UFOP/EM/DEMIN/ABM Prof. Paulo Roberto Gomes Brandão, Ph.D. Separação de minerais em laboratório
Muitas vezes, na caracterização de minérios, torna-se
interessante a separação física dos minerais que compõem estes minérios, após cominuição, pelas seguintes razões:
• identificação de minerais minoritários ou duvidosos;
• pesquisa da liberação; • pesquisa de processos específicos e/ou em condições ideais (ex. microflotação). Principais métodos de separação mineral em laboratório
♦ Separador magnético Frantz isodinâmico
• e sua variação de barreira magnética; ♦ Separação em líquidos densos; ♦ Separação por métodos derivados do tratamento de minérios; ♦ Lixiviação seletivas de minerais. Separador magnético Frantz isodinâmico Separador magnético Frantz isodinâmico ♦ eletroímã com corrente variável continuamente, mas normalmente usada em valores discretos crescentes: 0,1 - 0,3 - 0,5 - 0,8 - 1,0 - 1,5 e 1,85A; ♦ assim, geram-se intensidades de campo magnético, desde próximo a 0 até 20 kGauss, ♦ o campo magnético é extremamente uniforme, donde o nome isodinâmico; ♦ pode processar com eficiência partículas entre 0,850mm a 0,074mm; ♦ usa-se pequena quantidade de amostras, de cada vez, tipicamente alguns gramas; ♦ a separação é lenta; ♦ os minerais ferromagnéticos são separados antes da alimentação no Frantz (portanto, não são processados, pois ficariam agarrados). Separador magnético Frantz isodinâmico ♦ pode fazer separações excelentes entre minerais paramagnéticos dos diamagnéticos; ♦ com mais cuidado e paciência, pode também separar os paramagnéticos entre si; idem para os diamagnéticos. minerais ferromagnéticos: suscetibilidade magnética muito alta, mas que mostra saturação para campos muito altos. Exs.: ferro metálico, magnetita, ilmenita, pirrotita, etc. minerais paramagnéticos: suscetibilidade magnética baixa, que gera magnetização crescente com o aumento do campo indutor. Exs.: hematita, goethita, pirolusita, pirita, calcopirita, hornblenda, biotita, almandita, etc. minerais diamagnéticos: suscetibilidade magnética muito baixa, que gera magnetização contrária ao campo indutor; Exs.: diamante, grafita, ouro, galena, esfalerita, coríndon, fluorita, calcita, cassiterita, gipsita, barita, quartzo, feldspatos, moscovita, etc. Forças atuantes no separador Frantz ♦ força magnética; ♦ força da gravidade (peso). Variáveis na separação: ♦ intensidade do campo magnético; ♦ orientação da calha posicionada no entreferro (plano inclinado). Forças atuantes no separador Frantz Separador Frantz
Separação na calha
Separador Frantz de barreira
magnética Separação em líquidos densos Líquidos densos e soluções concentradas
Nome Fórmula Densidade Solvente
3 g/cm
tricloroetano C2H3Cl3 1,46 etanol
tribrometano CHBr3 2,89 etanol ou
(bromofórmio) acetona
tetrabromoetano C2H2Br4 2,96 etanol
diiodometano CH2I2 3,20 acetona
(iodeto de metileno)
cloreto de zinco ZnCl2 1,80 água
solução de Clerici malonato de tálio + 4,20 (25°C) água
formato de tálio 5,00 (90°C)
metatungstato de 3Na2WO4.9WO3.H2O 2,20 a 3,00 água
sódio (politungstato) - SPT metatungstato de lítio 3LiNaWO4.9WO3.H2O 2,20 a 3,00 água e sódio (politungstato) - LST Separação em líquidos densos Vantagens: ♦ separação simples e limpa; ♦ acompanhamento visual do processo; ♦ os politungstatos não são tóxicos e, portanto, são seguros ao manuseio. Desvantagens: ♦ os líquidos orgânicos são tóxicos (perigosos); ♦ a solução de Clerici é tóxica e corrosiva; ♦ as soluções dos politungstatos têm viscosidades relativamente elevadas. A separação de partículas muito pequenas (< aprox. 50µm) é difícil apenas por gravidade: usar centrífuga.