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CIENTÍFICA
METODOLOGIA DA PESQUISA
CIENTÍFICA
Batatais
Claretiano
2016
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação
Educacional Claretiana.
001.42 M289m
ISBN: 978-85-8377-470-9
CDD 001.42
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Metodologia da Pesquisa Científica
Versão: ago./2016
Formato: 15x21 cm
Páginas: 158 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS............................................................................. 12
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE................................................................ 13
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 14
Conteúdo
Métodos e técnicas de pesquisa e iniciação ao Projeto de
Pesquisa. Projeto de pesquisa II. Artigo científico.
Bibliografia Básica
DEMO, P. Introdução a metodologia da ciência. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Bibliografia Complementar
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2010.
ECO, U. Como se faz uma tese. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
GOLDSTEISN, N.; LOUZADA, M. S.; IVAMOTO, R. O texto sem mistério: o texto e a
escrita na universidade. São Paulo: Ática Universidade, 2009.
OLIVEIRA, M. M. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. 3.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
PÁDUA, E. M. M. Metodologia da pesquisa – abordagem teórico-prática. 10. ed. rev.
atual. Campinas: Papirus, 2004.
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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos,
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos,
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
1. INTRODUÇÃO
Nesta obra serão abordados os principais aspectos do es-
tudo científico com o intuito de possibilitar a você, como aluno
de graduação, a elaboração de seu Projeto de Pesquisa (Plano
de Texto) e seu Artigo Científico, seja para atender o Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC), em cursos em que este é obrigató-
rio segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), se for o
seu caso; seja para propiciar a você uma experiência acadêmica
substancial com relação à produção de conhecimento, caso você
esteja vinculado a um curso que não tem TCC obrigatório.
Para alcançar tal objetivo, serão tratados, ao longo das três
unidades, as normas, a linguagem e os critérios previstos para a
elaboração de um trabalho científico/acadêmico, as informações
sobre a escrita do projeto e do artigo científico, bem como os
aspectos gerais acerca daquilo que se pretende ao realizar um
trabalho dessa natureza.
Nesse sentido, procuramos dar ênfase à importância do
desenvolvimento do pensamento científico e a como ele pode
ser organizado em uma escrita coesa e fluente, alertando para
algumas “armadilhas” ou elementos comuns que podem dificul-
tar o trabalho do pesquisador iniciante e também do pesquisa-
dor mais experiente.
Os vídeos e textos indicados ao final de cada uma das uni-
dades também são importantes ferramentas para situar você no
universo da produção científica, apresentando formas diversas
para realizar seus estudos e dicas que podem facilitar o trabalho
de coleta de dados ou a pesquisa bibliográfica.
Considerando o tempo abreviado para a realização do Pro-
jeto de Pesquisa (Plano de Texto) e do Artigo Científico, ambos
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Artigo científico: para Marconi e Lakatos (1983), os
artigos científicos são publicações em revistas ou pe-
riódicos. Neles são detalhados estudos que tratam
de uma questão verdadeiramente científica, mas não
chegam a se constituir em matéria de um livro. Os
artigos científicos diferem das monografias pela sua
reduzida dimensão e pelo conteúdo.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ECO, U. Como se faz uma tese. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1983.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
Objetivos
• Compreender as normas gerais do Artigo Científico, no contexto do Clare-
tiano – Centro Universitário.
• Tomar conhecimento das modalidades de pesquisa.
• Aprender alguns dos pressupostos para a construção do Projeto de
Pesquisa.
• Assimilar as orientações indispensáveis para uma pesquisa com seres
humanos.
• Dominar as técnicas gerais da escrita acadêmica.
Conteúdos
• O Artigo Científico no contexto do Claretiano – Centro Universitário.
• Modalidades de pesquisa.
• Pesquisa com Seres Humanos.
• Noções de Escrita Acadêmica.
15
UNIDADE 1 – MÉTODOS DE PESQUISA E ESCRITA ACADÊMICA: INICIANDO O PROJETO DE PESQUISA
1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo? Você está
pronto? Daremos, então, os primeiros passos.
No decorrer do estudo desta unidade será detalhada parte
dos passos necessários para a realização do Projeto, o momento
de início da pesquisa, e que será essencial para a sequência do
processo: a escrita do Artigo Científico.
Esses passos constituem um caminho comum que poderá
ser aplicado em diversos tipos de trabalhos científicos e que, uma
vez assimilado, poderá ser usado sempre que você for realizar
uma pesquisa, tomando o pensamento científico como guia.
Aqueles que não têm experiência quanto à realização de um
trabalho de iniciação científica terão a oportunidade de conhecer
os critérios que definem um trabalho científico-acadêmico.
Os que já realizaram esse tipo de pesquisa anteriormente
poderão rever alguns pontos fundamentais a esse respeito e
aprofundar os seus conhecimentos realizando um novo trabalho
de pesquisa, agora em nível um pouco mais avançado – além
de conhecer como os pressupostos básicos de um Projeto de
Pesquisa e de um Artigo Científico foram adaptados ao modelo
do Claretiano – Centro Universitário. Portanto, a leitura atenta e
o cumprimento das atividades é indispensável a todos os alunos!
Vamos lá!
Atenção!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O “objeto de estudo” corresponde ao “que” será analisado
na pesquisa.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A revisão bibliográfica também é necessária para a execu-
ção de todas as modalidades de pesquisa científica que estuda-
mos anteriormente. Isso porque qualquer pesquisa deve sempre
partir de leitura prévia que permita estabelecer critérios de aná-
lise e mesmo os procedimentos de sua realização, seja na busca
de informações sobre um caso específico, para a reflexão qua-
lificada de sua experiência profissional ou para a formatação e
análise de um questionário aplicável a uma pesquisa de campo.
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O entendimento da área em que você está realizando o seu estudo também
depende diretamente da revisão bibliográfica, que deverá fornecer as linhas
de estudo existentes e a aplicação de cada uma delas, delimitando qual será
aquela que você irá adotar, assim como a utilidade de seu estudo diante daqui-
lo que já foi produzido a respeito. Como afirmou Eco (2008, p. 03) “[...] a compi-
lação pode constituir um ato de seriedade da parte do jovem pesquisador que,
antes de propriamente iniciar a pesquisa, deseja esclarecer algumas idéias,
documentando-se bem”. Por esse motivo, sempre indicamos aos alunos a rea-
lização de artigo científico de revisão bibliográfica, uma vez que a pesquisa e o
estudo qualificados da bibliografia podem oferecer grandes possibilidades da
realização de um trabalho simples e autêntico, além de ser mais viável dentro
do tempo disponível para a sua execução. Outro fator favorável da revisão bi-
bliográfica é a isenção de algumas questões éticas que podem estar presentes
nas demais modalidades de pesquisa.
Devido a essa importância, trataremos, no próximo item, das questões ine-
rentes à uma pesquisa com seres humanos e da sistemática de atuação do
Comitê de Ética em Pesquisa da instituição.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Norma Institucional––––––––––––––––––––––––––––––––––
Fica estritamente proibida a realização de trabalhos de pesquisa com seres hu-
manos sem autorização prévia do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição.
Caso condutas que contrariam essa normativa sejam identificadas, o autor es-
tará sujeito a reprovação do Artigo Científico – o que implicará o cumprimento
do respectivo componente curricular em regime de dependência no semestre
subsequente, com pagamento de taxa administrativa padrão.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Você deve estar preocupado com a quantidade de detalhes apresentados. En-
tretanto, cada item do Projeto de Pesquisa será abordado de maneira especí-
fica e didática nas próximas unidades. De qualquer forma, sugerimos que
aproveite o tempo e comece a refletir sobre um possível tema para seu
Artigo Científico, uma vez que, na próxima unidade, você deverá obriga-
toriamente escolher um. Lembre-se: nossa sugestão é que você desen-
volva uma pesquisa que não envolva dados diretos e indiretos de seres
humanos, conforme os conceitos já trabalhados.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Caso você tenha compreendido o conceito de pesquisa com seres humanos
aqui referenciado, e já tenha em mente que realizará uma pesquisa que não
envolva, direta ou indiretamente, dados de pessoas, você não precisará
fazer a leitura das páginas seguintes da presente unidade. Desse modo,
recomendamos que você reinicie a leitura a partir do tópico “2.4 Noções de
Escrita Acadêmica”.
É claro que, durante o transcorrer de seus estudos, você poderá mudar de
opção. Isso poderá ocorrer principalmente durante as leituras da Unidade 2,
momento em que você deverá delimitar o seu tema de pesquisa. Caso isso
ocorra, basta retornar a esta unidade e fazer a leitura completa dos tópicos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Nota–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Cabe referenciar que o cadastro na Plataforma Brasil é “único”. Isso significa
que, caso futuramente o pesquisador venha a fazer outra pesquisa com seres
humanos, bastará acessar a Plataforma e enviar o projeto segundo os trâmites
aqui tratados.
Dúvidas sobre a utilização da Plataforma Brasil podem ser encaminhadas para
o seguinte e-mail: <plataformabrasil@saude.gov.br>. Há também a opção do
chat on-line. Para utilizá-lo, acesse o site da Plataforma Brasil (BRASIL, 2015),
clique em Central de Suporte (botão localizado ao lado direito do topo da pá-
gina) e posteriormente em atendimento on-line.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dispensa do TCLE
Caso o pesquisador venha a trabalhar com dados arquiva-
dos (dados indiretos), não será necessário aplicar o TCLE. Toda-
via, deverá solicitar ao Comitê de Ética a dispensa da necessidade
de entrega do documento. Como fazê-lo? Durante o cadastro do
Projeto de Pesquisa na Plataforma Brasil, mais especificamente
na Tela 5, haverá um item em que o pesquisador poderá assina-
lar e justificar a dispensa do documento.
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O pesquisador poderá recorrer ao modelo disponível na página do CEP/CLA-
RETIANO (CLARETIANO, 2015b).
Caso seja de seu interesse, conheça com profundidade os critérios-chave ob-
servados pelo Comitê de Ética em Pesquisa na análise dos projetos submeti-
dos à sua apreciação, a partir da leitura do conteúdo compreendido entre as
páginas 31 a 38 do Manual operacional para comitês de ética em pesquisa
(BRASIL, 2008). Cabe reiterar: sugerimos a realização de um trabalho de re-
visão bibliográfica.
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São muitos detalhes, não? Entretanto, são necessários
para garantir o respeito à pessoa humana. Reflita sobre isso.
Folha de Rosto
A Folha de Rosto é um documento elaborado simultanea-
mente ao cadastro do Projeto de Pesquisa na Plataforma Brasil.
Nela é indicada parte dos dados da pesquisa. A Folha de Rosto
somente será disponibilizada para impressão na Tela 5 do ca-
dastro do Projeto, após o preenchimento de todos os dados im-
prescindíveis. O pesquisador deverá, então, imprimi-la, assiná-la,
digitalizá-la e inseri-la no sistema.
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Na Unidade 2, você escolherá o tema a ser abordado em seu Artigo Científico.
Antes de optar por uma pesquisa com seres humanos, reflita sobre as orienta-
ções desta unidade, pois a realização desse tipo de pesquisa demanda mais
tempo e rigor. Na condição de pesquisador, é seu dever pensar sobre a
viabilidade do Projeto.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Dica:
Caso ainda tenha alguma dúvida sobre os trâmites que envol-
vem o Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, você poderá
entrar em contato pelo e-mail: cepclaretiano@claretiano.edu.br.
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Escrever academicamente bem não significa conceber um texto formado por
termos e construções truncados. Pelo contrário: significa saber comunicar
suas ideias com clareza, respeitando as especificidades do gênero. O uso de
uma linguagem rebuscada tende a afastar o leitor do entendimento das ideias
que você, como autor, deseja comunicar. Ao redigir sua pesquisa, pressuponha
que seu leitor não compartilha dos mesmos conhecimentos prévios que você.
Quando está confeccionando seu Projeto de Pesquisa e seu Artigo Científico,
você está na posição de um comunicador da ciência. Sua palavra se dirige
a um “outro”. Portanto, ao redigir cada um dos parágrafos, você deve se
perguntar: “o leitor compreenderá exatamente o que pretendi ‘dizer’?”
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Perceba que temos tratado das atividades deste estudo, divididas entre dois
fins: Projeto de Pesquisa e Artigo Científico. Tratamo-las assim, pois são de
gêneros diferentes. A compreensão desse pressuposto é relevante para sua
vida acadêmica. Entretanto, é salutar que você compreenda, para atendimento
do que é proposto na disciplina, as duas atividades como um único fluxo se-
quencial. Ou seja, um depende estritamente do outro. Em outras palavras, o
Projeto de Pesquisa elaborado aqui em linhas gerais, já é um pré-texto (plano
de texto) da atividade-fim: o artigo científico.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A concisão é laboriosa. Engana-se quem se deixa levar pela
ideia de associar qualidade de escrita científica a textos longos.
Umberto Eco, em sua obra Como se faz uma Tese, oferece-nos
Objetividade
Na literatura, a exploração de recursos que conduzem o lei-
tor a construir significações múltiplas é bem vista. Grosso modo,
podemos entender isso como subjetividade.
No caso da literatura, que se constrói a partir de um traba-
lho de elaboração da linguagem para o alcance de efeitos lúdi-
cos ou de estilo, a subjetividade é perfeitamente adequada, pois
aumentará o potencial de significado do texto. Ao lê-lo, o leitor
poderá chegar a várias interpretações. O mesmo não se aplica
ao texto científico. E é justamente esse o gênero sobre o qual
você deverá se debruçar para construir seu Projeto de Pesquisa
e seu Artigo Científico.
Conceito de Literatura–––––––––––––––––––––––––––––––
Perceba que aqui utilizamos o conceito “moderno” de literatura, tido como a
“[...] linguagem carregada de significado” (POUND, 2006, p. 32). Referimo-nos
aqui aos textos que trabalham com o lúdico, com a imaginação e subjetividade.
É comum, por exemplo, empregar a expressão “literatura médica” para as pu-
blicações correspondentes à área da Medicina, e assim sucessivamente para
outras áreas. Também se trata de um uso adequado do termo. Nesse caso,
“literatura” indica o conhecimento já publicado e aceito pela comunidade cien-
tífica da área.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Diferentemente do texto literário, o texto científico tem
parâmetros normativos bem estabelecidos. Tais parâmetros são
comuns à comunidade científica. Isto é, há um “código” relativa-
mente homogêneo na composição dos textos que se prestam à
apresentação do conhecimento científico. E é esse código que
você deverá aprender a manusear.
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Variar as palavras, termos e conectivos é positivo; contudo, é necessário ter
atenção para empregar palavras que realmente correspondam ao sentido que
se pretende transmitir. Por isso, adquira o hábito de consultar dicionários. Um
termo mal-empregado pode levar o leitor a subtrair do texto outro sentido.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Durante a construção de seu Projeto de Pesquisa ou Artigo Científico, você
pode rascunhar inúmeras ideias. Essa é uma estratégia positiva para que não
se percam boas observações encontradas durante as leituras e/ou reflexões.
Posteriormente, de acordo com o direcionamento dado ao trabalho, você terá
que descartar algumas delas: algumas por perceber, devido a um entendimen-
to maduro da teoria, que não compreendia tão bem antes, e outras por serem
menos importantes em relação ao tema pesquisado. Todavia, todo o texto de-
verá passar por revisões até chegar ao “produto final”.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Pessoa pronominal
O texto científico se constrói a partir de um “apagamento”
do “sujeito pesquisador”. Em sua esfera, a “pessoalidade” é uma
prática condenada. Basicamente, há duas maneiras de redigir o
texto científico.
A orientação é que, seja qual for a opção tomada, esta seja
seguida ao longo de todo o texto. Hibridismo não é bem visto no
gênero científico. Vejamos o que orienta a professora Maria do
Carmo Silva Soares:
Os verbos que indicam certeza, cujo sujeito se dilui sob a forma
de um elemento de significação ampla e impessoal, indicando
que o enunciado é produto de um saber coletivo, que se deno-
mina ciência, esses verbos indicam certeza e o enunciador vem
generalizado por um “nós” em vez de “eu”, ou ainda indetermi-
nado (SOARES, 1995, p. 141).
Adjetivação
Acabamos de falar sobre “parcialidade”. No texto acadê-
mico, o emprego de adjetivos deve ser evitado, para não causar
tal efeito. Se um adjetivo atribui “qualidade” ou “característica”
a um “substantivo”, quando o usamos no texto científico, pode-
mos incorrer a “juízos de valor”, quebrando a impessoalidade do
discurso. Veja o exemplo a seguir:
• “O excepcional Bakhtin (1991) nos traz ensinamen-
tos valiosos quanto à enunciação”.
Se o autor tivesse recorrido a uma citação literal, retirada
de literatura específica, na qual constassem os adjetivos “excep-
cional” e “valiosos”, estaria fazendo uma transcrição literal da
fonte. Todavia, os adjetivos que atribuem juízos de valor sobre
a notoriedade do teórico russo foram acrescentados pelo autor
do texto.
O texto diz algo e ponto. Como aluno-pesquisador você
deve fazer deduções a partir da literatura pesquisada. Não incor-
ra à parcialidade.
Revisão final
Embora pareça cansativo consultar as “regrinhas” dos ma-
nuais de escrita acadêmica, tenha as recomendações por perto
quando estiver escrevendo o texto, isto é, construindo cada item
do seu Projeto de Pesquisa e, na sequência, durante a redação
do Artigo Científico. E utilize-as novamente para uma revisão fi-
nal, antes de considerar o trabalho pronto.
Como nos ensina o professor Antônio Soares Abreu (2008),
é imprescindível que se leve em consideração as “normas” es-
pecíficas do gênero, quando se produz um texto. Seu design é
delineado durante sua construção, e não após sua conclusão.
Lembre-se: pesquisar é fazer descobertas à luz da razão.
Escrever a pesquisa é comunicar essas descobertas.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Assinale a alternativa correta.
Conforme o conteúdo tratado na presente unidade, as modalidades de
pesquisa pertinentes a um artigo científico são: artigo científico de revisão
bibliográfica, artigo científico de pesquisa de campo, relato de experiência
e estudo de caso. Sobre o artigo científico de revisão bibliográfica, é cor-
reto afirmar:
a) É o resultado de uma investigação em que o aluno assume o papel de
observador e explorador, coletando os dados diretamente no local em
que se deram ou surgiram os fenômenos.
b) Consiste na divulgação de experiências profissionais e/ou acadêmicas
desenvolvidas ou em andamento que, por suas propostas, tragam con-
tribuições para a área na qual o aluno se insere.
c) Caracteriza-se pelo contato direto com o fenômeno de estudo; é meio
de formação por excelência e constitui o procedimento básico para
os estudos, pelos quais se busca o domínio sobre determinado tema.
d) É a pesquisa sobre determinado indivíduo, família, grupo ou comuni-
dade que seja representativo de seu universo, a fim de examinar as-
pectos variados relacionados à sua vida.
Gabarito
1) e.
2) c.
5. CONSIDERAÇÕES
No decorrer do estudo desta unidade, vimos que, para a
realização de uma pesquisa acadêmica, é preciso que seja esta-
6. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
BRASIL. Ministério da Saúde. Plataforma Brasil. Disponível em: <http://aplicacao.
saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf>. Acesso em: 19 fev. 2015.
______. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de
dezembro de 2012. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13
jun. 2013. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.
pdf>. Acesso em: 5 fev. 2015.
______. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética
em Pesquisa. Manual operacional para comitês de ética em pesquisa. 4. ed. rev. atual.
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: <http://conselho.saude.
gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/materialeducativo/Manual_ceps_v2.pdf>.
Acesso em: 19 fev. 2015.
CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO. Comitê de ética em pesquisa. Disponível em:
<www.claretianobt.com.br/cep>. Acesso em: 19 fev. 2015a.
______. Formulários. Disponível em: <http://claretianobt.com.br/p/cep/formularios>.
Acesso em: 19 fev. 2015b.
CNPQ – CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO.
Linha de pesquisa – ajuda. Disponível em: <http://www.cnpq.br/>. Acesso em: 20 fev.
2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, A. S. O design da escrita – redigindo com criatividade e beleza, inclusive ficção.
Cotia: Ateliê Editorial, 2008.
ASSIS, M. Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 1995. (Série Bom Livro).
BASTOS, L. et al. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses,
dissertações e monografias. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,2000.
CASTRO, C. M. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2011.
CPIC – COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA. Normas gerais
para elaboração do trabalho de conclusão de curso (TCC). Batatais: Claretiano, 2013.
DEMO, P. Introdução a metodologia da ciência. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987.
______. Metodologia científica em ciências sociais. 3. ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas,
1995.
D’ONOFRIO, S. Metodologia do trabalho intelectual. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
ECO, U. Como se faz uma tese. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
FARACO, C. A. A produção textual de um estudante ao final do Ensino Médio. Texto
apresentado na abertura do Encontro de Supervisores de Avaliação de Redações,
promovido pela DAEB/INEP. Brasília, 30 ago. 2014.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
GOLD, M. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. 3. ed.
São Paulo: Pearson, 2008.
GOLDSTEIN, N.; LOUZADA, M. S.; IVAMOTO, R. O texto sem mistério: o texto e a escrita
na universidade. São Paulo: Ática Universidade, 2009.
ILHESCA, D. D.; SILVA, D. T. M.; SILVA, M. R. Redação acadêmica. Curitiba: Intersaberes,
2013.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MEDEIROS, J. B. Manual de redação e normalização textual: técnicas de editoração e
revisão. São Paulo: Atlas, 2002.
PIACENTINI, M. T. Q. A forma em evidência: estilo e correção em trabalhos acadêmicos.
In: BIANCHETTI, L.; MEKSENAS, P. (Orgs.). A trama do conhecimento: teoria, método e
escrita em ciência e pesquisa. 2. ed. Campinas: Papirus, 2009. p. 317-334.
PÁDUA, E. M. M. Metodologia da pesquisa – abordagem teórico-prática. 10. ed. rev.
atual. Campinas: Papirus, 2004.
PIVA, S. I.; MAZULA, R. (Orgs.). Missão e Projeto Educativo. Centro Universitário
Claretiano. Batatais: Claretiano, 2007.
POUND, E. ABC da literatura. Trad. Augusto de Campos e José Paulo Paes. São Paulo:
Cultrix, 2006.
RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 2007.
SOARES, M. C. S. Redação de trabalhos científicos. São Paulo: Cabral, 1995.
WITTGENSTEIN, L. Tractatus Logico-Philosophicus. Trad. José Arthur Giannotti. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968.
Objetivos
• Conhecer e estabelecer os critérios para a construção do Projeto de
Pesquisa.
• Caracterizar e assimilar as etapas de um Projeto de Pesquisa.
• Desenvolver o Projeto de Pesquisa.
• Aprender a trabalhar com referências bibliográficas.
Conteúdos
• A questão do problema na pesquisa (base epistemológica).
• Delimitação do tema.
• Contextualização/revisão bibliográfica.
• Seleção de referencial teórico.
• Construção da justificativa.
• Objetivos.
• Metodologia.
• Referências.
65
UNIDADE 2 – PROJETO DE PESQUISA II
1. INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, você conheceu os métodos básicos de
pesquisa, além de conhecer os pressupostos básicos de uma
pesquisa com seres humanos e as especificidades da linguagem
acadêmica. Nesta unidade, iniciaremos a redação do Projeto de
Pesquisa.
No decorrer do estudo desta unidade, serão detalhados
parte dos passos necessários para a realização do Projeto de
Pesquisa, e da elaboração do Artigo Científico.
Esses passos constituem um caminho comum que poderá
ser aplicado em diversos tipos de trabalhos científicos e que, uma
vez assimilado, poderá ser usado sempre que você for realizar
uma pesquisa, tomando o pensamento científico como guia.
Aqueles que chegaram ao curso sem ter a experiência
da realização de um trabalho de iniciação científica terão a
oportunidade de conhecer os critérios que definem um trabalho
científico-acadêmico.
Os que já realizaram esse tipo de pesquisa anteriormente
poderão rever alguns pontos fundamentais a esse respeito e
aprofundar os seus conhecimentos realizando um novo trabalho
de pesquisa, agora em nível um pouco mais avançado – além
de conhecer como os pressupostos básicos de um projeto de
pesquisa foram adaptados ao modelo do Claretiano – Centro
Universitário. Portanto, a leitura atenta e o cumprimento das
atividades são indispensáveis a todos os alunos!
Dica:
Tendo em vista o curto tempo para as atividades deste estudo
sugerimos a elaboração de um artigo de revisão bibliográfica.
Vamos continuar?
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Conforme tratado no parágrafo anterior, é importante que, ao tentar delimitar
o tema de sua pesquisa, você leve em conta assuntos que lhe despertem
interesse e afinidade pessoal. Contudo, isso não é tudo – aliás, é só uma “ideia
embrionária”.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O interesse e afinidade contribuirão no sentido de que você
provavelmente já conhece alguma bibliografia sobre o tema (afi-
nal, se você tem interesse, possivelmente já leu um pouco sobre
o assunto), ou mesmo já conhece alguma polêmica ou questão
não resolvida ligada a ele, e possivelmente, você terá mais apli-
cação, sentindo-se estimulado a desenvolver o trabalho – o que
trará reflexos positivos sobre a qualidade do trabalho. No entan-
to, algumas questões essenciais devem ser levadas em conta. A
primeira é se o tema está adequado à área do curso, e a uma de
suas linhas de pesquisa.
Por exemplo: se eu estou cursando Licenciatura em Edu-
cação Física, não devo fazer uma pesquisa sobre “teste de força
em adolescentes praticantes de musculação” (tal tema se insere
na linha de um curso de Bacharelado em Educação Física). Ao
contrário, meu tema deverá investigar situações de ensinagem
envolvendo a Educação Física no contexto da escola (estamos
aqui tratando de um exemplo corriqueiro). Para situar seu tema
você deverá estar situado na abrangência do curso.
As duas outras perguntas são as seguintes:
Atenção!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Para construir sua contextualização/revisão bibliográfica, você precisará
trabalhar com paráfrases (citações indiretas) e citações literais (citações
diretas). Para tanto, é imprescindível que você leia as orientações contidas
no tópico “2.2 Questões cruciais do texto acadêmico: citações e plágio”
da Unidade 3. Dessa forma, você aprenderá como proceder eticamente e
normativamente quanto ao conhecimento intelectual de outrem, e não correrá
risco de ter seu Projeto de Pesquisa reprovado por plágio. Fique atento!
Sugerimos também a releitura do tópico “2.4 Noções de Escrita Acadêmica”,
da Unidade 1, dedicado a discutir noções da escrita científica. Tenha em mente
que um Projeto de Pesquisa bem escrito é o primeiro passo para a realização
do Artigo Científico.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Corpus––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O “objeto de estudo” ou “corpus” é o que você analisará em sua pesquisa.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Embora estejamos falando de referencial teórico, cabe-
nos fazer uma interlocução entre a escolha dele e o material
que vai constituir o tema delimitado. Nesse caso, você deve se
perguntar:
• O corpus escolhido não é demasiado grande para uma
análise realizada por meio de um artigo científico, e
com o tempo restrito que você terá para concluir e re-
digir sua análise?
Outras questões de relevância são:
• E as fontes? Quais as apropriadas?
Ao fazer suas leituras iniciais sobre o tema, você
possivelmente irá se deparar com textos de diversos níveis de
qualidade. No entanto, para embasar sua contextualização sobre
o tema da pesquisa, não deve citar todo texto que encontrar
na internet, por exemplo. Pelo contrário: das referências
encontradas, você selecionará pouquíssimas.
Por exemplo, se você estiver fazendo uma pesquisa sobre
o lúdico como facilitador da aprendizagem nas séries iniciais do
Ensino Básico, deverá optar pelos teóricos que têm suas obras
reconhecidas como “autoridade” nessa abordagem temática, ou
por textos de pesquisadores que são reconhecidos por “dominar”
o referencial teórico (pesquisadores que se debruçaram durante
longo tempo sobre determinados autores e que por isso, seus
estudos são tidos com certa credibilidade na esfera acadêmica).
Isto é, a leitura desses autores sobre um referencial teórico
maior já é reconhecida como “confiável” dentro da comunidade
Seleção de fontes–––––––––––––––––––––––––––––––––––
A internet disponibiliza um emaranhado de informações; por isso, é
imprescindível que você tenha cuidado com as fontes a serem utilizadas
como referencial teórico de seu trabalho. Dê preferência a sites de instituições
confiáveis. Se pesquisar instituições de ensino, utilize as federais, estaduais
e algumas municipais, que produzem e disponibilizam bons conhecimentos.
Não devemos elaborar um trabalho científico com todas as referências retiradas
da internet. Note que, em pouco tempo, não teremos mais as referências
disponíveis, uma vez que links poderão ser substituídos, os sites retirados do
ar etc. Nesse sentido, uma referência impressa é mais confiável. Ainda assim,
indicamos, a seguir, alguns sites possíveis para pesquisas de artigos, teses e
dissertações.
Artigos
• SCIELO – SCIENTIFIC ELECTRONIC LIBRARY ONLINE. Home
page. Disponível em: <http://www.scielo.org/php/index.php>. Acesso
em: 20 fev. 2015.
• NETMED/PUBMED/MEDLINE. Artigos medicos. Disponível em:
<http://www.netmed.com.br/pubmed/>. Acesso em: 20 fev. 2015.
Biblioteca de Teses e Dissertações
• BRASIL. Portal Domínio Público. Home page. Disponível em: <http://
www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp>.
Acesso em: 20 fev. 2015.
• UNICAMP – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Biblioteca
Digital da Unicamp. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.
unicamp.br/document/list.php?tid=7>. Acesso em: 20 fev. 2015.
• UNESP – UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE
MESQUITA FILHO”. C@thedra – Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações. Disponível em: <http://unesp.br/portal#!/cgb/
bibliotecas-digitais/cthedra-biblioteca-digital-teses/>. Acesso em:
20 fev. 2015.
• USP – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Biblioteca Digital USP –
Teses e Dissertações. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/>.
Acesso em: 20 fev. 2015.
• UFMG – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Biblioteca
Digital – Teses e Dissertações. Disponível em: <http://www.
bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/1>. Acesso em: 20 fev.
2015.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A justificativa está intimamente relacionada com o problema de sua pes-
quisa. Caso tenha dúvida, releia o tópico “2.1 A questão do problema na
pesquisa (Base Epistemológica)” da presente unidade. Como complemento,
sugerimos também a releitura do tópico “2.2 Delimitação do Tema”, também
presente nesta unidade.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Justifique, também, o prazo que terá para fazer o seu tra-
balho, mostre que o tempo é suficiente. Para isso, você construi-
rá um cronograma.
2.6. OBJETIVOS
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2.7. METODOLOGIA
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Em todo Projeto de Pesquisa há um item denominado de “Cronograma”, em
que se delimita a previsão do tempo para a realização das várias etapas da
construção da pesquisa. Não trataremos dele, uma vez que no modelo adota-
do pelo Claretiano – Centro Universitário, Projeto de Pesquisa e Artigo Cien-
tífico formam um só fluxo. Futuramente, caso deseje prestar um processo de
seletivo para ingresso em um mestrado, necessitará, em seu Projeto de Pes-
quisa, apresentar uma sugestão de cronograma.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
2.8. REFERÊNCIAS
Atenção!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Utilize as recomendações da NBR 6023 da ABNT– Associação Brasileira de
Normas e Técnicas para a descrição das referências.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Utilizando o sistema autor-data, você deverá apresentar
as referências bibliográficas no final do texto, após o tópico
“Conclusão” ou “Considerações Finais”. A norma que trata de
referências é a NBR 6023 da ABNT, de 2002.
Nosso objetivo neste tópico é tratar diretamente de
ocorrências mais comuns, com as quais possivelmente você vai
se deparar durante a construção do Projeto de Pesquisa e do
Artigo Científico. Há um volume considerável de normas ditadas
pela ABNT. Reproduzir todas aqui transformaria a unidade em
um compêndio. Portanto, seremos sucintos.
Exemplos de referência––––––––––––––––––––––––––––––
Artigo de revista impressa
NAPOLITANO, Marcos. A canção engajada no Brasil: Entre a modernização
capitalista e o autoritarismo militar. Revista Ciência Hoje, São Paulo, n. 141, p.
34-41, ago. 1998.
Livro no todo
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica.
7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Monografia
BARBOSA, M. C. C. Internar o idoso: uma difícil decisão. 1996. 87 p. Monogra-
fia (Graduação em Serviço Social) – Faculdade de História, Direito e Serviço
Social, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Franca. 1996.
Dissertação
BERALDO, B. P. As percepções dos professores de escola pública sobre a
inserção do aluno tido como deficiente mental em classes regulares de ensino.
1999. 110 p. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) – Programa de
Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos
(UFScar), São Carlos. 1999.
Tese
GRANDO, R. C. O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula.
2000. 223 p. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Uni-
versidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas. 2000.
Constituição Federal
BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional n° 9, de 9 de novembro
de 1995. Lex: legislação federal e marginália, São Paulo, v. 59, p. 1966, out./
dez. 1995.
Decreto
BRASIL. Decreto nº 71.790, de 31 de janeiro de 1973. Institui o Ano Nacional
de Turismo e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 6 fev. 1973. p. 1417.
Constituição Municipal
MINAS GERAIS. Constituição do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: Iné-
dita, 2001.
DVD
SOLBERG, Helena; DEBELLIAN, Marcio. Palavra (En)Cantada. Rio de Janei-
ro: RADIANTE FILMES, 2008. 2 DVDs.
Tradução
SALOVEY, P; SLEYTER, D. (Orgs.). Inteligência emocional da criança: aplica-
ções na educação e no dia-a-dia. Tradução de Flávia Beatriz Rössler e Mau-
rette Brandt. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Até três autores devemos referenciar todos, e quando houver mais de três,
colocamos um autor e a expressão et al. Também não se escreve a palavra
“Editora” ou “Ltda, S.A”.
Quando não houver o nome do autor, inicie pelo título da obra, como aparece
no exemplo a seguir:
DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara Brasileira do
Livro, 1993.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
3.5. OBJETIVOS
3.6. METODOLOGIA
www.portaldeconhecimentos.org.br/index.php/por/
content/view/full/10232>. Acesso em: 23 fev. 2015.
• SOUZA, D. I. Projeto de pesquisa: iniciação à metodologia
científica e método de engenharia. 2008. Disponível
em: <http://febrace.org.br/arquivos/site/_conteudo/
pdf/dicas-de-metodologia-de-pesquisa.pdf>. Acesso
em: 23 fev. 2015.
3.7. REFERÊNCIAS
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
5) Q
ual o principal objetivo da citação em um trabalho científico?
a) Mostrar os objetivos do trabalho.
b) Delimitar o tema.
c) Estabelecer a metodologia utilizada.
d) Comprovar as argumentações.
e) Identificar o tema.
6) Q
ual frase a seguir melhor define um método científico?
a) Caminho para se chegar a resultados corretos e precisos.
b) Método baseado em teorias clássicas.
c) Aplicação de ciência nos processos industriais.
d) Processo para encontrar soluções para problemas acadêmicos.
e) Aplicação de ciência nos processos comerciais.
7) P
or qual motivo devemos evitar que um trabalho científico contenha so-
mente e-referências?
a) Não são totalmente confiáveis.
b) Não temos o texto impresso em mãos.
c) A internet pode ficar sem conexão.
d) Não conhecemos os autores dos artigos.
e) Com o tempo, não encontramos mais os textos na internet.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
1) a.
2) b.
3) e.
4) b.
5) d.
6) a.
7) e.
5. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, fizemos um estudo sobre como redigir os
tópicos de um Projeto de Pesquisa, tendo em vista a elaboração
de um Artigo Científico. Esperamos que os conteúdos estudados
e as indicações de materiais de estudo tenham contribuído para o
processo de elaboração de seu projeto, e que você tenha concluí-
do o projeto com êxito.
Construir um consistente Projeto de Pesquisa é um avanço
considerável na direção de um bom Artigo Científico. O projeto
determinará a viabilidade do seu trabalho, pois mostrará as con-
dições, os métodos e técnicas, os autores envolvidos, podendo
ainda ser utilizado como parte do texto que compõe o Artigo
Científico. Lembre-se que o processo é contínuo: do Projeto de
Pesquisa (Plano de Texto) ao Artigo Científico.
A partir da próxima unidade nos ocuparemos de estudar a
estrutura do artigo científico.
Até lá!
6. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
ALVES, N. Delimitação do tema de pesquisa. 2013. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=fJT-Gy7Ywsc>. Acesso em: 20 fev. 2015.
ALVES, M. B. M.; ARRUDA, S. M. Como fazer referências. UFSC, 2007. Disponível em:
<http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html>. Acesso em: 23 fev. 2015.
BIBLIOTECA CENTRAL – UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO.
Referências bibliográficas. Disponível em: <http://www.biblioteca.ufrrj.br/referencias.
html>. Acesso em: 26 nov. 2014.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. Norma NBR 6023.
Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, ago.
2002.
CASTRO, C. M. A prática da pesquisa. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
DEMO, P. Introdução a metodologia da ciência. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1987.
______. Metodologia científica em ciências sociais. 3. ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas,
1995.
ECO, H. Como se faz uma tese. 13. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
MEDEIROS, J. B. Redação científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
PÁDUA, E. M. M. Metodologia da pesquisa – abordagem teórico-prática. 10. ed. rev.
atual. Campinas: Papirus, 2004.
RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 2007.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
Objetivos
• Aprender a confeccionar o artigo científico.
• Compreender os modelos e formas de citação.
• Assimilar os cuidados éticos quanto ao uso do conhecimento.
Conteúdos
• Estrutura do artigo científico.
• Tipos e modos de citação.
• Plágio ou fraude científica.
109
UNIDADE 3 – ARTIGO CIENTÍFICO
1. INTRODUÇÃO
Uma vez trabalhada cada parte integrante da composição
do Projeto de Pesquisa, é chegada a hora de aprendermos com
destaque a estrutura mínima de um artigo científico. É claro que
você já havia contemplado – quando foi preciso realizar a primei-
ra “revisão teórica” para situar o tema de sua pesquisa – noções
elementares sobre “citações diretas” e “indiretas”, “normas para
referências” etc. No entanto, essas “regras” deverão acompa-
nhá-lo até a conclusão do Artigo Científico.
O principal objetivo desta unidade é orientá-lo, de maneira
ainda mais específica, sobre como trabalhar com o texto acadê-
mico enquanto exigência de um Artigo Científico.
Ao trabalho!
Importante–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A ABNT possui a norma NBR 6022/2003 (Informação e documentação - Artigo
em publicação periódica científica impressa – Apresentação), que define os
elementos que compõem um artigo científico.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Conforme você já estudou na Unidade 1, a Coordenado-
ria Geral de Pesquisa e Iniciação Científica (CPIC) do Claretiano
– Centro Universitário estabelece que o Artigo Científico deve ser
feito no formato de uma das modalidades citadas a seguir:
1) Artigo científico de revisão bibliográfica.
2) Artigo científico de pesquisa de campo.
3) Relato de experiência.
4) Estudo de caso.
Para relembrar as definições específicas de cada uma das
modalidades, no intuito de impedir que você cometa possíveis
erros conceituais quanto ao gênero adotado para desenvolvi-
mento do Artigo Científico, sugerimos que releia o conteúdo do
tópico “2.2 Modalidades de Pesquisa”, da Unidade 1.
Como já citado, é de grande importância que você tenha o
Artigo Científico para além da obrigação de cumprir as atividades
de um determinado estudo. Trata-se de um trabalho que poderá
contribuir para o aprofundamento de discussões pertinentes à
sua área e que contribuirá para seu amadurecimento intelectual.
Ademais, a produção de um bom artigo poderá ser um pri-
meiro passo para tentar uma publicação em uma revista cientí-
fica desta ou de outra instituição, o que valorizará seu currículo!
Elementos pré-textuais
De acordo com a NBR 6022 (2003, p. 3), os elementos “pré-
-textuais” compreendem:
1) título e subtítulo (se houver);
2) nome(s) do(s) autor(es);
3) resumo na língua do texto;
4) palavras-chave na língua do texto.
Para tratar desse item, seremos bem pontuais e objetivos,
pois trata-se de orientações normativas referentes à formatação.
Desde já, recomendamos que, para redigir o artigo, você padro-
nize o texto com o uso da fonte Times News Roman.
A primeira página, deverá apresentar a identificação do
trabalho. Para confeccioná-la corretamente, proceda a partir das
próximas orientações:
Resumo
Segundo Buogo, Chiapinotto e Carbonara (2011, p. 184), o
“resumo” exerce a “[...] função de ‘cartão de visita’, para forne-
cer ao leitor, de uma maneira ágil, a essência daquilo que con-
tém o texto maior” (o próprio artigo).
O resumo é a apresentação concisa do texto, com destaque
para seus aspectos mais relevantes. Ele deverá ser elaborado em
fonte Times New Roman, tamanho 12, em parágrafo simples e
justificado, seguido de três a cinco palavras-chave com iniciais
em maiúsculas e separadas por pontos. O texto deve ser redigido
em um parágrafo único.
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
As palavras-chave são empregadas de modo a deixar claro do que trata o arti-
go. Elas devem indicar, de modo condensado, a essência do trabalho.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Não há um limite consensual quanto à extensão do “re-
sumo”. Cada instituição adota um padrão viável à sua proposta.
Para os “resumos” elaborados no Claretiano – Centro Universitá-
rio, sugerimos um número de 100 a 300 palavras (sem contar o
título do trabalho e as palavras-chave). Trata-se da mesma medi-
da adotada nos eventos científicos como o Encontro de Iniciação
Científica (ENIC) e o Encontro Nacional Claretiano de Iniciação
Científica (ENCIC), bem como nas revistas científicas da institui-
ção. Para o resumo do Artigo Científico, exceder a medida de 300
palavras não é proibido, ou causará perda de pontuação. Já um
resumo contendo menos de 100 palavras dificilmente consegui-
rá abordar todos os seus itens indispensáveis, embora não seja
impossível. E quais são os elementos indispensáveis do resumo?
Vamos a eles:
1) Introdução (contextualização inicial do tema, incluindo
“justificativa”).
2) Objetivos.
3) Metodologia.
4) Resultados e Discussão (síntese da principal discussão
do estudo).
5) Conclusão.
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Perceba que os itens imprescindíveis ao resumo, você já confeccionou duran-
te a elaboração do Artigo Científico. Você deverá sintetizá-los ao formato do
gênero exigido. Talvez você esteja se perguntando sobre o item “Resultados e
Discussão”. Entenda que esse item é o resumo das principais ideias da seção
“Desenvolvimento”, de seu Artigo Científico.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O resumo deve ser um texto de sua inteira autoria – por-
tanto, citações (diretas ou indiretas), referências, gráficos ou fi-
guras não devem constar no corpo do texto.
A seguir, veremos um exemplo de resumo em artigo de
revisão bibliográfica.
Atenção!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Infelizmente não será possível abordar todos os modelos ao longo do texto.
Contudo, no Conteúdo Digital Integrador desta mesma unidade, sugeriremos a
leitura de alguns deles, e você deverá fazê-lo de acordo com sua área.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Elementos textuais
Passaremos agora aos elementos que lhe darão mais tra-
balho: os elementos textuais. Segundo site da Coordenadoria
Geral de Pesquisa e Iniciação Científica (CPIC), do Claretiano –
Centro Universitário (PESQUISA, 2015, destaque nosso), elemen-
tos textuais “[...] são aqueles que compõem o texto do artigo,
dividindo-se basicamente em introdução, desenvolvimento e
conclusão (ou considerações finais)”.
Para sua redação, utilize fonte Times New Roman (tamanho
12), justifique o texto e coloque o espaçamento “entre linhas”
(1,5). Os elementos textuais deverão compreender, em média,
de 8 a 18 páginas. Não é considerada falha grave se o texto exce-
der o limite de 18 páginas; contudo, você precisa ter em mente
que não é a quantidade de laudas que garantirá a qualidade do
texto, mas as análises realizadas com base na boa compreensão
da base teórica.
IMPORTANTE!––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Lembre-se do tópico em que tratamos sobre escrita acadêmica na Unidade 1:
na construção do Artigo Científico, a objetividade deve ser sua aliada. Tenha
cuidado para não ser prolixo.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vamos à estrutura da seção “introdução”.
Introdução
A introdução corresponde à parte inicial do Artigo Cientí-
fico. Nela você situará o possível leitor de seu Artigo Cientifico a
respeito de algumas categorias básicas, como:
1) Qual o tema de sua pesquisa (isto é, do que o texto
trata).
2) Qual a importância (justificativa) de estudar o tema
(isto é, qual a relevância do tema escolhido).
3) Qual o objetivo de sua pesquisa (isto é, o que pretende
alcançar com o estudo proposto).
4) Como fará sua pesquisa (isto é, quais procedimen-
tos serão empregados para alcançar os resultados da
pesquisa).
A seguir, tratemos com especificidade de cada um dos
itens citados.
Exemplos:
1) “Almeja-se, com o presente estudo...”.
2) “Com a pesquisa proposta, espera-se...”.
3) “O presente estudo pretende...”.
4) “Com o artigo proposto, intenciona-se...”.
Escrita Acadêmica–––––––––––––––––––––––––––––––––––
Diferentemente de como você procedeu no Projeto de Pesquisa, no Artigo
Científico, para redigir os objetivos e a metodologia, empregue o presente
do indicativo! Agora você não está apontando para o futuro, mas efetivamente
fazendo a análise.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Desenvolvimento
Chegamos à pesquisa propriamente dita, à travessia mais
trabalhosa que deverá enfrentar durante a construção de seu ar-
tigo: o desenvolvimento.
Para Barros e Lehfeld (2010, p. 120), o desenvolvimento:
[...] é a fase da fundamentação lógica do tema que deve ser
exposta e provada; é a explicação racional que tem por obje-
tivo explicar, discutir e demonstrar. ‘Explicar’ é tornar eviden-
te o que estava implícito, obscuro ou complexo; é descrever,
classificar e definir. ‘Discutir’ é comparar as várias posições que
se entrechocam dialeticamente. ‘Demonstrar’ é aplicar a argu-
mentação apropriada à natureza do trabalho, é partir de verda-
des garantidas para novas verdades.
Elementos pós-textuais
Ainda segundo a NBR 6022/2003, compreende-se como
elementos “pós-textuais”, as “referências”, “apêndices” e “ane-
xos” – dentre outros. Como sabemos que as normas de formata-
ção das “referências” normalmente tiram o sono de graduandos
e pós-graduandos, abordamos suas principais formas na Unida-
de 2, no tópico “2.8 Referências”.
No próximo tópico, discutiremos outra questão relevante
no meio acadêmico. Leia com atenção cada orientação e, caso
tenha dúvida, não hesite em procurar o tutor da disciplina.
Citação indireta
É chamada citação indireta a elaboração de paráfrase tex-
tual. Em linhas gerais, paráfrase textual significa apreender a
ideia de um autor, trazendo-a ao nosso texto com nossas pró-
prias palavras ou, ainda, para ficar mais claro, recorramos à defi-
nição da ABNT para citação indireta: “Texto baseado na obra do
autor consultado” (ABNT, 2002, p. 2).
Nesse caso, você altera a linguagem do “texto fonte” (alte-
ra o plano de expressão, isto é, o “como se diz”), mas não deve
alterar o sentido (plano de conteúdo, ou “o que se diz”).
Ao alterar o plano de expressão, você deve se certificar de
que não alterou a ideia que o autor original quis transmitir. Caso
venha a alterá-la, o leitor (ou avaliador) de seu trabalho possi-
Citação direta
Entende-se por “citação direta” qualquer fragmento, por
menor que seja, retirado na íntegra da obra de outro autor, ou,
em uma definição conceitual: “Transcrição textual de parte da
obra do autor consultado” (ABNT, 2002, p. 2).
Há três formas de fazer uma citação direta:
• Citação direta que compreende até três linhas do corpo
do texto.
• Citação direta que compreende quatro linhas ou mais.
• Citação de citação.
Trabalharemos com cada uma delas. Atente-se para o
exemplo a seguir.
Aponta Rosales (2011, p. 116) que: “É importante certifi-
car-se de que o trecho que você considerou como paráfrase [...]
é uma reformulação do texto original e não uma cópia”.
Repare que, no exemplo anterior, a citação direta tem até
três linhas, e está compreendida entre aspas (“ ”). A indicação
da fonte (sobrenome do “autor”, seguido de “ano” e “página”,
sempre separados por vírgulas) introduz a citação. A outra ma-
Atenção!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Essa opção é válida somente para fontes que não apresentam paginação.
Se você referenciou um determinado texto, não acrescentando página porque
esqueceu de fichá-lo, e utilizar o recurso “n.p.”, estará cometendo um erro.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Citação de Citação
Chamamos de “citação de citação” a ocorrência de citar-
mos a ideia de determinado autor que aparece no texto de outro
autor – isto é, quando queremos fazer uma citação direta, mas
não tivemos acesso ao texto original.
Por exemplo, suponhamos que você estava realizando
pesquisa sobre direito autoral. Durante as leituras, deparou-se
com o material didático Tecnologia Educacional para Educação
a Distância, elaborado pela Professora Ms. Gislaine Cristina Mi-
cheloti Rosales. Durante a leitura do texto de Rosales, encontrou
uma citação da legislação brasileira que é muito pertinente ao
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O termo “apud” é originário do latim e significa “citado por”. No exemplo em-
pregado, podemos entender que uma obra de Brasil (1998) foi citada no texto
de Rosales (2011). Desse modo, entende-se que citamos um fragmento do
texto de Brasil, ao qual tivemos acesso durante a leitura de Rosales, pois não
lemos o texto original. Tivemos acesso somente à “obra secundária”. Por isso,
apontamos que “este” foi citado por “aquele”: “(apud ROSALES)”.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vejamos um outro exemplo:
• Cabe “[...] ao autor o direito exclusivo de utilizar, fruir e
dispor da obra literária, artística ou científica” (BRASIL,
1998 apud ROSALES, 2011, p. 109).
Observe que, nesse exemplo específico, o sobrenome do
autor foi citado em caixa alta (letra maiúscula) dentro dos pa-
3.2. INTRODUÇÃO
3.3. DESENVOLVIMENTO
3.5. PLÁGIO
Dentre os temas tratados em evidência, cabe destacar
as classificações de “plágio” e as estratégias que você deve
empregar para “fugir” dessa prática. Caso ainda tenha dúvida,
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Durante sua pesquisa, caso recorra à uma citação literal, você deverá
referenciar:
a) Nome do autor.
b) Nome do autor e ano.
c) Autor, ano e página.
d) Somente a página.
e) n.d.a.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c.
2) d.
3) d.
5. CONSIDERAÇÕES
Nesta última unidade, estabelecendo relação com os con-
ceitos trabalhados na Unidade 1 e Unidade 2, em que foi abor-
dado o Projeto de Pesquisa, bem como outros itens constitutivos
da esfera da “pesquisa”, apresentamos a estrutura comum do
Artigo Científico.
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo as
orientações aqui trabalhadas, além das leituras e vídeos sugeri-
dos, e tenha confeccionado um Artigo Científico adequado para
sua aprovação na disciplina.
6. E-REFERÊNCIAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma NBR 6022. Informação
e documentação – Artigo em publicação periódica científica impressa – Apresentação.
Rio de Janeiro: ABNT, maio 2003. Disponível em: <http://porvir.org/wp-content/
uploads/2013/08/abntnbr6022.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2015.
______. Norma NBR 10520. Informação e documentação – Citações em documentos
– Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, ago. 2002 Disponível em: <http://www.
gerenciamento.ufba.br/disciplinas/metodologia/nbr10520.pdf>. Acesso em: 24 fev.
2015.
BRASIL. Lei nº. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 20 fev. 1998. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm>. Acesso em: 23 fev. 2015.
______. Ministério da Saúde. Plágio acadêmico: conhecer para combater. Disponível
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/plagio_academico.pdf>.
Acesso em: 24 fev. 2015.
______. Presidência da República. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
Diário Oficial da União, 31 dez. 1940. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm>. Acesso em: 24 fev. 2015.
CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO. Guia do TCC. Disponível em: <http://www.
claretianobt.com.br/tcc>. Acesso em: 23 fev. 2015.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEIXO, F.; DAVERNI, R. F. Tema 3: Estrutura do texto acadêmico, referenciação, plágio
e paráfrase. In: CLARETIANO. Curso de acolhida. Batatais: Claretiano, 2012.
ARAÚJO, P. C. Eu não sou cachorro não – música popular cafona e ditadura militar. 4.
ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma NBR 6023. Informação
e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, ago. 2002.
BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos da metodologia científica. 3. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
BUOGO, A. L.; CHIAPINOTTO, D.; CARBONARA, V. O desafio de aprender ultrapassando
horizontes. 2. ed. Caxias do Sul: Educs, 2011.
CASTRO, C. M. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2011.
CAVALCANTE, M. A. S.; FREITAS, M. L. Q. (Orgs.). O ensino da língua portuguesa nos
anos iniciais: eventos e práticas de letramento. Maceió: Edufal, 2008.
CPIC – COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA. Normas gerais
para elaboração do trabalho de conclusão de curso (TCC). Batatais: Claretiano, 2013.
CUNHA, A. G. Dicionário etimológico nova fronteira da língua portuguesa. 2. ed. 8.
imp. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.