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Pró-Reitoria Acadêmica
Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação
Curso de Comunicação Social - Jornalismo
Trabalho de Conclusão de Curso

Memorial Descritivo:
Curta-metragem “(O)”

Autor: Mariane Cunha Barbosa Lima


Orientador: Prof. Me. Alex Vidigal Rodrigues de Sousa

Brasília - DF
2016
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MARIANE CUNHA BARBOSA LIMA

MEMORIAL DESCRITIVO: CURTA-METRAGEM (O)

Memorial apresentado ao curso de


graduação em Comunicação Social, com
habilitação em Jornalismo, da
Universidade Católica de Brasília, como
requisito parcial para obtenção do Título
de Bacharel em Jornalismo.

Orientador: Prof. Me. Alex Vidigal


Rodrigues de Sousa

Brasília
2016
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Dedico esse trabalho a todos os amigos, à


minha equipe, ao meu orientador e
principalmente meus pais.
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AGRADECIMENTO

Devo agradecer primeiramente aos meus pais que me apoiaram em todo o decorrer
da minha universidade, tanto na Comunicação Social como na escolha do audiovisual.
Este projeto só foi possível pelo tempo que vocês gastaram diariamente me aconselhando
e me mostrando as prioridades. Agradeço a Deus pela sua imensa misericórdia mesmo
quando não merecida e as bênçãos concedidas.
Agradeço ao meu professor, orientador e amigo, Alex Vidigal por me apresentar a
prática do audiovisual desde o começo do curso, por ter participado do meu percurso na
universidade sempre de maneira atenciosa. Agradeço por me auxiliar na construção desse
projeto, acreditar em mim para realizá-lo da melhor forma e de estar sempre disposto em
dividir conhecimento teórico e prático. Desde as dicas de filmes, conceitos teóricos do
cinema, como também a dúvidas rotineiras de um set de filmagem.
Ao trabalho profissional que a minha equipe realizou. À minha amiga, atriz e
preparadora de elenco Nathalia Melo por aceitar meu convite e por sempre ir além do
pedido, você é excepcional em tudo o que faz. Matheus de Souza, meu assistente de
direção, por ser capaz de acalmar, de me auxiliar na construção do roteiro desde a
construção, como no momento que estávamos transformando-o em imagem. Thiago S.
Araújo, diretor de fotografia, agradeço por ter entendido a proposta e por realizar com
muita paciência, qualidade e profissionalismo. Willian Ricardo, diretor de arte, por ter
aceitado o desafio, por me acompanhar sempre que possível, por se mostrar sempre
disposto a me ouvir e me auxiliar em todos os aspectos da minha vida. Alessandro
Resende, ator, você foi uma surpresa a cada dia, que aposta satisfatória! Ver o seu
crescimento e o seu desenvolvimento no set me fizeram acreditar que é capaz de fazer
tudo que se dispor. Rafael Homero, som direto, o seu profissionalismo e a confiança que
tenho no seu trabalho, além da disponibilidade em realizá-lo da melhor forma e com muita
qualidade. Mariana Brasil, assistente de produção, aceitou o desafio, se mostrou
disponível e me auxiliou todos os dias de set. Jessica Santos, diretora de produção, mesmo
com o tempo escasso e mesmo que mais de longe estava organizando e resolvendo os
problemas. Iago Kieling, Letícia Tiveron e Caio Almeida, por terem aceitado participar
do set e pela disposição em ajudar no que fosse necessário, vocês foram essenciais.
Agradeço ao Rafael Lobo, montador, por realizar seu trabalho com maestria, mesmo com
as dificuldades, de o material entregar uma estrutura muito além do que eu esperava. Ao
Fábio Lima pelo conhecimento aplicado na finalização do meu produto, de maneira
atenciosa e cuidadosa.
Agradeço ao CRTV da Universidade Católica de Brasília pelo empréstimo de
equipamento, pelas dicas, pelo auxílio e por ser um espaço aberto para o crescimento dos
alunos. Agradeço à coordenação na figura da Clarissa Almeida, ao Samuel Paz e Carol
Plima, por me ajudarem sempre que possível, pelas conversas e dicas.
Ao curso de Comunicação Social e Jornalismo por fazer parte da minha história
acadêmica por me apresentar as possibilidades da Comunicação, além de me incentivar a
crescer em conhecimento. Agradeço de maneira especial aos professores: Alex Vidigal,
Florence Dravet e Rosana Pavarino.
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“Ai, mulata assanhada


Ai, meu Deus, que bom seria
Se voltasse a escravidão
Eu pegava a escurinha
Prendia no meu coração”
Elza Soares
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RESUMO

Referência: CUNHA, Mariane. (O). 2016. 198 folhas. Memorial descritivo (Comunicação
Social – Jornalismo), Brasília, 2016.

O memorial descritivo do curta-metragem “(O)” tem como base uma pesquisa


metodológica que discute a violência contra a mulher no sistema patriarcal, o amor
romântico, o relacionamento abusivo. No campo do audiovisual trabalha o gênero
cinematográfico - drama, o roteiro e a estética fílmica. O projeto reflete como que, por
meio dos conceitos teóricos do audiovisual, as referências fílmicas, agregadas ao
conhecimento técnico e prático constroem um produto cinematográfico. Aborda o
processo de realização desde a ideia, do argumento e do roteiro e todas as suas etapas de
produção audiovisual: pré-produção, produção e pós-produção, mostrando a importância
do cinema em comunicar ao público ideias e ideais. Desta forma, o trabalho utiliza como
ponto principal o campo da Comunicação.

Palavras-chave: Relacionamento Abusivo. Machismo. Comunicação Audiovisual.


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ABSTRACT

The descriptive memorandum of the short film “(O)” has its foundation in researches and
discussions about violence against women in patriarchy social system, love and abusive
relationships. When it comes to the field of audiovisual productions the genre is drama,
from the script to the aesthetics. The project aims to reflect how to create an audiovisual
product based on the cinema theory, films as references, and technical knowledge. It
approaches the process of making a short film from the idea, the plot and the script as well
as the steps of an audiovisual production: pre-production, production, and post production.
Therefore it emphasizes how important the cinema is to communicate ideas and ideals to
the public. This project is also based on the Communication field.

Keywords: Abusive Relationships. Communication. Cinema. Audio-visual.


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Sumário
1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................................10
2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................12
3. OBJETIVO ............................................................................................................................13
4. METODOLOGIA..................................................................................................................14
5. VIOLÊNCIA CONTRA MULHER ......................................................................................16
5.1 SISTEMA PATRIARCAL .....................................................................................................16
5.1.1 Gênero e suas construções sociais ....................................................................................17
5.2 AMOR ROMÂNTICO ...........................................................................................................18
5.3 RELACIONAMENTO ABUSIVO ........................................................................................19
6. AUDIOVISUAL ......................................................................................................................21
6.1 DRAMA .................................................................................................................................21
6.2 ROTEIRO ...............................................................................................................................22
6.3 ESTÉTICA DO FILME..........................................................................................................23
7. DIÁRIO DE BORDO .............................................................................................................27
8. CRONOGRAMA ....................................................................................................................44
8.1 BANCA DE QUALIFICAÇÃO .............................................................................................44
8.2 BANCA FINAL .....................................................................................................................44
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................45
11. FICHA TÉCNICA ................................................................................................................46
9. REFERÊNCIAS......................................................................................................................47
APÊNDICE A .............................................................................................................................50
1. ARGUMENTO.........................................................................................................................50
1.1 Primeira versão de argumento ....................................................................................50
1.2 Segunda versão de argumento .....................................................................................50
APÊNDICE B..............................................................................................................................54
1. PERFIL DOS PERSONAGENS ..............................................................................................54
1.1 Marina ..........................................................................................................................54
1.2 Eduardo ........................................................................................................................54
APÊNDICE C .............................................................................................................................56
1. ROTEIRO .................................................................................................................................56
1.1 Primeira versão do roteiro ...........................................................................................56
1.2 Segunda versão do roteiro............................................................................................61
1.3 Terceira versão do roteiro............................................................................................68
1.4 Quarta versão do roteiro ..............................................................................................74
1.5 Quinta versão do roteiro ..............................................................................................81
1.6 Sexta versão do roteiro .................................................................................................88
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1.7 Sétima versão do roteiro ..............................................................................................95


1.8 Oitava versão do roteiro.............................................................................................102
1.9 Nona versão do roteiro ...............................................................................................110
1.10 Décima versão do roteiro .........................................................................................119
1.11 Décima primeira versão do roteiro .........................................................................128
2. ROTEIRO DECUPADO ........................................................................................................136
2.1 Primeira versão do roteiro decupado do apartamento ...........................................136
2.2 Segunda versão do roteiro decupado do apartamento ............................................144
2.3 Primeira versão do roteiro decupado da banheira ..................................................152
2.4 Segunda versão do roteiro decupado da banheira ...................................................156
2.5 Terceira versão do roteiro decupado da banheira ...................................................161
APÊNDICE D ...........................................................................................................................166
1. DECUPAGEM DE PRODUÇÃO ..........................................................................................166
APÊNDICE E............................................................................................................................172
1. DECUPAGEM DE ÁUDIO ...................................................................................................172
APÊNDICE F ............................................................................................................................182
1. DECUPAGEM DE ARTE E REFERÊNCIAS ......................................................................182
APÊNDICE G ...........................................................................................................................191
1. CÓDIGOS DE CENA ............................................................................................................191
1.1 Primeira versão da ordem de filmagem do apartamento ..................................191
1.2 Segunda versão da ordem de filmagem do apartamento ..................................195
1.3 Terceira versão da ordem de filmagem do apartamento...................................199
1.4 Primeira versão da ordem de filmagem da banheira ........................................203
1.5 Segunda versão da ordem de filmagem da banheira .........................................206
APÊNDICE H ...........................................................................................................................209
1. ORÇAMENTO .......................................................................................................................209
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1. APRESENTAÇÃO

A proposta do curta-metragem (O) é um drama que trabalha situações abusivas


dentro dos relacionamentos amorosos. A partir de outras referências cinematográficas
acerca do amor, do abuso sexual e da construção das personagens femininas na tela, o
projeto construiu ficcionalmente uma narrativa que discute por meio do audiovisual o
sistema patriarcal e como o mesmo influencia as relações de poder e o ideal romântico. O
curta mostra a relação de um jovem casal, Marina e Eduardo, que decidiu morar junto e,
desde então, acontecimentos machistas e abusivos começam a se tornar visíveis no
cotidiano deles.
Segundo Jean-Claude Carrière (1995) a imagem em movimento está ao alcance de
todos, ao contrário da escrita em que as palavras estão sempre de acordo com um código,
o qual você deve ser capaz de decifrar. Por isso a decisão de discutir a temática por meio
da linguagem cinematográfica, uma forma de amplificar discursos, comunicar e contribuir
social e culturalmente. A escolha do produto só foi possível pelo desenvolvimento
acadêmico a partir de disciplinas relacionadas ao audiovisual que propiciaram o
conhecimento e a afinidade. Desta forma, o audiovisual sempre esteve presente desde os
primeiros semestres até o final do curso, tanto academicamente como profissionalmente.
Quando se fez necessário escolher o Trabalho de Conclusão de Curso a realizar, o
cinema já era uma certeza, juntamente com a produção de um curta-metragem, o que
precisava decidir era o gênero e a temática a ser trabalhada. O projeto, que inicialmente
era um curta documental sobre o imaginário do parto, se transformou na proposta de um
curta ficcional sobre relacionamento abusivo e violência contra a mulher. Sendo a
viabilidade de produção o principal motivo para a troca. No momento em que a temática
foi escolhida, como iria ser trabalhada e as expectativas acerca do filme, o gênero só
poderia ser o drama.
Delimitar novamente o tema ocasionou um número considerável de possibilidades
distintas até chegar ao atual. Todos eles se encaixavam na temática maior, a mulher, e em
subtemas como direito da mulher, a sua representatividade e empoderamento. O grande
número de mulheres que sofreram e sofrem abusos sexuais mostra como o poder
naturalmente adquirido pelo sistema patriarcal ocasionam situações naturalizadas de
abusos. Ao pensar que a sociedade constrói e apoia tais discursos traz à tona a urgência
de trabalhá-la em todas as camadas da sociedade. Todavia, o tema ainda estava amplo
para roteirizar e foi a partir da pesquisa – leitura de relatos, dados, redes sociais, letras de
músicas, matérias jornalísticas – que se definiu o tema violência contra a mulher no
relacionamento amoroso, consequentemente abusivo. Principalmente pela frequência de
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ocorrências, o alto índice de casos e a máxima do senso comum no qual somos ensinados
“o amor pode tudo”.
Portanto, o projeto é a produção de um curta-metragem ficcional do gênero drama,
que discute a temática violência contra a mulher no relacionamento amoroso. O peso e
importância social e cultural ampliam a necessidade de o produto ser construído, com isso
tendo como base a comunicação e o processo comunicacional, para que o mesmo consiga
conversar com o espectador. Isto só é viável se utilizar e aplicar o conhecimento adquirido
nas disciplinas do curso, com suporte e orientação.
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2. JUSTIFICATIVA

Durante a produção de uma obra cinematográfica até sua finalização são


necessárias escolhas e decisões da equipe capazes de construir o que virá a ser a mensagem
do filme, então conceitos acerca da linguagem do cinema são mantidos ou reestruturados
para alcançar da melhor forma o objetivo do diretor e o espectador.
Este processo comunicacional é explicado por Silvana Gontijo (2014): “Para haver
comunicação, são necessários o emissor, a informação/mensagem, o meio - pelo qual a
mensagem é expressa e o receptor”. No cinema a equipe envolvida é o emissor; o produto
- roteiro, cenário, direção - a informação/mensagem; o aparato técnico de exibição - sala
de cinema, televisão, internet - o meio e o receptor o público.
Com isso, a maneira como são abordados o discurso e a narrativa audiovisual faz
com que o cinema seja capaz de comunicar e informar por meio de códigos diferentes da
escrita e da fala, pois no audiovisual a presença da imagem e do som possibilitam outras
experiências comunicacionais.
Para Ella Shohat e Robert Stam (2006) o cinema e a televisão, além de veículos de
comunicação, são campos de formatação da cultura, capazes de catalisar uma nova esfera
de informação, processo. Desta forma, produzir um curta é de extrema importância para
construir e fortificar ideais, conceitos sociais e culturais e pensar comunicação.
De acordo com os dados divulgados pela Central de Atendimento disque 180, nos
10 primeiros meses do ano de 2015, do número total de registros 85,85% foram de
violências doméstica e familiar. No caso, em 67,36% dos relatos a violência foi cometida
por homens com os quais a vítima possuía vínculo afetivo, como: companheiros, cônjuges,
namorados ou amantes, ex-companheiros, ex-cônjuges, ex-namorados. Número que foi
40,33% superior ao mesmo período do ano de 2014.
Além da relevância de trabalhar e aprender a construir por meio da linguagem
audiovisual sentido narrativo, é importante que a abordagem por imagem e áudio possa
comunicar. Ao visualizar o número grande de mulheres que são afetadas e vítimas da
violência, amplifica-se a importância de se tratar a temática violência contra a mulher,
cultura patriarcal.
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3. OBJETIVOS

Objetivo Geral: Realizar um curta-metragem do gênero drama para discutir conceitos


machistas, patriarcais e atitudes abusivas que se transformaram socialmente aceitas e
rotineiras em um relacionamento amoroso.

Objetivos Específicos:
1. Entender a importância da técnica audiovisual para transmitir mensagem ao
público.
2. Desenvolver desde a pré-produção até a finalização do curta-metragem, entender
as etapas e necessidades do processo fílmico e da técnica.
3. Abordou a temática relacionamento abusivo, violência contra a mulher e
transformar a problemática em um curta-metragem ficcional.
4. Abordou a ideologia de gênero, como são construídos na sociedade ocidental e
qual o papel de cada um deles.
5. Perpassar pelo conceito de amor romântico, sua importância para a sociedade atual
e se ele é capaz de influenciar amores abusivos.
6. Utilizar conceitos teóricos sobre drama e as técnicas de construção de um roteiro
cinematográfico para realizar uma narrativa fílmica, que seja possível de
desenvolver.
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4. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento e crescimento de pesquisa do curta a parte teórica do


memorial foi dividida em dois tópicos: violência contra a mulher e audiovisual. De forma
que os assuntos tratados pudessem desencadear e auxiliar a construção do roteiro e a
produção. A subdivisão da primeira parte contempla teoricamente três conceitos: sistema
patriarcal, como subtópico gênero e suas construções sociais, amor romântico e
relacionamento abusivo. No campo destisnado ao audiovisual foram trabalhadas as ideias
do gênero drama, o roteiro e a estética do filme.
Sobre a teoria de gênero e a teoria feminista uma das principais pesquisadoras foi
Heleieth Saffioti, além de, Emma Jung, Sueli Carneiro, Heide Hartmann, Bell Hooks,
Allan Johnson, Carole Pateman. A ideia de amor e relacionamento abusivo que é
introduzida no memorial teve como base o artigo da Karina Gomes, o livro do Jurandir
Costa, os estudos de Michel Foucault, Elisa Barberá, Vivian Day et al e Greenspun.
Autores que foram base para estruturação do projeto sobre cinema e a
comunicação, Ella Shohat e Robert Stam e a importância dos meios de comunicação para
fortalecer padrões sociais, construir e manter estereótipos e Silvana Gontijo. Pensando na
teoria do cinema os nomes escolhidos para trabalhar foram Jean-Claude Carrière, André
Bazin, Robert Stam, Christian Metz e James Dudley Andrew. Para desenvolver o conceito
e realizar o roteiro cinematográfico, a narrativa foram usados como base David Bordwell,
Jean-Claude Carrière e Pascal Bonitzer, Doc Comparato, Syd Field, Leandro Saraiva e
Newton Cannito.
Além dos livros e artigos o memorial teve como referência pesquisas como: “Ligue
180: Central de atendimento à mulher” do ano de 2014 e 2015, “Violência contra a mulher,
o jovem está ligado?” e “Violência doméstica e familiar contra a mulher”. Para a produção
do curta-metragem foi feita uma lista de referências fílmicas desde a temática, do gênero
escolhido, a construção do roteiro até a estética e noções de fotografia. A lista contou com
nomes como o do diretor Pedro Almodóvar, Lars Von Trie, Sam Medes, Petra Costa,
Eduardo Coutinho, Gaspar Noé, Murilo Salles, Michelangelo Antonini, Steven Spielberg,
Claúdio Assis, Stanley Kubrick, Michael Haneke e Ridley Scott.
No primeiro momento a pesquisa ficou restrita a relatos de diversas mulheres, via
internet e como lidaram com os relacionamentos abusivos e suas experiências, depois a
pesquisa se intensificou com a delimitação bibliográfica sobre o papel da mulher na
sociedade, ideais românticos, cultural patriarcal e sobre audiovisual – técnicas desde a
roteirização até a montagem. A partir da estruturação e o entendimento dos conceitos, as
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etapas técnicas para o desenvolvimento do curta-metragem foram aplicadas desde o


storyline até a decupagem de edição.
O produto final é um curta-metragem ficcional que aborda o tema
relacionamento abusivo - violência psicológica e o abuso sexual. A produção mostra desde
situações cotidianas abusivas até a cena final, o estupro sofrido pela personagem. O
projeto procura lidar com a temática forte com iluminação clara e estética rotineira, para
fortalecer o sentimento da personagem, Marina e a relação entre eles - Eduardo e Marina.
Cinco filmes foram essenciais para auxiliar na construção do curta e na estética
cinematográfica; Eletrodoméstica (IDEM, BR, 2012), Abraços Partidos (Los Abrazos
Rotos, ESP, 2009), A Primeira Noite de Um Homem (The Graduate, EUA, 1967),
Moonrise Kingdom (IDEM, EUA, 2012) e O quarto de Jack (ROOM, EUA, 2015).
Com isso, o projeto se baseia em conceitos do drama clássico, no qual utiliza
diálogos frequentes. O curta pretende conciliar o gênero drama, a estética e a temática
violência contra mulher de forma que transforme a técnica e a escrita em imagem e som,
alcançando o objetivo de trazer cinematograficamente ideais de fortalecimento da mulher
e empoderamento feminino.
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5. VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

A violência contra a mulher é algo rotineiro, 38,72% das mulheres em situação de


violência sofrem agressões diariamente; para 33,86%, a agressão é semanal. Dados foram
divulgados no Balanço dos Atendimentos realizados de janeiro a outubro de 2015 pela
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180. São mulheres que sofrem todo o tipo de
violência, as denúncias variam de violência física, violência psicológica, violência moral,
violência patrimonial e violência sexual.
Metade das brasileiras são vítimas de violência doméstica e 49% destas têm como
agressor o próprio marido ou companheiro, de acordo com o Data Popular com o Instituto
Patrícia Galvão, 2015. O alto índice de violência contra a mulher amplifica a necessidade
de discutir o assunto e pautá-lo nos meios de comunicação, como o cinema. Reestruturar
e reconstruir socialmente o papel da mulher e como ela é vista, além de colocar em voga
discursos machistas que estão intrínsecos na sociedade. Para isto, é preciso entender o
peso que o sistema patriarcal e as discussões de gêneros têm nas relações cotidianas e de
poder.

5.1 SISTEMA PATRIARCAL

Implementou-se, então, uma hierarquia de gênero, com a primazia do homem. O


sexo masculino passou a dominar os setores da sociedade como a política, economia,
trabalho e família. O patriarcado contamina toda a sociedade, suas relações, hierarquias e
estruturas de poder.

O direito patriarcal perpassa não apenas a sociedade civil, mas impregna


também o Estado. Ainda que não se possa negar o predomínio de
atividades privadas ou íntimas na esfera da família e a prevalência de
atividades públicas no espaço do trabalho, do Estado, do lazer coletivo,
e, portanto, as diferenças entre o público e o privado, estão estes espaços
profundamente ligados e parcialmente mesclados. Para fins analíticos,
trata-se de esferas distintas; são, contudo, inseparáveis para a
compreensão do todo social. “A liberdade civil depende do direito
patriarcal”. (SAFFIOTI, 2004, p.54)

Homens americanos acreditam que a ordem social patriarcal é a única fundação


viável para a sociedade (HOOKS, 2014, p.79). Cria-se um sistema que garante a
subordinação da mulher ao homem, por meio de atitudes machistas que ajudam a reforçar
a fusão dominação - exploração masculina, atitudes estas que são neutralizadas na prática.
A hierarquia do poder implementada pelo sistema patriarcal gera um homem capaz de
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manter sobre controle as mulheres. Realidade que é mais visível dentro da relação
familiar, marido/esposa ou companheiro/companheira.

Se, na Roma antiga, o patriarca detinha poder de vida e morte sobre sua
esposa e seus filhos, hoje tal poder não mais existe, no plano de jure.
Entretanto, homens continuam matando suas parceiras, às vezes com
requintes de crueldade, esquartejando-as, ateando-lhes fogo, nelas
atirando e as deixando tetraplégicas etc. O julgamento destes criminosos
sofre, é óbvio, a influência do sexismo reinante na sociedade, que
determina o levantamento de falsas acusações – devassa é a mais comum
– contra a assassinada. (SAFFIOTI, 2004, p. 46)

O valor central da cultura gerada pela dominação-exploração patriarcal é o


controle, que perpassa todas as áreas da convivência social (JOHNSON, 1997), desde a
política até a sexualidade, de acordo com Adrienne Rich, a lei é do direito sexual
masculino. Sendo o último um dos elementos cerne do patriarcado, ela é controlada, a fim
de assegurar a fidelidade da esposa a seu marido. Para Hartmann (1979), o sistema
patriarcal é um pacto masculino capaz de garantir a opressão das mulheres.

5.1.1 Gênero e suas construções sociais

O poder do macho ainda tem espaço e a fêmea sofre com ideais machistas. Foi o
que a pesquisa do ano de 2014 “Violência contra a mulher, o jovem está ligado?” realizada
pelo Data Folha, juntamente com o Instituto Avon, mostrou que 68% dos homens
consideram incorreto que moça tenha relações sexuais no primeiro encontro e 48%
avaliam que é errado ela sair com amigos, sem o namorado, marido ou ficante sério.
“Logo, a construção social da superioridade masculina, exige a construção social
da subordinação feminina” (SAFFIOTI, 1987, p.29). A identidade social é construída e o
homem é o favorecido.

Dentre esses arquétipos há sobretudo dois investidos de grande


significado, pois, pertencendo por um lado à personalidade, e por outro
estando enraizados no inconsciente coletivo, eles constroem uma
espécie de elo de ligação ou ponte entre o pessoal e o impessoal, bem
como entre o consciente e o inconsciente. Estas duas figuras – uma é
masculina, a outra feminina – foram denominadas de animus e anima
por Jung. (JUNG, 1995, p.15)

De acordo com Jung (1992 apud SAFFIOTI, 2004) eles são estimulados a
desenvolver o animus e as mulheres o anima – nomeação dada ao princípio de cada
gênero. Sendo que estes socialmente tem proporções desequilibradas, os rapazes são
estimulados a ter mais animus que anima, de forma contrária a mulher.
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Disto decorrem, de uma parte, homens prontos a transformar a


agressividade em agressão; e mulheres, de outra parte, sensíveis, mas
frágeis para enfrentar a vida competitiva. Sendo o núcleo central de
animus o poder, tem-se, no terreno político, homens aptos ao seu
desempenho, e mulheres não-treinadas para exercê-lo. (SAFFIOTI,
2004, p. 36 – P.37)

A dominação do sexo masculino sobre o feminino vem de um contrato social


estipulado, a liberdade é do homem e a sujeição da mulher. Pateman (1993) complementa
que este contrato é capaz de criar o direito político entre os gêneros – também sexual, no
sentido do estabelecimento de um acesso contínuo do macho ao corpo das fêmeas. No
momento que estas ideologias se manifestam como regra, o grupo favorecido têm
facilidade de aceitá-las e gostar delas. Contudo, as mulheres também são culturalmente
ensinadas e educadas nos mesmos contextos, o que dificulta as mesmas de questionarem
sua “inferioridade social”.
Passam a ser educadas para aceitar o sofrimento como seu destino, encarar o papel
constante de vítima, componente masoquista que castra as possibilidades delas sentirem
prazer, além de serem responsáveis por quase tudo que não dá certo, segundo Saffioti. Se
ela é estuprada, a culpa é dela, estava de vestido curto, usava um decote. Se na educação
dos filhos do casal dá algo errado, a mãe não soube educá-los. “Mais uma vez, a vítima
sabe, racionalmente, não ter culpa alguma, mas, emocionalmente, é inevitável que se
culpabilize” (SAFFIOTI, 2004, p. 64).
Assim, 56% dos homens admitem que já cometeram alguma dessas formas de
agressão: xingou, empurrou, agrediu com palavras, deu tapa, deu soco, impediu de sair de
casa, obrigou a fazer sexo, de acordo com Data Popular, Instituto Avon - 2013, a pesquisa
“Percepções dos homens sobre a violência contra a mulher”. Mesmo em meio aos abusos
provocados conscientemente por homens, as mulheres ainda se sentem culpadas e eles
socialmente protegidos, já que por deterem o poder, são autorizados ou, pelo menos, a
sociedade tolera, para punirem o que eles consideram como desvio.

5.2 AMOR ROMÂNTICO

O amor se tornou algo natural e espontâneo, por meio de uma ideia romântica que
todos estão entregues a ele, sem chance de reação. Então se deslocou para o imaginário
social como ideal de felicidade pessoal. “O amor se tornou a última razão do sujeito,
justamente quando seu universo moral de origem não pode mais garantir-lhe o poder ideal
de outrora” (COSTA, 1998, p.20). Contudo esta não é a única ideia de amor, mas o amor
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romântico foi escolhido para ser o único trabalhado neste memorial, pela sua importância
social. Já que “na modernidade fluida, os indivíduos ainda desejam as possibilidades
românticas herdadas da estética do século XIX” (GOMES, 2011, p. 19).
Advindo da sociedade industrial e urbana do século XVIII, o amor romântico é de
maneira teórica o equilíbrio entre o desejo da felicidade individual e o compromisso com
os ideais coletivos. Ainda no século XX, o amor romântico permanecia e dominava as
formas de organização social.

Na companhia do conceito de amor eterno vieram os preceitos do


casamento indissolúvel, da constituição familiar como núcleo social
dominante, das relações afetivas e sexuais monogâmicas e
heterossexuais. (GOMES, 2011, p. 18)

“O romantismo amoroso foi e continua uma das marcas registradas da cultura


ocidental” (COSTA, 1998, p.18). O amor romântico passa a ter uma aura de
universalidade, o que o faz comum para a comunidade, o transforma em tradição, além de
ser reconhecido como o único caminho para a felicidade e assim domina o imaginário
social.

Sentimento do sentimento ou desejo do desejo, a sensibilidade


romântica, dirigida pelo ‘amor da irresolução e da ambivalência’, que
separa e une estados opostos – do entusiasmo à melancolia, da nostalgia
ao fervor, da exaltação confiante ao desespero –, contém o elemento
reflexivo de ilimitação, de inquietude e de insatisfação permanentes de
toda experiência conflitiva aguda, que tende a reproduzir-se
indefinidamente à custa dos antagonismos insolúveis que produziram.
(GOMES apud NUNES, 1978, p. 52)

Dentro dessa dualidade que perpassa o conceito de amor romântico, as mulheres


se transformaram em seu alvo principal e protagonistas deste amor emocional
(FOUCAULT, 1997). Mesmo em meio às tristezas e o sofrimento que o amor se tornou,
a procura incessante pelo único caminho da felicidade, que é o amor, faz com que se aceite
relacionamentos abusivos os quais se alternam entre ciclos de abuso “agressão, perdão,
reconciliação, maneira de demonstrar prevalência dos laços amorosos sobre a violência”
Greenspun (2002). “Realizar o amor sonhado tornou-se um desafio ou massacrante
obsessão”, que leva a um caminho de aceitação da violência e abusos (COSTA, 1998, p.
12).

5.3 RELACIONAMENTO ABUSIVO


20

De acordo com o Data Folha juntamente com o Instituto Avon, no ano de 2014
três em cada cinco mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos. Na mesma
pesquisa 66% das entrevistadas quando estimuladas admitiram que sofreram
violência/controle do parceiro e 55% do homens quando incitados contam que praticaram
violência contra a parceira. O homem deve agredir, porque precisa dominar a mulher e ela
deve suportar todo o tipo de agressões, porque é o seu destino. Esta relação cíclica da
violência constitui em uma verdadeira prisão. “A violência simbólica institui-se por meio
da adesão que o dominado não pode deixar de conceder ao dominador” (SAFFIOTI, 2001,
p. 118).
A violência doméstica apresenta características específicas. Uma das mais
relevantes é sua rotinização (SAFFIOTI, 1997). O memorial se propõe discutir relações
de agressões cotidianas, de acordo com o roteiro três violências serão abordadas no campo
teórico, sugeridas por Barberá (2004): mecanismo de controle e autoritarismo, chantagem
afetiva e coação. Elas podem se manifestar sozinhas ou ainda simultaneamente.
Advinda dos mecanismos de controle e autoritarismo de quem detém o poder e
reafirma seus status de superioridade. A reação frequente da vítima é a passividade e o
conformismo com a própria situação. Já a chantagem afetiva, em nome do amor o agressor
constrói verdadeiras torturas emocionais, entretanto são negadas em razão do próprio
sentimento. O que não diminui o sofrimento da vítima e o mesmo se utiliza do
envolvimento afetivo dela para conseguir o que deseja. A coação é quando a força física
é utilizada, como a possibilidade ou a ameaça de utilizá-la. Uma maneira de obrigar e
procurar forças a outra pessoa a realizar algo contra a vontade dela, podendo ser qualquer
procedimento.
Pela pesquisa do Data Folha realizada juntamente com o Instituto Patrícia Galvão,
ano de 2015, 11% das pesquisadas sofreram abusos ou violência sexual de algum homem
do seu convívio próximo. Situações dessa se estabelecem pois os parceiros acredita ter
controle da relação sexual, do prazer, sendo ele capaz de submeter a outra parte, de acordo
com a ideologia dominante, que a mulher não tem direito de desejar, nem direito de
escolha. Em meio a números elevados de violência contra a mulher, em meio a discursos
machistas normalizados, conceitos de amor errôneos, tipos de agressão - física,
psicológica, sexual - “a rigor, não é fácil, para uma mulher, romper com a relação amorosa
sem auxílio externo” (SAFFIOTI, 2001, p. 120). O curta-metragem (O) ao discutir pela
vida da Marina relacionamento abusivo, pode se tornar um auxílio externo capaz de
comunicar e promover mudança no público que o assiste.
21

6. AUDIOVISUAL

Para a construção de um produto audiovisual existem etapas básicas a serem


desenvolvidas, que dependem da organização e do planejamento da equipe. Inicialmente
do roteirista, diretor e produtor, mas depois alcança outros setores: a direção de fotografia,
direção de arte, a captação de som, o figurino. Desta forma o memorial propõe analisar
conceitos básicos para a construção do roteiro, como o gênero e a própria estruturação do
documento, como a estética pensada para o filme. Lembrando que na época que o curta-
metragem (O) foi produzido o cinema também é filmado em formato digital, além da
película.

6.1 DRAMA

O conceito de gênero vem da crítica literária, antes do advento do cinema. Como


na literatura, se fez necessário os filmes serem classificados, o que ocasionou definições
com objetivo metodológico. No anos 70, críticos chamaram a atenção para elementos
iconográficos dos filmes, as formas internas e externas da produção. A exterior consiste
em elementos visuais, a interior seria os meios que os elementos visuais são utilizados.
“Um sentido inclusivo no qual todos os filmes participantes do gênero” (STAM, 2003,
p.148).
Além do conceito defendido pela Escola de Frankfurt, do gênero como sintoma de
uma produção massificada. “Teóricos começaram a perceber o gênero como a
cristalização de um encontro negociado entre o cineasta e a audiência” (STAM, 2003, p.
148). Robert Stam (2003) explica que para Steav Neale o gênero era “sistemas de
orientação, expectativas e convenções que circulam entra a indústria, o texto e o sujeito”.
Utilizando-se deste sistema de orientação, o gênero cinematográfico para o curta-
metragem (O) foi o drama, de forma que antes do público assistir o filme, será possível
resgatar conceitos e referências para orientá-lo sobre o que verá na tela.
“O drama apresenta um mundo ficcional que existe em si. Como se houvesse
mesmo esse ‘outro mundo possível’ e, por alguns instantes, fôssemos capazes de
contemplá-lo” (SARAIVA, CANNITO, 2004, p. 60). Para isto é necessário que no roteiro
as questões individuais, com as relações entre os homens se deem por meio de uma forma
privilegiada, o diálogo, e são reforçadas pela mise-en-scène. Para que roteiro alcance o
objetivo de se fazer verdadeiro a quem o vê é a primazia das relações intersubjetivas,
sujeito e sujeito/sujeito e objeto.
Diferente da tragédia Grega, no drama moderno os personagens não dependem de
deuses para serem traçados e o embate não é entre um ser terreno e um ser divino. O drama
22

moderno se utiliza do homem em embate com a vontade dos outros homens. A ação
dramática do roteiro do curta-metragem, o conflito entre o relacionamento de Marina e
Eduardo, de forma que os plot point - pontos de virada - da narrativa são os conflitos
ocasionados pelas diferenças de vontades dos personagens, advinda da naturalização dos
discursos machistas pelo Eduardo. Desta forma, “diferentemente do épico, que narra fatos
passados, o drama mostra um mundo que está “acontecendo” no exato momento em que
falamos” (SARAIVA, CANNITO, 2004, p. 61).

6.2 ROTEIRO

Na hora de escrever um roteiro, o caminho para construir a narrativa é variável.


Há pessoas que começam com um tema que lhes interessa ou que conhece bem; há quem
comece por um conflito pontual; outras, por um espaço ou imagem, por uma música, ou
ainda pelo vislumbre de um personagem. Quer dizer, comece por onde você bem entender
(SARAIVA, CANNITO, 2004, p. 33).
Não existe uma regra para transformar a escrita em imagem e som. Segundo
Saraiva e Cannito (2009), o começo de um roteiro é uma intuição e um desejo de expressar
uma ideia, mas para isso é preciso ter contato direto com as diversas estruturas de outros
roteiros. Essa ideia, ou ponto principal da história, não se encontra estruturada em um
primeiro momento. O que se encontra ali é um vago ponto de partida e temas soltos. “Um
roteiro é um instrumento de comunicação e deve ser escrito de modo a facilitar ao seu
leitor a visualização da história” (SARAIVA, CANNITO, 2004, p. 18).
Não se pode imaginar um roteiro que se lançasse totalmente à aventura. É
necessário pelo menos ter em vista a duração do filme e o orçamento disponível
(CARRIÈRRE; BONITZE, 1996, p. 34). Todavia, a preocupação não pode extirpar a
criatividade narrativa e a preocupação de alcançar o público. Para que isto esteja mais
próximo de acontecer “não deveria haver cenas, num filme, que não fossem portadoras de
um sentimento, conduzidas por um sentimento” (CARRIÈRRE; BONITZE, 1996, p. 97).
Doc Comparato (1995) divide a construção do fio condutor da narrativa em
começo, meio e fim, que constroem uma narrativa clássica. No primeiro momento há uma
situação desestabilizadora, uma promessa, uma expectativa e o conflito aparece. No
segundo ato complicação do problema piora a situação, tentativa de normalização,
levando a lição ao limite. No terceiro tem-se o clímax e a resolução do problema.
Estruturação que é pensada, também, por Syd Field (2001) - Ato I, Ato II e Ato III.
Ele explica como Ato I de apresentação, os personagens são apresentados, do que
se trata a história, como ela está. Neste primeiro momento cria-se um contexto que pode
sustentar a história. No Ato II de confrontação, o personagem principal tem obstáculos,
23

um após o outro, que impedem o personagem de chegar a sua necessidade dramática,


construindo a ação por meio de conflitos. O Ato III de resolução, a história está dentro do
contexto dramático, o que gera uma resolução, a solução da história, mas não é o fim. O
fim é a sequência após a solução. Segundo Syd Field (2001) a forma de escrever um
roteiro é chamada de paradigma, ou seja, uma fórmula de bom roteiro não é,
necessariamente, a base para se construir uma história coesa.
Contudo, a produção do curta-metragem (O) não se utiliza da estrutura clássica da
narrativa, possui plot point que se desintegram na narrativa, o que faz parecer um roteiro
sem altos e baixos como explicado por Doc Comparato e Syd Field. Outra diferença vem
no final do produto, no ato III de resolução, o curta não se altera, obtém um clímax que é
o estupro da personagem pelo seu companheiro Eduardo, o que vem acontecer com os
personagens depois, com o relacionamento não é possível saber. Já como representação,
consideramos o mundo ficcional da narrativa, o retrato de uma determinada realidade ou
seus significados mais amplos (BORDWELL, 1985: XI).

6.3 ESTÉTICA DO FILME

Atividades cotidianas, o relacionamento de um casal, brigas rotineiras que


começam e acabam sozinhas, estas são escolhas narrativas do curta-metragem (O). A
construção do roteiro lembra Eletrodoméstica (IDEM, BR, 2012), com plots diluídos e
um clímax na cena final quando a personagem faz amor com a máquina de lavar. No curta
a sequência final é quando Eduardo estupra Marina e, como o Eletrodoméstica, o final
também está em aberto.
Violência contra a mulher em relações de afeto e abuso sexual são temáticas que,
quando nomeadas, alcançam um imaginário social muito forte e trazem moralmente ao
espectador raiva e repulsa. Contudo, o produto não tem como objetivo trazer o assunto
por meio de acontecimentos extremos de violência e abuso. Discute a naturalização de
violência nos relacionamentos amorosos e a rotina de discursos machistas.
O curta opta por trabalhar com iluminação próxima a de um dia de sol. A trama se
passa dentro de um apartamento pequeno, a claridade é suave na locação com tonalidade
mais próxima do azul do que do laranja - utiliza-se em maioria lâmpadas frias. A escolha
de trabalhar a iluminação mais próxima da natural é uma decisão de aproximar o
espectador de uma construção imagética do cotidiano, pois trazer conceitos e truques
“fantasiosos” iriam adicionar uma camada audiovisual capaz de competir com a temática,
que tem grande peso no diálogo da trama. Para isto a opção de “menos é mais” é para
destacar o que vai ser falado e a própria ação. Próxima da iluminação do segundo
24

momento do filme O quarto de Jack (ROOM, EUA, 2015) - quando Ma e Jack conseguem
escapar.
O começo do produto, o apartamento em que Marina e Eduardo vivem é
apresentado com planos detalhes, imagens cautelosas e ritmo desacelerado, como forma
de situar o espectador de onde a trama vai se passar. A camada de som inicial são barulhos
de atividades cotidianas, Marina levantando da cama, caminhando até o banheiro,
fechando a porta, ligando a torneira combinados a uma trilha. Ainda distantes da ação
dramática o som está mais longe, um pouco abafado. Quando diálogo começar o som se
altera, o espectador e a câmera despertam e começam o dia junto com os personagens.
No decorrer do curta-metragem a trilha auxilia a construção da narrativa e
intensifica emoções e sensações que o filme propõe trazer ao público. A linha harmônica
é pontuada e marcada em todos os momentos do filme - início, meio e fim. No começo a
música mais calma, vai apresentando o local, os personagens. A medida que Marina
começa a sofrer abusos cotidianos, a trilha vai se amplificando e tomando mais corpo e
peso na proposta, até chegar na cena final que os sons são responsáveis por criar atmosfera
de suspense. Desta forma, a música é capaz de dividir os momentos do curta e preparar o
público para as próximas cenas.
Os enquadramentos têm como objetivo fortalecer as ações dos personagens,
toques, relação entre personagens e o cenário. Escolhas que trarão intenções e contribuirão
para o fortalecimento da mensagem que está sendo trabalhada no roteiro no diálogo.
“Alguns autores consideram que pode existir a montagem no plano, mostrando a
importância daquilo que chamamos montagem interna, que vem a ser um tratamento dado
à cena e ao enquadramento” (MOURÃO, 1987, p. 39).
A maneira como os enquadramentos do filme são construídos traz uma variação
próxima as produções do diretor Pedro Almodóvar, com a presença de planos detalhes e
planos conjuntos que além de destacar o cenário, compõem os personagens no plano,
como por exemplo o filme Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos, ESP, 2009) e nas
produções de Wes Anderson, como por exemplo, Moonrise Kingdom (IDEM, EUA,
2012).
(O) deseja tratar uma temática realista, se utilizando de filmagens observacionais,
ou melhor, como se fossem, juntamente com sequências dirigidas. Forma de destacar a
discussão dos conceitos documentário e ficção e aproximá-los. Para o diretor Chico
Teixeira, em entrevista para a TV Brasil, é muito próximo para ele o documentário da
ficção. Segundo Metz “todo filme é um filme de ficção”, pois todos são representações.
João Moreira Salles à revista Bravo!, em um encontro de cineastas que estreavam ficções
documentais em 2008:
25

Há várias coisas do cinema de ficção brasileiro atual que remetem ao


documentário. (...) A utilização da paisagem real, a recusa do estúdio, a
aceitação da luz brasileira. E também o trabalho de cineastas com atores
não profissionais, muitas vezes pertencentes às regiões retratadas nos
filmes. (NIGRI, 2008)

A direção de arte juntamente com a iluminação trazem uma ideia de calmaria,


tirando o peso estético do filme. As cores serão claras, com tonalidades mais abertas –
principalmente no começo do filme - e tudo estará em ordem, o que diferencia e coloca
em conflito de maneira constante o relacionamento complicado deles. Mas a medida que
o curta-metragem vai se conduzindo as cores escuras, como a blusa do Eduardo, os
armários da cozinha anunciam os abusos e a violência. A procura pela simetria se
distancia da proposta de trabalhar elementos cinematográficos próximos à realidade,
contudo, ao fazer isto é reafirmado na narrativa escolhas ficcionais. As alterações no
cenário são uma forma de levar um incômodo ao público.
No decorrer da trama os objetos evidenciam características dos personagens e
ligam as cenas de maneira simbólica. Com isso, os objetos de cenas auxiliarão a
construção de um diálogo com o restante do filme, capaz de conversar e alcançar o
espectador. “Os cenários não deviam ser uma cortina de fundo do diálogo, argumentavam
os construtivistas, mas deviam funcionar em igualdade de condição como o diálogo, quase
em diálogo com o diálogo” (ANDREW, 2002, p. 48-49).
A montagem durante a maioria do filme se utiliza do conceito americano clássico
de montagem, “invisível”. Os cortes dos planos não têm outro objetivo que o de analisar
o acontecimento segundo a lógica matemática ou dramática da cena (BAZIN, 1991, p.
64), mantendo uma continuidade lógica de forma a juntar os planos sem quebras na
narrativa. Mas na sequência final referente ao estupro da personagem Marina, a montagem
trabalha com a teoria da justaposição proposta por Sergei Eisenstein.
Pela junção dos planos que o espectador entenderá o estupro cometido pelo
Eduardo. Ao se escutar gemidos únicos de Eduardo e ver imagens intercaladas de Marina
na banheira, seu lugar de refúgio, local onde Eduardo tenta alcança-la, em um ritmo de
idas e vindas dos personagens. A variação a montagem vai de acordo com a presença das
pétalas de rosa lembrando o relacionamento deles, além do ideal de amor romântico que
a flor representa, a presença do sangue que mostrará visualmente o ápice do estupro. Como
a sequência da piscina no filme A Primeira Noite de Um Homem (The Graduate, EUA,
1967, Mike Nichols).
26

Eisenstein por outro lado, sustentava que a justaposição de dois planos


deveria assemelhar-se a um “ato de criação”: cada corte deve gerar um
conflito entre dois planos unidos, fazendo com que na mente dos
espectadores surja um terceiro conceito, que será precisamente a
“imagem” (LEONE; MOURÃO, 1993, p. 51)

Desta forma o curta pretende trazer para estética do filme conceitos técnicos que
reafirmem a possível vertente documental do roteiro, ampliando o alcance da
problemática cotidiana: violência contra a mulher e relacionamento abusivo. Contudo no
decorrer da filmagem elementos serão responsáveis por conectar o espectador a um mundo
inventado cinematograficamente, o ficcional.
27

7. DIÁRIO DE BORDO

Dia 16 de Março

Como de costume no audiovisual, os problemas são constantes e o tempo para


solucioná-los curto e gostaria de informar que essa é uma premissa válida para todos os
segmentos de produto: no planejamento, no roteiro, na equipe, no cenário. Como não sou
exceção à regra e iniciante no processo da linguagem audiovisual, claro que os meus erros
começaram pelo tema - a primeira coisa que você tem que decidir - eu não sabia, isso
mesmo, não sabia o tema.
Transformar pensamentos em ideias, frases em imagens com funções narrativas
mexem com dois mundos, interno e externo, porque é uma parte sua que está oferecendo
ao público futuro do filme, que irá alcançar ou não as suas expectativas. Então é obrigado
a fazer escolhas a todo instante, já que das diversas possibilidades de discursos de uma
ideia, precisa organizá-la para comunicá-la.
No meu caso tinha uma proposta pronta, o documentário “O Imaginário do Parto”,
mas não era o momento de produzi-lo, então aos 45 do segundo tempo voltei à dúvida da
maioria dos alunos de Laboratório de Projetos: “Vou pesquisar sobre o quê?”. Com pouco
tempo para pensar sobre o que escrever decidi ir pelo caminho aparentemente mais fácil,
já que sou mulher e discussão sobre gênero me interessa: universo feminino.
Depois de cogitar escrever sobre menstruação como um acontecimento natural e
orgânico, me encontrei novamente em um outro problema, como iria produzir o roteiro?
O que pensei em fazer não era capaz de produzir neste momento, nem financeiramente,
nem a estética, nem direcionar a atriz e o diretor de fotografia. Desta forma, voltei ao
grande tema universo feminino.
Foi ao ouvir Grude, música de Itamar Assumpção com participação de Ney
Matogrosso, que o tema relacionamento abusivo chegou aos meus ouvidos, por meio da
frase: “Não desgrudo de você nem por decreto”. Resolvi trabalhar com os discursos
machistas normalizados e como eles são capazes de gerar relacionamentos abusivos em
escalas sutis, mas que alcançam com o passar do tempo outras proporções. Desta forma o
tema foi escolhido, mas outras dúvidas estão a caminho.

Dia 23 de março

Depois de estar completamente perdida nas demandas, necessidades e escolhas


para a produção de um produto acadêmico, ainda tenho dificuldade de organizar tudo o
que perpassa a proposta e a importância de transformar em imagem um discurso interno.
28

Surge todos os dias um sentimento de preocupação com o que vai ser produzido e o que
vou acrescentar em uma discussão social ampla já existente. Desta forma o medo
constante de em algum momento o tema se perder na proposta pela sua grandeza.
No meio de todas as expectativas ainda estou com dificuldade de sair do lugar e
ficar satisfeita com as etapas do trabalho. Por isso a primeira coisa a se fazer quando está
perdida é parar, se organizar, criar demandas claras e objetivos palpáveis - palavra-chave
planejamento. Atrasada com o projeto, só no terceiro encontro levei um cronograma com
o que teria que apresentar semanalmente para o meu orientador, a lista de filmes para tirar
as referências estéticas e a lista de livros para a auxiliar na escrita do memorial. Contudo,
ainda em meio a papéis e datas continuo perdida para estruturar o projeto de conclusão de
curso.
Nesta data informei e conversei com o orientador a respeito da temática escolhida
- violência contra a mulher: relacionamento abusivo. Foi neste dia que começamos a
decidir como estruturar o memorial, por sugestão do orientador foi dividido em temática,
roteiro e estética.

Dia 30 de março

Mesmo com os discursos militantes naturalizados e a procura constante pela


conscientização do peso social do machismo no meu cotidiano como mulher, estruturar e
expor toda a problemática do tema em forma de roteiro audiovisual me causa medo. Será
que vou alcançar o problema? Será que não estou menosprezando a temática? Será que
estou sendo justa? Será que este é um relacionamento abusivo? Mesmo a leitura de relatos
serem algo frequente na minha rotina, mesmo anteriormente à decisão de realizá-lo como
produto, o medo existia. Não tinha a totalidade dos fatos, dos discursos - nunca vou ter -
mas a preocupação de errar foi constante durante todo o processo. Contudo, os prazos
estavam apertados e tinha que caminhar mesmo não sendo da maneira que queria. Então
o storyline foi feito, mas o argumento não saiu, não saia. Após a escolha da lista de livros,
comecei a leitura.

Dia 06 de abril

De acordo com o cronograma esta data estaria reservada para leitura dos livros e
começar a pensar na estética do filme. Com o argumento atrasado ainda tinha que pensar
nele.
29

Dia 13 de abril

Como o argumento não caminhava, a opção para não atrasar todas as demandas
foi escrever o roteiro primeiro. No dia 13 entreguei a primeira versão do mesmo, mas não
consegui desenvolver a trama. A base para o roteiro foi uma fala machista da minha avó:
“Homem só gosta de duas coisas: comida e sexo”. Por isso a trama tem a divisão temporal
de acordo com a alimentação dos personagens e a sexualidade. Com a primeira versão
pronta, mas ainda cheia de alterações a trama ainda não estava clara para mim. Alterações
foram sugeridas pelo prof. Alex Vidigal, trazer a personagem mulher mais para o curta,
de forma que ela não fosse apática à situação, mostrar um relacionamento mais
fundamentado entre eles, trazer ideias por meio dos diálogos que liguem o relacionamento
deles a situações que não estão na trama, mas de forma que o público entenda que é
cotidiana. Uma pergunta essencial feita pelo orientador para entender sobre quem estava
falando. Quem era o personagem principal? Respondi prontamente ser o homem, o que
dificultava de escrever diálogos reais. Continuo a leitura dos livros.

Dia 20 de abril

A partir desta data o cronograma passa a ter dificuldade de ser seguido, poucas
informações foram alteradas, mas uma segunda versão do roteiro foi entregue com poucas
alterações, porém já caminha para uma versão que mais me agradava. Continuo a leitura
dos livros.

Dia 27 de abril

Não obtive orientação nesta semana, mas continuei lendo os livros e não consegui
começar a escrever o pré-projeto, queria finalizar uma quantidade de livros específica da
lista e não conseguia escrever nada até finalizar - não me sentia apta para.

Dia 04 de maio

Junto com a segunda versão do roteiro, já apresentada anteriormente, mostrei o


argumento e o começo do diário de bordo. Contudo, o roteiro ainda está longe do
planejado, Marina não está consolidada como personagem, Eduardo também caminha
com dificuldade para se fazer “real” na narrativa. Desta forma os diálogos estão sem
fluidez e precisam de outras versões que serão melhoradas no segundo semestre. Continuo
30

a leitura dos livros. Descobri que precisava entregar neste primeiro semestre a parte escrita
do memorial. Os dados de pesquisa sobre violência contra a mulher, cultura machista já
estavam selecionados.

Dia 11 de maio

Da semana passada para esta comecei a fechar a estrutura de maneira mais clara e
finalizar o fichamento dos livros. Terminei de ler os livros, deixando alguns para o
segundo semestre como Simone de Beauvoir e Bauman, que são essenciais para a
discussão do meu tema. A certeza e o conhecimento mínimo sobre eles fizeram com que
eu os abandonasse – e não deu tempo de lê-los. Comecei a escrever a apresentação,
justificativa, objetivos e metodologia. Além de ser questionada acerca da equipe que
escolheria para a gravação - ressaltando a falta de uma certeza de nome para direção de
arte e produção. Já que desejava ser responsável pela produção do curta, mas fui
aconselhada a manter funções e desacumular trabalhos mesmo conhecendo o ofício de
produtora.

Dia 18 de maio

Não obtive essa orientação, mas já me organizava para começar a escrever. Os


fichamentos estavam finalizados e passei a escolher falas que interessavam.

Dia 25 de maio

Nesta data entreguei os dois capítulos que foram pensados no início do período de
orientação com o prof. Alex Vidigal, faltando o capítulo sobre estética do filme. Mas
mesmo com boa parte do projeto encaminhado faltavam pequenos detalhes que, quando
colocados no papel, criavam uma lista média de afazeres que incluíam: organizar o
sumário e a capa, terminar o diário de bordo, estruturar os roteiros, escrever a terceira
versão do roteiro e do argumento, transformar o cronograma escrito em tabela do Excel,
arrumar as referências, conferir a ABNT e ainda faltava escrever o capítulo de estética do
filme.
A primeira versão do memorial foi lida pelo orientador, que solicitou alterações de
texto, além de repensar a organização dos capítulos existentes.

Dia 01 de junho
31

A última data para a revisão do orientador antes de enviá-lo para a banca


avaliadora. Nesta semana convidei pessoalmente as professoras - Rosana Pavarino e
Florence Dravet - para fazerem parte da minha banca e foi enviado um e-mail para as
mesmas. O trabalho final passou pela revisão.

Dia 15 de agosto

Começou o último semestre, já é minha banca 2 passou rápido. Fiquei as férias


inteiras pensando nas considerações das avaliadoras, devo carregar cada inquietação e
crítica em minhas orientações futuras. Questionamentos que toda vez que for tentar
escrever meu roteiro vou pensar. Elas tem razão eu preciso aumentar a participação da
minha personagem feminina, mas não sei como trazer um personagem que tem tanto peso
para mim de forma natural para tela. A prof. Rosana me deu algumas possibilidades, a
prof. Florence insistiu que nós mulheres temos que convencer o homem das atitudes
machistas. Vou ter que dar um jeito de achar uma saída para este roteiro incompleto e
ainda desestruturado.
Mas também preciso pensar na minha equipe, neste momento vem a importância
de conhecer outras pessoas no decorrer da sua vida acadêmica. A única opção viável para
produção seria uma amiga, já havíamos trabalhado juntas, mas que já tinha se formado e
estava cheia de outras demandas. Como esta opção era a mesma para o meu orientador, o
convite foi feito antes da orientação.
Na semana anterior a esta convidei a minha amiga e produtora. A pesquisa de
locação pelo airbnb foi a primeira demanda a ser passada, pois já tinha ideia de como
queria o espaço e sabia minimamente quais espaços iria precisar. Demanda que precisava
ser entregue uma lista mínima de opções até dia 15 de agosto. Neste dia nada foi entregue.
Então as primeiras preocupações com horários da produtora e comunicação começaram.
Fizemos a primeira reunião questionando a possibilidade de pegar o trabalho, pois confio
no trabalho dela de produtora, mas a preocupação com o tempo e de atrapalhá-la era algo
constante.

Dia 22 de agosto

Foi a primeira orientação oficial depois que voltamos das férias. Foi nesta reunião
que a equipe principal foi fechada oficialmente com meu orientador, mesmo desde o
32

semestre passado a maior parte da equipe já estar definida a problemática da produção


ainda seria fechada.
Qual era problemática da produção? A minha vontade de realizar a função, já que
é o meu trabalho diário e o que gosto de fazer, além de ter a dificuldade de confiar o
trabalho para outra pessoa. Sim, não sabia quem colocar na função. Então cheguei com as
minhas inquietações sobre as dificuldades de horário da produtora e a dificuldade de
deixar outra pessoa produzir. Questionamentos que foram feitos para ela no dia do convite,
pois não queria atrapalhá-la já que este era um projeto que não teria cachê.
Com a equipe fechada e algumas ansiedades e medos, pois dirigir um projeto ainda
me preocupava. Já que, mesmo participando de outros sets, vendo outros diretores em
suas funções e lendo sobre o trabalho do diretor, na prática é diferente e minha cabeça
sempre pulsava preocupações de produção. Levei a 3ª verão do roteiro (apêndice C – 1.3).

Dia 30 de agosto

Neste encontro foram definidos os possíveis dias, a gravação seria para o dia 30
de setembro e dias 01 e 02 de outubro. As visitas das locações ficariam entre o dia 29 de
agosto até 10 de setembro, a visita deveria ser feita com presença da direção, da direção
de fotografia, da direção de arte, da produção e do som direto. Mas entre a teoria e a prática
o caminho não se mantinha, já que juntar as agendas de todos já sabíamos que causaria
problemas.
Neste mesmo dia houve a leitura da 4ª versão do roteiro (apêndice C – 1.4), o
Galinha. A outra versão ficaria para o dia 31 de agosto e a decupagem de produção ficaria
para o dia 05 de setembro, caso a 4ª versão fosse a última. Na mesma data deveria ser
entregue a 1ª versão do roteiro decupado, a 2ª versão ficaria para o dia 12 de setembro e
última versão para o dia 19 de setembro.
A ordem do dia deveria ser entregue no dia 26 de setembro. A arte deveria ter as
referências estéticas entre a semana do dia 12 de agosto e 09 de setembro e a semana de
compra de objetos de cena necessários ficaria entre o dia 13 a 19 de setembro.

Dia 05 de setembro

Não houve orientação oficial, mas as demandas continuavam a ser realizadas de


acordo com as datas estipuladas. Mesmo sem orientação na data marcada era necessário
encontrar o Vidigal, o tempo era curto e ainda não tinha um roteiro finalizado, nem sei se
perto estava, já que toda orientação parecia mais longe. Ainda estávamos mexendo na
33

versão do roteiro. Então levei duas versões de roteiro: a do ainda Galinha (apêndice C –
1.5) e de outro roteiro que estava mais no campo do simbólico, que não tinha nome e era
chamado de Galinha ou XXXX (apêndice C – 1.6).
Foi isso mesmo, no momento que estava finalizando o roteiro Galinha, eu resolvi
ter uma nova ideia, já não bastasse as datas estarem próximas e demandas já começarem
a ficar atrasadas, ainda entreguei um roteiro mais sutil e inacabado. Teria que fazer o
trabalho todo de novo, reconstruir novamente o roteiro. Sim, fiz isso faltando poucos dias
para a gravação. Já que a data da filmagem não seria alterada.
A locação estava sendo procurada, mas tínhamos dificuldade de fechar já que o
roteiro ainda não estava pronto. No dia 06 uma versão incompleta de roteiro foi enviada
à equipe. A lista de locação foi alterada na esperança da diretora gostar de algo. Neste
novo roteiro o simbolismo era o peso, a flor da briga anterior tinha virado um elemento
de muita importância. Não teve como, tive que refazer todo o processo. No final da semana
entregue a sétima versão do roteiro (apêndice C – 1.7).

Dia 12 de setembro

Ainda com versões de roteiro em discussão, as orientações se resumiam em tentar


finalizá-lo. A presença do meu orientador foi de extrema importância, pois os
questionamentos sobre a narrativa e a construção dos personagens me ajudavam cada dia
mais a entender ideias básicas para a construção de um fio condutor capaz de se sustentar.
O processo do roteiro começou sofrido, pensar na possibilidade de vender uma
história era assustador, pois eu teria que sustentar uma ficção, segurar um público e
agradá-lo de certa forma. Para mim pensar nisso todas as vezes que pegava o roteiro para
escrevê-lo fazia do processo sofrido, já que tudo que estava no papel tinha uma
importância social e cultural.
Como já foi possível notar, nessa altura do campeonato a temática tem muito peso
e importância para mim e tratá-la de qualquer forma não seria uma opção e qualquer
pequena falha minha poderia me levar a um desapontamento. Mas tentar encarar sempre
como uma experiência aliviava os questionamentos ideológicos frequentes na minha
mente – outra vez devo agradecer ao meu orientador. Enquanto pensava em todas essas
problemáticas e dramas internos, tinha um novo roteiro que precisava ser finalizado.
Desde então os encontros com o orientador passaram a ficar mais constantes já
que havia uma urgência em entregar este roteiro. Com o passar do tempo realizar este
processo criativo era agradável e positivo, contudo a minha cabeça de produtora não
parava de pensar nas datas e nas necessidades de fechar demandas para se produzir o curta.
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Isso me afobou bastante, então era uma dicotomia eterna, minha cabeça de produção
latejando e a sensação de ser roteirista, que neste momento já era fantástica.
Não que eu era fantástica na construção do roteiro, mas a possibilidade de entender
na prática e as conversas constantes com meu orientador sobre o texto me fizeram, por
muitas vezes, querer formar um semestre à frente, porque quanto mais eu escrevia e
mudava o roteiro, mais possibilidades surgiam. Esta semana minhas preocupações com o
roteiro eram intensas, minha cabeça estava a mil com as datas se aproximando e muitas
demandas travadas por minha causa.
O roteiro não estava pronto, nunca ficava bom. Mas nesse momento mesmo com
a ansiedade e a preocupação de produtora, trabalhar como roteirista já me agradava, queria
até entregar só um roteiro, porque ter 2 semestres para escrever um roteiro parecia pouco,
queria ficar mais um ano. Não sei quanto tempo queria, mas tudo era tão intenso, que
qualquer alteração poderia mudar a construção do roteiro e como o público ia ver o
personagem. Tudo podia ser questionado e reinventado. Trazer a naturalidade, o cotidiano,
a vida em palavras começou a ser interessante, mas ao mesmo tempo meu trabalho
precisava ser finalizado.
Neste momento a distância com a produção me atrapalhava diariamente, não
conseguia unir a equipe, me sentia deslocada e com muitas preocupações. Todo os dias
que encontrava o Vidigal com uma versão de roteiro eu falava: “Quando posso enviar este
roteiro para minha equipe? Temos decisões a tomar”. Ele sempre respondia: “Calma, vai
dar certo, mas precisamos melhorar coisas ainda, se você for para um set com um roteiro
mais fechado vai facilitar toda a sua pré-produção e gravação”. Então eu acreditei no meu
orientador. Levei nesta semana a oitava e a nona versão do roteiro (apêndice C – 1.8; 1.9).

Dia 19 de setembro

De acordo com a necessidade e a urgência, esta semana precisava entregar outras


versões do roteiro, precisava fechá-lo narrativamente. Então tinha até sexta-feira para
entregar a última versão, que depois foi segunda-feira da próxima semana, por causa de
outros compromissos. Ter a possibilidade de conversar com meu assistente me acalmava,
as ideias e os questionamentos dele me auxiliaram bastante para finalizar o roteiro, em
todas as versões feitas.
Naquela semana já tínhamos a primeira reunião de equipe geral, na sexta-feira na
casa da atriz, dia 23. No começo da semana levei a décima versão do roteiro (apêndice C
– 1.10). Todas as decisões que tínhamos para tomar como equipe era de acordo com a
última versão (apêndice C – 1.11) enviada no dia 20 de setembro – que para mim ainda
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poderíamos mexer mais, mas não dava tempo. Sim, os núcleos tinham 03 dias para trazer
questionamentos para discutirmos. Ainda não tínhamos nenhuma locação e íamos gravar
no dia 30 e a produção estava ainda na pesquisa de uma locação. A direção de arte teria
que levar referências básicas e a produção já teria que entregar na sexta uma decupagem
de produção – que foi entregue somente no começo da outra semana já que esqueceram.
Nesta semana as preocupações da semana passada só aumentavam e o desespero
começa a aparecer, mas sempre tentei me manter calma, pelo menos aparentemente, e se
manter calma por fora uma hora você acredita. Então tinha que trabalhar todos os dias a
preocupação de não dar tempo, ainda não tínhamos locação, a única visita que foi feita o
lugar era pequeno, mas tinha a possibilidade de vermos um espaço parecido, porém
dependíamos do dono deste apartamento. Ainda a minha comunicação com a produtora
me preocupava.
No dia 20 o roteiro foi entregue e todos começaram a correr com suas funções,
uma locação tinha aumentado, era uma locação com água – que ficamos entre banheira,
piscina, caixa d´água. Na reunião de sexta olhamos todos os sites de motel de Brasília para
tentar achar uma opção. A preocupação da produção aumentava, muitas demandas para
finalizar e coisas novas para resolver. Segunda-feira também era o dia de entregar a
primeira versão do roteiro decupado.

Dia 26 de setembro a 01 de outubro

Já estamos na semana de gravação, a arte já tinha entregue uma ideia inicial de


como trabalharia o local, mas ainda não tinha o local. Foi feita nossa segunda visita,
exatamente na segunda, o lugar era perfeito tinha a banheira que a gente precisava o quarto
era espaçoso e cozinha clean, nossa a produção fez daquele dia um dos melhores em
tempo. Parecia que tudo ia se resolver.
Então fomos na visita, o local era no Lago Norte, meio longe, poderia ser no gogó
da ema, mas era a cara do curta. Chegamos lá, vou dizer que foi uma boa pesquisa
antropológica, não gosto de juntar a palavra doida e mulher por qualquer motivo, porque
mulher louca é um discurso bem naturalizado e rotineiro. Mas chegar no lugar e ela
perguntar se íamos gravar um pornô e perguntar se o ator era uma cara de respeito – foram
questionamentos bem estranhos para menos de 2 minutos de conversa.
Vimos o espaço, tentei passar a ideia do roteiro decupado para ver se teria espaço,
mas não podíamos fazer nada, se andasse mais rápido poderia quebrar qualquer coisa dela.
Não podíamos encostar em muita coisa. Mas me diga como entraríamos com equipamento
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em um lugar que não podia nem respirar. Rapidamente o lugar se tornou inviável, pois a
banheira era bem sensível e íamos usar corante vermelho na água e ela via manchas na
banheira que ninguém via. Então gravar em um lugar onde tudo é muito sensível é ser
bem ousado, pois ela poderia ver problema em qualquer lugar e falar que foi a gente.
Outra problemática era que no Airbnb ela cobrava um valor, depois que viu que
era uma “equipe de televisão” – sim, para ela era isso, uma equipe de televisão, não uns
alunos que iriam fazer um TCC – o valor aumento e teria que cobrar um valor de segurança
da banheira que custava aproximadamente 15 mil reais – vinda de São Paulo. Tirando
tudo isso, ainda queria alugar a casa inteira, cobrar um valor a mais pois iríamos gravar e
ainda deixar um inquilino no lugar.
Saímos de lá e voltamos para o zero, o set começava na sexta e não tínhamos nada
resolvido. Voltei a pensar na primeira locação pequena que tínhamos visto, mas a
produtora esqueceu de me avisar que não era uma opção desde o dia da visita. Então o
plano B caiu. Lembrei que tinha me falado que o dono do primeiro apartamento tinha um
amigo que estava com um local reformado e não tinha conseguido ainda alugar para
ninguém. Vai a produção atrás de falar com o dono do primeiro apartamento e pedir favor.
Mas não podíamos contar com isso já que era um favor e não sabíamos se daria certo.
No dia 28 do primeiro prelight fomos fazer uma visita pela manhã em um espaço
viável, na Asa Norte. A demanda com o dono do primeiro apartamento rolando. Visitar
esse terceiro apartamento na Asa Norte foi lindo, conheci uma mulher muito agradável
com um apartamento lindo, que iria fazer um preço bacana, mais barato que o que
divulgava no Airbnb – pagando à vista. Estava ótimo, uma pessoa fácil de lidar e tinha
móveis lindos que ela mesmo confeccionava, além de adorar luminárias. Visitamos o
lugar no dia 28 pela manhã e combinamos de fechar o aluguel do espaço até o dia 29.
No dia 29 minha produtora conseguiu marcar de ver o lugar do amigo do dono do
primeiro apartamento. Maravilha, ele ainda não cobraria o espaço. Foi ótimo, então quinta
pela manhã tínhamos a locação com muito custo e muito trabalho da produção – tanto a
produtora como sua assistente. Já saíamos de lá com a chave, ótimo. Quando foi quinta a
equipe já estava no lugar, já aconteceu o ensaio com os atores na locação final. Fiquei
dormindo no espaço desde quinta até domingo, a atriz e a assistente também. A equipe
chegaria na sexta, o diretor de fotografia foi para fazer prelight de manhã e depois voltou
a noite e toda a equipe principal ficou dormindo no apartamento – uma cobertura na Asa
Sul.
Foi um final de semana intenso e cansativo, dormíamos todos muito tarde e
acordávamos muito cedo. Esta semana foi bem intensa, então vou ter que tentar organizar
este texto melhor, se for possível, já que eu só solto minha sensações, problemas e dúvidas
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como em um livro aberto sem nenhum filtro, como se quisesse apenas tirar o peso das
palavras e da experiência e transformá-las em algo palpável. Como forma de me recuperar
um pouco da quantidade de coisa que se passa freneticamente na minha mente.
Até quinta cada núcleo ficou responsável e sabia o que tinha que fazer, o roteiro já
estava pronto, o roteiro decupado ainda estava sendo finalizado de acordo com o local.
Mas quando foi quinta-feira que fechei a locação e quis olhar para ver todos os núcleos
entrarem em ação, nada estava organizado, a lista da arte estava pronta, mas nada tinha
sido organizado pela produção. O set começava na sexta a ser preparado e não sabe quem
vai levar o que e quem vai comprar. Entrei em pânico, meus pensamentos de produção
começaram a pipocar, tinha que resolver esse problema, o set ia acontecer, já estava com
a chave. Então fui resolver as demandas, organizei a saída da arte com a produção para
eles comprarem o que precisava.
Cheguei em casa e comecei a ver o que tinha para usar na direção de arte, levei
minha casa inteira. A atriz chegou a noite e se dispôs a levar uma parte das coisas e foi
assim na correria que o set ficou pronto. A arte ficou de maneira intensa todos os dias,
tinha muita coisa para resolver e era uma experiência – que no final deu certo. Mesmo
com todos os probleminhas, ver a equipe disposta a fazer funcionar foi ótimo. Fiquei muito
chateada, estava resolvendo minhas demandas de direção o mais rápido que conseguia e
não tinha nada organizado.
A quinta e sexta foram os piores dias, não queria estar naquele set, mas eu ia fazer
ele funcionar. Porque eu tinha uma equipe, amigos que estavam doando o tempo deles de
um final de semana intenso para trabalhar, me senti muito culpada. Eu merecia dar para
eles condições de trabalhar e não tinha nenhuma, minha equipe não estava integrada, só
via problemas surgindo e com a dificuldade de comunicação com a produção, eu ia
tentando organizar e resolver e demandando quando dava tempo. Como eu chorei esses
dias, não sei se todos da equipe sabem, mas se lerem meu memorial eu peço desculpas a
todos, pela correria e loucura que foi.
Sexta eu já estava acabada precisando finalizar meu roteiro decupado, mas tendo
que sair com produção para resolver minha demanda, no final da noite meu orientador já
pensava em um plano B de produção. Eu não achava necessário, pois estava tudo corrido
– muito por minha culpa também, mas as coisas iam se ajeitar, mesmo com pouco tempo
eu confiava e tinha que confiar na equipe que escolhi.
Foi nesta sexta-feira à noite morrendo de vergonha com a minha equipe, eu estava
muito estressada e meu assistente me viu chorando, foi uma cena engraçada, pois desabar
na frente de alguém não é muito fácil de lidar. As coisas tinham que acontecer, sexta à
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noite tudo estava de pernas para o ar, no final da tarde consegui enviar a última versão do
roteiro decupado e meu assistente a ordem do dia. Sábado ia começar a gravação.
A gravação no sábado não começou bem, ainda me sentia culpada e ainda não me
sentia integrada, parecia que tinha coisas entaladas em parte da equipe e não consigo
conviver com essa situação, preciso falar e resolver. Não tinha tempo, então deixei as
relações pessoais e desculpas fofinhas para o meu assistente e liguei meu método
pragmático – nossa como essa gravação mexeu com meus nervos – meus amigos e equipe
me acalmaram muito e ouviram muita coisa - desculpa. Mas no final do dia já estava
melhor e domingo foi um bom dia de gravação, porém terminei de gravar com uma
sensação ruim.
Não queria ter levado ninguém para um set como aquele e nem gostaria de levar
uma equipe de novo em uma situação assim. Entretanto, foi um experiência bacana e todos
da equipe gostaram, acho que essa sensação foi meio única, meu perfeccionismo pode ter
sido responsável por isso. Sobre as diárias, sempre coloquei meus atores em situações
extremas e atrasei set por causa de plano. Tentei exercer a minha função da melhor forma,
mas não me sentia preparada para, não achei que podia comandar aquela equipe e tinha
problemas práticos.
Meu assistente foi maravilhoso, me acalmou muito e soube lidar comigo, me
ajudou em pensar soluções de narrativa e de roteiro durante todo o tempo de set. Deixei a
desejar, não vi muita coisa, mas foi uma experiência. Tento não colocar essa cobrança e
esse peso, pois eu já faço isso naturalmente, tento trabalhar minha mente como uma
experiência que pode dar errado, não sou obrigada a acertar tudo e fazer tudo perfeito.
Isso também devo ao meu orientador que de maneira constante me lembrava disso. Não
vou mentir, sai bem do set, mas não satisfeita, achei que poderia ter feito mais, poderia ter
dado mais, ter sido mais sagaz e tomado decisões melhores, porém aconteceu, é isso que
eu fiz e tenho que conviver com o resultado que poderia gerar neste momento da minha
vida.
Agradeço todos da minha equipe, foi um ótimo final de semana, todos estavam
comprometidos. A Mari Brasil cozinhou como ninguém, a Jessica na correria sempre se
fazia presente, passando mal ou não – sei que cobrei demais da produção, mas
conseguimos nos encaixar no final. A disposição da arte foi maravilhosa, a correria do
Willian e o auxílio de set foram ótimos. Fiquei um pouco preocupada, já que era um teste,
mas o resultado foi positivo.
A paciência e o perfeccionismo do Thiago me fizeram me apaixonar por ele, sim,
sempre fico enchendo o saco dele e nesta produção eu só o defendia. Entendi muito o seu
trabalho e suas necessidades, como ele vê um set, aprendi com ele. Estava sempre disposto
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a discutir e trabalhar os planos da melhor forma, foi ótimo. O Matheus foi um porto seguro
para mim, ele me acalmou, me deixou chorar, me deixou ficar com raiva e arrumava tudo
com seu jeito calmo e paciente. Mas além disso me ajudava na construção dos planos, na
decupagem, no racord, repensava a ordem do dia - já que eu atrasei tudo.
O som me odiava cada dia mais, sim dificultei o trabalho do som, mas confiava no
Homero, confio muito no trabalho dele, sabia que qualquer coisa ele faria bem, daria um
jeito de fazer muito bem – então foi bem tranquilo. Sei que o trabalho dele foi difícil, já
que além da falta de roupa dos meus personagens, ainda a quadra era agitada. Meus atores
merecem tudo, eles compraram o projeto. Alessandro foi uma promessa, o auxílio da
Nathalia para prepará-lo foi de extrema importância. Ele me surpreendeu. Nos ensaios
mais tímido, no set se soltou e conseguiu levar bem o personagem. Passou fome, comeu
torrada do lixo, manteve o personagem. Passava quantas vezes precisasse.
Minha amiga, minha paixão e minha atriz, essa sim poderia ter feito o projeto
comigo, como ela me ajudou em tudo, me ouviu, ajudou a levar objetos de arte, o que eu
precisasse ela estava lá, dividiu cama comigo, dividiu preocupações e foi a atriz
maravilhosa que é. Encarou o personagem com todas as preocupações, o peso social e a
dificuldade de estar exposta 24h por dia – apenas com uma camisola. Além de aceitar
todas as minhas propostas como diretora e sempre solícita, passou mal com a água quente
do chuveiro, ficou muito tempo sem comer, esperou meu tempo como diretora que às
vezes era confuso e com a maior calma. Não tem o que dizer, só tenho a agradecê-la pela
mulher forte e companheira que é. Agradeço toda a minha equipe pelo carinho, calma e o
profissionalismo. Nada teria saído sem eles.

Dia 03 de outubro

Tivemos uma semana intensa, mas ainda faltava uma cena, a parte mais
importante, a da banheira. No apartamento que conseguimos a gente gravou a primeira
sequência do roteiro. A parte simbólica da banheira precisava ser feita, então
precisávamos gravar. Porém a produção não tinha visto essa outra locação. No meio da
semana a produção não tinha certeza de nada, o diretor de fotografia começou a pensar
em soluções, pensei em sair e comprar uma caixa d’água e gravar, eu ia fazer isso de
algum jeito. Era uma parte muito importante para mim do roteiro.
Então enquanto a produção caminhava com a demanda de maneira lenta, resolvi
ajudar, peguei para fazer, comecei a enviar e-mail para todos os motéis. Fui atrás da casa
de um amigo meu pai que ele tentava alugar – então ninguém estava morando lá. No
sábado o amigo do meu pai nos mostrou a banheira. Quando foi na segunda-feira da outra
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semana levei a equipe para gravar, uma equipe mínima, sem som e sem assistentes. Pronto,
estava tudo gravado.

Dia 10 de outubro

Começou a pós-produção, fiquei uma semana mais tranquila tentando pegar as


imagens com meu diretor de fotografia. Ainda não tinha um montador, porém mais uma
vez meu orientador me salvou e conseguiu um montador, não sei como, mas fiquei muito
feliz. Um montador que atuava no mercado, que mesmo com as dificuldades do meu
trabalho eu tinha certeza que ele trabalharia bem e conseguiria me dar alguma luz.
Estava mais tranquila, pois tentava respirar da semana de gravação, gostei das
imagens visualmente falando, mas a preocupação de será que isso vai funcionar na ilha de
edição, tenho imagem boa o suficiente e áudio bom? Não parava de pular novas perguntas.
O barulho constante da quadra atrapalhou o set e a correria de fazer tudo no tempo, pois
não tínhamos condição de regravar, não conseguiríamos o lugar de novo. Consegui pegar
o HD com meu diretor de fotografia e começava a combinar um dia para entregar o
material para o montador.

Dia 17 de outubro

No domingo desta semana fui à casa do meu montador entregar o HD e discutir o


projeto para ele começar a trabalhar, mas ainda estava corrido. Levei o roteiro, mostrei
umas imagens, estavam muito pesadas, travava no computador dele. Então voltei com
tudo e tive que comprimir o arquivo para ele consegui montar.
Essa semana foi correndo atrás do Fábio do CRTV, que iria finalizar o filme, acho
ele não quer me ver por um tempo. Mas tudo bem, a banca já estava próxima e muitas
demandas para se resolver. Contudo, comprimir os arquivos demorava e só no final de
semana consegui deixar o HD novamente com meu montador.

Dia 24 de outubro

Estava mais calma e precisava aguardar um retorno do montador para conseguir


finalizar o filme, confiava muito no trabalho dele, por isso estava tranquila. Mas quando
foi quarta 26 de outubro, enviei um e-mail para ele com todo o material digitalizado, o
roteiro, as ordens de gravação, os boletins de imagem e som. Ele estava cheio de trabalho,
muito ocupado e não tinha conseguido começar a montar.
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Então na quinta-feira pela manhã a qualidade dos arquivos estava muito baixa,
tanto que ele não conseguiria montar, perguntou se tinha como fazer um meio termo. Fui
atrás de um HD e voltei para o Fábio, pedi um meio termo. Quando foi sexta-feira à noite
consegui pegar os arquivos e levei novamente para o montador.
Só depois do dia 29 que o montador ia consegui mexer no arquivo, mas além de
estar bem ocupado ele iria viajar dia 03 de novembro e a preocupação do tempo volta.
Ainda confiava muito no trabalho dele, então sabia que me daria algum retorno.

Dia 31 de outubro

Na quarta-feira dia 02 de novembro o Lobo, montador, entregou para o meu


orientador o HD com uma proposta de montagem de um primeiro corte. Mas a banca
sendo para o dia 28 e com a viagem dele até o dia 09 de novembro, não existia
possibilidade de fazer outro corte com ele, pelo menos por agora e não sei se ele gostaria
de finalizar o processo da montagem mais para frente.
O receio de chegar um material cru começou a me atingir, porque novamente o
tempo e meu pensamento de produção pulsava na minha mente. Quando foi na quinta de
manhã fui à UCB pegar meu HD para ver o produto. Porém o programa que o meu
montador usou não abria na universidade. Ele usou o mesmo programa que tem na
Católica, mas uma versão diferente.
Pronto, era o que me faltava, não abrir e a minha banca chegando, menos de um
mês e eu não consigo ver o produto. Tudo bem, vamos lá, vamos pensar rápido. A primeira
sugestão é o TI da UCB atualizar o programa, eles tentaram e não conseguiram. Já mandei
mensagem para meu diretor de fotografia para pedir que ele levasse o computador dele.
No final da tarde de quinta-feira consegui ver o produto.
Nossa que alivio, eu adorei o corte, o plongeé absoluto não entrou, isso me deixou
triste, mas o montador entregou um corte bem finalizado e perante as problemáticas e
correrias constantes – Vidigal me orientou finalizar esse primeiro corte para a banca e
depois fazer outros cortes, ajustar a montagem da parte da banheira e trabalhar o som. Já
que meu produto precisava de trabalho sistemático e cuidadoso com o som – foley.
Eu consegui ver na quinta o produto, no entanto ainda não conseguíamos abrir no
CRTV para o Fábio finalizar, então outras ideias surgiram: ele refazer o trabalho ou tentar
puxar um relatório xml para abrir no programa de lá. Na sexta, Fábio chegou e eu estava
lá novamente. Deu certo, pelo relatório xml conseguimos abrir e editar. Foram três diárias
para finalização do produto que vai para banca, a primeira foi resgatar os arquivos e abrir
um arquivo e começar a mexer na cor.
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O que achei do primeiro corte da montagem? Sofri com a queda do plongeé, mas
ter outra pessoa que eu confiava montando me acalmou, eu confiava no trabalho do
montador e estava com a mente aberta para me desapegar. Já que ele viu todo o projeto
me daria soluções viáveis e rítmicas, algo que funcionasse e não apenas o que tinha
planejado. A minha equipe ficou mais sentida com os cortes, só me fez pensar em como
tenho muito que aprender como diretora e como roteirista. Mas foi uma boa experiência,
gostei de ver a opinião e a ideia de alguém de fora.
Fiquei com vergonha inicialmente de mostrar meu trabalho para alguém do
mercado e por fora do processo, não porque minha equipe era despreparada, minha equipe
era composta por amigos, então eles me tratariam com paciência e entenderiam com maior
facilidade o meu lado. Mas ocupar o tempo de alguém com imagens que precisavam de
ajustes – pois não atingir as minhas metas como diretora, um tempo de esmero e atenção,
me preocupava, já que não queria atrapalhar ninguém, queria que ele curtisse o processo
e não fosse apenas um projeto jogado para ele salvar – que ainda acho que ele salvou
bastante o projeto.

Dia 07 de novembro

Outra semana começou, o arquivo já abria no CRTV, segunda-feira ainda não tinha
nome meu roteiro, gravei usando o nome do outro roteiro – Galinha. Arrumei os créditos
e pensava no nome. Antes do meu horário com o Fábio, estávamos sentados: eu, Vidigal,
Alessandro e Nathalia. Esse nome tinha que sair porque eu tinha um horário para adicionar
os créditos e o nome.
O tempo para isso estava acabando, isso porque final de semana li todas as histórias
da mitologia, significado e gravidez, mulher, dicionário de feminismo, histórias de
relacionamento abusivo, textos de discursos machistas naturalizados e sobre o amor
romântico e sua construção social. Não aparecia nada na mente.
As ideias iam de Inquebrável, A Flor, O Jarro, Toujours – sim, a tatuagem da atriz
quase virou nome de filme. Então O Jarro se tornou o mais viável, contudo Vidigal
lembrou que a primeira cena do filme é um jarro quebrando, ferrou, estamos sem nome.
Pensei e falei será (O), sim O – artigo masculino.
Nathalia concordou porque o personagem pode ser O machista, O estuprador, O
abusivo e, para mim, lembrava como linguisticamente a nossa cultura se utiliza do artigo
masculino, o peso que ele tem. Com os parênteses visualmente lembra uma vagina, que
mostra o poder que o homem ainda tem sobre o prazer da mulher, como isto não é uma
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coisa de direito dele. Meu memorial neste tempo todo andava capenga e eu tinha que
voltar a escrever com constância para finalizar e conseguir entregá-lo.
Todo este processo eu agradeço muito ao meu orientador, ele me dava liberdade
para realizar o que eu queria, mas me mostrava diariamente o processo de produção nos
mínimos detalhes e tinha paciência com as trezentas demandas que eu inventada e
precisava resolver. Acho que isso foi o mais proveitoso, aprendi muito com essa relação,
poder discutir e criar juntos propostas, ser questionada e criticada a todo instante foi
maravilhoso.
A minha equipe e amigos que fizeram tudo pelo projeto e por mim. Fiz com muita
preocupação e muito carinho tudo neste projeto, mesmo ele não indo para banca com o
esmero que gostaria foi o que eu consegui fazer por agora, foi o meu melhor. Me preocupei
e tentei fazer da melhor forma cada etapa, não sei se consegui, ainda assim foi uma
experiência maravilhosa.
Vou voltar a escrever e dirigir, porém vou deixar a direção para bem mais para
frente, acho que preciso entender melhor o processo para lidar de maneira mais satisfatória
com minha equipe. Todo esse processo só me deu mais certeza do audiovisual, das
dificuldades de fazê-lo e como ele é apaixonante. Acho que daqui um ano estou pronta
para outra, ou posso deixar para próxima graduação, quem sabe.
Essa semana estou terminando meu memorial e já vou entregá-lo para as
avaliadoras, espero que elas gostem, pois participaram de maneira intensa nas minhas
orientações sobre a construção da narrativa, sobre o preso da mulher no roteiro e sobre o
filme ser sobre nós mulheres.
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8. CRONOGRAMA

8.1 BANCA DE QUALIFICAÇÃO

8.2 BANCA FINAL


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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No momento que escolhi trabalhar o projeto como um experimento me coloquei a


mercê do processo como um todo em todas as suas etapas, tanto teóricas como práticas:
pré-produção, produção e pós-produção. Todos com sua devida importância para a entrega
do produto final. Pensar a comunicação, o audiovisual e relacioná-los, sendo capaz de,
por meio de suas vertentes teóricas, entender a importância sociocultural, seus gêneros
cinematográficos, seus conceitos, seus autores e suas teorias – como a da montagem.
Conseguir confrontar e construir um curta-metragem, transformar ideias, palavras
e conceitos visuais em um produto. Trabalhar a importância da temática na realização do
roteiro. Com a colaboração da equipe e o conhecimento adquirido em todo o processo de
pesquisa, que se deu tanto pela leitura como pelas referências fílmicas. Então, pude
começar a minha caminhada em busca da minha própria identidade como realizadora
audiovisual.
Desta forma, é a realização de sair de um projeto entendendo melhor os núcleos
de trabalho, a importância de desenvolver uma boa narrativa, a construção dos
personagens, a maneira de lidar com a equipe e todas as funções de um set. Além de trazer
para a tela como uma diretora mulher problemáticas ainda frequentes no universo
feminino, tratando pela temática ideais ainda naturalizados. Em um período em que, como
mulheres, estamos repensando nossos papéis sociais e ainda achando um espaço no
mercado audiovisual, diferente de atrizes sexualizadas e objetificadas, a mulher é capaz
de realizar o seu trabalho na tela e por trás das câmeras. Como roteirista e diretora capaz
de criar um discurso audiovisual que reflita as relações machistas imperantes socialmente
e ainda naturalizadas.
Logo, o curta-metragem e o memorial trouxeram uma visão de como o audiovisual
se desenvolve, sua importância no fortalecimento de opiniões, além de ser um canal de
possibilidades para reestruturar conceitos sociais, como um meio capaz de alcançar o
público e por meio da identificação alterar discursos ou fortalecê-los. Sendo a narrativa e
a imagem em movimento um canal para repensar estereótipos sociais.
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11. FICHA TÉCNICA

Direção: Mariane Cunha


Orientação: Alex Vidigal
Roteiro: Mariane Cunha
Assistência de Direção: Matheus de Souza
Ator: Alessandro Resende
Atriz Principal: Nathalia Melo
Direção de Produção: Jessica Santos
Assistência de Produção: Mariana Brasil
Produção Executiva: Mariane Cunha
Direção de Fotografia: Thiago S. Araújo
Assistência de Fotografia: Iago Kieling
Direção de Arte: Willian Ricardo
Assistência de Arte: Letícia Tiveron
Captação de Áudio: Rafael Homero
Assistente de Áudio: Caio Eduardo
Mixagem: Renan Ventura
Montagem: Rafael Lobo
Finalização: Fábio Lima
Apoio: CRTV (Centro de Rádio e Televisão da Universidade Católica de Brasília)
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9. REFERÊNCIAS

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Janeiro. Ed. Zahar, 2002.

BARBERÁ, E. L. Violência e poder na vida cotidiana do casal. In: VITALE, M. A. F.


(Org). Laços amorosos. São Paulo: Agora, 2004.

BAZIN, André. O cinema: Ensaios. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

BORDWELL, David. Narration in the fiction film. Wisconsin: Wisconsin University,


1985.

CARRIÈRE, Jean-claude. A linguagem secreta do cinema. Rio de Janeiro, Ed. Nova


Fronteira, 1995.

CARRIÈRE, Jean-claude; BONITZER, Pascal. Prática do Roteiro Cinematográfico. 2.


ed. São Paulo: Jsn, 1996.

CARNEIRO, Sueli. Identidade Feminina. Em Saffioti, H.I.B. e Muñoz-Vargas, M.


(Orgs.), Mulher Brasileira é Assim. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos: NIPAS; Brasília,
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COMPARATO, Doc. Da criação ao roteiro. Rio de Janeiro. Rocco, 1995.

COSTA, J. F. Sem fraude nem favor: estudos sobre o amor romântico. Rio de Janeiro:
Rocco, 1998.

DAY, V. P. et al. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Revista de


Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 25, n.1, p. 9-21, 2003.

EISENSTEIN, Sergei M. A forma do filme. Rio de Janeiro, Ed. Jorge Zahar, 2002.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. 12ª edição. Rio de


Janeiro: Graal,
1997.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade III: o cuidado de si. 8ª edição. Rio de


Janeiro: Graal,
1985.

FIELD, Syd. Manual do Roteiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

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GOMES, Karina. Encantada e o abc do amor. 2011. Disponível em: <


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Ligue 180: Central de atendimento à mulher. Secretaria de Políticas para as Mulheres.


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http://tvbrasil.ebc.com.br/revistadocinemabrasileiro/post/a-relacao-entre-documentario-
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< http://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2014/12/pesquisaAVON-
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Violência doméstica e familiar contra a mulher. DataSenado. 2015. Disponível em:


<http://www12.senado.leg.br/noticias/arquivos/2015/08/10/violencia-domestica-e-
familiar-contra-a-mulher> Acesso em: 04 de maio de 2016.

Filmografia

MOORINSE Kingdom. Direção de Wes Anderson. Estados Unidos: Universal Pictures,


2012. Son., color. Legendado.

ELETRODOMÉSTICA. Direção de Kleber Mendonça Filho. Recife; Movi&Art. Son.,


color. Disponível em: < https://vimeo.com/10022944> Acesso em: 04 de maio de 2016.

ROOM. Direção de Lenny Abrahamson. Canadá: Universal Pictures; Irlanda; Universal


Picture, 2016. Son., color. Legendado.

THE GRADUATE. Direção de Mike Nichols. Estados Unidos: Embassy Pictures


Corporation, 1967. Son., color. Legendado.

LOS ABRAZOS ROTOS. Direção de Pedro Almodóvar. Espanha; El Deseo, 2009. Son.,
color. Legendado.
50

APÊNDICE A

1. ARGUMENTO

1.1 Primeira versão de argumento

Eduardo e Marina moram juntos faz pouco tempo. Em uma manhã de poucas
atividades, Eduardo espera na cama pela companheira. Ela, que tenta ser mãe e está sem
expectativa do resultado do teste de gravidez dar positivo, já deixa tudo encaminhado para
ter relação sexual com o seu companheiro.
Contudo, mesmo em um dia tranquilo, Eduardo tem seus afazeres e um atraso da
mulher já é capaz de incomodá-lo. Então, sem esperar, sai para o seu compromisso.
Marina fica em casa e, antes de começar as demandas do trabalho, resolve arrumar a
bagunça deixada por ele. Enquanto arruma, em voice over escuta ele reclamando da nova
fase da vida.
A sua volta não melhora a relação dos dois, há mais uma briga boba e novas
acusações de Eduardo. Ele tenta algo, cheira seu cangote, beija sua orelha, mas Marina,
além de chateada com a discussão, está ocupada em preparar o jantar. Eduardo não desiste.

A violência e o discurso machista chegam ao limite na trama quando Eduardo


estupra Marina, ação dramática que mostra a naturalização do abuso e papel da mulher no
relacionamento amoroso. Relação sexual com consentimento para Eduardo, notável no
diálogo dele: “Amor, você não tinha que temperar o frango?”.

1.2 Segunda versão de argumento

A claridade da manhã se instaura no quarto, barulho de torneira aberta e bocejo.


Escutam-se pássaros e uma brisa suave. Eduardo acabou de acordar e ainda está deitado
na cama com preguiça de levantar. Zapeia no celular enquanto se mexe na cama. Marina
vai ao banheiro, arruma o cabelo, lava o rosto e decide fazer o teste de gravidez. Eduardo
ainda não sabe onde ela está, pergunta a respeito do café da manhã em tom de ironia. A
personagem responde que está no banheiro. Todas as atividades dela são feitas com calma,
já que ainda não despertou totalmente.
A câmera mostra Marina no banheiro tentando abrir a embalagem do teste de
gravidez. Com a pressa não consegue fazer xixi. Eduardo pede para ela ir rápido, enquanto
limpa o seu rosto com a mão e brinca com o travesseiro. Ele diz a ela que está com pressa,
não pode ficar a sua espera. Ofegante e aflita responde para ele aguardar um minutinho e
reclama da revista gozada jogada no banheiro. A câmera volta ao quarto e ele ainda está
51

deitado, mas começa a marcar o tempo como quem está apressado. Ouvimos o barulho da
embalagem e a personagem ainda a reclamar da embalagem do teste.
Eduardo começa a se levantar e se arruma rapidamente, coloca a primeira roupa
que vê jogada no quarto. Comenta a vontade de sua companheira de engravidar como se
estivesse satisfazendo uma vontade única dela. Pronto para sair, pega a sua bolsa, procura
a chave pela sala e vai até a cozinha onde pega uma fruta. Marina ainda no banheiro
pergunta a ele se voltará para almoçar, o mesmo confirma positivamente. Ela pede para
ele pegar o papel higiênico, mas escutamos apenas a porta bater.
A personagem está de pijama, vai até a cozinha e prepara o seu café da manhã.
Logo após o café começa a colocar a casa em ordem da bagunça de Eduardo: roupas e
sapatos jogados, lavando a louça, reorganizando a decoração. Em voice over escutamos o
personagem passar na casa de Fernando para buscá-lo, quando o mesmo entra no carro,
não espera nem um olá do amigo e já começa a desabafar em forma de monólogo. Conta
que Marina está cheia de trabalho, que não consegue organizar a casa e ainda pensa em
ficar grávida: “Pergunto se vai largar o emprego para ficar com a criança, ainda recebo
bronca. Questiono quem vai ficar com o bebê”. Reclama da atitude que para ele é
impensada naquele momento da vida: colocar um filho no mundo. Explica que não está
satisfeito com a ideia da companheira ter um filho para empregada cuidar. Comenta que
a bunda dela não é a mesma com um ar saudosista e se preocupa com o que vai mudar
nela depois da gravidez. Respira aliviado de saber que pelo menos o sexo ainda é bom.
Diz confiante e seguro que pelo menos na cama Marina não fala muito. Questiona
novamente o porquê de um filho agora.
Marina, que está em casa, começa a trabalhar, o computador aberto na mesa,
documentos do trabalho estão próximos a ela. A porta se abre e Eduardo entra sem se
preocupar com o que ela está fazendo, vai em sua direção, não fala nada e já se aproxima
com manias rotineiras. Começa a abraçar e mexer no seu braço de maneira insistente e
incômoda. Marina reclama e se mexe incomodada. Eduardo repara e sai irritado. Marina
o questiona acerca da demora e o avisa que por este motivo já almoçou. Um pouco
constrangida e com receio de ter feito algo errado ela automaticamente já se desculpa.
Eduardo irritado afirma que disse voltava para almoçar. Marina tenta explicar que
telefonou, mas não conseguiu falar com ele. Eduardo sem deixar ela terminar de se
justificar afirma que não recebeu nenhuma ligação. Marina pede desculpa novamente e
tenta beijá-lo, ele desvia e responde que não é necessário arrumar seu prato pois não está
mais com fome. Um pouco decepcionado desabafa, diz ser este o único dia da semana que
eles conseguem comer juntos. “Você estraga por causa de uma ligação não atendida, sendo
52

que já tinha falado que voltaria. Que exemplo de família vai dar para o seu filho? Se nem
um compromisso simples não conseguimos realizar juntos”.
A todo o momento do diálogo Marina tenta fazer carinho em Eduardo e ele reage
de forma seca e a ignora, até que na sua última fala ele sai do enquadramento da câmera.
Ele ainda está chateado com a situação e decide ir tomar banho - escutamos o barulho do
chuveiro. Com a câmera na cozinha agora vemos a personagem tirar a mesa do almoço,
um pouco cansada e chateada com a discussão que acabou de acontecer.
Eduardo de toalha volta à cozinha e afirma que a companheira poderia ser menos
chata. Reclama da reação quando ele chegou em casa e diz que ela ainda tem coragem de
culpá-lo por não ter atendido o telefone. Marina tenta rebater e fala que não quis culpá-lo,
só tentava se explicar. Ela resolve comentar a atitude de Eduardo ao chegar em casa,
afirma que estava trabalhando e diz que o companheiro não soube respeitar o seu horário
de trabalho. Um pouco chateada diz que é difícil quando ela trabalha fora de casa porque
ele reclama e quando ela trabalha em casa ele também reclama. Eduardo agora sem
paciência para os novos questionamentos que Marina traz à conversa encerra o assunto e
diz que fazer carinho não atrapalha ninguém. Ela retruca: “Quando a pessoa quer, pode
até ser”. Escutamos baixinho Eduardo comentando que é chatice.
Já cansado e sem querer voltar a discussão começa a cantarolar uma música, vai
em direção a sala e senta no sofá. Ela ainda se sentindo culpada por causa da discussão
resolve ir deitar no sofá e começa a acariciá-lo. Depois de um silêncio preencher o espaço
Eduardo pergunta a Marina porque ela disse que ia sair para um lugar e foi para outro. Ela
diz que o restaurante estava fechado, sem entender onde Eduardo queria chegar. Ele vai
direto ao assunto é questiona porque o amigo de trabalho dela precisava ter levado ela em
casa. Novamente chateada com o questionamento do companheiro responde que se ele
começar com isso irá para a cozinha. Mesmo sem necessidade, ela decide informá-lo que
não estava sozinha com ele no carro, que a mulher dele estava lá. Marina se levanta e vai
em direção a cozinha. Eduardo responde: “Não pode nem perguntar, qual é o problema
saber com quem está saindo?”. Sem responder, continua a caminhar para cozinha.
Na cozinha ela começa a separar os ingredientes para o jantar, convidou seus
amigos ainda naquela noite. Ele se levanta e caminha até a cozinha. Marina pergunta se
ele lembra do jantar a noite. Neste momento já está ao lado da personagem e responde no
seu ouvido, enquanto tenta levantar sua saia. Ela não corresponde, mesmo assim o
personagem a vira bruscamente e tenta beijá-la, com um sorriso no rosto adora vê-la brava.
Vira e continua cozinhando. Eduardo mesmo assim insiste. Ao notar o desinteresse dela
comenta que hoje pela manhã ela queria, mas agora para agradá-lo ela não faz um esforço,
ao final da fala o personagem dá uma risadinha irônica. Marina responde que está atrasada
53

com jantar de hoje e comenta que o dia não foi muito bom para os dois. Comenta em tom
de ironia: “Deixa que eu cuido da galinha então”.
Corta para cenas da personagem se arrumando com olhar distante, imagens de
Eduardo com as mãos no frango, ele apertando o corpo de Marina, imagens de uma revista
pornô. Escutamos apenas os gemidos dele de prazer. A câmera agora filma os dois no
quarto, eles estão deitados na cama um do lado do outro. Depois de um momento de
silêncio, Marina ainda está com o olhar indiferente a situação. Após Eduardo ter o que
queria e sem reparar que ela não consentia com a transa, comenta: “Você não tinha uma
galinha para temperar?”.
54

APÊNDICE B

1. PERFIL DOS PERSONAGENS


1.1 Marina

Mulher de 27 anos, segura de seus atos, confiante e um pouco atrevida. A vida


para ela é vista como uma oportunidade otimista de aproveitar o tempo consciente que lhe
resta, mesmo acreditando que a terra não é o final, pelo menos este ciclo palpável e as
experiências terrenas serão únicas. Por isso, a oportunidade de amar é aguardada, no
clássico do discurso matrimonial – na alegria e na tristeza – mesmo o casamento como
um evento social e religioso já não é desejado. De maneira prática uma companhia para o
resto da vida. Mesmo sendo uma mulher moderna - independente, sai sozinha, mora
sozinha e trabalha no que gosta. Marina é médica. Vaidosa, de cabelos ruivos pintados em
contraste com a cor da sua pele branca. De família italiana grande, rir é uma constante,
uma pessoa simpática, mas fechada em relação aos seus problemas. Adora sair de casa,
mesmo que não tenha nada para fazer gosta de ver o movimento da rua, não costuma
frequentar baladas, costuma ir para pubs, cafés e feiras. Escuta rock clássico.

Após conhecer Eduardo, Marina teve os meses alegres – como não tinha há tempo,
o relacionamento tranquilo e divertido, os dois tinham sintonia e isto era transmitido aos
outros. Decidiram morar juntos, Eduardo foi para a casa de Marina. O começo foi cheio
de novidades mas, à medida que comportamento do Eduardo mudou, Marina fisicamente
teve alterações.

Marina ainda vaidosa, mas mais relaxada – cabelo com raízes largas, sinais de
descuido e sem lavar. Pijama arrumado e sensual, durante toda trama, o que mostra a falta
de ânimo para se arrumar e unha sem fazer. Nada fora do normal após uma semana muito
agitada de trabalho.

1.2 Eduardo

Aos 27 anos, ruivo, barbudo, delicado, mimado e tímido. Eduardo cresceu em uma
família unida, sem muito tempo para se encontrar, mas o afeto era visível entre eles. Seu
avô e sua avó moravam no mesmo teto que ele desde criança, então além de contar com o
ensino do pai, seus avós foram seus segundos pais.

Jovem sempre disposto a conhecer novas culturas e lugares, mesmo tendo


dificuldade de conversar com desconhecidos, sempre gostou de ver o movimento das ruas,
das pessoas, dos carros. Aparentemente mais fechado e mais cuidadoso, mas na medida
55

que vai conhecendo a pessoa mostra ser extrovertido e tagarela, dependendo da situação
até sem noção.

No decorrer do relacionamento com Marina já é um homem que fala o que sem


pensar, sempre tenta manter as coisas do jeito que gosta, um pouco egoísta, tenta
convencer a todos do seus ideais e conhecimentos. Sem paciência é fácil de fazer ficar
nervoso, mas logo esquece. Um homem vaidoso, cabelo arrumado, barba por fazer, estilo
casual.
56

APÊNDICE C

1. ROTEIRO

1.1 Primeira versão do roteiro

“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
57

“GALINHA”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está deitado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama, mexendo no
celular.

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina no banheiro. Tenta rapidamente fazer o teste


de gravidez.

EDUARDO (O.S)
Não dá para te esperar. Você
sabe que eu tenho
compromisso.

MARINA
Só um minutinho.

EDUARDO (O.S)
Você que quer engravidar,
Marina.

INT. QUARTO – MANHÃ

Eduardo levanta da cama, troca de roupa, a muda de ROUPA em


cima do restante JOGADO.

MARINA (O.S)
Volta para o almoço?

EDUARDO
Sim.

MARINA (O.S)
58

Pega papel higiênico para


mim?

Escuta-se o som da porta fechando.

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Marina toma CAFÉ DA MANHÃ de PIJAMA. Depois começa a


arrumar o ambiente. Marina cata as ROUPAS e SAPATOS JOGADOS
do Eduardo, ajeita os móveis que estão tortos, almofadas,
lava a louça e arruma a decoração de maneira simétrica.
Marina começa a trabalhar.

EDUARDO (O.S)
Vamos, Fernando.

Escuta-se o som das buzinas.

EDUARDO (O.S)

E aí? Cara, Marina quer ficar


grávida. Ela está cheia de
trabalho, não consegue
organizar as necessidades da
casa. Agora um bebê, como vai
ser? Ela já não está mais
como antes, era mais vaidosa.
Mas não deixa faltar (ri).
Por que um filho?

INT. SALA – TARDE

Abre a porta, Eduardo entra em casa. Marina está no


computador escrevendo um e-mail do trabalho. Eduardo
abraça, mexe no seu braço de maneira insistente. Marina
reclama se esquivando com o corpo, mexe incomodada. Eduardo
repara e sai irritado.

MARINA
Você demorou. Acabei
almoçando.

EDUARDO
Eu não ia almoçar em casa?

MARINA
59

Tentei te ligar, como


demorou... Vou arrumar seu
prato.
EDUARDO
Não precisa, estou sem fome.

MARINA
Desculpa amor, mas não
atendeu.

A todo o momento do diálogo Marina tenta se aproximar de


Eduardo com carícias e carinhos. Eduardo, já chateado,
ignora e quando é impossível ignorar responde de forma seca
até a última fala quando ele sai do quadro.

INT. COZINHA – TARDE

Marina começa a retirar o almoço da mesa. Eduardo volta ao


quadro.

EDUARDO
Você poderia ser menos chata,
encosto em você e já reclama.
Ainda quer me culpar porque
não atendi o telefone. Me
poupe Marina.
MARINA
Amor, não estou te culpando.

Eduardo liga o som, forma de cortar o assunto. Marina


começa a pegar os ingredientes para o jantar com os amigos.

MARINA
Está lembrado do jantar de
hoje?
EDUARDO
Sim.

Eduardo caminha em direção a Marina e cheira seu cangote,


beija sua orelha.

MARINA
Ainda tenho que temperar o
frango.
60

Eduardo ignora e insiste nas carícias. Marina continua na


tentativa de se esquivar, continua atenta a seus afazeres.
Se torna imóvel às tentativas do companheiro.

Corta para:
Cenas de Marina se arrumando com olhar distante, Eduardo
temperando um frango. As imagens são intercaladas. Escuta-
se apenas os gemidos de Eduardo.

INT. QUARTO – TARDE


Eduardo e Marina estão deitados na cama, Marina está com
olhar distante.

EDUARDO
Amor, não tinha que temperar
o frango?

FADE OUT.

FIM
61

1.2 Segunda versão do roteiro

“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
62

“GALINHA”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está deitado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama, mexendo no
celular.

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina no banheiro. Tenta rapidamente fazer o teste


de gravidez.

EDUARDO (O.S)
Não dá para te esperar. Você
sabe que eu tenho
compromisso.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.

MARINA
Só um minutinho. Ah, de novo
essa revista gozada.

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem
de merda? Ahhh

EDUARDO
63

Você que quer engravidar,


Marina.

Eduardo levanta da cama, troca de roupa, a muda de ROUPA em


cima do restante JOGADO.

MARINA (O.S)
Volta para o almoço?

EDUARDO
Sim.

MARINA (O.S)
Pega papel higiênico para
mim?

Escuta-se o som da porta fechando.

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Marina toma CAFÉ DA MANHÃ de PIJAMA. Depois começa a


arrumar o ambiente. Marina cata as ROUPAS e SAPATOS JOGADOS
do Eduardo, ajeita os móveis que estão tortos, almofadas,
lava a louça e arruma a decoração de maneira simétrica.
Marina começa a trabalhar.

EDUARDO (O.S)
Vamos, Fernando.

Escuta-se o som das buzinas. Eduardo zapeando as estações


da rádio.

EDUARDO (O.S)

E ai? Demorou. Cara, Marina


quer ficar grávida. Ela está
cheia de trabalho, não
consegue organizar as
necessidades da casa. Quando
pergunto se vai largar o
emprego para ficar com a
criança, ainda briga comigo.
Quem vai ficar com esse bebê?
Não vou botar filho no mundo
para empregada cuidar. Quem
vai cuidar? Marina já não
está como antes - vaidosa.
64

Nossa eu lembro daquela


bunda, foi a primeira coisa
que eu vi nela. Depois do
filho vai só piorar. Pelo
menos o sexo ainda é bom.
Pelo menos na cama Marina não
fala muito, sempre foi
assim(Risos). Por que um
filho agora?

INT. SALA – TARDE

Abre a porta, Eduardo entra em casa. Marina está no


computador escrevendo um e-mail do trabalho. Eduardo
abraça, mexe no seu braço de maneira insistente. Marina
reclama se esquivando com o corpo, mexe incomodada. Eduardo
repara e sai irritado.

MARINA
Você demorou. Acabei
almoçando. Desculpa.

EDUARDO
Eu não disse que ia almoçar
em casa?

MARINA
Tentei te ligar.

EDUARDO
Não recebi nenhuma ligação.

MARINA
Eu tentei. Calma, vou arrumar
teu prato, é rapidinho.

Marina levanta da cadeira e tenta beijá-lo, mas Eduardo


desvia.

EDUARDO
Não precisa, não estou com
fome.
MARINA
Desculpa, mas não consegui
falar com você.
EDUARDO
O único dia da semana que
conseguimos comer juntos.
Você estraga por causa de uma
65

ligação não atendida, sendo


que já tinha falado que
voltaria. Tem certeza que
quer ser mãe? Que exemplo de
família vai dar para o seu
filho?

A todo o momento do diálogo Marina tenta se aproximar de


Eduardo com carícias e carinhos. Eduardo, já chateado,
ignora e quando é impossível ignorar responde de forma seca
até a última fala quando ele sai do quadro. Eduardo entra
no chuveiro e escutamos ....

INT. COZINHA – TARDE

Marina começa a retirar o almoço da mesa. Eduardo volta ao


quadro de TOALHA.

EDUARDO
Você poderia ser menos chata,
encosto em você e já reclama.
Ainda quer me culpar porque
não atendi o telefone. Me
poupe Marina.
MARINA
Amor, não estou te culpando.
Estava trabalhando e você não
teve noção de respeitar meu
horário de trabalho. É
difícil, quando trabalho fora
de casa reclama, quando
trabalho em casa reclama.
EDUARDO
Marina me poupa, fazer
carinho não atrapalha
ninguém.
MARINA
Quando a pessoa quer, pode
até ser.

INT. SALA – TARDE

Eduardo começa a cantarolar uma música como forma de cortar


o assunto e resolver ler. Marina deita ao lado de Eduardo.

EDUARDO
66

Sábado você disse que ia sair


para um lugar e foi para
outro.
MARINA
O restaurante que fomos
estava cheio.

EDUARDO
Ele precisava ter te trazido
em casa?
MARINA
Se começar com isso vou para
a cozinha. Não estava sozinha
com ele no carro, a mulher
dele estava lá, inclusive é
minha amiga e seu amigo.
EDUARDO
Marina, homem é tudo igual.
Vive por instinto. (risos)

Fala Marina já se levantando.

EDUARDO
Não pode nem brincar.

INT. COZINHA – TARDE


Marina começa a separar os ingredientes para o jantar.
Eduardo caminha até a cozinha.

MARINA
Eduardo, está lembrado do
jantar de hoje, né?

EDUARDO
Sim.

Neste momento Eduardo já está ao lado de Marina e responde


no seu ouvido, enquanto tenta levantar sua saia. Marina não
corresponde, mesmo assim o personagem a vira bruscamente e
tenta beijá-la.

EDUARDO
Adoro quando fica brava.
67

Marina vira e continua cozinhando. Eduardo mesmo assim


tenta conseguir algo a mais. Eduardo ignora e insiste nas
carícias. Marina continua na tentativa de se esquivar,
continua atenta a seus afazeres. Se torna imóvel às
tentativas do companheiro.

EDUARDO
Hoje de manhã você queria.
Agora para mim não quer fazer
um esforcinho.
EDUARDO
Amor, estou ocupada e
atrasada com o jantar de
hoje. Além disso o dia não
foi bom.
EDUARDO
Mas pode melhorar.
MARINA
Ainda tenho que temperar o
frango.

Eduardo ignora e continua insistindo. Marina a todo


instante tenta se esquivar, mas não adianta.

Corta para:
Cenas de Marina se arrumando com olhar distante, imagens de
Eduardo temperando com as mãos o frango, ele apertando o
corpo de Marina, imagens de uma revista pornô. As imagens
são intercaladas. Escuta-se apenas os gemidos de Eduardo.

INT. QUARTO – TARDE


Eduardo e Marina estão deitados na cama, Marina está com
olhar distante.

EDUARDO
Amor, não tinha que temperar
o frango?

FADE OUT.

FIM
68

1.3 Terceira versão do roteiro

“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
69

“GALINHA”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está deitado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama, mexendo no
celular.

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina com aparência cansada e um pouco acabada no


banheiro tentando fazer o teste de gravidez.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.

MARINA
Não é o único, espera um
pouco.

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem
de merda?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo levanta da cama, se arruma e coloca a roupa que


tirou de cima do restante jogado.
70

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. COZINHA – MANHÃ

Escutamos barulho do Eduardo procurando comida na cozinha.


Ele mexe nos armários, bate algumas portas, mexe em
sacolas, abre a geladeira.

MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica.
Depois que organizar seu
almoço preciso enviar.

EDUARDO
Acabou o pão?

MARINA
Não sei, pode pegar papel
higiênico para mim?

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Esqueceu de fazer as compras
de novo? Vou preparar o café.

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo começa a organizar o café. Ele passa o café, faz


panquecas e pega as FLORES em cima da bancada ao lado do
JARRO QUEBRADO. Marina chega e a mesa de café da manhã está
posta.

MARINA
Deixa eu trocar de roupa.

EDUARDO
Está linda.
71

Marina pega uma das flores com a mão e olha para Eduardo,
com olhar triste.
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

Marina coloca a flor novamente no vaso em cima da mesa e


pega a mão de Eduardo e beija o curativo.
MARINA
Eu sei que só quis me
surpreender. (pausa)
Eu acabei atrapalhando,
desculpa.

EDUARDO
Esquece, já te perdoei.

Eduardo sorri e corresponde ao carinho de Marina.


MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
Estamos tentando há meses e
você não consegue engravidar.

Marina começa a retirar a mesa do café. Escutamos o barulho


do barbeador de Eduardo e o barulho do chuveiro.

INT. QUARTO – MANHÃ

Marina tira o pijama. Vê-se ao fundo o calendário onde


marca a menstruação atrasada da personagem. Marina escolhe
uma roupa no armário, enquanto vemos o pijama no chão e a
sua calcinha suja de sangue. Eduardo passa por Marina de
toalha e pega uma roupa no armário.

MARINA
Ajeitou a barba?

EDUARDO
Pra você.(beija a personagem)

INT. COZINHA – MANHÃ

A cozinha ainda está um pouco bagunçada do café da manhã.


Marina começa a arrumar o almoço e a separar os
72

ingredientes. Eduardo já de roupa trocada agarra Marina por


trás. Marina está limpando o frango. Eduardo coloca a mão
por cima da Marina e começa a acariciar o frango. Eduardo
no ouvido da Marina diz.

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Neste momento Eduardo tenta levantar a saia de Marina.


Marina não corresponde, mesmo assim o personagem a vira
bruscamente e tenta beijá-la.

MARINA
Assim não vamos almoçar hoje.

Marina vira e continua cozinhando. Eduardo mesmo assim


tenta conseguir algo a mais. Eduardo ignora e insiste nas
carícias. Marina continua na tentativa de se esquivar,
continua atenta a seus afazeres. Se torna imóvel às
tentativas do companheiro.

EDUARDO
Adoro quando fica brava.
MARINA
Deixa eu preparar o almoço.
(brava/cansada)

Eduardo ignora e continua insistindo. Marina a todo


instante tenta se esquivar, mas não adianta.

Corta para:
Cenas de Marina se arrumando com olhar distante, imagens de
Eduardo temperando com as mãos o frango, ele apertando o
corpo de Marina, imagens de uma revista pornô. As imagens
são intercaladas. Escuta-se apenas os gemidos de Eduardo.

INT. QUARTO – TARDE


Eduardo e Marina estão deitados na cama, Marina está com
olhar distante.
73

EDUARDO
Amor, não tinha que temperar
o frango?

FADE OUT.

FIM
74

1.4 Quarta versão do roteiro

“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
75

“GALINHA”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está sentado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama. Pega os óculos
na escrivaninha ao lado da cama e o jornal. Junto vemos
revistas pornô. Na escrivaninha ao lado da cama de Marina
vê-se livros de gravidez e em cima deles uma vaso com
flores murchas, quase mortas. Acima da cabeceira da cama
vemos um quadro que representa o poder masculino (fálico).

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina com aparência cansada e um pouco acabada no


banheiro tentando fazer o teste de gravidez, sentada na
privada. As toalhas estão esticadas no box, o tapete do
banheiro está organizado, a embalagem do teste de gravidez
em cima da mesa, junto com um calendário que marca a
menstruação atrasada da personagem. Os objetos do banheiro
são todos fálicos – embalagens de pasta de dente, creme de
cabelo, creme para o corpo, o que destoa é o perfume
feminino. Vê-se escovas de cabelo, pincéis de maquiagem.
Além de gilete, tesoura e máquina de depilar. Tudo de
maneira organizada.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.

MARINA
Não é o único, espera um
pouco.
76

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem
de merda?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo termina de ler o jornal, levanta da cama e vai


buscar uma blusa por cima da muda de roupa, em cima dos
livros feministas de Marina. Escutamos o barulho de xixi de
Marina.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. COZINHA – MANHÃ

Eduardo procura comida na cozinha. Ele mexe nos armários,


bate algumas portas, mexe em sacolas, abre a geladeira.

MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica.
Depois que organizar seu
almoço preciso enviar.

EDUARDO
Acabou o pão?

MARINA
Não sei, pode pegar papel
higiênico para mim?
77

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Esqueceu de fazer as compras
de novo? Vou dar um jeito e
preparar o café.

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo começa a organizar o café. Ele passa o café, faz


panquecas e pega as FLORES em cima da bancada ao lado do
JARRO QUEBRADO. Marina chega e a mesa de café da manhã está
posta.

EDUARDO
Senta, minha linda.

Marina pega uma das flores com a mão e olha para Eduardo,
com olhar triste.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

Marina coloca a flor novamente no vaso em cima da mesa,


pega a mão de Eduardo e beija o curativo.

MARINA
Já esqueci a confusão que eu
armei. (ri sem graça)

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
78

Eduardo sorri e corresponde ao carinho de Marina. Marina


puxa de maneira sutil a mão e seu semblante se fecha um
pouco.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar.

Eduardo para de fazer carinho em Marina de uma vez, a


questiona do teste ter resposta negativa e levanta da mesa
bravo. Marina começa, ainda sentada e devagar, a retirar a
mesa do café. Cata os cacos de vidro quebrado. Eduardo
escova os dentes e começa a aparar a barba.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Marina vai escovar os dentes, encontra Eduardo terminando


de aparar a barba. Deixa barba cair na pia, a tolha de
rosto está jogada em cima das coisas da Marina, enquanto a
pia está cheia de pelo.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
Estou longe de ser o primeiro
homem que fez isso com você.
(mordisca a personagem – bate
na bunda dela)

INT. COZINHA – MANHÃ

A cozinha ainda está um pouco bagunçada do café da manhã.


Marina começa a arrumar o almoço e a separar os
ingredientes. Marina está limpando o frango. Eduardo coloca
a mão por cima da Marina e começa a acariciar o frango.
Eduardo no ouvido da Marina diz:

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
79

Neste momento Eduardo tenta levantar a camisola de Marina.


Marina não corresponde, mesmo assim o personagem a vira
bruscamente e tenta beijá-la.

MARINA
Assim não vamos almoçar hoje.

Marina vira e continua cozinhando. Eduardo ignora e insiste


nas carícias. Marina continua na tentativa de se esquivar,
continua atenta a seus afazeres. Se torna imóvel às
tentativas do companheiro.

MARINA
Deixa eu preparar o almoço.
(brava/cansada)

EDUARDO
Adoro quando fica brava.

Eduardo ignora e continua insistindo. Marina a todo


instante tenta se esquivar, mas não adianta.

Corta para:
Marina sentada desnuda em uma sala branca vazia com
expressão de apatia. Eduardo desnudo toca o frango. Partes
do corpo de Marina são tocadas. Água cai no frango. Marina
sentada tem marcas de sangue feitas por mãos masculinas em
seu corpo. Água cai no frango. Eduardo estupra o frango.
Marina ainda sentada aparece mais suja de sangue. Eduardo
estupra o frango mais rápido. Partes do corpo de Marina são
tocadas com mais força. Água cai no corpo de Marina.
Eduardo estupra o frango mais rápido e com maior pressão.
Closes da Marina mais suja de sangue com algumas penas
coladas cobre o sangue. Água cai no frango. Eduardo volta a
acariciar o frango. Marina sentada desnuda em uma sala
branca vazia com expressão de apatia toda suja, sangue e
penas. Água cai no corpo de Marina.

No fundo pode-se escutar um gemido masculino forte. O


barulho de acariciar o frango e o corpo da personagem. Água
caindo.
80

INT. BANHEIRO – TARDE


Marina toma banho. Água suja de sangue e com algumas penas
escorre pelo chão do banheiro. Eduardo bate na porta.

EDUARDO
Não tinha frango para
temperar?

FADE OUT.

FIM
81

1.5 Quinta versão do roteiro

“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
82

“GALINHA”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está sentado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama. Pega os óculos
na escrivaninha ao lado da cama e o livro (pensando –
Homens Difíceis). Junto vemos gibi erótico (não escolhi uma
capa). Na escrivaninha ao lado da cama de Marina vê-se
livros de gravidez e em cima deles uma vaso com flores
murchas (mesmo tipo da das caídas da briga passada, quase
mortas). Acima da cabeceira da cama vemos um quadro (ou
quadros – banco de imagem) que representa o poder masculino
(fálico).

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina com aparência cansada e um pouco acabada no


banheiro tentando fazer o teste de gravidez, sentada na
privada. As toalhas estão esticadas no box, o tapete do
banheiro está organizado, a embalagem do teste de gravidez
em cima da mesa, junto com um calendário que marca a
menstruação da personagem que está atrasada. Os objetos do
banheiro são todos fálicos – embalagens de pasta de dente,
creme de cabelo, creme para o corpo, o que destoa é o
perfume feminino. Vê-se escovas de cabelo, pincéis de
maquiagem. Além de gilete, tesoura e máquina de depilar.
Tudo de maneira organizada.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.

MARINA
83

Não é o único, espera um


pouco.

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta da cama e


vai buscar uma blusa por cima da muda de roupa, em cima dos
livros femininos de Marina (Clarice Lispector - ?).
Escutamos o barulho de xixi da Marina.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. COZINHA – MANHÃ

Eduardo procura comida na cozinha. Ele mexe nos armários,


bate algumas portas, mexe em sacolas, abre a geladeira.

MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica.
Depois que organizar seu
almoço preciso enviar.

EDUARDO
Acabou o pão?
84

MARINA
Não, está no lugar de sempre.

EDUARDO
Não estou achando.

MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(lista de compra na porta da
geladeira), já que vai no
supermercado.

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo começa a organizar o café. Ele passa o café, faz


panquecas e pega as FLORES ao lado de pétalas caídas em
cima da bancada próximo ao JARRO QUEBRADO. Marina chega e
Eduardo está terminando de arrumar a mesa do café. Marina
passa por Eduardo e encontra um resto de pão no armário.

MARINA
Amor, olha o pão aqui.

EDUARDO
De qualquer forma está
acabando.

Eduardo senta na mesa. Marina anota o pão na lista de


compra na geladeira e começa organizar os itens de cozinha
que Eduardo deixou jogado. Eduardo levanta, vai em direção
a Marina, pega na mão dela e a leva em direção a mesa.
85

EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.

Eduardo puxa a cadeira para Marina. Marina sem querer


esbarra no machucado na mão de Eduardo.

EDUARDO
Amor, toma cuidado, está
doendo. (estoura sutil)

Marina e Eduardo começam a servir e comer. Fica um silêncio


depois de Eduardo estourar. Marina pega uma das flores.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

MARINA
Já esqueci a confusão que eu
armei. (ri sem graça)

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.

Marina e Eduardo “brincam” com a flor na mão da Marina.


Marina olha para a flor.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo puxa a
flor da mão da Marina)

Eduardo para de fazer carinho em Marina de uma vez, a


questiona do teste ter resposta negativa e levanta da mesa
bravo. Marina começa, ainda sentada e devagar, a retirar a
mesa do café. Cata os cacos de vidro quebrado. Eduardo
escova os dentes e começa a aparar a barba.
86

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Marina vai escovar os dentes e encontra Eduardo terminando


de aparar a barba. Deixa barba cair na pia, a tolha de
rosto está jogada em cima das coisas da Marina, enquanto a
pia está cheia de pelo.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
Estou longe de ser o primeiro
homem que fez isso com você.
(mordisca a personagem – bate
na bunda dela)

INT. COZINHA – MANHÃ

A cozinha ainda está um pouco bagunçada do café da manhã.


Marina começa a arrumar o almoço e separar os ingredientes.
Marina está limpando o frango. Eduardo coloca a mão por
cima da Marina e começa a acariciar o frango. Eduardo no
ouvido da Marina diz.

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Neste momento Eduardo tenta levantar a camisola de Marina.


Marina não corresponde, mesmo assim o personagem a vira
bruscamente e tenta beijá-la.

MARINA
Assim não vamos almoçar hoje.

Marina vira e continua cozinhando. Eduardo mesmo assim


tenta conseguir algo a mais. Eduardo ignora e insiste nas
carícias. Marina continua na tentativa de se esquivar,
continua atenta seus afazeres. Se torna imóvel as
tentativas do companheiro.

MARINA
87

Deixa eu preparar o almoço.


(brava/cansada)

EDUARDO
Adoro quando fica brava.

Eduardo ignora e continua insistindo. Marina a todo


instante tenta se esquivar, mas não adianta.

Corta para:
Marina sentada desnuda em uma sala branca vazia com
expressão de apatia. Eduardo desnudo toca o frango. Partes
do corpo de Marina são tocadas. Água cai no frango. Marina
sentada tem marcas de sangue feitas por mãos masculinas em
seu corpo. Água cai no frango. Eduardo estupra o frango.
Marina ainda sentada aparece mais suja de sangue. Eduardo
estupra o frango mais rápido. Partes do corpo de Marina são
tocadas com mais força. Água cai no corpo de Marina.
Eduardo estupra o frango mais rápido e com maior pressão.
Closes da Marina mais suja de sangue com algumas penas
coladas cobre o sangue. Água cai no frango. Eduardo volta a
acariciar o frango. Marina sentada desnuda em uma sala
branca vazia com expressão de apatia toda suja, sangue e
penas. Água cai no corpo de Marina.

No fundo pode-se escutar um gemido masculino forte. O


barulho de acariciar o frango e o corpo da personagem. Água
caindo.

INT. BANHEIRO – TARDE


Marina toma banho. Água suja de sangue e com algumas penas
escorre pelo chão do banheiro. Eduardo bate na porta.

EDUARDO
Não tinha frango para
temperar?

FADE OUT.

FIM
88

1.6 Sexta versão do roteiro

“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
89

“GALINHA”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está sentado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama. Pega os óculos
na escrivaninha ao lado da cama e o livro (pensando –
Homens Difíceis). Junto vemos gibi erótico (não escolhi uma
capa). Na escrivaninha ao lado da cama de Marina vê-se
livros de gravidez e em cima deles um vaso com flores
murchas (mesmo tipo da das caídas da briga passada, quase
mortas). Acima da cabeceira da cama vemos um quadro (ou
quadros – banco de imagem) que representa o poder masculino
(fálico).

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina com aparência cansada e um pouco acabada no


banheiro tentando fazer o teste de gravidez, sentada na
privada. As toalhas estão esticadas no box, o tapete do
banheiro está organizado, a embalagem do teste de gravidez
em cima da mesa, junto com um calendário que marca a
menstruação da personagem que está atrasada. Os objetos do
banheiro são todos fálicos – embalagens de pasta de dente,
creme de cabelo, creme para o corpo, o que destoa é o
perfume feminino. Vê-se escovas de cabelo, pincéis de
maquiagem. Além de gilete, tesoura e máquina de depilar.
Tudo de maneira organizada.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.

MARINA
90

Não é o único, espera um


pouco.

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta da cama e


vai buscar uma blusa por cima da muda de roupa, em cima dos
livros femininos de Marina (Clarice Lispector - ?).
Escutamos o barulho de xixi da Marina.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. COZINHA – MANHÃ

Eduardo procura comida na cozinha. Ele mexe nos armários,


bate algumas portas, mexe em sacolas, abre a geladeira.

MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
almoço, preciso enviar.

EDUARDO
Acabou o pão?
91

MARINA
Não, está no lugar de sempre.

EDUARDO
Não estou achando.

MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(lista de compra na porta da
geladeira) para quando for no
supermercado.

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo começa a organizar o café. Ele passa o café, faz


panquecas e pega as FLORES ao lado de pétalas caídas em
cima da bancada próximas ao JARRO QUEBRADO. Marina chega e
Eduardo está terminando de arrumar a mesa do café. Marina
passa por Eduardo e encontra um resto de pão no armário.

MARINA
Amor, olha o pão aqui.

EDUARDO
De qualquer forma está
acabando.

Eduardo senta na mesa. Marina anota o pão na lista de


compra na geladeira e começa a organizar os itens de
cozinha que Eduardo deixou jogados. Eduardo levanta, vai em
direção de Marina, pega na mão dela e a leva em direção a
mesa.
92

EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.

Eduardo puxa a cadeira para Marina. Marina sem querer


esbarra no machucado na mão de Eduardo.

EDUARDO
Amor, toma cuidado, está
doendo. (Estoura sutil)

Marina e Eduardo começam a servir e comer. Fica um silêncio


depois de Eduardo estourar. Marina pega uma das flores.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

MARINA
Já esqueci a confusão que eu
armei. (ri sem graça)

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.

Marina e Eduardo “brincam” com a flor na mão da Marina.


Marina olha para a flor.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo pega a
flor da mão da Marina)

Eduardo levanta da mesa bravo. Marina começa ainda sentada


e devagar retirar a mesa do café. Eduardo escova os dentes
e começa a aparar a barba. Ele pega por engano escova de
Marina, a suja de sangue e a deixa jogada. Enquanto Marina
93

lava com a escova a vasilha suja por Eduardo, Eduardo


escova os dentes.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Marina vai escovar os dentes e encontra Eduardo terminando


de aparar a barba. Pega a sua escova e lava o sangue de
Eduardo. Deixa barba cair na pia, a tolha de rosto está
jogada em cima das coisas da Marina, enquanto a pia está
cheia de pelo.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
Então o Fernando nunca fez
isso com você?

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

INT. COZINHA – MANHÃ

A cozinha ainda está um pouco bagunçada do café da manhã.


Marina começa a catar os vidros, as pétalas e as flores que
sobraram. Eduardo coloca a mão por baixo da saia Marina.
Eduardo no ouvido da Marina diz.

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Eduardo tenta levantar a camisola de Marina. Marina não


corresponde, mesmo assim o personagem começa a agarrá-la
por trás e beijar sua nuca. Eduardo ignora e continua
insistindo. Marina paralisa e deixa novamente o que restava
do vaso cair com a flor, com o sangue dela. Enquanto a flor
cai já se escuta o gemido de Eduardo.

Corta para:
O vaso é jogado no chão e se estilhaça. Mãos percorrem o
corpo de Marina em plano detalhe. Flores. Mãos percorrem o
94

corpo de Marina com sangue e sem. Vaso com flores com


sangue e sem. Mãos percorrem o corpo de Marina com sangue.
Vaso quebrado. Mão despedaça flor. Mãos percorrem o corpo
de Marina com sangue. Mão despeça flor. Close em rosto
apático da personagem. Vaso e flor sujos de sangue.

Teria que vir uma boa decupagem de som.

FADE OUT.

FIM
95

1.7 Sétima versão do roteiro

“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
96

“XXXXXXX”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está sentado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama. Pega os óculos
na escrivaninha ao lado da cama e o livro (pensando –
Homens Difíceis). Junto vemos gibi erótico (não escolhi uma
capa). Na escrivaninha ao lado da cama de Marina vê-se
livros de gravidez e em cima deles um vaso com flores
murchas (mesmo tipo da das caídas da briga passada, quase
mortas). Acima da cabeceira da cama vemos um quadro (ou
quadros – banco de imagem) que representa o poder masculino
(fálico).

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina com aparência cansada e um pouco acabada no


banheiro tentando fazer o teste de gravidez, sentada na
privada. As toalhas estão esticadas no box, o tapete do
banheiro está organizado, a embalagem do teste de gravidez
em cima da mesa, junto com um calendário que marca a
menstruação da personagem que está atrasada. Os objetos do
banheiro são todos fálicos – embalagens de pasta de dente,
creme de cabelo, creme para o corpo, o que destoa é o
perfume feminino. Vê-se escovas de cabelo, pincéis de
maquiagem. Além de gilete, tesoura e máquina de depilar.
Tudo de maneira organizada.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.

MARINA
97

Não é o único, espera um


pouco.

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta da cama e


vai buscar uma blusa por cima da muda de roupa, em cima dos
livros femininos de Marina (Clarice Lispector - ?).
Escutamos o barulho de xixi da Marina.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. COZINHA – MANHÃ

Eduardo procura comida na cozinha. Ele mexe nos armários,


bate algumas portas, mexe em sacolas, abre a geladeira.

MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
almoço, preciso enviar.

EDUARDO
Acabou o pão?
98

MARINA
Não, está no lugar de sempre.

EDUARDO
Não estou achando.

MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(lista de compra na porta da
geladeira) para quando for no
supermercado.

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo começa a organizar o café. Ele passa o café, faz


panquecas e pega as FLORES ao lado de pétalas caídas em
cima da bancada próximas ao JARRO QUEBRADO. Marina chega e
Eduardo está terminando de arrumar a mesa do café. Marina
passa por Eduardo e encontra um resto de pão no armário.

MARINA
Amor, olha o pão aqui.

EDUARDO
De qualquer forma está
acabando.

Eduardo senta na mesa. Marina anota o pão na lista de


compra na geladeira e começa a organizar os itens de
cozinha que Eduardo deixou jogados. Eduardo levanta, vai em
direção a Marina, pega na mão dela e a leva em direção a
mesa.
99

EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.

Eduardo puxa a cadeira para Marina. Marina sem querer


esbarra no machucado na mão de Eduardo.

EDUARDO
Amor, toma cuidado, está
doendo. (Estoura sutil)

Marina e Eduardo começam a servir e comer. Fica um silêncio


depois de Eduardo estourar. Marina pega uma das flores.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

MARINA
Já esqueci a confusão que eu
armei. (ri sem graça)

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.

Marina e Eduardo “brincam” com a flor na mão da Marina.


Marina olha para a flor.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo pega a
flor da mão da Marina)

Eduardo levanta da mesa bravo. Marina começa ainda sentada


e devagar a retirar a mesa do café. Eduardo escova os
dentes e começa a aparar a barba. Ele pega por engano
escova de Marina, a suja de sangue e a deixa jogada.
100

Enquanto Marina lava com a escova a vasilha suja por


Eduardo, Eduardo escova os dentes.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Marina vai escovar os dentes e encontra Eduardo terminando


de aparar a barba. Pega a sua escova e lava o sangue de
Eduardo. Deixa barba cair na pia, a toalha de rosto está
jogada em cima das coisas da Marina. Enquanto a pia está
cheia de pelo.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
Então o Fernando (Ele), nunca
fez isso com você?

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

INT. COZINHA – MANHÃ

A cozinha ainda está um pouco bagunçada do café da manhã.


Marina começa a catar os vidros, as pétalas e as flores que
sobraram. Eduardo coloca a mão por baixo da saia Marina.
Eduardo no ouvido da Marina diz.

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Eduardo tenta levantar a camisola de Marina. Marina não


corresponde, mesmo assim o personagem começa a agarrá-la
por trás e beijar sua nuca. Eduardo ignora e continua
insistindo. Marina paralisa e deixa novamente o que restava
do vaso cair com a flor, com o sangue dela. Enquanto a flor
cai já se escuta o gemido de Eduardo.

Corta para:
A flor cai dentro da água. Vê-se o rosto de Marina meio
sufocada (como se tivesse sendo afogada) saindo da água.
101

Logo após sobrepõe Eduardo entrando com o rosto na água


(olhar meio psicopata). Vê-se pétalas de rosa boiando na
água. O rosto de Marina sai novamente da água, mas ela já
está entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo entra
novamente na água. Vê-se pétalas de rosa boiando na água. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Eduardo entra novamente na água. Sobrepõe Marina boiando
com a água já suja de vermelho (só partes do corpo desnudo
da personagem aparece).
Teria que vir uma boa decupagem de som. (gemidos do
Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo afogada,
instrumental da música - O Cravo Brigou Com a Rosa - não
muito sonoro, barulho de chuveiro).

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Marina toma banho. Água suja de sangue escorre pelo chão do


banheiro.

Não sei se tem fala do Eduardo.

FADE OUT.

FIM
102

1.8 Oitava versão do roteiro

“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
103

“XXXXXX”

Como serão os créditos iniciais?


Instrumental do Cravo Brigou Com a Rosa.

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está sentado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama. Pega os óculos
na escrivaninha ao lado da cama e o livro (pensando –
Homens Difíceis). Junto vemos gibi erótico (não escolhi uma
capa). Na escrivaninha ao lado da cama de Marina vê-se
livros de gravidez e em cima deles um vaso com flores
murchas (mesmo tipo da das caídas da briga passada, quase
mortas) e um copo sem água. Acima da cabeceira da cama
vemos um quadro (ou quadros – banco de imagem) que
representa o poder masculino (fálico).

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina com aparência cansada e um pouco acabada no


banheiro tentando fazer o teste de gravidez, sentada na
privada. As toalhas estão esticadas no box, o tapete do
banheiro está organizado, a embalagem do teste de gravidez
em cima da mesa, junto com um calendário que marca a
menstruação da personagem que está atrasada. Os objetos do
banheiro são todos fálicos – embalagens de pasta de dente,
creme de cabelo, creme para o corpo, o que destoa é o
perfume feminino. Vê-se escovas de cabelo, pincéis de
maquiagem. Além de gilete, tesoura e máquina de depilar.
Tudo de maneira organizada.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.
104

MARINA
Espera um pouco.

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta da cama e


vai buscar uma blusa por cima da muda de roupa, em cima dos
livros femininos de Marina (Clarice Lispector - ?).
Escutamos o barulho de xixi da Marina.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina à espera do resultado do teste de gravidez –


meio impaciente. Enquanto ouvimos o barulho de Eduardo na
cozinha de forma que incomode a cena – sons hiper realistas
– forma de Eduardo encher a cena de Marina e ir sufocando-
a. Eduardo procura comida na cozinha. Ele mexe nos
armários, bate algumas portas, mexe em sacolas, abre a
geladeira.

MARINA
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
almoço, preciso enviar.
(batendo o pé no chão)
105

EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?

MARINA
Não, está no lugar de sempre.

EDUARDO (O.S)
Não estou achando.

MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(Eduardo passa pela lista de
compra e não adiciona. Lista
de compra na porta da
geladeira para quando for no
supermercado).

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo começa a organizar o café. Derruba o café na


bancada onde tinha o número do Fernando, o contador
(bilhete de Marina), estraga e deixa jogado. Ele passa o
café, faz panquecas e pega as FLORES ao lado de pétalas
caídas em cima da bancada ao lado do JARRO QUEBRADO. Marina
chega e Eduardo está terminando de arrumar a mesa do café.
Marina passa por Eduardo e encontra um resto de pão no
armário.

MARINA
Amor, olha o pão aqui.

EDUARDO
De qualquer forma está
acabando.
106

Eduardo senta na mesa. Marina anota o pão na lista de


compra na geladeira e começa a organizar os itens de
cozinha que Eduardo deixou jogado. Eduardo levanta vai em
direção a Marina, pega na mão dela e a leva em direção a
mesa.

EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.

Eduardo puxa a cadeira para Marina. Marina e Eduardo


começam a servir e comer. Marina pega uma das flores.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

Marina faz um sinal positivo com a cabeça, mas não se sente


do direito de comentar nada – já que trará uma notícia
negativa logo à frente.

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.

Marina e Eduardo “brincam” com a flor na mão da Marina.


Marina olha para a flor.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo pega a
flor da mão da Marina. Leva
para o banheiro)

Eduardo levanta da mesa bravo. Marina começa ainda sentada


e devagar a retirar a mesa do café – começa a lavar a
louça. Eduardo escova os dentes (Ele pega por engano
escova de Marina e a deixa jogada). Eduardo começa a
aparar a barba.

Corte que vai unir as duas coisas?


107

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vemos o vidro do banheiro embaçado. Marina limpa o vidro


embaçado do banheiro e pega escova para escovar o dente. A
pia está entupida por causa da barba de Eduardo. Eduardo
está terminando de aparar a barba. Deixa barba cair na
pia, a toalha de rosto está jogada em cima das coisas da
Marina, enquanto a pia está cheia de pelo. Rosa está no
canto da pia.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
O Fernando (Ele), nunca fez
isso com você?

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

O vidro do banheiro já está embaçado de novo. Marina vai


desembaçar novamente e com a câmera desfocada vemos o vulto
de Marina e Eduardo. Eduardo coloca a mão por baixo da saia
Marina. Eduardo no ouvido da Marina diz.

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Eduardo tenta levantar a camisola de Marina. Marina não


corresponde, mesmo assim o personagem começa a agarrá-la
por trás e beijar sua nuca. Eduardo ignora e continua
insistindo. Marina paralisa, bate e deixa a flor cair na
pia entupida. Ouvimos o gemido de Fernando. (Neste momento
escuta o barulho dela batendo nos produtos de beleza).

Corta para:
Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se tivesse
sendo afogada) saindo da água, Marina sai de olho fechado
com a boca entreaberta, na hora que a personagem abre o
olho corta para: Eduardo entrando com o rosto na água
(olhar meio psicopata). Vê-se a rosa boiando na pia. O
108

rosto de Marina sai novamente da água, mas ela já está


entre pétalas de rosa. Marina sai de olho fechado com a
boca entreaberta, na hora que a personagem abre o olho
corta para: O rosto de Eduardo entra novamente na água. Vê-
se partes desconexas do quadro do quarto em detalhe. Vê-se
o rosto de Marina meio sufocada (como se tivesse sendo
afogada) saindo da água, Marina sai de olho fechado com a
boca entreaberta, na hora que a personagem abre o olho
corta para: Eduardo entrando com o rosto na água (olhar
meio psicopata). Vê-se o calendário atrasado de Marina e
alguns testes de gravidez quebrados em cima da bancada. O
rosto de Marina sai novamente da água, mas ela já está
entre pétalas de rosa. Marina sai de olho fechado com a
boca entreaberta, na hora que a personagem abre o olho
corta para: O rosto de Eduardo entra novamente na água. Vê-
se o vaso quebrado da noite anterior. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Eduardo entra novamente
na água. Vê-se a rosa boiando na pia entupida – que está
suja do cuspe da pasta de dente. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho corta para: Eduardo entra novamente na água. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho corta para: Eduardo entra
novamente na água. O rosto de Marina sai novamente da água,
ela está entre pétalas de rosa (que começam a soltar tinta
vermelha). Marina sai de olho fechado com a boca
entreaberta, na hora que a personagem abre o olho corta
para: Eduardo entra novamente na água. Caem rosas vermelhas
na água, Marina começa a submergir como morta e com o rosto
sujo de vermelho (como se a rosa tivesse soltado tinta na
Marina). Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de
vermelho (só partes do corpo desnudo da personagem
aparece).

Vê-se pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina


sai novamente da água, mas ela já está entre pétalas de
rosa. O rosto de Eduardo entra novamente na água. Vê-se
pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Eduardo entra novamente
na água. Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de
vermelho (só partes do corpo desnudo da personagem
aparece).
Em todo este momento o foco e o desfoque caminham entre as
cenas como forma de se descobrir os objetos e as cenas. Mas
no final quando o ritmo de entradas e saídas da água dos
personagens é mais constante, o foco e o desfoque é mais
descontrolado. Depois com a vinda da cena de calmaria o
109

foco também demora mais. No final, quando Marina boia,


vamos perdendo o foco na personagem. Tudo desfocado e só as
cores do corpo da personagem com a forte tonalidade
vermelha de fundo. Começamos a ouvir de maneira mais forte
o chuveiro e começa a se confundir com a cantiga,
juntamente com os gemidos do Eduardo (que está mais baixo –
como se fizesse parte do arranjo da cantiga). Desta forma o
refrão da canção começa a ficar cíclico. A imagem ainda
está desfocada.

Som:
Gemidos do Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo
afogada, barulho de chuveiro. No momento que aparece o
objeto dos outros cômodos, ouvimos uma chaleira de água,
Eduardo tossindo, depois barulho de máquina de barbear.
A partir do momento que a saída de Marina fica constante,
todos os sons começam a se misturar e partes da cantiga O
Cravo Brigou Com a Rosa em instrumental começam a aparecer.
Depois que as rosas vermelhas começam a cair a cantiga toma
mais força na narrativa sonora.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Começamos a ver partes em detalhe do corpo de Marina no


chuveiro tomando banho. Vemos sua mão tentando limpar o
corpo. Água suja de sangue escorre pelo chão do banheiro.

Som:

Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e começa


a se confundir com a cantiga, juntamente com os gemidos do
Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse parte do
arranjo da cantiga).

FADE OUT.

FIM
110

1.9 Nona versão do roteiro

“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
111

“XXXXXX”

Pensar nos créditos iniciais – com certeza tem que ser no


quarto. Talvez um painel de atividades, junto com elementos
de decoração do quarto. Ouviríamos o despertador da Marina
e sons ambientes dela levantando para ir ao banheiro.
Instrumental do Cravo Brigou Com a Rosa.

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está sentado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama. Pega os óculos
na escrivaninha ao lado da cama e o livro. Junto vemos gibi
erótico. Na escrivaninha ao lado da cama de Marina vê-se
livros de gravidez e em cima deles um vaso com flores
murchas (mesmo tipo da das caídas da briga passada, quase
mortas) e um copo sem água. Acima da cabeceira da cama
vemos um quadro (ou quadros – banco de imagem) que
representam o poder masculino (fálico).

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina com aparência cansada e um pouco acabada no


banheiro tentando fazer o teste de gravidez, sentada na
privada. As toalhas estão esticadas no box, o tapete do
banheiro está organizado, a embalagem do teste de gravidez
em cima da mesa, junto com um calendário que marca a
menstruação da personagem que está atrasada. Os objetos do
banheiro são todos fálicos – embalagens de pasta de dente,
creme de cabelo, creme para o corpo, o que destoa é o
perfume feminino. Vê-se escovas de cabelo, pincéis de
maquiagem. Além de gilete, tesoura e máquina de depilar.
Tudo de maneira organizada.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.
112

MARINA
Espera um pouco.

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta da cama e


vai buscar uma blusa por cima da muda de roupa, em cima dos
livros femininos de Marina (Clarice Lispector). Escutamos o
barulho de xixi da Marina.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina à espera do resultado do teste de gravidez –


meio impaciente. Enquanto ouvimos o barulho de Eduardo na
cozinha de forma que incomode a cena – sons hiper realistas
– forma de Eduardo encher a cena de Marina e ir sufocando-
a. Eduardo procura comida na cozinha. Ele mexe nos
armários, bate algumas portas, mexe em sacolas, abre a
geladeira.

MARINA
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
113

almoço, preciso enviar.


(batendo o pé no chão)

EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?

MARINA
Não, está no lugar de sempre.

EDUARDO (O.S)
Não estou achando.

MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(Eduardo passa pela lista de
compra e não adiciona. Lista
de compra na porta da
geladeira para quando for no
supermercado)

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo começa a organizar o café. Derruba o café na


bancada onde tinha o número do Fernando, o contador
(bilhete de Marina), estraga e deixa jogado. Ele passa o
café, faz panquecas e pega as FLORES ao lado de pétalas
caídas em cima da bancada ao lado do JARRO QUEBRADO. Marina
chega e Eduardo está terminando de arrumar a mesa do café.
Marina passa por Eduardo e encontra um resto de pão no
armário.

MARINA
Amor, olha o pão aqui.

EDUARDO
114

Dá apenas para o lanche da


tarde. Não esquece de colocar
na lista.

Eduardo senta na mesa. Marina anota o pão na lista de


compra na geladeira e começa a organizar os itens de
cozinha que Eduardo deixou jogados. Eduardo levanta, vai em
direção a Marina, pega na mão dela e a leva em direção a
mesa.

EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.

Eduardo puxa a cadeira para Marina. Marina e Eduardo


começam a servir e comer. Marina pega uma das flores.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

Marina faz um sinal positivo com a cabeça, mas não se sente


do direito de comentar nada – já que trará uma notícia
negativa logo à frente.

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.

Marina e Eduardo “brincam” com a flor que Marina segura.


Marina olha para a flor.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo puxa a
flor da mão da Marina. Leva
para o banheiro)

Eduardo levanta da mesa bravo. Marina começa ainda sentada


e devagar a retirar a mesa do café – começa a lavar a
louça. Eduardo escova os dentes (Ele pega por engano
escova de Marina e a deixa jogada). Eduardo começa a
aparar a barba.
115

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vemos o vidro do banheiro embaçado. Marina limpa o vidro e


pega escova para escovar o dente. A pia está entupida por
causa da barba de Eduardo. Eduardo está terminando de
aparar a barba. Deixa barba cair na pia, a toalha de rosto
está jogada em cima das coisas da Marina, a pia está cheia
de pelo. Rosa está no canto da pia. Enquanto Eduardo faz a
barba a torneira fica aberta (torneira sai água quente).

MARINA
Combinamos algo para esta
noite?

EDUARDO
Não que eu lembre. Já que
ontem não conseguimos ir ao
restaurante, caso consiga
terminar de terminar os
relatórios, podemos
aproveitar.

MARINA
Pode ser, mas é porque nunca
tira a barba. Só para eventos
especiais. (risos)

Um silêncio toma o banheiro, enquanto Eduardo lava o rosto


para retirar o excesso de barba. Seca o rosto e vai em
direção ao sanitário, fazer xixi.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
O Fernando (Ele), nunca fez
isso com você?

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo? (muda a
tonalidade)

Marina questiona, mas já começa a arrumar a bagunça de


Eduardo para conseguir depilar a perna. Depois que organiza
116

de maneira superficial, se agacha para começar a se


depilar. O vidro do banheiro já está embaçado de novo. A
câmera desfocada, vemos o vulto de Marina e Eduardo.
Eduardo agarra Marina por trás e coloca a mão por baixo da
camisola de Marina. Eduardo no ouvido da Marina diz.

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Eduardo tenta levantar a camisola de Marina. Marina não


corresponde, mesmo assim o personagem começa a agarrá-la
por trás e beijar sua nuca. Eduardo ignora e continua
insistindo. Marina paralisa, bate e deixa a flor cair na
pia entupida. Ouvimos o gemido de Fernando. (Neste momento
escuta o barulho dela batendo nos produtos de beleza, da
maquininha de depilação ligada).

Corta para: (cíclico – cenas de Eduardo com e sem barba)


Vê-se o rosto de Marina dentro da água imóvel, totalmente
apática – olhos fechados (como se tivesse morta). Vê-se o
rosto de Marina meio sufocada (como se tivesse sendo
afogada) dentro da água. Corta para: Mãos de Eduardo
entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se a rosa
boiando na pia. O rosto de Marina sai da água, mas ela já
está entre pétalas de rosa. Marina sai de olho fechado com
a boca entreaberta, na hora que a personagem abre o olho
corta para: Os braços de Eduardo entrando na água como se
tentasse pegá-la. Vê-se partes desconexas do quadro do
quarto em detalhe. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada
(como se tivesse sendo afogada) saindo da água, Marina sai
de olho fechado com a boca entreaberta, na hora que a
personagem abre o olho corta para: Mãos de Eduardo entrando
na água como se tentasse pegá-la. Vê-se o calendário
atrasado de Marina e alguns testes de gravidez quebrados em
cima da bancada. O rosto de Marina sai novamente da água,
mas ela já está entre pétalas de rosa. Marina sai de olha
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho corta para: Os braços de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso quebrado da
noite anterior. O rosto de Marina sai novamente da água,
ela está entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo (olhar
psicopata) entra novamente na água. Vê-se a rosa boiando na
pia entupida – que está suja do cuspe da pasta de dente. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho corta para: Eduardo entra de
rosto na água e o sangue começa a impregnar. Vê-se o quadro
sangrando. O rosto de Marina sai novamente da água, ela
está entre pétalas de rosa (que começam a soltar tinta
vermelha). Marina sai de olho fechado com a boca
117

entreaberta, na hora que a personagem abre o olho corta


para: Eduardo entra novamente na água e vai se impregnando
mais no sangue da água. O calendário começa a sangrar. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho corta para: Eduardo entra
novamente na água. Vê-se o jarro quebrado com a rosa branca
sangrando. O rosto de Marina sai novamente da água, ela
está entre pétalas de rosa (que começam a soltar tinta
vermelha). Marina sai de olho fechado com a boca
entreaberta, na hora que a personagem abre o olho corta
para: Eduardo entra novamente na água. Caem rosas vermelhas
na água, Marina começa a submergir como morta e com o rosto
sujo de vermelho (como se a rosa tivesse soltado tinta na
Marina). Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de
vermelho (só partes do corpo desnudo da personagem
aparece).

Vê-se pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina


sai novamente da água, mas ela já está entre pétalas de
rosa. O rosto de Eduardo entra novamente na água. Vê-se
pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Eduardo entra novamente
na água. Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de
vermelho (só partes do corpo desnudo da personagem
aparece).
Em todo este momento o foco e o desfoque caminham entre as
cenas como forma de se descobrir os objetos e as cenas. Mas
no final quando o ritmo de entradas e saídas da água dos
personagens é mais constante, o foco e o desfoque é mais
descontrolado. Depois com a vinda da cena de calmaria o
foco também demora mais. No final quando Marina boia vamos
perdendo o foco na personagem. Tudo desfocado e só as cores
do corpo da personagem com a forte tonalidade vermelha de
fundo. Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e
começa a se confundir com a cantiga, juntamente com os
gemidos do Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse
parte do arranjo da cantiga). Desta forma o refrão da
canção começa a ficar cíclico. A imagem ainda está
desfocada.

Som:
Gemidos do Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo
afogada, barulho de chuveiro. No momento que aparece o
objeto dos outros cômodos, ouvimos uma chaleira de água,
Eduardo tossindo, depois barulho de máquina de barbear.
A partir do momento que a saída de Marina, ficam constante.
Todos os sons começam a se misturar e partes da cantiga O
118

Cravo Brigou Com a Rosa em instrumental começam a aparecer.


Depois que as rosas vermelhas começam a cair a cantiga toma
mais força na narrativa sonora.
Maquininha de depilação deve perpassar sonoramente toda a
cena.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Começamos a ver partes em detalhe do corpo de Marina no


chuveiro tomando banho. Vemos sua mão tentando limpar o
corpo. Água suja de sangue escorre pelo chão do banheiro.

Som:

Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e começa


a se confundir com a cantiga, juntamente com os gemidos do
Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse parte do
arranjo da cantiga).

FADE OUT.

FIM
119

1.10 Décima versão do roteiro

“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
120

“XXXXXX”

Pensar nos créditos iniciais – com certeza tem que ser no


quarto. Talvez um painel de atividades, junto com elementos
de decoração do quarto. Ouviríamos o despertador da Marina
e sons ambientes dela levantando para ir ao banheiro.
Instrumental do Cravo Brigou Com a Rosa.

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO está sentado na cama. MARINA já levantou. Com


preguiça, Eduardo está esparramado na cama. Pega os óculos
na escrivaninha ao lado da cama e o livro. Junto vemos gibi
erótico. Na escrivaninha ao lado da cama de Marina vê-se
livros de gravidez e em cima deles um vaso com flores
murchas (mesmo tipo da das caídas da briga passada, quase
mortas) e um copo sem água. Acima da cabeceira da cama
vemos um quadro (ou quadros – banco de imagem) que
representam o poder masculino (fálico).

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina com aparência cansada e um pouco acabada no


banheiro tentando fazer o teste de gravidez, sentada na
privada. As toalhas estão esticadas no box, o tapete do
banheiro está organizado, a embalagem do teste de gravidez
em cima da mesa, junto com um calendário que marca a
menstruação da personagem que está atrasada. Os objetos do
banheiro são todos fálicos – embalagens de pasta de dente,
creme de cabelo, creme para o corpo, o que destoa é o
perfume feminino. Vê-se escovas de cabelo, pincéis de
maquiagem. Além de gilete, tesoura e máquina de depilar.
Tudo de maneira organizada.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.
121

MARINA
Espera um pouco.

INT. QUARTO – MANHÃ

Conseguimos ouvir de longe a aflição de Marina. Juntamente


com o barulho da embalagem, que cai algumas vezes de sua
mão.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta da cama e


vai buscar uma blusa por cima da muda de roupa, em cima dos
livros femininos de Marina (Clarice Lispector). Escutamos o
barulho de xixi da Marina.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vê-se Marina à espera do resultado do teste de gravidez –


meio impaciente. Enquanto ouvimos o barulho de Eduardo na
cozinha de forma que incomode a cena – sons hiper realistas
– forma de Eduardo encher a cena de Marina e ir sufocando-
a. Eduardo procura comida na cozinha. Ele mexe nos
armários, bate algumas portas, mexe em sacolas, abre a
geladeira.

MARINA
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
122

almoço, preciso enviar.


(batendo o pé no chão)

EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?

MARINA
Não, está no lugar de sempre.

EDUARDO (O.S)
Não estou achando.

MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(Eduardo passa pela lista de
compra e não adiciona. Lista
de compra na porta da
geladeira para quando for no
supermercado)

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo começa a organizar o café. Derruba o café na


bancada onde tinha o número do Fernando, o contador
(bilhete de marina), estraga e deixa jogado. Ele passa o
café, faz panquecas e pega as FLORES ao lado de pétalas
caídas em cima da bancada ao lado do JARRO QUEBRADO. Marina
chega e Eduardo está terminando de arrumar a mesa do café.
Marina passa por Eduardo e encontra um resto de pão no
armário.

MARINA
Amor, olha o pão aqui.

EDUARDO
123

Dá apenas para o lanche da


tarde. Não esquece de colocar
na lista.

Eduardo senta na mesa. Marina anota o pão na lista de


compra na geladeira e começa a organizar os itens de
cozinha que Eduardo deixou jogado. Eduardo levanta, vai em
direção a Marina, pega na mão dela e a leva em direção a
mesa.

EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.

Eduardo puxa a cadeira para Marina. Marina e Eduardo


começam a servir e comer. Marina pega uma das flores.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

Marina faz um sinal positivo com a cabeça, mas não se sente


do direito de comentar nada – já que trará uma notícia
negativa logo à frente.

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.

Marina e Eduardo “brincam” com a flor que Marina segura.


Marina olha para a flor.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo puxa a
flor da mão da Marina. Leva
para o banheiro)

Eduardo levanta da mesa bravo. Marina começa ainda sentada


e devagar a retirar a mesa do café – começa a lavar a
louça. Eduardo escova os dentes (Ele pega por engano
escova de Marina e a deixa jogada). Eduardo começa a
aparar a barba.
124

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Vemos o vidro do banheiro embaçado. Marina limpa o vidro e


pega escova para escovar o dente. A pia está entupida por
causa da barba de Eduardo. Eduardo está terminando de
aparar a barba. Deixa barba cair na pia a toalha de rosto
está jogada em cima das coisas da Marina. Enquanto a pia
está cheia de pelo. Rosa está no canto da pia. Enquanto
Eduardo faz a barba a torneira fica aberta (torneira sai
água quente).

MARINA
Combinamos algo para esta
noite?

EDUARDO
Não que eu lembre. Já que
ontem não conseguimos ir ao
restaurante, caso consiga
terminar de terminar os
relatórios, podemos
aproveitar.

MARINA
Pode ser, mas é porque nunca
tira a barba. Só para eventos
especiais. (risos)

Um silêncio toma o banheiro, enquanto Eduardo lava o rosto


para retirar o excesso de barba. Seca o rosto. E vai e
direção ao sanitário, fazer xixi.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
O Fernando (Ele), nunca fez
isso com você?

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo? (muda a
tonalidade)
125

Marina questiona, mas já começa a arrumar a bagunça de


Eduardo para conseguir depilar a perna. Depois que organiza
de maneira superficial, se agacha para começar a se
depilar. O vidro do banheiro já está embaçado de novo. A
câmera desfocada, vemos o vulto de Marina e Eduardo.
Eduardo agarra Marina por trás e coloca a mão por baixo da
camisola de Marina. Eduardo no ouvido da Marina diz.

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Eduardo tenta levantar a camisola de Marina. Marina não


corresponde, mesmo assim o personagem começa a agarrá-la
por trás e beijar sua nuca. Eduardo ignora e continua
insistindo. Marina paralisa, bate e deixa a flor cair na
pia entupida. Ouvimos o gemido de Fernando. (Neste momento
escuta o barulho dela batendo nos produtos de beleza, da
maquininha de depilação ligada).

Corta para: (cíclico – cenas de Eduardo com e sem barba)


Vê-se Marina entrando na água, com o olho fechado. Vê-se o
rosto de Marina dentro da água imóvel, totalmente apática –
olhos fechados (como se tivesse morta). Corta para: Mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se a
rosa boiando na pia. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada
(como se tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para:
Os braços de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em
detalhe. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para:
Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la,
as pétalas das flores estão dentro da água e na superfície.
Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns testes de
gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada (como se tivesse sendo afogada) dentro
da água, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Corta para: Os braços de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso quebrado da
noite anterior. O rosto de Marina sai da água, ela está
entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo (olhar psicopata)
entra na água. Vê-se a rosa boiando na pia entupida – que
está suja do cuspe da pasta de dente. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra de rosto na água e o
sangue começa a impregnar. Vê-se o quadro sangrando. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
126

que a personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra


novamente na água e vai se impregnando mais no sangue da
água. O calendário começa a sangrar. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente na água.
Vê-se o jarro quebrado com a rosa branca sangrando. O rosto
de Marina sai novamente da água, ela está entre pétalas de
rosa (que começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de
olho fechado com a boca entreaberta, na hora que a
personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente
na água. Caem rosas vermelhas na água, Marina começa a
submergir como morta e com o rosto sujo de vermelho (como
se a rosa tivesse soltado tinta na Marina). Sobrepõe Marina
boiando com a água já suja de vermelho (só partes do corpo
desnudo da personagem aparece).

Vê-se pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina


sai novamente da água, mas ela já está entre pétalas de
rosa. O rosto de Eduardo entra novamente na água. Vê-se
pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Eduardo entra novamente
na água. Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de
vermelho (só partes do corpo desnudo da personagem
aparece).
Em todo este momento o foco e o desfoque caminham entre as
cenas como forma de se descobrir os objetos e as cenas. Mas
no final quando o ritmo de entradas e saídas da água dos
personagens é mais constante, o foco e o desfoque é mais
descontrolado. Depois com a vinda da cena de calmaria o
foco também demora mais. No final quando Marina boia vamos
perdendo o foco na personagem. Tudo desfocado e só as cores
do corpo da personagem com a forte tonalidade vermelha de
fundo. Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e
começa a se confundir com a cantiga, juntamente com os
gemidos do Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse
parte do arranjo da cantiga). Desta forma o refrão da
canção começa a ficar cíclico. A imagem ainda está
desfocada.

Som:
Gemidos do Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo
afogada, barulho de chuveiro. No momento que aparece o
objeto dos outros cômodos, ouvimos uma chaleira de água,
Eduardo tossindo, depois barulho de máquina de barbear.
A partir do momento que a saída de Marina, ficam constante.
Todos os sons começam a se misturar e partes da cantiga O
Cravo Brigou Com a Rosa em instrumental começam a aparecer.
127

Depois que as rosas vermelhas começam a cair a cantiga toma


mais força na narrativa sonora.
Maquininha de depilação deve perpassar sonoramente toda a
cena.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Começamos a ver partes em detalhe do corpo de Marina no


chuveiro tomando banho. Vemos sua mão tentando limpar o
corpo. Água suja de sangue escorre pelo chão do banheiro.

Som:

Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e passa


a se confundir com a cantiga, juntamente com os gemidos do
Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse parte do
arranjo da cantiga).

FADE OUT.

FIM
128

1.11 Décima primeira versão do roteiro

“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
129

“XXXXXX”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO ainda está deitado na cama, mas se prepara para


levantar. Na escrivaninha ao lado da cama, Eduardo, com
preguiça, pega os óculos e o livro para começar a ler,
enquanto conversa com MARINA que acaba de levantar e está
indo em direção ao banheiro. Embaixo do livro é possível
ver o gibi erótico. Em cima da escrivaninha de Marina,
livros de gravidez ocupam o espaço juntamente com um vaso
de rosas brancas murchas. Na parede da cama um quadro com
imagem fálica representa o poder masculino.

EDUARDO
Cadê meu café? (Risos)

MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Sentada na privada, Marina está cansada e visivelmente


acabada por conta da briga da noite anterior. Ela olha o
calendário, confirma que sua menstruação está atrasada, a
sua feição melhora como se fosse a esperança para os
problemas constantes de relacionamento, além do real desejo
de ser mãe. Pega o teste de gravidez que está em cima da
bancada do banheiro e começa a fazê-lo. As toalhas estão
esticadas no box e o tapete do banheiro está organizado. Os
objetos do banheiro são todos fálicos – embalagens de pasta
de dente, creme de cabelo, creme para o corpo, o que destoa
é o perfume feminino. Vê-se escovas de cabelo e pincéis de
maquiagem, gilete, tesoura e máquina de depilar. Tudo está
organizado.

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.
130

MARINA
Também, espera um pouco.

INT. QUARTO – MANHÃ

Marina deixa cair o teste de gravidez da sua mão, umas duas


vezes, enquanto tenta abrir.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa porcaria
de embalagem?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta da cama e


vai buscar uma camiseta na pilha de roupas em cima dos
livros femininos de Marina. Marina consegue fazer o teste
de gravidez.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Marina aguarda o resultado do teste de gravidez ficar


pronto. Eduardo já está na cozinha. Ele bate as portas do
armário, mexe em sacolas, abre a geladeira. Eduardo começa
a fazer o café, pega a garrafa, coloca a água para ferver e
começa a ajeitar a mesa com o que acha.

MARINA
Amanhã estou na clínica.
Depois que organizar seu
almoço preciso enviar.

EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?
131

MARINA
Não, está no lugar de sempre.

EDUARDO (O.S)
Não estou achando.

MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?

Eduardo caminha até o banheiro e entrega o papel higiênico


para Marina.

EDUARDO
Não tem pão. Vamos de torrada
no café. Lembra de adicionar
na lista de compras (Eduardo
passa pela lista de compras e
não adiciona. Lista de
compras na porta da geladeira
para quando for ao
supermercado.)

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo está passando o café e derruba um pouco na bancada.


Parte da mesa já está posta com a torrada e a geleia.
Eduardo pega o leite que está esquentando no fogão e leva
junto com a louça para colocar na mesa, um de cada vez,
enquanto espera o café terminar de passar. Eduardo pega a
rosa branca que está inteira junto às pétalas e o jarro
quebrado, coloca em um copo e bota para decorar a mesa.
Marina passa por Eduardo e vai direto no armário pegar o
pão que ele não encontrou.

MARINA
Amor, olha o pão aqui.

EDUARDO
Comemos o que sobrou à tarde,
mas não esquece de colocar na
lista, porque está acabando.
132

Eduardo senta à mesa. Marina vai anotar o pão na lista de


compras. Eduardo vai em direção a personagem e, por trás
dela, faz carinho enquanto a convida para tomar café da
manhã.

EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.

Eduardo puxa a cadeira para Marina. Marina e Eduardo


começam a servir e comer. Marina pega uma das flores.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

Marina apenas confirma com uma voz fraca e inconstante, mas


não se sente no direito de comentar nada – já que trará uma
notícia negativa logo à frente.

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.

Marina e Eduardo “brincam” com a flor que Marina segura.


Marina olha para a flor.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar.

Eduardo puxa a flor da mão de Marina, levanta da mesa


bravo, empurra a mesa na direção da personagem e acaba
derrubando no chão um objeto (qual?). Marina se agacha
para limpar o chão, enquanto Eduardo já caminha para o
banheiro com a flor. Marina começa a retirar a mesa do
café e vai lavar a louça. Eduardo, no banheiro, escova os
dentes. Ele pega por engano escova de Marina e a deixa
jogada. Marina fechará a torneira para ensaboar a louça e
Eduardo deixará a torneira sempre aberta enquanto escova
os dentes.

INT. BANHEIRO – MANHÃ


133

O vidro do banheiro está embaçado. Eduardo começa a aparar


a barba, deixa o pelo cair na pia e liga a água da
torneira para limpar a tesoura da maneira mais fácil, o
que entope a pia. Marina, antes de escovar os dentes,
tenta limpar o vidro. A pia está toda suja, com a toalha
jogada em cima das coisas de Marina. A rosa branca está no
canto da pia.

MARINA
Combinamos algo para hoje à
noite?

EDUARDO
Não que eu lembre, mas já que
ontem não fomos ao
restaurante, se você
conseguir terminar os
relatórios podemos
aproveitar.

MARINA
Pode ser. É que você só tira
a barba para eventos
especiais, por isso
perguntei. (risos)

Um silêncio toma o banheiro. Eduardo lava o rosto para


retirar o excesso de barba, seca o rosto e vai em direção
ao sanitário fazer xixi.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
O seu amigo Fernando nunca
fez isso com você?

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo? (muda a
tonalidade)

Marina questiona, mas já começa a arrumar a bagunça pois


precisa do espaço para depilar a perna. Com pressa para
começar as suas atividades do trabalho, Marina ajeita de
134

maneira superficial a bancada para se depilar. A personagem


se agacha. O vidro do banheiro já está embaçado de novo.
Câmera desfocada - vemos os vultos de Marina e Eduardo.
Eduardo agarra Marina por trás e coloca a mão por baixo da
camisola dela. Eduardo, no ouvido de Marina:

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Eduardo tenta levantar a camisola de Marina. Marina não


corresponde, mesmo assim o personagem começa a agarrá-la
por trás e beijar sua nuca. Eduardo ignora e continua
insistindo. Marina paralisa, mas é forçada em direção à
bancada do banheiro, com isso derruba objetos da pia e bate
na rosa branca que já está despetalada. Uma pétala cai
dentro da água entupida. Ouvimos o gemido de Eduardo.
(Neste momento escuta-se o barulho dela batendo nos
produtos de beleza e da máquina de depilação ligada).
Comentário: acho que prefiro que ele jogue a rosa na
cozinha e neste momento não tenha essa cena. Ou a água da
pia seria uma ligação entre esse momento e o outro?
ACHO QUE PRECISA ADICIONAR UM DETALHE DECUPAGEM
Comentário: pode começar nesta pia com a pétala boiando,
depois cai para Marina já dentro da água boiando.

Corta para:
Marina entra na água com o olho fechado. Vê-se o rosto da
personagem imóvel dentro da água, totalmente apática, de
olhos fechados, como se tivesse morta. Corta para: mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se o
rosto de Marina meio sufocada, como se tivesse sendo
afogada, dentro da água. Corta para: os braços de Eduardo
entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se partes
desconexas do quadro do quarto em detalhe. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada, como se tivesse sendo afogada, dentro
da água. Pétalas de rosas vermelhas começam a cair. Corta
para: mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns
testes de gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o
rosto de Marina meio sufocada, como se tivesse sendo
afogada, dentro da água. As pétalas das flores estão dentro
da água e na superfície. Corta para: os braços de Eduardo
entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso
quebrado da noite anterior. O rosto de Marina sai da água,
ela está entre pétalas de rosas. O rosto de Eduardo (olhar
psicopata) entra na água. Vê-se a pia do banheiro entupida.
O rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosas. Marina, de olhos fechados e com a boca
135

entreaberta, sai da água e abre os olhos. Corta para:


Eduardo entra com o rosto na água. Vê-se o quadro
sangrando. O rosto de Marina sai novamente da água, ela
está entre pétalas de rosas. Marina, de olhos fechados e
com a boca entreaberta, sai da água e abre os olhos. Corta
para: Eduardo entra novamente na água. O calendário começa
a sangrar. O rosto de Marina sai novamente da água, ela
está entre pétalas de rosas (que começam a soltar tinta
vermelha). Marina, de olhos fechados e com a boca
entreaberta, sai da água e abre os olhos. Corta para:
Eduardo entra novamente na água, a qual o impregna de tinta
vermelha. Vê-se o jarro quebrado que começa a sangrar.
Marina começa a submergir como morta e com o rosto sujo de
vermelho (como se a rosa tivesse soltado tinta na Marina).
Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de vermelho (só
partes do corpo desnudo da personagem aparecem).

Em todo esse momento o foco e o desfoque caminham entre as


cenas como forma de se descobrir os objetos e as cenas.
Mas, no final, quando o ritmo de entradas e saídas da água
dos personagens é mais constante, o foco e o desfoque é
mais descontrolado. Depois, com a vinda da cena de
calmaria, o foco também demora mais. No final, quando
Marina boia, vamos perdendo o foco na personagem. Tudo
desfocado e só as cores do corpo da personagem com a forte
tonalidade vermelha de fundo. Começamos a ouvir de maneira
mais forte o chuveiro, o som confunde com a cantiga,
juntamente com os gemidos de Eduardo (que está mais baixo –
como se fizesse parte do arranjo da cantiga). Desta forma,
o refrão da canção começa a ficar cíclico. A imagem ainda
está desfocada.

Fiquei pensando que nesta parte tem que ir aumentando as


pétalas e tudo se preenche de vermelho ou isso vai e volta,
momento com pétalas, momento com sangue, momento com água
pura.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Filete de sangue escorre pela perna da personagem.


Começamos a ver partes em detalhe do corpo de Marina no
chuveiro a tomar banho. Vemos sua mão tentando limpar o
corpo. Água suja de sangue escorre pelo chão do banheiro.

FADE OUT.

FIM
136

2. ROTEIRO DECUPADO

2.1 Primeira versão do roteiro decupado do apartamento

“XXXXXXXXX”

Um roteiro

de

Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha

Todos os direitos reservados


137

“XXXXXXXXX”

FADE IN

INT. QUARTO – MANHÃ

CENA 01

Plano plongeé (Grua)

Plano Médio do personagem deitado na cama

Pan da esquerda para direita (pegando os itens de


escrivaninha dos personagens)

Ação:

Eduardo ainda está deitado. Quando a câmera chega nele, o


personagem está sentando para pegar o livro e começar a
ler.

Itens:

Eduardo – óculos, livro (Homens Difíceis), gibi erótico

Marina – livros de gravidez, vaso com rosa murcha, copo de


água,

Quadro, roupa de cama, travesseiros, chinelo no canto da


cama.

CENA 02

Plano Médio (tripé)

Personagem está centralizado na cena segurando o livro

Ação: personagem lê o livro

Itens: livro

CENA 03

Plano Médio (tripé)


138

Marina está centralizada na cena segurando o calendário.

Ação: personagem visualiza o calendário

Emoção do personagem: Marina está cansada e visivelmente


acabada da briga da noite de ontem. Ela olha o calendário,
confirma que sua menstruação está atrasada, a sua feição
melhora como se fosse a esperança para os problemas
constantes de relacionamento, além do real desejo de ser
mãe.

Itens: calendário

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 04

Plano diagonal ¾ (tripé)

1º plano: Marina sentada na privada

2º plano: testes de gravidez

Ação: Marina pega o teste de gravidez e deixa cair a


embalagem ao colocar o calendário na bancada.

Itens: calendário, testes

Outros itens de arte da bancada (quadros, um cacto)

CENA 05

Plano geral - diagonal ¾ (tripé)

Cena irá mostrar um plano mais geral do quarto para


conseguirmos ver o quadro.

Ação: Eduardo está terminando de ler o livro e o coloca em


cima da bancada com os óculos

Itens:

Eduardo – óculos, livro (Homens Difíceis), gibi erótico

Marina – livros de gravidez, vaso com rosa murcha, copo de


água

Quadro, roupa de cama, travesseiros, chinelo no canto da


cama
139

INT. QUARTO – MANHÃ

CENA 06

Plano americano (tripé)

Personagem está de perfil na cena

1º plano – itens da penteadeira da Marina

2º plano – Eduardo sentado na cama

Ação: Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta, vem


em direção a muda de roupa na penteadeira e coloca a blusa.

Itens: Utensílios da penteadeira (que são?), muda de roupa

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 07

Plano diagonal ¾ (tripé)

1º plano: Marina sentada na privada

2º plano: testes de gravidez

Ação: Marina está aguardando a resposta do teste de


gravidez e pede o papel higiênico a Eduardo. O personagem
vai entregar e passa na frente da câmera.

Eduardo estava na cozinha fazendo barulhos (mexendo em


portas, sacolas, abrindo geladeira, ...). O personagem já
começou a arrumar a mesa – levou a torrada, geleia,
requeijão.

Itens: calendário, testes

Outros itens de arte da bancada (quadros, um cacto)

CENA 08

Plongeé Absoluto

Plano detalhe da água da privada descendo (descarga na


privada)

INT. COZINHA – MANHÃ

CENA 09
140

Plongeé Absoluto

Plano detalhe do café sendo feito – a água está sendo


jogada no coador

Atenção: Nas cenas 08 e 09 o cálculo deve ser o mesmo para


que na montagem as circunferências se encontrem em fusão.

CENA 10

Plano de perfil (tripé)

Plano americano do personagem no corredor da cozinha (fundo


é a geladeira)

Ação: Eduardo finaliza de passar o café e começa a


organizá-los na mesa.

Itens: Utensílios de cozinha (garrafa de café, coador,


chaleira que esquentou a água, o leite), pratinhos,
xícaras, faquinhas, colherinhas

CENA 11

Plano diagonal ¾ (tripé)

Primeiro plano na lista adicionando o pão.

Movimento de câmera da lista até a mesa. Personagem sentará


na frente de Marina.

Ação: Eduardo leva a flor para a mesa e Marina vai em


direção a lista. Eduardo volta para levar Marina a mesa,
puxa a cadeira para personagem.

Itens: Utensílios de cozinha (garrafa de café, coador,


chaleira que esquentou a água, o leite), pratinhos,
xícaras, faquinhas, colherinhas, quadro, giz

CENA 12

Câmera estará na altura da mesa e ocasionará um plano


americano dos personagens.

Personagens sentados à mesa centralizados de perfil.

Ação: Os personagens começam a comer e se ajeitar.


141

CENA 13

Plongeé absoluto da mesa do café da manhã, o que está na


cena além da disposição da mesa são os braços dos
personagens servindo o que falta e brincando com a rosa
branca. (tripé)

Ação: Personagens comem, brincam com a flor, Eduardo fica


triste com a notícia de Marina e empurra a mesa derrubando
algum item no chão.

Itens: Torrada, geleia, requeijão, café, leite, talheres,


xícara, pratinho, toalha de mesa (?), minhas cadeiras
transparentes (depende do set)

CENA 14

Plano diagonal ¾ (tripé)

Plano detalhe da personagem catando o item que Eduardo


derrubou.

Ação: Marina estaria catando no chão os pés de Eduardo


passariam do seu lado para ir ao banheiro. Ela levantaria e
iria em direção a cozinha lavar os pratos.

Itens: O que cair, mesa, cadeira ...

INT. COZINHA – MANHÃ

CENA 15

Plano detalhe Marina esfregando os pratos – xícara

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 16

Plano detalhe Eduardo escovando os dentes.

INT. COZINHA – MANHÃ

CENA 17

Plano detalhe Marina enxaguando os pratos – xícara


142

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 18

Plano detalhes Eduardo molhando a boca e cuspindo a água.

Esses planos detalhe para ter ritmo deverão ter uns quadros
deles na montagem. Todas essas ações de movimentação serão
do mesmo lado. Tentar calcular.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 19

Plano médio dos personagens de perfil (tripé)

Ação: Os personagens estão de frente do espelho, Eduardo


começa a aparar a barba quando Marina chega no banheiro. O
tempo de ação da barba será maior para dar tempo dele não
ter que sair do banheiro. Personagem irá se admirar no
espelho. Quando Marina começar a depilar vai perguntar se
ele sairá sem limpar. Ele que estava quase saindo volta e a
responde, ela pergunta de novo já depilando. Eduardo fica
parado atrás olhando-a.

Itens: Utensílios de banheiro

CENA 20

Contra plongeé da personagem depilando frontal à câmera.


(tripé)

Ação: Marina começa a depilar, Eduardo vem ajudá-la e


começa a abusar sexualmente da personagem – cena caminhará
para o estupro.

Itens: Utensílios de banheiro

CENA 21

Plongéé da pia do banheiro, plano tem que dar para pegar a


pia entupida a arte do banheiro.

Ação: Quando Eduardo vira a personagem esse será o ponto de


corte, que derrubará os itens.
143

Itens: Utensílios do banheiro

CENA 22

Plano detalhe da pia entupida do banheiro.

CENA 22

Plano detalhe da pia com a pétala (até sangrar)

CENA 23

Plano detalhe do calendário (até sangras)

CENA 24

Plano detalhe do quadro (até sangrar)

CENA 25

Plano detalhe do jarro quebrando (até sangrar)

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 25 e 26

Câmera volta em primeiro plano ou plano médio da


personagem, que estará com o olho fechado com a água do
chuveiro caindo no seu rosto. Daqui a pouco a câmera começa
a descer e a personagem vai se contorcendo tentando limpar
o seu corpo. À medida que a personagem tem um momento do
choro mais forte o desfoque será utilizado. Até chegar a
perna onde estará sangrando e o desfoque não mais
acontecerá.

Personagem estará com os peitos de fora mais de calcinha


cor da pele (calcinha fininha para não aparecer muito)
144

2.2 Segunda versão do roteiro decupado do apartamento

“XXXXXXXXX”

Um roteiro

de

Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha

Todos os direitos reservados


145

“XXXXXXXXX”

FADE IN

INT. QUARTO – MANHÃ

CENA 01

Plano plongeé (Grua)

Plano Médio do personagem deitado na cama

Pan da esquerda para direita (pegando os itens de


escrivaninha dos personagens)

Ação:

Eduardo ainda está deitado, quando a câmera chega nele o


personagem está sentando para pegar o livro e começar a
ler.

Itens:

Eduardo – óculos, livro (Homens Difíceis), gibi erótico

Marina – livros de gravidez, vaso com rosa murcha, copo de


água,

Quadro, roupa de cama, travesseiros, chinelo no canto da


cama

CENA 02

Plano Médio (tripé)

Personagem está centralizado na cena segurando o livro

Ação: personagem lê o livro

Itens: livro

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 03
146

Plano Médio (tripé)

Marina está centralizado na cena segurando o calendário.

Ação: personagem visualiza o calendário

Emoção do personagem: Marina está cansada e visivelmente


acabada da briga da noite de ontem. Ela olha o calendário,
confirma que sua menstruação está atrasada, a sua feição
melhora como se fosse a esperança para os problemas
constantes de relacionamento, além do real desejo de ser
mãe.

Itens: calendário

CENA 04

Plano diagonal ¾ (tripé)

Câmera vê Marina através da porta do banheiro, que está


sentada na privada.

Ação: Marina pega o teste de gravidez e deixa cair a


embalagem ao colocar o calendário na bancada.

Itens: calendário, testes

Outros itens de arte da bancada (quadros, um cacto)

CENA 05

Plano geral - frontal (tripé)

Cena irá mostrar um plano mais geral do quarto para


conseguirmos ver o quadro.

Ação: Eduardo está terminando de ler o livro e o coloca em


cima da bancada com os óculos

Itens:

Eduardo – óculos, livro (Homens Difíceis), gibi erótico

Marina – livros de gravidez, vaso com rosa murcha, copo de


água

Quadro, roupa de cama, travesseiros, chinelo no canto da


cama

INT. QUARTO – MANHÃ


147

CENA 06

Plano diagonal ¾ - câmera parada

Personagem está de costas na cena

1º plano – Eduardo de costas lendo

2º plano – Roupas com o quadro no segundo plano

Ação: Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta, vem


em direção a muda de roupa na penteadeira e coloca a blusa.

Itens: Utensílios da penteadeira (que são?), muda de roupa

O importante deste item é onde a roupa vai ficar, mostrar


itens de arte (quadro da vagina).

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 07

Plano diagonal ¾ (tripé)

Câmera vê Marina através da porta do banheiro, que está


sentada na privada.

Ação: Marina está aguardando a resposta do teste de


gravidez e pede o papel higiênico a Eduardo. O personagem
vai entregar e passa na frente da câmera.

Eduardo estava na cozinha fazendo barulhos (mexendo em


portas, sacolas, abrindo geladeira, ...) O personagem já
começou a arrumar a mesa – levou a torrada, geleia,
requeijão.

Itens: calendário, testes

Outros itens de arte da bancada (quadros, um cacto)

CENA 08

Plongeé Absoluto

Plano detalhe da água da privada descendo (descarga na


privada)

INT. COZINHA – MANHÃ

CENA 09
148

Plongeé Absoluto

Plano detalhe do café sendo feito – a água está sendo


jogada no coador (água mexendo)

Atenção: Nas cenas 08 e 09 o cálculo deve ser o mesmo para


que na montagem as circunferências (o movimento da água) se
encontrem em fusão.

CENA 10

Plano master - costas (tripé)

Plano americano do personagem de costas arrumando o que


falta do café da manhã. O jarro quebrado com a flor está em
cima da bancada.

Ação: Eduardo finaliza de passar o café e começa a


organizá-lo na mesa. Desta forma ele sai do plano e entra.
Eduardo leva a flor para a mesa e Marina vai em direção da
lista.

Itens: Utensílios de cozinha (garrafa de café, coador,


chaleira que esquentou a água, o leite), pratinhos,
xícaras, faquinhas, colherinhas

CENA 11

Plongeé absoluto da mesa do café da manhã, o que está na


cena além da disposição da mesa são os braços dos
personagens servindo o que falta e brincando com a rosa
branca. (tripé)

Ação: Personagens comem, brincam com a flor, Eduardo fica


triste com a notícia de Marina e empurra a mesa derrubando
algum item no chão.

Itens: Torrada, geleia, requeijão, café, leite, talheres,


xícara, pratinho, toalha de mesa (?), minhas cadeiras
transparentes (depende do set)

INT. COZINHA – MANHÃ

CENA 12

Plano detalhe Marina colocando detergente, esfregando os


pratos – xícaras e pratinhos e enxaguando-os.
149

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 13

Plano detalhe Eduardo colocando pasta na escova, escovando


os dentes, molhando a boca e cuspindo na pia.

Esses planos detalhe para ter ritmo deverão ter uns quadros
deles na montagem. Todas essas ações de movimentação serão
de lado oposto, Marina no direito e Eduardo no lado
esquerdo. Mais ou menos mesma metragem.

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 14

Plano médio dos personagens de perfil (tripé)

Ação: Os personagens estão de frente do espelho, Eduardo


começa a aparar a barba quando Marina chega no banheiro. O
tempo de ação da barba será maior para dar tempo dele não
ter que sair do banheiro. Personagem irá se admirar no
espelho. Quando Marina começar a depilar vai perguntar se
ele sairá sem limpar. Ele que estava quase saindo volta e a
responde, ela pergunta de novo já depilando. Eduardo fica
parado atrás olhando-a.

Itens: Utensílios de banheiro

Ou

CENA 14.2

Plano médio/americano dos personagens frontal – a câmera


seria subjetiva.

ATENÇÃO: Precisaríamos de um espelho para gravar.

CENA 15

Contra plongeé da personagem depilando frontal a câmera.


(tripé)

De trás do box do banheiro.


150

Ação: Marina começa a depilar, Eduardo vem ajudá-la e


começa a abusar sexualmente da personagem – cena caminhará
para o estupro.

Itens: Utensílios de banheiro

CENA 16

Plongeé da pia do banheiro, plano tem que dar para pegar a


pia entupida a arte do banheiro.

Ação: Quando Eduardo vira a personagem esse será o ponto de


corte, que derrubará os itens.

Itens: Utensílios do banheiro

Ou

CENA 16.2

Câmera na mão – Eduardo abusando de Marina no espelho do


banheiro e desce para o detalhe da pia.

CENA 22 (se tiver o 21.2 não tem o 22)

Plano detalhe da pia entupida do banheiro.

CENA 17

Plano detalhe da pia com a pétala (até sangrar)

CENA 18

Plano detalhe do calendário (até sangrar)

CENA 19

Plano detalhe do quadro (até sangrar)

CENA 20

Plano detalhe do jarro quebrando (até sangrar)

INT. BANHEIRO – MANHÃ

CENA 21 e 22

Câmera volta em primeiro plano ou plano médio da


personagem, que estará com o olho fechado com a água do
chuveiro caindo no seu rosto. Daqui a pouco a câmera começa
a descer e a personagem vai se contorcendo tentando limpar
151

o seu corpo. A medida que a personagem tem um momento do


choro mais forte o desfoque será utilizado. Até chegar a
perna onde estará sangrando e o desfoque não mais
acontecerá.

Personagem estará com os peitos de fora mas de calcinha com


da pele (calcinha fininha para não aparecer muito)
152

2.3 Primeira versão do roteiro decupado da banheira

“XXXXXXXXX”

Um roteiro

de

Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha

Todos os direitos reservados


153

“XXXXXXXXX”

FADE IN

INT. BANHEIRA – MANHÃ

CENA 01

Câmera parada plongeé absoluto (plano médio - frontal)

Marina entra na água, dentro da água com os olhos fechados


meio apática – começa a fazer pequenos movimentos como se
tivesse despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta
como se estivesse afogando e sai da água. Depois fica
boiando.

CENA 02

Câmera parada de dentro da água – contra plongeé de Eduardo


(plano americano)

Eduardo entra na água pelas laterais como se fosse pegar


Marina. Primeiro começa a tocar a água, depois vai tocando-
a de maneira mais agressiva, depois enfia a mão na água, os
braços tentando alcançar Marina, depois enfia o rosto.

CENA 03

Câmera na mão de dentro da água – primeiro (primeiríssimo)


plano da personagem Marina.

Marina dentro da água com os olhos fechados meio apática –


começa a fazer pequenos movimentos como se tivesse
despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta como se
estivesse afogando.

CENA 04

Plongeé ¾ (diagonal) – plano americano – câmera parada


(queria parada mas terá que ser na mão)

Marina entra na água


154

CENA 0

Câmera parada plongeé absoluto

Marina faz toda a movimentação e enquanto estiver lá em


baixo depois que começar a se afogar como se alguém tivesse
a segurando – começa a estourar o sangue e sujar a água.
Marina tenta sair da água e depois fica boiando.

Corta para:
Vê-se Marina entrando na água, com o olho fechado. Vê-se o
rosto de Marina dentro da água imóvel, totalmente apática –
olhos fechados (como se tivesse morta). Corta para: Mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se a
rosa boiando na pia. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada
(como se tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para:
Os braços de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em
detalhe. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para:
Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la,
as pétalas das flores estão dentro da água e na superfície.
Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns testes de
gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada (como se tivesse sendo afogada) dentro
da água, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Corta para: Os braços de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso quebrado da
noite anterior. O rosto de Marina sai da água, ela está
entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo (olhar psicopata)
entra na água. Vê-se a rosa boiando na pia entupida – que
está suja do cuspe da pasta de dente. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra de rosto na água e o
sangue começa a impregnar. Vê-se o quadro sangrando. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra
novamente na água e vai se impregnando mais no sangue da
água. O calendário começa a sangrar. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente na água.
Vê-se o jarro quebrado com a rosa branca sangrando. O rosto
de Marina sai novamente da água, ela está entre pétalas de
rosa (que começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de
olho fechado com a boca entreaberta, na hora que a
personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente
155

na água. Caem rosas vermelhas na água, Marina começa a


submergir como morta e com o rosto sujo de vermelho (como
se a rosa tivesse soltado tinta na Marina). Sobrepõe Marina
boiando com a água já suja de vermelho (só partes do corpo
desnudo da personagem aparece).

Vê-se pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina


sai novamente da água, mas ela já está entre pétalas de
rosa. O rosto de Eduardo entra novamente na água. Vê-se
pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Eduardo entra novamente
na água. Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de
vermelho (só partes do corpo desnudo da personagem
aparece).
Em todo este momento o foco e o desfoque caminham entre as
cenas como forma de se descobrir os objetos e as cenas. Mas
no final quando o ritmo de entradas e saídas da água dos
personagens é mais constante, o foco e o desfoque é mais
descontrolado. Depois com a vinda da cena de calmaria o
foco também demora mais. No final quando Marina boia vamos
perdendo o foco na personagem. Tudo desfocado e só as cores
do corpo da personagem com a forte tonalidade vermelha de
fundo. Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e
começa a se confundir com a cantiga, juntamente com os
gemidos do Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse
parte do arranjo da cantiga). Desta forma o refrão da
canção começa a ficar cíclico. A imagem ainda está
desfocada.
156

2.4 Segunda versão do roteiro decupado da banheira

“XXXXXXXXX”

Um roteiro

de

Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha

Todos os direitos reservados


157

“XXXXXXXXX”

FADE IN

INT. BANHEIRA – MANHÃ

CENA 01

Câmera parada plongeé absoluto (plano médio - frontal)

Marina entra na água, dentro da água com os olhos fechados


meio apática – começa a fazer pequenos movimentos como se
tivesse despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta
como se estivesse afogando e sai da água. Depois fica
boiando.

CENA 02

Câmera parada de dentro da água – contra plongeé de Eduardo


(plano americano)

Eduardo entra na água pelas laterais como se fosse pegar


Marina. Primeiro começa a tocar a água, depois vai tocando-
a de maneira mais agressiva, depois enfia a mão na água, os
braços tentando alcançar Marina, depois enfia o rosto.

CENA 03

Câmera na mão de dentro da água – primeiro (primeiríssimo)


plano da personagem Marina.

Marina dentro da água com os olhos fechados meio apática –


começa a fazer pequenos movimentos como se tivesse
despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta como se
estivesse afogando.

CENA 04

Plongeé ¾ (diagonal) – plano americano – câmera parada


(queria parada mas terá que ser na mão)
158

Marina faz toda a movimentação e enquanto estiver lá em


baixo depois que começar a se afogar como se alguém a
estivesse segurando – começa a estourar o sangue e sujar a
água. Marina tenta sair da água e depois fica boiando.

CENA 05

Câmera parada de dentro da água – contra plongeé de Eduardo


(plano americano)

Água está suja de sangue

Eduardo entra na água pelas laterais como se fosse pegar


Marina. Primeiro começa a tocar a água, depois vai tocando-
a de maneira mais agressiva, depois enfia a mão na água, os
braços tentando alcançar Marina, depois enfia o rosto.

CENA 06

Câmera parada plongeé absoluto (plano médio - frontal)

Com a água já suja de sangue, Marina faz a movimentação de


estar afogada, depois sai da água e fica boiando.

CENA 07

Câmera na mão de dentro da água de Marina - primeiro


(primeiríssimo plano)

Água suja de sangue

EXPRESSÃO DOS ATORES.

Neste começo a água da banheira é um refúgio para Marina,


então no primeiro momento ela vai estar apática e de olhos
fechados dentro da banheira. Depois que começar uma
movimentação na água que será Eduardo tentando alcançar
Marina e pegá-la para si – tê-la como posse, Marina começa
a se agitar e sai da apatia e de certa forma segurança,
para uma pequena aflição. Com o passar do tempo Eduardo
começa a entrar mais no refúgio de Marina. Marina começa a
ficar mais agitada. No momento que ele entrar com os
braços, seria como se ele já tivesse acesso a Marina então
159

ela começa a se afogar. Depois que Eduardo entrar na água


Marina sai.

Desde o momento que Eduardo começa a ter acesso ao refúgio


de Marina, Marina tenta se esquivar de Eduardo e fugir
dele. Então essas ações são feitas com maior tempo do que
de maneira escrita. As movimentações serão mais lentas como
uma dança, depois passam a ser mais descontroladas no caso
da Marina e de Eduardo elas passam a ser mais precisas.

Corta para:
Vê-se Marina entrando na água, com o olho fechado. Vê-se o
rosto de Marina dentro da água imóvel, totalmente apática –
olhos fechados (como se tivesse morta). Corta para: Mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se a
rosa boiando na pia. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada
(como se tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para:
Os braços de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em
detalhe. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para:
Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la,
as pétalas das flores estão dentro da água e na superfície.
Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns testes de
gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada (como se tivesse sendo afogada) dentro
da água, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Corta para: Os braços de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso quebrado da
noite anterior. O rosto de Marina sai da água, ela está
entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo (olhar psicopata)
entra na água. Vê-se a rosa boiando na pia entupida – que
está suja do cuspe da pasta de dente. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra de rosto na água e o
sangue começa a impregnar. Vê-se o quadro sangrando. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra
novamente na água e vai se impregnando mais no sangue da
água. O calendário começa a sangrar. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente na água.
Vê-se o jarro quebrado com a rosa branca sangrando. O rosto
de Marina sai novamente da água, ela está entre pétalas de
rosa (que começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de
160

olho fechado com a boca entreaberta, na hora que a


personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente
na água. Caem rosas vermelhas na água, Marina começa a
submergir como morta e com o rosto sujo de vermelho (como
se a rosa tivesse soltado tinta na Marina). Sobrepõe Marina
boiando com a água já suja de vermelho (só partes do corpo
desnudo da personagem aparece).

Vê-se pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina


sai novamente da água, mas ela já está entre pétalas de
rosa. O rosto de Eduardo entra novamente na água. Vê-se
pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Eduardo entra novamente
na água. Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de
vermelho (só partes do corpo desnudo da personagem
aparece).
Em todo este momento o foco e o desfoque caminham entre as
cenas como forma de se descobrir os objetos e as cenas. Mas
no final quando o ritmo de entradas e saídas da água dos
personagens é mais constante, o foco e o desfoque é mais
descontrolado. Depois com a vinda da cena de calmaria o
foco também demora mais. No final quando Marina boia vamos
perdendo o foco na personagem. Tudo desfocado e só as cores
do corpo da personagem com a forte tonalidade vermelha de
fundo. Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e
começa a se confundir com a cantiga, juntamente com os
gemidos do Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse
parte do arranjo da cantiga). Desta forma o refrão da
canção começa a ficar cíclico. A imagem ainda está
desfocada.
161

2.5 Terceira versão do roteiro decupado da banheira

“XXXXXXXXX”

Um roteiro

de

Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha

Todos os direitos reservados


162

“XXXXXXXXX”

FADE IN

INT. BANHEIRA – MANHÃ

CENA 01

Câmera parada plongeé absoluto (plano médio - frontal)

Marina entra na água, dentro da água com os olhos fechados


meio apática – começa a fazer pequenos movimentos como se
tivesse despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta
como se estivesse afogando e sai da água. Depois fica
boiando.

COM SANGUE

Marina entra na água, dentro da água com os olhos fechados


meio apática – começa a fazer pequenos movimentos como se
tivesse despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta
como se estivesse afogando (o sangue começa a estourar) e
sai da água. Depois fica boiando.

CENA 02

Câmera parada de dentro da água – contra plongeé de Eduardo


(plano americano)

Eduardo entra na água pelas laterais como se fosse pegar


Marina. Primeiro começa a tocar a água, depois vai tocando-
a de maneira mais agressiva, depois enfia a mão na água, os
braços tentando alcançar Marina, depois enfia o rosto.

COM SANGUE

Eduardo entra na água pelas laterais como se fosse pegar


Marina. Primeiro começa a tocar a água, depois vai tocando-
a de maneira mais agressiva, depois enfia a mão na água, os
163

braços tentando alcançar Marina (sangue começa a soltar),


depois enfia o rosto.

CENA 03

Câmera na mão de dentro da água – primeiro (primeiríssimo)


plano da personagem Marina.

Marina entra na água, dentro da água com os olhos fechados


meio apática – começa a fazer pequenos movimentos como se
tivesse despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta
como se estivesse afogando e sai da água. Depois fica
boiando.

COM SANGUE

Marina entra na água, dentro da água com os olhos fechados


meio apática – começa a fazer pequenos movimentos como se
tivesse despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta
como se estivesse afogando (o sangue começa a estourar) e
sai da água. Depois fica boiando.

CENA 04

Plongeé ¾ (diagonal) – plano americano – câmera parada


(queria parada mas terá que ser na mão)

Marina entra na água, dentro da água com os olhos fechados


meio apática – começa a fazer pequenos movimentos como se
tivesse despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta
como se estivesse afogando e sai da água. Depois fica
boiando.

COM SANGUE

Marina entra na água, dentro da água com os olhos fechados


meio apática – começa a fazer pequenos movimentos como se
tivesse despertando da apatia, abre os olhos e se movimenta
como se estivesse afogando (o sangue começa a estourar) e
sai da água. Depois fica boiando.

EXPRESSÃO DOS ATORES.

Neste começo a água da banheira é um refúgio para Marina,


então no primeiro momento ela vai estar apática e de olhos
fechados dentro da banheira. Depois que começar uma
movimentação na água que será Eduardo tentando alcançar
Marina e pegá-la para si – tê-la como posse, Marina começa
164

a se agitar e sai da apatia e de certa forma segurança,


para uma pequena aflição. Com o passar do tempo Eduardo
começa a entrar mais no refúgio de Marina. Marina começa a
ficar mais agitada. No momento que ele entrar com os
braços, seria como se ele já tivesse acesso a Marina então
ela começa a se afogar. Depois que Eduardo entrar na água
Marina sai.

Desde o momento que Eduardo começa a ter acesso ao refúgio


de Marina, Marina tenta se esquivar de Eduardo e fugir
dele. Então essas ações são feitas com maior tempo do que
de maneira escrita. As movimentações serão mais lentas como
uma dança, depois passam a ser mais descontroladas no caso
da Marina e de Eduardo elas passam a ser mais precisas.

Corta para:
Vê-se Marina entrando na água, com o olho fechado. Vê-se o
rosto de Marina dentro da água imóvel, totalmente apática –
olhos fechados (como se tivesse morta). Corta para: Mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se a
rosa boiando na pia. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada
(como se tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para:
Os braços de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em
detalhe. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para:
Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la,
as pétalas das flores estão dentro da água e na superfície.
Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns testes de
gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada (como se tivesse sendo afogada) dentro
da água, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Corta para: Os braços de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso quebrado da
noite anterior. O rosto de Marina sai da água, ela está
entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo (olhar psicopata)
entra na água. Vê-se a rosa boiando na pia entupida – que
está suja do cuspe da pasta de dente. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra de rosto na água e o
sangue começa a impregnar. Vê-se o quadro sangrando. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra
novamente na água e vai se impregnando mais no sangue da
água. O calendário começa a sangrar. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
165

começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho


fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente na água.
Vê-se o jarro quebrado com a rosa branca sangrando. O rosto
de Marina sai novamente da água, ela está entre pétalas de
rosa (que começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de
olho fechado com a boca entreaberta, na hora que a
personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente
na água. Caem rosas vermelhas na água, Marina começa a
submergir como morta e com o rosto sujo de vermelho (como
se a rosa tivesse soltado tinta na Marina). Sobrepõe Marina
boiando com a água já suja de vermelho (só partes do corpo
desnudo da personagem aparece).

Vê-se pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina


sai novamente da água, mas ela já está entre pétalas de
rosa. O rosto de Eduardo entra novamente na água. Vê-se
pétalas de rosa boiando na água. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Eduardo entra novamente
na água. Sobrepõe Marina boiando com a água já suja de
vermelho (só partes do corpo desnudo da personagem
aparece).
Em todo este momento o foco e o desfoque caminham entre as
cenas como forma de se descobrir os objetos e as cenas. Mas
no final quando o ritmo de entradas e saídas da água dos
personagens é mais constante, o foco e o desfoque é mais
descontrolado. Depois com a vinda da cena de calmaria o
foco também demora mais. No final quando Marina boia vamos
perdendo o foco na personagem. Tudo desfocado e só as cores
do corpo da personagem com a forte tonalidade vermelha de
fundo. Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e
começa a se confundir com a cantiga, juntamente com os
gemidos do Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse
parte do arranjo da cantiga). Desta forma o refrão da
canção começa a ficar cíclico. A imagem ainda está
desfocada.
166

APÊNDICE D

1. DECUPAGEM DE PRODUÇÃO

Cena 1:
Resumo: Créditos iniciais

Cena 2:
Resumo: Eduardo lê livro na cama
Ambiente: Quarto - Manhã
Personagem: Eduardo
Figurino: ___
Objeto de cena: Óculos, duas escrivaninhas, livro, gibi
erótico, livros de gravidez, vaso, flores
murchas, quadro.
Efeito sonoro: Voice over
“Tô no banheiro, amor.”
Dúvida: Escrivaninhas ou criados mudos?

Cena 3:
Resumo: Marina faz o teste de gravidez
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Marina
Figurino:
Objeto de cena: Teste de gravidez, toalhas, tapete de
banheiro, calendário, embalagens de
pasta de dente, creme de cabelo, creme para o corpo,
perfume feminino, escova de cabelo,
pincéis de maquiagem, gilete , tesoura , máquina de barbear
Efeito sonoro: Voice over
“Tenho coisa pra fazer.”
Obs. Objetos fálicos, banheiro organizado.

Cena 4:
Resumo: Eduardo se troca e pergunta sobre o plantão de
Marina
Ambiente: Quarto - Manhã
Personagem: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Óculos, duas escrivaninhas, livro, gibi
erótico, livros de gravidez, vaso, flores
murchas, quadro, blusa, livros femininos (Clarice
Lispector)
Efeito sonoro: Barulho de embalagem caindo; barulho de
xixi; voice over.
“Quem inventou essa embalagem.”
“Não, mas preciso enviar uns relatórios.”

Cena 5:
Resumo: Marina espera o resultado do teste de gravidez.
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Marina
167

Figurino:
Objetos de cena: Teste de gravidez, toalhas, tapete de
banheiro, calendário, embalagens de
pasta de dente, creme de cabelo, creme para o corpo,
perfume feminino, escova de cabelo,
pincéis de maquiagem, gilete, tesoura, máquina de barbear
Efeito sonoro: Sons em off de Eduardo na cozinha: Ele mexe
nos armários, bate algumas
portas, mexe em sacolas, abre a geladeira.
Voice over:
Eduardo: “Acabou o pão?”
“Não estou achando.”
Cena 6:
Resumo: Eduardo caminha até o banheiro e entrega o papel
higiênico.
Ambiente: ?
Personagem: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Rolo de papel higiênico.

Cena 6.1:
Resumo:Eduardo passa pela lista de compras
Ambiente: Cozinha - Manhã
Personagens: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Lista de compras na geladeira.

Cena 7:
Resumo: Eduardo começa a organizar o café
Ambiente: Cozinha - manhã
Personagens: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Café, bilhete com número do contador,
panquecas, flores, jarro quebrado, pão,
utensílios de cozinha.

Cena 7.1:
Resumo: Marina anota na lista de compras
Ambiente: Cozinha - Manhã
Personagem: Marina e Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Café, bilhete com número do contador,
panquecas, flores, jarro quebrado, pão,
utensílios de cozinha, lista de compras.
Obs. Marina começa a organizar a cozinha.

Cena 7.2:
Resumo: Marina conta do teste negativo
Ambiente: Cozinha - Manhã
Personagem: Marina e Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Café, bilhete com número do contador,
panquecas, flores, jarro quebrado, pão,
utensílios de cozinha, lista de compras.
168

Obs. Marina começa a organizar a mesa de café após a


discussão.

Cena 8:
Resumo: Eduardo escova os dentes
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: toalhas, tapete de banheiro, calendário,
embalagens de pasta de dente, creme
de cabelo, creme para o corpo, perfume feminino, escova de
cabelo, pincéis de maquiagem,
gilete, tesoura, máquina de barbear, escovas de dentes,
rosa.
Obs. Eduardo pega a escova de Marina, escova feminina.

Cena 9:
Resumo: Marina vai escovar os dentes
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Eduardo e Marina
Figurino:
Objeto de cena: toalhas, tapete de banheiro, calendário,
embalagens de pasta de dente, creme
de cabelo, creme para o corpo, perfume feminino, escova de
cabelo, pincéis de maquiagem,
gilete, tesoura, máquina de barbear, escovas de dentes,
rosa.
Obs. Eduardo deixa barba cair na pia a toalha de rosto está
jogada em cima das coisas da
Marina. Enquanto a pia está cheia de pelo.

Cena 9.1:
Resumo: Eduardo agarra Marina
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Eduardo e Marina
Figurino:
Objeto de cena: toalhas, tapete de banheiro, calendário,
embalagens de pasta de dente, creme
de cabelo, creme para o corpo, perfume feminino, escova de
cabelo, pincéis de maquiagem,
gilete , tesoura, máquina de barbear , escovas de dentes,
rosa.
Efeito sonoro: Ouvimos o gemido de Eduardo. (Neste momento
escuta o barulho dela batendo
nos produtos de beleza, da maquininha de depilação ligada).

Cena 10:
Resumo: Flashs cíclicos, Eduardo com e sem barba

Cena 10.1:
Resumo: Vê-se o rosto de Marina dentro da água imóvel,
totalmente apática – olhos fechados
(como se tivesse morta).
Ambiente: Banheiro
Personagem: Marina
169

Objeto de cena: Banheira


Efeito sonoro:

Cena 10.2:
Resumo: Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da
água.
Ambiente: Banheiro
Personagem: Marina
Objeto de cena: Banheira
Efeito sonoro:

Cena 10.3:
Resumo: Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegar Marina.
Ambiente:
Personagem: Eduardo

Cena 10.4:
Resumo: Rosa boiando na pia.
Ambiente: Banheiro
Personagem: _____
Objeto de cena: Rosa
Efeito sonoro:
Obs. Objetos da cena 9.1 estão caídos na pia.

Cena 10.5:
Resumo: O rosto de Marina sai da água
Ambiente: Banheiro
Personagem: Marina
Objeto de cena: Banheira, pétalas de rosa
Eito sonoro:
Dúvida: Qual a cor das pétalas?

Cena 10.6:
Resumo: Partes desconexas do quadro do quarto em detalhe.
Ambiente: Quarto
Personagem: _____

Cena 10.7:
Resumo: Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns
testes de gravidez quebrados em
cima da bancada.
Ambiente: Banheiro
Personagem: ______
Objeto de cena: Calendário, testes de gravidez
Efeito sonoro:

Cena 10.8:
Resumo: Vê-se o vaso quebrado da noite anterior.
Ambiente: Cozinha
Personagem: _______
Objeto de cena: vaso quebrado
Efeito sonoro:
170

Cena 10.9:
Resumo: O rosto de Eduardo (olhar psicopata) entra
novamente na água.
Ambiente: Banheiro
Personagem: Eduardo

Cena 10.10:
Resumo: a rosa boiando na pia entupida
Ambiente: Banheiro
Personagem: _____
Objeto de cena: Rosa
Obs. Água suja do cuspe da pasta de dente.

Cena 10.11:
Resumo: Rosto de Marina sai novamente da água, ela está
entre pétalas de rosa
Ambiente: Banheiro
Personagem: Marina
Objeto de cena: Banheira, pétalas de rosa
Obs. Pétalas soltam tinta vermelha

Cena 10.12:
Resumo: Eduardo entra de rosto na água e o sangue começa a
impregnar.
Ambiente: Banheiro
Personagem: Eduardo
Obs: Sangue na água

Cena 10.13:
Resumo: o quadro sangrando.
Personagem:__________
Objeto de cena: Quadro
Obs. Uso de sangue falso

Cena 10.14:
Resumo: Eduardo entra novamente na água
Personagem: Eduardo
Obs. Mais sangue na água

Cena 10.15:
Resumo:O calendário começa a sangrar.
Personagem: ______
Objeto de cena: Quadro
Obs. Uso de sangue falso

Cena 10.16:
Resumo: Jarro quebrado com a rosa branca sangrando.
Personagem: ________
Objetos de cena: Rosas brancas, jarro quebrado
Obs. Uso de sangue falso.

Cena 10.17:
Resumo: Eduardo entra novamente na água. Caem rosas
vermelhas na água,
Personagem: Eduardo
171

Objetos de cena: Rosas vermelhas


Dúvida: Sangue na água?

Cena 10.18:
Resumo: Marina começa a submergir como morta e com o rosto
sujo de vermelho
Personagem: Marina
Objeto de cena: Rosas
Obs. Como se a rosa tivesse soltado tinta na Marina. Uso de
sangue falso

Cena 10.19:
Resumo: Marina boiando com a água já suja de vermelho
Personagem: Marina
Obs. Só partes do corpo desnudo da personagem aparece. Uso
de sangue falso
Som da sequencia 10 - 10.19:
Gemidos do Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo
afogada, barulho de chuveiro. No
momento que aparece o objeto dos outros cômodos, ouvimos
uma chaleira de água, Eduardo
tossindo, depois barulho de máquina de barbear. A partir do
momento que a saída de Marina,
ficam constante. Todos os sons começam a se misturar e
partes da cantiga O Cravo Brigou Com
a Rosa em instrumental começam a aparecer. Depois que as
rosas vermelhas começam a cair a
cantiga toma mais força na narrativa sonora. Maquininha de
depilação deve perpassar
sonoramente toda a cena.

Cena 11:
Resumo: Marina limpa sangue no banho
Personagem: Marina
Obs. Uso de sangue falso
Efeito sonoro: Começamos a ouvir de maneira mais forte o
chuveiro e começa a se confundir
com a cantiga, juntamente com os gemidos do Eduardo (que
está mais baixo – como se fizesse
parte do arranjo da cantiga).
172

APÊNDICE E

1. DECUPAGEM DE ÁUDIO

“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha

Copyright 2016 by Mariane Cunha


Todos os direitos reservados
173

“XXXXXX”

FADE IN.

INT. QUARTO – MANHÃ

EDUARDO ainda está deitado na cama, mas se prepara para


levantar. Na escrivaninha ao lado da cama Eduardo pega com
preguiça oS óculos e o livro para começar a ler, enquanto
conversa com MARINA que acaba de levantar e está indo em
direção ao banheiro. Embaixo do livro é possível ver o gibi
erótico. Em cima da escrivaninha da Marina livros de
gravidez ocupam o espaço juntamente com um vaso de rosas
brancas murchas. Na parede da cama um quadro com imagem
fálica representa o poder masculino.

EDUARDO
Cadê meu café? Risos

MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.

Áudio: Passos de Marina, porta do banheiro abrindo,


respiração de Eduardo, livro (abrir – virar página)

Número de cenas: 01 e 02

Trilha: O Cravo Brigou Com a Rosa (até o momento do


diálogo)

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Sentada na privada Marina está cansada e visivelmente


acabada da briga da noite de ontem. Ela olha o calendário,
confirma que sua menstruação está atrasada, a sua feição
melhora como se fosse a esperança para os problemas
constantes de relacionamento, além do real desejo de ser
mãe. Pega o teste de gravidez que está em cima da bancada
do banheiro e começa a fazê-lo. As toalhas estão esticadas
no box e o tapete do banheiro está organizado. Os objetos
do banheiro são todos fálicos – embalagens de pasta de
dente, creme de cabelo, creme para o corpo, o que destoa é
o perfume feminino. Vê-se escovas de cabelo, pincéis de
maquiagem. Além de gilete, tesoura e máquina de depilar.
Tudo está organizado.
174

EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.

Marina ainda está enrolada com o teste de gravidez no


banheiro.

MARINA
Também, espera um pouco.

Áudio: Ação de colocar o calendário e pegar o teste de


gravidez. Respiração da personagem que de maneira sutil
começa a pesar.

Número de cena: 03 e 04

INT. QUARTO – MANHÃ

Marina deixa cair o teste de gravidez da sua mão, umas duas


vezes, enquanto tenta abrir.

MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?

EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?

Eduardo coloca o livro na escrivaninha, levanta da cama e


vai buscar uma blusa por cima da muda de roupa, em cima dos
livros femininos de Marina. Marina consegue fazer o teste
de gravidez.

MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.

EDUARDO
No sábado?

Áudio: A embalagem caindo, ela tentando rasgar na


embalagem, o teste caindo no chão e o xixi da personagem.
175

Número da cena: 05 e 06

INT. BANHEIRO – MANHÃ

Marina aguarda o resultado do teste de gravidez ficar


pronto. Eduardo já está na cozinha, ele bate portas do
armário, mexe em sacolas, abre a geladeira. Eduardo começa
a fazer o café, pega a garrafa, coloca a água para ferver e
começa a ajeitar a mesa com o que acha.

MARINA
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
almoço, preciso enviar.

EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?

MARINA
Não, está no lugar de sempre.

EDUARDO (O.S)
Não estou achando.

MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?

Eduardo caminha até o banheiro para entregar o papel


higiênico a Marina.

EDUARDO
Não tem pão. Vamos de torrada
no café. Lembra de adicionar
à lista de compra (Eduardo
passa pela lista de compra e
não adiciona. Lista de compra
na porta da geladeira para
quando for no supermercado.)

Áudio: Respiração de Marina, passos constantes de Eduardo,


barulho de porta do armário, geladeira da cozinha, sacolas,
a ação de colocar parte do café na mesa, encher a panela de
água, ferver o café, colocar a panela no fogão, a garrafa
de café na pia da cozinha. Ambiência da cozinha de
176

maneira hiper realista que incomoda a cena de Marina no


banheiro.

Número da cena: 08 e 11

INT. COZINHA - SALA – MANHÃ

Eduardo está passando o café e derruba um pouco na bancada.


Parte da mesa já está posta com a torrada e a geleia,
Eduardo pega o leite que está esquentando no fogão e leva
juntamente com a louça para adicionar à mesa, um de cada
vez, enquanto espera o café terminar de passar. Eduardo
pega a rosa branca que está inteira junto as pétalas e o
jarro quebrado, coloca em um copo e bota para decorar a
mesa. Marina passa por Eduardo e vai direto no armário
pegar o pão que Eduardo não encontrou.

MARINA
Amor, olha o pão aqui.

EDUARDO
Comemos o que sobrou de
tarde, mas não esquece de
colocar na lista porque está
acabando

Eduardo senta à mesa. Marina vai anotar na lista de compras


o pão. Eduardo vai em direção a personagem e por trás dela
faz carinho enquanto a convida para ir tomar café da manhã.

EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.

Eduardo puxa a cadeira para Marina. Marina e Eduardo


começam a servir e comer. Marina pega uma das flores.

EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.

Marina apenas confirma com uma voz fraca e inconstante, mas


não se sente do direito de comentar nada – já que trará uma
notícia negativa logo à frente.

EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
177

Marina e Eduardo “brincam” com a flor que Marina segura.


Marina olha para a flor.

MARINA
O teste deu negativo de novo.

EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo puxa a
flor da mão da Marina. Leva
para o banheiro)

Eduardo levanta da mesa bravo, empurra a mesa na direção


da personagem e acaba derrubando no chão um objeto no chão
(qual?). Marina se agacha para limpar o chão, enquanto
Eduardo já caminha para o banheiro. Marina começa a
retirar a mesa do café e vai lavar a louça. Eduardo vai
até ao banheiro escovar os dentes (Ele pega por engano
escova de Marina e a deixa jogada). Marina irá fechar a
torneira, para ensaboar e o Eduardo vai deixar a torneira
sempre ligada enquanto escova o dente.

Áudio: Passar o café, passos de Eduardo e passos de


Marina, leite no fogo (ao ferver quase derrama), Eduardo
mexe nos cacos de vidro, botar copo de vidro com flor na
mesa, ação de abrir e fechar o armário, cadeira de Eduardo
ao sentar à mesa, barulhos de cadeira (Marina e Eduardo),
ação de empurrar a mesa, objeto caindo na mesa, objeto
caindo no chão, ação de empurrar as cadeiras, ação de
abrir a pia, água caindo, esfregando o prato, a ação de
escovar a dente, a ação de enxaguar o prato e a ação de
cuspir.

Número de cena: 12, 13, 14, 16, 17, plano adicional, 18,
19, 20, 21, 22 e 23

INT. BANHEIRO – MANHÃ

O vidro do banheiro está embaçado. Eduardo que começa a


aparar a barba, deixa o pelo cair na pia e liga a água da
torneira para limpar a tesoura de maneira mais fácil, que
faz entupir a pia. Marina antes de escovar o dente tenta
limpar o vidro. A pia está toda suja, com a toalha jogada
em cima das coisas de Marina. A rosa branca está no canto
da pia.

MARINA
178

Combinamos algo para esta


noite?

EDUARDO
Não que eu lembre. Mas já que
ontem não conseguimos ir ao
restaurante, se você terminar
os relatórios podemos
aproveitar.

MARINA
Pode ser, só para eventos
especiais, por isso
perguntei. (risos)

Um silêncio toma o banheiro, enquanto Eduardo lava o rosto


para retirar o excesso de barba, seca o rosto e vai em
direção ao sanitário fazer xixi.

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?

EDUARDO
Ele, nunca fez isso com você?

MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo? (muda a
tonalidade)

Marina questiona, mas já começa a arrumar a bagunça pois


precisa do espaço para depilar a perna. Desta forma com
pressa para começar a fazer suas atividades do trabalho
Marina ajeita de maneira superficial a bancada para
conseguir começar a depilar. A personagem de agacha. O
vidro do banheiro já está embaçado de novo. A câmera
desfocada vemos o vulto de Marina e Eduardo. Eduardo agarra
Marina por trás e coloca a mão por baixo da camisola de
Marina. Eduardo no ouvido da Marina diz:

EDUARDO
Deixa eu te ajudar.

Eduardo tenta levantar a camisola de Marina. Marina não


corresponde, mesmo assim o personagem começa a agarrá-la
por trás e beijar sua nuca. Eduardo ignora e continua
179

insistindo. Marina paralisa, mas é forçada em direção a


bancada do banheiro, com isso derruba objetos da pia e bate
na rosa branca que já está despetalada. Uma pétala cai
dentro da água entupida. Ouvimos o gemido de Eduardo.
(Neste momento escuta o barulho dela batendo nos produtos
de beleza, da maquininha de depilação ligada).
Comentário: acho que prefiro que ele jogue a rosa na
cozinha e neste momento não tenha essa cena. Ou a água da
pia seria uma ligação entre esse momento e o outro?
ACHO QUE PRECISA ADICIONAR UM DETALHE DECUPAGEM
Comentário: pode começar nesta pia com a pétala boiando,
depois cai para Marina já dentro da água boiando.

Áudio: Ação de aparar a barba com a tesoura, torneira


ligada, Marina limpa o vidro, Marina escova o dente,
enxagua a boca, cospe, fecha a torneira, Eduardo liga a
torneira, Eduardo lava o rosto, desliga torneira, levanta a
tampa, barulho de xixi, ação de Marina mexer em objetos da
bancada, maquininha de depilar, respiração ofegante de
Eduardo, respiração de Marina pesada, beijos, objetos que
caem da pia, gemido de Eduardo. Todos esses sons no final
estão juntos.

Número da cena: 24, plano adicional, 27, 28

Corta para:
Marina entra na água com o olho fechado. Vê-se o rosto da
personagem imóvel dentro da água, totalmente apática –
ainda com os olhos fechados (como se tivesse morta). Corta
para: Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para: Os
braços de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-
la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em detalhe.
Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se tivesse
sendo afogada) dentro da água, as pétalas da rosa vermelha
começam a cair. Corta para: Mãos de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la, as pétalas das flores estão
dentro da água e na superfície. Vê-se o calendário atrasado
de Marina e alguns testes de gravidez quebrados em cima da
bancada. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para: Os
braços de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-
la. Vê-se o vaso quebrado da noite anterior. O rosto de
Marina sai da água, ela está entre pétalas de rosa. O rosto
de Eduardo (olhar psicopata) entra na água. Vê-se a pia do
banheiro entupida. O rosto de Marina sai novamente da água,
180

ela está entre pétalas de rosa. Marina sai de olho fechado


com a boca entreaberta, na hora que a personagem abre o
olho. Corta para: Eduardo entra de rosto na água. Vê-se o
quadro sangrando. O rosto de Marina sai novamente da água,
ela está entre pétalas de rosa. Marina sai de olho fechado
com a boca entreaberta, na hora que a personagem abre o
olho. Corta para: Eduardo entra novamente na água e vai. O
calendário começa a sangrar. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente na água
que começa a impregná-lo de tinta vermelha. Vê-se o jarro
quebrado que começa a sangrar. Marina começa a submergir
como morta e com o rosto sujo de vermelho (como se a rosa
tivesse soltado tinta na Marina). Sobrepõe Marina boiando
com a água já suja de vermelho (só partes do corpo desnudo
da personagem aparece).

Em todo este momento o foco e o desfoque caminham entre as


cenas como forma de se descobrir os objetos e as cenas. Mas
no final quando o ritmo de entradas e saídas da água dos
personagens é mais constante, o foco e o desfoque é mais
descontrolado. Depois com a vinda da cena de calmaria o
foco também demora mais. No final quando Marina boia vamos
perdendo o foco na personagem. Tudo desfocado e só as cores
do corpo da personagem com a forte tonalidade vermelha de
fundo. Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e
começa a se confundir com a cantiga, juntamente com os
gemidos do Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse
parte do arranjo da cantiga). Desta forma o refrão da
canção começa a ficar cíclico. A imagem ainda está
desfocada.

Fiquei pensando que nesta parte tem que ir aumentando as


pétalas e tudo se preenche de vermelho ou isso vai indo
voltando, momento com pétalas, momento com sangue, momento
com água pura.

Áudio:
Gemidos de Eduardo, barulho de água (ação de entrar e sair
da banheira), respiração desfalecida de Marina, respiração
ofegante de Eduardo, máquina de depilar, Marina sendo
afogada, respiração mais intensa de Marina, chaleira da
cozinha, barulho de objetos caindo do banheiro caindo,
barulho de vaso quebrando, barulho de tesourada na barba,
barulho de páginas de livro passando. (Ruídos – hiper-
realista para sufocar a personagem)
181

Trilha: “O Cravo Brigou Com a Rosa” instrumental quando sai


da água a primeira vez

Atenção: Os barulhos vão ficando mais intensos até o ápice:


os ruídos e a trilha se encontrarem de maneira plena no
momento no qual as pétalas começam a soltar tinta vermelha.
Depois os elementos da ambiência vão diminuindo e fica
entre o barulho da água do chuveiro, gemido de Eduardo e
trilha em instrumental.
Número de cena:
NÃO SEI O QUE FAÇO AQUI

INT. BANHEIRO – MANHÃ

O filete de sangue escorre pela perna da personagem.


Começamos a ver partes em detalhe do corpo de Marina no
chuveiro tomando banho. Vemos sua mão tentando limpar o
corpo. Água suja de sangue escorre pelo chão do banheiro.

Áudio:

Começamos a ouvir de maneira mais forte o chuveiro e começa


a se confundir com a cantiga, juntamente com os gemidos do
Eduardo (que está mais baixo – como se fizesse parte do
arranjo da cantiga). Respiração cansada de Marina e o choro
da personagem.

Número de cena:

FADE OUT.

FIM
182

APÊNDICE F

1. DECUPAGEM DE ARTE E REFERÊNCIAS

Personagens

Marina

Características: Mulher, 27 anos, italiana, branca, cabelos


vermelhos tingidos, independente, otimista, realizada
profissionalmente, médica, escuta rock clássico.

Durante o relacionamento: Vaidosa, mas relaxada.

Paleta de cor e seus simbolismos

Cinza #D2D2D2: Culpa, tristeza, isolamento, aprisionamento.

Bege #FFD0BB: Tom da pele.

Vermelho #983440: Autonomia, amor, assédio, violência.


183

Figurino: Camisola.

Camisola: Cinza claro, passando a sensação de


tristeza e feita de cetim. Por ser um tecido
mais fino e mostrar bom gosto, remete a sua
descendência italiana e condições financeiras
de adquirir produtos com qualidade.

Maquiagem: Sem maquiagem, unha sem fazer e


cabelo pouco bagunçado por ter sido uma semana
de trabalho pesado e se passar de manhã, após
acordar. (Nos flash’s da cena 6 e na cena 7
será usado sangue falso por algumas partes do
corpo.)

Eduardo

Características: Homem, 27 anos, ruivo, barbudo, delicado,


mimado e tímido.

Durante o relacionamento: Fala sem pensar, egoísta,


impaciente, nervoso, tenta se impor. Esquerdo-macho.

Paleta de cor e seus simbolismos

Bege #F4CFC7: Tom da pele.


184

Laranja #C57753: Tom do cabelo/barba.

Verde #7A8871: Constância de vontade, imposição,


possessivo, persistência, auto afirmação.

Preto #000000: Discrição, extremismo, temor, poder.

Figurino: Óculos, samba canção e camiseta.

Óculos: Preto de armação grossa, reforçando


sua falsa intelectualidade.

Samba canção: Preta, feita de cetim ou seda.


Pela cor significa poder, o preto próximo ao
pênis reforça a ideia de poder masculino junto
aos outros objetos em formato fálico.

Camiseta: Verde feita de algodão. Sua cor


passa a sensação de imposição e
possessividade.

Maquiagem: Sem maquiagem e cabelo pouco


bagunçado, aparência de quem acordou há pouco
tempo.

Cenário

Ambiente 1 -
Quarto

Paleta de cor
e seus
simbolismos

Branco #FFFFFF: Inocência, luz.


185

Cinza #C4C4C4: Metálico, modernidade.

Amarelo #FDD262: Cor oposta do roxo, covardia, medo.

Marrom #E3BE91; #774E31: Conforto.

Vermelho #3C1E1E; #630C0D; #981D20: Violência.

Roxo #4E0D45: Representa a realização dos desejos.


Segurança.

Verde #7E826D; #CDCFC1; #579029: Passiva.

Objetos principais de cena: Cama, quadro, criado mudo,


livros de gravidez e sobre o feminismo, copo sem água, vaso
com flores murchas, óculos e gibi erótico.

Cama: Base de madeira e pés de ferro. Forrado com lençol de


cor rosa claro e uma colcha branca com estampas de flores.
Apenas dois travesseiros.

Quadro: Esse será posicionado em cima da cama e será do


artista Will Cega. Na cena 6 tem um close do quadro e um
outro close do quadro sangrando.

Criado mudo: Serão 2 criados mudo sendo feitos de uma base


de ferro e sua superfície de madeira.

Livros de gravidez/feminismo: São 2 livros de capa roxa


sobre gravidez e 3 livros da autora Clarice Lispector.

Copo sem água: Copo de vidro alto, transparente, sem água.

Vaso com flores: Vermelho e todas as flores (rosas) mortas.

Óculos: ver Eduardo > Figurino.

Gibi erótico: Gibi erótico do Carlos Zefiro.


186

Objetos secundários de cena: Celular, tapete, guarda-


roupa/armário, muda de roupa, luminária (chão ou mesa),
aparador e cactos.

Celular: Duas unidades. Serão utilizados como


despertadores. Um em cada criado mudo.

Tapete: Colocado à frente da cama com fim de decoração.

Guarda-roupa/armário: Será retirado daí a camiseta do


Eduardo de cima da muda de roupa.

Muda de roupa: ver guarda-roupa/armário.


187

Luminária (chão ou mesa): Feita de alumínio com o bocal


branco. Ela ficará do lado da Marina, pois tem o costume de
leitura.

Aparador: Feito de madeira, ficará na frente da cama. O


cactos, que possui um formato fálico, ficará em cima do
aparador de frente a pintura que simboliza a violência
contrastando por serem cores opostas.

Cactos: ver Aparador.


188

Ambiente 2 - Banheiro

Paleta de cor e seus simbolismos

Branco (#FFFFFF): Inocência, luz.

Cinza (#D2D2D2): Culpa, tristeza, isolamento,


aprisionamento.

Verde (#7A8871): Constância de vontade, imposição,


possessiva, persistência, autoafirmação.

Vermelho (#3C1E1E): Violência.

Amarelo (#D6932C): Cuidado, covardia, medo, ansiedade.


189

Objetos principais da cena: Box, chuveiro, espelho, pia,


vaso sanitário, toalha, toalha de rosto, tapete, teste de
gravidez, calendário, papel higiênico, pasta de dente,
escova de dente, creme de cabelo, creme para o corpo,
perfume feminino, escova de cabelo, pincéis de maquiagem,
rosa, lâmina de barbear, tesoura e máquina de depilar.

Box: Dentro do box, na cena 7, Marina estará tomando banho


no chuveiro limpando um pouco de sangue que há em seu
corpo.

Chuveiro: ver Box.

Espelho: Será usado por Eduardo e ficará embaçado na cena


6.

Pia: A bancada da pia ficará responsável por manter todos


os produtos de higiene dispostos. Eduardo suja a pia de
pelo na cena 6.

Vaso sanitário: Decorado com uma das partes do conjunto de


banheiro, da cor amarela. Fortalecendo um ambiente de
preocupação, medo, ansiedade.

Toalha: Estarão dispostas penduradas no box, as duas


toalhas, da Marina e do Pedro.

Toalha de rosto: Na cor amarela. Nas primeiras cenas a


toalha de rosto ficará pendurada ao lado do espelho (ou
dobrada sob a bancada) e na cena 6 estará por sobre os
itens da Marina.

Tapete: Na cor amarela, estará bem arrumado no chão do


banheiro.

Teste de gravidez: Esse será usado por Marina nas cenas 2,


3 e 4 se desfazendo dele após o resultado. Na cena 7
aparecerá alguns testes quebrados em cima da pia.

Calendário: Um calendário marcando a menstruação de Marina


a qual está atrasada. Na cena 6 o calendário é mostrado ao
lado dos testes de gravidez e em outro quadro ele sangra.

Papel higiênico: Não possui papel nas primeiras cenas, é


entregue por Eduardo para Marina na cena 4.

Pasta de dente, escova de dente, creme de cabelo, creme


corporal, perfume feminino, escova de cabelo, pincéis de
maquiagem, máquina de depilar: Os objetos pessoais da
Marina estão todos bem organizados, porém mais escondidos
pelos objetos do Eduardo.
190

Rosa: Uma rosa branca que Eduardo leva para o banheiro na


cena 6.

Objetos secundários da cena: Espuma de barbear, creme pós-


barba e sabonete.

//add images

Ambiente 3 - Cozinha

Paleta de cor e seus simbolismos

Objetos principais da cena: Armário, sacolas, geladeira,


lista de compra, pão, café, bancada, número do Fernando,
panquecas, flores, pétalas, jarro quebrado, mesa e cadeira.
191

APÊNDICE G

1. CÓDIGOS DE CENA

1.1 Primeira versão da ordem de filmagem do apartamento

XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 01/10/2016 (sábado) Início: 09:00 / Encerramento: 22:00

07:30 Café da Manhã


08:00 Preparação do Set
08:30 Preparação do Set
09:00 C5 (13)
09:30 C5 (takes de áudio)
09:45 C4 (12)
10:15 C4 (takes de áudio)
10:30 C1 (09)
11:00 C7 (15)
11:30 C10 (17)

12:00 Almoço / Organização do Quarto

13:00 B1 (03)
13:30 B1 (takes de áudio)
13:45 B2 (04)
14:15 B2 (takes de áudio)
14:30 B4 (07)
15:00 B4 (takes de áudio)
15:15 B8 (19)
15:45 B8 (takes de áudio)
16:00 B9 (20)
16:30 B9 (takes de áudio)
16:45 B10 (21)
17:15 B10 (takes de áudio)
17:30 B15 (26)
18:00 B15 (takes de áudio)

18:15 INTERVALO

19:00 B5 (08)
19:30 B6 (16)
20:00 B7 (18)
20:30 B11 (22)
21:00 B12 (23)
21:30 B13 (24)
22:00 B14 (25)
192

XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 02/10/2016 (domingo) Início: 09:00 / Encerramento: 13:00

08:00 Café da Manhã


08:30 Preparação do Set
09:00 Q3 (05)
09:30 Q3 (takes de áudio)
09:45 Q1 (01)
10:15 Q1 (takes de áudio)
10:30 Q2 (02)
11:00 Q2 (takes de áudio)
11:15 Q4 (06)
11:45 Q4 (takes de áudio)

12:00 INTERVALO

13:00 Desprodução

CÓDIGOS DE CENAS

Código # Plano Plano Ação Ação do Personagem Itens


Eduardo – óculos, livro
(Homens Difíceis), gibi
Pan da
erótico
esquerda para Eduardo ainda está
direita deitado, quando a
Marina – livros de
Plano plongeé (pegando os câmera chega nele o
Q1 01 gravidez, vaso com rosa
(Grua) itens de personagem está
murcha, copo de água,
escrivaninha sentando para pegar o
dos livro e começar a ler.
Quadro, roupa de cama,
personagens)
travesseiros, chinelo no
canto da cama
Q2 02 Plano Médio (tripé) personagem lê o livro livro
Eduardo – óculos, livro
(Homens Difíceis), gibi
erótico
Eduardo está
terminando de ler o Marina – livros de
Q3 05 Plano geral (tripé) livro e o coloca em cima gravidez, vaso com rosa
da murcha, copo de água,
bancada com os óculos
Quadro, roupa de cama,
travesseiros, chinelo no
canto da cama
Eduardo coloca o livro Utensílios da
Plano
Q4 06 (tripé) na escrivaninha, penteadeira (que são?),
americano
levanta, vem em muda de roupa
193

direção a muda de
roupa na penteadeira e
coloca a blusa.

Plongeé
C1 09 Absoluto café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
(garrafa de café, coador,
Personagem de costas chaleira
arrumando o que falta que esquentou a água, o
C2 10 Plano médio
do leite), pratinhos, xícaras,
café da manhã. faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
Personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara

Personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
194

Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
de frente do espelho,
Marina começa a
depilar, Eduardo vem
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
ajudá-la e começa a
abusar sexualmente
Quando Eduardo vira a
personagem - esse será
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
o ponto de corte -
que derrubará os itens.
Pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. Pétala
B11 23 Plano detalhe Calendário (até sangrar)
B12 24 Plano detalhe Quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe Jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
195

1.2 Segunda versão da ordem de filmagem do apartamento

XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 01/10/2016 (sábado) Início: 09:00 / Encerramento: 20:30

07:30 Café da Manhã


08:00 Preparação do Set
08:30 Preparação do Set
09:00 C5 (13)
09:30 C5 (takes de áudio)
09:45 C4 (12)
10:15 C4 (takes de áudio)
10:30 C1 (09)
11:00 C7 (15)
11:30 C10 (17)

12:00 Almoço / Organização do Quarto

13:00 B1 (03)
13:30 B1 (takes de áudio)
13:45 B2 (04)
14:15 B2 (takes de áudio)
14:30 B4 (07)
15:00 B4 (takes de áudio)
15:15 B8 (19)
15:45 B8 (takes de áudio)
16:00 B9 (20)
16:30 B9 (takes de áudio)
16:45 B10 (21)
17:15 B10 (takes de áudio)
17:30 B15 (26)
18:00 B15 (takes de áudio)

18:15 Desprodução

XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 02/10/2016 (domingo) Início: 09:00 / Encerramento: 20:00

08:00 Café da Manhã


08:30 Preparação do Set
09:00 Q3 (05)
09:30 Q3 (takes de áudio)
09:45 Q1 (01)
10:15 Q1 (takes de áudio)
10:30 Q2 (02)
11:00 Q2 (takes de áudio)
11:15 Q4 (06)
196

11:45 Q4 (takes de áudio)

12:00 Intervalo e Produção do Banheiro

13:00 B5 (08)
13:30 B6 (16)
14:00 B7 (18)
14:30 B11 (22)
15:00 B12 (23)
15:30 B13 (24)
16:00 B14 (25)

16:30 Desprodução

CÓDIGOS DE CENAS

Código # Plano Plano Ação Ação do Personagem Itens


Eduardo – óculos, livro
(Homens Difíceis), gibi
Pan da
erótico
esquerda para Eduardo ainda está
direita deitado, quando a
Marina – livros de
Plano plongeé (pegando os câmera chega nele o
Q1 01 gravidez, vaso com rosa
(Grua) itens de personagem está
murcha, copo de água,
escrivaninha sentando para pegar o
dos livro e começar a ler.
Quadro, roupa de cama,
personagens)
travesseiros, chinelo no
canto da cama
Q2 02 Plano Médio (tripé) Personagem lê o livro Livro
Eduardo – óculos, livro
(Homens Difíceis), gibi
erótico
Eduardo está
terminando de ler o Marina – livros de
Q3 05 Plano geral (tripé) livro e o coloca em cima gravidez, vaso com rosa
da murcha, copo de água,
bancada com os óculos
Quadro, roupa de cama,
travesseiros, chinelo no
canto da cama
Eduardo coloca o livro
na escrivaninha,
Utensílios da
Plano levanta, vem em
Q4 06 (tripé) penteadeira (que são?),
americano direção a muda de
muda de roupa
roupa na penteadeira e
coloca a blusa.

Plongeé
C1 09 Absoluto Café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
Personagem de costas
arrumando o que falta (Garrafa de café, coador,
C2 10 Plano médio
do chaleira
café da manhã.
197

que esquentou a água, o


leite), pratinhos, xícaras,
faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
Personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara

Personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
Água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
de frente do espelho,
Marina começa a
depilar, Eduardo vem
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
ajudá-la e começa a
abusar sexualmente
Quando Eduardo vira a
personagem - esse será
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
o ponto de corte -
que derrubará os itens.
198

Pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. Pétala
B11 23 Plano detalhe Calendário (até sangrar)
B12 24 Plano detalhe Quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe Jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
199

1.3 Terceira versão da ordem de filmagem do apartamento

XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 01/10/2016 (sábado) Início: 09:00 / Encerramento: 22:00

07:30 Café da Manhã


08:00 Preparação do Set
08:30 Preparação do Set
09:00 C5 (11)
09:30 C5 (takes de áudio)
09:45 C4 (10)
10:15 C4 (takes de áudio)
10:30 C1 (09)
11:00 C7 (12)
11:30 C10 (12)

12:00 Almoço / Organização do Quarto

20:00 B1 (03) Master


13:30 B1 (takes de áudio)
13:45 B2 (03)
14:15 B2 (takes de áudio)
14:30 B4 (03)
15:00 B4 (takes de áudio)
21:30 B8 (19) corta
15:45 B8 (takes de áudio)
22:00 B9 (15) Master
16:30 B9 (takes de áudio)
16:45 B10 (15) Master
17:15 B10 (takes de áudio)
23:00 B15 (22/21)
18:00 B15 (takes de áudio)

18:15 INTERVALO

19:30 B5 (08)
19:30 B6 (13)
20:00 B7 (13)
20:30 B11 (17)
21:00 B12 (18)
21:30 B13 (19)
22:00 B14 (20)
200

XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 02/10/2016 (domingo) Início: 10:00 / Encerramento: 13:00

08:00 Café da Manhã


08:30 Preparação do Set
16:45 Q3 (05)
h45
17:15 Q3 (takes de áudio)
16:00 Q1 (01)
16:30 Q1 (takes de áudio)
17:30 Q2 (02)
18:00 Q2 (takes de áudio)
18:15 Q4 (06)
18:45 Q4 (takes de áudio)

12:00 INTERVALO

13:00 Desprodução
201

CÓDIGOS DE CENAS

Código # Plano Plano Ação Ação do Personagem Itens


Eduardo – óculos, livro
(Homens Difíceis), gibi
Pan da
erótico
esquerda para Eduardo ainda está
direita deitado, quando a
Marina – livros de
Plano plongeé (pegando os câmera chega nele o
Q1 01 gravidez, vaso com rosa
(Grua) itens de personagem está
murcha, copo de água,
escrivaninha sentando para pegar o
dos livro e começar a ler.
Quadro, roupa de cama,
personagens)
travesseiros, chinelo no
canto da cama
Q2 02 Plano Médio (tripé) Personagem lê o livro Livro
Eduardo – óculos, livro
(Homens Difíceis), gibi
erótico
Eduardo está
terminando de ler o Marina – livros de
Q3 05 Plano geral (tripé) livro e o coloca em cima gravidez, vaso com rosa
da murcha, copo de água,
bancada com os
óculos Quadro, roupa de cama,
travesseiros, chinelo no
canto da cama
Eduardo coloca o livro
na escrivaninha,
Utensílios da
Plano levanta, vem em
Q4 06 (tripé) penteadeira (que são?),
americano direção a muda de
muda de roupa
roupa na penteadeira e
coloca a blusa.

Plongeé
C1 09 Absoluto Café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
(garrafa de café,
Personagem de costas coador, chaleira
arrumando o que falta que esquentou a água, o
C2 10 Plano médio
do leite), pratinhos, xícaras,
café da manhã. faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
202

Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
Personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara

Personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
Água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
na frente do espelho
Marina começa a
depilar, Eduardo
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
vem ajudá-la e
começa a abusar
Quando sexual
Eduardo vira a
personagem - esse será
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
o ponto de corte -
que derrubará os itens.
Pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. Pétala
B11 23 Plano detalhe Calendário (até sangrar)
B12 24 Plano detalhe Quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe Jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
203

1.4 Primeira versão da ordem de filmagem da banheira

XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 10/10/2016 (segunda) Início: 10:00 / Encerramento: 15:30

08:00 Preparação do set (chegada arte e produção)


09:00 Preparação da fotografia (chegada foto)
09:30 Preparação dos atores (chegada elenco)
10:00 M1 (01)
11:00 E1 (02)
11:30 M2 (03)
12:30 M3 (04)

13:00 Almoço / Preparação sangue

14:00 ES1 (05)


14:30 MS1 (06)
15:00 MS2 (07)
15:30 Desprodução

CÓDIGOS DE CENAS

Código # Plano Plano Ação Ação do Personagem Itens


Eduardo – óculos, livro
(Homens Difíceis), gibi
Pan da
erótico
esquerda para Eduardo ainda está
direita deitado, quando a
Marina – livros de
Plano plongeé (pegando os câmera chega nele o
Q1 01 gravidez, vaso com rosa
(Grua) itens de personagem está
murcha, copo de água,
escrivaninha sentando para pegar o
dos livro e começar a ler.
Quadro, roupa de cama,
personagens)
travesseiros, chinelo no
canto da cama
Q2 02 Plano Médio (tripé) personagem lê o livro livro
Eduardo – óculos, livro
(Homens Difíceis), gibi
erótico
Eduardo está
terminando de ler o Marina – livros de
Q3 05 Plano geral (tripé) livro e o coloca em cima gravidez, vaso com rosa
da murcha, copo de água,
bancada com os óculos
Quadro, roupa de cama,
travesseiros, chinelo no
canto da cama
204

Eduardo coloca o livro


na escrivaninha,
Utensílios da
Plano levanta, vem em
Q4 06 (tripé) penteadeira (que são?),
americano direção a muda de
muda de roupa
roupa na penteadeira e
coloca a blusa.

Plongeé
C1 09 Absoluto Café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
(garrafa de café, coador,
Personagem de costas chaleira
arrumando o que falta que esquentou a água, o
C2 10 Plano médio
do leite), pratinhos, xícaras,
café da manhã. faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
Personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara

Personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
205

Água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
na frente do espelho,
Marina começa a
depilar, Eduardo vem
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
ajudá-la e começa a
abusar sexualmente
Quando Eduardo vira a
personagem - esse será
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
o ponto de corte -
que derrubará os itens.
Pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. Pétala
B11 23 Plano detalhe Calendário (até sangrar)
B12 24 Plano detalhe Quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe Jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
206

1.5 Segunda versão da ordem de filmagem da banheira

XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 10/10/2016 (segunda) Início: 10:00 / Encerramento: 15:45

08:00 Preparação do set (chegada arte e produção)


09:00 Preparação da fotografia (chegada foto)
09:30 Preparação dos atores (chegada elenco)
10:00 M1 (01)
11:00 Desprodução banheira
11:45 E1 (02)

12:30 Almoço / Desprodução banheira

13:30 M2 (03)
14:30 Desprodução banheira
15:15 M3 (04)
15:45 Desprodução

CÓDIGOS DE CENAS

Código # Plano Plano Ação Ação do Personagem Itens


Eduardo – óculos, livro
(Homens difíceis), gibi
Pan da
erótico
esquerda para Eduardo ainda está
direita deitado, quando a
Marina – livros de
Plano plongeé (pegando os câmera chega nele o
Q1 01 gravidez, vaso com rosa
(Grua) itens de personagem está
murcha, copo de água,
escrivaninha sentando para pegar o
dos livro e começar a ler.
Quadro, roupa de cama,
personagens)
travesseiros, chinelo no
canto da cama
Q2 02 Plano Médio (tripé) personagem lê o livro livro
Eduardo – óculos, livro
(Homens difíceis), gibi
erótico
Eduardo está
terminando de ler o Marina – livros de
Q3 05 Plano geral (tripé) livro e o coloca em cima gravidez, vaso com rosa
da murcha, copo de água,
bancada com o óculos
Quadro, roupa de cama,
travesseiros, chinelo no
canto da cama
207

Eduardo coloca o livro


na escrivaninha,
Utensílios da
Plano levanta, vem em
Q4 06 (tripé) penteadeira (que são?),
americano direção a muda de
muda de roupa
roupa na penteadeira e
coloca a blusa.

Plongeé
C1 09 Absoluto café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
(garrafa de café,
Personagem de costas curador, chaleira
arrumando o que falta que esquentou a água, o
C2 10 Plano médio
do leite), pratinhos, xícaras,
café da manhã. faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara

personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
208

água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
de frente do espelho,
Marina começa a
depilar Eduardo vem
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
ajuda-la e começa a
abusar sexual
Quando Eduardo vira a
personagem esse será o
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
ponto de corte,
que derrubará os itens.
pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. pétala
B11 23 Plano detalhe calendário (até sangras)
B12 24 Plano detalhe quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
209

APÊNDICE H

1. ORÇAMENTO

Justificativa do
Semana Valor Valor total Desconto Valor total Valor

Equipe
Pré-produção e
produção
Roteirista 1 (obra) 4000 4000 100% Tabela FGV + 30%
Produção Executiva 3 2000 6000 100% Tabela FGV + 30%
Diretor 3 2500 7500 100% Tabela FGV + 30%
Assistende de Direção 3 1200 3600 100% Tabela FGV + 30%
Diretor de Fotografia 2 2368 4736 100% Tabela FGV + 30%
Assistende de
Fotografia 2 (diárias) 340 680 100% Valor de Mercado
Direção de Arte 2 1500 3000 100% Tabela FGV + 30%
Assistente de Arte 2 (diária) 300 600 100% Valor de Mercado
Som Direto 2 (diária) 700 1400 100% Valor de Mercado
Assistente de Som 2 (diária) 240 480 100% Valor de Mercado
Direção de Produção 3 1700 5100 100% Tabela FGV + 30%
Assistente de
Produção 3 1200 3600 100% Tabela FGV + 30%
Atriz 1 (cachê) 5000 3000 100% Valor de Mercado
Ator 1 (cachê) 3000 2000 100% Valor de Mercado
Pós-produção
Montador 2 2000 4000 100% Tabela FGV + 30%
Finalizador 1 (serviço) 15000 15000 100% Tabela FGV + 30%
Mixagem 1 (serviço) 15000 15000 100% Tabela FGV + 30%
Foley 2 1700 3400 100% Tabela FGV + 30%
Objetos de Arte 466,03 466,03 0% 466,03

Caterring 407,45 407,45 0% 407,45

Produção 74,14 74,14 0% 74,14

HD 220 220 0% 220

Locação
Casa 404 sul 4 (diárias) 400 1600 100% Valor de Mercado
Casa Banheira 1 (diária) 200 200 100% Valor de Mercado

Equipamento
Câmera 7.000 7.000 100% Valor de Mercado
Iluminação 15.000 15.000 100% Valor de Mercado
Som 4000 4000 100% Valor de Mercado
VALOR TOTAL 87515,62 112063,62 1167,62

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