar
para ser algo... o entendimento produz a multilateralidade do mundo, pois o mundo não
seria multilateral sem as muitas unilateralidades. (88)

30. O direito consuetudinário dos pobres e sua capacidade de captar a propriedade com
seu instinto certeiro por seu lado indeciso: os pobres satisfazem suas necessidades
naturais, mas também um impulso legal – e exemplo da madeira seca no chão. (89)

31. A representação natural da relação entre os pobres e os ricos: a madeira seca e a


árvore viva, firme no chão. (89)

32. O que cabe aos ricos e aos pobres como contingência histórica. (90)

33. A culpabilização dos pobres pela sua pobreza

A existência mesma da classe pobre é até agora um simples costume da sociedade


burguesa, que ainda não encontrou um lugar adequado no âmbito da estruturação
consciente do Estado [as leis]. (90)

34. Outro exemplo de transformação do direito consuetudinário em crime: o caso das


frutas tradicionalmente colhidas pelos pobres, que ao serem apropriadas pelos donos das
florestas e transformadas em mercadoria, têm decretada a passagem de seu status de
recurso comum para algo que é objeto do monopólio dos ricos. (90)
35. A alma mesquinha do interesse enxerga só um ponto, a saber, o ponto em que ele se
machuca – o exemplo da pessoa grosseira que ao ter seus calos pisados por alguém, os
transforma em seu órgão com que vê e julga os outros. (91)

36. A conversão da lei em um instrumento de “apanhar ratos”, através do qual se quer


exterminar uma praga, pois não se é pesquisador da natureza e os enxerga apenas como
uma praga.

37. A tese da punição que reduz um indivíduo ao crime que ele cometeu – o Estado
amputa a si mesmo toda vez que reduz o indivíduo a apenas um criminoso. (92)

38. Um legislador ético tomará muito cuidado toda vez que se lhe demandar que
subsuma sob a esfera dos atos criminosos uma ação até ali considerada irrepreensível.
(O exemplo das pedaladas fiscais, de Dilma)

39. A criação do aplicador da lei – o guarda florestal – como uma figura que
denuncia e estabelece o tamanho do pagamento devido alguém que defende não os
interesses coletivos (dos que cometeram o crime de serem extorquidos; dos que
sofreram a violação dos direitos – os proprietários), mas apenas os interesses dos donos
das florestas. (93)

40. Ao reunir no guarda florestal o papel de denunciante e de juiz – estabelecendo


também a sentença, a punição – confundem-se papéis para os quais um mesmo
indivíduo pode não estar devidamente preparado – [o exemplo dos ‘policiais
justiceiros’, das multidões de linchadores] (94).

41. A queda da última máscara de isenção do Estado – a contratação vitalícia do


funcionário encarregado da segurança, que apresenta a denúncia e estabelece as penas
atendendo aos interesses dos proprietários das florestas. (95)

Essa lógica que transforma o empregado do proprietário da floresta em autoridade


florestal transforma a autoridade estatal em empregada do proprietário da floresta.
(104)

Todos os órgãos do Estado se convertem em orelhas, olhos, braços e pernas que o


interesse do proprietário florestal usa para escutar, espiar, avaliar, proteger, agarrar e
correr. (104)

42. Os deputados das comunidades rurais, da nobreza e doas cidades e a defesa dos
direitos dos pequenos proprietários florestais, que estariam prejudicados pelo instituto
do guarda florestal vitalício como responsável pela denúncia e aplicação das penas aos
que violassem a lei do furto da madeira [por não poder pagá-los]. (97)

Por que o pequeno proprietário florestal exige a mesma proteção que o grande?
Porque ambos são proprietários florestais. Não são ambos, o proprietário florestal e o
que viola a lei do furto de madeira, cidadãos do Estado? Não teriam ambos os tipos
direito à proteção do Estado? [ver o caso de estudantes – professores] (97)
43. A defesa do controle sobre os guardas florestais e contra a contratação vitalícia - o
interesse próprio e os óculos pretos e coloridos (100)

44. A decisão de atribuir aos prefeitos a determinação de que os que cometessem delitos
relativos à lei do furto da madeira fizessem serviços comunitários [para cuja realização
haveria funcionários pagos].

45. Citações de Benjamin Constant e de Göthe – o conhecimento e as adaptações feitas


por Marx. (104-105)

46. A desconfiança em relação às boas ações dos proprietários florestais e dos


legisladores, através da instrumentalização dos prefeitos que enviam os condenados
para fazer serviços comunitários em propriedades privadas. (107)

47. Os bons motivos e as consequências desvantajosas – a injustiça tem bons motivos


dentro do peito do homem comportado que a decreta; desvantajoso é aquilo que traz
desvantagem para o interesse do proprietário florestal. (108-109)

48. A possibilidade de negociar com o crime de furtar madeira e suas penas – a


transformação do crime em renda (112) – as multas são recolhidas não para o Estado,
mas ara o caixa do proprietário florestal. (113)

49. O ladrão de madeira subtraiu a madeira do proprietário florestal, mas o proprietários


florestal usou o ladrão de madeira para subtrair o próprio Estado: não se limita a a
demandar uma pena em dinheiro, mas também o corpo e a vida o acusado (mediante um
trabalho florestal a ser cumprido por ele). (115)

50. O questionamento do eventual interesse em ser preso [para usufruir da comida, do


seguro prisional, da segurança] – o que leva pessoas a cometer crimes pode ser uma
legítima defesa contra a fome e o desabrigo. (121)

51. A aprovação da proposta de redução da alimentação dos presos a pão e água – É


muito fácil ser santo quando não se quer ser humano. (122)

52. A exposição mostra como a Câmara dos Deputados rebaixa o poder executivo, as
autoridades administrativas, a vida do acusado, o próprio crime e a pena à condição de
meios materiais do interesse privado. (122)

53. As funções sociais do processo : O processo é apenas uma escolta segura para
levar o adversário à prisão, mera preparação da execução. Onde ele quer ser mais do
que isso, é levado a calar-se.O interesse do Direito pode falar enquanto for o direito do
interesse privado; mas deve calar assim que colide com o sagrado interesse privado.
(124)

54. A Câmara dos Deputados decidiu por votação se os princípios do Direito deveriam
ser sacrificados em nome do interesse da exploração florestal ou se os interesses da
exploração florestal deveriam ser sacrificados em nome dos princípios do Direito, e o
interesse dos proprietários florestais venceu o Direito pelo voto.(125)
55. Os legisladores usaram seu tino certeiro para corrigir e complementar, fazendo com
que o interesse provado dite leis ao Direito, onde antes o Direito ditava leis ao interesse
privado, cumprindo cabalmente sua destinação. (126)

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