Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
e Patrimoniais
Autor: Prof. Jean Carlos Cavaleiro
Colaboradores: Prof. Santiago Valverde
Prof. Mauricio Martins do Fanno
Professor conteudista: Jean Carlos Cavaleiro
Nascido em São Paulo-SP, cresceu na Zona Leste da cidade, no Bairro de São Miguel Paulista, sendo, hoje,
cidadão de Itaquaquecetuba. É Bacharel em Administração de Empresas, Especialista em Administração e Mestre
em Engenharia da Produção. Consultor In Company do Senac-SP nas áreas: Financeira e Logística. Atuando
com controle financeiro, fluxo de caixa, contabilidade, contas a pagar, e, na área logística: produção, compras,
estoques, transporte entre outras. Diretor proprietário da Horseman Consultoria LTDA., empresa especializada
em treinamento na área logística. Atua como professor universitário há dez anos em universidades como:
Universidade Cruzeiro do Sul, Unisuz, onde é professor titular e também coordenador das atividades práticas
de gestão, e na Universidade Paulista (UNIP), em que é professor nos cursos de Gestão e coordenador do curso
de Logística (EaD).
CDU 658.7
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Cid Santos Gesteira (UFBA)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Geraldo Teixeira Jr.
Logica_Unid_IV.indd 139 15/12/2011 19:47:12
Sumário
Recursos Materiais e Patrimoniais
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 A EMPRESA COMO SISTEMA .........................................................................................................................9
1.1 Os recursos ...............................................................................................................................................11
1.2 Gestão dos recursos ............................................................................................................................ 13
1.3 Administração de materiais ............................................................................................................. 15
1.3.1 Recursos materiais ................................................................................................................................. 15
1.4 Medida de desempenho dos recursos materiais ..................................................................... 16
2 PRINCIPAIS INDICADORES .......................................................................................................................... 17
2.1 Algumas decisões a serem tomadas a partir da avaliação de desempenho ................ 20
2.2 Principais técnicas de administração de materiais ................................................................ 23
2.3 Just-In-Time (JIT) .................................................................................................................................. 24
2.3.1 Princípios do JIT ....................................................................................................................................... 25
2.3.2 Kanban ........................................................................................................................................................ 26
2.4 Fornecedor preferencial ..................................................................................................................... 29
2.5 Programação de fornecedores ........................................................................................................ 29
2.6 Técnicas para gestão de recursos patrimoniais – bens e equipamentos ....................... 29
Unidade II
3 TENDÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ........................................................................... 35
3.1 Gestão de compras .............................................................................................................................. 35
3.2 Processos de compras ......................................................................................................................... 38
3.3 Seleção de fornecedores ................................................................................................................... 39
3.4 Avaliação de fornecedores ............................................................................................................... 42
3.4.1 Negociação com fornecedores .......................................................................................................... 43
3.5 Movimentação de materiais ............................................................................................................ 43
3.6 Análise do mercado fornecedor ..................................................................................................... 44
4 NOVAS FORMAS DE COMPRAR ................................................................................................................. 51
4.1 EDI – Eletronic Data Interchange .................................................................................................. 51
4.2 Decisões na gestão de recursos materiais e patrimoniais ................................................... 54
4.2.1 Comprar ou fabricar .............................................................................................................................. 54
4.3 Gestão dos recursos patrimoniais ................................................................................................. 58
4.4 Ética em compras ................................................................................................................................. 61
4.4.1 Análise ABC ............................................................................................................................................... 61
Unidade III
5 ATIVIDADES DA GESTÃO DE MATERIAIS E A LOGÍSTICA .................................................................. 72
5.1 Processamento de pedidos ............................................................................................................... 73
5.2 Planejamento e controle de estoque ........................................................................................... 75
5.3 A importância dos estoques ............................................................................................................ 78
5.4 Demanda na formação dos estoques .......................................................................................... 80
6 MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA ................................................................................................. 86
6.1 Método da média móvel ................................................................................................................... 86
6.2 Método da média móvel ponderada ............................................................................................ 87
6.3 Média móvel ponderada.................................................................................................................... 87
6.4 Gráficos dos estoques......................................................................................................................... 88
6.5 Giro de estoque e rotatividade ....................................................................................................... 89
6.6 Tempo de cobertura de estoque..................................................................................................... 93
Unidade IV
7 CUSTOS DOS ESTOQUES .............................................................................................................................100
7.1 Custos diretamente proporcionais ..............................................................................................100
7.2 Custos inversamente proporcionais aos estoques médios ................................................ 107
7.3 Custos fixos ou independentes ..................................................................................................... 112
8 MÉTODOS DE CONTROLE DE ESTOQUES ..............................................................................................120
8.1 Método do inventário periódico ..................................................................................................120
8.2 Método do inventário rotativo .....................................................................................................120
8.3 Processo de inventário físico .........................................................................................................121
APRESENTAÇÃO
Competir no mercado de hoje é muito mais complexo do que podemos imaginar. Saímos de uma era
de competição pela qualidade e entramos em uma era em que a qualidade é questão de obrigação, não
mais um diferencial. A competição, então, se dará mais pelo “como se faz” do que pelo “que se faz”. E
esse “como se faz” envolve: regular o fluxo produtivo, o fluxo de compras, de recebimento, de vendas e
de distribuição. A empresa que for eficiente nesses processos terá algo a mais para oferecer no cenário
competitivo.
O aluno, então, deve estar se perguntando: como esta disciplina se envolve nesse processo? Então,
podemos responder que, para que esse fluxo citado anteriormente funcione bem, há a necessidade de
se pensar em estoque, gerenciá-lo de maneira a custar menos e torná-lo mais eficiente, garantindo
matéria-prima para produzir e produtos para vender.
Competição, portanto, é a palavra de ordem nas organizações na era da globalização. Ser competitivo
é questão de sobrevivência. O processo de competição durante muito tempo focou-se no produto ou
serviço propriamente dito. Era um período em que qualidade era o diferencial. Com a evolução da
sociedade, o conceito de qualidade foi se ampliando, saindo da esfera do produto e sendo mais abstrato,
mais um conceito subjetivo, que pode variar de grupo para grupo.
Com essa percepção, a inserção de serviços diferenciados para encantar o cliente passou a ser mais
comum, quase que uma questão de sobrevivência, pois o produto com qualidade agregada passa a ser
uma obrigação e não um diferencial, é o mínimo que o cliente espera.
Nesse sentido, esta disciplina busca demonstrar a maneira por que se dá a gestão de recursos
materiais e patrimoniais, detalhando o papel dos estoques em uma organização. Busca, ainda, fazer
integração com o processo de compras, além de conceituar e demonstrar formas de gerenciamento
para que se alcancem os objetivos esperados. A disciplina abordará todos os recursos existentes em
uma empresa como: humanos, tecnológicos, materiais, patrimoniais e financeiros, mas o foco será nos
recursos materiais e patrimoniais.
É importante que o aluno tenha a percepção de que a empresa funciona como um sistema e, como
tal, que ele deve atuar no sentido de contribuir como parte desse todo, ou seja, fazer com que esse
sistema atinja seu objetivo.
A disciplina se propõe ainda a conduzir o aluno na seguinte reflexão: qual é a relação entre os recursos
financeiros e humanos? Como um interfere no outro? Qual é a relação entre os recursos materiais e
humanos? E entre materiais e tecnológicos?
Quando falamos de empresa como sistema, cada aluno deve se enxergar parte desse sistema e ter
muito bem definido qual é seu papel em tal situação.
Imagine a situação em que você é um comprador de uma empresa. Portanto, é necessário que você
saiba o que comprar, quando e quanto, sem se esquecer dos critérios para definir de quem comprar.
7
Essa sua decisão no setor de compras vai esbarrar no estoque, deixando-o com certa quantidade de
mercadoria que, se for em excesso, deixará a operação de estoque mais lenta, colocará os itens em
situação de risco e criará maior dificuldade para localizá-los. Situação esse que vai esbarrar na produção,
que terá matéria-prima de menor qualidade levando mais tempo para chegar à linha de produção,
aumentando mais uma vez os custos.
Um gestor não pode se esquecer, ainda, da equação: Receita – Despesas = Lucro. Se os custos sobem,
os lucros são menores, e seu papel como gestor é justamente maximizar os lucros da empresa.
INTRODUÇÃO
Esta disciplina tem como objetivo apontar para os alunos os vários recursos existentes em uma
empresa, apontando suas respectivas formas de gerenciamento.
O foco maior será em recursos materiais e patrimoniais, conhecendo formação de estoque, papel dos
estoques, custos dos estoques e formas de aquisições.
• desenvolver capacidade de reflexão, análise e síntese dos processos logísticos, por meio do
entendimento global da cadeia de valor;
8
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Unidade I
1 A EMPRESA COMO SISTEMA
Caro aluno, vamos iniciar esta disciplina trazendo uma visão mais ampla de organização, isso
por existir a necessidade de reconhecermos as inter-relações das áreas de uma empresa. Como
vamos focar nos recursos empresariais, vamos perceber que eles estão presentes em todas as
suas áreas. Assim, faz-se necessário definir empresa como sistema, e definir sistema na acepção
própria da palavra. Iniciemos, portanto, por definir sistema. No dicionário Aurélio, tem-se o
seguinte:
Sistema na empresa
Uma empresa deve ser vista de maneira integrada, como se fosse um corpo humano, que tem como
objetivo maior possuir saúde. Sob a ótica organizacional, cada departamento (parte) tem de cumprir seu
papel para garantir que a empresa (corpo) seja saudável.
Observação
Mas você deve estar se questionando: fazer mais o quê? E custar menos
em quê?
Então deve produzir mais, atender a mais clientes, fazer mais entregas,
estocar melhor, comprar melhor. Tudo isso com menos espaço, menos
recursos, menos pessoas, e principalmente menos custos.
9
Unidade I
Presidente
Recursos
Financeiro Marketing Humanos
Produção Vendas
Figura 1
Temos aqui um organograma, ou seja, uma representação gráfica das áreas de uma empresa, que
apresenta os departamentos existentes e a relação hierárquica entre eles. Cada um possui seu objetivo
para fazer com que a empresa alcance o seu objetivo maior.
Cada um desses “órgãos” ou departamentos pode ficar doente, caso seus recursos não sejam utilizados com
eficiência, ou pode contribuir para a competitividade da empresa se tiverem seus recursos bem-utilizados.
Por exemplo, quando oferecermos refrigerante para uma criança de dois anos de idade, ela dirá que não
quer, mas se oferecermos Coca-Cola, ela aceitará. Por acaso, você, aluno, já presenciou algo semelhante?
Um cliente chega a um supermercado e pede: “Quero um Bom Bril da Assolan”. Não compramos
palha de aço, compramos Bom Bril. Não compramos iogurte, compramos Danone. Não compramos
aparelho de barbear, compramos Prestobarba. Por que isso acontece? Há um departamento trabalhando
muito bem para isso: o departamento de marketing.
Outra situação interessante para analisamos é o que acontece quando algumas empresas precisam pagar, por
exemplo, o 13° salário e não têm dinheiro em caixa. O que fazer já que funcionário não trabalha sem receber?
A maioria das empresas utilizaria a “automedicação” e correria para a “farmácia”, ou seja, iria tentar
adquirir empréstimo junto ao banco. Esse remédio provocaria algum efeito colateral na empresa?
O empréstimo tem como princípio ativo uma droga chamada “juros” que causará efeitos desagradáveis
na empresa, como aumento de custo, redução de lucros e redução de dinheiro em caixa. Isso forçará a
empresa a tomar outras medidas, que afetarão outros departamentos da empresa.
Sendo a empresa um sistema, não se pode apontar qual é a parte mais importante. Em outras
palavras, as partes de uma empresa são os departamentos, e cada departamento deve contribuir para
que o sistema macro (empresa) alcance seus objetivos. Cada setor tem seu papel e o objetivo geral será
alcançado se cada um fizer a sua parte.
10
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Observando os fluxos do sistema (empresa), podemos enxergar de maneira simples os seguintes fluxos:
Prédios
Maquinário
Estoque de
Caixa Pessoas Produção Vendas
acabados
Tecnologia
Matéria-
prima
Figura 2
Mas uma empresa não funciona de maneira simples, o processo é bem mais complexo. Resumidamente,
uma empresa existe para comprar, produzir, vender e receber, iniciando o ciclo novamente, conforme
o gráfico exposto. Claro, toda esta operação terá um custo, assim como terá uma receita – e “receita
menos despesa” resultará em lucro para a organização, que, exposta, sofre custos diferenciados mesmo
quando bem-gerenciada. Todas essas etapas citadas estão presentes em todos os recursos existentes em
uma organização.
Esses recursos serão tratados a seguir, e é importante que o aluno enxergue que cada um dos
recursos deve tornar possíveis as ações da empresa.
1.1 Os recursos
Recurso
patrimonial
Recurso
financeiro Prédios
Recursos
Maquinário humanos
Estoque de
Caixa Pessoas Produção Vendas
acabados
Tecnologia Recurso
tecnológico
Matéria-
prima Recurso
material
Figura 3
11
Unidade I
• materiais;
• patrimoniais;
• capitais ou financeiros;
• humanos;
• tecnológicos.
Devemos nos lembrar de que o foco desta disciplina está nos dois primeiros recursos. Os demais
recursos são imprescindíveis para o bom funcionamento de uma organização, mas não estão no escopo
desta disciplina.
Recursos
Figura 4
Para facilitar o entendimento do aluno, é importante definir o que são recursos: um recurso
é tudo aquilo que gera ou tem a capacidade de gerar riqueza, no sentido econômico do termo
(MARTINS, 2006).
• Materiais:
• Patrimoniais:
• Capitais:
12
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
• Humanos:
— são as maiores riquezas das organizações atuais, envolvem as pessoas que atuam na empresa
e devem ser bem-geridos para não desperdiçar mão de obra.
• Tecnológicos
A gestão desses recursos escassos tem sido a preocupação dos gestores ligados direta ou indiretamente
às atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis quanto na prestação de serviços. Com
essa percepção, capital, terra e trabalho são recursos e, como tal, devem ser gerenciados.
Um item de estoque é um recurso que pode estar agregado a um produto em processo, pois irá
constituir-se em produto acabado, que deverá ser vendido por um preço superior aos seus custos,
gerando um ganho. E quanto menos gastar na gestão desse recurso maior será o ganho.
Da mesma forma, podemos considerar que um edifício que abriga as instalações de uma empresa é
essencial para o seu funcionamento, e, portanto, é um recurso. O edifício deve receber atenção especial,
desde a escolha do local, do tamanho, até o fato de ser próprio ou alugado.
Aqueles que trabalham na empresa também são considerados recursos, pois com seu conhecimento
geram novas ideias, que são transformadas em novos produtos, novos métodos de trabalho e serviços
cada vez mais personalizados. Trata-se, pois, de recursos humanos.
O recurso mais perceptível é o capital (dinheiro), pois é a fonte para aquisição de todos os outros
recursos, se este faltar, afetará todos os outros.
Portanto, uma empresa estruturada deve ser vista como um conjunto de recursos a serem gerenciados,
de maneira que cada recurso tenha um papel estratégico no alcance dos objetivos a serem atingidos.
Resumidamente, pode-se dizer que uma empresa, seja ela produtiva ou de serviços, possui o seguinte modelo:
13
Unidade I
Alocação de pessoas
Estocar
Vender
Figura 5
Não é necessário seguir esta ordem, mas essas atividades estariam presentes em qualquer
tipo de organização empresarial. Em cada uma das etapas podemos enxergar o que pode ser
classificado como recursos. Sabemos que boa parte deles são recursos escassos ou de difícil
obtenção.
Saiba mais
14
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
São os itens ou componentes que uma empresa utiliza em suas operações do dia a dia, na
elaboração do produto final ou na execução da sua atividade principal. Resumidamente, são os itens
de estoque e, como tal, são adquiridos regularmente. Para um melhor gerenciamento, podem ser
classificados em:
• Materiais auxiliares:
— são os itens que não se incorporam ao produto final, mas são essenciais para que eles
existam. Como, por exemplo, podemos citar óleos de corte e materiais de escritório e
manutenção (em algumas empresas são chamados de improdutivos – indiretos ou não
produtivos).
Relacione, agora, alguns exemplos de materiais auxiliares presentes na empresa em que trabalha ou
em alguma empresa que conheça, e os cuidados que a empresa deve tomar para que eles não faltem.
Lembre-se de que não há certo ou errado, espera-se, portanto, que se estabeleça uma reflexão a respeito
dos itens discutidos.
– farinha de trigo;
– tomate;
– cebola;
– mussarela.
– linha;
– tecido;
– botão.
– couro;
15
Unidade I
– borracha;
– linha;
– solado.
Observação
• Produtos em processo: materiais que ainda não são produtos acabados, mas não são mais
matéria-prima. Material que está em processo de transformação.
— Exemplo:
– o processo produtivo de veículos, por exemplo, que tem um Lead time longo: é necessário
considerar os itens que estão em processo de transformação.
• Produtos acabados: são os materiais que agora já são produtos prontos para serem vendidos ou
entregues aos clientes.
— Exemplo:
Para trabalhar este tópico, vamos conceituar cada uma das partes:
Observação
16
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Portanto, avaliar o que ocorre na gestão dos materiais é essencial, e essa avaliação é o que se pode
chamar de “medida de desempenho”, pois é uma maneira de medir o desempenho em determinada área
e agir sobre os desvios em relação aos objetivos traçados (Martins, 2006).
O gestor de recursos materiais deve avaliar o desempenho por alguns motivos, entre eles podemos
citar:
• entender o que está acontecendo nas mais variadas áreas e com as pessoas envolvidas no estoque,
armazém ou centro de distribuição (locais em que estariam os recursos materiais);
• fornecer feedback sobre desempenho, que é dar retorno aos envolvidos sobre os resultados
obtidos;
2 PRINCIPAIS INDICADORES
É importante ter conhecimento do valor a ser recebido e também do valor recebido de fato pelos
fornecedores nos prazos combinados, pois atrasos nos recebimentos geram a necessidade de manter
estoques maiores para não interromper as operações da empresa.
17
Unidade I
Veículo parado é igual a custo, pois envolve mão de obra, custos fixos que estarão ocorrendo mesmo
que o veículo esteja parado, então para minimizar os custos fixos, o segredo é ampliar a utilização dos
veículos; para tal, controlar o tempo de carga e descarga dos veículos é importante. Algumas empresas
traçam metas de tempo para descarregar veículos. Agendar recebimento e entregas será outra medida
para agilizar o processo de carga e descarga de veículos.
É o tempo para fazer a contagem dos itens recebidos e liberar para venda ou utilização. Na logística,
é importante lembrar que cada atividade interfere na próxima, pois é um sistema integrado. Assim, se
o recebimento da mercadoria não for agendado, não existirão informações quanto ao momento e à
quantidade do recebimento, tampouco ao número de pessoas necessárias para realizar tal recebimento
etc. Portanto, não haverá espaço preparado para receber e conferir, sendo realizada essa atividade no
espaço e tempo possíveis, dificultando a operação e, por consequência, gastando mais tempo. E quanto
mais tempo levar para conferir e liberar um item de estoque mais prejudicado ficará o giro de estoque,
pois levará mais tempo para ser vendido ou consumido.
Incidência de erros
O erro é problemático em qualquer esfera, se as unidades recebidas não são contadas adequadamente
na conferência, é possível haver falha de inventário. Os erros na separação de pedidos criam uma
situação de retrabalho, o erro de armazenagem em local inapropriado ou de maneira inadequada gera
maior dificuldade na preparação e separação de pedidos.
Uma das dificuldades na gestão de materiais é a validade, pois, por questões legais e de imagem,
produto vencido é sinônimo de perda. A falta de respeito ao FIFO (First in first out ou “primeiro que
vence, primeiro que sai”) é uma das grandes causas de haver produtos vencidos nas empresas. Controlar
a quantidade de produtos vencidos por período é importante, pois gera redução de custos nos estoques.
Mesmo que a empresa decidisse fazer promoções vendendo pela metade do preço seria uma perda, pois
perda não é somente o que se perde, mas também o que se deixa de ganhar.
Este indicador está diretamente relacionado ao giro de estoque, pois quanto menos tempo o produto
ficar parado no estoque, melhor.
18
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Um estoque não precisa, necessariamente, ser bonito, mas sim funcional. Nesse sentido, quanto
melhor um espaço for utilizado (aproveitamento do pé direito verticalizando o estoque, por exemplo)
mais itens poderão ser estocados em um mesmo espaço. Esse indicador aponta o quanto é possível
aproveitar o espaço disponível, as pessoas e os equipamentos.
Perdas de materiais
Este é um dos indicadores mais importantes, pois está atrelado ao volume de estoque. Quanto
maior for o estoque maior será o índice de perdas, por vários motivos: roubo, avarias, vencimento,
obsolescência etc.
Este índice aponta o grau de exatidão do estoque, o que é em relação ao que deveria ser (quanto
maior, melhor).
Giro de estoque
Este indicador aponta a quantidade de vezes que o estoque da empresa teve que ser renovado em
determinado período. Quanto maior o giro, melhor.
A separação de pedidos, também chamada de picking, pode ser feita de várias maneiras. O que pode
trazer agilidade nesse processo é a escolha da separação adequada, que tornará mais produtiva a expedição,
processando e enviando mais pedidos por dia. Da mesma maneira, ampliar a capacidade de recebimento
possibilita e agiliza o processo de entrada de mercadoria, o que reduz o ciclo do pedido dos clientes.
Ao receber alguma solicitação do cliente, é importante responder com rapidez, pois o cliente se
sentirá valorizado.
Estudo de caso
A JCC transportes e operações logísticas fez uma ampla avaliação de desempenho em suas atividades
e observou que, de 1.800 pedidos recebidos no mês anterior, entregou 1.710 pedidos no prazo. Descobriu
que, em média, os veículos levam duas horas para descarregar.
Quando a empresa recebe um pedido de algum cliente, percebe que a entrega, a separação e toda
a preparação do pedido é lenta, pois leva, em média, três horas. E, quando o pedido é urgente e a
separação é feita às pressas, a incidência de erros é grande, em torno de 7%.
19
Unidade I
A empresa descobriu que a falta de identificação nas peças aumentava o tempo de localização. O
sistema PEPS foi utilizado para controlar a validade e garantir 98% de exatidão.
Em média, normalmente, os produtos ficariam no estoque por cerca de 90 dias. Porém, a empresa costuma
manter seus produto por mais tempo. Seus clientes mantêm estoques elevados por temer que haja ruptura de
estoque. Em relação aos espaços, é possível dizer que tem boa seletividade e seu estoque ocupa 90% do espaço.
O giro de estoque é de quatro vezes ao ano. Tem capacidade de expedição de 11 pedidos por hora. A
resposta ao cliente é em tempo real, volume de estoque, prazo para entrega etc.
A partir destas informações, torna-se mais fácil avaliar cada um destes itens e propor melhorias para
os pontos considerados mais críticos em relação ao estoque da empresa.
Nível de atendimento
1.710/1.800= 0.95 – corresponde ao atendimento de 95% dos pedidos no prazo. A meta poderia
propor algo quantitativo: atingir 98% em determinado período. Para isso, deve procurar em outros
índices os possíveis motivos para os atrasos.
Por exemplo: o tempo gasto para descarregar um veículo corresponde a duas horas, com oito horas
diárias de trabalho seria possível descarregar somente quatro veículos por dia, o que poderia gerar
atraso na entrada dos itens no estoque, ruptura de estoque e, por consequência, atrasos nas entregas.
A situação pode ser amenizada com equipamentos adequados para descarga, agendamento de entrega,
pessoal qualificado etc.
Por haver entregas sem programação, a descarga é demorada, e a organização no estoque fica
prejudicada, fazendo com que a armazenagem seja feita em locais não definidos estrategicamente. O
fato de não haver identificação nos itens leva ao não conhecimento de suas posições no estoque. O que,
por consequência, eleva o tempo de preparação e separação de pedidos.
Para o gestor é relevante trabalhar com esses indicadores, pois, dessa forma, as mudanças são feitas de
acordo com as prioridades da empresa e as ações ficam alinhadas com as suas necessidades principais.
Um giro de quatro vezes ao ano significa que os itens ficam, em média, parados no estoque por
três meses. Portanto, é possível colocar como meta um estoque de trinta dias, prazo que reduziria os
estoques em 1/3.
20
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Tabela 1
Avaliação de desempenho
Avaliação de desempenho
Resultado do
Característica Peso Meta Pesquisa trimestre
Tempo de entrega 25 5 5 4
Sistemas de controle 15 4 4 3
Acuracidade de estoque 20 5 4 4
Utilização do espaço 12 4 4 4
Produtividade da mão de obra 8 5 4 5
Erros na separação 10 5 5 4
Utilização de equipamento 5 5 4 4
Limpeza 5 5 5 4
100
• peso: é a importância dada para cada um dos fatores considerados importantes; nesse sentido,
cada fato terá uma importância diferente, e a soma dos erros por questões de metodologia de
aplicação deve ser igual a 100;
• meta: é a nota que a empresa deseja alcançar em cada um dos indicadores, a empresa não tem
necessidade de ser ótima em tudo, basta ser melhor que a concorrente. É necessário, portanto,
entender quais são as expectativas dos clientes;
21
Unidade I
Vamos supor que esses indicadores foram pesquisados no mercado, e avaliados com nota: 3 – regular;
4 – bom; 5 – ótimo. Posteriormente, a pesquisa foi feita com os mesmos critérios em relação à empresa,
possibilitando fazer sua pontuação.
Quadro 1
Característica
Pontuação do
Concorrentes
concorrente
concorrente
Expectativa
expectativa
Nossa nota
pontuação
Prioridade
do cliente
para agir
GAP com
GAP –
Nossa
Meta
Nota
Peso
Tempo de
entrega 25 5 4 5 100 125 125 25 25 1
• Nossa nota: foi obtida multiplicando a nota (4) pelo peso do item (25) = 100.
• Meta: é a expectativa do cliente pelo peso = 5 X 25 = 125, essa é a pontuação que devemos ter
como objetivo a ser alcançado.
• Gap concorrentes: aponta o quanto uma empresa está atrás da concorrência. A concorrência
tem nota 25 e nossa empresa tem nota 100, mostrando, assim, um Gap de 25.
• Gap expectativa: aponta para o quanto estamos atrás da nossa meta estipulada.
Neste caso, o Gap com expectativa também é de 25. Como ferramenta de ação, vamos priorizar o
maior Gap para iniciar as mudanças.
22
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Tabela 2
Característica
Pontuação do
Concorrentes
concorrente
concorrente
Expectativa
expectativa
Nossa nota
pontuação
Prioridade
do cliente
para agir
Gap com
Nota do
Gap –
Nossa
Meta
Peso
Tempo de
entrega 25 5 4 5 100 125 125 25 25 1
Sistemas de
controle 15 4 3 4 45 60 60 15 15 3
Acuracidade
de estoque 20 5 4 4 80 80 100 0 20 2
Utilização do
espaço 12 4 4 4 48 48 48 0 0
Produtividade
da M.O 8 5 5 4 40 32 40 -8 0
Erros na
separação 10 5 4 5 40 50 50 10 10 4
Utilização de
equipamentos 5 5 4 4 20 20 25 0 5 5
Limpeza 5 5 4 5 20 25 25 5 5 5
100 393 440 473
A partir da última coluna, na qual são propostas as prioridades de ações, iniciaremos a melhoria
pelo maior Gap, que, no caso, é o tempo de entrega e, consequentemente, a acurácia de estoque.
Tivemos um apontamento do que é mais crítico, mostrando por onde começar o processo de
melhoria.
No que se refere ao índice de desempenho, podemos dividir nossa pontuação pelo nosso objetivo
de pontuação:
393/473= 0,83
23
Unidade I
a armazenagem dos materiais e o fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes até as operações
gerais de controle de estoques (como controlar volume), giro de tempo de cobertura etc.
Balou (1998) afirma que “a administração de materiais visa à garantia de existência contínua de um
estoque organizado, de modo que nunca falte algum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o
investimento total”.
Percebe-se, portanto, que a administração de materiais é uma função que tem como responsabilidade
coordenar o planejamento e controlar o fluxo de materiais, o que se refere à movimentação dos itens em
sua entrada e saída. Esse processo se inicia no fornecedor, passa pela produção e chega ao consumidor.
Todo esse processo deve ser gerenciado de maneira a garantir eficiência e competitividade para
a empresa; para tanto, conhecer algumas técnicas de gestão é essencial. Uma dessas técnicas é o JIT
(Just-In-Time).
O sistema JIT adota uma filosofia japonesa de produção, mais conhecida como filosofia Toyota de
produção, que surgiu na década de 1960 após a Segunda Guerra Mundial.
JIT é uma filosofia operacional que tem como objetivo básico a eliminação de desperdícios (BALOU,
1998).
(2) Atraso/demora e estoque
interagem entre si positivamente
(1) Organização produz e entrega Menor atraso = menor estoque
de acordo com a demanda com o Maior atraso = maior estoque
mínimo de desperdício.
(4) Tempo de inatividade
(3) Defeito e atraso JIT
• Interrupção não planejada
interagem positivamente
Menor defeito = menor atraso 1 • Manutenção planejada
• Troca de atividade ou
Atraso ferramentas
(5) Simplicidade e visibilidade Estoque
mínimo mínimo
• Processo simples 2
(6) Estoque mínimo
• Fluxo lógico 4
3 6 • Demanda puxada
• Limpeza
• Expectativa de atrasos,
• Organização Tempo de defeitos, interrupções
Defeitos 5 inatividade mínima
• Manutenção preventiva mínimos
Simplicidade e
5 visibilidade 5
Figura 6
Fonte: adaptado do livro Estratégia e gerenciamento de logística (2003).
O gráfico define bem os objetivos do JIT, que tem como foco inicial produzir e entregar de acordo
24
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
com a demanda e com o mínimo de desperdício. Nesse sentido, evitar atrasos e defeitos possibilita
ter menores estoques. É essencial que a inatividade seja evitada, pois ela implica capacidade não
aproveitada e mão de obra desperdiçada. Esse sistema busca simplificar os processos para evitar
perda de tempo e, cria, ainda, a política de estoque, definindo os volumes de estoques com base nas
demandas.
Identificação de oportunidades
Treinamento
Envolver Trabalho
fornecedor em equipe
Princípios Adequação do
Kanban do JIT layout
Sistema Manutenção
puxar produtiva
Produção
uniforme
Figura 7
Fonte: adaptado de Balou (1998).
25
Unidade I
2.3.2 Kanban
Traduzindo para o português significa “cartão”, tem como objetivo substituir o processo de empurrar
da produção pelo processo de puxar, ou seja, é um sistema que orienta e direciona a produção a produzir
na quantidade necessária.
Assim, o kanban busca volume adequado, ou seja, melhorar o fluxo dos volumes de produtos,
a sequência correta (o processo subsequente deve retirar no processo precedente os produtos
necessários, nas quantidades e nos momentos necessários). Além de utilizar-se de engenharia de
processos e layout (o processo precedente deve produzir nas quantidades requisitadas pelo processo
subsequente) e de gerenciamento de capacidade e monitoramento, pois produtos com defeito não
devem seguir seu fluxo.
A figura 8, a seguir, representa um modelo de cartão Kanban. Os títulos dos campos são apresentados
logo a seguir na legenda.
1 2
3 4
5 6 7
8 9 10
Figura 8
Modelo de cartão Kanban
Legenda
1 – Código da peça.
2 – Nome da peça.
26
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
8 – Tipo do contêiner.
9 – Data de emissão.
10 – Número do cartão.
c) Melhor qualidade.
i) Transportes racionalizados.
Reforçando esses conceitos, Martins (2006) afirma que o JIT contempla a redução de inventários,
a melhoria contínua da qualidade, a redução de custos do produto e a agilização do prazo de
entrega.
27
Unidade I
Case ilustrativo
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Saiba mais
1
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revistaexame/edicoes/0728/noticias/podemmechamardedona-
florm0053267>. Acesso em: 25 mar. 2011.
28
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Para uma boa gestão de materiais, é fundamental um relacionamento estratégico com os fornecedores.
Cada troca de fornecedor é uma oportunidade de aprender como cada um deles trabalha, por meio de
testes de recebimento e de qualidade. Essa técnica de fornecedor preferencial consiste em selecionar
fornecedores e garantir qualidade, o objetivo é assegurar que o produto final atenda às expectativas
dos clientes, podendo evoluir para parcerias e consórcios fornecedores, como acontece na fábrica de
caminhões da Volkswagen, em Resende (RJ).
O ponto forte é manter parcerias, com as quais se busca ter poucos, mas bons fornecedores. Como
exemplo ilustrativo podemos citar a Gessy Lever, que tinha, em 1996, em torno de 180 fornecedores
para a área de transporte. Em 1999 o número de fornecedores para serviço de transporte era de 58, e o
índice de pedidos entregues no prazo combinado subiu de 26% em 1996 para 80% em 1999 (Martins,
2006).
O fluxo da informação, a rapidez e a exatidão em que ocorrem é uma importante ferramenta para a boa
gestão de materiais. Receber o item certo na hora certa e na quantidade certa requer um relacionamento
integrado entre os participantes de um negócio, ou, pelo menos, entre os mais importantes.
Isso ocorre, por exemplo, quando compramos um xampu no supermercado, ao registrá-lo no caixa, o
sistema aponta a saída do produto no estoque da loja, que gera uma informação ao estoque central, que
o repõe no dia seguinte, que, por sua vez, reduz o estoque central, que gera informação para compras e
que aciona o fornecedor, podendo abastecer a rede diariamente.
Nesse processo, os produtos são identificados por código de barras ou RFID, que é uma transferência
de dados por rádio frequência. Há intenso uso de EDI (transferência eletrônica de dados).
Essa estrutura possibilita saber o quê, quando e quanto deve ser recebido em relação aos itens
necessários, possibilitando menores estoques, menor volume de produção e adequação às mudanças de
consumo.
De acordo com a visão contábil, uma empresa é constituída de bens (direitos e obrigações). Os bens
podem ser itens de estoques (maquinários, móveis etc). Vamos considerar bens estruturais a estrutura
patrimonial da empresa (móveis, equipamentos). Portanto, para desenvolver uma boa gestão desses
recursos, a seguir, listam-se alguns pontos a serem considerados:
29
Unidade I
— o meio de trazer redução de custos para a produção ou de desenvolvimento dos serviços, onde a
aquisição de uma máquina ou de um equipamento pode fazer com que gaste menos matéria-prima,
produza em maior quantidade, com variedade de produtos em uma única máquina, consuma
menos energia etc. Tudo isso gera menor custo, e essa redução recompensará o investimento
feito, sem contar a visibilidade adquirida no mercado. Na área de transporte, a aquisição de
veículos novos pode reduzir os gastos de manutenção, combustível e atrasos em entregas, e,
assim, também trazer redução de custos. Na área de logística, o foco é automatizar os estoques, o
que pode trazer agilidade para os processos de recebimento, armazenagem, localização dos itens
e maior rapidez na separação de pedidos, atendendo a um número maior de clientes;
— uma melhoria da qualidade: a aquisição de recurso patrimonial pode ser justificada por essa
melhoria, pois, consequentemente, a qualidade elimina a necessidade de retrabalho, reduzindo,
assim, custos e trazendo vantagens competitivas;
— redução do ciclo de produção: reduzir o ciclo do pedido requer gerir todas as etapas desde o
processo de aquisição (recebimento – armazenagem – produção – estocagem de itens acabados
– venda e entrega), portanto, adquirir recursos que reduzam o ciclo do pedido faz com que o
tempo gasto entre a solicitação e o recebimento do item seja o menor possível. Isso implica em
menor custo das operações, maior satisfação do cliente e amplia a vantagem competitiva pelos
serviços;
• a tomada de decisão de mudança não pode ser a esmo, deve ser com o maior grau de segurança
possível. Por isso, entra em cena a necessidade de simulação, pois, à medida que se buscam
fábricas flexíveis com múltiplos produtos, é necessário um balanceamento muito acurado da
operação. Em diversas áreas, tecnologias precisas de simulação já são realidade;
• o JIT e o Kanban proporcionam redução dos estoques, mas ainda é necessário configurar o fluxo
das operações, então o layout deve ser projetado para tirar o máximo de proveito, simplificando
ao máximo cada etapa de cada operação. É necessário desenvolver estudos para se chegar ao
layout ótimo em função do tipo de fábrica, e facilitar o uso dos equipamentos de movimentação
em busca de redução do lead-time de fabricação.
30
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Para um melhor entendimento, vamos aceitar que recursos patrimoniais são as instalações utilizadas
nas operações do dia a dia da empresa, e, no entanto, são adquiridas esporadicamente, como, por
exemplo: equipamentos e veículos da empresa.
A organização para aquisição de bens patrimoniais é bem diferente da utilizada para comprar
materiais, pois envolve muito mais recursos e atua de forma peculiar, com projetos específicos.
A organização para aquisição de equipamentos merece atenção diferenciada, pois é muito complexa e exige
estudos detalhados. Os equipamentos a serem adquiridos podem ser padronizados e expostos em catálogos ou
podem ser equipamentos desenvolvidos por projetos específicos para alguma empresa ou necessidade.
Observação
Resumo
Exercícios
As organizações são organismos sistêmicos em que todas as partes são igualmente importantes
para alcançar o sucesso corporativo, devendo cada uma funcionar adequadamente para a consecução
dos objetivos finais. Porém, na prática, ocorrem conflitos entre os objetivos individuais das principais
funções organizacionais (produção; marketing; finanças), e a Administração de Materiais exerce um
papel fundamental na amenização ou eliminação destes conflitos,
porque
32
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
“As organizações são organismos sistêmicos em que todas as partes são igualmente importantes
para alcançar o sucesso corporativo, devendo cada uma funcionar adequadamente para a consecução
dos objetivos finais. Porém, na prática, ocorrem conflitos entre os objetivos individuais das principais
funções organizacionais (produção; marketing; finanças), e a Administração de Materiais exerce um
papel fundamental na amenização ou eliminação destes conflitos,”
Justificativa
Apesar das organizações terem objetivos corporativos que devem ser alcançados com o esforço
sistêmico de todos os setores, funções e departamentos, na prática, as funções acabam tendo visões
individuais que geram conflitos. Por exemplo, no que tange a estoques e área produtiva provavelmente
irá desejar trabalhar com o maior nível possível de estoques de matérias primas, para assegurar
continuidade e produtividade para suas atividades, enquanto que Marketing desejará ter elevados
estoques de produtos acabados para atender a seus clientes. Já Finanças desejará que qualquer estoque
seja o mínimo possível para reduzir capitais investidos. Esses conflitos podem ser amenizados ou até
eliminados pela correta administração de materiais, que estabelecerá níveis tecnicamente adequados.
Logo, esta afirmativa é correta.
Justificativa
Encomendas Procura
Produto
Produção acabado Mercado
Reposição do Fornecimento
stock
Sistema de produção-distribuição 1
33
Unidade I
Encomendas Procura
Produto
Produção acabado Mercado
Reposição do Fornecimento
stock
Sistema de produção-distribuição 2
II. O primeiro e o segundo sistema de produção são baseados na produção contínua, ou seja, produzem em
série e de forma contínua, gerando estoques para atender às solicitações dos clientes prontamente.
a) I e II.
b) I, III e IV.
c) III e IV.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.
34