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03 EDITORIAL
04 INVERSÃO DE VALORES
Os Altos Preços do Livro Espírita
Ricardo R. Escodelário
06 GESTÃO
Administração das Instituições Espíritas - USEERJ
08 CIÊNCIA E ESPIRITISMO
O Enigma da Consciência
Prof. Dr. Nubor Orlando Facure
11 ACONTECEU COMIGO
Sua mãe, já morta, lhe apareceu... - Nizia Landini
12 HAGIOGRAFIA
Santa Teresa D’avila - a Mística do Êxtase - Redação
15 CURIOSIDADES BÍBLICAS
Desencarnes Curiosos narrados no Antigo
Testamento - Julieta Closer
16 FILOSOFIA
Orfeu e a Imortalidade da Alma - Redação
18 CAPA
Conversando sobre a Morte - Therezinha Oliveira
25 NOSSO DEVER
Estudar Kardec - Gustavo Marcondes / Clayton Levi
26 RESPONSABILIDADE
Pregação e Testemunho - Joseana Hypólyto
28 HISTÓRIA
Espiritismo - Como Tudo Começou - 2ª parte
Sandro Cosso
31 LITERATURA
O Livro dos Médiuns - USE/SP
32 JUSTIÇA DIVINA
Juízo Final - Benedito Godoy Paiva
TRADIÇÃO
34 A Origem do Dia de Finados - Lino Bittencourt
Lei de Talião - Pasquale Cipro Neto
35 INFORMAÇÃO
O Editor Recomenda - O Editor
Diretor Presidente
E ditorial
Conversando sobre a Morte
Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”
N
Departamento Doutrinário
o mês em que as teologias tra- comprova a imortalidade da essência
Equipe Editorial dicionais lembram os mortos e humana! Afirmou a influência de espí-
Adriana Persiani por eles choram, os Espíritas re- ritos bons e maus sobre as pessoas
Julieta Closer cordamos os vivos que deixaram o cor- quando Pedro declarou “Tu és o Cris-
Lino Bittencourt
Paulo Rossi po e retornaram para a verdadeira vi- to" (Mt. 16:13/17) e no caso do espírito
Ricardo R. Escodelário da. imundo expulso (Mt. 12:43/45 e Lc. 11:26);
Rogério Gonçalves A Doutrina Espírita, através conversou com Moisés e Elias materia-
Sandro Cosso
de fatos, mostra aos homens toda a rea- lizados (Mt. 17:1/18 e Lc. 9:28/36) e com a
Jornalista Responsável lidade existencial da sobrevivência do legião de espíritos que obsidiava o ga-
Renata Levantesi ser em relação à morte. dareno (Mc. 5:1/20). Anunciou um batis-
Mtb 28.765 Revelado a 18 de abril de mo (mergulho) do espírito que se cum-
1857, o Espiritismo concita os seres pa- priu no dia de Pentecostes (Atos, 1:4/5 e
Revisão Ortográfica ra a transformação moral bradando: a 2:1/39). O próprio Cristo, o profeta do tú-
Rosemary C. Cabral morte não existe! mulo vazio, ressurgiu em Espírito ven-
Esse fato não é novo! Toda- cendo a finitude do corpo, aparecendo,
Administração via, a estrutura doutrinária do Espiri- em vários momentos, aos seus discípu-
Rogério Gonçalves tismo é toda uma revolução! O clamor los (Luc. 24:13/35).
Viviam B. S. Gonçalves
da perenidade da alma ecoa pelos cor- Caberia, porém, a Allan Kar-
Diagramação e Ilustrações redores da história humana desde eras dec a sistematização e comprovação
Alessandra Persiani remotas. científica da imortalidade e comunica-
Na Magna Grécia, os cultos ór- bilidade da alma, proclamando ao mun-
Capa ficos apregoavam a indestrutibilidade do o Consolador prometido pelo Mes-
Octano Design 19 3294.2565 da alma e a reencarnação; Pitágoras fo- tre Nazareno.
ra o seu grande divulgador. Sócrates, o Neste mês de novembro, quan-
Fotolito sábio de Atenas, afirmava com natura- do a saudade daqueles que partiram
Rip Editores Gráficos Associados lidade ser amparado por um espírito ou antes de nós apertar o coração, lembre-
gênio protetor (daimon em grego). Pla- mo-nos de que pelo pensamento pode-
Apoio Cultural tão leva adiante a certeza da vida pós mos ofertar uma prece de amor elevan-
Braga Produtos Adesivos morte, legando aos homens o Fédon, li- do a eles nossas melhores vibrações.
Alvorada Gráfica & Editora vro áureo do imortalismo. Que os cemitérios não são a sua mora-
Do Egito à Grécia, dos hiero- da, mas, o simples depósito das vestes
Impressão fantes aos oráculos, de Orfeu ao após- carnais. Que aqueles a quem amamos
Alvorada Gráfica & Editora 19 3227.3493 permanecem vivos em outra realidade
tolo de Samos, de Sócrates a Platão, a
imortalidade da alma foi cantada pelos da vida para onde iremos também. To-
Assinaturas corifeus da filosofia. E os cânones das dos estamos numa jornada evolutiva
Anual R$ 45,00 verdades espirituais, quais editos do cujo objetivo é a perfeição!
Número Avulso R$ 4,50 Criador, retumbaram desde as terras do No dia dos “mortos" louve-
Nilo à Ágora helênica, do Oriente ao mos a vida e atentemos para a conso-
Para o exterior Ocidente, despertando os homens. ladora mensagem de Jesus: “Ele não é
Anual US$ 35,00 Do Bhagavad-Gîta ao Mahab- Deus de mortos e sim de vivos, porque
hârata, de Krishna a Buda, das práticas para Ele todos vivem" (Lc.20:38).
Correspondência do Diana ao êxtase, ouvia-se a afirma- Com efeito, este segundo nú-
ção: somos imortais! mero da revista FidelidadESPÍRITA,
R: Dr. Arnaldo de Carvalho, 555 - apto 51
Dos druidas aos israelitas, a com a matéria de capa, convida você,
Bonfim - CEP 13070-090
morte perdia sua foice. Os filhos da Gá- amigo leitor, para um interessante en-
Campinas - SP - Brasil
lia confirmavam o progresso espiritual contro, onde estaremos com a querida
Fone/Fax (19) 3233.5596
pelas vidas sucessivas, enquanto os des- professora, escritora e oradora Therezi-
Fidelidade Espírita é uma publicação
do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”.
cendentes de Abraão aceitavam os vati- nha Oliveira, na companhia da lógica e
CNPJ: 01.990.042/0001-80
cínios dos espíritos por meio dos pro- da razão, sob a luz do Espiritismo: Con-
Inscr. Estadual: Isento
fetas e das manifestações oníricas. versando sobre a morte!
Com o Cristianismo, porém, a
Internet relação entre “mortos" e vivos se acen-
tuaria. Inúmeras vezes Jesus deu de-
E-mail: fidelidadespirita@terra.com.br monstrações deste intercâmbio que O Editor
Inversão de Valores
Os Altos Preços
do Livro Espírita
“...não leio obras Espíritas porque
não posso pagá-las”
Ricardo Rodrigues Escodelário
Campinas/SP
C om 145 anos apenas, o gação do Espiritismo. Contu- gráficas e artísticas, com belas
Espiritismo tem avan- do, muitas casas de editoração capas e agradável diagrama-
çado de maneira muito que trabalham com a mensa- ção objetivando atrair o leitor
positiva! Hoje, a mensagem es- gem espírita, não estão preo- com o fito meramente comer-
pírita é veiculada através de rá- cupadas com a qualidade dou- cial, almejando exclusivamen-
dios, jornais, revistas e televi- trinária das obras que publi- te o lucro!
são. Entretanto, o maior ins- cam em nome do Espiritismo; O propósito de aprimo-
trumento de divulgação rar capas e qualidade do
da Doutrina continua Colocando o Efeito (a assistência), papel dos nossos livros
sendo o livro! é louvável, mas não po-
Observa-se, com
acima da Causa (a mensagem), de estar acima da pró-
grande satisfação, que a estaremos desviando a Doutrina pria mensagem. Tarefas
cada dia o livro espírita assim fazem aumentar o
divulga a mensagem con-
do seu verdadeiro objetivo: a preço do livro a fim de
soladora e, na atualida- transformação moral do homem. honrar as despesas gera-
de, rompe as fronteiras das com a qualidade da
do nosso movimento atingin- não se interessam em orientar apresentação do volume e,
do grande parte da sociedade, corretamente o leitor acerca com isso, gera-se um grande
levando esclarecimento e con- da doutrina codificada por problema: A mensagem literá-
solo a milhares de pessoas. Allan Kardec e publicam volu- ria espírita ficará restrita so-
Diante disso, nota-se o mes cujo conteúdo não condiz mente àqueles que tiverem
surgimento de muitas editoras com os princípios Espíritas. condições econômicas para
com o objetivo de atender às Infelizmente, parecem estar in- “pagá-la"
“pagá-la". Pensamos nisso por-
necessidades editoriais, coo- teressadas, apenas, com o exte- que estamos em um país onde
perando, assim, com a divul- rior em excelentes produções existem aproximadamente 21
1
preço tão alto para o grande ser repassados para o leitor, Revista Brasileira de Ciências Sociais
número de leitores e pensam, servindo de estímulo à leitura; vol. 15 nº 42 - fevereiro/2000.
Administração das
Instituições Espíritas
RECOMENDAÇÕES RELATIVAS AOS RECURSOS FINANCEIROS
“
P ara alguém fazer qualquer coisa de sério, tem que se submeter às necessida-
des impostas pelos costumes da época em que vive e essas necessidades são
muito diversas das dos tempos da vida patriarcal. O próprio interesse do Espi-
ritismo exige, pois, que se apreciem os meios de ação, para não ser forçoso parar a
meio do caminho. Apreciemo-los, portanto, uma vez que estamos num século em
que é preciso calcular tudo”.
Considerando:
a) que as instituições espíritas necessitam de recursos econômicos para atender às
despesas de implementação e manutenção de suas atividades doutrinárias, assistenciais
e administrativas;
Fonte:
1) Manual de Administração das Instituições Espíritas - Assuntos Diversos, nº 5 -
elaborado e atualizado até 1994 pela União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio
de Janeiro - USEERJ, por recomendação do Conselho Federativo Nacional da FEB.
O ENIGMA
^
DA CONSCIENCIA
A construção da mente - uma visão filosófica
Prof. Dr.º Nubor Orlando Facure - Campinas/SP
Exclusivo para FidelidadESPÍRITA. ção, é chamada de percepção
percepção.
Para Hume
Hume, as percepções são
A definição de mente e
sua interação com o cé-
rebro são dilemas ain-
da não resolvidos pela Ciência.
De qualquer forma, o homem
ja num texto falado ou escrito
ou numa composição artística
qualquer. Em todas suas mani-
festações, o pensamento será
sempre o veículo que expressa
constituídas de idéias e impres-
sões
sões. As impressões podem se
originar da experiência senso-
rial ou de atividades como a me-
mória.
compreende sua mente através essas idéias. Diz ainda Hume
Hume, que a
das idéias que ela expressa. Pa- Não escapa do raciocí- impressão pode não ter a mes-
ra René Descartes
Descartes, nós já nas- nio de qualquer um de nós que ma nitidez das idéias produzi-
cemos com um conteúdo de as idéias podem ter graus de das pela experiência sensorial.
idéias inatas e Leibniz (Gottfri- maior ou menor complexidade. Ela precede sempre as idéias
ed W. Leibniz, 1646-1716) su- Locke (John Locke,1632-1704), produzidas pelas sensações e, o
gere a existência de mônadas por exemplo, considera que as que não pode ser imaginado
na estruturação da mente. Para idéias podem ser simples ou não pode ser experimentado
experimentado.
outros, o conteúdo mental é complexas e, elas seriam resul- Definindo a mente, Hu-
produzido pelos estímulos que tado das nossas sensações ou me a considera uma espécie de
atravessam os nossos sentidos. das nossas reflexões. teatro
teatro, onde várias percepções
A discussão filosófica David Hume (1711- fazem a sua apresentação su-
interpreta as idéias como sendo 1776) diz que o pensar é pensar cessivamente.
todo nosso conteúdo mental. por meio de imagens,
imagens é imagi- Diz Hume que não te-
Elas podem ser expressas em di- nar e, que toda experiência, se- mos a menor noção do lugar
versas formas de linguagem, se- ja na sensação ou na imagina- onde essas cenas são represen-
ou movimento.
Eu para Hu-
A noção de Eu, que mais especificamente se de- sentam o mundo.
me é impossível. É um disfarce nomina Alma humana. George Berkeley,
Berkeley (1685-
para confundir uma sucessão O filósofo inglês, Jonh 1753) considerava que o existir
de idéias, com a idéia de identi- Locke
Locke, no Ensaio sobre o enten- de alguma coisa é o mesmo que
dade que formamos de algo dimento humano (1690), revive ser percebido. Isso significa di-
que permanece igual durante a afirmação de Aristóteles, con- zer que os objetos que se perce-
um período de tempo. siderando a mente como uma be estão na própria mente.
mente Nos-
A idéia de que a mente folha de papel em branco cujo sa percepção visual, por exem-
interfere na percepção das coi- conteúdo seria preenchido pela plo, não são de coisas externas,
sas não é nova. Spinoza (Ba- experiência. Locke chama esse mas simplesmente idéias que es-
ruch Spinoza - 1632-1677), conteúdo mental, de idéias. As tão na mente. No seu Princípio
considerava que “está na natu- sensação" que se-
“idéias de sensação", do conhecimento humano de
reza da mente perceber as coi- riam originadas da observação 1710, Berkeley especifica sua
sas sob um certo ponto de vista do mundo exterior através dos fórmula básica de que “ser é ser
atemporal". Para Leibniz
Leibniz, é a nossos sentidos e as “idéias de percebido"
percebido". O que na verdade
disposição das mônadas
mônadas, cada reflexão" que surgiriam quan-
reflexão", conhecemos e comentamos são
qual com uma disposição dife- do a mente observa a si mesma
mesma, conteúdos mentais. Isso fica cla-
rente, que dá a aparência à rea- é quando a mente analisa por si ro, por exemplo, quando ouvi-
lidade. Cada objeto consiste de mesma o seu conteúdo. Dizia mos alguém. O que entende-
uma colônia de mônadas e o Locke que tudo o que nós co- mos é o “conteúdo mental" do
corpo humano tem uma môna- nhecemos são idéias, e essas, que ele diz, mais do que uma sé-
da dominante, privilegiada, por sua vez, retratam ou repre- rie de sons verbais isolados uns
Você Sabia...
Desencarnes Curiosos
narrados no
Julieta Closer - Campinas/SP Antigo Testamento
T
endo sido reservado, no Calendário, o dia dois de novembro para homena-
gear os mortos na carne, mas vivos em Espírito, julgamos oportuno trazer à
curiosidade dos nossos leitores, relatos inusitados do desencarne de alguns
personagens do ANTIGO TESTAMENTO.
A bsalão, filho do rei Davi, era o homem mais belo de Israel. Perfeito da cabeça aos pés. Possuía far-
ta cabeleira. Ao final de cada ano, cortava-a, porque o cabelo pesava duzentos siclos, aproxima-
damente três quilos. Certo dia, quando fugia da guarda, montado num burro, enfiou-se sob a folha-
gem espessa de um grande carvalho. Quando o burro se foi, ele ficou preso nos galhos e suspenso entre
o céu e a terra. Joab, seu perseguidor, foi até o local e atirou três dardos no coração de Absalão que ain-
da estava vivo entre os galhos do carvalho. Os escudeiros de Joab golpearam-no até morrer . II Sm 14,
25-26 e 18, 9-16.
E li, sacerdote em Israel, estava assentado na sua cadeira, ansioso por notícias da Arca da Aliança.
Quando soube que a Arca havia sido tomada pelos filisteus, levou um susto tão grande que caiu pa-
ra trás, quebrou o pescoço e morreu, porque era idoso e pesado. I Sm 4, 13-18
S ansão, personagem conhecido por seu romance de amor com Dalila e por sua enorme força física,
desencarnou junto com três mil filisteus ao colocar-se entre as duas colunas centrais do templo do
deus Dagon e empurrá-las com todas as suas forças. O edifício desmoronou sobre os príncipes e sobre
todo o povo que ali se encontrava e, assim, Sansão, que era prisioneiro daquele povo, destruiu milha-
res deles de uma só vez . Jz 16, 23-30.
G olias, de Gat, guerreiro filisteu, era um gigante. Sua estatura era de seis côvados e um palmo, apro-
ximadamente três metros e doze centímetros; seu capacete era de bronze e vestia uma couraça de
escamas, cujo peso era de cinco mil siclos de bronze, aproximadamente sessenta quilos. Usava pernei-
ras e escudo de bronze e a ponta de sua lança pesava aproximadamente nove quilos. Morreu quando
Davi (futuro rei de Israel ), jovenzinho ruivo, de bela aparência, o atingiu na fronte com uma pedra ar-
remessada por sua funda (estilingue). I Sm 17, 4-7 . 42-49.
Orfeu e a
Imortalidade da Alma
Da Redação
em essência o mesmo...
Therezinha Oliveira
Campinas/SP
O que a Morte parece ser? pos, o fim de tudo. liga do corpo que perdeu a vita-
Mesmo entre os espiri- lidade e não lhe pode mais ser-
C ostuma-se simbolizar a
morte por um esqueleto
chacoalhante (o que res-
tara do corpo), armado de foice
(com que cortaria o fio da vi-
tualistas, grande parte encara a
morte com temor. Crêem em al-
go além do corpo mas apenas
de modo teórico. Como não se
vir para a sua manifestação no
mundo terreno.
O espírito não morre
quando o corpo morre. Não de-
utilizam do intercâmbio medi- pende dele para existir. Antes
da), portando uma ampulheta único, faltam-lhes a experiên- de encarnar neste mundo, o es-
(para contar o tempo de vida cia pessoal, as provas quanto à pírito já existia e vai continuar
das criaturas) e vestindo um sobrevivência do espírito. Em existindo depois que o corpo
manto preto (no qual esconde- conseqüência, a morte lhes pa- morrer.
ria para sempre de nós, a pes- rece porta de entrada para o Desligado do corpo que
soa que morreu). desconhecido. E nada mais as- morreu, o espírito continuará a
Será a morte feia e terrí- sustador do que aquilo que não viver, em condições diferentes
vel assim? se conhece. de manifestação, em outro pla-
Para os materialistas, no de atividades: o mundo espi-
que somente acreditam na ma- O que a Morte realmente é? ritual, sua pátria de origem.
téria, a morte é o fim da vida Para entendermos bem
nos seres, a completa e irresis- A morte é apenas o pro- isso, recordemos como é que en-
tível desorganização dos cor- cesso pelo qual o espírito se des- carnamos e desencarnamos.
ESTUDAR
KARDEC
P ercebe-se na atualidade, a tendência de
determinados grupos espíritas em ado-
tar certas teorias e práticas incoerentes
com os postulados da Codificação apresentada
por Allan Kardec.
fim de tornar-se mais útil nas tarefas a que se
encontra ligado.
O estudo dos postulados básicos da Co-
dificação, porém, representa dever inquestio-
nável para desenvolver a necessária coerência
Empolgados com as novidades passa- em suas atividades:
geiras que chamam a atenção, mas não escla- - enriquecer-se de conhecimento, sem
recem ninguém, inúmeros companheiros dei- esquecer Kardec;
xam-se levar por modismos de ocasião, preju- - atualizar-se culturalmente, sem per-
dicando a si mesmos e à tarefa do Movimento der de vista Kardec;
Espírita. - acompanhar e incorporar o progres-
Relegam a segundo plano o estudo das so, sem desligar-se de Kardec.
Obras Básicas do Espiritismo, entregando-se a Conscientizemo-nos de que a tarefa de
teorias desprovidas de conteúdo. divulgação doutrinária representa enorme res-
Com isso, trocam a estrada pavimenta- ponsabilidade perante o público e nós mes-
da e segura por atalhos incertos que, na maior mos, razão pela qual, a valorização das Obras
parte das vezes, conduzem à decepção e ao des- Básicas em nossas atividades constituirá sem-
crédito. pre o meio mais seguro e eficaz de propagar-
Diante disso, impõe-se como necessi- mos o Espiritismo, consolando e esclarecendo,
dade inadiável o fortalecimento do estudo dou- conforme as metas estabelecidas pela Codifi-
trinário nas Casas Espíritas, priorizando as cação.
Obras Básicas como alicerce.
Não se trata de exclusivismo alienador. Gustavo Marcondes
Importa, porém, conhecer em profun-
didade o conteúdo da Doutrina, sobre o qual
deverão estar fundamentadas todas as ativida-
des de divulgação e estudo. (Mensagem psicografada pelo médium
O Espírita pode e deve abastecer-se de Clayton Levi em 31/03/02
cultura, em todas as áreas de conhecimento, a no Centro Espírita “Allan Kardec”de Campinas/SP)
Pregação e
Testemunho
Joseana Hypólyto - Jundiaí/SP
F
“ oi em 1854 que ouvi fa-
lar pela primeira vez em
mesas girantes. Encon-
trando-me um dia com o Sr.
Fortier, magnetizador que eu
tam e ela responde.
- Isso é outra questão,
respondi-lhe. Só acreditarei se
vir ou se me provarem que a
mesa tem cérebro para pensar,
to, pura e simplesmente a al-
guém que era possível a trans-
missão de um despacho a 500
léguas, e a recepção da respos-
ta, dentro de uma hora, obter-
conhecia, havia muito, disse- nervos para sentir e que pode se-ia uma gargalhada em troca,
me ele: tornar-se sonâmbula. Até en- aliás bem firmada em razões ci-
- Sabeis que se acaba de tão, permita-me que considere entíficas, que provavam a im-
descobrir no magnetismo uma isso história fabulosa. possibilidade material do fato.
singular propriedade? Parece Hoje, que a lei da eletricidade é
que não somente as pessoas conhecida, ninguém o contes-
que se magnetizam, mas, tam- Apliquei a esta ta, nem mesmo um campônio.
bém, as mesas que giram e an- ciência o método O mesmo acontece aos fenô-
dam à nossa vontade. menos espíritas.
experimental, não
- É com efeito, singular, Para quem não conhece
respondi-lhe; mas isso não me
aceitando teorias a lei que os rege, parecem so-
parece rigorosamente impossí- preconcebidas brenaturais, maravilhosos e,
vel. O fluido magnético, espé- por conseguinte, impossíveis e
cie de eletricidade, pode muito ridículos. Conhecida, porém, es-
bem atuar sobre os corpos iner- Esse raciocínio era lógi- sa lei, desaparece o maravilho-
tes e fazê-los mover. co. Eu compreendia a possibili- so e eles não têm mais nada
As notícias dadas pelos dade do movimento por uma que repugne a razão, porque se
jornais de experiências feitas força mecânica, mas ignorava lhe compreende a possibilida-
em Nantes, Marselha e outras a causa e a lei do fenômeno. Pa- de.
cidades, não permitiam duvi- recia-me absurdo atribuir inte- Eu achava-me, pois, di-
dar da realidade do fenômeno. ligência a uma coisa material. ante de um fato contrário às
Tempos depois, tornei a encon- Coloquei-me na posição dos in- leis conhecidas da natureza e re-
trar Fortier, que me disse: crédulos dos nossos dias, que pugnante à minha razão. Ain-
- Mais extraordinário negam, porque não podem com- da não tinha visto, nem obser-
Só acreditarei
se me provarem que aumentaram as minhas dúvi- Batelière, 18, aceitei o convite
das. com sumo prazer. Emprazamo-
a mesa tem cérebro
- Um dia serás dos nos- nos para terça-feira, às oito ho-
para pensar, nervos ras da noite. Ali, pela primeira
sos. Disse-me, e eu respondi-
para sentir e que lhe: vez, fui testemunha do fenô-
pode tornar-se - Não digo que não, ve- meno das mesas que giram, sal-
sonâmbula remos mais tarde. tam e correm, e o fui em condi-
Algum tempo depois, ções de não poder alimentar dú-
No ano seguinte, em em maio de 1855, fui à casa da vida. Vi, também, alguns en-
princípios de 1855, encontrei o Sr.ª Roger, sonâmbula, em com- saios, muito imperfeitos, de es-
Sr. Carlotti, amigo de 25 anos, panhia de Fortier, seu magneti- crita mediúnica em uma ardó-
que, com o entusiasmo, que des- zador. Ali encontrei o Sr. Pâtier sia, com o auxílio de uma ces-
pertam as idéias novas, falou- e a Sr.ª de Plainemaison, que ta.
me dos fenômenos que me preo- me falaram no mesmo sentido
cupavam. O Sr. Carlotti era cor- que Carlotti, mas em outro não admitia
so (da Córsega - ilha francesa tom. por valiosa uma
do Mediterrâneo) de natureza O Sr. Pâtier era empre- explicação, senão
ardente e enérgica, e eu sempre gado público, homem de meia quando ela podia
estimei nele as qualidades, que idade, muito instruído, de cará-
resolver todas as
distinguem uma grande e bela ter grave, frio e calmo. A sua
alma, mas desconfiava da sua linguagem comovida, isenta de
dificuldades
exaltação. Foi ele quem pri- entusiasmo, produziu-me viva da questão
meiro me falou da comunica- impressão, e, quando me con-
ção dos Espíritos, contando-me vidou para assistir às experiên- Longe estava eu de fir-
tantas coisas surpreendentes, cias que se realizavam em casa mar minhas idéias mas ali se de-
que, longe de me convencerem, da Sr.ª Plainemaison, na Rua parava um fato, que deveria ter
S
“ entado o Padre Eterno em trono reful-
gente,
Aconchegando o filho, a alma bem amada, Entrega esse teu céu às mães malvadas, vis,
E que na Terra fora algo desassisada, Que os filhos já mataram para os não criar,
Uma mulher se chega e a sua prece faz, Pois só essas megeras poderão, no céu,
Rogando ao Padre Eterno poupe do inferno Ouvir gritar seus filhos sem se consternar!
O pobre do rapaz.
Desprezo esse teu céu! O meu amor é grande!
Cofia o Padre Eterno a longa barba branca Imenso! Assaz sublime! E posso te afirmar
E, o óculo ajustado à ponta do nariz,
Que se não te comove o pranto lá do inferno
O olhar dirige, então, à pobre desgraçada
E compassado diz: E os que no averno estão são todos filhos teus,
O meu amor excede ao próprio amor de Deus!
"Os anjos vão levar-te agora ao paraíso
E dar-te a recompensa: o teu descanso eterno! E ante o estupefato olhar do Padre Eterno,
Ali desfrutarás felicidades mil,
Porém, teu filho mau irá para o inferno.” A mãe beijou o filho
Um anjo toma o moço e o leva a Satanás; ... E foi para o inferno!"
Porém, a pobre mãe, ao ver partir o filho,
Aflita, corre atrás!
idéia de céu e inferno, bem como a existência do 3 Maria Teresa Costa, jornal Correio Popular - Campi-
diabo,4 entidade mitológica, diante da justiça e nas/SP - 19/08/1999.
bondade divinas. 4 Ver o livro O Céu e o Inferno de Allan Kardec, cap. IX,
estudo completo e racional sobre os demônios e sua
inexistência enquanto seres à parte da criação.
S egundo os bons léxicos, fácio IV obteve-o, por doação intenção desses mortos.
Finados quer dizer: aque- do Imperador Focas e fê-lo puri- Só em 998 d.C, dez sécu-
le que finou, que faleceu, ficar, recolhendo a ele os tesou- los depois do Cristo, o Abade da
que acabou, morreu. ros e os despojos mortais das ca- ordem dos Beneditinos, em
O “Dia de Finados" não tacumbas dos cristãos e consa- Cluny, instituiu em todos os
tem origem em ensinamentos grou-o a Santa Maria dos Már- mosteiros da ordem na França,
dos Espíritos. Derivou da festa tires. a comemoração dos “mortos", o
Católica Romana de 1º de No- Gregório IV, em 835 d.C dia de “finados", nesse 2 de No-
vembro: “Dia de todos os San- instituiu, em antítese à “festa de vembro; culto que a Santa Sé
tos". todos os deuses" a “festa de to- aplaudiu e oficializou para todo
Quando da destruição dos os Santos", em homenagem o Ocidente.
dos templos pagãos em Roma, aos santos que não tinham culto
um entre todos foi poupado, por- em dia destacado no calendário,
que constituia obra prima de ar- universalizada, depois, para to-
Para saber mais, consulte:
quitetura e riqueza. Construído do o orbe católico. Mas para que 1) O Dois de Novembro - Almerindo
por Marcos Agripa, denomina- não ficassem esquecidos ante Martins de Castro, revista Reformador
va-se Panteão e nele, a 1º de No- Deus, os fiéis da Igreja e os peca- Novembro de 1990.
dores, foi estabelecido que no 2) Os mortos vivem - Maria Helena Mar-
vembro, era celebrada pelos pa- com, jornal Mundo Espírita, Novembro
gãos com excessos, a “festa de dia seguinte, 2 de Novembro se de 1997.
A ESQUINA DE PEDRA
De Wallace Leal V. Rodrigues. sendo introduzidos, no Cristianis-
Editora “O Clarim”. 416 páginas. mo, o culto às imagens, as roupas
Pedidos Fone: 0(xx) 16-282.1066 / 282.1471 especiais, a organização sacerdo-
tal, que inicialmente, no colégio
Para aqueles que gostam de saber “como apostólico, não existia.
tudo começou” este livro é indicado. Aponta com O livro é um primor, rari-
extraordinária lucidez os desvios do Cristianismo. dade mesmo! Entretanto, o leitor
Demonstra, ainda, como a doutrina simples de precisará estar preparado, pois que
Jesus, começou a sofrer deturpações e a servir aos vai encontrar um estilo elegante e
interesses dos imperadores romanos. Fala, com erudito que coroa esta obra. So-
muita propriedade, como foi fundada a Igreja Ca- mente ela, bastaria para consagrar
tólica Romana, além de demonstrar como foram seu culto e valoroso autor, já desencarnado.