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Pró-Reitoria Acadêmica
Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação
Curso de Comunicação Social - Jornalismo
Trabalho de Conclusão de Curso
Memorial Descritivo:
Curta-metragem “(O)”
Brasília - DF
2016
2
Brasília
2016
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AGRADECIMENTO
Devo agradecer primeiramente aos meus pais que me apoiaram em todo o decorrer
da minha universidade, tanto na Comunicação Social como na escolha do audiovisual.
Este projeto só foi possível pelo tempo que vocês gastaram diariamente me aconselhando
e me mostrando as prioridades. Agradeço a Deus pela sua imensa misericórdia mesmo
quando não merecida e as bênçãos concedidas.
Agradeço ao meu professor, orientador e amigo, Alex Vidigal por me apresentar a
prática do audiovisual desde o começo do curso, por ter participado do meu percurso na
universidade sempre de maneira atenciosa. Agradeço por me auxiliar na construção desse
projeto, acreditar em mim para realizá-lo da melhor forma e de estar sempre disposto em
dividir conhecimento teórico e prático. Desde as dicas de filmes, conceitos teóricos do
cinema, como também a dúvidas rotineiras de um set de filmagem.
Ao trabalho profissional que a minha equipe realizou. À minha amiga, atriz e
preparadora de elenco Nathalia Melo por aceitar meu convite e por sempre ir além do
pedido, você é excepcional em tudo o que faz. Matheus de Souza, meu assistente de
direção, por ser capaz de acalmar, de me auxiliar na construção do roteiro desde a
construção, como no momento que estávamos transformando-o em imagem. Thiago S.
Araújo, diretor de fotografia, agradeço por ter entendido a proposta e por realizar com
muita paciência, qualidade e profissionalismo. Willian Ricardo, diretor de arte, por ter
aceitado o desafio, por me acompanhar sempre que possível, por se mostrar sempre
disposto a me ouvir e me auxiliar em todos os aspectos da minha vida. Alessandro
Resende, ator, você foi uma surpresa a cada dia, que aposta satisfatória! Ver o seu
crescimento e o seu desenvolvimento no set me fizeram acreditar que é capaz de fazer
tudo que se dispor. Rafael Homero, som direto, o seu profissionalismo e a confiança que
tenho no seu trabalho, além da disponibilidade em realizá-lo da melhor forma e com muita
qualidade. Mariana Brasil, assistente de produção, aceitou o desafio, se mostrou
disponível e me auxiliou todos os dias de set. Jessica Santos, diretora de produção, mesmo
com o tempo escasso e mesmo que mais de longe estava organizando e resolvendo os
problemas. Iago Kieling, Letícia Tiveron e Caio Almeida, por terem aceitado participar
do set e pela disposição em ajudar no que fosse necessário, vocês foram essenciais.
Agradeço ao Rafael Lobo, montador, por realizar seu trabalho com maestria, mesmo com
as dificuldades, de o material entregar uma estrutura muito além do que eu esperava. Ao
Fábio Lima pelo conhecimento aplicado na finalização do meu produto, de maneira
atenciosa e cuidadosa.
Agradeço ao CRTV da Universidade Católica de Brasília pelo empréstimo de
equipamento, pelas dicas, pelo auxílio e por ser um espaço aberto para o crescimento dos
alunos. Agradeço à coordenação na figura da Clarissa Almeida, ao Samuel Paz e Carol
Plima, por me ajudarem sempre que possível, pelas conversas e dicas.
Ao curso de Comunicação Social e Jornalismo por fazer parte da minha história
acadêmica por me apresentar as possibilidades da Comunicação, além de me incentivar a
crescer em conhecimento. Agradeço de maneira especial aos professores: Alex Vidigal,
Florence Dravet e Rosana Pavarino.
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RESUMO
Referência: CUNHA, Mariane. (O). 2016. 198 folhas. Memorial descritivo (Comunicação
Social – Jornalismo), Brasília, 2016.
ABSTRACT
The descriptive memorandum of the short film “(O)” has its foundation in researches and
discussions about violence against women in patriarchy social system, love and abusive
relationships. When it comes to the field of audiovisual productions the genre is drama,
from the script to the aesthetics. The project aims to reflect how to create an audiovisual
product based on the cinema theory, films as references, and technical knowledge. It
approaches the process of making a short film from the idea, the plot and the script as well
as the steps of an audiovisual production: pre-production, production, and post production.
Therefore it emphasizes how important the cinema is to communicate ideas and ideals to
the public. This project is also based on the Communication field.
Sumário
1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................................10
2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................12
3. OBJETIVO ............................................................................................................................13
4. METODOLOGIA..................................................................................................................14
5. VIOLÊNCIA CONTRA MULHER ......................................................................................16
5.1 SISTEMA PATRIARCAL .....................................................................................................16
5.1.1 Gênero e suas construções sociais ....................................................................................17
5.2 AMOR ROMÂNTICO ...........................................................................................................18
5.3 RELACIONAMENTO ABUSIVO ........................................................................................19
6. AUDIOVISUAL ......................................................................................................................21
6.1 DRAMA .................................................................................................................................21
6.2 ROTEIRO ...............................................................................................................................22
6.3 ESTÉTICA DO FILME..........................................................................................................23
7. DIÁRIO DE BORDO .............................................................................................................27
8. CRONOGRAMA ....................................................................................................................44
8.1 BANCA DE QUALIFICAÇÃO .............................................................................................44
8.2 BANCA FINAL .....................................................................................................................44
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................45
11. FICHA TÉCNICA ................................................................................................................46
9. REFERÊNCIAS......................................................................................................................47
APÊNDICE A .............................................................................................................................50
1. ARGUMENTO.........................................................................................................................50
1.1 Primeira versão de argumento ....................................................................................50
1.2 Segunda versão de argumento .....................................................................................50
APÊNDICE B..............................................................................................................................54
1. PERFIL DOS PERSONAGENS ..............................................................................................54
1.1 Marina ..........................................................................................................................54
1.2 Eduardo ........................................................................................................................54
APÊNDICE C .............................................................................................................................56
1. ROTEIRO .................................................................................................................................56
1.1 Primeira versão do roteiro ...........................................................................................56
1.2 Segunda versão do roteiro............................................................................................61
1.3 Terceira versão do roteiro............................................................................................68
1.4 Quarta versão do roteiro ..............................................................................................74
1.5 Quinta versão do roteiro ..............................................................................................81
1.6 Sexta versão do roteiro .................................................................................................88
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1. APRESENTAÇÃO
ocorrências, o alto índice de casos e a máxima do senso comum no qual somos ensinados
“o amor pode tudo”.
Portanto, o projeto é a produção de um curta-metragem ficcional do gênero drama,
que discute a temática violência contra a mulher no relacionamento amoroso. O peso e
importância social e cultural ampliam a necessidade de o produto ser construído, com isso
tendo como base a comunicação e o processo comunicacional, para que o mesmo consiga
conversar com o espectador. Isto só é viável se utilizar e aplicar o conhecimento adquirido
nas disciplinas do curso, com suporte e orientação.
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2. JUSTIFICATIVA
3. OBJETIVOS
Objetivos Específicos:
1. Entender a importância da técnica audiovisual para transmitir mensagem ao
público.
2. Desenvolver desde a pré-produção até a finalização do curta-metragem, entender
as etapas e necessidades do processo fílmico e da técnica.
3. Abordou a temática relacionamento abusivo, violência contra a mulher e
transformar a problemática em um curta-metragem ficcional.
4. Abordou a ideologia de gênero, como são construídos na sociedade ocidental e
qual o papel de cada um deles.
5. Perpassar pelo conceito de amor romântico, sua importância para a sociedade atual
e se ele é capaz de influenciar amores abusivos.
6. Utilizar conceitos teóricos sobre drama e as técnicas de construção de um roteiro
cinematográfico para realizar uma narrativa fílmica, que seja possível de
desenvolver.
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4. METODOLOGIA
manter sobre controle as mulheres. Realidade que é mais visível dentro da relação
familiar, marido/esposa ou companheiro/companheira.
Se, na Roma antiga, o patriarca detinha poder de vida e morte sobre sua
esposa e seus filhos, hoje tal poder não mais existe, no plano de jure.
Entretanto, homens continuam matando suas parceiras, às vezes com
requintes de crueldade, esquartejando-as, ateando-lhes fogo, nelas
atirando e as deixando tetraplégicas etc. O julgamento destes criminosos
sofre, é óbvio, a influência do sexismo reinante na sociedade, que
determina o levantamento de falsas acusações – devassa é a mais comum
– contra a assassinada. (SAFFIOTI, 2004, p. 46)
O poder do macho ainda tem espaço e a fêmea sofre com ideais machistas. Foi o
que a pesquisa do ano de 2014 “Violência contra a mulher, o jovem está ligado?” realizada
pelo Data Folha, juntamente com o Instituto Avon, mostrou que 68% dos homens
consideram incorreto que moça tenha relações sexuais no primeiro encontro e 48%
avaliam que é errado ela sair com amigos, sem o namorado, marido ou ficante sério.
“Logo, a construção social da superioridade masculina, exige a construção social
da subordinação feminina” (SAFFIOTI, 1987, p.29). A identidade social é construída e o
homem é o favorecido.
De acordo com Jung (1992 apud SAFFIOTI, 2004) eles são estimulados a
desenvolver o animus e as mulheres o anima – nomeação dada ao princípio de cada
gênero. Sendo que estes socialmente tem proporções desequilibradas, os rapazes são
estimulados a ter mais animus que anima, de forma contrária a mulher.
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O amor se tornou algo natural e espontâneo, por meio de uma ideia romântica que
todos estão entregues a ele, sem chance de reação. Então se deslocou para o imaginário
social como ideal de felicidade pessoal. “O amor se tornou a última razão do sujeito,
justamente quando seu universo moral de origem não pode mais garantir-lhe o poder ideal
de outrora” (COSTA, 1998, p.20). Contudo esta não é a única ideia de amor, mas o amor
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romântico foi escolhido para ser o único trabalhado neste memorial, pela sua importância
social. Já que “na modernidade fluida, os indivíduos ainda desejam as possibilidades
românticas herdadas da estética do século XIX” (GOMES, 2011, p. 19).
Advindo da sociedade industrial e urbana do século XVIII, o amor romântico é de
maneira teórica o equilíbrio entre o desejo da felicidade individual e o compromisso com
os ideais coletivos. Ainda no século XX, o amor romântico permanecia e dominava as
formas de organização social.
De acordo com o Data Folha juntamente com o Instituto Avon, no ano de 2014
três em cada cinco mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos. Na mesma
pesquisa 66% das entrevistadas quando estimuladas admitiram que sofreram
violência/controle do parceiro e 55% do homens quando incitados contam que praticaram
violência contra a parceira. O homem deve agredir, porque precisa dominar a mulher e ela
deve suportar todo o tipo de agressões, porque é o seu destino. Esta relação cíclica da
violência constitui em uma verdadeira prisão. “A violência simbólica institui-se por meio
da adesão que o dominado não pode deixar de conceder ao dominador” (SAFFIOTI, 2001,
p. 118).
A violência doméstica apresenta características específicas. Uma das mais
relevantes é sua rotinização (SAFFIOTI, 1997). O memorial se propõe discutir relações
de agressões cotidianas, de acordo com o roteiro três violências serão abordadas no campo
teórico, sugeridas por Barberá (2004): mecanismo de controle e autoritarismo, chantagem
afetiva e coação. Elas podem se manifestar sozinhas ou ainda simultaneamente.
Advinda dos mecanismos de controle e autoritarismo de quem detém o poder e
reafirma seus status de superioridade. A reação frequente da vítima é a passividade e o
conformismo com a própria situação. Já a chantagem afetiva, em nome do amor o agressor
constrói verdadeiras torturas emocionais, entretanto são negadas em razão do próprio
sentimento. O que não diminui o sofrimento da vítima e o mesmo se utiliza do
envolvimento afetivo dela para conseguir o que deseja. A coação é quando a força física
é utilizada, como a possibilidade ou a ameaça de utilizá-la. Uma maneira de obrigar e
procurar forças a outra pessoa a realizar algo contra a vontade dela, podendo ser qualquer
procedimento.
Pela pesquisa do Data Folha realizada juntamente com o Instituto Patrícia Galvão,
ano de 2015, 11% das pesquisadas sofreram abusos ou violência sexual de algum homem
do seu convívio próximo. Situações dessa se estabelecem pois os parceiros acredita ter
controle da relação sexual, do prazer, sendo ele capaz de submeter a outra parte, de acordo
com a ideologia dominante, que a mulher não tem direito de desejar, nem direito de
escolha. Em meio a números elevados de violência contra a mulher, em meio a discursos
machistas normalizados, conceitos de amor errôneos, tipos de agressão - física,
psicológica, sexual - “a rigor, não é fácil, para uma mulher, romper com a relação amorosa
sem auxílio externo” (SAFFIOTI, 2001, p. 120). O curta-metragem (O) ao discutir pela
vida da Marina relacionamento abusivo, pode se tornar um auxílio externo capaz de
comunicar e promover mudança no público que o assiste.
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6. AUDIOVISUAL
6.1 DRAMA
moderno se utiliza do homem em embate com a vontade dos outros homens. A ação
dramática do roteiro do curta-metragem, o conflito entre o relacionamento de Marina e
Eduardo, de forma que os plot point - pontos de virada - da narrativa são os conflitos
ocasionados pelas diferenças de vontades dos personagens, advinda da naturalização dos
discursos machistas pelo Eduardo. Desta forma, “diferentemente do épico, que narra fatos
passados, o drama mostra um mundo que está “acontecendo” no exato momento em que
falamos” (SARAIVA, CANNITO, 2004, p. 61).
6.2 ROTEIRO
momento do filme O quarto de Jack (ROOM, EUA, 2015) - quando Ma e Jack conseguem
escapar.
O começo do produto, o apartamento em que Marina e Eduardo vivem é
apresentado com planos detalhes, imagens cautelosas e ritmo desacelerado, como forma
de situar o espectador de onde a trama vai se passar. A camada de som inicial são barulhos
de atividades cotidianas, Marina levantando da cama, caminhando até o banheiro,
fechando a porta, ligando a torneira combinados a uma trilha. Ainda distantes da ação
dramática o som está mais longe, um pouco abafado. Quando diálogo começar o som se
altera, o espectador e a câmera despertam e começam o dia junto com os personagens.
No decorrer do curta-metragem a trilha auxilia a construção da narrativa e
intensifica emoções e sensações que o filme propõe trazer ao público. A linha harmônica
é pontuada e marcada em todos os momentos do filme - início, meio e fim. No começo a
música mais calma, vai apresentando o local, os personagens. A medida que Marina
começa a sofrer abusos cotidianos, a trilha vai se amplificando e tomando mais corpo e
peso na proposta, até chegar na cena final que os sons são responsáveis por criar atmosfera
de suspense. Desta forma, a música é capaz de dividir os momentos do curta e preparar o
público para as próximas cenas.
Os enquadramentos têm como objetivo fortalecer as ações dos personagens,
toques, relação entre personagens e o cenário. Escolhas que trarão intenções e contribuirão
para o fortalecimento da mensagem que está sendo trabalhada no roteiro no diálogo.
“Alguns autores consideram que pode existir a montagem no plano, mostrando a
importância daquilo que chamamos montagem interna, que vem a ser um tratamento dado
à cena e ao enquadramento” (MOURÃO, 1987, p. 39).
A maneira como os enquadramentos do filme são construídos traz uma variação
próxima as produções do diretor Pedro Almodóvar, com a presença de planos detalhes e
planos conjuntos que além de destacar o cenário, compõem os personagens no plano,
como por exemplo o filme Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos, ESP, 2009) e nas
produções de Wes Anderson, como por exemplo, Moonrise Kingdom (IDEM, EUA,
2012).
(O) deseja tratar uma temática realista, se utilizando de filmagens observacionais,
ou melhor, como se fossem, juntamente com sequências dirigidas. Forma de destacar a
discussão dos conceitos documentário e ficção e aproximá-los. Para o diretor Chico
Teixeira, em entrevista para a TV Brasil, é muito próximo para ele o documentário da
ficção. Segundo Metz “todo filme é um filme de ficção”, pois todos são representações.
João Moreira Salles à revista Bravo!, em um encontro de cineastas que estreavam ficções
documentais em 2008:
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Desta forma o curta pretende trazer para estética do filme conceitos técnicos que
reafirmem a possível vertente documental do roteiro, ampliando o alcance da
problemática cotidiana: violência contra a mulher e relacionamento abusivo. Contudo no
decorrer da filmagem elementos serão responsáveis por conectar o espectador a um mundo
inventado cinematograficamente, o ficcional.
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7. DIÁRIO DE BORDO
Dia 16 de Março
Dia 23 de março
Surge todos os dias um sentimento de preocupação com o que vai ser produzido e o que
vou acrescentar em uma discussão social ampla já existente. Desta forma o medo
constante de em algum momento o tema se perder na proposta pela sua grandeza.
No meio de todas as expectativas ainda estou com dificuldade de sair do lugar e
ficar satisfeita com as etapas do trabalho. Por isso a primeira coisa a se fazer quando está
perdida é parar, se organizar, criar demandas claras e objetivos palpáveis - palavra-chave
planejamento. Atrasada com o projeto, só no terceiro encontro levei um cronograma com
o que teria que apresentar semanalmente para o meu orientador, a lista de filmes para tirar
as referências estéticas e a lista de livros para a auxiliar na escrita do memorial. Contudo,
ainda em meio a papéis e datas continuo perdida para estruturar o projeto de conclusão de
curso.
Nesta data informei e conversei com o orientador a respeito da temática escolhida
- violência contra a mulher: relacionamento abusivo. Foi neste dia que começamos a
decidir como estruturar o memorial, por sugestão do orientador foi dividido em temática,
roteiro e estética.
Dia 30 de março
Dia 06 de abril
De acordo com o cronograma esta data estaria reservada para leitura dos livros e
começar a pensar na estética do filme. Com o argumento atrasado ainda tinha que pensar
nele.
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Dia 13 de abril
Como o argumento não caminhava, a opção para não atrasar todas as demandas
foi escrever o roteiro primeiro. No dia 13 entreguei a primeira versão do mesmo, mas não
consegui desenvolver a trama. A base para o roteiro foi uma fala machista da minha avó:
“Homem só gosta de duas coisas: comida e sexo”. Por isso a trama tem a divisão temporal
de acordo com a alimentação dos personagens e a sexualidade. Com a primeira versão
pronta, mas ainda cheia de alterações a trama ainda não estava clara para mim. Alterações
foram sugeridas pelo prof. Alex Vidigal, trazer a personagem mulher mais para o curta,
de forma que ela não fosse apática à situação, mostrar um relacionamento mais
fundamentado entre eles, trazer ideias por meio dos diálogos que liguem o relacionamento
deles a situações que não estão na trama, mas de forma que o público entenda que é
cotidiana. Uma pergunta essencial feita pelo orientador para entender sobre quem estava
falando. Quem era o personagem principal? Respondi prontamente ser o homem, o que
dificultava de escrever diálogos reais. Continuo a leitura dos livros.
Dia 20 de abril
A partir desta data o cronograma passa a ter dificuldade de ser seguido, poucas
informações foram alteradas, mas uma segunda versão do roteiro foi entregue com poucas
alterações, porém já caminha para uma versão que mais me agradava. Continuo a leitura
dos livros.
Dia 27 de abril
Não obtive orientação nesta semana, mas continuei lendo os livros e não consegui
começar a escrever o pré-projeto, queria finalizar uma quantidade de livros específica da
lista e não conseguia escrever nada até finalizar - não me sentia apta para.
Dia 04 de maio
a leitura dos livros. Descobri que precisava entregar neste primeiro semestre a parte escrita
do memorial. Os dados de pesquisa sobre violência contra a mulher, cultura machista já
estavam selecionados.
Dia 11 de maio
Da semana passada para esta comecei a fechar a estrutura de maneira mais clara e
finalizar o fichamento dos livros. Terminei de ler os livros, deixando alguns para o
segundo semestre como Simone de Beauvoir e Bauman, que são essenciais para a
discussão do meu tema. A certeza e o conhecimento mínimo sobre eles fizeram com que
eu os abandonasse – e não deu tempo de lê-los. Comecei a escrever a apresentação,
justificativa, objetivos e metodologia. Além de ser questionada acerca da equipe que
escolheria para a gravação - ressaltando a falta de uma certeza de nome para direção de
arte e produção. Já que desejava ser responsável pela produção do curta, mas fui
aconselhada a manter funções e desacumular trabalhos mesmo conhecendo o ofício de
produtora.
Dia 18 de maio
Dia 25 de maio
Nesta data entreguei os dois capítulos que foram pensados no início do período de
orientação com o prof. Alex Vidigal, faltando o capítulo sobre estética do filme. Mas
mesmo com boa parte do projeto encaminhado faltavam pequenos detalhes que, quando
colocados no papel, criavam uma lista média de afazeres que incluíam: organizar o
sumário e a capa, terminar o diário de bordo, estruturar os roteiros, escrever a terceira
versão do roteiro e do argumento, transformar o cronograma escrito em tabela do Excel,
arrumar as referências, conferir a ABNT e ainda faltava escrever o capítulo de estética do
filme.
A primeira versão do memorial foi lida pelo orientador, que solicitou alterações de
texto, além de repensar a organização dos capítulos existentes.
Dia 01 de junho
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Dia 15 de agosto
Dia 22 de agosto
Foi a primeira orientação oficial depois que voltamos das férias. Foi nesta reunião
que a equipe principal foi fechada oficialmente com meu orientador, mesmo desde o
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Dia 30 de agosto
Neste encontro foram definidos os possíveis dias, a gravação seria para o dia 30
de setembro e dias 01 e 02 de outubro. As visitas das locações ficariam entre o dia 29 de
agosto até 10 de setembro, a visita deveria ser feita com presença da direção, da direção
de fotografia, da direção de arte, da produção e do som direto. Mas entre a teoria e a prática
o caminho não se mantinha, já que juntar as agendas de todos já sabíamos que causaria
problemas.
Neste mesmo dia houve a leitura da 4ª versão do roteiro (apêndice C – 1.4), o
Galinha. A outra versão ficaria para o dia 31 de agosto e a decupagem de produção ficaria
para o dia 05 de setembro, caso a 4ª versão fosse a última. Na mesma data deveria ser
entregue a 1ª versão do roteiro decupado, a 2ª versão ficaria para o dia 12 de setembro e
última versão para o dia 19 de setembro.
A ordem do dia deveria ser entregue no dia 26 de setembro. A arte deveria ter as
referências estéticas entre a semana do dia 12 de agosto e 09 de setembro e a semana de
compra de objetos de cena necessários ficaria entre o dia 13 a 19 de setembro.
Dia 05 de setembro
versão do roteiro. Então levei duas versões de roteiro: a do ainda Galinha (apêndice C –
1.5) e de outro roteiro que estava mais no campo do simbólico, que não tinha nome e era
chamado de Galinha ou XXXX (apêndice C – 1.6).
Foi isso mesmo, no momento que estava finalizando o roteiro Galinha, eu resolvi
ter uma nova ideia, já não bastasse as datas estarem próximas e demandas já começarem
a ficar atrasadas, ainda entreguei um roteiro mais sutil e inacabado. Teria que fazer o
trabalho todo de novo, reconstruir novamente o roteiro. Sim, fiz isso faltando poucos dias
para a gravação. Já que a data da filmagem não seria alterada.
A locação estava sendo procurada, mas tínhamos dificuldade de fechar já que o
roteiro ainda não estava pronto. No dia 06 uma versão incompleta de roteiro foi enviada
à equipe. A lista de locação foi alterada na esperança da diretora gostar de algo. Neste
novo roteiro o simbolismo era o peso, a flor da briga anterior tinha virado um elemento
de muita importância. Não teve como, tive que refazer todo o processo. No final da semana
entregue a sétima versão do roteiro (apêndice C – 1.7).
Dia 12 de setembro
Isso me afobou bastante, então era uma dicotomia eterna, minha cabeça de produção
latejando e a sensação de ser roteirista, que neste momento já era fantástica.
Não que eu era fantástica na construção do roteiro, mas a possibilidade de entender
na prática e as conversas constantes com meu orientador sobre o texto me fizeram, por
muitas vezes, querer formar um semestre à frente, porque quanto mais eu escrevia e
mudava o roteiro, mais possibilidades surgiam. Esta semana minhas preocupações com o
roteiro eram intensas, minha cabeça estava a mil com as datas se aproximando e muitas
demandas travadas por minha causa.
O roteiro não estava pronto, nunca ficava bom. Mas nesse momento mesmo com
a ansiedade e a preocupação de produtora, trabalhar como roteirista já me agradava, queria
até entregar só um roteiro, porque ter 2 semestres para escrever um roteiro parecia pouco,
queria ficar mais um ano. Não sei quanto tempo queria, mas tudo era tão intenso, que
qualquer alteração poderia mudar a construção do roteiro e como o público ia ver o
personagem. Tudo podia ser questionado e reinventado. Trazer a naturalidade, o cotidiano,
a vida em palavras começou a ser interessante, mas ao mesmo tempo meu trabalho
precisava ser finalizado.
Neste momento a distância com a produção me atrapalhava diariamente, não
conseguia unir a equipe, me sentia deslocada e com muitas preocupações. Todo os dias
que encontrava o Vidigal com uma versão de roteiro eu falava: “Quando posso enviar este
roteiro para minha equipe? Temos decisões a tomar”. Ele sempre respondia: “Calma, vai
dar certo, mas precisamos melhorar coisas ainda, se você for para um set com um roteiro
mais fechado vai facilitar toda a sua pré-produção e gravação”. Então eu acreditei no meu
orientador. Levei nesta semana a oitava e a nona versão do roteiro (apêndice C – 1.8; 1.9).
Dia 19 de setembro
poderíamos mexer mais, mas não dava tempo. Sim, os núcleos tinham 03 dias para trazer
questionamentos para discutirmos. Ainda não tínhamos nenhuma locação e íamos gravar
no dia 30 e a produção estava ainda na pesquisa de uma locação. A direção de arte teria
que levar referências básicas e a produção já teria que entregar na sexta uma decupagem
de produção – que foi entregue somente no começo da outra semana já que esqueceram.
Nesta semana as preocupações da semana passada só aumentavam e o desespero
começa a aparecer, mas sempre tentei me manter calma, pelo menos aparentemente, e se
manter calma por fora uma hora você acredita. Então tinha que trabalhar todos os dias a
preocupação de não dar tempo, ainda não tínhamos locação, a única visita que foi feita o
lugar era pequeno, mas tinha a possibilidade de vermos um espaço parecido, porém
dependíamos do dono deste apartamento. Ainda a minha comunicação com a produtora
me preocupava.
No dia 20 o roteiro foi entregue e todos começaram a correr com suas funções,
uma locação tinha aumentado, era uma locação com água – que ficamos entre banheira,
piscina, caixa d´água. Na reunião de sexta olhamos todos os sites de motel de Brasília para
tentar achar uma opção. A preocupação da produção aumentava, muitas demandas para
finalizar e coisas novas para resolver. Segunda-feira também era o dia de entregar a
primeira versão do roteiro decupado.
em um lugar que não podia nem respirar. Rapidamente o lugar se tornou inviável, pois a
banheira era bem sensível e íamos usar corante vermelho na água e ela via manchas na
banheira que ninguém via. Então gravar em um lugar onde tudo é muito sensível é ser
bem ousado, pois ela poderia ver problema em qualquer lugar e falar que foi a gente.
Outra problemática era que no Airbnb ela cobrava um valor, depois que viu que
era uma “equipe de televisão” – sim, para ela era isso, uma equipe de televisão, não uns
alunos que iriam fazer um TCC – o valor aumento e teria que cobrar um valor de segurança
da banheira que custava aproximadamente 15 mil reais – vinda de São Paulo. Tirando
tudo isso, ainda queria alugar a casa inteira, cobrar um valor a mais pois iríamos gravar e
ainda deixar um inquilino no lugar.
Saímos de lá e voltamos para o zero, o set começava na sexta e não tínhamos nada
resolvido. Voltei a pensar na primeira locação pequena que tínhamos visto, mas a
produtora esqueceu de me avisar que não era uma opção desde o dia da visita. Então o
plano B caiu. Lembrei que tinha me falado que o dono do primeiro apartamento tinha um
amigo que estava com um local reformado e não tinha conseguido ainda alugar para
ninguém. Vai a produção atrás de falar com o dono do primeiro apartamento e pedir favor.
Mas não podíamos contar com isso já que era um favor e não sabíamos se daria certo.
No dia 28 do primeiro prelight fomos fazer uma visita pela manhã em um espaço
viável, na Asa Norte. A demanda com o dono do primeiro apartamento rolando. Visitar
esse terceiro apartamento na Asa Norte foi lindo, conheci uma mulher muito agradável
com um apartamento lindo, que iria fazer um preço bacana, mais barato que o que
divulgava no Airbnb – pagando à vista. Estava ótimo, uma pessoa fácil de lidar e tinha
móveis lindos que ela mesmo confeccionava, além de adorar luminárias. Visitamos o
lugar no dia 28 pela manhã e combinamos de fechar o aluguel do espaço até o dia 29.
No dia 29 minha produtora conseguiu marcar de ver o lugar do amigo do dono do
primeiro apartamento. Maravilha, ele ainda não cobraria o espaço. Foi ótimo, então quinta
pela manhã tínhamos a locação com muito custo e muito trabalho da produção – tanto a
produtora como sua assistente. Já saíamos de lá com a chave, ótimo. Quando foi quinta a
equipe já estava no lugar, já aconteceu o ensaio com os atores na locação final. Fiquei
dormindo no espaço desde quinta até domingo, a atriz e a assistente também. A equipe
chegaria na sexta, o diretor de fotografia foi para fazer prelight de manhã e depois voltou
a noite e toda a equipe principal ficou dormindo no apartamento – uma cobertura na Asa
Sul.
Foi um final de semana intenso e cansativo, dormíamos todos muito tarde e
acordávamos muito cedo. Esta semana foi bem intensa, então vou ter que tentar organizar
este texto melhor, se for possível, já que eu só solto minha sensações, problemas e dúvidas
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como em um livro aberto sem nenhum filtro, como se quisesse apenas tirar o peso das
palavras e da experiência e transformá-las em algo palpável. Como forma de me recuperar
um pouco da quantidade de coisa que se passa freneticamente na minha mente.
Até quinta cada núcleo ficou responsável e sabia o que tinha que fazer, o roteiro já
estava pronto, o roteiro decupado ainda estava sendo finalizado de acordo com o local.
Mas quando foi quinta-feira que fechei a locação e quis olhar para ver todos os núcleos
entrarem em ação, nada estava organizado, a lista da arte estava pronta, mas nada tinha
sido organizado pela produção. O set começava na sexta a ser preparado e não sabe quem
vai levar o que e quem vai comprar. Entrei em pânico, meus pensamentos de produção
começaram a pipocar, tinha que resolver esse problema, o set ia acontecer, já estava com
a chave. Então fui resolver as demandas, organizei a saída da arte com a produção para
eles comprarem o que precisava.
Cheguei em casa e comecei a ver o que tinha para usar na direção de arte, levei
minha casa inteira. A atriz chegou a noite e se dispôs a levar uma parte das coisas e foi
assim na correria que o set ficou pronto. A arte ficou de maneira intensa todos os dias,
tinha muita coisa para resolver e era uma experiência – que no final deu certo. Mesmo
com todos os probleminhas, ver a equipe disposta a fazer funcionar foi ótimo. Fiquei muito
chateada, estava resolvendo minhas demandas de direção o mais rápido que conseguia e
não tinha nada organizado.
A quinta e sexta foram os piores dias, não queria estar naquele set, mas eu ia fazer
ele funcionar. Porque eu tinha uma equipe, amigos que estavam doando o tempo deles de
um final de semana intenso para trabalhar, me senti muito culpada. Eu merecia dar para
eles condições de trabalhar e não tinha nenhuma, minha equipe não estava integrada, só
via problemas surgindo e com a dificuldade de comunicação com a produção, eu ia
tentando organizar e resolver e demandando quando dava tempo. Como eu chorei esses
dias, não sei se todos da equipe sabem, mas se lerem meu memorial eu peço desculpas a
todos, pela correria e loucura que foi.
Sexta eu já estava acabada precisando finalizar meu roteiro decupado, mas tendo
que sair com produção para resolver minha demanda, no final da noite meu orientador já
pensava em um plano B de produção. Eu não achava necessário, pois estava tudo corrido
– muito por minha culpa também, mas as coisas iam se ajeitar, mesmo com pouco tempo
eu confiava e tinha que confiar na equipe que escolhi.
Foi nesta sexta-feira à noite morrendo de vergonha com a minha equipe, eu estava
muito estressada e meu assistente me viu chorando, foi uma cena engraçada, pois desabar
na frente de alguém não é muito fácil de lidar. As coisas tinham que acontecer, sexta à
38
noite tudo estava de pernas para o ar, no final da tarde consegui enviar a última versão do
roteiro decupado e meu assistente a ordem do dia. Sábado ia começar a gravação.
A gravação no sábado não começou bem, ainda me sentia culpada e ainda não me
sentia integrada, parecia que tinha coisas entaladas em parte da equipe e não consigo
conviver com essa situação, preciso falar e resolver. Não tinha tempo, então deixei as
relações pessoais e desculpas fofinhas para o meu assistente e liguei meu método
pragmático – nossa como essa gravação mexeu com meus nervos – meus amigos e equipe
me acalmaram muito e ouviram muita coisa - desculpa. Mas no final do dia já estava
melhor e domingo foi um bom dia de gravação, porém terminei de gravar com uma
sensação ruim.
Não queria ter levado ninguém para um set como aquele e nem gostaria de levar
uma equipe de novo em uma situação assim. Entretanto, foi um experiência bacana e todos
da equipe gostaram, acho que essa sensação foi meio única, meu perfeccionismo pode ter
sido responsável por isso. Sobre as diárias, sempre coloquei meus atores em situações
extremas e atrasei set por causa de plano. Tentei exercer a minha função da melhor forma,
mas não me sentia preparada para, não achei que podia comandar aquela equipe e tinha
problemas práticos.
Meu assistente foi maravilhoso, me acalmou muito e soube lidar comigo, me
ajudou em pensar soluções de narrativa e de roteiro durante todo o tempo de set. Deixei a
desejar, não vi muita coisa, mas foi uma experiência. Tento não colocar essa cobrança e
esse peso, pois eu já faço isso naturalmente, tento trabalhar minha mente como uma
experiência que pode dar errado, não sou obrigada a acertar tudo e fazer tudo perfeito.
Isso também devo ao meu orientador que de maneira constante me lembrava disso. Não
vou mentir, sai bem do set, mas não satisfeita, achei que poderia ter feito mais, poderia ter
dado mais, ter sido mais sagaz e tomado decisões melhores, porém aconteceu, é isso que
eu fiz e tenho que conviver com o resultado que poderia gerar neste momento da minha
vida.
Agradeço todos da minha equipe, foi um ótimo final de semana, todos estavam
comprometidos. A Mari Brasil cozinhou como ninguém, a Jessica na correria sempre se
fazia presente, passando mal ou não – sei que cobrei demais da produção, mas
conseguimos nos encaixar no final. A disposição da arte foi maravilhosa, a correria do
Willian e o auxílio de set foram ótimos. Fiquei um pouco preocupada, já que era um teste,
mas o resultado foi positivo.
A paciência e o perfeccionismo do Thiago me fizeram me apaixonar por ele, sim,
sempre fico enchendo o saco dele e nesta produção eu só o defendia. Entendi muito o seu
trabalho e suas necessidades, como ele vê um set, aprendi com ele. Estava sempre disposto
39
a discutir e trabalhar os planos da melhor forma, foi ótimo. O Matheus foi um porto seguro
para mim, ele me acalmou, me deixou chorar, me deixou ficar com raiva e arrumava tudo
com seu jeito calmo e paciente. Mas além disso me ajudava na construção dos planos, na
decupagem, no racord, repensava a ordem do dia - já que eu atrasei tudo.
O som me odiava cada dia mais, sim dificultei o trabalho do som, mas confiava no
Homero, confio muito no trabalho dele, sabia que qualquer coisa ele faria bem, daria um
jeito de fazer muito bem – então foi bem tranquilo. Sei que o trabalho dele foi difícil, já
que além da falta de roupa dos meus personagens, ainda a quadra era agitada. Meus atores
merecem tudo, eles compraram o projeto. Alessandro foi uma promessa, o auxílio da
Nathalia para prepará-lo foi de extrema importância. Ele me surpreendeu. Nos ensaios
mais tímido, no set se soltou e conseguiu levar bem o personagem. Passou fome, comeu
torrada do lixo, manteve o personagem. Passava quantas vezes precisasse.
Minha amiga, minha paixão e minha atriz, essa sim poderia ter feito o projeto
comigo, como ela me ajudou em tudo, me ouviu, ajudou a levar objetos de arte, o que eu
precisasse ela estava lá, dividiu cama comigo, dividiu preocupações e foi a atriz
maravilhosa que é. Encarou o personagem com todas as preocupações, o peso social e a
dificuldade de estar exposta 24h por dia – apenas com uma camisola. Além de aceitar
todas as minhas propostas como diretora e sempre solícita, passou mal com a água quente
do chuveiro, ficou muito tempo sem comer, esperou meu tempo como diretora que às
vezes era confuso e com a maior calma. Não tem o que dizer, só tenho a agradecê-la pela
mulher forte e companheira que é. Agradeço toda a minha equipe pelo carinho, calma e o
profissionalismo. Nada teria saído sem eles.
Dia 03 de outubro
Tivemos uma semana intensa, mas ainda faltava uma cena, a parte mais
importante, a da banheira. No apartamento que conseguimos a gente gravou a primeira
sequência do roteiro. A parte simbólica da banheira precisava ser feita, então
precisávamos gravar. Porém a produção não tinha visto essa outra locação. No meio da
semana a produção não tinha certeza de nada, o diretor de fotografia começou a pensar
em soluções, pensei em sair e comprar uma caixa d’água e gravar, eu ia fazer isso de
algum jeito. Era uma parte muito importante para mim do roteiro.
Então enquanto a produção caminhava com a demanda de maneira lenta, resolvi
ajudar, peguei para fazer, comecei a enviar e-mail para todos os motéis. Fui atrás da casa
de um amigo meu pai que ele tentava alugar – então ninguém estava morando lá. No
sábado o amigo do meu pai nos mostrou a banheira. Quando foi na segunda-feira da outra
40
semana levei a equipe para gravar, uma equipe mínima, sem som e sem assistentes. Pronto,
estava tudo gravado.
Dia 10 de outubro
Dia 17 de outubro
Dia 24 de outubro
Então na quinta-feira pela manhã a qualidade dos arquivos estava muito baixa,
tanto que ele não conseguiria montar, perguntou se tinha como fazer um meio termo. Fui
atrás de um HD e voltei para o Fábio, pedi um meio termo. Quando foi sexta-feira à noite
consegui pegar os arquivos e levei novamente para o montador.
Só depois do dia 29 que o montador ia consegui mexer no arquivo, mas além de
estar bem ocupado ele iria viajar dia 03 de novembro e a preocupação do tempo volta.
Ainda confiava muito no trabalho dele, então sabia que me daria algum retorno.
Dia 31 de outubro
O que achei do primeiro corte da montagem? Sofri com a queda do plongeé, mas
ter outra pessoa que eu confiava montando me acalmou, eu confiava no trabalho do
montador e estava com a mente aberta para me desapegar. Já que ele viu todo o projeto
me daria soluções viáveis e rítmicas, algo que funcionasse e não apenas o que tinha
planejado. A minha equipe ficou mais sentida com os cortes, só me fez pensar em como
tenho muito que aprender como diretora e como roteirista. Mas foi uma boa experiência,
gostei de ver a opinião e a ideia de alguém de fora.
Fiquei com vergonha inicialmente de mostrar meu trabalho para alguém do
mercado e por fora do processo, não porque minha equipe era despreparada, minha equipe
era composta por amigos, então eles me tratariam com paciência e entenderiam com maior
facilidade o meu lado. Mas ocupar o tempo de alguém com imagens que precisavam de
ajustes – pois não atingir as minhas metas como diretora, um tempo de esmero e atenção,
me preocupava, já que não queria atrapalhar ninguém, queria que ele curtisse o processo
e não fosse apenas um projeto jogado para ele salvar – que ainda acho que ele salvou
bastante o projeto.
Dia 07 de novembro
Outra semana começou, o arquivo já abria no CRTV, segunda-feira ainda não tinha
nome meu roteiro, gravei usando o nome do outro roteiro – Galinha. Arrumei os créditos
e pensava no nome. Antes do meu horário com o Fábio, estávamos sentados: eu, Vidigal,
Alessandro e Nathalia. Esse nome tinha que sair porque eu tinha um horário para adicionar
os créditos e o nome.
O tempo para isso estava acabando, isso porque final de semana li todas as histórias
da mitologia, significado e gravidez, mulher, dicionário de feminismo, histórias de
relacionamento abusivo, textos de discursos machistas naturalizados e sobre o amor
romântico e sua construção social. Não aparecia nada na mente.
As ideias iam de Inquebrável, A Flor, O Jarro, Toujours – sim, a tatuagem da atriz
quase virou nome de filme. Então O Jarro se tornou o mais viável, contudo Vidigal
lembrou que a primeira cena do filme é um jarro quebrando, ferrou, estamos sem nome.
Pensei e falei será (O), sim O – artigo masculino.
Nathalia concordou porque o personagem pode ser O machista, O estuprador, O
abusivo e, para mim, lembrava como linguisticamente a nossa cultura se utiliza do artigo
masculino, o peso que ele tem. Com os parênteses visualmente lembra uma vagina, que
mostra o poder que o homem ainda tem sobre o prazer da mulher, como isto não é uma
43
coisa de direito dele. Meu memorial neste tempo todo andava capenga e eu tinha que
voltar a escrever com constância para finalizar e conseguir entregá-lo.
Todo este processo eu agradeço muito ao meu orientador, ele me dava liberdade
para realizar o que eu queria, mas me mostrava diariamente o processo de produção nos
mínimos detalhes e tinha paciência com as trezentas demandas que eu inventada e
precisava resolver. Acho que isso foi o mais proveitoso, aprendi muito com essa relação,
poder discutir e criar juntos propostas, ser questionada e criticada a todo instante foi
maravilhoso.
A minha equipe e amigos que fizeram tudo pelo projeto e por mim. Fiz com muita
preocupação e muito carinho tudo neste projeto, mesmo ele não indo para banca com o
esmero que gostaria foi o que eu consegui fazer por agora, foi o meu melhor. Me preocupei
e tentei fazer da melhor forma cada etapa, não sei se consegui, ainda assim foi uma
experiência maravilhosa.
Vou voltar a escrever e dirigir, porém vou deixar a direção para bem mais para
frente, acho que preciso entender melhor o processo para lidar de maneira mais satisfatória
com minha equipe. Todo esse processo só me deu mais certeza do audiovisual, das
dificuldades de fazê-lo e como ele é apaixonante. Acho que daqui um ano estou pronta
para outra, ou posso deixar para próxima graduação, quem sabe.
Essa semana estou terminando meu memorial e já vou entregá-lo para as
avaliadoras, espero que elas gostem, pois participaram de maneira intensa nas minhas
orientações sobre a construção da narrativa, sobre o preso da mulher no roteiro e sobre o
filme ser sobre nós mulheres.
44
8. CRONOGRAMA
9. REFERÊNCIAS
COSTA, J. F. Sem fraude nem favor: estudos sobre o amor romântico. Rio de Janeiro:
Rocco, 1998.
EISENSTEIN, Sergei M. A forma do filme. Rio de Janeiro, Ed. Jorge Zahar, 2002.
HOOKS, Bell. Não sou eu uma mulher: Mulheres negras e feminismo. 1ª ed. 1981.
Plataforma Gueto. 2014.
JOHNSON, Allan G. The Gender Knot – Unraveling our Patriarchal Legacy. Filadélfia,
Temple University Press, 1997.
LEONE, Eduardo. MOURÃO, Maria. Cinema e Montagem. São Paulo: Editora Ática,
1993. 2ª edição.
SHOHAT, Ella. STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica. São Paulo: Cosac
Naifty, 2006.
SILVA, Júlia. Revista do Cinema Brasileiro. TV Brasil, 2015. Disponível em: <
http://tvbrasil.ebc.com.br/revistadocinemabrasileiro/post/a-relacao-entre-documentario-
e-ficcao-segundo-o-diretor-chico> Acesso em: 19 de maio de 2016.
49
Violência contra a mulher, o jovem está ligado? Instituto Avon. 2014. Disponível em:
< http://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2014/12/pesquisaAVON-
violencia-jovens_versao02-12-2014.pdf> Acesso em: 04 de maio de 2016.
Filmografia
LOS ABRAZOS ROTOS. Direção de Pedro Almodóvar. Espanha; El Deseo, 2009. Son.,
color. Legendado.
50
APÊNDICE A
1. ARGUMENTO
Eduardo e Marina moram juntos faz pouco tempo. Em uma manhã de poucas
atividades, Eduardo espera na cama pela companheira. Ela, que tenta ser mãe e está sem
expectativa do resultado do teste de gravidez dar positivo, já deixa tudo encaminhado para
ter relação sexual com o seu companheiro.
Contudo, mesmo em um dia tranquilo, Eduardo tem seus afazeres e um atraso da
mulher já é capaz de incomodá-lo. Então, sem esperar, sai para o seu compromisso.
Marina fica em casa e, antes de começar as demandas do trabalho, resolve arrumar a
bagunça deixada por ele. Enquanto arruma, em voice over escuta ele reclamando da nova
fase da vida.
A sua volta não melhora a relação dos dois, há mais uma briga boba e novas
acusações de Eduardo. Ele tenta algo, cheira seu cangote, beija sua orelha, mas Marina,
além de chateada com a discussão, está ocupada em preparar o jantar. Eduardo não desiste.
deitado, mas começa a marcar o tempo como quem está apressado. Ouvimos o barulho da
embalagem e a personagem ainda a reclamar da embalagem do teste.
Eduardo começa a se levantar e se arruma rapidamente, coloca a primeira roupa
que vê jogada no quarto. Comenta a vontade de sua companheira de engravidar como se
estivesse satisfazendo uma vontade única dela. Pronto para sair, pega a sua bolsa, procura
a chave pela sala e vai até a cozinha onde pega uma fruta. Marina ainda no banheiro
pergunta a ele se voltará para almoçar, o mesmo confirma positivamente. Ela pede para
ele pegar o papel higiênico, mas escutamos apenas a porta bater.
A personagem está de pijama, vai até a cozinha e prepara o seu café da manhã.
Logo após o café começa a colocar a casa em ordem da bagunça de Eduardo: roupas e
sapatos jogados, lavando a louça, reorganizando a decoração. Em voice over escutamos o
personagem passar na casa de Fernando para buscá-lo, quando o mesmo entra no carro,
não espera nem um olá do amigo e já começa a desabafar em forma de monólogo. Conta
que Marina está cheia de trabalho, que não consegue organizar a casa e ainda pensa em
ficar grávida: “Pergunto se vai largar o emprego para ficar com a criança, ainda recebo
bronca. Questiono quem vai ficar com o bebê”. Reclama da atitude que para ele é
impensada naquele momento da vida: colocar um filho no mundo. Explica que não está
satisfeito com a ideia da companheira ter um filho para empregada cuidar. Comenta que
a bunda dela não é a mesma com um ar saudosista e se preocupa com o que vai mudar
nela depois da gravidez. Respira aliviado de saber que pelo menos o sexo ainda é bom.
Diz confiante e seguro que pelo menos na cama Marina não fala muito. Questiona
novamente o porquê de um filho agora.
Marina, que está em casa, começa a trabalhar, o computador aberto na mesa,
documentos do trabalho estão próximos a ela. A porta se abre e Eduardo entra sem se
preocupar com o que ela está fazendo, vai em sua direção, não fala nada e já se aproxima
com manias rotineiras. Começa a abraçar e mexer no seu braço de maneira insistente e
incômoda. Marina reclama e se mexe incomodada. Eduardo repara e sai irritado. Marina
o questiona acerca da demora e o avisa que por este motivo já almoçou. Um pouco
constrangida e com receio de ter feito algo errado ela automaticamente já se desculpa.
Eduardo irritado afirma que disse voltava para almoçar. Marina tenta explicar que
telefonou, mas não conseguiu falar com ele. Eduardo sem deixar ela terminar de se
justificar afirma que não recebeu nenhuma ligação. Marina pede desculpa novamente e
tenta beijá-lo, ele desvia e responde que não é necessário arrumar seu prato pois não está
mais com fome. Um pouco decepcionado desabafa, diz ser este o único dia da semana que
eles conseguem comer juntos. “Você estraga por causa de uma ligação não atendida, sendo
52
que já tinha falado que voltaria. Que exemplo de família vai dar para o seu filho? Se nem
um compromisso simples não conseguimos realizar juntos”.
A todo o momento do diálogo Marina tenta fazer carinho em Eduardo e ele reage
de forma seca e a ignora, até que na sua última fala ele sai do enquadramento da câmera.
Ele ainda está chateado com a situação e decide ir tomar banho - escutamos o barulho do
chuveiro. Com a câmera na cozinha agora vemos a personagem tirar a mesa do almoço,
um pouco cansada e chateada com a discussão que acabou de acontecer.
Eduardo de toalha volta à cozinha e afirma que a companheira poderia ser menos
chata. Reclama da reação quando ele chegou em casa e diz que ela ainda tem coragem de
culpá-lo por não ter atendido o telefone. Marina tenta rebater e fala que não quis culpá-lo,
só tentava se explicar. Ela resolve comentar a atitude de Eduardo ao chegar em casa,
afirma que estava trabalhando e diz que o companheiro não soube respeitar o seu horário
de trabalho. Um pouco chateada diz que é difícil quando ela trabalha fora de casa porque
ele reclama e quando ela trabalha em casa ele também reclama. Eduardo agora sem
paciência para os novos questionamentos que Marina traz à conversa encerra o assunto e
diz que fazer carinho não atrapalha ninguém. Ela retruca: “Quando a pessoa quer, pode
até ser”. Escutamos baixinho Eduardo comentando que é chatice.
Já cansado e sem querer voltar a discussão começa a cantarolar uma música, vai
em direção a sala e senta no sofá. Ela ainda se sentindo culpada por causa da discussão
resolve ir deitar no sofá e começa a acariciá-lo. Depois de um silêncio preencher o espaço
Eduardo pergunta a Marina porque ela disse que ia sair para um lugar e foi para outro. Ela
diz que o restaurante estava fechado, sem entender onde Eduardo queria chegar. Ele vai
direto ao assunto é questiona porque o amigo de trabalho dela precisava ter levado ela em
casa. Novamente chateada com o questionamento do companheiro responde que se ele
começar com isso irá para a cozinha. Mesmo sem necessidade, ela decide informá-lo que
não estava sozinha com ele no carro, que a mulher dele estava lá. Marina se levanta e vai
em direção a cozinha. Eduardo responde: “Não pode nem perguntar, qual é o problema
saber com quem está saindo?”. Sem responder, continua a caminhar para cozinha.
Na cozinha ela começa a separar os ingredientes para o jantar, convidou seus
amigos ainda naquela noite. Ele se levanta e caminha até a cozinha. Marina pergunta se
ele lembra do jantar a noite. Neste momento já está ao lado da personagem e responde no
seu ouvido, enquanto tenta levantar sua saia. Ela não corresponde, mesmo assim o
personagem a vira bruscamente e tenta beijá-la, com um sorriso no rosto adora vê-la brava.
Vira e continua cozinhando. Eduardo mesmo assim insiste. Ao notar o desinteresse dela
comenta que hoje pela manhã ela queria, mas agora para agradá-lo ela não faz um esforço,
ao final da fala o personagem dá uma risadinha irônica. Marina responde que está atrasada
53
com jantar de hoje e comenta que o dia não foi muito bom para os dois. Comenta em tom
de ironia: “Deixa que eu cuido da galinha então”.
Corta para cenas da personagem se arrumando com olhar distante, imagens de
Eduardo com as mãos no frango, ele apertando o corpo de Marina, imagens de uma revista
pornô. Escutamos apenas os gemidos dele de prazer. A câmera agora filma os dois no
quarto, eles estão deitados na cama um do lado do outro. Depois de um momento de
silêncio, Marina ainda está com o olhar indiferente a situação. Após Eduardo ter o que
queria e sem reparar que ela não consentia com a transa, comenta: “Você não tinha uma
galinha para temperar?”.
54
APÊNDICE B
Após conhecer Eduardo, Marina teve os meses alegres – como não tinha há tempo,
o relacionamento tranquilo e divertido, os dois tinham sintonia e isto era transmitido aos
outros. Decidiram morar juntos, Eduardo foi para a casa de Marina. O começo foi cheio
de novidades mas, à medida que comportamento do Eduardo mudou, Marina fisicamente
teve alterações.
Marina ainda vaidosa, mas mais relaxada – cabelo com raízes largas, sinais de
descuido e sem lavar. Pijama arrumado e sensual, durante toda trama, o que mostra a falta
de ânimo para se arrumar e unha sem fazer. Nada fora do normal após uma semana muito
agitada de trabalho.
1.2 Eduardo
Aos 27 anos, ruivo, barbudo, delicado, mimado e tímido. Eduardo cresceu em uma
família unida, sem muito tempo para se encontrar, mas o afeto era visível entre eles. Seu
avô e sua avó moravam no mesmo teto que ele desde criança, então além de contar com o
ensino do pai, seus avós foram seus segundos pais.
que vai conhecendo a pessoa mostra ser extrovertido e tagarela, dependendo da situação
até sem noção.
APÊNDICE C
1. ROTEIRO
“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“GALINHA”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Não dá para te esperar. Você
sabe que eu tenho
compromisso.
MARINA
Só um minutinho.
EDUARDO (O.S)
Você que quer engravidar,
Marina.
MARINA (O.S)
Volta para o almoço?
EDUARDO
Sim.
MARINA (O.S)
58
EDUARDO (O.S)
Vamos, Fernando.
EDUARDO (O.S)
MARINA
Você demorou. Acabei
almoçando.
EDUARDO
Eu não ia almoçar em casa?
MARINA
59
MARINA
Desculpa amor, mas não
atendeu.
EDUARDO
Você poderia ser menos chata,
encosto em você e já reclama.
Ainda quer me culpar porque
não atendi o telefone. Me
poupe Marina.
MARINA
Amor, não estou te culpando.
MARINA
Está lembrado do jantar de
hoje?
EDUARDO
Sim.
MARINA
Ainda tenho que temperar o
frango.
60
Corta para:
Cenas de Marina se arrumando com olhar distante, Eduardo
temperando um frango. As imagens são intercaladas. Escuta-
se apenas os gemidos de Eduardo.
EDUARDO
Amor, não tinha que temperar
o frango?
FADE OUT.
FIM
61
“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“GALINHA”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Não dá para te esperar. Você
sabe que eu tenho
compromisso.
MARINA
Só um minutinho. Ah, de novo
essa revista gozada.
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem
de merda? Ahhh
EDUARDO
63
MARINA (O.S)
Volta para o almoço?
EDUARDO
Sim.
MARINA (O.S)
Pega papel higiênico para
mim?
EDUARDO (O.S)
Vamos, Fernando.
EDUARDO (O.S)
MARINA
Você demorou. Acabei
almoçando. Desculpa.
EDUARDO
Eu não disse que ia almoçar
em casa?
MARINA
Tentei te ligar.
EDUARDO
Não recebi nenhuma ligação.
MARINA
Eu tentei. Calma, vou arrumar
teu prato, é rapidinho.
EDUARDO
Não precisa, não estou com
fome.
MARINA
Desculpa, mas não consegui
falar com você.
EDUARDO
O único dia da semana que
conseguimos comer juntos.
Você estraga por causa de uma
65
EDUARDO
Você poderia ser menos chata,
encosto em você e já reclama.
Ainda quer me culpar porque
não atendi o telefone. Me
poupe Marina.
MARINA
Amor, não estou te culpando.
Estava trabalhando e você não
teve noção de respeitar meu
horário de trabalho. É
difícil, quando trabalho fora
de casa reclama, quando
trabalho em casa reclama.
EDUARDO
Marina me poupa, fazer
carinho não atrapalha
ninguém.
MARINA
Quando a pessoa quer, pode
até ser.
EDUARDO
66
EDUARDO
Ele precisava ter te trazido
em casa?
MARINA
Se começar com isso vou para
a cozinha. Não estava sozinha
com ele no carro, a mulher
dele estava lá, inclusive é
minha amiga e seu amigo.
EDUARDO
Marina, homem é tudo igual.
Vive por instinto. (risos)
EDUARDO
Não pode nem brincar.
MARINA
Eduardo, está lembrado do
jantar de hoje, né?
EDUARDO
Sim.
EDUARDO
Adoro quando fica brava.
67
EDUARDO
Hoje de manhã você queria.
Agora para mim não quer fazer
um esforcinho.
EDUARDO
Amor, estou ocupada e
atrasada com o jantar de
hoje. Além disso o dia não
foi bom.
EDUARDO
Mas pode melhorar.
MARINA
Ainda tenho que temperar o
frango.
Corta para:
Cenas de Marina se arrumando com olhar distante, imagens de
Eduardo temperando com as mãos o frango, ele apertando o
corpo de Marina, imagens de uma revista pornô. As imagens
são intercaladas. Escuta-se apenas os gemidos de Eduardo.
EDUARDO
Amor, não tinha que temperar
o frango?
FADE OUT.
FIM
68
“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“GALINHA”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer
MARINA
Não é o único, espera um
pouco.
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem
de merda?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica.
Depois que organizar seu
almoço preciso enviar.
EDUARDO
Acabou o pão?
MARINA
Não sei, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Esqueceu de fazer as compras
de novo? Vou preparar o café.
MARINA
Deixa eu trocar de roupa.
EDUARDO
Está linda.
71
Marina pega uma das flores com a mão e olha para Eduardo,
com olhar triste.
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
EDUARDO
Esquece, já te perdoei.
EDUARDO
Estamos tentando há meses e
você não consegue engravidar.
MARINA
Ajeitou a barba?
EDUARDO
Pra você.(beija a personagem)
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
MARINA
Assim não vamos almoçar hoje.
EDUARDO
Adoro quando fica brava.
MARINA
Deixa eu preparar o almoço.
(brava/cansada)
Corta para:
Cenas de Marina se arrumando com olhar distante, imagens de
Eduardo temperando com as mãos o frango, ele apertando o
corpo de Marina, imagens de uma revista pornô. As imagens
são intercaladas. Escuta-se apenas os gemidos de Eduardo.
EDUARDO
Amor, não tinha que temperar
o frango?
FADE OUT.
FIM
74
“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“GALINHA”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
Não é o único, espera um
pouco.
76
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem
de merda?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica.
Depois que organizar seu
almoço preciso enviar.
EDUARDO
Acabou o pão?
MARINA
Não sei, pode pegar papel
higiênico para mim?
77
EDUARDO
Esqueceu de fazer as compras
de novo? Vou dar um jeito e
preparar o café.
EDUARDO
Senta, minha linda.
Marina pega uma das flores com a mão e olha para Eduardo,
com olhar triste.
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
MARINA
Já esqueci a confusão que eu
armei. (ri sem graça)
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
78
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar.
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
Estou longe de ser o primeiro
homem que fez isso com você.
(mordisca a personagem – bate
na bunda dela)
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
79
MARINA
Assim não vamos almoçar hoje.
MARINA
Deixa eu preparar o almoço.
(brava/cansada)
EDUARDO
Adoro quando fica brava.
Corta para:
Marina sentada desnuda em uma sala branca vazia com
expressão de apatia. Eduardo desnudo toca o frango. Partes
do corpo de Marina são tocadas. Água cai no frango. Marina
sentada tem marcas de sangue feitas por mãos masculinas em
seu corpo. Água cai no frango. Eduardo estupra o frango.
Marina ainda sentada aparece mais suja de sangue. Eduardo
estupra o frango mais rápido. Partes do corpo de Marina são
tocadas com mais força. Água cai no corpo de Marina.
Eduardo estupra o frango mais rápido e com maior pressão.
Closes da Marina mais suja de sangue com algumas penas
coladas cobre o sangue. Água cai no frango. Eduardo volta a
acariciar o frango. Marina sentada desnuda em uma sala
branca vazia com expressão de apatia toda suja, sangue e
penas. Água cai no corpo de Marina.
EDUARDO
Não tinha frango para
temperar?
FADE OUT.
FIM
81
“GALINHA”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“GALINHA”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
83
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica.
Depois que organizar seu
almoço preciso enviar.
EDUARDO
Acabou o pão?
84
MARINA
Não, está no lugar de sempre.
EDUARDO
Não estou achando.
MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(lista de compra na porta da
geladeira), já que vai no
supermercado.
MARINA
Amor, olha o pão aqui.
EDUARDO
De qualquer forma está
acabando.
EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.
EDUARDO
Amor, toma cuidado, está
doendo. (estoura sutil)
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
MARINA
Já esqueci a confusão que eu
armei. (ri sem graça)
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo puxa a
flor da mão da Marina)
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
Estou longe de ser o primeiro
homem que fez isso com você.
(mordisca a personagem – bate
na bunda dela)
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
MARINA
Assim não vamos almoçar hoje.
MARINA
87
EDUARDO
Adoro quando fica brava.
Corta para:
Marina sentada desnuda em uma sala branca vazia com
expressão de apatia. Eduardo desnudo toca o frango. Partes
do corpo de Marina são tocadas. Água cai no frango. Marina
sentada tem marcas de sangue feitas por mãos masculinas em
seu corpo. Água cai no frango. Eduardo estupra o frango.
Marina ainda sentada aparece mais suja de sangue. Eduardo
estupra o frango mais rápido. Partes do corpo de Marina são
tocadas com mais força. Água cai no corpo de Marina.
Eduardo estupra o frango mais rápido e com maior pressão.
Closes da Marina mais suja de sangue com algumas penas
coladas cobre o sangue. Água cai no frango. Eduardo volta a
acariciar o frango. Marina sentada desnuda em uma sala
branca vazia com expressão de apatia toda suja, sangue e
penas. Água cai no corpo de Marina.
EDUARDO
Não tinha frango para
temperar?
FADE OUT.
FIM
88
“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“GALINHA”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
90
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
almoço, preciso enviar.
EDUARDO
Acabou o pão?
91
MARINA
Não, está no lugar de sempre.
EDUARDO
Não estou achando.
MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(lista de compra na porta da
geladeira) para quando for no
supermercado.
MARINA
Amor, olha o pão aqui.
EDUARDO
De qualquer forma está
acabando.
EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.
EDUARDO
Amor, toma cuidado, está
doendo. (Estoura sutil)
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
MARINA
Já esqueci a confusão que eu
armei. (ri sem graça)
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo pega a
flor da mão da Marina)
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
Então o Fernando nunca fez
isso com você?
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
Corta para:
O vaso é jogado no chão e se estilhaça. Mãos percorrem o
corpo de Marina em plano detalhe. Flores. Mãos percorrem o
94
FADE OUT.
FIM
95
“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“XXXXXXX”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
97
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA (O.S)
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
almoço, preciso enviar.
EDUARDO
Acabou o pão?
98
MARINA
Não, está no lugar de sempre.
EDUARDO
Não estou achando.
MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(lista de compra na porta da
geladeira) para quando for no
supermercado.
MARINA
Amor, olha o pão aqui.
EDUARDO
De qualquer forma está
acabando.
EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.
EDUARDO
Amor, toma cuidado, está
doendo. (Estoura sutil)
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
MARINA
Já esqueci a confusão que eu
armei. (ri sem graça)
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo pega a
flor da mão da Marina)
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
Então o Fernando (Ele), nunca
fez isso com você?
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
Corta para:
A flor cai dentro da água. Vê-se o rosto de Marina meio
sufocada (como se tivesse sendo afogada) saindo da água.
101
FADE OUT.
FIM
102
“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“XXXXXX”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
Espera um pouco.
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
almoço, preciso enviar.
(batendo o pé no chão)
105
EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?
MARINA
Não, está no lugar de sempre.
EDUARDO (O.S)
Não estou achando.
MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(Eduardo passa pela lista de
compra e não adiciona. Lista
de compra na porta da
geladeira para quando for no
supermercado).
MARINA
Amor, olha o pão aqui.
EDUARDO
De qualquer forma está
acabando.
106
EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo pega a
flor da mão da Marina. Leva
para o banheiro)
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
O Fernando (Ele), nunca fez
isso com você?
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
Corta para:
Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se tivesse
sendo afogada) saindo da água, Marina sai de olho fechado
com a boca entreaberta, na hora que a personagem abre o
olho corta para: Eduardo entrando com o rosto na água
(olhar meio psicopata). Vê-se a rosa boiando na pia. O
108
Som:
Gemidos do Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo
afogada, barulho de chuveiro. No momento que aparece o
objeto dos outros cômodos, ouvimos uma chaleira de água,
Eduardo tossindo, depois barulho de máquina de barbear.
A partir do momento que a saída de Marina fica constante,
todos os sons começam a se misturar e partes da cantiga O
Cravo Brigou Com a Rosa em instrumental começam a aparecer.
Depois que as rosas vermelhas começam a cair a cantiga toma
mais força na narrativa sonora.
Som:
FADE OUT.
FIM
110
“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“XXXXXX”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
Espera um pouco.
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
113
EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?
MARINA
Não, está no lugar de sempre.
EDUARDO (O.S)
Não estou achando.
MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(Eduardo passa pela lista de
compra e não adiciona. Lista
de compra na porta da
geladeira para quando for no
supermercado)
MARINA
Amor, olha o pão aqui.
EDUARDO
114
EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo puxa a
flor da mão da Marina. Leva
para o banheiro)
MARINA
Combinamos algo para esta
noite?
EDUARDO
Não que eu lembre. Já que
ontem não conseguimos ir ao
restaurante, caso consiga
terminar de terminar os
relatórios, podemos
aproveitar.
MARINA
Pode ser, mas é porque nunca
tira a barba. Só para eventos
especiais. (risos)
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
O Fernando (Ele), nunca fez
isso com você?
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo? (muda a
tonalidade)
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
Som:
Gemidos do Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo
afogada, barulho de chuveiro. No momento que aparece o
objeto dos outros cômodos, ouvimos uma chaleira de água,
Eduardo tossindo, depois barulho de máquina de barbear.
A partir do momento que a saída de Marina, ficam constante.
Todos os sons começam a se misturar e partes da cantiga O
118
Som:
FADE OUT.
FIM
119
“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“XXXXXX”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
Espera um pouco.
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
122
EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?
MARINA
Não, está no lugar de sempre.
EDUARDO (O.S)
Não estou achando.
MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Não tem pão. Vou dar um jeito
e preparar o café. Lembra de
adicionar à lista de compra
(Eduardo passa pela lista de
compra e não adiciona. Lista
de compra na porta da
geladeira para quando for no
supermercado)
MARINA
Amor, olha o pão aqui.
EDUARDO
123
EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo puxa a
flor da mão da Marina. Leva
para o banheiro)
MARINA
Combinamos algo para esta
noite?
EDUARDO
Não que eu lembre. Já que
ontem não conseguimos ir ao
restaurante, caso consiga
terminar de terminar os
relatórios, podemos
aproveitar.
MARINA
Pode ser, mas é porque nunca
tira a barba. Só para eventos
especiais. (risos)
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
O Fernando (Ele), nunca fez
isso com você?
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo? (muda a
tonalidade)
125
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
Som:
Gemidos do Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo
afogada, barulho de chuveiro. No momento que aparece o
objeto dos outros cômodos, ouvimos uma chaleira de água,
Eduardo tossindo, depois barulho de máquina de barbear.
A partir do momento que a saída de Marina, ficam constante.
Todos os sons começam a se misturar e partes da cantiga O
Cravo Brigou Com a Rosa em instrumental começam a aparecer.
127
Som:
FADE OUT.
FIM
128
“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“XXXXXX”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? (Risos)
MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
Também, espera um pouco.
MARINA (O.S)
Quem inventou essa porcaria
de embalagem?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
MARINA
Amanhã estou na clínica.
Depois que organizar seu
almoço preciso enviar.
EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?
131
MARINA
Não, está no lugar de sempre.
EDUARDO (O.S)
Não estou achando.
MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Não tem pão. Vamos de torrada
no café. Lembra de adicionar
na lista de compras (Eduardo
passa pela lista de compras e
não adiciona. Lista de
compras na porta da geladeira
para quando for ao
supermercado.)
MARINA
Amor, olha o pão aqui.
EDUARDO
Comemos o que sobrou à tarde,
mas não esquece de colocar na
lista, porque está acabando.
132
EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar.
MARINA
Combinamos algo para hoje à
noite?
EDUARDO
Não que eu lembre, mas já que
ontem não fomos ao
restaurante, se você
conseguir terminar os
relatórios podemos
aproveitar.
MARINA
Pode ser. É que você só tira
a barba para eventos
especiais, por isso
perguntei. (risos)
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
O seu amigo Fernando nunca
fez isso com você?
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo? (muda a
tonalidade)
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
Corta para:
Marina entra na água com o olho fechado. Vê-se o rosto da
personagem imóvel dentro da água, totalmente apática, de
olhos fechados, como se tivesse morta. Corta para: mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se o
rosto de Marina meio sufocada, como se tivesse sendo
afogada, dentro da água. Corta para: os braços de Eduardo
entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se partes
desconexas do quadro do quarto em detalhe. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada, como se tivesse sendo afogada, dentro
da água. Pétalas de rosas vermelhas começam a cair. Corta
para: mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns
testes de gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o
rosto de Marina meio sufocada, como se tivesse sendo
afogada, dentro da água. As pétalas das flores estão dentro
da água e na superfície. Corta para: os braços de Eduardo
entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso
quebrado da noite anterior. O rosto de Marina sai da água,
ela está entre pétalas de rosas. O rosto de Eduardo (olhar
psicopata) entra na água. Vê-se a pia do banheiro entupida.
O rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosas. Marina, de olhos fechados e com a boca
135
FADE OUT.
FIM
136
2. ROTEIRO DECUPADO
“XXXXXXXXX”
Um roteiro
de
Mariane Cunha
“XXXXXXXXX”
FADE IN
CENA 01
Ação:
Itens:
CENA 02
Itens: livro
CENA 03
Itens: calendário
CENA 04
CENA 05
Itens:
CENA 06
CENA 07
CENA 08
Plongeé Absoluto
CENA 09
140
Plongeé Absoluto
CENA 10
CENA 11
CENA 12
CENA 13
CENA 14
CENA 15
CENA 16
CENA 17
CENA 18
Esses planos detalhe para ter ritmo deverão ter uns quadros
deles na montagem. Todas essas ações de movimentação serão
do mesmo lado. Tentar calcular.
CENA 19
CENA 20
CENA 21
CENA 22
CENA 22
CENA 23
CENA 24
CENA 25
CENA 25 e 26
“XXXXXXXXX”
Um roteiro
de
Mariane Cunha
“XXXXXXXXX”
FADE IN
CENA 01
Ação:
Itens:
CENA 02
Itens: livro
CENA 03
146
Itens: calendário
CENA 04
CENA 05
Itens:
CENA 06
CENA 07
CENA 08
Plongeé Absoluto
CENA 09
148
Plongeé Absoluto
CENA 10
CENA 11
CENA 12
CENA 13
Esses planos detalhe para ter ritmo deverão ter uns quadros
deles na montagem. Todas essas ações de movimentação serão
de lado oposto, Marina no direito e Eduardo no lado
esquerdo. Mais ou menos mesma metragem.
CENA 14
Ou
CENA 14.2
CENA 15
CENA 16
Ou
CENA 16.2
CENA 17
CENA 18
CENA 19
CENA 20
CENA 21 e 22
“XXXXXXXXX”
Um roteiro
de
Mariane Cunha
“XXXXXXXXX”
FADE IN
CENA 01
CENA 02
CENA 03
CENA 04
CENA 0
Corta para:
Vê-se Marina entrando na água, com o olho fechado. Vê-se o
rosto de Marina dentro da água imóvel, totalmente apática –
olhos fechados (como se tivesse morta). Corta para: Mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se a
rosa boiando na pia. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada
(como se tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para:
Os braços de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em
detalhe. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para:
Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la,
as pétalas das flores estão dentro da água e na superfície.
Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns testes de
gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada (como se tivesse sendo afogada) dentro
da água, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Corta para: Os braços de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso quebrado da
noite anterior. O rosto de Marina sai da água, ela está
entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo (olhar psicopata)
entra na água. Vê-se a rosa boiando na pia entupida – que
está suja do cuspe da pasta de dente. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra de rosto na água e o
sangue começa a impregnar. Vê-se o quadro sangrando. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra
novamente na água e vai se impregnando mais no sangue da
água. O calendário começa a sangrar. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente na água.
Vê-se o jarro quebrado com a rosa branca sangrando. O rosto
de Marina sai novamente da água, ela está entre pétalas de
rosa (que começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de
olho fechado com a boca entreaberta, na hora que a
personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente
155
“XXXXXXXXX”
Um roteiro
de
Mariane Cunha
“XXXXXXXXX”
FADE IN
CENA 01
CENA 02
CENA 03
CENA 04
CENA 05
CENA 06
CENA 07
Corta para:
Vê-se Marina entrando na água, com o olho fechado. Vê-se o
rosto de Marina dentro da água imóvel, totalmente apática –
olhos fechados (como se tivesse morta). Corta para: Mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se a
rosa boiando na pia. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada
(como se tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para:
Os braços de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em
detalhe. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para:
Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la,
as pétalas das flores estão dentro da água e na superfície.
Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns testes de
gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada (como se tivesse sendo afogada) dentro
da água, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Corta para: Os braços de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso quebrado da
noite anterior. O rosto de Marina sai da água, ela está
entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo (olhar psicopata)
entra na água. Vê-se a rosa boiando na pia entupida – que
está suja do cuspe da pasta de dente. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra de rosto na água e o
sangue começa a impregnar. Vê-se o quadro sangrando. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra
novamente na água e vai se impregnando mais no sangue da
água. O calendário começa a sangrar. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra novamente na água.
Vê-se o jarro quebrado com a rosa branca sangrando. O rosto
de Marina sai novamente da água, ela está entre pétalas de
rosa (que começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de
160
“XXXXXXXXX”
Um roteiro
de
Mariane Cunha
“XXXXXXXXX”
FADE IN
CENA 01
COM SANGUE
CENA 02
COM SANGUE
CENA 03
COM SANGUE
CENA 04
COM SANGUE
Corta para:
Vê-se Marina entrando na água, com o olho fechado. Vê-se o
rosto de Marina dentro da água imóvel, totalmente apática –
olhos fechados (como se tivesse morta). Corta para: Mãos de
Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la. Vê-se a
rosa boiando na pia. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada
(como se tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para:
Os braços de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em
detalhe. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para:
Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-la,
as pétalas das flores estão dentro da água e na superfície.
Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns testes de
gravidez quebrados em cima da bancada. Vê-se o rosto de
Marina meio sufocada (como se tivesse sendo afogada) dentro
da água, as pétalas das flores estão dentro da água e na
superfície. Corta para: Os braços de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la. Vê-se o vaso quebrado da
noite anterior. O rosto de Marina sai da água, ela está
entre pétalas de rosa. O rosto de Eduardo (olhar psicopata)
entra na água. Vê-se a rosa boiando na pia entupida – que
está suja do cuspe da pasta de dente. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
começam a soltar tinta vermelha). Marina sai de olho
fechado com a boca entreaberta, na hora que a personagem
abre o olho. Corta para: Eduardo entra de rosto na água e o
sangue começa a impregnar. Vê-se o quadro sangrando. O
rosto de Marina sai novamente da água, ela está entre
pétalas de rosa (que começam a soltar tinta vermelha).
Marina sai de olho fechado com a boca entreaberta, na hora
que a personagem abre o olho. Corta para: Eduardo entra
novamente na água e vai se impregnando mais no sangue da
água. O calendário começa a sangrar. O rosto de Marina sai
novamente da água, ela está entre pétalas de rosa (que
165
APÊNDICE D
1. DECUPAGEM DE PRODUÇÃO
Cena 1:
Resumo: Créditos iniciais
Cena 2:
Resumo: Eduardo lê livro na cama
Ambiente: Quarto - Manhã
Personagem: Eduardo
Figurino: ___
Objeto de cena: Óculos, duas escrivaninhas, livro, gibi
erótico, livros de gravidez, vaso, flores
murchas, quadro.
Efeito sonoro: Voice over
“Tô no banheiro, amor.”
Dúvida: Escrivaninhas ou criados mudos?
Cena 3:
Resumo: Marina faz o teste de gravidez
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Marina
Figurino:
Objeto de cena: Teste de gravidez, toalhas, tapete de
banheiro, calendário, embalagens de
pasta de dente, creme de cabelo, creme para o corpo,
perfume feminino, escova de cabelo,
pincéis de maquiagem, gilete , tesoura , máquina de barbear
Efeito sonoro: Voice over
“Tenho coisa pra fazer.”
Obs. Objetos fálicos, banheiro organizado.
Cena 4:
Resumo: Eduardo se troca e pergunta sobre o plantão de
Marina
Ambiente: Quarto - Manhã
Personagem: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Óculos, duas escrivaninhas, livro, gibi
erótico, livros de gravidez, vaso, flores
murchas, quadro, blusa, livros femininos (Clarice
Lispector)
Efeito sonoro: Barulho de embalagem caindo; barulho de
xixi; voice over.
“Quem inventou essa embalagem.”
“Não, mas preciso enviar uns relatórios.”
Cena 5:
Resumo: Marina espera o resultado do teste de gravidez.
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Marina
167
Figurino:
Objetos de cena: Teste de gravidez, toalhas, tapete de
banheiro, calendário, embalagens de
pasta de dente, creme de cabelo, creme para o corpo,
perfume feminino, escova de cabelo,
pincéis de maquiagem, gilete, tesoura, máquina de barbear
Efeito sonoro: Sons em off de Eduardo na cozinha: Ele mexe
nos armários, bate algumas
portas, mexe em sacolas, abre a geladeira.
Voice over:
Eduardo: “Acabou o pão?”
“Não estou achando.”
Cena 6:
Resumo: Eduardo caminha até o banheiro e entrega o papel
higiênico.
Ambiente: ?
Personagem: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Rolo de papel higiênico.
Cena 6.1:
Resumo:Eduardo passa pela lista de compras
Ambiente: Cozinha - Manhã
Personagens: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Lista de compras na geladeira.
Cena 7:
Resumo: Eduardo começa a organizar o café
Ambiente: Cozinha - manhã
Personagens: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Café, bilhete com número do contador,
panquecas, flores, jarro quebrado, pão,
utensílios de cozinha.
Cena 7.1:
Resumo: Marina anota na lista de compras
Ambiente: Cozinha - Manhã
Personagem: Marina e Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Café, bilhete com número do contador,
panquecas, flores, jarro quebrado, pão,
utensílios de cozinha, lista de compras.
Obs. Marina começa a organizar a cozinha.
Cena 7.2:
Resumo: Marina conta do teste negativo
Ambiente: Cozinha - Manhã
Personagem: Marina e Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: Café, bilhete com número do contador,
panquecas, flores, jarro quebrado, pão,
utensílios de cozinha, lista de compras.
168
Cena 8:
Resumo: Eduardo escova os dentes
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Eduardo
Figurino:
Objeto de cena: toalhas, tapete de banheiro, calendário,
embalagens de pasta de dente, creme
de cabelo, creme para o corpo, perfume feminino, escova de
cabelo, pincéis de maquiagem,
gilete, tesoura, máquina de barbear, escovas de dentes,
rosa.
Obs. Eduardo pega a escova de Marina, escova feminina.
Cena 9:
Resumo: Marina vai escovar os dentes
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Eduardo e Marina
Figurino:
Objeto de cena: toalhas, tapete de banheiro, calendário,
embalagens de pasta de dente, creme
de cabelo, creme para o corpo, perfume feminino, escova de
cabelo, pincéis de maquiagem,
gilete, tesoura, máquina de barbear, escovas de dentes,
rosa.
Obs. Eduardo deixa barba cair na pia a toalha de rosto está
jogada em cima das coisas da
Marina. Enquanto a pia está cheia de pelo.
Cena 9.1:
Resumo: Eduardo agarra Marina
Ambiente: Banheiro - Manhã
Personagem: Eduardo e Marina
Figurino:
Objeto de cena: toalhas, tapete de banheiro, calendário,
embalagens de pasta de dente, creme
de cabelo, creme para o corpo, perfume feminino, escova de
cabelo, pincéis de maquiagem,
gilete , tesoura, máquina de barbear , escovas de dentes,
rosa.
Efeito sonoro: Ouvimos o gemido de Eduardo. (Neste momento
escuta o barulho dela batendo
nos produtos de beleza, da maquininha de depilação ligada).
Cena 10:
Resumo: Flashs cíclicos, Eduardo com e sem barba
Cena 10.1:
Resumo: Vê-se o rosto de Marina dentro da água imóvel,
totalmente apática – olhos fechados
(como se tivesse morta).
Ambiente: Banheiro
Personagem: Marina
169
Cena 10.2:
Resumo: Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da
água.
Ambiente: Banheiro
Personagem: Marina
Objeto de cena: Banheira
Efeito sonoro:
Cena 10.3:
Resumo: Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegar Marina.
Ambiente:
Personagem: Eduardo
Cena 10.4:
Resumo: Rosa boiando na pia.
Ambiente: Banheiro
Personagem: _____
Objeto de cena: Rosa
Efeito sonoro:
Obs. Objetos da cena 9.1 estão caídos na pia.
Cena 10.5:
Resumo: O rosto de Marina sai da água
Ambiente: Banheiro
Personagem: Marina
Objeto de cena: Banheira, pétalas de rosa
Eito sonoro:
Dúvida: Qual a cor das pétalas?
Cena 10.6:
Resumo: Partes desconexas do quadro do quarto em detalhe.
Ambiente: Quarto
Personagem: _____
Cena 10.7:
Resumo: Vê-se o calendário atrasado de Marina e alguns
testes de gravidez quebrados em
cima da bancada.
Ambiente: Banheiro
Personagem: ______
Objeto de cena: Calendário, testes de gravidez
Efeito sonoro:
Cena 10.8:
Resumo: Vê-se o vaso quebrado da noite anterior.
Ambiente: Cozinha
Personagem: _______
Objeto de cena: vaso quebrado
Efeito sonoro:
170
Cena 10.9:
Resumo: O rosto de Eduardo (olhar psicopata) entra
novamente na água.
Ambiente: Banheiro
Personagem: Eduardo
Cena 10.10:
Resumo: a rosa boiando na pia entupida
Ambiente: Banheiro
Personagem: _____
Objeto de cena: Rosa
Obs. Água suja do cuspe da pasta de dente.
Cena 10.11:
Resumo: Rosto de Marina sai novamente da água, ela está
entre pétalas de rosa
Ambiente: Banheiro
Personagem: Marina
Objeto de cena: Banheira, pétalas de rosa
Obs. Pétalas soltam tinta vermelha
Cena 10.12:
Resumo: Eduardo entra de rosto na água e o sangue começa a
impregnar.
Ambiente: Banheiro
Personagem: Eduardo
Obs: Sangue na água
Cena 10.13:
Resumo: o quadro sangrando.
Personagem:__________
Objeto de cena: Quadro
Obs. Uso de sangue falso
Cena 10.14:
Resumo: Eduardo entra novamente na água
Personagem: Eduardo
Obs. Mais sangue na água
Cena 10.15:
Resumo:O calendário começa a sangrar.
Personagem: ______
Objeto de cena: Quadro
Obs. Uso de sangue falso
Cena 10.16:
Resumo: Jarro quebrado com a rosa branca sangrando.
Personagem: ________
Objetos de cena: Rosas brancas, jarro quebrado
Obs. Uso de sangue falso.
Cena 10.17:
Resumo: Eduardo entra novamente na água. Caem rosas
vermelhas na água,
Personagem: Eduardo
171
Cena 10.18:
Resumo: Marina começa a submergir como morta e com o rosto
sujo de vermelho
Personagem: Marina
Objeto de cena: Rosas
Obs. Como se a rosa tivesse soltado tinta na Marina. Uso de
sangue falso
Cena 10.19:
Resumo: Marina boiando com a água já suja de vermelho
Personagem: Marina
Obs. Só partes do corpo desnudo da personagem aparece. Uso
de sangue falso
Som da sequencia 10 - 10.19:
Gemidos do Eduardo, barulho de mergulho, Marina sendo
afogada, barulho de chuveiro. No
momento que aparece o objeto dos outros cômodos, ouvimos
uma chaleira de água, Eduardo
tossindo, depois barulho de máquina de barbear. A partir do
momento que a saída de Marina,
ficam constante. Todos os sons começam a se misturar e
partes da cantiga O Cravo Brigou Com
a Rosa em instrumental começam a aparecer. Depois que as
rosas vermelhas começam a cair a
cantiga toma mais força na narrativa sonora. Maquininha de
depilação deve perpassar
sonoramente toda a cena.
Cena 11:
Resumo: Marina limpa sangue no banho
Personagem: Marina
Obs. Uso de sangue falso
Efeito sonoro: Começamos a ouvir de maneira mais forte o
chuveiro e começa a se confundir
com a cantiga, juntamente com os gemidos do Eduardo (que
está mais baixo – como se fizesse
parte do arranjo da cantiga).
172
APÊNDICE E
1. DECUPAGEM DE ÁUDIO
“XXXXXXXX”
Um roteiro
De
Mariane Cunha
“XXXXXX”
FADE IN.
EDUARDO
Cadê meu café? Risos
MARINA (O.S)
Tô no banheiro, amor.
Número de cenas: 01 e 02
EDUARDO (O.S)
Tenho coisa pra fazer.
MARINA
Também, espera um pouco.
Número de cena: 03 e 04
MARINA (O.S)
Quem inventou essa embalagem?
EDUARDO
Vai fazer plantão de novo?
MARINA (O.S)
Não, mas preciso enviar uns
relatórios.
EDUARDO
No sábado?
Número da cena: 05 e 06
MARINA
Amanhã estou na clínica,
depois que organizar seu
almoço, preciso enviar.
EDUARDO (O.S)
Acabou o pão?
MARINA
Não, está no lugar de sempre.
EDUARDO (O.S)
Não estou achando.
MARINA
Já vou ver, pode pegar papel
higiênico para mim?
EDUARDO
Não tem pão. Vamos de torrada
no café. Lembra de adicionar
à lista de compra (Eduardo
passa pela lista de compra e
não adiciona. Lista de compra
na porta da geladeira para
quando for no supermercado.)
Número da cena: 08 e 11
MARINA
Amor, olha o pão aqui.
EDUARDO
Comemos o que sobrou de
tarde, mas não esquece de
colocar na lista porque está
acabando
EDUARDO
Vem tomar café. Fiz para
você.
EDUARDO
Vamos esquecer de ontem.
EDUARDO
Esquece, tá perdoada.
177
MARINA
O teste deu negativo de novo.
EDUARDO
De novo? Estamos tentando há
meses e você não consegue
engravidar. (Eduardo puxa a
flor da mão da Marina. Leva
para o banheiro)
Número de cena: 12, 13, 14, 16, 17, plano adicional, 18,
19, 20, 21, 22 e 23
MARINA
178
EDUARDO
Não que eu lembre. Mas já que
ontem não conseguimos ir ao
restaurante, se você terminar
os relatórios podemos
aproveitar.
MARINA
Pode ser, só para eventos
especiais, por isso
perguntei. (risos)
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo?
EDUARDO
Ele, nunca fez isso com você?
MARINA
Vai deixar o banheiro todo
sujo de pelo? (muda a
tonalidade)
EDUARDO
Deixa eu te ajudar.
Corta para:
Marina entra na água com o olho fechado. Vê-se o rosto da
personagem imóvel dentro da água, totalmente apática –
ainda com os olhos fechados (como se tivesse morta). Corta
para: Mãos de Eduardo entrando na água como se tentasse
pegá-la. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água. Corta para: Os
braços de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-
la. Vê-se partes desconexas do quadro do quarto em detalhe.
Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se tivesse
sendo afogada) dentro da água, as pétalas da rosa vermelha
começam a cair. Corta para: Mãos de Eduardo entrando na
água como se tentasse pegá-la, as pétalas das flores estão
dentro da água e na superfície. Vê-se o calendário atrasado
de Marina e alguns testes de gravidez quebrados em cima da
bancada. Vê-se o rosto de Marina meio sufocada (como se
tivesse sendo afogada) dentro da água, as pétalas das
flores estão dentro da água e na superfície. Corta para: Os
braços de Eduardo entrando na água como se tentasse pegá-
la. Vê-se o vaso quebrado da noite anterior. O rosto de
Marina sai da água, ela está entre pétalas de rosa. O rosto
de Eduardo (olhar psicopata) entra na água. Vê-se a pia do
banheiro entupida. O rosto de Marina sai novamente da água,
180
Áudio:
Gemidos de Eduardo, barulho de água (ação de entrar e sair
da banheira), respiração desfalecida de Marina, respiração
ofegante de Eduardo, máquina de depilar, Marina sendo
afogada, respiração mais intensa de Marina, chaleira da
cozinha, barulho de objetos caindo do banheiro caindo,
barulho de vaso quebrando, barulho de tesourada na barba,
barulho de páginas de livro passando. (Ruídos – hiper-
realista para sufocar a personagem)
181
Áudio:
Número de cena:
FADE OUT.
FIM
182
APÊNDICE F
Personagens
Marina
Figurino: Camisola.
Eduardo
Cenário
Ambiente 1 -
Quarto
Paleta de cor
e seus
simbolismos
Ambiente 2 - Banheiro
//add images
Ambiente 3 - Cozinha
APÊNDICE G
1. CÓDIGOS DE CENA
XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 01/10/2016 (sábado) Início: 09:00 / Encerramento: 22:00
13:00 B1 (03)
13:30 B1 (takes de áudio)
13:45 B2 (04)
14:15 B2 (takes de áudio)
14:30 B4 (07)
15:00 B4 (takes de áudio)
15:15 B8 (19)
15:45 B8 (takes de áudio)
16:00 B9 (20)
16:30 B9 (takes de áudio)
16:45 B10 (21)
17:15 B10 (takes de áudio)
17:30 B15 (26)
18:00 B15 (takes de áudio)
18:15 INTERVALO
19:00 B5 (08)
19:30 B6 (16)
20:00 B7 (18)
20:30 B11 (22)
21:00 B12 (23)
21:30 B13 (24)
22:00 B14 (25)
192
XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 02/10/2016 (domingo) Início: 09:00 / Encerramento: 13:00
12:00 INTERVALO
13:00 Desprodução
CÓDIGOS DE CENAS
direção a muda de
roupa na penteadeira e
coloca a blusa.
Plongeé
C1 09 Absoluto café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
(garrafa de café, coador,
Personagem de costas chaleira
arrumando o que falta que esquentou a água, o
C2 10 Plano médio
do leite), pratinhos, xícaras,
café da manhã. faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
Personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
Personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
194
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
de frente do espelho,
Marina começa a
depilar, Eduardo vem
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
ajudá-la e começa a
abusar sexualmente
Quando Eduardo vira a
personagem - esse será
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
o ponto de corte -
que derrubará os itens.
Pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. Pétala
B11 23 Plano detalhe Calendário (até sangrar)
B12 24 Plano detalhe Quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe Jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
195
XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 01/10/2016 (sábado) Início: 09:00 / Encerramento: 20:30
13:00 B1 (03)
13:30 B1 (takes de áudio)
13:45 B2 (04)
14:15 B2 (takes de áudio)
14:30 B4 (07)
15:00 B4 (takes de áudio)
15:15 B8 (19)
15:45 B8 (takes de áudio)
16:00 B9 (20)
16:30 B9 (takes de áudio)
16:45 B10 (21)
17:15 B10 (takes de áudio)
17:30 B15 (26)
18:00 B15 (takes de áudio)
18:15 Desprodução
XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 02/10/2016 (domingo) Início: 09:00 / Encerramento: 20:00
13:00 B5 (08)
13:30 B6 (16)
14:00 B7 (18)
14:30 B11 (22)
15:00 B12 (23)
15:30 B13 (24)
16:00 B14 (25)
16:30 Desprodução
CÓDIGOS DE CENAS
Plongeé
C1 09 Absoluto Café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
Personagem de costas
arrumando o que falta (Garrafa de café, coador,
C2 10 Plano médio
do chaleira
café da manhã.
197
Personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
Água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
de frente do espelho,
Marina começa a
depilar, Eduardo vem
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
ajudá-la e começa a
abusar sexualmente
Quando Eduardo vira a
personagem - esse será
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
o ponto de corte -
que derrubará os itens.
198
Pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. Pétala
B11 23 Plano detalhe Calendário (até sangrar)
B12 24 Plano detalhe Quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe Jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
199
XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 01/10/2016 (sábado) Início: 09:00 / Encerramento: 22:00
18:15 INTERVALO
19:30 B5 (08)
19:30 B6 (13)
20:00 B7 (13)
20:30 B11 (17)
21:00 B12 (18)
21:30 B13 (19)
22:00 B14 (20)
200
XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 02/10/2016 (domingo) Início: 10:00 / Encerramento: 13:00
12:00 INTERVALO
13:00 Desprodução
201
CÓDIGOS DE CENAS
Plongeé
C1 09 Absoluto Café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
(garrafa de café,
Personagem de costas coador, chaleira
arrumando o que falta que esquentou a água, o
C2 10 Plano médio
do leite), pratinhos, xícaras,
café da manhã. faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
202
Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
Personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
Personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
Água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
na frente do espelho
Marina começa a
depilar, Eduardo
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
vem ajudá-la e
começa a abusar
Quando sexual
Eduardo vira a
personagem - esse será
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
o ponto de corte -
que derrubará os itens.
Pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. Pétala
B11 23 Plano detalhe Calendário (até sangrar)
B12 24 Plano detalhe Quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe Jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
203
XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 10/10/2016 (segunda) Início: 10:00 / Encerramento: 15:30
CÓDIGOS DE CENAS
Plongeé
C1 09 Absoluto Café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
(garrafa de café, coador,
Personagem de costas chaleira
arrumando o que falta que esquentou a água, o
C2 10 Plano médio
do leite), pratinhos, xícaras,
café da manhã. faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
Personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
Personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
205
Água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
na frente do espelho,
Marina começa a
depilar, Eduardo vem
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
ajudá-la e começa a
abusar sexualmente
Quando Eduardo vira a
personagem - esse será
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
o ponto de corte -
que derrubará os itens.
Pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. Pétala
B11 23 Plano detalhe Calendário (até sangrar)
B12 24 Plano detalhe Quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe Jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
206
XXXXXXXXXX
Dirigido por Mariane Cunha
Data: 10/10/2016 (segunda) Início: 10:00 / Encerramento: 15:45
13:30 M2 (03)
14:30 Desprodução banheira
15:15 M3 (04)
15:45 Desprodução
CÓDIGOS DE CENAS
Plongeé
C1 09 Absoluto café sendo feito Coador, água, garrafa
(Plano detalhe)
(garrafa de café,
Personagem de costas curador, chaleira
arrumando o que falta que esquentou a água, o
C2 10 Plano médio
do leite), pratinhos, xícaras,
café da manhã. faquinhas,
colherinhas
Marina anota na lista e
Eduardo volta para
buscá-la. Chega
C3 11 Primeiro Plano idem
por trás da personagem
com carinho para levá-
la na mesa.
Plano Eduardo leva Marina
C4 12 idem
americano para a mesa,
Personagens comem,
Torrada, geleia,
brincam com a flor,
requeijão, café, leite,
Eduardo fica triste
Plongeé talheres, xícara,
com a notícia de Marina
C5 13 absoluto da pratinho, toalha de mesa
e empurra a mesa
mesa (?), minhas cadeiras
derrubando algum item
transparentes
no
(depende do set)
chão.
personagem catando o
O que cair, mesa, cadeira
C6 14 Plano detalhe item que Eduardo
...
derrubou.
C7 15 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
C8 15.0
C9 17 Plano detalhe Marina lavando louça pratos – xícara
personagem visualiza o
B1 03 Plano Médio Tripé calendário
calendário
Marina pega o teste de
gravidez e deixa cair a
B2 04 Plano diagonal embalagem ao calendário, testes
colocar o calendário na
bancada.
Marina está
aguardando a resposta
Plano
B3 07 (tripé) do teste de gravidez e calendário, testes
inteiro/médio
pede o papel higiênico a
Eduardo.
208
água da privada
B4 08 Plano detalhe
descendo
Eduardo escovando os
B5 16 Plano detalhe
dentes.
Eduardo molhando a
B6 18 Plano detalhe
boca e cuspindo a água.
Os personagens estão
B7 19 Plano médio (tripé) Utensílios de banheiro
de frente do espelho,
Marina começa a
depilar Eduardo vem
B8 20 Contra plongeé (tripé) Utensílios de banheiro
ajuda-la e começa a
abusar sexual
Quando Eduardo vira a
personagem esse será o
B9 21 Plongéé da pia Utensílios do banheiro
ponto de corte,
que derrubará os itens.
pia entupida do
B10 22 Plano detalhe
banheiro. pétala
B11 23 Plano detalhe calendário (até sangras)
B12 24 Plano detalhe quadro (até sangrar)
B13 25 Plano detalhe jarro quebrando
B14 26 Marina tomando banho
209
APÊNDICE H
1. ORÇAMENTO
Justificativa do
Semana Valor Valor total Desconto Valor total Valor
Equipe
Pré-produção e
produção
Roteirista 1 (obra) 4000 4000 100% Tabela FGV + 30%
Produção Executiva 3 2000 6000 100% Tabela FGV + 30%
Diretor 3 2500 7500 100% Tabela FGV + 30%
Assistende de Direção 3 1200 3600 100% Tabela FGV + 30%
Diretor de Fotografia 2 2368 4736 100% Tabela FGV + 30%
Assistende de
Fotografia 2 (diárias) 340 680 100% Valor de Mercado
Direção de Arte 2 1500 3000 100% Tabela FGV + 30%
Assistente de Arte 2 (diária) 300 600 100% Valor de Mercado
Som Direto 2 (diária) 700 1400 100% Valor de Mercado
Assistente de Som 2 (diária) 240 480 100% Valor de Mercado
Direção de Produção 3 1700 5100 100% Tabela FGV + 30%
Assistente de
Produção 3 1200 3600 100% Tabela FGV + 30%
Atriz 1 (cachê) 5000 3000 100% Valor de Mercado
Ator 1 (cachê) 3000 2000 100% Valor de Mercado
Pós-produção
Montador 2 2000 4000 100% Tabela FGV + 30%
Finalizador 1 (serviço) 15000 15000 100% Tabela FGV + 30%
Mixagem 1 (serviço) 15000 15000 100% Tabela FGV + 30%
Foley 2 1700 3400 100% Tabela FGV + 30%
Objetos de Arte 466,03 466,03 0% 466,03
Locação
Casa 404 sul 4 (diárias) 400 1600 100% Valor de Mercado
Casa Banheira 1 (diária) 200 200 100% Valor de Mercado
Equipamento
Câmera 7.000 7.000 100% Valor de Mercado
Iluminação 15.000 15.000 100% Valor de Mercado
Som 4000 4000 100% Valor de Mercado
VALOR TOTAL 87515,62 112063,62 1167,62