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Psicofarmacologia
MÓDULO II
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo.
Os créditos do conteúdo aqui contido é dado a seus respectivos autores descritos nas
referências bibliográficas.
MÓDULO II
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INTRODUÇÃO AO SNC
A maioria dos fármacos que afeta o sistema nervoso central (SNC) atua alterando
algum passo do processo de neurotransmissão. Os fármacos que afetam o SNC podem
agir de modo pré-sináptico, influenciando a produção, o armazenamento ou o término da
ação dos neurotransmissores; entretanto, outros podem ativar ou bloquear os receptores
póssinápticos.
Neurotransmissão no SNC
Potenciais Sinápticos
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No SNC, os receptores na maioria das
sinapses estão acoplados a canais iônicos, ou
seja, a ligação do neurotransmissor com os
receptores da membrana pós-sináptica ocasiona
abertura rápida, posto que transitória, dos canais
iônicos. Os canais abertos franqueiam a
passagem dos íons do lado externo e interno da
membrana celular, a favor dos seus gradientes de concentração. A conseqüente alteração
da composição iônica através da membrana neuronal muda o potencial pós-sináptico,
produzindo despolarização ou hiperpolarização da membrana pós-sináptica, dependendo
de quais íons se movem e da direção do seu movimento.
Vias excitatórias
Vias inibitórias
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A estimulação de neurônios inibitórios causa movimento de íons que resulta em
hiperpolarização da membrana pós-sináptica. Estes potenciais pós-sinápticos inibitórios
(PPSI) são gerados pelo seguinte:
1. A estimulação de neurônios inibitórios libera moléculas de neurotransmissor, tais
como o ácido y-aminobutírico (GABA) ou glicina, o qual se liga a receptores na membrana
da célula pós-sináptica. Isso redunda em aumento transitório na permeabilidade a certos
íons específicos, como potássio e cloreto;
2. O influxo de cloreto (CI-) e o efluxo de potássio (K +) causam certa
hiperpolarização ou potencial pós-sináptico inibitório (PPSI) que desloca o potencial pós-
sináptico para uma posição mais distante do seu limiar de deflagração, diminuindo a
gênese de potenciais de ação.
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INTRODUÇÃO A PSICOFARMACOLOGIA
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desenvolvidos há a exigência de um consentimento formal para o uso de alguns
psicotrópicos, tamanha é a importância da administração destes produtos.
A cada ano, novos psicofármacos são lançados no mercado. Mais recentemente,
houve o lançamento dos genéricos. Aumentam o número de farmácias de manipulação.
Com tanta evolução e transformações, a população geral busca, por vezes, o mais barato
economicamente, o que não significa o de mais qualidade, levando-se em conta que um
medicamento deve ter bem controlada a sua bioequivalência e biodisponibilidade,
conceitos não divulgados entre o público leigo.
PRESCRIÇÕES E MEDICAÇÕES
Até chegar às farmácias, o remédio levou cerca de 10 anos para percorrer estas
etapas até que ele esteja pronto para o consumo. Como se vê é uma pesquisa com
bastante cuidados, porém sujeitas a lacunas quanto a interações medicamentosas, que
costumam ser as questões mais espinhosas para o médico, na prescrição, pela enorme
quantidade de interações possíveis, sem contar as desconhecidas. Muito preocupantes,
são possíveis efeitos teratogênicos na gravidez e também as conseqüências de seu uso
em mulheres no período de lactação, e no Brasil geralmente os dados são quase sempre
muito escassos para estas novas drogas. Pode também não haver insuficiente estudo de
seus efeitos em patologias específicas, bem como seus efeitos em crianças ou idosos.
Mais freqüentemente estas respostas só são conhecidas depois que a medicação já está
em uso há muitos anos, como se vê com fármacos pertencentes a outras classes,
recentemente tivemos um caso bem típico que foi a retirada do consagrado Vioxx
produzido pela Merck e que ocupava o 8º lugar no ranking dos mais vendidos no mundo.
Mas a questão não se encerra por aqui. Na verdade começa uma nova caminhada.
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Deve-se lembrar que a terapêutica não é somente uma farmacologia. Não
devemos nos limitar a farmacocinética, isto é à dinâmica da absorção da droga, sua
distribuição no organismo e sua eliminação, nem tampouco à farmacodinâmica, que é o
estudo dos mecanismos de ação da droga e a relação entre sua concentração e os
efeitos alcançados. Apesar de estarem sendo cada vez mais enfatizados os aspectos
biológicos do comportamento, e com razão, pois o psiquismo repousa sobre uma base
biológica, não se deve esquecer que o homem é constituído de seu corpo e de sua
mente, cada qual influenciando e sendo influenciado pelo outro. E isto se dá em um meio
ambiente, cujo efeito não pode ser descartado, meio este que não é apenas natural,
geográfico, mas também histórico e cultural.
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Existem vários perfis de pacientes como consumidores de medicamentos. Um
deles, o hipocondríaco, que consome o prescrito e o não prescrito, ingere tudo que se
compra em farmácia. O médico deve tomar cuidado, por exemplo, ao prescrever um
medicamento para tempo restrito. Quando se administra um medicamento analgésico e
antitérmico para um quadro álgido, ou mesmo um ansiolítico, para uma crise de
ansiedade aguda e o paciente continuar tomando a medicação, mesmo após a dor ter
sido debelada ou a crise de ansiedade já controlada, isso poderá ocasionar toxicidade ou
dependência.
Outros pacientes são aqueles que, na frente do médico, se comprometem a seguir
a prescrição, mas quando chegam em casa nem mesmo os medicamentos adquirem.
Para estes a persuasão sobre a importância do uso correto da medicação se faz
necessária. Temos outro grupo de pacientes, que iniciam o tratamento, sentem melhoras
e o interrompem. Neste grupo temos que mostrar que com a interrupção do tratamento há
comprometimento da eficácia terapêutica. Finalmente, outro grupo procura um amigo
médico, ou mesmo outra consulta, para certificar-se que a prescrição foi correta e tendo
este aval inicia o tratamento.
Os pacientes devem receber informações sobre os efeitos adversos da medicação.
O ser humano sempre teme diante do desconhecido. Um paciente, ao ingerir
medicamento que provoca xerostomia, isto é sensação de boca seca, ao ser orientado
pelo seu médico que esta medicação pode provocar tal reação, não se assustará diante
do referido efeito. Pelo contrário, se não for avisado sobre tal fenômeno, poderá
interromper o tratamento. Muitas vezes, medicamentos provocam efeitos adversos em
grupos diferentes de pessoas, como certos antidepressivos podem provocar sonolência
em uns e insônia em outros. Os pacientes que nunca fizeram uso de medicação deste
tipo deverão ser avisados para aceitarem melhor a terapêutica e não interromperem o
tratamento.
Para pacientes com baixo grau de escolaridade ou analfabetos, símbolos como sol,
lua ou um prato para identificar, respectivamente, o dia, a noite e as refeições são
bastante importantes.
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O uso de medicamentos é a forma terapêutica mais usada. O mesmo, quando
prescrito com segurança, indicação precisa e bem usado pelo paciente, poderá aliviar a
dor, o sofrimento e salvar vidas. Quando não são observados estes itens poderemos ter
malefícios como desperdícios, efeitos colaterais indesejáveis e mesmo ser levados à
morte.
Introdução
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Nome Químico Nome Comercial
Benzodiazepínicos
Mecanismo de ação
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neurotransmissor, ocasionando abertura mais freqüente dos canais de cloreto adjacentes.
Este fato, por sua vez, acarreta aumento da hiperpolarização e posterior inibição da
despolarização do neurônio. [Nota: Os benzodiazepínicos e o GABA aumentam
mutuamente a afinidade de seus sítios de ligação e na realidade não aumentam o número
total de sítios ligantes.] Os efeitos clínicos dos vários benzodiazepínicos correlacionam-se
bem com a afinidade de união de cada fármaco pelo complexo receptor GABA-canal de
cloreto.
Antagonistas da
Flumazenil
Benzodiazepina
Aminobarbital
Fenobarbital
Resumos dos
Barbituratos Pentobarbital
Fármacos Ansiolíticos
Secobarbital
e Hipnóticos
Tiopental
Anti-histamínicos
Sedativos Não-
Hidrato de Cloral
Barbituratos
Etanol
Ações
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Os benzodiazepínicos não possuem atividade antipsicótica nem qualquer ação
analgésica, nem afetam o sistema nervoso autônomo. Em maior ou menor grau, todos os
benzodiazepínicos apresentam os seguintes efeitos:
1. Redução da ansiedade: Em doses baixas, os benzodiazepínicos são ansiolíticos.
A redução da ansiedade provavelmente deve-se à inibição seletiva de circuitos neuronais
no sistema límbico cerebral;
2. Efeitos sedativos e hipnóticos: Todos os benzodiazepínicos usados como
ansiolíticos apresentam alguma atividade sedativa. Em doses mais altas, certos
benzodiazepínicos produzem hipnose (sono artificialmente produzido);
3. Anticonvulsivante: Alguns benzodiazepínicos têm atividade anticonvulsivante e
são usados no tratamento da epilepsia e de outros distúrbios convulsivos;
4. Relaxamento muscular: Os benzodiazepínicos reduzem a espasticidade do
músculo esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré-sináptica na medula
espinal.
Usos terapêuticos
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sedativo e hipnótico. Quanto às síndromes de pânico, o alprazolam é eficaz para
tratamentos de curto ou longo prazo, embora possa causar reações de abstinência em
cerca de 30% dos pacientes.
2. Distúrbios musculares: O diazepam é útil no tratamento de espasmos da
musculatura esquelética - tais como os que ocorrem na distensão muscular - e no
tratamento da espasticidade de doenças neurodegenerativas, como a esclerose múltipla e
a paralisia cerebral.
- Temazepam: Este fármaco é útil para pacientes que despertam com grande
freqüência. Entretanto, o efeito sedativo máximo ocorre 2 a 3 horas após a administração
oral, podendo ser ministrada algumas horas antes de deitar.
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- Triazolam: Por ter duração de ação relativamente curta, este benzodiazepínico é
usado para induzir o sono em pacientes com insônia recorrente. Enquanto o temazepam
é útil no controle da insônia causada pela incapacidade de manutenção do sono, o
triazolam é eficaz no tratamento de indivíduos que têm dificuldade de conciliar o sono. É
comum desenvolver-se tolerância dentro de poucos dias e em geral a retirada do fármaco
provoca insônia rebote, levando o paciente a procurar nova prescrição. Assim, o melhor
uso deste fármaco é de forma intermitente e não diária. Em geral, os hipnóticos devem
ser prescritos somente por períodos de tempo limitados, usualmente menos que 2 a 4
semanas.
Dependência
Zolpidem
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curta meia-vida de eliminação (cerca de 3 horas). Os efeitos adversos do zolpidem
compreendem pesadelos, agitação, cefaléia, desconforto gastrintestinal, tontura e
sonolência diurna. Embora o zolpidem tenha vantagens potenciais sobre os
benzodiazepínicos, a experiência clínica com este fármaco ainda é pequena.
Buspirona
Hidroxizina
ANTAGONISTA DE BENZODIAZEPÍNICOS
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a reversão dos efeitos de um benzodiazepínico de longa duração de ação. A
adminstração de flumazenil pode precipitar síndrome de abstinência em pacientes
dependentes ou causar convulsões no caso de o benzodiazepínico estar sendo usado
para controlar quadro convulsivo. Os efeitos adversos usuais são confusão, náuseas,
vômitos e agitação.
BARBITÚRICOS
Mecanismo de ação
Efeitos
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O pentobarbital, o secobarbital e o amobarbital são barbitúricos de ação curta, eficazes
como agentes sedativos e hipnóticos (mas não como ansiolíticos).
1. Depressão do SNC: Em doses baixas, os barbitúricos produzem sedação (efeito
"calmante", reduzindo a excitação). Em doses mais altas, causam hipnose, seguida de
anestesia (perda da sensibilidade), para finalmente culminar em coma e morte. Assim,
todos os graus de depressão do SNC são possíveis na dependência da dose. Os
barbitúricos não elevam o limiar de sensibilidade dolorosa, não apresentando
propriedades analgésicas e podendo até mesmo exacerbar a sensação de dor.
2. Depressão respiratória: Os barbitúricos suprimem a resposta hipóxica e
quimiorreceptora ao CO2. A superdosagem provoca depressão respiratória e morte.
3. Indução enzimática: Os barbitúricos induzem as enzimas microssômicas P-450 no
fígado. Assim, a administração crônica desses fármacos causa diminuição dos efeitos de
muitos medicamentos cuja redução de concentração depende de metabolismo pelo
sistema P-450.
Usos terapêuticos
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Efeitos adversos
SEDATIVOS NÃO-BARBITÚRICOS
Hidrato de cloral
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O hidrato de cloral é derivado triclorado do aldeído acético, que é convertido no
organismo a tricloroetanol. O fármaco é eficaz sedativo e hipnótico, induzindo o sono, que
dura em torno de 6 horas, em cerca de 30 minutos. O hidrato de cloral é irritante do trato
gastrintestinal, causando desconforto epigástrico. Também produz sensação de "gosto
ruim" na boca.
Anti-histamínicos
Etanol
O etanol tem efeitos ansiolíticos e sedativos, porém seu potencial tóxico sobrepuja
os benefícios. É um depressor do SNC, produzindo sedação e então hipnose com o
aumento da dose. A curva dose-resposta do etanol é suave, a sedação ocorrendo numa
ampla faixa de doses. O álcool tem efeito sinérgico com muitos outros agentes sedativos
e pode ocasionar grave depressão do SNC com anti-histamínicos ou barbitúricos.
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condicionada, de tal modo que o paciente abstém-se do álcool para evitar os
desagradáveis efeitos do acúmulo de acetaldeído induzido pelo dissulfiram.
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