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VERSÃO INACABADA.

Sri Madhurya Kadambini (Um bloco de nuvens carregadas de néctar)

CAPÍTULO 1

Primeira Torrente de Néctar

Mangalacarana

“A misericórdia de Sri Krishna Chaitanya Mahaprabhu é um incontrolável


bloco de nuvens de néctar delicadamente doce cujo aparecimento repentino
rejuvenesce completamente os grãos dos nove processos de bhakti no
campo do coração, extingue o calor do verão ardente da luxúria e concede
êxtase ao rio universal das entidades vivas. De longe, que tais nuvens da
misericórdia do Senhor possam dar satisfação e prazer até mesmo para esta
alma inútil, uma árvore seca no deserto.”

“Embora mahajanas prévios (Prahlada, Dhruva, Kumaras, etc.) tenham


adotado o processo de bhakti, eu constantemente presto reverências a Srila
Rupa Goswami, o querido do Senhor, por cuja misericórdia alguém agora
atinge a inteligência para ver bhakti em sua forma completa de rasa.”

Nós iremos proceder com base no shastra, ou evidência escritural (shabda


pramana), que é a melhor de todas as evidências. Assim, o Taittiriya
Upanishad (shruti), após discutir os diferentes invólucros (annamaya kosha,
etc.), enfaticamente declara que superior ao Brahman, que é o abrigo ou
suporte destas coberturas: brahma puccham pratistha (2.5.2), é o param
anandamaya purusha ou paratpara tattva (mais suprema verdade) por
descrevê-Lo como a personificação da rasa, raso vai sah rasam hy evayam
labdhvanandi bhavati, o Senhor é a própria rasa e, atingindo tal rasa, a jiva
se torna bem aventurada (2.7.2). Nesta veia, o Shrimad Bhagavatam, a nata
do Vedanta e imperador entre todos os tipos de evidência, descreve o
Senhor Krishna como a completa personificação de rasa ou prazer:

“Os vários grupos de pessoas na arena de luta consideraram Krishna de


diferentes maneiras quando Ele adentrou com Seu irmão mais velho. Os
lutadores viram Krishna como um relâmpago, os homens comuns como o
melhor dos homens, as mulheres como o Cupido encarnado, os vaqueiros
como seu parente, os governantes ímpios como um castigador, Seus pais
como seu filho, o rei de Bhoja como a morte, os desprovidos de
conhecimento como a forma universal, os yogis como a Verdade Absoluta, e
os Vrishnis como sua suprema Deidade adorável. (SB 10.43.17)

No Bhagavad-gita (14.27) também, o próprio Senhor declara sua identidade


como acima do Brahman: brahmano hi pratisthaham, Eu sou a base do
Brahman. Portanto, a Verdade Absoluta não é ninguém menos que o todo
bem-aventurado e transcedental Vrajraja Nandana, Shri Krishna o filho do
rei de Vraja. Ele é equipado com transcedentais (shuddha sattva) e eternos
nomes, formas, qualidades, e passatempos. Este bem-aventurado Senhor
não descende as percepções humanas do ouvido, olhos, mente e intelecto
por nenhuma causa material, mas ao invés disso simplesmente por Sua
própria vontade independente. Tal como por Sua própria vontade, Ele
apareceu no mundo material como Krishna, na dinastia Yadu, e Rama, na
dinastia Raghu.

O Senhor não depende de qualquer causa material para Seu aparecimento.


Similarmente, Sua energia não-diferente, serviço devocional (bhakti), em
manter com sua natureza alto-manifesta, é independente de qualquer causa
material. Por isto é dito:

“A suprema ocupação (dharma) para toda a humanidade é aquele através da


qual seres humanos podem atingir serviço devocional amoroso ao Senhor
transcedental. Tal serviço deve ser imotivado e ininterrupto para satisfazer
o eu completamente.” (SB 2.6)

A palavra ahaituki, sem causa, nessa declaração, indica que serviço


devocional aparece sem nenhuma causa material (hetu). Em tais
declarações tais como yadrcchaya mat-kathadau, "se de alguma forma ou de
outra uma pessoa se torna atraída a ouvir sobre Mim" (SB 11.20.8), mad
bhaktim ca yadrcchaya, "de algum modo ela atinge Meu serviço
devocional" (SB 11.20.11), e yadrccha-yaivopacita, a palavra yadrichaya
deve significar por sua própria doce e independente vontade. O significado
de yadriccha no dicionário também é "completa independência." Algumas
pessoas consideram a palavra como significando "por boa fortuna." Tal
significado não é adequado aqui, pois alguém pode questionar acerca da
origem da boa fortuna. A causa é atividades piedosas materiais (shubha
karma) ou não? Se alguém considera que a boa fortuna é gerada por
atividades piedosas, isto deve significar que bhakti é em última análise
gerada por karma material. Bhakti se tornaria dependente do karma
material. Mas isto é uma contradição de sua natureza independente e auto-
manifesta. Novamente, se alguém considera esta boa fortuna como não
sendo gerada por atividades piedosas, ela se torna tanto indescritível
através de palavras quanto inconcebível. Consequentemente, uma entidade
inconcebível é sem substância e não pode descrever a causa de bhakti.

Se alguém propõe que a causa de bhakti é a misericórdia do Senhor, então


alguém deve encontrar uma razão para tal misericórdia. Assim, esta
declaração, gerando uma necessidade posterior de explicação, é
inconclusiva em si mesma. Alguém pode então qualificar esta declaração
dizendo que a causa de bhakti é a misericórdia sem causa do Senhor, ou que
não exige qualificações (nirupadhi). Se esta misericórdia é sem causa, então
deve-se observar que o Senhor concede-a igualmente em todos os lugares.
Já que ela não é observada em todos, então isto implicaria no erro de
parcialidade (vaishamya) por parte do Senhor. Assim, a misericórdia
imotivada do Senhor também não pode ser aceita como a causa de bhakti.

Alguém pode questionar que o Senhor pune os demônios e protege Seus


devotos--isto não é parcialidade? Mas este tipo de parcialidade que o
Senhor mostra por Seus devotos não implica em uma falha (dushanam) no
Senhor, ao invés disto, é um ornamento (bhushanam) que realça Sua
natureza. Esta obrigação afeiçoada que o Senhor tem com Seus devotos é
chamada de bhakta-vatsalya. É o todo-poderoso rei que subjuga todas as
qualidades do Senhor e reconcilia todos os fatores contraditórios e irá ser
discutido completamente no oitavo capítulo.

Ao propor a misericórdia imotivada do devoto como a causa de devoção em


outra pessoa, alguém pode contestar que a misericórdia do devoto, como a
do Senhor, pode ser parcial. Considerando o caso do madhyama bhakta,
alguém vê que ele não exibe parcialidade ou discrição na distribuição de
sua misericórdia. Pois está dito no Bhagavatam, prema-maitri krpopesa yah
karoti sa madhyamah, ele exibe prema em relação ao Senhor, amizade aos
devotos, misericórdia aos inocentes e desprezo por aqueles que são hostis a
bhakti (SB 11.3.46). Em outras palavras, esta parcialidade é aceita como a
característica natural do madhyama bhakta. Já que o Senhor é subserviente
a Seu devoto, Ele deixa a Sua misericórdia seguir a misericórdia de Seu
devoto e não há irregularidades nisto. Agora, a causa daquela misericórdia
manifesta a si mesma no devoto é a própria bhakti residindo em seu
coração. Sem o devoto ter bhakti, não há possibilidade do devoto manifestar
misericórdia a outros. Bhakti causa a misericórdia do devoto que causa
bhakti em outra pessoa. Bhakti causa bhakti. A auto-manifesta, sem causa,
independente natureza de bhakti é assim concluída.

Há uma declaração, yah kenapy atibhagyena jata sraddho ' sya sevane: uma
pessoa atinge fé no serviço do Senhor por extrema boa fortuna. As palavras
atibhagyena, extrema boa fortuna, devem ser ultimamente
compreendidades como sendo a obtenção da misericórdia do devoto (bhakta
karunya), que ultrapassa (atikrama) a fortuna que resulta das atividades
materiais piedosas (shubha karma). Aqui, não se deve considerar que o
devoto é dependente da vontade do Senhor e portanto não pode iniciar a
outorgação de misericórdia. Pois o Senhor aceita subserviência a Seu
devoto (sva--bhaktavashyata) e dá proeminência a posição do devoto dando-
lhe o poder de conceder a misericórdia do próprio Senhor (sva-kripa-shakti).
O Senhor como paramatma observa aqueles assuntos relacionados aos
sentidos externos da jiva, a recompensa para suas atividades prévias,
contudo, Ele concede misericórdia especial a Seus devotos (sva-prasada).
No Bhagavad-gita, mat-prasadat param santim... mat-samstham
adhigacchati... (BG 18.62 e 6.15). Shri Chakravartipada cita estes slokas
quase como se eles fossem um. A verdadeira expressão do primeiro é tat-
prasadat, mas aqui desde que tat se refere ao Senhor, mat também pode ser
usada. O próprio Krishna fala de Sua prasada ou misericórdia como o meio
de atingir paz transcedental e Seu supremo e eterno reino. Esta prasada
assume a forma da ourtogação do Senhor de Sua própria kripa shakti, ou
poder de misericórdia, a Seu devoto. Em outras palavras, pode-se receber a
misericórdia do Senhor através da misericórdia do devoto que a concede,
como foi explicado previamente.

Existem centenas de declarações das escrituras, tais como, svecchavatara


caritaih..., sveccha mayasya..., através das quais se compreende que o
Senhor aparece por Sua própria vontade. Ainda, por visão externa alguém
pode dizer que aliviar o mal do planeta Terra é a causa do advento do
Senhor. Da mesma maneira, as vezes é dito que atividades prescritas
(karma) executadas sem motivações pessoais (nishkama) age como a porta
para bhakti. Não há problema em tais declarações. Mas está dito no Canto
Onze do Shrimad Bhagavatam:

Mesmo que alguém se ocupe com grande esforço no sistema de yoga


mística, especulação filosófica, caridade, votos, penitências, etc., ainda
assim tal pessoa não pode Me alcançar. (SB 11.12.9)

Embora caridade, austeridades, etc. sejam claramente neganadas como


sendo as verdadeiras causas de bhakti, em outra passagem do Shrimad
Bhagavatam está dito:

Devoção a Krishna é obtida por tais métodos como caridade, austeridades,


homa, japa, estudo, controle dos sentidos, e outras atividades piedosas. (SB
10.47.24)

Contudo, esta declaração se refere a bhakti no modo da bondade material


(sattviki bhakti) que age como um membro do sistema de jnana, ao invés da
transcendental, completamente espiritual bhakti na categoria de prema
(nirguna prema bhakti). Claro, algumas pessoas dizem que caridade se
refere a dar a Vishnu e aos Vishnavas, vrata ou austeridade se refere a tais
vratas como o ekadasi, tapas se refere a renúncia do desfrute pessoal para
a obtenção do Senhor. Assim eles todos são angas ou membros de sadhana
bhakti. Dizer que bhakti é obtida por estes angas não é errado, pois isto
simplesmente significa sadhya (aperfeiçoada) bhakti é causada por
sadhanabhakti, bhakty sanjataya bhaktya (SB 11.3.31). Assim, a natureza
sem causa de bhakti é novamente concluída. Deste modo, todos os pontos
contraditórios estão resolvidos.

Meu Querido Senhor, serviço devocional a você é o caminho ímpar para a


auto-realização. (SB 10.14.4)

O não-devoto, embora completamente ocupado em dharma, não ganha coisa


alguma. (SB 1.5.17)

No passado muitos yogis alcançaram a plataforma de serviço devocional


oferecendo seus esforços a Você com devoção. (SB 10.14.5)

Com estes versos, é notável que o alcance de resultados nos caminhos de


jnana, karma e yoga são completamente dependentes de bhakti. Sendo que,
para alcançar seus resultados, prema, a prática de bhakti nunca depende
nem um pouco de karma, jnana ou yoga. Ao contrário, o Senhor declara:

Jnana e vairagya não são benéficos na prática de bhakti. (SB 11.20.31)

Aquele que abandona todos os caminhos e simplesmente Me adora é o


melhor entre os seres humanos. (SB 11.11.32)

A dependência de karma, jnana e yoga em bhakti deve ser aceita como um


fato. Bhakti é essencial em dar os resultados para a prática de karma, jnana
e yoga, mas a própria bhakti não depende nem um pouco destas práticas
para dar resultados. Está dito:

O que é obtido através de karma, tapas, jnana e vairagya é facilmente


conquistado por Meu devoto através da simples execução de serviço
devocional. (SB 11.20.32-33)
Também está dito:

Sem devoção ao Senhor, bom nascimento, conhecimento das escrituras,


japa, tapas são como deleitar-se com a decoração de um corpo morto. (Hari
Bhakti Sudhodaya 3.12)

Assim, sem bhakti, todos estes esforços se tornam infrutíferos. Como o


corpo depende da presença da alma, a própria vida de jnana, karma e yoga
depende da supremamente exaltada Bhakti-devi. Além disto, a dependência
de karma, jnana e yoga em condições de pureza do local, horário, candidato,
parafernália e execução é famosa nas escrituras smriti. Isto não é bhakti
verdadeira:

Para cantar o nome do Senhor, não há restrições de local, horário, pureza,


e assim por diante. (Vishnu Dharma)

De fato, é famosa por ser completamente independente.

Ó Bhriguvara, o nome de Krishna cantado até mesmo uma vez, com fé ou


sem fé, pode liberar qualquer pessoa. (Padma Purana, Prabhas Khand)

Bhakti não é dependente nem mesmo de pureza de prática, pois quer o


nome seja cantado de maneira pura ou impura, ele irá liberar a alma caída.
O mesmo não pode ser dito de karma yoga, onde até mesmo a menor
impureza é um grande obstáculo para o progresso.

Se um mantra for entoado ou pronunciado de maneira incorreta, não


apenas o mantra não causará efeito, mas ele pode ser prejudicial. Tal como
quando Tvasta desejava criar o inimigo de Indra e devido a um pequeno
erro de pronúncia das palavras indra shatru no yajna aquelas palavras
agiram como um relâmpago para Vritasura que foi morto por Indra.
(Paniniya Shiksha 52)

A necessidade de pureza interna para a prática de jnana yoga é bem


conhecida. Também, pode ser visto que jnana yoga depende de karma yoga.
Pois alguém adentra jnana yoga atingindo pureza de coração, e pureza de
coração surge da execução de karma sem desejo pessoal. Devido a tal
dependência, se por acidente alguém pratica jnana yoga cometer um
pequeno ato inadequado (durachar), ele é condenado pelo shastra como um
vantasi, ou comedor de vômito, sa vai vantasyapatrapah. Visto por esta luz,
Kamsa, Hiranyakashipu e Ravana, embora fossem jnanis, não possuem nem
uma partícula de fama devido a sua conduta. Por outro lado, no caminho de
bhakti, embora alguém possa ser afligido por luxúria, tal pessoa tem a
qualificação (adhikara) para começar a prática. Apenas pela prática de
bhakti, luxúria e outras impurezas são destruídas.

Qualquer um que ouça com fé ou cante sobre os passatempos do Senhor


com as jovens gopis de Vrindavana, tendo atingido o serviço devocional
puro do Senhor, tal pessoa rapidamente irá tornar-se sóbra e vencer a
luxúria, a doença do coração. (SB 10.33.39)

pela tensão do verbo pratilabhya (tendo atingido) neste verso é muito claro
que bhakti primeiro se manifesta no estágio onde ainda existem desejos
luxuriosos no coração, e então, após sua manifestação, desejos luxuriosos
são aniquilados. Isto é devido ao fato de que bhakti é supremamente
independente (parama svatantra). Além disso, embora tais impurezas como
kama possam as vezes surgirem no devoto, as escrituras nunca condenam
tal devoto :

Mesmo se uma pessoa ocupada em serviço devocional cometer o ato mais


abominável (sudurachara), ela ainda é considerada santa. (BG 9.30)

Meu querido Uddhava, não tendo completamente conquistado seus sentidos


Meu devoto pode ser atacado por desejos materiais, mas devido a sua
devoção fixa a Mim, ele não será derrotado pela gratificação dos sentidos.
(SB 11.14.18)

Os servos de Vishnu julgaram Ajamila como um devoto. Embora o cantar de


pessoas como Ajamila, que pronunciou o nome do Senhor inadvertidamente
devido a sua afeição por seu filho, deve ser considerado nama-abhasa (não
puro), ainda assim eles são universalmente louvados como devotos.

Pureza interna e pureza de local, parafernália, etc. são necessários para as


realizações dos yogis, e sua deficiência obstrui o progresso em tais
caminhos. Bhakti, porém, é a própria outorgador de vida a estes caminhos.
Assim, é visto em todos os aspectos, que os caminhos de karma, jnana e
yoga são dependentes de bhakti. Bhakti, porém, é independente. Ela nunca
requer nenhum outro meio para sua execução nem é obstruída por
nenhuma escassez ou erro.
Apenas uma pessoa ignorante dirá que bhakti é um meio de se atingir
jnana. Pois o shastra enfaticamente declara a suprema excelência de bhakti
acima até mesmo do objetivo final de jnana, moksha.

O Senhor facilmente outorga liberação mas não bhakti. (SB 5.6.18)

Até mesmo entre muitos milhões de jnanis liberados e yogis perfeitos, um


devoto do Senhor Narayana é extremamente raro. (SB 6.14.5)

Se jnana as vezes parece assumir uma posição superior a bhakti, é apenas


devido a bhakti estar misericordiosamente atuando no papel de seu
assistente. Upendra, a própria Suprema Personalidade de Deus, se tornou
subserviente a Indra para lhe dar apoio. Almas exaltadas e realizadas
confirmaram que isto é revelado não por Sua posição inferior, mas, ao
contrário, Sua misericórdia sem fim. Desta maneira, bhakti, embora
transcedental e supremamente independente, sendo muito misericordiosa,
aceita o modo da bondade (sattviki-bhakti) e se torna um membro de jnana
apenas para dar suporte a jnana. Esta é a compreensão dos sábios.

Bhaktya sanjataya bhaktya (SB 11.3.31), o fruto de sadhana bhakti é prema


bhakti, que é ela própria a realização mais elevada para os seres humanos
(purushartha shiromani). Assim a natureza toda-penetrante, toda-atrativa,
doadora de vida, super excelente, supremamente independente e auto-
manifesta (sarva-vupapakatvam, sarva-vashikaratvam, sarva-sanjivakatvam,
sarvotkarsha, parama-svantantra, sva-prakashatvam) da energia exaltada,
Bhakti-devi, que surge do próprio Senhor foi levemente descrita. Se alguém
ainda prefere algum outro processo além de bhakti, tal pessoa deve ser
considerada desprovida de toda a faculdade de julgamento. O que mais
pode ser dito? Se alguém é um ser humano, mas não adota o processo de
bhakti, então tal pessoa não deve ser considerada humana:

ko vai na seveta vina naretaram, apenas um animal se negaria a servir o


Senhor.

Assim termina a Primeira Torrente de Néctar de Madhurya Kadambini por


Mahamahopadhyaya Shrimad Vishvanath Chakravarti descrevendo a super
excelência de Bhakti-devi.
CAPÍTULO 2

Segunda Torrente de Néctar

Neste trabalho não será encontrada uma completa dissertação no dualismo


e monismo mas, para aqueles que a desejarem, ela pode ser encontrada em
outro trabalho chamado Aishvarya Kadambini.

Bhakti pura, sem misturas com karma e jnana, é como uma trepadeira que
satisfaz todos os desejos aparecendo no campo dos sentidos. Esta bhakti é
o refúgio daqueles devotos que fazem um voto firme (dhrita vrata) de nunca
buscarem outros frutos exceto bhakti, como abelhas (madhu vrata) que são
obcecadas com o desejo de saborear apenas néctar. A própria vida desta
trepadeira é uma atitude favorável ao serviço para o prazer do Senhor.
Como uma pedra filosofal, a própria presença de bhakti faz o coração e
sentidos gradualmente perderem suas qualidades materiais que se
assemelham ao ferro e adquirirem qualidades espirituais como ouro puro.
Tal como uma trapadeira brotando cresce para cima e origina duas folhas,
no processo de sadhana bhakti, duas qualidades surgem. A primeira é
chamada kleshaghni (alívio dos sofrimentos materiais) e a segunda é
chamada de shubhada (início de toda auspiciosidade).

A suave (Shripad Chakravarti usa as palavras dentro e fora. Novas folhas


brotadas apontando para cima, suas superfícies superiores estão uma de
frente para a outra e assim, dentro, etc.) superfície das duas folhas, é a
jurisdição do rei chamado raga (raga-bhakti). É nesta posição superior
devido a cobiça espontânea por tudo o que se refere ao Senhor, e por
afeição genuína ao Senhor em um relacionamento particular, yevam aham
priya atma sutas ca..., eu sou seu próprio filho querido... (SB 3.25.38). A
superfície inferior das folhas é o domínio de outro rei chamado vaidha
(vaidhi-bhakti), estando em uma posição comparativamente inferior. Isto é
porque seu caráter possui uma matiz de aspereza sendo gerada pela
obediência das regras escriturais, e espontânea afeição profunda pelo
Senhor está ausente devido a ausência de um relacionamento íntimo com
Ele, tasmad bharata sarvatma, Ó Parikshit, assim como a Superalma, eu
devo ser adorado (SB 2.1.5). Contudo, tanto raga quanto vaidhi-bhakti
igualmente manifestam os sintomas de kleshaghni (alívio do sofrimento
material e shubhada (início de toda auspiciosidade).
Como tanto raga-bhakti quanto vaidhi-bhakti destroem klesha, seus cinco
tipos serão agora descritos. O significado literal é sofrimento ou aflição, mas
aqui, o significado de klesha pode ser tomado como 'a causa do sofrimento'.
Tais kleshas são a causa das atividades pecaminosas e piedosas que
resultam em infortúnio ou boa fortuna material.

Avidya: ignorância; confundir aquilo que é impermanente como sendo


permanente; aquilo que é cheio de miséria como sendo bem-aventurado;
aquilo que é impuro como sendo puro; e o que não é o eu como sendo o eu.

Asmita: falso ego; a identificação corpórea de eu e meu; e aceitar apenas a


percepção direta dos sentidos como sendo real.

Raga: apego; o desejo de felicidade material e daqueles meios que irão


outorgá-la.

Dvesa: aversão; a repulsa pela infelicidade ou a causa de infelicidade.

Abhinivesa: absorção no corpo como a base para a gratificação dos sentidos


e medo da morte.

Os estágios no desenvolvimento de prarabdha (frutificados), aprarabdha


(não-frutificados), rudha (pré-semente) e bija (semente) são também
incluídos em klesha.

Como ambos tipos de bhakti erradicam klesha similarmente, eles outorgam


shubha ou auspiciosidade. Shubha ou auspiciosidade consiste de tais
qualidades como desinteresse em assuntos materiais, interesse no Senhor
Supremo, atitude favorável em relação ao serviço do Senhor, misericórdia,
perdão, veracidade, simplicidade, equanimidade, fortaleza, gravidade,
respeito, humildade, e ser agradável a todos (durvishaya-vaitrishna,
bhagavad0vishaya0satrishna, anukulya, kripa, kshama, satya, saralya,
samya, dhairya, gambhirya, mandatva, amanitva, sarva-subhagatva).

Que bhakti concede estas qualidades é provado em tais versos como os


seguintes:
Todos os semideuses e todas as suas qualidades exaltadas manifestam-se na
pessoa que desenvolveu devoção imperturbável pela Suprema
Personalidade de Deus. Porém, para quem não é um devoto e é assim
arrastado por desejos materiais temporários de sua mente, como podem
existir boas qualidades nele? (SB 5.18.12)

Devoção, gosto pelo Senhor, e desapego de todo o resto surgem


simultaneamente. (SB 11.2.42)

Por isto, deve-se compreender que os dois sintomas (a destruição dos


sofrimentos e o surgimento de todas as boas qualidades) ocorrem
simultaneamente. Porém, tal como há alguma diferença na velocidade de
surgimento de duas folhas, há uma distinção do tempo de desaparecimento
das qualidades indesejáveis (ashubha) e o aparecimento de qualidades
auspiciosas (shubha). O progresso de bhakti será distinguido desta maneira.
Embora isto seja muito sutil e difícil de notar, as pessoas inteligentes
averiguaram isto através do exame minucioso dos diferentes efeitos.

Primeiro, o devoto em potencial desenvolve shraddha ou fé. Shraddha


significa ter firme confiança no significado das escrituras lidando com
bhakti. E também significa ter um desejo genuíno de executar as atividades
entusiasticamente (sadhana) descritas em tais escrituras. Estes dois tipos
de fé podem ser tanto natural (svabhaviki) ou surgir pelo convencimento da
pregação de outra pessoa (balutpadita).
Independente de como ela se desenvolve, a fé leva-o a se abrigar nos pés de
lótus do guru, e perguntar-lhe sobre a conduta apropriada (sadachara).
Como resultado de seguir suas instruções, tal pessoa obtém a boa fortuna
do relacionamento com devotos gentis que possuem o mesmo interesse, e a
associação de devotos realizados (sadhu-sanga).

Depois vem bhajana kriya, e ele começa a praticar diferentes tipos de


atividades devocionais. Isto também possui duas variedades: instável
(anishthita) e estável (nishthita). Execução instável do serviço devocional é
de seis tipos (na ordem sequencial): falsa confiança (utsaha mayi), esforço
esporádico (ghana-tarala), indecisão (vyudha vikalpa), luta com os sentidos
(vishaya sangara), incapacidade de cumprir votos (niyamakshama), e
desfrute das facilidades oferecidas por bhakti (taranga rangini).

Utsaha mayi: Uma criança brahmana, começando seus estudos das


escrituras, pensa que imediatamente se tornou um erudito que merece
elogios de todos. Similarmente, uma pessoa apenas iniciando no serviço
devocional pode desenvolver a audácia de pensar que já sabe de tudo. Ela é
chamada de utsaha mayi, ou cheia de entusiasmo (orgulhosa).
Ghana-tarala: A mesma criança as vezes se torna ocupada diligentemente
em seus estudos e ainda, em outros momentos, devido a inabilidade de
compreender as escrituras e pela falta de um gosto real, se torna
negligente. Da mesma maneira, um devoto neófito irá as vezes praticar as
diferentes atividades do serviço devocional e as vezes neglienciá-las. Sendo
algumas vezes assíduo e outras vezes negligente, seu esforço é chamado de
ghana-tarala (condensado-diluído, espesso-estreito).

Vyudha vikalpa: “Devo passar minha vida feliz na vida familiar, tornar minha
família consciente de Krishna e adorar o Senhor? Ou devo abandoná-los e ir
a Vrindavana e me aperfeiçoar engajando-me o tempo todo em ouvir e
cantar sem distrações? Devo esperar até o último estágio, depois de
desfrutar de todos os tipos de prazeres, quando eu tiver finalmente
compreendido que todo o mundo material é simplesmente um incêndio
florestal de aflição? Ou devo renunciar agora? Considere estes versos:

Associação com o sexo oposto é o caminho para a morte, como um poço


oculto coberto por grama (SB 3.31.40)

Aqueles apegos que são muito difíceis de abandonar, bela esposa, filhos
obedientes, amigos devotados, um vasto império, tudo que o coração deseja,
Maharaja Bharata abandonou-os em sua juventude como se fossem fezes
devido a sua atração pelo Senhor. (SB 5.14.43)

Devo então abandonar a incerta vida familiar sendo ainda jovem? Por outro
lado, não é apropriado renunciar imediatamente. Eu não deveria esperar a
morte de meus velhos pais antes de renunciar?

Oxalá! Meus pais são velhos e minha esposa está com um bebê em seu colo
e outras crianças estão ao seu redor. Sem mim eles não terão proteção e
sofrerão em demasia. Como eles viverão na minha ausência? (SB 11.17.57)

Além disto, as escrituras dizem:

Se alguém abandona a vida familiar em um estágio não superado, tal pessoa


continuará pensando na vida familiar mesmo após renunciar. Se tal tolo
morrer nessa condição, ele irá para a região mais obscura do inferno. (SB
11.17.58)

Com estas declarações, o Senhor deprecia tal renúncia. Portanto, de agora


em diante, eu irei apenas trabalhar para manter meu corpo vivo. Mais
tarde, após satisfazer todos os meus desejos, eu entrarei em Vrindavana e
me ocuparei na adoração do Senhor vinte e quatro horas por dia. Afinal, as
escrituras apontam:
Jnana e vairagya em geral não são benéficos para a prática do serviço
devocional. (SB 11.20.31)

De acordo com este verso, renúncia é um erro para o cultivo de bhakti. Se


ela surgir da própria bhakti, contudo, tal renúncia não é um erro mas um
efeito (anubhava) de bhakti e é subordinado a ela. Claro, então há a famosa
lógica:

Em qualquer ashram que o sannyasi ficou, eles sempre deram-lhe mais do


que o suficiente para comer.

Na vida de renúncia não há preocupação com a manutenção, então talvez


eu deva renunciar. Mas por outro lado:

Meu querido Senhor Krishna, até que as pessoas se tornem Seus devotos,
seus apegos materiais continuam sendo ladrões, suas casas prisões, e seus
sentimentos afetuosos por suas famílias algemas para os pés. (SB 10.14.36)

A vida familiar é uma prisão apenas para aqueles que são apegados, para
um devoto, não há problemas na vida familiar. Assim devo me manter em
casa e me ocupar em cantar e ouvir, ou devo me ocupar em serviço?
Preferencialmente, como Ambarisha Maharaja se manteve na vida familiar
e executou todos os angas (membros) de bhakti, eu devo fazer o mesmo.”

Deste modo, a mente gasta tempo vacilando entre a vida familiar e a


renúncia. Quando alguém imagina deste modo todos os tipos de opções, isto
é chamado de vyudha vikalpa, ou especulação extensiva.

Vishaya sangara: “Alguém cujo coração está absorto no materialismo está


longe de obter devoção a Vishnu. Pode alguém ir ao leste e obter algo que
está no oeste?”
Entendendo que o desfrute material está forçosamente o distanciando e
impedindo sua estabilidade em servir Krishna, o devoto decide renunciar
seus vícios e se abriga no Santo Nome. Contudo, muitas vezes, suas
tentativas de renúncia acabam em desfrutar do que ele está tentando
renunciar. Tal pessoa é exemplificada no Bhagavatam:

Sabendo que o desfrute dos sentidos leva a miséria, embora tente


abandonar seus desejos materiais, ele ainda assim é incapaz de fazê-lo. (SB
11.29.37-38)

Esta batalha que está sendo travada com seus desejos previamente
adquiridos pelo prazer sensorial, no qual as vezes ele é vitorioso e as vezes
é derrotado, é chamada de vishaya sangara ou luta com o prazer dos
sentidos.
Niyamakshama: Então o devoto irá decidir, “De hoje em diante irei cantar
tantos e tantos números de voltas de japa e prestarei tantas reverências. Eu
também irei executar serviços aos devotos. Eu não falarei sobre nenhum
objeto além do Senhor e irei abandonar toda associação com pessoas que
falam de assuntos materiais.” Embora ele tome tais decisões todos os dias,
ele nem sempre consegue cumpri-las. Isto é chamado de niyamakshama ou
incapacidade de seguir regras. Vishaya sangara é a incapacidade de
abandonar o desfrute material, enquanto niyamakshama é a incapacidade
de incrementar seu serviço devocional.

Taranga rangini: Finalmente, é bem sabido que a própria natureza de bhakti


é ser atrativa, e então todos os tipos de pessoa se tornam atraídas pelo
devoto, a morada de bhakti. E, conforme o adágio diz, 'Atraindo as massas
o indivíduo enriquece.' Bhakti produz muitas oportunidades para o ganho
material, adoração e posição (labha, puja, pratistha). Estas são as ervas
daninhas ao redor da trepadeira de bhakti. Executar atividades, ou buscar
o próprio prazer (ranga) em meio a estas facilidades que são como erva
daninha, que não são nada além de pequenas ondas (taranga) no oceano de
bhakti, é chamado de taranga rangini, desfrutar das facilidades materiais.

Assim termina a Segunda Torrente do Néctar de Madhurya Kadambini por


Mahamahopadhyaya Shrimat VIshvanath Chakravarti descrevendo o
desenvolvimento de bhakti como shraddha, sadhu sanga e bhajana kriya, tal
como as divisões de bhajana kriya.

CAPÍTULO 3

Terceira Torrente de Néctar

Após bhajana kriya, surge anartha nivritti, ou limpeza das más qualidades
que obstruem o progresso de bhakti. Anarthas podem ser classificados em
quatro tipos, de acordo com sua origem: aqueles que surgem de pecados
prévios, aqueles que surgem de atividades piedosas prévias, aqueles que
surgem de ofensas e aqueles que surgem de bhakti.

Anarthas que surgem de atividades pecaminosas passadas caem na


categoria dos cinco tipos de klesha previamente mencionados: ignorância,
falso ego, apego, aversão e medo da morte. Anarthas que surgem de
atividades piedosas são os vícios aos desfrutes que surgem como resultado
de atividades piedosas. Alguns sábios incluem os anarthas surgindo de
atividades piedosas como estando sob as categorias de kleshas
mencionadas acima.

Anarthas provenientes das ofensas se referem a aqueles que surgem de


nama-aparadha, e não seva-aparadha (tal como entrar no templo de
sapatos). Os acharyas discerniram que seva-aparadhas normalmente não
possuem efeito sendo nulificados pelo cantar dos Santos Nomes, recitação
de stotras que possuem o poder de cancelar o efeito de qualquer seva-
aparadha e por meio de serviço constante. Ocupação constante nestas
atividades praticamente não demonstram no broto da trepadeira de bhakti
o menor efeito de seva aparadha. Contudo, não se deve ser negligente e
tomar vantagem da proteção de todos os efeitos de seva-aparadha através
das medidas mencionadas. Então seu seva-aparadha se torna nama-
aparadha, um anartha que irá obstruir seu progresso. Ele se torna culpado
do nama-aparadha de cometer atividades pecaminosas apoiando-se na força
do cantar dos Santos Nomes, namno balad yasya hi papabuddhi. A palavra
nama na frase nama-aparadha está sendo usada para representar todos os
angas (membros) de bhakti que destroem pecado e aparadha, dos quais o
Santo Nome é o primeiro anga. Até mesmo de acordo com o dharma shastra
(escrituras que lidam com os códigos de conduta e expiação), não se deve
cometer atividades pecaminosas sabendo que se pode obter liberação
através de prayashchitta (métodos expiatórios prescritos para remover os
efeitos das atividades pecaminosas). Então o efeito do pecado não será
destruído, mas ao invés disso, aumentado.

Por outro lado, vamos considerar a força desses tipos de declarações


escriturais:

Ó Uddhava, porque eu pessoalmente o estabeleci, o caminho do serviço


devocional é transcedental e livre de qualquer motivação material.
Certamente um devoto nunca sofre nem mesmo a menor fração de perda
adotando este caminho. (SB 11.19.20.)

Simplesmente apenas por recitar este mantra de dez sílabas, ele receberá a
perfeição.

Por negligenciar, ignorar ou não completar alguns dos angas de bhakti


ocasiona-se nama-aparadha? Nunca! Cometer atividades pecaminosas sob
a força do cantar dos Santos Nomes se refere a execução intencional de
pecado pensando que o poder das atividades devocionais irão nulificar as
más reações. Pecado se refere a aquelas ações condenadas pelas escrituras
que requerem medidas corretivas. Diferente do caminho de karma, onde a
falha em executar o rito perfeitamente é condenada, no caminho de bhakti,
o shastra nunca condena a falha em executar todos os angas. Neste ponto
não há medo de uma ofensa que irá privar a pessoa de resultados.

Até mesmo pessoas ignorantes podem muito facilmente vir a conhecer o


Senhor Supremo se eles adotarem aqueles meios falados pelo próprio
Senhor Supremo, o processo conhecido como bhagavata-dharma ou serviço
devocional a Suprema Personalidade de Deus. Ó rei, na execução de serviço
devocional ele nunca encontrará obstruções. Até mesmo se ele
intencionalmente fechar seus olhos e correr, ainda assim ele nunca irá
tropeçar ou cair. (SB 11.2.34-35)

Aqui a palavra nimilya (fechar os olhos) significa que a pessoa possui olhos
(ela não é cega) mas os fechou. A palavra dhavan (correr) significa proceder
rapidamente movendo os pés de uma maneira incomum, exagerada. Estes
são os significados diretos. Este verso se refere a uma pessoa que toma
abrigo do serviço devocional e está praticando os angas primários. O
significado é que tal pessoa não sofre perda de resultados nem é privada do
objetivo, mesmo se conhecendo todos os angas de bhakti, ela negligencia e
executa apenas algum dos angas secundários, como se fosse ignorante.

Fechando os olhos não significa tornar-se ignorante das escrituras (shruti e


smriti, considerados como os dois olhos do indivíduo) pois isto contradiz o
significado direto. Deve-se considerar cuidadosamente o significado de
fechar os olhos e correr (intencionalmente negligenciando alguns dos angas
de bhakti, e vigorosamente indo atrás do objetivo). Isto e quaisquer ações
resultando daquele modo de progresso, não permite que o devoto cometa as
trinta e duas seva-aparadhas. O verso descreve uma pessoa que se abrigou
sinceramente no processo de bhakti tal como delineado pelo próprio
Senhor. (Naquele caso não há questão de seva-aparadha intencional). As
trinta e duas seva-aparadhas, começando com entrar no templo em um
palanquin ou vestindo sapatos, etc., nunca deve ser considerada como
cometida intencionalmente. Pois nas escrituras, uma pessoa que
intencionalmente comete uma seva-aparadha é condenada como sendo um
animal de duas pernas: harer apy aparadhanbah kuryad dvipada pamsana-
h.

Se as nama-aparadhas tanto antigas quanto recentes, foram cometidas de


maneira inconsciente (sua presença implica como efeito, falta de avanço),
deve-se cantar os Santos Nomes constantemente. Através deste cantar,
pode-se obter estabilidade em bhakti e gradualmente neutralizar as ofensas.
Se cometidas em conhecimento pleno, contudo, ainda existem outros
procedimentos para a sua remoção.

Sadhu-ninda, ou criticismo aos Vaishnavas, é a primeira das dez ofensas


contra os Santos Nomes. A palavra ninda significa animosidade ou malícia.
Se por acaso esta ofensa ocorre, a pessoa deve se arrepender, "Ó, eu sou de
tão baixa classe, cometi uma ofensa a uma pessoa santa!" Uma pessoa que
foi queimada por fogo busca alívio no fogo. De acordo com esta lógica, ela
deve anular a ofensa lamentando, decidindo ir até o Vaishnava, cair a seus
pés, e satisfazê-lo oferecendo suas reverências, elogios e respeitos. Se o
Vaishnava não estiver satisfeito, a pessoa deve render serviços favoráveis a
ele de acordo com seus desejos por muitos dias. As vezes a ofensa é tão
grave que a ira do Vaishnava não morre.

Com extremo remorso, considerando a si mesma como a pessoa mais


desafortunada e estando condenada a ser presa por milhões de anos no
inferno por sua ofensa, ela deve abandonar tudo e tomar abrigo total de
contínuo nama-sankirtana. Pelo divino poder de nama-kirtana, certamente,
com o tempo tal pessoa será liberada de sua ofensa.

Contudo, ela não deve justificar-se argumentando que o shastra diz


namaparadhayuktanam namanyeva harantyagham, apenas os Santos Nomes
são suficientes para liberar um ofensor. Então qual a necessidade de se
tornar humilde oferecendo repetidos respeitos e serviço ao Vaishnava que
ela ofendeu? Este tipo de mentalidade torna-a culpada de ofensas
posteriores. Nem deve-se ter a mentalidade de pensar que a ofensa de
sadhu-ninda discrimina entre tipos de Vaishnavas. Ela não se refere apenas
a alguém que é completamente e perfeitamente qualificado com todas as
qualidades mencionadas nas escrituras, tais como misericórdia, nunca
causar mal a outros, e perdoar todas as entidades vivas: krpalur akrta
droha-s titiksuh sarva dehinam (SB 11.11.2). Uma pessoa não pode
minimizar sua ofensa apontando algum defeito no devoto. Em resposta, as
escrituras dizem: sarvacara vivarjitah sathadhiyo bratyajagadvancakah, até
mesmo uma pessoa que é de caráter muito ruim, um enganador, desprovido
de comportamento adequado, malicioso, desprovido de samskaras, e cheio
de desejos mundanos, se ele se rende ao Senhor, deve ser considerado um
sadhu. O que dizer de um Vaishnava puro.

As vezes uma ofensa séria foi cometida contra um Vaishnava, mas o


Vaishnava não se altera devido a sua natureza exaltada. Ainda assim, o
ofensor deve cair aos pés do devoto e buscar formas de lhe agradar para
purificar-se. Embora o Vaishnava possa perdoar ofensas, a poeira de seus
pés de lótus não tolera as ofensas e entrega os frutos da ofensa para a
pessoa culpada. Por isso está dito:

Aqueles que invejam santos exaltados são certamente diminuídos pela


poeira de seus pés de lótus. (SB 4.4.13)

Regras convencionais não podem ser aplicadas, contudo, aos poderosos,


espontâneos, mais elevados maha-bhagavatas que podem as vezes conceder
misericórdia insondável até mesmo para o menos merecedor ou ofensor. Por
exemplo, embora Jada Bharata tivesse sido forçado a carregar o palanquin
de Rahugana e o rei despejou uma torrente de palavras duras sobre ele,
Jada Bharata concedeu sua misericórdia. De uma maneira similar,
Chediraja, o Vasu que vôou no céu, concedeu sua misericórdia aos hereges
ateístas daityas que o abordaram de maneira violenta. (No Mahabharata há
uma estória de como Chediraja, tomando o lado dos semideuses que
estavam discutindo com alguns brahmarishis, foi amaldiçoado por eles a
cair de sua quadriga voadora em Patala-loka onde ele continuou executando
seu bhajana. (A estória mencionada aqui não é mencionada no Mahabharata
e não se sabe sua origem.) Do mesmo modo, Shri Nityananda concedeu
misericórdia a Madhai, mesmo embora o mais pecaminoso Madhai tivesse
machucado sua testa fazendo sangue jorrar.

A ofensa de guror avajna, ou desrespeito ao guru, a terceira aparadha, pode


ser considerada da mesma forma que a primeira aparadha.

Agora nós iremos considerar a segunda aparadha de confundir a posição de


VIshnu, Shiva e semideuses. Seres conscientes (chaitanya) são de dois tipos:
dependentes ou independentes. O ser independente é o todo-penetrante
Senhor (ishvara), e os seres dependentes são as partículas de consciência
(jivas), energias do Senhor, que apemas permeiam corpos individuais.
Ishvara chaitanya é de dois tipos: um não é tocado por maya, e o outro,
para os passatempos do Senhor, aceita o toque de maya. O primeiro tipo de
ishvara é chamado por nomes como Narayana, Hari, etc.:

É Hari que é diretamente o Senhor não-material transcedental a natureza


material. (SB 10.88.5)

O segundo tipo de ishvara é chamado por nomes como Shiva.

Shiva aceita voluntariamente os três gunas e parece ser coberto por eles.
(SB 10.88.3)
Embora Shiva pareça ser coberto pelos gunas, não se deve pensar que ele
está na categoria de jiva pois o Brahma-samhita diz:

Shiva é uma transformação do Senhor, tal como o iogurte é uma


transformação do leite (Brahma-samhita 5.45)

Nos Puranas e outras escrituras, Shiva é glorificado como Ishvara. No


Bhagavatam está dito:

A transcedental Personalidade de Deus é indiretamente associada aos três


modos da natureza material, bondade, paixão e ignorância, e apenas para a
criação do mundo material, manutenção e destruição Ele aceita as três
formas qualitativas de Brahma, Vishnu e Shiva. Destas três, todos os seres
humanos podem obter o maior benefício de Vishnu. (SB 1.2.23)

Neste sloka é também geralmente compreendido que Brahma também pode


ser considerado ishvara. Porém, a posição de Brahma como ishvara ou
senhor deve ser compreendida como poder investido em uma jiva pelo
Senhor Supremo (ishvara avesha)

Pela concessão de poder pelo Senhor Supremo, Brahma é capaz de criar o


universo, tal como o sol manifesta uma porção de sua própria luz em pedras
preciosas efulgentes como suryakanta, etc. (Brahma-samhita 5.4)

Madeira é uma transformação da terra, mas fumaça é melhor que madeira.


Fogo é ainda melhor, pois com ele podemos executar yajna. Similarmente,
paixão (rajas) é melhor que ignorância (tamas), mas bondade (sattva) é a
melhor de todas pois com ela pode-se realizar a Verdade. (SB 1.2.24)

Embora o modo da paixão seja superior a ignorância, ainda como a fumaça


não se pode perceber o fogo, em raja-guna que é como fumaça, o efulgente
Senhor que é como o fogo não pode ser compreendido/realizado. No modo
da bondade que é como o fogo, pode-se perceber a efulgência pura do
Senhor quase como que uma realização direta. Como o fogo, embora
presente na madeira, não pode ser percebido, assim no modo da ignorância,
o Senhor embora presente, não é diretamente manifesto. Apenas como até
mesmo em um profundo sono sem sonhos (susupti), a característica de
tama-guna, experiencia-se uma felicidade quase similar a felicidade da
realização do aspecto impessoal do Senhor (nirbhedajnana sukha).
Considerando os tattvas desta maneira, nós podemos compreender as
conclusões.

Os seres conscientes que são dependentes do Senhor, jivas, são de dois


tipos: aqueles que não são cobertor por ignorância e aqueles que são
cobertos, devatas, humanos e animais. As jivas descobertas são de dois
tipos: aquelas sob a influência do Senhor (aishvarya shakti), e aquelas que
não são influenciadas por tal shakti. Aqueles que não são influenciados pela
aishvarya shakti do Senhor são geralmente de dois tipos: aqueles
praticando jnana que se fundem no Senhor (uma condição lamentável), e
aqueles praticando bhakti que se mantém diferenciados do Senhor e
saboreiam bem aventuraça nectárea (um estado não lamentável).

Aqueles que são influenciados pela aishvarya shakti são de dois tipos:
aqueles absortos em jnana pertencentes a esfera espiritual (pe. os Quatro
Kumaras), e aqueles absortos nas funções da criação, etc. da esfera material
(Brahma, etc). Assim pode-se considerar que Vishnu e Shiva não são
diferentes, sendo o mesmo ishvara chaitanya.

Um devoto que é desprovido de motivação material (nishkama) deve


discernir quem é digno de adoração e quem não é com base em nirguna e
saguna, que é, sem qualidades materiais (Vishnu) e com um toque de
qualidades materiais (Shiva, Brahma, etc.". Sendo diferentes tipos de
chaitanya, Brahma e Vishnu são completamente distintos, Brahma é jiva e
Vishnu é ishvara. As vezes, Brahma e Vishnu são descritos como idênticos
nos Puranas. Deve-se, porém, considerar esta declaração do exemplo do sol
(Vishnu e a jóia suryakanta (Brahma) que é investido com a luz do sol.
Suryakanta é como um vidro ampliador que pega os raios do sol e manifesta
o calor do sol queimando papel, etc. Apenas deste modo, Brahma é
considerado não-diferente. Em algumas mahakalpas até mesmo Shiva é uma
jiva como Brahma investida de poder pelo Senhor:

Como no caso de Brahma, as vezes uma jiva em particular assume o papel


de Shiva. Assim, Shiva é as vezes classificado com Brahma em tais
declarações como:

Uma pessoa que considera Narayana como equivalente a Brahma, Shiva e


os outros devatas é um patife caído. (Hari Bhakti Vilasa 1.73)
Aqueles que não pesquisaram minuciosamente o assunto dizem que Vishnu
é o Senhor, não Shiva; ou que Shiva é o Senhor, não Vishnu. Já que eu sou
um devoto de Vishnu, eu não me importarei com Shiva, ou vice versa. Tais
pessoas. que deliberadamente se envolvem em tais discussões, também
comete nama aparadha. Se tais ofensores puderem ser iluminados por um
devoto com conhecimento adequado do assunto, então eles podem
compreender de que forma Shiva e Vishnu são não-diferentes. Com esta
realização, e executando nama-kirtana, a pessoa pode nulificar sua ofensa.

Shruti-shastra-ninda é a quarta ofensa de desrespeitar os shrutis (Vedas),


considerando que eles não mencionam nada sobre bhakti e assim são
glorificados apenas por pessoas de mentalidade mundana. Se alguém
cometer esta ofensa, se obtém perdão quando tem-se a fortuna de
compreender o assunto adequadamente de um devoto erudito. Os shrutis de
maneira muito misericordiosa ajudam as pessoas menos qualificadas, não
seguindo as regras e regulações e cegas por desejos materiais para irem ao
caminho de bhakti. A execução da quarta ofensa é anulada utilizando a
mesma boca que criticou o shastra (tal como os shrutis, que propõem o
caminho de karma e jnana) Deve-se glorificar as mesmas escrituras, tal
como os praticantes daquelas escrituras (ed. praticantes de karma e jnana),
e executar o canto alto dos Santos Nomes. Da mesma forma, deve-se
compreender a execução e nulificação das outras seis ofensas .

Depois estão os anarthas que surgem de bhakti. Tal como muitas ervas
daninhas crescem com a planta principal, junto de bhakti aparecerem
aquisição de riqueza material e outras facilidades, adoração e respeito por
outros, uma posição confortável e fama (labha, puja, pratishtha). Devido a
sua natureza, elas possuem o poder de influenciar o coração do devoto,
expandirem-se, e retardar o crescimento da planta principal que se deseja
cultivar (bhakti).

Estágios de nulificação dos anarthas

Quatro tipos de anarthas foram mencionados, nomeadamente, aqueles que


surgem de atividades pecaminosas prévias, atividades piedosas prévias, de
nama-aparadha, e do cultivo de bhakti. Eles possuem quatro graus de
anartha-nivritti (anulação): limitado a um anartha (ekadeshavartini),
afetando muitos anarthas (bahudeshavartini), quase completo (prayiki),
completo (purna), e absoluto (atyantiki). Assim imediatamente após iniciar
a execução de atividades devocionais (bhajana kriya), há a anulação mas ela
é limitada, de acordo com a famosa lógica: a cidade queimou, o pano está
rasgado. Em outras palavras, quando ouvimos que uma cidade queimou,
podemos imaginar que alguma coisa dela ainda esteja existindo, ou se um
pano é rasgado, os pedaços ainda existem. Através da prática contínua, com
o aparecimento de nishtha, a erradicação é penetrante (afetando muitos
anarthas). Com o surgimento de rati ou bhava, a erradicação é quase total.
Com o surgimento de prema, a erradicação é completa. Com a obtenção da
associação do Senhor, a erradicação é absoluta, sem a possibilidade de seu
reaparecimento. Assim, se alguém pensa que os seguintes episódios
demonstram anartha surgindo até mesmo após a obtenção dos pés de lótus
do Senhor, através de sua própria inteligência, deve-se descartar tal
pensamento da própria mente.

No caso de Chitraketu que já havia obtido os pés de lótus do Senhor, sua


maha aparadha acidental a Shiva foi aparente, não real, pois não houve
efeito ruim de seu erro. Tanto como associados do Senhor, quanto
assumindo a forma de um demônio (Vritasura) sua riqueza de prema ainda
era evidente.

A causa da aparente ofensa de Jaya e Vijaya foi uma manifestação de seu


desejo pessoal estimulado por prema. Os dois desejaram da seguinte
maneira: "Ó Prabhu! Ó Senhor dos Senhores! Ó Narayana! Você deseja lutar
mas nós não vemos um oponente apropriado a Você. Todos aqueles
disponíveis são muito fracos. Embora nós sejamos fortes, não temos
inimizade por Você. De uma forma ou de outra, nos faça Seus inimigos, e
realize Seu desejo de lutar. Nós, sendo Seus servos fiéis, não podemos
tolerar qualquer carência em Sua perfeição. Diminuindo Sua qualidade de
afeição por Seus devotos, realize nosso pedido."

A erradicação dos anarthas surgindo de atividades pecaminosas prévias é


como se segue. Com a execução de bhajana kriya, a erradicação é quase
completa, com o aparecimento de nishtha a erradicação é completa, e com
o aparecimento de asakti ela é absoluta.

A erradicação dos anarthas surgindo de bhakti é como se segue. Com a


execução de bhajana kriya, erradicação é limitada. Com o aparecimento de
nishtha ela é completa, e com o aparecimento de ruchi ela é absoluta. As
almas sábias auto-realizadas concluíram isto considerando todos os pontos
minuciosamente.
Alguém pode levantar a objeção de que estes estágios de extinguir anarthas
não se aplica a devotos, citando centenas de versos do shastra tais como:

Tal como com o nascer do sol, toda a escuridão é destruída, da mesma


maneira, com uma pronúncia do Santo Nome, todos os pecados são
destruídos. Todas as glórias ao Santo Nome que concede tal auspiciosidade
no universo inteiro. (Shri Shridhar Swami)

Ó meu Senhor, simplesmente por ver-Te, a pessoa libera-se imediatamente


de toda contaminação material. Isto não é impossível porque, o que dizer de
Te ver pessoalmente, meramente por ouvir Seu Santo Nome uma vez, até
mesmo um candala pode obter liberação do mundo material. (SB 6.16.44)

Ou citando o caso de Ajamila, onde simplesmente por meio de sua


pronúncia do nome do Senhor uma vez em nama-abhasa, todos os anarthas,
até mesmo de avidya (ignorância, a causa raíz da prisão material), foram
removidos e ele atingiu os pés de lótus do Senhor.

Isto tudo é verdade. Não se deve duvidar que o Santo Nome possui em
todos os casos tal poder inestimável. Contudo, o Santo Nome, estando
descontente com as ofensas cometidas contra ele, não manifesta seu poder
completo no ofensor. Esta é de fato a razão pela qual tendências
pecaminosas continuam no ofensor. Ainda assim, os servos da morte não
possuem o poder de atacar tal pessoa (como no caso de Ajamila).

Embora não tendo realizado Krishna completamente, pessoas que se


renderam completamente até mesmo uma vez a Seus pés de lótus estando
de alguma forma atraídas por Seu nome, forma, qualidades, e passatempos,
deste modo executaram o verdadeiro método de expiação. Até mesmo em
sonhos, tais pessoas não vêem Yama ou seus servos carregando cordas. (SB
6.1.?)

Embora isto seja verdade, eles não possuem outros meios de purificação
além de se tornarem livres de nama aparadha. Citando o Padma Purana na
discussão sobre as dez ofensas o Hari Bhakti Vilasa diz:

Cometendo pecados apoiando-se na força do Santo Nome, não se pode


obter purificação até mesmo praticando os yamas da yoga por milhares de
anos (HBV.11.280)
Neste verso a palavra yama (yamair) se refere as regras e regulações
(yama, niyama, etc.) do yoga shastra. Em outras palavras, embora o
aparadhi esteja livre de Yama, o senhor da morte, yama (os meios de
purificação) não podem libertar-lhe do anartha.

No caso do ofensor que perde a misericórdia do Nome, é similar a um


subordinado que é ofensivo a seu mestre muito rico e poderoso (o Santo
Nome). Ele é destituído de cuidado adequado, e é tratado de maneira
indiferente pelo mestre. Como um resultado aquela pessoa passa a sofrer
pobreza e sofrimentos de todos os tipos. Deve-se saber que um mestre
negligencia um servo que é ofensivo e ninguém mais é capaz de ajudar-lhe
(karma, jnana, yoga, etc.). Se o servo ofensor novamente se colocar
novamente no caminho correto e chamar seu mestre, o mestre
gradualmente demonstra misericórdia, e os sofrimentos de tal pessoa são
passo a passo eliminados. Da mesma forma, o devoto ofensor irá primeiro
sofrer algumas misérias. Conforme ele executa serviço sincero aos devotos,
as escrituras, ao mestre espiritual, o Nome irá novamente de maneira
gradual manifestar misericórdia e eliminar suas tendências abomináveis.
Assim não se pode argumentar novamente contra a eliminação gradual do
anartha.

Alguém pode argumentar que, eu nunca cometi ofensa alguma. Não se deve
fazer tais declarações. Embora a ofensa não possa ter sido cometida
recentemente, ela pode ter sido feita no passado, mas pode-se concluir que
existem ofensas por seus efeitos. O efeito da ofensa é que a pessoa não
manifestará qualquer sintoma de prema executando nama kirtana.

O coração é certamente emoldurado de aço se, enquanto canta o Santo


Nome, não há mudança no coração, lágrimas nos olhos ou pêlos arrepiados
no corpo. (SB 2.3.24)

Vendo o seguinte verso do Bhakti rasamrita sindhu, outra dúvida surge:

Ó melhor dos brahmanas, quais são as ofensas contra o Nome do Senhor


que cancelam o resultado de todas as práticas, e leva a uma concepção
material até mesmo de tópicos transcedentais? (Bhakti rasamrita sindhu)

Em outras palavras, repetidamente ouvir e cantar o nome do Senhor deve


conceder prema, servir os tirthas sagrados devem outorgar perfeição,
saborear repetidamente o ghee, leite e betel prasadam deve destruir todos
os desejos de desfrute dos sentidos. Então quais são as ofensas que podem
cancelar estes resultados e fazer todas estas atividades espiritualmente
potentes parecerem materiais? Essa pergunta muito surpreendente e
desconcertante está sendo levantada.Se é realmente isso, então isto
significa que uma pessoa que comete um nama aparadha se torna aversa ao
Senhor e assim não pode nem mesmo se abrigar no guru ou executar
atividades devocionais?

Isto é verdade. Tal como durante uma febre séria, perdendo todo o gosto
por alimentos, uma pessoa considera impossível comer, assim uma pessoa
que comete uma ofensa série perde a iniciativa de ouvir, cantar e executar
atividades devocionais. Não há dúvidas sobre isto. Contudo, se a febre
diminui com o tempo, algum gosto pela comida surge. Mesmo então,
alimentos nutritivos como o leite e arroz não podem dar seu poder completo
de nutrição a pessoa que sofre de febre crônica. Eles concedem algum
benefício, mas não podem lhe aliviar de sua condição perdida. A dieta de
um inválido e remédios podem, contudo, com o tempo, restaurar-lhe sua
condição saudável anterior. Em tal momento a potência completa da comida
comum pode ser utilizada pelo corpo. Da mesma forma, após um longo
período de sofrimento dos efeitos de aparadha, a intensidade reduz de
alguma forma e o devoto desenvolve um pequeno gosto. Novamente o
devoto se torna qualificado para bhakti. Doses repetidas de ouvir e cantar
os Nomes do Senhor e a execução de outros processos devocionais,
gradualmente tudo é revelado em progressão. Os santos descreveram esta
progressão como se segue:

Começando com fé, seguida de associação, bhajana kriya, anartha nivritti,


nishtha, ruchi, asakti, bhava e prema (Bhakti-rasamrita-sindhu 1.4.15-16)

Alguns podem não só supor a presência de nama aparadha devido a


ausência de sintomas de prema e traços de atividades pecaminosas em
devotos que estão praticando os processos devocionais tais como kirtana.
Mas eles também supõem a ausẽncia de destruição das reações de karmas
prévios (prarabdha) observando a presença de sofrimentos materiais
comuns. Contudo, Ajamila chamou seu filho Narayana e chamou aquele
nome muitas vezes de uma forma considerada inofensiva. Ainda, ele não
manifestou os sintomas de prema, além disso, ele também estava inclinado
a relação pecaminosa com uma prostituta. Yudhisthira alcançou a
associação do próprio Senhor Supremo e foi assim certamente liberado de
reações kármicas passadas. Ainda, ele teve de sofrer muitas misérias
materiais comuns aparentes. Tal como uma árvore dá frutos somente na
estação correta, o Santo Nome, embora satisfeito com uma pessoa sem
ofensas, irá revelar sua misericórdia a ela apenas no tempo adequado. Para
o devoto, pecados acumulados cometidos devido a mals hábitos prévios não
possuem efeito tal como a picada de uma serpente sem suas presas
venenosas. A doença, lamentação e outros sofrimentos experimentados por
devotos não são as reações de pecados de vidas anteriores (prarabdha). O
próprio Senhor disse:

Gradualmente, eu removo toda riqueza da pessoa que eu favoreço. Estando


pobre e em uma condição miserável, ele é rejeitado por sua família e
parentes. (SB 10.88.8)

A pessoa sem a severa doença de posses materiais é o objeto de Minha


misericórdia.

Assim, o poderoso Senhor, concede em tal pessoa todos os tipos de


sofrimento como Sua misericórdia. Não possuindo resultados devido a atos
prévios, tal pessoa não pode ser considerada como estando sofrendo o
efeito de atividades pecaminosas de vidas anteriores.

Assim termina a Terceira Torrente de Néctar de Madhurya Kadambini por


Mahamahopadhyaya Shrimat Vishvanatha Chakravart descrevendo a
mitigação de todos os elementos inauspiciosos.

CAPÍTULO 4

Quarta Torrente de Néctar

Préviamente, na discussão acerca dos dois tipos de bhajana kriya, anishthita


e nishthita, seis tipos de anishthita bhjana kriya foram descritos. Sem
descrever nishthita bhajan kriya, anartha nivritti foi discutido. Porque está
dito no Shrimad Bhagavatam:

Senhor Krishna, que é carinhoso com Seus devotos e situado em seus


corações, destrói todos os elementos inauspiciosos daqueles que ouvem
tópicos sobre o Senhor. Quando os elementos inauspiciosos foram em geral
destruídos pelo serviço devocional, devocional estável ao Senhor surge. (SB
1.2.17-18) O primeiro verso (srnvatam sva-kathah) refere-se ao estágio de
anishthita ou bhakti instável, pois naistiki bhakti ou nishthita bhakti dá seu
aparecimento mais tarde no segundo verso. Abhadrani vidhunoti (descrição
dos elementos inauspiciosos) que aparecem entre estes dois estágios,
refere-se de anartha nivritti. As palavras nasta pray-esv abhadresu
(inauspiciosa é quase completamente destruída) significa que no estágio de
nishtha, apenas uma pequena porção dos anarthas continuam. Assim, a
ordem apropriada de acordo com o Shrimad Bhagavatam é bhajana kriya,
anartha nivritti, nishtha. Portanto em seu local adequado, nishthita bhakti
será discutida agora.

Nishtha significa ser dotado da qualidade de estabilidade, ou ausência de


movimento (naishchalyam). Embora uma pessoa tente ser estável todos os
dias, enquanto os anarthas ainda estão presentes, ela não irá obter
estabilidade. Isto é devido a estes obstáculos persistentes: laya (sono),
vikshepa (distração), apratipatti (indiferença ou desinteresse em tópicos
espirituais), kashaya (tendência a maus hábitos) e rasasvada (gosto por
desfrute material). Após o estágio de anartha nivritti, quando estes
obstáculos são quase totalmente destruídos, atinge-se estabilidade. Assim,
o sintoma de nishtha é ausência dos cinco obstáculos mencionados acima.

Laya se refere a tendência de dormir durante o kirtana, shrvana e smarana


(japa), em ordem crescente. Vikshepa se refere a distração em direção a
tópicos mundanos enquanto executa serviço (pex., fofocar durante o cantar
da japa).

Apratipatti se refere a inabilidade eventual de executar kirtana, etc. Apesar


da ausência de laya ou vikshepa. Kashaya significa a tendência de ser
tomado pela ira, cobiça, orgulho, etc. devido a maus hábitos anteriores.
Rasasvada se refere a inabilidade de absorver a mente em kirtana quando
há a oportunidade de prazer material sensorial. Nishthita bhakti aparece na
ausência destas falhas. Naquele momento estando completamente livre das
influências de tama e raja guna, tal como luxúria, cobiça e outras
impurezas, o coração fica satisfeito no estado de sattva. (SB 1.2.1?) Aqui a
palavra ca é utilizada em seu sentido coletivo de se referir a todas estas
qualidades indesejáveis. Assim no estado de nishtha os modos da ignorância
e paixão não estão mais presentes. Porém, as palavras etair anavhiddham
(não mais afetada por estes) indica que estas impurezas ainda estão
presentes em algum pequeno grau no estágio de nishtha, mas não age como
um obstáculo a bhakti. Todos os traços serão removidos quando se atingir
de bhava.
Nishtha, estabilidade, é de dois tipos: a respeito de bhakti diretamente
(sakshat bhaktir vart-ini) Sakshat-bhakti possui formas ilimitadas, ainda,
existem três divisões básicos: física, vocal e mental (kayiki, vahiki, manasi).
De acordo com algumas autoridades, primeiro se atinge estabilidade em
serviços físicos, então em atividades vocais (kirtana, etc.), e finalmente em
atividades mentais (lembrança, meditação). outros, contudo, discordam
dizendo que avidez para servir o Senhor de uma maneira particular
desenvolve primeiro de acordo as naturezas indivíduais do devoto, cuja
força física, vocal e mental pode variar. A versão deles é que não existe tal
progressão.

Elementos favoráveis a bhakti referem-se a humildade, dar respeito a


outros, amizade, e misericórdia. Contudo, as vezes estabilidade em tais
qualidades podem ser vistas em um devoto auto-controlado que não possui
estabilidade em bhakti. Enquanto em outro caso, estabilidade nessas
qualidades podem não ser percebidas em um devoto arrogante que atingiu
estabilidade em bhakti. Apesar disto, pela presença ou ausência de
estabilidade na própria bhakti (sakshat bhakti), ao invés de estabilidade nas
qualidades de bhakti, sábios eruditos entendem a verdadeira presença ou
ausência de nishtha, estabilidade. Percepção inexperiente não pode
substanciar a verdade. Isto é confirmado pelos versos citados, bhaktir
bhavati naistiki, com a aparência de naishtiki-bhakti, tada........, embora
traços das qualidades nascidas de raja e tama guna possam estar presentes,
eles não mais afetam o devoto.

Em suma, o que foi mostrado é que a frouxidão ou intensidade de esforço e


dificuldade ou facilidade na execução de atividades devocionais, tais como
ouvir e cantar é o critério de discriminação dos dois tipos de bhakti,
nomeados de instável e estável.

Assim termina a Quarta Torrente de Néctar de Madhurya Kadambini por


Mahamahopadhyaya Shrimat Vishvanath Chakravarti onde o néctar
começou a fluir.

CAPÍTULO 5
Quinta Torrente de Néctar

Quando o devoto toma a seu coração o medalhão de ouro de bhakti,


brilhando de maneira efulgente pelo fogo da prática estável (nishtha) e
impulsionado por sua própria energia, ruchi aparece em tal bhakti. Quando
uma pessoa desenvolve um gosto pelas atividades de bhakti tais como ouvir
e cantar, de maneira amplamente maior que a atração por qualquer outra
coisa, isto é chamado de ruchi. Diferente dos estágios prévios, no estágio de
ruchi execução constante de atividades devocionais como ouvir e cantar não
resulta nem mesmo na menor fadiga. Ruchi rapidamente produz um vício
intenso nas atividades de bhakti. Isto é similar ao menino brahmana que,
após estudar de maneira diligente as escrituras diariamente, com o tempo
absorve seu significado, e então não encontra dificuldade alguma em se
aplicar aos estudos. Além disto, ele desenvolve um prazer na execução de
sua atividade.

A verdadeira conclusão pode ser compreendida pelo seguinte exemplo.


Devido a um defeito no fígado, a habilidade de saborear se torna afetada e
o açúcar cande se torna desagradável. Açúcar cande, contudo, é também o
remédio para curar a doença. Entendendo isto, uma pessoa aflita irá ingerir
açúcar cande diariamente embora ele possa ser desgrável e, eventualmente,
conforme ele cura sua doença, ela irá desenvolver um gosto verdadeiro por
ele. Deste modo, coração da jiva contaminado pela ignorância e outros
kleshas se torna curado pelo remédio ouvir, cantar e os outros processos
devocionais. Eventualmente, ele desenvolve um gosto por estas atividades.

Ruchi é de dois tipos: aquele que depende da excelecência dos elementos


(vastu-vaishishty-apekshini), e aquele não depende (vastu-vaishishty-
anapekshini). Excelência dos elementos se refere a uma excelência de
detalhes em relação nome do Senhor, qualidades e forma, etc. Em suma,
uma pessoa pode apenas experienciar prazer com kirtana se ele for
prazeroso aos ouvidos e cantado artisticamente. Ela pode apenas saborear
tópicos acerca do Senhor se eles forem apresentados de maneira habilidosa
com ornamentos poéticos e qualidades. Ela pode apenas desfrjtar da
adoração a deidade se todos os utensílios, local, e materiais estão de acordo
com seu gosto. Isto se assemelha com uma pessoa de apetite fraco
perguntando acerca da variedade e qualidade das preparações em uma
refeição. A causa é um pequeno traço de impureza no coração. Portanto, se
uma pessoa depende da excelência de elementos materiais de kirtana, etc.
para experienciar um sabor espiritual, deve-se compreender que isto é um
traço de impureza em seu coração (doshabhas). Uma pessoa com o segundo
tipo de ruchi irá experienciar grande prazer até mesmo desde o início de
qualquer execução de sravanam, kirtana, etc. Se, contudo, há a excelência
de elementos, então ela se torna extremamente feliz e extática. Isto
significa que ela não possui o menor traço de impureza em seu coração.

"Ó amigo, abandonando o néctar dos nomes de Krishna, por que você está
ocupado em conversas inúteis de assuntos familiares sobre segurança e
desfrute? O que eu posso dizer-lhe? Eu mesmo sou tão perverso, embora eu
tenha recebida a jóia preciosa de bhakti pela misericórdia do mestre
espiritual, eu sou tão desafortunado que eu a mantive amarrada no cinto de
minha roupa. Não conhecendo valor, eu estive procurando por conchas
quebradas, um pequeno ponto de falsa felicidade no litoral do oceano de
ocupações materiais. Vagando aqui e ali, eu passei os anos de minha vida
em vão. Não praticando nenhuma atividade de bhakti, eu simplesmente
demonstrei letargia. Oxalá, veja como eu sou ou meu paladar que eu lambo
fofocas amargas, enganosas e profanas como sendo néctar e me mantenho
apático a ouvir os nomes, qualidades e passatempos do Senhor. Quão
desafortunado eu sou! Quando eu começo a ouvir sobre o Senhor, eu
confortavelmente começo a dormir, e quando há oportunidade de discussões
vulgares, eu desperto meus ouvidos e me torno totalmente desperto. Deste
modo, eu sempre contaminei a assembléia de todos os devotos. Que
atividades pecaminosas eu não executei, simplesmente para a satisfação de
meu estômago insáciavel até mesmo em minha decrépita idade avançada.
Eu não sei por quanto tempo e em que tipo de inferno eu irei ter que sofrer
por todas as minhas atividades."

Deste modo se arrependendo de seu estado prévio de consciência, algum


dia em algum local, o devoto se torna como uma abelha saboreando o
néctar do fruto de Madhurya Kadambini.

Assim termina a Quinta Torrente de Néctar de Madhurya Kadambini por


Mahamahopadhyaya Shrimat Vishvanath Chakravarti.

CAPÍTULO 6

Sexta Torrente de Néctar

Após isso, quando o gosto pelas atividades de bhajana (ouvir, cantar, etc.)
atingir profundeza extrema e Krishna se tornar o próprio objeto de suas
atividades devocionais, atinge-se asakti ou apego. No estágio de asakti, a
trepadeira de bhakti, que satisfaz todos os desejos, origina aglomerados de
botões de flores, anunciando a repentina manifestação das flores de bhava
e então frutos no estágio de prema. A diferença entre ruchi e asakti é a
seguinte: ruchi possui bhajana, prática devocional, como sujeito e asakti
possui o Senhor, o próprio objeto de bhajana, como o sujeito. O estágio pode
ser identificado a partir da quantidade de cada componente. Na verdade,
ruchi e asakti possuem os dois componentes, porém pela intensidade de um
ou de outro, ruchi e ashakti se tornam estágios distintos entre si. Asakti
lustra o espelho do coração a uma condição tal que o reflexo do senhor
repentinamente parece ser quase visível nele.

Ó! Minha mente está sendo sobrepujada por desejos materiais, deixe-me


fixá-la no Senhor. No estágio prévio a asakti, o devoto, realizando sua mente
como sendo tomada por desejos e objetos materiais, por seu esforço
deliberado, quase que totalmente recolhe a própria mente e quase a fixa na
forma do Senhor, qualidades e atividades. No aparecimento de asakti,
porém, a absorção da mente no Senhor é automática, sem esforço. Um
devoto no estágio de nishtha não pode detectar como e quando sua mente
se retira dos tópicos acerca das qualidades, formas, passatempos, morada,
etc. do Senhor e se fixa em tópicos materiais. Pelo contrário, uma pessoa no
estágio de asakti não percebe como e quando sua mente espontâneamente
se retira de tópicos materiais e espontâneamente se absorve nos tópicos
acerca do Senhor. Alguém abaixo do nível de asakti nunca pode conhecer
isto. Esta fixação espontânea no Senhor, contudo, é o sintoma do estágio de
asakti.

Cedo pela manhã, vendo outro devoto, ele começará a falar. "De onde você
está vindo? Você possui, por acaso, uma shalagrama shila na pequena bolsa
pendurada em seu corpo? Sua língua está agitada a todo momento devido a
saborear o néctar do nome de Krishna enquanto o canta suavemente. Eu
não sei por que você está dando seu darshan a uma pessoa desafortunada
como eu e me concedendo imensa bem aventurança. Me diga sobre todos os
locais sagrados que você visitou. Me descreva todas as almas santas que
você encontrou e com quais realizações elas te abençoaram. Deste modo,
você está aperfeiçoando a si mesmo e também a outros." Deste modo ele irá
gastar algum tempo bebendo o néctar em uma conversa íntima. Em outro
local, vendo outro devoto, ele dirá, "A encantadora escritura em baixo de
seu braço está lhe fazendo parecer muito elegante, assim eu posso deduzir
que você é muito erudito e cheio de realizações. Bondosamente recite para
mim um verso do décimo canto e traga vida ao pássaro chataki de meus
ouvidos esperando as gotas de chuva do néctar de suas explicações."
Ouvindo a explicação, seus pêlos se arrepiam em extâse.

Indo a outro local, vendo uma assembléia de devotos, ele dirá, "Ó, hoje
minha vida será bem sucedida, pois a associação dos devotos irá destruir
todos os meus pecados." Pensando deste modo, ele irá prestrar repetidas
reverências a eles caindo como um bastão no chão. Sendo recebido com
afeição pelo mais erudito maha bhagavata, a jóia da coroa de todos os
devotos, ele se sentará diante dele em uma postura servil. Ele
humildemente implora-lhe com lágrimas em seus olhos, "Ó mestre, você é a
jóia da coroa dos médicos, capaz de erradicar a grave doença material que
aflige as entidades vivas dos três mundos. Eu sou a pessoa mais caída e
depravada. Por favor, examine meu pulso e diagnostique minha doença,
receitando-me qual dieta e remédio adotar. Com tal remédio milagroso, me
dê a nutrição adequada." Extremamente feliz com o olhar misericordioso
daquele maha bhagavata e o néctar escorrendo de suas palavras doces, ele
irá permanecer alguns dias para servir os pés de lótus de tal devoto.
Algumas vezes vagando na floresta absorto em emoção, observando
movimentos dos animais e pássaros, ele irá intuitvamente interpretá-los
como sinais de misericórdia ou punição de Krishna sobre ele. "Se Krishna
está mostrando Sua misericórdia a mim, então aquele antílope virá em
minha direção por três ou quatro passos. Se Ele não está demonstrando
misericórdia, o antílope irá virar-se." Nos arredores de um vilarejo, vendo
um pequeno menino brahmana brincando lembrando-lhe da santa criança,
Sanaka, ele irá perguntar-lhe, "Eu verei Vrajendra Kumara?" "Não." ouvindo
aquela simples sílaba, ele irá deliberar se deve assumir a resposta em seu
valor direto ou buscar um significado mais profundo.

Mantendo-se em sua casa, com uma expressão esgotada tal como a de um


mercador rico e mesquinho avido por tesouros, ele ficará absorto em pensar
o dia inteiro, enquanto dorme, levanta, ou se senta, "Onde estou indo? O
que estou fazendo? Como irei colocar as mãos em meu objeto desejado?"
Quando questionado por seus parentes sobre qual é o problema, ele as
vezes age como um mudo, e outras vezes ele irá fingir normalidade. Seus
amigos irão se desculpar, "Recentemente ele está com a mente distraída."
Seus vizinhos irão concluir que ele é um idiota de nascença. Os seguidores
de mimamsa (filosofia de Jaimini) irão considerá-lo um tolo. Aqueles que
estudam Vedanta irão considerá-lo iludido. Os praticantes de atividades
piedosas dirão que ele está sendo enganado. Os devotos dirão que ele
obteve a verdade essencial. Os ofensores dirão que ele é um fingido. Mas
tal devoto, desatento ao respeito ou desrespeito, tendo caído na corrente do
grande rio celestial do apego (asakti) ao Senhor, irá simplesmente continuar
da mesma maneira.

Assim termina a Sexta Torrente de Néctar de Madhurya Kadambini por


Mahamahopadhyaya Shrimat Vishvanath Chakravarti discutindo acerca do
encantamento do coração.

Capítulo 7

Sétima Torrente de Néctar

Quando asakti atinge maturidade extrema ela é chamada de rati ou bhava.


Bhava é o estágio imaturo (brotamento) das três energias sat-cit-ananda da
svarupa-shakti do Senhor: sandini, samvit e hladini. Em outras palavras,
bhakti na verdade começa a se manifestar a partir do estágio de bhava. É
então a flor em desabrochamento da trepadeira de bhakti. Sua
externalização é a qualidade de sudurlabha (raramente atingida), e seu
aspecto externo é moksha-laghu-krita (zomba até mesmo do conceito de
liberação). Apenas um átomo de bhava remove as raízes da ignorância
completamente. Além disso, o fluir constante das fragâncias da flor de
bhava convidam Madhusudana e fazem-No aparecer. O que mais eu posso
dizer? Perfumadas pelas fragâncias de bhava, todas as emoções do coração
se tornam como o óleo de punhados de sementes de gergelim liquidificadas,
de prontidão adequadas para besuntar todos os membros do corpo do
Senhor. Com o aparecimento de bhava, até mesmo um candala se torna
digno do respeito do Senhor Brahma e outros.

Naquele momento, seus olhos completamente anseiam se direcionarem a


Vrajendra Nandana para lamber o negrume de seus membros (uhyama
lina), a tez rosada de Seus lábios e borda das pálpebras (arunima), o brilho
branco de Seus dentes brilhantes como a lua em Seu rosto sorridente
(dhavalima), e a tez amarelada de Suas roupas e ornamentos (pitima). Eles
então começam a banhar seu corpo em profusas torrentes de lágrimas.
Como ele está correndo aqui e ali, pausando seus movimentos a cada
momento e levantando seus ouvidos, ele anseia para que eles sejam
decorados com os brincos do som da flauta de Krishna, o tilintar de Suas
tornozeleiras, e a doce intonação de Sua voz (sausvarya) quase como que
uma ordem direta para servir Seus pés de lótus. Então pensando em como
ele anseia pelo toque das suaves mãos do Senhor (kishalya-sparsha), seu
corpo entra em uma erupção de êxtase. Suas narinas se abrem amplamente
e ele inspira, ansioso para examinar a fragância do corpo de lótus do
Senhor (saurabhya) "Ó, algum dia serei capaz de provar o néctar dos lábios
do Senhor?" Sentindo-se como se ele tivesse saboreado aquele gosto
(rasana), sua língua sente grande prazer e ele lambe seus próprios lábios.
Algumas vezes, sentindo que ele obteve realização direta do Senhor em seu
coração (sphurti, ele sente felicidade ilimitada em sua mente. Saboreando o
raro tesouro da doçura (madhurya) do Senhor, ele começa a delirar. Então,
com o desaparecimento daquele sentimento, ele se submerge em
sofrimento. Deste modo, é como se ele estivesse decorando seu corpo com
os trinta e três sintomas de sanchari bhava. Sua consciência, nos estados de
despertar, sono e sono profundo, se torna fixa de maneira resoluta na sua
lembrança de Krishna, tal como um peregrino em seu caminho. Sua auto-
concepção (ahamta, eu) quase abandona o corpo material do sadhaka, que
fica como quase que sem vida e praticamente entra em uma siddha-deha
(identidade espiritual) de acordo com seu desejo de servir ao Senhor de
uma maneira específica. Seu senso de possessividade (mamata, meu) se
torna como uma abelha para saborear o néctar dos pés de lótus do Senhor.
Tendo obtido a mais preciosa jóia de bhava, o devoto tenta escondê-la como
um mesquinho esconderia suas riquezas das pessoas em geral. Contudo, a
famosa lógica diz que um rosto brilhante revela riqueza oculta (o rosto é
expoente da mente). Assim, devotos avançados irão reconhecer seu status
interno e como ele se torna a residência de tais qualidades maravilhosas
tais como renúncia e tolerância que manifestam-se no estágio de bhava.
Pessoas comuns, sendo incapazes de discernir estas qualidades, irão
concluir que sua mente está distraída ou louca.
Este estágio de bhava é de dois tipos: aquele surgindo de raga bhakti e
aquele surgindo de vaidhi bhakti. Bhava surgindo de raganuga bhakti sendo
excessivo em qualidade (jati) e quantidade (praman), é muito espesso ou
intenso. É caracterizado por uma ausência de temor e reverência com uma
predominância do sentimento que o Senhor está em um nível equânime ou
inferior a ele. O segundo tipo surgindo de vaidhi bhakti, sendo de alguma
forma inferior em qualidade e quantidade que o primeiro, com um tipo de
afeição pelo Senhor misturada com percepção do Senhor como o Deus todo-
poderoso, não é tão espesso ou intenso. Aqueles dois tipos de bhava são
saboreados de duas maneiras diferentes nos dois tipos de corações que
possuem dois tipos de desejos espirituais em dois tipos diferentes de
devotos.

Tal como existem diferentes graus de espessura nos sucos de manga, jaca,
cana de açúcar ou uvas, existem diferentes graus de doçura de bhava.
Assim existem cinco tipos de devotos de acordo com o bhava no qual eles
estão agindo: shantas (admiradores neutros), dasas (servos), sakhas
(amigos), pitris (antepassados), preyasi (amantes), agindo em cinco bhavas
diferentes. Isto é, shantas estão agindo em shanti (paz), os dasas em priti
(afeição), os sakas em sakhyam (amizade), os pitris em vatsalyam (amor
parental), e os preyas em priyata (amor conjugal).

Então novamente, estes cinco bhavas, por sua própria energia, obtém
vibhava, anubhava, sattviki, vyabhichari como seus assuntos juntamente
com suas opulências e se tornam os reis conhecidos como sthayi bhavas.
Estes cinco sthayi bhavas se misturando com estes elementos se
transformam em outras cinco rasas: shanta, dasya, sakhya, vatsalya e
ujjvala.

Os textos shruti definem rasa como a própria essência do Senhor: raso vai
sah rasam hy evayam labdhv ananda bhavati, o Senhor é a própria rasa
(rasa svarupa), e, atingindo tal rasa, a jiva se torna bem aventurada. Tal
como a água está presente em todos os córregos, rios e lagoas, mas é
personificada no oceano, rasa está presente em todos os avataras do
Senhor, mas não atinge a perfeição em nenhum deles. Pelo contrário, ela
atinge seu climax absoluto em Vrajendranandana, Krishna, o filho do rei de
Vraja. Quando bhava primeiro amadurece e começa a se transformar em
prema, aquele próprio Vrajendranandana, que é a personificação de rasa, é
diretamente realizado pelos devotos qualificados.

Assim termina a Sétima Torrente do Néctar de Madhurya Kadambini por


Mahamahopadhyaya Shrimat Vishvanath Chakravarti discutindo o fluir da
bem aventurança eterna.
CAPÍTULO 8

Oitava Torrente de Néctar

Da trepadeira de bhakti, de onde primeiro brotaram duas folhas durante o


transcorrer da prática de sadhana bhakti, muitas pétalas suaves agora
aparecem de repente na forma de anubhavas (os sintomas de êxtase)
apegados a flor de bhava. Estes anubhavas são recheados de processos
devocionais, tais como ouvir e cantar, e brilham intensamente a todo
instante. Primeiro formando a flor chamada bhava, eles finalmente dão
origem ao fruto chamado prema. Mas o que é mais surpreendente sobre a
trepadeira de bhakti é que, embora suas folhas, botões, flores e frutos
maduros, nesta sequência, eles não abandonam suas formas originais.
Juntos eles brilham de maneiras cada vez mais novas e frescas.
Os inumeráveis citta-vrittis (impressões mentais) do devoto eram
previamente presos de maneira firme pelas cordas do apego a família,
parentes, lar e propriedades. Contudo, quando prema surge, ele facilmente
liberta os pensamentos de todos aqueles apegos. Por seu poder inerente,
prema transforma tais emoções materiais, em elementos espiritualmente
bem-aventurados, como que submergindo-os todos em um poço profundo de
néctar transformador. Similarmente, todos os apegos se tornam
espiritualizados. Então, com aquelas sementes de apego espiritual, prema
prende as emoções espiritualizadas a doçura dos nomes do Senhor,
passatempos, forma e qualidades. Prema manifesta seu brilho deste modo e
imediatamente coloca todos os ideais materiais (purushhartha) em uma
posição de vergonha tal como o sol envergonha todas as constelações no
céu. O néctar que surge do fruto de prema possui a qualidade essencial da
bem-aventurança concentrada (sandrananda), e sua propriedade
grandemente nutritiva é seu poder de atrair a Krishna (krishnakrshani).
Quando o devoto começa a saborear aquele néctar, ele não se importa com
nenhum obstáculo. Como um mesquinho ardendo por desejo de riquezas,
como um ladrão que perdeu todo o seu senso de discrição devido a sua
absorção em sua ocupação, o devoto perde todo o sentido de auto-
consciência. As vezes, há uma impaciência para obter o Senhor, como uma
fome que não pode ser satisfeita mesmo comendo os alimentos mais
saborosos dia e noite. O devoto queima como o sol devido a tal ansiedade.
Ele é refrescado apenas quando por saborear a forma, qualidades e doçura
do Senhor, que surge momentaneamente, tal como a refrescância de mil
luas.

O prema que existe no devoto, o receptáculo de prema, é tão surpreendente


que, simultaneamente até mesmo seu menor aumento assola o devoto como
uma flecha na forma de ansiedade pela qual o devoto a todo momento
anseia pelo darshan direto do Senhor, e que ao mesmo tempo, devido a
intensa manifestação daquele prema, aquele fuste é queimado pela
realização (sphurti) da forma, passatempos e doçura do Senhor. Ele ainda se
mantém insatisfeito.

Simultaneamente, este prema, surgindo de seu próprio reservatório,


aumenta levemente, e o devoto anseia pelo contato direto com o Senhor a
todo instante. Este anseio queima como um incêndio e fere seu corpo como
uma flecha afiada. Pela intensidade de seu anseio pelo Senhor ele se
mantém insatisfeito com a visão momentânea de Sua forma, qualidades, e
doçuras.

Ele considera amigos como sendo tão inúteis quanto um poço seco, coberto
de vegetação, e seu lar se torna como uma floresta repleta de espinhos. A
comida se torna completamente sem sabor. Elogios de outros devotos são
como picadas de uma cobra. Deveres diárias se tornam difíceis de se
executar como a morte. Todos os membros do corpo se tornam um fardo
intolerável. O console de seus camaradas é como veneno. Mesmo embora
ele se mantenha constantemente acordado, estar acordado é um oceano de
arrependimento, e seu sono parece estar apenas voando (destruindo) de sua
vida. Seu corpo parece ser um alvo de castigo para o Senhor. Seu ar vital se
torna tão desprovido de vida quanto grãos torrados. O que ele previamente
aceitou como os deveres de sua vida é abandonado como sendo uma grande
calamidade. Até mesmo pensar no Senhor faz seu corpo ter a sensação de
estar sendo despedaçado.

Então prema, assumindo a forma de um imã, atrai o negro Krishna e o Faz


aparecer para o devoto por um momento. Em tal momento, todos os
sentidos do devoto (visão, olfato, audição, paladar, tato) se tornam os
receptáculos de todas as qualidades auspiciosas de Krishna. Sua beleza
suprema, fragância, melodia, jovialidade, sabor, audarya e karunya. Por
saborear a extrema doçura e constante frescor destas qualidades do Senhor,
um grande anseio, que a cada momento aumenta, é nascido no devoto
devido a seu prema. Palavras poéticas não são adequadas para descrever o
oceano de bem aventurança transcedental que surge nesse momento.

Um viajante em um caminho deserto, queimado pelos raios do sol durante o


verão, encontra abrigo em um local fresco com o suprimento de cem jarros
de água gelada colhidas de uma piscina divina sob a sombra de uma
frondosa figueira de bengala com um denso emaranhado de galhos. Um
elefante pego por um incêndio florestal sem saída é finalmente banhado por
água ilimitada de um bloco de nuvens de chuva. Uma pessoa aflita por uma
doença mortal e desejosa de satisfação, bebe o néctar, saboreia sua doçura
intensa, e experiencia bem aventurança sem fronteiras. Isto não pode ser
comparado a coisa alguma...

O Senhor revela primeiro Sua beleza (saundarya) aos olhos do devoto nesta
condição notável. Devido a doçura daquela beleza, todos os sentidos e a
mente capturam aquela visão, e obstáculos, tais como paralisia, tremor e
lágrimas são ocasionados. A partir de então o devoto desmaia em bem
aventurança. Para consolar o devoto, o Senhor então revela Sua fragrância
as narinas do devoto, e todos os sentidos do devoto capturam aquele cheiro.
Novamente o devoto desmaia em bem aventurança. O Senhor então revela
sua voz retumbante aos ouvidos do devoto: Ó Meu devoto, Eu estou sob seu
controle. Não se sinta oprimido, mas satisfaça totalmente seu desejo por Me
saborear. Todos os sentidos se tornam ouvidos para ouvirem e, pela terceira
vez, o devoto desmaia. No início do desmaio, o Senhor então
misericordiosamente concede o toque de Seus pés de lótus, Suas mãos e
Seu peito ao devoto, e revela Sua jovialidade fresca (saukaumarya) ao
devoto. Para aqueles no humor de servidão, Ele concede Seus pés de lótus
a suas mãos, para aqueles no humor de amizade, Ele segura suas mãos com
a Dele. Para aqueles no humor de afeição parental, Ele enxuga suas
lágrimas com Sua própria mão. Para aqueles no humor conjugal, Ele os
recompensa com Seu abraço, tocando-os com Suas mãos e peito. Então
todos os sentidos do devoto seguram o tato e então o devoto cai novamente
em um desmaio profundo. No início da queda, o Senhor então o recompõe
dando-lhe o sabor (saurasya) de Seus próprios lábios. Isto, contudo, é
revelado apenas para aqueles no humor conjugal. Os sentidos do devoto
assumem o sentido do paladar e ele desmaia pela quinta vez. Este desmaio
bem aventurado é tão profundo que o Senhor deve revivê-lo para outorgar-
lhe Sua audarya (generosidade). Audarya se refere ao estado no qual
simultaneamente todas as qualidades do Senhor (Sua beleza, fragrância,
som, textura e sabor) repentinamente se manifestam aos diferentes sentidos
do devoto.

Naquele momento, prema, que compreende a vontade do Senhor, aumenta


ao extremo e há um aumento extremo correspondente do anseio.

Aquele prema preside como a lua sobre o oceano de bem aventurança e


simultaneamente ela aumenta centenas e centenas de ondas e isto agita e
cria uma fricção quase destrutiva no coração do devoto. Ele então se torna
a bela deidade controlando sua mente naquela condição...

Isto aumenta prema, que normalmente controla a tudo como a lua preside
sobre o oceano, e então parece remover seus poderes. Isto cria no coração
do devoto uma fricção quase destrutiva e rasgando entre os sabores
simultâneos, um conflito de uma centena de ondas no oceano de bem
aventurança. Então novamente, prema assume o papel de governante, a
deidade atuante, e manifesta seu poder específico que permite que o devoto
experiencie os diferentes sabores simultaneamente e sem conflitos. Não se
deve pensar que o devoto não será capaz de experienciar com totalidade
todos os sabores porque a sua multitude que pode causar diluição dos
próprios sabores. Pelo contrário, todos os sentidos atingem a inconcebível,
surpreendente, extraordinária qualidade de executar as funções dos outros
sentidos para apreciar as várias qualidades do Senhor. Deste modo, eles não
podem experienciar o sabor mais intensamente. Sobre estes assuntos, não
se pode utilizar concepções materiais desenvolvidas em experiências
materiais. As condições inconcebíveis de prema não estão sujeitas a lógica
mundana (acintya). Mesmo se o devoto deseja saborear todos os tipos de
doçura, de saundarya, etc., todas de uma só vez, mas como um pássaro
chataka quer beber todas as gotas de chuva com o seu bico, o que é
impossível. O devoto tenta experienciar os doces sabores da beleza do
Senhor, fragrância, som, toque, gosto e audarya tudo de uma vez tal como o
pássaro chataka que deseja pegar todas as gotas da chuva. Então o Senhor,
vendo que tudo não pode encontrar espaço em Seu devoto, considera, "Por
que eu estou portando tantas qualidades estonteantes Comigo?" Para deixar
o devoto também compartilhar de todas elas, o Senhor manifesta Sua kripa
shakti (também chamada de anugraha), a superintendente de todas as
shaktis, através da qual o devoto se torna atrativo até mesmo para o
Senhor. Esta shakti está situada como uma imperatriz no meio de um lótus
cujas oito pétalas são oito shaktis (vimala, utkarshini, jnana, kriya, yoga,
prahvi, satya e isani). Esta anugraha decore a si mesma nos olhos do
Senhor e aparece em diferentes formas tais como vatsalya (afeoção em
relação a Seus devotos no humor de servidão, etc. (dasa, sakha, etc.). Em
alguns casos ela aparece como karunya (compaixão. Quando ela aparece em
relação ao humor conjugal dos devotos é conhecida como citta viddravini
akarshani shakti (que derrete o coração de Krishna e atrai a Ele). As vezes
de acordo aos diferentes humores de diferentes devotos, ela é conhecida
por outros como nams também. Por sua kripa shakti, o elemento todo-
penetrante do livre arbítrio do Senhor influência o coração e causa grande
espanto até mesmo naquelas almas realizadas que são completamente auto
satisfeitas (atmaramas). Por esta energia, a qualidade chamada de bhakta
vatsalya (afeição por Seus devotos), como um imperador, governa toda a
auspiciosidade, qualidades espirituais tais como satya, shaucha, daya e
tapas mencionadas no Primeiro Canto do Shrimad Bhagavatam.

As dezoito qualidades condenadas, a saber, ilusão, preguiça, erro, luxúria


intensa, instabilidade, arrogância, inveja, violência, tensão, lamentação,
desonestidade, ira, cobiça, medo, parcialidade, e dependência de outros não
estão presentes no corpo do Senhor. Pela atuação desta bhakta vatsalya,
contudo, até mesmo estas qualidades se tornam presentes as vezes em
vários avataras, tais como Rama e Krishna, e são apreciados pelos devotos.
Mas agora estes erros são transformados em qualidades excelentes.

Atingido a capacidade de saborear completamente a beleza, fragrância, etc.


do Senhor, e provando cada uma dessas qualidades, o devoto ascende a
picos cada vez mais elevados de uma experiência surpreendente. Seu
coração se derrete com a incessante realização da desconhecida bhakta
vatsalya do Senhor. O Senhor, demonstrando Sua natureza incrível, diz, "Ó
melhor dos devotos, por muitos nascimentos você abandonou esposa, lar e
riqueza em nome de meu serviço. Você suportou as misérias do frio, vento,
fome, sede e dor, tolerou a perturbação de outras pessoas, assumindo a vida
de mendicante. Como pagamento por seu sacrifício, eu não posso dar-lhe
coisa alguma. Eu me tornei individado com você. Já que reinado sobre toda
a terra no posto de semideus e poderes místicos são inadequados para você,
como eu posso lhes dar a ti? Não se pode dar grama e palha, o desfrute das
vacas, a uma personalidade exaltada como você. Embora Eu seja
inconquistável, hoje Eu fui conquistado por você. Eu estou me abrigando na
trepadeira de sua gentileza."

Aceitando as doces, afeiçoadas palavras do Senhor como os ornamentos de


seus ouvidos, o devoto diz, "Ó meu Senhor, meu mestre, ó oceano de
misericórdia insondável! Você me olhou enquanto eu estava sendo mordido
por um grupo de crocodilos, as infinitas misérias dos nascimentos e mortes
sem fim em meio ao fluxo horropilante da existência material. Ó Senhor,
transcedental a todos os planetas materiais, Seu coração derrete como
manteiga por ser cheio de misericórdia. Na forma do mestre espiritual, Você
destrói a ignorância e a luxúria! Manifestando a Sudarsana Chakra de Sua
maravilhosa forma, Você perfurou aqueles crocodilos e me libertou do
agarrar de seus dentes. Para satisfazer meu desejo de servir Seus pés de
lótus como uma serva (das), Você colocou as sílabas de Seu mantra em
meus ouvidos. Você destruiu meu sofrimento, Você purificou-me pelo
processo do constante ouvir, cantar e lembrar de Suas qualidades e nome.
Você me fez compreender como executar serviço a Vós através da
associação de Seus devotos. Eu sou tolo, o mais baixo dos caídos, e nem
mesmo por um dia não executei Seu serviço. Tal pessoa egoísta e miserável
merece ser punida. Contrário a isso, contudo, mostrando Seu próprio eu a
mim, Você me fez beber néctar. Você me mortificou dizendo que Você se
tornou meu devedor. Agora eu estou pensando no que fazer. Seria
presunção minha Lhe pedir para perdoar minhas cinco, sete, oito, mil ou um
milhão de ofensas? Eu posso definitivamente dizer que elas são mais de um
trilhão. Apenas deixe todas as reações de meus atos passados, intensas e de
longa data, já sofridas e que estão por vir, se mantenham.

Anteriormente, eu comparei Seus membros negros a nuvem de monções, ao


lírio aquático azul e a safira; eu comparei Seu rosto efulgente a lua, e Seu
pé suave, a novas folhas brotadas. Agora tais analogias parecem uma pilha
de sementes de mostarda queimadas comparadas a uma montanha de ouro,
ou como grão de bico em comparação a uma pedra filosofal, como um
chacal em comparação a um leão, ou um mosquito em comparação a
Garuda. Por minha pobre inteligência, eu claramente cometi uma ofensa a
Vós. Tal poesia inadequada tida como louvor a Vós é aceita pelas pessoas
comuns. Mas após ver a opulência da Sri Murti por um momento eu me
tornei envergonhado e como uma vaca impaciante minhas palavras não irão
atacar a trepadeira dos desejos de Sua beleza com os dentes da
comparação.Eu sou como uma vaca agitada ameaçada pelo repentino
aparecimento de Sua forma. Mas eu não posso atacar a trepadeira dos
desejos de Sua beleza até mesmo com as minhas comparações destrutivas."

Deste modo, o devoto louva ao Senhor, e o Senhor se torna mais satisfeito


com o devoto. Então Ele revela toda a parafernália necessária para a
relação particular do devoto com o Senhor, imbuído de excelente rasa: Shri
Vrindavana, a árvore do desejo, a maha yoga pitha, a mais querida filha de
Vrishabhanu, Seus associados tais como Lalita e suas manjaris, Seus
próprios amigos como Subala, as vacas mantidas por Ele, o Rio Yamuna,
Govardhana, florestas como Bhandira, a Colina Nandishvara, todas as mães,
pais, irmãos, amigos e servos que lá residem, e os outros vrajavasis. O
Senhor submerge o devoto na maré encantada de bem aventurança e então
desaparece com Sua comitiva.

Recobrando a consciência após alguns momentos, o devoto, ansioso para


ver o Senhor novamente, abre seus olhos, e não vendo o Senhor, ele começa
a chorar. "Eu estava meramente sonhando? Não, não, eu não estava
sonhando, porque eu não tenho nem sonolência, nem contaminação alguma
em meus olhos do sono. Isto foi alguma alucinação? Não, pois uma
alucinação nunca poderia ter dado verdadeira felicidade. Ou foi algum
defeito na mente? Não, porque todos os sintomas de mente instável estão
ausentes. Foi a satisfação de algum desejo material? Não, nenhuma
extravagância material poderia se aproximar do que eu vi. Foi um encontro
momentâneo com o Senhor? Não, porque é completamente diferente de
todas as visões prévias do Senhor que eu me lembro." Desta forma, as
recordações do devoto são incertas. Deitando sobre a terra empoeirada, ele
ora constantemente desejando a mesma experiência. Não a obtendo, ele
lamenta, chora, rola no chão, machuca seu próprio corpo, desmaia, se
recupera, levanta, senta, corre por todos os lados, e geme como um homem
louco. As vezes ele fica em silêncio como um sábio e as vezes como um
desajustado social, ele falha em executar seus deveres diários obrigatórios.
Como uma pessoa possuída por espíritos, ele fala de maneira incoerente.
Para um devoto amigo que vem lhe perguntar qual é o problema, ele explica
o que ele vivenciou. Ele se recupera por um momento, e seu amigo explica,
"Aquilo foi, por boa fortuna, um encontro direto com o Senhor." Satisfeito
com tal explicação, ele fica feliz.

Então novamente ele lamenta, "Eu não terei mais aquela associação. Foi um
torrente de misericórdia de algum grande devoto do Senhor sobre esta alma
desafortunada? Ou foi mero acaso, ou foi o resultado de algum esforço
honesto do passado? Ou talvez foi simplesmente a misericórdia sem causa
do Senhor? Devido a alguma fortuna indescritível eu obtive o Senhor, mas
então, devido a uma ofensa grave, eu O perdi novamente. Sem vida, sem
inteligência, eu não posso determinar a verdade. Para onde eu devo ir? O
que eu devo fazer e como? A quem perguntar? Eu estou completamente
vazio, sem alma, sem abrigo, qeimado por um incêndio. Os três mundos
parecem me devorar. Abandonando esta associação mundana, eu irei viver
em solidão por algum tempo."

Fazendo isto, ele se lamenta posteriormente. "Ó Senhor do rosto de lótus,


Você possui rios de néctar cobertos de guirlandas com fragrância de todas
as florestas, atraindo enxames de abelhas vibrantes! Apenas por um
momento me deixe servir a Vossa Senhoria novamente. Tendo provado a
Sua doçura uma vez, eu não posso aspirar por mais coisa alguma."

Ele começa a rolar no chão, respira de maneira pesada, desmaia, e perde


sua mente. De repente vendo o Senhor em todos os lugares, ele se enche de
júbilo, abraça, sorri, dança e canta, e quando o Senhor desaparece
novamente ele se torna afligido pelo remorso, e chora. Comportando-se
desta maneira, ele recolhe seus sintomas de vida e perde consciência de se
ele tem um corpo ou não. Então, inconsciente de que seu corpo material
passou aos elementos, ele compreende apenas que seu desejado Senhor, o
oceano de misericórdia, manifestou-Se. Ocupando-o em serviço, Ele está
levando-o para Sua própria casa. Assim o devoto atinge o objetivo final.

Primeiro surge fé (shraddha), então associação com os devotos (sadhu


sanga), atividades devocionais (bhajana kriya), limpeza dos obstáculos
(anartha nivritti), estabilidade (nishtha), sabor (ruchi), apego (asakti), bhava
e finalmente prema.

Os estágios de devoção mencionados neste verso foram descritos como são.


Sneha, mana pranaya, raga, anuraga e mahabhava, sucessivamente gostos
especializados, surgem progressivamente nessa sequência e são frutos mais
elevados da trepadeira de bhakti. Devido ao corpo material do devoto não
poder tolerar a fricção dos extremos de todos estes gostos, eles não são
manifestados nesse corpo.Portanto estes gostos não foram descritos aqui.
Ruci, asakt, bhava e prema, que podem ser vivenciados, já foram descritos.
As citações das escrituras não foram providenciadas, contudo, como isso
criaria um obstáculo para a compreensão desses estágios, eles serão
fornecidos agora.

Ruchi: "Ó grande sábio, tão logo eu obtive um gosto pela Suprema
Personalidade de Deus, minha atenção para ouvir sobre o Senhor se tornou
inabalável." (SB 1.5.27)

Asakti: "O estágio em que a consciência da entidade viva é atraída pelos


três modos da natureza material é chamado de vida. Mas quando a mesma
consciência é apegada a Suprema Personalidade de Deus, situa-se na
consciência de liberação." (SB 3.25.15)

Bhava: "Assim ouvindo com atenção, meu gosto por ouvir sobre a
Personalidade de Deus amentou a cada passo." (SB 1.5.26)
Prema: "Ó Vyasadeva, naquele momento, sendo excessivamente
sobrepujado por sentimentos de felicidade, todas as partes do meu corpo se
tornaram separadamente animadas. Estando absorto em um oceano de
êxtase, eu não pude perceber nem a mim nem ao Senhor" (SB 1.6.17)

Sintomas de ruchi: Eles bebem com ouvidos atentos, sem ficarem


satisfeitos, Ó Senhor, e eles não são tocados por medo, lamentação ou
ilusão." (SB 4.29.40)

Sintomas de ashakti: "Uma pessoa inteligente que controlou sua mente e


conquistou o medo deve abandonar todo apego a objetos materiais tais
como esposa, família e nação. Ele deve vagar livremente sem envergonhar-
se, ouvindo e cantando os Santos Nomes do Senhor, o portador da roda da
quadriga." (SB 11.2.39)

Sintomas de bhava: "Ó brahmanas, como ferro atraído por uma pedra
magnética automaticamente se move em direção a aquela pedra, minha
consciência, tendo sido mudada pela vontade Dele, está apegada ao Senhor
Vishnu, que carrega um disco em Sua mão. Portanto eu não tenho
independência." (SB 7.5.14)

Sintomas de prema: "Quando uma pessoa é realmente avançada e encontra


prazer em cantar o Santo Nome do Senhor, que é muito querido a ela, ela
é agitada e canta o Santo Nome em voz alta. Ela também sorri, chora, fica
agitada e canta como uma pessoa louca, não se importando com quem está
por perto." (SB 11.2.40)

Visão momentânea do Senhor: "O Supremo Senhor Krishna, cujas glórias e


atividades são prazerosas de se ouvir, de uma vez aparece no assento de
meu coração, como se tivesse sido chamado, tão logo eu começo a cantar
Suas santas atividades." (SB 1.6.33)

Associação do Senhor: "Ó Minha Mãe, Meus devotos sempre vêem meu
rosto sorridente de Minha forma com olhos que parecem o sol nascente da
manhã. Eles gostem de ver Minhas diferentes formas transcedentais, que
são todas benevolentes, e eles também conversam Comigo
favoravelmente." (SB 3.25.35)

A reação dos devotos a associação do Senhor: "Ao ver as encantadoras


formas do Senhor, sorrindentes e atrativas, e ouvindo Suas palavras muito
agradáveis, o devoto puro quase perde a consciência de outras coisas. Seus
sentidos são liberados de todas as outras ocupações, e ele se torna absorto
no serviço devocional. Assim apesar de sua falta de vontade, ele atinge a
liberação sem nenhum esforço separado." (SB 3.25.36)

De fato, se pela vontade do Senhor seu corpo é destruído ou se pela vontade


do Senhor ele obtém um novo corpo, uma alma auto-realizada não percebe
isso, tal como um homem bêbado não percebe a situação de suas roupas.
(SB 11.13.36)

Estes versis do Bhagavatam devem ser considerados.

A essência do que foi discutido no livro:

Ahankara é de dois tipos: ahanta (consciência do eu) e mamata (consciência


de meu). Através de jnana ambos são destruídos e a liberação é obtida.
Direcionando ambos ao corpo (eu sou este corpo), casa (esta é minha casa),
nacionalidade (eu sou brasileiro), família (esta é minha família), etc. resulta
em cativeiro.

Direcionando ambas ao para o caminho de bhakti e afirmando, "Eu sou um


seguidor do Senhor. Eu sou um servo do Senhor. O Senhor e seus
associados, um oceano de doçura com Sua forma, qualidades e passatempos
devem ser servidos por mim. Se alguém pensa desta maneira, identificando-
se como o servo do Senhor e considerando o Senhor e Seus associados
como sendo objetos de sua posse, é chamado de prema. Prema deste modo
é distinto tanto de liberação quanto de cativeiro material, e é
adequadamente chamado de jóia da coroa de todos os objetivos humanos.
Há uma sequência nisto.

Quando o aspecto materialista de ahanta e mamata é extremamente


profundo, o indivíduo se mantém fixo no ciclo de nascimentos e mortes.
Quando uma partícula de fé surge, por boa fortuna e tal indivíduo pensa em
tornar-se um Vaishnava e servir ao Senhor, o aspecto material se torna
levemente espiritualizado (gandha) e a jiva se torna qualificada para o
serviço devocional. No estágio de sadhu sanga, a espiritualização se torna
mais condensada e seus apegos materiais são atyantiki. No estágio de
anishthita bhajana kriya, a espiritualização de eu e meu é específica,
localizada em um local, enquanto o aspecto material é ainda presente em
força total (purna).

No estágio de nistha, a espiritualização se torna detectável em muitos


locais, e a influência materialista ainda é proeminente (prayiki). No estágio
de ruchi, a espiritualização do eu e meu se torna dominante, aproximando-
se da conclusão (prayiki) e o conceito materialista de eu e meu se torna
localizado em certos aspectos. No estágio de asakti, o aspecto espiritual do
eu e meu se torna completo (purna) e o aspecto material se torna um traço
(gandha). No estágio de bhava, o aspecto espiritual se torna completo
(atyankiti) e o aspecto material se torna como uma sombra vazia. No estágio
de prema, o aspecto espiritual se torna extremamente intenso
(paramatyankiti) e o aspecto material é completamente ausente.
No estágio de bhajana kriya, a meditação no Senhor é momentânea com um
matiz de tópicos materiais. No estágio de meditação nistha, há um traço
(abhas) de outros tópicos. No estágio de ruchi, outros tópicos são ausentes
e a meditação é duradoura. No estágio de asakti, a meditação se torna
muito profunda. Durante bhava, a meditação é marcada pelo Senhor.
Durante o estágio de prema, em contraste a somente ver o Senhor, há a
direta associação com o Senhor.

O bloco de nuvens levantou a rasa do oceano de doçuras personificado, Shri


Chaitanya Mahaprabhu. Que o doce bloco de nuvens satisfaça o mundo
sedento distribuindo aquela rasa.

mantendo-se constantemente com devotos, ele se senta com eles


conversando sobre os passatempos nectáreos do Senhor saboreando e
glorificando-os repetidas vezes, excluindo todos os outros assuntos. Ele
entre no dhama sagrado e se torna fixo no serviço puro e completo do
Senhor (seva-nishtha). Pessoas ignorantes pensam que ele está
enlouquecendo.

Ele tenta aprender o novo passo de dança do maravilhoso processo de


meditar no Senhor e servi-lo, e ruchi, a instrutora de dança, o pega pelas
duas mãos para ensiná-lo pessoalmente. Assim, ele começa a sentir uma
felicidade extraordinária e inimaginável. Quem pode descrever em que
morada de bem aventurança ele irá residir, quando, no momento certo, ele
irá ser colocado para dançar pelas duas donzelas da dança, bhava e prema?

Assim termina a Oitava Torrente de Néctar de Madhurya Kadambini por


Mahamahopadhyaya Shrimat Vishvanath Chakravarti discutindo a obtenção
do gosto pelo serviço devocional.

Tradução de Vallabha Das, em nome de seu Gurudeva Srila Bhakti Vijnan


Bharati Goswami Maharaj.

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