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(FAZER REVISÃO
DOS TEXTOS –
URGENTE)
SIGILOSO - NÃO
DIVULGAR ANTES
O acordo secreto entre Bolsonaro e o PT
DE JANEIRO DE
2019
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Prefácio
Em meus 35 anos como jornalista, trabalhando em veículos de imprensa
de renome nacional e internacional como XXXXXXXXXX, XXXXXXXXXXXXXX,
XXXXXXXXXXXX, sempre busquei ter bons contatos no meio político, e sempre
fui reconhecido por meu sigilo com minhas fontes. Fui premiado em diversas
reportagens, muitas delas revelando grandes escândalos, como foi o caso do
famoso escândalo XXXXXXXXXXXXXXXXX que envolveu XXXXXXXXXXXXXX
além de XXXXXXXXXXXX,XXXXXXXXXXXXX, XXXXXXXXX. Muitas vezes, em
especial em palestras para estudantes de jornalismo, fui questionado sobre
como consegui um furo jornalístico tão importante. Minha resposta sempre
foi: XXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXX. E para mim, não há outra forma melhor de estar sempre
em contato com fontes confiáveis, que tenham informações valiosas, e que
estejam prontas para trazer grandes furos jornalísticos – claro, desde que o
sigilo lhes seja assegurado.
para mim em grandes indenizações por danos morais – um risco que não
pretendo correr.
É certo que, para o leitor mais cético, poderá parecer uma obra de
ficção. E certamente muitos dos fatos narrados chegam mesmo a parecer
ficcionais. Porém, tratam-se de fatos que uma parcela significativa da
população já suspeitava, mas que até o presente momento não havia sido
divulgada por ninguém confiável e também não com uma riqueza de detalhes.
que virou as costas para ele e aliou-se ao principal adversário. Claro que o PT
acataria se Lula assim determinasse, mas temos a informação de que o fato
de Marta ser mulher, assim como Dilma, e diante de Dilma ter deixado o
poder com tamanha desaprovação, era um grande impeditivo para a escola
de Marta. Pelo mesmo motivo Gleisi Hoffman foi descartada. Uma outra opção
simpática a Lula e ao PT era Jaques Wagner, que recusou a missão. Sobrou
Haddad, considerado “o mais tucano” entre os petistas. A vitória de Haddad
pode ter sido para muitos uma surpresa, mas a vitória dele já era esperada
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desde mesmo a prisão de Lula, e seu caminho foi desenhado até o planalto
de forma minuciosa, sob o comando de Lula e com o apoio de duas pessoas
aparentemente alheias ao processo: Duda Mendonça e o deputado Jair
Bolsonaro. A estratégia eleitoral planejada pelo ex-presidente Lula merece
entrar como um dos grandes feitos da política mundial, pois foi planejada
com astúcia e executada com eficiência. E é esse o principal motivo pelo qual
o presente livro merece ser lido e estudado.
segundo turno, em uma das viradas mais surpreendentes ocorrida nas eleições
presidenciais do Brasil.
E foi nesse contexto que Lula se viu instigado a dividir o país usando o
discurso do “Nós contra Eles”. O objetivo era que o “Nós” fosse o PT, e o
“Eles” fosse o PSDB. Porém, a forma incisiva de Lula ao pregar a existência de
dois “Brasis”, acabou acordando uma multidão que estava adormecida desde
o fim da ditadura militar: os conservadores de extrema direita.
Por muitos anos acreditou-se que não havia mais direita no Brasil. Todos
os partidos se alinhavam com o centro ou com a esquerda. Os únicos partidos
que ficavam mais à direita eram o PP, partido de Paulo Maluf, e o Democratas,
dois partidos surgidos como herdeiros políticos do antigo Arena. Ainda assim,
tais partidos flertavam com iniciativas vistas como de esquerda. Por muito
tempo, os que tinham pensamentos mais consevadores, alinhados com a
direita, acabavam tendo que alinhar-se ou com PP, ou com Democratas, ou
com o partido de centro PSDB. Aliás, para o PT, o PSDB sempre representou
a direita, sem de fato sê-lo. Mas para parte do eleitorado, e dentro do discurso
petista, o PSDB era o principal representante da direita brasileira.
assolando o país. Foi durante aquela campanha que a direita, recém acordada,
passou a projetar em Aécio suas idéias, em grande parte xenófobas, racistas
e elitistas. Aécio, contudo, herdeiro político de Tancredo Neves, recusava-se
a vestir a roupagem de direita, e dizia abertamente: “Não adianta me empurrar
para a direita, que eu não vou”. A direita, contudo, ignorava as falas de Aécio,
e fazia de conta que ele era mesmo um candidato de direita. E foi assim que,
diante de uma disputa de “nós contra eles” esses eleitores se mobilizaram
contra o PT e chegaram próximo a levar o PSDB de volta para a presidência
da República. Aliás, o PT só conseguiu vencer Aécio fazendo uso de todos
recursos possíveis, o que incluíam mentiras em redes sociais e difamações
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diversas. E com tanto empenho, o PT enfim conseguiu atingir seu objetivo
de, uma vez mais, vencer o arquiinimigo PSDB. Porém, o tempo fez com que
tal vitória demonstrasse ser uma mera “Vitória de Pirro”. Ao ir pro tudo ou
nada contra o PSDB, o PT venceu a batalha e perdeu a Guerra. Aécio Neves,
perdedor da eleição presidencial, teve uma derrota com sabor de vitória –
acabou a eleição sentindo-se um vencedor, enquanto Dilma questionava-se
dos motivos pelos quais buscou tanto aquela vitória.
como havia quando ela assumiu seu primeiro mandato, o cenário internacional
também não era dos mais favoráveis. E ao aparecerem problemas na
economia, ao aumentarem os números de desempregados, a população
passava a ficar insatisfeita com a presidenta. Esse foi o cenário ideal para
que, sob articulação dos descontentes do congresso e com forte apoio de
Aécio Neves, fosse aberto o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
os dois inimigos. Foi então que ele relembrou de outra grande batalha que já
havia enfrentado e vencido: A batalha contra Fernando Collor de Melo.
Contam pessoas confiáveis que acompanharam o presidente naqueles
tempos, que Lula frequentemente falava de como acabou com a carreira de
Collor após ter sido derrotado por ele. Sim, para Lula, todo o processo de
Impeachment de Collor era uma obra sua, algo que certamente os defensores
da verdade irão discordar, porém, para o vaidoso ex-presidente, aquilo era
um feito seu, feito para ser lembrado e consagrado.
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Nessas reflexões sobre Collor ele tentou buscar alguma pista de algo
que poderia ser feito contra Aécio Neves e Michel Temer. Em conversas
reservadas, Lula lembrou-se de outro grande inimigo do PT, contra o qual o
PT ergueu-se durante anos como principal inimigo: Paulo Maluf. Lula lembrou-
se de como Maluf venceu o PT e lembrou-se também como o PT ajudou a
destruir o sucessor de Maluf, Celso Pitta. Tanto no caso de Pitta quanto de
Collor haviam semelhanças: Pessoas próximas de ambos acabaram revelando
segredos e isso acabou gerando escânda-los que destruíram politicamente
os dois adversários do PT. Diante dessa análise, Lula constatou que possuía
uma solução possível, mas não havia até então pistas de pessoas próximas
de Aécio Neves ou de Michel Temer que pudessem se equiparar a Pedro Collor
ou a Nicéia Pitta. Além disso, Lula sabia que o simples fato de derrubar seus
inimigos não seria suficiente para limpar a imagem do PT, o que acabaria
favorecendo adversários como Marina Silva, Ciro Gomes, João Dória ou outro
candidato. Sem encontrar uma solução que, ao mesmo tempo destruísse seus
adversários e reerguesse o PT, Lula procurou um antigo aliado do qual havia
se afastado – Duda Mendonça, um dos grandes pensadores do marketing
político do Brasil e do mundo, e pessoa que foi decisiva na vitória de Lula
para a presidência da República. Os dois acabaram encontrando-se
secretamente no exterior e teriam conversado por quase dois dias seguidos,
hospedados em um luxuoso resort.
A conversa com Duda Mendonça foi proveitosa. Não que Lula tenha
concordado cegamente com as análises do marketeiro, mas tais discussões
iluminaram a mente do ex-presidente. Lula anseiava voltar à presidência da
República, e precisava vencer seus dois principais adversários e reerguer o PT
(ele não abria mão e manter o partido, e ficava nervoso quando alguém
cogitava mudar o nome da sigla ou fundar outra legenda). E foi a partir das
O acordo secreto entre Bolsonaro e o PT
conversas com Duda Mendonça que Lula relembrou como deu seus primeiros
passos para a fama: lutando contra a ditadura militar. E relembrou também
que as vitórias contra Maluf, PSDB e também contra Collor, foram a partir do
contraste entre direita/esquerda – algo que estava se tornando cada vez
menos evidente, haja vista que todos os políticos estavam começando a adotar
e defender iniciativas socialistas, como a defesa de programas como o Bolsa
Família. Lula então percebeu que o caminho para o PT renascer era novamente
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tornando-se oposição à direita. Mas como fazer isso sendo que a direita está
adormecida? A solução é apresentada no próximo capítulo.
O acordo secreto entre Bolsonaro e o PT
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Capítulo II
2016, por acidente, trouxe a
solução para o PT: Jair Bolsonaro
Mendonça teve que fazer várias escalas e viajar de forma a não deixar pistas
de que se encontraria novamente com o ex-presidente. Nem pessoas próximas
a Lula sabiam do encontro com Duda, que fingiu-se de um príncipe saudita
para ter uma conversa secreta com Lula. Essa conversa foi curta.
Aparentemente Duda havia passado um bom tempo refletindo sobre o tema,
então não demorou para convencer Lula sobre dois nomes que solucionariam
todos os problemas do PT: os Irmãos Batista da JBS e o deputado Jair
Bolsonaro. Tão logo encerrou-se a curta conversa entre Lula e o Marketeiro,
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e Lula já passou a pensar sobre a solução. Para pessoas próximas ele disse,
logo ao sair da sala do “Principe”: “Agora eu pego os desgraçados. Preciso
falar com o Paulo e com o Marcos urgentemente (nomes fictícios)”.
candidatura à presidência sabendo que iria perder e ficar sem seu cargo de
deputado?” e “Será que se Bolsonaro for erguido ao posto de principal
adversário do PT, não há riscos dele vencer a eleição e tornar-se um problema
pior do que o PSDB no governo?” De imediato, Lula explicou o plano. Segundo
ele, Bolsonaro era um grande conhecido seu, uma pessoa com a qual já havia
conversado e que todos sabiam o quanto Bolsonaro é ambicioso. Lula
relembrou do motivo pelo qual Bolsonaro fez acordo para ir para a reserva
do Exército após planejar atos terroristas para aumentar seu salário e
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benefícios, além dos acordos que o Bolsonaro tinha com milícias do Rio de
Janeiro que pagavam a ele “mensalinhos”. De acordo com o Lula, Bolsonaro
aceitaria facilmente um acordo no qual seus filhos tivessem o suporte
necessário para terem grandes votações para o senado e câmara dos
deputados, e que nesse acordo constasse também que ele receberia uma
grande bolada em dinheiro após perder a eleição. O dinheiro viria de forma
indireta, com uma grande empresa comprando um dos imóveis do deputado
por valores absurdamente altos. Segundo Lula, dificilmente Bolsonaro
recusaria esse acordo. Já quanto a possibilidade de Bolsonaro trair o acordo
e tentar vencer a eleição, Lula acalmou os demais presentes dizendo que
haviam muitas provas contra Bolsonaro, não só em relação ao envolvimento
com Milícias e recebimento de recursos ilícitos, mas também haviam
informações claras sobre contas dele em paraísos fiscais. Lula fez questão de
frizar que o capitão tratava-se de um medroso “c*zão” e que nunca desonraria
o acordo, pois não arriscaria ser sepultado politicamente tendo as denúncias
contra si divulgadas, assim como ele não iria correr o risco de perder toda a
bolada prometida. O grupo compreendeu os posicionamentos de Lula e era
chegada a hora de enviar um emissário para chegar até o deputado. A idéia é
que não fosse um emissário com ligação direta com Lula, mas uma espécie
de “Emissário, do emissário, do emissário”. E assim foi planejado.
Após definir que Bolsonaro seria a base para o PT voltar ao poder, Lula
começou a trabalhar em outra frente: Destruir Aécio Neves e Michel Temer –
seus dois grandes ex-aliados e atuais inimigos. Além disso, Lula estava convicto
que deveria fazer contra o PSDB aquilo que o partido tentou fazer contra ele:
sepultar o partido tentando colar nele a pecha de corrupto. Para atingir tais
objetivos, Lula teria que contar com antigos aliados, tanto entre empresários
quanto no meio judiciário e político. Não foi fácil encontrar a melhor solução.
Aécio se fortalecia, as delações de empresários iam cada vez mais e mais
derrubando dirigentes e aliados do PT. Enquanto isso, o PSDB colocava-se
como o paladino da justiça e da honestidade, em contraposição à do PT, que
estava sendo visto com o mais corrupto partido que já existiu. O judiciário
não dava trégua para o PT. Juizes e promotores estavam sedentos por sangue
e o PT tinha sangue de sobra para fornecer. Os ataques vinham de todos os
lados, a todo instante haviam mais e mais promotores e juízes buscando
O acordo secreto entre Bolsonaro e o PT
manchar a imagem do PT e cada vez mais Lula sentia-se mais e mais ameaçado.
Lula foi traído pelo próprio Judiciário que fortaleceu. Em seus anos no
comando do país, Lula cuidou para fortalecer o judiciário e colocar em cargos
importantes pessoas sempre simpáticas a ele. Tal blindagem, em tese, o
tornaria imune a qualquer problema judicial enquanto vivesse. Porém, não
foi o que de fato ocorreu. Ao promover juízes e promotores, invés dos mesmos
sentirem-se agradecidos, eles passaram a acreditar que não precisavam mais
do ex-presidente e passaram a agir com independência. A solução encontrada
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pelo PT foi passar a atacar o judiciário, o que acabou por prejudicar ainda
mais o relacionamento entre partido, promotores e juízes. Cada vez a solução
para isso tornava-se mais e mais distante. Foi então que alguns petistas
sugeriram a Lula uma antiga estratégia que outrora havia sido tão praticada
pelo partido: O assassinato de reputações. Porém, outrora, o tal assassinato
de reputações era feito com dossiês falsos, em uma época em que o PT tinha
o comando da Polícia Federal. A solução para o momento precisava ser mais
crível do que meros dossiês, eram necessárias provas, e essas provas deveriam
ser evidentes, sem margem para discussões ou suspeitas, pois só assim se
mostrariam um contraponto às denúncias contra Lula, que até então
baseavam-se meramente em indícios, não em provas concretas.
queria que seu patrimônio fosse prejudicado e nem queria correr riscos de
ser preso. Foi por isso que ele aceitou, de forma secreta, encontrar-se com
Lula. O encontro não foi no exterior, foi em um Hotel no centro de São Paulo.
O Hotel, famoso na capital paulista, sempre foi freqüentado por grandes
empresários e políticos, logo não havia nenhum risco do encontro entre
Joesley e Lula ser interpretado como um encontro suspeito. Foi nesse encontro
que Lula deixou claro que Joesley deveria buscar uma delação premiada.
Joesley surpreendeu-se com a proposta, sabendo que Lula seria o primeiro
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prejudicado na tal delação. De imediato Lula deixou claro que caso seu nome
fosse citado, Joesley teria vários de seus negócios secretos enviados para um
Juiz Federal. Joesley questionou então como poderia fazer uma delação sem
poder revelar as informações valiosas que tinha sobre negócios entre JBS e o
governo petista. Foi então que Lula deu a solução: “Envolva provas contra
Aécio e Temer, e exija perdão total do judiciário”. Joesley prontamente
informou que não tinha nenhuma prova concreta contra ambos. Lula,
conhecedor do meio político e conhecedor tanto de Temer quanto de Aécio,
explicou para Joesley o que fazer: Para Aécio, bastaria Joesley fazer uma série
de reuniões dizendo que estava preocupado com a Lava Jato e pedir ajuda
dele. Aécio, um bon vivant, apreciador de um bom whisky, sentiria-se em
posição superior e passaria a confiar em Joesley. A partir de então bastaria
passar a oferecer dinheiro a Aécio, pedindo auxílio, e buscando sempre
envolver um bom whisky. Lula, que já havia sido próximo de Aécio, sabia o
quanto o mineiro se tornava uma pessoa sem modos e sem escrúpulos quando
estava sob efeito do Álcool. Em todas essas reuniões era inevitável que toda
conversa fosse gravada. Com Temer, seria mais simples. Bastaria uma reunião
não marcada com o presidente e na reunião falar sobre auxílios a Cunha.
Independente do que o presidente dissesse, qualquer gravação poderia
levantar suspeitas sobre o presidente. E, sob orientação de Lula, Joesley
procurou a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal para fazer um
acordo.
que tiveram, nas quais Joesley sempre ostentava ter muito dinheiro e estar
disposto a fazer qualquer tipo de negócio para se defender da Lava Jato,
ofereceu-se a comprar um dos imóveis de Aécio para que, com o dinheiro,
Aécio pudesse defender-se das acusações da Lava Jato. Aécio caiu como um
patinho ao ouvir pela enésima vez que Joesley estava com medo da Lava Jato
e que faria de tudo para se livrar dela, sendo inclusive capaz de matar se
alguém o delatasse. Como uma criança ingênua, o bêbado Aécio tratou de
dizer a Joesley o que ele queria ouvir. Joesley percebeu então que tinha
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conseguido dois tesouros inestimáveis nas mãos: a gravação contra o
Presidente da República e contra o Presidente do Principal Partido da
Oposição. A Procuradoria Geral da República ficou em êxtase. O Perdão total
da Pena de Joesley foi facilmente aprovado e a partir de então Michel Temer
e Aécio Neves tiveram suas vidas e reputações completamente destruídas.
Eis um problema que Lula não havia medido até por desconhecimento:
JBS e Bolsonaro tinham uma íntima ligação. Inclusive a JBS havia doado
dinheiro para Bolsonaro, tanto oficialmente quanto através de Caixa 02. De
forma oficial, foram 200 (duzentos) mil reais. Através de caixa 02 foram
comprados imóveis que Bolsonaro adquiriria por valores muito abaixo do
mercado. Um dos imóveis, que valia quase um milhão de reais, foi adquirido
por metade desse valor por Bolsonaro, sendo o restante do valor pago através
de caixa 02 pela JBS. Lula acabou não prevendo que a delação da JBS acabaria
fazendo com que os irmãos Batista fossem considerados assumidamente
O acordo secreto entre Bolsonaro e o PT
que não os puniu – o que parecia ser um sinal de confissão, embora também
pudesse ser interpretado como um respeito a justiça. Mas o eleitorado
entendeu da primeira forma.
Bolsonaro então ficou sabendo por seu emissário que foi Lula, em
retaliação, quem fez com que ele não conseguisse firmar alianças partidárias.
Lula mandou para o Bolsonaro que em breve estouraria o escândalo que
envolveria o nome do deputado com Milícias do Rio de Janeiro e também
com traficantes do Comando Vermelho. O capitão então percebeu que Lula,
mesmo preso, ainda tinha poder e que poderia cumprir as ameaças que fazia.
A partir de então Bolsonaro voltou a agir como o combinado: atrair para si
todos os anti-petistas e sempre ressaltar o nome do PT para conseguir unir
os petistas em favor de Lula.
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Capítulo VII
A facada
Lula e o PT ostentavam o papel de vítimas e sempre evitaram revidar
Bolsonaro, na busca de que ele sempre parecesse agressor e o PT considerado
como injustiçado. A vitimização de Lula foi um bem a ser valorizado, incluindo
através de tiros dados por um radical apoiador de Bolsonaro no Sul do Brasil.
Porém, um acaso acabou quase prejudicando a tradicional estratégia petista:
a facada em Jair Bolsonaro.