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RESUMO DAS AULAS – DIREITO PENAL PARTE GERAL - EDUARDO

AULA 1.1

1 Princípio da proporcionalidade: Se encaixa na missão fundamental do direito penal. Tem


origem no direito alemão, é um princípio constitucional implícito. Esse princípio tem duas
vertentes. A) proibição do excesso: o legislador não pode criar figuras típicas penas que não
protejam qualquer bem jurídico. Além disso, ao criar uma infração penal, a pena cominada
deve ser compatível com o bem jurídico tutelado. Também chamado de garantismo negativo.
B) Proibição de uma proteção deficiente do estado: Aqui é o contrário, não pode ser nem
80 como na letra A e nem 8 como aqui na letra B. Por exemplo, crime de estupro com
resultado morte ser tratado como crime de ação penal pública condicionada a representação
pelo CADI. Conhecida também como garantismo positivo.
Aprofundando o tema: Garantismo penal. Direito penal máximo, alguns chamam de
maximalismo penal, panpenalismo, movimento da lei e da ordem. Pra essa teoria, o estado
deve agir com rigor em todos os delitos penais, desde um furto simples até um latrocínio, em
todas elas o estado deve agir com rigor. Não haveria espaço pra princípios oriundos da
política criminal, como o principio da insignificância, principio da adequação penal, etc. Não
há falar em furto insignificante, pois ainda que muito irrelevante, tem que ser punido com
rigor, por esta teoria maximalista.
Numa visão diametralmente oposta, existe o abolicionismo penal, essa teoria sustenta
o afastamento do direito penal para a resolução dos conflitos sociais. Fala que o direito penal
que temos hoje muito mais atrapalha do que ajuda.
O garantismo penal acaba rechaçando esses dois extremos, não concorda com o
direito penal máximo nem com o abolicionismo penal.
1.2
Essa teoria sustenta que o criminoso não deve ser visto como objeto da investigação,
más como sujeito de direitos. O garantismo penal pugna pela mínima intervenção penal e
máxima intervenção social, em oposição aos maximalistas e também aos maximalistas,
propõe a aplicação do direito penal em última rátio, somente quando for imprescindível.
O que vem a ser o garantismo integral? O garantismo negativo mais o garantismo
positivo. Atende tanto os interesses do acusado como os da sociedade / vítima. O garantismo
positivo e negativo caminhando juntos.
O que vem a ser o garantismo hiperbólico monocular? É um garantismo que só
consegue enxergar um único lado, exagerado, é o olhar do estado muito mais voltado pro
alvo da persecução criminal. Pros direitos do criminoso.
MANDADOS CONSTITUCIONAIS DE CRIMINALIZAÇÃO
Conceito: O constituinte dando ordens para o legislador, obrigando o legislador a criar um
tipo penal.
Mandados explícitos de criminalização na CF: A prática de racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da lei. Ou seja, a lei
ordinária terá obrigatoriamente que obedecer ao mandado constitucional de criminalização
presente na constituição para aquele crime específico.
Há mora por parte do legislador em relação aos mandados constitucionais acerca da
criminalização da retenção dolosa do salário do trabalhador, sanável por meio da ADI por
omissão.
Existem mandados implícitos de criminalização na constituição? Analisando o
conjunto de valores consagrados na CF, pode se dizer que existem mandados implícitos de
criminalização naqueles valores de maior relevância, como por exemplo a vida, a saúde, a
honra, etc. EX: Não pode o legislador descriminalizar o homicídio, pois protege um bem
supremo, desrespeitando um mandado implícito de criminalização. Estaria ofendendo o
princípio da proporcionalidade, pois haveria uma proteção deficiente da coletividade.
Violando o garantismo positivo ou a proibição de uma proteção deficiente.
Conclusões: No sistema jurídico brasileiro tem que haver um direito penal, não se admite o
abolicionismo penal, diante da existência dos mandados constitucionais de criminalização.
Impossibilidade de revogação das normas que incriminam as condutas tratadas na CF. Não
se pode descriminalizar as hipóteses em que a CF exige a criminalização.
1.3
O que seria o chamado efeito cliquet no direito penal? É um tema de origem francesa,
está ligada a figura dos alpinistas , que chegavam a um ponto e não podem mais descer, o
único caminho é pra cima. No direito penal, nós só podemos ampliar a proteção do direito
penal. Por exemplo, a pena de morte foi abolida, então não poderá mais voltar a prever a
pena de morte no seu ordenamento. Uma vez previsto determinado direito fundamental,
não é possível flexibiliza-lo, não é possível enfraquece-lo. É o princípio da vedação ao
retrocesso. Não poderia haver uma lei descriminalizando o homicídio, por exemplo.
2 PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DO BEM JURÍDICO
CONCEITO MATERIAL DE CRIME, é a ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de
lesão um bem jurídico penalmente tutelado. O destinatário deste conceito é o legislador,
orientando o legislador na elaboração das políticas criminais.
Função do direito penal: Funcionalismo penal. Trata-se de um movimento posterior
ao finalismo que surge na Alemanha a partir da 1970 pra questionar o conceito de conduta
apresentado pelos sistemas causal e também pelo sistema finalista. Principal função do
direito penal é a proteção de bens jurídicos, segundo Roxin. Estamos diante de um
funcionalismo moderado. Já o Jakobs diz que a principal função é proteger a própria norma
que é violada, estamos diante do funcionalismo radical (ou funcionalismo sistêmico). Esse
direito penal está ligado a uma ideia pura e simples de uma prevenção geral da pena, a
confiança que as pessoas tem na validade da norma, no funcionamento correto do sistema.
Consequência pratica: Se adotar a posição do roxin, é possível então controlar a
atividade do legislador penal. Podemos então questionar a atividade do legislador.
Se adotar a posição do jakobs, não se pode fazer qualquer controle de legitimidade,
não há como fazer qualquer controle na norma, pois todas as normas são legítimas.
A função moderna do direito penal é proteger bens jurídicos, então nós adotamos a
teoria do funcionalismo moderado do Roxin.
Bens jurídicos são os valores ou interesses indispensáveis para a manutenção e o
desenvolvimento do individuo em sociedade e por essa razão, merecedores da tutela
jurisdicional do estado.
Somente os bens jurídicos mais relevantes merecem proteção do estado. Sob pena de
desvirtuar-se a missão do direito penal.
Não é lícito ao legislador punir orientações sexuais. Não pode punir orientações
ideológicas.
O direito penal é fragmentário, pois nem todos os bens jurídicos merecem a tutela
penal.
É possível encontrar respaldo na CF para reconhecer a inconstitucionalidade de
normas que não protegem bem jurídico algum? Sim, pelo princípio da proporcionalidade e
da dignidade da pessoa humana, pois haveria uma intervenção desproporcional, um excesso
na própria criação do tipo penal. Violaria o garantismo negativo (proibição do excesso). O
princípio da dignidade da pessoa humana exige o absoluto respeito aos direitos e garantias
fundamentais. Haveria um risco ao direito de liberdade do indivíduo.
O legislador apenas pode tipificar condutas penais se a CF explicitamente prever a
proteção? Prevalece o entendimento de que não é necessário que o bem jurídico esteja
explícita ou implicitamente previsto na CF. bastando que seja compatível com ela. EX, fé
pública é um bem jurídico muito importante más não tá prevista na CF, porém é totalmente
compatível com ela.
O que vem a ser o fenômeno da espiritualização do direito penal? Os bens jurídicos
podem ser materiais e imateriais. Os bens jurídicos também podem ser individuais ou
metaindividuais. O fenômeno da espiritualização do direito penal é a expansão da tutela
penal para abranger bens jurídicos difusos ou coletivos.

1.4
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA DO DIREITO PENAL: Origem na declaração francesa
de direitos do cidadão. O direito penal deve ser utilizado como última opção do legislativo,
que só vai entrar em cena se não der pra resolver com as outras esferas de controle. O Direito
penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que sua intervenção
fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter subsidiário),
observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Direito penal Fragmentário, quer dizer que ele só atua em casos de relevante lesão ou perigo
de lesão ao bem jurídico tutelado.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU DA BAGATELA PRÓPRIA


Esse princípio tem origem no direito civil, mais precisamente no direito romano. Lá se
falava que o magistrado não deve se ocupar de coisas pequenas. Quem trouxe pro brasil foi
o Roxin, em 1964. O campo de atuação do princípio é na tipicidade do crime, a atipicidade
tem que ser formal e material. Tipicidade formal é o ajuste de um fato do mundo concreto
ao plano das normas. Além disso temos que ter a tipicidade material, é a efetiva lesão ao
bem jurídico tutelado, ou perigo de lesão.
É causa de atipicidade material, logo o fato de torna atípico. Esse princípio não tem
previsão legal, é uma criação doutrinária e jurisprudencial. Tem natureza jurídica de causa
supralegal de exclusão da tipicidade material.
Qual momento de aplicação? Aplica-se em qualquer fase, mesmo antes de iniciada
uma investigação. Todos os atores da persecução criminal podem aplicar este princípio,
inclusive o delegado de polícia.
Requisitos:
a) mínima ofensividade da conduta do agente
b) ausência de periculosidade social da ação
c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
d) inexpressividade da lesão jurídica causada.

2.1
Além dos requisitos objetivos, devem ser analisados outros fatores que podem impedir a
aplicação do princípio da insignificância: O valor sentimental do bem, a condição econômica
da vítima, as condições pessoais do agente, também devem ser analisadas as circunstancias
do delito, e por fim as consequências do crime.
O plenário do STF diz que não é possível fixar uma regra geral sobre a insignificância
na reincidência, todo caso tem que ser analisado caso a caso. Contudo, observa-se que na
maioria dos casos os tribunais negam o principio a reu reincidente ou que já responda outras
infrações penais.
Posse de droga para consumo pessoal: A imensa maioria dos julgados não admite o princípio
da insignificância para porte de drogas para consumo próprio. A pequena quantidade de
drogas é inerente ao tipo penal do artigo 28 da lei de drogas. O crime é de perigo abstrato, a
lei presume a lesão ao bem jurídico.
Tráfico ilícito de drogas: Nem em sonho se aplica a insignificância, porque o bem jurídico é
de extrema relevância, que é a saúde pública. Crime também de perigo abstrato.
Crimes do estatuto do desarmamento: Não é admitido pela jurisprudência a aplicação da
insignificância, pois crime é pluriofensivo, protege toda a coletividade, um bem jurídico
difuso. Crime de perigo abstrato, ainda que a arma esteja desmuniciada. CUIDADO com
relação à munição sendo usada como brinco ou pingente ou chaveiro, pois o STF diz que é
fato atípico usar munição como pingente, chaveiro etc.
2.2
Crimes cometidos em situação de violência doméstica: É absolutamente inaplicável.
Crimes contra a administração pública: O STF não concorda com o STJ, pois o supremo
admite a aplicação da insignificância nesse tipo de crime. O STJ não admite.
Crimes ambientais: Tanto o STF quanto o STJ dependendo do caso concreto, tem aplicado
esse princípio aos delitos ambientais.
Atos infracionais: Admite-se a aplicação do princípio ao delito. Ora, se aplica em crime, pq
não em atos infracionais?

PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE OU LESIVIDADE


Não há crime sem uma lesão efetiva ou ameaça concreta a um bem jurídico tutelado,
este princípio está ligado ao conceito material de crime.
Classificação do crime: CRIME DE DANO, ocorre quando existe uma efetiva lesão ao bem
jurídico tutelado. CRIME DE PERIGO basta ter um risco de lesão a um bem jurídico, omissão
de socorro por exemplo. Crime de perigo pode ser de perigo abstrato e de perigo concreto.
CRIMES DE PERIGO ABSTRATO: A lei presume de forma absoluta que a conduta é perigosa.
Não precisa comprovar o perigo. Praticou a conduta, ocorreu o crime. Embriaguez ao
volante, por exemplo.
CRIMES DE PERIGO CONCRETO: Para ocorrer o crime, tem que demonstrar no caso concreto
que a conduta foi perigosa.
Existe uma corrente que diz que crime de perigo abstrato é inconstitucional, para ela, o crime
de perigo abstrato viola dois princípios. 1 o principio da ofensividade e lesividade, pois
presumir perigo da conduta, posso eu estar punindo uma conduta não concretamente lesiva.
E além disso diz que viola o princípio da ampla defesa.
Porém a corrente majoritária admite a existência de crime de perigo abstrato, para que haja
a proteção eficiente dos bens jurídicos. Não pode haver uma proteção deficiente dos bens
jurídicos tutelados, garantismo positivo do estado.
Quando for crime de perigo concreto você encontra no código as seguintes expressões:
Gerando perigo de dano, expondo a perigo de dano, expondo a dano potencial, causando
perigo de lesão. Se não tiver isso, o crime é de perigo abstrato.

PRINCIPIO DA EXTERIORIZAÇÃO OU DA MATERIALIZAÇÃO DO FATO


Também chamado de direito penal do fato. Nosso direito penal é o direito penal do
fato. Veda-se o chamado direito penal do autor. Não se pode punir 1= pensamentos; 2= estilo
de vida. De acordo com o fundamento legal do artigo 2º do código penal.
Não se admite interceptação telefônica pre-delitual, também chamada de interceptação por
prospecção. Somente se admite a interceptação pós-delitual, pois tem que existir um fato
criminoso pra começar uma investigação.
OBS: O nosso direito penal adota o direito penal do fato, porem considera as circunstancias
relacionadas ao autor quando da analise da pena.
2.3
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Tem origem na magna carta do rei joão sem terra, de 1215. Fundamentos constitucionais:
art 5, II / art.5 XXXIX. Aparece no pacto de san josé da costa rica e no Estatuto de Roma.
Princípio da legalidade abrange a reserva legal e também a anterioridade.
1 Reserva legal: Não há crime ou pena sem lei. Abrange contravenção penal? Claro. Abrange
medida de segurança? Sim.
O princípio da reserva legal impede que sejam criadas infrações penas por meio de medida
provisória, também por meio de Decreto, nem lei delegada e tampouco por meio de
resoluções. SOMENTE LEI EM SENTIDO ESTRITO. Regra lei ordinária e excepcionalmente lei
complementar.
Princípio da anterioridade: A lei deve ser anterior ao fato. A anterioridade impede a
retroatividade maléfica da lei penal. Non retroatio in pejus.
Não há crime ou pena sem lei escrita: O costume não cria infrações penais e tampouco penas.
O costume apenas auxilia na interpretação das leis, e é chamado de secundum legem.
O costume pode revogar uma infração penal? Ex. jogo do bicho, pirataria? Não, somente a
lei pode revogar outra lei. Não existe costume abolicionista.
Princípio da insignificância x adequação social
Adequação social: Apesar de uma conduta se ajustar a um tipo penal, não será considerada
materialmente típica se for socialmente adequada ou reconhecida. Em amos há uma
tipicidade formal, más lhe falta tipicidade material. (mãe que fura orelha da filha pra botar
brinco). OBs, o princípio da adequação social também limita a intervenção do direito penal,
pois afasta a tipicidade material da conduta. Na manutenção de casa de prostituição, o STJ
diz que não se aplica a adequação social, então há crime, formal e materialmente falando.
OBS: Veda-se a analogia para criar crimes ou contravenções penais. Analogia em Bona parte
é permitida, ou seja, pra beneficiar o réu.
2.4
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE OU MANDATO DE CERTEZA
A lei não pode ser ambígua, vaga, genérica. A lei penal deve ser clara, precisa, certa.
A lei penal deve ser necessária, de acordo com o princípio da intervenção mínima do estado.
Não há infração penal sem lei anterior, sem lei escrita, sem lei estrita, sem lei certa e sem lei
necessária.
Quem pode editar a lei penal? Somente a União. CAPACETE PM
C CIVIL
A AGRARIO
P PENAL
A AERONAUTICO
C COMERCIAL
E ELEITORAL
T TRABALHO
E ESPACIAL
P PROCESSUAL
M MARITIMO
SÃO DE COMPETENCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR.
Exceção: Lei COMPLEMENTAR da união poderá autorizar os estados a produzirem leis penais
para questões específicas. Não cabe para municípios.
NORMA PENAL EM BRANCO
Também chamada de norma penal cega. É um corpo errante em busca de alma. É a lei penal
incompleta, que vai precisar de um complemento, a regra é que o legislador escreve a
conduta, más algum dado da conduta deve ser complementado por outra norma. No preceito
primário da norma o legislador descreve a conduta, no preceito secundário o legislador
descreve a pena. Na norma penal em branco, o preceito primário é incompleto, dependendo
de outra norma.
1 Norma penal em branco própria, em sentido estrito ou heterogênea: O complemento não
é lei. EX: Lei de drogas, que o conceito de drogas está presenta em uma portaria da anvisa, e
não uma lei, por isso que é norma penal heterogênea.
2 Norma penal em branco homogênea: Aqui o complemento também é lei. Essa lei pode ser
penal ou extrapenal. Se for uma lei penal, o nome que se dá é norma penal em branco
homogênea homovitelina. Se a lei que for complementar não for uma lei penal, o nome que
se dá é Norma penal em branco homogênea heterovitelina.
Norma penal em branco heterogênea viola o princípio da legalidade? Obviamente que não,
más existem duas correntes: 1 sim, pois inviabiliza uma discussão da sociedade a respeito do
complemento, é minoritária. 2 O legislador criou o tipo com todos os requisitos básicos, a
remissão ao executivo é absolutamente constitucional, é a corrente majoritária.

3.1
Norma penal em branco ao quadrado ou raiz quadrada da norma penal em branco: uma
norma penal que vai precisar de 2 complementos, vai precisar de um complemento só que
esse complemento vai precisar de outro complemento. Ocorre quando a norma penal precisa
de dois complementos.
Norma penal em branco ao revés, ao avesso ou invertida: A regra é que a norma penal em
branco a descrição da conduta seja incompleta e a pena completa, na norma penal em branco
invertida o preceito primário (descrição da conduta) estará completa, más no preceito
secundário é que a norma precisará ser completada por outra norma. A pena tem que ser
exclusivamente dada pela lei, não pode vir numa norma, decorre do princípio da
legalidade, quem descreve pena é o legislador, não podendo vir uma norma qualquer
descrevendo pena.
Norma penal em branco de dupla face: os preceitos primário e secundário precisam de
complementação aqui.

LEI PENAL NO TEMPO


Vamos aplicar a lei que está vigendo na época do fato. Princípio tempus regit actum, é um
princípio geral do direito. A lei aplica-se ao ato praticado durante sua vigência, ou seja, a lei
não vai retroagir para alcançar fatos além da sua vigência, a regra é a irretroatividade da lei.
Uma lei em regra nasce para produzir efeitos no futuro. Exceção: Extratividade da lei penal
benéfica. A lei penal benéfica pode ser aplicada a fatos ocorridos fora da sua vigência, seja
antes ou depois da sua vigência. Extratividade: Retroatividade e ultratividade, retroativa
aplica-se a fatos anteriores a sua chegada no ordenamento jurídico, ultrativa aplica-se a fatos
ocorridos após a sua retirada do ordenamento jurídico.
Foi praticado um fato na vigência da lei a, na lei a a pena prevista para o crime era de
4 anos. Na data da sentença estava em vigor a lei b que já havia revogado a lei a, a lei b previa
que a pena mínima era de 2 anos pra esse crime. Então, o juiz no momento da sentença
deverá aplicar a lei mais benéfica, a lei b vai retroagir e atingir o fato pra beneficiar o réu.

CONFLITOS DA LEI PENAL NO TEMPO


1 Nova lei incriminadora: neocriminalização: Jamais vai retroagir, pois é prejudicial.
Aula 3.2
2 Lei penal mais grave (novatio legis in pejus): jamais retroage.
3 lei penal mais benéfica: Novatio legis in mellius. Vai retroagir.
4 Abolitio criminis: Descriminalização da conduta. É a retirada do crime do ordenamento.
Sempre retroage. A abolitio criminis apaga os efeitos da sentença, apaga todos os efeitos
PENAIS da sentença condenatória, ou seja, os efeitos civis da sentença permanecem.
Havendo conflito de leis penais no tempo, a solução sempre será a aplicação da lei mais
benéfica.
1 lei penal em vacatio legis vai retroagir para beneficiar o réu? 1 corrente, sim, pois o
período de vacatio existe para beneficiar as pessoas. Negar sua imediata aplicação, quando
mais favorável, seria inverter a natureza desse instituto. 2, majoritária, NÃO, a lei em vacátio
ainda não vige, não produz efeitos no mundo jurídico, não pode retroagir, pois o que existe
é apenas uma expectativa de lei, e não uma lei propriamente dita.
2 é possível falar em combinação de leis penais para beneficiar o réu? NÃO, seria uma
violação ao princípio da reserva legal, geraria uma terceira lei não aprovada pelo congresso.
Violaria também o princípio da separação dos poderes, pois o juiz estaria legislando. Dica:
CPM proíbe expressamente a combinação de leis.
3 quem aplica a lei penal mais benéfica? Se tá em primeira instancia, o juiz natural do caso.
Se tá em recurso, será o respectivo tribunal. Se a condenação já transitou em julgado, o juiz
das execuções criminais. Se já transitou em julgado a competência é do juiz das execuções.
A doutrina entende que o juiz da execução só vai ter competência quando for um mero
cálculo matemático, quando precisar analisar novamente o mérito o juiz da execução não
tem competência pra isso, então nesse caso caberá ao condenado impetrar uma revisão
criminal ao tribunal competente.
Aula 3.3
Princípio da continuidade normativa, quando um fato deixa de ser considerado um tipo
penal e passa a ser considerado outro, por exemplo, uma contravenção passa a ser
considerada crime. O fato continua previsto no ordenamento jurídico.
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou crime permanente? A lei penal mais
grave é aplicada ao crime continuado ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou permanência. Crime continuado é uma forma de concurso de
crimes, EX: crimes em série, um serial killer, pratica homicídios em série, vários crimes com
breve tempo (30 dias) de intervalo mais ou menos, fazendo uso do mesmo modos operandi,
configura um crime em continuação, ao invés de responder por 5 penas de homicídio, pega
a pena de 1 só dos homicídios e aumenta. Crime permanente: a consumação se prolonga no
tempo, por exemplo, extorsão mediante sequestro. Aplica-se a lei mais grave enquanto não
cessar a permanência delitiva.
REFLEXOS DO CRIME PERMANENTE 1 Cabe prisão em flagrante a qualquer tempo. 2 a
prescrição começa a correr da data em que cessa a permanência. 3 se surgir uma lei mais
grave durante a ação que está se prolongando no tempo, ela será aplicada. Sumula 711: Em
crimes continuados ou permanentes, aplicamos sempre a lei mais nova, ainda que mais
grave.
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
Regra: norma processual penal tem aplicação imediata. Exceção: normas híbridas, norma
processual porém com conteúdo penal. Como saber se uma norma processual tem esse
conteúdo penal? Tem conteúdo penal quando interfere no status libertatis do réu, se essa
norma processual interfere na liberdade do réu ela tem conteúdo penal. EX, se for uma
norma de prisão vai interferir na liberdade, se for uma norma de regime de pena também
interfere, uma de prescrição também, ou outra causa extintiva da punibilidade, como a
decadência por ex, todas as normas que mudem a liberdade do individuo vai ser uma norma
de natureza penal, mesmo que esteja no CPP.
Nesse caso, se a norma for híbrida e mais favorável, deve retroagir. Prevalece o aspecto
penal, logo, aplicamos a regra da retroatividade da lei penal mais benéfica.
A norma híbrida também é chamada de norma heterotópica.
3.4
Lei excepcional: Lei criada para vigorar apenas durante alguns períodos excepcionais. Guerra,
enchentes etc.
Lei temporária: criada para durar um período fixo de tempo, lei já nasce com período fixo
para morrer. Ex, lei da copa, 12.663/12, os crimes foram previstos para vigorar até 31/12/14.
Lei das olimpíadas tbm. Os crimes foram previstos para vigorar até 31/12/2016.
Características: autorrevogáveis: não precisam aguardar por outra lei. Ultrativas: aplicam-se
a fatos praticados durante a sua vigência mesmo após revogadas, ainda que seja prejudiciais,
mais gravosas ao réu. Hipótese de ultratividade maléfica que é admitida pelo artigo 3 do CP.
NORMA PENAL EM BRANCO E A REVOGAÇÃO DO SEU COMPLEMENTO
E se o complemento da norma penal em branco for revogado?
1 Situação do normalidade: Ex: Lei de drogas, norma penal em branco heterogênea. É uma
norma normal, não há nenhuma situação excepcional ou de anormalidade. A revogação de
um complemento demonstra que o fato tornou-se irrelevante para o direito penal, por
exemplo, a anvisa tira maconha do rol das drogas, nesse caso sempre retroage, se aplica a
regra da abolitio criminis.
2 Situação de excepcionalidade do complemento: EX: medico que deixa de informar uma
doença, más a adm insere novas doenças em caráter excepcional durante uma epidemia. Se
não notificar responde pelo crime. Se já passou a epidemia e na época ele não denunciou,
ele vai responder pelo crime mesmo assim, pois se vê a ultratividade.

TEMPO DO CRIME
Teoria da atividade: Considera-se praticado o crime no momento da conduta.
LUGAR DO CRIME
Teoria mista ou Ubiquidade: No lugar da ação bem como no lugar onde se produziu o
resultado.
Crimes a distância: o crime percorre dois países.
Crimes em trânsito: o crime percorre mais de dois países.
Crimes plurilocais: Ação ocorre em uma comarca más vai terminar em outra. Aqui em regra
adota-se a teoria do resultado.
4.1
LEI PENAL NO ESPAÇO
Territorialidade: é regra. Local do crime é BR.
Extraterritorialidade: é exceção. Crime fora do brasil, lei BR.
Intraterritorialidade: é outra exceção. Local do crime BR, lei estrangeira.

O brasil adotou a territorialidade relativa / temperada. Território Físico ou


propriamente dito é o espaço geográfico e nós temos o território jurídico ou por extensão.
Território físico propriamente dito ou espaço geográfico: é a porção de terra dentro das
nossas fronteiras. Abrange também o mar territorial. Também é território físico a coluna de
ar que está acima da terra e também acima do mar territorial.
Território jurídico ou por extensão: vai alcançar embarcação ou aeronave públicas.
Também alcança embarcação ou aeronave privada, desde que esteja a serviço do governo
brasileiro. Ou ainda embarcação ou aeronave privada que se encontra em lugar que não
pertence a qualquer país, ou seja, uma embarcação que está em alto mar, nesse caso vale a
lei da bandeira do navio ou do avião. Também a embarcação ou aeronave estrangeira
PRIVADA em território brasileiro.
Aplica-se a lei brasileira a uma embarcação privada que está de passagem pelo mar
territorial brasileiro? Não, aqui nós aplicamos o chamado direito de passagem inocente,
será aplicada a lei da bandeira da embarcação ao crime alí cometido.
É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente
no mar brasileiro, trata-se de um instituto jurídico de direito internacional marítimo, que
excepciona o princípio da territorialidade do direito penal. A passagem será inocente desde
que não seja prejudicial a paz, a boa ordem ou a segurança do brasil, além disso a passagem
tem que ser contínua e rápida. A passagem inocente pode compreender o parar e o fundear,
desde que na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de
navegação ou por motivos de força ou por dificuldade grave, ou ainda tenham por fim,
prestar auxílio a alguém que esteja em dificuldade grave. Não se aplica a lei brasileira nesses
casos, pois continua sendo uma passagem inocente.
O direito de passagem inocente alcança apenas embarcações ou também aeronaves?
Posição amplamente majoritária diz que não obstante o silencio da lei , aplica-se o direito de
passagem inocente aos crimes cometidos a bordo de aeronaves quando não há qualquer
contato com nossa sociedade e influência sobre a população.
Embaixada é extensão do território que representa? As embaixadas, apesar de
invioláveis, não são extensão do território que representam. Desfrutam de inviolabilidade
más não representam extensão do território.
EXTRATERRTORIALIDADE
A extraterritorialidade não se aplica as contravenções penais, apenas aos crimes
propriamente ditos.
1 princípio da territorialidade: aplica-se a lei penal do local do crime. Não importa aqui a
nacionalidade do agente, a nacionalidade da vítima e pouco importa a nacionalidade do bem
jurídico. Importa tão somente a lei do local do crime que vai punir aquele fato.
2 princípio da nacionalidade ativa: aqui não importa o local do crime, não importa a
nacionalidade da vitima, aqui não importa a nacionalidade do bem jurídico tutelado.
3 principio da nacionalidade passiva: não importa a nacionalidade do agente, tbm não
importa a nacionalidade do bem jurídico e pouco importa o local do crime.
4 princípio da defesa ou da proteção: aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico
tutelado. Ex: crime praticado contra a vida do presidente da república.
5 princípio da justiça universal ou da cospomolita: o agente fica sujeito a lei penal do país em
que for encontrado. A ideia por trás é a colaboração entre países para a persecução de alguns
crimes especialmente graves e que tenham repercussão internacional. EX: sequestro de
aeronaves.
6 princípio da representação, do pavilhão, da bandeira, da substituição ou da
subsidiariedade: A lei penal aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves ou embarcações
privadas quando praticados no estrangeiro e ali não sejam julgados.
O brasil adota todos esses princípios.
HIPÓTESES DA EXTRATERRITORIALIDADE
Incondicionada: Exceção ao bis in idem: a lei penal brasileira sendo aplicada a crimes
ocorridos no exterior independentemente de qualquer condição. A) crimes conta a vida ou
a liberdade do presidente da república. B) contra o patrimônio ou contra a fé pública de U,
E, DF, M, F, A, S, E. Contra todos os entes da adm pública. C) crimes contra a adm pública, por
quem está a seu serviço. D) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
brasil. Aplica-se o princípio da justiça universal.
Nos casos de incondicionada, o agente é punido segundo a lei brasileira ainda que absolvido
ou ainda que condenado no estrangeiro. A prescrição não corre enquanto a pena é cumprida
no estrangeiro.
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta aqui no brasil pelo mesmo
crime quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Penas diversas são multa no
exterior e aqui privativa de liberdade, por exemplo. Se idênticas, o juiz computa a pena já
cumprida no exterior.
CI DA = COMPUTA IDENTICA DIVERSA ATENUA
É possível que o agente seja condenado tanto pela lei brasileira quanto pela lei estrangeira,
sendo uma exceção prevista ao princípio do bis in idem, que no entanto passa a ser tolerado
pelos ordenamentos, como exceção, fundamentado na soberania dos países.
Condicionada: a) crimes que por tratado ou convenção que o brasil se obrigou a reprimir
(princípio da justiça universal ou da justiça cosmopolita). B)crimes praticados por brasileiro
(nacionalidade ativa). C) crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Condições: requisitos cumulativos: 1- entrar o agente em território nacional, 2- ser o fato
punível também no país em que foi praticado, 3- estar o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a extradição, 4- não ter sido o agente absolvido no estrangeiro
ou não ter lá cumprido pena, 5- não ter sido perdoado no estrangeiro ou extinta a
punibilidade, seja no estrangeiro ou aqui, aplica-se a lei mais favorável.
são casos menos graves do que os de extraterritorialidade incondicionada, aqui o
criminoso somente será punido se não foi absolvido no estrangeiro, não cumpriu pena lá,
não pode ter sido perdoado lá e não pode estar extinta a punibilidade dele.
Hipercondicionada: Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, princípio da
nacionalidade passiva. Todas as cinco condições de cima tem que estar presentes. 1 se não
foi pedida ou negada a extradição. 2 requisitada pelo ministro da justiça.

INTRATERRITORIALIDADE
A lei penal estrangeira entra no território brasileiro para alcançar os fatos praticados aqui.
Tem previsão legal no art.5 caput. Não se trata de privilégio da pessoa, más prerrogativa da
sua função. Em razão disso, não se admite renúncia por parte do diplomata. O estado sim
pode renunciar, aí sim aplicaríamos a lei brasileira.

TEORIA DO CRIME
Conceito analítico de crime. Critério tripartite: 1 fato típico. 2 ilicitude, 3 culpabilidade.
A punibilidade não integra o conceito de crime.
1- Fato típico: fato humano indesejado que norteado pelo princípio da intervenção mínima,
consiste numa conduta provocadora de um resultado, ajustanto-se a um tipo penal.
Elementos: a) Conduta: b) Humana, c) Resultado, d) Nexo causal, e) Tipicidade.
Estudar teoria clássica pq não entendi nada.
Teoria Neoclássica ou neokantista: Conceito de crime pra essa teoria: Fato típico, ilícito e
culpável. Na culpabilidade: Imputabilidade / dolo e culpa / exigibilidade de conduta diversa.
Aqui a culpa passa a ser teoria psicológico – normativa. O dolo e a culpa estão na
culpabilidade. Logo o dolo continua sendo normativo. Conduta: é um comportamento
humano voluntário causador de um resultado.
Teoria finalista: Percebe que o dolo e a culpa estavam inseridos no substrato errado, na
culpabilidade. Crime aqui é fato típico, ilícito e culpável. Aqui a culpabilidade é composta de
imputabilidade do agente, exigibilidade de conduta diversa e a potencial consciência da
ilicitude. Aqui existe a teoria normativa pura da culpabilidade. Dolo e culpa foram parar na
conduta. Dolo natural, independe da consciência da ilicitude, é vontade + consciência. A
consciência da ilicitude é questão afeta à culpabilidade.
1 Culpabilidade vazia é pq foi esvaziada no tocante aos seus elementos psicológicos.
2 Dolo natural, neutro, acromático, independe da consciência da ilicitude.
Conduta para o finalismo: Comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um
fim, toda conduta é orientada por um querer. Supera-se a cegueira do causalismo com um
finalismo vidente.
5.1
Teoria do funcionalismo penal, busca adequar a dogmática penal aos fins do direito penal.
Percebe que o direito penal tem necessariamente uma missão e que seus institutos devem
ser compreendidos de acordo com essa missão. A conduta deve ser compreendida de acordo
com a missão conferida ao direito penal.
Teoria funcionalista teleológica: proteção de bens jurídicos, conceitua conduta com base na
missão, que é a proteção do bem jurídico. Crime aqui é fato típico, ilicitude e reprovabilidade
ou responsabilidade. A culpabilidade de acordo com roxin é limite da pena. Como assim limite
da pena a culpabilidade?
Conduta: comportamento humano voluntário causador de relevante e intolerável lesão ou
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Teoria funcionalista sistêmica: conceitua conduta com base na missão proteção do sistema,
e não do bem jurídico. Crime aqui é fato típico, ilicitude e culpabilidade.
Conduta: comportamento humano voluntário causador de um resultado violador do sistema,
frustrando as expectativas normativas.
Qual foi a teoria adotada pelo CP? CUIDADO! O código penal militar, é expressamente
causalista. O nosso código penal normal é finalista. A doutrina moderna está adotando em
partes a teoria funcionalista teleológica, tirando a reprovabilidade e voltando a culpabilidade.
Então a missão do direito penal é proteger os bens jurídicos relevantes.

TEMA: CONDUTA
A conduta é o primeiro substrato do conceito analítico de crime, sendo parte do fato típico.
Para o finalismo, não existe conduta sem dolo ou culpa, isso é a chamada responsabilidade
penal subjetiva, objetiva seria se não levasse em conta a conduta. O artigo 19 do cp exclui a
responsabilidade penal objetiva.
Existe alguma norma em que há um resquício de responsabilidade penal objetiva? Sim, a
doutrina diz que há duas situações; 1 Rixa qualificada (137, §1) Todos os que estavam na rixa
vão responder pelos resultados da rixa, ou lesão ou morte. 2 Teoria da actio libera in causa,
que permite a punição de infrações penais praticadas em estado de embriaguez voluntária
ou culposa.
5.2
Conduta Dolosa
Diz-se o crime doloso quando o agente quis o resultado ou quando ele assumiu o risco
de produzir o resultado. Dolo é a vontade e consciência de produzir os elementos que estão
descritos no tipo penal incriminador.
Elementos do dolo: 1 intelectivo: representado pela consciência, 2 volitivo, representado
pela vontade.
Espécies de dolo:
1 dolo direto e indireto. Dolo direto o sujeito prevê o resultado e busca alcança-lo. O dolo
indireto se subdivide em 2, o dolo indireto pode ser alternativo, o agente prevê uma
pluralidade de resultado, dirige sua conduta na realização de qualquer um deles. EX: o agente
prevê lesão corporal, más também prevê pluralidade de resultados, então ele sabe que sua
conduta pode causar uma lesão corporal ou um homicídio, então ele vai realizar a conduta
pra atingir a lesão corporal ou o homicídio, tanto faz. O dolo indireto pode ser também o
dolo eventual, o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta na realização
de um más aceita o outro. OBS, o dolo alternativo é a mesma intensidade de vontade dos
resultados, no dolo eventual ele queria um, más veio outro resultado, então tá bom.
2 dolo cumulativo: o agente pretende alcançar dois ou mais resultados numa sequencia. O
agente depois de ferir a vítima, ele resolve então praticar outro crime doloso, então ele
resolve matá-la, é a típica hipótese de progressão criminosa.
3 dolo de dano e dolo de perigo: o dolo de dano a vontade do agente é causar uma efetiva
lesão ao bem jurídico tutelado. O dolo de perigo é apenas expor a risco o bem jurídico
tutelado.
4 dolo normativo (hibrido) e dolo natural (neutro). No dolo normativo, o sujeito tem
consciência do que faz e de que o que tá fazendo é proibido. Dolo natural é aquele que
independe da consciência da ilicitude, é constituído apenas de elementos naturais,
consciência e vontade.
5 dolo genérico e dolo específico: no genérico, o agente atua com vontade de realizar uma
conduta descrita no tipo penal e não exige um fim específico. No dolo específico, o agente
atua com vontade de praticar o tipo penal com um fim específico. Hoje o dolo genérico é
chamado apenas de dolo, e o dolo específico é chamado de elemento subjetivo o tipo, alguns
chamam de elemento subjetivo do injusto. Por isso que furto de uso não é crime.
6 dolo de 1º grau, de 2º Grau e de 3º Grau. Dolo de primeiro grau é o dolo direto, o objetivo
desejado pelo agente com a sua conduta. Dolo de segundo grau é uma espécie do dolo
direto. É o dolo de consequência necessária. Abrange os efeitos colaterais do crime, de
verificação praticamente certa. O agente não persegue imediatamente os efeitos colaterais,
más tem por certa sua ocorrência. Caso se concretize, o resultado imediatamente
pretendido. É diferente do dolo eventual, o dolo de segundo grau é um dolo direto, o
resultado paralelo é certo e inevitável. O dolo eventual é um tipo de dolo INDIRETO, pois o
resultado paralelo não é certo, é um dolo que eventualmente pode vir a ocorrer. O dolo de
segundo grau o resultado é certo e inevitável. Dolo de 3º grau é o dolo de dupla consequência
necessária, é o dolo onde também há efeitos colaterais, más são efeitos colaterais dos efeitos
colaterais. EX: cara quer matar a sogra que tá no avião, mata também os outros passageiros.
Se entre os passageiros tiver uma grávida, em relação ao feto é dolo de terceiro grau.
7 dolo geral ou erro sucessivo:
É o erro quanto ao meio de execução do crime. Por exemplo, o cara quer matar outro, dá um
tiro no peito dele e depois joga no rio, depois se soube que o cara morreu foi afogado e não
do tiro. Nesse caso, o agente responde por homicídio doloso, o erro quanto ao momento da
morte é irrelevante para o direito penal, pois o que importa é que o agente queria um
resultado morte e o alcançou. O dolo é chamado geral pois alcança todo o desenrolar do
tramite da morte do indivíduo.

TEORIAS DO DOLO
Teoria da vontade: Ambas as teorias são adotadas no brasil. O brasil não adotou a teoria da
representação (a qual confunde o dolo eventual com a culpa).
Teoria do consentimento ou assentimento: ele consente com o resultado.
CRIME CULPOSO
O crime culposo consiste numa conduta voluntária que realiza um evento ilícito não querido
ou aceito pelo agente, más que lhe era previsível (culpa inconsciente) ou excepcionalmente
previsto (culpa consciente) e que poderia ser evitado se empregasse a cautela necessária.
Crime culposo = conduta voluntária + resultado ilícito involuntário
Elementos do crime culposo:
1 conduta humana voluntária, conduta dirigida a realização de um resultado lícito, porém,
diverso daquele que efetivamente se produz. O resultado que se produz é ilícito.
2 violação de um dever de cuidado objetivo, é o dever de diligência. Como saber se houve
ou não diligencia? Nós precisamos analisar as circunstancias do caso concreto. Se evitável
pelo homem médio, então ele agiu com culpa. Se inevitável inclusive pelo homem médio, o
agente não agiu com culpa. São três formas de infringir o dever de diligência: 1 Imprudência:
precipitação, afoiteza, é uma forma positiva de culpa, o sujeito está praticando uma ação
imprudente. 2 negligência: ausência de precaução, é uma forma negativa da culpa. 3
Imperícia: Falta de aptidão técnica para o exercício de arte ou profissão.
3 resultado naturalístico involuntário, no crime culposo a conduta é voluntária mas o
resultado é involuntária.
4 nexo entre conduta e resultado, aqui dispensa comentários.
5 resultado involuntário previsível, previsível não se confunde com algo previsto, previsível
é a possibilidade de prever o perigo advindo da conduta.
6 tipicidade. Os tipos penais todos são dolosos, se o legislador quiser prever a forma culposa
ele deve fazer de maneira expressa. Trata-se do princípio da excepcionalidade do crime
culposo.
A previsibilidade subjetiva, entendida como a possibilidade de conhecimento do
perigo, analisada sob o prisma subjetivo do autor, e não mais do homem médio, levando em
consideração seus dotes intelectuais, sociais e culturais, NÃO É ELEMENTO DA CULPA, más
será analisada pelo juiz na culpabilidade. (será analisada na culpabilidade, na exigibilidade de
conduta diversa).
ESPÉCIES DE CULPA
Culpa consciente ou ex lascívia: culpa com previsão do resultado más espera que ele não
ocorra, supondo poder evita-lo com suas habilidades ou com sua sorte. EX: atirador de facas.
Culpa inconsciente ou ex ignorantia: sem previsão do resultado por parte do agente, embora
seja objetivamente previsível, qualquer pessoa de inteligência mediana teria condições de
prever aquele resultado. O agente não previu aqui pois foi negligente, imprudente ou
imperito. A culpa consciente é mais grave que a culpa inconsciente? Não, o código penal dá
um tratamento igual pras duas. A previsão do resultado por si só não representa maior grau
de reprovabilidade na conduta. Qual a diferença entre o dolo eventual e a culpa consciente?
5.4
Resposta: No dolo eventual, o sujeito prevê o resultado, más ele aceita que ele resultado
ocorra, ele tolera que ocorra. Na culpa consciente o sujeito também prevê o resultado, más
não o aceita, não o tolera, acha que com sua perícia vai poder evita-lo.
MACETE: Dolo eventual é a teoria do foda-se, não tá nem aí pro resultado. Teoria do fodeu,
é a culpa consciente.
Culpa própria: é gênero do qual são espécies a culpa consciente e a culpa inconsciente.
Culpa imprópria / culpa por equiparação / culpa por assimilação ou por extensão: é aquela
em que o agente por erro evitável, imagina certa situação de fato que, se presente, excluiria
a ilicitude (descriminante putativa).
Provoca intencionalmente determinado resultado típico, más responde por culpa, por
razões de política criminal.
Culpa imprópria, é a consequência da descriminante putativa por erro evitável.
Descriminante é o que exclui a ilicitude. Descriminante putativa é imaginária, o cara acha que
está amparado por essa excludente más não está.
A estrutura do crime é dolosa, más o agente é punido a título de culpa. Conduta
voluntária + resultado voluntário.
Sendo a estrutura do crime dolosa, é a única culpa que admite a tentativa.
Culpa in re ipsa ou culpa presumida: A culpa não se presume, mesmo que o cara esteja com
uma cnh vencida e se envolva num acidente isso não quer dizer que tenha sido o culpado.
ISSO NÃO EXISTE, não se admite a culpa presumida em nosso ordenamento jurídico, devendo
ser sempre comprovada.
CONDUTA PRETERDOLOSA (HÍBRIDA)
O agente pratica crime distinto do que havia projetado cometer, advindo da conduta dolosa,
resultado culposo mais grave do que o projetado. Cuida-se de figura híbrida, havendo
concurso de dolo no antecedente e culpa no consequente. EX: lesão corporal seguida de
morte. O sujeito quer só praticar uma lesão corporal no desafeto, dá um soco no nariz do seu
desafeto, só que o sujeito caiu no chão e morreu de traumatismo craniano.
Crimes agravados pelo resultado:
1 crime doloso agravado ou qualificado pelo dolo. EX homicídio qualificado
2 Crime culposo agravado ou qualificado pela culpa: EX incêndio culposo qualificado pela
morte culposa.
3 Crime culposo agravado ou qualificado pelo dolo. EX: homicídio culposo agravado ou
qualificado pela omissão de socorro.
4 Crime doloso agravado qualificado pela culpa. EX lesão corporal seguida de morte. (Só essa
hipótese configura o crime preterdoloso).
Nem todo crime agravado pelo resultado é preterdoloso. As três primeiras hipóteses
trabalham crimes também agravados pelo resultado, más que não caracterizam o preterdolo.
Só há crime preterdoloso se o crime for doloso e o resultado culposo.
Se o resultado agravador for oriundo de caso fortuito ou força maior isso não vai poder ser
atribuído ao agente.
6.1
CAUSAS QUE EXCLUEM A CONDUTA:
1: movimentos reflexos:
2: sonambulismo
3: Hipnose
4: Caso fortuito e força maior
5: Coação física irresistível. Na coação física irresistível não há crime, pois não há conduta do
agente. Na coação moral irresistível também não há crime, pois não há culpabilidade, diante
da inexigibilidade de conduta diversa.
Crimes omissivos podem ser: 1 Próprios ou puros: a conduta omissiva está no tipo penal,
por exemplo, o crime de omissão de socorro (deixar de prestar assistência). 2 Impróprios,
impuros, espúrios ou comissivos por omissão: O tipo descreve uma ação, más o crime é
cometido por omissão por aquele que tinha obrigação de agir e não agiu (art.13, §2) EX: mãe
que deixa de alimentar a criança, levando-a, a morte. EX2, salva vidas que não entra no mar
para socorrer um banhista que está se afogando

Quando a omissão passa a ser considerada crime? 1Teoria naturalística: A omissão é um


nada, logo, nada produz. Essa teoria não admite o crime omissivo, logo, não foi adotada. 2
Teoria normativa ou jurídica: a omissão consiste em não fazer aquilo que a lei determina
que seja feito. Essa foi a teoria adotada pelo brasil.
Art.13 §2º do CP: esse artigo só se aplica aos crimes omissivos impróprios, impuros. No
omissivo próprio, o tipo penal já descreve a omissão, logo não preciso fazer uso do artigo 13
do cp.
6.2
A lei de tortura prevê uma pena menor ao torturador por omissão.
SEGUNDO ELEMENTO DO FATO TÍPICO: RESULTADO
Resultado jurídico (normativo): é a mera violação da lei penal com o ataque ao bem jurídico.
Todo crime tem resultado jurídico.
Resultado naturalístico (material) é a modificação do mundo exterior. EX: violação de
domicílio onde o cara entra más não leva nada, não quebrou nada.
OBS: Resultado naturalístico ocorre no plano daquilo que é perceptível pelos sentidos, ou
seja, no plano da realidade, no mundo dos fatos.
OBS: Todo crime tem resultado jurídico, más não necessariamente naturalístico.
Crimes quanto ao resultado naturalístico: Crime material: o tipo penal descreve conduta e
resultado naturalístico, esse resultado naturalístico no crime material é indispensável para a
consumação, exemplo o homicídio. Formal: também descreve a conduta e o resultado
naturalístico, mas esse resultado naturalístico é dispensável, pois se consuma com a conduta.
Esse crime formal também é chamado de crime de consumação antecipada ou de resultado
cortado. EX: Corrupção passiva, funcionário solicita vantagem indevida, a simples solicitação
já consuma o crime. De mera conduta.: Só há a descrição da conduta, o tipo penal não
contem resultado naturalístico. EX: crime de ato obsceno. Desobediência: crime se consuma
na hora que desobedece. Os crimes materiais são chamados de crimes com resultado, os
crimes de mera conduta são chamados de crimes sem resultado.

Classificação doutrinária de crimes quanto ao resultado jurídico


Crime de dano: é aquele em que o agente age com o dolo de causar um dano ao bem jurídico.
Cuidado: o tipo de dano não é necessariamente material, pode se consumar apenas com a
prática da conduta.
6.3
Crime de perigo: O dolo é causar um perigo ao bem jurídico, e não um dano. Crime de perigo
abstrato: basta a conduta do agente que o crime está consumado, aqui a lei presume o
perigo. Crime de perigo concreto: tem que ter a conduta do agente e também a prova do
perigo, aqui não há uma presunção de lei, o risco deve ser demonstrado.
Parcela da doutrina defende que os crimes de perigo abstrato são inconstitucionais. A
doutrina amplamente dominante e também a jurisprudência admitem os crimes de perigo
abstrato. Trata-se de uma técnica que deve ser utilizada pelo legislador para proteger de
forma eficiente os bens jurídicos.
A parcela da doutrina que diz ser inconstitucional o crime de perigo abstrato diz que
existe um crime abstrato de perigosidade real, nesse caso o perigo advindo da conduta deve
ser comprovado, dispensa risco para pessoa certa e determinada, como eles dizem no crime
de perigo concreto.

NEXO CAUSAL
É o vínculo entre a conduta e o resultado. Só se aplica aos crimes materiais, pois os
crimes formais de mera conduta não vamos ter resultado, e não vamos ter o nexo causal.
1 Teoria da equivalência dos antecedentes: REGRA GERAL, prevista no artigo 13. Também
chamada de conditio sine qua non. Conceito de causa: é todo e qualquer acontecimento sem
o qual o resultado não teria ocorrido como ocorreu e quando ocorreu.
Como saber se o fato foi causa para o resultado? Precisamos usar uma fórmula: Teoria da
equivalência dos antecedentes + método de eliminação hipotética = causa. Uma conduta
causou um resultado, você exclui a conduta usando a imaginação, se o resultado
desaparecer, é porque a conduta foi causa do resultado. A causa é apenas um pré-requisito,
ou seja, é uma conditio sine qua non.
6.4
Nos termos dessa teoria, toda ação ou omissão que de alguma forma contribui para o
resultado é considerado causa. Levando-se em conta que inúmeros fatos antecedem um
resultado, a doutrina costuma somar à teoria da equivalência dos antecedentes causais o
processo de eliminação hipotética de Thyrén. De acordo com esse método, deve-se suprimir
mentalmente determinado fato que se insere na cadeia delituosa, e depois verificar se o
resultado teria ocorrido da mesma maneira como se deu. Se eliminarmos hipoteticamente o
fato e o resultado deixar de ocorrer, será considerado causa objetiva.
Crítica: não basta a causalidade física (objetiva), ou seja, a mera relação física entre a conduta
e o resultado. Deve-se demonstrar também a causalidade psíquica (subjetiva), isto é, a
verificação de que o agente atuou com dolo ou culpa para alcançar o resultado, sob pena de
alcançarmos o chamado regresso ao infinito.
Dolo e culpa são filtros que evitam a imputação do crime regressar ao infinito. Graças
a necessidade de dolo e culpa é que eu evito regresso ao infinito da imputação do crime. A
causalidade física objetiva regressa ao infinito. Existem 3 limites de regresso ao infinito:
a) Dolo e culpa: é a chamada imputação subjetiva. Fórmula: causalidade física = teoria da
equivalência dos antecedentes + método de eliminação hipotética. + causalidade
psíquica, que é o dolo e a culpa. = imputação do crime.
b) Outro limite ao regresso ao infinito são as concausas: mais de uma causa contribuindo
para o evento.
c) Terceiro limite é a chamada imputação objetiva.

CONCAUSAS: causas que agem em conjunto.


Algumas vezes o resultado pode advir de uma pluralidade de comportamentos, um
conjunto de fatores entre os quais a conduta do agente aparece como seu principal, más não
único elemento desencadeante.
A relação entre esses dois comportamentos (a causa efetiva e a causa concorrente)
pode ser de absoluta ou relativa independência.
Espécies de concausa:
Absolutamente independente: a causa efetiva do resultado não se origina do
comportamento concorrente. Nesse caso, rompe-se o nexo causal.
Preexistente: a causa efetiva antecede o comportamento concorrente.
Concomitante: a causa efetiva é simultânea ao comportamento concorrente.
Superveniente: a causa efetiva é posterior ao comportamento concorrente.
Aqui o sujeito vai responder pelo crime na forma tentada.

Relativamente independente: a causa efetiva do resultado se origina, ainda que


indiretamente do comportamento concorrente.
Preexistente: a causa efetiva antecede o comportamento concorrente.
OBS: sim, a hemofilia se manifesta diretamente ou indiretamente em razão do golpe de faca.
A doença era preexistente. A doença mais o golpe resultaram a morte da vítima. O golpe de
faca é uma ação sem a qual o resultado não teria ocorrido. De acordo com a causalidade
simples, o resultado deve ser imputado a tício, que responde por homicídio consumado.
E se o sujeito desfere o golpe para lesionar o individuo, e não para matar? Nesse caso, tício
responderia por lesão corporal seguida de morte (crime preterdoloso).
E se tício não tinha conhecimento da doença de hemofilia do outro? Ele não vai responder
pela morte, se o sujeito dá uma facada na vítima sem o conhecimento de que ela era
hemofílica, ele não vai responder pelo resultado morte.
Concomitante: a causa efetiva é simultânea ao comportamento concorrente.
EX: Tício dispara contra caio. Este, ao perceber a ação do agente tem um colapso cardíaco e
morre. Causa efetiva: colapso cardíaco. Causa concorrente: disparo da arma de fogo.
O colapso cardíaco se originou do disparo, relativa independência, são comportamentos
concomitantes. O resultado morte advém do colapso.
De acordo com a causalidade simples, o resultado deve ser imputado a tício, que responde
por homicídio consumado.
Superveniente: a causa efetiva é posterior ao comportamento concorrente.
Artigo 13 §1, não é causalidade simples, e sim a causalidade adequada.
Somente se considera como causa do resultado, aquela conduta que foi essencial e
diretamente ligada a ele.
Que por si só produziu o resultado: a causa efetive superveniente não está na linha de
desdobramento causal normal da conduta concorrente. A causa efetiva é um evento
imprevisível que sai da linha da normalidade. EX, tício atira para matar caio. Caio é socorrido.
Enquanto convalesce no hospital, seu quarto pega fogo e caio morre.
Morreu em razão do incêndio. Causa concorrente: disparo da arma de fogo.
Não se aplica nesse caso o art. 13 cáput, aplica-se o art.13 §1, causalidade adequada. É uma
causa superveniente, relativamente independente que por si só produziu o resultado, tício
responde por homicídio tentado.
Que não produziu o resultado por si só: A causa efetiva superveniente está na linha de
desdobramento causal normal da conduta concorrente. A causa efetiva é um evento
previsível, ainda que não previsto. Não sai da linha da normalidade. EX, tício atira pra matar
caio, que é socorrido. Más morre na mesa de cirurgia em face de erro médico.
Causa efetiva: erro médico Causa concorrente: disparo de arma de fogo.
O erro médico é relativamente independente, pois se não houvesse o tiro, a vítima não
estaria na mesa do hospital passando por uma cirurgia.
Aplica-se o 13 cáput, é causalidade simples, pois está na linha de desdobramento normal da
conduta. Tício responde por homicídio consumado. O médico: também responde por
homicídio, porém, culposo.
O resultado é uma evolução natural do quadro, algo previsível, como por exemplo uma
infecção hospitalar, uma complicação cirúrgica.
2 Teoria da causalidade adequada: Exceção, prevista no artigo 13 §1.
3 Teoria da imputação objetiva (nexo normativo): não tem previsão legal: é um dos pilares
do funcionalismo penal. Não se confunde com responsabilidade penal objetiva. Essa teoria
busca delimitar a imputação sob o aspecto objetivo, evitando o regresso ao infinito gerado
pela teoria da causalidade. Essa teoria não substitui a teoria da equivalência, más corrige
algumas de suas falhas. Essa teoria da imputação objetiva é elemento normativo implícito do
tipo. A solução para evitar o regresso ao infinito da causalidade simples, foi acrescentar ao
estudo da causalidade o nexo normativo. A teoria da imputação objetiva não se limita a
análise do nexo físico, como as concausas, pois a imputação não é apenas física, más também
jurídica.
Teoria da imputação objetiva, nexo físico + nexo normativo. Se faltar um dos
elementos do nexo normativo, não tem crime.
Requisitos do nexo normativo:
1 – Criação ou incremento de um risco relevante e proibido: Se for um risco irrelevante ou
um risco permitido, aí não haverá nexo normativo, e se não há nexo normativo, o fato será
atípico, a teoria da imputação objetiva é um elemento implícito do tipo. Risco relevante é
aquele que não está incluído no risco natural da vida. O risco juridicamente irrelevante exclui
o nexo normativo e o fato será atípico.
7.3
Risco proibido é aquele contrário ao direito. Se o risco for permitido, não há nexo normativo
e o fato será atípico. EX: prática de esportes arriscados, tratamento médico, princípio da
confiança.
O lutador de UFC comete crime de lesão corporal no outro? Teoria clássica: incide uma
clausula de exclusão da ilicitude, o exercício regular de um direito. Teoria da imputação
objetiva: A conduta é atípica, porque não há o nexo normativo, trata-se de um risco
permitido pelo direito, nem chega-se a discutir a ilicitude.
Como deve ser analisado se houve a criação ou um incremento desse risco com a conduta do
agente? Tem que ser feita uma prognose póstuma objetiva. Prognose: refere-se a situação
do agente no momento da ação. Póstuma: porque ela é feita depois da prática do fato.
Objetiva: pois analisa-se o comportamento do homem médio na mesma situação.
Prognose póstuma objetiva: para se analisar se uma conduta produz um risco relevante e
proibido, deve-se considerar a existência de um observador hipotético objetivo visualizando-
a como sendo geradora de risco. Do contrário, a conduta será atípica. Deve-se considerar
que o observador hipotético conhece as intenções do agente e seu dolo.

2 - realização (repercussão) do risco no resultado: o resultado tem que estar na linha de


desdobramento normal da conduta. A norma de proteção visa impedir acidentes pessoais, e
não em terceiros, tipo, uma norma que diz que tem que andar de noite com o farol da
bicicleta aceso, essa norma visa proteger o próprio ciclista, e não terceiros.
3 – o resultado tem que estar dentro do alcance do tipo: o perigo gerado pelo
comportamento do agente deve estar alcançado pelo tipo, modelo de conduta que não se
destina a impedir todas as contingencias do cotidiano.
Autocolocação dolosa em perigo: EX: sujeito mantém relação sexual com uma pessoa com
HIV e sem fazer uso de qualquer proteção. Nesse caso, o parceiro que possuir hiv não pode
ser responsabilizado em caso de contágio venéreo. A autocolocação dolosa em perigo exclui
o nexo normativo, e o fato se torna atípico.
Heterocolocação consentida em perigo: sujeito pede carona a um motorista visivelmente
embriagado e acaba se ferindo em razão de um acidente. A heterocolocação consentida em
perigo exclui o nexo normativo, e o fato se torna atípico.
Âmbito de responsabilidade de terceiros: EX: atirador + erro médico. O erro médico é uma
concausa superveniente relativamente independente que não causou o resultado por si só.
O resultado morte derivou do tiro dado pelo agente e pelo erro médico. Atirador responde
por homicídio consumado. Médico responde por homicídio culposo. Na teoria da (não)
imputação objetiva, por sua vez, deve-se analisar se o resultado é produto exclusivo do erro
médico ou combinação do erro médico com o disparo. Se o resultado for produto exclusivo
do erro médico, só pode ser atribuído ao médico então. O médico responde por homicídio
culposo, e o atirador responde por tentativa de homicídio.
Quando o resultado é produto combinado, o resultado pode ser atribuído aos dois
autores. Se a falha médica ocorre durante a cirurgia pra estancar uma hemorragia na vítima,
o médico responde por homicídio culposo. O atirador responde por homicídio doloso
consumado.
7.4
O finalismo de Welzel é adotado majoritariamente por sistemas penais nacionais e
estrangeiros e tem resolvido de maneira satisfatória as situações em que lhe são
apresentadas. No entanto, ao construir esse sistema, Welzel deu grande atenção ao estudo
da conduta, no qual inseriu os elementos subjetivos do crime, dolo e culpa.
Welzel contudo não se preocupou com o estudo do nexo causal, mantendo-o tal qual
encontramos nos sistemas clássico e neoclássico. Com isso, o sistema finalista também não
conseguiu evitar alguns problemas do nexo causal, em especial quanto aos limites para evitar
o regresso ao infinito. Nesse contexto, surge a teoria da imputação objetiva que considera
caracterizada a relação de causalidade quando ultrapassada 3 etapas.
1ª etapa: Teoria da equivalência dos antecedentes causais, é a causalidade objetiva
juntamente com o método de eliminação hipotética.
2ª etapa: imputação objetiva
3ª etapa: dolo ou culpa do agente (causalidade subjetiva)

TIPICIDADE:
É um elemento do fato típico, presente em todo e qualquer crime. Tipicidade formal: é a
relação entre um fato concreto e um tipo penal. Tipicidade material: é a lesão ou perigo de
lesão ao bem jurídico tutelado pela norma. – lembra o princípio da lesividade ou
ofensividade, e o princípio da insignificância ou bagatela própria, pois se não houver uma
efetiva lesão ou perigo ao bem jurídico tutelado, aí nós vamos ter uma exclusão da tipicidade
material.
O que vem a ser o direito penal quântico? É aquele que não se contenta com a mera relação
de causalidade física, causa e efeito, exigindo também a análise do nexo normativo,
(imputação objetiva), e da tipicidade material, a serem aferidos pelos operadores do direito
no caso concreto. Ou seja, nada mais é do que o nexo normativo exigido pela teoria da
imputação objetiva + tipicidade material.

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