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Brasil
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Extensão territorial do Brasil
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O regime militar no Brasil foi instaurado em 1 de abril de 1964 e durou até 15 de março
de 1985. De caráter autoritário enacionalista, teve início com o golpe militar1 que derrubou
o governo de João Goulart, o então presidente democraticamenteeleito.2 O regime acabou
quando José Sarney assumiu a presidência, o que deu início ao período conhecido
como Nova República.3 Apesar das promessas iniciais de uma intervenção breve,
a ditadura militar durou 21 anos. Além disso, o novogoverno pôs em prática vários Atos
Institucionais, culminando com o AI-5 de 1968, que vigorou por dez anos. A Constituição
de 1946 foi substituída pela Constituição de 1967 e, ao mesmo tempo, o Congresso
Nacional foi dissolvido, liberdades civis foram suprimidas e foi criado um código de
processo penal militar que permitia que o Exército brasileiro e a Polícia Militar pudessem
prender e encarcerar pessoas consideradas suspeitas, além de impossibilitar qualquer
revisão judicial.4
O novo regime adotou uma diretriz nacionalista, desenvolvimentista e de oposição ao
comunismo. A ditadura atingiu o auge de sua popularidade na década de 1970, com o
"milagre brasileiro", no mesmo momento em que o regime censurava todos os meios de
comunicação do país e torturava e exilava dissidentes. Na década de 1980, assim
como outros regimes militares latino-americanos, a ditadura brasileira entrou em
decadência quando o governo não conseguiu mais estimular a economia, controlar
ainflação crônica e os níveis crescentes de concentração de renda e pobreza provenientes
de seu projeto econômico,5 o que deu impulso ao movimento pró-democracia. O governo
aprovou uma Lei de Anistia para os crimes políticos cometidos pelo e contra o regime, as
restrições às liberdades civis foram relaxadas e, então, eleições presidenciais foram
realizadas em 1984, com candidatos civis.
O regime militar brasileiro inspirou o modelo de outras ditaduras por toda a América Latina,
através da sistematização da "Doutrina de Segurança Nacional", a qual justificava ações
militares como forma de proteger o "interesse da segurança nacional" em tempos de
crise.6 Desde a aprovação da Constituição de 1988, o Brasil voltou à normalidade
institucional. Segundo a Carta, as Forças Armadas voltam ao seu papel institucional: a
defesa do Estado, a garantia dos poderes constitucionais e (por iniciativa desses poderes)
da lei e da ordem.7
Apesar de o combate aos opositores do regime ter sido notoriamente marcado por torturas
e mortes, as Forças Armadas admitiram oficialmente que possa ter havido tortura e
assassinatos, pela primeira vez, em setembro de 20148 , em resposta àComissão da
Verdade. O documento, assinado pelo Ministro da Defesa, Celso Amorim, menciona que
"o Estado brasileiro [...] já reconheceu a ocorrência das lamentáveis violações de direitos
humanos ocorridas no passado".9 No entanto, apesar das várias provas, os ofícios internos
da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, foram uníssonos
em afirmar que em suas investigações não encontraram evidências que corroborassem ou
negassem a tese de que houve "desvio formal de finalidade no uso de instalações
militares".
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Índice
[esconder]
1 Antecedentes
o 1.1 Motivações ideológicas
o 1.2 Decretos polêmicos de João Goulart em março de 1964
o 1.3 Salvaguardas e a doutrina da segurança nacional
o 1.4 Conexões civis do regime
2 Histórico
o 2.1 Golpe militar e influência estrangeira
o 2.2 Governo Castello Branco (1964-1967)
o 2.3 Governo Costa e Silva e início da repressão (1967-1969)
2.3.1 Reações e protestos
o 2.4 Governo Emílio Médici (1969-1974)
2.4.1 "Milagre" econômico
o 2.5 Governo Geisel e abertura política (1974-1979)
o 2.6 Governo Figueiredo e declínio (1979-1985)
2.6.1 Colapso do regime
3 Estado policial
o 3.1 Atos Institucionais
o 3.2 Expurgos
o 3.3 Lei Falcão
o 3.4 Pacote de Abril
o 3.5 Lei de Segurança Nacional
o 3.6 Serviço Nacional de Informações
4 Repressão
o 4.1 Violações aos direitos humanos
o 4.2 Censura e controle social
o 4.3 Ativismo estudantil
4.3.1 Ocupação da Universidade de Brasília
o 4.4 Perseguição política
4.4.1 Sindicatos e greves
4.4.2 Luta armada de movimentos de esquerda
4.4.2.1 Principais ações
5 Cultura popular
o 5.1 Filmes
6 Ver também
7 Notas
8 Referências
o 8.1 Bibliografia
9 Ligações externas
Antecedentes
Parte de uma série sobre a
História do Brasil
Era pré-cabralina[Expandir]
Colônia (1530–1815)[Expandir]
Constituições[Expandir]
Listagens[Expandir]
Temáticas[Expandir]
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Portal Brasil
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As Forças Armadas Brasileiras adquiriram grande poder político após a vitória na Guerra
do Paraguai. A politização das instituições militares ficou evidente com a Proclamação da
República, que derrubou o Império, ou com o tenentismo (movimento tenentista) e
aRevolução de 1930. As tensões políticas voltaram à tona na década de 1950, quando
importantes círculos militares se aliaram a ativistas de direita em tentativas de impedir que
presidentes como Juscelino Kubitschek e João Goulart tomassem posse, devido ao seu
suposto alinhamento com a ideologia comunista.10 Enquanto Kubitschek mostrou-se
simpático às instituições capitalistas, Goulart prometeu reformas de longo alcance,
expropriação de interesses comerciais e a continuação da independência da política
externa iniciada por seu antecessor Jânio Quadros com o Brasil tendo relações
diplomáticas e comerciais com ambos os blocos capitalista e comunista.11
Em 1961, Goulart foi autorizado a assumir o cargo, sob um acordo que diminuiu seus
poderes como presidente com a instalação doparlamentarismo. O país voltou ao
sistema presidencialista um ano depois, e, como os poderes de Goulart cresceram, tornou-
se evidente que ele iria procurar implementar políticas de esquerda, como a reforma
agrária e a nacionalização de empresas em vários setores econômicos,
independentemente do consentimento das instituições estabelecidas, como
o Congresso.12 13 Na época, a sociedade brasileira tornou-se profundamente polarizada,
devido ao temor que Brasil se juntasse a Cuba como parte dobloco comunista na América
Latina sob o comando de Goulart. Políticos influentes, como Carlos Lacerda e até mesmo
Kubitschek, magnatas da mídia (Roberto Marinho, Octávio Frias de Oliveira, Júlio de
Mesquita Filho), setores conservadores da Igreja Católica, os latifundiários, a burguesia
industrial14 e parte da classe média pediam uma "contrarrevolução" por parte das Forças
Armadas para remover o governo.
A mobilização das tropas rebeldes foi iniciada em 31 de março de 1964. O presidente João
Goulart fugiu para o Uruguai em 1º de abril.
Motivações ideológicas
O golpe de estado de 1964, qualificado por seus apoiadores como uma revolução, instituiu
um regime militar que durou até 1985. Os militares e os governadores que o apoiaram
afirmavam que era necessário derrubar João Goulart, que eclodiu cinco anos após
o alinhamento cubano à União Soviética, sob alegação de que havia no Brasil uma
ameaça comunista. Alguns apoiadores ainda dizem que o acontecido, no caso, teria sido
uma contrarrevolução,15 o que é fortemente contestada pela historiografia marxista.16 Luís
Mir, porém, em seu livro "A Revolução Impossível", da Editora Best Seller, mostra que
Cuba já financiava e treinava guerrilheiros brasileiros desde 1961, durante o governo Jânio
Quadros. O mesmo diz Denise Rollemberg em seu livro "O apoio de Cuba à Luta Armada
no Brasil", publicado pela Editora Muad, em 2001. Tendo havido apoio cubano a
movimentos guerrilheiros brasileiros antes de 1964 ou não, o caminho do Golpe Militar,
ditadura, suspensão de liberdade de imprensa, de eleições e cassações e prisões por
posicionamento político não era o único seguido no mundo para combater movimentos
armados de esquerda. Em países da Europa Ocidental havia guerrilhas
comunistas financiadas pelo bloco soviético e nem por isso Itália, Inglaterra
ou Alemanha sofreram golpes militares ou regimes de exceção durante a Guerra Fria.
Assim sendo, muitos autores, mesmo não marxistas, dão conta da possível inclinação
conservadora ou alinhamento aos discursos lacerdistas (udenistas) das forças golpistas
lideradas por Castelo Branco e com apoio militar e logístico dos Estados Unidos. Outros
falam na vontade de extirpar à força os herdeiros do trabalhismo populista varguista,
como Jango e o próprio PTB.
Vivia-se, naquela época, a Guerra Fria quando os Estados Unidos procuravam justificar
sua política externa intervencionista com sua suposta missão de liderar o "mundo livre" e
frear a expansão do comunismo. Assim sendo, a violenta luta internacional entre Estados
Unidos e União Soviética, capitalistas e comunistas encontrou eco nos discursos da
política brasileira. Os Estados Unidos apoiaram os setores que organizavam um golpe de
estado contra o presidente João Goulart, que fora democraticamente eleito como vice-
presidente do Jânio Quadros.
Goulart procurava impulsionar o nacionalismo trabalhista através das reformas de base17 .
Os setores mais conservadores, contudo, se opunham a elas. Um evento que aumentou a
insatisfação entre setores conservadores militares ocorreu quando Jango decidiu apoiar os
militares revoltosos de baixa patente da Revolta dos Marinheiros, os quais pleiteavam
aumentos, fim de punições humilhantes e direito a voto. Oficiais de patentes mais altas das
Forças Armadas aumentaram sua oposição a Jango, pelo que chamaram de quebra de
hierarquia.
O governo dos Estados Unidos não aprovava as nacionalizações de empresas americanas
realizadas pelo cunhado do Presidente João Goulart e governador do Rio Grande do
Sul Leonel Brizola nem os rumos que a política externa brasileira tomava, de suspensão
de pagamento da dívida externa (muitos credores Americanos) de não-alinhamento e
contatos com ambos os polos de poder (capitalista e comunista). No governo Jânio
Quadros, Jango, então vice-presidente, havia visitado, a mando do presidente,
a Chinacomunista. Jânio Quadros, mesmo que sem nenhuma ligação com setores de
esquerda, condecorara o revolucionário e então funcionário do governo cubano, Ernesto
Che Guevara. Isso tudo motivou os americanos a fornecerem aos militares brasileiros
apoio ao golpe. De lá veio ainda o aparato ideológico do anticomunismo, que já era
pregado pela Escola Superior de Guerra das Forças Armadas do Brasil, através da
doutrina de "Segurança Nacional".
Apesar de Jango ser latifundiário, filho de empresários e milionário, de inclinação
trabalhista e não comunista, e de suas reformas serem ideologicamente identificadas com
a centro-esquerda, existia a vontade econômica e política por parte dos Estados Unidos de
controlar os países de economia menos desenvolvida, impedindo-os de se ligarem ao
bloco comunista, para assim vencerem a disputa mundial de poder com a URSS e o bloco
comunista, negando à estes quaisquer novos parceiros comerciais e diplomáticos.
Decretos polêmicos de João Goulart em março de 1964
O presidente João Goulart (Jango) durante sua visita aos Estados Unidos, em 1962.
No dia 13 de março de 1964, João Goulart assina em praça pública, no Rio de Janeiro,
três decretos, um de encampação das refinarias de petróleo privadas, outro de reforma
agrária à beira de rodovias, ferrovias, rios navegáveis e açudes e um decreto tabelando
aluguéis. Esses decretos de 13 de março foram usados como pretexto pelos
conservadores para deporem João Goulart:
Portanto, dentro das forças armadas brasileiras, existia uma grave cisão interna de ordem
ideológica e, ainda havia outra divisão entre os moderados e a linha dura. Os grupos
concorrentes entre si defendiam pontos de vistas diferentes: um grupo defendia medidas
rápidas diretas e concretas contra os chamados subversivos, ou inimigos internos, estes
militares apoiavam sua permanência no poder pelo maior tempo possível; ao contrário do
grupo anterior, o segundo era formado por militares que tinham por doutrina a tradição de
intervenções moderadoras. Estes procuravam permanecer no poder somente o tempo
necessário até se formar um governo aceito pelo grupo a exemplo de 1930, 1945 e 1954.
Quando passado o período de maior risco institucional houve o rápido retorno do poder
para os civis. Para os dois grupos era necessário salvaguardar o Brasil contra o poder
do comunismo internacional (além do antigetulismo, leia-se populismo).22
Segundo a doutrina dos militares, o inimigo devia ser extirpado a todo custo e os governos
populistas seriam uma porta de entrada para a desordem, subversão e propiciariam a
entrada de ideologias nocivas à nação. As facções contrárias internamente nas forças
armadas acabaram se unindo apesar da não concordância metodológica. Desta forma, os
militares mais radicais se aglutinaram ao general Costa e Silva, e os mais estratégicos ao
marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Muitos militares da época afirmam que se
a orientação filosófico-ideológica das forças armadas fosse para a esquerda, estas
defenderiam da mesma forma a linha de pensamento, somente o inimigo que mudaria de
lado, o que importava era a segurança da Nação.22
Atualmente é sabido que as contradições de pensamentos e ações dentro das Forças
Armadas (a dita cisão interna) causou a expulsão e a prisão de muitos militares no
momento seguinte ao golpe. Exemplo disso foi quando o general Kruel garantiu que
o Exército Brasileiro jamais iria contra a Constituição Brasileira de 1946, e que defenderia
os poderes constituídos, e quando o general Olympio Mourão Filho declarou que João
Goulart, devido ao abuso do poder e de acordo com a Lei, fora deposto.22
Conexões civis do regime
Manifestantes na Marcha da Família com Deus pela Liberdade em 19 de março de 1964 na Praça da Sé,
emSão Paulo. Fonte: Arquivo Nacional/Correio da Manhã.
Histórico
Golpe militar e influência estrangeira
John F. Kennedy durante a visita do então presidente João Goulart aosEstados Unidos em 1962.
Posteriormente descobriu-se que o presidente estadunidense planejava invadir militarmente o Brasil para
depor o governo de Goulart.30 31
Tanques em frente ao Congresso Nacional patrulham aEsplanada dos Ministérios, em Brasília, após
o golpe militar de 1964.
Ex-ministro da Guerra, o marechal Costa e Silva teve o seu nome indicado pelas Forças
Armadas e referendado pelo Congresso Nacional. No dia 15 de março de 1967, o
marechal Artur Costa e Silva é empossado no cargo de Presidente da República, tendo
como vice Pedro Aleixo. Com sua posse começa a vigorar a Constituição de 1967. O
Presidente deixa o cargo no dia 31 de agosto de 1969. Com predominância de ministros
militares e civis - o paulista Antônio Delfim Netto era o ministro da Fazenda - o novo
presidente organizou o seu ministério. As taxas de inflação caíram nos primeiros anos de
governo reaquecendo a economia e aumentando a presença de investimento estrangeiro
no país.43
No campo político, porém, não havia sinal de retorno à democracia plena. Os militares
defendiam um endurecimento maior do regime, a chamada "linha dura". Vieram as
perseguições políticas, em missões organizadas pelos órgãos de segurança do governo.
Uma onda de protestos surgiu em todo o país, com enfrentamento direto entre as forças
de segurança contra os manifestantes pró-comunismo, militantes de esquerda e
estudantes cooptado por organizações subversivas, crescendo para grandes
manifestações reivindicatórias e de contestação ao regime e a intolerância e as
desavenças eram comuns, as patrulhas ideológicas organizadas pelos comunistas agiam
nas escolas, clubes e sindicatos. Na esteira dos acontecimentos, os que apoiaram o golpe
militar, como Carlos Lacerda, se sentiram excluídos do processo e passaram a se opor ao
governo. Lacerda tentou se unir a Juscelino e Jango, que se encontravam exilados, num
movimento que ficou conhecido como Frente Ampla.43
No início de seu governo os protestos estavam disseminados por todo o Brasil, o que
provocou o recrudescimento do Estado. Na mesma proporção, a oposição, que em muitos
casos já estava na clandestinidade havia algum tempo, começou a radicalizar suas ações
com assaltos a bancos, ataques a soldados para roubo de armas e sequestros de líderes
militares. A violência da ditadura militar começa a fazer suas vítimas, sobretudo contra o
lado opositor ao regime - guerrilheiros, comunistas, estudantes e liberais. Os confrontos
entre grupos antagônicos se intensificam, com revoltosos de um lado e apoiadores do
regime de outro.43
No governo estavam oficiais da linha dura, e as ruas eram dominadas pelas greves dos
operários e movimentos estudantis, organizações essas lideradas por membros de
esquerda. Neste clima, iniciou-se a controvertida batalha entre o Estado e manifestantes
que reivindicavam o fim do regime. Como consequência, as liberdades individuais foram
suprimidas e o país definitivamente entrou em um processo de radicalização entre os
militares e a oposição, que gerou o gradual fechamento do regime, até culminar com o AI-
5.43
No dia 28 de agosto de 1969, o presidente Costa e Silva é acometido por trombose grave.
Devido à doença, no dia 31 de Agosto de 1969 uma junta militar substituiu oPresidente da
República e se confirmou no poder, para evitar que o Vice-Presidente Pedro Aleixo
assumisse, pois esse se opora à implantação do AI-5, sendo o único a votar contra o AI-5
na reunião do Conselho de Segurança Nacional que decidiu pela implantação do AI-5.43
A Junta Militar era composta pelos ministros do Exército (Aurélio de Lira Tavares), Força
Aérea (Márcio de Sousa e Melo) e Marinha (Augusto Hamann Rademaker Grünewald). No
dia 1 de Setembro de 1969, o AI-12, foi baixado informando à nação brasileira o
afastamento do presidente e o controle do governo do Brasil pelos ministros militares.43
Reações e protestos
Ver artigo principal: Passeata dos Cem Mil
As manifestações e protestos ganham as ruas em quase todas as principais cidades do
Brasil nos primeiros anos após o golpe militar. Os estudantes começam também a
radicalizar suas ações. Com a chegada do general Artur da Costa e Silva ao poder, o,
as greves dos operários tomaram corpo, na mesma proporção em que a linha dura já fazia
suas vítimas.44
Vladimir Palmeira, o líder do movimento civil, discursando durante aPasseata dos Cem Mil, em 1968
Uma das estratégias do governo para enfrentar o momento de crise era constituir um meio
de ir abrandando alguns aspectos da ditadura. A esse movimento deu-se o nome de
"distensão". Gradual e vagarosamente iniciava-se um processo de transição para a
democracia plena sem "acerto de contas"" com o passado: sem questionamentos quanto
às medidas adotadas pelo governo em relação à economia e, principalmente, em relação à
condução política. Geisel chamava a esta distensão de: "abertura lenta, gradual e segura",
a fim de não criar atritos com militares da linha-dura que não queriam a abertura política.50
Com a crise econômica veio a crise política, nas fábricas, comércio e repartições públicas
o povo começou um lento e gradual descontentamento. Iniciou-se uma crise silenciosa
onde todos reclamavam do governo (em voz baixa) e de suas atitudes. Apesar
dacensura e das manipulações executadas pela máquina estatal numa tentativa de manter
o moral da população, a onda de descontentamento crescia inclusive dentro dos quadros
das próprias Forças Armadas, pois os militares de baixo escalão sentiam na mesa de suas
casas a alta da inflação.50
Com o tempo, vendo que o país estava indo para uma inflação desencadeada pela falta de
incentivos aos insumos básicos, os militares, liderados por Geisel, resolveram iniciar um
movimento de distensão para abertura política institucional, lenta, gradual e
segura,51 segundo suas próprias palavras. Este movimento acabaria por reconduzir o país
de volta à normalidade democrática.50
Governo Figueiredo e declínio (1979-1985)
Ver artigo principal: João Batista Figueiredo
General Figueiredo.
Sílvio Frota general da chamada "linha dura" é expurgado do governo com a sua
exoneração do Ministério do Exército, pois estava articulando manobras contra a
distensão. A demissão de Frota do cargo de Ministro do Exército por Geisel simbolizou o
retorno da autoridade do Presidente da República sobre os ministros militares, em especial
do Exército. Esta lógica esteve invertida desde o golpe de 64 com diversos ministros
militares definindo questões centrais do país tais como a sucessão presidencial. Foi um
passo importante no processo de abertura política com posterior redemocratização plena
do país e retorno dos civis ao poder.52
Em 1978, novas regras são impostas à sociedade brasileira. Novamente é aumentado o
arrocho contra as liberdades individuais e coletivas da população, alguns setores
produtivos são postos sob a "Lei de Segurança Nacional", sob a razão de serem de
importância estratégica para o país. São proibidas as greves nos setores petrolífero,
energético e de telecomunicações. A sociedade responde com mais descontentamento
ainda.52
Em 23 de agosto o MDB indica o General Euler Bentes Monteiro e o senador Paulo
Brossard como candidatos a presidente e vice. No dia 15 de outubro, o Colégio Eleitoral
elege o general João Batista de Oliveira Figueiredo, candidato apoiado pelo então
presidente Geisel, para presidente, com 355 votos, contra 266 do general Euler Bentes.
Em 17 de outubro de 1978, a Emenda Constitucional nº 11 revogou o AI 5.52 Em 1979,
lança a "Anistia", caminho direto a redemocratização e a reforma partidária, que pôs fim
ao bipartidarismo. Essa reforma permitiria a divisão da oposição e como resultado, a
divisão das ideias divergentes que não permitiam a ascensão do MDB.53
Com uma nova estrutura política em 1982 no país, os militares encontram dificuldades
para manter-se no poder, já que as eleições diretas para governadores elegem dez da
oposição, incluindo os de SP, RJ e MG, os mais fortes na disputa política.53
Com a posse de João Baptista de Oliveira Figueiredo e a crise econômica mundial
aumentando aceleradamente, a quebra da economia de muitos países, inclusive do Brasil
se iniciou. As famosas medidas "ortodoxas" impostas por Delfim Netto e pelo banqueiro
ministroMário Henrique Simonsen na economia, vieram a agravar ainda mais a situação
monetária do país, fazendo o PIB despencar 2,5% em 1983. Durante esse período ocorreu
no Brasil um fenômeno inédito na história da economia mundial conhecido
como estagflação.54
Durante o período entre 1983 e 1984, um movimento civil de reivindicação por eleições
presidenciais diretas no Brasil que ficou conhecido como Diretas Já!. A possibilidade de
eleições diretas para a Presidência da República no Brasil se concretizou com a votação
da proposta de Emenda Constitucional Dante de Oliveira pelo Congresso. Entretanto, a
Proposta de Emenda Constitucional foi rejeitada, frustrando a sociedade brasileira. Ainda
assim, os adeptos do movimento conquistaram uma vitória parcial em janeiro do ano
seguinte quando Tancredo Neves foi eleito presidente pelo Colégio Eleitoral.55
Colapso do regime
Ver artigos principais: Pressão social sobre o Regime Militar de 1964, Diretas
Já!, Constituição brasileira de 1988 e Nova República
O final do governo militar de 1964 culminou com a hiperinflação, e grande parte das obras
paralisadas pelos sertões do Brasil. Devido ao sistema de medição e pagamento estatal,
as empreiteiras abandonaram as construções, máquinas, equipamentos e edificações.52
Em 8 de maio de 1985, o congresso nacional aprovou emenda constitucional que acabava
com alguns vestígios da ditadura. Algumas das medidas aprovadas: por 458 votos na
câmara e 62 no senado foi aprovada a eleição direta para presidente (mas em dois
turnos); com apenas 32 votos contra na câmara e 2 no senado, foi aprovado o direito ao
voto para os analfabetos; os partidos comunistas deixaram de ser proibidos; os prefeitos
de capitais, estâncias hidrominerais e municípios considerados de segurança nacional
voltariam a ser eleitos diretamente; o Distrito Federal passou a ser representado no
Congresso Nacional por três senadores e oito deputados federais e acabou com a
fidelidade partidária.52
Finalmente em 28 de junho, Sarney enviou a emenda constitucional que convocava a
Assembleia Nacional constituinte, que foi aprovada em 22 de novembro (Emenda
Constitucional 26). Na verdade, por uma conveniência política, a Constituinte seria
composta pelos mesmos deputados legisladores.52
Eleita em 15 de novembro de 1986 e empossada em 1 de fevereiro de 1987, a constituinte
funcionou até 5 de outubro de 1988 quando foi promulgada a Constituição.52
Estado policial
Ver artigo principal: Anos de chumbo (Brasil)
Atos Institucionais
Ver artigo principal: Atos Institucionais
É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil
uma nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste
momento, não só no espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião
pública nacional, é uma autêntica revolução.
A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz,
não o interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação.
A revolução vitoriosa se investe no exercício do Poder Constituinte. Este se manifesta pela
eleição popular ou pela revolução. Esta é a forma mais expressiva e mais radical do Poder
Constituinte. Assim, a revolução vitoriosa, como Poder Constituinte, se legitima por si
mesma. Ela destitui o governo anterior e tem a capacidade de constituir o novo governo.
Nela se contém a força normativa, inerente ao Poder Constituinte. Ela edita normas
jurídicas sem que nisto seja limitada pela normatividade anterior à sua vitória. Os Chefes
da revolução vitoriosa, graças à ação das Forças Armadas e ao apoio inequívoco da
Nação, representam o Povo e em seu nome exercem o Poder Constituinte, de que o Povo
é o único titular (...)
O Ato Institucional foi redigido por Francisco Campos e baixado pela junta
militar (oficialmente, Comando Supremo da Revolução), constituída pelos Comandantes-
em-Chefe do Exército (General de Exército Arthur da Costa e Silva), da Marinha (Vice-
Almirante Augusto Hamann Rademaker Grunewald) e da Aeronáutica (Tenente-
Brigadeiro Francisco de Assis Correia de Mello)
No dia 10 de abril de 1964, o chamado Comando Supremo da Revolução divulgou o "Ato
do Comando Supremo da Revolução nº 1", que, "nos termos do artigo 10 do Ato
Institucional, de 9 de abril de 1964", suspendia, pelo prazo de dez anos, os direitos
políticos de cem cidadãos, dentre os quais o presidente deposto, João Goulart, o ex-
presidente Jânio Quadros, o secretário-geral do proscrito Partido Comunista
Brasileiro (PCB) Luís Carlos Prestes, os governadores Miguel Arraes, de Pernambuco, o
deputado federal e ex-governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola, o deputado federal
por Roraima e ex-governador do Amazonas Gilberto Mestrinho, o desembargador Osni
Duarte Pereira, o economista Celso Furtado, o embaixador Josué de Castro, o ministro da
Justiça do governo deposto, Abelardo de Araújo Jurema, os ex-ministros Almino Afonso,
do Trabalho, e Paulo de Tarso, da Educação, o presidente da Superintendência da Política
Agrária (Supra) do governo deposto, João Pinheiro Neto, o reitor da Universidade de
Brasília, Darcy Ribeiro, o assessor de imprensa de Goulart, Raul Riff, o jornalista Samuel
Wainer e o marechal Osvino Ferreira Alves, presidente da Petrobrás. A lista ainda incluía
29 líderes sindicais, como o presidente do então extinto Comando Geral dos
Trabalhadores (CGT), Clodesmidt Riani, além de Hércules Correia, Dante Pellacani vice-
presidente da CNTI e do CGT, Osvaldo Pacheco secretário-geral do CGT e Roberto
Morena.61 62
No mesmo dia, foi publicado "Ato do Comando Supremo da Revolução nº 2", cassando o
mandato de 40 membros do Congresso Nacional, que já haviam sido incluídos no ato de
suspensão dos direitos políticos.63 64 62
Jânio Quadros, ex-presidente, um dos expurgados da vida política pelo golpe militar de 1964.
No dia seguinte, 11 de abril, é baixado o Ato do Comando Supremo nº 3,65 que transferiu
para a reserva cento e vinte e dois oficiais das três Forças Armadas (77 do Exército, 14 da
Marinha e 31 da Aeronáutica). Na sequência, o Ato do Comando Supremo n° 4,66 do dia
13 de abril, suspende, por dez anos, os direitos políticos de 62 pessoas - dentre as quais,
36 oficiais já atingidos pelo Ato n° 3. Muitos outros - civis e militares - ainda seriam
atingidos por atos semelhantes, baixados nos dias que se seguiram.
Lei Falcão
Ver artigo principal: Lei Falcão
Em 1974, Ernesto Geisel afirma em discurso sua intenção de modificar a política ditatorial,
ao passo que estabelece os limites de uma nova estrutura política no país. Alessandra
Carvalho cita (do próprio discurso de Geisel) esses limites como um “gradual mais seguro
aperfeiçoamento democrático”.53
Geisel acreditava que seu objetivo seria reafirmado pela população nas eleições
legislativas, que apoiariam a manutenção do regime. Para isso a disputa entre ARENA e
MDB deveria existir de maneira mais eficaz, por este motivo, foi permitida a propaganda
eleitoral em rede nacional e o estimulo a participação popular. No entanto, a oposição
aumenta sua participação política na Câmara de 16% para 44% sua bancada. Vendo o
desenvolvimento do partido, o MDB utiliza a estratégia militar para crescer e se fortalecer.
Esse resultado refletia o apoio da população aos programas que defendiam respeito aos
direitos humanos; revogação do AI-5 e do decreto-lei 477; anistia; fim das prisões, das
torturas, dos desaparecimentos e dos assassinatos de presos políticos.53
Para evitar que este fato acontecesse de novo, Ernesto Geisel promulga a “Lei Falcão” em
1976, derivada do sobrenome do Ministro da Justiça, Armando Falcão, que tinha o objetivo
principal de impedir a politização das eleições, impondo limitações a propaganda eleitoral
nos meios de comunicação. Os candidatos não podiam defender suas plataformas de
campanha, ou criticar o governo. Na televisão, era permitido aparecer a foto do candidato
na tela e a leitura, por um locutor, de um pequeno currículo sobre a sua vida. Além dessa
medida, Geisel cassa o mandato de diversos parlamentares por não cumprirem com o
“gradualismo” demandado pelos militares.67
Pacote de Abril
Ver artigo principal: Pacote de abril
Apesar da distensão, o governo continuava perseguindo a oposição. Em outubro de 1975,
o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado no II Exército, em São Paulo. Três meses
depois, também no II Exército, foi assassinado o operário Manoel Fiel Filho. Geisel reagiu,
demitindo o comandante do II Exército, atual Comando Militar do Sudeste, o general de
exército Ednardo D'Ávila Mello.67
As manifestações colocavam-se abertamente contra a ditadura: jornais independentes,
estudantes, sindicalistas, intelectuais e profissionais liberais, reunidos, questionavam os
rumos da distensão imposta por Geisel. Quanto mais a oposição crescia, mais o governo
reagia. Em 1º de abril de 1977, para assegurar a manutenção do regime e vitória da
ARENA, decreta um recesso temporário do Congresso e lança o "Pacote de Abril".67
As novas regras determinavam que um terço dos senadores seriam eleitos indiretamente;
a Constituição poderia ser alterada somente com a maioria absoluta, não mais com os dois
terços antes exigidos; os governadores de estado seriam eleitos indiretamente (1978);
limitou o acesso à radio e à televisão e a bancada de deputados federais passou a ser
calculada pela totalização da população, não mais pelo número de eleitores. Como
resposta, instituições como a OAB e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), além de
setores da Igreja Católica, atacam a atuação dos militares, denunciando crimes aos
direitos humanos.67
Lei de Segurança Nacional
Ver artigo principal: Lei de Segurança Nacional
No dia 3 de Março de 1967 é mandada cumprir a primeira Lei de Segurança Nacional do
regime militar. O crime de opinião, o crime político, o crime de subversão, o
enquadramento de qualquer cidadão à Lei de Segurança Nacional, sua expulsão do Brasil
e a vigilância de seus familiares, bem como a indisponibilidade dos seus bens, estavam
agora institucionalizados e eram legais.62
Com a nova constituição promulgada em 24 de janeiro de 1967, Castello Branco faz a
ditadura militar ser legalizada e a implantação do estado de exceção passa a ser
constitucional. Em 29 de dezembro de 1978, é sancionada a nova lei de segurança
nacional, que prevê penas mais brandas, possibilitando a redução das penas dos
condenados pelo regime militar. Decreto possibilita o retorno de banidos pelo regime.62
Em função dos acontecimentos que começaram a se radicalizar, aumentando os casos de
sequestro, assaltos a bancos para financiar o combate a ditadura, assassinatos de
recrutas das Forças Armadas para roubo de armas e munições, no dia 18 de setembro de
1969 os ministros militares e ministros civis que assumiram ao governo mandam aprovar
nova Lei de Segurança Nacional, que institucionalizou a pena de morte e a prisão
perpétua em território brasileiro, contudo por engano de interpretação, já que a pena de
morte já era prevista na Constituição vigente e também continuou prevista na Constituição
Cidadã de 1988, nos casos de crimes militares cometidos em tempo de guerra e conflito
armado.68
Serviço Nacional de Informações
Ver artigo principal: Serviço Nacional de Informações
Logo após a eclosão do golpe, no dia 13 de junho de 1964, foi criado o Serviço Nacional
de Informações (SNI), onde eram catalogados e fichados aqueles que eram considerados
inimigos do Estado. Dirigentes do SNI, caso achassem oportuno, expediam ordens de
vigilância, quebra de sigilo postal e telefônico daqueles suspeitos que eram considerados
perigosos à Segurança Nacional.62
O SNI substituiu o Departamento Nacional de Propaganda (DNI), que por sua vez havia
substituído o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que substituiu o
Departamento de Propaganda e Difusão Cultural (DPDC) que em 1934 havia substituído
o Departamento Oficial de Propaganda, DOP. Logo, seu acervo era gigantesco, pois,
detinha informações de milhares cidadãos brasileiros.62
O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), uma entidade fundada em 2 de
fevereiro de 1962, cujo financiamento foi procedido por empresas brasileiras e
estrangeiras, forneceu milhares de dossiês, gravações de grampos telefônicos e
documentos ao SNI, pois seu comandante, o general Golbery do Couto e Silva era diretor
do instituto.62
O SNI coordenava e catalogava todas as informações que poderiam ser relevantes:
cidadãos e suas ações eram rastreados, grampeados, fotografados. O principal foco no
rastreamento e na interceptação de informações eram os movimentos de esquerda. O
serviço foi mantido durante o governo do Presidente José Sarney (1985-1990) com uma
estrutura denominada de "comunidade de informações" que contava com 248 órgãos
integrantes do sistema do SNI.69
Repressão
Quartel do 1º B.P.E. sede do DOI-CODI Rio de Janeiro, usado como centro de tortura durante a ditadura
militar.70
A população era massificada pela propaganda institucional e pela propaganda nos meios
de comunicação, que ou eram amordaçados pela censura ou patrocinavam a ditadura com
programas de televisão como: Amaral Neto, o Repórter; Flávio Cavalcanti, entre outros,
com audiência de até dez milhões de telespectadores em horário nobre, número muito
expressivo para a época. Havia muitos programas locais com farta publicidade também de
cunho institucional, as maravilhas e a grandeza do país eram enaltecidas,slogans eram
distribuídos fartamente em todos os meios de comunicação. Nesta época, foram liberados
milhões de dólares a juros baixos para a montagem de centenas de canais de televisão e
ampliação das grandes redes de alcance nacional. O ministério das Comunicações e a
Delegacia Nacional de Telecomunicações, Dentel, liberaram milhares de canais de rádio e
de televisão, a fim de possibilitar a formação de uma rede nacional de telecomunicações
de alcance continental.
A censura aos meios de comunicação era executada pelo CONTEL,75 comandado
pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) e pelo DOPS, proibiu toda e qualquer exibição
em território nacional de filmes, reportagens, fotos, transmissão de rádio e televisão, que
mostrassem tumultos em que se envolvessem estudantes. As apresentações na televisão
exibiam um certificado contendo os dados da empresa de comunicações responsável
rubricado pelos censores de plantão.
Violações aos direitos humanos
Ver artigos principais: Desaparecidos políticos no Brasil, Anos de Chumbo, Comissão
Nacional da Verdade e Grupo Tortura Nunca Mais
Ver também: Direitos humanos no Brasil e Tortura no Brasil
A ditadura militar foi instituída pela violação dos direitos políticos de todos os cidadãos
brasileiros, pois depôs um governo democraticamente eleito, e pela supressão de direitos
e garantias individuais pelos sucessivos Atos Institucionais (AI) e leis decretados pelos
chefes do regime. Entre 1968 e 1978, sob vigência do AI-5 e da Lei de Segurança
Nacional de 1969, ocorreram os chamados Anos de Chumbo, caracterizados por um
estado de exceção total e permanente, controle sobre a mídia e a educação e
sistemática censura,prisão, tortura, assassinato e desaparecimento forçado de opositores
do regime. A prisão arbitrária por tempo indeterminado (suspensão do habeas corpus) e a
censura prévia foram especialmente importantes para a prática e acobertamento da
tortura. A legalidade democrática, porém, só foi estabelecida a partir de 1988, com
a Assembléia Nacional Constituinte e as eleições diretas para o poder legislativo e o poder
executivo em nível municipal, estadual e federal.
A partir de 1975, o regime civil-militar brasileiro aliou-se secretamente aos regimes
semelhantes no Ditadura de Pinochet, Regime militar paraguaio, Regime militar uruguaio,
e, a partir de 1976, Regime militar argentino, para a implementação da Operação Condor.
Consistia em um plano secreto de extermínio da oposição política aos regimes de
extrema-direita do Cone Sul e na Europa,76 cujos resultados foram, no mínimo, 85 mil
mortos e desaparecidos e 400 mil torturados além de mais de mil estrangeiros expulsos do
Brasil.77 O regime militar brasileiro foi considerado o líder da Operação Condor.78
Paulo Evaristo Arns e Hélder Câmara, fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil, que lutaram pelos direitos humanos nos tempos do integralismo, no governo
deGetúlio Vargas, também passaram a contestar o regime militar.79 A CNBB, que
inicialmente havia celebrado o golpe com agradecimentos a Nossa Senhora Aparecida,
também acabou por se constituir em força de resistência ao regime.80
A Comissão de Anistia, desde 2001, recebeu 70 mil requerimentos de compensação por
perseguições sofridas durante o governo militar.81 Estima-se que, no mínimo, 50 mil
pessoas foram presas, no mínimo 20 mil torturadas, e outros milhares foram exilados e
cassados.82 Expulsões das universidades e do serviço público eram outros instrumentos
de repressão política.
Em 9 de junho de 2013, o presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro
e da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Wadih Damous,83 pediu à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que demita o seu diretor
geral adjunto, Ronaldo Martins Belham, por este ser filho do general da reserva
remunerada José Antonio Nogueira Belham, chefe do DOI-Codi do Rio de Janeiro na
época em que ex-deputado federal Rubens Paiva foi cruelmente morto, em 1971, após ter
sido preso no Rio de Janeiro. A Presidenta Dilma Rousseff, apesar de ser vítima das
torturas no regime militar (1964-1984), mantém simpatizantes do período autoritário em
cargos comissionados relevantes da Administração Federal, a exemplo do referido diretor
da Abin.
Grande parte da imprensa, os chamados "Diários Associados", que eram compostos por
revistas, rádios, jornais e emissoras de TV, como O Globo, Rede Globo, Folha de São
Paulo, Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Estado de São Paulo festejaram a
deposição do governo de Goulart. Contrariando essa tendência, apenas o jornal Última
Hora combateu o golpe, o que levou o seu diretor Samuel Wainer a exilar-se. Em 1 de abril
de 1964, o jornal O Estado de S. Paulo trazia o seguinte texto: "Minas desta vez está
conosco (...) dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela
mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao
caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições." No Jornal do Brasil se lia:
"Desde ontem se instalou no País a verdadeira legalidade ... Legalidade que o caudilho
não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a
hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos
comunistas".95 A edição do jornal O Globo de 2 de abril de 1964 dizia: "Salvos da
comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos
militares que os protegeram de seus inimigos". E O Estado de Minas trazia em 2 de abril:
"O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória
do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular
defronte ao Palácio da Liberdade."95 A edição de 4 de abril trazia: "Ressurge a
Democracia! Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas,
independentemente das vinculações políticas simpáticas ou opinião sobre problemas
isolados, para salvar o que é de essencial: a democracia, a lei e a ordem".95 Segundo
a Fundação Getúlio Vargas, "(…) o golpe militar foi saudado por importantes setores da
sociedade brasileira. Grande parte do empresariado, da imprensa, dos proprietários rurais,
da Igreja católica, vários governadores de estados importantes (como Carlos Lacerda,
da Guanabara, Magalhães Pinto, de Minas Gerais, e Ademar de Barros, de São Paulo) e
amplos setores de classe média pediram e estimularam a intervenção militar, como forma
de pôr fim à ameaça de esquerdização do governo e de controlar a crise econômica."96
O sentimento de festa de então, que fez vistas grossas à deposição sem amparo legal do
governo democraticamente eleito de Goulart, se torna em desilusão com a atuação do
governo militar e passa a criticar as ações arbitrárias da Junta Militar e, depois, de Castelo
Branco. A Revista Civilização Brasileira em seu primeiro número (março de 1965), no
artigo "terrorismo cultural", diz que "(…) não se limitará a um nacionalismo sentimentalista
e estreito, nem se deixará envolver pelo projeto geopolítico ou o planejamento estratégico
continental que o Departamento de Estado e o Pentágono promovem e que alguns dos
nossos políticos colocam em ação".97
A ditadura determinou censura aos órgãos de imprensa e sua Assessoria Especial de
Relações Públicas (AERP) funcionava como uma espécie de agência de propaganda. O
material de propaganda era reproduzido nos jornais, rádios, cinemas e principalmente na
televisão. A AERP produzia ainda músicas que enalteciam as realizações da ditadura:
muitas eram cantadas obrigatoriamente nas escolas.98 Em 22 de novembro de 1968, foi
criado o Conselho Superior de Censura, baseado no modelo norte-americano de 1939,Lei
da Censura (5.536, 21 de novembro de 1968). O motivo oficialmente propalado era a
infiltração de agentes comunistas nos meios de comunicações, lançando notícias falsas de
tortura e desmandos do poder constituído. A hipotética função era centralizar e coordenar
as ações dos escritórios de censura espalhados pelo país. Também foram criados
tribunais de censura, com a finalidade de julgar rapidamente órgãos de comunicações que
burlassem a ordem estabelecida, com seu fechamento e lacramento imediato em caso de
necessidade institucional.99
Cartaz de 2009, que estiliza a foto oficial do alegado suicídio do jornalistaVladimir Herzog, é utilizado por
manifestantes na porta do jornal Folha de S.Paulo, em protesto contra um editorial do jornal que teria
chamado a ditadura militar de "ditabranda".
Apesar do desmonte do Estado de Direito, a ditadura queria passar a ideia de que estava
protegendo a democracia dos seus inimigos: os "comunistas". Organizados em entidades
como a UNE e a UEE, os estudantes eram - aos olhos dos militares - um dos setores mais
identificados com a esquerda e com o comunismo. Eram qualificados de subversivos e
desordeiros, numa pretensão clara de justificar a violenta perseguição que se seguiu. Os
estudantes reagiam à Lei Suplicy de Lacerda, que proibia os estudantes de organizarem
suas entidades e realizarem atividades políticas, com manifestações públicas cada vez
mais concorridas contra a privatização e a ditadura militar.
O SNI, criado com o objetivo principal de reunir e analisar as informações relativas à
segurança nacional, tornou-se um poder político paralelo ao Executivo atuando como
"polícia política". Cada vez mais repressor, o governo da ditadura fechou a Universidade
de Brasíliano dia 11 de Outubro de 1965, e transferiu para a justiça militar o julgamento
dos civis acusados de "criminosos políticos". O campus da UNB é invadido por tropas e
pela polícia. Professores e funcionários são expulsos da Universidade e demitidos, muitos
por reagirem acabam presos por desacato à autoridade. Alunos foram presos, espancados
e torturados, alguns com certa gravidade, sob alegação de cometerem crime
de subversão.
Além da luta específica, pela ampliação de vagas nas universidades públicas e por
melhores condições de ensino, as manifestações estudantis acabaram se transformando
em palco da sociedade desejosa do restabelecimento da democracia. O ano de 1968 foi
marcado pela luta contra a ditadura, que atraia cada vez mais participantes: profissionais
liberais, artistas, religiosos, operários, donas-de-casa. O movimento contra a direita e o
estabelecimento do sistema foi mundial naquele ano, com movimentos no mundo todo,
tanto nos países do Bloco capitalista quanto o Bloco comunista assim como nos países
não alinhados.
No Brasil as manifestações públicas eram cada vez mais reprimidas pela polícia.
A direita mais agressiva formou o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) que, entre
outros atos, metralhou a casa de Dom Hélder Câmara, em Recife.
Uma manifestação contra a má qualidade do ensino, no restaurante estudantil Calabouço,
no Rio de Janeiro, sofreu violenta repressão pela polícia e resultou na morte do
estudante Edson Luís de Lima Souto. A reação dos estudantes foi imediata. A eles se
aliaram setores progressistas da Igreja Católica e da sociedade civil, culminando em um
dos maiores atos públicos contra a repressão, a passeata dos cem mil.
Ocupação da Universidade de Brasília
Em Setembro, a Polícia Militar ocupou a Universidade de Brasília novamente, o então
deputado do MDB, Márcio Moreira Alves, do Rio de Janeiro, sugeriu que em resposta à
repressão militar a população boicotasse o desfile de 7 de setembro de 1968, e as moças
não namorassem oficiais enquanto estes não denunciassem a violência.
Em Ibiúna, São Paulo, 12 de outubro de 1968, durante o 30º Congresso da UNE, a polícia
invadiu a reunião e prende 1240 estudantes, muitos são feridos, alguns gravemente;
quando levados para a prisão são torturados e muitas moças abusadas sexualmente pelos
policiais. Aqueles que tentam protestar contra a violência são espancados e humilhados
publicamente, os familiares que tentam entrar com habeas-corpus são fichados pelo SNI e
ameaçados pelas forças de segurança. Alguns pais, por serem funcionários de instituições
públicas, perdem seus empregos e são perseguidos pelas forças de repressão; alguns
repórteres que presenciaram os espancamentos tiveram seus equipamentos destruídos
pelos policiais.
Perseguição política
No dia 30 de dezembro de 1968, foi divulgada uma lista de políticos cassados: onze
deputados federais, entre os quais o comunista Márcio Moreira Alves. Até mesmo Carlos
Lacerda, que tramou diversos golpes nos anos 1950 e 60, teve os direitos políticos
suspensos. No dia seguinte, o presidente Costa e Silva falou em rede de rádio e TV,
afirmando que o AI-5 havia sido não a melhor, mas a única solução e que havia salvado a
democracia e estabelecido a volta às origens do regime. Segundo ele, para "evitar a
desagregação do regime", era necessário cercear os direitos políticos dos cidadãos e
aumentar em muito os poderes do presidente, mesmo sem o aval popular.Em 16 de
janeiro, de 1969 foi divulgada nova lista de quarenta e três cassados, com trinta e cinco
deputados, dois senadores e um ministro do STF, Peri Constant Bevilacqua. O Poder
Judiciário passou a sofrer intervenções do Poder Executivo quando de seus
julgamentos.104 No dia 16 de janeiro de 1969, são cassadosMário Covas e mais 42
deputados, quando são "estourados" diversos "aparelhos comunistas".105
Sem autonomia, o Congresso Nacional continuou aberto apenas para demonstrar aos
outros países que havia normalidade política e administrativa e que, apesar do desmonte
do Estado de Direito, a ditadura estava protegendo o país dos seus inimigos:
os comunistas. Os textos legais eram aprovados sem o voto dos congressistas. O governo
impôs o decurso de prazo, manobra utilizada para legalizar o ilegítimo e inviabilizar
qualquer propositura de emendas ao orçamento do governo e, ainda, a discussão e
votação dos projetos enviados pelo poder executivo. O Congresso, eventualmente, era
palco de denúncias de alguns parlamentares da oposição que, na maioria das vezes, não
encontravam espaço na imprensa para fazê-las: os anais do Congresso registravam os
protestos e o assunto logo caía no esquecimento.
Quando se sentia ameaçado, o governo ditatorial cassava os deputados de postura mais
oposicionista. Em 1966, a ditadura militar cassou diversos deputados da oposição e fechou
o Congresso Nacional. Foram presos os integrantes do partido oposicionista que
protestaram em plenário contra o AI-3, sob suspeita de subversão e sabotagem ao espírito
da revolução, segundo a imprensa. Muitos políticos acabaram desistindo da vida pública,
tal a pressão sofrida e tal o clima de terror institucionalizado, deixando desta forma terreno
para o partido situacionista agir livremente. Paralelamente, grandes empresas
empreiteiras, financiadoras do golpe de 1964, ganharam as concorrências para o início e
execução de grandes obras de engenharia. O Banco do Brasil, recebendo dinheiro do BID,
liberou empréstimos para a compra de máquinas, equipamentos e implementos
rodoviários para a construção de obras de infraestrutura. Castelo Branco reabriu o
Congresso impondo o projeto de uma nova Constituição, sem a instalação de
uma Assembleia Constituinte. Sem debates, sem contraditórios, no dia 24 de janeiro de
1967, a Constituição de 1967 foi aprovada.
Sindicatos e greves
Entre os maiores adversários políticos que os militares da ditadura percebiam como sendo
perigosos, de esquerda e/ou comunistas estavam os sindicatos. Castelo Branco usou a lei
trabalhista para eliminar a oposição sindical, interveio em sindicatos e afastou seus líderes.
O governo passou a definir a política salarial, reorganizando o Conselho Nacional de
Política Salarial de João Goulart.nota 2 Os ministros Roberto Campos e Octávio
Bulhões criaram regras complexas para o cálculo do aumento de salários: reajuste a cada
doze meses; aplicação do reajuste com base na média salarial dos últimos dois anos e na
produtividade dos últimos doze meses; e, ainda, com base no reajuste da inflação residual
do ano seguinte previsto pelo governo.106 Em pouco mais de um ano, a ditadura impôs
intervenção federal em cerca de quinhentos sindicatos: as diretorias foram destituídas e
interventores nomeados pelo governo. Os dirigentes sindicais deveriam ter seus nomes
aprovados pelo Ministério do Trabalho.33 nota 3
Em julho, ocorreu a primeira greve no período da ditadura militar, em Osasco, liderada
por José Ibrahim. A linha dura, representada, entre outros, pelo general-de-exércitoAurélio
de Lira Tavares, Ministro do Exército, e pelo general-de-exército Emílio Garrastazu Médici,
chefe do SNI, começou a exigir medidas mais repressivas e combate às ideias
consideradas subversivas pelo regime.
A política de arrocho salarial, além de diminuir o salário real dos trabalhadores, acabou
promovendo uma concentração de rendimentos, considerada uma das "mais
escandalosas" em todo o mundo.107 Em todos os anos da ditadura e renda real
(descontada a inflação) média dos trabalhadores caiu. Na luta contra a ditadura, dezenas
de líderes sindicais foram presos, outros optaram pelo exílio.
No governo Geisel, apesar da força das medidas de repressão, a oposição continuava
crescendo. As greves do ABC Paulista aprofundaram a crise da ditadura. Os trabalhadores
exigiam reposição salarial com base nos índices de inflação de 1973. De acordo com o
Banco Mundial, os índices foram manipulados pelo governo Médici: o Ministro da Fazenda
determinava que a inflação não fosse superior a 15%, mas o Banco Mundial estimara
inflação próxima a 25% (1973).33
Luta armada de movimentos de esquerda
Ver artigo principal: Luta armada de esquerda no Brasil
Foto da ficha de Dilma Rousseff no Departamento de Ordem Política e Social(DOPS) de São Paulo,
registrada em janeiro de 1970.
Logo após a tomada do controle do governo brasileiro pelo regime militar, movimentos
de esquerda por todo o país começaram a tomar diversos tipos de ações para
desestabilizar e, por fim, derrubar o regime autoritário ditatorial.
A respeito da tática de guerrilha, usada por parte da oposição esquerdista ao regime
militar, o seu maior incentivador foi Carlos Marighella, que assim se posicionou sobre
guerrilhas, especialmente sobre a guerrilha rural como a "guerrilha do Araguaia':
A esquerda alega ter iniciado as guerrilhas como reação ao AI-5. Outras fontes porém
afirmam que dezenove brasileiros foram mortos por guerrilheiros antes ter sido baixado o
AI-5. Entre eles, estava o soldado Mário Kozel Filho morto em junho de 1968 em ação
da VPR, e os mortos do Atentado do Aeroporto dos Guararapes, supostamente por ação
da Ação Popular (esquerda cristã), em 1966.108 Concomitantemente a uma tímida abertura
política, no governo Geisel, na mesma época em que a "resistência democrática" do MDB
saia vitoriosa nas eleições de 15 de novembro de 1974 fazendo 16 das 21 cadeiras de
senador em disputa, as guerrilhas acabaram perdendo força. Isso também se deveu a
operações repressivas governamentais que visavam eliminar a oposição (fosse armada,
ou não armada que apoiasse a guerrilha), e que ocasionou o fim da Guerrilha do Araguaia,
ocorrido entre 1973 e 1974.109 Em entrevista à revista IstoÉ, concedida no ano de 2004,
um general afirmou que, concluiu-se em 1973 que "ou se matava todo mundo ou essas
guerrilhas nunca mais teriam fim”.110
As famílias dos presos, mortos e desaparecidos no período, que foram identificados, foram
indenizadas pelo governo brasileiro a partir da década de 1990. De acordo com o livro
“Direito à memória e à verdade”, publicado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos
do governo Lula, 475 pessoas morreram ou desapareceram por motivos políticos naquele
período111 . As indenizações somam mais de R$ 4 bilhões.112 O processo indenizatório é
alvo de críticas, como a de que seria injusto por considerar a renda perdida e não o dano
causado pelo Estado113 que indenizaria pessoas que não fariam juz ao benefício.114
Cerca de 119 pessoas foram mortas por guerrilheiros de esquerda no mesmo período,
segundo dados do jornalista Reinaldo Azevedo.115 116 117 118 Algumas vítimas dos
guerrilheiros também foram indenizados. A família do soldado Mário Kozel Filho foi
indenizada com pensão mensal de 1.150 reais. Kozel Filho teve seu corpo dilacerado num
atentado assumido pelo grupo do guerrilheiro Carlos Lamarca.119 Orlando Lovecchio, que
perdeu a perna em explosão planejada por guerrilheiros de esquerda, recebe uma pensão
vitalícia de R$571.120
Principais ações
O atentado no Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, em 25 de julho de
1966, visando atingir o candidato a presidente Costa e Silva. Foram mortos o jornalista
Edson Regis de Carvalho e o almirante Nelson Gomes Fernandes e mais 20 feridos
graves.
No dia 4 de novembro de 1969, o deputado Carlos Marighella, líder da Aliança Libertadora
Nacional (ALN), foi morto a tiros, na Alameda Casa Branca, em São Paulo. Esta operação
teve a participação direta do delegado Sérgio Paranhos Fleury, considerado como um dos
mais brutais torturadores deste período. Coube ao Delegado Fleury, entre outras
operações, a eliminação de Carlos Lamarca, o mesmo que matou, a coronhadas, o
tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Alberto Mendes Júnior, que foi torturado
antes de morrer.121
A histórica imagem mostra os 13 presos políticos trocados pelo embaixador estadunidenseCharles Burke
Elbrick - os últimos dois subiriam a bordo do Hércules C-56 no meio da viagem - na base aérea do
Galeão, no Rio de Janeiro, antes de partirem para o exílio no México.
Cultura popular
Executivo[Expandir]
Legislativo[Expandir]
Judiciário[Expandir]
Federação[Expandir]
Outras instituições[Expandir]
Ordem política[Expandir]
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Índice
[esconder]
1 Política externa
o 1.1 Governo Lula
o 1.2 Governo Rousseff
2 Relações multilaterais
o 2.1 África
2.1.1 Política regional
o 2.2 Organizações internacionais
3 Relações bilaterais
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
A política externa do Brasil reflete a posição do país como potência emergente, detentor
de amplo território, de economia pujante (sétima maior do mundo, em 2012), de vastos
recursos naturais e grande população e biodiversidade. Por tais características, a
presença do país tem sido recorrente nas negociações de acordos internacionais relativos
a temas comodesenvolvimento sustentável, comércio internacional (Rodada de Doha),
combate à pobreza e reforma de instituições multilaterais como Nações Unidas e Fundo
Monetário Internacional, entre outros. A política externa brasileira tem sido geralmente
baseada nos princípios do multilateralismo, na pacífica solução de controvérsias e na não-
intervenção nos assuntos de outros países.2 O Brasil se engaja na diplomacia multilateral
por meio da Organização dos Estados Americanos(OEA) e das Nações Unidas, e tem
aumentado seus laços com os países em desenvolvimento da África e da Ásia. O país é
atualmente o líder de uma força multinacional de estabilização da ONU no Haiti,
a MINUSTAH. Em vez de perseguir prerrogativas unilaterais, a política externa brasileira
tende a enfatizar a integração regional, primeiro através do Mercado Comum do
Sul (Mercosul) e, mais recentemente, da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL). O
Brasil também está empenhado na cooperação com outras nações de língua
portuguesa,3 através de acordos e colaborações com o resto domundo lusófono, em vários
domínios que incluem a cooperação militar, ajuda financeira e o intercâmbio cultural. Isto é
feito no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por
exemplo.4 Por fim, o Brasil também está fortemente empenhado no desenvolvimento e na
restauração da paz no Timor-Leste, onde o país tem uma influência muito poderosa.5
Os empreendimentos políticos, empresariais e militares do Brasil são complementados
pela política comercial do país. No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores continua a
dominar a política comercial, fazendo com que os interesses comerciais brasileiros
possam ser usados, às vezes, no objetivo maior da política externa do país, ou seja,
aumentar a influência do Brasil na América Latina e no mundo.6 Por exemplo, a celebração
de acordos comerciais significativos com países desenvolvidos (como os Estados Unidos e
a União Europeia) provavelmente seria benéfica para os interesses econômicos de longo
prazo do Brasil, no entanto, o governo brasileiro tem priorizado seu papel de liderança
dentro dos laços comerciais do Mercosul e ampliado sua presença econômica em países
da África, Ásia e Oriente Médio.
A diplomacia soft power do Brasil envolve estratégias institucionais, tais como a formação
de coalizões diplomáticas para restringir o poder das grandes potências já
estabelecidas.7 Nos últimos anos, tem dado prioridade em estabelecer um diálogo político
com outros atores globais estratégicos como a Índia, Rússia, China e África do Sulatravés
da participação em grupos internacionais, como BASIC, IBAS e BRICS. Os
países BRIC têm sido os pioneiros mais poderosos na mudança incremental na diplomacia
mundial e os que mais se beneficiaram das mudanças de poder no planeta.7
Líderes dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) durante a primeira cúpula do grupo, em 2009.
Foto oficial fos participantes da Cúpula Brasil - Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental,
em 2010, na Ilha do Sal,Cabo Verde.
As relações entre o Brasil e os países africanos não estão restritas ao campo comercial e
econômico, abrangem também laços históricos e culturais, uma vez que sofreram
o imperialismo europeu: colonialismo e neocolonialismo.
O Brasil integra algumas organizações internacionais juntamente com países africanos.
Entre elas, destaca-se a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que
reúne, entre outros países lusófonos, o Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-
Bissau eSão Tomé e Príncipe. Além dessa, há a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico
Sul, integrada por países banhados pelo Oceano Atlântico em sua porção meridional; e
a União Latina, semelhante à CPLP, mas que abrange também a Costa do
Marfim, Senegal e outros países do mundo de línguas neolatinas.
Apesar das viagens recentes presidenciais brasileiras ao continente, as relações
comerciais são pequenas na parcela total de negócios e elas estão concentradas
na Nigéria, Angola e África do Sul e nas empresas Vale e a Petrobras.12
No campo agrícola, o Brasil tem investido na produção africana através da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com o objetivo de ter o mercado africano
aberto às indústrias brasileiras que atuam na área agrícola, como a maquinária,
agroquímica e deinfraestrutura logística.13
Projetos de aproximação também são desenvolvidos no campo cultural-acadêmico, um
exemplo recente é o Projeto Brasil-África do Instituto de Estudos Brasileiros da
Universidade de São Paulo (IEB-USP), que pretende disponibilizar eletronicamente seus
textos sobre as relações entre África e Brasil até o fim de 2010.14 Em 27 de abril de 2010,
o Brasil e a República Centro-Africana estabeleceram relações diplomáticas. Esse foi o
último dos Estados africanos a relacionar-se com o Brasil.15 .
Política regional[editar | editar código-fonte]
Dinamarca 1828
O Brasil tem uma embaixada em Copenhagen e a D
e Rio de Janeiro.31
Estados Unidos 26 de maio de 1824 Ver Relações entre Brasil e Estados Unidos
Filipinas 1946
Em junho de 2009, o Brasil e as Filipinas assinaram
Filipinas e o Brasil assinaram seis memorandos de
renováveis e cooperação agrícola.35
Itália 1861
Desde a criação do Estado italiano, em 1861, três f
imigração de massa ao termo do século XIX, enten
desde 1949.
Na era da globalização, de 1990 aos dias atuais, as
italiano ao lado da ascensão brasileira.O passado se
influência étnica e cultural.
Noruega 1905
Palestina 1975 Ver Relações entre Brasil e Palestina
Paquistão Ver Relações entre Brasil e Paquistão
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referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Material sem fontes poderá ser removido.
—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)
Brasil
Índice
[esconder]
1 Fatores favoráveis
o 1.1 Fatores econômicos
o 1.2 Fatores geográficos
o 1.3 Fatores militares
2 Fatores contrários
3 Referências
4 Ver também
5 Ligações externas
O Brasil é a sexta maior economia do mundo por PIB nominal e a setima por paridade de
compra. A partir dos anos 1990 o país conquistou estabilidade econômica, atraindo
investimentos estrangeiros. Em 2008, o PIB brasileiro atingiu a marca de 2,030 trilhões de
dólares passando países como Canadá, Itália e Reino Unido e se aproximando da França.
As exportações triplicaram em cinco anos de aproximadamente 60 bilhões de dólares
em 2002 para mais de 200 bilhões de dólares em2008.
O Brasil é o maior detentor de bacias de águas doce do mundo e possui a 9ª maior
reserva de petróleo do mundo após a confirmação em novembro de 2007, na bacia de
Santos, do estoque do pré-sal que vem sendo estudado desde os anos 1980.
Suas reservas econômicas internacionais estão na cifra de 335 bilhões de
dólares.3 O real se consolidou como uma moeda forte e de intensa atuação na zona latino-
americana. É um dos maiores fomentadores de atividades (fora os países desenvolvidos)
nos continentes americano e africano através doBNDES e empresas públicas e privadas.
Possui empresas de abrangência mundial nos campos petrolífero (Petrobras), exploração
mineral (Vale S.A.), construção de aviões (Embraer), siderurgia (Gerdau), gráfica de
segurança (Casa da Moeda do Brasil), telecomunicações (Rede Globo), alimentos (Brasil
Foods), bebidas (AmBev), engenharia (Odebrecht) e máquinas elétricas (WEG), o que lhe
oferece razoável vantagem em penetração comercial em diversos continentes.
O Brasil é uma das nações G4, que buscam assentos permanentes no Conselho de
Segurança da ONU.
O Brasil possui a sexta maior reserva de urânio e já o enriquece a um grau de 3,8% e 4%
e pretende aumentá-lo para a 6%.4
Fatores geográficos[editar | editar código-fonte]
O Brasil possui a quinta maior população do mundo e também a quinta maior extensão de
terra do mundo. O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta, contando com cerca de
18% da biota global (2), um litoral de mais de 7.000 km, que permite um fácil escoamento
da produção para o oceano Atlântico através dos vários portos existentes no país, e uma
diversidade climática que propicia variada produção agrícola e industrial.
Fatores militares[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Forças Armadas do Brasil
O Brasil nunca passou por um momento histórico que o obrigasse a se militarizar, exceto
durante a Guerra do Paraguai, sempre tendo boas relações com todos os países, mas
este quadro tende a mudar devido ao objetivo do Brasil de obter um assento permanente
no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil está coordenando a maior atividade militar
em atuação no continente americano, estando à frente da MINUSTAH, força de paz
(estabilizadora) atuando no Haiti. Oficialmente o país não possui ogivas nucleares, mas é
o único país da América Latina que domina o uso da energia nuclear[carece de fontes].
Outrossim, conforme citado acima, o Brasil possui a 6ª maior reserva de urânio do mundo,
sendo o enriquecimento desta substância necessário para a fabricação de armas
nucleares, tendo já a tecnologia necessária para a construção delas. Os gastos
doBrasil com as forças armadas chegam a 13,94 bilhões de dólares, mas as previsões são
de que em 2008 foram investidos em torno de 18 bilhões de dólares, possuindo odécimo
terceiro maior orçamento militar do planeta. O país também possui um grande número de
soldados, já que o alistamento militar é obrigatório, fazendo do exército brasileiro um dos
maiores do mundo. O país tem a maior aeronáutica, marinha e exército da América
Latina e mantém distinta superioridade em aparatos militares, com exceção na força
aérea, onde Chile e Venezuela possuem relativa paridade devido a aquisições recentes.5
Referências
História do Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Parte de uma série sobre a
História do Brasil
Era pré-cabralina[Expandir]
Colônia (1530–1815)[Expandir]
Império (1822-1889)[Expandir]
Constituições[Expandir]
Listagens[Expandir]
Temáticas[Expandir]
ver • editar
Portal Brasil
v•e
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Índice
[esconder]
1 Periodização
2 Período pré-descobrimento (até 1500)
3 Período colonial (1500-1815)
o 3.1 A chegada dos portugueses
o 3.2 Expedições exploratórias
o 3.3 Extração de pau-brasil
o 3.4 Administração colonial
3.4.1 Capitanias do Mar (1516-1532)
3.4.2 Capitanias hereditárias (1532-1549)
3.4.3 Governo-Geral (1549-1580)
3.4.3.1 Tomé de Sousa
3.4.3.2 Duarte da Costa
3.4.3.3 Mem de Sá
3.4.4 União Ibérica (1580-1640)
3.4.5 Estado do Maranhão e Estado do Brasil (1621-1755)
o 3.5 Invasão holandesa (1630-1654)
o 3.6 Insurreição Pernambucana (1645-1654)
o 3.7 Economia colonial
o 3.8 O Ciclo do Ouro
o 3.9 A Sociedade Mineradora e as Camadas Médias
o 3.10 Invasões estrangeiras e conflitos coloniais
o 3.11 Inconfidência Mineira
o 3.12 Conjuração Baiana
o 3.13 Principado do Brasil
o 3.14 Mudança da Corte e Abertura dos Portos
4 Reino (1815-1822)
o 4.1 Elevação a Reino Unido
o 4.2 Revolução no Porto e Retorno de D. João VI
5 Império (1822-1889)
o 5.1 Primeiro reinado
5.1.1 Confederação do Equador (1824)
o 5.2 Período regencial
o 5.3 Segundo reinado
o 5.4 Libertação dos escravos
6 República (1889-presente)
o 6.1 Primeira República (1889-1930)
6.1.1 Conflitos
6.1.2 República do Café com Leite
o 6.2 Era Vargas (1930-1945)
6.2.1 A Revolução de 1930 e o Governo Provisório
6.2.2 O período constitucional de Getúlio Vargas
6.2.3 O Estado Novo
o 6.3 República Nova (1945-1964)
o 6.4 Regime Militar (1964-1985)
o 6.5 Nova República (1985-presente)
7 Ver também
o 7.1 Listas
o 7.2 Generalidades
o 7.3 Regionais
o 7.4 Temáticas
8 Notas
9 Referências
10 Bibliografia
11 Ligações externas
Quando descoberto pelos portugueses em 1500, estima-se que o atual território do Brasil
(a costa oriental da América do sul), era habitado8 por 2 milhões de indígenas,9 10 do norte
ao sul.
A população ameríndia era repartida em grandes nações indígenas compostas por vários
grupos étnicos entre os quais se destacam os grandes grupos tupi-guarani, macro-
jê e aruaque. Os primeiros eram subdivididos em guaranis, tupiniquins e tupinambás, entre
inúmeros outros. Os tupis se espalhavam do atual Rio Grande do Sul ao Rio Grande do
Norte de hoje.11 Segundo Luís da Câmara Cascudo,12 os tupis foram «a primeira raça
indígena que teve contacto com o colonizador e (…) decorrentemente a de maior
presença, com influência no mameluco, no mestiço, no luso-brasileiro que nascia e no
europeu que se fixava». A influência tupi se deu na alimentação, no idioma, nos processos
agrícolas, de caça e pesca, nas superstições, costumes, folclore, como explica Câmara
Cascudo:
O tupi era a raça histórica, estudada pelos missionários, dando a tropa auxiliar,
recebendo o batismo e ajudando o conquistador a expulsar inimigos de sua
terra. (…) Eram os artífices da rede de dormir, criadores da farinha de
mandioca, farinha de pau, do complexo da goma de mandioca, das bebidas de
—
frutas e raízes, da carne e peixe moqueados, elementos que possibilitaram o Câmara
avanço branco pelo sertão. Cascudo
O Tratado de Tordesilhas(1494), firmado entre Espanha ePortugal para repartir as terras descobertas e
"por descobrir", definiu os rumos da história do "futuro" Brasil.
A nau de Pedro Álvares Cabral em ilustração do Livro das Armadas que de Portugal passaram à Índia….
Desembarque de Cabral em Porto Seguro (estudo), óleo sobre tela, Oscar Pereira da Silva, 1904. Acervo
do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.
E, porque el Rei sempre foi mui inclinado às coisas que tocavam a nossa
Santa fé católica, mandou nesta armada oito frades da ordem de S.
Francisco, homens letrados, de que era Vigário frei Henrique, que depois
foi confessor del Rei e Bispo de Ceuta, os quais como oito capelães e um
vigário, ordenou que ficassem em Calecut, para administrarem os
sacramentos aos portugueses e aos da terra se se quisessem converter à — Crônica do
Sereníssimo
fé. Rei D. Manuel I
Âncoras levantadas em Lisboa, a frota passou por São Nicolau, no arquipélago de Cabo
Verde, em 16 de março. Tinham-se afastado da costa africana perto das Canárias,
tocados pelos ventos alísios em direção ao ocidente. Em 21 de abril, da nau capitânea
avistaram-se no mar, boiando, plantas. Mais tarde surgiram pássaros marítimos, sinais de
terra próxima. Ao amanhecer de 22 de abril ouviu-se um grito de "terra à vista", pois se
avistou o monte que Cabral batizou de Monte Pascoal, no litoral sul da atual Bahia.
Ali aportaram as naus, discutindo-se até hoje se teria sido exatamente em Porto Seguro ou
em Santa Cruz Cabrália (mais precisamente no ilhéu de Coroa Vermelha, no município de
Santa Cruz Cabrália), e fizeram contato com os tupiniquins, indígenas pacíficos. A terra, a
que os nativos chamavam Pindorama ("terra das palmeiras"), foi a princípio chamada
pelos portugueses deIlha de Vera Cruz e nela foi erguido um padrão (marco de posse em
nome da Coroa Portuguesa). Mais tarde, a terra seria rebatizada como Terra de Santa
Cruz e posteriormente Brasil. Estava situada 5.000 km ao sul das terras descobertas
porCristóvão Colombo em 1492 e 1.400 quilômetros aquém da Linha de
Tordesilhas. Sérgio Buarque de Holanda descreve, emHistória Geral da Civilização
Brasileira:
Tendo velejado para o norte, acharam dez léguas mais adiante um arrecife
com porto dentro, muito seguro. No dia seguinte, sábado, entraram os navios
no porto e ancoraram mais perto da terra. O lugar, que todos acharam
deleitoso, proporcionava boa ancoragem e podia abrigar mais de 200
embarcações. Alguma gente de bordo foi à terra, mas não pode entender a —Sérgio
Buarque de
algaravia dos habitantes, diferente de todas as línguas conhecidas. Holanda
Nela até agora não podemos saber que haja ouro nem prata, nem alguma
coisa de metal nem de ferro lho vimos; pero a terra em si é de muitos bons
ares, assi frios e temperados como os d'antre Doiro e Minho, porque neste
tempo de agora assi os achamos como os de lá; águas são muitas infindas e
em tal maneira é graciosa, que querendo aproveitar-se dar-se-á nela tudo por
bem das águas que tem; pero o melhor fruto que nela se pode fazer me parece — Pero
Vaz
que será salvar esta gente (…) boa e de boa simplicidade. Caminha
Navegando a loeste, aos xxiiij dias do mes Dabril viram terra, do que forão
muito alegres, porque polo rumo em que jazia, vião não ser nenhuma das que
até então eram descubertas. Padralures Cabral fez rosto para aquela banda &
como forão bem à vista, mandou ao seu mestre que no esquife fosse a terra, o
qual tornou logo com novas de ser muito fresca & viçosa, dizendo que vira
andar gente baça & nua pela praia, de cabelo comprido & corredio, com arcos
& frechas nas mãos, pelo que mandou alguns dos capitães que fossem com os
bateis armados ver se isto era assi, os quaes sem sairem em terra tornaram à
capitaina afirmando ser verdade o que o mestre dixera. Estando já sobrancora
se alevantou de noite hum temporal, com que correram de longo da costa ate
tomarem hum porto muito bom, onde Pedralures surgio com as outras naos & —
Damião
por ser tal lhe pos nome Porto Seguro. de Góis
Além das cartas acima mencionadas, outro importante documento sobre o descobrimento
do Brasil é o Relato do Piloto Anônimo. De início, a descoberta da nova terra foi mantida
em sigilo pelo Rei de Portugal. O resto do mundo passou a conhecer o Brasil desde pelo
menos 1507, quando a terra apareceu com o nome de América na carta (mapa) de Martin
Waldseemüller, no qual está assinalado na costa o Porto Seguro.29
Expedições exploratórias[editar | editar código-fonte]
Em 1501, uma grande expedição exploratória, a primeira frota de reconhecimento, com
três naus, encontrou como recurso explorável apenas o pau-brasil, de madeira
avermelhada e valiosa usada na tinturaria européia, mas fez um levantamento da costa.
Comandada por Gaspar de Lemos, a viagem teve início em 10 de maio de 1501 e findaria
com o retorno a Lisboa em 7 de setembro de 1502, depois de percorrer a costa e dar
nome aos principais acidentes geográficos. Sobre o comandante, podem ter sido D. Nuno
Manuel, André Gonçalves, Fernão de Noronha, Gonçalo Coelho ou Gaspar de Lemos,
sendo este último o nome mais aceito. Em 1501, no dia 1 de novembro, foi descoberta
a Baía de Todos os Santos, na atual Bahia, local que mais tarde seria escolhido por D.
João III para abrigar a sede da administração colonial.
Alguns historiadores negam a hipótese de Gonçalo Coelho, que só teria partido de Lisboa
em 1502. O Barão do Rio Branco, em suas Efemérides, fixa-se em André Gonçalves, que
é a versão mais comumente aceita. Mas André Gonçalves fazia parte da armada de
Cabral, que retornou a Lisboa quando a expedição de 1501 já partira para o Brasil e com
ela cruzou na altura do arquipélago de Cabo Verde.
Detalhe do mapa "Terra Brasilis" (Atlas Miller, 1519), actualmente na Biblioteca Nacional de França.
Assim, diversos historiadores optam por Gaspar de Lemos, que entre junho e julho de
1500 havia chegado a Portugal com a notícia do descobrimento. O florentino Américo
Vespúcio vinha como piloto na frota (e por seu nome seria batizado todo o continente,
mais tarde). Depois de 67 dias de viagem, em 16 de agosto, a frota alcançou o que hoje é
o Cabo de São Roque (Paraíba) e, segundo Câmara Cascudo, ali plantou o marco de
posse mais antigo do Brasil. Houve, na ocasião, contatos entre portugueses e os
índiospotiguaras.
Ao longo das expedições, os portugueses costumavam batizar os acidentes geográficos
segundo o calendário com os nomes dos santos dos dias, ignorando os nomes locais
dados pelos nativos. Em 1 de novembro (Dia de Todos os Santos), chegaram à Baía de
Todos os Santos, em 21 de dezembro (dia de São Tomé) ao Cabo de São Tomé, em 1 de
janeiro de 1502 à Baía da Guanabara(por isso batizada de "Rio de Janeiro") e no dia 6 de
janeiro (Dia de Reis) à angra (baía) batizada como Angra dos Reis. Outros lugares
descobertos foram a foz do rio São Francisco e o Cabo Frio, entre vários. As três naus que
chegaram à Guanabara eram comandadas por Gonçalo Coelho, e nela vinha Vespúcio.
Tomando a estreita entrada da barra pela foz de um rio, chamaram-na Rio de Janeiro,
nome que se estendeu à cidade de São Sebastião que ali se ergueria mais tarde.
Em 1503 houve nova expedição, desta vez comandada (sem controvérsias) por Gonçalo
Coelho, sem ser estabelecido qualquer assentamento ou feitoria. Foi organizada em
função um contrato do rei com um grupo de comerciantes de Lisboa para extrair o pau-
brasil. Trazia novamente Vespúcio e seis navios. Partiu em maio de Lisboa, esteve em
agosto na ilha de Fernando de Noronha e ali afundou a nau capitânia, dispersando-se a
armada. Vespúcio pode ter ido para a Bahia, passado seis meses em Cabo Frio, onde fez
entrada de 40 léguas terra adentro. Ali teria deixado 24 homens com mantimentos para
seis meses. Coelho, ao que parece, esteve recolhido na região onde se fundaria depois a
cidade do Rio de Janeiro, possivelmente durante dois ou três anos.
Nessa ocasião, Vespúcio, a serviço de Portugal, retornou ao maior porto natural da costa
brasileira, a Baía de Todos os Santos. Durante as três primeiras décadas, o litoral baiano,
com suas inúmeras enseadas, serviu fundamentalmente como apoio à rota da Índia,
cujo comércio de produtos de luxo –seda, tapetes, porcelana e especiarias – era mais
vantajoso que os produtos oferecidos pela nova colônia. Nos pequenos e grandes portos
naturais baianos, em especial no de Todos os Santos, as frotas se abasteciam de água e
de lenha e aproveitavam para fazer pequenos reparos.
No Rio de Janeiro, alguns navios aportaram no local que os índios chamavam de Uruçu-
Mirim, a atual praia do Flamengo. Junto à foz do rio Carioca (outrora abundante fonte
de água doce) foram erguidas uma casa de pedra e um arraial, deixando-se no local
degredados e galinhas. A construção inspirou o nome que os índios deram ao local (cari-
oca, "casa dos brancos"), que passaria a ser o gentílico da cidade do Rio. O arraial, no
entanto, foi logo destruído. Outras esquadras passariam pela Guanabara: a de Cristóvão
Jacques, em 1516; a de Fernão de Magalhães (que chamou o local de Baía de Santa
Luzia), em 1519, na primeira circunavegação do mundo; outra vez a de Jacques, em1526,
e a de Martim Afonso de Sousa, em 1531.
Outras expedições ao litoral brasileiro podem ter ocorrido, já que desde 1504 são
assinaladas atividades de corsários. Holanda, em Raízes do Brasil, cita o capitão
francêsPaulmier de Gonneville, de Honfleur, que permaneceu seis meses no litoral
de Santa Catarina.30 A atividade de navegadores não-portugueses se inspirava doutrina da
liberdade dos mares, expressada por Hugo Grotius em Mare liberum, base da reação
européia contra Espanha e Portugal, gerando pirataria alargada pelos mares do planeta.31
Extração de pau-brasil[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Extrativismo no Brasil e Pau-brasil
Derrubada do pau-brasil em ilustração daCosmografia Universal de André Thevet, 1575.
As capitanias hereditárias
A apatia só iria cessar quando D. João III ascendeu ao trono. Na década de 1530, Portugal
começava a perder a hegemonia do comércio na África Ocidental e no Índico. Circulavam
insistentes notícias da descoberta de ouro e de prata na América Espanhola. Então,
em 1532, o rei decidiu ocupar as terras pelo regime de capitanias, mas num
sistema hereditário, pelo qual a exploração passaria a ser direito de família. O capitão e
governador, títulos concedidos ao donatário, teria amplos poderes, dentre os quais o de
fundar povoamentos (vilas e cidades), conceder sesmarias e administrar a justiça. O
sistema de capitanias hereditárias implicava na divisão de terras vastíssimas, doadas a
capitães-donatários que seriam responsáveis por seu controle e desenvolvimento, e por
arcar com as despesas de colonização. Foram doadas aos que possuíssem condições
financeiras para custear a empresa da colonização, e estes eram principalmente
"membros da burocracia estatal" e "militares e navegadores ligados à conquista da Índia"
(segundo Eduardo Bueno em "História de Brasil"). De acordo com o mesmo autor, a
sugestão teria sido dada ao rei por Diogo de Gouveia,33 ilustre humanista português, e
respondia a uma "absoluta falta de interesse da alta nobreza lusitana" nas terras
americanas.
Foram criadas, nesta divisão, quinze faixas longitudinais de diferentes larguras que iam de
acidentes geográficos no litoral até oMeridiano das Tordesilhas,nota 1 e foram oferecidas a
doze donatários. Destes, quatro nunca foram ao Brasil; três faleceram pouco depois; três
retornaram a Portugal; um foi preso por heresia (Tourinho) e apenas dois se dedicam à
colonização (Duarte Coelho naCapitania de Pernambuco e Martim Afonso de
Sousa na Capitania de São Vicente).
Das quinze capitanias originais, apenas as capitanias de Pernambuco e de São Vicente
prosperaram. As terras brasileiras ficavam a dois meses de viagem de Portugal. Além
disso, as notícias das novas terras não eram muito animadoras: na viagem, além do medo
de "monstros" que habitariam o oceano (na superstição européia), tempestades eram
freqüentes; nas novas terras, florestas gigantescas e impenetráveis, povos antropófagos e
não havia nenhuma riqueza mineral ainda descoberta. Em 1536, chegou o donatário da
capitania da Baía de Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho, que fundou o Arraial
do Pereira, na futura cidade do Salvador, mas se revelou mau administrador e foi morto
pelos tupinambás.34Tampouco tiveram maior sucesso as capitanias dos Ilhéus e do
Espírito Santo, devastadas por aimorés e tupiniquins.
Governo-Geral (1549-1580)[editar | editar código-fonte]
Tomé de Sousa[editar | editar código-fonte]
Tomé de Sousa.
Após o fracasso do projeto de capitanias, o rei João III unificou as capitanias sob
um Governo-Geral do Brasil e em 7 de janeiro de 1549 nomeouTomé de Sousa para
assumir o cargo de governador-geral. A expedição do primeiro governador chegou ao
Brasil em 29 de março do mesmo ano, com ordens para fundar uma cidade para abrigar a
sede da administração colonial. O local escolhido foi a Baía de Todos os Santos e a cidade
foi chamada de São Salvador da Baía de Todos os Santos. As condições favoráveis da
terra, o clima quente, o solo fértil, a excelente posição geográfica, fizeram com que o rei
decidisse reverter a capitania para a Coroa (expropriando-a do donatário Pereira
Coutinho). As tarefas de Tomé de Sousa eram tornar efetiva a guarda da costa, auxiliar os
donatários, organizar a ordem política e jurídica na colônia. O governador organizou a vida
municipal, e sobretudo a produção açucareira: distribuiu terras e mandou abrir estradas,
além de fazer construir um estaleiro.
Desse modo, o Governo-Geral centralizou a administração colonial, subordinando as
capitanias a um só governador-geral que tornasse mais rápido o processo de colonização.
Em 1548, elaborou-se o Regimento do Governador-Geral,35 que regulamentava o trabalho
do governador e de seus principais auxiliares - o ouvidor-mor (Justiça), o provedor-
mor (Fazenda) e o capitão-mor (Defesa).36 O governador também levou ao Brasil os
primeiros missionários católicos, da ordem dos jesuítas, como o padre Manuel da
Nóbrega. Por ordens suas, ainda, foram introduzidas na colônia as primeiras cabeças de
gado, de novilhos levados de Cabo Verde. Ao chegar à Bahia, Tomé de Sousa encontrou
o velho Arraial do Pereira com seus moradores, e mudaram o nome do local para Vila
Velha. Também moravam nos arredores o náufrago Diogo Álvares "Caramuru" e sua
esposa Paraguaçu (batizada como Catarina), perto da capela de Nossa Senhora das
Graças (hoje o bairro da Graça, em Salvador). Consta que Tomé de Sousa teria
pessoalmente ajudado a construir as casas e a carregar pedras e madeiras para
construção da capela de Nossa Senhora da Conceição da Praia, uma das primeiras igrejas
erguidas no Brasil. Tomé de Souza visitou as capitanias do sul do Brasil, e, em 1553, criou
a Vila deSanto André da Borda do Campo, transferida em 1560 para o Pátio do
Colégio dando origem à cidade de São Paulo.
Duarte da Costa[editar | editar código-fonte]
Em 1553, a pedidos, Tomé de Sousa foi exonerado do cargo e substituído por Duarte da
Costa, fidalgo e senador nas Cortes de Lisboa. Em sua expedição foram também 260
pessoas, incluindo seu filho, Álvaro da Costa, e o então noviço José de Anchieta, jesuíta
basco que seria o pioneiro na catequese dos nativos americanos. A administração de
Duarte foi conturbada. Já de início, a intenção de Álvaro em escravizar os indígenas,
incluindo os catequizados, esbarrou na impertinência de Dom Pero Fernandes Sardinha,
primeiro bispo do Brasil. O governador interveio a favor do filho e autorizou a captura de
indígenas para uso em trabalho escravo. Disposto a levar as queixas pessoalmente ao rei
de Portugal, Sardinha partiu para Lisboa em 1556 mas naufragou na costa de Alagoas e
acabou devorado pelos caetés antropófagos.
Durante o governo de Duarte da Costa, uma expedição de protestantes franceses se
instalou permanentemente na Guanabara e fundou a colônia da França Antártica.
Ultrajada, a Câmara Municipal da Bahia apelou à Coroa pela substituição do governador.
Em 1556, Duarte foi exonerado, voltou a Lisboa e em seu lugar foi enviado Mem de Sá,
com a missão de retomar a posse portuguesa do litoral sul.
Mem de Sá[editar | editar código-fonte]
O terceiro Governador-Geral, Mem de Sá (1558-1572), deu continuidade à política de
concessão de sesmarias aos colonos e montou ele próprio um engenho, às margens do rio
Sergipe, que mais tarde viria a pertencer ao conde de Linhares (Engenho de Sergipe do
Conde). Para enfrentar os colonos franceses estabelecidos na França Antártica, aliados
aos tamoios na baía de Guanabara, Mem de Sá aliou-se aos Temiminós do
cacique Arariboia. O seu sobrinho, Estácio de Sá, comandou a retomada da região e
fundou a cidade do Rio de Janeiro a 20 de Janeiro de 1565, dia de São Sebastião.
União Ibérica (1580-1640)[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: União Ibérica
Ilustração de uma bandeira por Almeida Júnior:Estudo p/ Partida da Monção, 1897. Acervo Artístico-
Cultural dos Palácios do Governo do Estado de S. Paulo.
Em 26 de dezembro de 1629 partia de São Vicente, Cabo Verde, uma esquadra com 66
embarcações e 7.280 homens em direção a Pernambuco. Os holandeses, desembarcando
na praia de Pau Amarelo, conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630 e
estabelecem a colônia Nova Holanda. A frágil resistência portuguesa na passagem do Rio
Doce, invadiu sem grandes contratempos Olinda e derrotou a pequena, porém aguerrida,
guarnição do forte (que depois passaria a ser chamado de Brum), porta de entrada para
o Recife através do istmo que ligava as duas cidades.
O conde Maurício de Nassau desembarcou na Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637,
acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto começa a
construção deMauritsstad (atual Recife), que foi dotada de pontes, diques e canais para
vencer as condições geográficas locais. O arquiteto Pieter Post foi o responsável pelo
traçado da nova cidade e de edifícios como o palácio de Freeburg, sede do poder de
Nassau na Nova Holanda, e do prédio do observatório astronômico, tido como o primeiro
do Novo Mundo. Em 28 de fevereiro de 1644 o Recife (atualmente o Bairro do Recife) foi
ligado à Cidade Maurícia com a construção da primeira ponte da América Latina. Durante
o governo de Nassau, Recife foi considerada a mais cosmopolita cidade das Américas, e
tinha a maior comunidade judaica de todo o continente, que construiu, à época, a primeira
sinagoga do Novo Mundo, a Kahal Zur Israel, bem como a segunda, a Maguen
Abraham.38 39 No Palácio de Friburgo, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, foi
construído o primeiro observatório astronômico do Continente Americano.40 41
Recife foi a mais cosmopolita cidade das Américas durante o governo do conde alemão (a serviço da
coroa holandesa) Maurício de Nassau.42
Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim foram expulsos
em1654, na segunda Batalha dos Guararapes. Foi nesta ocasião que se diz ter nascido
o Exército brasileiro.
Com a colônia holandesa tomada pelos portugueses, os judeus receberam um prazo de
três meses para partir ou se converter ao catolicismo. Com medo da fogueira
da Inquisição, quase todos venderam o que tinham e deixaram o Recife em 16 navios.
Parte da comunidade judaica expulsa de Pernambuco fugiu para Amsterdã, e outra parte
se estabeleceu em Nova York. Através deste último grupo a Ilha de Manhattan, atual
centro financeiro dos Estados Unidos, conheceu grande desenvolvimento econômico; e
descendentes de judeus egressos do Recife tiveram participação ativa na história
estadunidense: Gershom Mendes Seixas, aliado de George Washington na Guerra de
Independência dos Estados Unidos; seu filho Benjamin Mendes Seixas, fundador da Bolsa
de Valores de Nova York; Benjamin Cardozo, juiz da Suprema Corte dos Estados
Unidos ligado a Franklin Roosevelt; entre outros.44 45 46
Após a expulsão holandesa, o estado passou a declinar junto com restante do Nordeste,
devido à transferência do centro político-econômico para o Sudeste, o que resultou em
conflitos como a Revolução Pernambucana e a Confederação do Equador, movimentos
separatistas pernambucanos.
A qualidade do açúcar refinado holandês, agora produzido nas Antilhas, superior ao
mascavo brasileiro, também ajudou a acelerar a decadência do estado, que era baseado
nos latifúndios de cultivo de cana-de-açúcar. Buscando novos meios de renda, aumenta o
comércio no estado gradativamente. Este efeito foi estopim de revoltas como a Guerra dos
Mascates.
Insurreição Pernambucana (1645-1654)[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Insurreição Pernambucana
O sucesso deu ao líder Antônio Dias Cardoso o apelido de Mestre das Emboscadas. Os
holandeses que sobreviveram seguiram para Casa Forte, sendo novamente derrotado pela
aliança dos mazombos, índios nativos e escravos negros. Recuaram novamente para
as casas-forte em Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém, Rio
Formoso, Porto Calvo e Forte Maurício, sendo sucessivamente derrotados pelos
insurretos.
Por fim, Olinda foi recuperada pelos rebeldes.
Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa que ficou conhecida como Nova Holanda,
indo do Recife a Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a falta de alimentos, o
que os levou a atacar plantações de mandioca nas vilas de São Lourenço, Catuma e
Tejucupapo.
Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de Tejucupapo, onde mulheres
camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores
holandeses, humilhando-os definitivamente. Esse fato histórico consolidou-se como a
primeira importante participação militar da mulher na defesa do território brasileiro.
Devido a Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa, a República Holandesa não pôde auxiliar os
holandeses no Brasil. Com o fim da guerra contra os ingleses, a República Holandesa
exige a devolução da colônia em maio de 1654. Sob ameaça de uma nova invasão do
Nordeste brasileiro, Portugal cede à exigência dos holandeses que Portugal pague 4
milhões cruzados para República Holandesa entre um período de 16 anos. Porém, em 6
de agosto de 1661 a República Holandesa cede formalmente o Nordeste brasileiro à
Portugal através da Paz de Haia.
Economia colonial[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Ciclo da cana-de-açúcar, Entradas e Bandeiras
A economia da colônia, iniciada com o puro extrativismo de pau-brasil e o escambo entre
os colonos e os índios – Pernambuco era o local de maior incidência de pau-brasil, e de
uma qualidade tão superior que regulava o preço no comércio europeu47 –, gradualmente
passou à produção local, com os cultivos da cana-de-açúcar e do cacau. Oengenho de
açúcar (manufatura do ciclo de produção açucareiro) constituiu a peça principal
do mercantilismo português, organizadas em grandes propriedades. Estas, como se
chamou mais tarde, eram latifúndios, caracterizados por terras extensas, abundante mão-
de-obra escrava, técnicas complexas e baixa produtividade.
Navio negreiro ilustrando o livro Voyage pittoresque dans le Brésil, 1835, de Rugendas.
A Inconfidência Mineira foi um movimento que partiu da elite de Minas Gerais. Com a
decadência da mineração na segunda metade doséculo XVIII, tornou-se difícil pagar os
impostos exigidos pela Coroa Portuguesa. Além do mais, o governo português pretendia
promulgar a derrama, um imposto que exigia que toda a população, inclusive quem não
fosse minerador, contribuísse com a arrecadação de 20% do valor do ouro retirado. Os
colonos se revoltaram e passaram a conspirar contra Portugal.
Em Vila Rica (atual Ouro Preto), participavam do grupo, entre outros, os poetas Cláudio
Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, os coronéis Domingos de Abreu Vieira
e Francisco Antônio de Oliveira Lopes, o padre Rolim, o cônego Luís Vieira da Silva, o
mineradorInácio José de Alvarenga Peixoto e alferes Joaquim José da Silva Xavier,
apelidado Tiradentes. A conspiração pretendia eliminar a dominação portuguesa e criar um
país livre.3 Pela lei portuguesa a conspiração foi classificada como "crime de lesa-
majestade", definida como "uma traição contra a pessoa do rei" nas ordenações afonsinas.
A forma de governo escolhida foi o estabelecimento de uma República, inspirados pelas
idéias iluministas da França e da recente independência norte-americana. Traídos
por Joaquim Silvério dos Reis, que delatou os inconfidentes para o governo, os líderes do
movimento foram detidos e enviados para o Rio de Janeiro, onde responderam pelo crime
de inconfidência (falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Em 21 de
abril de 1792, Tiradentes, de mais baixa condição social, foi o único condenado à morte
por enforcamento. Sua cabeça foi cortada e levada para Vila Rica. O corpo foi
esquartejado e espalhado pelos caminhos de Minas Gerais. Era o cruel exemplo que
ficava para qualquer outra tentativa de questionar o poder de Portugal. Apesar de
considerada cruel hoje o enforcamento e esquartejamento do corpo, no contexto da época
a pena foi menos cruel que a pena aplicada, naquela mesma época, à família Távora,
no Caso Távora, por igual crime de lesa-majestade, foi condenação à fogueira.
O crime de lesa-majestade era o mais grave dos regimes monarquistas absolutistas e era
definido pelas ordenações filipinas, comotraição contra o rei. Crime este comparado
à hanseníase pelas Ordenações filipinas, no livro V, item 6:
“Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado,
que é tão grave e abominável crime, e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o
comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo o corpo, sem
nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que
ele conversam, pelo que é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição
condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha descendem, posto que
não tenham culpa.”51
O caso específico de crime de lesa-majestade praticado pelos inconfidentes foi o caso
número 5, previsto nas ordenações filipinas, que diz: Se algum fizesse conselho e
confederação contra o rei e seu estado ou tratasse de se levantar contra ele, ou para isso
desse ajuda, conselho e favor.
Conjuração Baiana[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Conjuração Baiana
A Conjuração Baiana foi um movimento que partiu da camada humilde da sociedade
da Bahia, com grande participação de negros, mulatos e alfaiates, por isso também é
conhecida como Revolta dos Alfaiates. Os revoltosos pregavam a libertação dos escravos,
a instauração de um governo igualitário (onde as pessoas fossem promovidas de acordo
com a capacidade e merecimento individuais), além da instalação de uma República na
Bahia. Em 12 de Agosto de 1798, o movimento precipitou-se quando alguns de seus
membros, distribuindo os panfletos na porta das igrejas e colando-os nas esquinas da
cidade, alertaram as autoridades que, de pronto, reagiram, detendo-os. Tal como na
Inconfidência Mineira, interrogados, acabaram delatando os demais envolvidos. Centenas
de pessoas foram denunciadas - militares, clérigos, funcionários públicos e pessoas de
todas as classes sociais. Destas, 49 foram detidas, a maioria tendo procurado abjurar a
sua participação, buscando demonstrar inocência. Mais de 30 foram presos e
processados. Quatro participantes foram condenados à forca e os restos de seus corpos
foram espalhados pela Bahia para assustar a população.
Principado do Brasil[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Principado do Brasil
O Principado do Brasil durou entre 1645 a 1816.
Tendo sido o Brasil uma colônia do Império Português, careceu de bandeira própria por
mais de trezentos anos. Não era costume, na tradição vexilológica lusitana, a criação de
bandeiras para suas colônias, quando muito de um brasão. Hasteava-se no território a
bandeira do reino, ou do representante direto do monarca, como o governador-geral ou o
vice-rei. Ainda que não seja considerada uma bandeira brasileira, visto que seu uso era
exclusivo aos herdeiros aparentes do trono português, o pavilhão dos príncipes do
Brasilpode ser tido como a primeira representação flamular do Brasil. Sobre campo branco
– cor relacionada à monarquia – inscreve-se uma esfera armilar – objeto que viria a ser,
por muito tempo, o símbolo do Brasil. Já no pavilhão pessoal de D. Manuel I, aparece este
que foi um objeto crucial para viabilizar as explorações marítimas de Portugal.
Ver artigo principal: Rei do Brasil, Transferência da corte portuguesa para o Brasil
(1808-1821)
Mudança da Corte e Abertura dos Portos[editar | editar código-fonte]
Em novembro de 1807, as tropas de Napoleão Bonaparte obrigaram a coroa portuguesa a
procurar abrigo no Brasil. Dom João VI (então Príncipe-Regente em nome de sua mãe,
a Rainha Maria I) chegou ao Rio de Janeiro em 1808, abandonando Portugal após uma
aliança defensiva feita com a Inglaterra, que escoltou os navios portugueses no caminho.52
Embarque para o Brasil do Príncipe Regente de Portugal, D. João VI, e de toda a família real, no Porto
de Belém, às 11 horas da manhã de 27 de novembro de 1807. Gravurafeita por Francisco
Bartolozzi (1725-1815) a partir de óleo de Nicolas Delariva.
D. João, sua família e comitiva (a Corte), distribuídos por diversos navios, chegaram
ao Rio de Janeiro em 7 de março de 1808. Foram acompanhados pela Brigada Real da
Marinha, criada em Portugal em 1797, que deu origem ao Corpo de Fuzileiros
Navaisbrasileiros. Instalaram-se no Paço da Cidade, construído em 1743 pelo Conde de
Bobadela como residência dos governadores. Além disso, a Coroa requisitou o Convento
do Carmo e a Cadeia Velha para alojar os serviçais e as melhores casas particulares. A
expropriação era feita pelo carimbo das iniciais PR, de Príncipe-Regente, nas portas das
casas requisitadas, o que fazia o povo, com ironia, interpretar a sigla como "Ponha-se na
Rua!".
A abertura foi acompanhada por uma série de melhoramentos introduzidos no Brasil. No
dia 1 de abril do mesmo ano, D. João expediu um decreto que revogava o alvará de 5 de
janeiro de 1785 pelo qual se extinguiam no Brasil as fábricas e manufaturas
deouro, prata, seda, algodão, linho e lã. Depois do comércio, chegava "a liberdade para a
indústria". Em 13 de maio, novas cartas régias (decretos) determinaram a criação
da Imprensa Nacional e de uma Fábrica de Pólvora,53 54 que até então era fabricada
naFábrica da Pólvora de Barcarena,55 desde 1540. Em 12 de outubro foi fundado o Banco
do Brasil para financiar as novas iniciativas e empreitadas. Tais medidas do Príncipe
fariam com que se pudesse contar nesta época os primórdios da independência do Brasil.
Em represália à França, D. João ordenou ainda a invasão e anexação da Guiana
Francesa, no extremo norte, e da banda oriental do rio Uruguai, no extremo sul, já que
aEspanha estava então sob o reinado de José Bonaparte, irmão de Napoleão, e portanto
era considerada inimiga. O primeiro território foi devolvido à soberania francesa em1817,
mas o Uruguai foi mantido incorporado ao Brasil sob o nome de Província Cisplatina. Em 9
de fevereiro de 1810, no Rio de Janeiro, foi assinado um Tratado de Amizade e comércio
pelo Príncipe Regente com Jorge III, rei da Inglaterra.
Enquanto isso, na Espanha, os liberais, ainda acostumados com certa liberdade
econômica imposta por Napoleão enquanto ocupara o país, de 1807 a 1810, se revoltaram
contra os restauradores Bourbon, dinastia à qual pertencia a Carlota Joaquina, esposa de
D. João, e impuseram-lhes a Constituição de Cádiz em 19 de março de 1812. Em reação,
o rei Fernando VII, irmão de Carlota, dissolveu as cortes em 4 de maio de 1814. A
resposta viria em 1820 com a vitória da Revolução Liberal (ou constitucional). Por isso, D.
João e seus ministros se ocuparam das questões do Vice-Reinado do Rio da Prata, tão
logo puseram os pés no Rio de Janeiro, surgindo assim a questão daincorporação da
Cisplatina.
É importante lembrar que apesar de ser elevado a Principado em 1645, tendo sido o Brasil
uma colônia do Império Português, careceu de bandeira própria por mais de trezentos
anos. Não era costume, na tradição vexilológica lusitana, a criação de bandeiras para suas
colônias, quando muito de um brasão. Visto que seu o título uso era exclusivo aos
herdeiros aparentes do trono português, o pavilhão dos príncipes do Brasil pode ser tido
como a primeira representação flamular do Brasil. Sobre campo branco – cor relacionada
à monarquia – inscreve-se uma esfera armilar – objeto que viria a ser, por muito tempo, o
símbolo do Brasil. Já no pavilhão pessoal de D. Manuel I, aparece este que foi um objeto
crucial para viabilizar as explorações marítimas de Portugal. Contudo, como Principado,
não possui nenhum privilégio administrativo, militar, econômico ou social, pois ainda era
visto como uma colônia portuguesa.
Após a declaração da independência, o Brasil foi governado por Dom Pedro I até o ano de
1831, período chamado de Primeiro Reinado, quando abdicou em favor de seu filho, Dom
Pedro II, então com cinco anos de idade.
Logo após a independência, e terminadas as lutas nas províncias contra a resistência
portuguesa, foi necessário iniciar os trabalhos da Assembléia Constituinte. Esta havia sido
convocada antes mesmo da separação, em julho de 1822; foi instalada, entretanto,
somente em maio de 1823. Logo se tornou claro que a Assembléia iria votar uma
constituição restringindo os poderes imperiais (apesar da idéia centralizadora encampada
por José Bonifácio e seu irmão Antônio Carlos de Andrada e Silva). Porém, antes que ela
fosse aprovada, as tropas do exército cercaram o prédio da Assembléia, e por ordens do
imperador a mesma foi dissolvida, devendo a constituição ser elaborada por juristas da
confiança de Dom Pedro I. Foi então outorgada a constituição de 1824, que trazia uma
inovação: o Poder Moderador. Através dele, o imperador poderia fiscalizar os outros três
poderes.
Surgiram diversas críticas ao autoritarismo imperial, e uma revolta importante aconteceu
no Nordeste: a Confederação do Equador. Foi debelada, mas Dom Pedro I saiu muito
desgastado do episódio. Outro grande desgaste do Imperador foi por o Brasil na Guerra da
Cisplatina, onde o país não manteve o controle sobre a então região de Cisplatina
(hoje, Uruguai). Também apareciam os primeiros focos de descontentamento no Rio
Grande do Sul, com os farroupilhas.
Nesse período, foi construída uma ampla rede ferroviária, sendo o Brasil o segundo país
latino-americano a implantar este tipo de transporte, e, durante a Guerra do Paraguai, foi
possuidor da quarta maior marinha de guerra do mundo.61 A mão-de-obra escrava, por
pressão interna de oligarquias paulistas, mineiras e fluminenses, manteve-se vigente até o
ano de 1888, quando caiu na ilegalidade pelaLei Áurea. Entretanto, havia-se encetado um
gradual processo de decadência em 1850, ano do fim do tráfico negreiro, por pressão
daInglaterra, além de que o Imperador era contra a escravidão, pela opção dos produtores
de café paulistas que preferiam a mão de obra assalariada dos imigrantes europeus,
pela malária que dizimou a população escrava naquela época e pela guerra do Paraguai
quando os negros que dela participaram foram alforriados.
A partir de 1870, assistiu-se ao crescimento dos movimentos republicanos no Brasil.
Em 1889, um golpe militar tirou o cargo de primeiro-ministro do visconde de Ouro Preto, e,
por incentivo de republicanos como Benjamin Constant Botelho Magalhães, o Marechal
Deodoro da Fonseca proclamou a República e enviou ao exílio a Família Imperial.
Diversos fatores contribuíram para a queda da Monarquia, dentre os quais: a insatisfação
da elite agrária com a abolição da escravatura sem que os proprietários rurais fossem
indenizados pelos prejuízos sofridos, o descontentamento dos cafeicultores do Oeste
Paulista que se tornaram adeptos do Partido Republicano Paulista e da abolição pois
usavam apenas mão de obra européia dos imigrantes, e perdendo apoio dos militares,
especialmente do exército que se sentiam desprestigiados entendendo que o imperador
preferia a marinha do Brasil e que almejavam mais poder, e as interferências do Imperador
em assuntos da Igreja.
Não houve nenhuma participação popular na proclamação da República do Brasil. O que
ocorreu, tecnicamente foi um golpe militar. O povo brasileiro apoiava o Imperador. O
correspondente do jornal "Diário Popular", de São Paulo, Aristides Lobo, escreveu na
edição de 18 de novembro daquele jornal, sobre a derrubada do império, a frase histórica:
Por ora, a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi
deles, deles só porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo
assistiu àquilo tudo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que —
Aristides
significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada! Lobo
Para poupar conflitos, não houve violência e a Família Imperial pôde exilar-se
na Europa em segurança.62 63
D. Pedro II assinou sua renúncia com a mesma assinatura de seu pai ao abdicar em 1831:
Pedro de Alcântara.
O período pode ser divido em três etapas principais:
Os primeiros movimentos contra a escravidão foram feitos pelos missionários jesuítas, que
combateram a escravização dos indígenas mas toleraram a dos africanos. O fim gradual
do tráfico negreiro foi decidido, no Congresso de Viena, em 1815. Desde 1810,
a Inglaterrafez uma série de exigências a Portugal, e passou, a partir de 1845, a reprimir
violentamente o tráfico internacional de escravos, amparada na lei inglessa chamada Lei
Aberdeen. Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós aboliu o tráfico internacional de escravos no
Brasil.
Em 1871, o Parlamento Brasileiro aprovou e a Princesa Isabel sancionou a Lei 2.040,
conhecida como Lei Rio Branco ou Lei do Ventre Livre, determinando que todos os filhos
de escravos nascidos desde então seriam livres a partir dos 21 anos.
Em 28 de setembro de 1885, promulgou-se uma outra lei, a Lei dos Sexagenários (Lei
Saraiva–Cotegipe) que determinava a "extinção gradual do elemento servil" e criava
fundos para a indenização dos proprietários de escravos e determinava que escravos a
partir de 60 anos poderiam ser livres.64 Assim, com estas duas leis (Ventre Livre e
Sexagenários), a abolição dos escravos seria gradativa, com os escravos sendo libertos
ao atingirem a idade de 60 anos.
Em 1880, fora criada a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão que, juntamente com
a Associação Central Abolicionista65 e outras organizações, passou a ser conhecida pela
Confederação Abolicionista66 liderada por José do Patrocínio, filho de uma escrava negra
com um padre. Em 1884, os governos do Ceará e do Amazonas aboliram, em seus
territórios, a escravidão, no que foram pioneiros.
As fugas de escravos aumentram muito, após 1885, quando foi abolida a pena de açoite
para os negros fugidos, o que estimulou as fugas. O exército se negava a perseguir os
negros fugidos. Há que lembrar ainda os Caifases, liderados por Antônio Bento,66 que
promoviam a fuga dos negros, perseguiam os capitães-de-mato e ameaçavam os
senhores escravistas.67 Em São Paulo, a polícia, em 1888, também não ia mais atrás de
negros fugidos.
A abolição definitiva era necessária. Há divergências sobre o número de escravos
existentes em 1888. Havia, segundo alguns estudiosos, 1.400.000 escravos para
população de 14 milhões habitantes: cerca de 11%.66 Porém, segundo a matrícula de
escravos, concluída em 30 de março de 1887, o número de escravos era apenas
720.000.68
Finalmente, o presidente do Conselho de Ministros do "Gabinete de 10 de março", João
Alfredo Correia de Oliveira, do Partido Conservador, promoveu a votação de uma lei que
determinava a extinção definitiva da escravidão no Brasil. Em 13 de maio de 1888,
a Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea, que já havia sido aprovada pelo Parlamento,
abolindo toda e qualquer forma de escravidão no Brasil. Logo após a Princesa assinar a
Lei Áurea, ao cumprimentá-la, João Maurício Wanderley, o barão de Cotejipe, o único
senador que votou contra o projeto da abolição da escravatura, profetizou:
69
79
O que não se compreende é que uma nação, como o Brasil, após mais de
um século de vida constitucional e liberalismo, retrogradasse para uma
ditadura sem freios e sem limites como essa que nos degrada e enxovalha — Júlio
perante o mundo civilizado! Prestes
.80
Ao se iniciar o ano de 1932, crescem os reclamos dos políticos paulistas que se uniram
na Frente Única Paulista, em prol do fim da interferência dos tenentes em São Paulo e
pela instalação de uma assembléia nacional constituinte que poria fim ao Governo
Provisório, o qual era chamado pelos paulistas de ditadura..81
Uma previsível reação dos paulistas a um conluio contra São Paulo e seus interesses já
fora percebida, em 1929, pelo senador fluminense Irineu Machado, que afirmou:
.82
Os paulistas, que mantinham um esquema de domínio político junto com Minas Gerais
durante a primeira república, tentam articular uma revolução em 1932 para depor Getúlio
Vargas. A justificativa encontrada pelas oligarquias locais para buscar apoio do povo é que
o país precisava de uma Constituição, pois, desde 1930, Getúlio Vargas dizia que
"assumia provisoriamente" a presidência e que o mais cedo possível entregaria uma nova
Constituição ao país, com a subsequente realização de eleições para presidente.83Daí o
nome de Revolução Constitucionalista de 1932, deflagrada a 9 de julho. Os paulistas
foram apoiados pelo sul estado do Mato Grosso onde foi criado o Estado de Maracaju,
mas as tropas federais, ajudadas pelas tropas gaúchas e mineiras, garantiram uma vitória
de Getúlio Vargas depois de 3 meses de luta, a qual foi a maior guerra civil brasileira de
todos os tempos. Finalmente em 3 de maio de 1933, são feitas eleições para
uma Assembléia Nacional Constituinte que em 1934 elege Getúlio Vargas presidente da
república.
Getúlio Vargas.
Cartaz do governo do Estado Novo (1935): "(…) O Brasil está de pé, vigilante e disposto a tudo
empenhado na conquista de seu destino imortal!".
Por essas características é que, iniciada a Segunda Guerra Mundial, não se sabia se
Getúlio Vargas apoiaria o Eixo (com quem parecia ter mais afinidade) ou os Aliados. Os
EUA tinham planos para invadir o nordeste, caso o governo Vargas insistisse em manter o
Brasil neutro.8586 O clima de tensão culminara na adesão aos países aliados em 1942,
após ataques alemães em navios mercantes brasileiros que resultaram na morte de
dezenas de pessoas. A barganha getulista obtivera vantagens econômicas e militares:
instituiu-se um acordo econômico com os Estados Unidos que possibilitara a implantação
da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Além disso, outro acordo possibilitara o
reaparelhamento das forças armadas brasileiras.
Além da CSN, houve outras importantes conquistas feitas pelo Estado Novo tais como:
o Ministério da Aeronáutica, a Força Aérea Brasileira, o Conselho Nacional do Petróleo,
o Departamento Administrativo do Serviço Público, a Companhia Siderúrgica Nacional,
a Companhia Nacional de Álcalis, a Companhia Vale do Rio Doce, o Instituto de
Resseguros do Brasil, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, a estrada Rio-Bahia,
o Código Penal, o Código de Processo Penal Brasileiro e a Consolidação das Leis do
Trabalho, a Justiça do Trabalho, osalário mínimo e a estabilidade no emprego do
trabalhador, após de dez anos no emprego.
A pressão popular pela criação de uma força expedicionária torna-se concreta, mesmo
contra a vontade de Vargas, que afirmara que o envio de tropas brasileira ocorreria
quando "a cobra fumar". Posteriormente, percebendo a crescente pressão interna
(camadas médias urbanas) e externa (os Estados Unidos temiam uma possível
desestabilização de poder no Brasil, não desejosa em tempos de guerra), Vargas cedeu,
criando a Força Expedicionária Brasileira (FEB); cujo lema fora "A Cobra Vai Fumar". A
compensação à ajuda financeira deu-se de forma logística e material: garantiu-se o
suprimento de matérias-primas aos aliados (2º ciclo da borracha), e permitiu-se a
instalação de uma base militar na região Nordeste (Rio Grande do Norte), garantido o
domínio logístico e militar dos aliados sobre o atlântico sul.
Ao término da guerra, fazia pouco sentido que Getúlio Vargas continuasse no poder.
O fascismo fora derrotado, e os brasileiros notaram isso. Getúlio Vargas é forçado a
renunciar em 29 de outubro de 1945 pelas forças armadas, seguindo para seu estado
natal, o Rio Grande do Sul, e elegendo-se senador da república.
República Nova (1945-1964)[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: República Nova (Brasil)
O período conhecido como República Nova ou República de 46 inicia com a renúncia
forçada de Vargas, em outubro de 1945.87 O General Eurico Gaspar Dutra foi o presidente
eleito e empossado no ano seguinte. Em 1946 foi promulgada nova Constituição,88 mais
democrática que a anterior, restaurando direitos individuais.
A construção de Brasília. Na imagem os prédios dos ministérios, 1959. Fonte: Arquivo Público do Distrito
Federal.
Em 1950, o Brasil recebe a Copa do Mundo de Futebol. Apesar de perder a final para
o Uruguai, por 2 a 1,89 coloca o país definitivamente em destaque no cenário internacional,
bate todos os recordes e deixa como legado o Estádio do Maracanã, o maior do país.90
Ainda em 1950, o maior comunicador brasileiro do século XX, Assis Chateaubriand,
inaugurou a TV Tupi São Paulo, que no início chamava-se PRF-3. Sua cadeia de rádio,
jornais e televisão crescia a olhos vistos.
Nesse ano, Getúlio Vargas foi mais uma vez eleito presidente, desta vez pelo voto
direto.87 Em seu segundo governo foi criada aPetrobrás, fruto de tendências nacionalistas
que receberam suporte das camadas operárias, dos intelectuais e do movimento
estudantil. Porém, os tempos não eram mais os mesmos, e Getúlio não conseguiu
conduzir tão bem o seu governo. Pressionado por uma série de eventos, em 1954 Getúlio
Vargas comete suicídio dentro do Palácio do Catete.87 Assume o vice-presidente, João
Fernandes Campos Café Filho.
Em 1955, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente e tomou posse em janeiro de 1956,
ainda que tenha enfrentado tentativas de golpe.91Seu governo caracterizou-se pelo
chamado desenvolvimentismo, doutrina que se detinha nos avanços técnico-industriais
como suposta evidência de um avanço geral do país.92O lema do desenvolvimentismo sob
Juscelino foi 50 anos em 5.93 Em 1960, Kubitschek inaugurou Brasília, a nova capital do
Brasil.94
Já em 1961, Jânio Quadros, eleito em 1960, assumiu a presidência, mas renunciou em
agosto do mesmo ano.95 Jânio, um ex-professor sul-matogrossense radicado em São
Paulo pregava a moralização do governo, iniciou sua carreira política no PDC e se elegeu
com o apoio da UDN, fez um governo contraditório: ao lado de medidas polêmicas (como a
proibição de lança perfume e da briga de galo), o presidente condecorou o
revolucionário argentino Ernesto Che Guevara,96 97 para a supresa da UDN. Com a
condecoração, Jânio tentava uma aproximação com o bloco socialista para fins
estritamente econômicos, mas assim não foi a interpretação da direita no Brasil, que
passou a alardear o pânico com a "iminência" do comunismo.
O vice-presidente João Goulart, popularmente conhecido como "Jango", assumiu em 7 de
setembro de 1961 a presidência, após uma crise política: os militares não queriam aceitá-
lo na presidência, alegando o "perigo comunista", ou seja que Jango era simpatizante
do comunismo e mantinha vários comunistas em seu governo. Além de ex-ministro
trabalhista, Goulart encontrava-se na China quando da renúncia de Jânio Quadros. Uma
solução intermediária é acertada e instala-se o parlamentarismo no Brasil.
Em 1963, entretanto, João Goulart recuperou a chefia de governo com o plebiscito que
aprovou a volta do presidencialismo. João Goulart governou até 1 de abril de 1964,
quando se refugiou no Uruguai deposto pelo Golpe Militar de 1964. No seu governo houve
constantes problemas criados pela oposição militar, em parte devido a seu nacionalismo e
posições políticas radicais como a do Slogan "Na lei ou na marra" e "terra ou morte", em
relação à reforma agrária . O maior protesto dos setores conservadores da sociedade
contra seu governo ocorreu nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, em 19 de
março de 1964, com a chamada Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Regime Militar (1964-1985)[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Ditadura militar no Brasil (1964-1985)
O governo de João Goulart foi marcado por alta inflação, estagnação econômica e uma
forte oposição da Igreja Católica e das forças armadas que o acusavam de permitir a
indisciplina nas Forças Armadas e de fazer um governo de caráter esquerdista.
Em 31 de março de 1964 as Forças Armadas realizam um Golpe Militar de 1964,
destituindo João Goulart que se exilou no Uruguai. Os líderes civis do golpe, foram os
governadores dos estados do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, de Minas
Gerais, Magalhães Pinto e de São Paulo, Adhemar de Barros. A maioria dos militares que
participaram do golpe de estado eram ex-tenentes da Revolução de 1930, entre os
quais, Juraci Magalhães, Humberto de Alencar Castelo Branco, Juarez
Távora, Médici, Geisel e Cordeiro de Farias.
Foram 5 os presidentes da república, todos generais de exército, durante o regime militar:
o General Humberto de Alencar Castelo Branco, seguido pelo General Arthur da Costa e
Silva (1967-1969), eleitos pelo Congresso Nacional. O General Emílio Garrastazu
Médici (1968-74) foi escolhido pela Junta Militar que assumira o poder com a morte de
Costa e Silva em 1969 e eleito por um colégio eleitoral. O General Ernesto Geisel (1974-
79) e o General João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-84) também foram eleitos por
colégios eleitorais formados pelo Congresso Nacional mais representantes das
assembléias legislativas dos estados.
Entre as características adquiridas pelos governos decorrentes do golpe militar, também
chamado de "Revolução de 1964" e de "Contra-Revolução de 1964", destacam-se o
combate à subversão praticadas por guerrilhas de orientação esquerdista, a supressão de
alguns direitos constitucionais dos elementos e instituições ligados à suposta tentativa de
golpe pelos comunistas, e uma forte censura à imprensa, após a edição do AI-5 de 13 de
dezembro de 1968.
O golpe de estado foi chamado de "Contra-Revolução de 1964" porque os golpistas
estavam tentando impedir uma provável revolução comunista no Brasil, nos moldes da
recém ocorrida revolução cubana ocorrida anos antes.98
Em 1965, pelo Ato Institucional nº 2, todos os partidos políticos então existentes são
declarados extintos, e teve início a intensificação da repressão política aos comunistas.
Somente dois partidos eram permitidos, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), e
o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que veio a servir de refúgio a toda a esquerda
e extrema esquerda política.
Em pequenos municípios, porém, a divisão entre os dois partidos, ou as vezes, dentro do
mesmo partido político, pois cada partido podia lançar até 3 candidatos a prefeito (as
sublegendas), não era de idéias ou paradigmas, mas sim disputas pessoais entre os
líderes locais. Em 1970, o MDB quase foi extinto por ter tido uma votação mínima para o
Congresso Nacional.
Em 1967, o nome do país foi alterado para República Federativa do Brasil 99
Em 15 de março de 1967, promulgada a sexta Constituição Brasileira pelo Congresso,
institucionalizando o movimento e estabelecendo eleições indiretas para presidente,
realizada via colégio eleitoral, este eleito diretamente. A partir daquele dia ficavam
revogados os atos instituicionais baixados desde 1964. Nesse mesmo dia, diante do
crescimento dos movimentos de contestação ao regime militar, o General Arthur da Costa
e Silva assumiu a presidência da república. Porém esta normalidade institucional dada
pela constituição de 1967 durou pouco.
Em 13 de dezembro de 1968, Costa e Silva fechou o Congresso Nacional e decretou o Ato
Institucional nº 5, o AI-5, que lhe deu o direito de fechar o Parlamento, cessar direitos
políticos e suprimir o direito de habeas corpus. Em 1969, é feita uma ampla reforma da
constituição de 1967, conhecida como emenda constitucional nº 1, que a torna mais
autoritária.
Neste período, intensificou-se a luta armada nas cidades e no campo em busca da
derrubada do governo militar. Praticamente, tudo teve início com o atentado no Aeroporto
Internacional dos Guararapes, em Recife, em 1966, com diversos mortos e feridos, e em
diversos outros pontos do país, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Foi após a
configuração desta conjuntura de terror e justiçamentos da parte dos grupos comunistas
que a censura teve sua implantação consolidada.
Em 1969, Costa e Silva sofreu uma trombose e ficou incapacitado; uma junta militar
formada pelos comandantes das Forças Armadas assumiu o poder. Em outubro, o General
Médici tomou posse como presidente eleito pelo Congresso Nacional que ele pediu que
fosse reaberto.
Médici comandou o período de maior repressão aos grupos esquerdistas que combatiam a
ditadura militar, em especial, a repressão aos grupos de revolucionários e guerrilheiros
marxistas, com suspeitos e colaboradores sendo presos, ocasionalmente exilados,
torturados e/ou mortos em confrontos com as forças policiais do Estado. Em 1969, os
guerrilheiros atacaram o Quartel General do II Exército, atual Comando Militar do Sudeste,
em São Paulo, quando morreu o soldado Mário Kozel Filho.
No governo Médici teve início o movimento guerrilheiro no Araguaia e a realização
de sequestros de embaixadores estrangeiros e assaltos a bancos comerciais por grupos
de esquerda. Estes sequestros eram usados, em sua maioria, como forma de pressionar o
governo militar a libertar presos políticos. Após a redemocratização do país, contabilizou-
se mais de trezentos mortos, de ambos os lados.
Em 1974, o General Ernesto Geisel assumiu a presidência, tendo que enfrentar grandes
problemas econômicos, causados pela dívida externa criada pelo governo Médici,
agravados pela crise internacional do petróleo, e uma alta taxa de inflação.[carece de fontes]
Geisel iniciou a abertura democrática[carece de fontes] "lenta, gradual e segura", que foi
continuada pelo seu sucessor, o General Figueiredo (1979-85). Figueiredo não só permitiu
o retorno de políticos exilados ou banidos das atividades políticas durante os anos
1960 e 70. Foram anistiados os militantes das guerrilhas do tempo de governo Médici.
Figueiredo também autorizou que estes anistiados concorressem às eleições municipais e
estaduais em 1982.
O regime militar termina com as eleições indiretas para presidente em 1984, com Paulo
Maluf concorrendo pelo PDS e Tancredo Neves pelo PMDB apoiado pela Frente Liberal,
dissidência do PDS liderada por José Sarney e Marco Maciel. Venceu Tancredo Neves, na
eleição indireta de 15 de janeiro de 1985, para governar por 6 anos, a partir de 15 de
março de 1985, até 1991. Nem todos, na oposição ao regime militar, concordavam com o
lançamento da candidatura Tancredo Neves. O PT expulsou de seus quadros os seus
deputados que votaram em Tancredo Neves no colégio eleitoral. Foram expulsos do PT: a
deputada federal Beth Mendes e os deputados federais Aírton Soares e José Eudes.
Essas eleições, as últimas eleições indiretas da história brasileira, foram precedidas de
uma enorme campanha popular em favor de eleições diretas, levada a cabo por partidos
de oposição, à frente o PMDB, que buscava a aprovação pelo Congresso Nacional da
Emenda Constitucional que propunha a realização de eleições diretas. A campanha foi
chamada de "Diretas já", e tinha à frente o deputado Dante de Oliveira, criador da proposta
de Emenda. Em 25 de abril de 1984, a emenda foi votada e obteve 298 votos a favor, 65
contra, 3 abstenções e 112 deputados não compareceram ao plenário no dia da votação.
Assim a emenda foi rejeitada por não alcançar o número mínimo de votos para a
aprovação da emenda constitucional.
As principais realizações dos governos militares foram: a Ponte Rio-Niterói, os metrôs de
São Paulo e Rio de Janeiro, a usina hidrelétrica de Itaipu, a barragem de Sobradinho,
aAçominas, a Ferrovia do Aço, a rodovia Transamazônica, o FGTS, o BNH, a reforma
administrativa atráves de decreto-lei nº 200, o Banco Central do Brasil, a Polícia Federal e
o sistema DDD.
Nova República (1985-presente)[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Nova República
Tancredo Neves.
O primeiro presidente civil eleito desde o golpe militar de 1964 foi Tancredo Neves. Ele
não chegou a assumir, sendo operado no dia 14 de marçode 1985 e contraindo infecção
hospitalar. No dia da posse, 15 de março de 1985, assume então José Sarney de modo
interino, e após 21 de abril, data do falecimento de Tancredo Neves, como presidente em
caráter pleno.
A democracia foi re-estabelecida em 1988, quando a atual Constituição Federal foi
promulgada.100
Fernando Collor foi eleito em 1989, na primeira eleição direta para Presidente da
República desde 1964.101 Seu governo perdurou até 1992, quando renunciou devido a
processo de "impugnação" movido contra ele. O processo de afastamento ocorreu em
decorrência de uma série de denúncias envolvendo o Presidente Collor em esquemas
de corrupção, que seriam comandados pelo seu ex-tesoureiro de campanha, Paulo César
Farias.101 102 O vice-presidente, Itamar Franco, assume em seu lugar.
No governo de Itamar Franco é criado o Plano Real, articulado por seu Ministro da
Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.103 O governo Itamar contou com a presença de
vários senadores como ministros. Historiadores chegam a considerar esse fenômeno
como um "parlamentarismo branco". Cardoso foi eleito em 1994 e reeleito em 1998.
Cumpre dois mandatos e transmite a faixa presidencial ao seu sucessor em 1º de
janeiro de2003.
Imagem do Porto de Santos. As exportações são o símbolo do novo crescimento econômico.
O candidato Luis Inácio Lula da Silva, do PT, foi eleito presidente com aproximadamente
61% dos votos válidos. Lula repetiria o feito em2006, sendo reeleito no segundo turno
disputado contra Geraldo Alckmin, do mesmo PSDB.104
Apesar da estabilidade macro-econômica que reduziu as taxas de inflação e de juros e
aumentou a renda per capita, colocando o país em uma lista dos países mais promissores
do mundo, ao lado de China, Rússia, Índia e África do Sul com Fernando Henrique e Lula,
diferenças remanescem ainda entre a população urbana e rural, os estados do norte e do
sul, os pobres e os ricos.7 Alguns dos desafios dos governos incluem a necessidade de
promover melhor infra-estrutura, modernizar o sistema de impostos, as leis de trabalho e
reduzir a desigualdade de renda e diminuir o custo Brasil.
A economia brasileira contém uma indústria desenvolvida, inclusive com indústria
aeronáutica e uma agricultura desenvolvida e associada à indústria - o agronegócio, sendo
que o setor de serviços cada vez ganha mais peso na economia . As recentes
administrações expandiram a competição em portos marítimos, estradas de ferro, em
telecomunicações, em geração de eletricidade, em distribuição do gás natural e em
aeroportos com o alvo de promover o melhoramento da infra-estrutura. O Brasil começou à
voltar-se para as exportações em 2004, e, mesmo com um real valorizado e a crise
internacional, atingiu em 2008 exportações de US$ 197,9
bilhões, importações de US$ 173,2 bilhões,105 o que coloca o país entre os 19 maiores
exportadores do planeta.106
No dia 1º de janeiro de 2011, Dilma Rousseff assumiu a Presidência da República,
tornando-se a primeira mulher a assumir o posto de chefe de Estado, e também de
governo, em toda a história do Brasil.107 108 .
Citações no Wikiquote
Portal do Brasil
Notas
1. Ir para cima↑ Textualmente: "(…) que se trace e assinale pelo dito mar Oceano uma
raia ou linha direta de pólo a pólo; convém a saber, do pólo Ártico ao pólo Antártico,
que é de norte a sul, a qual raia ou linha e sinal se tenha de dar e dê direita, como dito
é, a trezentas e setenta léguas das ilhas de Cabo Verde em direção à parte do poente,
por graus ou por outra maneira, que melhor e mais rapidamente se possa efetuar
contanto que não seja dado mais. E que tudo o que até aqui tenha achado e
descoberto, e daqui em diante se achar e descobrir pelo dito senhor rei de Portugal e
por seus navios, tanto ilhas como terra firme desde a dita raia e linha dada na forma
supracitada indo pela dita parte do levante dentro da dita raia para a parte do levante
ou do norte ou do sul dele, contanto que não seja atravessando a dita raia, que tudo
seja, e fique e pertença ao dito senhor rei de Portugal e aos seus sucessores, para
sempre. E que todo o mais, assim ilhas como terra firme, conhecidas e por conhecer,
descobertas e por descobrir, que estão ou forem encontrados pelos ditos senhores rei
e rainha de Castela, de Aragão etc., e por seus navios, desde a dita raia dada na
forma supra indicada indo pela dita parte de poente, depois de passada a dita raia em
direção ao poente ou ao norte-sul dela, que tudo seja e fique, e pertença, aos ditos
senhores rei e rainha de Castela, de Leão etc. e aos seus sucessores, para sempre."
Referências
Nota: Se procura o edifício sede do Ministério das Relações Exteriores, veja Palácio
do Itamaraty.
Índice
[esconder]
1 Competências
2 Importância institucional
o 2.1 O papel do Itamaraty
o 2.2 Assistência Consular
o 2.3 Temas de política externa brasileira
2.3.1 América do Sul e integração regional
2.3.2 Ação contra a fome e a pobreza[9]
2.3.3 Assistência humanitária
2.3.4 Biocombustíveis
2.3.5 Ciência e tecnologia
2.3.6 Meio ambiente
o 2.4 A carreira diplomática
3 Estrutura institucional
4 Sede atual
5 Histórico
o 5.1 O Visconde do Uruguai
o 5.2 O Barão do Rio Branco
o 5.3 Osvaldo Aranha
6 Ver também
7 Referências
8 Ligações externas
O apoio é oferecido, sobretudo, a pequenas e médias empresas, que não têm experiência
e eventualmente o capital necessário para atuar internacionalmente, por si sós. O
Itamaraty trabalha com entidades como o SEBRAE, o que permite a ajuda a diversos
potenciais beneficiários. Além disso, há instrumentos criados pelo MRE especificamente
para a área de promoção comercial, como o SIPRI – Sistema de Promoção de
Investimento e Transferência de Tecnologia para Empresas. Tal sistema articula as
missões brasileiras no exterior que objetivam a expansão das exportações brasileiras e da
cooperação tecnológica entre os países. O SIPRI divulga no Brasil e no exterior diversas
oportunidades de atração de capital e de tecnologia que possam beneficiar empresas
nacionais.
Assim, verifica-se que o Ministério das Relações Exteriores tem um papel não só de mera
representação formal perante outros países, mas sim de um agente ativo na formulação
das políticas públicas do país, tanto internas quanto externas, coordenando-se com
diversos setores privados e públicos para tal.
O papel do Itamaraty[editar | editar código-fonte]
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) é o órgão político administrativo
encarregado de auxiliar a Presidência da República na formulação e execução da política
externa brasileira. O Serviço Exterior Brasileiro3 constitui-se do corpo de servidores,
ocupantes de cargos efetivos, capacitados profissionalmente como agentes do Ministério
das Relações Exteriores, no Brasil e no exterior, organizados em carreiras definidas e
hierarquizadas, quais sejam: diplomata, oficial de chancelaria e assistente de chancelaria.
Nos últimos anos o Itamaraty tem enfatizado o processo de integração regional por meio
do MERCOSUL e outros organismos internacionais e financeiros. Participa também de
questões importantes da agenda internacional como a defesa dos direitos humanos, a
preservação do meio-ambiente e a manutenção da paz.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) tem também intensificado as relações com
países de língua portuguesa como forma de atender de forma mais ágil às necessidades
do Brasil e de sua política externa. Com este objetivo tem da mesma forma aprimorado
sua atuação externa por meio de 94 embaixadas, 7 (sete) missões/delegações junto a
organismos internacionais, 31 consulados-gerais e 6 consulados.
Quanto à estrutura diplomática o MRE conta com um aparato que inclui, entre outras, a
sede Palácio do Itamaraty em Brasília, e os Escritórios de Representação no Rio de
Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, Recife
e Manaus. O Ministério conta também com o apoio de entidades vinculadas como
aFundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), responsável pelas questões acadêmicas, e
também o Instituto Rio Branco, que tem por função recrutar e treinar os diplomatas.
Assistência Consular[editar | editar código-fonte]
Repartição consular é a representação do Governo brasileiro perante as autoridades locais
e a comunidade brasileira nela residente. A repartição consular pode estar localizada em
uma Embaixada, em um Consulado ou em um Vice-Consulado do Brasil. Ela é
responsável por proteger e prestar assistência aos cidadãos brasileiros em sua jurisdição,
respeitando-se os tratados internacionais vigentes e a legislação do país estrangeiro.
Desse modo, expede passaportes e outros documentos de viagem aos nacionais
brasileiros que se encontram no exterior. Também age na qualidade de notário e oficial do
registro civil, realizando registros de nascimento, casamento e óbito, emitindo procurações,
atestados e outros atos notariais, permite o exercício do direito de voto do cidadão e outros
serviços que a legislação eleitoral determinar e encaminha processos de perda e de
reaquisição de nacionalidade brasileira. Além disso, a repartição consular também é
responsável por emitir vistos de entrada no território brasileiro para cidadãos estrangeiros.8
Temas de política externa brasileira[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Relações internacionais do Brasil
Por determinação da Constituição de 1988, o Brasil tem por princípio constitucional que
rege as relações internacionais do país a busca a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai assinaram, em 26 de
março de 1991, o Tratado de Assunção, com vistas a criar o Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL). O objetivo primordial do Tratado de Assunção é a integração dos quatro
Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do
estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum, da adoção de uma política comercial
comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de
legislações nas áreas pertinentes. A União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) é
formada pelos doze países da América do Sul. O tratado constitutivo da organização foi
aprovado durante Reunião Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo, realizada
em Brasília, em 23 de maio de 2008. Dez países já depositaram seus instrumentos de
ratificação (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e
Venezuela), completando o número mínimo de ratificações necessárias para a entrada em
vigor do Tratado no dia 11 de março de 2011.
São ao todo oito metas11 as quais os países se comprometeram a atingir em pelo menos
50% até o ano de 2015: erradicar a extrema pobreza e a fome, atingir o ensino básico
universal, promover a igualdade entre os sexos e autonomia das mulheres, reduzir a
mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater o HIV/AIDS, a malária e outras
doenças, garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o
desenvolvimento.
Muito embora o Brasil seja um país em desenvolvimento, e, portanto, a princípio "alvo" das
metas, preocupa-se além das questões internas, também com as externas cooperando na
medida do possível com as metas estabelecidas em âmbito internacional. A mobilização
de apoio político e financeiro com vistas a atingir os objetivos das MDMs de erradicar a
pobreza e a fome, tornou-se um dos principais focos da política externa brasileira.
Em abril de 2008 foi realizada na sede do Ministério das Relações Exteriores, o Palácio do
Itamaraty, em Brasília, a 30ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas
para a Agricultura e Alimentação (FAO) com o objetivo de revisar as ações nos países
da América Latina nos dois últimos anos e planejar os focos de atuação dos anos
seguintes. Mais uma vez foi reforçada a necessidade iminente de investimentos para
acabar com a fome e a pobreza. Por meio da promoção de eventos desta natureza o
Itamaraty busca, além de estreitar as relações com os organismos internacionais, também
reafirmar o comprometimento do Brasil com as questões de relevância mundial.
Conforme a ótica das autoridades brasileiras, a campanha contra a pobreza e a fome vai
além da resolução pura e simples do problema. Não se trata de medida paliativa, mas de
fase de um processo complexo de desenvolvimento integrado com vistas a atingir um
sistema multilateral de comércio justo e equilibrado, aumento no fluxo de investimentos e
estabelecimento de projetos adequados de sustentabilidade e amortecimento da dívida
externa dos países em desenvolvimento.9
Em 2004 foi criado em Genebra, Suíça, um Grupo Técnico com o objetivo de explorar
novas fontes de financiamento aos projetos de erradicação da pobreza. A expectativa é
que os trabalhos desenvolvidos pelo grupo possam contribuir para os esforços globais na
mobilização de recursos adicionais ao desenvolvimento de acordo com as resoluções da
ONU.
As Diretrizes Voluntárias para o Direito à Alimentação Adequada,17 por exemplo, são fruto
destes encontros. Aprovadas por mais de 180 países, permitem aos gestores públicos
contar com parâmetros que protejam, promovam e proporcionem a garantia dos direitos do
homem à alimentação. A atuação brasileira, por meio da atuação do Ministério das
Relações Exteriores e demais órgãos ligados à segurança alimentar e assistência
humanitária, foi de suma importância na negociação dessas Diretrizes. Participaram
também do seu processo de elaboração e negociação do plano a Relatoria das Nações
Unidas para o Direito à Alimentação, os países da América Latina e Caribe, da África,
do Oriente Médio, Ásia, Suíça e Noruega, além da sociedade civil internacional.18
O Ministério das Relações Exteriores, em conjunto com o Conselho Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional da Presidência da República, atua de maneira
significativa nas negociações internacionais referentes a ações de combate à fome e à
pobreza e com a promoção da segurança alimentar. Por meio do Projeto de Lei Orgânica
de Segurança Alimentar busca-se mecanismos para proteger os produtos brasileiros
dentro do contexto do comércio internacional. Trata-se da identificação de "produtos
sensíveis", adotada pela Organização Mundial do Comércio, que deve incluir, segundo a
proposta brasileira, não apenas fatores comerciais na precificação dos produtos, mas
também critérios que protejam a agricultura familiar e os programas de desenvolvimento
rural.
A questão dos biocombustíveis tem obtido especial destaque nos primeiros meses de
2008 em razão da alta no preço dos alimentos. Diversas notícias e estudos têm sido
divulgados alegando que há uma relação entre o aumento da produção de
biocombustíveis com a diminuição da oferta de alimentos.
Contudo, o Brasil alega não que não há relação direta entre a produção de etanol e a alta
no preço dos alimentos, pois o Brasil conjuntamente ao aumento na produção de cana-de-
açúcar tem também aumentado a produção de alimentos.
Esta é justamente a tese que Delfim Netto defendeu no artigo acima citado. De acordo
com o autor, graças às pesquisas que realizou, o Brasil criou uma eficiente agricultura
tropical que permite que se produza mais, e com menos terras. Dos 850 milhões de
hectares, o Brasil tem cerca de 350 milhões de terras agricultáveis, das quais menos de
2,5% estão ocupadas com cana-de-açúcar. O mesmo ocorre com a produção de grãos
que ocupa menos de 75% das terras próprias para sua produção.
O presidente Lula tem sido incisivo na defesa dos biocombustíveis, especialmente com o
intuito de reduzir a poluição do ar e incentivar a economia nacional. Quando confrontado
com questões referentes às altas dos alimentos o Presidente tem se mostrado indignado
com as acusações, alegando que há diversos outros motivos para as altas dos alimentos,
como, subsídios agrícolas dos países europeus, desvalorização do dólar, e aumento da
procura, fatores que não possuem nenhuma relação com a produção de biocombustíveis
brasileiros.
O Ministério das Relações Exteriores tem dado importantes passos na promoção dos
biocombustíveis, seja incentivando a produção nacional, ou mesmo realizando
conferências sobre inovações na área. No ano de 2006, por exemplo, o MRE organizou
o Seminário da Comunidade Sul-americana de Nações Sobre Biocombustíveis na
Perspectiva Socioambiental. Nele estavam doze países da América do Sul com o
propósito de conhecer a experiência brasileira com biocombustível e como esta é eficiente
para a sustentabilidade ambiental.20
Memorandos entre Brasil e outros países também são foco da política do MRE. Em 2007
foi firmado com os Estados Unidos memorando com o intuito de compartilhar experiências
bem sucedidas de cada país na produção de biocombustíveis sustentáveis. Neste
instrumento, os países expressaram a intenção de cooperar no desenvolvimento e na
difusão dos biocombustíveis.21
Ainda cabe distinguir a cooperação oficial, que é executada sob instrumentos jurídicos
assinados entre os Governos e a cooperação interinstitucional, feita entre as instituições,
sob responsabilidade única destas.
Além dos mecanismos bilaterais de cooperação citados acima, o MRE promove trocas de
informações e ajudas com mais de um país ao mesmo tempo, por meio de foros,
congressos e acordos multilaterais. O Prosul - Programa Sul-americano de Apoio às
Atividades de Cooperação em Ciência e Tecnologia tem por objetivo apoiar atividades de
cooperação em Ciência e Tecnologia (C&T) na América do Sul que contribuam, de forma
sustentada, para o desenvolvimento científico e tecnológico da região, mediante a geração
e apropriação de conhecimento e a elevação da capacidade tecnológica dos países, em
temas selecionados por sua relevância estratégica e que levem à melhoria da qualidade
de vida dos seus cidadãos (artigo dois da Portaria MCT nº 872, de 20.12.2001) é um
exemplo de como atua o MRE, especificamente a Divisão de Ciência e Tecnologia, no
suporte a pesquisas e desenvolvimentos multilateralmente.
Atualmente, uma das maiores preocupações do MRE é o aquecimento global, sendo que
no ano de 2007, em congresso sobre o meio ambiente promovido pelo Itamaraty, o
Ministro das relações exteriores Celso Amorim considerou a criação de um embaixador
especial para cuidar do assunto das mudanças climáticas: "Certamente é um tema de
grande importância, eu estaria mesmo considerando no meu âmbito a criação do cargo de
embaixador especial para mudança de clima. Nós temos que pensar, porque é um tema
de grande importância. Há mitos, mas há também muitas verdades, e nós temos que levar
em conta isso e agir da maneira adequada"23
Por conta desta série de conflitos é que o Ministério das Relações Exteriores sugeriu,
durante a reunião com parlamentares da representação brasileira no Parlamento do
MERCOSUL em fevereiro de 2008, que fosse criada uma norma única para todos os
países do bloco de forma a solucionar a questão da importação de pneus usados e
remoldados. Segundo o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, uma norma
desta natureza proibiria a importação de pneus naquelas condições provenientes de
países de fora do bloco. Assim, os pneus usados no Brasil, por exemplo, poderiam ser
exportados para os demais países do MERCOSUL, remoldados lá, e comercializados
novamente no Brasil, diminuindo o passivo ambiental das nações que compõem o
MERCOSUL.
A carreira diplomática[editar | editar código-fonte]
O ingresso na carreira de diplomata se dá mediante concurso público de âmbito nacional
organizado pelo Instituto Rio Branco. Importante ressaltar que somente os brasileiros
natos podem participar do concurso, cuja aprovação habilitará o ingresso na classe inicial
da carreira de diplomata, bem como à matrícula no Curso de Formação do Instituto Rio
Branco.
Para preenchimento do Quadro Especial do Serviço Exterior Brasileiro devem ser seguidas
algumas regras. Os ministros de primeira e segunda classe, bem como os conselheiros
deverão ocupar os cargos com esta mesma denominação. Na eventualidade de ausência
de pessoal, o primeiro-secretário ocupará o cargo de conselheiro, e o segundo-secretário o
de primeiro-secretário.
Sua sede atual é o Palácio dos Arcos, localizado em Brasília, mais conhecido como
"Palácio Itamaraty", um edifício modernista projetado por Oscar Niemeyer. O nome
Itamaraty vem de sua antiga sede, na ex-capital da república (Rio de Janeiro), um refinado
casarãoneoclássico originalmente pertencente a Francisco José da Rocha Leão, Conde de
Itamarati.
Itá, em tupi, significa "pedra"; mará vem do tupi pará, que significa "mar" e ti significa
"água"35 . Portanto, "Itamaraty" significa, traduzido do tupi, "água de mar de pedra". A
ortografia da palavra Itamarati foi atualizada desde, pelo menos, o Formulário Ortográfico
de 1943, passando a ser escrita com "i" em vez de "y", o que não se verifica no nome dos
edifícios, que ainda mantêm a ortografia arcaica. Na prática, a obediência à nova regra
ortográfica é ignorada seja pelos órgãos de governo como pela imprensa.
Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, antiga sede do Ministério das Relações Exteriores.
O Ministério das Relações Exteriores, mais conhecido como Itamaraty, tem três momentos
bastante relevantes que definiram como o órgão seria estruturado posteriormente.36 37
O segundo momento histórico relevante foi a mudança da família real para o Brasil, em
1808, quando a sede do Império foi transferida de Lisboa para o Rio de Janeiro, em
decorrência das invasões napoleónicas na Península Ibérica. Transferiu-se toda a
burocracia, funcionários e tradições da política exterior para o Brasil, situação que
influenciou indiscutivelmente a posterior estruturação das instituições brasileiras.
A partir daí, e desde a sua criação nos primórdios da Secretaria dos Negócios
Estrangeiros em 1822, o Itamaraty definiu alguns princípios fundamentais de atuação
como a solução pacífica de controvérsias e a não intervenção. Enfim, com o término da 2ª
Guerra Mundial e consequente criação da ONU em 1945, consolidou sua participação em
fóruns internacionais.
Visconde do Uruguai.
Barão do Rio Branco.
Osvaldo Aranha.
Além disso, o Visconde do Uruguai teve papel fundamental na negociação, com o Império
Francês de Napoleão, das fronteiras territoriais entre Brasil (Amapá) e a Guiana Francesa.
Apesar da missão comandada pelo Visconde não ter sido bem sucedida, abriu espaço
para a posterior negociação, mediada pelo Conselho Federal Suíço, em que se resolveu
definitivamente a questão do Amapá.
O Barão do Rio Branco[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Barão de Rio Branco
O Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior) assumiu o cargo de
chanceler em 1902. Percebeu que havia uma defasagem nos quadros do Itamaraty, razão
pela qual ampliou o número de funcionários, modernizou a biblioteca e a seção de
cartografia, além de investir na beleza do próprio palácio para receber hóspedes
estrangeiros.
Nas questões territoriais, foi na gestão do Barão do Rio Branco que várias questões de
fronteiras foram efetivamente resolvidas, incluindo a disputa pela fronteira entre Amapá e
Guiana Francesa, iniciada pelo Visconde do Uruguai. Além dessa questão, foram
resolvidas disputas com Argentina,Bolívia e Uruguai, sendo pela atuação do Barão do Rio
Branco que os contornos do Brasil como atualmente conhecemos foram sendo moldados.
Osvaldo Aranha[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Osvaldo Aranha
Além da atuação na Segunda Guerra Mundial, Osvaldo Aranha ainda pôde assinar nos
EUA várias convenções de matéria financeira (crédito, pagamentos e amortizações e
câmbio). Por fim, reestruturou o Ministério das Relações Exteriores, incorporando em um
só quadro os dois grandes quadros de funcionários: completou-se a fusão das carreiras
diplomática e consular pelo Decreto-lei nº 791/38.
Era Vargas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
← 1930 – 1945 →
Hino nacional
Hino Nacional Brasileiro
Continente América
Região América do Sul
Capital Rio de Janeiro
Governo RepúblicaPresidencialista
Governo Provisório
(1930-1934)
Governo
Constitucionalista (1934-
1937)
Estado Novo (1937-
1945)
Presidente
• 1930 - 1945 Getúlio Vargas
Período histórico Entreguerras
• 24 de
Revolução de 1930
outubro de1930
• 1937-1945 Estado Novo
• 29 de Deposição de Getúlio
outubro de1945 Vargas
Era Vargas é o período da história do Brasil entre 1930 e 1945, quando o país estava sob
a liderança de Getúlio Vargas e que compreende a Segunda e a Terceira
República (Estado Novo).1 Essa época foi um divisor de águas na história brasileira, por
causa das inúmeras alterações que Vargas fez no país, tanto sociais quanto econômicas.
A Revolução de 1930 marcou o fim da República Velha (com a deposição do
presidente Washington Luís; a revogação daconstituição de 1891, com o objetivo de
estabelecer de uma nova ordem constitucional; a dissolução do Congresso Nacional;
intervenção federal em governos estaduais e alteração do cenário político, com a
supressão da hegemonia até então apreciada por oligarquias agriculturas de São
Paulo e Minas Gerais) e sinaliza o início da Era Vargas (tendo em conta que, após o
triunfo da revolução, um junta militar provisória cedeu o poder a Vargas, reconhecido como
o líder do movimento revolucionário).
A Era Vargas é composta por três fases sucessivas: o período do Governo Provisório
(1930-1934), quando Vargas governou por decreto como Chefe do Governo Provisório,
cargo instituído pela Revolução, enquanto se aguarda a adoção de uma nova constituição
para o país, o período da constituição de 1934 (quando , na sequência da aprovação da
nova constituição pela Assembleia Constituinte de 1933-34, Vargas foi eleito pela
assembleia ao abrigo das disposições transitórias da constituição como presidente, ao
lado de um poder legislativo democraticamente eleito) e o período do Estado Novo (1937-
1945), que começa quando Vargas impõe uma nova constituição, em um golpe de
Estado autoritário, e dilui o congresso, assumindo poderes ditatoriais com o objetivo de
perpetuar seu governo.
A deposição de Getúlio Vargas, do seu regime do Estado Novo em 1945 e a posterior a
redemocratização do país, com a adoção de uma nova constituição em 1946 marca o fim
da Era Vargas e o início do período conhecido como Quarta República Brasileira.
Índice
[esconder]
1 História
o 1.1 República Velha
o 1.2 Governo Provisório (1930 - 1934)
o 1.3 Revolução Constitucionalista de 1932
o 1.4 O Governo Constitucionalista (1934 - 1937)
o 1.5 Revolta Mineira e Plano Cohen (1935 - 1936)
o 1.6 Estado Novo (1937 - 1945)
1.6.1 Declínio
2 Legado
3 Referências
História
República Velha
Ver artigo principal: República Velha
Desde a proclamação da república até o ano de 1930 vigorava no Brasil a República
Velha, conhecida hoje como o primeiro período republicano brasileiro.2 Caracterizada por
ser dominada pela oligarquia cafeeira e pela conhecida aliança política "café com leite"
(entre São Paulo e Minas Gerais),2 a elite cafeeira revezava na presidência do Brasil,
movida pelos seus interesses políticos e econômicos.3
Os fatos que marcaram a república velha foram a sustentação da economia centrada no
café, o saneamento e a reurbanização do Rio de Janeiro, as primeiras greves operárias,
as novas imigrações de europeus, italianos e japoneses, revoltas como arevolta da
chibata, a revolta do contestado e a guerra de canudos.Também houve a construção
de estradas de ferro, usinas hidrelétricas e redes telegráficas.4
Governo Provisório (1930 - 1934)
Ver artigo principal: Revolução de 1930
Getúlio Vargas após a revolução de 1930, que iniciou a Era Vargas
Após tomar o poder através de um golpe militar e instaurar uma ditadura, Getúlio Vargas
usufruía de poderes quase ilimitados e, aproveitando-se deles, começou a tomar políticas
de modernização do país. Ele criou, por exemplo, novos ministérios - como o Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e Saúde -, e nomeou
interventores federais. Na prática, os estados perdiam grande parte da sua autonomia
política para o presidente.
Continuou com a Política de Valorização do Café (PVC) e criou o Conselho Nacional do
Café e o Instituto do Cacau atendendo assim a algumas das reivindicações das oligarquias
cafeeiras.
Getúlio Vargas também é creditado, nesta época, a Lei da Sindicalização, que vinculava
os sindicatos brasileiros indiretamente - por meio da câmara dos deputados - ao
Presidente. Vargas pretendia, assim, tentar ganhar o apoio popular, para que estes
apoiassem suas decisões (a política conhecida como populismo). Assim sendo, houve, na
Era Vargas, grandes avanços na legislação trabalhista brasileira, muitos deles não devidos
exatamente a Vargas - a quem cujo crédito maior é o estabelecimento da CLT ,1941,- mas
sim por parte de parlamentares constituintes do período. Mudanças essas que perduram
até hoje.
Revolução Constitucionalista de 1932
Ver artigo principal: Revolução Constitucionalista de 1932
Em 1931, Getúlio Vargas derruba a Constituição brasileira, reunindo enormes poderes no
Brasil. Isso despertou a indignação dos opositores, principalmente as oligarquias cafeeiras
e a classe média paulista, que estavam desgostosos com o governo getulista. A perda de
autonomia estadual, com a nomeação de interventores, desagradou ainda mais. Por mais
que Getúlio tenha percebido o erro e tentado nomear um interventor oligarca paulista,
estes já arquitetavam uma revolta armada, a fim de defender a criação de uma nova
Constituição.
Quando quatro jovens estudantes paulistanos (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) são
assassinados no dia 23 de Maio de 1932, diversos setores da sociedade paulista se
mobilizam com o evento, e toda a sociedade passa a apoiar a causa constitucional. No dia
9 de Julho do mesmo ano, a revolução explode pelo estado. Os paulistas contavam com
apoio de tropas de diversos estados, como Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul,
mas Getúlio Vargas foi mais rápido e conseguiu reter esta aliança, isolando São Paulo.
Sem qualquer apoio, os flancos paulistas ficaram vulneráveis, e o plano de rápida
conquista do Rio de Janeiro transformou-se em uma tentativa desesperada de defender o
território estadual. Sem saída, o estado se rende em 28 de setembro.
Mesmo com a vitória militar, Getúlio Vargas atende alguns pedidos dos republicanos e
aprova a Constituição de 1934.
O estado de São Paulo não conseguiu a adesão de praticamente nenhum outro estado
brasileiro. Os paulistas, chefiados por Isidoro Dias Lopes, permaneceram isolados, sem
adesão das demais unidades da federação, excetuando um pequeno contingente militar
vindo do Mato Grosso, sob o comando do general Bertoldo Klinger. Claramente porque era
uma revolução encabeçada basicamente pela elite do PRP - Partido Republicano Paulista
- que, por meios de propagandas eficientes, conseguiu galgar apoio de diversos setores da
sociedade paulista - taxando Getúlio Vargas como um cruel ditador fascista.
Para reprimir a rebelião paulista, Getúlio Vargas enfrentou sérias dificuldades no setor
militar, pois inúmeros generais simplesmente recusaram a missão, tendo em vista que
estes temiam a ameaça de perder os cargos. Percebendo o débil apoio que tinha no seio
da cúpula do Exército, e a fim de conquistá-lo, Vargas rompeu em definitivo com os
tenentes, que não eram bem vistos pelos oficiais legalistas.
Em 3 de outubro de 1932, em meio à crise militar e apesar dela, Getúlio conseguiu
esmagar a revolta paulista.
O Governo Constitucionalista (1934 - 1937)
Parte de uma série sobre a
História do Brasil
Era pré-cabralina[Expandir]
Colônia (1530–1815)[Expandir]
Império (1822-1889)[Expandir]
Constituições[Expandir]
Listagens[Expandir]
Temáticas[Expandir]
ver • editar
Portal Brasil
v•e
Pintura representando o encontro de Getúlio Vargas e Franklin Rooseveltna base aérea norte americana
emNatal, no Rio Grande do Norte, em 1943.
A constituição de 1937, que criou o "Estado Novo" getulista, tinha caráter centralizador e
autoritário. Ela suprimiu a liberdade partidária, a independência entre os três poderes e o
próprio federalismo existente no país, Vargas fechou o Congresso Nacional e criou o
Tribunal de Segurança Nacional. Os prefeitos passaram a ser nomeados pelos
governadores e esses, por sua vez, pelo presidente. Foi criado oDIP (Departamento de
Imprensa e Propaganda), com o intuito de projetar Getúlio Vargas como o "Pai dos
Pobres" e o "Salvador da Pátria".
Durante a Segunda Guerra Mundial, ao longo do ano de 1942, as marinhas da Alemanha
Nazista e Itália Fascista estenderam a guerra submarina às águas do Atlântico Sul,
atacando os navios de bandeiras de todos os países que haviam ratificado o compromisso
da Carta do Atlântico, compromisso esse que era de se alinhar automaticamente com
qualquer país do continente americano que viesse a ser atacado por um país de fora do
continente. Isto implicou o alinhamento com os Estados Unidos, desde que estes foram
atacados pelos japoneses em Pearl Harbor. Os Estados Unidos haviam forçado o Japão a
esta declaração de guerra devido a atos como grandes empréstimos de dinheiro à China,
tradicional inimigo do Japão, congelamento de ativos japoneses em território americano e
suspendendo o fornecimento de petróleo àquele país. Dias depois tiveram declarações de
guerra enviada a eles pela Alemanha e Itália.
Durante todo o primeiro semestre vários navios mercantes brasileiros foram afundados no
Atlântico, supostamente por submarinos alemães, não apenas no Atlântico Sul. Contudo a
situação econômica já depauperada da Alemanha e a indiferença que o Brasil tinha neste
contexto, faz crer que esta tenha sido uma ação orquestrada por outros interesses. Devido
ao alarde dos casos pela imprensa, a população brasileira saiu às ruas para exigir que o
governo, frente à agressão, reagisse com a declaração de guerra.
Carmen Miranda foi um símbolo da "Política da Boa Vizinhança", que consistia em ampliar os laços entre
osEstados Unidos e a América Latina.
Os EUA tinham planos para invadir o nordeste, caso o governo Vargas insistisse em
manter o Brasil neutro.5 6 Mesmo com a atitude passiva do ponto de vista diplomático, com
o governo brasileiro ainda se mantendo oficialmente na neutralidade, o estado de guerra
se mostrou irreversível quando, a partir de maio daquele ano, aviões da FAB passaram a
atacar qualquer submarino alemão e italiano que fosse avistado.7
Apenas entre os dias 15 e 21 de agosto de 1942, cinco navios brasileiros - Baependi,
Aníbal Benévolo, Araraquara, Itagipe e Arará foram torpedeados na costa nordestina
(Sergipe e Bahia), sendo que um deles estaria vazio e sem tripulação.8 No final daquele
mês, o Brasil se uniu formalmente aos aliados, declarando guerra à Alemanha e Itália.9
Neste período, Vargas também assinou o Tratado de Washington com o presidente norte-
americano Roosevelt, garantindo a produção de 45 mil toneladas de látex para as forças
aliadas, o que impulsionou o segundo ciclo da borracha, trazendo progresso para a região
da Amazônia e também colonização, uma vez que só do nordeste do Brasil foram para a
Amazônia 54 mil trabalhadores, a maioria do Ceará. Em meio a incentivos econômicos e
pressão diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa norte-
nordeste brasileira, sendo a base militar no município de Parnamirim, vizinho à
capital Natal, no estado do Rio Grande do Norte, a principal dentre estas do ponto de vista
militar, embora Recife tenha sido escolhida como sede do comando aliado no Atlântico
Sul.7
A participação do Brasil na guerra e a forma como a mesma se desenrolou, com o envio
inclusive de uma força expedicionária ao teatro de operações do mediterrâneo, acabou por
ter um peso significativo para o fim do regime do Estado Novo.
Declínio
Ver artigo principal: Manifesto dos Mineiros
O Manifesto dos Mineiros foi um documento de 1943 que marcou o início da oposição
aberta ao Estado Novo, criticando abertamente o regime ditatorial daquele período.
Assinado por 76 políticos, intelectuais e empresários de Minas Gerais, exigia a
redemocratização e era passado, clandestinamente, de mão em mão.
No dia 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar, sendo
conduzido ao exílio na sua cidade natal, São Borja. No dia 2 de dezembro do mesmo ano,
foram realizadas eleições livres para o parlamento e presidência, nas quais Getúlio seria
eleito senador pela maior votação da época. Era o fim da Era Vargas, mas não o fim de
Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular.
Na sucessão de Dutra, em 1950, o PTB lançou Getúlio Vargas como candidato à
presidência, numa campanha popular empolgante e vitoriosa. Getúlio Vargas voltou ao
poder, como se disse na época: "Nos braços do povo"
As principais propostas de Getúlio Vargas foram: A criação da Eletrobrás, fundamental
para o desenvolvimento industrial e a criação da Petrobras para diminuir a importação do
produto, que consumia grande parte das divisas nacionais.
Mas havia um jornalista muito crítico na época chamado Carlos Lacerda, que acusava
Getúlio de estar em um "mar de lama", de nepotismo, acumulação de privilégios e de
aliados. O chefe da guarda do presidente, Gregório Fortunato, tramou um atentado para
matar o jornalista no que ficou conhecido como o Atentado da rua Tonelero, porém no
momento da execução Carlos Lacerda estava acompanhado de um major da
Aeronáutica, Rubens Vaz.
Enquanto Lacerda se dirigia para a portaria de seu prédio, Fortunato realizou os disparos
que levaram à morte o major. A crise ganhou dimensão e as Forças Armadas, após
prenderem Gregório e os homens que haviam sido contratados para o atentado,
pressionaram Vargas para que ele renunciasse novamente.
Legado
O Governo de Getúlio Vargas se torna fundamental para a formação do Brasil
contemporâneo. O desmantelamento dos poderes estaduais e o fortalecimento de um
governo central, o papel do Estado como principal investidor na economia, a criação de
mecanismos sociais (como o sufrágio universal e a Consolidação das Leis do Trabalho)
etc., serão figuras centrais durante as décadas seguintes na História brasileira.
A enorme importância de seu primeiro regime, entretanto, não conseguiu ser repetida. Ao
reassumir o posto de presidente, em 1951, Vargas passa a governar em regime
democrático, o que o enfraquece sensivelmente. Após anos de pressões políticas, Getúlio
Vargas não suportou, e se suicidou com um tiro no peito, em 24 de agosto de 1954. Em
uma carta-testamento, afirmava que sempre pertenceu ao povo. Em um dos últimos
trechos havia a frase que ficou para a posteridade: "… Serenamente dou o primeiro passo
no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.".
Referências
Dados pessoais
Partido PSDB
O Governo Fernando Henrique, também chamado Governo FHC, teve início com a
posse da presidência por Fernando Henrique Cardoso, em 1 de Janeiro de 1995, e
terminado em 1 de janeiro de 2003, quando assumiu Luiz Inácio Lula da Silva.
Fernando Henrique Cardoso foi presidente por dois mandatos consecutivos (de 1995
a 1998 e de 1999 a 2002). Suas principais marcas foram a consolidação do Plano Real, a
introdução dos programas de transferência de renda como o Bolsa Escola, além de
profundas reformas econômicas.[carece de fontes]
Índice
[esconder]
1 Características
o 1.1 Economia
1.1.1 Início da expansão econômica
1.1.2 Crises econômicas enfrentadas
1.1.3 Salário Mínimo
1.1.4 PIB
1.1.5 Aumento da dívida pública
1.1.6 Lei de Responsabilidade Fiscal
1.1.7 Índice de Desenvolvimento Humano
o 1.2 Saúde
2 Crises e acusações de corrupção
o 2.1 Reeleição
o 2.2 Crise do apagão
3 Referências
4 Ver também
FHC enfrentou diversas crises mundiais durante seu governo, como a crise do México em
1995, a crise asiática em 1997-98, a crise russa em 1998-99 e, em 2001, a crise argentina,
os atentados terroristas nos EUA em 11 de setembro de 2001, a falsificação de balanços
da Enron/Arthur Andersen. Internamente, enfrentou uma crise em 1999, quando houve
uma forte desvalorização do real, depois de o Banco Central abandonar
o regime de câmbio fixo e passar a operar em regime de câmbio flutuante. Em 2002, a
própria eleição presidencial no Brasil, em que se previa a vitória de Lula, causou mais uma
vez a fuga de hot-money, elevando o preço do dólar a quase R$ 4,00.[carece de fontes]
Opositores de seu governo afirmam entretanto que tendo Fernando Henrique incentivado o
fluxo de capitais externos especulativos de curto prazo no Brasil (hot-money) - que
supostamente inundariam o país para equilibrar o balanço de dólares, exatamente o
oposto do desejado se deu: a cada crise que surgia em outros países emergentes, a
economia brasileira sofria uma retirada abrupta desses capitais internacionais
especulativos, o que obrigava FHC a pedir socorro ao FMI, o que fez três vezes.3 , sendo a
última já com concordância de Lula, recem-eleito.[carece de fontes] Seus defensores lembram
que FHC pegou o país falido, praticamente sem divisas em dólar e com uma hiper-inflação
que chegou a mais 70% em um único mês, tendo que abrir mão de diversas frentes para
estabilizar o país e entregá-lo ao seu sucessor com as finanças devidamente
organizadas.[carece de fontes]
As principais marcas positivas do governo FHC foram a continuidade do Plano Real,
iniciado por Itamar Franco que tinha o próprio Cardoso como Ministro da Fazenda; o fim
dahiperinflação, e a criação de programas sociais pioneiros[carece de fontes], como o bolsa-
escola, o vale-gás e o bolsa-alimentação. Além de mudanças amplas no Estado brasileiro,
com a implementação da Advocacia Geral da União, da Lei de Responsabilidade Fiscal,
do Ministério da Defesa e a implantação do PROER - programa de restruturação do
sistema financeiro brasileiro - concentrando e transformando os bancos brasileiros em
instituições fortemente fiscalizadas[carece de fontes], o que rendeu elogios do próprio presidente
Lula na ocasião da crise econômica mundial de 2008. [carece de fontes]
Logotipo e slogan, Trabalhando por todo o Brasil, utilizado no governo Fernando Henrique entre 1999 e
2002
José Serra
Governo Lula
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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favor, adicione mais referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Material sem fontes poderá ser removido.
—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)
Governo Lula
Dados pessoais
O Governo Lula terminou com aprovação recorde da população, com número superior a
80% de avaliação positiva.5 6 7 Teve como principais marcas a manutenção da estabilidade
econômica, a retomada do crescimento do País e a redução da pobreza e da
desigualdade social.8
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Índice
[esconder]
1 Características
o 1.1 Economia
1.1.1 Inflação
1.1.2 Produto Interno Bruto
1.1.3 Desemprego
1.1.4 Arrecadação e Impostos
1.1.5 Dívidas
1.1.6 Reservas internacionais
1.1.7 Taxa de Juros
1.1.8 Crise de 2009
1.1.9 Privatizações
1.1.10 Redução da pobreza e distribuição de renda
o 1.2 Índice de Desenvolvimento Humano
o 1.3 Reformas
o 1.4 Programas Sociais
1.4.1 Bolsa Família
1.4.2 O Fome Zero
1.4.3 Primeiro Emprego
1.4.4 Mortalidade Infantil
1.4.5 Combate à Escravidão
o 1.5 Educação
o 1.6 Política externa
o 1.7 Meio Ambiente
2 Crises e acusações de corrupção
o 2.1 Escândalo do Mensalão
o 2.2 Crise do setor aéreo
o 2.3 Escândalo dos cartões corporativos
o 2.4 Caso Erenice Guerra
o 2.5 Passaportes Diplomáticos
o 2.6 Denúncia do Ministério Público
3 Segundo mandato
o 3.1 Infraestrutura
o 3.2 Saúde
o 3.3 Segurança
o 3.4 Habitação
o 3.5 Telecomunicações
o 3.6 Outros indicadores internacionais gerais do Brasil no governo Lula
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
O Governo Lula caracterizou-se pela baixa inflação, que ficou controlada12 , redução do
desemprego e constantes recordes da balança comercial.13 Na gestão do presidente Lula
observou-se o recorde na produção da indústria automobilística em 2005, e o maior
crescimento real do salário mínimo.14
Em 2010, Alan Mulally, presidente mundial da Ford afirmou que graças aos programas de
incentivo do Governo Lula foi possível ao país sair de forma efetiva da crise
mundial.15 Durante a crise a retração do PIB foi de apenas 0,2%, mostrando um resultado
melhor que as grandes economias do mundo obtiveram.12
Nos oito anos do Governo Lula, a taxa de inflação oficial do País, representada pelo Índice
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em sete oportunidades dentro da meta
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).16 A exceção ficou por conta
justamente do primeiro ano da gestão, em 2003, quando o IPCA, mesmo mostrando uma
alta menor, de 9,30%, ante a taxa de 12,53% de 2002, ficou acima da meta ajustada de
8,5% anunciada pelo Banco Central.17
Em 2004, depois de o CMN estipular uma meta de inflação acumulada de 5,5% para
aquele ano, com tolerância de 2,5 pontos porcentuais para baixo ou para cima, o IPCA
atingiu uma taxa final de 7,60%, bem próxima do teto estabelecido.18 Em 2005, a inflação
oficial do País fechou o período com uma alta acumulada de 5,69%, dentro da meta de
4,5%, com tolerância de 2,5 pontos para cima ou para baixo.18
A partir de 2006, o CMN manteve o ponto central da meta inflacionária do Brasil em 4,5%,
mas reduziu as margens para 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo.19 Foi
exatamente nesse ano que o IPCA atingiu a marca de 3,14%, a menor taxa desde o início
de implantação das metas, em 1999.19
O PIB no Governo Lula apresentou expansão média de 4% ao ano, entre 2003 e 2010.22 O
desempenho superou o do governo anterior,Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que
mostrou expansão média do PIB de 2,3% ao ano.22 O número médio dos oito anos ficou,
porém, abaixo da média de crescimento da economia brasileira do período republicano, de
4,55%, e colocou o Governo Lula na 19ª posição em ranking de 29 presidentes, conforme
estudo do economista Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ.23 Quando se divide o
período por dois mandatos, a média foi de 3,5%, no primeiro (2003-2006), e de 4,5%, no
segundo (2007-2010).23
Lula iniciou o governo com uma expansão modesta, de 1,1% em 2003.25 Teve seu melhor
resultado justamente em 2010, após uma retração de 0,6% registrada no ano anterior.25 O
segundo melhor resultado do PIB brasileiro nos oito anos de governo foi em 2007, com
expansão de 6,1%.25 Em 2004, a economia cresceu 5,7%; em 2005, 3,2%; em 2006, 4%;
e, em 2008, 5,2%.25
O desemprego médio do último ano do Governo Lula foi de 6,7%, também o menor da
série histórica.27 Em 2009, essa mesma taxa era de 8,9%.27
Durante a gestão de Lula, a liquidação do pagamento das dívidas com o FMI contraídas
em governos anteriores foram antecipadas. Esta ação resultou em melhor prestígio
internacional e maior atenção do mercado financeiro para investir no Brasil.30 A dívida
externa brasileira, passou de US$ 214,93 bilhões no ano de 2003, para em dezembro
de2010, US$ 255,664 bilhões.31 Em dezembro de 2010, o valor referente ao estoque da
dívida pública mobiliária federal interna (DPMFI) atingiu nível recorde, depois de subir para
R$ 1,603 trilhão ante o valor de R$ 1,574 trilhão de novembro do mesmo ano.32
O Governo Lula terminou com um valor total de US$ 288,575 bilhões em reservas
internacionais em 31 de dezembro de 2010, o que representou recorde histórico.33 No
início do governo, as reservas totalizavam US$ 37,65 bilhões.34 33 35
A taxa de juros SELIC saiu de 25% ao ano em 2003, quando Lula tomou posse, para
8,75% ao ano em julho de 2009 (no segundo mandato de Lula), a mais baixa da história.36
O Brasil sofreu pouco com a crise econômica de 2008-2009, e isso foi reconhecido
internacionalmente por outros países.37 38 De acordo com estudos da fundação
da Alemanha Bertelsmann publicados em 2010, o Brasil foi um dos países que melhor
reagiram perante a crise.39Segundo os relatórios publicados, a fundação elogia os
programas sociais do país e o controle austero sobre as instituições financeiras, e revela
que o país alcançou posições econômicas melhores.39
O governo Lula foi responsável pela concessão de cerca de 2,6 mil quilômetros de
rodovias federais, que foram a leilão em 9 de outubro de2007.40 41 O vencedor
do leilão para explorar por 25 anos pedágios nas rodovias foi o grupo espanhol
OHL.41 Houve também a privatização de 720 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul para
a Vale do Rio Doce pelo valor de R$ 1,4 bilhão.41 Entre outras privatizações do governo
Lula, estão a da Hidrelétrica Santo Antônio, Usina Hidrelétrica de Jirau e a linha de
transmissão Porto Velho – Araraquara.41
No levantamento referente a 2010, último ano do Governo Lula, o Brasil ficou ainda na
distante 73ª posição entre 169 países.46 Por conta de mudanças na metodologia, os
organizadores do levantamento enfatizaram que o IDH de 2010 não pode ser comparado
ao IDH de anos anteriores, que utilizavam uma metodologia diferente.46 Conforme o
relatório, o IDH do Brasil apresenta "tendência de crescimento sustentado ao longo dos
anos".46
Reformas[editar | editar código-fonte]
Uma das plataformas de campanha de Lula foi a necessidade de reformas
constitucionais.47 Uma reforma relevante ocorrida no Governo Lula foi a aprovação da
Emenda Constitucional 45, de 2004, que ficou conhecida como Reforma do Judiciário.
Seus principais aspectos foram a inclusão do princípio da celeridade processual como
direito fundamental; a criação do Conselho Nacional de Justiça, além de outras normas
que objetivam desde um processo judicial mais célere até a moralização e a transparência
do Poder Judiciário.48
Antonio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda. Foto: Marcello Casal/Abr.
Um programa social bastante conhecido do governo Lula é o Bolsa Família,51 criado por
meio da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto nº 5.209, de
17 de setembro de 2004.52 A finalidade do programa, que atende cerca de 12,4 milhões de
habitantes, é a transferência direta de renda do governo para famílias pobres (renda
mensal por pessoa entre R$ 69,01 e R$ 137,00) e em extrema miséria (renda mensal por
pessoa de até R$ 69,00).53 O programa foi uma reformulação e ampliação do
programa Bolsa Escolado governo FHC, que tinha uma abrangência de 5,1 milhões de
famílias.54 Existem preocupações de que o programa seja uma forma de comprar votos, de
que não há controle rígido contra fraudes e de que se corre o risco de tornar-se uma fonte
de renda permanente para os beneficiados.51 Apesar disso, o Bolsa Família também é
elogiado por especialistas pelo fato de ser um complemento financeiro para amenizar a
fome das famílias em situação financeira precária.51 É apontado também como um dos
fatores que propiciaram às famílias das classes mais pobres o consumo maior de
produtos,55 o que beneficia a economia do país.51
aceitável. Inclusivo59
O Fome Zero foi citado pelos críticos como um dos principais fracassos da administração
Lula, conforme o Jornal do Brasil.63 Foi, entretanto, elogiado pelo secretário-geral
daONU, Ban Ki-moon, que, em 2010, durante participação no III Fórum da Aliança de
Civilizações, disse que o programa, ao lado do Bolsa Família, trouxe "uma grande
diferença" para o Brasil.64
Com relação à mortalidade infantil, o governo Lula seguiu a tendência de queda, que se
observa desde 1930 no Brasil.66 Entre 1996 e 2000 a redução foi de 20,5%, entre 2000 e
2004 a redução foi de 15,9%.67
Combate à Escravidão[editar | editar código-fonte]
O governo também criou onze universidades públicas federais até setembro de 2009,
superando o marco do presidente Juscelino Kubitschek.79 Em janeiro de 2010
a Unila(Universidade Federal da Integração Latino-Americana) era a décima terceira
universidade criada, com perspectica de início de aulas para agosto de 2010,80 , com sua
primeira turma de 200 alunos entre brasileiros, paraguaios, uruguaios e argentinos; uma
universidade que contará com um investimento para construção dos edifícios no montante
de 550 milhões, uma construção portentosa prevista para findar em 2014, com o projeto
arquitetônico de Oscar Niemeyer.81 82 Até agosto de 2010, as universidades federais
ofereciam 113 mil vagas gratuitas e apresentavam que os investimentos teriam passado
de 20 bilhões para 60 bilhões durante o governo Lula, prometendo um aumento das vagas
para 250 mil até 2014.83 84 Contudo, o programa é criticado por professores e estudiosos
de instituições de ensino federais. Algumas universidades se encontrariam em processo
de sucateamento 85 86 por falta de repasse de recursos federais e pela falta de autonomia
das universidades.87 , um anseio que foi parcialmente almejado em junho de 2010,
próximo ao final do Governo Lula, com a assinatura do Decreto 7.233, que resultaria na
esperança por melhoria na autonomia e gestão dos recursos a partir de 2011, no Governo
da Dilma.88
Apesar das reformas efetuadas em 2009 no Exame Nacional do Ensino Médio, já naquele
ano o governo exibiu fragilidades na segurança das provas que iriam em boa parte
substituir os vestibulares em várias universidades, com ocorrência de fraude que provocou
o adiamento das provas; em novembro de 2010 novas falhas se sucedem, fazendo com
que a Justiça Federal suspendesse o Exame; em ambos os casos o Enem transformou-se
em inquéritos da Polícia Federal, sendo que em 2010 o MEC chegou a ameaçar de
processo os estudantes que exibiram as falhas do sistema.93 94
Política externa[editar | editar código-fonte]
Um dos grandes feitos do governo Lula foi a integração da América do Sul através da
expansão do Mercosul.98
Governo Lula promoveu a abertura de novas rotas comerciais com países os quais o Brasil
pouco se relacionava: China, Índia, Rússia e África do Sul, entre outras bem comouma
associação entre o Mercosul e a União Européia e da valorização das organizações
internacionais (especialmente a ONU).
Porém, o governo Lula tomou decisões controversas em matéria de política externa. Uma
delas foi o reconhecimento da China como economia de mercado99 , o que derrubou
diversas barreiras comerciais impostas aos produtos chineses, facilitando sua entrada no
mercado brasileiro 100 101 , e como a balança comercial era favorável às importações de
produtos chineses, haveria prejuízo a produção nacional de alguns setores, visto que o
produto chinês chega ao mercado brasileiro bem mais barato e esta tendência se seguiu
até o Governo Dilma.102 Contudo o movimento não surtiu o efeito desejado, que era o
apoio da China103 por um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas104 , já
que o Japão, que era apoiado pelos Estados Unidos, também queria um assento
permanente e isso seria inaceitável para os chineses.105 O Governo Lula também acumula
algumas derrotas em suas tentativas na criação de um bloco econômico compreendido por
países subdesenvolvidos e emergentes. O Governo Lula patrocinou uma missão de paz
no Haiti, almejando crédito com a ONU. Cerca de 1200 militares brasileiros
desembarcaram no Haiti em uma missão pacífica visando a reestruturação do estado
haitiano.106
Em 2010 o Governo Lula obteve vitória no caso dos subsídios para os produtores
de algodão dos Estados Unidos.115 A Organização Mundial do Comércio concedeu o
direito do Brasil retaliar com impostos de importação diversos produtos de origem norte-
americana devido aos gastos de Washington para financiar a produção de algodão, o que
prejudicava o setor no Brasil.115 116 Todavia, o Brasil permitiu maiores negociações com os
Estados Unidos com o objetivo de acabar com a disputa.117
Entre 2005 e 2009, Cuba recebeu cerca de 33,5 milhões de reais em ajuda humanitária do
governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.119 120 No mesmo período, o Brasil
também forneceu ajuda humanitária ao Território Palestino, com o destino de 19 milhões
de reais (ou 12%) dos recursos.119 120
Meio Ambiente[editar | editar código-fonte]
Marina Silva
Carlos Minc
Marina Silva (PT-AC) resistiu até 2008, e deixou o Ministério do Meio Ambiente por
enfrentar oposição à sua agenda dentro do governo, pedindo demissão.121
O Governo Lula também aprovou a Política Nacional de Mudanças Climáticas com metas
de reduções de emissões de gases do efeito estufa.127
2009128
As crises políticas tiveram seu ápice em julho de 2005 quando denunciaram o esquema de
compra de votos de deputados no Congresso e o financiamento de campanhas por "Caixa
2". Conhecido como o "Escândalo do Mensalão", foi o momento mais crítico da gestão Luiz
Inácio Lula da Silva e considerado o pior escândalo de seu governo e resultou na
cassação do mandato de José Dirceu em dezembro de 2005, detentor do principal posto
de coordenação política do país naquele momento, sendo tratado pela imprensa como
o verdadeiro homem forte da administração federal, a quem caberia as decisões. 133 E os
desdobramentos das investigações se estenderam até 2008 na Operação Satiagraha. 134
Em 2011, já depois do fim dos dois mandatos do presidente Lula, reportagem de capa
da Revista Época trouxe a informação de que um relatório final da Polícia Federal
confirmou a existência do mensalão.135 O documento de 332 páginas foi a mais importante
peça produzida pelo governo federal para averiguar o esquema de desvio de dinheiro
público e uso para a compra de apoio político no Congresso durante o Governo Lula.136 A
reportagem da Revista Época foi contestada uma semana depois pela revistaCartaCapital,
que destacou que não havia "uma única linha no texto" da PF que confirmava a existência
do esquema de pagamentos mensais a parlamentares da base governista em troca de
apoio a projetos do governo no Congresso Nacional.137
Até o final do primeiro mandato de Lula, outras denúncias de escândalos foram sendo
descobertas, como o caso da quebra de sigilo de um caseiro pelo do estado, que levou a
demissão do ministro Antonio Palocci, além de a tentativa de compra de um dossiê por
parte de agentes da campanha do PT de São Paulo.
Crise do setor aéreo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Crise no setor aéreo brasileiro
A crise no setor aéreo brasileiro ou "apagão aéreo", como divulgado pela imprensa em
2006, é uma série de colapsos no transporte aéreo que foram deflagrados após o acidente
do vôo Gol 1907 em 29 de setembro de 2006. Apagão é um nome adotado no Brasil para
referir-se a graves falhas estruturais em algum setor. Durante mais de um ano a situação
no transporte aéreo de passageiros no Brasil passou por dificuldades, ocasionando
inclusive a queda do ministro da Defesa do governo Lula, Waldir Pires. 138 139140 141 142
Escândalo dos cartões corporativos[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Escândalo dos cartões corporativos
No início de 2008, começava uma nova crise: a crise do uso de cartões corporativos.143
A imprensa revelou que o Palácio do Planalto montou um dossiê que detalhava gastos da
família de FHC e que os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposição na
CPI, mas a Casa Civil negou a existência do dossiê.151 Meses depois, sob críticas da
oposição, a CPI dos Cartões Corporativos isentou todos os ministros do governo Lula
acusados de irregularidades no uso dos cartões e não mencionou a montagem do dossiê
com gastos do ex-presidente FHC.152
Caso Erenice Guerra[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Caso Erenice Guerra
Erenice Guerra.
O sócio responsável pelo escritório, Márcio Luiz Silva, integrou a coordenação jurídica da
campanha da candidata do PT à presidência Dilma Rousseff, que venceu a eleição em
outubro de 2010.157
Em virtude das acusações, Erenice deixou à disposição sigilo fiscal, bancário e telefônico
seu e de pessoas de sua família disponíveis para consulta.158 O próprio Baracat,
entretanto, publicou nota de esclarecimento desmentindo as acusações da revista.159
Erenice rebateu as acusações da revista por meio de uma nota oficial em papel timbrado
da presidência onde acusou o adversário de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de
2010, José Serra, como responsável pelas acusações.160 Na agressiva nota oficial,
Erenice chamou José Serra de "um candidato aético e já derrotado".161 162
Passaportes Diplomáticos[editar | editar código-fonte]
Lula solicitou passaportes diplomáticos para seus filhos durante os últimos dias de seu
mandato, "em caráter excepcional" e "em função de interesse do país". Os filhos de Lula
poderiam receber o documento se fossem dependentes até os 21 anos, o que não é o
caso dos filhos de Lula que tinham 25 e 39 anos na aquisição. 163 Apesar da aparente
violação decreto 5.978/2006, que regulamenta a emissão de passaportes diplomáticos,
não houve a devolução dos passaportes 164 e Chanceler alega que pode dar o benefício
em "caráter excepcional." 165
Denúncia do Ministério Público[editar | editar código-fonte]
Em fevereiro de 2011, o Ministério Público Federal entrou com ação contra o ex-presidente
Lula por improbidade administrativa.166 A acusação é de que ele e o ex-ministro da
Previdência Social Amir Francisco Lando teriam usado a máquina pública para promoção
pessoal e a fim de favorecer o Banco BMG.166 As supostas irregularidades ocorreram entre
outubro e dezembro de 2004.167 166
Para seu segundo mandato, Lula contou com apoio de uma coalizão de doze partidos
(PT, PMDB, PRB, PCdoB, PSB, PP,PR, PTB, PV, PDT, PAN e PSC), cujos presidentes ou
líderes tinham assento no Conselho Político, que se reunia periodicamente (normalmente
a cada semana) com Lula. Além disso, PTdoB, PMN e PHS também faziam parte da base
de apoio do governo no Congresso, totalizando quinze partidos governistas.[carece de fontes]
Em 2007, o PIB nacional cresceu 5,4%, contra 3,8% no ano anterior. Foi a maior taxa de
crescimento desde 2004, quando houve crescimento de 5,7%. O PIB per capita cresceu
4% e houve uma expansão da economia do país da ordem de 6,2% no mesmo período. A
agropecuária foi o setor econômico que mais cresceu, com expansão de 5,3%. O setor
industrial teve uma expansão de 4,9%, o setor de serviços, 4,7% e a construção civil,
5%.168 169 170
O consumo familiar teve uma alta de 6,5% devido, segundo o IBGE, ao crescimento da
massa salarial real dos trabalhadores em 3,6% e ao aumento de 28,8% no crédito dos
bancos para pessoas físicas. Em contrapartida, a despesa da administração pública teve
um aumento de 3,1%.169 A partir da criação da Secretaria Nacional dos Portos, no dia 7 de
maio de 2007, o governo passou a ter 24 ministérios, mais quinze secretarias e
órgãos com status de ministério.
A queda na avaliação positiva foi bastante efêmera, já que, logo no mês de maio de 2009,
pesquisas voltaram a trazer crescimento na aprovação do governo, também em
consequência da estabilidade do Brasil frente à crise econômica internacional.177 Na
Pesquisa Datafolha publicada em 31 de maio do mesmo ano, a avaliação positiva voltou
ao patamar de novembro, quando a taxa de aprovação do governo chegou ao recorde de
70%.175
Em julho de 2010, conforme pesquisa Datafolha publicada no jornal Folha de São Paulo, a
popularidade de Lula atingiu seu melhor valor desde 2003, sendo também a melhor
popularidade entre todos os presidentes pesquisados a partir de 1990.174 78% dos
pesquisados apontaram o governo como ótimo ou bom.178
No segundo mandato de Lula, pode-se detectar que alguns serviços públicos brasileiros
vêm deixando a desejar em relação ao que eram no passado, como por exemplo
osCorreios, antigamente um símbolo de eficiência.179 A situação das agências reguladoras
de serviços públicos, como a Anac, que cuida da Aviação Civil, têm tido seguidos
problemas, o que vem causando deficiências na qualidade do serviço aeroviário
brasileiro.180
Infraestrutura[editar | editar código-fonte]
Os investimentos em infra-estrutura vêm sendo considerados insuficientes para as
necessidades de crescimento do Brasil, segundo análises e cálculos. Segundo dados do
economista Raul Velloso, calculados com base no IBGE, as atuais taxas de investimentos
diretos da União estão longe das registradas na década de 70. De acordo com Velloso, a
taxa de investimentos da União chegou a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), sem
considerar estatais, enquanto que em 1976, no governo Geisel, os investimentos da União
eram 1,9% do PIB, também excluindo as estatais. Entre 2003 e 2009, a taxa de
investimento da União oscilou entre 0,2% - uma das mais baixas desde 1970 - e 0,6%,
estimativa para 2009. O economista José Roberto Afonso cita que o investimento público
subiu nos últimos anos do Governo Lula, sobretudo em 2009, com uma maior execução
das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Afirma, porém, que a alta
foi insuficiente para compensar a perda no setor privado e também em relação a décadas
anteriores.181
Lula lançou em 2008 um programa denominado Banda Larga nas Escolas para ampliar o
acesso de internet de alta velocidade nas escolas públicas.200 201
Outros indicadores internacionais gerais do Brasil no governo
Lula[editar | editar código-fonte]
A terceira edição do relatório produzido pela escola mundial de negócios Insead, em
parceria com a Confederação da Indústria Indiana (CII), realizado em 2010, mostra que o
Brasil está na 68ª posição no ranking mundial de inovação de 2010, que classifica as
economias de Islândia, Suécia e Hong Kong como as três mais inovadoras do mundo.
Dentre os países latino-americanos, o país ficou apenas no 7º posto, perdendo para
nações como Costa Rica, Chile e Uruguai. A pesquisa classificou 132 países a partir de 60
indicadores diferentes, tais como patentes por milhão de habitantes, investimentos
em pesquisa e desenvolvimento, usuários de internet banda larga e celulares por 100
pessoas e prazo médio para se abrir um negócio no país. O estudo também mede o
impacto da inovação para o bem-estar social, incluindo dados de gastos
com educação,PIB per capita e o índice Gini de desigualdade social.202
Plano Real
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Este artigo é sobre o plano econômico. Para a moeda, veja Real (moeda).
Parte de uma série sobre a
História do Brasil
Era pré-cabralina[Expandir]
Colônia (1530–1815)[Expandir]
Império (1822-1889)[Expandir]
Constituições[Expandir]
Listagens[Expandir]
Temáticas[Expandir]
ver • editar
Portal Brasil
v•e
Aqui jaz a moeda que acumulou, de julho de 1965 a junho de 1994, uma
inflação de 1,1 quatrilhão por cento. Sim, inflação de 16 dígitos, em três
décadas. Ou precisamente, um IGP-DI de 1.142.332.741.811.850%. Dá para
decorar? Perdemos a noção disso porque realizamos quatro reformas
monetárias no período e em cada uma delas deletamos três dígitos da moeda
nacional. Um descarte de 12 dígitos no período. Caso único no mundo, desde a —
Joelmir
hiperinflação alemã dos anos 1920. Beting4
Índice
[esconder]
1 História
o 1.1 Resumo do plano
2 Principais medidas
o 2.1 Desindexação da economia
o 2.2 Privatizações
o 2.3 Equilíbrio fiscal
o 2.4 Abertura econômica
o 2.5 Contingenciamento
o 2.6 Políticas monetárias restritivas
3 Efeitos imediatos
4 Crises econômicas
5 Efeitos em longo prazo
6 Oposição ao plano
7 Referências
8 Ligações externas
História[editar | editar código-fonte]
Em 19 de maio de 1993, Fernando Henrique Cardoso foi nomeado para o cargo de
Ministro da Fazenda pelo Presidente Itamar Franco, assumindo perante o país o
compromisso de acabar com a inflação, ou pelo menos reduzi-la. Fernando Henrique
ocupava até então o cargo de Ministro das Relações Exteriores. O novo ministro reuniu um
grupo de economistas para elaborar um plano de combate a inflação, como Persio
Arida, André Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha, Clóvis
Carvalho eWinston Fritsch.
Em 1 de agosto de 1993, o ministro promoveu a sétima mudança de moeda do Brasil,
de Cruzeiro para Cruzeiro Real, para efeito de ajuste de valores. A intenção do governo
era repetir mais uma vez a prática de "cortar três zeros", porém, no mesmo mês de
lançamento do Cruzeiro Real a inflação foi de 33,53%, e em janeiro de 1994, de 42,19%.
A partir de 28 de fevereiro de 1994, como efeito da Medida Provisória nº 434, iniciou-se a
publicação dos valores diários da Unidade Real de Valor (U.R.V.) pelo Banco Central. A
URV serviria como moeda escritural5 para todas as transações econômicas, com
conversão obrigatória de valores, promovendo uma desindexação geral da economia. A
MP número 343 foi reeditada pelas MPs números 482 e 457, e transformada
posteriormente nas leis número 8.880 e número 9.069.1
A partir de 1 de março de 1994, passou a vigorar a Emenda Constitucional número 10, que
criou o Fundo Social de Emergência (FSE) considerado essencial para o êxito do plano. A
emenda produziu a desvinculação de verbas do orçamento da União, direcionando os
recursos para o fundo, que daria ao governo margem para remanejar e/ou cortar gastos
supérfluos. Os gastos do governo contribuíam grandemente para a hiperinflação, uma vez
que a máquina do Estado brasileiro era grande, dispendiosa e ávida por mais recursos.
Poucas horas antes, o Ministro FHC foi à televisão e, em pronunciamento oficial em rede
nacional, deu um ultimato ao Congresso Nacional para que aprovasse a emenda
à Constituição Federal.6
Em 30 de março, Rubens Ricupero assumiu o Ministério da Fazenda para
substituir Fernando Henrique, que deixou o governo para se candidatar a Presidência da
República. Em 30 de junho de 1994, encaminhou ao presidente Itamar Franco a exposição
de motivos para a implantação do Plano Real.7 Ricúpero caiu meses depois, em setembro,
devido à repercussão na imprensa do que se chamou "escândalo da parabólica",
assumindo em seu lugar Ciro Gomes, na época membro do PSDB.8
Em 1 de julho de 1994, houve a culminância do programa de estabilização, com o
lançamento da nova moeda, o Real (R$). Toda a base monetária brasileira foi trocada de
acordo com a paridade legalmente estabelecida: CR$ 2.750,00 para cada R$ 1,00.9 A
inflação acumulada até julho foi de 815,60%, e a primeira inflação registrada sob efeito da
nova moeda foi de 6,08%, mínima recorde em muitos anos.
Desde 1942, foram feitas muitas reformas das quais nasceram seis novas moedas, a
saber: Cruzeiro Novo (1967), Cruzeiro (1970), Cruzado (1986), Cruzado
Novo (1989),Cruzeiro (1990) e Cruzeiro Real (1993). A inflação acumulada de 1967 até
1994 foi de aproximadamente 1.142.332.741.811.850% (IGP-DI).
O resultado positivo do Plano Real tem influenciado a política econômica brasileira desde
então.
Resumo do plano[editar | editar código-fonte]
Na sociedade de inflação são comuns valores astronômicos e remarcações de preços muitas vezes ao
dia. Nas fotos, screenshots de um anúncio de 1993 do Supermercado Real, extinta rede gaúcha de
supermercados.
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em sessão comemorativa aos 15 anos do Plano Real no
Congresso Nacional. Antonio Cruz/Abr.
Efeitos
imediatos[editar | editar
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3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4
6 5 1 1 3
2 0 1 3 6 5 6 6 2 2 4 2 0 6
, , , , ,
, , , , , , , , , , , , , ,
0 4 5 8 2
2 7 9 5 9 1 9 2 1 4 8 4 9 5
8 6 1 6 7
7 2 6 3 9 4 6 2 9 1 3 6 5 8
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Efeitos em longo
prazo[editar | editar código-
fonte]
Os efeitos em longo prazo esperado
à época do lançamento do Plano
Real foram:10 [fonte fiável?]
Referências